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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA TAINAH RIBEIRO VILLELA BENEFÍCIOS DA INCORPORAÇÃO DOS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA ESTRATÉGIA DE ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS: Análise de Estudos de Caso Lorena 2018

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

TAINAH RIBEIRO VILLELA

BENEFÍCIOS DA INCORPORAÇÃO DOS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL NA ESTRATÉGIA DE ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS:

Análise de Estudos de Caso

Lorena

2018

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TAINAH RIBEIRO VILLELA

BENEFÍCIOS DA INCORPORAÇÃO DOS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL NA ESTRATÉGIA DE ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS:

Análise de estudos de caso

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Escola de Engenharia de Lorena - Universidade de São Paulo como requisito para conclusão da Graduação do curso de Engenharia Ambiental.

Orientador: Prof. Robson da Silva Rocha. Lorena 2018

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RESUMO

VILLELA, T. R. Benefícios da incorporação dos Objetivos de Desenvolvimento

Sustentável na estratégia de organizações empresariais: Análise de estudo de

caso. 2018. 71 p. Monografia (Trabalho de Graduação) – Escola de Engenharia de

Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2018.

Os crescentes problemas ambientais e sociais da atualidade, consequência dos

modelos e medidas de crescimento econômico e desenvolvimento, têm ganhado cada

vez mais espaço nos debates mundiais. Diante disso, torna-se necessária a busca por

ferramentas que visam o desenvolvimento além da perspectiva estritamente

econômica e considerem questões ambientais e sociais. Com a sociedade mais

exigente e atenta em relação a questões socioambientais, as empresas se viram

pressionadas a reverem e modificarem seus processos. Dessa forma, as práticas de

gestão ambiental e responsabilidade corporativa tornaram-se importantes

instrumentos na busca de uma maior competitividade no setor empresarial. Em

paralelo, os membros da Organização das Nações Unidas (ONU) adotaram, em

setembro de 2015, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. A qual inclui

os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e propõe uma ação

mundialmente coordenada entre todos os atores - governos, setor privado, academia,

sociedade civil e cidadãos - para solucionar os problemas globais mais urgentes até

2030. Nesse contexto, os ODS podem ser uma ferramenta bastante útil para as

empresas, uma vez que abrangem um conjunto vasto de temas relevantes para as

empresas dentro de desenvolvimento sustentável (tais como pobreza, saúde,

educação, mudanças climáticas e degradação ambiental). O objetivo geral desse

trabalho é analisar e avaliar, através de estudos de caso, como a incorporação dos

Objetivos do Desenvolvimento Sustentável na estratégia das empresas pode trazer

benefícios à uma organização, sociedade e meio ambiente. Para isso, foram

analisados estudos de casos de projetos da Ambev, Danone, Santander, CPFL e

Fibria que estão alinhados aos ODS.

Palavras-chave: desenvolvimento sustentável, sustentabilidade, estratégia

empresarial, negócios, benefícios, objetivos de desenvolvimento sustentável, ODS

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ABSTRACT

VILLELA, T. R. 2018. Benefits of incorporating the Sustainable Development

Objectives into the strategy of business organizations: Case study analysis.

71 p. Monograph (Final Course Assignment) – Lorena Engineering School, University

of São Paulo, Lorena, 2018.

The growing environmental and social problems of today, as a consequence of the

models and measures of economic growth and development, have gained more and

more space in world debates. Given this, it is necessary to search for tools that aim at

development beyond the strictly economic perspective and consider environmental

and social issues. With the more demanding and attentive society regarding social and

environmental issues, companies have been under pressure to review and modify their

processes. In this way, environmental management and corporate responsibility

practices have become important instruments in the search for greater

competitiveness in the business sector. In parallel, members of the United Nations

(UN) adopted the Agenda 2030 for Sustainable Development in September 2015. This

includes the Sustainable Development Objectives (ODS) and proposes a coordinated

global action among all actors - governments, private sector, academia, civil society

and citizens - to solve the most urgent global problems by 2030. In this context, be a

very useful tool for companies as they cover a wide range of issues relevant to

companies within sustainable development (such as poverty, health, education,

climate change and environmental degradation). The general objective of this work is

to analyze and evaluate, through case studies, how the incorporation of the

Sustainable Development Objectives in the companies' strategy can bring benefits to

an organization, society and the environment. For this, we analyzed case studies of

Ambev, Danone, Santander, CPFL and Fibria projects that are aligned with the ODS.

Keywords: sustainable development, sustainability, business strategy, benefits,

sustainable development goals, SDG

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Tripé da Sustentabilidade ............................................................... 17

Figura 2 - Objetivos de Desenvolvimento do Milênio ...................................... 18

Figura 3 - Composição da Agenda 2030 ........................................................ 21

Figura 4 - Os 5 Ps do Desenvolvimento Sustentável ...................................... 23

Figura 5 - Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ................................... 25

Figura 6 - Princípios do Pacto Global ............................................................. 34

Figura 7 - Passos para implementação dos ODS na estratégia das empresas

.........................................................................................................................37

Figura 8 - Fluxograma para definir prioridades ............................................... 38

Figura 9 - Modelo Lógico ................................................................................ 39

Figura 10 - Fluxograma para estabelecer metas ............................................ 40

Figura 11 - Fluxograma para integrar na estratégia ........................................ 42

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LISTA DE ABREVIAÇÕES

CMAD Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

COP Comunicação de Progresso

GRI Global Reporting Iniciative

INSEA Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável

ODM Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

ODS Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

ONG Organização não governamental

ONU Organização das Nações Unidas

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

RBPG Rede Brasil do Pacto Global

UN Unated Nations

SISAR Sistema Integrado de Saneamento Rural

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 8

2. JUSTIFICATIVA 10

3. OBJETIVOS 12

3.1 Geral 12

3.2 Específicos 12

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 13

4.1 Ecodesenvolvimento 13

4.2 Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade 15

4.3 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio 17

4.4 Agenda 2030 21

4.5 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 24

4.6 As empresas e os ODS 31

4.7 Pacto global e Rede Brasil do Pacto Global 33

4.8 Implementação dos ODS na estratégia dos negócios 37

5. METODOLOGIA 45

6. RESULTADO E DISCUSSÃO 48

6.1 Água Ama – Ambev 48

6.2 Projeto Novo Ciclo - Danone 51

6.3. Prospera Santander Microcrédito – Banco Santander 55

6.4. Programa Arborização + Segura - CPFL 57

6.5. Programa de Desenvolvimento Rural e Territorial (PDRT) - Fibria 60

7. CONCLUSÃO 65

8. REFERÊNCIAS 66

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1. INTRODUÇÃO

As sociedades humanas, ao mesmo tempo em que avançam no

desenvolvimento da ciência, tecnologia e geração de riquezas, causam alterações

drásticas do ambiente natural. Segundo WRI 2017, desmatamento da cobertura

florestal, que foi reduzida a 15% da área inicial, deu origem a cidades, complexos

industriais, plantações e criações de animais – elementos essenciais para a

sobrevivência e desenvolvimento da sociedade moderna. Entre todas as

consequências, destaca-se: impermeabilização e degradação do solo, elevados

índices de poluição dos recursos hídricos e da atmosfera, geração de volumes

massivos de resíduos sólidos, mudanças climáticas, extinção de espécies animais e

vegetais, desigualdades sociais, de gênero e etnias, entre outras.

Visando o enfrentamento de problemas como pobreza, desigualdade

econômica e de gêneros, fome, consumo desenfreado e inconsciente, corrupção,

degradação do meio ambiente e dos recursos naturais, os membros da Organização

das Nações Unidas (ONU) adotaram a Agenda 2030 para o Desenvolvimento

Sustentável, em setembro de 2015. A Agenda 2030, a qual inclui os Objetivos de

Desenvolvimento Sustentável (ODS), propõe uma ação mundialmente coordenada

entre todos os atores - governos, setor privado, academia, sociedade civil e cidadãos

- para solucionar os problemas globais mais urgentes até 2030.

Espera-se solucionar esses problemas através dos 17 Objetivos de

Desenvolvimento Sustentável e de suas 169 metas. O Programa das Nações Unidas

para o Desenvolvimento (PNUD) afirma que os ODS representam uma oportunidade

de: erradicar a pobreza e a fome de todas as maneiras e garantir a dignidade e a

igualdade; garantir vidas prósperas e plenas, em harmonia com a natureza promover

sociedades pacíficas, justas e inclusivas; e proteger os recursos naturais e o clima do

nosso planeta para as gerações futuras (ONU, 2015a).

Todas as partes envolvidas - empresas, governos, sociedade civil e terceiro

setor - apresentam um papel fundamental na construção de um mundo mais

sustentável: os governos têm o poder de criação de políticas públicas, empresas

podem mitigar os impactos negativos de suas operações ao meio ambiente, enquanto

a sociedade civil e as ONGs têm as funções de: realizar ações e/ou projetos que

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tragam benefícios à sociedade e pressionar empresas e governo a cumprirem seus

papéis.

É preciso ressaltar que o compromisso das empresas com os ODS é muito

importante para o avanço no tema. Uma vez que elas que consomem grande parte

dos recursos naturais para seus processos produtivos, detêm de uma grande quantia

de capital e possuem grande influência na sociedade, elas apresentam um grande

potencial para colaborar com o alcance dos ODS.

A partir do contexto apresentado, esse trabalho tem como objetivo apresentar

os benefícios da implementação dos ODS na estratégia das empresas, através de

estudos de caso. Para isso, a metodologia dividiu-se em 2 principais frentes: pesquisa

bibliográfica e análise dos casos de sucesso da implementação dos ODS em

empresas. Na primeira, foram descritos todos os conceitos teóricos necessários,

como: ecodesenvolvimento, sustentabilidade, desenvolvimento sustentável, ODM

(Objetivos de Desenvolvimento do Milênio), ODS e Pacto Global. Enquanto na última

analisou-se 5 estudos de caso das empresas: Ambev, Danone, Santander, CPFL e

Fibria. Atendendo ao que se propõe, ao final do trabalho, estão descritos os benefícios

identificados.

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2. JUSTIFICATIVA

Diante dos problemas da sociedade global, há uma necessidade de buscar

ferramentas que visam o desenvolvimento além da perspectiva estritamente

econômica. Considerando-se também questões ambientais e sociais, ou seja,

desenvolvimento sustentável.

Durante muito tempo, o meio ambiente foi visto como fonte infinita de recursos

disponíveis para servir às necessidades do ser humano. Nos dias atuais já se sabe

que eles são limitados, por isso a sua utilização exige novas formas de planejamento

para que possa atender as necessidades futuras (SACHS, 2004).

A pressão exercida pela sociedade, no que tange a valorização das questões

socioambientais, tem provocado mudanças consideráveis no setor empresarial nas

últimas décadas. Fato que os estimulou a rever processos e modificar conceitos

visando atender às novas exigências legais, de mercado e da sociedade em geral

(ICHIKAWA,2013).

Para Ichikawa (2013), é necessária a inserção de ações voltadas para a

dimensão social (pessoas) e ambiental (preservação) na estratégia empresariais.

Uma vez que a sociedade está mais exigente e observadora em relação ao futuro do

planeta, a gestão ambiental e a responsabilidade social tornaram-se importantes

instrumentos gerenciais na busca de uma maior competitividade.

Nesse contexto, os ODS se tornam uma ferramenta bastante útil para as

empresas. Uma vez que abrange um conjunto vasto de temas relevantes para as

empresas dentro de desenvolvimento sustentável (tais como pobreza, saúde,

educação, mudanças climáticas e degradação ambiental), eles podem ajudá-las na

conexão de estratégias de negócios com prioridades globais. As empresas podem,

ainda, utilizar os ODS como uma referência global para moldar, conduzir, comunicar

e relatar as suas estratégias, objetivos e atividades (GRI; UN GLOBAL COMPACT;

WBCSD, 2015).

Dessa forma, o presente trabalho se justifica na tentativa de avaliar os

benefícios da incorporação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável na

estratégia de organizações empresariais. O estudo contribuirá para organizações

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empresariais enxerguem nos ODS, uma oportunidade de colaborar com as metas da

Agenda 2030, mitigar impactos negativos existentes em sua cadeia de valor e ainda

alavancar seus negócios.

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3. OBJETIVOS

3.1 GERAL

Analisar e avaliar, através de estudos de caso, como a incorporação dos

Objetivos do Desenvolvimento Sustentável na estratégia das empresas pode

trazer benefícios à uma organização, sociedade e meio ambiente.

3.2 ESPECÍFICOS

Explicitar o que são os ODS e sua importância para organizações,

governos, população e meio ambiente;

Elencar casos de sucesso da implementação dos ODS em empresas de

diferentes setores no Brasil.

Analisar e avaliar os principais benefícios, nos casos elencados,

advindos da incorporação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável na

estratégia destas empresas.

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4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Ao longo das últimas décadas do século XX surgiram conceitos sobre os

modelos de desenvolvimento que deveriam ser estabelecidos pelas sociedades para

enfrentar a problemática da harmonização dos objetivos econômicos e sociais

provenientes do desenvolvimento, com uma gestão ecologicamente prudente, tanto

dos recursos como do meio, entre eles: o ecodesenvolvimento, o desenvolvimento

sustentável e mais recentemente, a chamada sustentabilidade.

