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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
ESTÁGIO EM ARQUITETURA E URBANISMO
NATASHA OLTRAMARI
A CASA CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA:
REGRA E A TRANSGRESSÃO TIPOLÓGICA NO ESPAÇO DOMÉSTICO –
CASAS CONTEMPORÂNEAS BRASILEIRAS: CARLA JUAÇABA ARQUITETURA
CAXIAS DO SUL
2014
2
NATASHA OLTRAMARI
A CASA CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA:
REGRA E A TRANSGRESSÃO TIPOLÓGICA NO ESPAÇO DOMÉSTICO –
CARLA JUAÇABA
Trabalho apresentado como parte dos requisitos para
aprovação na disciplina de Estágio de Arquitetura e
Urbanismo.
Orientador: Prof. Arq. Ms. Cristina Piccoli
Campo de Estágio: UFRGS – Faculdade de Arquitetura
Supervisor: Prof. Dra . Arq. Ana Elísia da Costa
CAXIAS DO SUL
2014
3
RESUMO
O relatório apresenta um estudo específico sobre quatro residências do
escritório Carla Juaçaba Arquitetura, arquiteta carioca que, em 2013, recebeu o
Prêmio internacional “Arc Vision Women and Architecture”. O recorte faz parte da
pesquisa “A Casa Contemporânea Brasileira: regra e a transgressão tipológica no
espaço doméstico”, desenvolvida na UFRGS que tem como objetivo analisar
projetos de habitação unifamiliar desenvolvidos por 25 escritórios ou arquitetos
brasileiros selecionados por professores e críticos em arquitetura, convidados
pela revista “AU-Arquitetura e Urbanismo" (Editora PINI), em 2010, para identificar
o panorama da “nova geração de arquitetos brasileiros”. O resultado da pesquisa
pretende identificar estratégias recorrentes ou excepcionais que possam
demonstrar as transgressões ou as regras no modo de projetar residências na
contemporaneidade. Para realizar o trabalho foram desenvolvidos modelos
bidimensionais e tridimensionais das quatro casas selecionadas. A revisão
bibliográfica deu embasamento acerca de conceitos necessários para o
desenvolvimento de análises individuais e comparativas, observando recorrências
e especificidades dos projetos da arquiteta, tentando identificar o estilo de projetar
de Juaçaba.
Palavras-chave: Arquitetura. Carla Juaçaba. Casa contemporânea.
4
Lista de figuras
Figura 1 - Princípios de organização e diretrizes de implantação no terreno.......17
Figura 2 - Partido compacto vertical e topografia acidentada................................18
Figura 3 - Linguagem planar da Casa Atelier........................................................18
Figura 4 -Fachada oeste. Esquema dos princípios de organização e distribuição
do zoneamento.....................................................................................18
Figura 5 - Plantas baixas com indicação do zoneamento funcional......................19
Figura 6 - Plantas baixas com esquema de circulação..........................................20
Figura 7 - Visual do estar/atelier............................................................................20
Figura 8 - Plantas baixas com configuração das alas............................................21
Figura 9 - Marcação do primeiro pavimento – análise espacialidade....................21
Figura 10 - Marcação das estações: 1º pav...........................................................22
Figura 11 – Visual da estação 1.............................................................................22
Figura 12 – Visual da estação 2.............................................................................22
Figura 13 – Marcação das estações: 1º pav..........................................................23
Figura 14 – Visual da estação 3.............................................................................23
Figura 15 – Visual da estação 4.............................................................................23
Figura 16 – Marcação do segundo pavimento – análise espacialidade................24
Figura 17 – Marcação das estações: 2º pav.........................................................25
Figura 18 – Visual da estação 5.............................................................................25
Figura 19 – Visual da estação 6.............................................................................25
Figura 20 - Fachada norte – principal....................................................................26
Figura 21 - Esquema – partido e linguagem planar..............................................27
Figura 22 - Organização linear, visual e acesso....................................................27
Figura 23 - Indicação de abeturas: reforçam a independência formal entre os
planos..................................................................................................27
Figura 24 - Planta baixa e planta de cobertura com indicação do zoneamento
funcional..............................................................................................28
Figura 25 - Planta baixa com configuração das alas.............................................28
Figura 26 - Planta baixa com esquema de circulação...........................................29
Figura 27 - Visual do interior da Casa Rio Bonito a partir do exterior....................29
Figura 28 - Visual do entorno a partir do espaço central da casa..........................30
Figura 29 - Esquema partido decomposto.............................................................31
5
Figura 30 - Grelha moduladora e acesso...............................................................31
Figura 31 - Esquema de organização: ponto-radial...............................................31
Figura 32 - Fachada norte - principal.....................................................................31
Figura 33 - Fachada oeste demonstrando a topografia, vista das aberturas do
dormitório e visuais.............................................................................31
Figura 34 - Planta baixa com indicação do zoneamento funcional........................32
Figura 35 - Planta baixa com esquema de circulação em ponto, acesso e
indicação de hierarquia espaços da casa...........................................32
Figura 36 - Marcação das estações analisadas.....................................................33
Figura 37 - Visual da estação 1.............................................................................33
Figura 38 - Visual da estação 2.............................................................................33
Figura 39 - Visual da estação 3.............................................................................33
Figura 40 - Implantação, partido linear..................................................................34
Figura 41 - Vista da fachada norte.........................................................................34
Figura 42 - Esquema do partido compacto horizontal...........................................34
Figura 43 - Planta baixa e esquema de composição linear, grelha, acesso e
indicação de visuais........................... ................................................35
Figura 44 - Esquema de composição planar.........................................................35
Figura 45 - Planta baixa com indicação do zoneamento funcional........................36
Figura 46 - Planta baixa com esquema de circulação...........................................36
Figura 47 - Planta baixa com esquema de configuração de alas – posição dos
elementos irregulares de composição................................................37
Figura 48 - Planta baixa com marcação das estações..........................................38
Figura 49 - Visual da estação 1.............................................................................38
Figura 50 - Visual da estação 2.............................................................................38
Figura 51 - Modelos tridimensionais da Casa Rio Bonito (2005) e Casa Varanda
(2008)..................................................................................................39
Figura 52 - Modelos tridimensionais da Casa Atelier (2002) e Casa Mínima
(2008)..................................................................................................39
Figura 53 - Modelos tridimensionais da Casa Atelier (2002), Casa Varanda
(2008),Casa Rio Bonito (2005)...........................................................40
Figura 54 - Casa Atelier (2002)..............................................................................41
Figura 55 – Casa Rio Bonito (2005).......................................................................41
Figura 56 – Casa Mínima (2008)...........................................................................41
6
Figura 57 – Casa Varanda (2008).........................................................................41
Figura 58 - CASA VARANDA - Planta baixa com esquema de circulação............42
Figura 59 - CASA ATELIER - Plantas baixas com esquema de circulação...........42
Figura 60 - CASA RIO BONITO - Planta baixa com esquema..............................42
Figura 61 - CASA MÍNIMA - Planta baixa com esquema de circulação, acesso e
indicação de hierarquia espaços da casa...........................................42
7
SUMÁRIO
RESUMO.................................................................................................................3
LISTA DE FIGURAS................................................................................................4
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................8
2. CONTEXTO E DELIMITAÇÃO DA PESQUISA................................................10
2.1 DEMANDA DO CAMPO DE ESTÁGIO............................................................10
2.2 OBJETIVO.......................................................................................................10
2.3 PROBLEMA DE PESQUISA E JUSTIFICAVA................................................11
2.4 MÉTODO.........................................................................................................12
3. REFERENCIAIS BIBLIOGRÁFICOS................................................................13
4. PESQUISA DOCUMENTAL..............................................................................14
5. ANÁLISES.........................................................................................................16
5.1 CASA ATELIER...............................................................................................16
5.1.1 Implantação e partido formal..............................................................17
5.1.2 Configuração funcional.......................................................................18
5.1.3 Espacialidade.....................................................................................21
5.2 CASA RIO BONITO.........................................................................................26
5.2.1 Implantação e partido formal..............................................................26
5.2.2 Configuração funcional.......................................................................27
5.2.3 Espacialidade.....................................................................................29
5.3 CASA MÍNIMA.................................................................................................30
5.3.1 Implantação e partido formal..............................................................30
5.3.2 Configuração funcional.......................................................................32
5.3.3 Espacialidade.....................................................................................33
5.4 CASA VARANDA.............................................................................................33
5.4.1 Implantação e partido formal..............................................................34
5.4.2 Configuração funcional.......................................................................35
5.4.3 Espacialidade.....................................................................................37
6. ANÁLISE COMPARATIVA E CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................38
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................45
8. ANEXOS............................................................................................................46
8
1. INTRODUÇÃO
A arquitetura brasileira alcançou destaque internacional em meados do século
XX, quando grandes nomes como Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Afonso Reidy,
entre outros, impressionaram o mundo com suas obras. Desde então, o Brasil tem
produzido profissionais que levam a diante este legado de ousadia e beleza. Mas
atualmente, quem são os profissionais que estão delineando o perfil da
arquitetura contemporânea no país? A seleção da revista “AU-Arquitetura e
Urbanismo" (Editora PINI), em 2010, apontou os 25 nomes de escritórios e
arquitetos que denomina como “a nova geração de arquitetos brasileiros”. Isso
motivou o estudo “A Casa Contemporânea Brasileira: regra e a transgressão
tipológica no espaço doméstico”, desenvolvido pela UFRGS, que busca identificar
as estratégias projetuais da produção residencial unifamiliar deste grupo de
arquitetos que foi destacado no cenário da arquitetura no país. Dentre os
selecionados, os críticos da AU apontam o escritório Carla Juaçaba Arquitetura,
arquiteta carioca que em 2013, recebeu o Prêmio internacional “Arc Vision
Women and Architecture”, juntamente com Bia Lessa, com a obra “Pavilhão
Humanidade 2012” para o evento Rio+20, no Rio de Janeiro.
O estudo desenvolvido neste trabalho de estágio é a analise da produção
residencial de Carla Juaçaba, restrita a quatro casas, todas localizadas no Rio de
Janeiro: Casa Atelier (2002), Casa Rio Bonito (2005), Casa Mínima (2008) e Casa
Varanda (2008) e divide-se em três etapas, pesquisas bibliográfica, documental e
análises.
A revisão bibliográfica busca construir o embasamento teórico acerca dos
conceitos tipo e de estratégias projetuais. Pode-se conceituar o tipo como um
princípio lógico que dá identidade às obras arquitetônicas (Martí Arís). O tipo é
abstrato, não possui forma por isso, não configura um modelo que é repetido tal
qual é concebido pela primeira vez. É a recorrência de estratégias comuns em
determinados projetos que pode sofrer mutações e adaptações (Corona
Martinez), é a essência do projeto. Além destes conceitos, fundamentou o método
de análise utilizado que consiste em identificar os elementos de composição e de
arquitetura como respostas do arquiteto na solução dos desafios encontrados no
projeto (como partido compositivo, implantação, configuração das alas,
circulações, acessos, configuração funcional e espacialidade). A pesquisa
9
documental abarca o levantamento de informações pertinentes a cada projeto
para embasar o desenvolvimento de modelos bidimensionais e tridimensionais
das quatro residências, essenciais para as sucessivas análises. Também
compreende a categorização e padronização de todos os documentos produzidos
e que servirão como base de dados para a publicação no site que disponibilizará
o material da pesquisa ao público.
Como resultado dessas duas etapas, são desenvolvidas as análises individuais
de cada casa, realizadas com base nos desenhos e nas três categorias,
estabelecidas ainda no projeto da pesquisa: implantação e partido formal;
configuração funcional e espacialidade. Tais estudos embasam a análise
comparativa entre os quatro exemplares residenciais, objetivo maior deste
trabalho, identificando similaridades e diferenças recorrentes na produção do
escritório de Carla Juaçaba permitindo identificar seu estilo de projetar.
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2. CONTEXTO E DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
2.1 Demanda do campo de estágio
A pesquisa A Casa Contemporânea Brasileira tem como tema, assim o próprio
nome diz, a habitação contemporânea brasileira e como objeto de estudo,
projetos de habitação unifamiliar desenvolvidos por 25 arquitetos ou escritórios
brasileiros. A seleção foi realizada pelos professores e críticos em arquitetura
Mônica Junqueira de Camargo, Carlos Eduardo Comas, Cláudia Estrela,
Fernando Lara e Roberto Segre, a convite da revista “AU-Arquitetura e
Urbanismo" (Editora PINI), em 2010, para identificar o panorama da “nova
geração de arquitetos brasileiros”.
A observação individual de cada escritório eleito, feita por um pesquisador,
estudante de graduação ou pós-graduação, será a base dos estudos realizados
pela pesquisa. Este trabalho, em específico, analisa quatro residências
unifamiliares do escritório Carla Juaçaba Arquitetura. Deste modo, subsidia
diretamente o desenvolvimento da pesquisa em que se insere, já que esta
pretende cruzar dados de estudos parciais desenvolvidos por um amplo grupo de
pesquisadores, para traçar conclusões sobre o universo estudado.
2.2 Objetivo
O objetivo geral do projeto de pesquisa é construir, por amostragem, um quadro
que ilustre “a casa contemporânea brasileira”, identificando regras e
transgressões tipológicas das residências produzidas pelos 25 arquitetos e
escritórios eleitos, registrando, na medida do possível, a ocorrência de séries
tipológicas. Para tanto, cada estudo individual deverá produzir material gráfico e
textual que sirva de base para este quadro. Este é o objetivo deste trabalho de
estágio: analisar, através do método explicitado no item 2.4, quatro casas
produzidas pelo escritório Carla Juaçaba Arquitetura (Casa Atelier, 2002; Casa
Rio Bonito, 2005; Casa Mínima, 2008 e; Casa Varanda, 2008), arquiteta carioca
que em 2013, recebeu o Prêmio internacional “Arc Vision Women and
Architecture”. Estas quatro análises subsidiarão a análise final que permitirá
identificar o perfil tipológico do escritório.
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2.3 Problema de pesquisa e justificativa
Mais do que evidenciar as novas “estrelas” do o cenário arquitetônico, a produção
dos escritórios elencados permite, por amostragem, compor um rico “cenário da
arquitetura contemporânea brasileira”. Neste contexto, destaca-se a arquitetura
habitacional, que representa o acervo de obras e/ou projetos mais volumoso dos
arquitetos eleitos. Quantitativamente o tema habitacional ganha importância por
ilustrar a demanda efetiva da população e, do ponto de vista qualitativo, é rico por
possuir diversas dimensões simbólicas e antropológicas. Por outro lado, o projeto
do espaço doméstico tem sido um lugar privilegiado para inovações
arquitetônicas, exigindo dos projetistas uma “demonstração de atitude” diante do
lugar, do vernáculo e da contemporaneidade. Diante disto surgem as perguntas:
• Quais os esquemas tipológicos recorrentes usados na arquitetura
residencial contemporânea brasileira?
