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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO CURSO DE MESTRADO EM ORTODONTIA
ANÁLISE METALOGRÁFICA DA ESTRUTURA INTERNA DE MINI-IMPLANTES ORTODÔNTICOS
RUBÉN PATRICIO VÁSQUEZ PERALTA
Dissertação apresentada à Universidade
Cidade de São Paulo, como parte dos
requisitos para a obtenção do título de Mestre
em Ortodontia.
São Paulo
2009
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO CURSO DE MESTRADO EM ORTODONTIA
ANÁLISE METALOGRÁFICA DA ESTRUTURA INTERNA DE MINI-IMPLANTES ORTODÔNTICOS
RUBÉN PATRICIO VÁSQUEZ PERALTA
Dissertação apresentada à Universidade
Cidade de São Paulo, como parte dos
requisitos para a obtenção do título de Mestre
em Ortodontia.
Prof. Dr. Flávio Augusto Cotrim-Ferreira
São Paulo
2009
Ficha Elaborada pela Biblioteca Prof. Lúcio de Souza . UNICID P426a
Peralta, Rubén Patricio Vásquez. Análise metalográfica da estrutura interna de mini-implantes ortodônticos / Rubén Patricio Vásquez Peralta. São Paulo, 2009. 79 p.; anexos. Bibliografia Dissertação (Mestrado) – Universidade Cidade de São Paulo. Orientador: Prof. Dr. Flávio Augusto Cotrim-Ferreira 1. Implantes dentários. 2. Procedimentos de ancoragem ortodôntica. 3. Ortodontia I. Cotrim-Ferreira, Flávio Augusto.
BLACK. D726
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA
FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE E COMUNICADA
AO AUTOR A REFERÊNCIA DA CITAÇÃO.
São Paulo, ____ / ____/ _____
Assinatura: _____________________________
e-mail: [email protected]
FOLHA DE APROVAÇÃO
Peralta, R. P. V. Análise metalográfica da estrutura interna de mini-implantes ortodônticos [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2009.
São Paulo, ____/____/_______
Banca Examinadora
1) ........................................................................... Julgamento: ......................................... Assinatura: .......................................
2) ........................................................................... Julgamento:.......................................... Assinatura: .......................................
3) ........................................................................... Julgamento:........................................... Assinatura: .......................................
Resultado: .............................................................................................................
Dedicatória
À minha esposa Maria Isabel e às minhas duas lindas filhas Valentina e
Catalina, pela paciência e, por compreenderem a minha ausência, por tantos meses,
meus sinceros agradecimentos.
À Deus, por ser o criador do mundo e de todas as suas maravilhas. Agradeço
pela minha vida, cercada de pessoas e oportunidades maravilhosas.
Aos meus pais, Rubén e Norma que tanto amo. A eles devo tudo o que sou e
o que tenho. Esta é mais uma etapa vencida com grande apoio de vocês. Agradeço
pela pureza dos seus sentimentos, pela presença em todos os momentos e pelos
valores que vocês me ensinaram.
Ao Prof. Dr. Flávio Cotrim-Ferreira, orientador e grande mestre. Sempre de
bem com a vida, tranqüilo e dinâmico. Obrigado por seus ensinamentos, não
somente em Ortodontia, mas também pelo seu exemplo de vida.
Agradecimentos Especiais
Ao Prof. Dr. Flávio Vellini-Ferreira, coordenador do Curso de Mestrado, por
proporcionar o meu aprendizado em Ortodontia com professores altamente
capacitados.
A todos os professores que contribuíram para o meu crescimento profissional
e pessoal, em especial ao Prof. Dr. Hélio Scavone Jr., Prof. Dr. Paulo Eduardo
Guedes Carvalho, Profª. Drª. Daniela Gamba Garib, Profª. Drª. Ana Carla Raphaelli
Nahás, Profª. Drª. Karyna Martins Valle-Corotti, Profª.Drª. Rívea Inês Ferreira.
Às empresas Conexão e SIN, pela doação dos mini-implantes de suas
respectivas marcas, facilitando sobremaneira este trabalho.
Ao Eng. Leopoldo Rosalin Oliveira, do Laboratório Tork Controle Tecnológico
de Materiais Ltda,,pelo apoio oferecido nas análises realizadas para este trabalho.
Ao Eng. Emanoel Ribeiro de Almeida, coordenador de qualidade assegurada
da empresa Dental Morelli Ltda, pessoa de excelente qualidade humana, muito
obrigado por sua consultoria para esta pesquisa.
Aos funcionários e colaboradores da pós-graduação e da clínica de
Odontologia da UNICID, especialmente à Sra. Arlinda, por toda a sua dedicação e
paciência com alunos e pacientes.
Peralta, R. P. V. Análise metalográfica da estrutura interna de mini-implantes ortodônticos [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2009.
RESUMO
A ancoragem absoluta pode ser obtida em Ortodontia por mini-implantes, isto é,
parafusos entre 1 e 1,8 mm de diâmetro e 6 até 12 mm de comprimento, que são
inseridos nos ossos maxilares. Os mini-implantes são fabricados com Titânio grau V,
uma liga constituída de Ti-6Al-4V. O objetivo deste trabalho foi analisar, por meio de
microscopia óptica, a estrutura interna de mini-implantes ortodônticos. Foram então
adquiridos 6 exemplares de mini-implantes da marca DEWIMED, fabricados na
Alemanha e outros 6 das marcas SIN e CONEXÃO, fabricadas no Brasil. As
amostras foram embutidas a frio em polímero de metil metacrilato, seccionados
longitudinalmente (3 amostras de cada marca) e transversalmente (outros 3
parafusos) e lixados sucessivamente com abrasivos de granulações decrescentes.
Após o polimento, foi realizado um ataque químico, para o contraste da
microestrutura do parafuso. Depois dessas etapas, a amostra foi submetida à
analise metalográfica pela observação em microscópio óptico com ampliações de
até 2000 vezes, com o objetivo de detectar a conformação da estrutura metálica,
verificando possíveis descontinuidades, desde a superfície até o núcleo do parafuso.
