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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO FACULDADE DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO DE PERNAMBUCO - FCAP PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO DO DESENVOLVIMENTO LOCAL SUSTENTÁVEL – GDLS Eugênio Augusto Pessoa de Noronha ANÁLISE DAS POTENCIALIDADES E VUNERABILIDADES SOCIOAMBIENTAIS DECORRENTES DO PROCESSO DE EXPANSÃO DA INDUSTRIALIZAÇÃO NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO-PE Recife/PE 2013

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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO FACULDADE DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO DE PERNAMBUCO - FCAP

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO DO DESENVOLVIMENTO

LOCAL SUSTENTÁVEL – GDLS

Eugênio Augusto Pessoa de Noronha

ANÁLISE DAS POTENCIALIDADES E VUNERABILIDADES SOCIOAMBIENTAIS

DECORRENTES DO PROCESSO DE EXPANSÃO DA INDUSTRIALIZAÇÃO NO

MUNICÍPIO DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO-PE

Recife/PE

2013

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Eugênio Augusto Pessoa de Noronha

ANÁLISE DAS POTENCIALIDADES E VUNERABILIDADES SOCIOAMBIENTAIS

DECORRENTES DO PROCESSO DE EXPANSÃO DA INDUSTRIALIZAÇÃO NO

MUNICÍPIO DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO-PE

Dissertação apresentada à Banca

Examinadora do curso de Mestrado em

Gestão do Desenvolvimento Local

Sustentável (GDLS) da Faculdade de

Ciências da Administração de

Pernambuco da Universidade de

Pernambuco / UPE, como pré-requisito

para obtenção do grau de mestre, em

cumprimento às prerrogativas vigentes

no regimento acadêmico.

Orientação: Professor Doutor Fábio José de Araújo Pedrosa.

Recife/PE

2013

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TERMO DE APROVAÇÃO

Eugênio Augusto Pessoa de Noronha

ANÁLISE DAS POTENCIALIDADES E VUNERABILIDADES SOCIOAMBIENTAIS DECORRENTES DO PROCESSO DE EXPANSÃO DA INDUSTRIALIZAÇÃO NO

MUNICÍPIO DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO-PE Dissertação apresentada em 26 de fevereiro de 2013 para obtenção do Título de Mestre em Gestão do Desenvolvimento Local Sustentável do Programa de Pós-Graduação da Universidade de Pernambuco (UPE), pela Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco (FCAP).

COMISSÃO EXAMINADORA _______________________________________ Prof. Dr. José Luís Alves Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco (FCAP) Examinador interno ______________________________________ Prof. Dr. Arandi Maciel Campelo Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco (FCAP) Examinador externo ______________________________________ Prof. Dr. Sandro Augusto Bezerra Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) Examinador externo

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha filha Ana Cecília, minha razão e motivação para melhorar o mundo em que vivemos nessa existência!

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Bartolomeu e Edileusa, por todo esforço e dedicação para

oferecer uma educação digna, assim como pelos grandes ensinamentos de vida que

me passaram.

A minha esposa Danielle, por toda dedicação, paciência, carinho e

compreensão em busca de uma melhor formação profissional.

A meu irmão Adolfo Augusto, que tanto admira as ciências, as belas músicas e

livros, agradeço por fazer parte de nossa família.

Aos demais familiares que contribuem sempre para nossas conquistas em

todos os sentidos.

A Coordenadora da Biblioteca da Universidade Federal de Pernambuco –

Centro Acadêmico de Vitória, Giane da Paz Ferreira, pelo incentivo para a realização

do mestrado e pela compreensão nos momentos em que precisei me ausentar para

me dedicar as atividades do mestrado.

Ao meu Orientador, Professor Doutor Fábio José de Araújo Pedrosa, pelos

ensinamentos durante o período do curso, compreensão nas dificuldades encontradas

durante o processo de pesquisa e paciência no processo de conclusão da

dissertação.

A todos os professores do Mestrado em Gestão do Desenvolvimento Local

Sustentável da FCAP/UPE, pelo conhecimento compartilhado nas aulas.

A secretária, Célia Ximenes, por toda paciência e calma ainda que diante das

preocupações diárias de suas atribuições, o que a torna uma pessoa iluminada.

A todos colegas da turma 5, do Mestrado em Gestão do Desenvolvimento

Local Sustentável, Aldarosa, Alexsandro, Andréa, Eberson, Íris Fernanda, Izabele,

Paloma, Sebastiana e Suiane, as aulas não seriam tão boas sem as presenças de

vocês.

Ao amigo e estatístico Anderson Araújo, pela paciência e pelas orientações em

todos os procedimentos estatísticos ao longo da pesquisa.

Aos amigos e colegas de trabalho da Biblioteca Setorial do Centro Acadêmico

de Vitória da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE.

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Aos servidores do CONDEPE/FIDEM, pela atenção e pela disponibilidade na

pesquisa dos dados, permissão para consultas nos livros da biblioteca e orientação

para utilização da base de dados.

Aos servidores da Universidade de Pernambuco - UPE, em especial aos da

Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco – FCAP, que colaboram

para toda estrutura acadêmica funcionar.

A todos que colaboraram para realização deste trabalho, manifesto meus

sinceros agradecimentos.

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“O principal objetivo da educação é criar pessoas capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que outras gerações fizeram.” Jean Piaget

“Não há virtude, rigorosamente falando, sem vitória sobre nós próprios, e nada vale o que nada nos custa. “ Chico Xavier

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RESUMO

Depois de experimentar um período relativamente longo de atraso relativo, a

economia de Pernambuco vem mostrando, mais recentemente, alguns indícios de

recuperação do crescimento, apresentando uma performance relativa um pouco

superior à média dos demais Estados nordestinos. Tal fato refletiu-se na cidade de

Vitória de Santo Antão, em Pernambuco, com empresas de grande porte anunciando

a construção de suas unidades industriais no município. O presente estudo teve como

objetivo analisar as potencialidades e vulnerabilidades apontadas pelas dimensões

sociais, ambientais, econômicos, política-educacional, culturais do município de

Vitória de Santo Antão-PE no período de 2007 a 2011. Trata-se de estudo do tipo

observacional e descritivo, realizado em três momentos distintos: levantamento

bibliográfico, coleta de dados e análise de dados. O instrumento utilizado nesta

pesquisa foi desenvolvido por Noronha, 2013 adaptado de Mello e Souza, 2007. A

análise dos resultados foi realizada por meio do programa Statistical Package for the

Social Sciences (SPSS) for Windows, versão 19. Foi possível constatar, com base na

evolução dos parâmetros selecionados para esta pesquisa, que as dimensões

Ambiental e Cultural tiveram todos os seus parâmetros associados a vulnerabilidades;

a dimensão Econômica apresentou todos os parâmetros associados a

potencialidades, enquanto que as dimensões Social e Política-educacional

apresentaram parâmetros que se comportaram como vulnerabilidades e

potencialidades. Ficou evidenciado neste estudo que o processo de expansão da

industrialização no município estudado não ocorre obedecendo os preceitos da

sustentabilidade, uma vez que quatro das suas cinco dimensões necessitam de

intervenções. Organização das vias públicas, intensificação da fiscalização de

trânsito, implantação de projeto de coleta seletiva, e incentivo à cultura e à educação

são medidas que se mostraram necessárias para que o desenvolvimento do

município ocorra de forma equilibrada e sustentável.

Palavras chave: Indicadores, Desenvolvimento Sustentável, Vitória de Santo Antão,

Vulnerabilidades, Potencialidades.

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ABSTRACT

After experiencing a considerably long period of relative backwardness, the

economy of Pernambuco has shown more recently some signs of growth recovery,

showing the relative performance slightly above the average of other northeastern

states. This fact was reflected in Vitória de Santo Antao, Pernambuco, with large

companies announcing the construction of their industrial units in the city. The present

study aimed to analyze the strengths and vulnerabilities highlighted by social

indicators, environmental, economic, political and cultural city of Vitoria de Santo

Antão-PE in the period from 2007 to 2011. This is an observational and descriptive

study conducted in three distinct stages: literature review, data collection and data

analysis. The instrument used in this research was developed by Noronha, 2013

adapted from Mello e Souza, 2007. The analysis was performed using the Statistical

Package for the Social Sciences (SPSS) for Windows, version 19. It was observed,

based on the evolution of the selected parameters for this study, that the

Environmental and Cultural dimensions have all their parameters associated to

vulnerabilities; Economic dimension presented all parameters associated to

potentialities, while the Social and Policy dimensions presented parameters that

behaved as vulnerabilities and potentialities. It was demonstrated in this study that the

industrialization expansion process in the studied city is not obeying the principles of

sustainability, since four of its five dimensions need interventions. Organization of

public roads, intensification of traffic enforcement, implementation of selective

collection project, and incentive of culture and education are necessary measures for

municipality development, in a balanced and sustainable build.

Keywords: Indicators, Sustainable Development, Vitória de Santo Antão, Vulnerabilities, Potentialities.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ºC – Graus Celsius

CAV – Centro Acadêmico de Vitória

CIV - Companhia Industrial de Vidros

CNUMAD - Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento

DATASUS - Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil

DENATRAN - Departamento Nacional de Trânsito

EJA - Educação de Jovens e Adultos

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

FCAP – Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco

FIDEPE – Fundação de Informações para o Desenvolvimento de Pernambuco

FM - Frequência média

hab/Km² - Habitantes por quilômetro quadrado

IA – Impactos Ambientais

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IC – Índice de Criminalidade

IDH – Indice de Desenvolvimento Humano

IDHM - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

IEs – Indicadores Econômicos

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

Km – Quilômetro

Km2 – Quilômetro quadrado

m – Metro

mm - Milímetros

MTE - Ministério do Trabalho e Emprego

MINC – Ministério da Cultura

PE - Pernambuco

PIB – Produto Interno Bruto

PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

RMR – Região metropolitana do recife

SEI - Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia

SMMA - Secretaria Municipal de Meio Ambiente do município de Vitória de Santo

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Antão

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences

TELEBRASIL - Associação Brasileira de Telecomunicações

TIC - Tecnologia de Informação e Comunicação

UPE – Universidade de Pernambuco

UFPE – Universidade Federal de Pernambuco

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Percentuais de Domicílios com Saneamento Básico, Energia

e Água no município de Vitória de Santo Antão-PE no

período entre 2007 e 2011........................................................ 53

Gráfico 2: Frota de veículos do município de Vitória de Santo Antão-PE

no período entre 2007 e 2011................................................... 54

Gráfico 3: Aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do município de

Vitória de Santo Antão no período de 2007 a

2011............................................................................................ 60

Gráfico 4: Percentual de trabalhadores em atividade formal no município

Vitória de Santo Antão no período entre 2007 e 2011............... 61

Gráfico 5: Evolução da Taxa de desemprego no município de Vitória de

Santo Antão-PE no período entre 2007 e 2011......................... 64

Gráfico 6: Atividades Artísticas e de Espetáculos no Município de Vitória

de Santo Antão no período de 2007 a 2011............................... 65

Gráfico 7: Bibliotecas, Arquivos, Museus e outras Instituições Culturais

do Município de Vitória de Santo Antão no período de 2007 a

2011........................................................................................... 65

Gráfico 8: Número de emissoras e equipamentos transmissores de rádio

e TV no Município de Vitória-PE durante o período de 2007 a

2011............................................................................................ 68

Gráfico 9: Percentuais de analfabetismo no Município de Vitória de

Santo Antão-PE período entre 2007 a 2011.............................. 70

Gráfico 10: Número de matrículas no ensino fundamental e oferta de

vagas na educação básica no Município de Vitória de Santo

Antão –PE no período entre 2007 a 2011.................................. 71

Gráfico 11: Número de acessos à internet no município de Vitória de

Santo Antão –PE no período de 2007 a 2011.......................... 72

.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Distribuição da população do município de Vitória de Santo Antão –

PE. Fonte: IBGE, 2010........................................................................

39

Tabela 2:

Coleta direta de resíduos domésticos urbanos, rurais e área de

depósito de lixo urbano e rural no município de Vitória de Santo

Antão – PE no período de 2007 a

2011.....................................................................................................

57

Tabela 3: Novas Indústrias em Vitória de Santo Antão 62

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Caracterização da gestão ambiental......................................... 24

Figura 2. Construção de sistema de indicadores para ciclo de políticas

públicas Fonte: Jannuzzi, 2005................................................. 28

Figura 3. Mapa em destaque o Município de Vitória de Santo Antão...... 35

Figura 4. Mapa Geológico de Vitória de Santo Antão. Fonte: BRASIL,

2005.......................................................................................... 37

Figura 5. Mapa pedológico do município de Vitória de Santo Antão.

Fonte: Ribeiro, 2011.................................................................. 38

Figura 6. Rio Tapacurá. Fonte: Próprio autor, 2013................................. 39

Figura 7. Rio Natuba, afluente do Rio Tapacurá. Fonte: Próprio autor

2013......................................................................................... 41

Figura 8. Vista de Natuba – Vitória de Santo Antão. Região produtora

de hortaliças.............................................................................. 43

Figura 9 Kraft Foods –Vitória de Santo Antão......................................... 44

Figura 10 Rua João de Oliveira, centro de Vitória de Santo Antão – PE.

Fonte: Próprio autor, 2013........................................................ 55

Figura 11 Avenida Mariana Amália, centro de Vitória de Santo Antão –

PE~............................................................................................ 56

Figura 12 Lixão a céu Aberto – Vitória de Santo Antão. Fonte: Próprio

autor, 2013................................................................................ 57

Figura 13. Lixão a céu aberto – Vitória de Santo Antão. Fonte: Próprio

autor,, 2013.............................................................................. 58

Figura 14. Moradias registradas no Lixão a céu aberto. Fonte: Próprio

autor,, 2013.............................................................................. 59

Figura 15. Indústria de Alimentos Kraft Foods.Fonte: Próprio autor,, 2013 62

Figura 16 . BR Foods – Sadia. Fonte: Próprio autor, 2013......................... 63

Figura 17. Biblioteca da Universidade Federal de Pernambuco – Centro

Acadêmico de Vitória. Fonte: Próprio autor, 2013.....................

