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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UnB FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE – FACE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS – CCA SALATIEL ROBSON BARBOSA DE OLIVEIRA JÚNIOR TRANSPARÊNCIA ATIVA NA WEB: UMA ANÁLISE DOS DIRETÓRIOS NACIONAIS DOS PARTIDOS POLÍTICOS BRASILEIROS E SUAS FUNDAÇÕES BRASÍLIA/DF 2016

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UnB

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE – FACE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS – CCA

SALATIEL ROBSON BARBOSA DE OLIVEIRA JÚNIOR

TRANSPARÊNCIA ATIVA NA WEB: UMA ANÁLISE DOS DIRETÓRIOS

NACIONAIS DOS PARTIDOS POLÍTICOS BRASILEIROS E SUAS FUNDAÇÕES

BRASÍLIA/DF

2016

Professor Doutor Ivan Marques de Toledo Camargo

Reitor da Universidade de Brasília

Professor Doutor Roberto de Goés Ellery Júnior

Diretor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade

Professor Doutor José Antonio de França

Chefe do Departamento de Ciências Contábeis

Professor Doutor Jomar Miranda Rodrigues

Coordenador de Graduação do curso de Ciências Contábeis - Diurno

Professora Doutora Diana Vaz de Lima

Coordenadora de Graduação do curso de Ciências Contábeis – Noturno

SALATIEL ROBSON BARBOSA DE OLIVEIRA JÚNIOR

TRANSPARÊNCIA ATIVA NA WEB: UMA ANÁLISE DOS DIRETÓRIOS

NACIONAIS DOS PARTIDOS POLÍTICOS BRASILEIROS E SUAS FUNDAÇÕES

Trabalho de conclusão de curso apresentado aoPrograma de Graduação em Ciências Contábeisda Universidade de Brasília – UnB comorequisito para obtenção de título de Bacharel emCiências Contábeis.

Linha de Pesquisa: Impactos da Contabilidade naSociedade

Orientador: Prof. Dr. José Lúcio Tozetti Fernandes.

BRASÍLIA/DF

2016

SALATIEL ROBSON BARBOSA DE OLIVEIRA JÚNIOR

TRANSPARÊNCIA ATIVA NA WEB: UMA ANÁLISE DOS DIRETÓRIOS

NACIONAIS DOS PARTIDOS POLÍTICOS BRASILEIROS E SUAS FUNDAÇÕES

Trabalho de conclusão de curso apresentado aoPrograma de Graduação em Ciências Contábeisda Universidade de Brasília – UnB comorequisito para obtenção de título de Bacharel emCiências Contábeis.

_______________________Prof. Dr. José Lúcio Tozetti Fernandes

Universidade de Brasília

Orientador

_______________________Prof. Dr. José Antônio de França

Universidade de Brasília

Membro interno

Brasília-DF, 28 de Junho de 2016

Dedico este trabalho à minha esposa, HellenGomes, e à minha filha, Stella Lavínia, por mefortalecerem em todos os momentos.Dedico ainda a meus pais, meus irmãos e minhaavó, que sempre acreditaram em mim e meestimularam nos estudos e no crescimentoacadêmico e profissional, estando do meu ladoincansavelmente.

AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a Deus, pois ele, em Sua infinita bondade, me dá muito

mais do que mereço, iluminando sempre os caminhos que devo perseguir.

À minha filha, Stella, que, mesmo sem entender, apenas com um sorriso, me fortalece

e me revitaliza, sendo minha estrela guia sempre.

À minha esposa, Hellen, que mudou a minha vida, me incentivando a ser firme e a

superar os obstáculos, sendo paciente e compreensiva, e com quem eu quero comemorar todas

as vitórias daqui para frente.

Aos meus pais Michelliny e Salatiel Robson, que desde o início acreditaram em mim,

muito mais do que eu mesmo, cuidando de mim com o amor incessante, que hoje, como pai,

entendo melhor.

Aos meus irmãos Gabriel e Karine, por tornarem desde sempre os meus dias mais

leves e engraçados.

À minha vó Mauriceia, exemplo de amor e dedicação que tanto me inspiram.

À minha família pernambucana, que, mesmo longe, nunca deixa de emanar seu apoio

e confiança.

À minha sogra Zilma, exemplo inspirador de luta e perseverança, e a toda sua família,

da qual faço parte, independente de laços de sangue.

Ao professor Doutor José Lúcio Tozetti Fernandes, por apoiar desde o início as minhas

ideias de pesquisa, o que me motivou ainda mais a escrever sobre elas, e por repassar seus

conhecimentos, me fornecendo um adequado direcionamento no vasto território que é a

pesquisa científica.

A toda equipe docente e de apoio do departamento de Ciências Contábeis e Atuariais

da Universidade de Brasília, em especial aos professores César Augusto Tibúrcio, Diana Vaz

Lima, Ducineli Régis Botelho, Eduardo Bona Safe, José Antônio de França, Ludmila de

Melo, e Paulo Roberto Lustosa, que me enriqueceram com seus ensinamentos, marcando

minha trajetória acadêmica.

Às colegas da graduação Camila, Andressa, Valeska, Nadia e Karen, quer tornaram a

graduação mais divertida e menos cansativa.

A todos aqueles que contribuíram de alguma forma nesta importante etapa da vida que

é o ensino superior.

“A pesquisa é talvez a arte de se criar dificuldades

fecundas e de criá-las para os outros.

Nos lugares onde havia coisas simples,

faz-se aparecer problemas.”

Pierre Bourdieu

RESUMO

A desconfiança da sociedade em relação aos seus representantes no Governo tem se mostradocrescente, reflexo de um cenário de instabilidade econômica e política. Faz-se necessária abusca por mecanismos que possam fortalecer o relacionamento entre os cidadãos e o sistemapolítico, dentre os quais a literatura destaca a transparência na prestação de contas. No atualmundo globalizado, a internet tem se mostrado um meio eficaz e veloz que possibilita oexercício de uma gestão transparente. Dado este contexto, a presente pesquisa objetiva avaliare analisar o nível de transparência ativa dos partidos políticos brasileiros e de suas fundaçõesde pesquisa e doutrinação. Inicialmente, o trabalho se valeu de pesquisa bibliográficamultidisciplinar, trazendo conceitos de terceiro setor, accountability, transparência e controlesocial, além de apresentar um breve panorama da prestação de contas de partidos políticos noBrasil e em alguns países da América Latina. Para cumprir os objetivos a que se propõe, oestudo buscou todos os websites oficiais dos partidos políticos brasileiros e de suas fundaçõese analisou sistematicamente aqueles localizados, de modo a mapear a disponibilização deinformações contábil-financeiras. Os resultados da pesquisa apontam para um baixo grau detransparência das organizações estudadas. Em sua grande maioria, as prestações de contas dospartidos políticos somente são encontradas na página eletrônica do Tribunal SuperiorEleitoral, enquanto os documentos das fundações, em geral, não estão disponíveis na web.Contata-se que, no Brasil, existem lacunas no que se refere à transparência e prestação decontas dessas entidades, seja em termos de legislação, seja em termos de cultura dasorganizações, havendo ainda, portanto, um razoável caminho a ser percorrido neste âmbito.Palavras-chave: Partidos Políticos. Transparência. Internet. Controle Social. Terceiro setor.

RESUMEN

La desconfianza de la sociedad en relación a sus representantes en el gobierno ha aumentadoen los últimos tiempos, como reflejo de un escenario de inestabilidad económica y política. Seimpone como necesaria la búsqueda de mecanismos que permitan fortalecer la relación entrelos ciudadanos y el sistema político. La literatura de referencia destaca la rendición de cuentascomo un de esos mecanismos. En el contexto mundial atual, el Internet ha demostrado ser unmedio eficaz y rápido que permite el ejercício de una gestión transparente. Esta investigacióntiene como objetivo evaluar y analizar el nivel de transparencia activa de los partidos políticosbrasileños y sus fundaciones de adoctrinamiento. Primero, se realizó una investigaciónbibliográfica multidisciplinar que permitió articular conceptos como tercer sector,“accountability”, transparencia y control social. Posteriormente, se presentó un brevepanorama acerca de la rendición de cuentas de los partidos políticos en Brasil y en algunospaíses de Latinoamérica. Para lograr los objetivos que se proponen, el estudio buscó todos lossitios web oficiales de los partidos políticos brasileños y sus fundaciones, y los analizósistemáticamente, con el fin de verificar la disponibilidad de la información contable yfinanciera. Los resultados de la encuesta apuntan un bajo grado de transparencia de lasorganizaciones estudiadas. En la gran mayoría de los partidos, la redición de cuentas sólo seencuentra em el sitio web del Tribunal Superior Electoral. Se puede ver que en Brasil existenlagunas en cuanto a la transparencia y la rendición de cuentas de estas entidades, en términosde legislación, y en términos de la cultura de las organizaciones, por lo tanto, todavía hay unconsiderable camino para recorrer en este ámbito.Palabras clave: Partidos Políticos. Transparencia. Internet. Control Social. Tercer sector.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

QUADROS

Quadro 1 – Classificações da Transparência quanto à direção, à variedade e à iniciativa

...................................................................................................................................................23

Quadro 2 – Informações contábil-financeiras disponíveis: PTN........................................40

Quadro 3 – Informações contábil-financeiras disponíveis: PSOL.....................................41

Quadro 4 – Informações contábil-financeiras disponíveis: NOVO....................................41

Quadro 5 – Informações contábil-financeiras disponíveis: Fundação Astrogildo Pereira

...................................................................................................................................................45

FIGURAS

Figura 1 – Tabela de remunerações de funcionários de um partido mexicano.................36

Figura 2 – Índice de transparência dos partidos políticos chilenos....................................37

Figura 3– Website Partido NOVO: espaço da prestação de contas 2015...........................42

GRÁFICOS

Gráfico 1 – Verificação da existência de informações contábil-financeiras nos websites

oficiais dos partidos políticos.................................................................................................44

Gráfico 2 – Verificação da existência de informações contábil-financeiras nos websites

oficiais das Fundações criadas e mantidas por Partidos Políticos......................................46

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CFC Conselho Federal de Contabilidade

CRC Conselho Regional de Contabilidade

DEM Partido Democratas

FBC Fundação Brasileira de Contabilidade

ITG Interpretação Técnica Geral

LAI Lei de Acesso à Informação

MPDFT Ministério Público do Distrito Federal e Territórios

NOVO Partido Novo

ONG Organização Não Governamental

PCB Partido Comunista Brasileiro

PCdoB Partido Comunista do Brasil

PCO Partido da Causa Operária

PDT Partido Democrático Trabalhista

PEN Partido Ecológico Nacional

PHS Partido Humanista da Solidariedade

PJFEIS Promotoria de Justiça de Tutela das Fundações e Entidades de Interesse Social

PMB Partido da Mulher Brasileira

PMDB Partido do Movimento Democrático Brasileiro

PMN Partido da Mobilização Nacional

PP Partido Progressista

PPL Partido Pátria Livre

PPS Partido Popular Socialista

PR Partido da República

PRB Partido Republicano Brasileiro

PRP Partido Republicano Progressista

PROS Partido Republicano da Ordem Social

PRTB Partido Renovador Trabalhista Brasileiro

PSB Partido Socialista Brasileiro

PSD Partido Social Democrático

PSDB Partido da Social Democracia Brasileira

PSDC Partido Social Democrata Cristão

PSL Partido Social Liberal

PSOL Partido Socialismo e Liberdade

PSTU Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado

PT Partido dos Trabalhadores

PTN Partido Trabalhista Nacional

PTC Partido Trabalhista Cristão

PTdoB Partido Trabalhista do Brasil

PSC Partido Social Cristão

PTB Partido Trabalhista Brasileiro

PV Partido Verde

SD Partido Solidariedade

REDE Partido Rede Sustentabilidade

TSE Tribunal Superior Eleitoral

Sumário

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................14

1.1 Contextualização..........................................................................................................14