Os resultados mostraram que os mini-implantes analisados não apresentavam
qualquer tipo de defeito no seu interior, tais como fraturas, descontinuidades ou
bolhas tanto no corte longitudinal como transversal. Além disso, evidenciou-se, no
corte transversal, que todas as amostras avaliadas apresentam fase globular
Alfa+Beta, portanto atendendo aos requisitos das normas internacionais.
Palavras-chave: Mini-implantes ortodônticos; Ortodontia, Ancoragem
Peralta, R. P. V. Metallographic analysis of the internal structure of orthodontic mini-implants [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2009.
ABSTRACT
A thorough anchorage in Orthodontics may be obtained through mini-implants, that
is, with screws between 1 and 1.8mm in diameter and from 6 to 12mm in length,
which are inserted into the maxillary bones. The mini-implants are manufactured with
Titanium grade V, an alloy made up of Ti-6Al-4V. The objective of this project was
that of analyzing, by means of optic microscopy, the internal structure of orthodontic
mini-implants. Subsequently, 6 samples of mini-implants, brand DEWIMED,
manufactured in Germany, and 6 more samples, brands SIN and CONEXÃO,
manufactured in Brazil, were obtained. The samples were cold embedded in metal
metacrilate polymer, longitudinally sectioned (3 samples from every brand) and cross
sectioned (the other 3 screws) and successively sanded down with decreasing
abrasive grains. After the polishing, a chemical attack was performed, for the
contrast of the microstructure of the screw. Once those stages were finished, the
sample was observed under an optic microscope with a zoom of up to 2000X, with
the objective of detecting the composition of the metal structure, thus verifying
possible discontinuities from the surface to the core of the screw. The results
showed that the mini-implants which were analyzed did not present any sort of defect
on its interior, such as fractures, discontinuities or bubbles, neither on the longitudinal
nor on the cross sections. Moreover, it was evident that, on the cross section, all
samples assessed presented an Alpha+Beta globular phase, thus fulfilling the
requirements of international standards.
Key words: Orthodontic mini-implants, Orthodontics, Anchor
LISTA DE FIGURAS
p.
Figura 2.1 - Radiografia periapical do implante osseointegrado com coroa provisional e braquete orto-dôntico,do livro: Ortodoncia e Microimplante, Pablo Echarri et al. (2007)......................................... 6
Figura 2.2 - Colocação de Onplant , instalação da supraestrutura, do livro: Ortodoncia e Microimplantes,de Pablo Echarri et al, (2007).............. 7
Figura 2.3 - Intrusão com miniimplantes e tração elástica, do livro Ortodoncia e Microimplantes,de Pablo Echarri et al, (2007) ................................... 8
Figura 4.1 - Corpos de prova embutidos em resina acrílica.................................. 31
Figura 4.2 - Amostra após o polimento final ......................................................... 31
Figura 5.1.- Núcleo do parafuso com ampliação de 400x da marca DEWIMED... 34
Figura 5.2.- Roscas do parafuso com ampliação de 50x. da marca DEWIMED... 34
Figura 5.3.- Rosca do parafuso com ampliação de 400x da marca DEWIMED.... 34
Figura 5.4 - Núcleo do parafuso com ampliação de 400x da marca SIN.............. 34
Figura 5.5 - Roscas do parafuso com ampliação de 50x da marca SIN ............... 34
Figura 5.6 - Roscas do parafuso com ampliação de 400x da marca SIN ............. 34
Figura 5.7 - Núcleo do parafuso com ampliação de 400x da marca CONEXÃO .. 35
Figura 5.8 - Roscas do parafuso com ampliação de 50x da marca CONEXÃO ... 35
Figura 5.9 - Roscas do parafuso com ampliação de 400x da marca CONEXÃO . 35
Figura 5.10 - Imagens micrográficas dos cortes transversais dos mini-implantes das marcas DEWIMED (esquerda) SIN (centro) e CONEXÃO (direita) com ampliação de 200x. .................................................... 36
Figura 6.1- Estrutura cristalográfica do titânio comercialmente puro ................... 42
SUMÁRIO
p.
1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 1
2 REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................... 4
2.1 Utilização dos implantes osseointegrados na ortodontia................. 5
2.2 Mini-implantes ortodônticos ................................................................ 8
2.3 A estrutura interna dos mini-implantes .............................................. 21
3 PROPOSIÇÃO................................................................................................ 26
4 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................... 28
4.1 Material .................................................................................................. 29
4.2 Método ................................................................................................... 30 4.2.1 Divisão dos grupos experimentais ............................................... 30 4.2.2 Preparo da Amostra ..................................................................... 31 4.2.3 Ataque Químico ........................................................................... 32 4.2.4 Análise Metalográfica ................................................................... 32
5 RESULTADOS ............................................................................................... 33
5.1 Avaliação dos cortes longitudinais..................................................... 34 5.1.1 Mini-implantes da marca DEWIMED............................................ 34 5.1.2 Mini-implante da marca SIN ......................................................... 34 5.1.3 Mini-implantes da marca CONEXÃO ........................................... 35
5.2 Avaliação dos cortes transversais ...................................................... 35
6 DISCUSSÃO................................................................................................... 38
7 CONCLUSÃO................................................................................................. 47
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 49
2
1 INTRODUÇÃO
Em muitas ocasiões clínicas surge a necesidade, por parte dos ortodontistas,
de se criar uma ancoragem completamente estável para o movimento dental. Essa
ancoragem dita absoluta, foi inicialmente obtida às custas de implantes
osseointegrados (GAINSFORTH e HIGLEY, 1945; ROBERTS et al 1989). Contudo,
os implantes convencionais de titânio, utilizados originariamente para repor dentes
perdidos, teriam uso limitado para ancoragem ortodôntica, por ocuparem muito
espaço e não poderem ser instalados em locais com limitação de osso alveolar, ou
seja, somente em áreas edêntulas ou na região retromolar. Outra limitação seria a
direção da aplicação da força, pelo fato do implante convencional ser muito grande
para a realização de tração ortodôntica horizontal. Além disso, necessitariam de uma
cirurgia extensa para a sua instalação, gerando desconforto ao paciente, devido ao
período de cicatrização inicial e dificuldade na higiene bucal
Em virtude dessas limitações, surgiram os mini-implantes, que podem ser
instalados em diversos sítios ósseos dos maxilares. Os mini-implantes apresentam
diversas vantagens em comparação aos implantes convencionais: baixo custo,
simples instalação e remoção, possibilitando a aplicação de uma carga imediata,
além de possuírem pequenas dimensões e proporcionarem menor irritação ao tecido
gengival (LABOISSIÈRE JR et al.,2005; PARK et al., 2004; RITTO e KYUNG, 2004).