66

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Figura 18. Centro de Cultura Osman Lins e Biblioteca Municipal Cônego

Américo Pita. Fonte: Próprio autor,, 2013..............................

66

Figura 19. Instituto Histórico e Geográfico de Vitória de Santo Antão.

Fonte: Próprio autor,, 2013...................................................... 67

Figura 20. Museu do Carnaval Amadeu Senna. Fonte, Próprio autor,

2013.........................................................................................

67

Figura 21. Rádio Tabocas FM. Fonte: Próprio autor,, 2013........................ 68

Figura 22. Emissora transmissora de TV – TV Vitória. Fonte: Próprio

autor, 2013................................................................................ 69

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Dimensões, parâmetros e indicadores relacionados ao

desenvolvimento sustentável utilizados na pesquisa.............................

50

Quadro 2:

Vulnerabilidades e Potencialidades socioambientais presentes no

município de Vitória de Santo Antão no período de 2007 a 2011......

87

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Sumário

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 20

1.1 PROBLEMÁTICA DA PESQUISA ................................................................................... 22

1.2 HIPÓTESE .......................................................................................................................... 22

2 OBJETIVOS ........................................................................................................................... 23

2.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 23

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................... 23

3 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................... 24

3.1 Potencialidades Ambientais ............................................................................................. 24

3.2 Vulnerabilidades Ambientais ............................................................................................ 25

3.3 INDICADORES .................................................................................................................. 27

3.3.1 Indicadores sociais ........................................................................................................ 29

3.3.2 Indicadores ambientais ................................................................................................. 30

3.3.3 Indicadores econômicos ............................................................................................... 31

3.3.4 Indicadores culturais ...................................................................................................... 32

3.3.5 Indicadores políticos ...................................................................................................... 33

3.4 Desenvolvimento sustentável em indicadores ........................................................... 34

3.5 Vitória de Santo Antão ...................................................................................................... 35

3.5.1 Localização ..................................................................................................................... 35

3.5.2 Estrutura Geológica e Relevo ...................................................................................... 36

3.5.3 População ...................................................................................................................... 38

3.5.4 Hidrografia ....................................................................................................................... 39

3.5.5 Vegetação ........................................................................................................................ 41

3.5.6 Clima ................................................................................................................................ 42

3.5.7 Economia ......................................................................................................................... 42

3.5.8 Expansão em Vitória de Santo Antão ......................................................................... 45

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ......................................................................... 47

4.1 Localização do estudo ...................................................................................................... 47

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4.2 Caracterização do Estudo ................................................................................................ 47

4.3 Instrumento utilizado ......................................................................................................... 49

4.4 Delimitação do período do estudo .................................................................................. 51

4.5 Variável Independente ...................................................................................................... 51

4.6 Variáveis dependentes ..................................................................................................... 51

4.7 Etapas da Pesquisa .......................................................................................................... 51

4.7.1 Levantamento Bibliográfico .......................................................................................... 51

4.7.3 Análise dos resultados .................................................................................................. 52

5 RESULTADOS ....................................................................................................................... 53

5.1 Dimensão Social ................................................................................................................ 53

5.2 Dimensão Ambiental ......................................................................................................... 56

5.3 Dimensão Econômica ....................................................................................................... 60

5.4 Dimensão Cultural ............................................................................................................. 64

5.5 Dimensão Política-educacional ....................................................................................... 70

5.6 Análise das Vulnerabilidades .......................................................................................... 73

5.7 Análise das Potencialidades ............................................................................................ 74

6 CONCLUSÕES ..................................................................................................................... 76

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 79

APÊNDICE ................................................................................................................................ 87

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1 INTRODUÇÃO

Depois de experimentar um período relativamente longo de atraso relativo, a

economia de Pernambuco vem mostrando, mais recentemente, alguns indícios de

recuperação do crescimento, apresentando uma performance relativa um pouco

superior à média dos demais Estados nordestinos. Tal desempenho parece estar

associado a oportunidades criadas pela localização e pela atração de investimentos

carreados pela existência de um complexo industrial portuário, o complexo Suape,

além do aproveitamento de algumas vantagens relativas de espaços econômicos

como a fruticultura irrigada no Vale do São Francisco, o gesso na região do Araripe, a

expansão das atividades de confecções do Pólo Caruaru/Toritama/Santa Cruz do

Capibaribe, bem como o melhor desempenho de segmentos mais tradicionais, como

o sucro-alcooleiro, nos anos mais recentes (LIMA; SICSÚ; PADILHA, 2007).

Pernambuco foi o estado com maior crescimento econômico, com taxa

acumulada de 9,4% (janeiro/novembro 2010). O resultado é um ponto acima do

Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, cujo índice foi de 8,4%, além de ser superior à

Bahia, que cresceu 7%, e ao Ceará com taxa de 8,7% no período. O dinamismo da

economia local foi puxado pela elevação de 11,2% da produção industrial,

ultrapassando a média nacional de 11,1% e do Nordeste de 9,6% (FALCÃO, 2011).

Outro fator que favoreceu a instalação de empresas no estado foi a política de

intensificação de incentivos fiscais ocorrida a partir do ano de 2007. Tal fato refletiu-se

na cidade de Vitória de Santo Antão – em Pernambuco - a partir deste mesmo

período, com empresas de grande porte anunciando a construção de suas unidades

industriais no município.

Vitória de Santo Antão está localizada a 51 km da capital Recife. A região é

caracterizada pelo predomínio de pequenas propriedades rurais produtoras de

hortaliças e estrutura familiar de produção, na qual a atividade de destaque é o cultivo

de frutas, verduras e hortaliças, abastecendo não só o município como também a

capital pernambucana e outras regiões. Contando com uma área territorial de 371,803

Km2 e uma população de 129.974 habitantes (IBGE, 2010), é hoje uma das cidades

da zona da mata sul do estado que mais cresce industrialmente. De acordo com o

Cadastro Central de Empresas de Pernambuco, em 2010, o município apresentava

1.810 unidades cadastradas com um total de 18.607 pessoas empregadas (IBGE,

2012) comparados a 1.290 unidades cadastradas com um total de 16.554 pessoas

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empregadas no ano de 2007 (IBGE, 2012). Este número tende a aumentar

significativamente com a consolidação e crescimento de outras grandes empresas

que estão se instalando na cidade.

A mudança de perfil econômico no município de Vitória de Santo Antão traz à

discussão não apenas a importância da geração de empregos, mas a reflexão sobre

as potencialidades e vulnerabilidades do município diante deste processo, destacando

a necessidade do desenvolvimento de atividades de acordo com a aptidão do

município e de forma sustentável. Com o crescimento dos centros urbanos gerado

pelo desenvolvimento do processo tecnológico-industrial, o homem, ao invés de se

adaptar às condições do meio físico, impõe-lhe as suas próprias condições, fazendo

com que, muitas vezes, seu uso e ocupação se façam de maneira inadequada, ou

seja, não respeitando os seus limites e potencialidades (COSTA; NISHIYAMA, 2012).

Nesse sentido, torna-se de suma importância o desenvolvimento da conscientização

da coletividade, que passa a exercer papel fundamental no processo de uso e

ocupação. Assim sendo, deve-se sempre se sobrepor a esse processo ações de

preservação do meio, ainda que sua exploração seja necessária (COSTA, 2008).

Segundo Sachs (2000), o uso produtivo não necessariamente precisa prejudicar o

meio ambiente ou destruir a diversidade, se houver consciência de que as atividades

econômicas estão solidamente fincadas no ambiente natural.

Para prevenir e minimizar problemas socioambientais, Vieira (1992) sugere que

se estimule a pesquisa de indicadores de qualidade socioambiental considerados

compatíveis com uma abordagem estrutural das causas da problemática ambiental.

Sachs (1986) sugere a pesquisa e a utilização de novos indicadores socioeconômicos

e ambientais, com maior alcance do que os tradicionais indicadores econômicos, que

possibilitem determinar a taxa de exploração da natureza decorrente das atividades

humanas e o grau de normalidade dos ciclos ecológicos de renovação dos recursos.

A aplicabilidade de indicadores como metodologia de uma pesquisa torna-se

importante para pesquisas que visem entender a evolução espacial, social, ambiental

e política municipal, na tentativa de elaborar subsídios para o poder público, que ao

se envolver com o bem comum, fornece-lhe condições para uma política de

planejamento voltada aos interesses da população (SANTOS, 2010). Indicadores e

seu conjunto de parâmetros representam um sinal que nos permite compreender

dimensões do mundo real, conferir-lhes importância, possibilitando julgamentos e

desenvolvimentos futuros através de sua análise. Por isso, de concreto, tem-se que

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sua aplicabilidade resulta em importante instrumento avaliativo de um meio social,

cultural, político, econômico e ambiental (SANTOS, 2010).

A expansão do processo de industrialização no município de Vitória de Santo

Antão tem modificado o cenário local, o que implica na necessidade de análise das

potencialidades e vulnerabilidades socioambientais geradas com este processo, uma

vez que estas podem expressar situações de pobreza, privação social e fenômenos

de interação entre situações de risco e degradação ambiental. Os estudos

relacionados às potencialidades e vulnerabilidades são de extrema importância para o

planejamento urbano-ambiental de um município uma vez que tem como principal

fundamentação o desenvolvimento sustentável, que por sua vez, defende o

desenvolvimento econômico, social, tecnológico e urbano junto à conservação e

recuperação ambiental. A relevância deste estudo também fica evidenciada por

tratar-se de estudo sistematizado e fundamentado em aspectos teóricos e práticos

diante de uma temática carente de informações e registros no município estudado.

Diante do exposto, o presente estudo teve como objetivo analisar as

potencialidades e vulnerabilidades apontadas pelos indicadores sociais, ambientais,

econômicos, políticos e culturais do município de Vitória de Santo Antão-PE no

período de 2007 a 2011.

1.1 PROBLEMÁTICA DA PESQUISA

Que tipos de potencialidades e vulnerabilidades socioambientais podem ser

identificadas com o processo de expansão industrial no município de Vitória de Santo

Antão?

1.2 HIPÓTESE

As potencialidades mais evidentes estariam associadas nos indicadores

econômicos, culturais e políticos, enquanto que as vulnerabilidades estariam refletidas

nos efeitos negativos deste processo nos indicadores sociais e ambientais

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar as potencialidades e vulnerabilidades apontadas pelos

indicadores sociais, ambientais, econômicos, políticos e culturais do município de

Vitória de Santo Antão-PE no período de 2007 a 2012.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Caracterizar a área de estudo no que diz respeito à extensão territorial,

população, relevo, hidrografia, clima, vegetação e economia;

• Analisar os indicadores sociais, ambientais, econômicos, culturais e

políticos, com base na evolução apresentada pelos indicadores, as

potencialidades e vulnerabilidades do município no período de 2007 a

2011;

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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Potencialidades Ambientais

Para Souza (2000), cabe à caracterização ambiental determinar as vocações e

as suscetibilidades naturais dos fatores ambientais que a região apresenta, permitindo

assim que as atividades humanas possam ser localizadas de forma que as

potencialidades do meio sejam exploradas, respeitando-se sua capacidade de

suporte.

Além disso, a caracterização ambiental fornece, segundo Ab’Saber (1998),

informações sobre a área de influência de possíveis impactos, o que orientará a etapa

de monitoramento. A figura 1 mostra, portanto, que a localização de qualquer

atividade deve avaliar como etapa preliminar as características físicas, químicas,

biológicas e sócio-econômica-culturais da região.

Figura 1. Caracterização da gestão ambiental. Fonte: adaptado de Souza (2000).

A análise da potencialidade socioeconômica, política-institucional e

natural, a partir do uso de indicadores que expressem as dimensões humana,

institucional e de produção, busca avaliar a capacidade da estrutura produtiva, as

condições de qualidade de vida da população, os possíveis conflitos de uso e

ocupação do solo, identificando os fatores dinâmicos e restritivos ao desenvolvimento

sustentável (DISTRITO FEDERAL, 2012).

A potencialidade socioeconômica compreende um conjunto de fatores

sociais, econômicos, político-institucionais e naturais existentes em um determinado

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território, que numa perspectiva integrada, permitem a compreensão das tendências e

possibilidades de uso do território, das formas de produção e das condições de vida

da população (DISTRITO FEDERAL, 2012).

De acordo com a Embrapa Amazônia Oriental (2007), a

potencialidade social pode ser definida por meio da relação entre os fatores dinâmicos

e restritivos ao desenvolvimento sustentável. Os fatores dinâmicos são aqueles que

contribuem com a melhoria da qualidade de vida da população, tais como: alta

cobertura de infraestrutura de saneamento, alto nível de escolaridade e baixa

mortalidade infantil. Os fatores restritivos contrapõem-se aos dinâmicos e são

expressos pela alta concentração de renda, existência de problemas fundiários e

analfabetismo.

A análise de potencialidades social, econômica e política permite

identificar quando e onde, dentro delimitados limites e capacidades, estas instâncias

podem se desenvolver, tendo em vista o aumento da qualidade de vida da população

(DISTRITO FEDERAL, 2010).

Para este estudo, serão considerados Potencialidade os recursos naturais,

produtos, setores, ramos ou atividades econômicas, (disponíveis mas não utilizados

ou total ou parcialmente utilizados) que, por suas características, têm apelo suficiente

para estimular ou inibir a implantação ou ampliação de uma determinada atividade

econômica, considerados os limites e as características socioeconômicas e

ambientais da Área de Estudo (BRASIL, 1998).