4.1 ECODESENVOLVIMENTO

O termo Ecodesenvolvimento foi mencionado a primeira vez pelo canadense

Maurice Strong, em 1972, durante a Conferência de Estocolmo. No entanto, foi

largamente difundido por Ignacy Sachs, a partir de 1974. Este conceito foi criado

visando ressignificar o que se entendia por desenvolvimento na época. Para isso,

Sachs se pautou no paradigma de que os aspectos econômicos não devem estar

dissociados dos problemas sociais e ambientais (OLIVEIRA; MONTEIRO, 2015).

Em meados da década de 1970, existia uma sociedade dividida em duas

linhas opostas de pensamento a respeito das relações entre o meio ambiente e o

desenvolvimento econômico. De um lado estavam os partidários do crescimento

selvagem e do outro, os chamados “zegistas” (partidários do ZEG – Zero Economic

Growth). Os primeiros acreditavam que deveria haver o desenvolvimento econômico

para depois, se pensar no meio ambiente. Enquanto os últimos defendiam a proteção

ao meio ambiente em detrimento de zero crescimento demográfico e material

(OLIVEIRA; MONTEIRO, 2015).

Surge, assim, a proposta de uma visão holística. Analisar o conjunto de todos

aspectos - econômicos, políticos, culturais, sociais e ambientais – em uma abordagem

sistêmica. O que permitiu observar como as várias dimensões se interpenetram e

interdependem (FILHO,1993).

Na definição dada por Sachs e citada por Raynaut e Zanoni (1993), o

ecodesenvolvimento é:

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14

Desenvolvimento endógeno e dependente de suas próprias forças, tendo por

objetivo responder problemática da harmonização dos objetivos sociais e

econômicos do desenvolvimento com uma gestão ecologicamente prudente

dos recursos e do meio.

Existe, portanto, uma questão ética que deve ser considerada nesse contexto;

uma vez que o desenvolvimento precisa estar focado em atender as necessidades

sociais mais abrangentes - que estão relacionadas à melhoria da qualidade de vida

da maior parte da população e o cuidado com a preservação do meio ambiente como

uma responsabilidade para com as futuras gerações (OLIVEIRA; MONTEIRO, 2015).

Sachs (1997 apud SILVA, 2016) desenvolveu ainda o que chamamos de as

cinco dimensões de sustentabilidade do ecodesenvolvimento, descritas abaixo:

a) Sustentabilidade Social: diz respeito a processo de desenvolvimento que leve

a um crescimento com justa distribuição dos bens materiais e da renda, de

maneira a melhorar substancialmente os direitos e condições de toda a

população e reduzindo a distância existente entre os padrões de vida.

b) Sustentabilidade Econômica: é alicerçada pela alocação e gestão mais

eficientes dos recursos e por um fluxo regular do investimento público e

privado. A eficiência econômica deve ser avaliada mais por fatores

macrossociais do que pela lucratividade micro empresarial.

c) Sustentabilidade Ecológica: está ligada à ampliação da capacidade do planeta

Terra de utilização do potencial dos diversos ecossistemas, ao mesmo tempo

em que se mantém um nível mínimo de deterioração do mesmo.

d) Sustentabilidade Espacial (ou territorial): está ligada a uma configuração rural-

urbana mais adequada para proteger a diversidade biológica, proporcionando

melhores condições de vida às pessoas e a uma melhor distribuição dos

assentamentos humanos e das atividades econômicas.

e) Sustentabilidade Cultural: está relacionada à busca das raízes endógenas do

caminho da modernização, privilegiando processos de mudança sem

rompimento da identidade cultural e dos contextos espaciais específicos.

Em 1974 (dois anos depois de Estocolmo), a ONU organizou um Colóquio na

cidade de Cocoyoc, no México, evento que marcara uma virada na história porque ali

começaria uma verdadeira luta contra o subdesenvolvimento. Na declaração final da

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15

reunião, os países defendiam que era preciso parar o sobredesenvolvimento dos ricos

e os países em desenvolvimento deveriam se apoiar em suas próprias forças. No

entanto, a declaração não foi bem recebida pelo Henry Kissinger, secretário do estado

norte-americano na época (FILHO, 1993). “Foi a partir daí que o “ecodesenvolvimento”

se tornou uma palavra mal apreciada, desaconselhável mesmo, e progressivamente

substituída em inglês pela expressão sustainable development” (SACHS, 2009a), ou

desenvolvimento sustentável (em português).

Maimon (1992) diz que a diferença entre os dois termos se concentra no fato

de que o ecodesenvolvimento é centrado em atender as necessidades básicas da

população, através da utilização de tecnologias adequadas a cada ambiente,

enquanto o Desenvolvimento Sustentável aborda a política ambiental, a

responsabilidade com gerações futuras e a responsabilidade comum com os

problemas globais.

No entanto, Sachs (2009b) defende que a ideia central de ambos os termos,

fundamentada na harmonização de objetivos sociais, ambientais e econômicos não

se modificou desde o encontro de Estocolmo. E que mesmo possuindo algumas

críticas ao conceito do Desenvolvimento Sustentável, definido no Relatório

Brundtland, acredita que os pontos em comum entre eles são suficientes para os

considerarmos como sinônimos.

4.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E SUSTENTABILIDADE

Em 1983, foi formada a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMAD). Por indicação da ONU, quem presidiu a Comissão foi a

então primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland. Criada com o objetivo de

aprofundar propostas mundiais na área ambiental, a CMAD lançou, em abril de 1987,

o Relatório “Nosso Futuro Comum”, mais conhecido como Relatório Brundtland (ONU,

2018f).

Este documento expressou a ambição de que o crescimento econômico – por

enquanto o principal motor do desenvolvimento – possa respeitar os limites da

natureza, em vez de destruir seus ecossistemas (VEIGA; ZATZ, 2008). Trazendo pela

primeira vez, a definição de desenvolvimento sustentável (utilizada até os dias atuais):

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“o desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem

comprometer a capacidade das futuras gerações de satisfazerem as suas próprias

necessidades”

Segundo PNUD (2016) é essencial levar em consideração três elementos

centrais para que o desenvolvimento sustentável seja atingido: crescimento

econômico, inclusão social e proteção ao meio ambiente. A erradicação da pobreza é

um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável: “Para esse fim, deve

haver a promoção de um crescimento econômico sustentável, inclusivo e equitativo,

criando melhores oportunidades para todos, reduzindo as desigualdades, elevando

padrões básicos de vida, estimulando a inclusão e o desenvolvimento social justo, e

promovendo o gerenciamento integrado e sustentável dos recursos naturais e dos

ecossistemas” (PNUD, 2016)

Em contrapartida, o termo sustentabilidade definido pelo Instituto Ethos (2012,

apud ICHIKAWA, 2013), consiste em: “assegurar o sucesso do negócio no longo

prazo e ao mesmo tempo contribuir para o desenvolvimento econômico e social da

comunidade, com um meio ambiente saudável e uma sociedade estável”.

Para Feil e Schreiber (2017),

O entendimento de sustentabilidade consiste na capacidade de o sistema

global, contendo a integração do ambiental humano como um sistema

indissociável, manter sua qualidade e/ou propriedade em um nível próximo,

igual ou superior à sua média histórica, considerando-se as alterações

dinâmicas provocadas pelas variáveis ao longo do tempo.

Para o atual trabalho, os termos “desenvolvimento sustentável” e

“sustentabilidade” serão considerados como sinônimos, uma vez que existem pontos

em comum em suas definições mais aceitas. Além disso, ambos conceitos estão

baseados no triple bottom line (TBL), também chamado Tripé da Sustentabilidade

(tradução para o português). Criado por Elkington (2012), o modelo enfatiza a

necessidade de empreender uma gestão para obter resultados econômicos, sociais e

ambientais positivos, que o autor denomina linhas dos pilares da sustentabilidade.

Demonstrados na Figura 1:

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17

Figura 1 - Tripé da Sustentabilidade

Fonte: INVEPAR,2013

a) Dimensão econômica: trata do desempenho financeiro tradicional, aliada à

capacidade da empresa em contribuir para o desenvolvimento econômico do local em

que se encontra instalado e dos seus stakeholders, respeitando os princípios éticos.

b) Dimensão social: efeitos sociais da atividade da empresa no conjunto de

seus stakeholders.

c) Dimensão ambiental: compatibilidade entre a atividade da empresa e a

proteção dos ecossistemas, ou seja, verificar o impacto da empresa e de seus

produtos em relação ao consumo de recursos, de geração de resíduos, de emissões

contaminantes etc.

4.3 OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO

A Cúpula do Milênio, que ocorreu em setembro de 2000 na sede das Nações

Unidas, em Nova Iorque, reuniu o maior número de dirigentes mundiais da história.

Os representantes de 189 países-membros das Nações Unidas se uniram para refletir

sobre o destino comum da humanidade.

O principal desdobramento da Cúpula do Milênio foi a elaboração da

Declaração do Milênio, que consiste em uma série de prioridades coletivas para paz

e segurança, enfretamento da pobreza, proteção ao meio ambiente e direitos

humanos. A mesma contém medidas imprescindíveis para o progresso da

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18

humanidade, bem como para a sobrevivência imediata de parte importante dos seres

humanos (UNICEF, 2018).

A partir desse documento, foi elaborado “Os Objetivos de Desenvolvimento

do Milênio das Nações Unidas (ODM)”, compostos por 8 objetivos (expostos abaixo,

na Figura 2) que visavam endereçar, até 2015, os grandes problemas mundiais

discutidas durante as conferências internacionais ocorridas nos anos 90. Entre eles,

encontravam-se questões relacionadas à população, meio ambiente, gênero, direitos

humanos e desenvolvimento social (BRASIL, 2013, p. 6).

A estrutura dos ODM foi muito importante, pois se “definiu pela primeira vez

um conjunto integrado de metas quantitativas com prazos especificados numa

tentativa de dar sentido operacional para algumas das dimensões básicas do

desenvolvimento humano” (UN, 2012)

Por propor uma agenda que engloba dimensões econômica, social e ambiental,

os ODM representaram um grande avanço em relação a outros planos de

desenvolvimento mundial porque estimula a participação integrada da sociedade civil

e governos buscando avançar rumo ao desenvolvimento humano (BRASIL, 2013, p.

9).

Figura 2 - Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

Fonte: ODM BRASIL, 2018

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Objetivo 1: Erradicar a extrema pobreza e a fome

Este objetivo buscava a erradicação da extrema pobreza e da fome. Seus

principais desafios eram: reduzir pela metade, até 2015, a proporção da população

que vivia com renda abaixo da linha da pobreza e a proporção da população que sofria

com a fome. Trabalhar nessas metas exigiu programas de geração de renda, redução

da elevada desigualdade entre ricos e pobres e acesso à alimentação saudável para

todos.

Objetivo 2: Universalizar a educação primária

Este objetivo visava garantir que, até 2015, todas as crianças, de ambos os

sexos, de todas as regiões, independentemente da cor, raça e sexo, concluíssem o

ensino fundamental, que é equivalente ao ensino básico. Para tal, o esforço deveria

se concentrar na melhoria da qualidade do ensino e ampliação do número de anos de

estudo.

Objetivo 3: Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres

A meta do objetivo 3 era, até 2015, promover a igualdade entre os sexos e a

autonomia das mulheres, eliminando as discrepâncias em todos os níveis de ensino.

Combate ao preconceito, ampliação da participação das mulheres no mercado de

trabalho, com melhores empregos, salário igual ao dos homens para iguais funções e

maior participação feminina na política também estavam inclusos no escopo. Outra

meta era também a eliminação da disparidade entre os sexos no ensino primário e

secundário, até 2005, e em todos os níveis de ensino, até 2015.

Objetivo 4: Reduzir a mortalidade na infância

Este objetivo visava, até 2015, reduzir em dois terços, a mortalidade de

crianças menores de cinco anos de idade. Para a evolução no tema seriam

necessários diversos meios, recursos, políticas e programas, dirigidos às crianças, às

famílias e às comunidades.

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Objetivo 5: Melhorar a saúde materna

Este objetivo tinha como meta, até 2015, reduzir em três quartos a taxa de

mortalidade materna. Ele só seria alcançado a partir da promoção da saúde das

mulheres em idade reprodutiva.

Objetivo 6: Combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças

Este objetivo visava deter e reverter a propagação do HIV/AIDS, malária e

outras doenças, até 2015. Para tal, era fundamental o acesso à informação e aos

meios de prevenção e de tratamento em paralelo à criação de condições ambientais

e nutritivas que contivessem os ciclos de reprodução dessas doenças.

Objetivo 7: Garantir a sustentabilidade ambiental

Os principais desafios deste objetivo eram: integração dos princípios da

sustentabilidade às políticas nacionais; o acesso permanente e sustentável à água

potável segura e esgotamento sanitário; reverter a perda de recursos ambientais; e a

melhoria dos assentamentos precários.