O procedimento de inserção dos mini-implantes requer uma técnica muito
simples, podendo ser colocados pelo próprio ortodontista, com mínima prática
cirúrgica. Os mini-implantes são fáceis de inserir e remover, já que não produzem
osseointegração completa, por apresentarem polimento em suas superfícies,
diferentemente dos implantes convencionais, que são jateados nas suas superfícies
Introdução 3
para proporcionar a osseointegração.. Isso é importante porque os mini-implantes
são removidos após concluida sua função durante o tratamento ortodôntico.
Por serem resistentes às forças ortodônticas usuais (de 50 a 400 gramas), as
mesmas podem ser aplicadas imediatamente após a colocação do mini-implante. Os
estudos não têm apresentado diferenças entre aplicações de força imediata ou
mediata, pois a estabilidade dos mini-implantes se faz principalmente por retenção
mecânica (AKIN-NERGIZ et al.,1998)
Graças a essas vantagens, os mini-implantes podem ser utilizados nos
movimentos ortodônticos de intrusão anterior ou posterior, retrusão da bateria
anterior, mesialização dos dentes posteriores, tração de dentes inclusos e
verticalização de molares, dentre outras aplicações.
Contudo, as propriedades mecânicas dos mini-implantes usualmente
empregados no Brasil são desconhecidas, em virtude da carência de estudos desse
tema. Pretende-se assim, nesta pesquisa, analisar a estrutura micrográfica interna
dos mini-implantes ortodônticos, contribuindo assim com o conhecimento desse
importante recurso ortodôntico.
5
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Utilização dos implantes osseointegrados na ortodontia
Em 1945, Gainsforth e Higley testaram em mandíbulas de cães, pela primeira
vez, a utilização de parafusos de vitalium como ancoragem ortodôntica. Contudo,
não obtiveram sucesso, pois os parafusos só se mantiveram estáveis por, no
máximo, um mês após a aplicação da força. Mesmo assim, esses registros serviram
para que outros profissionais e pesquisadores estudassem maneiras de contornar as
deficiências e, então, demostrassem a possibilidade real de se conseguir ancoragem
por meio de implantes.
Com a descoberta, por Branemark na década de 60, das propriedades de
osteointegração de metais em superfícies ósseas, e a consequente utilização do
titânio como material para confecção de pinos e parafusos, é que foi possível obter
altas taxas de sucesso com o implante dental.(BRANEMARK 1969)
Os implantes osteointegráveis foram utilizados com sucesso para substituição
de dentes perdidos com o objetivo de restabelecer a função mastigatória, além de
terem proporcionado uma melhora psicossocial dos pacientes reabilitados com
próteses convencionais (ADELL et al., 1981).
Estudando os implantes de titânio, Roberts et al. (1984) investigaram uma
técnica cirúrgica para a preparação do local de inserção dos implantes na cortical
óssea, avaliando a biocompatibilidade óssea, os períodos de cicatrização, a
modelação e remodelação óssea após a aplicação de carga e assim, determinaram
parâmetros para a remodelação da cortical óssea em 14 coelhos de 3 a 6 meses de
idade. Para tanto, foram colocados 2 implantes de titânio no fêmur de cada animal e
após 6, 8 e 12 semanas de cicatrização foi realizada a cirurgia de reabertura dos
implantes e colocadas molas de aço inoxidável com 100g de força entre os
implantes, os quais permaneceram por 4 a 8 semanas. Os autores verificaram que
os implantes de titânio desenvolveram uma rígida interface óssea e que o período de
Revisão de literatura 6
6 semanas seria o mais adequado para a cicatrização. Observaram que se uma
carga contínua fosse aplicada sobre os implantes, os mesmos se manteriam
estáveis dentro da base óssea. Além disso, em locais de compressão, foi observada
formação óssea. Os autores concluíram então que os implantes endósseos seriam
recursos potenciais para ancoragem óssea rígida na Ortodontia e na Ortopedia
Facial.
Com o propósito de investigar implantes de titânio endósseos, Turley et al.
(1988), utilizaram técnicas de marcadores ósseos vitais, histológicos e radiográficos.
Com esse propósito, foram colocados 42 implantes de titânio em 5 locais da
mandíbula de 6 cachorros adultos. Após 8 semanas da realização da cirurgia de
colocação dos implantes, foi realizada a cirurgia de reabertura dos mesmos. Após 20
semanas a mobilidade dos implantes foi checada, sendo que apenas 24
permaneceram estáveis. Foi aplicada carga em 8 dos 24 implantes utilizando-se um
segmento de fio 0,016” x 0,022” contendo uma mola helicoidal fechada ou aberta
entre o implante e o segundo pré-molar. Foi feita uma ativação do aparelho para
manter uma força de aproximadamente 300g, semanalmente, por um período de 9
semanas. Os autores concluíram que todos os 8 implantes que receberam carga
permaneceram estáveis durante o período de ativação de força, confirmando o seu
potencial de unidade de ancoragem ortodôntica e ortopédica.
Figura 2.1 - Radiografia periapical do implante osseointegrado com coroa provisional e braquete orto-dôntico,do livro: Ortodoncia e Microimplante, Pablo Echarri et al. (2007)
Revisão de literatura 7
Vários métodos alternativos de implantes para ancoragem óssea foram
utilizados pelos pesquisadores e descritos na literatura técnica, tais como: parafusos
vitallium, fibra de carbono, implantes revestidos por óxido de aluminio, placas e
parafusos de aço inoxidável, implantes Branemark, implantes retromolares, onplants,
implantes zigomáticos, implantes palatinos, mini-placas e mini-implantes
(KANOMI,1997).
