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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU
IAVM
PLANEJAMENTO EM ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E PEDAGÓGICA
POR ESTER DA SILVA PINA
ORIENTADOR PROFª GENI LIMA
RIO DE JANEIRO 2012
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU
IAVM
PLANEJAMENTO EM ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E PEDAGÓGICA
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre – Universidade Cândido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Orientação Educacional e Pedagógica por Ester da Silva Pina
RIO DE JANEIRO 2012
Agradecimentos Agradeço a Deus pela oportunidade de vencer mais esta etapa na minha, que em
meio a tantas dificuldades me concedeu forças para prosseguir e coragem para
enfrentar todas as adversidades.Senhor , muito obrigado, sem Ti nada sou!
Ao meu pai Ozeas da Mota Pina pela educação e encorajamento a cada etapa.Pai,
se hoje estou alcançando mais este sonho, é devido as suas orações e
companhia.Que as bênçãos de Deus estejam sempre sobre sua vida.
Aos meus irmãos pela parceria, paciência e colaboração em todos os momentos
difícieis. Muito obrigada família, Deus nos abençoe!
A minha sobrinha Anna Vittória, que mesmo tão pequenina já tem me ajudado a
nesta jornada. “Ninha” é por você que enfrento os desafios e com a força do nosso
Deus estou superando.
Aos meus amigos por estarem sempre apoiando da melhor maneira que podem, me
encorajando a prosseguir.
Aos meus queridos Professores Geni Lima e Lindomar da Silva pela capacidade de
mediar o saber, pela amizade, pelo exemplo de humildade (sendo grandiosos em
conhecimento), pelo carinho e dedicação. Amei ser aluna de vocês.Vocês são
maravilhosos!!!
Muito obrigada a todos!!!
Dedicatória
A minha saudosa mãe, Marlei da Silva Pina, pelo precioso
exemplo de vida, pela demonstração de força e confiança nos
seus dias mais dolorosos, pela mansidão e sabedoria, por me
ajudar a escolher e trilhar este caminho.Continuarei te
amando.Saudades...
RESUMO
O presente estudo trata do planejamento como processo essencial para na
realização da ação educativa. A ausência de planejamento nesta ação demonstra a
falta de intencionalidade no espaço educativo. É um processo contínuo de reflexão,
estabelecendo objetivos e metas que pretende alcançar e traça para isto ações que
visem a garantia dos resultados.Trata-se de uma construção coletiva de intenções, a
partir da execução de ações que promova a concretização dos objetivos propostos e
traduza em mudança de realidade. É um instrumento utilizado pelo Orientador
Educacional com vistas a intervenções pedagógicas necessárias ao
desenvolvimento integral do aluno para sua formação cidadã e para o envolvimento
de toda a comunidade escolar para o desempenho eficaz.no espaço escolar. Para
transformar a realidade e construir uma educação de qualidade é imprescindível que
o planejamento seja resultado de uma coerência com a prática, reconhecendo que é
fator determinante para o sucesso dos objetivos e desafios a serem alcançados.
Palavras chave: Planejamento, objetivo, ação coletiva, prática
SUMÁRIO
Introdução ...................................................................................................................7
CAPÍTULO I – PANORAMA HISTÓRICO DA ORIENTAÇÃO EDUCACONAL: da
orientação vocacional à formação cidadã ...................................................................8
CAPITULO II – O planejamento como cerne do trabalho da Orientação Educacional ...................................................................................................................................17 CAPITULO II – O Planejamento e a prática do Orientador Educacional na escola : um ponto de inflexão..................................................................................................28 Conclusão..................................................................................................................37 Referencia Bibliográfica.............................................................................................38
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INTRODUÇÃO
Este estudo pretende realizar uma reflexão sobre as atitudes e práticas do
Orientador Educacional que possam incidir positivamente sobre a realidade escolar.
Planejar faz parte da atividade humana, onde determina para onde se deseja
ir ou que se quer chegar, sendo fundamental a inclusão de tempo, recursos e
constante avaliação. Frente aos desafios diários, é necessário traçar metas e ações
eficazes que contribuam de forma significativa para as decisões determinadas.Há,
portanto, a compreensão da importância do planejamento na eficácia da atividade
escolar e sua real contribuição para o alcance de melhores resultados e qualidade
no processo educativo.
Partindo deste pressuposto, o Orientador Educacional direciona suas ações
na perspectiva de desenvolver a concepção de ensino aprendizagem e a formação
integral do sujeito junto a toda Equipe Técnica Pedagógica.Diante desta
possibilidade este profissional utiliza de uma ferramenta indispensável para traçar
ações desejadas na escola – o Planejamento, articula-o com o Projeto Político
Pedagógico e a realidade sócio-cultural do educando afim de cumprir com o papel
social da escola.
O desafio então do Orientador Educacional passa a ser o de compreender e
agir sobre as novas demandas, onde o meio interno e externo se confrontam,
implementando com isto seu Plano de Ação, onde desenvolve um trabalho contínuo
em busca de nova realidade, valorizando o que é de caráter positivo e modificando o
negativo.
Esta é a pretensão deste estudo: apresentar a relevância do planejamento
como instrumento importante para otimizar o trabalho escolar, a partir de
intervenções corretas no dia a dia cumprindo a função de melhoria contínua.
A fim de orientar as questões pertinentes a este estudo foram escolhidos
Celso Vasconcellos, Heloísa Luck, Mírian Grinspun e Olívia Porto, atraindo e
estimulando através de seus escritos a reflexão sobre o grande desafio do
Planejamento – porque isso significa o quanto é necessário sua elaboração para
que seja transformada a realidade na escola.
Essa é a essência a ser apontada nas considerações finais, a partir de uma
análise em todo o conteúdo que este trabalho pretende.
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CAPÍTULO I
PANORAMA HISTÓRICO DA ORIENTAÇÃO
EDUCACIONAL: da orientação vocacional à formação
cidadã
A situação econômica apresentada na década de XIX provocou mudanças na
educação escolar, devido a crescente produção industrial, de consumo e de
exportação.Com o desenvolvimento da industrialização tornou-se necessário ajustar
o homem para o mercado de trabalho.Iniciava a partir deste momento a necessidade
de um ensino técnico afim de atender as demandas do setor industrial.
Desse modo, o impulso no processo de industrialização causava
transformação no contexto educacional.Além da oferta do ensino primário e
secundário, busca-se a inserção do ensino técnico para a promoção da instrução
profissionalizante.
Na busca para superar tal necessidade, o ponto de partida foi a implantação
da Orientação Educacional, compreendendo que essa dinâmica resultou na criação
do exercício da Orientação Vocacional nas escolas.
Isso se explica pelo motivo de que essa revolução modificou
profundamente a vida dos países em que ela ocorreu o que veio a
provocar a necessidade de mão de obra especializada, cujo
provimento foi delegado à escola, e nela , à OE (GIACAGLIA e
PENTEADO, p.6)
É em torno desta questão que a Orientação Educacional surge nos
Estados Unidos como uma função importante, marcando diversos momentos no
processo educacional. Assim, a partir do séc. XX, implementa-se a Orientação
Educacional (OE) com foco no campo da Orientação Vocacional.Esta porém, foi
criada por Frank Parsons, em Bostons, nos Estados Unidos.O enfoque privilegiado
deste trabalho estava ligado em orientar aos alunos em função de suas habilidades
úteis à vida profissional.
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Para subsidiar estas necessidades, foi inserida a Psicometria cuja intenção
era propiciar uma prévia e apurada avaliação das competências pessoais
específicas para o exercício das tarefas atribuídas ao empregado.