3.2 Vulnerabilidades Ambientais

O significado de vulnerabilidade não é consenso em estudos sobre o tema, o

que dificulta a comparação de resultados de trabalhos semelhantes. Metzger et al.

(2006) e Schoter et al. (2004) relacionaram o conceito ao grau de susceptibilidade de

um sistema aos efeitos negativos provenientes de mudanças globais. Neste estudo, a

susceptibilidade está relacionada ao grau de exposição do ambiente natural às

mudanças ambientais, à sensibilidade (avaliada a partir de medidas dos impactos

ambientais potenciais resultantes da exposição) e à capacidade de resposta da

sociedade em adotar ações de ajuste às mudanças.

Li et al. (2006) relacionaram vulnerabilidade a características do meio físico e

biótico (declividade, altitude, temperatura, aridez, vegetação, solo), à exposição a

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fontes de pressão ambiental (densidade populacional, uso da terra) e à ocorrência de

impactos ambientais (erosão hídrica) em uma área montanhosa.

Para Lima et al. (2000), a vulnerabilidade pode ser avaliada analisando-se

características dos meios físicos (solo, rocha, relevo, clima e recursos hídricos),

biótico (tipo de vegetação) e antrópico (uso e ocupação do solo), que tornam o relevo

mais ou menos instável ou sujeito a processos erosivos.

Figueiredo et al (2010) observa, ainda, que esse conceito está atrelado a

conceitos como exposição a pressões, impacto ambiental (real ou potencial),

sensibilidade do sistema ecológico, capacidade adaptativa da sociedade, resiliência e

susceptibilidade à ocorrência de efeitos negativos, o que envolve exposição,

sensibilidade e capacidade adaptativa. A sensibilidade está relacionada à extensão ou

ao grau em que um sistema pode absorver as pressões sem sofrer alterações no

longo prazo. A capacidade adaptativa, por sua vez, refere-se a habilidade do sistema

de se ajustar a um dano ocorrido, fazer uso de recursos ou oportunidades ou

responder a mudanças ambientais que venham a ocorrer. Nesse contexto, quanto

maiores as pressões, maior a sensibilidade do meio e menor sua capacidade

adaptativa, caracterizando-o como mais vulnerável.

Segundo Gallopin (2006), é importante definir quais perturbações serão objeto

do estudo, uma vez que um sistema pode ser vulnerável a um tipo de problema,

enquanto a outros não.

Tixier et al. (2005) relacionaram vulnerabilidade ao grau de exposição de

pessoas e ambientes naturais a pressões (gases tóxicos, lançamento de efluentes

etc.) que partem de uma unidade industrial, considerando características do ambiente

(densidade populacional, uso e ocupação do solo).

Villa e McLeod (2002), por sua vez, relacionaram a vulnerabilidade a processos

intrínsecos que ocorrem em um sistema, decorrente do seu grau de conservação

(característica biótica do meio) e resiliência ou capacidade de recuperação após um

dano, e a processos extrínsecos, relacionados à exposição a pressões ambientais

atuais e futuras.

Para este estudo, será considerada vulnerabilidade a exposição de um sistema

à perturbações ambientais típicas de atividades industriais levando-se em conta a

sensibilidade do meio às pressões exercidas e sua capacidade adaptativa

(FIGUEIREDO et al, 2010).

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3.3 INDICADORES

Os indicadores são parâmetros selecionados e considerados isoladamente ou

combinados entre si, sendo especialmente úteis para refletir sobre determinadas

condições dos sistemas em análise. Normalmente, esses dados passam por

tratamentos a fim de serem melhor expressados, a exemplo de médias aritméticas

simples, percentuais, medianas, entre outros (KEINERT, 2007).

Segundo Rauli (2006), os indicadores tem a função de fornecer informações

que podem agregar conjuntamente características qualitativas, quantitativas,

estatísticas, gráficas, buscando apresentar a realidade de uma forma sistemática o

que difere dos índices, que por sua vez, corresponde ao número que indica

característica pontual, destaque, de um determinado momento, ou seja, corresponde

a tudo aquilo que indica ou denota alguma qualidade ou característica do assunto

ambiental em questão.

Para Jannuzzi (2005), os indicadores apontam, indicam, aproximam, traduzem

em termos operacionais as dimensões sociais de interesse definidas a partir de

escolhas teóricas ou políticas realizadas anteriormente. Prestam-se a subsidiar as

atividades de planejamento público e a formulação de políticas sociais nas diferentes

esferas de governo, possibilitam o monitoramento das condições de vida e bem-estar

da população por parte do poder público e da sociedade civil e permitem o

aprofundamento da investigação acadêmica sobre a mudança social e sobre os

determinantes dos diferentes fenômenos sociais (MILES, 1985 apud Jannuzzi (2005).

Jannuzzi (2005) ainda refere que a construção dos indicadores sociais surge a partir

da definição de um objetivo programático. A partir de então, busca-se “delinear as

dimensões, os componentes ou as ações operacionais vinculadas”. Segundo o autor,

para o acompanhamento dessas ações, buscam-se dados administrativos e

estatísticas públicas, que, reorganizados na forma de taxas, proporções, índices ou

mesmo valores absolutos, transformam-se em indicadores sociais (Figura 2).

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Figura 2: Construção de sistema de indicadores para ciclo de políticas públicas. Fonte: Jannuzzi, 2005.

Em uma visão mais abrangente, um indicador é um sinal que aponta uma

determinada condição (GALLOPÍN, 1996), revelando-se, portanto, como um

elemento, sinal ou aviso que revela ou denota características especiais ou qualidades,

que aponta (como o dedo indicador) uma direção, mostrando a conveniência de, ou

aconselhando a alguma ação. De forma mais técnica, é um composto construído para

medir uma dimensão ou variável, com a finalidade de comunicar informações e de

auxiliar na tomada de decisões (BABBIE, 2001).

Saravia (2008) relata que, quanto às características, os indicadores podem ser:

• estratégicos: quando se referem a metas;

• de sustentabilidade: quando aferem a consecução de propósitos de políticas;

• de resultado: quando avaliam o desempenho de programas e projetos determinados;

• de atividade: quando apontam características de desempenho.

Finalmente, o objetivo de um indicador é apontar a existência de riscos,

potencialidades e tendências no desenvolvimento de um determinado território para

que, em conjunto com a comunidade, decisões possam ser tomadas de forma mais

racional (TUNSTALL, 1994; GUIMARÃES, 1998). A identificação da informação

relevante, capaz de potencialmente esclarecer a existência de quaisquer processos

não sustentáveis de desenvolvimento na relação entre sociedade e meio ambiente, é

algo somente possível para uma sociedade, se ela dispuser de instrumentos

científico-técnicos e políticos construídos com essa finalidade (FENZL, 1997).

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3.3.1 Indicadores sociais

Indicadores sociais são considerados importantes ferramentas de avaliação do

nível de desenvolvimento socioeconômico dos municípios. O primeiro princípio

observado é que o indicador deve identificar a essência do problema e possuir uma

clara e aceitável interpretação normativa. A análise feita, a partir de indicadores

selecionados que expressem as relações sociais existentes, contribui de maneira

qualificada para a avaliação de políticas públicas no nível municipal (IBGE, 2011)

No campo dos estudos sociais, o desenvolvimento de indicadores vinculados

ao meio urbano intensificou-se a partir de 1990, após a formulação do Índice de

desenvolvimento Humano – IDH, calculado para 104 países a partir de indicadores de

condições de saúde, de educação e renda da população (PNUD, 1990)

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mede o nível de desenvolvimento

humano dos países utilizando como critérios indicadores de educação (alfabetização

e taxa de matrícula), longevidade (esperança de vida ao nascer) e renda (PIB per

capita).

O índice varia de zero (nenhum desenvolvimento humano) a um

(desenvolvimento humano total). Países com IDH até 0,499 têm desenvolvimento

humano considerado baixo, os países com índices entre 0,500 e 0,799 são

considerados de médio desenvolvimento humano e países com IDH superior a 0,800

têm desenvolvimento humano considerado alto.

Para a avaliação da dimensão educação, o cálculo do IDH municipal considera

dois indicadores com pesos diferentes. A taxa de alfabetização de pessoas acima de

15 anos de idade tem peso dois, e a taxa bruta de freqüência à escola peso um. O

primeiro indicador é o percentual de pessoas com mais de 15 anos capaz de ler e

escrever um bilhete simples, considerados adultos alfabetizados. O calendário do

Ministério da Educação indica que, se a criança não se atrasar na escola, ela

completará esse ciclo aos 14 anos de idade, daí a medição do analfabetismo se dar a

partir dos 15 anos.

O segundo indicador é resultado de uma conta simples: o somatório de

pessoas, independentemente da idade, que freqüentam os cursos fundamental,

secundário e superior é dividido pela população na faixa etária de 7 a 22 anos da

localidade. Estão também incluídos na conta os alunos de cursos supletivos de

primeiro e de segundo graus, de classes de aceleração e de pós-graduação

universitária. Apenas classes especiais de alfabetização são descartadas para efeito

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do cálculo.

Para a avaliação da dimensão longevidade, o IDH municipal considera o

mesmo indicador do IDH de países: a esperança de vida ao nascer. Esse indicador

mostra o número médio de anos que uma pessoa nascida naquela localidade no ano

de referência (no caso, 2012) deve viver. O indicador de longevidade sintetiza as

condições de saúde e salubridade do local, uma vez que quanto mais mortes houver

nas faixas etárias mais precoces, menor será a expectativa de vida.

Para a avaliação da dimensão renda, o critério usado é a renda municipal per

capita, ou seja, a renda média de cada residente no município. Para se chegar a esse

valor soma-se a renda de todos os residentes e divide-se o resultado pelo número de

pessoas que moram no município (inclusive crianças ou pessoas com renda igual a

zero).

Os indicadores socioeconômicos - enquanto indicadores das condições

estruturais para a inovação e a competitividade - devem estar relacionados aos

diversos segmentos sociais e regionais, buscando-se demonstrar os avanços

empreendidos para a melhoria das condições das regiões e segmentos

marginalizados ou excluídos, por exemplo, na direção de oportunidades e

desempenhos mais homogêneos. Esses indicadores são essenciais para as políticas

científicas, tecnológicas e de inovação, na medida em que tais avanços são

imprescindív’eis para que se consolide um Sistema de Ciência e Inovação

Tecnológica e se desenvolvam adequadamente as atividades correspondentes,

contribuindo de modo efetivo para a sustentabilidade econômica e social (SAENZ e

SOUZA PAULA, 2002).

3.3.2 Indicadores ambientais

No campo dos estudos ambientais, a partir da Conferência das Nações Unidas

sobre Meio Ambiente Humano de 1972, em Estocolmo, diversas organizações

internacionais desenvolveram conceitos, definições e classificações para as variáveis

a serem consideradas nas estatísticas ambientais, incluindo aquelas referentes ao

meio urbano. Em 1990, a Conferência dos Estatísticos Europeus estabeleceu

referências conceituais e metodológicas para a formulação de indicadores ambientais

e não apenas estatísticas ambientais (MUELLER, 1991).

Os primeiros indicadores ambientais começaram a ser desenvolvidos no final

dos anos 70, embora seja possível dizer que desde meados de 1800 há registros de

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indicadores, utilizando dados de qualidade do ar e temperatura (GROVER, 2003). Em

1968, como consequência dos anos do pós-guerra, do crescimento da população e

dos eventos de poluição ambiental, os Estados Unidos da América aprovaram uma lei

tornando obrigatória a publicação de estatísticas sobre a qualidade ambiental (SEI,

2006).

O desenvolvimento substantivo de indicadores ambientais e de

desenvolvimento sustentável iniciou-se no final da década 80 no Canadá e em alguns

países da Europa. Mas, foi somente a partir da Conferência das Nações Unidas sobre

o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD-92), em decorrência da aprovação

da Agenda 21, é que houve um grande impulso para o desenvolvimento de

indicadores para subsidiar a tomada de decisões, principalmente nos países de

primeiro mundo (QUIROGA, 2001).

Com o uso de indicadores de sustentabilidade ambiental busca-se medir de

forma simples e acessível, as complexas relações que envolvem a gestão ambiental,

permitindo a participação das comunidades e dos tomadores de decisão na promoção

do conhecimento e na consciência dos parâmetros avaliados (SANTOS, 2009).

Esses indicadores são formas de representação quantificáveis das

características dos produtos e dos processos, utilizados para controlar e melhorar os

resultados e são ligados às características de qualidade e de desempenho, o que

pressupõe esforço. Por intermédio destes, a apuração de resultados permite uma

avaliação do desempenho da organização no período em relação à meta e a outros

referenciais, subsidiando as tomadas de decisões e a reformulação, ou readequação,

do planejamento (WIENS, 2007).

Young (2011) refere que, embora os países ricos utilizem-se do argumento de

que devem continuar a crescer para reduzir o impacto ambiental, os países pobres ou

emergentes rejeitam a iniciativa de que as perdas ambientais sejam um custo

necessário para o desenvolvimento econômico.

3.3.3 Indicadores econômicos

São medidas de desempenho utilizadas para medir o desenvolvimento de uma

economia. Os indicadores mais utilizados são aqueles que medem crescimento da

produção, desvalorização da moeda e aumento de preços, taxas de conversão de

moedas e taxas básicas de remuneração utilizada no mercado financeiro (SILVA,

2000).

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Os indicadores econômicos são grandezas de caráter econômico, expressas

em valor numérico, cuja principal utilidade consiste na aferição dos níveis de

desenvolvimento de países, regiões, empresas, etc. (permitindo, também, como é

evidente, efetuar comparações). Note-se que, no caso dos indicadores referentes a

países, regiões ou grupos de pessoas, dentro de uma classificação ampla de

indicadores econômicos, também se utilizam outros de caráter social ou demográfico,

como a seguir se exemplificará.