Favero, Brollo e Bressan (2002) fizeram uma revisão de literatura, relatando
os maiores estudos publicados entre 1970 e 2000, relacionados ao uso de implante
para ancoragem ortodôntica. A análise da literatura foi dividida em tópicos
específicos como materiais, tamanhos e formas dos dispositivos, biomecânica,
tempo de cicatrização, aplicação de força, nível de força, procedimento cirúrgico e
critérios para o sucesso.
Os implantes foram considerados uma excelente alternativa para possibilitar a
ancoragem ortodôntica, principalmente quando a ancoragem máxima fosse
requerida e o uso dos aparelhos extra-bucais se tornassem impraticáveis (CHENG et
al., 2004).
Figura 2.2 - Colocação de Onplant, instalação da supraestrutura, do livro: Ortodoncia e Microim-plantes, de Pablo Echarri et al, (2007)
Revisão de literatura 8
Uma revisão de implantes dentais para ancoragem ortodôntica foi feita por
Huang, Shortwell e Wang, em 2005, abordando as indicações, tipos, tamanhos,
materiais, cirurgia, tempo de cicatrização, força e biomecânica, tempo de aplicação
da força, considerações pós-tratamento e desvantagens, de forma concisa e
esquemática.
2.2 Mini-implantes ortodônticos
Creekmore e Eklund em 1983 fizeram o relato de um caso clínico em que foi
inserido um mini-implante abaixo da espinha nasal anterior e realizada a intrusão
dos incisivos de um paciente que apresentava mordida profunda e sorriso gengival,
obtendo excelentes resultados e ausência de mobilidade do implante após um ano
de tratamento.
Figura 2.3 - Intrusão com miniimplantes e tração elástica, do livro Ortodoncia e Microimplantes,de Pablo Echarri et al, (2007)
A descrição de um mini-implante especificamente desenhado para uso
ortodôntico foi feita por Kanomi em 1997. O autor preconizou a utilização de
parafusos com 1,2 mm de diâmetro e 6,0 mm de comprimento, pequenos o
suficiente para serem usados entre as raízes dos molares. Relatou também que os
Revisão de literatura 9
recursos de ancoragem ortodôntica abriram um novo horizonte dentro da Ortodontia,
pois eles proporcionariam resultados clínicos mais previsíveis e seriam de fácil
utilização pelo profissional. Além disso, os mini-implantes seriam pequenos o
suficiente para serem aplicados nos mais variados locais, inclusive entre os ápices
radiculares. O procedimento cirúrgico seria simples e, com o advento dos novos
sistemas de mini-parafusos auto-perfurantes, a técnica tornou-se mais fácil. A sua
remoção seria outro procedimento de fácil realização e sem complicações.
Costa e Raffini, em 1998, desenvolveram um mini-implante ortodôntico que
apresentava uma extremidade externa simulando o encaixe de um braquete com
dimensões de 2 mm de diâmetro e 9 mm de comprimento. Esse dispositivo, de
acordo com os autores, teria colocação e remoção simplificada, além da
possibilidade da aplicação de força poder ser realizada imediatamente após a sua
inserção. Contudo, a sua estabilidade seria limitada quando uma força de torção
fosse aplicada ao dispositivo durante o período de ativação.
Com o intuito de avaliar a osseointegração dos mini-implantes antes, durante
e após a aplicação de força ortodôntica, Melsen e Lang (2001) realizaram uma
análise histomorfométrica da reação tecidual que ocorreu em volta de implantes de
titânio endo-ósseos inseridos na mandibula de macacos. Os implantes foram
submetidos a um sistema de força ortodôntica bem definida. A análise foi feita em
cortes de secções descalcificadas, de forma perpendicular ao longo eixo do
implante. O grau de osseointegração, densidade óssea e a reabsorção e formação
de osso alveolar adjacente à interface osso-implante foram avaliados. A
remodelação óssea e a densidade do osso alveolar se mostraram maiores em
regiões adjacentes aos implantes que receberam força, quando comparados com os
que não receberam carga. Entretanto, até mesmo os implantes não submetidos à
Revisão de literatura 10
carga demonstraram um aumento significativo na resposta óssea e aumento de
densidade, comparando-se com o osso de regiões mais distantes ao implante.
Concluíram que a presença de implantes, principalmente os que são submetidos à
forças seriam benéficas para a manutenção do processo alveolar. Assim, o processo
de remodelação óssea na adaptação às funções do implante, seria influenciado pela
força aplicada. Ainda, os implantes orais osseointegráveis poderiam promover uma
ancoragem estável em tratamentos ortodônticos.
Em 2002, Bae et al. descreveram um caso clínico em que o paciente
apresentava sorriso gengival e relação de caninos de Classe II. Os mini-implantes
foram instalados para proporcionar ancoragem para corrigir a má-oclusão com
intrusão e retração dos dentes anteriores.
Park, Hyung e Sung em 2002, descreveram um método simplificado para
verticalização de molares com a aplicação clínica dos mini-implantes. De acordo
com os autores, os segundos molares superiores e inferiores poderiam ser
verticalizados sem efeitos colaterais para os dentes anteriores e sem o uso de
braquetes.
Fávero, Brollo e Bressan, em 2002, relataram que a carga máxima a ser
aplicada deve ser proporcional à área de superfície de contato entre o implante e o
tecido ósseo. Essa força deve ser determinada pelo comprimento, diâmetro e forma
do implante
Foi relatado por Kyung et al., em 2003, que o grande desenvolvimento dos
mini-implantes ortodônticos para ancoragem intra-bucal se deu em função de suas
características positivas, tais como sua simplicidade de instalação e remoção, aliada
ao baixo custo e alta flexibilidade de uso clinico. Estes fatos predispõem a uma
grande aceitação e conforto por parte do paciente, tornando a mecânica ortodôntica
Revisão de literatura 11
mais segura, desde que fossem bem selecionados os modelos dos mini-implantes,
os sítios de inserção, o procedimento de colocação e a atenção quanto aos cuidados
cirúrgicos. O sucesso dos mini-implantes dependeria também de diversos fatores
como a habilidade do cirurgião, as condições físicas do paciente, além de uma
adequada higiene bucal. Também foi notado que poucas falhas foram observadas
quando os mini-implantes foram colocados em áreas de gengiva inserida se
comparadas com áreas de gengiva marginal ou livre..