Objetivo 8: Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento

Esse objetivo possuía como metas: a cooperação com os países em

desenvolvimento; formulação execução de estratégias que permitissem trabalho

digno e produtivo aos jovens; tornar acessíveis os benefícios das novas tecnologias -

em cooperação com o setor privado - principalmente nos setores de informação e

comunicação; desenvolvimento de um sistema comercial e financeiro aberto, baseado

em regras, previsíveis e não discriminatórias; atendimento às necessidades especiais

dos países sem acesso ao mar e dos pequenos Estados insulares em

desenvolvimento; tratamento globalmente do problema da dívida dos países em

desenvolvimento, através medidas nacionais e internacionais que tornassem a sua

dívida sustentável em longo prazo; e em cooperação com as empresas farmacêuticas,

proporcionar o acesso a medicamentos essenciais a preços acessíveis (MEDEIROS,

2014).

As metas dos ODM não foram criadas para ser um modelo único. Elas devem

se adequar ao contexto de cada país ou região, tendo em vista o

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comprometimento com a aceleração do desenvolvimento humano. Cada país

realizou pequenos ajustes nos ODM, aprimorando-os, principalmente em

relação às metas e indicadores, procurando adequá-los a suas próprias

necessidades e circunstâncias (BRASIL, 2013, p. 8-9).

Em 2015, quando se encerrou o prazo para cumprimento dos ODM, foi

aprovada uma nova agenda para o desenvolvimento sustentável: a Agenda 2030.

Documento que apresenta os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS),

sucessores dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio Colglazier (2015). Os ODS

podem ser considerados como uma continuação dos ODM que não foram alcançados

até 2015, evitando descontinuidade nas agendas globais de desenvolvimento, como

uma ampliação do escopo do trabalho, uma vez que passou a incorporar mais

objetivos (ASHLEY, 2015).

4.4 AGENDA 2030

Durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável,

em setembro de 2015, foi adotado o documento: “Transformando Nosso Mundo: a

Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” que na ocasião foi adotada por

líderes mundiais de 193 países membros. A Agenda está ligada ao resultado do

Rio+20 – a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável – que ocorreu

em junho de 2012 no Rio de Janeiro, Brasil (SILVA, 2016).

É um plano de ação e compromisso que visa fortalecer a paz universal,

contribuir para uma economia mais saudável que proteja o meio ambiente e

reconhece a erradicação da pobreza como sendo seu maior desafio (ONU, 2015c).

A Agenda 2030 consiste em uma Declaração, em um quadro de resultados -

os 17 ODS e suas 169 metas -, em uma seção sobre meios de implementação

e de parcerias globais, bem como de um roteiro para acompanhamento e

revisão. Os ODS são o núcleo da Agenda e deverão ser alcançados até o

ano 2030 (PLATAFORMA AGENDA 2030, 2018r).

Conforme vemos na Figura 3:

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Figura 3 - Composição da Agenda 2030

Fonte: PLATAFORMA AGENDA 2030, 2018r

Seus objetivos e metas visam estimular a ação para os próximos 15 anos em

áreas de importância crucial para a humanidade e para o planeta, tais como:

● Pessoas: Estamos determinados a acabar com a pobreza e a fome, em todas

as suas formas e dimensões, e garantir que todos os seres humanos possam

realizar o seu potencial em dignidade e igualdade, em um ambiente saudável.

● Planeta: Estamos determinados a proteger o planeta da degradação,

sobretudo por meio do consumo e da produção sustentáveis, da gestão

sustentável dos seus recursos naturais e tomando medidas urgentes sobre a

mudança climática, para que ele possa suportar as necessidades das gerações

presentes e futuras.

● Prosperidade: Estamos determinados a assegurar que todos os seres

humanos possam desfrutar de uma vida próspera e de plena realização

pessoal, e que o progresso econômico, social e tecnológico ocorra em

harmonia com a natureza.

● Paz: Estamos determinados a promover sociedades pacíficas, justas e

inclusivas que estão livres do medo e da violência. Não pode haver

desenvolvimento sustentável sem paz e não há paz sem desenvolvimento

sustentável.

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● Parceria: Estamos determinados a mobilizar os meios necessários para

implementar esta Agenda por meio de uma Parceria Global para o

Desenvolvimento Sustentável revitalizada, com base num espírito de

solidariedade global reforçada, concentrada em especial nas necessidades dos

mais pobres e mais vulneráveis e com a participação de todos os países, todas

as partes interessadas e todas as pessoas” (ONU, 2015a).

Juntas, essas 5 áreas de atuação formam o que chamamos de 5Ps da

sustentabilidade, descritos na Figura 4:

Figura 4 - Os 5 Ps do Desenvolvimento Sustentável

Fonte: ONU, 2015a

A expectativa da ONU é alcançar um mundo mais próspero, equitativo e

sustentável a partir implementação da Agenda 2030 e atuação conjunta entre todos

os países e setores, entre eles governos, empresas, organizações sem fins lucrativos

entre outros (ONU, 2015b).

O objetivo de uma agenda é organizar os temas e facilitar o entendimento das

pessoas para mobilizar, engajar e convocar à ação. Neste sentido, o recado das

Nações Unidas soa muito claro: todos devemos aspirar ao desenvolvimento, mas não

podemos deixar de lado os prejuízos que serão causados às pessoas e ao planeta.

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4.5 OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS – são compostos por 17

objetivos (16 temáticos e 1 sobre meios de implementação), 169 metas, que

abrangem as três esferas do desenvolvimento sustentável (ambiental, econômica e

social) e 231 indicadores (PLATAFORMA AGENDA 2030, 2016).

Foram construídos a partir dos resultados da Rio+20 e levam em conta o legado

dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), oito metas de combate à

pobreza que o mundo se comprometeu em atingir até 2015. Visando avançar nas

metas dos ODM ainda não atingidas, os ODS buscam “assegurar os direitos humanos,

acabar com a pobreza, lutar contra a desigualdade e a injustiça, alcançar a igualdade

de gênero e o empoderamento de mulheres e meninas, bem como enfrentar outros

dos maiores desafios de nossos tempos” (UN GLOBAL COMPACT, 2017).

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecem as

prioridades e ambições de desenvolvimento sustentável global para 2030, e buscam

mobilizar os esforços globais ao redor de uma série comum de objetivos e metas.

Sendo necessária uma ação mundial conjunta entre governos, empresas e sociedade

civil par alcançá-los. Explicitamente convocam as empresas a utilizarem sua

criatividade e inovação para resolver os desafios de desenvolvimento sustentável.

Apesar de terem sido acordados por todos os governos, o sucesso dos ODS só será

conquistado a partir de ações e colaboração de todos os setores (GRI; UN GLOBAL

COMPACT; WBCSD, 2015).

Os ODS são universais: visam estender os benefícios do desenvolvimento a

todos e reconhecem que todos os países e atores devem compartilhar a

responsabilidade de construir um mundo sustentável (O’CONNOR et al., 2016).

Os ODS são integrados: visam alcançar o equilíbrio entre as dimensões

social, econômica e ambiental que é necessário para que o desenvolvimento seja

sustentável. São como uma lista de tarefas a serem cumpridas pelos governos, a

sociedade civil, o setor privado e todos cidadãos na jornada coletiva para um 2030

sustentável (GRI; UN GLOBAL COMPACT; WBCSD, 2015).

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Os ODS são transformadores: eles reforçam que as abordagens

“tradicionalistas de negócios” são inadequadas para promover o desenvolvimento

sustentável global (O’CONNOR et al., 2016).

Figura 5 - Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Fonte: ONU, 2015a

Objetivo 1: Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos

os lugares

Com mais de 700 milhões de pessoas vivendo com menos de US$1,90 no

mundo, a Agenda 2030 reconhece que a erradicação da pobreza, em todas as suas

formas, é o maior desafio global a ser atingido para o desenvolvimento sustentável.

“Por isso, a grande prioridade do desenvolvimento sustentável deve ser os mais

pobres e vulneráveis: ninguém será deixado para trás! ” (PLATAFORMA AGENDA

2030, 2018a)

Objetivo 2: Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e

melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável

Em 2014, havia 795 milhões de pessoas vivendo sob o risco da desnutrição

crônica no mundo. O ODS 2, por sua vez, propõe metas integradas para mudar essa

situação, visando acabar com todas as formas de fome e má-nutrição até 2030, de

forma a garantir acesso suficiente a alimentos nutritivos para todas as pessoas. É

possível trilhar um novo caminho que leve à realização deste objetivo através da

disseminação de práticas agrícolas sustentáveis, apoiando a agricultura familiar,

promovendo o acesso equitativo à terra à tecnologia e ao mercado (PLATAFORMA

AGENDA 2030, 2018b).

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Objetivo 3: Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para

todos, em todas as idades

Atualmente, doenças não transmissíveis, principalmente cardiovasculares,

respiratórias, câncer e diabetes, são responsáveis por 63% de todas as mortes do

mundo. A promoção da saúde e bem-estar é o centro deste objetivo, uma vez que são

considerados. Composto por metas integradas, o ODS 3 entende a promoção da

saúde e do bem-estar como fundamentais ao fomento das capacidades humanas

(PLATAFORMA AGENDA 2030, 2018c).

Objetivo 4: Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade,

e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos

Este ODS aborda a promoção de uma educação inclusiva, igualitária e

baseada nos princípios de direitos humanos e desenvolvimento sustentável como

essencial para a sociedade. Por isso todos os níveis de educação estão contemplados

no objetivo de desenvolvimento sustentável 4. Visando a ampliação das

oportunidades para as pessoas mais vulneráveis, o centro deste objetivo é promover

a capacitação e empoderamento dos indivíduos (PLATAFORMA AGENDA 2030,

2018d).

Objetivo 5: Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as

mulheres e meninas

A igualdade de gênero é um direito humano fundamental e também é

necessária na construção de um mundo pacífico, próspero e sustentável. Não será

possível alcançar o desenvolvimento sustentável se metade da população não

conseguir exercer seu pleno desenvolvimento e exercício de suas capacidades. O

ODS 5 é transversal à toda Agenda 2030 e visa trabalhar as áreas de saúde, educação

e trabalho, e especialmente no combate às discriminações e violências relacionadas

ao gênero e na promoção do empoderamento de mulheres e meninas. Para que dessa

forma, elas possam atuar ativamente na promoção do desenvolvimento sustentável,

por meio da participação na política, na economia, e em outras áreas de tomada de

decisão (PLATAFORMA AGENDA 2030, 2018e).

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Objetivo 6: Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e

saneamento para todos

A água, assim como os serviços ligados a elas, está no centro das três

dimensões do desenvolvimento sustentável pois pode ser facilmente relacionada aos

esforços de erradicação da pobreza, de crescimento econômico e da sustentabilidade

ambiental. O acesso à água e ao saneamento é importante para todos os aspectos

da dignidade humana: da segurança alimentar e energética à saúde humana e

ambiental. Para alcançar este objetivo, é necessária a proteção de nascentes, rios e

bacias e compartilhamento de tecnologias de tratamento de água (PLATAFORMA

AGENDA 2030, 2018f).

Objetivo 7: Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a

preço acessível à energia para todos

Um dos maiores desafios do ODS 7 é atender às necessidades da economia em

relação à energia ao mesmo tempo que protege o meio ambiente. Por isso, reconhece

a importância e traça metas focadas na transição energética, de fontes não renováveis

e poluidoras, para fontes renováveis limpas (PLATAFORMA AGENDA 2030, 2018g).

Objetivo 8: Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e

sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos

A população que se encontra em situação de vulnerabilidade social, como

consequência da desigualdade social, possui pouca perspectiva de empregos de

qualidade devido à baixa qualificação profissional. O ODS 8 reconhece a urgência de

erradicar o trabalho forçado e formas análogas ao do trabalho escravo, bem como o

tráfico de seres humanos. Este objetivo visa garantir o alcance pleno de seu potencial

e capacidades de todos e todas. Para isso, uma alternativa é a promoção de políticas

que incentivem o empreendedorismo e a criação de empregos de maneira sustentável

e inclusiva (PLATAFORMA AGENDA 2030, 2018h).

Objetivo 9: Construir infraestruturas resilientes, promover a

industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação

Investimentos em infraestrutura e em inovação, para a garantia de uma rede

de transporte público e infraestrutura urbana de qualidade, são fundamentais no

cenário atual. Esse tipo de investimento é considerado primordial para o crescimento

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econômico e desenvolvimento (sustentável) das nações. O ODS 9 apresenta metas

que buscam a construção de estruturas resilientes e modernas, o fortalecimento

industrial eficiente, o fomento da inovação, com valorização da micro e pequena

empresa e inclusão dos mais vulneráveis aos sistemas financeiros e produtivos

((PLATAFORMA AGENDA 2030, 2018i).

Objetivo 10: Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles

A desigualdade de renda e na distribuição da riqueza dentro dos países é um

problema global que requer soluções integradas. A visão estratégica do ODS 10 está

firmada na erradicação da pobreza em todas suas dimensões, na redução das

desigualdades socioeconômicas e no combate às discriminações de todos os tipos.

Para alcançá-lo, todos os setores devem assumir o compromisso de promoverem

oportunidades para as pessoas mais excluídas no caminho do desenvolvimento

(PLATAFORMA AGENDA 2030, 2018j).

Objetivo 11: Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos,

seguros, resilientes e sustentáveis

As metas do ODS 11 engloba temas relacionados à urbanização, como

mobilidade, gestão de resíduos sólidos e saneamento. Inclui ainda o planejamento e

aumento de resiliência dos assentamentos humanos, considerando as diferentes

necessidades das zonas rurais, periféricas e urbanas ((PLATAFORMA AGENDA

2030, 2018k).