• Esses esquemas expressam continuidades, transgressões, miscigenações
tipológicas em relação aos tipos tradicionalmente usados na arquitetura
doméstica?
• Tais experiências podem indicar que estão sendo construídas e/ou
consolidadas novas práticas projetuais?
• É a consolidação de novas práticas que faz com estes escritórios tenham
ganhado notoriedade?
Discutir tais questionamentos torna-se relevante por permitir que se tenha um
posicionamento crítico sobre a atual produção brasileira, inclusive, questionando a
própria seleção indicada, que potencialmente passa a ter influência sobre as
gerações futuras.
Porém, as respostas a estas perguntas só serão possíveis de serem dadas
depois da avaliação individual de cada escritório. Assim, este estudo se justifica
por analisar, de modo inédito, o acervo de um dos escritórios mais prósperos do
país, o Carla Juaçaba Arquitetura. Por outro lado, como um estudo parcial, a
análise ganha relevância por subsidiar diretamente o desenvolvimento da
pesquisa em que se insere.
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2.4 Método
O trabalho foi desenvolvido, conforme projeto da pesquisa, através de
procedimentos de pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e análise:
• Pesquisa Bibliográfica: teve dois enfoques principais: sobre o conceito de
tipo na arquitetura e sobre estratégias projetuais contemporâneas. Os dois
com o mesmo objetivo: estabelecer parâmetros conceituais norteadores
para o desenvolvimento do trabalho criando um vocabulário comum a
todos os pesquisadores envolvidos.
• Pesquisa Documental: envolveu o levantamento e a organização das
informações sobre os projetos estudados. Os dados foram selecionados a
fim de subsidiar a construção dos modelos bi e tridimensionais. Este
material está disponível na base de dados da pesquisa hospedada numa
conta Dropbox.
• Análise: para o desenvolvimento da análise, se recorreu ao método de
observação e ao método comparativo. Através do método da observação,
os projetos foram analisados, gráfico e textualmente, nas categorias abaixo
elencadas:
Partido formal/ implantação
• Partido formal: - planar/ volumétrico
- compacto/ aditivo;
- linear, centralizo ou em grelha;
• Lugar: - lote –curtos/profundos, largos/estreitos, meio de quadra/esquina;
- topografia do terreno, visuais, orientação solar, etc.;
- pressão dos edifícios do entorno sobre o projeto.
• Programa: - arranjo em alas desconectadas ou espaço contínuo;
- arranjo térreo ou em níveis.
Configuração das alas
• Posições e adjacências dos elementos de composição:
- regular;
- irregular: no perímetro externo/aceito no interior/ volume isolado;
• Linha circulatória: - especializada, conduzindo a lugares privados;
- sugerida, na continuidade espacial.
Eixos de acesso e circulação do conjunto
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• Halls
• Corredores ou circulações: - periféricos ou centralizados;
Espacialidade
• Características compositivas: - planos horizontais, planos verticais e aberturas;
• Percursos no espaço: - posição e dimensão de portas e janelas;
- dimensões proporcionais dos ambientes;
- visuais
- layout do mobiliário
• Relações ambientes e adjacentes: - abertas ou fechadas;
- dinâmicas ou estáticas.
Através do método comparativo, foram verificadas similaridades e
especificidades tipológicas entre os projetos estudados.
3. REFERENCIAIS BIBLIOGRÁFICOS
A discussão que a pesquisa pretende promover sobre a produção residencial dos
escritórios analisados, está embasada em dois pilares principais: o conceito de
tipo e estratégias projetuais. Para tanto, foi organizado um seminário de leitura,
onde cada pesquisador foi incumbido de estudar um texto indicado pela
coordenação da pesquisa. Estes textos, na maioria excertos de livros, forneceram
a base teórica para a realização das análises de acordo com as categorias
elencadas no item 2.4. As leituras tratam especialmente sobre o conceito de tipo
na arquitetura, estratégias de composição, elementos de arquitetura, circulações,
análise de percursos e espacialidade, e os autores selecionados foram, Ana Elísia
da Costa, Alfonso Corona Martinez, Carlos MartíAris, Marcio Cotrim Cunha, ,
Célia Helena Castro Gonsales, Merlin Janaina Diemer e Francis Ching, todos
indicados na bibliografia.
Como tarefa individual, foram estudados dois textos. O primeiro, “Residência e
cidade | Arquiteto Rino Levi”, escrito por Célia Helena Castro Gonsales, trata dos
critérios de implantação e partido formal. A autora demonstra através da análise
da produção residencial do arquiteto Rino Levi, como a implantação e o partido
formal são uma decorrência da geometria dos lotes. Conforme a geometria do
terreno, o arquiteto adota partidos retangulares ou em “T. Identifica também
14
zoneamentos dentro de cada partido adotado: os lotes compactos apresentam
partidos em “T”, criando alas e pátios íntimos e sociais; nos lotes amplos, o
partido linear gera pátios centrais ou que aproveitam recuos para criar espaços
abertos. O segundo título, um trecho do título “Ensaio sobre a razão compositiva”,
de Edson da Cunha Mahfuz, aborda os partidos aditivos e subtrativos, assim
como as diversas maneiras de composição e suas consequências. Observa que
os partidos adotados, sejam eles aditivos ou subtrativos, são uma decorrência do
programa e do lugar. Projetar em linha, grelha ou ponto, significa adaptar volumes
e distribuir as zonas e ambientes buscando responder às diversas problemáticas
e imposições, sejam elas físicas ou necessidades projetuais como: a geometria e
posição do lote, as visuais, a topografia, a orientação solar, entre outros fatores.
Logo, o partido adotado é uma resposta ao lugar em que o projeto se insere.
Ambos os autores relacionam o partido ao lugar e ao programa, explicitando a
importância de uma produção arquitetônica coerente e que dialogue com o
entorno e com o próprio terreno em que está inserido.
O seminário ocorreu na Faculdade de Arquitetura da UFRGS onde cada
pesquisador apresentou seu material ao grupo. A dinâmica de apresentação,
permitiu a constante interação de todos os participantes e a troca de ideias,
promovendo discussões que consolidaram os conceitos apresentados. Ao final,
todos os slides produzidos foram postados na pasta apropriada do Dropbox1,
possibilitando o compartilhamento das informações. Com base nesse material, foi
construído pela coordenação um roteiro a ser seguido nas análises das
residências (Anexo 2).
4. PESQUISA DOCUMENTAL
A pesquisa documental serviu de base para a elaboração dos redesenhos e dos
modelos tridimensionais de cada uma das casas de Carla Juaçaba a serem
estudadas. Tais produtos foram sistematizados e formatados de acordo com o
padrão da pesquisa (Anexo 3) e estão armazenados no banco de dados do
Dropbox.
1 Ver anexo 1 a apresentação feita pela autora.
15
Conforme diretriz da pesquisa, somente as casas disponíveis no site da arquiteta
seriam passíveis de estudo. Um breve levantamento demonstrou que o acervo da
arquiteta se reduzia a quatro residências (Casa Atelier, 2002; Casa Rio Bonito,
2005; Casa Mínima, 2008 e; Casa Varanda, 2008), o que levou a coordenação a
indicar a análise de todas elas. A partir daí, iniciou-se a busca das informações
necessárias para o redesenho e a modelagem em 3d. A pesquisa foi feita em
sites, revistas e todos tipos publicações onde se pudesse encontrar material
referente à produção da arquiteta. Quando todas as alternativas foram esgotadas,
recorreu-se a própria arquiteta, que gentilmente cedeu diversos arquivos técnicos
e material fotográfico sobre as quatro residências. Este material foi de extrema
importância no processo de desenvolvimento do trabalho, dando informações
mais precisas das casas. Ao final desta investigação, foi possível alimentar a sub-
pasta denominada “Material Encontrado” presente dentro da pasta “Carla Juaçaba
Arquitetura” a qual integra o banco de dados do Dropbox.
De posse dessas informações iniciou-se o redesenho das edificações, tarefa
essencial para a compreensão das singularidades de cada obra. Foram
produzidas 7 plantas baixas (2 da Casa Atelier, 2 da Casa Rio Bonito, 2 da Casa
Mínima e 1 da Casa Varanda), 7 fachadas (2 da Casa Atelier, 2 da Casa Rio
Bonito, 2 da Casa Mínima e 1 da Casa Varanda), 4 cortes (2 da Casa Rio Bonito,
1 da Casa Mínima e 1 da Casa Varanda) e 2 implantações (1 da Casa Atelier e 1
da Casa Varanda). Das Casas Rio Bonito e Mínima, apesar de estarem inseridas
no mesmo terreno, em Nova Friburgo, não foi possível encontrar informações
precisas sobre suas localizações. Portanto, não foram desenvolvidos os
redesenhos de suas respectivas implantações. Este material também subsidiou a
execução dos modelos tridimensionais no software Google SketchUp. Cabe
destacar que tanto os desenhos bi quanto os tridimensionais foram feitos
obedecendo a uma nomenclatura de layers, padrão de formatação e estilo de
blocos específicos da pesquisa, que, devidamente formatados originaram as
pranchas síntese de cada obra, exemplificadas no Anexo 4.
O encerramento da etapa da pesquisa documental ocorreu com um seminário na
Faculdade de Arquitetura da UFRGS, em Porto Alegre, onde os pesquisadores
apresentaram ao grupo o que haviam produzido até o momento. Todos os
redesenhos e modelos tridimensionais foram exibidos em forma de slides, e cada
16
pesquisador relatou seus problemas e dificuldades durante o processo de
construção. O material mostrado no Anexo 5, é o resultado deste trabalho de
estágio até aquele momento. Felizmente, devido a colaboração da arquiteta, não
foram encontradas grandes dificuldades na elaboração desta tarefa, já que o
material disponível era suficiente.
Apesar de oficialmente esta etapa estar encerrada com esta apresentação, os
trabalhos de redesenho e formatação das imagens se estenderam até final de
outubro.
5. ANÁLISES
A pesquisa bibliográfica e os redesenhos forneceram o material necessário para
proceder a fase final deste trabalho: as análises. A coordenação propôs que cada
pesquisador elaborasse uma análise piloto que serviria de linha guia para a
análise final.
O material organizado sobre as categorias de análise e o conhecimento da obra
proporcionado pelo redesenho, foram fundamentais nesta etapa. Com o auxílio de
croquis, diagramas e tabelas (Anexo 6) foi possível sistematizar as informações
básicas para proceder a análise piloto da Casa Atelier, que serviu de diretriz para
as análises das outras três casas. Também neste caso, a formatação dos textos
seguiu o padrão da pesquisa, conforme pode ser observado no Anexo 7, já para
este trabalho as análises serão apresentadas nos próximos itens de maneira
individual, segundo ordem cronológica, iniciando com a Casa Atelier (2002),
seguidas pela Casa Rio Bonito (2003), a Casa Mínima (2008) e a Casa Varanda
(2008).
5.1 CASA ATELIER
A Casa Atelier, idealizada por Carla Juaçaba juntamente com Mário Fraga, é um
refúgio localizado em Itanhangá, Rio de Janeiro. Construída em 2002, além de
local de descanso, serve como atelier integrado à residência.
17
5.1.1 IMPLANTAÇÃO E PARTIDO FORMAL
A topografia marcante e a geometria do terreno condicionam a implantação. A
casa se desenvolve em um volume único e isolado, apesar do terreno amplo de
1123,00 m². O volume compacto é posicionado paralelamente e próximo à
testada oeste do terreno, confrontando as curvas de nível, o que determina o
surgimento de um volume com dois pavimentos. Densamente arborizada, parece
ter sido explorada nas visuais dos ambientes. (Figura 1)
Formalmente, o projeto apresenta um partido compacto vertical (Figura 2), com
certa ambiguidade no seu tratamento, visto que remete a uma linguagem planar
explicitada através da cobertura e inúmeros painéis de vedação, utilizados como
sistema de abertura, que buscam uma forte e contínua integração com a área
externa (Figura 3). Quando abertos, os painéis causam uma indefinição de
margens, criam uma imprecisão entre o que é espaço interno e externo.
O arranjo do volume é linear, estruturado a partir de uma grelha tridimensional,
que, em planta, auxilia no dimensionamento do programa e na divisão dos
Figura 1:Princípios de organização e diretrizes de implantação no terreno. Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
visual princip
cota mais baixacota mais baixacota mais baixacota mais baixa
cota mais altacota mais altacota mais altacota mais alta
18
ambientes e, em fachada, define linhas reguladoras em várias direções,
explicitadas através da estrutura metálica (Figura 4).
5.1.2 CONFIGURAÇÃO FUNCIONAL
A casa explora o arranjo em níveis, definindo o zoneamento dos ambientes
(Figura 4). O primeiro pavimento recebe o setor social, com atelier e pequeno
estar, e o serviço, com a cozinha. Isolado no segundo pavimento, o setor íntimo
localiza-se na porção sul, a qual recebe menor insolação, posição justificada pelo
clima quente e úmido do Rio de Janeiro, A varanda aberta do segundo pavimento
setor íntimo setor social
setor íntimo
setor social
Figura 4:Fachada oeste. Esquema dos princípios de organização e distribuição do zoneamento. Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 3:Linguagem planar da Casa Atelier. Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga. Fonte:http://www.carlajuacaba.com.br/casa-atelier/
Fi g ura 2Fi g ura 2Fi g ura 2Fi g ura 2::::Partido compacto vertical e topografia acidentada. Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga. Fo nte:Fo nte:Fo nte:Fo nte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
19
cria um estar íntimo e dá acesso ao único dormitório da residência que também
possui banheiro íntimo exclusivo. As aberturas norte e leste do atelier garantem a
insolação no atelier. O restante do setor social e do setor de serviço recebem luz
da orientação leste, mais indiretamente, barrada pela vegetação densa (Figuras 4
e 5).