A Psicometria como atividade própria da Psicologia vai ao encontro dos
objetivos da Orientação Educacional, de qualificar profissionalmente através de
testes vocacionais,no sentido de formar o aluno para o exercício de uma profissão
em conformidade com suas características.De acordo com Giacaglia e Penteado
“essa teoria caberia à OV a tarefa de colocar o homem certo na função certa”. No
entanto a tarefa de contribuir para que o indivíduo tivesse condições de exercer
atividades profissionais a partir das aptidões estava entrelaçada às funções do
Orientador Educacional.
Este serviço de Orientação Educacional se expande a diversos países,
dentre eles no Brasil,estruturando e direcionando as ações do Orientador
Educacional por diversos períodos.Sua primeira aparição no Brasil foi em 1924, na
cidade de São Paulo, através de Roberto Mange, engenheiro suíço que cria o
serviço de Orientação Educacional e Seleção Profissional, por meio de seleção a
partir dos ideais da Orientação Vocacional.Segundo Grinspun neste trabalho
“encontra-se a seleção profissional baseada no conhecimento das características
individuais e nas aptidões funcionais para determinadas funções e ocupações”.
(GRINSPUN, 2011)
Com a propagação das escolas e a difusão da necessidade de
transformação educacional, a Orientação Educacional começa a ter sua importância
reconhecida no âmbito escolar. O reflexo deste reconhecimento provoca no Brasil
em 1931, por Lourenço Filho, nos moldes americanos, a oficialização do serviço de
Orientação Educacional.De acordo com Porto “ o objetivo maior deste “serviço” era
guiar o indivíduo na escolha de seu lugar social pela “profissão”, uma espécie de
correlato do que hoje concebemos como orientação vocacional”(2009, p.49).Neste
período a Orientação Educacional se expressa, primando-se portanto pela oferta de
um serviço de orientação ligado à formação profissional.
Os marcos da função do Orientador Educacional está organizado de
acordo com Grinspun em seis períodos:Período Implementador; Período
Institucional; Período Transformador; Período Disciplinador; Período Questionador e
Período Orientador.
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1.1 - Período Implementador
A Orientação surge no Brasil apresentando um papel relacionado a
técnicas psicométricas importadas dos Estados Unidos.O trabalho do Orientador
Educacional fundamentava-se na concepção psicológica, realizando a função de
orientação profissional e a seleção para o trabalho a partir de sua vocação natural.
1.2 - Período Institucional
Durante este período a sociedade e a educação encontrava-se em
processo de mudanças, tornando-se necessário adaptar o indivíduo ao meio
social.Criou-se então, em 1942 a Lei nº 4.073, a Lei Orgânica do Ensino Industrial,
que dispõe sobre a preparação profissional dos educandos destacando no Capítulo
I, Art. 1º “as bases de organização e de regime do ensino industrial que é o ramo de
ensino, de grau secundário, destinado à preparação profissional”.
A Lei Orgânica surge para facilitar a trajetória de cada educando
favorecendo seu desenvolvimento e desempenho no percurso em direção à vida
profissional.No Art. 4º fica implícito a necessidade da escola prover aos alunos a
formação necessária para construir sua trajetória profissional,mencionando as
seguintes finalidades:
Art. 4º O ensino industrial, no que respeita à preparação profissional do trabalhador, tem as finalidades especiais seguintes:
1 - formar profissionais aptos ao exercício de ofício e técnicas nas atividades industriais; 2 - dar a trabalhadores jovens e adultos da indústria, não-diplomados ou habilitados, uma qualificação profissional que lhes aumente a eficiência e a produtividade; 3 - aperfeiçoar ou especializar os conhecimentos e capacidades de trabalhadores diplomados ou habilitados; 4 - divulgar conhecimentos de atualidades técnicas.
No que se refere ao Orientador Educacional, suas ações educativas devem
propiciar que à escola um lugar de convivência social fortalecidas através da
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intervenção e articulação com espaços de caráter cultural, recreativo entre outros.
No Capítulo XIII Da Orientação Educacional desta Lei em seus Art. 50º,51º e 52º
estabelece:
Art. 50. Instituir-se-á, em cada escola industrial ou escola técnica, a orientação educacional, que busque, mediante a aplicação de processos pedagógicos adequados, e em face da personalidade de cada aluno, e de problemas, não só a necessária correção e encaminhamento, mas ainda a elevação das qualidades morais. Art. 51. Incumbe também à orientação educacional nas escolas industriais e escolas técnicas, promover, com o auxílio da direção escolar, a organização e o desenvolvimento, entre os alunos, de instituições escolares, tais como as cooperativas, as revistas e Jornais, os clubes ou grêmios, criando, na vida dessas instituições, num regime de autonomia, as condições favoráveis à educação social dos escolares Art. 52. Cabe ainda à orientação educacional valor no sentido de que o estudo e o descanso dos alunos decorram em termos da maior conveniência pedagógica.
Objetiva-se que este, o OE, se aproprie de procedimentos que possam
subsidiar seu trabalho como princípio estruturador que esteja em sintonia com o
perfil de cada aluno com vistas a por em prática os conhecimentos construídos de
forma que contribua para o fortalecimento na construção de valores.
A criação da Lei Orgânica tornou-se um marco importante para o
Orientador Educacional.Em cada Lei Orgânica instituída, ou seja, a Lei Orgânica do
Ensino Industrial- nº 4.073; a Lei Orgânica do Ensino Secundário- nº 4.244; a Lei
Orgânica do Ensino Comercial- nº 6.141; a Lei Orgânica do Ensino Primário nº
8.259; a Lei Orgânica do Ensino Normal- nº 8.530 e a Lei Orgânica do Ensino
Agrícola- nº 9.613, incluía uma proposta diferente de atuação do Orientador
Educacional de acordo com as necessidades de ensino.
Cabia a este profissional em diversos momentos, tendo em vista as
legislações vigentes, obter especificidades diferentes no desempenho de sua
função, desenvolvendo portanto seu trabalho em múltiplas vertentes, ou seja, como
princípio corretivo, preventivo, terapêutico, de aconselhamento e psicológico.
O Período Institucional subdivide-se em Período Funcional e Período
Instrumental.No Período Funcional a ação do Orientador Educacional se destacou
como atividade de caráter corretivo. Grinspun declara que a práxis do OE “estava
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relacionada à disciplina da escola e, portanto, o fazer daquele profissional era
revestido de um papel muito mais de inspetor do que de orientador”.(2011,p.143)
No Período Instrumental o trabalho desenvolvido pelo Orientador
Educacional estava associado à adaptação do indivíduo à sociedade, a fim de
ajustá-lo.Para assegurar uma ação mais efetiva, o Ministério da Educação
desenvolveu atividades de estudos sobre os conhecimentos necessários ao
Orientador Educacional para aprimoramento de suas competências, descortinando
novas perspectivas e desafios na atuação do processo educacional.Estes desafios
tornaram-se um fator que impulsionou o estabelecimento de normas do trabalho da
Orientação Educacional,tornando institucional.
1.3 – Período Transformador
Neste Período, a função do OE concentra-se a partir da primeira Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 4.024/61, em uma ação educativa,
mediando-as de forma a investir nos processos de desenvolvimento do indivíduo.A
Lei apresenta de forma clara a função de Orientação Educacional bem como a
sistematização de suas ações também no foco vocacional. Seu trabalho perpassa
por todas as dimensões do aluno, atingindo de forma suficiente para o processo de
desenvolvimento pessoal integral, de sua emancipação humana.
A referida Lei cita da acima em seus Art. 38º, parágrafo V ,62º e 63º faz
referência a este profissional e balizam as práticas e a formação necessárias a
serem desenvolvidas por este profissional.
