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UNIVERSIDADE DO ALGARVE FACULDADE DE ECONOMIA SISTEMAS INFORMÁTICOS EM SAÚDE PARA A QUALIDADE DOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM, REVISÃO SISTEMÁTICA Trabalho de Investigação apresentado à Universidade do Algarve para obtenção do Grau de Mestre em Gestão em Unidades de Saúde EUGÉNIA SUZANA RAMOS TARECO Trabalho efetuado sob a orientação da Professora Doutora Sílvia Fernandes e do Professor Mestre Joel Guerreiro Faro, Setembro de 2015

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

I

UNIVERSIDADE DO ALGARVE

FACULDADE DE ECONOMIA

SISTEMAS INFORMÁTICOS EM SAÚDE PARA A QUALIDADE DOS

CUIDADOS DE ENFERMAGEM, REVISÃO SISTEMÁTICA

Trabalho de Investigação apresentado à Universidade do Algarve para obtenção do

Grau de Mestre em Gestão em Unidades de Saúde

EUGÉNIA SUZANA RAMOS TARECO

Trabalho efetuado sob a orientação da Professora Doutora Sílvia Fernandes

e do Professor Mestre Joel Guerreiro

Faro, Setembro de 2015

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II

UNIVERSIDADE DO ALGARVE

FACULDADE DE ECONOMIA

SISTEMAS INFORMÁTICOS EM SAÚDE PARA A QUALIDADE DOS

CUIDADOS DE ENFERMAGEM, REVISÃO SISTEMÁTICA

Trabalho de Investigação apresentado à Universidade do Algarve para obtenção do

Grau de Mestre em Gestão em Unidades de Saúde

EUGÉNIA SUZANA RAMOS TARECO

Trabalho efetuado sob a orientação da Professora Doutora Sílvia Fernandes

e do Professor Mestre Joel Guerreiro

Faro, Setembro de 2015

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

III

Declaração de Autoria e Copyright

SISTEMAS INFORMÁTICOS EM SAÚDE PARA A QUALIDADE DOS

CUIDADOS DE ENFERMAGEM, REVISÃO SISTEMÁTICA

Declaração de Autoria do Trabalho

Declaro ser o(a) autor(a) deste trabalho, que é original e inédito. Autores e trabalhos

consultados estão devidamente citados no texto e constam da listagem de referências

incluída.

Direitos de cópia ou Copyright

© Copyright: Eugénia Suzana Ramos Tareco

A Universidade do Algarve tem o direito, perpétuo e sem limites geográficos, de

arquivar e publicitar este trabalho através de exemplares impressos reproduzidos em

papel ou de forma digital, ou por qualquer outro meio conhecido ou que venha a ser

inventado, de o divulgar através de repositórios científicos e de admitir a sua copia e

distribuição com objetivos educacionais ou de investigação, não comerciais, desde que

seja dado crédito ao autor e editor.

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IV

Ninguém é suficientemente sábio sozinho.

Tito Plautus

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V

Dedicatória

À Universidade do Algarve,

pelos conhecimentos transmitidos ao longo deste percurso.

À Professora Doutora Sílvia Fernandes,

orientadora pela disponibilidade, apoio e paciência.

Ao Professor Mestre Joel Guerreiro,

orientador desta investigação, pelo apoio ao longo percurso.

À minha família, pelos incentivos nos momentos de cansaço.

Aos meus pais sem os quais não teria alcançado tudo o que já consegui,

em especial à minha mãe que esteve sempre do meu lado a apoiar-me e a acreditar em

mim, como aliás sempre o fez.

À Raquel minha sobrinha pela paciência, disponibilidade, carinho, por tudo.

Ao Pedro, por existir, por me compreender, apoiar,

pela força, e pelas ausências…e por tudo o que representa na minha vida.

Aos meus colegas, pelo tempo, apoio e ajuda.

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

VI

RESUMO

Com a globalização, a introdução das novas tecnologias de informação nas diversas

áreas da atividade humana estão a criar repercussões ao nível económico, social e

organizacional. As organizações de saúde têm que acompanhar e adaptar-se aos novos

padrões de exigência da sociedade para responder aos atuais desafios.

Os sistemas de informação em saúde (SIS) têm como principal objetivo promover a

continuidade dos cuidados em saúde. Os principais objetivos deste trabalho são:

identificar as vantagens e desvantagens dos sistemas informáticos em enfermagem na

qualidade dos cuidados de enfermagem e avaliar se os sistemas informáticos em

enfermagem contribuem como indicador de qualidade dos cuidados. Trata-se de um

estudo de revisão sistemática, dos estudos científicos publicados no período entre 2009

a 2013.

A pesquisa de artigos foi efetuada na plataforma de pesquisa EBSCO, envolvendo as

bases de dados CINHAL plus with full texto, MEDLINE with full texto e na base de

dados SCIELO. Foram procurados artigos científicos publicados com resumo e texto

integral, no período compreendido entre 2009 e 2013, disponibilizados nos idiomas

Português, Inglês e Espanhol. Utilizou-se o operador “And” para conjugar os diferentes

descritores em igual forma nas diferentes bases de dados. As expressões utilizadas

foram sistemas informáticos em saúde and sistemas informáticos em enfermagem and

qualidade dos cuidados de enfermagem and indicadores de qualidade dos cuidados.

Foram selecionados 18 artigos sendo analisados em duas categorias: “sistemas de

informação em enfermagem para a qualidade dos cuidados enfermagem” e “sistemas

informáticos em enfermagem como indicador de qualidade dos cuidados”.

A maioria dos artigos analisados referem que os Sistemas de Informação em

Enfermagem (SIE) são considerados uma ferramenta de trabalho com utilidade para o

desempenho profissional do enfermeiro.

Os SIE disponibilizam de forma rápida, fácil e segura as informações, diminuem o

tempo dispendido nos registos, promovem a continuidade dos cuidados. A

implementação dos SIE nas instituições de saúde deve ser efetuada de forma

progressiva e com o envolvimento dos profissionais de enfermagem. Os fatores que

podem condicionar a implementação dos SIE numa instituição podem estar

relacionados com a pouca familiaridade dos enfermeiros com as tecnologias de

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VII

informação, com a falta de formação em sistemas informáticos e com a não participação

dos enfermeiros no desenvolvimento dos sistemas informáticos.

Palavras-chave: Sistemas informação em saúde (SIS), sistemas informação em

enfermagem (SIE), qualidade dos cuidados de enfermagem, indicadores de qualidade

dos cuidados.

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VIII

ABSTRACT

With globalization, the introduction of new information technologies in the various

areas of human activity are to create implications for economic, social and

organizational. Healthcare organizations must monitor and adapt to the new standards

of society to respond to current challenges.

The health information system has as main objective to promote the continuity of health

care. The main objectives of this work are: identify the advantages and disadvantages of

computer systems in nursing in the quality of nursing care and assess whether the

information systems in nursing contribute as an indicator of quality of care. It is a study

of a systematic review of scientific studies published in the period between 2009 to

2013.

The research was performed in search platform EBSCO, involving the databases

CINHAL plus with full text, MEDLINE with full text and in the SCIELO database.

Were searched for articles published scientific summary and full text, in the period

between 2009 and 2013, which are available in Portuguese, English and Spanish. We

used the operator "And" to combine the different descriptors in the same form in

different databases.

The expressions used were computer systems in health and information systems in

nursing and quality of nursing care and indicators of quality of care. We selected 18

articles being analyzed in two categories: "information systems in nursing (NIS) for the

quality of nursing care" and "information systems in nursing as an indicator of quality

of care".

The majority of the articles analyzed refer that the NIS are considered a working tool

for the professional performance of the nurse

The computer systems in nursing offer quick, easy and secure information, reduces the

time spent in the registers, promotes the continuity of care. The implementation of NIS

in health care institutions should be performed in a progressive way and with the

involvement of nursing professionals.

The factors that can affect the implementation of NIS in an institution may be related to

the lack of familiarity of nurses with information technologies, lack of training in

computer systems, the non-participation of nurses in the development of computer

systems.

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IX

Keywords: information systems in health care, information systems nursing (NIS),

quality of nursing care, indicators of quality of care.

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X

INDICE GERAL

Índice Geral

Índice de Figuras

X

XII

Índice de Gráficos

Índice de Quadros

XIII

XIV

Lista de Abreviaturas XV

Capitulo 1. ENQUADRAMENTO, PROBLEMÁTICA E OBJETIVOS DO

ESTUDO

1

1.1 Introdução 2

1.2 Identificação do problema e objetivos 4

1.3 Organização da dissertação 6

Capitulo 2. REVISÃO DA LITERATURA 7

2.1 Sistemas de Informação em Saúde 8

2.2 Sistemas de Informação em Enfermagem 18

2.2.1 Sistemas de Informação em Enfermagem para a qualidade dos

cuidados de enfermagem

19

2.2.2 Sistemas de Informação em Enfermagem como indicador de

qualidade dos cuidados

26

Capitulo 3. REFERENCIAL TEÓRICO METODOLÓGICO

Capitulo 4. ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO

4.1 Questão

4.2 Descritores

4.3 Critérios de inclusão

4.4 Critérios de exclusão

4.5 Pesquisa eletrónica

4.6 Seleção dos artigos

31

35

36

36

37

37

37

38

Capitulo 5 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS 41

5.1 Apresentação dos dados

5.2 Análise dos dados

42

50

5.2.1- Sistemas de Informação em Enfermagem para a qualidade dos

cuidados de enfermagem

5.2.2- Sistemas de Informação em enfermagem como indicador de

50

55

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XI

qualidade dos cuidados

5.3 Discussão dos dados

Capitulo 6. CONCLUSÃO E REFLEXÃO FINAL

58

62

Referências Bibliográficas 54

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XII

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 2.1- Conjunto de sistemas de informação nos hospitais

Figura 2.2- Acesso ao S-CLINIC

10

13

Figura 2.3- Início da aplicação informática 13

Figura 2.4- Doentes internados

Figura 2.5- Auditoria Interna

Figura 2.6- Auditoria Externa

14

15

16

Figura 2.7- Resumo Mínimo de Dados 24

Figura 2.8- Avaliação diagnóstica obrigatória no resumo mínimo de dados

Figura 3.1- Metodologias da revisão sistemática

Figura 4.1- Seleção de artigos

25

33

38

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XIII

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 5.1- Total de artigos pesquisados

Gráfico 5.2- Artigos na plataforma EBSCO

Gráfico 5.3- Artigos em Português, Inglês e Espanhol

42

43

43

39

49

49

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XIV

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 2.1- Triagem de Manchester 17

Quadro 2.2- Indicadores de qualidade hospitalar 29

Quadro 4.1- Apresentação das expressões / palavras 39

Quadro 5.1- Artigos para análise 44

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XV

LISTA DE ABREVIATURAS

ACSS - Administração Central do Sistema de Saúde

CIE - Conselho Internacional de Enfermeiras

CIPE - Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem

EU - União Europeia

IGIF - Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde

ISO - International Organization for Standardization

JC - Joint Commission

MS - Ministério da Saúde

OPSS - Observatório Português dos Sistemas de Saúde

PNS - Plano Nacional de Saúde

Q-DIO - Quality of Diagnoses Interventions and Outcomes

RIS – Rede de Informação da Saúde

RNCCI - Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados

RNU - Registo Nacional de Utentes

SAM - Sistema de Apoio ao Médico

SAPE - Sistema de Apoio à Prática de Enfermagem

SCD/E - Sistema Informático da Classificação de Doentes em Enfermagem

SI - Sistemas Informáticos

SIE - Sistemas Informáticos Enfermagem

SII - Sistema Integrado de Informação

SIS - Sistemas de Informação em Saúde

SIIS - Sistemas de Informação Integrados em Saúde

SINUS - Sistema de Informação para as Unidades de Saúde

SNS - Serviço Nacional de Saúde

SONHO - Sistema Integrado de Informação Hospitalar

SPMS - Serviços Partilhados do Ministério da Saúde

TIC - Tecnologias da Informação e da Comunicação

ULSBA- Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo

UP - Úlcera de Pressão

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1

Capitulo 1. ENQUADRAMENTO, PROBLEMÁTICA E OBJETIVOS DO ESTUDO

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2

Capitulo 1. ENQUADRAMENTO, PROBLEMÁTICA E OBJETIVOS DO ESTUDO

1.1 Introdução

Apesar de nos encontrarmos numa época de grandes progressos e alta tecnologia, ainda

temos um longo caminho a percorrer. Muitos profissionais ficam ainda ansiosos frente à

tecnologia, seja por desconhecimento do uso dos computadores ou pelo

desconhecimento de seus benefícios (Rodriguez, Guanilo, Fernandes e Candundo,

2008).

Todos temos consciência que vivemos uma nova era, a era das tecnologias de

informação (TI) que ocupam um lugar de destaque nas organizações. Os sistemas de

informação (SI) são um dos principais recursos computacionais capazes de propagar a

informação de forma rápida, fácil e segura, de modo a auxiliar os profissionais no

processo de trabalho (Benito e Licheski, 2009). Logo segundo os mesmos autores é

fundamental que as entidades sejam elas públicas ou privadas, se adaptem às novas

tecnologias do mercado de trabalho.

Por conseguinte não é de estranhar uma crescente preocupação com o desenvolvimento

de Sistemas de Informação em Saúde (SIS) eficientes que permitam maximizar a gestão

dos serviços e promovam a melhoria da qualidade dos cuidados de saúde (Teixeira,

Soares, Ferreira e Pinto, 2012). Tornou-se fundamental criar SI de modo a gerir a

informação que se produz, com o objetivo de alcançar uma boa prática clínica.

Usar a tecnologia, é estar sempre um passo à frente, pois ter o processo eletrónico do

doente sempre disponível promove a continuidade e individualização dos cuidados e por

sua vez a qualidade dos mesmos. A utilização de recursos informáticos no dia-a-dia do

enfermeiro representa tempo disponível para o cuidado e um maior controlo do

processo do doente.

A importância dos registos em saúde tem sido objeto de contínuo debate, desde o início

das profissões de ajuda, sendo que a profissão de enfermagem também está incluída.

Martins et al (2008) referem que estes devem ocupar um lugar de destaque, sendo

insubstituíveis no dia-a-dia do enfermeiro, independentemente do local onde exerce a

sua profissão.

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

3

Desde Florence Nightingale1 até à atualidade que os registos têm vindo a assumir um

papel preponderante na profissão de enfermagem, pois permite a continuidade do

cuidar.

Martins et al (2008) referem que para Nightingale os registos apresentavam grande

relevância, razão pela qual tecia críticas à falta de informação relativamente aos

cuidados prestados aos pacientes. Nightingale avaliava os cuidados prestados, registava

todas as suas observações e utilizava essas informações para prestar cuidados de

enfermagem individualizados.