Segundo Park em 2003, as lesões causadas por perfurações radiculares
intencionalmente geradas em animais, durante a cirugia de instalação de mini-
implantes, recuperaram-se completamente sem gerar maiores danos à vitalidade
pulpar dos dentes lesados.
Os fatores relacionados à estabilidade dos mini-implantes instalados na
região posterior para ancoragem ortodôntica foram estudados por Miyawaki et al. em
2003. Os autores analisaram a estabilidade de mini-implantes com diferentes
diâmetros e constataram que a ocorrência de mobilidade de implantes instalados na
cortical vestibular estaria relacionada com diâmetros menores ou iguais a 1mm,
cortical óssea delgada, presente nos pacientes com plano mandibular elevado e
inflamação do tecido periimplantar. Não foi observada correlação positiva entre taxa
de sucesso e o comprimento do mini-implante, tipo de cirurgia,carga imediata de até
2N, local de instalação, idade e gênero.
Kyung et al. (2004) afirmaram que os mini-implantes suportariam cargas de
até 450g, considerando que em Ortodontia as forças intrabucais desejadas para
movimentação dentária não ultrapassariam 300g. Entretanto, relataram que, na
literatura técnica, seria encontrada uma grande variedade de intensidades de força,
entre 50 e 400g, descritas nos trabalhos de diversos pesquisadores e clínicos. Essas
Revisão de literatura 12
forças, quando aplicadas aos mini-implantes, não comprometeriam a estabilidade
dos mesmos.
A seleção de dispositivos, extra e intra-bucais, para ancoragem mínima,
moderada, máxima ou absoluta, consistiria em uma importante etapa do
planejamento ortodôntico. A efetividade da ancoragem dependeria do caso clínico e
da fase do tratamento ortodôntico. (VILELA, 2004).
A utilização de mini-implantes para correção de mordida aberta anterior
severa de um paciente, do gênero feminino, de 33 anos de idade foi descrita por
Kuroda, Katayama e Takano-Yamamoto em 2004. De acordo com os resultados o
mento retruído e o perfil convexo do paciente foram melhorados por uma rotação
anti-horária da mandíbula. Os mini-implantes foram úteis para a intrusão de molares
e assim, possibilitariam a conseqüente resolução de casos severos de mordida
aberta anterior.
O tratamento da mordida aberta anterior com o uso de mini-implantes foi feito
também por Park, Kwon e Kwon, em um caso clínico, descrito em 2004. Foram
utilizados mini-implantes nas regiões vestibular e mesial dos primeiros molares
superiores, nas faces distal e vestibular dos primeiros molares inferiores e realizou-
se a extração de quatro pré-molares. Os mini-implantes superiores permitiram a
ancoragem para a intrusão dos dentes posteriores e para a retração dos dentes
anteriores. Os mini-implantes inferiores foram usados para aplicar forças intrusivas
distais aos primeiros molares inferiores e para prevenir o movimento mesial dos
dentes posteriores durante o fechamento do espaço. O nivelamento do plano
mandibular após intrusão dos dentes posteriores superiores e o movimento mesial
de corpo dos dentes posteriores inferiores contribuíram para a melhora no perfil
facial.
Revisão de literatura 13
Casos clínicos foram descritos por Park, Kwon e Sung em 2004,
demonstrando a aplicação de mini-implantes na verticalização de segundos molares
que se apresentavam em mordida cruzada. Essas más-posições dentárias foram
corrigidas por meio de elásticos intermaxilares apoiados em mini-implantes
instalados na região vestibular do arco inferior e na porção palatina do arco superior.
Teixeira e Escossia Jr. em 2004 publicaram o relato de um caso descrevendo
a eficiência na verticalização de molares inferiores com o uso dos mini-implantes na
região retro-molar do ramo da mandíbula.
Liou, Pai e Lin, em 2004, procuraram avaliar por meio da sobreposição de
telerradiografias, se os mini-implantes sofreriam movimentação quando submetidos
a forças ortodônticas. Os resultados obtidos demonstraram que os mini-implantes
poderiam ser considerados um método de ancoragem estável, contudo não
permaneceriam absolutamente imóveis. Os mini-implantes inclinaram
significativamente para frente, em média 0,4mm, na cabeça do mini-implante. Os
autores ainda recomendaram que a instalação fosse realizada com uma margem de
segurança de 2mm entre o mini-implante e a raiz do dente.
Carano et al. (2004) testaram a resistência mecânica dos mini-implantes. Os
resultados obtidos demonstraram que o valor médio da resistência à torção dos mini-
implantes de 1,5mm foi de 48,7 Ncm e para os de 1,3mm foi de 23,4 Ncm. Já a
resistência à flexão para os de 1,5mm e de 1,3mm foram de 120,4 Ncm e de 63,7
Ncm, respectivamente.
Segundo Schnelle et al. (2004), que analisaram radiografias panorâmicas pré-
tratamento ortodôntico, verificaram que poucos espaços interdentários teriam
dimensões suficientes para acomodar mini-implantes, com exceção das regiões
mais apicais, as quais provavelmente estariam em área de mucosa livre. Nas
Revisão de literatura 14
radiografias pós-tratamento, porém, houve aumento considerável desses espaços.
Os autores então sugeriram, a partir dessas observações, a necessidade de um
alinhamento dentário inicial, em alguns casos, antes da instalação de mini-implantes.