Objetivo 12: Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis

O aumento da eficiência no uso de recursos energéticos e naturais, a

construção de infraestruturas sustentáveis e o acesso a serviços básicos são temas

abordados pelas metas do ODS 12. Além disso, o objetivo prioriza a informação, a

gestão coordenada, a transparência e a responsabilização dos consumidores de

recursos naturais; considerando-as ferramentas capazes de promover mudança nos

padrões de consumo e produção, base para o alcance das metas ((PLATAFORMA

AGENDA 2030, 2018l).

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Objetivo 13: Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima

e seus impactos

Estima-se que a temperatura terrestre aumente mais de 3 ºC até o final do

século XXI se nenhuma ação imediata for tomada frente à mudança do clima. Uma

das metas do ODS 13 é mobilizar 100 milhões de dólares por ano até 2020 com a

finalidade de ajudar os países em desenvolvimento no plano para mitigação de

desastres relacionados ao clima. Este objetivo é estratégico na mobilização dos atores

podem promover as mudanças necessárias para impedir estas projeções de se

tornarem realidade (PLATAFORMA AGENDA 2030, 2018m).

Objetivo 14: Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e

dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.

As atividades humanas - como poluição e caça predatória - afetam incisiva e

diretamente 40% dos oceanos, que sofrem consequências como perda de habitat,

introdução de espécies invasoras e acidificação de suas águas. É nesse cenário que

o ODS 13 aponta metas para gerenciamento e proteção da vida na água

(PLATAFORMA AGENDA 2030, 2018n).

Objetivo 15: Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos

ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas,

combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter

a perda de biodiversidade

Promoção do manejo sustentável das florestas, o combate à desertificação, a

proteção da terra (parar e reverter sua degradação) e da biodiversidade são algumas

das metas incluídas no ODS 15. A tarefa central para seu alcance das mesmas está

no uso sustentável dos recursos naturais em cadeias produtivas e em atividades de

subsistência de comunidades, bem como sua integração em políticas públicas

(PLATAFORMA AGENDA 2030, 2018o).

Objetivo 16: Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o

desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para

todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em

todos os níveis

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A promoção de instituições fortes, inclusivas e transparentes, a manutenção

da paz e o respeito aos direitos humanos são essenciais na construção do

desenvolvimento humano sustentável. As metas do ODS 16 inclui temas sensíveis,

como o combate e enfrentamento da exploração sexual, tráfico de pessoas, tortura,

corrupção, terrorismo e práticas criminosas (PLATAFORMA AGENDA 2030, 2018p).

Objetivo 17: Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a

parceria global para o desenvolvimento sustentável

Para que os demais ODS sejam alcançados é necessário o compromisso de

cooperação entre a comunidade internacional e uma parceria global ampla que

abranja todos os setores interessados e as pessoas impactadas pelos processos de

desenvolvimento. Neste sentido, esse objetivo nada mais é do que a proposta de um

caminho para a realização efetiva da Agenda 2030 por todos os países

(PLATAFORMA AGENDA 2030, 2018q).

As interações entre as metas dos ODS apontam a necessidade de ser vista a

Agenda 2030 como um todo integrado, revelando que as metas afetam umas às

outras, algumas mais do que outras. Revela-se nessas interações a complexidade da

Agenda 2030 e aponta-se a coerência de políticas para o desenvolvimento sustentável

que estejam voltadas para a implementação da Agenda 2030. Segundo O’Connor et

al. (2016, p. 5):

Se os países ignorarem as conexões e simplesmente começarem a marcar

as metas, uma por uma, eles correm o risco de resultados perigosos. Por

exemplo, o uso do carvão para aumentar o acesso de energia (ODS 7) nas

nações da Ásia, acelera a mudança climática e acidificação dos oceanos (em

detrimento dos ODS 13 e 14), assim como aumenta outros problemas como

danos à saúde devido à poluição do ar (em detrimento do ODS 3).

Essa situação demonstra que um ODS pode ser implementado por partes e

isso pode ser bom, mas não suficiente. E que, para a implementação em sua

totalidade, é necessário que os outros ODS sejam implementados juntos em um corpo

coerente de políticas, sejam políticas públicas, sejam públicas por organizações

privadas e sem fins lucrativos, caso estejam buscando alinhamento com a Agenda

2030 (AGUIAR, 2017).

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4.6 AS EMPRESAS E OS ODS

A sociedade está mais consciente sobre a importância de questões

ambientais e tem provocado mudanças consideráveis no setor empresarial, devido à

pressão exercida. Fato que os estimulou a rever processos e modificar conceitos

visando atender às novas exigências legais, de mercado e da sociedade em geral

(ICHIKAWA, 2013). Dessa forma, suas expectativas em relação aos negócios têm

aumentado nos últimos anos. Laszlo e Zhexembayeva (2011) identificam, três

diferentes tipos principais de pressões que têm forçado à adoção de práticas de

sustentabilidade corporativa: pressão por recursos declinantes, pressão pela

transparência radical e pressão das expectativas crescentes dos stakeholders. Ainda

na abordagem feita pelos autores citados verifica-se a importância, a inter-relação e a

influência dos diversos setores da sociedade nas pressões sobre o setor empresarial.

Na concepção de Dias (2012), as empresas se viram obrigadas considerar a

preservação do meio ambiente, a valorização social e o respeito às normas em sua

estratégia competitiva. Mantendo-as dentro de uma concorrência saudável que visa

alcançar os objetivos de crescimento sustentáveis em uma economia globalizada

(ICHIKAWA, 2013).

Alguns exemplos de práticas de sustentabilidade que têm sido implementadas

por empresas são: reaproveitamento de água, reciclagem de resíduo sólido, logística

reversa, aumento de eficiência de uso de matéria prima nos processos, investimento

social privado, certificações de produtos sustentáveis, relatório de sustentabilidade,

entre outros.

Os desafios da sustentabilidade são muitos, requerem empenho e recursos

das organizações, mas em contrapartida ampliam as oportunidades de inovação,

basicamente por duas razões: “[1] as regulações ambientais e sociais aumentam a

pressão por inovatividade, gerando o chamado “empurrão regulatório”; além disso, [2]

a sustentabilidade apresenta uma nova fonte de ideias e visões que levam a novas

oportunidades de negócios” (BOECHAT; LAURIANO, 2012)

Empresas que possuem estratégia de negócio social e ambientalmente mais

responsável possuem vantagens competitivas quando o mercado percebe valor nessa

iniciativa (CHIH; CHIH; CHEN, 2010). Sendo assim, a sustentabilidade revela-se mais

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efetiva em países que possuem mais imposições legais devido a uma presença mais

forte do Estado. Verificou-se ainda que empresas presentes em nações nas quais

predominam os direitos dos acionistas que tendem a não apresentar iniciativas

voluntariamente (ROMANO, 2014).

Romano (2014) afirma que adotar uma cultura orientada para a

sustentabilidade, por meio de princípios e valores, é o melhor caminho para seguir

nesse momento. Segundo o autor:

É fundamental que haja uma correta ligação entre essa cultura para a

sustentabilidade e a busca dos princípios, sabendo avaliar o que constitui

uma cultura orientada para a sustentabilidade e se é possível se tornar mais

sustentável com essa mudança de cultura.

Na medida em que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável formam a

agenda global para o desenvolvimento das nossas sociedades, eles se apresentam

uma oportunidade para que as soluções e tecnologias empresariais sejam

desenvolvidas e implementadas visando endereçar os maiores desafios mundiais de

desenvolvimento sustentável. Os ODS também possibilitarão que empresas líderes

exprimam como os seus negócios contribuem e/ou podem contribuir para o avanço

do desenvolvimento sustentável, tanto minimizando os impactos negativos quanto

maximizando os impactos positivos nas pessoas e no planeta (GRI; UN GLOBAL

COMPACT; WBCSD, 2015).

As empresas são parceiras vitais no alcance dos Objetivos de

Desenvolvimento Sustentável e elas podem contribuir através das suas

atividades principais. Solicitamos que as empresas de todo o mundo avaliem

seu impacto, estabeleçam metas ambiciosas e comuniquem seus resultados

de forma transparente. ” Ban Ki-moon, Secretário Geral das Nações Unidas

Os ODS podem auxiliar empresas a conectarem suas estratégias de negócios

com prioridades globais, sendo possível utilizá-los como uma referência global para

moldar, conduzir, comunicar e relatar as suas estratégias, objetivos e atividades.

Portanto, há uma relação de benefício quando empresas incorporam os ODS

em sua estratégia de negócio, bem como na sua cultura organizacional, tema que

será apresentado com maior profundidade ao longo do presente trabalho. Por

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contribuir para o alcance das metas da Agenda 2030, essa relação tem o potencial de

gerar impacto positivo para as pessoas, planeta, parcerias, prosperidade e paz.

4.7 PACTO GLOBAL E REDE BRASIL DO PACTO GLOBAL

Em um cenário de preocupação crescente sobre os efeitos da globalização,

Kofi Annan – Secretário Geral das Nações Unidas - propôs o Pacto Global no Fórum

Econômico Mundial, em janeiro de 1999. Convocou líderes empresariais a se unirem

a uma iniciativa internacional – o Global Compact – que aproximaria as empresas das

agências da ONU, organizações do trabalho, organizações não governamentais e

outros atores da sociedade civil. Seu objetivo era a promoção de ações e parcerias

na busca de uma economia global mais sustentável e inclusiva (OLIVEIRA et al.,

2008).

Lançado no ano de 2000, o Pacto Global das Nações Unidas é hoje a maior

iniciativa de sustentabilidade corporativa voluntária do mundo. Reúne mais de 12 mil

signatários – entre empresas (pequenas, médias e grandes) e organizações – em

quase 170 países, atuando como principal canal da ONU com o setor privado, tem a

missão de engajar as empresas na nova agenda para o desenvolvimento sustentável.

(UN GLOBAL COMPACT, 2017).

Possui um papel fundamental na disseminação de diretrizes para a promoção

do crescimento sustentável e da cidadania, através de lideranças corporativas,

incluindo os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Atuando como guia às

corporações que estão comprometidas na construção de um mercado global, com

oportunidade de crescimento de forma equitativa e sustentável, dentro do processo

de globalização (PACTO GLOBAL, 2012 apud ICHIKAWA, 2013).

O Pacto defende 10 princípios (descritos na Figura 6) que foram baseados na

Declaração Universal de Direitos Humanos, na Declaração da Organização

Internacional do Trabalho sobre Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho, na

Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e na Convenção das

Nações Unidas Contra a Corrupção (UN Global Compact, 2018a).

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Figura 6 - Princípios do Pacto Global

Fonte: UN Global Compact, 2017

Enquanto iniciativa voluntária de cidadania empresarial, o Pacto Global não é

um instrumento regulador que gera obrigações de comportamento ou de ações; e sim

um fórum aberto, acessível, que procura atender à participação de um diversificado

grupo de empresas e organizações. Também não é uma agência tradicional das

Nações Unidas, mas sim uma rede que visa promover uma iniciativa (OLIVEIRA et al.,

2008).

O Pacto Global não é um instrumento de regulação – ele não ‘policia’, impõe ou mede o comportamento ou as ações das companhias. Em vez disso, o Pacto Global acredita na responsabilidade pública, transparência e no interesse próprio e esclarecido das empresas, organizações do trabalho e sociedade civil para iniciar e compartilhar, substancialmente, ações que satisfaçam as bases dos princípios do Pacto Global (FERREIRA, 2008).

De acordo com o Manual do Pacto Global, para que as empresas, grupo de

empresas e outras organizações participem da rede de forma voluntária é preciso:

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Enviar uma carta assinada pelo Executivo formalizando o compromisso

empresarial com o Pacto Global e seus princípios;

Impulsionar mudanças nas suas operações, de maneira que o Pacto Global e

seus princípios se tornem parte da estratégia, da cultura e das operações

rotineiras;

Defender publicamente o Pacto Global e seus princípios através dos meios de

comunicação de que dispõe;

Reportar anualmente em seu relatório anual (ou outro relatório similar) de que

maneira está apoiando o Pacto Global e seus princípios (OLIVEIRA et al.,

2008). A Rede do Pacto Global usa a nomenclatura COP (Comunicação em

Progresso) para esse tipo de reporte – documento que deve ser publicado no

site internacional do Pacto Global conforme suas diretrizes (UN GLOBAL

COMPACT, 2018).

No Brasil, o pacto Global é subdividido em duas frentes principais: a Rede

Brasil do PG e o Comitê Brasileiro do Pacto Global (CBPG). Segundo informações do

site do Pacto Global, as empresas brasileiras signatárias são parte de uma rede

nacional, que possui uma série de atividades ao longo do ano. O Comitê Brasileiro do

PG é um grupo menor, com papel representativo, tem como objetivo orientar, facilitar

e encorajar as empresas signatárias e outras partes interessadas, a fazer parte do PG

e desenvolver programas relacionados aos dez princípios (OLIVEIRA et al., 2008).