O acesso da Casa Atelier se dá através da porção social, no pavimento inferior. A
partir dele a circulação principal dentro da residência é periférica e não
especializada, se relacionando visualmente e fisicamente com os ambientes
dispostos em sequência e com o espaço exterior. Este arranjo compromete a
privacidade dos ambientes, visto que força a circulação em “suíte” (Martinez,
2000) (Figuras 6 e 7).
pavimentoprimeiro pavimentoprimeiro pavimentoprimeiro pavimentoprimeiro pavimento
pavimentosegundo pavimentosegundo pavimentosegundo pavimentosegundo pavimento
setor social setor serviço
Figura 5:Plantas baixas com indicação do zoneamento funcional. Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
20
primeiro pavimento
segundo pavimento
perímetro livre do edifício
Lavabo social:
mesma prumada
Banheiro íntimo: mesma prumada
Figura 8: Plantas baixas com configuração das alas. Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
O lavabo social, banheiro íntimo, cozinha e escada, encontram-se na metade sul
da residência, voltados para visuais e orientação solar menos privilegiada. O
lavabo e o banheiro, em especial, não se destacam na configuração dos
ambientes e, entre pavimentos, encontram-se na mesma prumada, facilitando o
tratamento externo de fachada, (Figura 8).
Figura 6:Plantas baixas com esquema de circulação. Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
primeiro
segundo Figura 7:Visual do estar/atelier. Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga. Fonte:www.leonardofinotti.com/projects/atelier-house, 2006.
21
5.1.3 ESPACIALIDADE
A partir do acesso principal, a mudança de altura dos ambientes na sequência
espacial promove experiências espaciais não uniformes. (Figura 9). O recurso da
monumentalização, gerada pelo pé-direito duplo, aberturas com grandes painéis
entre pisos, abertura zenital, garantem ao ambiente o destaque e maior
importância na configuração espacial da casa (Figura 8). Os demais ambientes da
casa, apesar de terem grande integração com o exterior, possuem pé-direito
simples e maior privacidade.
Nesta sequência, pode-se descrever:
1) A partir do atelier (estações 1 e 2), o plano vertical ampliado pela diferença
entre piso-base e forro modifica a percepção do espaço. As aberturas são
formadas painéis entre planos e nos cantos que ocupam todo o pé-direito.
Tal característica, junto à falta de circulação especializada, cria tensões
multidirecionais, bastante abertas e dinâmicas, com possibilidade de
acesso ao pátio/varanda ou ao estar reservado (Figuras 10 a 12). Ao
mesmo tempo, pode adquirir caráter mais introspectivo e estático, além de
relações mais fechadas, quando os painéis de acesso ao pátio e ao estar
reservado forem fechados.
2) A porção social tem grande permeabilidade visual e física, promovendo
uma continuidade espacial, que reforça a organização linear da casa.
Abre-se para o exterior de maneira nada tímida e amplia essa relação com
pé-direito duplo e abertura zenital no estar/atelier, estendendo-se para um
Figura 9:Marcação do primeiro pavimento – análise espacialidade. Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
22
pequeno pátio. Todos os ambientes do setor social e serviço podem estar
completamente integrados ou compartimentados, dependendo da vontade
do usuário, em manter os painéis abertos ou não. O serviço é a última zona
desta linha, através da cozinha, é possível chegar ao único acesso ao setor
íntimo.
3) Dando continuidade ao percurso, na estação 03, o observador atinge o
estar reservado que possui um caráter mais intimista, devido à diminuição
do pé-direito e dimensões, funcionando como um espaço de transição.
Seus planos verticais encontram-se dispostos em “U”, porém, não são
estáticos, graças à presença das divisórias móveis e as aberturas entre
planos. Somente as paredes que dividem o estar do lavabo social e da
escada são fixas, Deste ambiente é possível ter acesso direto e visual a
um pequeno espaço aberto adjacente. Suas tensões são multidirecionais,
graças ao grande número de possibilidades de acesso aos espaços
Figura 12:Visual da estação 2. Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 11:Visual da estação 1. Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 10:Marcação das estações: 1º pav.. Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
23
contíguos a ele, como a cozinha, o atelier e à parte externa, porém, não
configura um acesso principal da casa (Figuras 13 a 14).
4) Na estação seguinte, 4, a cozinha continua apresentando caráter dinâmico,
com relações abertas e multidirecionais, dando acesso ao estar reservado
e ao único acesso ao setor íntimo, no segundo pavimento. A escada
apresenta a característica de piso elevado. Ao chegar na cozinha, o plano
vertical principal apresenta-se isolado, utilizando a declividade do terreno
para criar o espaço da pia e fogão, construído com pedras locais, deixando
aparente a própria topografia. As aberturas entre planos acompanham a
declividade das contenções adjacentes, permitindo a interação com a
natureza circundante e a entrada da luz solar pelas duas fachadas, leste e
oeste (Figuras 13 e 15).
Figura 15:Visual da estação 4. Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 14:Visual da estação 3. Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 13:Marcação das estações: 1º pav. Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
24
5) A única circulação vertical da edificação leva ao segundo pavimento, no
qual foram fixadas outras duas estações de estudos que encontram-se na
área íntima. (Figura 16). A estação número 5 localiza-se na varanda de
acesso ao dormitório, ainda se relaciona com a escada e à área externa,
em cota mais alta. Completamente aberta, funciona como um hall do setor.
Não há fechamentos, somente na lateral que a divide o dormitório, os
outros planos verticais estão delimitados por elementos lineares verticais,
caracterizados pelos pilares metálicos. Provoca, desta maneira tensões
multidirecionais, relações abertas e dinâmicas (Figuras 17 e 18). No
dormitório, a estação 6 fecha o percurso. Ele apresenta planos verticais em
“U”, móveis e estáticos nas paredes do banheiro íntimo. O restante são
painéis móveis entre planos que permitem a visualização da área externa,
porém, sem acesso direto. Uma peculiaridade deste cômodo é o painel
que, quando aberto, possibilita a visualização do pé-direito duplo do estar e
configura um rebaixamento do piso. No entanto, não é muito utilizado, pois
através da observação de documentos fotográficos, a cabeceira da cama
fica posicionada diante este painel opaco e apresenta-se sempre fechado.
Desta maneira, o dormitório tem apenas um acesso e, diferente de todos
os espaços da Casa Atelier, provoca relações fechadas e estáticas,
reforçando seu caráter privativo (Figuras 17 e 19).
Figura 16:Marcação do segundo pavimento – análise espacialidade. Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
25
Recorrente em toda a residência são aberturas entre planos, integrando os
ambientes ao exterior arborizado. Além desta característica, o uso de painéis ao
invés de portas, amplia relação entre os cômodos e permite o isolamento ou não
dos mesmos, possibilitando o uso dos espaços como um ambiente único. Estes
painéis, com dimensões condizentes aos respectivos pés-direitos dos ambientes,
envidraçados ou feitos por uma trama de taquaras, permitem a entrada de luz
entre os cômodos para além das suas bordas. Além disso, o fechamento destes
painéis opacos modifica a percepção da espacialidade dos ambientes, tornando-
os mais introspectivos. Referente ao mobiliário, somente o das áreas molhadas é
sugerido nas plantas originais, portanto, não configuram barreiras dentro do
percurso de análise da espacialidade.
Figura 19:Visual da estação 6. Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 18:Visual da estação 5. Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 17:Marcação das estações: 2º pav. Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
26
5.2 CASA RIO BONITO
A Casa Rio Bonito (Figura 20), um refúgio localizado em Nova Friburgo, no Rio de
Janeiro, construída em 2003. De pequenas proporções, possui 91,50 m²,
encontra-se em um terreno de 5.000 m², próxima a um rio.
5.2.1 IMPLANTAÇÃO E PARTIDO FORMAL
Carla Juaçaba organiza a casa de maneira compacta e horizontal, (Figura 21).
Com características pavilhonares, a arquiteta explora a linguagem planar,
explícita através de um jogo contrastante de planos com diferentes
materialidades: planos verticais robustos em pedra x planos horizontais delgados,
arrematados por vigas metálicas vermelhas; no sentido longitudinal, plano vertical
opaco x grande plano envidraçado.
A grande abertura em apenas uma das faces da composição enfatiza o ângulo no
qual a arquiteta busca explorar uma maior a integração com o exterior, bem como
as visuais (Figuras 22 e 23), No outro extremo, a relação do plano longitudinal
opaco com os planos transversais em pedra se dá através de rasgos verticais
envidraçados, que evidenciam a independência formal dos planos. Esta
independência também é explorada entre os planos verticais de pedra e o plano
horizontal da cobertura, evidenciada por dois rasgos de iluminação zenital (Figura
23).
Figura 20:Fachada norte - principal. Nova Friburgo, RJ. 2005. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-159708/casa-rio-bonito-carla-juacaba
27
5.2.2 CONFIGURAÇÃO FUNCIONAL
A casa explora o arranjo térreo, com os elementos de composição organizados
linearmente (Figura 24). Estar, jantar e cozinha encontram-se integrados na
porção leste da casa, separados do dormitório pelo banheiro, que ocupa uma
posição transversal na planta. Observa-se que Juaçaba não concentra as
instalações hidráulicas do banho e cozinha, como comumente ocorre nos
programas compactos. Também é importante observar que alguns elementos de
arquitetura, como lareira e escada, fundem-se aos planos verticais de pedra.
(Figura 25).
Figura 23: Indicação de abeturas. Reforçam a independência formal entre os planos. Nova Friburgo, RJ. 2005. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha, 2014.
Figura 22:Organização linear, visual e acesso. Nova Friburgo, RJ. 2005. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha, 2014.
Figura 21:Esquema – partido e linguagem planar. Nova Friburgo, RJ. 2005. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha, 2014.
28
O programa é complementado pelo terraço, que assume função social: “(...) No
exterior, a escada construída pela subtração escalonada das pedras do muro leva
ao terraço: observatório de estrelas. (...)”. (Revista MDC, 2006).
A varanda e a grande abertura à norte permite que o acesso à casa ocorra a partir
de qualquer ambiente, não sendo proposta portanto uma hierarquia de acessos
ou um controle de privacidade. Internamente, fica sugerida apenas uma
circulação periférica, que conecta o setor íntimo e o social (Figura 26).
Figura 24: Planta baixa e planta de cobertura com indicação do zoneamento funcional. Nova Friburgo, RJ. 2005. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 25:Planta baixa com configuração das alas. Nova Friburgo, RJ. 2005. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
29
5.2.3 ESPACIALIDADE
As relações espaciais da casa Rio Bonito são abertas e dinâmicas, promovendo
tensões multidirecionais. No deslocamento pelo espaço, o fruidor vivencia a
introspecção sugerida pelos planos opacos a sul e pelos planos transversais de
pedra e a extroversão sugerida pela grande abertura a norte, que dilata o
invólucro edificado para o exterior.
A experiência ainda é ainda mais dinâmica pelos efeitos de luz que incidem no
espaço: saturada, vindo do plano envidraçado a norte; e dramatizada, vindo das
janelas verticais a sul e das zenitais, que desmembram os planos entre si e
banham de luz os planos de pedra. (Figura 27).
Figura 26: Planta baixa com esquema de circulação. Nova Friburgo, RJ. 2005. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 27: Visual do interior da Casa Rio Bonito a partir do exterior. Nova Friburgo, RJ. 2005. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014.
30
5.3 CASA MÍNIMA
A Casa Mínima localiza-se em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro e foi construída
em 2008. Possui 32,44 m² e encontra-se no mesmo terreno de 5.000 m² onde
está implantada a Casa Rio Bonito. Sua implantação precisa é desconhecida, pois
não foram encontradas informações suficientes para determiná-la. Através de
fotografias, é possível perceber apenas que foi construída no cume da montanha,
favorecendo a vista panorâmica do entorno densamente arborizado (Figura 28).
5.3.1 IMPLANTAÇÃO E PARTIDO FORMAL
Carla Juaçaba utiliza um partido formal decomposto, formado por dois volumes
estruturados a partir de uma grelha regular (Figura 29 e 30). Pelas dimensões,
percebe-se que um volume possui maior hierarquia, ficando o volume menor
subordinado ao módulo central do volume maior. Esta estratégia de adição,
vinculada ao arranjo funcional, sugere um arranjo em ponto-radial. (Figura 31).
A pureza volumétrica é rompida pelos planos dos dois telhados, que são
arrematados por generosos beirais. Assim, os planos das coberturas tensionam o
arranjo volumétrico do corpo edificado. Neste corpo, ao contrário do que ocorre
na maioria das obras de Juaçaba, predomina os cheios sobre os vazios,
ganhando expressão a textura de tijolos cerâmicos (Figura 32).
Figura 28: Visual do entorno a partir do espaço central da casa. Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte: http://www.carlajuacaba.com.br/casa-mnima/
31
Na fachada sul, as janelas ocupam os ângulos de intersecção dos volumes,
quebrando o peso dos mesmos. Tratam-se de janelas com peitoril alto, que
sugerem o atendimento das demandas funcionais de iluminação e ventilação, já
que se voltam à topografia em aclive do terreno. Na fachada norte, tem-se apenas
uma grande abertura, sem verga, que se relaciona diretamente com o deck,
estabelecendo um ponto focal de interesse nas visuais, principalmente para quem
está deitado na cama. (figura 33).
visual principal
Figura 33:Fachada oeste demonstrando a topografia, vista das aberturas do dormitório e visuais. Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 31: Esquema de organização: ponto-radial. Nova Friburgo, RJ. 20085. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha, 2014.
Figura 32: Fachada norte - principal. Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:http://www.darchitectures.com/larc-vision-prize-women-and-architecture-revele-de-nouveaux-talents-a1130.html
Figura 30: Grelha moduladora e acesso. Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha, 2014.
Figura 29: Esquema partido decomposto. Nova Friburgo, RJ. 20085. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha, 2014.
32
5.3.2 CONFIGURAÇÃO FUNCIONAL
A casa é térrea e foi concebida para receber amigos e servir como espaço de
contemplação, Nela, os setores social, íntimo e serviço estão integrados em um
arranjo bem compacto, em que apenas o vaso sanitário se isola do conjunto. Não
há uma circulação espacializada, cumprindo o módulo central o papel de espaço
articulador dos ambientes – cozinha, quarto, banho e, inclusive, o deck, que se
comporta como um grande “estar a céu aberto” (Figura 34).
A partir do módulo central, as circulações na cozinha e no banheiro ocorrem na
periferia dos ambientes, rente à parede cega a norte, ficando as bancadas
orientadas a sul, junto às janelas. Neste contexto, parece questionável a
disposição do vaso sanitário, que não obedece ao arranjo dos eixos de percurso
ou à consolidação de uma parede hidráulica a sul (Figura 35).
Figura 34: Planta baixa com indicação do zoneamento funcional. Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 35: Planta baixa com esquema de circulação em ponto, acesso e indicação de hierarquia espaços da casa. Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha, 2014.