Na análise da situação econômica relativa dos diversos países ou regiões

geográficas, é usual compararem-se indicadores como o Produto Interno Bruto (PIB),

o PIB per capita, o saldo das balanças externas, o nível da inflação, a taxa de

desemprego. (INFOPEDIA, 2012).

Lourenço e Romero (2002) fazem uma analogia com os dedos das mãos,

sobre indicadores econômicos (IEs), indicando que representam essencialmente

dados e/ou informações sinalizadoras ou apontadoras do comportamento (individual

ou integrado) das diferentes variáveis e fenômenos componentes de um sistema

econômico de um país, região ou estado.

Por isso, os IEs são fundamentais tanto para propiciar uma melhor

compreensão da situação presente e o delineamento das tendências de curto prazo

da economia, quanto para subsidiar o processo de tomada de decisões estratégicas

dos agentes públicos (governo) e privados (empresas e consumidores).

Atualmente, os indicadores de atividade econômica estão centrados, em sua

maioria, em nível agregado de informações, principalmente no contexto espacial , pois

dependendo do indicador, este é construído congregando-se informações de diversos

espaços geográficos para apresentar a conjuntura econômica do país ou do estado

federado. Dessa forma, a economia local pode não apresentar as mesmas

características que a nacional ou aquela para qual existem indicadores agregados

(estado ou região) e para onde tenham sido estabelecidos como parâmetro (Ribeiro e

Dias, 2003).

3.3.4 Indicadores culturais

Indicador cultural é um conceito que, semelhante ao conceito de cultura, ainda

busca uma definição consensual. A falta de clareza sobre o que de fato são os

indicadores pode fazer com que se queira que eles resolvam algo que não seria de

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sua esfera, que eles ofereçam soluções para problemas que fogem do âmbito para o

qual foram construídos (RAMOS, 2001).

O indicador cultural deve informar algo relevante sobre o mundo da cultura a

alguém – gestor, pesquisador ou político – que vai utilizá-lo para agir sobre este

campo ou para ampliar o conhecimento sobre fenômenos determinados (MAZZILLI et

al, 2008).

Essa capacidade de indicar, de revelar aquela dimensão da vida cultural que às

vezes passa em silêncio, pela própria lógica do mundo cultural, é uma das

características mais relevantes dos indicadores culturais. Dessa forma, os indicadores

podem ser úteis em duas esferas de atuação distintas e que, muitas vezes, não

dialogam entre si:

• na gestão pública ou privada da cultura;

• na interpretação do meio cultural, ou seja, para a compreensão dos fenômenos

culturais.

Como ferramenta de gestão e de políticas culturais, os indicadores podem

apontar com clareza os avanços ou retrocessos de determinadas políticas ou de

programas, comparando seus resultados com os objetivos específicos previamente

definidos (MAZZILLI et al, 2008).

Segundo Tolila (2007), na compreensão dos fenômenos culturais, ou no campo

mais identificado com o conhecimento científico, os indicadores culturais serão úteis

como vetores do conhecimento, capazes de explicitar valores e idéias que poderão,

ou não, ser incorporadas pelos gestores culturais na elaboração de políticas,

programas e projetos culturais.

3.3.5 Indicadores políticos

Os indicadores políticos-educacionais revestem-se de suma importância para o

estudo da formação de desigualdades sociais e regionais, consolidação de

determinadas estruturas decisórias e de práticas econômicas e políticas que,

necessariamente, influenciam as possibilidades de realização efetiva da inovação e

da competitividade (SAENZ e SOUZA PAULA, 2002).

Para implementação das políticas, por exemplo, propõe-se que seja levada em

consideração a análise de indicadores efetivos quanto ao atendimento (acesso),

financiamento e gestão da política educacional. O primeiro âmbito considerado na

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política educacional trata do desafio de prover o acesso e a permanência das crianças

na escola. Tal fato implica em condições básicas para este acesso, a exemplo da

escola obrigatória (ensino fundamental), educação infantil, no atendimento à

educação de jovens e adultos e à educação de pessoas com necessidades

educativas especiais (GOUVEIA, 2009).

3.4 Desenvolvimento sustentável em indicadores

Através do Relatório Brundtland (1987), surgiu o conceito mais difundido sobre

o termo - Desenvolvimento Sustentável – sendo definido como:

Desenvolvimento que atende às necessidades das gerações presentes

sem comprometer as possibilidades das gerações futuras atenderem

suas próprias necessidades.

Para ser sustentável, o desenvolvimento deve ser economicamente sustentado

(ou eficiente), socialmente desejável (ou includente) e ecologicamente prudente (ou

equilibrado) (ROMEIRO, 2012).

Visto que o conceito-chave desenvolvido neste estudo é o de indicadores

sócio-ambientais relacionados ao desenvolvimento sustentável, as dimensões às

quais se aplicam os indicadores utilizados neste estudo também são preconizadas por

Sachs (2000) e HAWKES (2005):

- Sustentabilidade ambiental: refere-se à manutenção da capacidade de sustentação

dos ecossistemas, o que implica a capacidade de absorção e recomposição dos

ecossistemas em face das interferências antrópicas.

- Sustentabilidade social: tem como referência o desenvolvimento e como objeto a

melhoria da qualidade de vida da população.

- Sustentabilidade política: refere-se ao processo da cidadania, em vários ângulos, e

visa garantir a plena incorporação dos indivíduos ao processo de desenvolvimento.

- Sustentabilidade econômica: Implica uma gestão eficiente dos ativos ambientais em

geral e caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento público e privado.

- Sustentabilidade cultural: Aponta para uma nova abordagem interdisciplinar,

dedicada a aumentar o significado da cultura e a importância das suas características

tangíveis e intangíveis nos campos locais, regionais e globais do desenvolvimento

sustentável.

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3.5 Vitória de Santo Antão

3.5.1 Localização

Situado na zona da mata sul de Pernambuco, o município de Vitória de Santo está

delimitado pelas seguintes coordenadas geográficas: 8º07’11” Latitude Sul e

35º17’58” Longitude W de Greenwich. Localizado a 51 Km da capital Recife,

apresenta área de 372, 637 km2 distribuídos entre a Mata Úmida e a Mata Seca,

limitando-se com os seguintes municípios: ao norte, Glória do Goitá e Chã de Alegria,

ao sul com Primavera e Escada, ao leste com São Lourenço da Mata, Moreno e Cabo

de santo Ago e ao oeste com Pombos (IBGE, 2012).

Figura 3. Mapa em destaque o Município de Vitória de Santo Antão. .Fonte: http://maps.google.com.br/

No que concerne aos valores altimétricos, a cidade de Vitória de Santo Antão

se situa em um vale esculpido, em parte, pelas ações erosivas do rio Tapacurá e

tributários, numa altitude que beira aos 145m, em média. As porções meridional e

setentrional do município, no entanto, são mais elevadas, revelando influências

litológicas sobre a altimetria (ÁLVARES et al, 2010).

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3.5.2 Estrutura Geológica e Relevo

O município de Vitória de Santo Antão está integralmente situado numa

província estrutural designada como Borborema. Tal província está localizada na

porção Nordeste da ampla Plataforma Estrutural Brasileira e engloba, sobretudo,

terrenos muito antigos, de natureza ígnea intrusiva e metamórficos, datados como

sendo do Pré-Cambriano. Um dos elementos geológicos de maior destaque dessa

unidade estrutural é o maciço Pernambuco-Alagoas, exatamente onde se dispõe o

município (ÁLVARES et al, 2010; BRASIL, 2005; MASCARENHAS et al., 2005).

O maciço Pernambuco-Alagoas apresenta terrenos graníticos, gnáissicos,

predominantemente, além dos milonitos e migmatitos, entre outros corpos rochosos.

Ao sul do município, delimitado pela falha geológica de Pernambuco, estão terrenos

graníticos que, em alguns trechos, pela extensão ocupada, definem grandes corpos

intrusivos denominados “batólitos”. Ao norte afloram terrenos também cristalinos, em

alguns trechos, dobrados e falhados (ÁLVARES et al, 2010; FIDEPE, 1981).

Um dos elementos estruturais mais significativos que atravessa o município de

leste a oeste é o Lineamento Pernambuco, falha geológica do tipo “falha de rejeito

direcional” que se inicia em Recife e atinge até a bacia sedimentar do Meio Norte, no

Estado do Piauí. Outras falhas menores, associadas direta ou indiretamente ao

Lineamento, são encontradas na Vitória de Santo Antão. Vários rios e riachos da

bacia do Tapacurá adaptaram-se, inclusive, a essas estruturas tectônicas, como por

exemplo os rios Natuba e Várzea Grande, que assumem, em seus percursos, um

traço linear, prova de controle estrutural da drenagem (ÁLVARES et al, 2010).

O relevo do município, na escala cronogeomorfológica, é relativamente

recente. Sua elaboração, como a do Nordeste Oriental, apresenta certo grau de

complexidade em face de fatores operantes na sua morfogênese, como fatores

tectônicos, erosivos e as variações climáticas. Tais repercussões podem ser

observadas na forma e disposição assumida pelo Vale do Tapacurá, que teve um forte

controle tectônico assim como os amplos processos de pedimentação (vertentes

côncavas que mergulham suavemente em direção ao fundo dos vales) observados

nas paisagens às margens da BR 232, no sentido leste-oeste, em direção ao

município de Pombos (ÁLVARES et al, 2010).

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Figura 4: Mapa Geológico de Vitória de Santo Antão. Fonte: BRASIL, 2005.

No sul do município, observa-se na sua paisagem o aspecto de “mar” de

morros, constituídos pelo conjunto de colinas de perfil convexo, justapostas e

dissecadas pelas correntes fluviais que demandam para as bacias hidrográficas,

como a do Pirapama. O relevo nesta região é mais movimentado, com altitudes que

ultrapassam 400m, contrastando com os menos de 150m verificados no sítio urbano

de Vitória de Santo Antão (ÁLVARES et al, 2010; BRASIL, 2005).

Os solos dessa unidade geoambiental são representados pelos Latossolos nos

topos planos, sendo profudos e bem drenados; pelos Podzólicos nas vertentes

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íngremes, sendo pouco a

Gleissolos de Várzea nos fundos de vales

encharcados (BRASIL, 2005

Figura 5: Mapa pedológico do município de Vitória de Santo Antão

3.5.3 População

De acordo com o Censo Demográfico IBGE (2010), a população residente total

de Vitória de Santo Antão é de

urbana e 16.545 (12,7%) na zona rural. Os habitantes do sexo masculino totalizam

62.409 (48,0%), enquanto que do feminino totalizam 67.565 (51,9%), resultando numa

densidade demográfica de 349,58

íngremes, sendo pouco a medianamente profundos e bem drenados e pelos

nos fundos de vales estreitos, com solos orgânicos e

(BRASIL, 2005; RIBEIRO, 2011).

Mapa pedológico do município de Vitória de Santo Antão. Fonte:

População

De acordo com o Censo Demográfico IBGE (2010), a população residente total

de Vitória de Santo Antão é de 129.974 habitantes, sendo 113.429 (87,2%) na zona

urbana e 16.545 (12,7%) na zona rural. Os habitantes do sexo masculino totalizam

enquanto que do feminino totalizam 67.565 (51,9%), resultando numa

densidade demográfica de 349,58 hab/km2.

38

medianamente profundos e bem drenados e pelos

estreitos, com solos orgânicos e

. Fonte: RIBEIRO, 2011.

De acordo com o Censo Demográfico IBGE (2010), a população residente total

129.974 habitantes, sendo 113.429 (87,2%) na zona

urbana e 16.545 (12,7%) na zona rural. Os habitantes do sexo masculino totalizam

enquanto que do feminino totalizam 67.565 (51,9%), resultando numa

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VITÓRIA DE SANTO ANTÃO - PE População total - 2010 129.974 População urbana 113.429 População rural 16.545 Homens 62.409 Mulheres 67.565 Densidade demográfica (hab/Km²) 349,58 Tabela 1: Distribuição da população do município de Vitória de Santo Antão – PE. Fonte: IBGE, 2010.

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM é de 0,663. Este

índice situa o município em 41º lugar no ranking estadual e 3566º no ranking nacional

(PNUD, 2003). Segundo a classificação do Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento (PNUD) no Brasil, o município está entre as regiões consideradas

de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8).

3.5.4 Hidrografia

Vitória de Santo Antão é contemplada por importantes bacias hidrográficas que

desempenham um importante papel no espaço geográfico municipal. Entre seus

principais rios estão: Tapacurá, Pirapama, Jaboatão e Ipojuca. Tratam-se de rios que

possuem um regime considerado pseudo-tropical, ou seja, rios que apresentam

vazantes na primavera-verão e enchentes no outono-inverno (ÁLVARES et al, 2010).

Figura 6: Rio Tapacurá. Fonte: Próprio autor, 2013.

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O Tapacurá tem suas nascentes ou bacias de cebeceiras na chamada Serra

das Russas, limite fisiográfico entre Agreste e Zona da Mata e é o mais destacado

afluente do rio Capibaribe. A área urbana do município é cortada exatamente pelo rio

Tapacurá, sendo os rios ou riachos Natuba, Ronda, Pacas e Mocotó alguns dos seus

afluentes (ÁLVARES et al, 2010).

A bacia do Rio tapacurá que corta o município e é um dos mais importantes

afluentes do Rio Capibaribe. Tendo como afluentes o Rio Natuba, Riacho Ronda,

Pacas, Mocotó. E as bacias do Jaboatão dos Guararapes que abastece a Cidade de

Moreno, Pirapama que nasce no município e pequena parte da Bacia do Rio Ipojuca

servindo de limite com o município de Primavera. Tem como Municípios limítrofes:

Glória do Goitá, Pombos, Moreno, Escada e o Cabo de Santo Agostinho.