Os profissionais de saúde, as instituições e a sociedade, como um todo, devem

reconhecer a importância do uso do computador na área da saúde, assim como, os seus

potenciais benefícios, considerando que este favorece o acesso à informação, facilita a

comunicação e pode melhorar a qualidade do cuidado em saúde (Rodriguez et al, 2008).

A necessidade de acesso à informação é cada vez maior por parte de todos os

envolvidos no processo de cuidar. Os profissionais exigem que a informação clínica

esteja presente no momento e no local onde é necessária (Sousa, 2012).

A importância dos registos resultantes do exercício profissional dos enfermeiros tem,

nas últimas décadas, representado um enorme desafio para a criação dos SIE (Sousa,

2012). Os registos tornaram-se sinónimo dos próprios cuidados, pelo que um registo

não efetuado significa uma intervenção não realizada. A ausência ou insuficiência de

registos de enfermagem é indicador de cuidados de menor qualidade e da

impossibilidade de avaliar os benefícios da profissão de enfermagem (Martins et al,

2008).

A Organização Mundial de Saúde2 (O.M.S.) refere que cuidar não dispensa a escrita, o

que significa que os registos de enfermagem fazem parte da atividade diária do

enfermeiro (Martins et al, 2008).

Temos assistido em Portugal a um aumento da sensibilização e consciencialização da

necessidade de encontrar soluções de SIE que promovam a comunicação, privilegiem a

monitorização da qualidade dos cuidados e ajudem na implementação de programas de

gestão (Mota, 2010).

1 Florence Nightingale (Florença, em 1820 — Londres, 13 de agosto de 1910) foi uma enfermeira que ficou famosa

por ser pioneira no tratamento a feridos de guerra, durante a Guerra da Crimeia. Era conhecida como "A dama da

lâmpada", pelo fato de servir-se deste instrumento para auxiliar na iluminação ao auxiliar os feridos durante a noite

(Wikipedia 2014).

2 Organização Mundial de Saúde é uma agencia especializada das Nações Unidas, destinada a questões de saúde.

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

4

Azevedo e Sousa (2012) referem que hoje é consensual que a prestação de cuidados

seguros, fidedignos e confiáveis só é possível a partir do suporte de um modelo de

informação que permita aos profissionais o acesso, de forma controlada, a informação

de saúde relevante de qualquer utente, independentemente do local e origem da

prestação (Portugal. ACSS - Administração Central do Sistema de Saúde3, 2009).

1.2 Identificação da questão e objetivos

A saúde sempre foi um dos setores que mais utilizou tecnologias, sejam elas as

tecnologias que ajudam no estabelecimento do diagnóstico ou as tecnologias de

informação e comunicação. Na atualidade, a incorporação das TI, nas organizações de

saúde é uma prática frequente.

A introdução da informática no campo da saúde proporcionou e continua a proporcionar

muitos progressos tecnológicos, porém, é importante ressaltar que estes não substituem

o cuidado humano (Rodriguez et al, 2008).

Com as mudanças efetuadas nos sistemas de saúde e com a crescente importância da

informação ao nível da gestão, economia e política tem-se assistido a um aumento do

desenvolvimento de SI, em resposta às necessidades experimentadas.

Neste sentido, há uma maior necessidade de integrar os sistemas das diversas áreas de

modo a agilizar todo o processo assistencial aos clientes4. Assim, uma das finalidades

dos SI é a partilha de dados, nomeadamente entre diferentes grupos profissionais, de

forma a otimizar a continuidade dos cuidados, garantindo-se assim a qualidade dos

mesmos (Ordem dos Enfermeiros, 2007). A implementação e a utilização das TI

facilitam o utente e os profissionais de saúde. Da parte dos utentes a utilização de SI

permitem que estes sejam atendidos de forma mais rápida e eficaz. A introdução de TI

permite a apresentação em tempo útil de informações, que ajudam as administrações

hospitalares e centros de saúde a atingir uma maior eficácia, com melhores resultados e

custos menores. Relativamente aos profissionais de saúde, as TIC surgem como

ferramentas da prática diária pois permitem uma melhor integração da informação nos 3 Tem como funções a administração dos recursos humanos, financeiros, instalações e equipamentos, sistemas e

tecnologias da informação do SNS.

4 Utilizaremos o termo cliente como forma de referir a pessoa que é alvo dos cuidados de enfermagem. Cliente é

aquele que troca algo com outro, e não necessariamente aquele que paga, segundo a ordem dos enfermeiros,

www.ordemenfermeiros.pt

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

5

registos do cliente. São óbvias as vantagens que as TIC apresentam no dia-a-dia do

profissional de saúde, mas também arrastam consigo o problema da segurança. É

necessário garantir que todos os dados clínicos não sejam conhecidos por terceiros não

autorizados. Apenas as pessoas autorizadas tem acesso a esses dados e exclusivamente

na medida do necessário para executar a sua função.

Portugal encontra-se entre os países da União Europeia (EU) com maior utilização de

sistemas de registos eletrónicos, nomeadamente no suporte ao processo de conceção e

registo dos cuidados de enfermagem, que utilizam linguagem classificada CIPE®

(classificação internacional para a prática de enfermagem), Azevedo e Sousa (2012) e

Portugal. ACSS (2009).

A CIPE®, criada pelo Conselho Internacional de Enfermeiros (ICN), é um sistema de

linguagem unificado da enfermagem sendo um dos seus objetivos homogeneizar

vocabulários com terminologias capazes de descrever a prática da enfermagem,

conferindo-lhe mais visibilidade nos sistemas de informação em saúde possibilitando a

comparação de dados, incentivando à pesquisa e podendo projetar tendências das

necessidades dos pacientes (Cubas, Silva e Rosso, 2010).

Os benefícios da linguagem CIPE®, têm obrigado as organizações de saúde a

processos de mudança, contudo estes processos podem ser dificultados por uma atitude

de resistência por parte dos utilizadores (Cunha, Ferreira e Rodrigues, 2010).

Sabemos que mudar comportamentos não é fácil, requer que as pessoas deixem de lado

aquilo que conhecem para vivenciar novos caminhos. Esta transformação significa

mudar atitudes, relações de trabalho, hábitos e comportamentos das pessoas envolvidas.

Assim, para que qualquer mudança ocorra é fundamental que as administrações

valorizem a participação das pessoas no processo de mudança. Apesar de todas estas

dificuldades sabemos que os SIE contribuíram para a tomada de decisão acerca do

cuidado de enfermagem individualizado.

De acordo com este fato parece-nos pertinente realizar uma revisão da literatura de

estudos que versam esta temática, tendo por base a seguinte questão de investigação:

“Quais as vantagens e desvantagens dos sistemas informáticos em saúde na qualidade

dos cuidados de enfermagem?”

Os objetivos desta pesquisa são: identificar as vantagens e desvantagens dos SIE na

qualidade dos cuidados de enfermagem e avaliar se os SIE contribuem como indicador

de qualidade dos cuidados.

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

6

1.3 Organização da dissertação

Este trabalho de investigação divide-se em seis capítulos: No capítulo 1 é definido o

problema de investigação e os objetivos do trabalho, relativamente ao capítulo 2

fizemos uma revisão da literatura, onde é abordada a importância do SIS e as vantagens

e desvantagens dos SIE e como estes promovem a qualidade e continuidade dos

cuidados de enfermagem. No capítulo 3 delineamos a metodologia adotada, falamos

sobre o tipo de estudo e sobre os passos para a execução de uma revisão sistemática

segundo Cochrane.

No capítulo 4 é definida a questão, são mencionados os descritores, os critérios de

inclusão e critérios de exclusão, as estratégias da busca eletrónica e o modo de seleção

dos artigos. No capítulo 5 fizemos uma apresentação, análise e discussão dos dados. Por

fim o capítulo 6 é constituído pela conclusão e por uma reflexão final. Referimos se os

objetivos propostos foram alcançados, são abordadas as limitações do estudo.

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7

Capitulo 2. REVISÃO DA LITERATURA

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8

Capitulo 2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Sistemas de Informação em Saúde

O desenvolvimento científico, tecnológico, social e económico verificado nas últimas

décadas permitiu resolver muitos dos problemas de saúde do passado. Contribuiu para o

aumento da esperança de vida, para o envelhecimento progressivo da população e para a

maior incidência e prevalência de doenças crónicas, originando novos desafios aos

sistemas de saúde (Sousa, 2009). O serviço nacional de saúde tem sido alvo de diversas

reformas e reestruturações, no que diz respeito aos SI estes entraram nos hospitais

portugueses em 1994 para modificar o modo de financiamento das organizações de

saúde, mediante a sua produtividade contudo, ao fim de algum tempo estes sistemas

revelaram-se desajustados e com muitas fragilidades, uma vez que a dificuldade de

implementar uma política de organização associado ao fraco desenvolvimento da

telemedicina e ainda à dificuldade do cidadão ao acesso no portal da saúde, foram os

principais obstáculos a uma implementação efetiva dos SI na saúde (Espanha e Fonseca,

2010).

Nos últimos anos, a área da saúde tem sido uma área de destaque nas estratégias de

desenvolvimento de soluções de mercado dos diversos fabricantes de soluções de TI

(Portugal. ACSS, 2009). A entrada do setor privado na área da saúde trouxe dinamismo,

contudo é no setor público que as TIC têm tido o seu desenvolvimento. A realidade das

instituições de saúde não é uniforme no que diz respeito ao desenvolvimento e

utilização de novas tecnologias. Apesar do SIS ser composto por um conjunto de

sistemas informáticos disponibilizados pela ACSS, coexiste a nível local um conjunto

complementar de sistemas, adquiridos e desenvolvidos pelas próprias instituições

(Portugal. ACSS, 2009).

Em Portugal, o Observatório Português dos Sistemas de Saúde5 (OPSS, 2010) aponta a

integração dos cuidados de saúde, como um dos desafios mais decisivos para garantir a

própria sustentabilidade do sistema de saúde e os SI como ferramentas centrais para o

desenvolvimento de mecanismos de integração de cuidados, através da produção,

modelação e garantia da coerência dos dados (Guedes, 2011).

5 OPSS a sua missão de analisar, de forma independente e objetiva, a evolução do sistema de saúde português e os

fatores que a determinam, http://www.observaport.org/RP2014.

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

9

A informação tornou-se um dos motores da atividade humana fazendo parte do

quotidiano dos cidadãos e das organizações. Independentemente do tamanho, natureza

ou atividade de uma organização, esta precisa de informação para poder executar,

prosseguir a sua missão e cumprir os objetivos a que se propõe (Fonseca, 2013).

Segundo o mesmo autor, as organizações usam as TIC como forma de garantir a função

dos SI, enquanto infraestrutura de suporte ao fluxo de informação.

Podemos definir informação como uma recolha de dados que, quando apresentada de

determinada forma e em determinado momento, melhora o conhecimento do indivíduo

que a recebe, de modo a que este possa executar, prosseguir a sua missão e cumprir os

objetivos a que se propõe.

Trata-se de um conceito por vezes entendido de forma ambígua pelos profissionais de

saúde, é um conceito complexo e multidimensional, que necessita de ser refinado. É

essencial para a prestação de cuidados (a informação disponível influencia as ações de

enfermagem) e é dependente do contexto em que estes ocorrem, o que influencia o

conteúdo e interpretação, que é de caráter individual (Azevedo e Sousa, 2012).

No setor da saúde, a informação é um recurso estratégico. Para uma unidade de saúde a

gestão da informação é uma atividade crítica do seu desempenho, Lapão citado por

Fonseca (2013).

Segundo Pinto (2009:12)

“No âmbito da gestão em saúde, a informação assume igual valor. A

emergência dos SI na saúde prende-se muito com fato de ocorrerem

alterações nos processos de financiamento dos hospitais, no comportamento

dos utentes, na falta de profissionais para a prestação de cuidados, na atitude

de médicos e enfermeiros e na atitude dos hospitais para com os utentes. A

indústria da saúde terá que se converter numa indústria dinâmica, incluindo

disciplinas da gestão, tais como, marketing, gestão de serviços/produtos,

contabilidade de custos, gestão de materiais e fundamentalmente uma

arquitetura de SI.”

Logo, não devemos estranhar a crescente preocupação com o desenvolvimento de SI

eficientes que permitam a maximização da gestão dos serviços e promovam a melhoria

da qualidade dos cuidados de saúde. Sendo assim, podemos referir que a finalidade da

informática em saúde será fornecer suporte no atendimento, com o objetivo de obter um

alto nível de saúde para o indivíduo e para a comunidade (Pinto, 2009). No setor da

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

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saúde, as organizações necessitam de SI que assegurem a informação em tempo útil e

necessária aos diversos profissionais de saúde (Sousa, 2005).

Os SIS são considerados ferramentas de trabalho. As organizações de saúde dependem

de informação de alta qualidade para prestar serviços aos seus clientes. Um SI em saúde

será um mecanismo que recolhe, processa, analisa e transmite toda a informação

necessária à organização e funcionamento dos serviços de saúde. O Ministério da Saúde

(MS), refere a importância de criar mecanismos que permitam proporcionar um nível

adequado de coordenação à informação de saúde, pois só assim é que se pode garantir

transparência nos processos (Pinto, 2009). Os SIS devem assegurar em tempo útil toda a

informação aos diversos grupos profissionais e aos diversos níveis de decisão numa

instituição. Numa instituição de saúde como um hospital existem muitos sistemas

informáticos que permitem o funcionamento da mesma (Figura 2.1). Estes devem ser

estruturas sólidas, capazes de garantir processos eficientes de recolha, processamento,

organização e gestão dos dados que resultam de processos assistenciais (Mota, 2010).

Figura 2.1 -Conjunto de SI nos hospitais

(Pereira, S.N. 2009)

Os hospitais são instituições divididas por departamentos, com sistemas informáticos

individuais. É o caso do sistema informático do laboratório que permite guardar os

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resultados laboratoriais, como análises sanguíneas, análises urinárias, análises de

expetoração. O serviço de radiologia tem um sistema informático que permite visualizar

exames, efetuar relatórios e guardar os mesmos.

Barra e Sasso (2011) referem que a informação é um elemento central para o processo

de decisão e um requisito essencial para a gestão, pois permite o planeamento, o

funcionamento, a supervisão e o controle dos programas de saúde. Conclui-se que os

profissionais de saúde são aqueles que mais necessitam e utilizam a informação na sua

atividade profissional.

A crescente preocupação com a qualidade dos cuidados prestados, reflete-se nas

organizações de saúde que apostam em SI que permitam melhorar a prática clinica,

adequar os cuidados de saúde e aumentar a eficiência e efetividade das instituições.

Com a constatação dos benefícios dos SI, os governos de diversos países, incluindo

Portugal, viram-se obrigados a fazer um esforço de melhoria dos cuidados de saúde, dai

surgiu o Cartão de utente do SNS, o reforço dos serviços eletrónicos disponíveis (como

é o caso do RNU – registo nacional de utentes e o e-Agenda – marcação de consultas

online), bem como a criação pela ACSS (antigo IGIF - Instituto de Gestão Informática e

Financeira da Saúde) de um Sistema Integrado de Informação (SII) para os cuidados de

saúde primários denominado SINUS (Sistema de informação para unidades de saúde), e

o SONHO (Sistema integrado de informação hospitalar), para os hospitais.