Art 38 – Na organização do ensino do ensino de grau médio serão
observadas as seguintes normas:
V- instituição da orientação educativa e vocacional, em cooperação com a
família
Art 62 – A formação do orientador de educação será feita em cursos
especiais que atendam às condições do grau, do tipo de ensino e ao meio
social a que se destinam.
Art 63 – Nas faculdades de Filosofia, será criado, para a formação de
Orientadores de Educação do ensino médio, curso especial a que terão
acesso os lincenciados em Pedagogia, Filosofia ou Ciências Sociais, bem
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como os diplomados em Educação Física e os inspetores federais de ensino,
todos com estágio mínimo de três anos de magistério
O Período Transformador pretendia contribuir para favorecer novas
referências à atuação do Orientador, ou seja,configurar como um modelo nacional
que pudesse adequar as necessidades educacionais da sociedade brasileira.O
Orientador tem a partir da criação deste ofício um papel fundamental na colaboração
junto à família no desenvolvimento do indivíduo de forma integral, formando-o de
acordo com os anseios estruturais educacionais.
1.4 – Período Disciplinador
Mesmo com os avanços obtidos em relação a este profissional , o Orientador
Educacional durante o Período Disciplinador, além da abordagem na área
vocacional, sua atribuição envolve a necessidade de facilitar a conexão que vise a
qualificação profissional dos educandos ao mercado de trabalho.
A partir da nova referência ao papel do OE , de estar em pleno
desenvolvimento com o social, em 1971 cria-se a Lei nº 5.692, a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação, que determina a obrigatoriedade deste profissional nas
escolas. Art. 10º assegura essa obrigatoriedade
Art. 10º Será instituída obrigatoriedade a Orientação Educacional incluindo
aconselhamento vocacional, em cooperação com professores, a família e
comunidade.
Com o intuito de ajustar o homem á sociedade , a profissão do OE passa a
ser disciplinada a partir das atribuições descritas no Decreto nº 72.846/73.Nos
Art.8º e 9º deste Decreto, que se refere as atribuições privativas e outras, fica
explícito a necessidade do OE estar em pleno envolvimento com o social, tornando
compreensível que “ o papel da Orientação Educacional se faz importante nesse
sentido a medida que esta consiga atender as necessidades da
comunidade”.(PORTO, p.60)
Sob esta perspectiva a Federação Nacional dos Orientadores
Educacionais, a partir da Lei nº 5.564/68 e do Decreto nº 72.846/73, elabora o
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Código de Ética do Orientador com a finalidade de oferecer subsídios para uma
conduta que sirva de base para corresponder positivamente suas ações, adquirindo
maior capacidade em dominar o que cabe a sua função.O documento trata da
questão da ética como valores que o profissional tem consigo próprio e o
comprometimento desta ética que estabelece com a equipe pedagógica, alunos,
família e comunidade.O Art. 7º deste Código de Ética estabelece:
Art. 7º - Para a eficácia e eficiência do trabalho junto e com a comunidade escolar, o Orientador Educacional precisa: a -buscar o comprometimento de toda a equipe escolar para atingirem os mesmos objetivos, respeitando os limites de cada área; b- saber ouvir;
c- saber o quê, quando e como falar (diálogo) d- respeitar a todos como pessoa e- estimular o entendimento grupal f- intervir sem invadir.
1.5 – Período Questionador
A escola precisa cumprir sua função social.Para isso torna-se necessário que
esteja em sintonia com o contexto que a sociedade está vivenciando e com a
formação do aluno.A idéia presente neste período era marcada pelo questionamento
se o papel desenvolvido por este profissional, o OE, estava adequado e se o
mesmo atendia as necessidades da escola, que era trazer reflexões sobre o objeto
de estudo do Orientador Educacional – o aluno e seu desenvolvimento.Inicia-se
enfim, a discussão sobre questões fundamentais sobre a práxis do OE na formação
do aluno-cidadão.
A falta de uma clara definição de sua função colocava, e muitas vezes
ainda coloca, o Or.E. no papel de joguete ou de curinga na
escola.Além disso, os Or.Es. procuravam uma identidade, tinham
dúvidas de caráter ideológico sobre as finalidades e sobre a condução
de seu trabalho(GIACAGLIA e PENTEADO)
Devido a estas questões, o trabalho do Orientador passa a ser mais
consolidado,com uma postura direcionada à formação cidadã.A ênfase da função do
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OE com formação do aluno permite que sua prática se torne mais questionadora e
atuante em relação às questões sociais e pedagógicas da escola em busca do aluno
reflexivo e melhoria no processo educacional.
Neste contexto é fundamental ressaltar a Lei de Diretrizes e Bases nº
9.394/96, que nos Art.64º e 67º menciona, respectivamente,sobre a valorização
deste profissional, em sua atuação com a Equipe Pedagógica.
Durante este Período ocorre o X Congresso de Orientação Educacional, onde
desenvolve questões capaz de promover uma dimensão maior do trabalho do OE na
relação teoria-prática, visando por meio de ações proporcionar maior dimensão
social na escola.O papel do Orientador no entanto, apresenta-se como mediador na
dimensão política, em busca de responsabilidade coletiva para atender as
demandas das relações entre escola e sociedade a qual estão inseridos.
Como um especialista da educação, o Orientador Educacional para viabilizar
suas intervenções escolares, delimita suas intencionalidades a partir de
planejamento dinâmico adequado à estrutura teórica e prática da escola,
compreendendo que, segundo Porto(2009) “ todo e qualquer planejamento ou plano
de ação do Orientador Educacional deve estar atrelado ao Projeto Político
Pedagógico da Escola”.
1.6 – Período Orientador
A partir do ano de 1999 até aos dias atuais, o trabalho do Orientador se
constitui de forma integrada, ou seja, envolve todos em um trabalho articulado,
pensando no desenvolvimento integral do indivíduo. Para isso é necessário um
currículo escolar que traga uma reflexão nas atividades e conteúdos, que resulte na
autonomia do aluno e no desenvolvimento de suas competências.
Cabe ao Orientador Educacional estar em sintonia com as demandas do meio
social vivenciadas e trazidas para o espaço escolar através do aluno, a fim de seu
plano de ação favoreça o desenvolvimento nas diversas dimensões da vida do
aluno.Porto enfatiza sobre a importância sobre a importância do trabalho do OE em
relação a esta bagagem que o aluno traz para a escola:
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O papel do orientador na dimensão contextualizada diz respeito ,
basicamente, ao estudo da realidade do aluno, trazendo-o par dentro
da escola, no sentido da melhor promoção do seu desenvolvimento.A
Orientação Educacional não existe para padronizar os alunos nos
paradigmas escolhidos como ajustados, disciplinados ou
responsáveis.O importante é a singularidade dentro da pluralidade, do
coletivo.A prática do orientador deverá valorizar a criatividade,
respeitar o simbólico, permitir sonho, recuperar a poesia. O
conhecimento não exclui o sentimento, o desejo e a
paixão.Precisamos encontrar este espaço e, simplesmente, deixá-lo
existir(2009, p.73-74)
Atualmente o OE desempenha sua função a partir de um processo coletivo –
escola/família/comunidade- e dinâmico mediante a uma prática de intervenção que
vem ao encontro das necessidades do contexto educacional e social dos alunos,
para que os mesmos se tornem sujeitos do processo, desenvolvam suas
potencialidades e sejam conscientes de seu papel na sociedade.