1.2 Pesquisas Correlatas....................................................................................................15

1.3 Justificativas do Trabalho............................................................................................15

1.4 Problema de pesquisa...................................................................................................16

1.5 Objetivos da pesquisa...................................................................................................16

1.5.1 Objetivo geral.........................................................................................................16

1.5.2 Objetivos específicos..............................................................................................17

1.6 Limitações da Pesquisa................................................................................................17

1.7 Estrutura do trabalho..................................................................................................18

2 REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................................................19

2.1 Terceiro Setor ...............................................................................................................19

2.2 Accountability e Transparência...................................................................................21

2.2.1 Lei de Acesso à Informação .................................................................................24

2.3 Controle Social..............................................................................................................24

2.4 Política e Internet.........................................................................................................25

2.5 Prestação de Contas à Sociedade através de Demonstrativos Contábeis................27

2.5.1 Prestação de Contas dos Partidos Políticos no Brasil .........................................29

2.5.2 Prestação de Contas das Fundações Partidárias no Brasil ................................32

2.6 Transparência de Partidos Políticos na América Latina..........................................33

2.6.1 Argentina...............................................................................................................34

2.6.2 Colômbia................................................................................................................35

2.6.3 México....................................................................................................................36

2.6.4 Chile.......................................................................................................................37

3 PROCEDER METODOLÓGICO......................................................................................39

4 RESULTADOS E ANÁLISES ............................................................................................40

4.1 Transparência nos websites dos Partidos Políticos....................................................40

4.2 Transparência nos websites das Fundações criadas e mantidas por Partidos

Políticos................................................................................................................................44

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................47

5.1 Recomendações.............................................................................................................48

5.2 Sugestões de Pesquisas Futuras...................................................................................49

REFERÊNCIAS......................................................................................................................50

APÊNDICES............................................................................................................................60

Apêndice A – Websites dos partidos políticos brasileiros...............................................60

Apêndice B – Websites das fundações de pesquisa e doutrinação dos partidos políticos

brasileiros............................................................................................................................61

ANEXOS..................................................................................................................................62

Anexo A - Controle de Processos de Contas Partidárias................................................62

14

1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

O processo globalizante tem sido alvo de pesquisas em diferentes áreas do

conhecimento (GASPARDO, 2015; LONDERO; RICHTER, 2007; NASCIMENTO et al.,

2007; PIMENTA, M. C. A.; PIMENTA, L. F., 2011) que o apontam, de um modo geral, como

fator capaz de influenciar a sociedade e suas relações de diversas maneiras. Londero e Richter

(2007) relacionam a globalização com a ideia de uma nova cidadania e destacam o papel

fundamental da Internet neste contexto, onde o cidadão contemporâneo não mais apenas

aprecia e consome informações, mas também as produzem e as controlam. Partindo deste

ponto, um dos tópicos que pode ser enquadrado no controle de informações por parte do

cidadão é a correta gestão de recursos originários de seu trabalho – sejam aqueles que são

obrigatoriamente direcionados ao Poder Público (por exemplo, impostos) ou os que, por

iniciativa das próprias pessoas, financiam organizações diversas (por exemplo, doações). Os

partidos políticos e as fundações deles derivadas entram nessa discussão, considerando que

seu financiamento tem origens públicas e privadas.

No que se refere à política brasileira, alguns dos principais veículos de comunicação

do país, como a Folha de São Paulo, O Globo, Agência Brasil EBC e G1 apontam o clima de

instabilidade e polarização que tem afetado as discussões e os movimentos que a envolvem

(CAMPOS, 2016; CASADO, 2015; MATOSO, 2016; NINIO; BALLOUSSIER, 2016).

Considerando os pontos de vistas diversos que os partidos políticos defendem, reunindo, desta

forma, grupos ideológicos específicos, pode-se assumir que muito desta polarização tem

origem partidária – o que não necessariamente é negativo, tendo em vista o contexto

democrático no qual o Brasil está inserido.

Dentre os possíveis temas mais em voga envolvendo os partidos políticos está a

questão do financiamento de campanhas eleitorais. Lemos (2016), colunista da Folha de São

Paulo, afirma que a democracia brasileira tem sido refém de doações empresariais feitas a

partidos e candidatos nas épocas de eleições e que a decisão do Supremo Tribunal Federal, em

setembro de 2015, quando declarou ser inconstitucional este tipo de doação, foi um avanço. O

colunista, que também é representante do MIT Media Lab no Brasil, apontou o crowdfunding

(finaciamento coletivo, em tradução livre) como um mecanismo adequado ao contexto

tecnológico mundial para sustentar as campanhas eleitorais brasileiras e fortalecer a

democracia no sistema político do país.

15

Existem muitos aspectos que envolvem a discussão acerca da legitimidade dos

partidos políticos brasileiros e, portanto, não há a pretensão de explorar este tópico por

completo, mas sim de contribuir com a construção do arcabouço teórico e prático que é a

busca pela transparência e pela intensificação do controle social às instituições que nos

cercam.

1.2 Pesquisas Correlatas

No Brasil, ainda são poucos os trabalhos acadêmicos que focam na questão dos

partidos políticos. Após o início desta pesquisa, dentre o material utilizado para sua

fundamentação e sustentação, foram encontrados dois trabalhos com propostas semelhantes

que merecem destaque e podem servir de complementação para as discussões que aqui serão

realizadas.

Santos e Dombrowsky (2014) fazem uma análise comparativa entre componentes de

websites partidários do Brasil e da Argentina, utilizando uma amostra de quatro Partidos

Políticos de cada país, onde observaram que em todos os sites argentinos há prestação de

contas, enquanto nenhum brasileiro possui, o que caracteriza a baixa importância que os

partidos brasileiros atribuem a este tipo de informação para os cidadãos que os acompanham

nas mídias sociais. Santos e Dombrowsky (2014) ainda concluem que o uso destes websites se

mostram mais como um espaço para propagandas partidárias do que um instrumento de

efetiva participação social que possa fortalecer a accountability da instituição.

Coelho Neto (2010) realizou uma pesquisa com dez diretórios municipais de partidos

políticos da cidade de São José/SC, onde constatou que a maioria mantém uma contabilidade

terceirizada apenas para as prestações de contas legais, deixando de lado a transparência para

demais usuários, como os próprios cidadãos, seja por motivos técnicos, seja por não atribuir

real importância ao impacto da disponibilidade destas informações para a sociedade. No que

se refere à publicação de informações contábil-financeiras em websites, nenhum dos partidos

analisados as apresentaram.

1.3 Justificativas do Trabalho

A pesquisa científica, capaz de agregar valor às diversas áreas do conhecimento, tem

potencial de se tornar também um instrumento de mudança social e, no caso específico do

problema analisado por este trabalho, ela pode ser, ainda, um meio de legitimação da

16

democracia e de suporte para tomada de decisão dos cidadãos interessados pela questão da

transparência nas organizações com fins sociais.

Conforme mencionado anteriormente, a mídia tem ilustrado o clima de tensão e

instabilidade que afetam a vida da sociedade brasileira nos últimos anos. É mister, portanto,

procurar maneiras de contribuir com o reestabelecimento da crença dos brasileiros na correta

aplicação dos recursos privados em fins públicos.

Nesse lume, o presente estudo se justifica enquanto material de fundamentação para

subsidiar a reconstrução da imagem dos partidos políticos brasileiros, enquanto grupos

legitimadores de uma sociedade democrática. Esta reconstrução é viabilizada através de

mecanismos como o controle social e a accountability, que merecem destaque nas discussões

do ramo acadêmico.

Além disso, mapear e delimitar o panorama atual da transparência dos partidos

políticos brasileiros e suas fundações é importante pois clareia as possibilidades estratégicas

de avanço neste debate, de modo a se conhecer concretamente o presente, para melhor

desenhar o futuro.

1.4 Problema de pesquisa

Dada a contextualização acima, compreende-se com mais facilidade a importância de

estudar transparência em organizações que têm influência sobre a gestão governamental do

país e o espectro ideológico do brasileiro.

Conforme já mencionado, são escassos os trabalhos com a presente abordagem e

emerge, cada dia mais, uma necessidade em se subsidiar os estudos sobre os impactos da

contabilidade na sociedade, bem como da transparência e do controle em sentido amplo. Tem-

se, portanto, o seguinte problema de pesquisa:

Qual o nível de transparência ativa e publicidade de informações contábil-financeiras

dos diretórios nacionais dos partidos políticos brasileiros e suas fundações na web?

1.5 Objetivos da pesquisa

1.5.1 Objetivo geral

Partindo deste questionamento, chega-se ao objetivo geral da presente pesquisa:

Avaliar o nível de transparência ativa dos trinta e cinco partidos políticos brasileiros e suas

fundações dentro da Internet no que se refere à disponibilização de informações de teor

17

financeiro e/ou contábil para a sociedade.

1.5.2 Objetivos específicos

Com o intuito de delimitar e direcionar a busca pelo atingimento do objetivo geral,

definiu-se os objetivos específicos listados a seguir:

a) verificar a existência de websites para todos os partidos políticos e suas respectivas

fundações;

b) destacar as organizações que apresentam informações contábil-financeiras em seus

websites;

c) comparar as informações coletadas com estudos correlatos sobre entidades do

Terceiro Setor, com as proposições contábeis brasileiras, com as exigências legais da Justiça

Eleitoral, e com práticas de países da América Latina; e

d) avaliar a possibilidade de mensuração objetiva e quantitativa do grau de

transparência das organizações analisadas.

1.6 Limitações da Pesquisa

O presente estudo realiza suas análises apenas no que tange aos diretórios nacionais

dos partidos políticos brasileiros, não sendo verificados, portanto, websites de representaçoes

regionais destas organizações.

É importante ressaltar também que a pesquisa foi desenvolvida abrangendo os

websites de fácil acesso, os quais, em uma simples ferramenta de busca, poderiam ser

localizados por qualquer cidadão. Desta forma, partidos ou fundações que mantenham páginas

de difícil localização podem ter ficado fora da análise, o que, entretanto, provavelmente não

alteraria de forma significativa os resultados, tendo em vista que não foram utilizadas

amostras, mas sim toda a população dos órgãos nacionais dos partidos políticos e das suas

fundações.

Outro aspecto que vale ser apontado é que, mais uma vez, a observação dos websites,

embora sistemática e detalhada, foi realizada como poderia ter sido por qualquer outro

cidadão. Logo, por fatores como a falta de padronização das páginas eletrônicas, algum

demonstrativo disponível pode não estar contemplado na análise, o que possivelmente

também não afetaria a constatações gerais do trabalho.

18

1.7 Estrutura do trabalho

O presente trabalho estrutura-se, além desta introdução, em outras quatro sessões, cada

uma delas com as suas subdivisões próprias, conforme exposto a seguir:

2) Referencial teórico: delimitação do arcabouço teórico utilizado na conceituação e

interpretação dos principais tópicos enfocados pela pesquisa – Terceiro Setor; Accountability

e Transparência; Controle Social; Internet; e prestação de contas de partidos políticos e

fundações partidárias (o panorama nacional e algumas experiências latino-americanas) – e

início das discussões teóricas que fundamentam o trabalho;

3) Metodologia: breve classificação científica da pesquisa e descrição dos

mecanismos e métodos utilizados na coleta e análise de dados;

4) Resultados e Análises: apresentação de forma detalhada e consolidada dos dados

coletados, bem como interpretação e discussão a respeito dos principais pontos observados

após a coleta; e

5) Considerações Finais: conclusão da pesquisa com a resposta à problematização, a

verificação do cumprimento dos objetivos, as percepções do pesquisador sobre o tema e as

sugestões para pesquisas futuras.