O Sinus é um sistema integrador de informação, que permite a interligação com outras

aplicações, nomeadamente o SAM (Sistema de apoio medico) e o SAPE (Sistema de

apoio à prática de enfermagem), identifica os utentes por um número que está associado

a um processo de família, permite a partilha de informação com outras instituições de

saúde através da rede de informação de saúde e regista as atividades diárias dos centros

de saúde, tais como: marcação de consultas, vacinação, registo de utentes, cartão de

utente, vertente administrativa.

Por sua vez, o Sonho abrange toda a atividade hospitalar, tais como, consultas

ambulatoriais, internamentos, arquivos clínicos, blocos operatórios e hospital-dia.

Auxilia na gestão de toda a informação clínica e administrativa e também na melhoria

da prestação de cuidados, cujo objetivo principal é o controlo do fluxo dos pacientes nos

hospitais do SNS. É uma aplicação modular e que possui flexibilidade, podendo

englobar novos módulos e interagir com outras aplicações de acordo com as

necessidades dos hospitais.

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

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O SAM e o SAPE fazem parte da base de dados única do Sonho. As principais

funcionalidades do SAM nos hospitais permitem ao médico fazer o diário clinico da

consulta, internamento ou urgência, prescrever exames de diagnóstico e terapêutica,

marcar consultas, prescrever medicação, aceder e fazer relatórios, fazer registos no

processo clínico e eletrónico do utente. O desenvolvimento do processo eletrónico deu

origem a aplicações como a prescrição eletrónica, este sistema permite aos médicos não

só introduzir, modificar, rever e consultar prescrições medicamentosas como também

prescrever todo o tipo de exames médicos.

Em Portugal a entrada dos SI nos hospitais deu-se por via da contabilização da

produtividade (na gestão das altas e doentes). Outra via para a implementação das TIC,

foi a aposta pontual na articulação e continuidade da prestação de cuidados aos clientes,

materializada no projecto das Unidades de Saúde Familiar e na criação da Unidade

Local de Saúde de Matosinhos.

No ano de 1998 o IGIF desenvolveu o Sistema Informático da Classificação de Doentes

em Enfermagem (SICD/E), (Portugal. ACSS, 2014). Em 2000, o mesmo organismo

desenvolveu o SAPE, cujo objetivo principal reside no registo da atividade de

enfermagem, baseado na Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem –

CIPE®. As principais funcionalidades do SAPE nos hospitais são: registo de

intervenções interdependentes, registo do resumo mínimo de dados, registo de

fenómenos/intervenções de enfermagem e criação de planos de trabalho.

Estas duas aplicações em enfermagem contribuíram para o desenvolvimento de um

único sistema informático de enfermagem. O S-Clínico (versão hospitalar) é um

software evolutivo, desenvolvido pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde

(SPMS), que uniu o SAM o SAPE e o SICD/E, de forma a existir uma aplicação única

comum a todos os prestadores de cuidados de saúde (Portugal. ACSS, 2014). O S-

Clínico dispõe de uma entrada única para todos os profissionais (Fig.2.2). Além dos

médicos e enfermeiros, também nutricionistas, psicólogos, técnicos e assistentes sociais

podem utilizar este software como ferramenta de trabalho, sendo possível a partilha de

informação entre todos os intervenientes, segundo o mesmo autor.

O acesso à aplicação pode efetuar-se em qualquer ponto do hospital onde está instalada

permitindo a consulta e o registo de dados. Também o SPMS pode aceder através da

rede de informação em saúde (RIS), para consulta e registo de dados e carregamento da

base de dados nacional.

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Figura 2.2- Acesso ao S-CLINICO

Fonte: SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, EPE

Para aceder à aplicação informática inscrever o “utilizador” e “palavra passe” e premir o

botão .

Após proceder à introdução dos dados de utilizador do SICD/E, acede à figura 2.3

Figura 2.3- Início da aplicação informática

Fonte: SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, EPE

Neste ecrã seleciona a opção “enfermagem” e depois a opção ”internamento”, e surge

um ecrã com o nome de todos os doentes internados naquele serviço, (Fig.2.4).

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Figura 2.4- Doentes internados

Fonte: SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, EPE

Como se pode verificar esta aplicação informática integra, entre outras, o antigo SAPE e

o SICD/E. Assim, no ecrã do internamento encontram-se todos os acessos.

O S-Clinico permite efetuar auditorias internas aos processos clínicos, a análise do

plano e a realização de notas de enfermagem como forma de garantir a fiabilidade da

aplicação do SCD/E, medindo a qualidade dos resultados obtidos nas classificações

de doentes realizadas e avaliando a produção de informação relacionada com a gestão

do serviço bem como a realização de notas de não conformidade e sugestões de

melhoria (Portugal. ACSS, 2014) (figura 2.5).

No ecrã do internamento selecionar a opção “Plano de Auditoria” no menu “Auditorias

Internas” e premir duas vezes o botão esquerdo do rato.

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Figura 2.5- Auditoria Interna

Fonte: SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, EPE

Por sua vez, permite também efetuar auditorias externas através da visualização dos

pontos da auditoria interna, do número de desvios e da diferença em pontos entre

uma auditoria e outra, bem como a realização de notas de não conformidade e

sugestões de melhoria. Através destas auditorias o Enfermeiro Diretor, pode registar as

estratégias de melhoria planeadas para a organização, decorrentes das não

conformidades encontradas e das sugestões de melhoria da equipa de auditoria externa,

(figura 2.6).

No ecrã do internamento, selecionar a opção “Auditorias” no menu “Auditorias

Externas” e premir duas vezes o botão esquerdo do rato.

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Figura 2.6 Auditoria Externa

Fonte: SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, EPE

De referir que já existe uma versão no S-Clinico para a urgência com triagem de

Manchester e que está a ser implementado a nível nacional atualmente. O S-Clinico

também pode ser aplicado nas consultas externas e no hospital de dia.

Atualmente a nível nacional existe um sistema de informação próprio para os serviços

de Urgência, Sistema Alert, que tem como finalidade assegurar os registos de todos os

episódios de urgência relacionado com um determinado utente. Este sistema aumenta o

grau de satisfação dos clientes, promove o atendimento rápido é de fácil acesso aos

profissionais que acedem à informação com rapidez e possibilita a eliminação dos

registos em suporte de papel. A triagem de Manchester implementado em vários

serviços de urgência de muitos hospitais veio facilitar a gestão clínica de doentes e ao

mesmo tempo, facilitar a gestão do serviço através da atribuição exata de uma

prioridade clínica. Se a situação for emergente (vermelho) entrará de imediato no balcão

a que se destina. Se for considerado muito urgente (laranja) ou urgente (amarelo)

entrará para uma sala de espera interna onde o Médico o chamará para ser observado e

tratado. Se for considerado pouco urgente (verde) ou não urgente (azul) aguardará na

sala de espera a sua vez, que será quando não houver doentes mais graves para serem

tratados (Quadro 2.1).

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Quadro 2.1- Triagem de Manchester

COR SITUAÇÃO

Vermelho EMERGENTE

Laranja MUITO URGENTE

Amarelo URGENTE

Verde POUCO URGENTE

Azul NÃO URGENTE

Ao longo destes anos vários foram os projetos desenvolvidos na área da saúde, a

constituição do processo clínico eletrónico, foi um passo importante na evolução do

SNS. Este projeto permitiu eliminar os registos em formato de papel, disponibilizar a

informação em tempo útil e de forma segura, por parte de todos os profissionais de

saúde, permitindo a continuidade dos cuidados e a qualidade destes (Portugal. ACSS,

2009). O processo clínico eletrónico tem como principal funcionalidade ser o

arquivador do histórico clínico dos utentes através da sua capacidade de integração de

toda a informação gerada pelos sistemas departamentais. Neste sistema é agregada toda

a informação relativa a exames físicos, evolução no internamento, diagnósticos,

intervenções cirúrgicas, administrações medicamentosas, resultados laboratoriais ou

ainda exames complementares de diagnóstico como uma ecografia. Este tipo de sistema

permite ainda uma partilha de informação entre os vários utilizadores (médicos,

enfermeiros, técnicos laboratoriais entre outros) facilitando a comunicação entre os

mesmos.

Tendo como objetivo as orientações da Comunidade Europeia, Portugal está a fazer

esforços no sentido de acompanhar o desenvolvimento tecnológico dos seus congéneres.

Contudo a falta de infraestruturas adequadas às necessidades de saúde, tem sido um

motivo de atraso (Portugal. ACSS, 2009), a situação financeira que nos últimos anos

temos vivido também tem contribuído para este fato.

A informática é considerada um recurso tecnológico em constante expansão,

apresentando-se como uma área inovadora que facilita o acesso às informações

(Oliveira referido por Lima, Braga, Fernandes e Brandão, 2011). Tal recurso associado

à saúde tem-se mostrado bastante eficaz, contribuindo para otimizar o tempo e facilitar

tarefas, principalmente no que diz respeito ao sistema de informação nesta área (Lima et

al, 2011).

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Segundo Pinto (2010) a informação em saúde pode reforçar os direitos humanos,

contribuir para diminuir as desigualdades sociais e ao mesmo tempo contribuir para o

avanço na busca pela melhoria das condições/práticas de saúde.

Os SIS devem fazer uma abordagem centrada no utente, isto é, na melhoria de acesso

aos cuidados de saúde primários, hospitalares e continuados.

A ACSS (2007:10) referiu

“os sistemas de informação integrados em saúde (SIIS) devem estar focados

na disponibilização de informação de qualidade, em tempo útil e no local

necessário, para suporte da decisão clínica do utente e do profissional,

contribuindo para assegurar que essa decisão conduza a efetivos ganhos em

saúde(…)devem contribuir para uma maior eficiência do sistema de saúde e

uma maior transparência da sua gestão.”

Em suma, SI constituem, nos nossos dias, uma indispensável fonte de conhecimento e

de suporte à decisão, contribuindo para aumentar a segurança e a eficiência dos

processos em saúde (Pinto, 2009).

2.2 Sistemas de informação em Enfermagem

Os sistemas de cuidados de saúde estão em permanente evolução e são influenciados

constantemente pelas mudanças do país, o que torna inevitável a necessidade da

disponibilização de SI capazes de se configurarem como instrumentos promotores de

uma utilização da informação para a qualidade (Pinto, 2009). Um SIE é definido para

apoiar e documentar os cuidados de enfermagem prestados ao utente/família, comunicar

com outros departamentos hospitalares, recuperar dados dos doentes e impedir o uso

indevido da informação (Pinto, 2009).

Para Sousa (2005) os SIE servem de suporte legal dos cuidados de enfermagem

prestados, dão visibilidade aos contributos dos cuidados de enfermagem nomeadamente

para os ganhos em saúde, facilitam a gestão e formação, promovem a investigação e a

continuidade dos cuidados. O SIE tem como objectivo facilitar a documentação,

diminuindo o tempo gasto em questões burocráticas, conferindo maior e legibilidade na

informação e padronização dos registos.

Os SIE, devem dar resposta às necessidades sentidas pelos enfermeiros, devem incluir a

classificação de enfermagem, reduzir a duplicidade de dados e aumentar a

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

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acessibilidade à informação. A OE (2002) refere que os registos de enfermagem devem

incorporar as necessidades de cuidados de enfermagem do cliente, as intervenções de

enfermagem e os resultados destas intervenções.

Temos assistido a uma evolução dos SIE, antes eram em papel e agora são

informatizadas, passando a ter uma linguagem classificada, atividades diagnósticas,

intervenções e resultados de enfermagem (Sousa, 2012).

A importância dos registos em enfermagem é reconhecida para assegurar a continuidade

dos cuidados, permite aceder a todas as informações pertinentes de um paciente de

forma mais segura e confidencialidade (Lima et al 2011).

O SIE é facilitador do pensamento, permite elaborar diagnósticos e intervenções

personalizados, documentar todos os procedimentos e melhorar a qualidade da

assistência (Lima e Melo, 2011).

Um aspeto importante a não esquecer é a qualidade informativa dos registos de

enfermagem, uma vez que registos são indicadores de qualidade de cuidados, por vezes

estes são frágeis, insuficientes ou inexistentes. O desafio mantem-se no reconhecimento

da importância dos registos pois estes espelham o que realmente foi executado, pelo que

facilmente pode incorrer na questão, “se não está registado então não foi executado”.

Através de uma auditoria aos registos eletrónicos de enfermagem é possível analisar os

cuidados prestados e os custos envolvidos.

Fazer os registos reflete as ações dos enfermeiros, se não se efetuarem, nada comprova

que o cuidado foi prestado. Auditoria de enfermagem é um instrumento de controlo da

qualidade do trabalho da equipa de enfermagem, utilizada com o objetivo de avaliar os

registos eletrónicos. É um processo pelo qual as atividades de enfermagem são

avaliadas. Assim podemos avaliar os cuidados de enfermagem pelos registos (Setz e

D´Innocenzo, 2009). Hesbeen (2001) dizia que os registos devem respeitar a natureza

dos cuidados sob a pena de uniformizarem as situações que pretendem descrever

(Martins et al, 2008).

2.2.1 Sistemas de informação em enfermagem para a qualidade dos cuidados de

enfermagem

A continuidade dos cuidados é um dos aspetos que permite avaliar a qualidade dos

serviços de saúde, o que comprova a importância que esta dimensão da assistência tem

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

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em toda a dinâmica dos cuidados (Mota, Pereira e Sousa, 2014). Os SIE desempenham

um papel primordial na avaliação da qualidade, pois permitem em tempo útil aceder a

todos os registos recolhidos, processados e documentados pelos enfermeiros. Definir

Qualidade não é um processo simples, é aplicada para designar a excelência de um

produto ou serviço, Machado citado em Ascenção (2010). O conceito de qualidade foi

desenvolvido durante a era industrial e foi adaptado à saúde por Avedis Donabedian6,

que na década de 60 desenvolveu trabalhos tentado sistematizar o conceito de

qualidade. Surgiu assim o Modelo Unificado, composto por três dimensões: estrutura,

processo e resultados. À dimensão estrutura correspondem os recursos materiais,

equipamentos e humanos. Ao processo corresponde a relação entre o cliente e o

prestador. Aos resultados corresponde o produto final da assistência prestada.

Donabedian referido por Ascenção (2010) refere que qualidade de cuidados de saúde é

o tipo de cuidados que maximiza o bem-estar do utente, após considerar o equilíbrio

entre os ganhos e as perdas esperadas que acompanham o processo de cuidados.