Depreende-se que o “fazer” do orientador educacional deva estar
voltado para prestar assistência ao professor , aos alunos, às famílias,
à escola como um todo, envolvendo os seus profissionais, enfim todas
as pessoas que interagem e contatam com o educando, objetivando
prepará-los para atender e entender as necessidades dos educandos
de forma global – em relação aos aspectos cognitivos, psicomotores,
sociais e afetivos.(PORTO, p.56)
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CAPÍTULO II
O PLANEJAMENTO COMO CERNE DO TRABALHO DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
O papel do planejamento ocupa lugar de destaque no desenvolvimento das
atividades do Orientador Educacional.A implantação do planejamento vai além de
um traçado de ações e prazos definidos para obter o que se pretende.Sua
construção visa garantir de maneira contínua a formação do educando no processo
decrescimento pessoal e de suas potencialidades.
Neste momento de uma sociedade globalizada e de uma diversidade cultural
latente, o serviço de Orientação Educacional necessita ser desenvolvido a fim de
proporcionar um compromisso ético e moral com a comunidade escolar.Desta forma
o Orientador Educacional junto à Equipe devem direcionar seus esforços com um
planejamento que seja favorável ao alcance de um ensino de qualidade.Sem dúvida,
não é uma tarefa fácil, porém requer muito esforço e trabalho coletivo que permitam
a concretização do plano de trabalho elaborado.
1.1 – Planejamento e suas perspectivas em Orientação Educacional
Compreende-se o planejamento como um meio de estabelecer objetivos,
delimitar as intenções, determinar onde se quer chegar e articular métodos e
estratégias para alcançar o que está sendo proposto.Diante da diversidade de seus
desafios, Vasconcellos (2010) descreve que “ planejamento é político, é hora de
tomada de decisões, de resgate de princípios que embasam a prática
pedagógica.Mas para chegar a isto e preciso atribuir-lhe valor, acreditar nele, sentir
que planejar faz sentido, que é preciso”.
A concepção de que o planejamento é sempre um meio para se alcançar um
objetivo, o Orientador Educacional deve portanto pensar em constituir no momento
de sua elaboração com a Equipe Pedagógica um espaço de reflexão que dê
subsídios para responder as seguintes questões: que mudanças pretendo provocar
face a esta realidade? O planejamento esta em sintonia com o contexto o qual estou
inserido? Com que intencionalidade está sendo delimitado o planejamento? Que
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procedimentos e instrumentos avaliativos serão desenvolvidos para comprovar sua
eficácia e eficiência. De acordo com Luck (2011), o planejamento:
Diz respeito a um método de análise da realidade sobre a qual se pretende agir, de maneira a se poder vislumbrar suas contradições, sua disparidades e conflitos, a fim de representá-lo o mais plena e fielmente possível, de modo a permitir a tomada de decisões necessárias e possíveis (dimensão política).Planejar não significa, pois, estabelecer modelos a serem seguidos mecanicamente, significa estar com a mente aberta constantemente – antes, durante e após o processo educativo – buscando abrir cada vez mais a amplitude de sua significação, o que ocorre mais plenamente no momento de ação.Planejar não significa estabelecer modelos estáticos, que se repetem mecanicamente, como se os atos e comportamentos humanos fossem periódicos e aqueles que são mais facilmente moldáveis e reguláveis, por sua simplicidade sejam os mais importantes.(p.76-77)
Nesta perspectiva o planejamento do OE implica em fornecer diretrizes para o
seu plano de ações e que este possa desencadear em resultados que beneficie
tanto o trabalho educativo do Orientador quanto para o os alunos, contribuindo para
mudanças.Convém ressaltar que toda equipe deve se tornar corresponsáveis pelo
planejamento, exercendo ativamente contribuições no monitoramento das ações
para atingir seus objetivos.
A ação do OE em relação ao planejamento requer clareza, intencionalidade e
coerência, a fim de que não se perca de vista os objetivos propostos e tenha
condições de se ajustar de acordo com novos desafios e necessidades que se
apresentam, devendo ser constantemente subsidiado pelo processo avaliativo.O
planejamento das ações projetadas pelo Orientador Educacional deve estar baseado
entre duas dinâmicas: o real e o ideal, ou seja, nas ações devem estar embutidas
intencionalmente os resultados que se deseja em determinado momento.
As ações do planejamento do OE devem assumir uma postura de
desenvolvimento e crescimento individual e coletivo do aluno, comprometido com
valores e princípios, no intuito de investir no seu processo de formação
potencializando a dimensão reflexiva, ética, cognitiva e afetiva.Estas dimensões
podem ser concretizadas a partir de experiências em atividades e projetos/oficinas
que proporcione a construção de novos conhecimentos e condições de enfrentar os
desafios cotidianos.
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O principal objetivo do OE ao planejar ações educativas visando estas
dimensões é oportunizar aos alunos a ampliação de seus horizontes no meio social
e contribuir para atingir metas educacionais, sendo necessário entender que “ o
planejamento em educação e na Orientação Educacional traduz uma política
educacional de compromisso social.(LUCK, p.97)
A intenção é integrar conhecimentos que possibilite no espaço educativo
experiências significativas. Este trabalho se expressa a partir de um planejamento
sistematizado capaz de gerar um processo escolar emancipador, tendo o
“compromisso com a formação de cidadãos autônomos, críticos e participativos,
capazes de atuar com competência, dignidade e responsabilidade na sociedade em
que vivem, transformando-a.(PORTO, p. 101-102)
É evidente que o planejamento surge como um canal de mediação entre a
vivência intra e extra escolar.Para tanto, acredita-se que o melhor caminho é
promover práticas conjuntas com escola/família/comunidade para desenvolver o
engajamento social, propiciando vivências que alcance as necessidades, interesses
e expectativas dos educandos como sujeito social.Sobre este aspecto, Luck (2011)
descreve:
Planejar em educação envolve habilidades de trabalho em grupo, de envolvimento de pessoas e de articulação de seus esforços de comunicação e de negociação, uma vez que, sendo uma ação complexa e coletiva, implica que seja realizada de forma participativa (o planejamento participativo é uma condição fundamental da Orientação Educacional).(p.69)
O que se pretende ao planejar é a compreensão de que o planejamento
torna-se uma das ações responsáveis pelos resultados positivos no processo de
ensino aprendizagem e da expressão de uma cultura democrática, contribuindo para
o desenvolvimento do trabalho pedagógico e social.Portanto, a importância que se
tem ao elaborar o planejamento é a percepção dos avanços alcançados a partir da
situação inicial.Planejar é uma ação que potencializa a elaboração do trabalho
pedagógico de forma integrada, consolidando bons resultados a partir da
identificação das necessidades e da implementação de ações em prol do suprimento
destas necessidades.
Luck (2011) enumera alguns fatores que compõem o planejamento e são
fundamentais para que as práticas promovam desempenho, influenciando
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positivamente as intervenções realizadas e são necessários para subsidiar o
trabalho do Orientador.Para isso o planejamento deve estes expressar estes fatores
da seguinte maneira:
1.1.1 – Direcionamento
É o processo que engloba um propósito em que se estabelece os
procedimentos e práticas sistematizados de forma clara e precisa.Nele estão
descritos os fins propostos em torno de sua efetivação norteados pelo o quê, como e
quando realizar e acima de tudo pensar na divisão das responsabilidades das ações
propostas.Vasconcellos esclarece que: “mudar a realidade não é absolutamente
fácil! É a meta a ser alcançada, um ideal que dá sentido ao caminhar”.(p. 91).O
direcionamento está diretamente associado à definição de uma proposta comum a
toda comunidade.
1.1.2 – Flexibilidade
Este aspecto é de total relevância quando diz a respeito dos desafios de
situações-problemas que interferem no planejamento, sem que tenham previamente
refletido ou não. A flexibilidade surge como um ajustamento, recriando uma nova
ação a fim de garantir os resultados delimitados na construção do planejamento.