Fundada em 2003, a Rede Brasil do Pacto Global, que está sob gestão do

CBPG - formado por 36 organizações consideradas referências em sustentabilidade

(UN GLOBAL COMPACT, 2018b) - desempenha o papel de porta-voz oficial para

empresas e organizações brasileiras dentro da temática dos ODS (UN GLOBAL

COMPACT, 2017), atuando em parceria com o Programa das Nações Unidas para o

desenvolvimento (PNUD).

Com mais de 700 signatários, a RBPG é hoje a 3ª maior rede local - atrás

apenas da Espanha e da França, continua sendo a maior rede das Américas e do

Hemisfério Sul - promovendo ações colaborativas lideradas pelo setor privado, através

do estabelecimento de parcerias com diferentes setores, como a sociedade civil,

governos e agências da ONU (UN GLOBAL COMPACT, 2017).

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Envolvendo o setor privado em programas alinhados aos Objetivos de

Desenvolvimento Sustentável (ODS), a Rede Brasil do Pacto Global conduz projetos

por meio dos seus Grupos Temáticos (GT), divididos atualmente em: Água, Energia &

Clima, Alimentos & Agricultura, Direitos Humanos & Trabalho, Anticorrupção e ODS.

Existe ainda a Comissão de Engajamento e Comunicação, que é responsável pelas

diretrizes das divulgações feitas pelos membros sobre o Pacto Global e sobre os ODS.

Esses grupos são formados por representantes das empresas e organizações que

integram a Rede Brasil.

O GT ODS promove o engajamento empresarial para o alcance dos 17

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, lançados pela ONU em setembro

de 2015. Por meio da disseminação e da capacitação em torno desta nova

agenda, bem como da promoção de parcerias e da articulação com políticas

públicas, o grupo advoga a minimização do impacto empresarial frente a

estes objetivos. Além disso, estimula a ação transformadora e necessária por

parte do setor privado para a Agenda 2030. O GT ODS atua em parceria com

outras organizações e coalizações, com as quais compartilha o desafio de

engajar o setor privado brasileiro e mundial (UN GLOBAL COMPACT, 2017).

Pacto Global (2012 apud ICHIKAWA, 2013) afirma que:

(...) atingir o ápice dos dez princípios demanda muito esforço, dedicação e

constantes cobranças dos compromissos da empresa, tanto que as

mudanças começam na aceitação e no aprimoramento organizacional. As

transformações são únicas para cada empresa, que deve desenvolver o seu

modelo para a aplicação dos dez princípios baseados na sua estrutura e

forma de ação comercial. Portanto, não existe uma fórmula pronta para obter

a excelência nos resultados.

Podemos concluir então que o Pacto Global, bem como suas estruturas

internas, alinha as práticas empresariais com os valores e objetivos aplicáveis

universalmente, também incentiva a transparência de seus signatários e a

apresentação anual de relatórios de atividades (COP – Comunicação em Progresso).

Tornando-se, dessa forma, essencial para o desenvolvimento sustentável e adesão

aos ODS pelo setor privado (OLIVEIRA et al., 2008).

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4.8 IMPLEMENTAÇÃO DOS ODS NA ESTRATÉGIA DOS NEGÓCIOS

O documento SDG Compass, desenvolvido pela GR (Global Reporting

Iniciative), United Nations Global Compact e wbcsd, é um guia que apresenta 5

passos, apresentados na Figura 7, para que os negócios alinhem sua estratégia,

mensurem e administrem sua contribuição para os ODS. As empresas podem aplicar

os cinco passos desde seu início apenas alinhar o seu curso, dependendo de qual

fase estiverem em relação à sua estratégia de sustentabilidade corporativa (GRI; UN

GLOBAL COMPACT; WBCSD, 2015).

Figura 7 - Passos para implementação dos ODS na estratégia das empresas

Fonte: GRI; UN GLOBAL COMPACT; WBCSD, 2015

4.8.1. Passo 1 – Entender os ODS

O primeiro passo do processo é entender o que são os ODS, quais seus

objetivos e problemas visam solucionar, o que se espera de uma empresa

comprometida com os ODS, quais benefícios podem agregar para a empresa e seus

stakeholders, entre outras questões.

Ainda que direcionados inicialmente a governos, os ODS são criados para

reunir uma ampla gama de organizações e delinear as prioridades e ambições para

os esforços de desenvolvimento sustentável em torno de uma estrutura comum.

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A partir do desenvolvimento e entrega de soluções para o alcance dos ODS,

as empresas vislumbrarão novas oportunidades de crescimento e reduzirão os seus

riscos. As corporações podem ainda utilizá-los para moldar, conduzir, comunicar e

relatar as suas estratégias, metas e atividades. Dessa forma, podem desfrutar dos

seguintes benefícios: identificação de oportunidades de negócios futuras, crescimento

do valor da sustentabilidade corporativa, fortalecimento das relações com

stakeholders, estabilização de sociedades e mercados, utilização uma linguagem

comum e finalidade compartilhada (GRI; UN GLOBAL COMPACT; WBCSD, 2015).

4.8.2. Passo 2 – Definir prioridades

A definição de prioridades ajuda empresas a focarem seus esforços,

beneficiando-se das oportunidades e desafios apresentados pelos Objetivos de

Desenvolvimento Sustentável. Nem todos os 17 ODS serão igualmente relevantes

para diferentes empresas, é necessário verificar quais estão mais alinhados à

estratégia e setor em que a companhia atua.

Este passo resume como as empresas podem definir prioridades focando em

três ações amplas, de acordo com a Figura 8.

Figura 8 - Fluxograma para definir prioridades

Fonte: próprio autor

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4.8.2.1. Mapear a cadeia de valor para verificar as áreas de impacto

Inicialmente, deve-se realizar uma avaliação dos impactos atuais, potenciais,

positivos e negativos que as atividades empresariais têm nos ODS por toda a cadeia

de valor. Dessa forma é possível identificar impactos positivos que podem ganhar

escala e impactos negativos podem ser mitigados ou evitados (GRI; UN GLOBAL

COMPACT; WBCSD, 2015).

4.8.2.2. Selecionar indicadores e coletar dados

Considerando-se cada uma das áreas de alto impacto potencial, sugere-se

identificar um ou mais indicadores que expressem a relação entre as atividades da

empresa e o seu impacto no desenvolvimento sustentável. Assim, seu desempenho

pode ser acompanhado com o passar do tempo.

Um processo de cinco passos, recorrentemente denominado Modelo Lógico,

traça a rota a partir dos dados por meio das atividades, resultados, produção e

impactos e ajuda a entender quais dados devem ser coletados. A Figura 9 apresenta

o modelo de processo sugerido para a identificação de indicadores.

Figura 9 - Modelo Lógico

Fonte: (GRI; UN GLOBAL COMPACT; WBCSD, 2015)

4.8.2.3. Definir prioridades

A próxima etapa é definir as prioridades em todos os ODS. Os seguintes

critérios podem auxiliar nesse processo:

Considerar a magnitude, gravidade e probabilidade de impactos negativos

atuais e potenciais, a importância desses impactos para as principais partes

interessadas e a oportunidade de reforçar a competitividade através da

eficiência de recursos; Avaliar a oportunidade para a sua empresa crescer ou

obter vantagens a partir de seus atuais ou potenciais impactos positivos em

todos os ODS. Isso pode incluir oportunidades para inovar, desenvolver

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novos produtos e soluções ou atingir novos segmentos de mercado (GRI; UN

GLOBAL COMPACT; WBCSD, 2015).

4.8.3. Passo 3 – Estabelecer metas

Por meio do alinhamento aos ODS, os negócios podem estabelecer metas

mais expressivas e se comunicar assertivamente sobre seu compromisso com o

desenvolvimento sustentável. O estabelecimento de metas específicas, mensuráveis

e com prazo determinado ajuda a promover as prioridades compartilhadas e a guiar o

progresso da organização.

Esse passo atua no estabelecimento de metas e consiste de quatro ações,

apresentadas na Figura 10:

Figura 10 - Fluxograma para estabelecer metas

Fonte: Próprio autor

4.8.3.1. Definir o escopo das metas e selecionar KPIs

Na definição do escopo das metas é importante considerar as prioridades

estratégicas identificadas no passo anterior, pois isso garantirá que estas incorporem

oportunidades de contribuir positivamente para os ODS, bem como reduzir os

impactos negativos. Garantirá também que as metas abranjam toda a cadeia de valor

e não apenas as operações próprias. Dessa forma, sugere-se que empresas

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estabeleçam metas que cubram todas as prioridades definidas, considerando

aspectos econômicos, sociais e ambientais do desenvolvimento sustentável.

Os indicadores chave de desempenho (KPIs) escolhidos podem ser utilizados

para conduzir, monitorar e comunicar o progresso da corporação. A recomendação é

selecionar vários KPIs que abordem diretamente o impacto ou resultado de suas

atividades e auxiliem no alcance de uma meta específica, mensurável e limitada no

tempo. (GRI; UN GLOBAL COMPACT; WBCSD, 2015)

4.8.3.2. Definir a linha base e selecionar o tipo de objetivo

A linha base deve ser definida para monitorar o progresso em determinados

temas de forma precisa e pode impactar significativamente no alcance de um objetivo.

É recomendado, portanto, ser transparente em relação a como e porque uma linha

base específica foi escolhida (GRI; UN GLOBAL COMPACT; WBCSD, 2015).

4.8.3.3. Estabelecer o nível de ambição

A definição do nível de ambição das metas deve estar alinhada com a

liderança, levando-se em consideração as opiniões e/ou necessidades das partes

interessadas (internas e externas). Geralmente, esse processo é feito a partir de:

análise do desempenho atual e histórico; projeção de tendências e cenários;

benchmark setorial. (GRI; UN GLOBAL COMPACT; WBCSD, 2015)

4.8.3.4. Anunciar o compromisso com os ODS

Tornar públicas as metas estabelecidas é um sinal de transparência para com

a sociedade a respeito do seu compromisso em prol do desenvolvimento sustentável.

Fazer isso pode inspirar e engajar funcionários e parceiros empresariais, e pode

fornecer uma boa base para o diálogo construtivo com stakeholders externos (GRI;

UN GLOBAL COMPACT; WBCSD, 2015).

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4.8.4. Passo 4 – Integrar na estratégia

A integração da sustentabilidade da estratégia empresarial pode transformar

seus aspectos principais, podendo, assim, modificar a oferta de produtos e serviços,

os segmentos do cliente, o gerenciamento da cadeia de abastecimento, a escolha e o

uso de matérias-primas, as redes de transporte e distribuição e o ciclo de da vida do

produto. Visando potencializar impacto, as empresas podem trabalhar através de

parcerias. Desse modo, o Passo 4 está dividido em 3 ações principais, que são

apresentadas na Figura 11:

Figura 11 - Fluxograma para integrar na estratégia

Fonte: próprio autor

4.8.4.1. Ancorar metas de sustentabilidade nos negócios

Para se certificar de que as metas de sustentabilidade estão ancoradas nas

organizações, é importante:

A criação de uma visão compartilhada do valor que o progresso em direção

às metas de sustentabilidade gera para a empresa;

A integração das metas de sustentabilidade nas avaliações de desempenho

dos funcionários, com incentivos adicionais que refletem o papel específico

que cada função ou indivíduo tem no alcance dos objetivos.

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4.8.4.2. Incorporar sustentabilidade corporativa em todas as funções da

empresa

Apesar de as equipes de sustentabilidade desempenharem um papel

importante no cumprimento das metas de sustentabilidade da empresa, o apoio e o

sentimento de apropriação de funções corporativas - como por exemplo Pesquisa e

Desenvolvimento, Desenvolvimento Empresarial, Gestão de Fornecimento,

Operações e Recursos Humanos -são a chave para a integração da sustentabilidade

na estratégia de negócios, na cultura e nas operações (GRI; UN GLOBAL

COMPACT; WBCSD, 2015).

4.8.4.3. Engajamento de parcerias

Segundo SDG, os parceiros têm como objetivo estabelecer metas

compartilhadas, despolitizar projetos, desenvolver estruturas de governança claras,

criar uma estrutura de monitoramento único, ter foco sobre os impactos, prever as

necessidades futuras de recursos, e criar um processo de gestão de conhecimento.

Os empreendimentos podem firmar 3 diferentes tipos de parcerias: parcerias

de cadeia de valor (entre empresas de uma mesma cadeia de valor), iniciativas

setoriais (entre empresas de um mesmo setor) ou parcerias com diversas partes

interessadas (entre governo, organizações do setor privado, sociedade civil, entre

outros) (GRI; UN GLOBAL COMPACT; WBCSD, 2015).

4.8.5. Passo 5 – Relatar e comunicar

Todos os passos anteriores sustentam a forma que a empresa se comunica

com seus stakeholders, que é feita, na maioria das vezes, através da publicação de

relatórios de sustentabilidade. Por isso, o desenvolvimento de sistemas que integrem

questões de desenvolvimento sustentável na administração e processo de tomada de

decisão da empresa é essencial.

Em sua origem, o relatório de sustentabilidade foi visto como uma peça de

comunicação para as partes interessadas principais que constrói confiança e melhora

a reputação. Nos últimos tempos, esse tipo de relato evoluiu e é visto como uma

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ferramenta estratégica de apoio a tomada de decisões sustentáveis, estímulo ao

desenvolvimento organizacional, obtenção de melhor desempenho, engajamento

partes interessadas e atração de investimento (GRI; UN GLOBAL COMPACT;

WBCSD, 2015).