Qualidade em Saúde pode ser definida como a prestação de cuidados de saúde

acessíveis e equitativos, com um nível profissional ótimo, que tenha em conta os

recursos disponíveis e consiga a adesão e satisfação do cidadão (Saturno et al) citado

em PNS (Plano Nacional de Saúde) 2012-2016. A definição de qualidade de cada

profissional reflete a sua atitude, dependendo esta dos interesses e pontos de vista de

cada um. Definir qualidade em saúde é complexo pois é difícil aceitar que em saúde se

preste um serviço a um cliente (Bastos e Saraiva, 2009). Qualidade na Saúde é uma

exigência de todos os envolvidos nos cuidados de saúde. A qualidade é hoje um

atributo, uma dimensão incontornável na saúde e na prestação dos cuidados e é

detentora de algumas características. A qualidade dos cuidados prestados pode ser

influenciada pela formação profissional, pelo número de profissionais por turno e pelas

estruturas das organizações. Ferreira citado por Ascenção (2010) diz que a melhoria da

qualidade dos cuidados deve fazer parte do dia-a-dia de cada um na realização das suas

tarefas e por isso, a avaliação da qualidade deve englobar todos os elementos da equipa

multidisciplinar. Atualmente o país vive imensas transformações, o custo crescente dos

serviços de saúde, o progresso da ciência, a rapidez da comunicação, os avanços da

6 Avedis Donabedian (1919-2000), médico armênio radicado nos EUA, reconhecido como o precursor do método de

avaliação (hoje, um clássico) de qualidade em saúde. Desenvolveu um quadro conceitual para o entendimento da

avaliação de qualidade em saúde, a partir dos conceitos de estrutura, processo e resultado, classicamente considerados

uma tríade, que corresponde às noções da Teoria Geral de Sistemas: input-process-output (Wikipedia).

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

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informática, tudo isto à disposição da população faz com que a responsabilidade dos

profissionais de Saúde aumente. A qualidade dos cuidados prestados está diretamente

relacionada com a qualidade da informação disponível (Mota, Pereira e Sousa, 2014).

Os cuidados de enfermagem têm como finalidade a continua melhoria da prestação de

cuidados, bem como definir estratégias para alcançar esta melhoria levando em

consideração o custo-benefício. A qualidade deverá ser vista como um processo

contínuo.

Hesbeen (2001) refere a importância de utilizar instrumentos de medida da qualidade

em saúde, mas é essencial não esquecer a vertente holística do cuidar.

Os clientes exigem cuidados de qualidade o que exige das organizações de saúde uma

constante atualização e adequação a essas exigências. Além disso as instituições de

saúde devem ser produtivas e efetivas, isto conduz a uma reestruturação na medida que

passa por reduzir custos, modificar as atitudes e comportamentos e repartir as

competências pelos diversos profissionais. Para tentar fazer face a todas estas

necessidades, existem várias ferramentas que permitem contribuir para a melhoria

contínua da qualidade, exigida aos hospitais (Bastos e Saraiva, 2009).

A ISO (International Organization for Standardization) é uma organização não-

governamental que, desde 1947, promove a linguagem tecnológica comum entre

diversos países, cujas padronizações são fruto do consenso entre especialistas de

diversas áreas.

As normas da família ISO 9000 representam um grupo de normas internacionais e

consensualmente aceites sobre as boas práticas na gestão da qualidade. Porém a sua

implementação, como a norma da ISO 90017 nem sempre corre como o desejado. A

nível hospitalar, a certificação poderá ser requerida de forma departamental, isto é, cada

um dos serviços hospitalares (ex.: imunologia, laboratório, pediatria…) pode

desenvolver um sistema individual de gestão da qualidade solicitando em seguida uma

auditoria com vista a obter uma certificação ISO 9001. Este é um processo complexo,

nomeadamente por conflitos a nível das classes profissionais, estes problemas são

muitas vezes burocracias inerentes as instituições de saúde.

7 A norma ISO 9001 é um sistema de gestão da qualidade que pode ser utilizado para aplicação interna nas

organizações ou para certificação das mesmas, http://www.sgs.pt/pt-PT/Health-Safety/Quality-Health-Safety-and-

Environment/Quality/Quality-Management-Systems/ISO

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

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Leitão referido por Bastos e Saraiva (2009) refere que:

“fatores como baixo envolvimento, ausência de recompensa para o bom

desempenho, comunicação ineficaz, ausência de informação, conflitualidade

com as chefias….,aliados a uma cultura burocrática, dominada pela

conformidade e pela hierarquia, parece determinar um afastamento do

caminho da qualidade”.

O fato de uma organização se encontrar em conformidade com a norma ISO 9001

significa que esta possui uma abordagem sistemática para a gestão dos processos para

que os produtos ou serviços fornecidos por essa organização respondam às expectativas

dos clientes.

Segundo a ordem dos enfermeiros a implementação de SI para a área de enfermagem

deve respeitar a Norma ISO 18104. Esta norma tem como objetivo estabelecer uma

terminologia para a área de enfermagem. Facilita os conceitos de diagnóstico e ações de

enfermagem de modo a favorecer a sua manipulação nos SI, permite a construção de

terminologias. A ISO 18104 surge como referencial de representação de Diagnósticos e

Intervenções de Enfermagem, refletindo tentativas de integração de modelos de

informação e terminologias contidas em outros domínios, além da Enfermagem.

A aplicação de questionários sobre a qualidade é outra ferramenta que os hospitais

podem utilizar para avaliar os cuidados de enfermagem através dos registos. No Brasil

existem hospitais a aplicar o Quality of Diagnoses Interventions and Outcomes (Q-

DIO)8.

O tempo dispendido para realizar os registos de enfermagem pode interferir na

qualidade dos mesmos. A qualidade pode ser avaliada através de auditorias aos

processos de enfermagem, a sua função não é somente identificar falhas e problemas,

mas também, apontar sugestões e soluções que promovam a qualidade dos cuidados,

(Setz e D´Innocenzo, 2009).

Existem autores que referem que a qualidade dos registos pode refletir os cuidados

prestados, logo toda a prática deve ser documentada, nomeadamente todos os

procedimentos, ações e avaliação dos mesmos.

8 O Q-DIO é um instrumento que avalia a qualidade de registros de enfermagem com ou sem a utilização da

linguagem padronizada, pode ser aplicado em processos eletrónicos ou não, permite definir metas, avaliar o impacto

da implementação de programas educacionais e pode ser utilizado como sistema de auditoria para a qualidade da

documentação de enfermagem, bvsalud.org/portal/resource/pt/mdl-18850537

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23

O processo eletrónico do doente abrange todos os cuidados prestados e deve

transparecer todas as intervenções executadas ao mesmo. O cuidado de enfermagem é

complexo, abrangente e desafiador, os enfermeiros estão expostos a situações clínicas

difíceis, que requerem controlo e conhecimentos de diversas inovações tecnológicas,

que devem estar inseridas no contexto da prática diária (Sasso et al, 2013).

O processo de enfermagem tem tido como grande aliado as TIC, pois estas permitiram

integra-lo em uma estrutura lógica de dados, informação e conhecimento. As TIC,

promovem a melhoria da qualidade dos cuidados através da redução de tempo de

documentação e registos clínicos, fomenta a discussão dos casos e a busca contínua de

informação e evidências científicas (Sasso et al, 2013).

O processo de enfermagem requer conhecimento teórico, experiência e habilidade

intelectual, uma vez que são um conjunto de ações desenvolvidas, tendo por base a

pessoa e família num contexto de doença. O maior desafio é determinar que informação

o enfermeiro necessita de registar para promover a continuidade e qualidade dos

cuidados, uma vez que o volume de informação dos doentes cresce. Com os SI em

enfermagem podemos organizar e determinar quais os registos essenciais para a

promoção do cuidado. O conjunto mínimo de dados em enfermagem, representa a

primeira tentativa de padronizar os dados essenciais para a prática de enfermagem (Fig.

2.7 e 2.8). Entende-se por resumo mínimo de dados o conjunto mínimos de elementos

de informação, com definições e categorias uniformes específicos da enfermagem, que

satisfaz as necessidades dos utilizadores no sistema da saúde (Barra e Sasso, 2011), que

vai ao encontro das necessidades de informação dos múltiplos utilizadores dos

dados no sistema de saúde (Ordem dos Enfermeiros, 2007 b).

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24

Figura 2.7- Resumo Mínimo de Dados

Fonte: Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA)

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25

Figura 2.8-Avaliação diagnóstica obrigatória no resumo mínimo de dados

Fonte: Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA)

Os SIE são ferramentas que permitem a otimização do fluxo de trabalho e a eficácia e

qualidade dos cuidados prestados através da disponibilização da informação aos

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prestadores de cuidados, educação e aumento do conhecimento dos profissionais, maior

acessibilidade (melhor articulação entre as instituições, diminuição do tempo de espera

do cidadão para receber cuidados), melhor comunicação entre as instituições de saúde

(Azevedo, 2010), ou seja os enfermeiros devem compreender a relevância da

informação. Contudo ainda existem algumas dificuldades na implementação dos SIE,

tais como, a pouca aderência dos enfermeiros, por défices de conhecimento das

tecnologias informáticas, o não envolvimento dos enfermeiros na implementação destes

sistemas e os elevados custos destas tecnologias. Todos estes fatores têm impedido que

em muitas instituições de saúde estes sistemas sejam vistos como uma mais-valia para a

profissão.

A melhoria significativa da comunicação entre os profissionais das diversas instituições

de saúde, bem como a partilha de informação através SIE, é traduzida na qualidade dos

cuidados prestados. A informação gerada pelos enfermeiros deve ser acessível por todos

os profissionais de saúde (médicos, dietistas, fisioterapeutas…) para isso é consensual

que tipo de informação deve ser documentada e qual desta deverá ser partilhada.

Nestes últimos anos tem existido um esforço por parte da enfermagem de construir uma

nomenclatura comum em enfermagem com a finalidade de melhorar a comunicação

entre os enfermeiros e os restantes profissionais de saúde. Atualmente existe a CIPE®,

que pretende uniformizar a linguagem técnica entre todos os profissionais de uma

determinada área de conhecimento, neste caso da Enfermagem (Conselho Internacional

de Enfermeiras |CIE|, 2002).

Segundo a Ordem dos Enfermeiros (2009:7)

“A CIPE® é um instrumento que facilita a comunicação dos enfermeiros com

outros enfermeiros, profissionais de saúde e responsáveis pela decisão

política, acerca da sua prática. A CIPE® facilita aos enfermeiros a

documentação padronizada dos cuidados prestados aos doentes. Os dados e

informação de Enfermagem resultantes podem ser utilizados para o

planeamento e gestão dos cuidados de Enfermagem, previsões financeiras,

análise dos resultados dos doentes e desenvolvimento de políticas.”

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27

2.2.2 Sistemas de Informação em Enfermagem como indicador de qualidade dos

cuidados

Tendo em conta que o maior grupo profissional da área da saúde são os enfermeiros,

estes são, por conseguinte o grupo que mais decisões tomam e atos praticam. Pela

natureza e especificidade das suas funções, os enfermeiros são os que produzem mais

informação clínica, processam, utilizam, e disponibilizam nos SI todos os dados que

recolhem dos pacientes (Pinto, 2009). A sua presença constante junto dos pacientes

originou a necessidade de criar um sistema de informação que suportasse a sua prática.

Desde Florence Nightingale que esta classe de profissionais se preocupa com a

documentação resultante de todo o processo de prestação de cuidados de enfermagem.

É um facto, que os profissionais de enfermagem recolhem dados, estabelecem objetivos,

definem ações e avaliam o impacto dessas intervenções na saúde das populações,

permanentemente. Neste contexto, a prática diária da profissão de enfermagem

encontra-se diretamente relacionada com a aquisição, análise e interpretação de

informação, com a constante necessidade de documentar todos os dados inerentes à

prestação de cuidados (Pinto, 2009).

A necessidade de maior acessibilidade à informação, de modo a promover a

continuidade de cuidados entre os diferentes contextos (hospital e centros de saúde),

esteve na origem da construção de uma plataforma de partilha de informação de

enfermagem, que possibilita o acesso a informação atualizada e que permite a prestação

de cuidados (Sousa citado por Azevedo e Sousa, 2012). A introdução dos SIE

constituíram uma mais-valia na profissão de enfermagem, pois permitiram promover os

cuidados prestados (documentação legal) e deram visibilidade aos contributos dos

cuidados de enfermagem no contexto dos cuidados de saúde, nomeadamente para os

ganhos em saúde das populações, promovem a investigação e a continuidade nos

cuidados.

A ordem dos enfermeiros (2007) procurou estimular os gestores das organizações de

saúde a implementarem SIE, de modo a dar visibilidade ao trabalho de enfermagem. Os

registos são a base de toda a filosofia e metodologia do trabalho em enfermagem,

revestindo-se de grande importância, pelo que devem ser rigorosos, completos e

realizados de forma correta, pois eles são o testemunho escrito da nossa prática.

Reforçam a autonomia e a responsabilidade profissional (Martins et al, 2008).

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28

O sistema de avaliação de desempenho da carreira de enfermagem, mais

especificamente o Decreto – lei nº 437/91 de 8 de Novembro, artigo 19º, nº2 indica que

“existe deficiente desempenho se houver incumprimento do dever de registo

sistematizado dos cuidados de enfermagem prestados. ”

A implementação dos sistemas informatizados em enfermagem veio preencher uma

lacuna existente na profissão.

Segundo Benito e Licheski (2009), os SIE

“disponibilizam as informações de forma organizada e de fácil acessibilidade

tornam-se recursos tecnológicos capazes de potencializar a busca, o acesso e

principalmente a efetividade das ações dos profissionais de saúde, tornando-

se uma ferramenta de apoio às atividades, auxiliando na tomada de decisão de

conhecimento(…)”

Donabedian aplicou da teoria de sistemas a noção de indicadores de estrutura, processo

e resultado ao serviço de saúde.

Podemos afirmar que os resultados poderão ser considerados um indicador de

qualidade. Contudo devemos sempre fazer avaliações da estrutura e processos, pois só

assim poderemos promover cuidados individualizados e a qualidade dos cuidados, mas

também alcançar eficiência das administrações dos serviços de saúde.

Indicador de qualidade é um instrumento que permite verificar se os objetivos propostos

foram ou não alcançados (D`Innocenzo, Adami e Cunha, 2006), permite avaliar a

qualidade dos cuidados e identificar situações de melhoria. Santos e Rennó (2013)

refere que os indicadores são medidas de desempenho, ou seja instrumentos com foco

no resultado esperado e processo essencial para a obtenção de resultados relacionados à

qualidade do serviço. A finalidade dos indicadores será analisar as condições do

processo e do serviço, compará-las com os padrões estabelecidos, contribuindo para a

busca de melhorias. Um indicador não mede a qualidade de um serviço, mas através da

sua análise permite verificar se o objetivo foi atingido e criar estratégias dentro de uma

organização de saúde, com o objetivo de atingir a qualidade. Um indicador é um dado

que gera informações sobre assuntos que merecem atenção e que possibilita a mudança

de comportamentos de modo a atingir os objetivos previamente propostos. As

administrações hospitalares adotam indicadores de qualidade hospitalar (quadro 2.2)

para avaliar a qualidade dos cuidados que são prestados nas suas instituições.