O mini-implante poderia ser classificado em auto-rosqueante ou auto-
perfurante. O primeiro, devido ao poder de corte presente, após a osteotomia inicial
(perfuração da mucosa gengival e cortical ossea com uma fresa), criaria seu
caminho de entrada no osso.O segundo, por não necessitar de fresagem óssea,
teria o processo operatório mais simples e rápido. Acreditou-se que os auto-
perfurantes apresentariam maior estabilidade primária e ofereceriam maior
resistência á aplicação de carga ortodôntica imediata (KIM,AHN,e CHANG, 2005;
PARK, KWON e SUNG, 2004 ).
Apesar dos diferentes desenhos, formas e medidas, de acordo com a marca
comercial, seria possível dividirmos a constituição dos mini-implantes em três partes
distintas: cabeça, perfil transmucoso e ponta ativa (BEZERRA et al.2004)
Uma pesquisa, feita por Huja et al. em 2005, teve como intenção investigar
em cães se a resistência à tração dos mini-implantes monocorticais variavam de
acordo com o local de instalação, na maxila e mandíbula. Os autores acreditavam
que a diferença de espessura da cortical óssea poderia influenciar no potencial de
falha desses dispositivos. Os resultados obtidos demonstraram que a resistência à
tração diferiu significativamente nas diferentes localizações na mandíbula e na
maxila, sendo muito maior na região posterior dos maxilares. Houve uma fraca, mas
significante correlação entre resistência à tração e espessura da cortical óssea.
Chegou-se a conclusão que a resistência à tração dos mini-implantes corticais seria
suficiente para suportar cargas ortodônticas.
Revisão de literatura 15
No ano de 2005, Cope apresentou um artigo definindo e classificando os
dispositivos temporários de ancoragem ortodôntica, cobrindo o seu desenvolvimento
histórico, os parâmetros biológicos básicos para o seu uso e as questões que
necessitam de maiores pesquisas experimentais, para os mini-implantes se tornarem
incorporados à prática diária e rotineira. Como exemplo de questões a serem
solucionadas, o autor sugeriu pesquisas mais acuradas quanto à força máxima que
poderia ser aplicada a um mini-implante e quanto ao uso de mini-implantes para
tratamentos ortopédicos.
De acordo com Melsen, e Verna (2005), as aplicações clínicas dos mini-
implantes foram descritas como alternativas aos métodos de ancoragem
convencionais. A maioria descreveu casos de pacientes que apresentavam
ausências dentárias para aplicação de ancoragem convencional, quando a força da
unidade reativa pudesse gerar efeitos colaterais desagradáveis, quando havia a
necessidade de movimentação dentária assimétrica em todos os planos do espaço e
como alternativa à cirurgia ortognática.
Marassi et al. (2005) avaliaram 190 mini-implantes instalados sem retalho e
com aplicação de força ortodôntica imediata (ou no máximo em 30 dias) e obtiveram
um índice de sucesso de 91%, enquanto que a maioria dos estudos anteriores
indicou índices gerais de sucesso entre 84% e 93%. Os índices de sucesso seriam
obtidos logicamente se fossem seguidos adequadamente todos os procedimentos
de planejamento e técnica cirúrgica, de modo a proporcionar uma estabilidade
primária dos mini-implantes. Outrossim, a escolha do local de instalação, o tipo de
mini-implante e o nível de força aplicada seriam importantes. Os autores também
aconselharam evitar cirurgias traumáticas, utilizando contra-ângulo de redução, bem
como irrigação adequada para não haver aquecimento do osso durante a
Revisão de literatura 16
perfuração. Quanto ao local de instalação, dever-se-ia evitar a região de mucosa
alveolar. Em relação ao tipo de mini-implante, os mais espessos estariam indicados
para pacientes dolicofaciais ou com corticais delgadas. Os autores ainda sugeriram
evitar força excessiva sobre os mini-implantes durante o tratamento e fornecer
orientações pós-operatórias aos pacientes, instruindo sobre a correta higiene oral ao
redor dos dispositivos.
Melsen e Verna (2005) relatou que apesar de altos índices de sucesso, as
complicações relacionadas aos mini-implantes seriam freqüentes e algumas vezes
poderiam ser creditadas às características físicas do parafuso. Esse poderia, por
exemplo, sofrer fratura quando sua dimensão transversal fosse muito estreita ou
quando a área do pescoço não fosse suficientemente resistente para suportar a
tensão do procedimento de remoção. A infecção ao redor dos mini-implantes poderia
se desenvolver se a sua porção transmucosa não fosse inteiramente polida; nessas
situações se um sistema de mini-implante com comprimento variável de pescoço
fosse usado, o clínico poderia selecionar aquele que melhor se adaptasse à área de
implantação. Os problemas relacionados ao operador iriam desde a aplicação de
excessiva pressão durante a inserção de um mini-implante auto-perfurante (podendo
levar à fratura da ponta do mini-implante) até o tremor da chave do mini-implante
quando fosse feita a torção. Quanto aos problemas relacionados ao paciente,
haveria limitações quando a cortical óssea fosse mais fina que 0,5mm e quando a
densidade do trabeculado ósseo fosse baixa. Já em pacientes com mucosa
espessa, a distância entre o ponto de aplicação da força e o centro da resistência do
mini-implante seria muito maior que o normal, gerando assim um grande momento
quando a força fosse aplicada. Segundo o autor, os mini-implantes seriam contra-
Revisão de literatura 17
indicados em pacientes com alterações sistêmicas do metabolismo ósseo causadas
por doenças, medicações e tabagismo exagerado.
De acordo com Carano (2005), a resistência dos mini-implantes superou a
maioria das forças ortodônticas, não sendo a fratura um risco muito relevante
durante a ativação, mas sim durante os procedimentos de inserção e remoção.