19

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste tópico, serão apresentados os principais conceitos e discussões que

fundamentam a presente pesquisa, como Terceiro Setor, Accountability, Transparência,

Controle Social, Prestação de Contas, Leis de acesso à informação, e outros.

2.1 Terceiro Setor

No segmento acadêmico, é crescente o interesse pelo Terceiro Setor, enquanto uma das

mais novas e multidisciplinares áreas das Ciências Sociais (FALCONER, 1999; FERREIRA,

M. M.; FERREIRA, C. H. M., 2006). As publicações que o abordam podem envolver

aspectos diversos – mensuração e evidenciação contábil, relações públicas, captação de

investimentos, entre outros. As organizações integrantes do Terceiro Setor não são uma

novidade, mas a pesquisa sobre seu funcionamento e os traços comuns entre elas,

consolidando-as em um novo arcabouço teórico que, de acordo com Falconer (1999), data de

no máximo cinco décadas atrás, sendo a maioria do material existente produzido na década de

noventa. Desta forma, os estudos sobre terceiro setor ainda hoje enfrentam uma série de

desafios decorrente da falta de conceitos e pesquisas que os fundamentem de forma concreta e

amplamente aceita na comunidade acadêmica e científica (CALDAS NETO, 2007).

Em linhas gerais, o Terceiro Setor se encontra em uma etapa intermediária entre o

Mercado (1º setor) e o Estado (2º setor), onde organizações formadas por capital de

particulares direcionam suas atividades visando fins públicos (entidades privadas sem fins

lucrativos) (FALCONER, 1999). Ainda assim, a definição deste termo não é consensual e

pesquisadores diversos já o abordaram de diferentes formas (RIBEIRO, 2003). Segundo

Coelho (2000, p. 58) “essa multiplicidade de denominações apenas demonstra a falta de

precisão conceitual, o que, por sua vez, revela a dificuldade de enquadrar toda a diversidade

de organizações em parâmetros comuns”.

No que se refere a partidos políticos, esta dificuldade não é diferente. O atual Código

Civil brasileiro, em seu Art. 44 (BRASIL, 2002), os enquadra como “pessoas jurídicas de

direito privado”, assim como as associações, as sociedades, as fundações, as organizações

religiosas, e as empresas individuais de responsabilidade ilimitada. A Lei dos Partidos

Políticos, por sua vez, em seu Art. 1º, estabelece que

o partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se aassegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistemarepresentativo e a defender os direitos fundamentais definidos na

20

Constituição Federal. (BRASIL. Lei 9.096, 1995)

Pela junção das determinações legais com a teoria apresentada, entende-se que o

objetivo deste tipo de entidade não é o lucro, em que pese elas possam ter resultado positivo

(superávit). Esta interpretação leva ao enquadramento dos partidos políticos no Terceiro Setor.

Estudiosos, entretanto, discordam sobre o tema, conforme mencionado a seguir.

Cruz (2010, p. 20) reforça as divergências de entendimento entre teóricos:

Vale observar que os partidos políticos e outras entidades paraestatais não sãoconsiderados por alguns autores (FERNANDES, 1994; FALCONER, 1999;IBGE; IPEA, 2008) como parte do Terceiro Setor por não atenderem ascaracterísticas de autonomia de gestão e independência de governo(voluntárias), já Fischer (2002, p. 45-48) adota uma postura menos restritiva eidentifica estas instituições como componentes desse setor.

Olak, Slomsky e Alves (2009) ratificam o posicionamento de Fischer (2002, p. 45-48,

apud CRUZ, 2010, p. 20), considerando os partidos políticos como parte integrante do

terceiro setor na medida em que este tipo de entidade paraestatal tem se aproximado do

modelo organizacional do segmento.

Conforme o Guia de Orientação para o Profissional de Contabilidade sobre o Terceiro

Setor, publicado pelo CRC-RS em 2011, o Terceiro Setor “é representado pelas entidades

sem fins lucrativos”. A partir desta afirmativa, o órgão desenvolve o guia sempre

considerando os partidos políticos como parte integrante do segmento (CRC-RS, 2011). O

Conselho Federal de Contabilidade- CFC, por sua vez, ao publicar e atualizar a ITG 2002 –

Entidade Sem Finalidade de Lucros também cita os partidos políticos (CFC, 2015), junto às

outras entidades já mencionadas, como um mesmo grupo onde são estabelecidos critérios e

procedimentos contábeis comuns (excluídas especificidades normativas de acordo com a

tipologia de cada organização – como o envio dos demonstrativos ao TSE, no caso dos

partidos).

Não sendo aqui o objetivo aprofundar o assunto em termos de conceituação,

procurando um enquadramento definitivo às organizações partidárias, ou, muito menos,

esgotá-lo, considera-se, para fins do presente estudo, os partidos políticos como entidades do

Terceiro Setor, seguindo a interpretação dos entendimentos dos Conselhos de Contabilidade,

dos estudiosos supracitados, e de Violin (2013, on-line), ao afirmar que “os partidos políticos

também fazem parte do chamado Terceiro Setor, pois não compõem nem o Estado em sentido

estrito e muito menos o Mercado, que seriam os primeiro e segundo setores”.

Adotando uma postura de essência sobre a forma, a escolha conceitual desta pesquisa

encontra sua justificativa, principalmente, na relevância das organizações do Terceiro Setor

21

para a sociedade civil. Segundo Cruz (2010, p. 19), “essas entidades desempenham uma

função social comum que é provocar transformação nos seres humanos e na sociedade,

embora cada uma delas tenha sua própria missão.”. Esta função transformadora pode ser

observada também no cerne dos partidos políticos, na medida em que se propõem a conduzir

da melhor forma o país para o desenvolvimento econômico e para o bem-estar social,

agrupando ideologias distintas no contexto democrático e representativo onde se insere a

sociedade brasileira.

No que se refere às fundações criadas e mantidas pelos partidos políticos, as

dificuldades de enquadramento são menores. Sua classificação no Terceiro Setor é mais

explícita, pautada na menção feita pela legislação brasileira e pelas normas contábeis

mencionadas anteriormente. Assim como os partidos políticos, elas são organizações com

potencial de impacto nas atividades sociais, que pode ser percebido pelos diversos fins

delimitados através do Art. 62 do Código Civil brasileiro: assistência social; cultura, defesa e

conservação do patrimônio histórico e artístico; educação; saúde; segurança alimentar e

nutricional; defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do

desenvolvimento sustentável; pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias

alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e

conhecimentos técnicos e científicos; promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos

direitos humanos; e atividades religiosas (BRASIL. Lei 9.096, 1995).

2.2 Accountability e Transparência

Numa sociedade cada dia mais ativa sobre as tomadas de decisões governamentais, e

a correta aplicação de recursos captados, seja de forma obrigatória (tributos), seja de forma

opcional (investimentos), os conceitos de Transparência, Accountability, Prestação de Contas,

e Disclosure são cada vez mais amplamente discutidos por pesquisadores (RAUSCH;

SOARES, 2010; AUGUSTINHO; OLIVEIRA; GUIMARÃES, 2015; RAUPP; GODOY,

2013) e entendidos como símbolos ímpares e imprescindíveis para que as organizações

estejam inseridas na contemporaneidade e acompanhem a velocidade do fluxo informacional

demandado pelos seus mais diversos públicos.

Assim como as divergências de discussões quanto ao Terceiro Setor, em que pese

esforços ainda mais intensos em se qualificar objetivamente conceitos, a tarefa parece

interminável dada a subjetividade e as inúmeras visões sobre o tema. De um modo geral, as

pesquisas que serão abordas em seguida parecem guardar uma ideia comum – a importância

22

da disponibilização de informações diversas sobre a gestão da entidade e as possibilidades de

uso e ação destas informações por parte de seus usuários.

No que se refere a Accountability, termo que, conforme Prado e Loureiro (2006, p.

359), “não está precisamente definido, nem tampouco há uma tradução precisa desta

expressão para a língua portuguesa”, é comum o vermos sendo utilizado em pesquisas sobre a

gestão de entes federativos e a utilização de recursos governamentais (e.g. AUGUSTINHO;

OLIVEIRA; GUIMARÃES, 2015). Esta noção poderia afastar a relação do tema com o

Terceiro Setor, se considerados exclusivamente a origem e os meios das entidades nele

enquadradas (financiamento privado). Por outro lado, os fins públicos das entidades sem fins

lucrativos reforçam a ligação entre Accountability e Terceiro Setor. Num momento onde todos

vemos através de diversos veículos midiáticos (MOREIRA, 2016; RIBEIRO, 2016;

ELISIARIO, 2016) os escândalos de corrupção e os desvios de verbas públicas para o

atingimento de fins privados, chega-se a um questionamento chave: Como assegurar que

entidades que visam apoiar e fortalecer a democracia cumpram seu papel perante a sociedade?

O Accountability, enquanto um processo de prestação de contas, responsabilização e

responsividade, pode ser uma das respostas.

De forma simplificada, Accountability, segundo Paludo (2012) pode ser entendido

como o potencial de prestação de contas à sociedade por parte do sistema político do país.

Deste sistema, pode-se inferir que, dentre os seus principais atores, estão os partidos e seus

representantes, que, enquanto não eleitos, estão em uma etapa anterior à efetiva atuação

governamental. Mesmo não estando no Governo, os partidos elaboram e disseminam suas

propostas, mostram seus projetos, conversam com os diversos setores da sociedade, e

implementam ações filantrópicas, seja diretamente ou através de suas fundações de

doutrinação e pesquisa. Estas ações, que podem impactar diretamente na vida de milhares de

pessoas, são custeadas, via de regra, por particulares que acreditam na competência das

organizações partidárias. Não entrando no mérito da legítima preocupação com a sociedade,

para que estas organizações possam atuar conforme o motivo de sua criação, assim como em

outros tipos de instituições, elas precisam captar recursos e fidelizar doadores. Uma possível

forma de conquistar esta fidelização (e de atrair novos aportadores de capitais) é tornar

pública a aplicação dos recursos recebidos, de modo a assegurar uma gestão pautada em

princípios éticos e preocupação social.

Dividindo o Accountability em etapas, Prado e Loureiro (2006, p. 360) listam como

uma delas a “informação correta e transparente aos cidadãos”. Logo, adentra-se em uma outra

importante conceituação – a de transparência. Este também é um tema que, carregado de

23

subjetividade, encontra variadas definições. Em consulta ao dicionário Michaelis On Line,

verifica-se que transparente é aquilo “que se percebe facilmente; claro, evidente”, ou “que se

deixa conhecer; franco”. De maneira geral, é possível assumir que a transparência costuma se

referir a publicidade, visibilidade e compreensão de informações sobre uma organização.

Heald (2006, apud ZUCCOLOTTO; TEIXEIRA; RICCIO, 2015) focaliza a

transparência de diversos ângulos, conforme sintetizado no quadro abaixo, auxiliando os

leitores a realizar análises pontuais de um determinado panorama a partir das definições

fornecidas.