33
5.3.3 ESPACIALIDADE
A circulação central confere à residência tensões multidirecionais. As relações
entre ambientes são sempre dinâmicas, se distinguem pelo foco para onde as
aberturas se dirigem. A sul, as aberturas nas arestas dos volumes determinam
uma continuidade visual entre os ambientes. A norte, destaca-se a grande
abertura do módulo central, que funciona como um ponto focal, um
emolduramento da paisagem a ser observada. (Figuras 36 a 39).
5.4 CASA VARANDA
A Casa Varanda é um refúgio de 140,40 m², localizado em Itanhangá (RJ), em um
terreno de 1153 m². Construída em 2008 para a neta do arquiteto de Sérgio
Bernardes, a casa teve como diretriz de projeto o desejo dos proprietários de esta
ser uma referência à Casa Lota, projetada pelo avô em 1950. Desta referência, se
observa a horizontalidade, o uso de materiais leves e o emprego de varandas,
Figura 36: Marcação das estações analisadas. Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014.
Figura 37: Visual da estação 1. Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014.
Figura 38: Visual da estação 2. Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 39: Visual da estação 3. Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014.
34
reinterpretada no projeto de um modo diverso – a casa é a própria varanda que se
abre toda para o exterior, por meio de painéis de vidro.
5.4.1 IMPLANTAÇÃO E PARTIDO FORMAL
A arquiteta adota um partido compacto, de volume único e linear. A disposição
transversal do edifício no lote de geometria irregular define rigidamente dois
recuos - frontal e posterior, ficando os recuos laterais bastante exíguos. Esta
implantação pode ser justificada como uma tentativa de preservar a vegetação
existente, como explica Delaqua (2013), ou de explorar a orientação norte-sul nas
maiores fachadas do volume edificado. De qualquer modo, a permeabilidade
visual da casa ameniza o impacto da segmentação física do lote e a vegetação
garante alguma privacidade em relação à rua (Figuras 40, 41 e 42).
O caráter planar é evidenciado por diferentes estratégias: pela estrutura metálica
de pilares e vigas aparentes; pelo deslizamento dos planos horizontais em relação
aos planos verticais, configurando os beirais da cobertura e a laje de piso
Figura 40: Implantação, partido linear. Itanhangá, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 41: Vista da fachada norte. Itanhangá, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:http://www.archdaily.com.br/br/01-161067/casa-varanda-carla-juacaba
Figura 42: Esquema do partido compacto horizontal. Itanhangá, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
35
levemente suspensa do chão; pela fragmentação do plano da cobertura por uma
iluminação zenital que atravessa longitudinalmente a casa, configurando duas
pequenas águas; e ainda, pela contraposição dos planos opacos transversais
isolados em relação aos planos translúcidos longitudinais. Como princípio de
organização, a grelha também aparece, evidenciada pelas três modulações do
esqueleto estrutural, que fica todo aparente (Figura 43 e 44).
5.4.2 CONFIGURAÇÃO FUNCIONAL
A casa explora o arranjo térreo, estando o zoneamento organizado por faixas não
rígidas, visto que o setor íntimo se fragmenta, ficando os quartos e os banheiros
em cada um dos extremos longitudinais do volume. Assim, o setor social e de
serviços ganha uma posição central, assumindo uma maior importância como
ambiente articulador dos demais. (Figura 45).
Figura 43:Planta baixa e esquema de composição linear, grelha, acesso e indicação de visuais. Itanhangá, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 44:Esquema de composição planar. Itanhangá, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
36
São definidos dois acessos, aparentemente, de igual hierarquia - um na fachada
norte e outro na fachada sul, evidenciados pelas pequenas escadas que ligam o
grande estar ao terreno. No entanto, a implantação e o arranjo interno da casa
sugerem que a que o acesso e a circulação periférica a norte são os mais
importantes, já que, a partir deles, se tem acesso a quase todos os ambientes da
casa. As circulações são sugeridas e não especializadas e, entre os quartos e
banheiro, a circulação se dá “em suíte” (Martinez, 2000), (Figura 46).
Os elementos de composição irregulares, banheiros e cozinha, encontram-se nas
extremidades do volume linear. Os banheiros compõem os extremos da
Figura 45:Planta baixa com indicação do zoneamento funcional. Itanhangá, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 46:Planta baixa com esquema de circulação. Itanhangá, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
37
circulação, permitindo um maior isolamento destes ambientes, mesmo que não
configurem núcleos hidráulicos concentrados. (Figura 47).
5.4.3 ESPACIALIDADE
Em qualquer que seja o ponto de vista do usuário dentro da Casa Varanda, o
observador poderá ampliar a visual para o exterior – seja o céu revelado pela
zenital, seja a vegetação revelada pelas duas superfícies paralelas em vidro. A
casa é a própria varanda, definindo de modo muito sutil os limites entre interior e
exterior.
Tem-se assim, um espaço mutidirecional, sem pontos focais preestabelecidos. No
deslocamento interno, a disposições dos planos verticais opacos “soltos” em
relação ao planos longitudinais sugerem os percursos a ser traçados, mas pouco
deixam antever o ambiente a ser vivenciado na sequência espacial, o que pode
proporcionar alguma surpresa no deslocamento. (Figuras 48, 49 e 50).
Figura 47:Planta baixa com esquema de configuração de alas – posição dos elementos irregulares de composição .Itanhangá, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
38
6. ANÁLISE COMPARATIVA
Neste capítulo, as quatro casas projetadas por Carla Juaçaba são analisadas
comparativamente, tendo como base os mesmos critérios eleitos pela pesquisa.
Implantação e Aspectos Formais
Todas as implantações das casas analisadas priorizam as visuais como
condicionante de projeto, enfatizando a relação interior e exterior e minimizando
as necessidades de privacidade. As casas sempre se abrem para o exterior de
maneira incisiva e nada tímida, criando uma permeabilidade visual e, muitas
vezes, física com o entorno imediato. Esse aspecto parece direcionar o arranjo
dos volumes edificados em relação à geometria do terreno e topografia do
terreno. Observa-se, por exemplo, que ora os volumes estão paralelo às curvas
de nível (Bonito -2005; Varanda, 2008) (Figura 51), ora perpendiculares (Atelier –
2002; Mínima - 2008) (Figura 52).
Figura 48: Planta baixa com marcação das estações analisadas. .Itanhangá, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 49: Visual da estação 1. .Itanhangá, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 50: Visual da estação 2. .Itanhangá, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
39
O partido formal das casas apresentam volumes compactos e pavilhonares. Há
neles uma contradição entre explorar o arranjo volumétrico ou planar. A Atelier e a
Varanda projetam seus beirais além das paredes, no entanto, de forma leve e
esbelta, sem eliminar a percepção do paralelepípedo. Na Casa Rio Bonito, o
peso dos dois grandes planos de pedra fecham a gestalt da forma e sugerem a
configuração de uma caixa (Figura 53).
Figura 51:Modelos tridimensionais da Casa Rio Bonito (2005) e Casa Varanda (2008). Nova Friburgo, RJ. 2005. Itanhangá, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 52:Modelos tridimensionais da Casa Atelier (2002) e Casa Mínima (2008). Itanhangá, RJ. 2008. Nova Friburgo, RJ. 2005. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
40
Algumas estratégias projetuais recorrentes no trabalho da arquiteta podem
evidenciar a vocação planar de seus projetos: a) estrutura metálica aparente e
independente, organizada numa grelha tridimensional, que organiza o arranjo
formal e funcional (Atelier – 2002; Varanda – 2008); b) painéis (Atelier, 2002) e
grandes aberturas entre planos (Rio Bonito – 2005; Varanda – 2008); c) laje de
piso elevada do chão, com referência às obras de Mies Van Der Rohe (Atelier –
2002; Rio Bonito – 2005; Varanda – 2008); d) Uso de beirais nas coberturas,
Figura 53:Modelos tridimensionais da Casa Atelier (2002), Casa Varanda (2008),Casa Rio Bonito (2005). Itanhangá, RJ. 2008. Nova Friburgo, RJ. 2005. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
41
desarticulando os elementos de arquitetura verticais e horizontais. Neste contexto,
a Casa Mínima é uma exceção e só faz referência ao vocabulário planar pelo uso
da leve cobertura, com avantajados beirais. Sem grandes rasgos abertos ao
entorno e maior peso em sua composição, configura dois blocos interligados bem
introspectivos (Figuras 54, 55, 56 e 57).
Aspectos Funcionais
Decorrente do programa compacto e das dimensões restritas, recorrentemente,
se observa duas estratégias: a) o zoneamento não é rígido, organizado por faixas
(Varanda, 2008) e não há preocupação em concentrar os núcleos hidráulicos (Rio
Bonito – 2005; Varanda – 2008; Mínima – 2008), como frequentemente nos
programas de casas compactas (COSTA, 2014); b) não há uma clara hierarquia
de acessos e as circulações não se espacializam, provocando percursos em
“suíte” e periféricos em relação à geometria dos ambientes (Figuras 58 a 61).
Figura 54: Casa Atelier (2002). Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte: http://archtendencias.com.br/arquitetura/casa-atelier-carla-juacaba-mario-fraga
Figura 55: Casa Rio Bonito (2005). Nova Friburgo, RJ. 2005. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-159708/casa-rio-bonito-carla-juacaba
Figura 56: Casa Mínima (2008). Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte: http://www.darchitectures.com/larc-vision-prize-women-and-architecture-revele-de-nouveaux-talents-a1130.html
Figura 57: Casa Varanda (2008). Itanhangá, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:http://www.archdaily.com.br/br/01-161067/casa-varanda-carla-juacaba
42
Figura 58:CASA VARANDA - Planta baixa com esquema de circulação. Itanhangá, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 59:CASA ATELIER - Plantas baixas com esquema de circulação. Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 61:CASA MÍNIMA - Planta baixa com esquema de circulação, acesso e indicação de hierarquia espaços da casa. Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 60:CASA RIO BONITO - Planta baixa com esquema de circulação. Nova Friburgo, RJ. 2005. Carla Juaçaba Arquitetura. Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
43
Espacialidade
Através da observação das linhas de circulação e da posição dos elementos de
composição irregulares, pode-se dividir o conjunto de casas em dois grupos: um é
formado pela Casa Atelier e pela Casa Varanda; o outro pela Casa Rio Bonito e
pela Casa Mínima. No primeiro grupo, a circulação mais dinâmica e menos
impositiva possibilita ao usuário um percurso menos óbvio e com maior
possibilidade de interações. As relações ora se estendem ao exterior, ora dão
continuidade a outros espaços desconhecidos no trajeto. O segundo grupo,
formado pelas casas Rio Bonito e Mínima, a posição dos elementos de
composição irregulares torna os percursos menos dinâmicos, mesmo que na Rio
Bonito este percurso ainda estabeleça forte relação com o exterior.
Nos dois grupos, com exceção da Mínima, as circulações periféricas, tangentes
aos planos envidraçados, direcionam as visuais do usuário para o exterior,
estabelecendo uma tensão multidirecional. Esta tensão é ainda mais dramatizada
pela presença de elementos de iluminação zenital, que também revelam o exterior
(Rio Bonito, 2003; Varanda – 2008).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É possível perceber que as casas de Carla Juaçaba, na sua maioria refúgios,
permitem uma liberdade criativa dentro da tipologia residencial. Sem limites
rígidos de legislação urbana, nem restrições de terrenos compactos, possibilitam
ao arquiteto idealizar partidos bastante diferenciados. Característica do escritório
estudado e/ou das demandas do cliente é que, mesmo possuindo terrenos
amplos, opta-se pela construção de partidos compactos e programas mínimos,
enfatizando a relação com a natureza. Tais características revelam uma constante
experimentação de permeabilidades em busca da integração com exterior.
Carla Juaçaba destaca-se na experimentação de uma residência pouco usual,
porém, não inédita. Exalta a importância do entorno, da paisagem, da natureza, a
funcionalidade e o zoneamento, gerando a plantas e fachadas livres, tudo à
mostra, tudo em sua forma pura. O vocabulário já é conhecido, assim como suas
44
soluções. Carla Juaçaba reitera o modernismo e suas peculiaridades na maneira
de projetar residências. O que a torna contemporânea é o respeito ao lugar. A
característica internacional moderna não se faz presente. O local em que as obras
estão inseridas exaltam a importância do lugar, que pode ser percebido na
escolha dos materiais, quase sempre locais, complementando tecnologias mais
atuais, como o uso de pedras e estrutura metálica (Casa Rio Bonito, 2005). Por
serem mais rurais, as casas permitem que a arquiteta tenha certa ousadia
criativa, fator de grande importância na experimentação de residências mais
integradas ao ambiente externo.
A observação e análise das casas de Carla Juaçaba, objetivo deste trabalho de
estágio, permitiu a compreensão sua produção residencial. A demonstração do
que é recorrente e específico no seu modo de projetar, evidenciando suas
características peculiares, subsidia de forma consistente a pesquisa em que está
inserida. Por ser esta pesquisa um estudo em fase inicial, diversos desafios
tiveram que ser vencidos, técnicas desenvolvidas e adaptadas, padronizações e
métodos de trabalho criados. Apesar de as casas serem de dimensões modestas,
o tempo tornou-se o grande obstáculo a ser vencido para atingir a meta de
produzir o material gráfico e as análises das quatro obras. Ao mesmo tempo, foi
bastante proveitosa a ampliação de conhecimentos sobre o que está por trás do
ato de projetar, revelada pela análise da arquitetura e pelo o estudo das
estratégias projetuais, através desta pesquisa científica. Este poderoso
instrumento é uma prática de grande importância dentro da graduação. Para os
estudantes é uma oportunidade única de experiência prática dentro do campo
acadêmico que reflete positivamente na qualificação profissional.
45
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHING, F. D. K. Arquitectura: forma, espacio y orden. México: Gustavo Gili,
1973.
COSTA, A. E. . O Gosto pelo Sutil: confluências entre as casas-pátio de Daniele
Calabi e Rino Levi. Porto Alegre: UFRGS, 2011 (Tese de Doutorado).
COTRIM, Marcio ; GUERRA, Abilio . Entre o pátio e o átrio. Três percursos na
obra de Vilanova Artigas. Arquitextos (São Paulo), v. 150, p. 00, 2012.
DIEMER, Merlin Janina. O “rompimento da caixa” e suas consequências na
prática do projeto residencial no século XX.Porto Alegre: UFRGS,
2006 (Tese de Mestrado).