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29

Quadro 2.2- Indicadores de qualidade hospitalar

Rotatividade dos funcionários

Absenteísmo

Taxa de infeção hospitalar

Taxa de ocupação hospitalar

Tempo médio de internamento

Taxa de reinternamentos

Índice de satisfação do cliente

O absenteísmo, a rotatividade de pessoal prejudica a qualidade dos cuidados prestados,

uma vez que os funcionários que permanecem no serviço ficam sobrecarregados,

desmotivados, economicamente é um gasto suplementar para o hospital pois terá que

contratar novos funcionários. O controlo de infeção hospitalar é uma responsabilidade

de todos os profissionais de saúde. Existe a necessidade de consciencializar todos os

profissionais de saúde para uma mudança de comportamentos, envolvendo medidas

preventivas, como a lavagem das mãos antes e depois de qualquer intervenção ao

doente. A literatura evidencia que a maioria dos indicadores utilizados para avaliar os

cuidados de enfermagem, está associada à estrutura e ao processo (Caldana et al, 2013),

isto significa aqueles que se relacionam com os cuidados diretos ao cliente.

Os indicadores relacionados com o processo de enfermagem são por exemplo, as sondas

vesicais com fixação adequada, validação da medicação, acessos periféricos

permeáveis, parâmetros vitais avaliados e registados, alimentação parentérica em bomba

infusora e devidamente identificada, identificação adequada dos soros, avaliação do

risco de queda, avaliação do risco de úlcera de pressão (UP) avaliação e controlo da dor

(Caldana et al, 2013).

As quedas dos pacientes são motivos de preocupação para os profissionais de saúde,

pois estas fazem parte dos eventos adversos mais usuais nos pacientes internados. A

queda tem como consequência, o aumento no tempo de internamento e custo do

tratamento, além de causar ceticismo em relação aos cuidados de enfermagem. O

enfermeiro tem um papel preponderante na avaliação dos fatores que podem contribuir

para a ocorrência de uma queda. Aplicar a escala do risco de queda (Escala de Morse) e

efetuar o registo conciso e fidedigno no processo do doente, permite estabelecer

intervenções que previnam este evento adverso.

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30

Em termos conclusivos um SIE é um sistema desenhado para apoiar e documentar os

cuidados de enfermagem ao utente/família, comunicar com outros departamentos

hospitalares, proteger contra usos não autorizados, possibilitar a recuperação de dados

de um utente, armazenar dados para toda a vida do doente e distinguir entre dados

valiosos a longo prazo e dados que perdem o seu valor depois da alta clínica (Pinto,

2009).

Os SIE são recursos que permitem promover indicadores de prestação de cuidados,

fornecendo em tempo útil toda a informação necessária ao desenvolvimento das ações

de enfermagem (Almeida e Fontes, 2013). Para que estes indicadores possam ser

calculados pressupõe-se que os registos eletrónicos sejam efetuados de forma correta,

atempadamente de modo a que possam ser auditados pela ACSS. Torna-se importante

que todos os enfermeiros, independentemente do local e função que exerçam,

aprofundem os seus conhecimentos sobre os SIE, conheçam os instrumentos de trabalho

que estão ao seu dispor e que rentabilizem os mesmos não descurando da qualidade dos

cuidados prestados (Pinto, 2009).

Neste sentido julgamos ser pertinente estudar esta problemática, uma vez que os SIE

fazem parte do dia-a-dia da enfermagem e muito provavelmente com impato

significativo na minha prestação de cuidados. As diretrizes clínicas baseadas em

revisões sistemáticas são o elo de ligação entre as pesquisas e a prática clínica, sendo

extremamente úteis para os tomadores de decisão na área de saúde, entre os quais se

incluem os enfermeiros.

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Capitulo 3. REFERENCIAL TEÓRICO METODOLÓGICO

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32

Capitulo 3. REFERENCIAL TEÓRICO METODOLÓGICO

Com base nas carateristicas da problemática em estudo a investigação realizada

enquadra-se no domínio da revisão sistemática, sobre as vantagens e desvantagens dos

sistemas informáticos em enfermagem e a qualidade dos cuidados de enfermagem.

Os artigos de revisão são uma fonte de pesquisa que utilizam fontes de informações

bibliográficas ou eletrónicas para obtenção de resultados de pesquisas de outros autores.

Existem duas categorias de revisão: as revisões narrativas e as revisões sistemáticas,

com carateristicas e objetivos diferentes.

As revisões narrativas são apropriadas para descrever a história ou desenvolvimento de

um problema, bem como para discutir o assunto do ponto de vista teórico com o

objetivo de promover um enfoque multidisciplinar. As revisões narrativas não informam

as fontes utilizadas, a metodologia de busca, nem os critérios utilizados para a seleção

dos artigos. As revisões narrativas são constituídas por: introdução, desenvolvimento,

comentários e referências.

A revisão sistemática da literatura é uma atividade fundamental para a prática baseada

na evidência, pois condensa o conhecimento fracionado em um único estudo,

permitindo ao investigador uma cobertura mais ampla do que poderia obter com a

realização de um estudo clínico. A revisão sistemática é um estudo secundário que

facilita a elaboração de diretrizes clínicas, sendo útil para os tomadores de decisão na

área de saúde, entre os quais estão os médicos, enfermeiros e administradores de saúde,

tanto do sector público como do privado (Pocinho, 2008). O método de revisão

sistemática da literatura consiste num movimento que tem base em critérios pré-

determinados e evidências científicas consistentes, tendo como fim colaborar com a

escolha de estudos e/ou ferramentas para o desenvolvimento de artigos com

informações originais (Gomes e Caminha, 2014). É uma metodologia rigorosa proposta

para: identificar os estudos sobre um tema em questão, aplicando métodos explícitos e

sistematizados de busca. Ainda segundo Sampaio e Mancini (2007), uma revisão

sistemática, assim como outros tipos de estudo de revisão, é uma forma de pesquisa que

utiliza como fonte de dados a literatura sobre determinado tema. Na revisão sistemática

da literatura, o investigador utiliza uma metodologia clara e bem definida, planeada para

responder a uma pergunta específica, utilizando métodos para identificar, selecionar,

avaliar criticamente os estudos, pesquisar e analisar os dados. A Revisão Sistemática

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33

pode estar ancorada em pesquisas qualitativas ou quantitativas, em suma, isso

dependerá do objetivo e pergunta de pesquisa. Os resultados podem ser expostos na

forma de conclusão, análise ou síntese (figura 3.1).

Figura 3.1-Metodologias da revisão sistemática

Fonte: Gomes e Caminha (2014)

O estudo que iremos desenvolver será uma revisão sistemática ancorada nos princípios

metodológicos de uma revisão sistemática da literatura com base nas orientações do

Instituto Cochrane9.

O Instituto Cochrane estabelece sete passos para a realização da revisão sistemática, a

saber: (1) Formulação da pergunta, (2) Localização e seleção dos estudos (3) Avaliação

crítica dos estudos (4) Colheita de dados, (5) Análise e apresentação dos dados, (6)

Interpretação dos dados e (7) Atualização da revisão (Pocinho, 2008).

Passo 1- A formulação da pergunta

O primeiro passo a ser dado no início de qualquer estudo é estabelecer o que se deseja

pesquisar. Questões mal formuladas podem conduzir a decisões obscuras sobre o que

incluir na revisão posteriormente.

9 A Colaboração Cochrane é uma organização internacional cujos objetivos são preparar, manter e assegurar o acesso

a revisões sistemáticas sobre efeitos de intervenções na área de saúde (Pocinho, 2008).

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34

Passo 2- Localização e seleção dos estudos em bases de dados

Esta etapa realiza-se em bases de dados eletrónicas, revistas, livros. É necessário

selecionar as bases eletrónicas adequadas à temática da saúde.

Passo 3- Avaliação crítica dos estudos

Durante a seleção dos estudos, a avaliação dos títulos e dos resumos (abstracts)

identificados na busca inicial deve obedecer rigorosamente aos critérios de inclusão e

exclusão definidos no protocolo de pesquisa. Os critérios de inclusão e exclusão são

definidos com base na pergunta que norteia a revisão

Passo 4- Colheita de dados

A recolha de dados é a etapa da revisão sistemática na qual é recolhido um conjunto de

informações sobre cada estudo selecionado. Esta etapa é feita depois da identificação e

da seleção dos estudos. A sistematização é importante para evitar vieses.

A qualidade de uma revisão sistemática depende da validade dos estudos incluídos nela.

Passo 5- Análise e apresentação dos resultados

Com base nas semelhanças entre artigos, os dados serão agrupados para a obtenção das

conclusões finais (ou da metanálise se este for o caso). Cada um destes agrupamentos

deve ser pré-estabelecido, evitando a tendenciosidade.

Os artigos incluídos na revisão sistemática podem ser apresentados num quadro que

destaca suas características principais, como: autores, ano de publicação, desenho

metodológico, variáveis dependentes e principais resultados.

Passo 6- Interpretação dos dados

A interpretação dos resultados deve ser feita levando-se em conta a questão norteadora

estabelecida no primeiro passo supracitado.

Passo 7- Atualização da revisão

Manter a revisão sistemática atualizada de acordo com o aparecimento de novas

pesquisas sobre o tema.

Com base na figura 3.1 supra mencionada iremos desenvolver no capítulo seguinte cada

um dos passos estabelecidos para a realização de uma revisão sistemática segundo as

orientações do instituto Cochrane e que conduziram este trabalho de investigação.

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35

Capitulo 4. ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO

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36

Capitulo 4. ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO

Grilo (2008), define metodologia como um conjunto de métodos, procedimentos e

técnicas, usado para recolher dados e analisar informação de forma apropriada para um

programa ou projeto específico. A metodologia está associada à definição que o

investigador faz relativamente à abordagem a seguir, os métodos a aplicar, os

instrumentos a utilizar, ou seja quando desenha o caminho a percorrer para atingir o fim

a que se propõe com o seu projeto (Grilo, 2008).

Neto (2003) refere que metodologia consiste no caminho para atingir um objetivo e

compreende um conjunto de atividades sistemáticas e racionais, que permitem

economizar recursos humanos e materiais, dando ao mesmo tempo a orientação

necessária para percorrer esse caminho e alcançar o objetivo pretendido.

4.1- Questão

Como qualquer investigação, a primeira e mais importante decisão ao preparar uma

revisão sistemática é determinar o seu enfoque. Muitas vezes os enfermeiros deparam-

se com situações para as quais não possuem conhecimentos suficientes para a prestação

de cuidados. Assim, a formulação de questões bem estruturadas permite encontrar

evidencias e diminuir as incertezas relacionadas com a prática. Esta é a etapa mais

importante de uma revisão sistemática, visto que guia todo o processo metodológico.

Para este estudo temos a seguinte questão: Quais as vantagens e desvantagens dos

sistemas informáticos em saúde na qualidade dos cuidados de enfermagem?

4.2- Descritores

A pesquisa das publicações nas bases de dados foi realizada de acordo com os

seguintes descritores: sistemas informáticos em saúde and sistemas informáticos em

enfermagem and qualidade dos cuidados de enfermagem and indicadores de qualidade

dos cuidados e sinónimos em inglês e espanhol. Utilizou-se o operador “And” para

conjugar os diferentes descritores em igual forma nas diferentes bases de dados. O

operador booleano “AND” permite encontrar artigos que reúnam duas ou mais ideias.

Isto significa que ambos os termos deverão surgir algures no registo. O AND é utilizado

para limitar a pesquisa.

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37

4.3- Critérios de inclusão

O que distingue uma revisão sistemática de uma narrativa é a especificação de critérios,

sendo importante a delimitação dos mesmos logo no início da revisão.

Foram considerados os seguintes critérios de inclusão:

Artigos publicados em português, espanhol e inglês, no período de 2009 a

Dezembro de 2013;

Todas as categorias de artigo;

Artigos com resumo e texto completos;

Artigos que continham em seus títulos e ou resumos os descritores supra

mencionados;

Artigos dirigidos a profissionais de saúde;

4.4- Critérios de exclusão

Foram excluídos do estudo os artigos que eram dirigidos a outros profissionais como

educadores de infância. Artigos que apenas faziam breve descrição dos SI (definição de

SI, sua funcionalidade) e artigos que após leitura integral do texto não referiam as

vantagens e desvantagens dos SI, não mencionavam a importância dos indicadores de

qualidade em Saúde. Artigos publicados em outras línguas que não português, espanhol

e inglês.

4.5- Pesquisa electrónica

As revisões sistemáticas requerem uma pesquisa ampla e objetiva de forma a identificar

o maior número de estudos.

A identificação e seleção dos estudos respeitaram as recomendações estabelecidas pela

Cochrane Collaboration. A recolha de dados ocorreu entre Março e Agosto de 2013.

Para o presente estudo, a pesquisa foi efetuada na plataforma de pesquisa EBSCO,

envolvendo as bases de dados CINHAL plus with full text, MEDLINE with full text e

na base de dados SCIELO. A plataforma da EBSCO acedi através da Ordem dos

Enfermeiros e a base de dados SCIELO através do portal da Biblioteca Virtual de

Saúde.

Utilizou-se o operador “And” para conjugar os diferentes descritores em igual forma

nas diferentes bases de dados.

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

38

4.6- Seleção dos artigos

A seleção dos artigos baseia-se nos critérios previamente estabelecidos. A seleção dos

artigos consistiu em duas fases, a primeira fase envolveu uma leitura do título e do

resumo de todos os artigos encontrados, nesta fase efetua-se uma pré seleção dos artigos

potencialmente importantes para a revisão. A segunda fase consistiu na leitura integral

dos estudos selecionados. Decidir quais os artigos que devem ser incluídos na revisão

foi a decisão mais difícil (figura 4.1).

Figura 4.1 – Seleção de artigos

2373 Artigos obtidos

10 Artigos excluídos por estarem

repetidos nas bases de dados

2363 Artigos para seleção

2290 Artigos excluídos após a leitura

do titulo:

Dirigidos a outras classes

profissionais.

73 Artigos selecionados para leitura

do resumo

17 Artigos excluídos após a leitura

do resumo:

Faziam uma breve descrição dos SI

e pouco pormenorizada.