Quadro 1 – Classificações da Transparência quanto à direção, à variedade e à iniciativa

Fonte: Zuccolotto, Teixeira e Riccio (2015) com adaptações

Depreende-se do estudo de Heald, conforme citado por Zuccolotto, Teixeira e Riccio

(2015), que algumas de suas classificações para transparência, aplicáveis à presente pesquisa,

podem ser entendidas das seguintes formas:

• Transparência para baixo: Ocorre quando os usuários da informação, de um

modo geral, a utilizam para verificar a atuação de seus representantes políticos ou, no caso

específico deste artigo, do grupo político que apoia;

• Transparência para dentro: Verificada quando pessoas fora da organização em

análise podem observar o que acontece em seu interior;

• Transparência retroativa: Disponibilização de informações periódicas e

posteriores aos acontecimentos;

• Transparência tempestiva: Disponibilidade de informações em tempo real,

conforme o andamento dos processos e a ocorrência dos eventos;

• Transparência nominal: Informações divulgadas mas não compreendidas ou

assimiladas por seus usuários;

• Transparência efetiva: Ocorre quando as informações são divulgadas e,

consequentemente, são úteis nas análises e tomadas de decisão dos usuários;

• Transparência ativa: Divulgação de informações de forma regular e por

iniciativa da organização;

Quanto à direçãoVertical - Transparência para cima e Transparência para baixoHorizontal - Transparência para fora e Transparência para dentro

Quanto à variedadeTransparência de Eventos e Transparência de ProcessosTransparência Retroativa e Transparência TempestivaTransparência Nominal e Transparência Efetiva

Quanto à iniciativa Transparência Ativa e Transparência Passiva

24

• Transparência passiva: Informações divulgadas a partir de demandas pontuais

de seus usuários, mas que não necessariamente serão apresentadas a todos os possíveis

interessados, se não solicitadas.

2.2.1 Lei de Acesso à Informação

No Brasil, podemos mencionar como um marco legal de fortalecimento à

transparência a Lei de Acesso a Informação, que, além de listar em seu rol de subordinados os

órgãos e entes públicos e abordar portais eletrônicos de transparência, faz a seguinte menção

às entidades do terceiro setor:

Art. 2o Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às entidadesprivadas sem fins lucrativos (grifo do autor) que recebam, para realização deações de interesse público, recursos públicos diretamente do orçamento oumediante subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios,acordo, ajustes ou outros instrumentos congêneres.

Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as entidades citadas nocaput refere-se à parcela dos recursos públicos recebidos e à sua destinação,sem prejuízo das prestações de contas a que estejam legalmente obrigadas.(BRASIL, 2011)

Não há, entretanto, em nenhum dispositivo da lei, referência direta aos partidos

políticos e suas fundações, e, consequentemente, regulamentações específicas ao segmento,

diferente do que ocorre em legislação similar de alguns países da América Latina, conforme

será discorrido em tópico posterior.

2.3 Controle Social

É comum o uso do termo “Controle social” acompanhado de outros como “Estado” e

“Administração Pública” (SANTANA, 2008; COELHO; CRUZ; PLATT NETO, 2011; DIAS;

VASCONCELOS, 2015). Pela pura observação das palavras tal como são conhecidas

primariamente, é possível assumir que o controle social se refere às ações que os componentes

da sociedade civil tomam de modo a manter os atos e procedimentos de uma determinada

organização dentro dos padrões aceitáveis para aquele grupo, seja esta organização privada,

pública ou do terceiro setor. Entretanto, ainda que se considere que o controle social, aplicado

às finanças e ao orçamento, esteja relacionado estritamente a recursos públicos, este conceito

ainda seria aplicável para fins deste estudo, já que os partidos políticos recebem do Estado

recursos componentes do Fundo Partidário, composto por dotação orçamentária federal,

multas, doações e outros valores, bem como repassam mensalmente vinte por cento destes

25

recursos às suas fundações, conforme Art. 44, Inciso IV da Lei 9.096 (BRASIL, 1995).

Ao relacionar de forma direta e intrínseca Controle Social e Cidadania, Marengo e

Diehl (2011, p. 125) pontuam que

a importância de exercer o controle social está em tratar-se de recursospúblicos. É direito de qualquer cidadão entender e controlar a vinculação e aaplicação desses valores, e, para tanto, a disponibilidade de mídias acessíveisconstitui parte da estratégia política necessária ao exercício da cidadania emâmbito local ou, mesmo, nacional.

Seguindo esta linha interpretativa, pode-se observar que o acesso à informação sobre a

gestão de verbas públicas encontra bases na própria Constituição Federal vigente, que lista,

em seu Art. 1º a cidadania como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil

(BRASIL, 1988). A Carta Magna faz, ainda, outras menções a elementos que podem ser

relacionados com o Controle Social, como a garantia a todos ao acesso a informação (Art. 5º,

inciso XIV), a iniciativa popular enquanto ratificadora da soberania do povo (Art. 14, inciso

III), a possibilidade de se propor ação popular visando anular ato lesivo ao patrimônio público

(Art. 5º, inciso LXXIII).

Para Moroni (2005, p. 40), o controle social não se refere apenas ao acesso à

informação, mas também “diz respeito ao direito que o cidadão tem de participar dos destinos

da nação”. Nesse lume, Augustinho, Oliveira e Guimarães (2015, p. 183), colocam a

contabilidade pública como “ferramenta de controle social e de empoderamento da sociedade

no exercício da democracia”. As informações que compõem as prestações de contas, portanto,

não bastam estar acessíveis, mas devem ser apresentadas atendendo a atributos de qualidade

da informação contábil, como relevância, compreensibilidade, confiabilidade e

comparabilidade da informação, de modo a não prejudicar o processo de decisão dos usuários

(DIAS; VASCONCELOS, 2015).

2.4 Política e Internet

Pesquisas que tratam da ação política no ciberespaço tem sido cada vez mais

recorrentes no Brasil e, apesar de divergências conceituais, apontam que Internet constitui um

importante campo de comunicação política e participação cidadã (MARTINEZ, 2001;

GOMES, 2005; AMARAL, 2010).

Gomes e Maia (2008, apud PENTEADO et al, 2011) alertam que, apesar de a Internet

ser uma ferramenta de potencial político, ela não pode necessariamente ser classificada como

um campo de promoção à democracia, tendo em vista dois aspectos: (1) a possibilidade de

26

novos meios de comunicação também pode favorecer formas antidemocráticas de ação

política; e (2) para que o fortalecimento da democracia possa ser observado, é essencial o

engajamento dos cidadãos nos debates públicos – engajamento este que, apesar de ser

crescentemente notado, ainda se depara com um longo caminho de aperfeiçoamento.

Seguindo estas premissas, Penteado et al (2011) desenvolveram uma tipologia de

classificação das formas de ação política presentes na Internet. No que cabe a esta pesquisa, as

análises e discussões se aplicam ao tipo de ação denominado pelos autores por “comunicação

política”, reforçada pela facilidade, agilidade, praticidade, interatividade e baixo custo que a

Internet proporciona, de forma a ampliar as formas de interação e criar alternativas de

mediação.

Ratificando a importância que vem sendo atribuída à web perante a sociedade, tanto a

mídia quanto a comunidade acadêmica vêm utilizando neologismos como “Webcidadania”,

“Ciberdemocracia”, e “Ciberpolítica” (GUIMARÃES, 2010; LEMOS; LÉVY, 2010;

MARQUES, 2016). Guimarães (2010) afirma que a “Webcidadania”, enquanto conjunto de

ações viabilizadas pela Internet que possibilitam ao cidadão a participação na vida pública e a

fiscalização da classe política, tem avançado no Brasil e mudado o foco da participação

política. Lemos e Lévy (2010), que lançaram as bases para a conceituação da

ciberdemocracia, afirmam que o foco desta nova prática de governança eletrônica é o cidadão,

substituindo a relação de autoridade pela de serviço. Medeiros (2016, on-line) define a

ciberdemocracia como “a criação de processos e mecanismos de discussão, a partir de um

diálogo entre o Cidadão e o Estado, para se chegar a uma política de decisões, onde a

participação popular se torna mais real em termos práticos”.

Gomes (2005) ao abordar também a participação política na internet, sumariza sete

pontos de debate que reforçam as vantagens democráticas do ciberespaço. São estes:

• Superação dos limites de tempo e espaço para a participação política;

• Extensão e qualidade do estoque de informações on-line;

• Comodidade, conforto, conveniência e custo;

• Facilidade e extensão de acesso;

• Sem filtros nem controles;

• Interatividade e interação;

• Oportunidade para vozes minoritárias e excluídas.

Ainda dentro desse crescente debate, Marques (2016, p. 47), ao discorrer sobre

ciberpolítica, estabelece que “aos partidos e aos candidatos não mais cabe, então, a opção de

27

estar 'fora da internet'”. Partindo deste ponto, é possível assumir que esta nova modelagem de

relacionamento cidadão-política merece reforço em termos de arcabouço teórico e discussão

acadêmica.

2.5 Prestação de Contas à Sociedade através de Demonstrativos Contábeis

Conforme já mencionado, atualmente, existem uma série de estudos sobre o Terceiro

Setor que apontam para a necessidade de maior transparência, que pode assumir diversas

formas. Trazendo o enfoque da presente pesquisa, esta transparência pode se dar seja através

da disponibilização de informações contábil-financeiras obrigatórias, seja através de sua

complementação através de demonstrativos não obrigatórios.

A Interpretação Técnica Geral 2002 – Entidade sem Finalidade de Lucros, emitida

pelo CFC e atualizada em 21 de Agosto de 2015, versa que os demonstrativos contábeis que

devem ser elaborados por entidades componentes do Terceiro Setor são o Balanço

Patrimonial; a Demonstração do Resultado do Período; a Demonstração das Mutações do

Patrimônio Líquido; a Demonstração dos Fluxos de Caixa e as Notas Explicativas (CFC,

2015).

Quanto à terminologia utilizada, vale observar que, considerando as peculiaridades

do grupo, a norma diferencia as entidades sem fins lucrativos das outras organizações ao

determinar que

no Balanço Patrimonial, a denominação da conta Capital deve ser substituídapor Patrimônio Social, integrante do grupo Patrimônio Líquido. No BalançoPatrimonial e nas Demonstrações do Resultado do Período, das Mutações doPatrimônio Líquido e dos Fluxos de Caixa, as palavras lucro ou prejuízodevem ser substituídas por superávit ou déficit do período (CFC, 2015).

No que se refere às Notas Explicativas, o CFC (2015) ainda discrimina elementos

mínimos que nelas devem ser abordados. São eles:

(a) contexto operacional da entidade, incluindo a natureza social e econômicae os objetivos sociais;(b) os critérios de apuração da receita e da despesa, especialmente comgratuidade, doação, subvenção, contribuição e aplicação de recursos;(c) relação dos tributos objeto de renúncia fiscal; (d) as subvenções recebidas pela entidade, a aplicação dos recursos e asresponsabilidades decorrentes dessas subvenções;(e) os recursos de aplicação restrita e as responsabilidades decorrentes detais recursos;(f) os recursos sujeitos a restrição ou vinculação por parte do doador;(g) eventos subsequentes à data do encerramento do exercício quetenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e osresultados futuros da entidade;

28

(h) as taxas de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigaçõesem longo prazo;(i) informações sobre os seguros contratados;(j) a entidade educacional de ensino superior deve evidenciar aadequação da receita com a despesa de pessoal, segundo parâmetrosestabelecidos pela Lei das Diretrizes e Bases da Educação e suaregulamentação;(k) os critérios e procedimentos do registro contábil de depreciação,amortização e exaustão do ativo imobilizado, devendo ser observado aobrigatoriedade do reconhecimento com base em estimativa de sua vida útil;(l) segregar os atendimentos com recursos próprios dos demais atendimentosrealizados pela entidade;(m) todas as gratuidades praticadas devem ser registradas de formasegregada, destacando aquelas que devem ser utilizadas na prestação decontas nos órgãos governamentais, apresentando dados quantitativos, ou seja,valores dos benefícios, número de atendidos, número de atendimentos,número de bolsistas com valores e percentuais representativos;(n) a entidade deve demonstrar, comparativamente, o custo e o valorreconhecido quando este valor não cobrir os custos dos serviços prestados.