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5. METODOLOGIA

Visando atender aos objetivos propostos, a metodologia do atual trabalho

dividiu-se em 2 principais frentes: pesquisa bibliográfica e análise dos cases de

sucesso da implementação dos ODS em empresas.

5.1. Pesquisa bibliográfica

Segundo Gil (1994), uma pesquisa bibliográfica é elaborada com base em

material já publicado, possibilitando vasto alcance de informações. Ao longo do

trabalho foram abordados temas fundamentais para o embasamento da discussão e

análise dos estudos de caso.

Primeiramente foram descritos conceitos teóricos como ecodesenvolvimento,

desenvolvimento sustentável e sustentabilidade. Em seguida, apresentou-se os

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável criados pela ONU, bem como seu

precursor, os ODM (Objetivos do Milênio). Por fim, foi discutido o papel do setor

empresarial no alcance das metas e os benefícios que podem ser agregados quando

possuem os ODS internalizados em sua estratégia de negócio.

As informações foram levantadas em sites e documentos das principais

organizações que direcionam o tema no Brasil e no mundo: ONU, PNUD, Rede Brasil

do Pacto Global, entre outras. Além disso, também foram utilizados também trabalhos

acadêmicos sobre sustentabilidade, desenvolvimento sustentável e ODS.

5.2. Estudos de caso

Os estudos de caso escolhidos para análise foram retirados do arquivo SDG

in Brazil, documento lançado em setembro de 2018 como resultado da 73ª Assembleia

Geral das Nações Unidas que aconteceu em Nova York. Esta publicação reúne as

histórias do setor privado brasileiro apresentadas no evento (UN GLOBAL COMPACT;

PNUD, 2018).

Segundo YIN (2005), "Estudo de caso é uma inquirição empírica que investiga

um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto da vida real, quando a fronteira

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entre o fenômeno e o contexto não é claramente evidente e onde múltiplas fontes de

evidência são utilizadas".

BRUYNE et al. (1997) afirma que o estudo de caso “reúne tanto quanto

possível as informações numerosas e detalhadas para aprender a totalidade de uma

situação”. Por isso buscou-se, ainda, informações complementares em relatos de

sustentabilidade e sites das empresas envolvidas.

Para seleção dos cases apresentados no SDG in Brazil, a Rede Brasil do

Pacto Global realizou uma chamada pública para receber projetos ligados ao alcance

dos ODS. Os cases recebidos foram selecionados a partir análise e pontuação

baseadas nos critérios elaborados pela PwC em relação ao (à): alinhamento

estratégico, transversalidade, criação de valor, relevância, abrangência do impacto,

facilidade de adaptação para outros contextos, existência de parcerias público/privada

na execução das ações e incorporação dos ODS e metas. Este foi o fator motivador

da escolha do documento para a retirada dos cases analisados.

A abordagem dessa pesquisa pode ser definida como qualitativa, pois se

caracteriza em um esforço visando a verificação e ampliação do conhecimento

existente (GODOY, 1995). Segundo Belo (2017), “As análises qualitativas são usadas

quando se busca percepções e entendimento sobre a natureza geral de uma questão,

abrindo espaço para a interpretação no momento de análise.”

Nesse sentido, durante o texto de discussão de cada um dos projetos

apresentados, a análise qualitativa dos casos foi baseada nos seguintes tópicos:

● Contribuição aos ODS: análise de quais são os ODS englobados no projeto

implementado.

○ Pergunta chave: Com quais ODS o projeto contribui? Existe um que seja

prioritariamente trabalhado?

● Replicabilidade: análise do escopo de projeto e verificação da possibilidade de

replicação para outras empresas.

○ Pergunta chave: O projeto pode ser implementado por outras

organizações do mesmo setor ou até mesmo de outro setor?

● Resultados e impactos: análise dos resultados divulgados pela empresa e

comparação com números anteriores à implementação do projeto. Verificação

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do impacto e relevância do mesmo, para a organização, sociedade e meio

ambiente.

○ Pergunta chave: O resultado e impacto do projeto são relevantes para a

empresa, meio ambiente e sociedade? Quais são os indicadores

apresentados e o quais as conclusões se pode fazer a partir de sua

análise?

A posteriori, baseando-se na pesquisa bibliográfica realizada e na análise dos

estudos de caos, apresentou-se benefícios gerais relacionados à implementação dos

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável na estratégia empresarial.

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6. RESULTADO E DISCUSSÃO

6.1 Água Ama – Ambev

6.1.1. A Ambev

Criada em 1999, a partir da união entre as centenárias Cervejaria

Brahma e Companhia Antarctica (AMBEV, 2018a), maior empresa de bebidas da

América Latina e integra o maior grupo cervejeiro do mundo, a Anheuser-Busch InBev.

Primeira multinacional brasileira, a empresa torna-se a terceira maior indústria

cervejeira e quinta maior produtora de bebidas do mundo. (AMBEV, 2017a)

A companhia fabrica, distribui e comercializa mais de 160 milhões de

hectolitros de bebidas por ano. Entre elas cervejas, refrigerantes, chás, energéticos,

isotônicos, sucos e água. Para atender essa demanda, a Ambev conta com uma

complexa malha de distribuição formada por cerca de um milhão de pontos de venda,

40 cervejarias e maltarias, 100 centros de distribuição direta e 6 centros de excelência.

Com operação em 18 países no continente americano, a Ambev emprega quase 51

mil funcionários, sendo 31 mil no Brasil.

A Cervejaria Ambev é uma empresa de capital aberto com ações ordinárias

negociadas na B3 S.A. – Brasil, Bolsa e Balcão (B3) e na Bolsa de Valores de Nova

York (NYSE). Segundo materiais institucionais, sua governança é delimitada pelo

respeito à transparência e às melhores práticas de governança corporativa, sendo

dirigida pela Assembleia Geral de Acionistas, Conselho de Administração (com apoio

de seus comitês de assessoramento), Conselho Fiscal e Diretoria-Executiva (AMBEV,

2017a).

Com um portfólio composto por 41 marcas (AMBEV, 2018b), a companhia é

detentora de marcas bastante reconhecidas pelo brasileiro. A Skol por exemplo, foi

nomeada pelo quinto ano consecutivo a marca mais valiosa da América Latina, pela

Millward Brown/Brandz. Brahma, Antarctica e Bohemia foram consideradas,

respectivamente, a terceira, a sexta e a oitava marcas mais valiosas do Brasil.

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Signatária do Pacto Global das Nações Unidas, desde 2016, a abordagem em

relação à responsabilidade corporativa da Ambev e seu progresso nos dez princípios

do Pacto são divulgados em suas comunicações (AMBEV, 2017a).

6.1.2. A água Ama

Lançada pela Cervejaria Ambev no 22 de março de 2017 (Dia Mundial da

Água) (AMBEV, 2017b), a AMA – água mineral – visa ajudar a levar água potável a

quem não tem. (ÁGUA AMA, 2018a) A água AMA está disponível para venda em

garrafas de 500ml em 11 estados brasileiros – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas

Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do

Sul, Goiás, Bahia e no Distrito Federal – e através do site www.emporio.com/ama

(AMBEV, 2017b). Cada unidade comercializada tem todo o seu lucro revertido para

viabilização de projetos que levam água para as comunidades da região mais seca do

Brasil, o semiárido (UN GLOBAL Compact; PNUD, 2018).

Os recursos arrecadados são direcionados para o SISAR – d – que administra

a maioria dos sistemas de água rurais do Ceará. Equipes técnicas do SISAR oferecem

suporte para essas comunidades a fim de que as iniciativas se desenvolvam de forma

sustentável e sejam geridas pelas próprias comunidades depois da inauguração dos

projetos (AMBEV, 2017b).

Os programas são adaptados de acordo com a realidade de cada

comunidade, podendo ser um poço profundo ou uma adutora, por exemplo. Com

finalidade de redução de custos com distribuição de água, painéis fotovoltaicos são

instalados e que permitem a geração de energia limpa, aproveitando o sol abundante

da região (UN GLOBAL COMPACT; PNUD, 2018).

No final de 2017, foram lançados: a Aceleradora AMA e a segunda edição do

Desafio AMA. A primeira iniciativa, que ocorre em parceria com o Yunus Negócios

sociais, selecionou quatro projetos inovadores para geração, tratamento e distribuição

de água. Já a segunda, buscou empresas juniores para criarem alternativas de

geração de renda no semiárido. A ganhadora recebeu um aporte de R$ 30 mil para

implementação do projeto (AMBEV, 2017b).

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6.1.3. Resultados apresentados

Os projetos implementados aumentam a qualidade de vida das pessoas

impactadas, pois além de levar água, a AMA colabora para o desenvolvimento

sustentável das comunidades. Os moradores recebem treinamento e suporte para que

eles mesmos possam gerenciar a iniciativa, depois de pronta. Assim, a população se

sente dona do empreendimento, contribuindo para mantê-lo nas condições ideais e

valorizando o uso consciente da água (UN GLOBAL COMPACT; PNUD, 2018).

Apenas 8 meses depois de seu lançamento, a AMA alcançou a marca de R$

1 milhão em lucro e atualmente (1 ano e 8 meses depois do lançamento) está quase

na casa dos R$ 3 milhões. Desse montante R$ 1.654.640 já foram destinados, recurso

que apoiou 22 projetos em 11 comunidades rurais nos estados do Ceará, Piauí, Bahia

e Pernambuco, garantindo água limpa para mais de 16mil pessoas (ÁGUA AMA,

2018b).

6.1.4. Discussão

Com o lançamento da AMA, a cervejaria contribui para que o sexto e o décimo

sétimo Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU sejam concretizados. São

eles, respectivamente: garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e

saneamento para todos e fortalecer os meios de implementação e revitalizar a

parceria global para o desenvolvimento sustentável.

A iniciativa pode também ser replicada por diferentes empresas que produzem

de bens de consumo, desde que adaptadas à sua realidade e à sua estratégia.

Os resultados apresentados se mostraram relevantes tanto para a Ambev,

quanto para a população do semiárido e para o meio ambiente. O Nordeste sempre

enfrentou problemas relacionados a água e os projetos desenvolvidos pelo governo

são insuficientes para solucionar o problema da região. Nesse sentido, a atuação da

Ambev tem um grande potencial de impacto positivo na região.

Não existem indicadores disponíveis para o público externo em relação a isso,

mas acredita-se que a empresa teve um ganho em sua imagem e reputação com a

criação da marca. Pois a água ama é um case de sucesso bastante difundido no

mercado através de menção na mídia, em eventos da área de sustentabilidade, entre

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outros meios. A criação de um produto que traz solução para a sociedade é um modelo

inovador que muda o olhar – tanto da empresa, quanto do consumidor – sobre a

sustentabilidade e a responsabilidade corporativa.

O estabelecimento de parcerias é um fator chave, pois oferece amplia

oportunidade de atuação ao mesmo tempo a cada uma das organizações colabora

trabalhando em sua especialidade: a Ambev fabrica, distribui e vende o produto,

enquanto o SISAR desenvolve os projetos utilizando sua própria metodologia, que é

propícia para a região. O mesmo se aplica às novas parcerias estabelecidas através

do Desafio AMA e da Aceleradora AMA.

Por último, há um potencial de criação de um mercado para a cervejaria

Ambev no Brasil. Como empresa do setor de bebidas, não é possível vender seus

produtos em regiões onde a população não possui acesso à água de qualidade. Dessa

forma, o trabalho que vem sendo realizado pode desenvolver a região e

consequentemente criar um mercado consumidor que antes não existia.

6.2 Projeto Novo Ciclo - Danone

6.2.1. A Danone

Apesar de ter sido criada oficialmente em 1919 na França, a história da

Danone teve início em 1910. Quando seu fundador, Isaac Carasso, observou que

muitas crianças sofriam de infecção intestinal decidiu criar o iogurte - produto

conhecido nos Balcãs por seus benefícios à saúde. A Danone é “desde o início

comprometida com o tema alimentação saudável, um dos desafios sociais mais

relevantes da atualidade” (DANONE, 2017).

Presente em mais de 130 países e somando aproximadamente 100mil

colaboradores, a empresa é líder mundial em alimentos e está dividida em quatro

diferentes linhas de negócios: Produtos Lácteos Frescos, Águas, Nutrição

Especializada e Early Life Nutrition. Primeira empresa a trazer iogurte aos brasileiros,

a Danone iniciou suas atividades no país em 1970. Hoje possui 8 fábricas e empregam

cerca de 5.000 funcionários no Brasil (DANONE, 2017).

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Carro chefe no Brasil e no mundo, a divisão de Produtos Lácteos Frescos

fabrica e comercializa produtos lácteos fermentados frescos e outras especialidades

lácteas, entre eles: Activia, Danone, Danoninho, Paulista, Danio, Dannete, Corpus, etc

(DANONE, 2018a).

A Danone é a empresa que possui 2ª maior venda de águas engarrafas no

mundo. Através da divisão de águas, e empresa é dona da Bonafont no Brasil.