Gandin (1994) faz uma crítica em relação a flexibilidade, quando esta é utilizada
apenas como uma ferramenta que contribua para enfrentar os problemas eventuais
ou até mesmo existentes.Segundo ele a flexibilidade se constitui como uma
estratégia para obter o resultado positivo dos objetivos firmados, levando-o a afirmar
que:
Há uma situação em que a flexibilidade é necessária: quando se a utiliza para não sermos flexíveis no que diz respeito ao rumo estabelecido em nossos planos.Isto quer dizer, quando a flexibilidade é utilizada para acertar coisas menores dentro do processo de intervenção da realidade, visando que esta intervenção seja na direção que traçamos claramente.Deve, com o tempo tornar-se mais difícil explicar por que alguma coisa prevista não foi realizada do que simplesmente levá-la à prática.Isto supõe que as modificações que realizamos em nossos planos só têm sentido quando forem para não perdemos no nosso plano, isto é, mudamos para salvar o que
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realmente importa que , em nosso caso, é o que projetamos para o futuro.(p. 162)
1.1.3 – Globalidade Este princípio contribui para reforçar e favorecer resposta ao todo no contexto
educacional. Torna-se um princípio que deve possuir uma técnica capaz de
assegurar um resultado global, imprimindo neste processo a marca de superação de
limites, e que possa refletir positivamente nas situações desafiadoras.Este princípio
evoca a idéia de que para vencer desafios, dificuldades e gerir resultados, deve-se
obter um planejamento que conte efetivamente com decisões conjuntas, mobilização
de equipe e fortalecimento das relações interpessoais.A globalidade não se restringe
apenas a dimensão do elemento humano, mas também ao enfrentamento de
situações divergentes. De acordo com Gandin a coletividade contribui para a
garantia de resultados:
A única alternativa para que se alcance a execução é o processo
participativo: se pessoas, juntas, determinarem não apenas o que
fazer, mas , principalmente, antes disto, os rumos a seguir, não
haverá problemas de execução porque todos se sentem parte de um
processo. (p. 178)
1.1.4 – Objetividade
O ponto de partida para a elaboração do planejamento é detectar as reais
necessidades da comunidade escolar, tendo clareza dos aspectos que precisam ser
trabalhados.Esta objetividade é refletida através de um diagnóstico apurado do
Orientador Educacional de forma fidedigna com base nos registros e descrição da
realidade, traduzindo-a de forma a gerir transformação e ligar os esforços de todo
corpo docente no mesmo propósito.O Orientador deve estar apto a perceber, refletir
e agir sobre dada situação, visando fundamentar suas decisões em consonância
com o foco principal, levando em conta as dificuldades do coletivo e suas
expectativas, e contribuir para o desempenho e geração de resultados no espaço
educativo. Esta objetividade tem como foco a verificação do que realmente precisa
22
ser feito, visando sua superação com vistas ao efeito e avanços que as estratégias
utilizadas podem proporcionar.
1.1.5 – Progressão
O planejamento deve constituir um processo sistemático como condição de
qualificar sua execução, através da diversidade de desafios em momentos
diversos.O Orientador deve através do planejamento avaliar e adequar suas ações
para desenvolver com coerência o que se pretende alcançar, dimensionando e
ajustando esta prática à realidade que se apresenta.Ou seja, as ações devem estar
em sintonia com as transformações ocorridas, provocando a inserção de novos
procedimentos em sua prática uma vez que o planejamento não é estático.
Ao planejar o seu trabalho, o Or. E. verificará se as estratégias, ou quais delas, que vinham sendo empregadas, até então, estavam produzindo os resultados desejados ou necessitariam ser completa e/ou parcialmente modificadas.Conforme os resultados dessa verificação, ele procurará manter as estratégias que se mostram profícuas nos últimos anos ou que surtiram bons efeitos no último ano letivo, indicando as que serão mantidas também no ano que se inicia, deixando, entretanto, em aberto a inclusão de novas estratégias que no decorrer do ano se mostrem necessárias, seja para substituir aquelas que estava usando, seja para complementá-las. (GIACAGLIA e PENTEADO, p.121)
Esta avaliação no trabalho do Orientador necessita ser contínua, para que
sua prática seja renovadora e repensada, objetivando o acompanhamento do
desenvolvimento integral do aluno e a ressignificação de seu plano de ação de
acordo com as necessidades vigente.
1.1.6 – Responsabilização
Uma forma do Orientador garantir resultados positivos em seu planejamento é
permitir que sua atuação esteja comprometida com sua missão.Este
comprometimento deve perpassar por toda comunidade escolar: professores,
funcionários e Equipe Diretiva a fim de mudar a realidade e superar os problemas
existentes.Torna-se necessário a constituição de uma equipe que seja responsável
pela elaboração de práticas educativas que supere os obstáculos.Uma das
23
características deste processo é a adoção de uma prática onde cada componente
esteja ciente de sua atuação e responsabilidade, ou seja, o trabalho do Orientador é
compartilhado, dando voz ao trabalho em equipe tornando-se o responsável para
solidificar o cumprimento das ações e se preparando para ajustar estrategicamente
às resistências e pressões como um meio de articular as expectativas coletivas para
obter os resultados que contribua para a qualidade no cenário educacional. Segundo
Luck (2011)
Planejar representa dar unidade, integridade e direcionamento às ações educacionais, iluminadas por uma visão consistente e congruente da realidade, fundamentada em ideário educacional sólido, secundado por métodos e condições apropriados.(p. 52)
O Orientador a fim de compartilhar as responsabilidades e objetivos torna-se
o mediador nesta relação de trabalho, buscando otimizar seu comprometimento e
fazer pedagógico em sintonia com o seu plano de trabalho e com a visão da escola.
1.1.7 – Viabilidade
Um planejamento neste contexto se expressa através da elaboração de
metas e pontos definidos a partir de diretrizes de ação capaz de favorecer seu
exercício, alcançando eficácia no plano elaborado.À medida em que estão
relacionados os planos torna-se necessário a busca de sua efetividade,
compreendendo que é necessário atender as suas peculiaridades.O Orientador
deve, portanto, para atingir os objetivos propostos em seu planejamento, fixar
coletivamente com transparência a incumbência que a escola têm, definindo os fins
que se espera alcançar, determinando os procedimentos e instrumentos que serão
utilizados e as características específicas que serão delineadas. De acordo com
Giacaglia e Penteado (2010):
Muitas reformulações serão necessárias até que o OR. E. julgue razoável e exeqüível o que está planejando.Esta tarefa, de aparente complexidade e dificuldade iniciais, torna-se facilitada, ao longo dos anos, porque a maior parte das atividades já está prevista, tendo-se, somente, de proceder a pequenas alterações.O que não se pode deixar de reconhecer é que o cronograma é de suma importância porque permite, a quem o elabora, uma visão realista da viabilidade do planejado.Certamente, a experiência de anos anteriores irá
24
contribuir, cada vez mais, para o aperfeiçoamento deste instrumento útil de trabalho.(p. 122)
1.2 - O Currículo na proposta do Planejamento do Orientador
Educacional
Para a promoção de um trabalho de qualidade e o alcance dos objetivos
propostos, o planejamento em Orientação Educacional deve buscar uma sintonia
com o Currículo escolar de modo a garantir a coerência do processo educativo.O
Currículo representa a estrutura teórica e prática da escola, permitindo a construção
de valores sociais, éticos e culturais refletindo portanto no papel social e educativo
da escola.