O Pirapama tem seus mais distantes formadores no município de Pombos,

estando o alto Pirapama contido numa espécie de anfiteatro semi—circular onde está

também o município de Vitória de Santo Antão. Essa parte dispõe-se em divisores de

água correspondentes a uma superfície topográfica com restos de um nível altimétrico

mais elevado que fica em torno de 500m (ÁLVARES et al, 2010).

O rio Jaboatão tem suas cabeceiras no Engenho Pacas e se desloca sobre os

terrenos cristalinos em direção ao município de Moreno (ÁLVARES et al, 2010).

O rio Ipojuca, que serve como elemento natural de limite com o município de

Primavera, não corta o município mas vários de seus afluentes da margem esquerda

são oriundos do município de Vitória de Santo Antão (ÁLVARES et al, 2010).

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Figura 7: Rio Natuba, afluente do Rio Tapacurá. Fonte: Próprio autor, 2013.

3.5.5 Vegetação

Em Pernambuco, a Zona da Mata foi dividida em três subzonas: Mata Úmida,

Mata seca e Mata Serrana. Nesta classificação, Vitória de Santo Antão está inserida

no domínio Mata úmida. A Mata úmida englobava uma formação florestal

exuberante, latifoliada, subperenifólia, alta, densa e heteróclita, muito rica em lianas e

epífitas. Essa formação vegetal foi cedendo, de início madeira para construção, em

seguida combustível para os engenhos e posteriormente, espaço para a monocultura

da cana de açúcar. A devastação foi impiedosa e continua até os dias atuais, com

preocupantes consequências geoambientais (ÁLVARES et al, 2010; BRASIL, 2005).

Na porção oeste do município, as condições climáticas e de solo atuais

sugerem a ocorrência pretérita de uma provável Floresta Subcadifólia Latifoliada ou

Mata Seca, com grande número de árvores decíduas, isto é, que deixam cair suas

folhas na estação seca, quando a evapotranspiração mais intensa impõe essa

metamorfose temporária das árvores (ÁLVARES et al, 2010).

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3.5.6 Clima

O município de Vitória de Santo Antão situa-se numa faixa de baixas latitudes e

possui altitudes baixas a moderadas. Essa configuração de fatores estáticos concorre

para que o município se enquadre no grupo dos climas quentes, cujas médias

térmicas anuais sejam superiores a 18ºC (ÁLVARES et al, 2010; SILVA, 2007).

As mínimas térmicas ocorrem nos meses de maio a novembro, havendo

registros de até 13ºC (mínima absoluta) nas áreas mais elevadas, na porção sul do

município. As máximas térmicas absolutas acontecem no mês de janeiro, com

registros de até 36ºC (ÁLVARES et al, 2010; SILVA, 2007).

As chuvas são relativamente bem distribuídas ao longo do ano, mas o índice

pluviométrico médio anual é em parte baixo, fronteiriço com o valor da isoieta que, no

Nordeste limita os espaços semi-áridos, que apresentam menos de 800mm de

chuvas/ano. Em Vitória de Santo Antão, os registros históricos mostram uma média

de 814mm/ano (ÁLVARES et al, 2010).

De acordo com os dados pluviométricos dos postos de Vitória de Santo Antão e

Engenho Serra Grande apresenta uma precipitação média anual entre 1.008 mm e

1395 mm, com o período chuvoso entre os meses de março a julho, ou seja, chuvas

de outono-inverno, concentrando-se nessa estação em torno de 70% da precipitação

média anual (BRAGA et al.,1998).

O regime de chuvas no município em estudo é do tipo ‘s, de acordo com a

classificação climática de Koppen, adaptada ao Brasil. O clima, segundo essa

classificação universalmente empregada, é do tipo As’ – clima quente e úmido com

chuvas de outono-inverno. Numa classificação sem maiores rigores climatológicos, é

considerado clima tropical úmido, diferente, no entanto, do clima tropical do Brasil

Central, cuja estação chuvosa coincide com os meses de inverno. O regime ‘s é

determinado por dois sistemas atmosféricos distintos, mas que, às vezes, agem

solidariamente, sendo um deles eminentemente tropical e outro extratropical

(ÁLVARES et al, 2010; FIDEPE, 1981; MASCARENHAS et al., 2005)).

3.5.7 Economia

Vitória de Santo Antão é um dinâmico polo econômico, cujo raio de influência

se estende a 15 municípios vizinhos. Apresenta uma sólida economia baseada na

agricultura, na indústria, no comércio e prestação de serviços (ÁLVARES et al, 2010).

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Sua atividade agrícola baseia-se no cultivo de hortaliças, verduras, tuberosas

(macaxeira, mandioca e batata doce) e de cana de açúcar. A cultura dos produtos

hortifrutigranjeiros, que abastecem Recife, cidades circunvizinhas, assim como outras

capitais nordestinas (João Pessoa, Maceió e Natal), ocupa quatro polos principais:

Natuba, Pirituba, Galiléia e Oiteirinho. Já a cultura da cana de açúcar localiza-se,

sobretudo, nas regiões sul e leste, mais favoráveis, pela umidade, a este tipo de

lavoura (ÁLVARES et al, 2010).

Figura 8: Vista de Natuba – Vitória de Santo Antão. Região produtora de hortaliças. Fonte: Próprio autor, 2013.

Sua indústria tomou um grande impulso nos últimos anos.Hoje seu parque

industrial conta com grandes empresas: Engarrafamento Pitú, CIV (Companhia

Industrial de Vidros), SADIA, Grupo JB, Kraft Food, Elcoma Computadores, Isoeste,

MC Bauchemie Brasil, Metalfrio Solutions, entre outras. Seu comércio é bastante

diversificado, com uma feira diária que ocupa dezenas de quarteirões com especial

movimentação às sextas e aos sábados, onde os munícipes e visitantes encontram

uma variedade imensa de produtos agrícolas e artesanais. Encontra-se ainda nos

bairros periféricos (Cajá, Lídia Queiroz e Maués), feiras livres nos finais de semana

(ÁLVARES et al, 2010).

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A Fábrica da Sadia em Vitória de Santo Antão é a primeira do País, no setor de

carnes, que irá neutralizar 100% de suas emissões de CO², levando-se em

consideração o seu período de construção plena da Fábrica e 10 anos de operação,

através de um projeto de reflorestamento em áreas degradadas da Mata Atlântica

nordestina. A estimativa inicial é neutralizar cerca de 137.620 Toneladas de CO² em

10 anos, com o reflorestamento de 265 hectares de área (Portais Institucionais da

Sadia e da SDE, 2010).

Programa implantado em julho de 2008 - Escola Saber Sadia – em Vitória de

Santo Antão, para capacitação da população da região, como forma de preparar estas

pessoas, para que possam ocupar as vagas de emprego abertas através da chegada

da sadia e de outros empreendimentos. Foram capacitadas até 2009, cerca de 1040

pessoas, com aulas de português, matemática, cidadania, segurança do trabalho e

Boas Práticas de Fabricação – BBF (conforme o Portal Institucional da Sadia, 2010).

A Kraft Foods é a segunda maior empresa de gênero alimentícios do mundo.

Foi anunciada em 2009, no Palácio do Campo das Princesas, com as presenças do

Governador de Pernambuco Eduardo Campos e do Presidente da Kraft Foods do

Brasil Mark Clouse, a construção da fábrica no município de Vitória de Santo Antão.

Foi estabelecido um protocolo de intenções entre o Governo de Pernambuco, o

município de Vitória e a empresa Kraft Foods, onde foi doado um terreno com cerca

de 30 hectares e estão sendo investidos cerca de R$ 100 milhões.

Figura 9. Kraft Foods –Vitória de Santo Antão. Fonte:

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http://jconlineimagem.ne10.uol.com.br/imagem/noticia/2013/04/06/normal/87c16c805a14ed489

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A Companhia Industrial de Vidros (CIV), uma das maiores empresas nacionais

no setor de vidro e referência mundial na fabricação de embalagens e utilidades,

pertencente, até então, ao Grupo Córnelio Brennand (GCB), após um longo processo

de negociação, foi adquirida por uma multinacional norte-americana, Owens-Illinois

(O-I), que atualmente é líder mundial na produção de vidro.

Encontra-se em fase de desenvolvimento o projeto para a construção de um

Shopping Center na Cidade de Vitória de Santo Antão. Este empreendimento esta

sendo desenvolvido pela Empresa Plus Investimentos e Participações Ltda., com o

apoio e incentivo do Governo Municipal e da Câmara Municipal de Vereadores de

Vitória de Santo Antão.

O Shopping está sendo construído nas margens da BR 232, na entrada do

Município de Vitória de Santo Antão, antiga localização do Parque Municipal de

Exposições de Animais Joaquim Rodrigues de Lira.

A Prefeitura Municipal de Vitória, através do Projeto de Lei 100/10, decidiu

ceder todos os 4,3 hectares da propriedade do Parque Municipal de Exposições ao

grupo de empresários aglutinados pela Empresa Plus Investimentos e Participações

Ltda., sob a condição, do mesmo grupo investidor, construir um novo Parque

Municipal de Exposições de Animais com recursos próprios em uma área de cerca de

10 hectares.

Atualmente a participação do setor industrial no município de Vitória

corresponde a 38,75% do PIB, com aproximadamente R$ 380.000.000,00 (milhões

de reais), gerando uma fonte de receitas significativas (IBGE, 2012).

3.5.8 Expansão em Vitória de Santo Antão

Vitória de Santo Antão teve uma expansão significativa há cerca de sete anos,

com a chegada da Sadia. Entre os motivos que impulsionam a cidade está a

proximidade com o Recife, a 50 quilômetros, e com Suape, a 70 quilômetros.

O distrito industrial de Vitória se desenvolve às margens da BR-232 e vai

ganhar o quarto módulo. No primeiro núcleo, além da Mondelez (Kraft) devem se

instalar mais cinco indústrias, afirma José Barbosa. O segundo módulo industrial de

Vitória comporta a unidade da Metalfrio, produtora de geladeiras. Também são

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aguardadas para o local uma unidade da fabricante de confeitos Docile e a produtora

de computadores Elcoma. A unidade da Sadia fica no terceiro núcleo do distrito

industrial. Hoje a unidade produz embutidos, mas deverá receber uma nova unidade

produtora de margarina. No quarto módulo, há dez empresas instaladas, como a

Acinor (blocos intertravados de concreto), a Nordeste Tintas, a fabricante de aditivos

químicos Baushemie, a fabricante de piscinas Igui e a Anjo Química (SILVA, 2011)

O crescimento urbano em Vitória se deu por volta de 1950 começam a surgir

os primeiros loteamentos na Cidade, como parcelamento do solo dos sítios já

improdutivos do local. Esses loteamentos apresentavam uma malha ortogonal que

não levava em consideração a topografia onde pousavam e tão pouco a

conectividade com as vias já existentes no primeiro eixo de desenvolvimento.

A cidade se expandiu perifericamente de forma desestruturada, não pela falta

de legislação de uso e ocupação do solo, mas de uma fiscalização efetiva para

cumprimento das normas de utilização do espaço urbano.

Essas implicações se estendem a área central da Cidade e ao Bairro Histórico da

Matriz onde tem se a degradação e subtilização dos espaços públicos, dos edifícios

históricos e monumentos (SANTOS, 2008).

O número de financiamento habitacional aumentou entre 800% e 1000% nos

últimos oito anos. Entre 2005 e 2006, havia cerca de dois financiamentos por mês na

cidade, que hoje tem uma média de 40 financiamentos por mês, o que representa

uma expansão de 1.900%

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4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

4.1 Localização do estudo

Essa pesquisa teve como área de estudo o município de Vitória de Santo

Antão1, que está localizado na Zona da mata sul do estado de Pernambuco, distante

51 km da capital. Possui uma população de 129.974 habitantes e apresenta receita

anual de R$ 102.334757,00 (IBGE, 2010).

Os empreendimentos de pequeno porte são maioria no município, porém,

destacam-se como grandes indústrias: Companhia Industrial de Vidros (CIV);

empresa do Grupo Brennand; Sadia S.A; Destilaria JB, e Pitú, como as principais

referências do setor industrial de Vitória de Santo Antão. Na agricultura, apresenta

quatro pólos principais: Natuba, Pirituba, Galiléia e Oiterinho, predominando o cultivo

de hortaliças, como coentro, cebolinho e alface. Entre as atividades comerciais do

município destaca-se o ramo automobilístico, com vendas de peças de motos, carros

e fabricação de trios elétricos para todo o país.

A cidade de Vitória de Santo Antão está dividida em 26 bairros: Centro, Matriz,

Livramento, Mangueira, Maranhão, Nossa Senhora do Amparo, Jardim Ipiranga,

Maúes, Campinas, Cajueiro, Caiçara, Jardim São Pedro, Alto José Leal, Bela Vista,

Cajá, àgua Branca, Santana, Conceição, Parque Industrial, Redenção, Bento Velho,

Lídia Queiroz, Galileia, Espírito Santo, Figueiras e Natuba.

A escolha do município como área de estudo justificou-se por ser uma das

cidades da zona da mata sul do estado que mais cresce industrialmente nos últimos

cinco anos.