De modo geral, nas páginas eletrônicas de entidades privadas é comum observar espaços

exclusivos de Relação com Investidores (AMBEV, 2016; JBS, 2016; PETROBRAS, 2016),

onde informações contábil-financeiras e outras capazes de agregar valor à tomada de decisão

dos sócios são disponibilizadas. Nas entidades sem fins lucrativos, pesquisadores apontam a

necessidade de maior transparência (GONÇALVES; QUINTANA, 2011; SILVEIRA;

BORBA, 2010; GOLLO; SCHULZ; ROSA, 2014), pois, na maioria das vezes verifica-se,

quando há divulgação nos websites oficiais das organizações, apenas os demonstrativos

obrigatórios, que, por sua vez, em diversas ocorrências são mostrados sem padronização, com

nomenclatura genérica, não contribuindo efetivamente para a tomada de decisão de seus

possíveis usuários.

Conforme evidenciado por Gollo, Schulz e Rosa (2014, p. 105),

Diante da importância do terceiro setor, é fundamental que as organizaçõesque o compõem adotem uma política de transparência de suas atividades, bemcomo a prestação de contas e divulgação de suas demonstrações. Com isso, asorganizações do terceiro setor, além de se tornarem transparentes, poderãoaumentar sua credibilidade perante a sociedade e seus financiadores.

Além dos cinco demonstrativos obrigatórios, já citados, autores como Santos (2010)

acrescentam no levantamento de suas pesquisas a Demonstração do Valor Adicionado,

enquanto uma fonte de informações relevante por apresentar diversos elementos que ilustram

o desempenho econômico da organização e o Balanço Social como um mecanismo estratégico

de avaliação de responsabilidade social.

Miranda et al (2009) ao levantar dados financeiros sobre ONGS brasileiras, além das

demonstrações obrigatórias, em alguns componentes da amostra, verificou a publicação de

29

Parecer de Auditoria Externa; Parecer do Conselho Fiscal; Relatório de Auditoria

Independente avaliando os controles internos; Demonstrativos de Receitas e Despesas

agregadas por natureza ou origem; e Movimentação do Saldo de Caixa por Programa.

Publicado pela FBC, em parceria com o CFC, o Manual de Procedimentos para o

Terceiro Setor, sugere alguns componentes que normalmente são exigidos nos processos de

prestações de contas – o plano de trabalho, onde a entidade compara as ações propostas com

as realizadas; o relatório de atividades, que apresenta de forma circunstanciada os trabalhos da

entidade em determinado exercício; as demonstrações contábeis, em consonância com a ITG

2002; as informações bancárias; o inventário patrimonial; o parecer do conselho fiscal; o

relatório de auditoria independente; cópias de convênios, contratos e termos de parcerias;

entre outros (FRANÇA, 2015).

O conjunto de demonstrativos supracitados podem, portanto, subsidiar uma análise

comparativa entre organizações do mesmo contexto ou até mesmo estipular possíveis

parâmetros de qualidade em termos de prestação de contas e transparência, abrangendo tanto

as exigências legais quanto às demonstrações de natureza não obrigatória. Estas últimas são

pouco observadas na maioria das entidades, que não possuem interesse em publicar

informações que não sejam obrigatórias (SAXTON; KUO; HO, 2012 apud GOLLO;

SCHULZ; ROSA, 2014).

2.5.1 Prestação de Contas dos Partidos Políticos no Brasil

No que se refere especificamente aos partidos políticos, a Justiça Eleitoral emite,

periodicamente, instruções aos diretórios nacionais das organizações partidárias para a

prestação de contas referente ao exercício financeiro anterior. A norma mais recente que versa

sobre o assunto é a Resolução TSE nº 23.464, de 17 de dezembro de 2015, que estabelece, em

seu artigo 2º:

Os partidos políticos, pessoas jurídicas de direito privado, e seus dirigentessujeitam-se, no que se refere a finanças, contabilidade e prestação de contas àJustiça Eleitoral, às disposições contidas na Constituição Federal, na Lei nº9.096, de 1995, na Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997, nesta resolução,nas normas brasileiras de contabilidade emitidas pelo Conselho Federalde Contabilidade (grifo do autor) e em outras normas expedidas pelo TSE.(BRASIL, 2015b)

Desta forma, primeiramente, observa-se que, através da menção grifada acima, a

Justiça Eleitoral determina que os partidos políticos devem apresentar os demonstrativos

estabelecidos pelo CFC, citados anteriormente. Além deles, a mesma norma (BRASIL,

30

2015b) lista uma série de outros documentos que devem estar contemplados na prestação de

contas anuais das organizações partidárias, conforme relação abaixo.

• Livro Diário e seus auxiliares (escrituração digital);

• Livro Razão e seus auxiliares (escrituração digital);

• Comprovante de remessa, à Receita Federal, da escrituração contábil digital;

• Parecer da Comissão Executiva ou do Conselho Fiscal do partido, se houver,

sobre as contas;

• Relação de Contas Bancárias Abertas;

• Conciliação Bancária;

• Extratos bancários;

• Documentos fiscais que comprovem a efetivação de gastos realizados com

recursos do Fundo Partidário;

• Cópia do Guia de Recolhimento da União (GRU) referente a recolhimento de

possíveis recursos financeiros de origem não identificada;

• Demonstrativo de Acordos referentes à assunção de obrigações de outros

órgãos;

• Relação identificando o presidente, o tesoureiro e os responsáveis pela

movimentação financeira do partido;

• Demonstrativo de Recursos recebidos e distribuídos do Fundo Partidário;

• Demonstrativo de Doações Recebidas;

• Demonstrativo de Obrigações a Pagar;

• Demonstrativo de Dívidas de Campanha;

• Demonstrativo de Receitas e Gastos;

• Demonstrativo de Transferência de Recursos para Campanhas Eleitorais

Efetuados a Candidatos e Diretórios Partidários;

• Demonstrativo de Contribuições Recebidas;

• Demonstrativo de Sobras de Campanha;

• Instrumento de mandato para constituição de advogado para a prestação de

contas; e

• Certidão de Regularidade do Conselho Regional de Contabilidade do

profissional de contabilidade habilitado.

31

A Resolução TSE nº 23.464 (BRASIL, 2015b) determina, ainda, na prestação de

contas dos partidos, devem conter alguns documentos relativos às suas fundações de pesquisa.

São eles:

• Parecer do Conselho Fiscal ou órgão competente da fundação mantida pelo

partido político;

• Balanço Patrimonial;

• Demonstração do resultado do exercício;

• Extratos bancários que evidenciem a movimentação de recursos do Fundo

Partidário;

• Relatório das transferências recebidas do partido político; e

• Documentos fiscais dos gastos oriundos do Fundo Partidário.

Os demonstrativos de todos os diretórios nacionais dos partidos políticos são

publicados anualmente em página específica da Justiça Eleitoral (TRIBUNAL SUPERIOR

ELEITORAL, 2016). Conforme Resolução TSE nº 23.464, a Demonstração do Resultado do

Exercício e o Balanço Patrimonial dos partidos também serão publicados na imprensa oficial

ou no Cartório Eleitoral, onde ela não existir (BRASIL, 2015b). Ambas as formas de

divulgação dos demonstrativos são de iniciativa da própria Justiça Eleitoral e, para fins deste

estudo, não foram consideradas para mensuração da transparência dos partidos, em que pese a

possibilidade de muitos deles se eximirem da divulgação de suas informações contábil-

financeiras pelo fato de o órgão normativo já o fazer. O entendimento aqui adotado é o de que,

pelo menos em um primeiro momento, os possíveis usuários deste tipo de informação a

buscarão diretamente no site do Partido, onde, além de constar as informações legalmente

obrigatórias, podem ser divulgados demonstrativos não obrigatórios, que facilitem a tomada

de decisões.

O Tribunal Superior Eleitoral, além de orientar, publicar e apreciar as prestações de

contas, também atualiza periodicamente o Plano de Contas a ser utilizado pelos partidos

políticos. A última alteração foi aprovada pela Portaria TSE Nº 28, de 26 de Janeiro de 2015.

O documento merece destaque pela estrutura adequada ao contexto de entidades sem fins

lucrativos. Além dos elementos específicos à organizações partidárias, podemos observar

também contas comuns a organizações do Terceiro Setor, como “Superávit ou Déficit do

Exercício” e “Patrimônio Social” (BRASIL, 2015a).

32

Em relação ao prazo para apreciação e julgamento das contas apresentadas pelos

partidos, depreende-se da Resolução TSE nº 23.464/2015 que é de cinco anos, apesar de não

haver menção direta sobre esta questão. Esta interpretação tem como base as seguintes

disposições da norma:

Art. 29. § 4º A documentação relativa à prestação de contas deve permanecer sob aguarda e responsabilidade do órgão partidário por prazo não inferior a cinco anos,(grifo do autor) contado da data da apresentação das contas; Art. 47. § 4º A sanção prevista neste artigo somente pode ser aplicada se a prestaçãode contas for julgada no prazo de cinco anos (grifo do autor) contados da suaapresentação à Justiça Eleitoral; Art. 70. O Juiz ou o Relator do processo de prestação de contas pode determinar asuspensão ou a interrupção do prazo de cinco anos (grifo do autor) previsto no § 4ºdo art. 49 desta resolução nas hipóteses em que identificar a intenção deliberada daagremiação partidária em opor resistência injustificada ao andamento do processo,proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo, provocarincidentes manifestadamente infundados ou interpor recurso com intuito claramenteprotelatório (BRASIL, 2015b).

Conforme pode ser observado no Anexo A – Controle de Processos de Contas

Partidárias, até agosto de 2015, o julgamento da maioria absoluta das prestações de contas dos

partidos referentes a 2010 ainda não havia sido finalizado, havendo, até mesmo, alguns

poucos processos em aberto datados de 2008 e 2009 (TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL,

2015).

2.5.2 Prestação de Contas das Fundações Partidárias no Brasil

No que se refere às fundações partidárias, pessoas jurídicas de direito privado e com

fim social, estabelece a Lei dos Partidos Políticos (BRASIL, 1995), em seu artigo 53 que

A fundação ou instituto de direito privado, criado por partido político,destinado ao estudo e pesquisa, à doutrinação e à educação política, rege-sepelas normas da lei civil (grifo do autor) e tem autonomia para contratar cominstituições públicas e privadas, prestar serviços e manter estabelecimentos deacordo com suas finalidades, podendo, ainda, manter intercâmbio cominstituições não nacionais.

A Lei Civil, por sua vez, determina em seu Art. 66 que as fundações serão veladas pelo

Ministério Público do Estado onde se localizam (BRASIL, 2002).