Por currículo se entende a síntese de elementos culturais (conhecimentos, valores, costumes, crenças, hábitos) que conformam uma proposta político-educativa pensada e impulsionada por diversos setores sociais cujos interesses são diversos e contraditórios, ainda que alguns tendam a ser dominantes ou hegemônicos, e outros tendam a opor-se e resistir a tal dominação ou hegemonia.(VASCONCELLOS apud ALBA, p. 99)
A construção do currículo é elaborado por meio de uma integração entre os
componentes da escola que intencionalmente transmitem o conhecimento escolar
com uma prática que considere o cotidiano do aluno, seus interesses e duas
relações com os outros.Nesse sentido, é necessário que o planejamento em
Orientação Educacional tenha coerência com as experiências dos educandos
proporcionado-o um aprendizado significativo e desenvolvimento pleno, contando
com a ressignificação do trabalho escolar.
Tal prática torna-se um dos maiores desafios para a elaboração deste
planejamento, pois precisa articular a diversidade de valores, barreiras nas relações
interpessoais, questões culturais, sociais e políticas, relação professor-aluno, entre
outros fatores.O Orientador , no entanto, precisa exercitar esta prática para que os
saberes obtidos na escola esteja associado ao seu cotidiano, através de trabalho
interdisciplinar e que atente para a formação humana e contribua para a efetiva
garantia de seus direitos.
25
O Orientador consciente da importância do currículo para a formação
humana, deve construir seu planejamento considerando os contextos vivenciados e
questões relevantes aos educandos.Para Grinspun (2011) é papel do Orientador
Educacional, com base no currículo trabalhar com a realidade do aluno:
Em termos de currículo, a Orientação traz o universo sócio-cultural do aluno “ para dentro da escola” e está presente no próprio planejamento curricular, contribuindo para a discussão de objetivos, conteúdos, metodologia e avaliação.A Orientação promove atividades que servem de apoio ao aluno em diferentes abordagens. A dimensão pedagógica deve valorizar não s´os aspectos cognitivos, mas também os afetivos e psicomotores. (p. 102)
Nesta perspectiva, o planejamento como um processo contínuo de formação
pessoal e social pressupõe a realização de ações que promovam o desenvolvimento
de suas potencialidades em todas as dimensões de sua vida. O planejamento em
Orientação torna-se , portanto, em relação ao currículo, um elo entre a escola e o
cotidiano do aluno com enfoque nos seus conhecimentos e formação humana.
1.3 - O Projeto Político Pedagógico na proposta do Planejamento
do Orientador Educacional
Fazer um diagnóstico para conhecer a realidade da escola em que se
pretende atuar é de fundamental importância para a condução das ações.Para que a
proposta pedagógica seja bem sucedida, é necessário que a equipe escolar esteja
antenada aos aspectos sociais , culturais. Religioso e ético dos alunos e da
comunidade em que estão inseridos.
É por meio do planejamento que as ações propostas, não estarão apenas
detalhando os objetivos a serem alcançados e os desafios que se quer enfrentar,
mas sim promover mudanças e intervir nas situações conflituosas para concretizar o
que se quer alcançar.
A escola por ser uma instituição social, é preciso que suas atividades sejam
voltadas para o desenvolvimento integral do corpo discente, mediando condições
26
para que estes possam intervir na realidade local, como agente transformador de
sua trajetória pessoal.Para favorecer este resultado, o Projeto Político Pedagógico é
o instrumento que subsidia este trabalho, como uma atividade essencial à
concretização dos resultados que se busca.
O Projeto Político Pedagógico é um processo que promove uma prática
pedagógica baseada em habilidades e conhecimentos com o compromisso de
formar cidadãos éticos e reflexivos em relação aos valores.Este compromisso se
fundamenta com a participação de todos da comunidade escolar a fim de promover
uma educação de qualidade.
Essa ação de forma conjunta é uma afirmação da Lei de Diretrizes e Bases,
que institui no Art.14º, inciso I , “ a participação dos profissionais da educação na
elaboração do projeto político pedagógico da escola”. Para tanto, a equipe escolar
deve traçar estratégias que enriqueçam o processo ensino-
aprendizagem.Vasconcellos (2010) relata que o Projeto Político Pedagógico :
Pode ser entendido como a sistematização, nunca definitiva, de um processo de Planejamento Participativo, que se aperfeiçoa e se concretiza na caminhada, que define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar.É um instrumento teórico-metodológico para a intervenção e mudança da realidade.É um elemento de organização e integração da atividade prática da instituição neste processo de transformação.(p. 169)
Após a elaboração do diagnóstico da escola com seus pontos positivos e
negativos, é o Projeto Político Pedagógico que definirá a direção da escola em
relação as intervenções que se deseja efetuar, a fim de imprimir seus anseios e
identidade.
Com relação ao planejamento do Orientador é importante compreender que
as atividades propostas e comprometidas com o PPP , devem ter uma relação
fundamental com o desempenho integral do aluno e com o entrosamento da família
na organização escolar.
O planejamento em Orientação como um meio de orientar os trabalhos
educativos, deve concentrar sua atuação contextualizada e inovadora para a
promoção da aprendizagem. Neste sentido, as ações previstas no planejamento do
Orientador Educacional unificada ao PPP servem para reforçar os aspectos
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relacionados a construção da cidadania, comprometimento da família com a
escola,relações interpessoais, relação escola-comunidade.
28
CAPÍTULO III
O PLANEJAMENTO E PRÁTICA DO ORIENTADOR
EDUCACIONAL NA ESCOLA: UM PONTO DE INFLEXÃO
O objetivo de toda escola é proporcionar condições para o desenvolvimento
global e pleno do educando, concentrando seus esforços na formação do aluno-
cidadão, por meio de ações que expresse em suas dimensões os aspectos sociais ,
políticos, culturais e éticos que favoreça uma educação de qualidade. É através de
práticas pautadas nestes aspectos que os alunos se tornam conscientes de seu
papel na sociedade e capazes de construir novos conhecimentos.
É importante perceber , pois, que o envolvimento de todos os setores da
escola - direção, coordenação, professores, alunos – é a forma de garantir e
disseminar o sucesso e a qualidade no ensino.
Desta maneira, ao compartilhar responsabilidades e metas a serem
alcançadas é que os resultados se tornam possíveis e positivos para o cotidiano
escolar, garantindo a eficácia do Projeto Político Pedagógico da instituição.Neste
sentido, para que as ações a serem empreendidas se tornem eficazes é preciso,
além da construção do procedimento imprescindível para o alcance dos objetivos
determinados – o Planejamento, que a prática exista.
Ao elaborar o planejamento o Orientador Educacional junto a equipe escolar
demarca o cumprimento dos objetivos, assumindo uma postura reflexiva que
contribui para a elaboração e articulação de novas intervenções e tomadas de
decisão para com as metas estabelecidas. Portanto, o papel do planejamento no
espaço educativo provoca o pensar, implica em distinguir, examinar o real problema
existente e decidir sobre um projeto educacional que responda a este problema e
direcione ao ideal pretendido. A prática deste planejamento, neste sentido,
potencializa a relação reflexão-ação, favorecendo a modificação da realidade em
que se está inserido. Assim, como defende Porto (2009)
É importante que o orientador educacional tenha a sua ação orientada pela reflexão permanente do seu fazer, buscando a identificar os sinais que apontam para a necessidade de mudança.É preciso estar preparado para o desafio do novo século, há de
29
associar à reflexão de uma atitude de busca constante de solução para as questões do dia-a-dia da escola e da vida na sociedade.(PORTO, p.72)
Pensar nesta questão é criar possibilidades de mudanças no espaço
educativo, reforçando o compromisso da equipe escolar e ainda o reconhecimento
de que é imprescindível o trabalho e a presença do Orientador na escola.
