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UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ- UNOCHAPECÓ LIMITAÇÕES AO DIREITO DE PROPRIEDADE Acadêmicas: Camila Schroeder; Claudia Zeferino; Francielli Parizotto; Mariana Tavares; Mônica L. Santos; Thalita Jordani. Chapecó-SC 29 de Novembro de 2014.

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UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ- UNOCHAPECÓ

LIMITAÇÕES AO DIREITO DE PROPRIEDADE

Acadêmicas:

Camila Schroeder;Claudia Zeferino;Francielli Parizotto;Mariana Tavares;Mônica L. Santos;Thalita Jordani.

Chapecó-SC 29 de Novembro de 2014.

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SUMÁRIO

Limitações ao direito de propriedade:

Limitações Constitucionais;

Limitações Administrativas e legais;

Limitações de Interesse particular;

Limitações de Interesse público;

Limitações Florestais;

Referências.

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS

A propriedade na ordem constitucional e no código civil.

Conscientização aprofundada dos direitos naturais fundamentais para o homem viver dignamente versus O rigorismo individualista antes penetrado sobre a propriedade privada.

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

Neste sentido:

“Sentem-se presentemente as novas tendências das concepções da propriedade, dirigidas para finalidades eminentemente sociais e arredada do individualismo que predominava quando da promulgação do Código Civil”

(RIZZARDO, Arnaldo. Direito das Coisas. Rio de Janeiro: 2011. Editora Forense, p. 168).

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

Objetos da Propriedade;

Propriedade = coletividade de direitos;

O caráter antes absoluto da propriedade não vigora mais;

Era dos freios aos impulsos coletivos;

Conscientização social dos povos;

Influencia da liberalização das ideias e conceitos na concepção de propriedade.

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

“[...] No direito de todos os povos ocidentais, ora com maior, ora com menor intensidade, as restrições do direito dominial campeiam assinaladas pelos historiadores, mas tão potentes que dispensam o expositor de indicar as hipóteses para ilustrar a proposição”

(PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil, 2013, vol. IV, p. 100)

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

Art. 5º, XXIII, CF - função social da propriedade;

Art. 5º, XXIV, CF - desapropriação por necessidade ou utilidade pública;

Art. 184, CF - desapropriação do imóvel rural;

Art. 182, § 4º, CF - desapropriação pelo Poder Público Municipal;

Art. 183 e 191, CF - desapropriação por usucapião;

Art. 5º, XXV;

Art. 5º, XXVI.

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

“Assim, a definição de propriedade, frente a concepção da ordem constitucional implantada, não pode ser concebida no absolutismo original. O direito de usar, gozar e dispor dos bens tem limites, vingando enquanto não ofender a função social da propriedade.”

(RIZZARDO, 2011, p. 169).

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS E LEGAIS

É um meio de intervenção na propriedade, mas que não há perda da posse, mas traz restrições quanto ao uso;

  Tem um caráter geral, ou seja, se impõe a todos, gratuito pelo

qual não gera indenização e unilateral que é imposto pelo Poder Público;

A Limitação e a Servidão Administrativa são distintas.

Ex: Limite de altura para construção de prédio; Recuo de calçada

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

O interesse público a que atende a limitação pode se referir a qualquer fim pelo qual o interesse da coletividade se sobreponha ao do particular;

De nenhuma forma podemos confundir as limitações administrativas com os demais institutos existentes;

Nas zonas circunvizinhas e próximas aos aeródromos, existem limitações ao uso de propriedade devido aos pousos e decolagem das aeronaves;

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

Nos aeródromos públicos as limitações impostas em áreas próximas, ou que se estendam até certa distância, constituem servidões administrativas e não desapropriações;

“Desapropriação é um procedimento pelo qual o Poder Público, compulsoriamente, despoja alguém de uma propriedade e a adquire, mediante uma indenização, fundado em um interesse público.”