56 Artigos para fazer leitura integral

do texto

38 Artigos excluídos após leitura

integral;

Não referiam as vantagens e

desvantagens dos SI;

Não falam da importância da

qualidade dos cuidados

18 Artigos seleccionados para

efetuar a revisão

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39

Após a seleção dos 18 artigos foi efetuada uma nova leitura e através da recolha das

expressões ou palavras nos artigos mais frequentes (quadro 4.1), tendo por base os

objetivos desta revisão, foram organizados os dados e criadas duas categorias para

proceder à análise dos mesmos:

Sistemas informáticos em enfermagem para a qualidade dos cuidados em

enfermagem;

Sistemas informáticos em enfermagem como indicador de qualidade dos

cuidados de enfermagem.

Quadro 4.1- Apresentação das expressões / palavras

Questão de investigação Expressões e ou palavras Frequência

O que entende por sistemas

informáticos em

enfermagem?

Quais as vantagens e

desvantagens dos SIE?

O que é qualidade dos

cuidados de enfermagem?

Rapidez de acesso 7

Disponibilidade 3

Facilidade de acesso 5

Clareza 6

Optimização do espaço

físico

1

Tomada de decisão 7

Personalização do cuidado 7

Comunicação entre

profissionais

5

Avaliação dos cuidados de

enfermagem

10

Qualidade dos registos 6

O sistema está sujeito a

falhas

3

Sistema inoperante 2

Podem ser auditados 4

Pouco tempo para o

cuidado direto

3

Poucos conhecimentos em

TI

4

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

40

Processos individualizados 5

Posteriormente procedeu-se a uma leitura minuciosa de cada artigo e agrupou-se os

mesmos por similaridade de conteúdo. Os documentos utilizados neste estudo são todos

de caráter público e possuem livre acesso, não sendo alvo de considerações éticas.

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41

Capitulo 5. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

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Capitulo 5. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Os SI em saúde são um conjunto de dados, informações e conhecimentos utilizados na

área de saúde para sustentar o planeamento, o aperfeiçoamento e o processo de decisão

dos múltiplos profissionais da área da saúde envolvidos no atendimento aos clientes e

utilizadores do sistema de saúde (Marin, 2010). Segundo o mesmo autor, o sistema de

informação em saúde deve contribuir para a melhoria da qualidade, da eficiência e da

eficácia do atendimento em saúde, possibilitando a realização de pesquisa, o

fornecimento de evidência e auxiliando no processo de ensino em enfermagem.

5.1 Apresentação dos dados

Foram utilizados os artigos publicados entre 2009 e 2013. A pesquisa foi efetuada na

plataforma da EBSCO e na SCIELO, no total de 2373 artigos (gráfico 5.1).

Dos 2373 artigos, 1388 encontravam-se na plataforma da EBSCO e os restantes 985

artigos na base de dados da SCIELO.

Gráfico 5.1 – Total de artigos pesquisados

1388

985

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Ebsco

Scielo

Dos 1388 artigos da plataforma da EBSCO, 491 pertenciam à base de dados Medline e

897 à base de dados Cinhal (gráfico 5.2).

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43

Gráfico 5.2- Artigos da plataforma da EBSCO

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

Medline

Cinhal

Dos 2373 artigos, 1484 eram em português, 35 em inglês e 854 em espanhol (gráfico

5.3).

Gráfico 5.3- Artigos em Português, Inglês e Espanhol

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

Portugues

Espanhol

Ingles

Dos 2373 artigos obtidos, 10 eram repetidos nas diferentes bases de dados logo foram

excluídos, após a leitura do título excluíram-se 2290 artigos pois eram dirigidos a outros

profissionais, ficando assim com 73 artigos. Seguidamente excluíram-se os artigos que

no abstract apenas faziam uma breve descrição dos SI e descrição do software, ficaram

56 artigos para leitura integral do texto sendo excluídos 38 pois não era claro as

vantagens e desvantagens dos SI na saúde, bem como a importância da qualidade dos

cuidados em enfermagem, obtendo-se no final a 18 artigos para análise (quadro 5.1).

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44

Quadro 5.1- Artigos para análise

Nome do

autor (es)

Ano

Titulo

Metodologia

Conclusão

Bastos, C.

e Saraiva,

M.

2009

A qualidade dos

cuidados de

enfermagem e a

norma ISO –

aplicação

empírica no

Hospital Cuf

Infante Santo

Estudo não

experimental,

descritivo,

método

quantitativo

A perceção relativa às

alterações na qualidade dos

cuidados está limitada, uma

vez que a maioria dos

enfermeiros não conhece a

norma ISO. Porém o conceito

de qualidade em saúde para os

enfermeiros do Hospital Cuf

Infante Santo está bastante

presente. A instituição deverá

aproveitar a motivação dos

enfermeiros para implementar

um sistema de gestão da

qualidade.

Benito, G.

e

Licheski,

A.

2009

SI apoiando a

gestão do

trabalho em

saúde

Artigo de

atualização

Os SI disponibilizam de forma

rápida, fácil e segura todas as

informações necessárias aos

profissionais de saúde, para

que estes fiquem capacitados

para desenvolver a sua

profissão com competência.

Todas as áreas que venham a

trabalhar com a saúde podem

usufruir das informações

contidas nos sistemas,

utilizando-as como ferramentas

de trabalho. Os SI são uma

ferramenta que garante uma

constante atualização é de fácil

acessibilidade, permite aos

profissionais de enfermagem

planear e organizar os

processos de enfermagem.

Aumentam a eficiência dos

serviços prestados pois

disponibilizam as informações

em tempo útil.

Camelo,

S.H.H.,

Pinheiro,

2009

Auditoria de

enfermagem e a

qualidade da

assistência à

Revisão da

literatura

O processo de auditoria em

enfermagem permite avaliar os

cuidados prestados aos

clientes. A aplicação do

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

45

A.,

Campos,

D.,

Oliveira,T.

L.

saúde: uma

revisão da

literatura

método de auditoria deve estar

de acordo com os objetivos e

metas das instituições de

saúde.

O enfermeiro auditor deve

sugerir mudanças de

melhoramento com o enfoque

na prestação de cuidados de

qualidade.

Meredith,

J.

2009

Electronic

patient record

evaluation in

community

mental health

Estudo

quantitativo e

qualitativo

Existe um elevado nível de

satisfação na utilização do

sistema de registo eletrónico

por parte dos técnicos de

saúde.

Os SI são de rápido acesso e é

fácil de aceder à informação.

No entanto existe uma certa

resistência aos SI, pois os

enfermeiros alegam que o

sistema tem períodos que está

offline.

Setz, V. e

D`Innocen

zo, M.

2009

Avaliação da

qualidade dos

registos de

enfermagem no

prontuário por

meio da

auditoria

Estudo

descritivo e

retrospetivo

Os registos no processo do

paciente, deve abranger todos

os cuidados prestados ao

doente. Quando esses registos

são escassos e inadequados, os

cuidados ao paciente ficam

comprometidos. A auditoria

permite detetar problemas nos

registos de enfermagem, pois

permite por meio de relatórios

de avaliação, a orientação da

equipa para melhorar registos.

Vituri, D.

e Matsuda,

L.

2009

Validação de

conteúdo de

indicadores de

qualidade para

avaliação do

cuidado de

enfermagem

Estudo

quantitativo

A avaliação da qualidade do

cuidado de enfermagem por

meio de indicadores veio

reforçar o desejo dos

enfermeiros em melhorar o

cuidado e a qualidade.

Através de instrumentos de

medição válidos é possível

avaliar a qualidade do cuidado

e direcionar as mudanças

necessárias ao processo de

trabalho da equipa, com o

objetivo de alcançar a

excelência do cuidar. Os

processos de avaliação devem

utilizar informações validas

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

46

para evitar o risco de distorcer

os comportamentos das

equipas de enfermagem.

Athavale,

A.V.,

Zodpey,

S.P.

2010

Public Health

Informatics in

India:the

potencial and

the challenges

Artigo de

revisão

O principal papel dos sistemas

informáticos é diminuir as

disparidades entre as

populações.

O maior obstáculo na

introdução dos SI é o

financiamento para promover o

desenvolvimento, a

implementação e a manutenção

dos SI.

O segundo maior obstáculo na

implementação dos SI, é a

formação de pessoas em áreas

rurais muito remotas. Outro

obstáculo são as resistências

por parte dos enfermeiros e das

instituições. Existe uma fração

elevada de enfermeiros com

limitações nas TIC, alegando

falta de humanidade no cuidar.

A privacidade e a segurança

dos registos é outro obstáculo,

pois existe uma falha ao nível

das políticas de segurança e

confidencialidade de dados.

Cunha,

A.P.,

Ferreira,J.

J.M.,

Rodrigues,

M.A.

2010

Atitude dos

Enfermeiros

face ao Sistema

Informatizado

de Informação

em Enfermagem

Estudo não

experimental,

descritivo,

correlacional

e transversal

Os resultados sugerem-nos que

os enfermeiros reagem de

forma favorável aos SIE

informatizados baseados na

CIPE.

O planeamento da

implementação dos SIE

informatizados nas

organizações de saúde, deve

ser efetuado de forma a tornar

o processo de mudança mais

percetível pelos utilizadores,

através da formação contínua,

conseguindo um maior

envolvimento dos profissionais

de enfermagem nesse processo

de mudança. Os enfermeiros

consideram os SIE úteis, de

fácil acesso, promovem a

continuidade do cuidado e dão

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

47

visibilidade à profissão de

enfermagem.

Marin,H.F

.

2010

SI em saúde:

considerações

gerais

Artigo de

revisão

Os SIS são reconhecidos como

instrumentos que aumentam a

efetividade dos profissionais e

reduzem custos em saúde, e

auxiliam na padronização do

cuidado.

Os SIS contribuem para a

melhoria da qualidade, da

eficiência e da eficácia do

atendimento.

Labbadia,

L.L.,

D´Innocen

zo,M.,

Fogliano,

R.R.F.,

Silva,G.E.

F.S., et al

2011

Sistema

Informatizado

para

Gerenciamento

de Indicadores

da assistência de

enfermagem do

Hospital São

Paulo

Artigo de

opinião

O sistema informatizado de

indicadores de enfermagem

serve para armazenar dados

pertinentes no processo de

enfermagem e disponibiliza-los

para avaliação dos resultados.

Podem ser consultados em

tempo real. Os enfermeiros têm

a responsabilidade de gerir o

serviço, demonstrando os

resultados obtidos, por meio de

indicadores.

Lima,D.F.

B.,Braga,

A.L.S.,

Fernandes,

J.L.,

Brandão,

E.S.

2011

Sistema de

informação em

saúde:

conceções e

perspetivas dos

enfermeiros

sobre o

prontuário

eletrónico do

paciente

Estudo

quantitativo,

tipo

descritivo e

exploratório

Os enfermeiros referem que o

processo eletrónico do doente é

um sistema facilitador da

prática. De fácil acesso, a

disponibilidade das

informações, a rapidez, a

clareza e a otimização do

espaço.

A implementação do processo

eletrónico do doente é

complexo e requer intenso

estudo, preparação e formação

por parte dos enfermeiros. Os

enfermeiros devem participar

no processo de construção e

implementação, como meio

facilitador da sua prática.

Como pontos negativos

apontam a falha do sistema, a

impessoalidade nas relações e a

falta de segurança.

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

48

Lima, A. e

Melo, T.

2011

Informatização

da

documentação

clínica de

enfermagem:

expetativas das

enfermeiras na

implementação

Estudo

quantitativo,

tipo

descritivo e

exploratório

As enfermeiras envolvidas

neste

estudo apresentam expetativas

positivas face à implementação

do sistema de documentação

eletrónica do processo de

enfermagem. As enfermeiras

esperam que a informatização

dos registos facilite a tomada

de decisão e dê maior

visibilidade à profissão.

No entanto esta mudança deve

ser planeada cuidadosamente,

uma vez que exige alterações

de comportamentos, crenças e

valores.

Silvestre,

L.,

Mota, F.,

Ribeiro, J.

Costa, I

2012

A aplicação das

novas

tecnologias de

informação e

comunicação no

âmbito da práxis

de enfermagem

Estudo

qualitativo,

tipo

exploratório e

descritivo

A informação é o elemento

fundamental para o

desenvolvimento do processo

de trabalho na enfermagem. Os

SIS permitem melhorar a

eficiência e a produtividade da

equipa de enfermagem,

contudo é necessário aceitar e

demonstrar disponibilidade

para mudar.

Sousa, P.,

Dal Sasso,

G., e

Barra, D.

2012

Contribuições

dos registos

eletrónicos para

a segurança do

paciente em

terapia

intensiva: uma

revisão

integrativa

Revisão

integrativa

Os registos eletrónicos devem

ser

estruturados a partir do resumo

mínimo de dados,

terminologias

e sistemas de classificação.

Revela ainda a necessidade dos

enfermeiros primarem pela

qualidade dos registos. Os

registos eletrónicos podem

promover a continuidade do

cuidado, uma vez que os dados

estão disponíveis em tempo

real. Os registos eletrónicos

promovem a implementação de

indicadores de qualidade do

cuidado e segurança do

paciente.

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

49

Teixeira,

M.,

Soares, T.,

Ferreira,

A., Pinto,

J.

2012

Os contributos

dos sistemas de

apoio à tomada

de decisão para

a prática de

enfermagem

Artigo de

revisão

Os sistemas de apoio à tomada

de decisão contribuem

favoravelmente para a

segurança dos clientes,

melhoria da qualidade e

suporte à tomada de decisão

em enfermagem.

A maximização dos benefícios

dos SATD está associada à

formação e envolvimento dos

profissionais na sua

implementação.

Almeida,

D. e

Fontes, C.

2013

Elaboração de

telas eletrônicas

em um sistema

de informação

hospitalar

utilizando as

classificações de

enfermagem

Estudo

descritivo

Os registos eletrónicos

permitem agilizar e resgatar

dados, de modo a permitir

fazer diagnósticos e avaliar as

intervenções por meio de

indicadores de resultado.

Permite ainda avaliar o

custo/benefício do cuidado

prestado, melhorar a

produtividade e qualidade dos

cuidados prestados.

López,C.N

.E.,

Delgado

C.C.O.,

Ramírez,

R.AL.,

Pereira

M.I.R.,

Mercado,

M,A.,

Cristaldo,

D.P

2013

Conocimientos,

prácticas y

actitudes acerca

de las

Tecnologías de

la Información y

Comunicación

en los

profesionales de

enfermería del

Alto Paraná

Estudo

descritivo e

transversal

Existe uma necessidade de

formação ao nível das TIC na

população em geral do Alto

Paraná.

Em 2010 a % de habitações

com computador era de 23% e

com conexão à internet 19%.

Os resultados deste estudo

apontam para um défice de

conhecimentos ao nível das

TIC por parte dos enfermeiros.

Contudo existem aspetos

favoráveis à implementação

das TIC nos serviços de saúde,

os profissionais de

enfermagem têm idades

inferior a 41 anos, e

reconhecem a importância dos

SI na profissão.

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

50

Santos,

M.C.,

Rennó,

C.S.N.