Todo o planejamento do Orientador deve ter coerência com a prática
educativa. Portanto, a preparação para o trabalho do Orientador Educacional,
precisa inicialmente estar atento a uma necessidade específica para iniciar suas
ações – a observação. Esta percepção faz com que o Orientador tenha subsídios
para elaborar o planejamento e consequëntemente sua prática, a partir de dados
coletados referentes às suas ações cotidianas, espaços de socialização e nos
diversos desafios ocorridos na escola. Entre estes desafios cabe ao Orientador
analisar se o seu planejamento está refletido na prática.
Baseado nesta premissa, a prática do Orientador Educacional no cotidiano
escolar deve traduzir em pesquisa para inquirir a realidade e a existência de quais
dificuldades para dar sentido à sua ação, identificando suas causas como tentativa
de transformar as situações negativas.Para isso, o seu plano de trabalho visa as
atividades que serão implantadas, os instrumentos, estratégias e as técnicas
específicas para cada situação.
De acordo com o Decreto nº 72.846/73 é privativo ao Orientador Educacional,
propostas pedagógicas baseadas nos aspectos de formação pessoal. No Art. 8º
estabelece as diretrizes na promoção de resultados positivos:
Art. 8º - São atribuições privativas do Orientador Educacional:
a) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de Orientação Educacional em nível de:
1-Escola; 2 - Comunidade.
b) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de Orientação Educacional dos órgãos do Serviço Público Federal, Municipal e Autárquico; das Sociedades de Economia Mista Empresas Estatais, Paraestatais e Privadas. c) Coordenar a orientação vocacional do educando, incorporando-o ao processo educativo global. d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e habilidades do educando.
30
e) Coordenar o processo de informação educacional e profissional com vista à orientação vocacional. f) Sistematizar o processo de intercâmbio das informações necessárias ao conhecimento global do educando. g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, encaminhando a outros especialistas aqueles que exigirem assistência especial. h) Coordenar o acompanhamento pós-escolar. i) Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação Educacional, satisfeitas as exigências da legislação específicas do ensino. j) Supervisionar estágios na área da Orientação Educacional. l) Emitir pareceres sobre matéria concernente à Orientação Educacional.
Compreende-se portanto, que entre os desafios apresentados na legislação,
no espaço escolar, é preciso que o Orientador Educacional desenvolve seu trabalho
com três perspectivas: afetividade, futuro profissional e formação cidadã, com a
intenção de contribuir com a escola a cumprir sua função social.
1.1 - A prática do Orientador Educacional com foco na
afetividade
Para uma convivência saudável em qualquer ambiente, é necessário que a
relação interpessoal seja baseada em ações onde predomina o respeito mútuo, a
solidariedade, empatia, cooperação, entre outros.Esse conjunto de sentimentos
mediados pela dimensão afetiva é que delineará o trabalho do Orientador na escola.
A dimensão afetiva tem sua base na formação de valores para que as
relações pessoais estejam de acordo com as perspectivas de cada espaço.Esta
afetividade é estabelecida pelo Orientador no espaço escolar através das regras de
convivência com base nos princípios que as regem. Os esclarecimentos e a reflexão
sobre seus direitos e deveres com relação ao próximo e a si próprio é importante na
escola a fim de que os mesmos considerem que estas são importantes para o bom
senso e para o respeito às diferenças, sejam elas de comportamento, de opiniões ou
de ordem de saúde.
Porto (2009) abre uma discussão sobre a questão da influência do Orientador
Educacional na relação interpessoal da comunidade escolar, acrescentando que
31
somente com o conhecimento e si próprio e dos outros é que permite o desempenho
no trabalho.Mas para que esta construção seja possível, o Orientador precisa abrir
espaços de diálogo, de escuta e de ajuda ao enfrentamento de seus dilemas,
construindo assim uma cultura de identidade com o grupo a qual trabalha.A
construção de vínculos e a interação possibilita a novos comportamentos na relação
com o outro, a formação de sua identidade e a valorização do diálogo, promovendo
a interação entre os pares e ao bem-estar social.
Grinspun (2011) em relação ao envolvimento dos educandos declara que a
escola precisa estar comprometida com o conhecimento pessoal destacando que:
Neste grupo está o conhecimento do enquanto pessoa, numa
dimensão contextualizada, isto é, a pessoa na sua estreita relação
com o outro.Em outras palavras, o eu representa um pouco do eu,
mas também do nós, enquanto um precisa do outro na afetividade de
uma realização.Neste conhecimento não basta eu me conhecer com
minhas características, personalidade, interesses, valores, mas sim o
que posso e devo fazer para um aprimoramento pessoal e uma
contribuição efetiva na participação do eu no contexto social.Esta é a
área da subjetividade, que inclui não só as questões pessoais, mas
sua exclusão/inclusão num mundo que hoje é marcado pela
incerteza, pelo acaso e pela transitoriedade.As pessoas vão em
busca de algo para seu projeto de vida e se dá pelos caminhos,
atalhos em que a vida vai se formando.(p. 184)
Estabelecer no espaço educativo ações que potencialize a coletividade é
oferecer à comunidade escolar capacidade de superar dilemas no seu processo
educativo, ou seja, eleva o sentimento de pertencimento do sucesso escolar e do
reconhecimento da importância da participação democrática, uma vez que todo o
trabalho se desenvolve coletivamente.No cotidiano, esta prática no interior da escola
será evidenciada pela melhoria na educação e pela promoção de vivências coletivas
e democráticas.
32
1.2 - A prática do Orientador Educacional com foco no futuro
profissional
O papel do Orientador Educacional desde o início de sua implantação esteve
relacionado ao aluno-trabalhador, a partir de ações que a possibilitassem inserir no
mercado de trabalho, ou seja, ajustava-o para enfrentar os desafios de acordo com
as necessidades sociais.Hoje o trabalho do Orientador, corresponde ao seu
protagonismo juvenil, na conquista de inserção ao mercado de trabalho.Segundo
Grinspun (2008), nesta perspectiva a atuação do Orientador Educacional
deve também concorrer para a formação do trabalhador consciente de seu valor na sociedade e que domine os conhecimentos aliados à tecnologia, de modo a superar ou pelo menos a reduzir a extrema fragmentação do trabalho manual e intelectual, característica da sociedade capitalista atual.(p.84)
Para tanto a Orientação Educacional oferece ao aluno informações
necessárias às melhores alternativas que viabilizem sua formação pessoal e social,
através do autoconhecimento e construção da autonomia.Outro fator importante
quando se trabalha o futuro profissional é a concepção da contribuição no
aprimoramento de sua capacidade em prosseguir nos estudos e da realizaçãode
seus anseios profissionais.
Nesta fase conhecimento profissional é necessário a discussão com os
educandos sobre a questão do planejamento, destacando sua importância para a
conquista de melhores resultados ao estabelecer suas metas pessoais e prioridades.
A prática do Orientador direcionada ao contexto profissional deve ser uma atitude
contínua na escola que atenda todos os níveis escolares e tenha condições de
atualizar suas informações de acordo com os avanços na sociedade.
Compreendemos no entanto, de acordo com a concepção de Giacaglia e
Penteado que o trabalho desenvolvido desta maneira oportuniza ao aluno a ampliar
seus conhecimentos, sendo fator preponderante para desenvolver suas capacidades
em sua realização profissional.
Dessa forma, a escola deve proporcionar aos alunos, nos diferentes níveis de ensino e no decorrer de toda a sua permanência nela, uma série de atividades, ara que, quando estiverem concluindo seus
33
cursos, apesar ainda da relativa imaturidade frente à importância da tarefa a ser executada e à relativa pouca idade cronológica, estejam mais habilitados a realizar uma escolha adequada.Toda a comunidade escolar deve se envolver nesse processo mas cabe à OE a sua condução.