A fratura poderia ocorrer durante a cirugia de instalação, o que seria mais
freqüente, ou na remoção dos mini-implantes. Usualmente estaria relacionada ao
excesso de pressão aplicada à chave longa de inserção manual ou á utilização de
contra-ângulo com torque superior a 10 Ncm. (MARASSI et al., 2005)
Mah e Bergstrand em 2005 produziram um relatório sobre a condição atual
dos dispositivos de ancoragem temporária e o impacto que isso teria proporcionado
ao planejamento à execução dos tratamentos ortodônticos. Relataram que as falhas
e complicações foram dramaticamente reduzidas por meio dos novos desenhos e
das novas técnicas de inserção dos mini-implantes, permitindo um grande aumento
nos índices de sucesso. Observou-se que os resultados foram mais satisfatórios nos
maxilares que nas mandíbulas e mais em adultos, que em crianças
Em 2005, Melsen e Verna classificaram as complicações relacionadas ao uso
dos mini-implantes. Entre essas, os autores citaram complicações durante a
inserção, onde a falta de estabilidade inicial poderia ser devido à espessura
inadequada da cortical óssea, devendo então ser selecionada uma nova localização.
Também citaram a inserção do mini-implante no ligamento periodontal ou na raiz do
dente e, nesses casos, dever-se-ia remover e eleger um novo sítio. As complicações
durante o período da aplicação de força, quando o mini-implante poderia apresentar
mobilidade, o profissional não deveria esperar a estabilização, mas sim remover e
reposicionar. A hipertrofia da mucosa poderia acontecer na região adjacente ao mini-
Revisão de literatura 18
implante e geralmente estaria associada a uma deficiência na higiene oral. Quanto
ao momento de remoção, o mini-implante poderia não ser retirado facilmente,
entretanto, alguns dias após a primeira tentativa de remoção, isso se resolveria
naturalmente, pois o dispositivo tenderia a se tornar móvel. Os autores alertaram
também para o risco dos mini-implantes fraturarem durante a remoção.
Tido como um dos maiores avanços da Ortodontia contemporânea, e sendo
alvo de grande atenção em pesquisas, os mini-implantes ortodônticos estariam
disponíveis em titânio, com diferentes graus de pureza e tratamento de superficie,
podendo variar entre 4 a 12 mm de comprimento por 1,2 a 2 mm de diâmetro
(NASCIMENTO, ARAÚJO e BEZERRA, 2006)
O índice de sucesso na aplicação clinica dos mini-implantes foram estudados
extensivamente. Visando examinar as taxas de sucesso e os fatores que poderiam
afetar o indice de sucesso clínico dos mini-implantes utilizados como ancoragem
ortodôntica, (PARK, JEONG, e KWON, 2006) colocaram 227 mini-implantes em 87
pacientes. Os mini-implantes foram instalados de forma a ficarem com angulações
de 30º a 40º em relação ao longo eixo dos dentes superiores, de 10º a 20º em
relação aos inferiores e a 90º na região retromolar e na região distovestibular dos
segundos molares inferiores. Os seguintes fatores foram avaliados: tipo,
comprimento e diâmetro dos mini-implantes, idade e sexo dos pacientes, local que
os mini-implantes foram instalados, ângulo de inserção, método e duração da
aplicação de força, ligadura utilizada, exposição da cabeça do mini-implante e,
ainda, a higiene oral e a presença de inflamação em torno do mini-implante. O
tempo médio de aplicação de carga sobre os mini-implantes foi de 15 meses. Em
relação ao sexo e idade, não foram encontradas diferenças estatísticamente
significantes. Quanto ao local de inserção, os mini-implantes colocados na maxila
Revisão de literatura 19
tiveram um índice de sucesso maior do que aqueles colocados na mandíbula e os
mini-implantes colocados do lado esquerdo tiveram maior sucesso do que aqueles
colocados do lado direito, podendo ser devido a facilidade de higiene do lado
esquerdo pelos pacientes destros. Não houve diferença estatisticamente significante
em relação aos implantes que ficaram com a cabeça exposta em relação aos que
tiveram a cabeça coberta por tecido mole, apesar desses últimos terem apresentado
maior sucesso clínico. Não houve correlação entre a taxa de sucesso e o método de
aplicação de força ou ângulo de inserção dos mini-implantes. Na presença de
inflamação e/ou mobilidade, os mini-implantes apresentaram um índice de sucesso
significativamente menor. Os autores alcançaram um sucesso de 91% no total da
amostra e alertaram que, para minimizar as possíveis falhas, os profissionais
deveriam ter cuidados em relação à orientação de higiene, à inflamação ao redor do
mini-implante e com a instalação de mini-implantes colocados na mandíbula.
Segundo Motoyoshi em 2006, a intensidade média de torque na colocação de
mini-implantes ortodônticos variou de 7,2 Ncm a 13,5 Ncm, dependendo da
localização do implante. A densidade óssea aliada à subperfuração poderia
influenciar na resistência ao torque de inserção, potencializando o risco de fratura da
região próxima à cabeça do parafuso.
Kuroda et al. (2007) compararam os resultados clínicos obtidos em pacientes
que apresentavam mordida aberta anterior severa. O estudo foi realizado com uma
amostra de 23 pacientes de 16 a 46 anos de idade em que o crescimento ósseo já
havia finalizado. Os pacientes apresentavam no mínimo 3mm de mordida aberta e
apresentavam Classe I ou Classe II esquelética. Do total da amostra, 10 pacientes
foram tratados com intrusão de molares com ancoragem esquelética e os 13
restantes foram tratados com tratamento ortodôntico combinado com cirurgia
Revisão de literatura 20
ortognática. Os autores verificaram que a intrusão de molares por meio da
ancoragem esquelética ocorreu de forma mais simples e se mostrou mais eficaz no
tratamento da mordida aberta anterior.
Xun , Zeng , Wang (2007), relataram o tratamento ortodôntico de 12 pacientes
que tinham entre 14,3 e 27,2 anos de idade e apresentavam mordida aberta
esquelética. No maxilar superior, os autores utilizaram mini-implantes na linha média
palatina associados a uma barra transpalatina e, na mandíbula, mini-implantes
vestibulares com um arco ou barra lingual. A força de intrusão empregada foi de 150
gramas. Os resultados mostraram que a correção foi feita em um tempo médio de
6,8 meses. O trespasse vertical aumentou 4,2 mm em média, os molares superiores
foram intruídos 1,8 mm e os molares inferiores 1,2mm, em média. O ângulo do plano
mandibular diminuiu em média 2,3º (anti-rotação mandibular) e a altura facial
anterior diminuiu 1,8 mm em média. Assim, concluíram que correção da mordida
aberta anterior por meio da intrusão de molares com mini-implantes seria um
procedimento por invasivo, muito efetivo e que necessitaria de pouca colaboração
por parte do paciente.