GONSALES. Célia Helena Castro. Residência e cidade: Arquiteto Rino Levi. São
Paulo: Vitruvius:ano 01, jan. 2001.
MAHFUZ, Edson da Cunha. Ensaio sobre a razão compositiva. Viçosa: UFV; Belo
Horizonte: AP Cultural, 1995.
MARTÍ ARIS, Carlos. Le variazioni dell’identità: il tipo nella architettura. Torino: Città
Studio Edizione, 1993.
MARTINEZ, Alfonso Corona. Ensaio sobre o projeto. Brasília: UNB, 2000.
REICHILIN, Bruno. Tipo e tradizione del Moderno. Casabella,Milano, n. 509-510,
p. 32-39, gennaio/febbraio1985.
ROSSI, Aldo. A Arquitetura da Cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
DELAQUA, Victor. "Casa Varanda / Carla Juaçaba" 17 Dec 2013. ArchDaily
Brasil. Acessado 21,Ago. 2014. http://www.archdaily.com.br/161067/casa-
varanda-carla-juacaba
http://revistamdc.files.wordpress.com/2008/12/mdc01-prj03.pdf
2014
1
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2014
Ensaio sobre a razão compositiva | adição e subtraçãomahfuzmahfuzmahfuzmahfuz
Residência e cidade | Arquiteto Rino Levi
Célia Helena Castro Gonsalesgonsalesgonsalesgonsalesgonsales
2014
2014
2
- Regularidade geométrica
- Ortogonalidade
- Partido em “T” ou retangular
partido formalpartido formalpartido formalpartido formal planar / volumétricoplanar / volumétricoplanar / volumétricoplanar / volumétricocompacto / aditivocompacto / aditivocompacto / aditivocompacto / aditivollllinear, centralizado ou em grelhainear, centralizado ou em grelhainear, centralizado ou em grelhainear, centralizado ou em grelha
gonsalesgonsalesgonsalesgonsales | | | | rino levi mahfuzmahfuzmahfuzmahfuz
LINEAR: ordena partes, cria direções
1. Linha cria direcionamento ao movimento
2. Sequência de espaços pode criar um objeto contínuo
ou em série
PONTO:1. centralizada: espaços adjacentes subordinam-se ao
espaço central
2. pátio/átrio: não é o espaço principal da residência
3. radial: alas partem do núcleo central e definem
espaços abertos entre elas
GRELHA:Repetição de determinadas direções e dimensões em
toda sua extensão
COMPOSIÇÃO SUBTRATIVA + PARTIDO COMPACTO:Sólido de onde são retiradas partes, sem comprometer a
forma básica
COMPOSIÇÃO ADITIVA + PARTIDO DECOMPOSTO:Agrupamento de volumes claramente individualizados
2014
lugarlugarlugarlugar lote |curtos/profundos, largos/estreitos, meio de lote |curtos/profundos, largos/estreitos, meio de lote |curtos/profundos, largos/estreitos, meio de lote |curtos/profundos, largos/estreitos, meio de quadra/esquinaquadra/esquinaquadra/esquinaquadra/esquinatopografia do terreno, visuais, orientação solar, etc.topografia do terreno, visuais, orientação solar, etc.topografia do terreno, visuais, orientação solar, etc.topografia do terreno, visuais, orientação solar, etc.pressão dos edifícios do entorno sobre o projetopressão dos edifícios do entorno sobre o projetopressão dos edifícios do entorno sobre o projetopressão dos edifícios do entorno sobre o projeto
LOTE AMPLO | largura = profundidade
- Partido em “T”
LOTE COMPACTO | largura < profundidade
- Partido retangular
- Terreno em meio de quadra
- Edifício isolado decorrente dos recuos
- Introspecção + continuidade visual
- Uso de iluminação zenital
-Possibilidade de acomodação ao lote
urbano tradicional | casa não-monumento
mahfuzmahfuzmahfuzmahfuz
LINEAR:Adaptar-se à topografia, indicar visuais,
direcionar movimentos
PONTO:Indica o ponto focal de grande importância
PARTIDO COMPACTO:Gerado a partir das demandas de um volume
máximo exigido pelo plano diretor
PARTIDO DECOMPOSTO:1.Gerado para diminuir o impacto de um
programa com área muito grande sobre seu
contexto
2.Integração do edifício com espaço
circundante ou contexto urbano
3.Destacar no volume componentes do
programa
gonsalesgonsalesgonsalesgonsales | | | | rino levi
2014
2014
3
programaprogramaprogramaprograma arranjo em alas desconectadas ou espaço arranjo em alas desconectadas ou espaço arranjo em alas desconectadas ou espaço arranjo em alas desconectadas ou espaço contínuocontínuocontínuocontínuoarranjo térreo ou em níveisarranjo térreo ou em níveisarranjo térreo ou em níveisarranjo térreo ou em níveis
- Arranjo térreo
LOTE AMPLO + PARTIDO EM “T”:
- 3 alas:
1. zona diurna - corpo linear paralelo à rua
2. zona noturna – ala perpendicular à linha
3. pátios – um social, outro privativo dorm.
LOTE COMPACTO + PARTIDO RETANGULAR :
1. recuos geram espaços para pátios que
podem ser centrais ou aproveitar os recuospara dar continuidade aos espaços internos
mahfuzmahfuzmahfuzmahfuz
LINEAR:Espaços contínuos e seriados, podendo
ocorrer em todos os sentidos, horizontal,
vertical e diagonal
PONTO:Organiza espaços contíguos circundantes
GRELHA:Permite desenvolver o partido em várias
direções
PARTIDO COMPACTO:Podem apresentar compacidade em seu
interior e exterior, assim como apresentar
interior organizados de forma aditiva
PARTIDO DECOMPOSTO:Organiza-se em alas desconectadas, com
usos específicos
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2014
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EPARTIDO FORMAL/ IMPLANTAÇÃO
Partido formal: - planar/ volumétrico
- compacto/ aditivo;
- linear, centralizo ou em grelha;
Lugar: - lote – curtos/profundos, largos/estreitos, meio de quadra/esquina;
- topografia do terreno, visuais, orientação solar, etc.;
- pressão dos edifícios do entorno sobre o projeto.
Programa: - arranjo em alas desconectadas ou espaço contínuo;
- arranjo térreo ou em níveis.
CONFIGURAÇÃO DAS ALAS
Posições dos elementos de composição: - regular;
- irregular no perímetro externo/aceito no interior/ volume isolado;
Linha circulatória: - especializada, conduzindo a lugares privados;
- sugerida, na continuidade espacial.
EIXOS DE ACESSO E CIRCULAÇÃO DO CONJUNTO
Halls
Corredores ou circulações: - periféricos ou centralizados;
ESPACIALIDADE
Características compositivas: - planos horizontais, planos verticais e aberturas;
Percursos no espaço: - posição e dimensão de portas e janelas;
- dimensões proporcionais dos ambientes;
- visuais
- layout do mobiliário
Relações ambientes e adjacentes: - abertas ou fechadas;
- dinâmicas ou estáticas.
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ÃO Nesta categoria de análise, busque identificar a relação entre os partidos formais, o lote e o
programa.
PARA IDENTIFICAR OS PARTIDOS FORMAIS
Duas estratégias definem, de modo mais recorrente, o partido formal de um projeto:
1. MANIPULAÇÃO DE VOLUMES
2. MANIPULAÇÃO DE PLANOS
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1. MANIPULAÇÃO DE VOLUMES: composição subtrativa
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1. MANIPULAÇÃO DE VOLUME: composição aditiva
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A manipulação dos volumes, seja numa composição aditiva, seja numa composição subtrativa,
obedece a três princípios de organização principais:
- Ponto
- Linha
- Grelha
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PRINCÍPIO DE ORGANIZAÇÃO: Ponto
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PRINCÍPIO DE ORGANIZAÇÃO: Linha
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PRINCÍPIO DE ORGANIZAÇÃO: Grelha
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ÃO 2. MANIPULAÇÃO DE PLANOS:
- Busca romper os limites da “caixa”, tensionando a gestalt da forma.
- Os elementos de arquitetura (lajes, paredes, muros) são tratados de forma independente, o que
promove o transpasse dos mesmos
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2. MANIPULAÇÃO DE PLANOS: As composições planares buscam estabelecer uma intensa relação entre interior-
exterior. Para tanto, adotam as seguintes estratégias:
2.1. Uso de tipologia que favorecem a relação do interior com o exterior:
PAVILHÃO: arranjos lineares
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PÁTIO: arranjos centrados em ponto
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DIEMER, 2006, P. 49
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2. MANIPULAÇÃO DE PLANOS:
2.2. Definição de espaços “intermediários”, que valorizem a “experiência perceptiva”, rica
em sensações.
SEMI-PÁTIOS
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INDEFINIÇÃO DAS MARGENS
DIEMER, 2006, P. 59
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Linha
Subtração
Adição
Pode estar vinculado ao desejo de promover privacidade ou
segurança. Também pode ser uma resposta paisagística,
diante de um contexto pouco estimulante para o
estabelecimento de visuais entre interior e exterior.Ponto
PRINCÍPIO DE ORGANIZAÇÃO
MANIPULAÇÃO DA FORMA
Mahfuz (1985) sugere uma estreita relação entre as estratégias compositivas e o lugar
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GONSALES, Célia Helena Castro. Residência e cidade. Arquiteto Rino Levi. Arquitextos, São Paulo, ano 01, n.
008.14, Vitruvius, jan. 2001 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/01.008/939>.
As imagens revelam um estudo sobre as casas de Rino Levi, em que é enfatizada a relação do partido
compacto ou aditivo com as dimensões do lote: se curtos ou profundos, se largos ou estreitos, se de
meio de quadra ou esquina
Na relação DO PARTIDO FORMAL com o LUGAR, avalie, além da geometria do lote:
- topografia do terreno
- visuais
- orientação solar
- pressão dos edifícios do entorno sobre o projeto.
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Ao analise a relação do Programa com Partido Formal e o Lugar, identifique:
ARRANJO EM ALAS DESCONECTADAS:
Volumes expressam as diferentes partes do programa, buscando definir um “zoneamento” eficiente;
Podem ser explorados arranjos térreos (com 3 ou 2 volumes, com o setor íntimo numa ala isolada) ou
em níveis (com setor íntimo num pavimento isolado);
Os arranjos térreos normalmente se manifestam em lotes de dimensões generosas;
Observar que a natureza programática de cada ala busca se relacionar diretamente com a natureza do
lugar: com a orientação solar e com as visuais, com os acessos e com o desejo de privacidade, com a
topografia do terreno, etc
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Ao analise a relação do Programa com Partido Formal e o Lugar, identifique:
ARRANJOS EM ESPAÇOS CONTÍNUOS:
As diversas partes do programa se subordinam a um volume único pré-definido;
Podem ser explorados arranjos térreos (com o zoneamento definido por “faixas”) ou em níveis
(com setor íntimo num pavimento isolado);
Normalmente se manifestam em lotes de dimensões restritas ou em terrenos grandes em que o
programa exige a compacidade do edifício;
Observar que o arranjo das “faixas” também busca se relacionar com os condicionantes impostos
pelo terreno.
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EPARTIDO FORMAL/ IMPLANTAÇÃO
Partido formal: - planar/ volumétrico
- compacto/ aditivo;
- linear, centralizo ou em grelha;
Lugar: - lote – curtos/profundos, largos/estreitos, meio de quadra/esquina;
- topografia do terreno, visuais, orientação solar, etc.;
- pressão dos edifícios do entorno sobre o projeto.
Programa: - arranjo em alas desconectadas ou espaço contínuo;
- arranjo térreo ou em níveis.
CONFIGURAÇÃO DAS ALAS
Posições dos elementos de composição: - regular;
- irregular no perímetro externo/aceito no interior/ volume isolado;
Linha circulatória: - especializada e sugerida.
- periférica e centralizada;
EIXOS DE ACESSO E CIRCULAÇÃO DO CONJUNTO
Halls
Corredores ou circulações:
ESPACIALIDADE
Características compositivas: - planos horizontais, planos verticais e aberturas;
Percursos no espaço: - posição e dimensão de portas e janelas;
- dimensões proporcionais dos ambientes;
- visuais
- layout do mobiliário
Relações ambientes e adjacentes: - abertas ou fechadas;
- dinâmicas ou estáticas.
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Nesta categoria de análise, analise a geometria das alas, identificando a disposição dos seus
elementos de composição.
Antes, porém, é importante entender o que se entende como elementos de arquitetura e
elementos de composição. Segundo Alfonso Corona Martinez (2000, p. 157):
- Elementos de Arquitetura são elementos materiais que formam uma edificação, como as
paredes, as portas, as janelas e as escadas.
- Elementos de Composição são elementos imateriais, os espaços delimitados pelos
elementos de Arquitetura.
- Elementos de arquitetura podem ser considerados os corpos e os elementos de composição
os espaços.
- O agrupamento de elementos de composição, reunidos espacialmente por afinidades de
usos, define o que se chama de zoneamento.
No arranjo de uma planta, os elementos de composição podem ser REGULARES (OU
REPETITIVOS) E IRREGULARES. Nos programas habitacionais, normalmente, quartos são
elementos repetitivos e banheiros e cozinhas são elementos irregulares. Neste sentido, Martinez
observa:
“No caso das habitações, as redes de serviços que incidem em especial sobre banheiros e
cozinhas fazem com que estes sejam elementos de pouca mobilidade nas plantas; seu
desenhos como “mínimos” os tornam pouco modificáveis, aproximando-os do status projetual
que possuíam os Elementos de Arquitetura”. (MARTINEZ, 2000, p. 162)
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ESTRATÉGIAS DE INSERÇÃO DOS ELEMENTOS DE ARQUITETURA IRREGULARES:
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ESTRATÉGIAS DE INSERÇÃO DOS ELEMENTOS DE ARQUITETURA IRREGULARES:
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Entre os séculos XIX e XX, são identificados três esquemas principais de circulação:
EM “SUÍTE”: circulação cômodo a cômodo, tendo que passar através de um ambiente para se chegar num outro;
ESPACIALIZADA: circulação independente dos cômodos, buscando promover privacidade e autonomia de
uso. Neste caso, a circulação é um elemento de composição autônomo, que conduz a lugares privados;
SUGERIDA: circulação estabelecida na continuidade espacial, tendo, de certo modo, um caráter residual.
(MARTINEZ, 2000, p. 31).