4.2 Caracterização do Estudo

O estudo foi desenvolvido no município de Vitória de Santo Antão, tratando-se

de um estudo observacional e descritivo. O método observacional é um dos mais

utilizados nas ciências sociais. Se por outro lado, pode ser considerado como o mais

primitivo, e consequentemente o mais impreciso. Mas, por outro, torna-se um dos

mais modernos, visto ser o que possibilita o mais elevado grau de precisão nas

1 A denominação Cidade da Vitória permaneceu até 1943. Em 1º de janeiro de 1944, em virtude da

proibição de duplicatas na toponímia geográfica brasileira, foi o nome da cidade acrescido do de Santo Antão, passando a ser VITÓRIA DE SANTO ANTÃO, para diversificá-lo do de Vitória, capital do Espírito Santo (ARAGÃO, 1983).

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ciências sociais. Pode-se mencionar o exemplo da Psicologia, cujos procedimentos

de observação são frequentemente estudados como próximos aos procedimentos

experimentais. Nestes casos, o método observacional difere do experimental em

apenas um aspecto: nos experimentos o cientista toma providências para que alguma

coisa ocorra, a fim de observar o que se segue, ao passo que no estudo por

observação apenas observa algo que acontece ou já aconteceu (GIL, 2008; RUIZ,

1996)

O Método observacional é definido por Alyrio (2008) como sendo baseado em

comportamentos de natureza sensorial, principalmente pelos atos de ver e escutar.

Pode-se obter resultados precisos a partir deste método desde que seja

criteriosamente planejado e realizado sob normas rígidas.

Há investigações em ciências sociais que se valem exclusivamente do método

observacional. Outras utilizam-no em conjunto com outros métodos. E pode-se

afirmar com muita segurança que qualquer investigação em ciências sociais deve

valer-se, em mais de um momento, de procedimentos observacionais (GIL, 2008).

Busca essencialmente a enumeração e a ordenação de dados, sem o objetivo de

comprovar ou refutar hipóteses exploratórias, abrindo espaço para uma nova

pesquisa explicativa, fundamentada na experimentação. Visa descrever as

características de determinada população, fenômeno ou o estabelecimento de

relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados:

questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de levantamento

(ALYRIO, 2008)

Para Gil (1999), a pesquisa descritiva tem como principal objetivo descrever

características de determinada população, fenômeno ou estabelecimento de relações

entre as variáveis. Uma de suas características mais significativas está na utilização

de técnicas padronizadas de coletas de dados. Neste contexto, descrever significa

identificar, relatar, comparar, entre outros aspectos.

De forma análoga, Andrade (2002) destaca que a pesquisa descritiva

preocupa-se em observar os fatos, registrá-los, analisá-los, classificá-los e interpretá-

los, e o pesquisador não interfere neles. Assim, os fenômenos do mundo físico e

humano são estudados, mas não são manipulados pelo pesquisador.

Dentre as pesquisas descritivas destacam-se aquelas que têm por objetivo

estudar as características de um grupo como por exemplo: sua distribuição por idade,

sexo, procedência, nível de escolaridade, nível de renda, estado de saúde física e

mental. Outras pesquisas deste tipo são as que se propõem estudar o nível de

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atendimento dos órgãos públicos de uma comunidade, as condições de habitação de

seus habitantes, o índice de criminalidade (IC) que aí se registra, entre outros. São

incluídas neste grupo as pesquisas que têm por objetivo levantar as opiniões, atitudes

e crenças de uma população. Também são pesquisas descritivas aquelas que visam

descobrir a existência de associações entre variáveis, como, por exemplo, as

pesquisas eleitorais que indicam a relação entre preferência político-partidária e nível

de rendimentos ou de escolaridade (GIL, 2008).

Algumas pesquisas descritivas vão além da simples identificação da existência

de relações entre variáveis, pretendendo determinar a natureza dessa relação. Neste

caso tem-se uma pesquisa descritiva que se aproxima da explicativa. Por outro lado,

há pesquisas que, embora definidas como descritivas a partir de seus objetivos,

acabam proporcionando uma nova visão do problema, o que as aproxima das

pesquisas exploratórias (GIL, 2008).

A descrição, segundo Lopes(1997), faz a ponte entre a fase de observação dos

dados e a fase de interpretação. Por isso, combina técnicas e métodos de análise. A

descrição implica em:

- Tratamento estatístico, ou seja, fazer tabulações para encontrar concentrações,

frequências e tendências na documentação coletada;

- Assegurar o domínio sobre a massa de dados coletados, identificando e

selecionando fatos de significação para o tratamento analítico; e

- Conseguir um conhecimento prévio das possibilidades da documentação, em

relação aos objetivos da investigação.

Com base no conceito de sustentabilidade e no uso de indicadores ambientais,

sociais, econômicos, culturais e políticos, busca analisar vulnerabilidades e

potencialidades geradas com o processo de expansão da industrialização no

município de Vitória de Santo Antão-PE, no período de 2007 a 2011.

4.3 Instrumento utilizado

A condição de desenvolvimento sustentável pode ser verificada pela

observação do espaço, das atividades econômicas, das questões sociais e da

preocupação ambiental (SILVA; SOUZA LIMA, 2010). Santos (2004) orienta que os

indicadores devem possibilitar a geração de modelos que representem a realidade

estudada.

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Para a análise das Potencialidades e Vulnerabilidades no município em estudo,

serão analisados os indicadores sociais, ambientais, econômicos, políticos e culturais

do município de Vitória de Santo Antão conforme instrumento desenvolvido por

Noronha, 2012 adaptado de Mello e Souza, 2007.

Quadro 1: Dimensões, parâmetros e indicadores relacionados ao desenvolvimento sustentável

utilizados na pesquisa.

DIMENSÕES PARÂMETROS INDICADORES

Social

• Domicílios com

saneamento básico, energia elétrica e água potável;

• Oferta de transporte coletivo

Infraestrutura e bem estar coletivo

Ambiental

• Existência e frequência da

coleta dos resíduos sólidos urbanos

• Existência e frequência da coleta dos resíduos sólidos rurais

• Área de deposição do lixo urbano e rural

Resíduos sólidos

Econômico

• Percentual de aumento do

PIB total e setorial • % de moradores

trabalhando em atividade formal

• Renda per capita • Taxa de desemprego

Trabalho e renda

Cultural

• Número de emissoras e

equipamentos transmissores de rádio e TV

• Atividades artísticas e de espetáculos

• Bibliotecas, Arquivos, Museus e outras atividades culturais

Desenvolvimento Cultural

Política-educacional

• Percentual de

analfabetismo • Matrículas escolares na

faixa etária de 07 a 14 anos • Oferta de vagas na

educação básica • Acesso à internet

Nível educacional

Fonte: Elaborado pelo próprio autor, adaptado de Mello e Souza, 2007.

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4.4 Delimitação do período do estudo

Considerando que a política de intensificação de incentivos fiscais do governo do

Estado ocorreu a partir do ano de 2007, com empresas de grande porte anunciando a

construção de suas unidades industriais no município de Vitória de Santo Antão e que

a disponibilidade de dados publicados em fontes confiáveis referente ao ano de 2012

ainda não havia sido concluída, estabeleceu-se como período para a análise dos

indicadores o período compreendido entre os anos de 2007 a 2011.

4.5 Variável Independente

A fim de se avaliar as vulnerabilidades e potencialidades no local, faz-se

necessário que sejam analisadas variáveis de forma integrada. Desse modo, a

variável independente será o processo de expansão da industrialização no município

de Vitória de Santo Antão.

4.6 Variáveis dependentes

As variáveis dependentes, para fins desta pesquisa, serão de caráter quantitativo,

sendo estas caracterizadas pelos indicadores utilizados em cada uma das cinco

dimensões da sustentabilidade, como Infraestrutura e bem estar coletivo, Resíduos

sólidos, Trabalho e renda, desenvolvimento cultural e nível educacional.

4.7 Etapas da Pesquisa

4.7.1 Levantamento Bibliográfico

Na primeira etapa deste estudo foi realizada pesquisa bibliográfica acerca do

tema, para uma melhor compreensão do objeto de estudo. Segundo Silva e Menezes,

2001, este tipo de pesquisa é elaborado a partir de material já publicado, constituído,

principalmente, de livros, artigos de periódicos e, atualmente, com material

disponibilizado na Internet.

Neste momento, também foi realizado levantamento prévio dos parâmetros

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referentes ao município de Vitória de Santo Antão publicados em fontes confiáveis no

período delimitado para o estudo. Conforme disponibilidade dos dados, os parâmetros

foram selecionados de acordo com as dimensões do desenvolvimento sustentável a

serem analisadas nesta pesquisa.

4.7.2 Coleta de dados

O segundo momento da pesquisa foi direcionado para a coleta de dados

referente aos indicadores sociais, ambientais, econômicos, culturais e políticos do

município de Vitória de Santo Antão.

Os dados foram obtidos com base em informações do último senso

demográfico do município, relatórios institucionais e dados estatísticos

disponibilizados em sites específicos na internet, como Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), Departamento de Informática do Sistema Único de

Saúde do Brasil (DATASUS), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Secretaria

Municipal de Meio Ambiente do município de Vitória de Santo Antão e Departamento

Nacional de Trânsito (DENATRAN).

Ainda nesta etapa, foram foi realizadas para fins de coleta de dados visitas a

Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco – CONDEPE/FIDEM

e Instituto Histórico e Geográfico de Vitória de Santo Antão.

Concomitantemente ao trabalho de coleta de informações, foi criado pelo

pesquisador um banco de dados no qual foram sistematizados os dados obtidos

referentes aos indicadores para a posterior análise estatística. Esta etapa ainda

envolveu o levantamento de imagens do local em estudo.

4.7.3 Análise dos resultados

Esta etapa compreendeu a análise dos dados coletados no que diz respeito à

elaboração de gráficos e tabelas referentes aos indicadores ambientais, sociais,

econômicos, políticos e culturais no período de 2007 a 2011.

A análise estatística dos dados obtidos foi realizada utilizando-se o programa

Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) for Windows, versão 19. A

apresentação dos mesmos incluiu análises descritivas de frequência e análise

inferencial de comparação entre os intervalos de tempo a fim de se observar quais

indicadores apontaram potencialidades e vulnerabilidades.

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5 RESULTADOS

5.1 Dimensão Social

Os dados relacionados à dimensão social demonstraram crescimento no que

diz respeito ao percentual de domicílios com saneamento básico, energia e água no

município em estudo, no período entre 2007 e 2011. Destacou-se o período entre os

anos de 2007 e 2008 como de maior evolução de 6317 para 13187 domicílios (16,0%

para 25,0%), seguindo-se os períodos posteriores com crescimento de 28,7%, 32,0%

e 33,4% nos anos de 2009, 2010 e 2011 respectivamente, utilizando o critério de

definição de domicílios pelo IBGE (Gráfico 1).

Gráfico 1: Quantidade de Domicílios com Saneamento Básico, Energia e Água no município de Vitória de Santo Antão-PE no período entre 2007 e 2011. Entende-se por saneamento o conjunto de medidas que visa preservar ou

modificar as condições do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças,

promover a saúde, melhorar a qualidade de vida da população e a produtividade do

indivíduo e facilitar as atividades econômicas (MENDONÇA, 2004). No Brasil, o

saneamento básico é um direito assegurado pela Constituição e definido pela Lei nº.

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11.445/2007 como o conjunto dos serviços, infraestrutura e instalações operacionais

de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana,

manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais.

A crônica falta de investimentos neste setor implica, hoje, em elevados valores

(da ordem de bilhões de reais) para que epidemias e óbitos deixem de existir. Cortes

orçamentários ocorrem todos os anos e comprometem as iniciativas que buscam

minimizar o problema. Em Vitória de Santo Antão, pode-se observar que, embora

crescente, o maior percentual de domicílios com saneamento básico, água e energia

foi 33,4%, refletindo a ausência de investimentos na área. Tal fato pode gerar

impactos ambientais decorrentes de efluentes domésticos não tratados, assim como

precário abastecimento de água. Destaca-se ainda que o município apresenta um boa

oferta hídrica, com bacias hidrográficas que desempenham um importante papel no

espaço geográfico municipal, o que favorece a instalação de novos empreendimentos

no município.

Com relação à frota de veículos do município de Vitória de Santo Antão,

observa-se que houve aumento nos percentuais no período entre 2007 e 2011,

evidenciando-se um crescimento total de 21.754 veículos para 34.468, totalizando

58,4% (Gráfico 2).

Gráfico 2: Frota de veículos do município de Vitória de Santo Antão-PE no período entre 2007 e 2011.

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Oliveira (2003) relata em seus estudos que os transportes urbanos revestem-se

de importância vital na medida em que as cidades crescem, pois proporcionam uma

série de benefícios a todos os segmentos que compõem a sociedade, tornando-se

condição necessária para a concretização das relações econômicas e sociais,

indispensáveis à reprodução e à existência do próprio modo de produção capitalista.

Os serviços de transporte urbano afetam diretamente a qualidade de vida de

uma cidade, porque definem as alternativas de deslocamento que os habitantes têm a

sua disposição, as atividades de que podem participar e os locais onde podem ir. Os

transportes disponíveis ao usuário são o resultado conjunto de políticas

governamentais, da demanda global por deslocamentos numa região, da competição

entre os diversos tipos de transportes e dos recursos disponíveis ao indivíduo para a

aquisição dos serviços (CERVERO, 2001).

Embora tais dados demonstrem avanços no sentido do crescimento da frota de

veículos, foi possível constatar, por meio da análise observacional, a precariedade

das organizações das vias públicas que por sua vez são prejudicadas pela falta de

fiscalização de trânsito, ocasionando retenções em horários de maior movimento em

grande parte das vias centrais.

Figura 10: Rua João de Oliveira, centro de Vitória de Santo Antão – PE. Fonte: próprio autor, 2013.