O Brasil está entre os três países que mais contribuíram para o crescimento

da divisão Early Life Nutrition no ano de 2016. Frente de negócio que visa influenciar

positivamente a saúde das crianças brasileiras a curto e longo prazo oferecendo

produtos de qualidade, adequados às suas necessidades nutricionais. Com a

produção de fórmulas infantis, cereal infantil, leite adaptado, produto à base de soja e

complemento nutricional, a divisão Early Life Nutrition é responsável por marcas como

multinutri, sutain, aptamil, entre outras (DANONE, 2018b).

O segmento de Nutrição Especializada tem como objetivos:

Garantir uma nutrição integrada à assistência médica de saúde, como parte do

tratamento à determinadas doenças; Oferecer uma linha de nutrição pediátrica

para bebês e crianças afetadas por distúrbios metabólicos, crescimento

deficiente ou alergia; Oferecer uma linha de nutrição para adultos, para

aqueles que estão sob tratamento médico, hospitalizados ou em recuperação

(DANONE, 2018c).

Para isso, a Danone trabalha no desenvolvimento de alimentos direcionados

a uma nutrição especializada em parceria com a comunidade científica.

A Danone Brasil é signatária do Pacto Global das Nações Unidas desde 2013

e comunica anualmente seus resultados e avanços por meio da publicação

Comunicação de Progresso (COP). Pautada em 4 pilares - Saúde Melhor, Vidas

Melhores, Mundo Melhor e Abordagem Única de Negócios - sua estratégia de

sustentabilidade e seus negócios estão alinhados aos 10 Princípios do Pacto Global

e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) (DANONE, 2017).

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53

6.2.2. O Projeto Novo Ciclo

Desenvolvido pela Danone em parceria com o Fundo Ecosystem, a Fundação

Avina, o Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável (Insea) e o Movimento

Nacional dos Catadores, o projeto Novo Ciclo busca o desenvolvimento de catadores

de materiais recicláveis e a profissionalização do trabalho das cooperativas. Sua

atuação está sustentada por 3 pilares principais: 1. Implementação de Programas de

Coleta Seletiva nos municípios; 2. Fortalecimento das Cooperativas; 3. Formação de

uma rede de Cooperativas para a venda conjunta de materiais recicláveis e acesso à

indústria de transformação.

Através do trabalho de campo de uma equipe técnica e investimentos em

infraestrutura, o programa focaliza seus esforços no desenvolvimento das

cooperativas, a fim de aumentar o volume de material coletado.

A iniciativa trabalha com o conceito de economia circular, criando uma cadeia

que gere valor para todos, principalmente para o catador. Dessa forma, um dos

objetivos do projeto é reinserir o material coletado na cadeia de Danone através da

conexão entre as redes de cooperativas e a indústria de transformação (DANONE,

2018d).

Este setor enfrenta diversos desafios, como informalidade, lixões, condições

de trabalho precárias para catadores, baixa conscientização da população sobre a

importância da separação de lixo e poucos municípios com coleta seletiva. Por isso,

o envolvimento de vários atores foi essencial para o sucesso do Novo Ciclo. Foram

estabelecidas parcerias com o poder público a fim de implementar a coleta seletiva e

criadas alianças com instituições conceituadas no tema para a criação de

metodologias eficientes (UN GLOBAL COMPACT; PNUD, 2018).

6.2.3. Resultados apresentados

Após seis anos, o projeto ampliou o número de beneficiários e a renda dos

catadores, além de dar início à comercialização direta de materiais recicláveis para a

indústria.

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Atualmente, o programa beneficia 76 cooperativas e mais de 1.300 catadores

em 67 cidades. No ano de 2017 foram coletadas 35 mil toneladas de materiais

recicláveis (UN GLOBAL COMPACT; PNUD, 2018), já em 2018 (de janeiro a agosto)

esse número foi de 22 mil toneladas. Assim, a Danone assegura que cerca de 70%

de suas embalagens inseridas no mercado retornem para a indústria recicladora em

peso relativo (UN GLOBAL COMPACT; PNUD, 2018).

Houve avança também na porcentagem nos municípios que possuem coleta

seletiva – passou de 5 para 26% – e na renda mensal média dos trabalhadores, que

era R$ 490 em 2012 e subiu para R$ 1.200,00 em 2018 (DANONE 2018d) (FOLHA,

2018).

Vale ressaltar que outro resultado positivo conquistado pelo Novo Ciclo foi a

incorporação de 25% de material reciclado na produção de uma linha de garrafas da

água Bonafont, marca da Danone no Brasil. A intenção, segundo a empresa, é

aumentar esse percentual. O papelão reciclado também tem sido utilizado em

embalagens de produtos para o atacado (FOLHA, 2018).

6.2.4. Discussão

O projeto está alinhado aos ODS 8, 10, 12 e 17, que visam, respectivamente:

Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego

pleno e produtivo e trabalho decente para todos; Reduzir a desigualdade dentro dos

países e entre eles; Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis e

Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o

desenvolvimento sustentável.

O Novo Ciclo apresenta potencial de ser replicado por qualquer empresa

produtora de bens de consumo que utilizem embalagens feitas a partir de materiais

recicláveis. Além disso, pode ser uma alternativa bastante viável para o cumprimento

da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que instituiu a logística reversa

como uma responsabilidade da empresa produtora.

O projeto é responsável pelo cumprimento da PNRS por parte da Danone,

que consegue coletar, em peso relativo, aproximadamente 70% do que coloca no

mercado sem realizar ativamente a logística reversa, apenas fomentando o

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desenvolvimento das cooperativas. Dessa forma, consegue ainda colocar os materiais

de volta em sua cadeia (na linha de água Bonafont).

O meio ambiente é favorecido, pois a maioria dos materiais utilizados não são

biodegradáveis, o plástico por exemplo. Como os resíduos são coletados, uma menor

quantidade será disposta no meio ambiente.

Por último, ressalta-se o impacto positivo que gera para as cooperativas

envolvidas. Entre os benefícios agregados, estão: aumento na quantidade de material

coletada, aumento na renda média mensal dos catadores, oficialização do trabalho

executado pelas cooperativas, melhoria nas condições de trabalho e abertura do

mercado com a indústria de transformação

6.3. Prospera Santander Microcrédito – Banco Santander

6.3.1. O Santander

Fundado em 1857 na província da Cantábria, O Santander é uma instituição

que atua com foco no banco comercial e está presente em dez mercados principais,

na Europa e nas Américas. Atualmente, é o principal conglomerado financeiro na

América Latina, possuindo posições de destaque no Brasil, México, Argentina e Chile

(SANTANDER, 2018a).

O Santander chegou ao Brasil em 1982 e é, hoje, o terceiro maior banco

privado por ativos. Presente em todas as regiões do país, a instituição conta com uma

ampla estrutura, composta de agências, Postos de Atendimento Bancário (PABs) e

máquinas de autoatendimento, além de escritórios regionais, centros de tecnologia e

unidades culturais (SANTANDER, 2018b). São mais de 21 milhões de clientes ativos,

mais de 47 mil funcionários empregados, 3.466 agências e PABs e 34.717 mil

equipamentos de autoatendimento (SANTANDER, 2017).

A atuação do Santander Brasil está dividia em: banco comercial, que reúne

as atividades do varejo, como atendimento à pessoa física e pequenas e médias

empresas, e o atacado, voltado para as grandes empresas e operações no mercado

de capitais (SANTANDER, 2018b).

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Desde 2006, o Santander aplica os princípios do Pacto Global às suas práticas

de gestão e relacionamentos com terceiros.

6.3.2. O Prospera Santander Microcrédito

O Prospera Santander Microcrédito, criado no ano de 2002, oferece crédito

de maneira simplificada e com juros baixos (de 2,4 a 4%) para empreendedores que

já possuem uma atividade produtiva. O programa visa apoiar o crescimento de

pequenos empreendedores e suas comunidades por meio da facilitação do acesso ao

microcrédito e fortalecimento da educação financeira e das competências dos

microempreendedores (SANTANDER, 2018c). Dessa forma, contribui para

diminuição das desigualdades nas regiões onde atua, incentivando a geração de

trabalho e renda.

Sua operação é guiada pelo modelo de microcrédito produtivo e orientado, no

qual agentes de crédito identificam as necessidades e analisam a capacidade de

pagamento do cliente para concessão do crédito na medida certa. Depois disso, são

oferecidos acompanhamento e orientação ao empreendedor em tarefas

administrativas básicas e educação financeira, o que contribui para a boa gestão do

negócio e identificação de oportunidades (SANTANDER, 2018d)

Com preços abaixo do mercado, desde maio de 2017, o empreendedor tem

acesso também à conta corrente, poupança, cartão de crédito e seguro de acidentes

pessoais (UN GLOBAL COMPACT; PNUD, 2018).

6.3.3. Resultados apresentados

Em seus 16 anos de existência, o Prospera Santander Microcrédito

disponibilizou mais de R$ 5 bilhões para mais de 500 mil clientes em 700 municípios

e alcançou uma adimplência de 95,6% em 2017.

Santander (2018c) diz que “um empreendedor que cresce ajuda a

comunidade na qual está inserido prosperar”, pois aproximadamente 70% da renda

gerada pelos empreendimentos circula dentro da comunidade na qual estão inseridos.

Ainda segundo a instituição, grande parte dos clientes do Prospera investe parte do

lucro na educação dos seus filhos.

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6.3.4. Discussão

A inciativa contribui para o oitavo e para o décimo Objetivo de

Desenvolvimento sustentável, que buscam, respectivamente: Promover o

crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e

produtivo e trabalho decente para todos; Reduzir a desigualdade dentro dos países e

entre eles.

O projeto pode ser replicado por todas as instituições financeiras e pode ainda,

servir de modelo para facilitação de créditos para outras áreas, como por exemplo

mudança climática, que é uma prioridade global.

Apesar de os bancos não possuírem uma operação que traz impacto para o

meio ambiente, como empresas produtoras de bens de consumo, possuem um papel

fundamental no alcance dos ODS através de investimento em negócios que estejam

alinhados aos objetivos.

A sociedade é beneficiada através do incentivo à atividade empreendedora e

consequente geração de renda e emprego na comunidade em que está inserida. O

microcrédito produtivo e orientado é uma das soluções que promovem a inclusão

social de homens e mulheres pela via do empreendedorismo.

O nível de adimplência mostra que o programa se mantém no sentido de

retorno financeiro para o Santander. Além disso, com o oferecimento de outros

serviços, como conta corrente, cartão de crédito e segura, fideliza o cliente que recebe

o crédito, que tende a migrando todas as suas operações para o banco.

6.4. Programa Arborização + Segura - CPFL

6.4.1. A CPFL

A CPFL Energia oferece soluções completas de energia, com atuação em

todos os segmentos deste setor (Geração, Transmissão, Distribuição,

Comercialização e Serviços). Sua história teve início em 1912 e, hoje, é a maior

companhia privada do setor elétrico do Brasil.

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A empresa fornece energia para 9,4 milhões de clientes em 679 municípios –

dos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerias – ocupando a

liderança do mercado de distribuição com 14% de participação. Atua também no

mercado livre, por meio de empresas que oferecem soluções de energia em todo o

Brasil (CPFL, 2017).

Com um portfólio baseado em fontes de energia limpas e renováveis, a CPFL

é a terceira maior geradora privada de energia do país e maior player de energias

renováveis da América Latina (CPFL,2018). Suas fontes são: grandes hidrelétricas,

usinas eólicas, térmicas a biomassa, pequenas centrais hidrelétricas e usina solar. Na

frente de Comercialização, possui 14% de participação de mercado na venda para

consumidores finais e é líder na comercialização de energia a partir de fontes

incentivadas (CPFL, 2017)

Signatária do Pacto Global desde 2003 (CPFL, 2012), a empresa deixa claro

em seus materiais institucionais que sabem o papel crucial que o setor energético

desempenhará em relação ao futuro do planeta. Por isso desenvolvem programas de

conservação e conscientização sobre o uso eficiente da energia elétrica, investem em

redes inteligentes, mobilidade urbana elétrica, tecnologias de gestão de cidades, entre

outros (CPFL, 2018).

6.4.2. O Programa Arborização Mais Segura

Em 2016, as distribuidoras da CPFL Energia iniciaram o Programa

Arborização Mais Segura, que possui como objetivo a substituição de árvores

inadequadas por espécies mais indicadas ao meio urbano.

O projeto surgiu como consequência da necessidade de melhor planejar do

plantio de árvores nas cidades, bem como promover a adequação das espécies já

presentes. Evitando, assim, a ocorrência de interferências em redes elétrica, de água

e esgoto e, ainda, beneficiando a acessibilidade das pessoas. No primeiro momento,

a Secretaria do Meio Ambiente – órgão da prefeitura – faz um inventário que identifica

de espécimes com problemas de saúde, raízes danificando a calçada, galhos em

contato com a fiação elétrica, entre outros casos de risco. Posteriormente, as árvores

inadequadas ao convívio harmonioso no perímetro urbano são suprimidas e

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substituídas. Além dos locais das árvores retiradas, diversos outros pontos das

cidades também recebem o plantio. As espécies possuem porte médio, facilitando os

cuidados e o seu desenvolvimento (CPFL, 2016)

Com isso, os principais objetivos do Arborização mais Segura são: mitigação

de situações de risco potenciais para a população devido à vegetação em contato com

a rede elétrica; incremento na quantidade de áreas verdes em espaços urbanos;

revitalização da arborização urbana; promoção de benefícios ambientais referentes

ao clima (qualidade do ar, nível de ruídos, balanço hídrico e paisagismo); execução

de ações voltadas à educação ambiental junto a escolas; e melhoria nos indicadores

operacionais de fornecimento de energia.

