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Materiais de Insumo para
Pavimentação
Universidade do Estado de Santa Catarina
Departamento de Engenharia Civil
Profa. Adriana Goulart dos Santos
Conceituação de solo dentro da Engenharia Civil:
Solo é qualquer depósito solto ou fofo, resultante da ação do
intemperismo ou da degradação de rochas.
Materiais não consolidados, como sedimentos (pedregulhos,
areias, siltes ou argilas), turfas, depósitos de calcários como
as areias de conchas e corais, bem como solos residuais
jovens ou maduros (Balbo, J. T., 2007)
Origem dos solos
Solo Residual:
Decomposição de rocha que
permaneceu estável no próprio
local.
Decomposição de Rochas
Solo Transportado:
Decomposto em local remoto,
foi deslocado por ação da água,
do vento ou da gravidade.
Solo Orgânico:
Impregnação de matérias orgânicas
em sedimentos preexistentes, a
transformação carbonífera de
materiais, etc.
Perfil resultante da decomposição de rochas
Fonte: Google imagens, 2016
Formação de solo – decomposição de rochas
Solos tropicais (solos pedogênicos)
São denominados de solos tropicais em decorrência de
processo geológico e/ou pedológico típico das regiões tropicais
úmidas
Clima tropical – temperatura média anual
supera 20°C, ocorrendo índices
pluviométricos acima de 1000ml/ano
Solos
Lateríticos
Solos
Saprolíticos
Solos lateríticos (later, do latim: tijolo)
Solos lateríticos: São solos superficiais, típicos das partes bem drenadas
das regiões tropicais úmidas, resultantes de uma transformação da parte
superior do subsolo pela atuação do intemperismo – processo chamado
de laterização.
Processo de Laterização - Enriquecimento no solo de óxidos hidratados
de ferro e/ou alumínio e a permanência de caulinita como argilo-mineral
predominante.
vermelho amarelo marrom alaranjado
Coloração do solos lateríticos
Solos saprolíticos (sapro, do grego: podre)
Solos saprolíticos: São solos que resultam da decomposição e/ou
desagregação "in situ" da rocha matriz pela ação das intempéries (chuvas,
insolação, geadas), mantendo ainda de maneira nítida a estrutura da rocha
que lhe deu origem.
São solos residuais - derivam de uma rocha matriz e as partículas que a
constituem permanecem praticamente no mesmo lugar em que se encontravam
em estado pétreo.
laterítico
laterítico
saprolítico
Fonte: Villibor, D.F. et al, 2009 – Pavimentos de baixo custo para vias urbanas
Fonte: Villibor, D.F. et al, 2009 – Pavimentos de baixo custo para vias urbanas
Ocorrência de solos de comportamento laterítico no território Brasileiro:
Fonte: Villibor, D.F. et al, 2009 – Pavimentos de baixo custo para vias urbanas
Ocorrência de solos de comportamento laterítico no território Brasileiro:
Perfil de um corte rodoviário – parte superior solo laterítico (vermelho)
e inferior solo saprolítico
Fonte: Villibor, D.F. et al, 2009 – Pavimentos de baixo custo para vias urbanas
Peculiaridades mecânicas e hidráulicas de solos tropicais:
Fonte: Balbo, 2007 - adaptado de Nogami, 1971
Classificação de solos para finalidades
rodoviárias
Fonte: Balbo, 2007
Diferenciação granulométrica
Frações dos solos e seus diâmetros segundo AASHTO e USCS:
Relações entre pesos e volumes constituintes dos solos:
Fonte: Balbo, 2007
Constituintes dos solos (proporções esquemáticas):
Fonte: Balbo, 2007
Compactação dos solos
Ensaio de compactação – idealizado por Proctor em 1928;
Realizado com base no método DNER-ME 129/94;
Definir a relação entre massa específica aparente seca do material
compactado e sua umidade de compactação;
Fonte: Balbo, 2007
Curvas de compactação de alguns solos finos
Fonte: Balbo, 2007
Curvas de compactação de britas graduadas simples
No ramo seco, ocorre um estado desordenado na distribuição das partículas
do solo, não existente uma quantidade de água suficiente para que, por meio
da lubrificação das partículas, o esforço de compactação possa ordenar tal
disposição.
Compactação dos solos
O que ocorre aproximadamente na umidade ótima
No ramo úmido, tem-se um estado de excessiva umidade que não permite,
para um dado esforço de compactação, o rearranjo das partículas, sendo que
a água presente causa perda de coesão ou atrito entre elas.