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Figura 11: Avenida Mariana Amália, centro de Vitória de Santo Antão – PE. Fonte:

http://www.avozdavitoria.com/cidade/vitoria-de-santo-antao/page/20/

5.2 Dimensão Ambiental

Com relação à existência e frequência da coleta de resíduos sólidos, foi

demonstrado que houve queda no número de coletas no período entre 2007 a 2008

(27.024 para 22.170), porém nos anos de 2009, 2010 e 2011 este número cresceu de

forma contínua. (Tabela 2).

O número de coleta direta de resíduos domésticos rurais, por sua vez,

apresentou oscilações ao longo do período em estudo, sendo o ano de 2007 o que se

destacou com o maior número de coleta (980 toneladas) (Tabela 2). Tal oscilação

pode ser justificada pela expansão da área urbana e a consequente diminuição da

população rural ou ainda pelas variações das condições climáticas, como período de

chuvas intensas na região, picos de enchentes em áreas produtoras de produtos

agrícolas, gerando diminuição do volume de resíduos.

No que concerne à área de deposição de lixo urbano e rural, constatou-se

nessa pesquisa que embora o quantitativo de coletas tenha aumentado no período de

2007 a 2011, refletindo maior quantidade de resíduos gerados, o número de áreas

para deposição de lixo manteve-se constante ao longo desse período, conforme

apresenta a Tabela 2.

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Tabela 2: Coleta direta de resíduos domésticos urbanos, rurais e área de depósito de lixo urbano e rural no município de Vitória de Santo Antão – PE no período de 2007 a 2011.

Frequência

2007 2008 2009 2010 2011

Coleta Direta dos Resíduos Domésticos Urbanos

27.024 22.170 31.430 32.618 34.020

Coleta Direta dos Resíduos Domésticos Rurais

980 912 943 830 867

Área de Depósito de Lixo Urbano e Rural

1 1 1 1 1

Os resíduos sólidos decorrentes da população do município de Vitória de Santo

Antão e empreendimentos são encaminhados para o lixão localizado na área rural,

participando dos 1598 municípios da região nordeste que destinam os resíduos para

lixões a céu aberto (IBGE, 2008).

Figura 12: Lixão a céu Aberto – Vitória de Santo Antão. Fonte: próprio autor, 2013.

A geração de Resíduos Sólidos Urbanos suscita uma maior demanda por

serviços de coleta pública e esses resíduos, se não coletados e tratados

adequadamente, provocam efeitos diretos e indiretos na saúde, além da degradação

ambiental, como contaminação de solos e rios (REGO et al, 2002). Moraes (2007)

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evidenciou em seus estudos associação estatisticamente significante entre o tipo de

acondicionamento domiciliar dos resíduos sólidos, bem como entre a coleta de

resíduos sólidos domiciliares no ambiente de domínio público e a prevalência de

parasitoses intestinais em crianças entre 5 e 14 anos de idade, mesmo quando outros

fatores sócioeconômicos, culturais, demográficos e ambientais são considerados, e a

incidência de diarréia e o estado nutricional das crianças menores de cinco anos

residentes em assentamentos periurbanos de Salvador. Tal fato demonstra que a

coleta e o tratamento adequado desses resíduos são fatores primordiais para o

controle e transmissão de doenças.

Figura 13: Lixão a céu aberto – Vitória de Santo Antão. Fonte: Próprio autor, 2013.

Faz-se necessário que as medidas para gerenciamento dos resíduos sólidos

sejam muito bem estudadas e selecionadas, utilizando-se para isso os pressupostos

da engenharia sanitária associados aos conteúdos da Administração, Economia,

Saúde Pública e demais áreas afins, adotando-se técnicas mais adequadas de

manejo e evitando custos elevados que inviabilizem a sua execução (EIGENHEER et

al, 2005). Cabe ainda salientar que de acordo com a Política Nacional de Resíduos

Sólidos, instituída pela Lei nº 12.305/2010, a disposição final ambientalmente

adequada para os resíduos é a distribuição ordenada de rejeitos em aterros,

observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à

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saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos,

devendo esta ser adotada em todos os municípios brasileiros até o ano de 2014,

extinguindo a deposição desses resíduos em lixões.

Figura 14 : Moradias registradas no Lixão a céu aberto. Fonte: Próprio autor, 2013.

Bringhenti (2004) relata que a maioria dos centros urbanos encontra problemas

para dispor o lixo no solo. A estratégia de minimização de resíduos, na qual o foco

seria evitar ao máximo o lixo a ser disposto no solo, a partir dos princípios de redução,

reutilização e reciclagem, pode ser uma medida adequada para se introduzir nesse

contexto, sensibilizando o consumidor para medidas como comprar produtos com

embalagens retornáveis, reutilizáveis, recicláveis; evitar o desperdício de matérias

primas, insumos em geral como também outros bens de consumo; e encaminhar

resíduos para a recuperação.

A coleta seletiva é um instrumento de gestão ambiental que pode ser

implementado visando à recuperação de material reciclável para fins de reciclagem.

Durante este estudo, por meio da análise observacional, foi possível verificar a

ausência de informações oficiais sobre projetos relacionados a coletas seletivas

residenciais e comerciais no município de Vitória de Santo Antão.

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5.3 Dimensão Econômica

No que diz respeito aos parâmetros pertinentes à dimensão econômica do

município de Vitória de Santo Antão, foi observado que o Produto Interno Bruto (PIB)

municipal aumentou no período do estudo, apresentando os valores de R$

742.030.000,00 (setecentos e quarenta e dois milhões e 30 mil reais) em 2007 e

1.370.000.000,00 (um bilhão, trezentos e setenta milhões) em 2011, traduzindo-se em

uma elevação de 84,56 % (Gráfico 3).

Rolnik e Klink (2011), afirmam que o Brasil viveu nos últimos anos um ciclo de

crescimento econômico sólido. No período entre 1999 e 2010, o PIB brasileiro

cresceu a uma taxa anual de 3,37%. Dados referentes a Vitória de Santo Antão

destacam média de crescimento anual do PIB municipal de 16, 63% no período de

2007 a 2011, assegurando a 9ª posição em Pernambuco, o que coloca a cidade como

a principal região da mata sul que mais cresce em valores de PIB (CONDEPE/FIDEM,

2012).

Gráfico 3: Aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do município de Vitória de Santo Antão no período de 2007 a 2011.

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A análise do gráfico 4 permite observar a evolução do número de trabalhadores

em atividade formal entre os anos de 2007, 2008 e 2009 (42,91%, 46,65% e 56,03%),

passando a decrescer no período entre 2009 e 2010 (56,03% para 51,15%),

aumentando consideravelmente no ano de 2011 (62,72%).

Gráfico 4: Percentual de trabalhadores em atividade formal no município Vitória de Santo Antão no período entre 2007 e 2011.

Pode-se inferir, a partir desta informação, que o aumento de trabalhadores em

atividade formal observado neste estudo justifica-se por tratar-se do período no qual

houve instalação de alguns empreendimentos industriais e comerciais, a exemplo da

SADIA, KRAFT FOODS, os empregos ocasionados pela expansão são ocupados em

sua maioria por moradores do próprio município, sendo outra parcela com

trabalhadores de municípios vizinhos. Outros empreendimentos cuja soma de

investimentos em suas linhas de produção no município chegam a mais de 127

milhões de reais, serão gerados de forma direta 2268 empregos, essas industrias se

encontram em processo de instalação e inicio de funcionamento, conforme dados da

tabela 3.

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Tabela 3: Novas Indústrias em Vitória de Santo Antão.

Empresa Setor/Segmento Investimentos (R$) Empregos Metal Módulos do Nordeste Construção Civil R$ 23 milhões 200 diretos MC- Bauchemie Brasil Construção Civil R$ 10 milhões 150 diretos Metalfrio Solutions S.A Refrigeração

Comercial R$ 50 milhões 306 diretos

Elcoma Informática R$ 11,5 milhões 200 diretos Mavalério Alimentício R$ 10 milhões 70 diretos Carbo Gás Gás Carbônico R$ 8 milhões 25 diretos Converplast Embalagens do Nordeste LTDA

Embalagens R$ 12,5 milhões 37 diretos

Ventisol NE Indústria e Comércio de Exaustores

Ventiladores R$ 2 milhões 100 diretos

Arxo energia em evolução Energia __ 180 diretos

Fonte: Silva, 2011.

Figura 15: Indústria de Alimentos Kraft Foods. Fonte: Próprio autor, 2013.

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Figura 16 : BR Foods – Sadia. Fonte: Próprio autor, 2013.

Com relação à taxa de desemprego no período estudado, é possível observar

que no ano de 2007 esta taxa correspondia a 14%, com queda nos dois anos

posteriores (12,09% e 11,23%), aumentando em 2010 para 12,51%, mantendo-se em

11,8% no ano de 2011 (Gráfico 5).

Os dados encontrados nesta pesquisa demonstram que Vitória de Santo Antão

acompanha a diminuição da taxa de desemprego da Região Metropolitana do Recife

(RMR) apresentando taxa de 11,8%, número este um pouco inferior quando

comparado à taxa de 13,5% da RMR para o ano de 2011 (CONDEPE/FIDEM, 2012).

Segundo Fraga (2007), as recomendações para diminuir a taxa de desemprego

têm concentrado boa parte da sua atenção em políticas de qualificação do capital

humano, considerando que a escolaridade média dos desempregados exerce

importante papel. As políticas de combate ao desemprego devem ter como foco a

continuidade da educação dos que estejam desempregados.

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Gráfico 5: Evolução da Taxa de desemprego no município de Vitória de Santo Antão-PE no período entre 2007 e 2011.

5.4 Dimensão Cultural

A análise dos dados referentes a Atividades Artísticas e de Espetáculos,

oscilaram entre 8 (2007) e 11(2011) eventos anuais (Gráfico 6). O número de

bibliotecas e arquivos manteve-se em 5 durante o período delimitado para estudo

(Gráfico 7). Museus e outras instituições culturais apresentaram o menor número em

2007 (5), aumentando para 6 e assim permanecendo nos anos seguintes (Gráfico 7).

Tais informações demonstram que poucas variações ocorreram nos aspectos culturais

do município no período estudado.

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Gráfico 6: Atividades Artísticas e de Espetáculos no Município de Vitória de Santo Antão no período de 2007 a 2011.

Gráfico 7: Bibliotecas, Arquivos, Museus e outras Instituições Culturais do Município de Vitória de Santo Antão no período de 2007 a 2011

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Figura 17: Biblioteca da Universidade Federal de Pernambuco – Centro Acadêmico de Vitória. Fonte: Próprio autor, 2013.

Figura 18: Centro de Cultura Osman Lins e Biblioteca Municipal Cônego Américo Pita. Fonte: Próprio

autor, 2013.

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Figura 19: Instituto Histórico e Geográfico de Vitória de Santo Antão. Fonte: Próprio autor, 2013.

Figura 20: Museu do Carnaval Amadeu Senna. Fonte: Próprio autor, 2013.

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O gráfico 8, destaca que o número de emissoras e equipamentos

transmissores de rádio e TV do Município de Vitória de Santo Antão manteve-se

constante durante o período do estudo (2007 a 2011).

Gráfico 8: Número de emissoras e equipamentos transmissores de rádio e TV no Município de Vitória-PE durante o período de 2007 a 2011.

Figura 21: Rádio Tabocas FM. Fonte: Próprio autor, 2013.

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Pode-se inferir que tal fato está associado à necessidade de concessão pública

de funcionamento para tais meios de comunicação, o que por sua vez justifica a

dependência de outras instâncias do poder público neste processo.

Figura 22 : Emissora transmissora de TV – TV Vitória. Fonte: Próprio autor, 2013.

O Índice de Habitantes por Biblioteca Pública (Número de habitantes/ Número

de bibliotecas/100.000) elaborado pelo Ministério da Cultura – MINC permite observar

que Curitiba figura na primeira posição com índice de 0,26, cerca de 26.000

habitantes por biblioteca pública. Interpretando-se este índice a luz das informações

referentes ao município de Vitória de Santo Antão, observa-se que esse índice é de

0,65, representando cerca de 65.000 habitantes por biblioteca.

Pernambuco se encontra na 10ª posição em Percentual de municípios com

museus por Unidade Federativa, com índice de 20,54%. Vitória de Santo Antão, por

sua vez, possui apenas um museu de médio porte estruturado e um museu de menor

porte funcionando em precárias condições. (IBGE/MUNIC 2006).

Pode-se observar que em Vitória de Santo Antão os aspectos culturais são

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pouco valorizados. Tais evidências refletem entraves para o processo de

desenvolvimento local, uma vez que o conhecimento da cultura local reforça a

valorização do município bem como o incentivo ao desenvolvimento da região

(ARAÚJO; LÓSSIO e PEREIRA, 2005, 2007).

5.5 Dimensão Política-educacional

Analisando-se os parâmetros relacionados à dimensão política, no que se

refere à taxa de analfabetismo no município em estudo, foi observado que houve

redução no percentual de analfabetismo no período do estudo, sendo o maior

percentual observado no ano de 2007 (27,54%), diminuindo, no entanto, nos anos

seguintes sendo o menor percentual observado no ano de 2011 (20,29%). (Gráfico 9).

Em termos de desigualdade espacial, a taxa de analfabetismo varia entre 26%

em Alagoas a 3,7% no Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Nos estados

nordestinos, a taxa de analfabetismo está próxima ou acima de 20%, enquanto que os

estados das regiões Sul, Sudeste e Centro- Oeste, apresentam taxa de analfabetismo

é igual a 10% (BARROS, 2009).

Gráfico 9: Percentuais de analfabetismo no Município de Vitória de Santo Antão-PE período entre 2007 a 2011.