2013

Indicadores de

qualidade da

assistência de

enfermagem em

centro cirúrgico:

revisão

integrativa da

literatura

Revisão

integrativa

O enfermeiro toma as suas

decisões

com base em indicadores de

qualidade para orientar a sua

prática. Os indicadores são

considerados como medidas

quantitativas, utilizadas para

avaliar, planear e organizar as

atividades de um serviço,

oferecendo informações para a

tomada de decisão.

5.2 Analise dos dados

5.2.1 Sistemas de informação em enfermagem para a qualidade dos cuidados de

enfermagem

As mudanças no contexto político mundial, a difusão das novas tecnologias e o

desenvolvimento dos meios de comunicação, contribuíram para que a população ficasse

mais consciente sobre os seus direitos e logo mais exigente face à qualidade dos

serviços de saúde.

Ao analisar os estudos que foram inseridos neste grupo, verificou-se que os SI são uma

ferramenta de apoio à gestão dos trabalhos profissionais de saúde.

Segundo Benito e Licheski (2009), os SI no processo de tomada de decisão aumentam a

eficiência dos serviços prestados aos clientes, pois disponibilizam profissionais

capacitados e atualizados para atuarem nos serviços de saúde. Ainda os mesmos autores

referem que o objetivo dos SI é promover a qualidade dos cuidados, atualizando a

informação nos serviços de internamento e permitindo a gestão dos recursos.

Cunha, Ferreira e Rodrigues (2010) referem que os SI são úteis, atribuindo-lhes

vantagens a nível da qualidade da informação (qualidade dos registos, informação

registada acesso rápido), qualidade dos cuidados (através do cumprimento das etapas do

processo de enfermagem, prática baseada na evidência) e dão visibilidade à profissão de

enfermagem.

Os enfermeiros neste estudo consideraram que os SIE baseados na CIPE são

importantes para o desempenho diário da profissão. Existe uma atitude favorável por

parte dos enfermeiros revelando que os SIE são fáceis de utilizar e estão adequados ao

serviço onde estão implementados. O impacto da formação especializada e pós

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

51

graduada em enfermagem na aceitação dos SIE foi relevante, e demonstrou que um

maior grau de formação sobre a CIPE estimula a atitude dos enfermeiros em aceitar os

SIE. Um fator que favoreceu a aceitação dos SIE foi envolver os profissionais nos

processos de mudança e consciencialização das necessidades de mudar.

No estudo efetuado por Meredith (2009), sobre a aplicabilidade de um sistema

informatizado dos registos clínicos na área da saúde mental, concluiu que existe uma

grande satisfação dos utilizadores, uma vez que o rápido acesso à informação é bastante

importante no tratamento de doentes com patologia mental, cerca de 91,7% dos

utilizadores refere a obtenção da informação em tempo útil. Ainda no mesmo estudo,

quando questionados sobre a facilidade de utilização do sistema, 75% manifestam um

elevado grau de satisfação e 77,1% refere que a informação é clara.

Sabe-se que os registos de enfermagem são o principal meio de comunicação entre os

profissionais e que nestes devem estar contidas informações descritivas, claras e

objetivas.

Segundo o estudo de Marin (2010:21)

“o sistema de informação em saúde deve contribuir para a melhoria da

qualidade, da eficiência e da eficácia do atendimento em saúde,

possibilitando a realização de pesquisa, o fornecimento de evidência e

auxiliando no processo de ensino. Quanto melhor os sistemas

informatizados conseguem registrar, armazenar e disponibilizar esta

informação, tanto melhor será o ato do profissional – melhor informação,

maior qualidade na tomada de decisão”.

Ainda o mesmo autor refere que o SIS são instrumentos que aumentam a efetividade,

reduzem custos e auxiliam na promoção do cuidado, gerem a informação que vai

permitir a tomada de decisão e continuidade do processo de cuidado.

O uso de SI hospitalar permite aceder ao processo eletrónico do doente, elaborar

diagnósticos e criar intervenções com base nesses diagnósticos. Estes sistemas de apoio

à tomada de decisão foram desenvolvidos para fazer face a uma lacuna existente no

serviço de saúde, pois diminuem a ocorrência de erros, salvaguardando a segurança do

cliente (Marin, 2010). Um levantamento efetuado nos Estados Unidos revelou que a

utilização dos registos eletrónicos ainda era bastante restrito, em 2005 apenas 25% da

classe médica utiliza completamente o registo eletrónico. O Brasil é o terceiro maior

sistema de saúde no mundo, contudo o uso da tecnologia de informação para apoio a

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

52

atividades clínicas apenas é utilizado em 8% dos hospitais, o que é pouco uma vez que o

Brasil dispõe de 7 mil hospitais, 25 mil laboratórios, 17 mil clínicas e 125 mil

consultórios médicos (Marin, 2010).

No estudo de Lima et al (2011), os enfermeiros referem que a introdução de processo

eletrónico do paciente é uma ferramenta que poderá trazer acesso, rapidez,

disponibilidade, facilidade, clareza. Referem que as informações dos pacientes vão estar

disponíveis de forma mais ampla e agiliza as tomadas de decisão de modo a promover

cuidados personalizados.

Logo os benefícios deste sistema promovem a personalização do atendimento, trazem

efetividade, eficiência, eficácia. O processo eletrónico do paciente possui maior

confidencialidade do que os processos em papel (Lima et al, 2011).

No estudo que Lima e Melo (2011) fizeram no Hospital Universitário de São Paulo as

expetativas das enfermeiras face à informatização do processo de enfermagem é

otimista, pois esperam que o sistema eletrónico traga visibilidade ao seu trabalho, apoie

nas tomadas de decisão em relação a diagnósticos e intervenções de enfermagem mais

apropriadas a cada cliente.

Algumas enfermeiras que participaram no estudo supra mencionado, referem que os

SIE trazem benefícios pois diminuem o tempo dispendido a recolher as informações do

cliente, melhoram a comunicação entre os elementos da equipa e ajudam na tomada de

decisão.

A criação de sistemas informáticos que permitam gerir a informação que se produz

durante uma hospitalização é fundamental para avaliar as necessidades de cuidados de

forma sistemática e priorizar os casos, alertando para aspetos que por vezes podem

passar despercebidos (Teixeira et al, 2012).

A utilização de sistemas de apoio à tomada de decisão (SATD) são um suporte para a

comunicação entre os elementos de enfermagem e os restantes elementos da equipa

multidisciplinar (Teixeira et al, 2012).

Sousa, Sasso e Barra (2012), referem que os SATD são sistemas que permitem integrar

uma base de conhecimento a partir dos dados registados no processo do doente. Os

SATD fornecem aos profissionais de enfermagem informações em tempo real, que

permitem desempenhar cuidados individualizados, maior segurança para o cliente,

reduzir erros e eventos adversos relacionados com a medicação, criar sistemas de alerta

e solicitar exames laboratoriais e de imagiologia.

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

53

Os enfermeiros reconhecem que este sistema serve de complemento em áreas onde o

seu conhecimento é mais limitado. Estes sistemas melhoram os registos de enfermagem,

pois ficam mais percetíveis, completos, possibilita a criação de bases de dados dos

clientes, permite poupar tempo, auxilia em situações críticas, melhora a eficácia e

permite personalizar o cuidado.

Segundo o estudo de Silvestre et al (2012: 2)

“Um dos principais propósitos da utilização da tecnologia computacional no

dia-a-dia da área da saúde é ajudar o enfermeiro a organizar e administrar

informações, fornecendo em tempo real, todo e qualquer dado necessário para

o desenvolvimento das suas ações (…) aliviar o enfermeiro nas tarefas de

transcrever ordens, elaborar requisições utilizar processos preparar processos

médicos, corrigir erros de transcrições, pois existe uma relação direta entre a

informação e a qualidade da prestação de cuidados.”

É com base nisto que é fundamental padronizar e identificar um conjunto mínimo de

dados para que os registos de enfermagem possuam qualidade, sequência lógica,

descrevam a situação clínica do cliente e demonstrem quais as intervenções efetuadas

para atender às suas necessidades. Sabe-se no entanto que os registos de enfermagem

muitas vezes são escassos, ilegíveis e não refletem os cuidados que se prestaram ao

cliente.

Os registos de enfermagem devem ser padronizados, devem estar aliados a um conjunto

mínimo de dados e a sistemas de classificação (Sousa, Dal Sasso e Barra, 2012).

Setz e D`Innocenzo (2009) afirmam que os registos de enfermagem têm valor como

fonte de investigação e documento legal, pois permitem avaliar os cuidados prestados

bem como a qualidade dos registos. O registo de enfermagem é um documento que

representa um fato ou ato, portanto deve ser registado com clareza, expressando todas as

intervenções desenvolvidas para um determinado problema.

Segundo os mesmos autores os processos de enfermagem demonstram um défice de

registos, o que dificulta o exercício da profissão.

No estudo efetuado por Camelo et al (2009) sobre a auditoria de enfermagem e a

qualidade dos cuidados, os autores concluem que a auditoria em enfermagem facilita a

avaliação da qualidade dos cuidados prestados ao cliente, sendo uma atividade dedicada

à eficácia dos serviços, que utiliza como instrumentos o controle e análise de registos.

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

54

As auditorias em enfermagem vêm avaliar a excelência do cuidar, através da análise dos

processos eletrónicos. Melhorar os cuidados de enfermagem deve ser um dos objetivos

de qualquer equipa de enfermagem, a auditoria é essencial para mensurar a qualidade

dos cuidados.

Setz e D`Innocenzo (2009) no estudo que efetuaram sobre a avaliação dos registos de

enfermagem auditaram 424 processos de clientes, destes 41% possuíam diagnóstico de

enfermagem e destes apenas 5,2% estavam completos; 75,2% apresentavam

intervenções de enfermagem, no entanto destes apenas 3,3% estavam completos; 45,8%

faziam referência à evolução clinica do cliente, mas apenas 2,6% destes estavam

completos. Os registos de enfermagem estavam presentes em 99,5% dos processos

sendo que destes 2,4% estavam completos. De um modo geral os problemas

encontrados nos registos de enfermagem foram: registos ilegíveis, erros de ortografia,

terminologia incorreta, notas de enfermagem semelhantes às dos médicos e não

justificação para a não administração de terapêutica.

Concluíram que os registos efetuados no processo do cliente devem abranger aspetos

profissionais, éticos e legais, de modo a promover cuidados individualizados. Quando

esse registo é escasso ou inexistente compromete a continuidade dos cuidados e a sua

qualidade. A fim de garantir a qualidade dos cuidados, as instituições de saúde fazem

auditorias aos serviços, estas têm um papel importante para detetar problemas nos

processos dos clientes, orientando a equipa, com sugestões de melhoria para a qualidade

dos cuidados de enfermagem.

A continuidade dos cuidados tem por base a comunicação na passagem de turno e os

registos de enfermagem. Estes dois aspetos são o pilar dos cuidados de enfermagem,

como referem Athavale e Zodpey (2010), os registos eletrónicos, evitam o erro médico,

são de fácil acesso, permitem fazer diagnósticos e consultas de follow-up e promovem

a eficiência e ajuda na investigação.

Ainda segundo os mesmos autores, o principal papel dos sistemas informáticos é reduzir

as disparidades no sistema de saúde. No contexto da Índia existem disparidades de

equidade e acessibilidade ao serviço de saúde entre as regiões urbanas e rurais.

Apesar de todos os benefícios que os SIE trazem à profissão, existem limitações à sua

implementação na íntegra, tais como a pouca familiaridade dos enfermeiros com a

tecnologia e o fato de o sistema estar sujeito a falhas e ficar inoperante por minutos,

horas ou dias.

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

55

Lima et al (2011) referem como obstáculo à implementação dos SIE a falta de

segurança das informações “(…)as informações podem ficar à disposição de pessoas

não aptas e podem ocorrer falhas no sistema(…)” As inovações obrigam as instituições

a processos de mudança, que podem ser dificultados por atitudes de resistência por parte

dos profissionais.

Teixeira et al (2012) refere que o sucesso de implementação dos SI depende do

envolvimento ativo dos profissionais de saúde reconhecendo estes a sua utilidade.

Chiavenato citado por Lima e Melo (2011) afirma que toda a mudança numa

organização implica uma transformação nas atitudes, hábitos, comportamentos e nas

relações de trabalho entre os profissionais.

Athavale e Zodpey (2010) no seu estudo afirmam que um dos obstáculos à

implementação dos SI na Índia são os stakeholders, como os profissionais de saúde, e

até os utilizadores. Outro dos obstáculos tem a ver com o investimento financeiro, para

formar técnicos especializados em informática e expandir as TIC.

Bastos e Saraiva (2009) descrevem no seu estudo alguns dos obstáculos à

implementação de SI, como a organização não disponibilizar formação aos enfermeiros

para atualização de conhecimentos, a organização não se preocupar em adequar o tempo

necessário à integração de novos enfermeiros.

Vale a pena destacar que os registos eletrónicos são relevantes e suficientes para avaliar

a qualidade e a segurança. Os enfermeiros devem primar pela qualidade dos registos

efetuados, pois estes produzem indicadores de qualidade em busca de um melhor

desempenho através da obtenção de resultados (Sousa, Dal Sasso e Barra, 2012).

5.2.2 Sistemas informáticos em enfermagem como indicador de qualidade dos cuidados

A aplicação de indicadores de qualidade para avaliar a prestação de cuidados de

enfermagem envolve aspetos relacionados com as atividades desenvolvidas entre os

enfermeiros e os clientes, visando a qualidade dos cuidados.

Nos estudos analisados, foi possível verificar que os registos eletrónicos contribuem

para a continuidade do cuidado, para a segurança do cliente e podem funcionar como

indicadores de qualidade. Os processos eletrónicos vieram melhorar o cuidado de

enfermagem pois fomentam a segurança do doente. Ao realizar registos eletrónicos, de

forma completa e detalhada estamos a contribuir com informações e permitir a tomada

de decisão.

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

56

Os profissionais de enfermagem apostaram na aplicação das TIC tendo em conta os

benefícios que estas podem trazer para efetuar a avaliação inicial, a teleassistência, mas

também como ferramenta para promover a comunicação entre a equipa, a gestão do

conhecimento e a investigação (Lopéz et at, 2013). Os mesmos autores salientam que

com a introdução das TIC, a comunicação com as pessoas é efetuada em tempo real

independentemente do lugar onde estas estejam, eliminando barreiras, permitindo o

acesso a fontes de informação atualizada. Outra contribuição para aceitação dos SIE foi

a segurança dos dados inseridos no processo do doente, uma vez que só é possível

aceder ao processo do doente através de do nome do utilizador e de uma password.