Como grande parte das fundações partidárias tem domicílio no Distrito Federal,

aplica-se a norma correspondente ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios –

MPDFT. A Portaria Normativa MPDFT nº 429 (BRASIL, 2016) é o normativo mais recente

que versa sobre a prestação de contas das fundações. No que se refere aos demonstrativos

33

contábeis, a portaria estabelece a obrigatoriedade de envio dos seguintes documentos:

• Balanço Patrimonial – BP;

• Demonstração do Resultado do Período (superávit ou déficit) – DRP;

• Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL;

• Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC;

• Balancete analítico do encerramento do exercício; e

• Notas Explicativas – NE.

Além destes documentos, dentre outros listados pela norma, também são componentes

obrigatórios da prestação de contas das fundações:

• Relatório circunstanciado das atividades desenvolvidas no período (com

informações de natureza qualitativa e quantitativa);

• Descrição de parcerias firmadas com o Poder Público;

• Parecer do Conselho Fiscal;

• Planos de Trabalho aprovados;

• Demonstrativo da execução das receitas e despesas, relativas às parcerias;

• Relação de bens patrimoniais adquiridos ou benfeitorias realizadas com

recursos transferidos pelo poder público; e

• Relatório de auditoria, quando houver previsão estatutária.

2.6 Transparência de Partidos Políticos na América Latina

As diversas nações que compõem a comunidade internacional interagem e se

influenciam em inúmeros aspectos, constituindo uma rede de relações complexas, interligadas

e complementares, fatos constatados através da pesquisa de Alves (2013, p. 15), que,

especificamente no que tange à América Latina, pontua:

Percebe-se, pelo que foi exposto até aqui, que a trajetória latino-americana,sobretudo a relação do Brasil com os países hispano-americanos, é marcada porconvergências e divergências, aproximações e distanciamentos. Além disso, elanão envolve apenas a relação entre nações, mas a maneira como esta influenciarelações intersubjetivas e como estas influenciam as primeiras, em umainteração dialética entre social e subjetivo. Esses movimentos são observadostanto no nível político, quanto no nível interpopulacional e subjetivo, nemsempre de forma coerente. Além disso, não se pode negar a influência daintelectualidade e do meio artístico, que frequentemente atuaram – e atuam –como atores políticos fora da esfera governamental, atribuindo ainda maiorcomplexidade à dinâmica social e subjetiva.

34

Neste contexto, que retoma a ideia do processo globalizante, pode-se assumir que a

interação entre os países, principalmente os mais próximos, tem o potencial de disseminar e

unificar práticas promissoras nas diversas áreas do conhecimento. No que tange à

transparência de partidos políticos, observa-se possibilidades de melhoria no Brasil a partir do

exemplo de alguns países do bloco latino-americano, como Argentina, Colômbia, México e

Chile.

2.6.1 Argentina

Santos (2013), ao realizar uma análise comparativa de websites entre uma amostra de

partidos políticos brasileiros e outra de argentinos, constatou que não há disponibilização de

informações contábil-financeiras nas organizações do Brasil. Quanto aos partidos da

Argentina, chega ao seguinte resultado:

Em todos os websites dos partidos argentinos analisados, constam paravisualização e download os documentos referentes aos gastos e arrecadaçõesanuais das organizações. A presença dessa prestação de contas se deve emgrande medida à exigência da Lei 26.215 que trata do financiamento públicodos partidos, a qual exige publicidade das finanças da organização no site daJustiça Eleitoral e nos sites que são mantidos pelos partidos (SANTOS, 2013,p. 99)

A exigência mencionada acima consta no artigo 24 da lei argentina de nº 26.215,

denominado publicidad, conforme transcrito a seguir:

Los partidos políticos deberán difundir en un diario de circulación nacional elsitio web (grifo do autor) donde se encuentran publicados los estados contablesanuales completos con los listados de donantes. Si la agrupación política nocontase con sitio web referenciará al sitio web del Poder Judicial de la Nación(ARGENTINA, 2007, on line)

Diferente do Brasil, a Argentina ainda não possui uma lei de acesso à informação

pública, apenas um decreto (ARGENTINA, 2003), que não delimita bem os sujeitos

obrigados nem os mecanismos para a efetiva transparência, além de ser uma norma aplicável

apenas para o Poder Executivo nacional do país. Há, entretanto, um projeto de lei em trâmite

no congresso argentino que avança nesse sentido, onde os partidos políticos são

explicitamente mencionados como atores subordinados à norma, que lista também as

informações de divulgação obrigatória através de portais e páginas da web (ARGENTINA,

2016).

35

2.6.2 Colômbia

Os partidos políticos são citados pela Lei de Transparência e direito ao Acesso à

Informação colombiana, que os equipara com movimentos políticos e grupos significativos de

cidadãos ao estabelecer que todos os sujeitos obrigados a obedecer esta norma devem manter

um esquema de publicação de informações através de seus respectivos sítios da web, ou,

quando não existirem, em outros dispositivos de divulgação como boletins e jornais

(COLÔMBIA, 2014).

Rubio (2009) lista nove pontos de transparência e acesso à informação que devem ser

seguidos pelos partidos políticos colombianos para reconstruir os vínculos de confiança entre

a sociedade estas organizações. São eles (tradução livre):

• Implementar mecanismos que garantam abertura informativa e integridade;

• Prestar contas: quem exerce o poder e toma decisões representando outros tem

a obrigação de fazê-lo;

• Transcender a normatividade jurídica e trabalhar com a cidadania por uma

nova cultura política;

• Instaurar no partido – autoridades, funcionários e candidatos – uma cultura de

transparência, abertura e controle;

• Aplicar princípios e boas práticas de ordem, racionalidade e transparência no

manejo dos recursos econômicos;

• Implementar princípios de circulação de informações e transparência em todos

os mecanismos de decisão partidária;

• Criar seus próprios órgãos e mecanismos de controle, fiscalização e sanção;

• Disponibilizar, em meios modernos, informação pública fidedigna, completa,

oportuna, acessível e relevante; e

• Comprometer-se de maneira real e efetiva com a coerência entre o discurso de

transparência e a ação.

A autora, dentre outros tópicos de discussão, aborda a contabilidade como mecanismo

necessário para o fortalecimento da transparência, apontando ser imprescindível a

diferenciação entre os meros requisitos de validade contábil de um demonstrativo e a

profundidade, claridade, detalhamento e acessibilidade que exige a informação destinada a

caracterizar o fluxo de recursos na política como democraticamente transparente (tradução

livre de RUBIO, 2009, p. 9).

36

2.6.3 México

A lei mexicana geral de transparência e acesso à informação pública governamental –

LGTAIP, dentre os países pesquisados, parecer ser a de maior qualidade em termos de marcos

regulatórios de fortalecimento à transparência. O documento não só menciona diretamente os

partidos políticos como sujeitos obrigados, mas reserva um artigo exclusivo para este grupo,

onde lista, de forma ampla, trinta classes de informações que devem estar disponíveis à

sociedade e atualizados em suas páginas da internet. (MÉXICO, 2015, art. 76).

Na figura a seguir, por exemplo, podemos observar, no website do Partido Acción

Nacional, um dos demonstrativos regulamentados como obrigatórios – tabela de

remunerações dos funcionários do partido e daqueles que dele recebem recursos (PARTIDO

ACCIÓN NACIONAL, 2016):

Figura 1 – Tabela de remunerações de funcionários de um partido mexicano

37

Fonte: PARTIDO ACCIÓN NACIONAL (2016)

2.6.4 Chile

A lei de acesso à informação do Chile, de nº 20.285, atualizada em 2016, é semelhante

à correspondente brasileira – não faz menção direta aos partidos políticos (CHILE, 2008). Por

outro lado, a lei orgânica constitucional dos partidos chilenos, que também teve sua última

alteração em 2016, determina em seu Art. 34 que as informações contábil-financeiras devem

ser mantidas nos websites de cada organização, separadas por mês, atualizadas

trimestralmente. Dentre os dados que devem ser disponibilizados estão, por exemplo, os

gastos com educação cívica e com pessoal (CHILE, 1987).

Através de iniciativa da entidade Chile Transparente y Plural, foi criado em 2014 um

índice que mensura e disponibiliza em forma de ranking, conforme figura abaixo, a

transparência dos partidos políticos chilenos, de modo a avançar nas discussões do país sobre

o tema e fortalecer o combate à corrupção (CHILE TRANSPARENTE, 2014).

Figura 2 – Índice de transparência dos partidos políticos chilenos

Fonte: (CHILE TRANSPARENTE, 2016)

Os indicadores que compõem a mensuração do índice estão divididos nas seguintes

subáreas: marco normativo; estrutura e organização; autoridade e representantes; origens e

princípios; vínculos com terceiros; e financiamento. Contemplam, por sua vez, a área de

38

financiamento: Receitas; Gastos; Balanço anual aprovado pela Justiça Eleitoral do país;

vínculo com a página eletrônica do serviço eleitoral chileno; contratos e convênios mantidos

pelo partido. A cada um destes indicadores é atribuído um peso próprio, de modo a subsidiar a

construção do ranking (CHILE TRANSPARENTE, 2016).

Tanto este mecanismo como as iniciativas dos outros países apresentados podem

enriquecer às discussões acerca de transparência dos partidos políticos brasileiros, que, pelo

que foi mostrado, aparentam estar um passo atrás dos vizinhos latino-americanos.

39

3 PROCEDER METODOLÓGICO

Dentre as diversas formas de conhecimento existentes, que se diferenciam por sua

origem, seus instrumentos, sua evidenciação e outros fatores, temos a Ciência, que tem como

sua força motriz a pesquisa científica. Esta, por sua vez, conforme Oliveira (2003) tem a

finalidade de responder questionamentos ao aplicar a metodologia científica. Beuren (2006)

agrupa em três categorias as tipologias de delineamento de pesquisas: quanto aos objetivos;

quanto aos procedimentos; e quanto à abordagem do problema.

Quanto aos objetivos, esta pesquisa é de natureza exploratória, classe que, conforme

Gil (2002, p. 41), “tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com

vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses”. Neste caso, busca-se revisar

discussões sobre transparência e prestação de contas, aplicando-as à questão específica dos

partidos políticos brasileiros.

Quanto aos procedimentos, este estudo desenvolve suas análises e discussões

fundado, principalmente, em pesquisa bibliográfica que sustentará a observação comparativa

de elementos nos websites dos partidos políticos. No que se refere à abordagem, a presente

pesquisa segue uma linha qualitativa, sem aplicação de técnicas estatísticas, valendo-se da

coleta de dados e interpretação do autor considerando a fundamentação teórica.

Em termos práticos, este trabalho, inicialmente, consistiu na busca pelos websites

oficiais de todos os 35 partidos políticos registrados pelo TSE até 2015, bem como de suas

fundações legalmente instituídas, conforme Apêndices A e B. Observa-se que todos os

partidos políticos mantém páginas eletrônicas para contato com a sociedade, o que não ocorre

com suas Fundações, as quais muitas não possuem meios de acesso ao público através de

mídias sociais e, muito menos, formas de contato.

Em seguida, para todas as organizações cujos contatos puderam ser localizados em

seus websites, foram enviadas mensagens via correio eletrônico ou ferramenta “Fale

Conosco” entre os meses de março e maio de 2016, solicitando informações quanto às suas

prestações de contas e à disponibilização de demonstrativos contábil-financeiros na web. Os

resultados ilustram o retorno obtido e as observações realizadas pelo pesquisador até junho de

2016.