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Com relação ao número de matrículas escolares na faixa de 07 a 14 anos,

observou-se a redução deste número no período em estudo, ocorrendo estas em sua

maior intensidade entre os anos de 2009 e 2010, voltando a decrescer de forma

constante nos anos de 2010 e 2011 (gráfico 11). O mesmo fato foi observado no que

diz respeito à oferta de vagas na Educação Básica, no qual foi apresentado o menor

número de oferta de vagas no ano de 2011 (1.806). (gráfico 11).

Gráfico 10: Número de matrículas no ensino fundamental e oferta de vagas na educação básica no Município de Vitória de Santo Antão –PE no período entre 2007 a 2011.

É importante destacar algumas particularidades apontadas por este estudo.

Embora a taxa de analfabetismo tenha apresentado diminuição ao longo do período

analisado, esta ainda representa um obstáculo ao desenvolvimento do município.

Para que estas indústrias possam crescer na perspectiva do desenvolvimento

sustentável, faz-se necessária a formação dos cidadãos a fim de que estes possam

estar devidamente qualificados para atender as novas demandas do mercado de

trabalho. A educação proporciona compreensão mais ampla das questões sociais,

instrumentalizando o indivíduo para o pleno exercício de seus direitos e deveres,

possibilitando sua atuação com vistas a melhoria do seu ambiente.

Outra particularidade evidenciada diz respeito à diminuição do número de

matrículas escolares na faixa etária de 07 a 14 anos e da oferta de vagas no ensino

g

[

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básico. Tal informação suscita questionamentos quando considera-se a diminuição da

taxa de analfabetismo no mesmo período. É oportuno destacar, diante deste

processo, os projetos e incentivos das variadas instâncias governamentais na

modalidade Educação de Jovens e Adultos – EJA, permitindo que mais pessoas

sejam alfabetizadas fora da faixa etária analisada no presente estudo. Nesta

perspectiva, as políticas de inclusão e desenvolvimento social permitem que o jovem

ou adulto participe como sujeito ativo na sociedade ao qual está inserido.

Ainda analisando-se os parâmetros relacionados à dimensão política, conforme

dados coletados para este estudo, o número de acessos a internet banda larga no

ano de 2007 foi de 1.434 acessos. Em 2011 observou-se o maior quantitativo

apresentado, com 3.023 acessos, revelando um aumento total da ordem de 110,8%

(Gráfico 12). É importante destacar que no período entre 2010 e 2011 este aumento

foi de 4,6%, número este inferior 20,6% , média nacional para o mesmo período.

Gráfico 11 : Número de acessos à internet no município de Vitória de Santo Antão –PE no período de 2007 a 2011.

O número de acessos à internet banda larga cresceu 67,1% em 2011 de

acordo com levantamento realizado pela Associação Brasileira de Telecomunicações

(TELEBRASIL)2. Em 2011, foram 23,3 milhões de novas ativações, totalizando 58

2 Fonte: http://www.telebrasil.org.br/

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milhões de pontos de conexão no País. Do total, 16,7 milhões de acessos são de

banda larga fixa, com crescimento de 20,6% em 2011, correspondentes a 2,8 milhões

de novos pontos.

Segundo Castels (2000), o acesso às informações por meio da internet está

atrelado a uma crescente busca por novos mecanismos que possam vir a promover a

cultura e a formação essencial ao desenvolvimento da sociedade.

Se os meios de comunicação tradicionais dependem de um grande

investimento para funcionar, a internet permite um uso pleno com um gasto

infinitamente mais baixo. O custo mínimo para acessar a internet deve se manter ao

alcance de todos os níveis de renda, para que, dessa forma, a rede possa ser

considerada um espaço de promoção de igualdade social, e não um multiplicador de

desigualdades já existentes (CULTURA DIGITAL, 2009).

5.6 Análise das Vulnerabilidades

Foi possível constatar, com base na evolução dos parâmetros selecionados

para esta pesquisa, que as dimensões Ambiental e Cultural tiveram todos os seus

parâmetros associados a vulnerabilidades, demonstrando fragilidades nos indicadores

relacionados a resíduos sólidos e desenvolvimento cultural no município estudado.

As dimensões Social e Política apresentaram parâmetros que se comportaram

como vulnerabilidades e potencialidades, os quais estavam associados a indicadores

relacionados ao nível educacional, infraestrutura e bem estar coletivo.

Diante dos resultados obtidos, foi possível analisar os parâmetros selecionados

para o desenvolvimento desse estudo que evidenciassem vulnerabilidades

decorrentes do processo de expansão da industrialização no município de Vitória de

Santo. Embora a frota de veículos no município tenha evoluído positivamente no

período delimitado para esta pesquisa, não houve planejamento em termos de

infraestrutura para que esse aumento ocorresse de forma organizada. Tal fato foi

possível constatar por meio da análise observacional das vias de acesso ao centro da

cidade, nas quais se observa retenções em horários de maior movimento agravadas

pela falta de fiscalização de trânsito pelos órgãos competentes.

Destacou-se nesta pesquisa o aumento da quantidade de resíduos gerados

pela população urbana, refletido pelo número crescente de coletas de resíduos

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sólidos no período estudado, porém não existem registros de realização de projetos

de coleta seletiva de resíduos residenciais e comerciais no município, além de o

número de locais para deposição do lixo urbano e rural ter permanecido constante

durante o período de 2007 a 2011.

Apesar do momento de desenvolvimento pelo qual o município passa do ponto

de vista econômico, tal progresso não foi observado nos parâmetros pertinentes à

dimensão cultural. Emissoras e equipamentos transmissores de rádio e TV, atividades

artísticas, bibliotecas, arquivos e museus foram números que se apresentaram com

poucas variações ou ainda mantendo-se constantes ao longo do período da pesquisa,

demonstrando o que poderia se considerar um período de estagnação cultural, diante

da melhoria da qualidade de vida da população que investimentos nessa área

poderiam proporcionar.

É importante destacar que a capacidade adaptativa de um sistema em meio às

perturbações ambientais típicas de atividades industriais foi um dos fatores de

relevância para o conceito de vulnerabilidade a ser considerado para este estudo. Os

números apresentados pelos parâmetros referentes à dimensão política refletem a

ausência dessa realidade, demonstrando que a conjuntura favorável ao

desenvolvimento da cidade não se transmitiu a dados como matrículas escolares na

faixa de 07 a 14 anos e oferta de vagas na Educação básica. Pode-se inferir que,

apesar da importância da educação para o desenvolvimento de uma região, esta não

foi considerada prioridade em termos de investimento durante este período.

5.7 Análise das Potencialidades

Diante do processo de desenvolvimento por que passa a cidade de Vitória de

Santo Antão, a dimensão Econômica apresentou todos os parâmetros associados a

potencialidades, refletindo uma política de investimentos focada nos indicadores

relacionados a trabalho e renda.

Ainda de acordo com os resultados apresentados, também foi possível

identificar as potencialidades decorrentes do processo de expansão da

industrialização no município de Vitória de Santo Antão apontadas pelos parâmetros

selecionados para este estudo.

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No que diz respeito ao número de domicílios com saneamento básico, energia

elétrica e água potável, foi observado crescimento da ordem de 108,8 % ao longo do

período estudado. Pode-se inferir, a partir desta informação, que o desenvolvimento

industrial do município está relacionado ao aumento de investimentos neste

parâmetro da dimensão social.

A análise da dimensão econômica permitiu observar que o Produto Interno

Bruto (PIB) do município evoluiu de forma crescente ao longo do período estudado, o

que reflete uma maior concentração de recursos financeiros gerados pelo município.

Esses recursos viabilizam a possibilidade de mais investimentos por parte do poder

público em setores primordiais para a melhoria da qualidade de vida da população,

como infraestrutura, educação formal, educação ambiental e desenvolvimento

cultural.

A taxa de desemprego, percentual de moradores em atividades formais e o

aumento da renda per capta no período 2007 – 2011 também se destacaram como

potencialidades, refletindo um quantitativo maior de novos empregados e o

consequente aumento da renda gerada por esses trabalhadores no município de

Vitória de Santo Antão.

Outro aspecto a ser evidenciado neste estudo foi o aumento do número de

acessos à internet destacado neste estudo como da ordem de 110,8%, favorecendo o

acesso à informação e a qualificação profissional, sendo esta última proporcionada

também pela modalidade de capacitação à distância. A diminuição do percentual de

analfabetismo, também demonstrada neste estudo, reflete a melhoria no nível de

formação dos cidadãos vitorienses.

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6 CONCLUSÕES

O presente estudo analisou as vulnerabilidades e potencialidades do município

de Vitória de Santo Antão diante do processo de expansão da industrialização durante

o período de 2007 a 2011, por meio das dimensões social, ambiental, econômica,

cultural e política-educacional do desenvolvimento sustentável.

Dessa forma, pode-se observar que tais resultados confirmaram em parte a

hipótese inicial elaborada neste estudo, na qual as vulnerabilidades estariam

associadas à dimensão Ambiental e Social, enquanto que as potencialidades estariam

relacionadas às dimensões Econômica, Cultural e Política. Destacaram-se, portanto,

as dimensões Ambiental, cultural e econômica como as principais vulnerabilidades e

potencialidade, respectivamente.

Fica evidenciado neste estudo que o processo de expansão da industrialização

no município estudado não ocorre obedecendo os preceitos da sustentabilidade, uma

vez que quatro das suas cinco dimensões refletem necessidades de intervenções

(Quadro 2).

Organização das vias públicas, intensificação da fiscalização de trânsito,

implantação de projeto de coleta seletiva, e incentivo a cultura e a educação são

medidas que se mostraram necessárias para que o desenvolvimento do município

ocorra de forma equilibrada e sustentável.

A retomada da economia da cidade também trouxe a reboque o inchaço

populacional. As oportunidades de emprego atraíram pessoas de outros municípios e

também fez com que muitos moradores que tinham ido embora retornassem à cidade.

Há forte demanda por moradias populares na cidade, refletindo em especulação

imobiliária crescente.

O acesso à internet banda larga, evidenciado neste estudo com crescimento de

110,8% no período analisado, ainda apresenta infraestrutura precária, com poucas

opções de provedores e limitações físicas para o acesso com qualidade. Faz-se

necessário, também, investimentos nesse sentido, uma vez que o desenvolvimento

do município também está atrelado ao seu desenvolvimento tecnológico.

Foi demonstrado também que ao longo deste estudo, foi possível descrever

aspectos importantes do município de Vitória de Santo Antão, como extensão

territorial, população, relevo, hidrografia, clima, vegetação e economia. Tais

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informações, juntamente com a análise dos indicadores sociais, ambientais,

econômicos, culturais e políticos a luz dos conceitos de vulnerabilidade e

potencialidade permitiram afirmar, portanto, que todos os objetivos previamente

estabelecidos foram atendidos.

Observou-se, que o processo de Interiorização do Desenvolvimento em

execução no Estado de Pernambuco, foi possibilitado pelo congestionamento de

negócios e empreendimentos nas regiões litorâneas do Estado. Em decorrência, os

municípios do interior do Estado estão podendo ter acesso ao desenvolvimento, e

consequentemente, estão com incremento de recursos nas economias locais.

Constatou-se que a cidade teve um crescimento acelerado e contínuo no

período analisado. O município este localizado na zona da mata pernambucana, a

beira da BR 232 o que tem atraído aporte de capitais industriais oriundos de

empresas estrangeiras. Todos esses fatos podem servindo como influenciadores do

processo de crescimento urbano acelerado.

Os resultados da pesquisa indicaram que existem fatores que põem em risco

os ecossistemas da região, assim como a população residente. A poluição dos corpos

d’água, a devastação desordenada, os esgotos a céu aberto (deficiente saneamento

básico) e a falta de conscientização da população e dos governantes foram as mais

evidenciadas.

Constatou-se, no município estudado, a necessidade de políticas públicas,

direcionadas às necessidades dos moradores em todas as dimensões avaliadas,

buscando melhoria na infraestrutura municipal, além de uma adequação as

necessidades de novos empreendimentos.

Os problemas sociais e ambientais gerados pela dinâmica das relações de poder

assimétricas implicam em custos sociais e ambientais insuportáveis, e na ausência de

recursos financeiros adequados para mitigá-los resultarão em deterioração dramática

de qualidade de vida de todos, inclusive dos ricos e poderosos.

Diante do exposto, sente-se a necessidade de um planejamento urbano que,

partindo da complexidade do fenômeno ora analisado, seja realmente efetivo no

sentido da construção de uma cidade para todos os citadinos. Esta pesquisa pode ser

considerada como uma retomada da questão que se acabou de discutir, no seu

momento histórico atual, na busca do esclarecimento de alguns pontos cruciais ao

seu entendimento e, por sua vez, à intervenção no sentido da resolução dos seus

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problemas permanentes

Finalmente, esta abordagem se destaca por tratar-se de estudo inédito na

região, permitindo a análise do desenvolvimento sustentável no município de Vitória

de Santo Antão, o que pode contribuir de forma mais eficaz para o planejamento de

ações que busquem uma melhor qualidade de vida para a população.

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APÊNDICE

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Quadro 2 : Vulnerabilidades e Potencialidades socioambientais presentes no município de Vitória de Santo Antão no período de 2007 a 2011.

Dimensões

Vulnerabilidades Potencialidades

Social

Precariedade das organizações das vias públicas, ausência de fiscalização de trânsito e retenções em horários de maior movimento.

Melhoria no saneamento básico, energia elétrica e água potável.

Ambiental

Aumento do número resíduos sólidos gerados no município e destinação inadequada, contribuindo para a degradação ambiental.

Econômica

Maior geração de renda e emprego no município, conferindo posição de destaque entre os municípios do Estado de Pernambuco.

Cultural

Estagnação do desenvolvimento cultural.

Político

Necessidade de maiores disponibilidade e acesso à educação

Melhoria no nível de formação do cidadão Maiores oportunidades de acesso às informações digitais.

Organização: Elaborado pelo próprio autor.