Sousa, Dal Sasso e Barra (2012) concluíram no estudo realizado, que a qualidade dos

cuidados especialmente nas unidades de cuidados intensivos pode ser avaliada por

indicadores de ordem técnica, ambiental, relacional e ética. A nível institucional os

indicadores refletem maior reconhecimento, visibilidade e respeito profissional, equipas

mais informadas, menor tempo de internamento, melhor gestão de recursos materiais,

melhoria da qualidade, aumento da satisfação por parte do cliente e família e

concludentemente diminuindo substancialmente os custos da instituição e do SNS. Os

indicadores são instrumentos que avaliam a qualidade dos cuidados prestados,

funcionam como uma unidade de medida de uma atividade que pode ser usada como

um guia para monitorizar e avaliar a qualidade dos cuidados providos ao paciente e da

atividade dos serviços, (Santos e Rennó, 2013).

Os indicadores sinalizam divergências e atuam como uma chamada de atenção para

intervenções que necessitam de ser alteradas (Vituri e Matsuda, 2009). A qualidade em

saúde assume diversas vertentes, desde iniciativas internas na aplicação de protocolos e

boas práticas, até ao reconhecimento da competência técnica dos prestadores através da

acreditação (ex.: Joint Commission - JC), passando por iniciativas externas de avaliação

com recurso a indicadores.

A melhoria da qualidade é um processo amplo, dinâmico, requer do profissional de

enfermagem conhecimentos baseados na evidência. A qualidade está relacionada com o

desempenho das pessoas, com a satisfação do cliente e com a cultura organizacional. A

melhoria da qualidade envolve toda a equipa, o modelo de gestão pela qualidade

preocupa-se com o atendimento das necessidades e expetativas dos consumidores.

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

57

No estudo realizado por Labbadia et al (2011) concluíram que a eficácia dos sistemas

informatizados na área da saúde está apoiada pela literatura e resultados práticos de

instituições que se tornaram referência mundial por utilizarem tais recursos.

Estes autores no seu estudo concluíram que,

“o sistema informatizado de indicadores de enfermagem permitiu armazenar

dados pertinentes aos processos de enfermagem e disponibiliza-los para avaliação

de resultados.”

Concluíram ainda que é de fácil utilização, atrativo do ponto de vista pedagógico, capaz

de mensurar e contribuir para a qualidade dos serviços prestados ao cliente. A inserção

de SIS e em especial na profissão de enfermagem veio contribuir para a segurança do

cliente, pois minimizam os erros.

Vituri e Matsuda (2009) referem que a procura pela melhoria da qualidade dos cuidados

sempre fez parte do quotidiano do enfermeiro. Assim é necessário fazer o controlo da

qualidade que pode ser alicerçado nos indicadores.

A avaliação da qualidade dos cuidados de enfermagem por meio de indicadores

permitem reforçar o cuidado, no entanto devem-se utilizar informações válidas para

evitar distorcer o comportamento da equipa de enfermagem. Os indicadores permitem

estabelecer cuidados dirigidos para resultados com qualidade e humanização. A

monitorização de indicadores necessita de um sistema informatizado, pois a

enfermagem possui um complexo número de dados relativos à sua atividade. A

implementação dos SIE veio preencher uma lacuna existente nos registos efetuados à

mão, pois muitas vezes apresentavam fragilidades como, erros de ortografia, ilegíveis,

insuficientes. A preocupação com a qualidade dos cuidados fez com que as instituições

de saúde procurassem instrumentos que ajudassem os enfermeiros na busca de melhores

práticas.

Santos e Rénno (2013) referem no seu estudo que para avaliar os resultados dos

cuidados de enfermagem prestados é necessário fazer registos fidedignos que traduzam

a realidade dos cuidados prestados.

Almeida e Fontes (2013) no estudo que efetuaram sobre a implementação de sistemas

eletrónicos utilizando classificações de enfermagem concluíram que:

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“O formato eletrónico proporcionou uma visualização do processo de enfermagem com

base em conhecimentos científicos que permitem aos enfermeiros selecionar

intervenções apropriadas para cada diagnóstico de enfermagem.” Santos e Rénno (2013)

elaboraram um estudo sobre a assistência de enfermagem num centro cirúrgico,

concluíram que um dos meios para o enfermeiro avaliar a qualidade da assistência

prestada é o registo adequado de todas as atividades realizadas pela equipa.

Os registos no processo do cliente são da responsabilidade de todos os envolvidos nos

cuidados, devem refletir todos os sentimentos do cliente, possibilitando a elaboração de

um plano e a continuidade dos cuidados (Santos e Rénno, 2013).

“A qualidade depende do desempenho das pessoas e das estruturas, sistemas ou

processos e dos recursos disponíveis para respaldar esse desempenho” (Santos e Rénno,

2013).

Em suma os SIE favorecem a comunicação com os pares, definem o cuidado eficaz,

qualificado e seguro, permitem recuperar dados, colher informações referentes à tomada

de decisão em enfermagem, efetuar auditorias aos registos de enfermagem, requisito

fundamental para a prática baseada na evidência.

5.3 Discussão dos dados

A procura pela qualidade constitui uma das maiores preocupações do sistema de saúde.

Neste sentido temos como referencia Florence Nightingale que durante a guerra da

Criméia implementou o primeiro modelo de melhoria contínua dos serviços de saúde,

onde as taxas de mortalidade diminuíram.

Os estudos analisados evidenciaram a relevância dos sistemas informáticos como um

sistema de apoio à prática de enfermagem. Estes podem acelerar a efetividade do

processo de enfermagem, a partir da rapidez, acesso e flexibilidade.

Os SI disponibilizam informações de forma organizada e de fácil acessibilidade,

tornando-se numa ferramenta de apoio à tomada de decisão. Neste sentido promove a

personalização do cuidado e traz efetividade, eficácia, eficiência ao cuidado.

A introdução das TIC na saúde emerge da necessidade de repensar os cuidados

prestados. É fundamental que os técnicos de saúde estejam cientes dos benefícios dos SI

na prestação de cuidados. O desempenho da enfermagem pode ficar comprometido se as

TIC forem utilizadas inadequadamente.

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Os autores dos estudos analisados referem que organizações de saúde onde existem SIE

promovem a continuidade do cuidar e a qualidade dos cuidados. Relativamente aos SI

em enfermagem e a qualidade dos cuidados em enfermagem, a maioria dos artigos

analisados evidenciam que os SIE promovem as atividades relacionadas com o cuidar

uma vez que os enfermeiros ficam com mais tempo disponível (Palomares e Marques,

2010), contribuindo para apoiar as tomadas de decisão, promovendo cuidados

individualizados (Lima e Melo, 2011), sendo de acesso rápido às informações,

permitindo uma atualização constante no processo do doente, ajudando na tomada de

decisão assertiva, fomentando a personalização do atendimento, possibilitando o acesso

de outros profissionais ao processo do doente, sendo mais seguro, diminuindo o risco de

acesso não autorizado fornecendo maior confidencialidade (Lima et al, 2011). Cunha,

Ferreira e Rodrigues (2010) descrevem que são muitos os benefícios dos SIE, entre eles

destacam-se: a qualidade dos registos, o tipo de informação registada, o acesso rápido à

informação, o cumprimento das etapas do processo de enfermagem, a prática baseada

na evidência, a continuidade dos cuidados.

Sousa, Sasso e Barra (2012) referiram no seu estudo que os registos de enfermagem

manuscritos não possuíam qualidade, não objetivavam a situação clinica do doente, não

refletiam os cuidados prestados aos pacientes.

Estes dados são semelhantes aos resultados encontrados em vários estudos efetuados

Pinto (2009), Mota (2010) e Guedes (2011), nos quais as autoras concluíram que os SI

constituem nos nossos dias uma indispensável fonte de conhecimento e de suporte à

decisão, contribuindo para aumentar a segurança e a eficiência dos processos em saúde.

No estudo de Pinto (2009), os inquiridos referem um aumento do tempo disponível para

a prestação de cuidados, bem como, uma melhoria da prestação de cuidados, a

qualidade e continuidade dos cuidados dependem da qualidade com que os dados são

produzidos e partilhados no SI. Segundo Azevedo (2010) não é possível estabelecer

relação entre a não existência de informação e os cuidados prestados, contudo afirma

que a avaliação da qualidade dos cuidados passa indiscutivelmente pela qualidade dos

registos.

A qualidade dos registos nos processos de enfermagem refletem a qualidade dos

cuidados, dessa forma os registos contidos nos processos são utilizados no processo de

auditoria.

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No estudo realizado por Cunha, Ferreira e Rodrigues (2010), a lenta atualização do SIE

e a possibilidade do sistema ficar inoperante por algum tempo (Lima et al, 2011)

contribui para uma atitude menos favorável à aceitação dos SIE.

Sabe-se que a qualidade dos cuidados prestados pode ser avaliada através dos registos

efetuados no processo do doente, logo os enfermeiros devem primar por registos

completos, detalhados, essenciais para a prática baseada na evidência. A implementação

das TIC na profissão de enfermagem veio melhorar os cuidados prestados pois permite

um acesso aos indicadores de enfermagem mais dinâmico e produtivo, segundo o estudo

realizado por Labbadia et al (2011). Os registos eletrónicos permitem avaliar por meio

de indicadores de qualidade os cuidados prestados, logo é fundamental que as

informações sejam fidedignas, completas, claras e objetivas e que traduzam o cuidado

prestado (Santos e Rennó, 2013).

Os resultados obtidos permitem afirmar que mudar é difícil, pois requerem que os

governos deixem de lado interesses monetários e se preocupem com os cidadãos.

Diante este contexto, constata-se que ainda existe um longo caminho a percorrer e que a

enfermagem tem um grande desafio a ser conquistado, pois ainda existem muitas

barreiras à implementação dos SIE no nosso país, a falta de enfermeiros preparados para

desenvolver os sistemas, o desconhecimento nas TI, a limitação de recursos materiais,

as administrações hospitalares, a desmotivação dos profissionais de enfermagem e a

falta de incentivos.

Vale a pena evidenciar que uma das grandes dificuldades de implementação e aceitação

dos registos eletrónicos por parte dos enfermeiros está relacionado com a falta de

informação quanto ao verdadeiro objetivo dos SI, com o aumento da carga de trabalho,

com o risco de comprometer a segurança de informação do doente. Outra barreira ao

sucesso da implementação de um SI é o fato de nas organizações existirem muitos

serviços pelos quais o cliente passa com SI por vezes incompatíveis (Mota, 2010). Silva

citado por Mota (2010) refere que muitas das resistências dos indivíduos aos processos

de implementação das TIC estão relacionadas com estratégias de autodefesa. É

necessário eliminar possíveis focos de resistência à mudança, sejam eles originados por

medo, falta de conhecimento ou incerteza. Deve-se incentivar a participação e

envolvimento dos enfermeiros, educar e formar os enfermeiros de forma a incutir a

responsabilidade da correta implementação e utilização dos SIE.

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

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Capitulo 6. CONCLUSÃO E REFLEXÃO FINAL

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

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Capitulo 6. CONCLUSÃO E REFLEXÃO FINAL

O desenvolvimento de um sistema de informação que permita integrar todas as

informações em saúde é primordial no atendimento ao cliente pois promove a

continuidade dos cuidados e a qualidade dos mesmos. O investimento em SI é cada vez

mais uma prioridade para os prestadores de cuidados de saúde. Por outro lado, os custos

envolvidos na aquisição de SI aliado ao impato nas práticas que estes provocam, fazem

com que o processo de adoção aos SI seja um processo gradual e por vezes bastante

demorado.

Os sistemas informáticos permitem a otimização do tempo, melhor organização do

trabalho, possuem uma linguagem padronizada, ajudam na tomada de decisão, existindo

uma maior facilidade em recuperar dados, de forma a facilitar a comunicação entre a

equipa e oferece maior segurança e integridade dos dados.

O presente estudo, propõe uma reflexão sobre as vantagens e desvantagens envolvidos

no processo de adaptação aos SI em ambiente hospitalar na classe de Enfermagem. De

acordo com os resultados obtidos, podem retirar-se algumas ilações acerca dos SIE,

podemos dizer que os enfermeiros adaptaram-se de forma muito satisfatória à nova

tecnologia, implementada nos seus serviços.

Os objetivos desta pesquisa foram: identificar as vantagens e desvantagens dos SIE na

qualidade dos cuidados de enfermagem e avaliar se os SIE contribuem como indicador

de qualidade dos cuidados.

Neste estudo julgamos ter atingido o primeiro objetivo pois ao longo do trabalho

conseguimos identificar as vantagens e desvantagens dos SIE, sendo que a maior

vantagem na utilização dos sistemas informáticos está relacionada com a distribuição do

tempo, pois traz como consequência maior disponibilidade para a prestação de cuidados

(Rodriguez et al, 2008).

Os SIS estão disponíveis 24 horas por dia, sete dias na semana, evitam a duplicação de

registos, asseguram uma maior eficácia na prestação de cuidados, evitam erros,

permitem o acesso a informação atualizada, reduzem o tempo de espera de resultados de

testes laboratoriais, promovem a diminuição da lista de espera em cirurgia, permitem a

marcação de consultas a tempo e horas, asseguram a rápida faturação, promovem o

maior controlo financeiro e maior controlo de stocks, entre outros. Estes resultados vão

de encontro aos estudos realizados por Guedes (2011), Mota (2010) e Pinto (2009). As

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Sistemas Informáticos em Saúde para a Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, Revisão Sistemática

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dificuldades de implementação dos SIE estão relacionadas com a falta de formação dos

enfermeiros em TIC, com a falta de conhecimento dos enfermeiros sobre os benefícios

da aplicação dos SI, a não participação dos enfermeiros no processo de decisão e

alguma desmotivação profissional.

Relativamente ao segundo objetivo que consistia em verificar se os sistemas

informáticos em enfermagem contribuem como indicador de qualidade dos cuidados,

não podemos concluir que os SIE contribuem como indicador de qualidade dos

cuidados. Sabe-se no entanto que os registos eletrónicos em enfermagem devem

“primar” pela clareza, devem ser concisos, relatar todas as intervenções efetuadas ao

cliente. Os enfermeiros acham fundamental a aplicabilidade dos indicadores de

qualidade para melhorar os cuidados prestados. Assim avaliar os indicadores permite

aos enfermeiros o processo de tomada de decisão baseado em seus resultados.

Contudo os resultados a que chegamos são de extrema importância, concluem que os

SIE são uma ferramenta fundamental no dia-a-dia do enfermeiro, pois promove a

continuidade dos cuidados através de processos de enfermagem individualizados,

ajudam na tomada de decisão.

Sugere-se num estudo à posteriori a aplicação de um questionário que permita validar

os resultados encontrados neste trabalho.

Para concluirmos, existiram algumas limitações a este estudo e portanto os resultados

devem ser interpretados tendo em conta estas limitações, sendo a maior limitação a falta

de experiência da investigadora.

Em suma sugere-se que futuros trabalhos na área dos SIE e qualidade dos cuidados, se

centrem na opinião dos enfermeiros no sentido de sensibilizar as administrações

hospitalares para a reflexão sobre a implementação dos SI e seus benefícios.

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