Ao atingir o maior peso específico aparente seco
Compactação dos solos
Rearranjo das partículas
Material resultará em
uma menor
quantidade de
vazios, com maior
coesão e atrito
Maior resistência
Índices físicos tradicionais
Classificações HRB-ASSHTO e Unificada
Limites de Atterberg
Limites de Liquidez (LL) – Umidade na qual o solo passa do
estado líquido para o plástico
Umidade na qual, empregando-se o aparelho de Casagrande, o solo ranhurado
(com cinzel apropriado causando uma abertura de 12,5mm) em uma concha metálica
tem tal ranhura fechada após 25 golpes
Fonte: Balbo, 2007
Índices físicos tradicionais
Limites de Liquidez –
Prepara-se o solo com algumas umidades e anota-se o número de golpes que
leva ao fechamento da ranhura
Traça-se, em escala logarítmica para o número de golpes, o gráfico com os
pontos obtidos de umidade versus número de golpes e determina-se a umidade
para 25 golpes – este é o LL
Fonte: Balbo, 2007
Índices físicos tradicionais
Limites de Plasticidade (LP) – Umidade na qual o solo
rompe quando rolado nas mãos, formando cilindros, ao
apresentar diâmetro de 3,2mm, considerando que o solo
estaria a umidade imediatamente superior à medida
Estado plástico para o estado semissólido
Índice de Plasticidade (IP) – LL - LP
Índice de Liquidez (IL) – 𝒉𝒏𝒂𝒕−𝑳𝑷
𝑳𝑳−𝑳𝑷
Classificação HRB - AASHO
Bastante utilizada para a classificação de solos para fins rodoviários;
Baseia-se na granulometria do solo, em seus índices físicos (LL e LP) e
no índice de grupo (IG) que se relaciona com o valor de CBR do solo
Tal índice de grupo é calculado com base em características granulométricas e nos
índices físicos do solo:
Classificação HRB - AASHO
Na determinação do Índice de Grupo, devem ser considerados os
seguintes critérios:
𝐼𝐺 = 0,01 ∗ 𝐹 − 15 ∗ (𝐼𝑃 − 10)
Classificação MCT para solos tropicais
MCT– Miniatura, Compactado e Tropical
Desenvolvida pelos professores Nogami (Poli-USP) e Villibor (EESC-
USP), na década de 80, para caracterizar solos finos, característicos de
regiões de clima tropical e subtropical;
Utiliza o resultado de dois ensaios: mini-MCV (Moisture Condiction Value)
e Perda de Peso por Imersão;
Separa os solos em duas grandes classes, segundo seus
comportamentos quando compactados: solos de comportamento
laterítico (L) e solos de comportamento não lateríticos (N)
Classificação MCT para solos tropicais
A classe dos lateríticos é subdividida em três subclasses: LA – areias
lateríticas, LA´ - arenosos lateríticos e LG´- argilosos lateríticos;
A classe dos não lateríticos é subdividida em quatro subclasses: NA –
areias não lateríticas, NA´ - arenosos não lateríticos e NS´- siltosos não
lateríticos e NG´- argilosos não lateríticos;
A granulometria do solo é dada pelo coeficiente c´, retirado do ensaio de
mini-MCV;
O caráter laterítico ou não é dado pelo índice e´, calculado a partir do
coeficiente d’ e da perda de massa por imersão Pi, determinado pela
expressão:
Ensaio de Mini-MCV:
É um ensaio de compactação contínua de corpos de prova de dimensões
reduzidas (50mm de diâmetro);
É capaz de fornecer o desvio da umidade em relação à umidade ótima de
compactação e também grau de compactação de um solo;
São compactados, no mínimo, 4 porções de solo em teores de umidade
distintos, até próximo a saturação;
O ensaio consiste em verificar a altura do corpo de prova (ganho de
densidade) em relação a um número crescente de golpes,
conseguindo relacionar o peso específico do solo em função do
logaritmo do número de golpes.