Na dimensão educativa, é importante que o trabalho do Orientador
relacionado ao meio profissional leve, primeiramente em consideração, as
experiências profissionais de seu contexto, como forma de conhecer a concepção de
trabalho que possuem, trabalhando a questão do trabalho formal e informal até
alcançar a questão do seu plano de ação para o futuro, contribuindo para elevação
de suas expectativas.
Na prática, a partir do próprio trabalho desenvolvido pelo orientador,
podemos discutir, refletir, criticar e recriar as condições de trabalho e
os mecanismos necessários para dele nos utilizarmos em busca de
uma sociedade que dê melhores condições de vida para a classe
trabalhadora, promovendo, com suas ações, viver em uma sociedade
mais justa e mais humana.(GRINSPUN, 2011, p. 134)
1.3 - A prática do Orientador Educacional com foco na formação
cidadã
A palavra cidadania é constantemente ouvida em nosso dia-a-dia.Nas
escolas ouvimos dizes através de seus PPPs estamos formando cidadãos
críticos.Nas ruas há o discurso que precisamos, como cidadãos, exigir nossos
direitos.No cenário político dizem que estão em defesa dos direitos dos cidadãos.O
exercício de cidadania, no entanto, está além de conhecer ou reconhecer os direitos
civis, políticos, culturais , sociais, e específicos.A cidadania se exerce quando o
indivíduo consciente de seus direitos, utiliza destes para promover mobilização no
meio social ao qual está inserido.
Trabalhar a questão da formação cidadã é primordial ao Orientador ao
incorporar este assunto nas discussões e debates na escola.É necessário que os
mesmos possam vivenciar esta formação de forma absoluta, por meio de
34
reivindicações ao Estado por uma escola pública de qualidade.Se o objetivo do
Orientador é com o desenvolvimento integral do aluno, é necessário que os
objetivos propostos a este fim transforme em práticas a partir de atitudes que o
possibilite a se tornar um agente multiplicador de cidadãos conscientes e que
solidifique este direito através da mobilização e intervenção na sociedade e aé
mesmo na escola. Grinspun nos desafia a busca desta cidadania:
É nessas lutas para as conquistas dos direitos coletivos que se constrói a cidadania popular.Cidadania não pode ser doada, cidadania é conquista do próprio povo.A escola, porém, pode contribuir para aquisição de conhecimentos relacionados à realidade, para o desenvolvimento da consciência crítica, desde que e transforme em uma escola de qualidade capaz de manter o aluno da classe pobre, de compreender suas necessidades, seus interesses, sua cultura, de ajudá-lo a construir a partir daí novas concepções e a dominar a cultura erudita.Estarás, assim,, concorrendo para acelerar e aperfeiçoar o processo de construção da cidadania.
Ao dimensionar esta prática, o Orientador deve previamente realizar um
levantamento das principais necessidades e instrumentos para que a mobilização
social a ser empreendida obtenha resultados positivos.
1.4 - Do Planejamento à Prática
O trabalho do Orientador Educacional tem como principal elemento o aluno e
os diversos desafios que envolvem seu cotidiano.Assim, o Orientador planeja
estratégias que concorram para o seu desenvolvimento pessoal e interpessoal,
articulado à sua família e experiências individuais e coletivas.
Para que estes desafios sejam colocados em prática, é necessário focalizar a
aprendizagem como fator diferencial nas ações, tendo a consciência que a atnomia
pedagógica promove condições à equipe de construir no seu currículo oculto ações
que diversifiquem a dinâmica da escola.
Segundo Vasconcellos(2010), somente planos de ações bem intencionados
não são suficientes para que a prática dê um sentido ao que se pretende:
35
Neste sentido, deve ficar claro que o projeto em si não transforma a realidade: não adianta ter planos bonitos, senão tivermos bonitos compromissos, bonitas condições de trabalho sendo conquistadas, e bonitas práticas sendo realizadas.O que vai, de fato, orientar a prática é a teria incorporada pelos sujeitos. Por isso não adianta um belo texto, mas que não corresponde ao movimento conceitual do grupo.(p.46)
Na prática, isso significa, causar impacto entre a elaboração do planejamento
e a realidade, tendo constante avaliação para acompanhar os resultados para a
promoção de novos desafios. O planejamento do Orientador hoje, deve atingir os
seguintes aspectos em relação aos educandos:
• Informação para a realização profissional
• Formação para a ampliação dos direitos sociais
• Acesso a manifestações culturais
• Desenvolvimento de valores
• Viabilizar a continuidade nos estudos
• Construção de sua autonomia pessoa
• Outros
No entanto para que os objetivos sejam alcançados e a prática do Orientador
seja uma continuidade da elaboração do Plano elaborado, seguem algumas
atividades a serem realizadas , que permite que o planejamento tenha condições de
desenvolver com qualidade, eficiência e eficácia.Para isso é preciso
• Promover integração entre a escola comunidade
• Criação de Grêmio Estudantil que na superação das dificuldades
• Encaminhar alunos a oferta de Cursos Profissionalizantes
• Visitas a empresas
• Construir espaços para diálogos
• Elaboração de Projetos temáticos
• Eleger representantes de turmas para representar no Conselho de Classe
• Organizar momentos de Avaliação Coletiva com a equipe e aluno
• Viabilizar programações junto a Órgãos Municipais e Secretarias de Saúde
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• Outros
Desta forma, busca-se a sintonia da teoria do Orientador entre a prática,
tornando o planejamento uma ferramenta chave para o sucesso escolar,
reconhecendo que ele não é o único meio para tal progresso, mas é essencial para
transformar a realidade.
É sem dúvida, importante que o orientador educacional tenha a sua ação orientada pela reflexão permanente do seu fazer, buscando identificar os sinais que apontam para a necessidade de mudança.É preciso estar preparado para o desafio do novo século, há de se associar à reflexão uma atitude de busca constante de solução para as questões do dia-a-dia da escola e da vida na sociedade.(PORTO,2009. P. 72)
Concluímos que somente com um planejamento que priorize ações eficazes
para a formação de cidadãos críticos e autônomos é que alcançaremos uma
educação de qualidade.
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CONCLUSÃO
O que o planejamento representa para o trabalho do Orientador
Educacional?Qual a finalidade do planejamento participativo?Como desenvolver os
meios, as técnicas,os procedimentos utilizados para alcançar os objetivos?Essas
perguntas são tentativas de compreender que para somar no processo ensino-
aprendizagem precisamos planejar nossas ações e estas dependem de proposta e
de querer mudanças, de interesse
Todo grupo sócia necessita determinar seus objetivos e metas necessários a
sua realização, no entanto a ausência de direcionamento de esforços interfere na
superação das dificuldades.Compreender a finalidade do planejamento é repensar a
prática e estimar novas perspectivas.Esta é o grande desafio do Orientador
Educacional no espaço educativo.
O caminho é difícil, pois exige um olhar crítico e uma nova concepção de
planejamento, e de que este é resultado de nosso propósito.Construir um
planejamento é perceber o quanto nossa prática muitas vezes está aquém da
realidade de nossos alunos.Pensar no planejamento é ressignificar na prática e
refletir sobre ela, propiciando uma tomada de responsabilidade em relação à
sociedade, transformando-a e correspondendo aos seus anseios .
Concluímos que é preciso continuar na busca pela execução de mudanças
na prática, construindo de maneira democrática, visando as experiências
construídas como forma de conhecimento para novas ações que contemplem não
apenas o aluno, mas toda a sociedade, cumprindo assim junto a escola nossa
função social.
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WWW.asfoe.com.br