40

4 RESULTADOS E ANÁLISES

4.1 Transparência nos websites dos Partidos Políticos

Dos trinta e cinco partidos políticos registrados até o fim de 2015, todos os seus

diretórios nacionais possuem páginas na Internet por onde se comunicam tanto com seus

eleitores quanto com os próprios membros de sua estrutura interna. Não há padronização

nessas páginas, mas, de modo geral, todas apresentam uma área Institucional – história do

partido, organograma, estatuto, programa, missão, visão e valores, entre outros pontos – e

uma área para divulgação de notícias – opinião sobre temas recorrentes, ações realizadas por

parlamentares filiados, e críticas a outros partidos.

Apenas três partidos – o que representa aproximadamente 9% da população analisada

– disponibilizam algum tipo de informação contábil-financeira em suas páginas, conforme

demonstrado nos quadros abaixo:

Quadro 2 – Informações contábil-financeiras disponíveis: PTN

Fonte: Elaboração própria

Partido PTN – Partido Trabalhista Nacional

Observações

Que tipo de informações/demonstrativos contábil-financeiros divulga?

Demonstrativo de Doações Recebidas, Balanço Patrimonial, Relação de Agentes Responsáveis, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, Demonstrativo de Receitas e Despesas, Demonstrativo Financeiro, Demonstrativo de Obrigações a Pagar, Demonstrativo de Contribuições Recebidas, Demonstrativo de Sobras de Campanha, Parecer do Conselho Fiscal

Divulga as informações dentro da área Institucional do site, em tópico nomeado “Contas”. Constam demonstrativos referentes aos exercícios de 2007 a 2011. Algumas partes dos documentos, pela qualidade da digitalização, são ilegíveis. Os arquivos são os mesmo disponibilizados no site do TSE. Pela ilegibilidade, não foi possível identificar a função do “Demonstrativo Financeiro”. A compreensão dos demonstrativos exige um mínimo conhecimento contábil e da legislação aplicável.

41

Quadro 3 – Informações contábil-financeiras disponíveis: PSOL

Fonte: Elaboração própria

Quadro 4 – Informações contábil-financeiras disponíveis: NOVO

Fonte: Elaboração própria

No que se refere ao Partido NOVO, na primeira observação de sua página eletrônica,

em março/2015, não havia nenhum tipo de informação contábil-financeira disponível. Logo,

foi feito contato por e-mail com o partido, que respondeu afirmando que estas informações em

breve estariam publicadas no website, ainda em construção. Em uma segunda consulta, já

constavam os demonstrativos mencionados no Quadro 4. Em um terceiro momento, observou-

se que, conforme a Figura 4 a seguir, o partido vinculou a possibilidade de download dos

Partido PSOL – Partido Socialismo e Liberdade

Balanço Financeiro mensal

Observações

Que tipo de informações/demonstrativos contábil-financeiros divulga?

Divulga as informações dentro da área Institucional do site, em tópico nomeado “Secretaria de Finanças”. Constam demonstrativos referentes aos meses entre Janeiro de 2013 e Julho de 2015. O chamado Balanço Financeiro, único demonstrativo divulgado, não possui previsão legal e em essência, representa a movimentação do Caixa do partido composto por recursos do Fundo Partidário e de Multas repassadas pelo TSE. A compreensão dos demonstrativos exige um mínimo conhecimento contábil e da legislação aplicável.

Partido NOVO – Partido Novo

Observações

Que tipo de informações/demonstrativos contábil-financeiros divulga?

Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração de Resultados do Fundo Partidário

Divulga as informações no tópico “Prestação de Contas” na área do site oficial chamada “Acompanhe”, onde também há os contatos do partido das mídias sociais e as notícias que a imprensa divulga sobre a organização. A “Demonstração de Resultados do Fundo Partidário” não possui previsão legal, chama atenção pelo layout diferenciado. Em essência, este demonstrativo guarda semelhança com o “Balanço Financeiro” do PSOL, apresentando, por sua vez, de forma consolidada, receitas e despesas do exercício de 2015 – ano de fundação do partido. A compreensão dos demonstrativos exige um mínimo conhecimento contábil e da legislação aplicável.

42

demonstrativos com o preenchimento obrigatório de dados do interessado. Esta medida pode

indicar que o partido reconhece o aumento do volume de usuários que buscam por prestações

de contas e aproveita este panorama para montar uma base de contatos, também conhecida

como mailing list.

Figura 3– Website Partido NOVO: espaço da prestação de contas 2015

Fonte: (NOVO, 2016)

Outros três partidos políticos responderam aos questionamentos por e-mail, conforme

explicitado a seguir:

• Partido Progressista – PP: Enviou o link exato do TSE onde estão disponíveis

as prestações de contas de todos os partidos exigidas pela Justiça Eleitoral;

• Partido Popular Socialista – PPS: Informaram que os demonstrativos poderiam

ser encontrados na página do TSE e anexaram no e-mail um passo a passo com fotos das telas

(print screens) mostrando como chegar na área exata onde se encontram as prestações de

43

contas dos partidos;

• Partido REDE Sustentabilidade: Redirecionou o e-mail para o departamento

financeiro do partido que, por sua vez, não retornou o contato.

Os partidos que apresentaram informações contábil-financeiras em suas páginas

enquadram-se no conceito de transparência ativa, já que as divulgam por iniciativa própria e

de forma razoavelmente regular. Vale ressaltar que não necessariamente estas informações

estão em conformidade com as normas aplicáveis. Como pode ser observado, por exemplo,

nenhuma das entidades utiliza o termo “Demonstração do Resultado do Período” - sugerido

pelo CFC.

Tanto o PP quanto o PPS demonstraram que delegam o registro, manutenção e

publicidade de suas prestações de contas para a Justiça Eleitoral.

Ainda que o fato de vinte e nove partidos – 83% da população – não terem retornado o

contato mostre uma tendência a baixo grau também de transparência passiva, não há, neste

estudo, base sólida para este tipo de avaliação. Também não foram verificados insumos que

poderiam sustentar uma avaliação de transparência nominal ou efetiva.

Em nenhum dos casos pode ser observada transparência tempestiva. São sempre

disponibilizadas informações relativas a um período já encerrado, seja ele anual ou mensal. É

válido pontuar que manter informações em constante atualização, de modo geral, pode tornar

o processo de prestação de contas mais oneroso, devido aos gastos que precisariam ser

direcionados tanto à equipe de comunicação quanto à equipe de controle do partido. Apesar

disto, um acompanhamento de dados tempestivos por parte dos usuários reforça as

possibilidades de Controle Social. De forma diferente do que foi contextualizado em relação a

outros países da América Latina, a transparência de informações contábil-financeiras dos

partidos políticos brasileiros encontra-se em patamar bastante inferior.

O gráfico a seguir ilustra os dados coletados referentes a esta seção:

44

Gráfico 1 – Verificação da existência de informações contábil-financeiras nos websites oficiais

dos partidos políticos

Fonte: Elaboração própria

4.2 Transparência nos websites das Fundações criadas e mantidas por Partidos

Políticos

Dos trinta e cinco partidos políticos, os três registrados em 2015 (Partido Novo, Rede

Sustentabilidade, Partido da Mulher Brasileira) ainda estão em processo de criação de suas

fundações. Dez fundações, das trinta e duas já existentes, o que representa 29% da população,

não possuem páginas na Internet nem e-mails para contato divulgados, não havendo portanto

o que se analisar em termos de transparência ativa. Das vinte e duas organizações restantes,

apenas uma (3% da população total) disponibiliza por iniciativa própria informações contábil-

financeiras, conforme quadro a seguir.

45

Quadro 5 – Informações contábil-financeiras disponíveis: Fundação Astrogildo Pereira

Fonte: Elaboração própria

Além dos demonstrativos supracitados, a Fundação Astrogildo Pereira também

apresenta documentos não financeiros que, conforme visto no referencial teórico, contribuem

para a construção de uma gestão pautada na transparência: Planos de Trabalho anuais de 2001

a 2015, que demonstram metas e o seu programa de atuação para o respectivo ano, e

Relatórios de Atividades anuais de 2003 a 2014, que confronta o planejamento com o que foi

efetivamente realizado em termos de gestão.

A Fundação Verde Herbert Daniel reserva em sua página eletrônica um espaço

denominado Transparência, onde não há informações contábil-financeiras, mas apenas um

Relatório de Atividades abrangendo o período de 2011 a 2014, onde descreve de forma

consolidada a gestão da entidade no período.

Outras duas fundações responderam aos questionamentos por e-mail, conforme

explicitado a seguir:

• O Instituto Teotônio Vilela, mantido pelo PSDB, confirmou não divulgar os

demonstrativos em seu website oficial, mas afirmou que, em breve, a prestação de contas

referente ao ano de 2015 deveria ser publicada no site do TSE, junto aos demonstrativos do

próprio PSDB. Até a finalização deste trabalho, eles ainda não haviam sido publicados;

• A Fundação Republicana Brasileira, criada pelo PRB, também confirmou a

ausência de informações contábil-financeiras em sua página da Internet, porém ressaltou a

publicidade e disponibilidade de seus demonstrativos na Promotoria de Fundações do

Ministério Público do Distrito Federal e Territórios – MPDFT.

Fundação Fundação Astrogildo Pereira

Partido Relacionado Partido Popular Socialista – PPS

Observações

Que tipo de informações/demonstrativos contábil-financeiros divulga?

Balanço Patrimonial, Demonstração do Superávit ou Déficit, Demonstração das Mutações do Patrimônio Social, Demonstração dos Fluxos de Caixa, Parecer do Conselho Fiscal, Balancetes Analíticos mensais

Divulga as informações dentro da área Institucional do site, em tópico nomeado “Transparência”. Constam demonstrativos anuais referentes aos exercícios de 2009 a 2015. Os balancetes analíticos publicados abrangem meses entre Janeiro de 2013 e Fevereiro de 2016. A compreensão dos demonstrativos exige um mínimo conhecimento contábil e da legislação aplicável.

46

A Promotoria de Justiça de Tutela das Fundações e Entidades de Interesse Social –

PJFEIS foi procurada e ratificou a informação de que recebe, analisa e arquiva as prestações

de contas das fundações partidárias, mas pontuou que não há publicação do respectivo

conteúdo contábil no site e que, desta forma, não possuem essas informações disponíveis. O

representante contatado ainda afirmou que há uma reestruturação em andamento no setor

contábil da promotoria e que a tendência é de uma maior transparência quanto as informações

sobre o Terceiro Setor do Distrito Federal.

Podemos observar, portanto, que o panorama da transparência ativa no que se refere às

Fundações de origem partidária possui o agravante de não haver demonstrativos publicados

nem mesmo pelo órgão que recebe as prestações de contas – Ministério Público e, a partir de

2015, também o Tribunal Superior Eleitoral. Assim como no caso dos partidos políticos,

apesar de não haver base sólida para avaliação da transparência passiva, esta também tende a

ser baixa, considerando que apenas duas fundações retornaram o contato. Da mesma forma

como colocado no tópico anterior, não foram verificados insumos que poderiam sustentar

uma avaliação de transparência nominal ou efetiva. Quanto à periodicidade das informações

apresentadas, temos, no único caso observado, transparência retroativa.

O gráfico abaixo ilustra os dados coletados referentes a este tópico:

Gráfico 2 – Verificação da existência de informações contábil-financeiras nos websites oficiais

das Fundações criadas e mantidas por Partidos Políticos

Fonte: Elaboração própria

47

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A busca pela transparência tem se tornado cada dia mais árdua num contexto social

onde conflitos econômicos e políticos aumentam na população a necessidade de participarem

mais ativamente da gestão de seus recursos na atividade governamental. Parte destes recursos

são repassados para entidades sem fins lucrativos, mas com fins sociais bem definidos, que

compõem o segmento denominado pela literatura como Terceiro Setor. Dentre os atores deste

espaço nem público nem privado, dois merecem destaque pelo seu grande papel na sociedade

– os partidos políticos e as suas fundações de pesquisa e doutrinação. Os primeiros,

principalmente, estão diretamente ligados à gestão da coisa pública e a legitimação da

democracia representativa na qual o Brasil está fundado.