As limitações legais, estão expressas em leis especiais, em regulamentos administrativos, e no Código Civil;

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

Servidão administrativa

Servidão administrativa é uma forma de intervenção

na propriedade, no entanto, a referida intervenção não

resulta em perda da posse, porém traz limitações quanto ao

uso através de uma imposição específica,ou seja, recai sobre

alguns imóveis e não sobre todos, onerosa, pois gera direito

de indenização de acordo com o prejuízo causado no

imóvel, e também é unilateral, considerando que é imposto

pelo Poder Público.

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

Ex: A colocação de postes de eletricidade.

O proprietário do bem sofre restrições ao uso e gozo de sua propriedade, pela transferência compulsória de suas faculdades em benefício do Poder Público, tendo em troca indenização em dinheiro.

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

Conforme art. 1378 do Código Civil:

A servidão proporciona utilidade para o

prédio dominante, e grava o prédio serviente,

que pertence a diverso dono, e constitui-se

mediante declaração expressa dos

proprietários, ou por testamento, e subseqüente

registro no Cartório de Registro de Imóveis.

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

Na servidão administrativa não se verifica a transmissão da propriedade;

Na desapropriação haverá sempre indenização;

Na servidão administração só terá ressarcimento quando houver prejuízo para o particular;

Há restrições militares que são impostas sobre as áreas vizinhas, com o objetivo de dar segurança.

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

LIMITAÇÕES DE INTERESSE PARTICULAR

A limitação ao direito de propriedade pode resultar da própria vontade do proprietário, afetando o uso da propriedade. Para que os direitos privados possam coexistir pacificamente deve prevalecer a harmonia entre as pessoas. Nesse sentido, têm relevância os direitos de vizinhança.

Os vizinhos sofrem restrições ao usar sua propriedade de moda a prejudicar a dos outros. O vizinho não pode fazer o que entender. Assim, por exemplo, não pode canalizar as águas para o prédio inferior ou erguer uma parede que venha obstruir a claridade do prédio ao lado.

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

Ao proprietário é permitido estabelecer limitações, como é o caso do usufruto em que o titular do domínio sofre a limitação quanto ao uso. As principais limitações de interesse particular são: no testamento; na doação; no contrato de compra e venda.

1º Testamento: vem inserida a obrigação de um de seus herdeiros ou legatários a obrigação de por sua morte, transmitir a outrem a herança ou legado. Nota-se ai uma restrição à propriedade, que se torna restrita e resolúvel, caso não cumprida a obrigação. Pode ainda inserir a inalienabilidade, a incomunicabilidade e a impenhorabilidade.

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

A inalienabilidade é uma restrição que incide sobre o imóvel, impedindo a sua alienação durante certo tempo ou a vida toda. Enquanto houver a restrição é vedada a alienação.

A incomunicabilidade e a impenhorabilidade decorrem da inalienabilidade, pois se um bem é inalienável não poderá comunicar-se porque a propriedade deve continuar exclusiva. A penhora também fica impedida, pois a venda em hasta pública não deixa de ser uma alienação.

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

Para valerem perante terceiros, as cláusulas devem estar averbadas no Registro de Imóveis, pois a presunção é de que os imóveis são livres no patrimônio do seu titular.

2º Doação: mediante esse contrato o doador pode determinar a inalienabilidade temporária ou vitalícia do bem doado, ficando o titular do mesmo limitado no poder de dispor.

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

3º Compra e Venda: quando as partes resolvem inserir no contrato cláusulas limitativas do poder de dispor, como no caso da retrovenda. O poder de dispor fica paralisado por certo tempo porque o vendedor reserva para si o direito de recobrar, durante prazo determinado, a devolução do mesmo, restituindo o preço recebido e as despesas havidas pelo adquirente. Essa limitação refere-se ao comprador que não poderá alienar o imóvel durante o prazo que possibilita o vendedor de readquiri-lo.