Se considerada a posição das circulações no volume edificado, estas podem ser:
CENTRALIZADAS: configuram um corredor de “carga dupla”, que diminui a extensão do volume edificado;
PERIFÉRICAS: configuram um corredor de “carga simples”, que pode ser relacionar física e visualmente
com o exterior;
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CIRCULAÇÃO SUGERIDA/ ESPACILIZADA/ CENTRALIZADA CIRCULAÇÃO ESPACILIZADA/ SUGERIDA/ PERIFÉRICA
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Casa do Cafezal FGMF ArquiteturaCasa Aberta FGMF
COMPOSIÇÃO SUBTRATIVA
CIRCULAÇÃO ESPACILIZADA/ SUGERIDA/ PERIFÉRICA
Nas composições aditivas, a circulação podem se expressar mais facilmente, assumindo configuração
própria, capaz de orientar o arranjo final do edifício.
Nas composições subtrativas, a expressão da circulação fica contida pelo envoltório pré-concebido
do arranjo formal (Martinez, 2000, p. 29 e 30)
COMPOSIÇÃO ADITIVA
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A especialização da circulação definiu nos edifícios um sistema circulatório, em que se percebe
diferentes categorias e hierarquias de circulação.
Este sistema articula: 1) acessos distintos (hall social e serviço, por exemplo); 2) e os diversos
setores, definidos por ambientes espacialmente contínuos e/ou ambientes compartimentados.
No Movimento Moderno, Corona Martinez (2000, p. 171 e 173) identifica algumas estratégias
recorrentes no tratamento das circulações, entre as quais se destaca:
Casa das Pérgolas Deslizantes. FGMF
Circulação Principal
Circulação Secundária
Circulação Social
Circulação Serviço
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EPARTIDO FORMAL/ IMPLANTAÇÃO
Partido formal: - planar/ volumétrico
- compacto/ aditivo;
- linear, centralizo ou em grelha;
Lugar: - lote – curtos/profundos, largos/estreitos, meio de quadra/esquina;
- topografia do terreno, visuais, orientação solar, etc.;
- pressão dos edifícios do entorno sobre o projeto.
Programa: - arranjo em alas desconectadas ou espaço contínuo;
- arranjo térreo ou em níveis.
CONFIGURAÇÃO DAS ALAS
Posições dos elementos de composição: - regular;
- irregular no perímetro externo/aceito no interior/ volume isolado;
Linha circulatória: - especializada e sugerida.
- periférica e centralizada;
EIXOS DE ACESSO E CIRCULAÇÃO DO CONJUNTO
Halls
Corredores ou circulações:
ESPACIALIDADE
Características compositivas: - planos horizontais, planos verticais e aberturas;
Percursos no espaço: - posição e dimensão de portas e janelas;
- dimensões proporcionais dos ambientes;
- visuais
- layout do mobiliário
Relações entre ambientes : - abertas ou fechadas;
- dinâmicas ou estáticas.
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ECONCEITOS
Espacialidade se relaciona com a experiência concreta do espaço, através do movimento, e com o
significado que ele passa a ter para as pessoas. (LEATHERBARROW, 2008).
Este conceito se aproxima do conceito de tipologia espacial: “[...] a tipologia formal na sua
concepção completa, aquela da tridimensionalidade dinâmica (onde interferem as relações, ou seja, o
movimento como ‘quarta dimensão’)” (CORNOLDI, 1994, p. 18, tradução nossa).
RELEVÂNCIA
O estudo da espacialidade (ou tipologia espacial) passa a ter importância ao se perceber que um
arranjo tipológico convencional, depreendido da análise bidimensional do objeto, não traduz a sua
complexidade. Arranjos tipológicos diferentes podem desfrutar de uma mesma espacialidade, assim
como casas com mesmo tipo podem não desfrutar de uma mesma espacialidade. (CORNOLDI, 1999)
MÉTODO
Busca-se identificar a tensão vivenciada nas sequências espaciais:
1. Definir percursos: sugere-se entre hall de entrada > setor social > setor íntimo (fazer planta com
estações de observação. Cada estação define uma imagem 3d, que ilustra a análise)
2. Analisar características e as relações entre os ambientes:
• Características compositivas dos ambientes: é uma descrição objetiva, absoluta, e
procura descrever a coisa em si, o espaço geométrico.
• Características dos percursos no espaço e Relações espaciais dos ambientes com os
seus adjacentes: são descrições relativas, destacando a existência dos objetos e a
relação de uns com os outros, ou seja, o espaço topológico
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São descritos os elementos de arquitetura, ou “fechamentos”, que definem a qualidade espacial dos ambientes:
PLANOS HORIZONTAIS:
Pisos: as variações de níveis dos pisos determinam a classificação dos planos horizontais:
piso-base, piso-elevado e piso-rebaixado.
Forros: O plano de cobertura pode determinar e articular volumes dentro de um espaço interior,
modificar a proporção de um ambiente, ou ainda permitir a entrada de luz e da ventilação.PL
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ABERTURAS:
• nos planos: rodeada
perimetralmente pelo plano
• nos cantos: dispostas junto às
arestas dos volumes
• entre planos: disposta
horizontalmente entre as paredes, ou
verticalmente, entre o teto e o piso.PL
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São destacadas tensões promovidas pelos aspectos direcionais e visuais
dos ambientes.
Condicionam estas tensões:
• Dimensões proporcionais dos ambientes;
• Posição e dimensão de portas e janelas;
• Visuais, antecipando visualmente os ambientes na sequência
espacial e preparando o fruidor para a experiência que irá vivenciar;
• Layout do mobiliário, indicando “barreiras” x passagens;
(A)
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STipos de tensão a serem registradas:
Tensão unidirecional ocorre:
• em ambientes configurados por planos
paralelos fechados, com a luz disposta
em um de seus lados;
• em ambientes mais estreitos e
compridos, que induzem à circulação;
Tensão na diagonal da planta ocorre:
• em ambientes com aberturas nas
arestas do volume,
Tensão multidirecional ocorre:
• em ambientes com excessiva
disposição de aberturas em um de
seus planos, rompendo o seu caráter
direcional;
• em ambientes suscetíveis a se
subdividir em várias zonas
Caráter estático ocorre:
• em ambientes com proporções
quadráticas;
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SAs sequências espaciais entre os ambientes podem ser
abertas ou fechadas, dinâmicas ou estáticas:
Relações fechadas: caracterizam os espaços da vida
privada ou espaços comuns que exigem isolamento,
acessados por uma única porta.
Relações abertas: caracterizam os espaços que, sem
portas, ganham liberdade de comunicação, atendendo às
demandas de vidas domésticas ricas em interações.
Relações estáticas: são aquelas em que a todos os espaços
estabelecem uma conexão única, normalmente organizada
por um eixo simétrico.
Relações dinâmicas: são aquelas em que as relações
espaciais provocam tensões entre áreas principais e áreas
marginais. As relações dinâmicas são favorecidas pelos
sistemas assimétricos e pela geometria adotada. A assimetria
permite o imprevisto e o deslocamento livre e dinâmico nas
sequências espaciais. A geometria aditiva, com
deslocamentos e sobreposições de volumes, pode também
promover ângulos com situações particulares, configurando
uma planta com vários centros e níveis de tensão.
As variáveis - aberto-fechado e estático-dinâmico - podem
sobrepor-se, criando inúmeros tipos de sequência espacial.
Passo a passo para o trabalho de registro de uma residência (redesenho e modelo tridimensional) 1º passo – conhecendo o material
será fornecido pelo professor da disciplina uma pasta nomeada alunos_material, onde você encontrará:
o arquivo Instruções.pdf fornece as informações necessárias para elaboração e formatação do trabalho
os arquivos têm um padrão para nomeação que deverá ser seguido, uma espécie de abreviação para facilitar o trabalho:
redesenho: rd modelo digital: md modelo físico: mf quadro analítico: qd imagens analíticas: ia (contidas dentro do quadro analítico)
a pasta entrega vem dividida em subpastas e essa organização deve ser mantida, apenas renomeando-as quando for necessário, trocando a
palavra “casa” pelo nome da residência em estudo (ver pasta exemplo)
na pasta 01. material encontrado deve ser colocado todo material de relevância encontrado nas pesquisas (desenhos técnicos, croquis, fotografias antigas, textos, documentos, etc.)
na pasta 02. material elaborado deverá ser colocado o material elaborado pelos alunos: redesenho em formato .dwg modelo tridimensional digital em formato .skp imagens do modelo tridimensional em formato .tif quadro analítico em formato .dwg imagens analíticas em formato . tif modelo tridimensionais analíticos em formato .skp
Em caso de dúvida, não deixe de olhar a pasta exemplo encaminhada juntamente a esse material. 2º passo – elaboração do redesenho
O trabalho se inicia na pesquisa, coleta de dados sobre a residência e arquiteto em questão; A partir do material encontrado será elaborado o redesenho da residência, que será resultado da interpretação dos materiais encontrados;
...
O template do redesenho está disponível dentro da pasta 02. material elaborado - nomeado como casa_rd.dwg -, assim como o arquivo de penas_rd, configurado para a utilização dos layers presentes no arquivo fornecido;
Dentro do arquivo casa_rd.dwg estão presentes todos os layers necessários para a representação padrão; Os símbolos contidos no template devem respeitar a escala em que o desenho será visualizado no layout; A prancha padrão está no layout e tem o tamanho de uma folha A3;
Não esquecer! O nome do arquivo deve ser substituído como no exemplo 3º passo – elaboração do modelo tridimensional digital
Com o redesenho finalizado, passa-se para o modelo tridimensional digital; O template (casa_md) para esta etapa também está na pasta 02. material elaborado, como pode ser observado no esquema acima; O arquivo de SketchUp deve ser configurado no Estilo de engenharia, evitando a vista do horizonte (divisão por cores). Abaixo o caminho para
alterar o estilo no programa: Janela -> Estilo -> Estilos Padrão -> Estilo de engenharia
O arquivo enviado já está com o estilo configurado corretamente, também neste arquivo existem exemplos de materiais e objetos, como a imagem humana e o modelo de árvore que devem ser utilizados.
Alguns pontos que devem ser levados em consideração para garantir a qualidade do modelo: Identificar os materiais que se destacam na edificação e evidenciá-los; Utilizar as texturas definidas no template sempre que possível; Levar em consideração somente a vegetação que for parte do projeto, ou que tenha grande importância para as decisões projetuais; Fazer o entorno da residência, locando-a no lote, quadra e marcando as ruas circundantes, além das edificações vizinhas que devem ser
representadas como prismas translúcidos, apenas como referência de gabarito e taxa de ocupação dos lotes próximos à residência.
Com o modelo finalizado, passa-se para a etapa de captura de imagens, onde teremos imagens em cores e em preto e branco: Salvar 10 cenas no SketchUp, mostrando as cenas descritas adiante; Exportar as 10 imagens (cenas) em .tif com o estilo sombreado com texturas; Fazer imagens com sombra
Não esquecer! A casa deve estar com o norte correto para que a sombra esteja de acordo com a original, afinal a orientação solar é um fator considerado na decisão projetual. Atenção! Para não perder a qualidade da imagem, faça o seguinte procedimento para exportar suas imagens:
Vá até o menu ARQUIVO > EXPORTAR > GRÁFICO 2D Na janela de exportação:
Escolha o formato Arquivo TIF (*.tif) Em seguida, aperte no botão Opções... (no canto inferior direto)
Nessa nova janela, desmarque a opção de “Usar tamanho da visualização” Depois coloque o valor de 4500 pixels para a Largura Marque a opção de Suavização de serrilhado
As imagens devem ser exportadas (cenas) e nomeadas conforme ordem abaixo: VISTA SUPERIOR – IMPLANTAÇÃO
nome do arquivo: casa_md (1) FACHADAS PERSPECTIVADAS
nome do arquivo: casa_md (2) nome do arquivo: casa_md (3)
nome do arquivo: casa_md (4) nome do arquivo: casa_md (5)
VISTAS SUPERIORES PERSPECTIVADAS - quatro cantos do terreno
nome do arquivo: casa_md (6) nome do arquivo: casa_md (7)
nome do arquivo: casa_md (8) nome do arquivo: casa_md (9) VISTA DO OBSERVADOR
nome do arquivo: casa_md (10)
Utilizar as 10 cenas feitas anteriormente e
exportá-las com o estilo de linha oculta
(essas são as imagens em preto e branco)
4º passo – elaboração do modelo tridimensional físico
O modelo deve ser ANALÍTICO Modelo analítico ≠ Modelo comercial
Materiais da maquete física: Papel paraná Papelão de sapateiro Papel duplex Papel micro-ondulado Papel camurça Papel craft
Cartolina Isopor Cola de isopor Acetato MDF...
Como fotografar o modelo digital físico:
Câmera fotográfica com resolução superior a 10 megapixels Boas condições de luz Fundo homogêneo preto ou branco
Não colocar efeitos nas fotos, como p&b, sépia, vintage, etc. Exemplos:
http://www.historiaenobres.net/
5º passo – elaboração do quadro analítico Dividido em três grupos: funcional, formal e construtivo; O quadro analítico é o produto de toda interpretação e descobertas feitas ao longo do trabalho; A síntese (texto) deve ser produto das imagens analíticas (elaboradas pela equipe); As imagens do modelo digital ou físico que forem usadas no quadro, devem estar dentro da mesma pasta que o arquivo casa_qd.dwg e
nomeadas como casa_ia, como no exemplo; Caso não seja possível analisar um dos parâmetros, a linha deve ser desconsiderada (apagada) e o quadro deve ser reajustado; Se houver alguma peculiaridade no objeto de estudo, é possível acrescentar um novo parâmetro ao quadro (em comum acordo com o
orientador); O arquivo de penas é diferente daquele destinado ao redesenho, e está na pasta; No template estão presentes instruções importantes que devem ser seguidas.