Resultado do ensaio mini-MCV
O valor do mini-MCV em função do número
de golpes é dado por:
Fonte: Google imagens, 2016
Cálculo do coeficiente c´
• O coeficiente c´ é a inclinação da curva de afundamento
correspondente ao valor de mini-MCV igual a 10
(hipotética);
• Interpola-se uma curva que passe pelo ponto de abscissa
(n) igual a 10 e ordenada (Δan) igual a 2,0 mm;
• A partir do seu traçado determina-se o coeficiente c’, que
corresponde à razão da variação do afundamento pela
variação do Mini-MCV da parte retilínea da curva de
deformabilidade.
Cálculo do coeficiente d´
• O coeficiente d´ é o coeficiente angular da parte mais
inclinada do ramo seco da curva de compactação que
corresponde à energia de compactação de 12 golpes;
• A unidade de d´ é kg/m³.
Perda de peso por imersão:
• Após a compactação, os corpos de prova são parcialmente
extrudados do molde (1,0 cm) e colocados em água, com
seu eixo na horizontal, para a determinação da perda de
peso por imersão;
• A massa eventualmente desprendida durante o ensaio é
coletada e após a secagem, calcula-se a perda de peso por
imersão – que é a relação entre a massa colocada para
fora do cilindro e a que se desprendeu, em porcentagem;
• Após 24 horas de imersão, a massa desprendida é
coletada e colocada em estufa, até constância do peso.
Perda de massa por imersão:
• A perda de peso por imersão é calculada pela
expressão:
𝑃𝑖 = 100 ×𝑀𝑑 × 𝐿𝑐𝑝
𝑀𝑠 × 𝐿𝑓× 𝐹𝑐
Onde:
𝑃𝑖= perda de peso por imersão (%);
𝑀𝑑= massa desprendida (g);
𝑀𝑠= massa seca do cp, logo após sua compactação (g);
𝐿𝑐𝑝 = altura final do cp, logo após sua compactação (g);
𝐿𝑓 = altura final do cp fora do molde (mm);
𝐹𝑐 = fator de correção.
Perda de peso por imersão:
Se a altura for menor a 48 mm (indicando solo com alta densidade), o 𝑃𝑖 é
determinado para o Mini-MCV = 15.
Se altura for maior que 48 mm (indicando solo com baixa densidade), o 𝑃𝑖 é
determinado para Mini-MCV = 10.
Peculiaridades dos solos tropicais:
Fonte: Balbo, 2007
Solos de natureza laterítica
particularidades favoráveis utilização em
pavimentação:
• Elevada capacidade suporte (resistência)
• Baixa suscetibilidade à presença de água (expansão baixa)
Casos mais típicos de ocorrência de solos tropicais associados às rochas existentes:
Empregos típicos de solos tropicais no Brasil:
Solos tropicais têm sido empregados desde a metade do século passado
• Uso de solos arenosos finos lateríticos (SAFL)
• Argilas lateríticas
• Solos lateríticos concrecionados
São milhares de quilômetros de vias urbanas e rurais que empregam solos
Tropicais em pavimentos, com resultados bastante favoráveis
Em camadas de base e subbase
Empregos típicos de solos tropicais no Brasil:
Há interesse no emprego de solos de comportamento laterítico no Brasil
Permitem uma pavimentação a custos mais acessíveis
Segundo Balbo (2007), julga-se conveniente a aplicação da metodologia MCT
para a classificação de solos tropicais
Larga base experimental em trechos pavimentados e a consolidação de
ensaios de laboratório específicos para a previsão de propriedades
mecânicas e hidráulicas de solos tropicais
Os agregados podem ser entendidos como conjuntos de grãos
minerais, naturais ou artificiais, britados ou não, utilizados em
obras de engenharia.
Para finalidades de pavimentação devem apresentar
propriedades satisfatórias quanto ao seu desempenho
• Durabilidade
• Resistência
• Adesividade ao ligante
• Combinação de diversos requisitos mínimos
São obtidos por processos convencionais de desmonte,
escavação e dragagem em depósitos continentais, marinhos,
estuários e rios. São exemplos: os pedregulhos, as britas, os
seixos, as areias etc.
Os agregados naturais podem ser empregados em
pavimentação na forma e tamanho como se encontram na
natureza, ou podem ainda passar por processamentos como a
britagem.
Tem origem a partir de rejeitos industriais, particularmente
associados à indústria siderúrgica (escórias), mais
modernamente se tem considerado:
• Agregados reciclados de entulhos de construções e demolições;
• Produtos de fresagem de pavimentos existentes;
• Borracha triturada de pneus descartáveis;
• Entre outros materiais procedentes de coleta de reciclados.