Estas organizações recebem recursos do Fundo Partidário, que abarca dotações

orçamentárias, multas, doações de particulares, entre outros. De um modo ou de outro, a

origem é sempre o “bolso” da população – o que não necessariamente é negativo, desde que

os fins às quais as entidades se propõem sejam atingidos, impactado positivamente na vida da

coletividade brasileira. Um caminho para assegurar à população uma correta gestão destes

recursos financeiros é a apresentação periódica ou, até mesmo, tempestiva de relatórios

contábeis que possam ilustrar toda a movimentação e situação financeira das organizações.

Em termos de transparência, foi visto que ela pode ser denominada ativa quando a divulgação

das informações é feita por iniciativa do próprio ente e de maneira regular. Com o advento da

globalização, onde o acesso à Internet é amplo, esta possibilidade se tornou ainda mais

concreta.

A partir daí, tem-se a problematização proposta pelo presente estudo, onde questiona-

se o nível de transparência ativa dos partidos políticos brasileiros e de suas fundações na web.

Não havendo maiores subsídios para sustentar uma resposta numérica, observou-se que

apenas 9% dos partidos e 3% das fundações (valores aproximados) apresentam algum tipo de

informação contábil-financeira. A situação se agrava se comparada ao contexto latino-

americano apresentado na fundamentação teórica, onde foi possível observar que algumas das

nações próximas ao Brasil registram perceptíveis avanços na discussão de transparência de

partidos políticos. A metodologia utilizada para esta constatação foi a observação sistemática

dos websites dos partidos políticos brasileiros e suas fundações, bem como o contato com a

maioria deles através de correio eletrônico.

No que se refere ao objetivo geral da pesquisa, que coincide em essência com a

problemática, tem-se que ele foi atingido ao verificar ser baixo o percentual de

48

disponibilização de informações nas organizações analisadas. Os objetivos específicos foram

igualmente cumpridos dentro das limitações do trabalho. Foram encontrados websites para

todos os partidos políticos e para vinte e duas fundações a eles vinculadas. Dentre os trinta e

cinco grupos partidários existentes no Brasil até o fim de 2015, apenas os partidos PTN,

PSOL e NOVO apresentaram algum tipo de informação contábil-financeira em suas páginas

eletrônicas. Do grupo das fundações, somente a Fundação Astrogildo Pereira divulga

demonstrativos contábeis e outros tipos de relatórios em seu sítio oficial.

Conforme exposto anteriormente, estudos similares abrangendo entidades do Terceiro

Setor também convergem para a verificação de baixos níveis de transparência e divulgação de

informações. A presente pesquisa contribui com este arcabouço ratificando achados e

acrescentando pontos de debate específicos sobre os partidos políticos. As proposições

contábeis brasileiras não são fielmente seguidas por eles, principalmente no que se refere às

Notas Explicativas, quase sempre ausentes e, quando presentes, costumam não atender a todos

os parâmetros normatizados. No que se refere às fundações, esta avaliação não foi possível

tendo em vista a indisponibilidade da maioria absoluta de seus demonstrativos.

Pela pequena quantidade de informações contábil-financeiras disponíveis em relação

às populações estudadas, bem como pela falta de padronização das mesmas, quando são

publicadas, contata-se a impossibilidade de mensuração do grau de transparência de

componentes através de parâmetros quantitativos e objetivos.

Expandindo a discussão para além das fronteiras nacionais, há na América Latina

práticas exemplares que podem ser aglutinadas com as determinações legais já existentes no

Brasil. Países como Colômbia, Argentina, México e Chile estão um passo a frente no que se

refere à cobrança por transparência dos partidos políticos, de modo a fortalecer o controle

social e consolidar uma cultura de fiscalização dos recursos públicos. Devido ao baixo nível

de transparência de informações contábil-financeiras verificado nos partidos políticos

brasileiros, ainda não é possível uma adequada e completa comparação com as nações

listadas, tendo em vista que nelas a própria legislação embasa e obriga a disponibilização de

demonstrativos, relacionando um conjunto de relatórios bastante divergente e distante do que

se observa no país, a exemplo da tabela de remunerações das pessoas vinculadas ao partido,

no caso mexicano.

5.1 Recomendações

Aos partidos políticos e suas fundações, recomenda-se maior atenção à publicidade

49

das informações sobre o trato dos recursos públicos. A divulgação destes dados, por sua vez,

não é suficiente se limitando às exigências legais. Diversas pesquisas acadêmicas no ramo

apresentam alternativas de publicidade de dados, que possibilitam uma melhor compreensão

da sociedade em geral e, consequentemente, um maior alcance e efetividade da proposta de

transparência e controle social. Estas alternativas podem assumir a forma de relatórios

qualitativos ou quantitativos, como o Balanço Social, relatórios de atividades e gestão,

informações financeiras consolidadas, entre outras. Perseguir esta proposta é um caminho

para o fortalecimento da cultura da transparência no país.

À Justiça Eleitoral, ao Poder Legislativo, e ao Estado como um todo, sugere-se a

revisão e atualização de algumas de suas normas, comparando-as e assimilando-as com

padrões internacionais, onde apropriadamente se enquadram práticas da Colômbia, da

Argentina, do México e do Chile, listadas nesta pesquisa. No âmbito dos partidos políticos, o

Brasil ainda possui certas lacunas, que podem começar a ser sanadas através da legislação

interna. A própria Lei de Acesso à Informação – LAI, conforme foi citada, já traz um

embasamento preliminar para discussões sobre a obrigatoriedade de tornar transparente os

dados sobre a utilização de recursos governamentais. Mencionar diretamente as organizações

partidárias na LAI; detalhar relatórios exigíveis dentro de suas páginas eletrônicas; e reduzir o

prazo para julgamento das prestações de contas são pontos que podem fomentar a proposta do

presente estudo.

5.2 Sugestões de Pesquisas Futuras

Para estudos posteriores, sugere-se a elaboração de uma base completa de mensuração

da transparência de partidos políticos e suas fundações, como no caso chileno, onde são

considerados não só parâmetros contábil-financeiros, mas também indicadores provenientes

de outras áreas das Ciências Sociais.

Aplicar os conceitos e a metodologia desta pesquisa, aperfeiçoando-os, para a análise

da transparência nos diretórios nacionais e municipais dos partidos políticos também é uma

possibilidade de pesquisa futura.

Por fim, uma análise mais profunda da transparência dos partidos políticos no contexto

da América Latina, ou, até mesmo, fora dela, pode ser um objetivo de pesquisa para os

pesquisadores interessados em contribuir com o arcabouço teórico apresentado pelo presente

trabalho.

50

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60

APÊNDICES

Apêndice A – Websites dos partidos políticos brasileiros

Fonte: Elaboração Própria

SIGLA Nº WEBSITE

PMDB 15 http://pmdb.org.br/

PTB 14 http://www.ptb.org.br/

PDT 12 http://www.pdt.org.br/

PT 13 http://www.pt.org.br/

DEM 25 http://www.dem.org.br/

PCdoB 65 http://www.pcdob.org.br/

PSB 40 http://www.psb40.org.br/

PSDB 45 http://www.psdb.org.br/

PTC 36 http://www.ptc36nacional.com.br/

PSC 20 http://www.psc.org.br/site/

PMN 33 http://pmn.org.br/

PRP 44 http://www.prp.org.br/

PPS 23 http://www.pps.org.br/

PV 43 http://pv.org.br/

PTdoB 70 http://www.ptdob.org.br/

PP 11 http://www.pp.org.br/

PSTU 16 http://www.pstu.org.br/

PCB 21 http://pcb.org.br/

PRTB 28 http://prtb.org.br/

PHS 31 http://phs.org.br/

PSDC 27 http://www.psdc.org.br/

PCO 29 http://www.pco.org.br/

PTN 19 http://www.ptn.org.br/2013/

PSL 17 http://www.psl.org.br/

PRB 10 http://www.prb10.org.br/

PSOL 50 http://www.psol50.org.br/

PR 22 http://www.partidodarepublica.org.br/

PSD 55 http://psd.org.br/

PPL 54 http://www.partidopatrialivre.org.br/

PEN 51 http://pen51.org.br/

PROS 90 http://www.pros.org.br/

SD 77 http://www.solidariedade.org.br/

NOVO 30 http://www.novo.org.br/

REDE 18 https://redesustentabilidade.org.br/

PMB 35 http://www.pmb.org.br/

61

Apêndice B – Websites das fundações de pesquisa e doutrinação dos partidos políticos brasileiros

Fonte: Elaboração Própria

Partido Fundação WEBSITE

PMDB Fundação Ulysses Guimarães http://www.fundacaoulysses.org.br/

PTB Fundação PTB http://www.fptb.org.br/

PDT Fundação Leonel Brizola - Alberto Pasqualini http://www.flb-ap.org.br/

PT Fundação Perseu Abramo http://novo.fpabramo.org.br/

DEM Fundação Liberdade e Cidadania http://www.flc.org.br/

PCdoB Fundação Maurício Grabois http://www.grabois.org.br/

PSB Fundação João Mangabeira http://fjmangabeira.org.br/

PSDB Instituto Teotônio Vilella http://itv.org.br/home

PTC Insituto de Estudos Políticos São Paulo Não localizado

PSC Fundação Instituto Pedro Aleixo http://www.fipa.org.br/

PMN Fundação JK http://fundacaojk.org.br/

PRP Fundação Dirceu Resende Não localizado

PPS Fundação Astrogildo Pereira http://www.fundacaoastrojildo.com.br/2015/

PV Fundação Verde Herbert Daniel http://fundacaoverde.org.br/

PTdoB Fundação Barão e Visconde de Mauá http://www.fundacaobaraodemaua.org.br/

PP Fundação Milton Campos http://www.miltoncampos.org.br/

PSTU Fundação José Luis e Rosa Sundermann Não localizado

PCB Fundação Dinarco Reis http://pcb.org.br/fdr/

PRTB Fundação Presidente Janio Quadros http://fpjq.org.br/

PHS Fundação Solidarista Não localizado

PSDC Não localizado

PCO Fundação João Jorge Costa Pimenta Não localizado

PTN Fundação Trabalhista Nacional Não localizado

PSL Fundação de Pesquisas, Doutrinação e Educação Política Não localizado

PRB Fundação Republicana Brasileira http://fundacaorepublicana.org.br/portal/

PSOL Fundação lauro campos http://laurocampos.org.br/

PR Fundacao Instituto Alvaro Valle http://www.fundacaoalvarovalle.org.br/

PSD Espaço Democrático http://espacodemocratico.org.br/

PPL Instituto Claudio Campos Não localizado

PEN Fundação Ecológica Nacial http://fen.org.br/

PROS Fundação da Ordem Social Não localizado

SD Fundação 1 de Maio http://www.fundacao1demaio.org.br/

NOVO Fundação Novo Ainda não possui

REDE Ainda sem nome. Sera criada. Ainda não possui

PMB Ainda sem nome. Sera criada. Ainda não possui

Fundação Social Democrata Cristã de Estudos Sociais, Econômicos e Políticos.

62

ANEXOS

Anexo A - Controle de Processos de Contas Partidárias

63

Fonte: (TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, 2015)