2014
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2014
A proximidade do rio tornou-se fator determinante para opartido adotado. Dois espessos muros de pedrassustentam quatro vigas metálicas, nas quais se apoiam aslajes de piso e cobertura. O peso da estrutura contrastacom a leveza do vão, realç ada por duas clarabóias queseparam a laje de cima dos muros estruturais. A casasuspensa do chão, fica protegida da umidade eintempéries, e ao mesmo tempo permite a visão do riopassando ao largo. Nos muros de pedra um fogão a lenhae uma lareira, um de cada lado da casa, garantem oaquecimento dos ambientes. No exterior, a escadaconstruída pela subtração escalonada das pedras do muroleva ao terraço: observatório de estrelas. Água e fogo,peso e leveza, arcaico e moderno na cosmologia dohabitat.
casa rio bonito | 2005casa rio bonito | 2005casa rio bonito | 2005casa rio bonito | 2005
r io bonito | lumiar | nova r io bonito | lumiar | nova r io bonito | lumiar | nova r io bonito | lumiar | nova friburgofriburgofriburgofriburgo | | | | rio de janeiro rio de janeiro rio de janeiro rio de janeiro
área construída | 70m| 70m| 70m| 70m²terreno | 5000m²
texto | texto | texto | texto | mdc.arq.br
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acervo acervo acervo acervo carlacarlacarlacarla juaçabajuaçabajuaçabajuaçaba | | | | redesenhoredesenhoredesenhoredesenho2014
terreno não disponívelterreno não disponívelterreno não disponívelterreno não disponível | | | | 3d3d3d3d2014
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Localizada no mesmo terreno que a casa Rio Bonito.Construída no cume da montanha, buscando uma vistapanorâmica. É uma casa para receber amigos e espaço decontemplação.
casa mínima | 2008casa mínima | 2008casa mínima | 2008casa mínima | 2008
r io bonito | lumiar | nova r io bonito | lumiar | nova r io bonito | lumiar | nova r io bonito | lumiar | nova friburgofriburgofriburgofriburgo | | | | rio de janeiro rio de janeiro rio de janeiro rio de janeiro
área construída | 24m| 24m| 24m| 24m²terreno | 5000m²
2014
acervo acervo acervo acervo carlacarlacarlacarla juaçabajuaçabajuaçabajuaçaba – disparidades plantas e fotosdisparidades plantas e fotosdisparidades plantas e fotosdisparidades plantas e fotos | | | | redesenhoredesenhoredesenhoredesenho2014
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topografia não disponível topografia não disponível topografia não disponível topografia não disponível – retirada de um corteretirada de um corteretirada de um corteretirada de um corte | | | | 3d3d3d3d2014
O que traz privacidade à cristaleira é a imersão na natureza.
O rasgo de luz desenhaa passagem dodia.
Uma casa feita para a neta do arquiteto Sérgio Bernardes eum artista plástico colombiano foi o desafio. A princípioqueriam que a casa se parecesse com a Casa Lota feita porseu avô em 1950, de onde permanecem alguns materiaiscomo o teto. A evolução do projeto se deu com muitainteratividade. A casa divide o terreno longitudinalmente emdois. Essa implantação foi o princípio do projeto. O objetivoinicial foi preservar todas as árvores centenárias. A sala estáno centro, os dormitórios nos extremos. No centro a casa seabre numa ampla varanda. As casas brasileiras geralmentetêm varanda, neste caso também. A estrutura, de perfissoldados de aço corten, foi levantada em 15 dias. A geografiada região, sob uma montanha e sujeita a inundações, foi oquemotivou a suspensão do piso em 80 cm.
texto | texto | texto | texto | archdaily.com.br
i tanhangáitanhangáitanhangáitanhangá | rio de janeiro | | rio de janeiro | | rio de janeiro | | rio de janeiro | rio de janeiro rio de janeiro rio de janeiro rio de janeiro
área construída | 140,40m| 140,40m| 140,40m| 140,40m²terreno | 1153m²
casa varanda | 2008casa varanda | 2008casa varanda | 2008casa varanda | 2008
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terreno não disponível terreno não disponível terreno não disponível terreno não disponível – topografia retirada de um cortetopografia retirada de um cortetopografia retirada de um cortetopografia retirada de um corte | | | | 3d3d3d3d2014
2014
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Amplos espaços e aberturas que se abrem para o exterior,buscando uma maior aproximação com a natureza. Oterreno, de topografia irregular e vegetação totalmentepreservada.A dupla função de atelier e residência divid e a área emdois espaços: atelier com pé direito duplo e a residênciaem dois níveis, sendo o pavimento inferior com cozinha eestar e o superior onde se situa o dormitório e terraçoaberto para o jardim. No interior, paredes móveis dividemos ambientes: integração de espaços, amplitude e bem-estar.
casa atelier | 2002casa atelier | 2002casa atelier | 2002casa atelier | 2002
i tanhangáitanhangáitanhangáitanhangá | rio de janeiro | | rio de janeiro | | rio de janeiro | | rio de janeiro | rio de janeiro rio de janeiro rio de janeiro rio de janeiro
área construída | 140m| 140m| 140m| 140m²terreno | 1123m²
car lacar lacar lacar la juaçabajuaçabajuaçabajuaçaba + + + + mariomariomariomario fragafragafragafraga
tr ech o texto em espanhol | tr ech o texto em espanhol | tr ech o texto em espanhol | tr ech o texto em espanhol | para a bienal de arquitectura latinoamer icana 2009
2014
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s egundo p avimentos egundo p avimentos egundo p avimentos egundo p avimento
2014
2014
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terreno não disponívelterreno não disponívelterreno não disponívelterreno não disponível | | | | 3d3d3d3d2014
CASA ATELIERLocal Itanhangá, Rio de JaneiroAno 2002Escritório Carla Juaçaba Arquitetura
Implantação e Partido Formal
A Casa Atelier, idealizada por Carla Juaçaba juntamente com Mário Fraga, é um refúgio localizado em Itanhangá, Rio de
Janeiro. Construída em 2002, além de local de descanso, serve como atelier integrado à residência.
A topografia marcante e a geometria do terreno condicionam a implantação. A casa se desenvolve em um volume único e
isolado, apesar do terreno amplo de 1123,00 m². O volume compacto é posicionado paralelamente e próximo à testada
oeste do terreno, confrontando as curvas de nível, o que determina o surgimento de um volume com dois pavimentos.
Densamente arborizada, parece ter sido explorada nas visuais dos ambientes. (Figura 1)
visual principal
cota mais baixatopografia
cota mais altatopografia
Figura 1: Princípios de organização e diretrizes de implantação no terreno.Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga.Fonte: OLTRAMARI, Natasha. 2014
Formalmente, o projeto apresenta um partido compacto vertical (Figura 2), com certa ambiguidade no seu tratamento,
visto que remete a uma linguagem planar explicitada através da cobertura e inúmeros painéis de vedação, utilizados como
sistema de abertura, que buscam uma forte e contínua integração com a área externa (Figura 3). Quando abertos, os
painéis causam uma indefinição de margens, criam uma imprecisão entre o que é espaço interno e externo.
O arranjo do volume é linear, estruturado a partir de uma grelha tridimensional, que, em planta, auxilia no
dimensionamento do programa e na divisão dos ambientes e, em fachada, define linhas reguladoras em várias direções,
explicitadas através da estrutura metálica (Figura 4).
setor íntimo setor social
setor íntimo
setor social
Figura 4: Fachada oeste. Esquema dos princípios de organização e distribuição do zoneamento.Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga.Fonte: OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 3: Linguagem planar da Casa Atelier.Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga.Fonte: http://www.carlajuacaba.com.br/casa-atelier/
Figura 2: Partido compacto vertical e topografia acidentada.Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga.Fonte: OLTRAMARI, Natasha. 2014
Configuração funcional
A casa explora o arranjo em níveis, definindo o zoneamento dos ambientes (Figura 4). O primeiro pavimento recebe o setor
social, com ateliê e pequeno estar, e o serviço, com a cozinha. Isolado no segundo pavimento, o setor íntimo localiza-se na
porção sul, a qual recebe menor insolação, posição justificada pelo clima quente e úmido do Rio de Janeiro, A varanda
aberta do segundo pavimento cria um estar íntimo e dá acesso ao único dormitório da residência que também possui
banheiro íntimo exclusivo. As aberturas norte e leste do atelier garantem a insolação no atelier. O restante do setor social
e do setor de serviço recebem luz da orientação leste, mais indiretamente, barrada pela vegetação densa (Figuras 4 e 5).
O acesso da Casa Atelier se dá através da porção social, no pavimento inferior. A partir dele a circulação principal dentro
da residência é periférica e não especializada, se relacionando visualmente e fisicamente com os ambientes dispostos em
sequência e com o espaço exterior. Este arranjo compromete a privacidade dos ambientes, visto que força a circulação
em “suíte” (Martinez, 2000) (Figuras 6 e 7).
primeiro pavimento
segundo pavimentosetor social setor íntimo serviço
Figura 5: Plantas baixas com indicação do zoneamento funcional.Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga.Fonte: OLTRAMARI, Natasha. 2014
O lavabo social, banheiro íntimo, cozinha e escada, encontram-se na metade sul da residência, voltados para visuais e
orientação solar menos privilegiada. O lavabo e o banheiro, em especial, não se destacam na configuração dos ambientes
e, entre pavimentos, encontram-se na mesma prumada, facilitando o tratamento externo de fachada, (Figura 8).
Figura 7: Visual do estar/atelier.Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga.Fonte: www.leonardofinotti.com/projects/atelier-house, 2006.
Figura 6: Plantas baixas com esquema de circulação.Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga.Fonte: OLTRAMARI, Natasha. 2014
primeiro pavimento
segundo pavimento
primeiro pavimento
segundo pavimento
perímetro livre do edifício (porção sul)
Lavabo social:mesma prumada
Banheiro íntimo:mesma prumada
Figura 8: Plantas baixas com configuração das alas.Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga.Fonte: OLTRAMARI, Natasha. 2014
Espacialidade
A partir do acesso principal, a mudança de altura dos ambientes na sequência espacial promove experiências espaciaisnão uniformes. (Figura 9). O recurso da monumentalização, gerada pelo pé-direito duplo, aberturas com grandes painéisentre pisos, abertura zenital, garantem ao ambiente o destaque e maior importância na configuração espacial da casa(Figura 8). Os demais ambientes da casa, apesar de terem grande integração com o exterior, possuem pé-direito simples emaior privacidade.
Nesta sequência, pode-se descrever:
1) A partir do atelier (estações 1 e 2), o plano vertical ampliado pela diferença entre piso-base e forro modifica a
percepção do espaço. As aberturas são formadas painéis entre planos e nos cantos que ocupam todo o pé-
direito. Tal característica, junto à falta de circulação especializada, cria tensões multidirecionais, bastante
abertas e dinâmicas, com possibilidade de acesso ao pátio/varanda ou ao estar reservado (Figuras 10 a 12). Ao
mesmo tempo, pode adquirir caráter mais introspectivo e estático, além de relações mais fechadas, quando os
painéis de acesso ao pátio e ao estar reservado forem fechados.
2) A porção social tem grande permeabilidade visual e física, promovendo uma continuidade espacial, que reforça a
organização linear da casa. Abre-se para o exterior de maneira nada tímida e amplia essa relação com pé-
direito duplo e abertura zenital no estar/atelier, estendendo-se para um pequeno pátio. Todos os ambientes do
setor social e serviço podem estar completamente integrados ou compartimentados, dependendo da vontade do
usuário, em manter os painéis abertos ou não. O serviço é a última zona desta linha, através da cozinha, é
possível chegar ao único acesso ao setor íntimo.
Figura 9: Marcação do primeiro pavimento – análise espacialidade.Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga.Fonte: OLTRAMARI, Natasha. 2014
3) Dando continuidade ao percurso, na estação 3, o observador atinge o estar reservado que possui um caráter
mais intimista, devido à diminuição do pé-direito e dimensões, funcionando como um espaço de transição. Seus
planos verticais encontram-se dispostos em “U”, porém, não são estáticos, graças à presença das divisórias
móveis e as aberturas entre planos. Somente as paredes que dividem o estar do lavabo social e da escada são
fixas. Deste ambiente é possível ter acesso direto e visual a um pequeno espaço aberto adjacente. Suas tensões
são multidirecionais, graças ao grande número de possibilidades de acesso aos espaços contíguos a ele, como a
cozinha, o atelier e à parte externa, porém, não configura um acesso principal da casa (Figuras 13 e 14).
4) Na estação seguinte, 4, a cozinha continua apresentando caráter dinâmico, com relações abertas e
multidirecionais, dando acesso ao estar reservado e ao único acesso ao setor íntimo, no segundo pavimento. A
escada apresenta a característica de piso elevado. Ao chegar na cozinha, o plano vertical principal apresenta-se
isolado, utilizando a declividade do terreno para criar o espaço da pia e fogão, construído com pedras locais,
deixando aparente a própria topografia. As aberturas entre planos acompanham a declividade das contenções
adjacentes, permitindo a interação com a natureza circundante e a entrada da luz solar pelas duas fachadas,
leste e oeste (Figuras 13 e 15).
Figura 12: Visual da estação 2.Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga.Fonte: OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 11: Visual da estação 1.Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga.Fonte: OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 10: Marcação das estações.Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura eMário Fraga.Fonte: OLTRAMARI, Natasha. 2014
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ento
5) A única circulação vertical da edificação leva ao segundo pavimento, no qual foram fixadas outras duas estações
de estudos que encontram-se na área íntima. (Figura 16). A estação número 5 localiza-se na varanda de acesso
ao dormitório, ainda se relaciona com a escada e à área externa, em cota mais alta. Completamente aberta,
funciona como um hall do setor. Não há fechamentos, somente na lateral que a divide o dormitório, os outros
planos verticais estão delimitados por elementos lineares verticais, caracterizados pelos pilares metálicos.
Provoca, desta maneira tensões multidirecionais, relações abertas e dinâmicas (Figuras 17 e 18). No dormitório, a
estação 6 fecha o percurso. Ele apresenta planos verticais em “U”, móveis e estáticos nas paredes do banheiro
Figura 16: Marcação do segundo pavimento – análise espacialidade.Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga.Fonte: OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 15: Visual da estação 4.Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga.Fonte: OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 14: Visual da estação 3.Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga.Fonte: OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 13: Marcação das estações.Itanhangá, RJ. 2002. Carla JuaçabaArquitetura e Mário Fraga.Fonte: OLTRAMARI, Natasha. 2014
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eiro p
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ento
íntimo. O restante são painéis móveis entre planos que permitem a visualização da área externa, porém, sem
acesso direto. Uma peculiaridade deste cômodo é o painel que, quando aberto, possibilita a visualização do pé-
direito duplo do estar e configura um rebaixamento do piso. No entanto, não é muito utilizado, pois através da
observação de documentos fotográficos, a cabeceira da cama fica posicionada diante este painel opaco e
apresenta-se sempre fechado. Desta maneira, o dormitório tem apenas um acesso e, diferente de todos os
espaços da Casa Atelier, provoca relações fechadas e estáticas, reforçando seu caráter privativo (Figuras 17 e
19).