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

LIMITAÇÕES DE INTERESSE PÚBLICO

As limitações de interesse público possuem um grau de proteção superior à propriedade privada, pois limitam o uso da propriedade em face de bens e valores públicos, culturais e coletivos.

Segundo Arnoldo Wald: “O Estado cerceia a plenitude do Direito de Propriedade por certas emanações de sua soberania que são a tributação, a desapropriação e a requisição”.

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

A tributação corresponde a um ônus que deve suportar o proprietário, qualquer obrigação relacionada ao imóvel constitui uma restrição nele incidente. A tributação enseja na imposição do pagamento de imposto, reservando as pessoas jurídicas de direito público, distribuída a competência à União, ao Estados e aos municípios.

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

A limitação mais forte se tem através da desapropriação em caso de necessidade ou utilidade pública de interesse social. Sendo um ato pelo qual o Estado se substitui ao particular no domínio do bem, mediante pagamento de justa indenização.

Não se trata propriamente de restrição, mas sim de perda de propriedade privada. Por esse meio, fica o particular sem o bem de que é proprietário, o qual transfere-se ao expropriante.

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

LIMITAÇÕES FLORESTAIS

Lei 4.771 de 15/09/1965;

12.651, de 25 de maio de 2012;

Lei nº 12.727, de 17 de outubro de 2012.

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

Art. 1° Lei 4.771: As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade, com as limitações que a legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem.

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

Paulo Affonso Leme Machado:

‘‘ Na definição legal de florestas de preservação permanente estão abrangidas não só as florestas, como as demais formas de vegetação nativa ou vegetação existente sem a intervenção do homem. Vegetação natural é a que pertence ao homem.’’

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

Lei 12.651/12, Art. 3o  Para os efeitos desta Lei, entende-se por:

II - Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;

III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa;

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

Exceção: artigo 4º do Código Florestal 4º do Código Florestal

A área de preservação permanente possui uma única exceção para supressão que esta prevista no art. 4º do Atual Código Florestal que é em casos de interesse social (Art. 1º, § 2º, IV).

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

Art. 4º Lei 12.651/12: Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas.

I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).

a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura;

b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura;

c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura;

d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;

e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros;

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de:

a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;

b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;

III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012);

IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros; (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012);

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% (cem por cento) na linha de maior declive;

VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;

VII - os manguezais, em toda a sua extensão;

VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais;

IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação;

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

Art. 16.  As florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as situadas em área de preservação permanente, assim como aquelas não sujeitas ao regime de utilização limitada ou objeto de legislação específica, são suscetíveis de supressão, desde que sejam mantidas, a título de reserva legal, no mínimo.

I - oitenta por cento, na propriedade rural situada em área de floresta localizada na Amazônia Legal; 

II - trinta e cinco por cento, na propriedade rural situada em área de cerrado localizada na Amazônia Legal, sendo no mínimo vinte por cento na propriedade e quinze por cento na forma de compensação em outra área, desde que esteja localizada na mesma microbacia, e seja averbada nos termos do § 7o deste artigo; 

III - vinte por cento, na propriedade rural situada em área de floresta ou outras formas de vegetação nativa localizada nas demais regiões do País; 

IV - vinte por cento, na propriedade rural em área de campos gerais localizada em qualquer região do País. 

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LIMITAÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE

REFERÊNCIAS

FARIAS, Cristiano chaves de. ROSENVALD, Nelson. Direitos Reais, Rio de Janeiro, 5 ed. Editora Lumen Juris, 2008.

GOMES, Orlando. Direitos Reais, Rio de Janeiro, 10 ed. Editora Forense, 1990.

MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro, São Paulo, 2 ed. Editora Revista dos Tribunais, 1989.

MOREIRA, Aroldo. A Propriedade Sob Diferentes Conceitos, Rio de Janeiro, Forense, 1985, Vol. I.

PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil, 2013, vol. IV

RIZZARDO, Arnaldo. Direito das Coisas, Rio de Janeiro, Editora Forense, 2011.

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