O projeto é uma alternativa eficiente de reposição florestal, potencializando os

benefícios do planejamento da arborização urbana harmônica, eliminando

gradativamente situações de risco para a população (UN GLOBAL COMPACT; PNUD,

2018).

6.4.3. Resultados apresentados

O projeto é desenvolvido em 17 cidades nos estados de São Paulo e Rio

Grande do Sul. Desde 2016, mais de 400 árvores foram substituídas e mais de 9 mil

mudas foram doadas aos municípios parceiros. Com isso, a economia estimada custo

de atendimento a interrupção no fornecimento de energia é de R$ 830 mil por ano (UN

GLOBAL COMPACT; PNUD, 2018).

6.4.4. Discussão

Com o Programa Arborização Mais Segura, a CPFL contribui para o alcance

dos ODS 11,13 e 17. São eles, respectivamente: Tornar as cidades e os

assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis; Tomar

medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos; Fortalecer os

meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento

sustentável.

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O programa pode ser replicado por outras distribuidoras de energia elétrica,

companhias de água e saneamento básico – já que são as mais afetadas pela

arborização não adequada para o meio urbano – ou ainda por prefeituras. O modelo

ideal seria uma parceria entre essas empresas e a prefeitura, pois ambos os lados

são favorecidos com esse tipo de ação.

Os resultados disponibilizados mostram que a empresa obteve um retorno

financeiro através da iniciativa, visto que se estimou uma economia de R$ 830 mil por

ano em atendimentos por acidentes causados por árvores na rede elétrica.

O Arborização Mais Segura estabelece uma solução que atende as duas

necessidades principais apresentadas: retirada das árvores que apresentam riscos ou

que são inadequadas para o meio urbano e aumento do número de espaços

arborizados nas cidades. Contribuindo assim, para a melhoria do clima e ar no meio

urbano.

Por último, salienta-se que o projeto contribui ainda para a consolidação dos

Planos Diretores Municipais, para a melhoria na acessibilidade e aumento da

segurança para a população das cidades.

6.5. Programa de Desenvolvimento Rural e Territorial (PDRT) - Fibria

6.5.1. A Fibria

Empresa brasileira de base florestal, a Fibria – maior produtora global na

produção de celulose de eucalipto – nasceu em setembro de 2009, quando a

Votorantim Celulose e Papel (VCP) adquiriu a Aracruz.

Suas atividades florestais são realizadas através de plantios renováveis que

abrangem 1,092 milhão de hectares, sendo que 374 mil se destinam à preservação e

conservação ambiental, 656 mil hectares ao plantio de florestas de eucalipto e 61 mil

hectares são destinados a outros usos.

Com mais de 18.300 empregados próprios e terceiros permanentes, a Fibria

dispões de uma capacidade produtiva de 7,25 milhões de toneladas anuais de

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celulose, que é exportada para 35 países. A empresa possui 4 unidades industriais -

localizadas em Aracruz (ES), Jacareí (SP), Três Lagoas (MS) e Eunápolis (Bahia) – e

3 escritórios comerciais sediados em Lustenau (Áustria), Hong Kong (China) e Miami

(EUA).

Além disso, opera o Portocel em sociedade com a Cenibra. Localizado no

município de Aracruz e, é o único porto brasileiro especializado em embarque de

celulose, capaz de movimentar 7,5 milhões de toneladas anuais (FIBRIA, 2018).

A Fibria reafirmou em 2011 seu compromisso com o Pacto Global (FIBRIA,

2011), pois acredita que as organizações devem ser parte da construção de soluções

transformacionais para uma sociedade mais justa e sustentável. (FIBRIA, 2017)

6.5.2. O Programa de Desenvolvimento Rural e Territorial (PDRT)

O Programa de Desenvolvimento Rural e Territorial (PDRT), desenvolvido

pela Fibria, visa capacitar agricultores familiares, contribuindo para o fortalecimento

de suas associações e redes, bem como para o gerenciamento de projetos

agroecológicos. Os agricultores recebem assistência técnica e são estimulados a

utilizarem tecnologias de baixo custo e reduzido impacto ambiental. Além disso, o

programa oferece, ainda, orientação para o acesso dos produtores às políticas

públicas, ampliando as possibilidades de comercialização de seus produtos

(FIBRIA, 2016).

O PDRT estimula a construção de redes e outras formas de cooperação; o

uso de tecnologias de baixo impacto e custo reduzido, que contribuam para a

segurança alimentar; e aumento da renda média das famílias beneficiadas. Dessa

forma desencoraja o roubo de madeira e a produção de carvão ilegal, incentivando

atividades econômicas legais e necessárias.

Sua metodologia utilizada pelo programa é composta pelos respectivos

passos: abordagem de prioridades; diagnóstico, que inclui registro, levantamento,

investigação de demandas sociais, visitas técnicas e análise de documentos;

verificação dos resultados, definição de diretrizes de investimento, projeção do plano

de produção, gestão e monitoramento, criação de um Comitê Gestor e definição de

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indicadores para monitoramento; avaliação dos resultados (UN GLOBAL COMPACT;

PNUD, 2018).

6.5.3. Resultados apresentados

Atualmente o PDRT atende mais de 4 mil famílias de agricultores na Bahia,

Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e São Paulo. A variedade e qualidade de seus

produtos é reconhecida, os quais abastecem mercados, feiras, empresas e

estabelecimentos públicos. Sua metodologia é replicada em outras comunidades, com

resultados semelhantes.

Em 2009, o prejuízo da Fibria com o roubo de madeira foi de

aproximadamente R$ 50 milhões e gerou tensões com as comunidades. No entanto,

a criação de oportunidades por meio do programa reduziu 90% dessas ocorrências.

Em 2017, as famílias envolvidas no PDRT tiveram um incremento médio na

renda de R$ 2.100/mês, e a produção agrícola gerou R$ 74 milhões para as

comunidades (UN GLOBAL COMPACT; PNUD, 2018).

6.5.4. Discussão

O projeto está alinhado aos ODS 2 (Fome zero e agricultura sustentável), 8

(Trabalho descente e desenvolvimento econômico, 10 (Redução das desigualdades)

e 17 (Parcerias de implementação).

Em relação ao potencial de replicabilidade, existem algumas premissas que

devem ser atendidas para sua implementação, o que acaba representando algumas

restrições. A implementação desse tipo de projeto se justifica para empresas que são

donas de propriedades na zona rural ou próximas de comunidades que praticam

atividades agrícolas.

O PDRT mudou de forma drástica o relacionamento nos locais onde a Fibria

atua, já que anterior à sua implementação, havia uma alta ocorrência de roubo de

madeira nas plantações da organização. Em outros casos, a primeira solução

pensada seria reforço na segurança das propriedades ou até mesmo uso de força. No

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entanto, a produtora de papel e celulose, alinhada aos ODS, propôs uma solução que

foi vantajosa para ambas as partes.

Dessa forma, além de melhorar o relacionamento com as comunidades do

seu entorno, a Fibria demostrou também que está aberta ao diálogo e disposta a

atender como pode impactar positivamente as regiões em que opera.

Ademais, o projeto beneficiou os moradores das comunidades, que agora

possuem fonte de renda fixa e o meio ambiente, já que os produtores foram treinados

para aplicação de agropecuária com ferramentas de baixo impacto ambiental.

6.6. Análise do contexto e dos benefícios gerais

Foram analisados, nesse tópico, 5 cases de empresas de diferentes setores

com o objetivo de apresentar alguns dos benefícios que podem ser gozados pelas

organizações quando alinham sua estratégia aos Objetivos de Desenvolvimento

Sustentável. A partir da análise do contexto geral de cada um dos casos, verificou-se

que os ODS auxiliam na construção e condução da estratégia empresarial, geração

de impacto positivo na cadeia de valor, valorização da sustentabilidade corporativa,

fortalecimento das relações com partes interessadas, identificação de novos negócios

e definição de uma estrutura comum para visão compartilhada

Vale ressaltar que a priorização de tema foi essencial no sucesso das

iniciativas abordadas, pois todas elas estão em acordo com a estratégia, visão de

negócio, realidade e setor da empresa. Dessa forma, é possível potencializar os

benefícios para todos os atores envolvidos, inclusive a própria organização. Por isso,

o passo 2 da implementação dos ODS na empresa (tópico 4.8.2) é tão importante. É

preciso considerar os ODS prioritários antes da execução de novos projetos.

Assim sendo, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável podem ajudar a

guiar a estratégia de negócios, independentemente do seu nível de engajamento em

sustentabilidade, levando em consideração foco de atuação, tipo de atividade

executada, cadeia de valor, riscos, potencialidades de impactos positivos, entre

outros.

Ainda no passo 2 da implementação dos ODS, outro benefício agregado é o

entendimento e reconhecimento da cadeia de valor da empresa. Identificando assim,

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maneiras de potencializar ações que gerem um impacto positivo e mitigação de riscos.

Conforme mostrado nas inciativas analisadas, é possível gerar mais valor para a

sociedade quando as ações dos negócios estão alinhadas aos ODS, uma vez que

eles representam metas para desenvolvimento global sustentável.

A valorização da sustentabilidade acontece a partir do momento que

empresas começam a utilizá-la, através dos ODS, como ferramenta inovadora para

resolução de problemas, mitigação de riscos e tomada de decisão. Conforme já

mencionado anteriormente, os consumidores têm cobrado cada vez mais uma atitude

social e ambientalmente responsável por parte das empresas. Dessa forma, a

sustentabilidade começa a ganhar cada vez mais espaço, sendo valorizada com uma

peça chave no desenvolvimento dos negócios, não mais como entrave para obtenção

de lucro e aumento da produção.

Ao alinharem suas prioridades com os Objetivos de Desenvolvimento

Sustentável, as empresas podem se dedicar mais aos clientes, funcionários e outras

partes interessadas. Conforme exposto na análise dos estudos de caso, os ODS

consideram expectativas de outras partes interessadas na definição da estratégia

empresarial, o que gera um retorno positivo através da melhoria do relacionamento

entre os envolvidos.

Partindo do conceito de que todos os empreendimentos precisam solucionar

um problema da sociedade para serem duradouros, os ODS mostram oportunidades

de negócios. Contendo uma vasta lista de metas a serem trabalhadas e alcançadas

até 2030, os ODS são também um chamado para que empreendedores criem

negócios que contribuam para um ou mais dos objetivos.

Os ODS definem uma estrutura comum de ação que propicia a consistência

e efetividade da comunicação entre as empresas e seus stakeholders sobre seu

impacto e desempenho. Devido ao fato de promovem um senso de prioridades único

e compartilhado, os ODS ajudam ainda na criação de parcerias mais eficaz entre

governos, organizações de sociedade civil e outras empresas. (GRI; UN GLOBAL

COMPACT; WBCSD, 2015)

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7. CONCLUSÃO

As empresas aderem ao Pacto Global, assumindo seu compromisso no

alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, pois compartilham

de uma mesma crença de que práticas de negócios baseadas em princípios universais

contribuem para um mercado global mais estável e inclusivo e ajudam a construir

sociedades prósperas onde os negócios podem ter sucesso.

Os ODS fornecem uma visão compartilhada para o mundo que queremos criar

e apresenta um claro entendimento de que todos os atores devem contribuir, da

maneira que lhes cabe, para que isso se torne uma realidade. Neste contexto,

destaca-se a importância da sua estrutura para o engajamento dos envolvidos,

buscando unir esforços em prol de um objetivo em comum. O 17º objetivo, voltado

para parcerias, é transversal a todos os outros e por isso reforça a mensagem de que

é necessária a união entre todas as partes interessadas para que se chegue a um

resultado satisfatório em todos os temas. Entende-se que a mensagem principal é:

“Estamos todos juntos pelo desenvolvimento sustentável”.

Segundo GRI, UN GLOBAL COMPACT e WBCSD (2015), “os negócios não

podem ser bem-sucedidos em sociedades que fracassam”, é preciso que se tenha

uma sociedade estável para movimentar a economia e consequentemente fortalecer

as atividades empresariais. Assim sendo, programas sociais desenvolvidos pelo

governo vão impactar positivamente na economia uma vez que se tem mais poder de

compra. Com maior número de consumidores, a produção aumenta e

consequentemente utiliza-se mais recursos para suprir a demanda. No entanto, é

necessário fazer o uso consciente e sustentável dos recursos, pensando nas próximas

gerações. Exposto o contexto a respeito dos Objetivos de Desenvolvimento

Sustentável, confirma-se sua importância na integração de todas essas agendas.

Nesse sentido, os ODS reúnem líderes mundiais, a comunidade empresarial,

a sociedade civil e os cidadãos em torno de desafios compartilhados para fazer a

mudança acontecer em grande escala. Essa é a mudança necessária para que

comunidades e empresas prosperem em qualquer lugar, agora e no futuro.

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