Recorrente em toda a residência são aberturas entre planos, integrando os ambientes ao exterior arborizado. Além desta
característica, o uso de painéis ao invés de portas, amplia relação entre os cômodos e permite o isolamento ou não dos
mesmos, possibilitando o uso dos espaços como um ambiente único. Estes painéis, com dimensões condizentes aos
respectivos pés-direitos dos ambientes, envidraçados ou feitos por uma trama de taquaras, permitem a entrada de luz
entre os cômodos para além das suas bordas. Além disso, o fechamento destes painéis opacos modifica a percepção da
espacialidade dos ambientes, tornando-os mais introspectivos. Referente ao mobiliário, somente o das áreas molhadas é
sugerido nas plantas originais, portanto, não configuram barreiras dentro do percurso de análise da espacialidade.
Figura 19: Visual da estação 6.Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga.Fonte: OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 18: Visual da estação 5.Itanhangá, RJ. 2002. Carla Juaçaba Arquitetura e Mário Fraga.Fonte: OLTRAMARI, Natasha. 2014
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Figura 17: Marcação das estações.Itanhangá, RJ. 2002. Carla JuaçabaArquitetura e Mário Fraga.Fonte: OLTRAMARI, Natasha. 2014
CASA RIO BONITOLocal Nova Friburgo, Rio de JaneiroAno 2005Escritório Carla Juaçaba Arquitetura
Implantação e Partido Formal
A Casa Rio Bonito, um refúgio localizado em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, foi construída em 2005 (Figura 1). Apesar dos
5000m² de terreno disponíveis, a casa é de pequenas proporções, possui apenas 91,50 m², e sua implantação exata não
está documentada, sabendo-se apenas que fica próxima a um rio.
Carla Juaçaba organiza a casa de maneira compacta e horizontal, (Figura 2). Com características pavilhonares, a arquiteta
explora a linguagem planar, explícita através de um jogo contrastante de planos com diferentes materialidades: planos
verticais robustos em pedra x planos horizontais delgados, arrematados por vigas metálicas vermelhas; no sentido
longitudinal, plano vertical opaco x grande plano envidraçado.
A grande abertura em apenas uma das faces da composição enfatiza o ângulo no qual a arquiteta busca explorar uma
maior a integração com o exterior, bem como as visuais (Figuras 3 e 4), No outro extremo, a relação do plano longitudinal
opaco com os planos transversais em pedra se dá através de rasgos verticais envidraçados, que evidenciam a
independência formal dos planos. Esta independência também é explorada entre os planos verticais de pedra e o plano
horizontal da cobertura, evidenciada por dois rasgos de iluminação zenital (Figura 4).
Figura 1: Fachada norte - principal.Nova Friburgo, RJ. 2005. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-159708/casa-rio-bonito-carla-juacaba
Figura 3: Organização linear, visual e acesso.Nova Friburgo, RJ. 2005. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte: OLTRAMARI, Natasha, 2014.
Figura 2: Esquema – partido e linguagem planar.Nova Friburgo, RJ. 2005. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte: OLTRAMARI, Natasha, 2014.
Configuração funcional
A casa explora o arranjo térreo, com os elementos de composição organizados linearmente (Figura 5). Estar, jantar e
cozinha encontram-se integrados na porção leste da casa, separados do dormitório pelo banheiro, que ocupa uma posição
transversal na planta. Observa-se que Juaçaba não concentra as instalações hidráulicas do banho e cozinha, como
comumente ocorre nos programas compactos. Também é importante observar que alguns elementos de arquitetura, como
lareira e escada, fundem-se aos planos verticais de pedra. (Figura 6).
O programa é complementado pelo terraço, que assume função social: “(...) No exterior, a escada construída pela
subtração escalonada das pedras do muro leva ao terraço: observatório de estrelas. (...)”. (Revista MDC, 2006,)
Figura 5 Planta baixa e planta de cobertura com indicação do zoneamento funcional.Nova Friburgo, RJ. 2005. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte: OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 4: Indicação de abeturas. Reforçam a independência formal entre os planos.Nova Friburgo, RJ. 2005. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte: OLTRAMARI, Natasha, 2014.
A varanda e a grande abertura à norte permite que o acesso à casa ocorra a partir de qualquer ambiente, não sendo
proposta portanto uma hierarquia de acessos ou um controle de privacidade. Internamente, fica sugerida apenas uma
circulação periférica, que conecta o setor íntimo e o social (Figura 7).
Espacialidade
As relações espaciais da casa Rio Bonito são abertas e dinâmicas, promovendo tensões multidirecionais. No deslocamentopelo espaço, o fruidor vivencia a introspecção sugerida pelos planos opacos a sul e pelos planos transversais de pedra e aextroversão sugerida pela grande abertura a norte, que dilata o invólucro edificado para o exterior.
A experiência ainda é ainda mais dinâmica pelos efeitos de luz que incidem no espaço: saturada, vindo do plano envidraçadoa norte; e dramatizada, vindo das janelas verticais a sul e das zenitais, que desmembram os planos entre si e banham deluz os planos de pedra. (Figura 8).
Figura 7 Planta baixa com esquema de circulação.Nova Friburgo, RJ. 2005. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte: OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 6: Planta baixa com configuração das alas.Nova Friburgo, RJ. 2005. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte: OLTRAMARI, Natasha. 2014
Referência bibliográfica:
http://revistamdc.files.wordpress.com/2008/12/mdc01-prj03.pdf
Figura 8: Visual do interior da Casa Rio Bonito a partir do exterior.Nova Friburgo, RJ. 2005. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte: OLTRAMARI, Natasha. 2014.
CASA MÍNIMALocal Nova Friburgo, Rio de JaneiroAno 2008Escritório Carla Juaçaba Arquitetura
Implantação e Partido Formal
A Casa Mínima localiza-se em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro e foi construída em 2008. Possui 32,44 m² e encontra-se no
mesmo terreno de 5.000 m² onde está implantada a Casa Rio Bonito. Sua implantação precisa é desconhecida, pois não
foram encontradas informações suficientes para determiná-la. Através de fotografias, é possível perceber apenas que foi
construída no cume da montanha, favorecendo a vista panorâmica do entorno densamente arborizado. (Figura 1).
Carla Juaçaba utiliza um partido formal decomposto, formado por dois volumes estruturados a partir de uma grelha
regular (Figura 2 e 3). Pelas dimensões, percebe-se que um volume possui maior hierarquia, ficando o volume menor
subordinado ao módulo central do volume maior. Esta estratégia de adição, vinculada ao arranjo funcional, sugere um
arranjo em ponto-radial. (Figura 4).
A pureza volumétrica é rompida pelos planos dos dois telhados, que são arrematados por generosos beirais. Assim, os
planos das coberturas tensionam o arranjo volumétrico do corpo edificado. Neste corpo, ao contrário do que ocorre na
maioria das obras de Juaçaba, predomina os cheios sobre os vazios, ganhando expressão a textura de tijolos cerâmicos.
(Figura 5).
Figura 1: Visual do entorno a partir do espaço central da casa.Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte: http://www.carlajuacaba.com.br/casa-mnima/
Figura 3: Grelha moduladora e acesso.Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte:OLTRAMARI, Natasha, 2014.
Figura 2: Esquema partido decomposto.Nova Friburgo, RJ. 20085. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte:OLTRAMARI, Natasha, 2014.
Na fachada sul, as janelas ocupam os ângulos de intersecção dos volumes, quebrando o peso dos mesmos. Tratam-se de
janelas com peitoril alto, que sugerem o atendimento das demandas funcionais de iluminação e ventilação, já que se voltam
à topografia em aclive do terreno. Na fachada norte, tem-se apenas uma grande abertura, sem verga, que se relaciona
diretamente com o deck, estabelecendo um ponto focal de interesse nas visuais, principalmente para quem está deitado na
cama. (figura 6).
Configuração funcional
A casa é térrea e foi concebida para receber amigos e servir como espaço de contemplação, Nela, os setores social, íntimo
e serviço estão integrados em um arranjo bem compacto, em que apenas o vaso sanitário se isola do conjunto. Não há uma
circulação espacializada, cumprindo o módulo central o papel de espaço articulador dos ambientes – cozinha, quarto,
banho e, inclusive, o deck, que se comporta como um grande “estar a céu aberto” (Figura 7).
Figura 6: Fachada oeste demonstrando a topografia, vista das aberturas do dormitório e visuais.Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
visual principal
Figura 4: Esquema de organização: ponto-radial.Nova Friburgo, RJ. 20085. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte:OLTRAMARI, Natasha, 2014.
Figura 5: Fachada norte - principal.Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte:http://www.darchitectures.com/larc-vision-prize-women-and-architecture-revele-de-nouveaux-talents-a1130.html
A partir do módulo central, as circulações na cozinha e no banheiro ocorrem na periferia dos ambientes, rente à parede
cega a norte, ficando as bancadas orientadas a sul, junto às janelas. Neste contexto, parece questionável a disposição do
vaso sanitário, que não obedece ao arranjo dos eixos de percurso ou à consolidação de uma parede hidráulica a sul (Figura
8).
Figura 7: Planta baixa com indicação do zoneamento funcional.Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 8: Planta baixa com esquema de circulação em ponto, acesso e indicação de hierarquia espaços da casa.Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte:OLTRAMARI, Natasha, 2014.
Espacialidade
A circulação central confere à residência tensões multidirecionais. As relações entre ambientes são sempre dinâmicas, sedistinguem pelo foco para onde as aberturas se dirigem. A sul, as aberturas nas arestas dos volumes determinam umacontinuidade visual entre os ambientes. A norte, destaca-se a grande abertura do módulo central, que funciona como umponto focal, um emolduramento da paisagem a ser observada. (Figuras 9 a 12).
Figura 9 Marcação das estações analisadas.Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014.
Figura 10: Visual da estação 1.Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014.
Figura 11: Visual da estação 2.Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 12: Visual da estação 3.Nova Friburgo, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014.
CASA VARANDALocal Itanhangá, Rio de JaneiroAno 2008Escritório Carla Juaçaba Arquitetura
Implantação e Partido Formal
A Casa Varanda é um refúgio de 140,40 m², localizado em Itanhangá (RJ), em um terreno de 1153 m². Construída em 2008
para a neta do arquiteto de Sérgio Bernardes, a casa teve como diretriz de projeto o desejo dos proprietários de esta ser
uma referência à Casa Lota, projetada pelo avô em 1950. Desta referência, se observa a horizontalidade, o uso de
materiais leves e o emprego de varandas, reinterpretada no projeto de um modo diverso – a casa é a própria varanda que
se abre toda para o exterior, por meio de painéis de vidro.
A arquiteta adota um partido compacto, de volume único e linear. A disposição transversal do edifício no lote de geometria
irregular define rigidamente dois recuos - frontal e posterior, ficando os recuos laterais bastante exíguos. Esta
implantação pode ser justificada como uma tentativa de preservar a vegetação existente, como explica Delaqua (2013), ou
de explorar a orientação norte-sul nas maiores fachadas do volume edificado. De qualquer modo, a permeabilidade visual
da casa ameniza o impacto da segmentação física do lote e a vegetação garante alguma privacidade em relação à rua
(Figuras 1, 2 e 3).
Figura 1: Implantação, partido linear.Itanhangá, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 2: Vista da fachada norte.Itanhangá, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte:http://www.archdaily.com.br/br/01-161067/casa-varanda-carla-juacaba
Figura 3: Esquema do partido compacto horizontal.Itanhangá, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
O caráter planar é evidenciado por diferentes estratégias: pela estrutura metálica de pilares e vigas aparentes; pelo
deslizamento dos planos horizontais em relação aos planos verticais, configurando os beirais da cobertura e a laje de piso
levemente suspensa do chão; pela fragmentação do plano da cobertura por uma iluminação zenital que atravessa
longitudinalmente a casa, configurando duas pequenas águas; e ainda, pela contraposição dos planos opacos transversais
isolados em relação aos planos translúcidos longitudinais. Como princípio de organização, a grelha também aparece,
evidenciada pelas três modulações do esqueleto estrutural, que fica todo aparente (Figura 4 e 5).
Configuração funcional
A casa explora o arranjo térreo, estando o zoneamento organizado por faixas não rígidas, visto que o setor íntimo se
fragmenta, ficando os quartos e os banheiros em cada um dos extremos longitudinais do volume. Assim, o setor social e de
serviços ganha uma posição central, assumindo uma maior importância como ambiente articulador dos demais. (Figura 6).
Figura 4: Planta baixa e esquema de composição linear, grelha, acesso e indicação de visuais.Itanhangá, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 5:Esquema de composição planar.Itanhangá, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
São definidos dois acessos, aparentemente, de igual hierarquia - um na fachada norte e outro na fachada sul, evidenciados
pelas pequenas escadas que ligam o grande estar ao terreno. No entanto, a implantação e o arranjo interno da casa
sugerem que a que o acesso e a circulação periférica a norte são os mais importantes, já que, a partir deles, se tem
acesso a quase todos os ambientes da casa. As circulações são sugeridas e não especializadas e, entre os quartos e
banheiro, a circulação se dá “em suíte” (Martinez, 2000), (Figura 7).
Os elementos de composição irregulares, banheiros e cozinha, encontram-se nas extremidades do volume linear. Os
banheiros compõem os extremos da circulação, permitindo um maior isolamento destes ambientes, mesmo que não
configurem núcleos hidráulicos concentrados. (Figura 8).
Figura 6:Planta baixa com indicação do zoneamento funcional.Itanhangá, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 7:Planta baixa com esquema de circulação.Itanhangá, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Espacialidade
Em qualquer que seja o ponto de vista do usuário dentro da Casa Varanda, o observador poderá ampliar a visual para oexterior – seja o céu revelado pela zenital, seja a vegetação revelada pelas duas superfícies paralelas em vidro. A casa é aprópria varanda, definindo de modo muito sutil os limites entre interior e exterior.
Tem-se assim, um espaço mutidirecional, sem pontos focais preestabelecidos. No deslocamento interno, a disposições dosplanos verticais opacos “soltos” em relação ao planos longitudinais sugerem os percursos a ser traçados, mas poucodeixam antever o ambiente a ser vivenciado na sequência espacial, o que pode proporcionar alguma surpresa nodeslocamento. (Figuras 9, 10 e 11).
Figura 8:Planta baixa com esquema de configuração de alas – posição dos elementos irregulares de composição.Itanhangá, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 8: Planta baixa com marcação das estações analisadas..Itanhangá, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 9: Visual da estação 1..Itanhangá, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014
Figura 10: Visual da estação 2..Itanhangá, RJ. 2008. Carla Juaçaba Arquitetura.Fonte:OLTRAMARI, Natasha. 2014