O propósito do artigo escrito por Lee et al. 2008 foi verificar as expectativas
do paciente, a aceitação e experiência da dor durante a cirurgia de instalação de
mini-implantes para ancoragem ortodôntica. Além disso, comparar com o
desconforto sentido em outros procedimentos ortodônticos, tais como a extração
dental sob anestesia local, a colocação de separadores de 2,1mm de diâmetro e o
alinhamento inicial com arcos de 0,016 de Ni-Ti. Neste estudo foi utilizada uma
amostra 78 mini-implantes instalados em 37 pacientes, sendo 24 mulheres e 13
homens, com idade média de 23,5 e desvio-padrão de 10,9 anos. Os mini-implantes
utilizados foram de 1,3 a 1,4mm de diâmetro e 7mm de comprimento. Em todos os
Revisão de literatura 21
pacientes, 0,5ml de anestesia local, foi administrada. Para quantificar o desconforto,
os pacientes utilizaram uma escada visual analógica, sendo 0 (nenhum desconforto)
e 100 (dor insuportável). Os pacientes deveriam quantificar a dor que tinham
percebido durante e nos sete dias seguintes após os procedimentos realizados.
Após um mês com os mini-implantes, os pacientes preencheram um formulário
explicando os sintomas experimentados e o seu grau de satisfação. Os resultados
mostraram que o desconforto na cirurgia de colocação dos mini-implantes foi menor
que o experimentado durante o alinhamento dental inicial ortodôntico.
2.3 A estrutura interna dos mini-implantes
O principal elemento presente na liga dos mini-implantes é o titânio. De cor
cinza, o titânio consiste num metal largamente encontrado no meio ambiente,
extremamente resistente á corrosão e, na forma de pó, altamente inflamável e
explosivo. Segundo a Organização Mundial de Saúde, WHO (do inglês World Health
Organization, 1982) o titânio seria pouco absorvido pelo trato gastrointestinal.
Estimou-se que a sua absorção fosse de aproximadamente 3%. O pulmão seria
considerado o orgão-alvo primário de deposição do titânio em humanos, embora não
fossem encontradas mudanças fibrogênicas nos pulmões de trabalhadores expostos
ao pó do titânio. Por ser um metal altamente biocompativel, tornou-se atrativo nas
ciências da saúde (WHO, 1982).
O titânio não é de fácil obtenção, pois reage facilmente com o ar, oxigênio,
níquel, carbono e hidrogênio, em temperaturas elevadas. Em contato com baixas
temperaturas é inerte, em conseqüência da formação de uma película de óxido em
sua superfície, o óxido de titânio, que se apresenta em estequiometrias variadas,
Revisão de literatura 22
como Ti3O, Ti2O, Ti3O2, TiO, Ti2O3 e Ti3O5, sendo o mais estável TiO2 (Dióxido de
titânio). Em temperatura ambiente, não é afetado por substâncias ácidas ou
alcalinas, sendo assim ideal como composto de implantes no corpo humano (LEE,
1980).
Os metais e ligas metálicas em uso corrente na prática cirúrgica e ortopédicas
podem ser subdivididos em três categorias: o do aço inoxidável (AISI 316L e ASTM
F- 138), a de liga à base de cromo-cobalto (vitallium) e as ligas de titânio compostas
de 90% de Ti, 6% de Al e 4% de V ou 92,5% de Ti, 5% de Al e 2,5% de Fe (COHEN,
1983)
O titânio e suas ligas são amplamente empregados na Implantodontia e os
resultados das experiências clínicas comprovaram que esses materiais apresentam
excelente biocompatibilidade. Contudo existem ainda dúvidas quanto às
propriedades físicas dos implantes de titânio para se obter uma biofixação adequada
(BRANEMARK, ZARB e ALBREKTSSON, 1985)
O implante de titânio também pode ser preparado como revestimento poroso,
oferecendo maior potencia para a fixação biológica, pois promove o incremento de
área de material de implante em contato com o tecido adjacente (COOK et
al.,1988).
Os elementos de liga para o titânio podem ser divididos em três categorias:
(1) Alfa estabilizadores, tais como, Al, O, N, C; (2) Beta estabilizadores, como, Mo,
V, Nb, Ta, Fe, W, Cr, Si, Co, Mn, H; (3) neutros, como, Zr.
As ligas Alfa e Próximas de Alfa são geralmente não tratadas termicamente e
soldáveis, apresentam superior resistência à corrosão, boa tenacidade ao
dobramento e boa resistência ao escoamento em altas temperaturas. Por outros
Revisão de literatura 23
lado as ligas Alfa + Beta não possuem boa resistência ao escoamento em altas
temperaturas, mas possuem boas propriedades para a conformação plástica. São
tratadas termicamente para um moderado acréscimo de resistência mecânica. As
ligas Beta possuem um baixo módulo elástico e uma superior resistência a corrosão,
Bania P.J., in: D. Eylon, R.R. Boyer, D.A. Koss 1993, e Schutz,R.W. in: D. Eylon,
R.R. Boyer, D.A.Koss 1993
Segundo Azevedo (1996), dentre as ligas metálicas utilizadas como implante
cirúrgico, a demanda para o titânio e suas ligas vem crescendo desde sua
introdução, em 1947, e estima-se que mais de mil toneladas de componentes de
titânio sejam implantadas anualmente em pacientes nas áreas de ortopedia,
implantes dentários e cirugias buço-maxilo-faciais. As ligas de titânio comerciais para
biomateriais podem ser classificadas, em termos da microestrutura,como: Alfa,
Alfa+Beta e Beta e apresentam uma maior relação entre resistência e peso do que
os seus competidores, além de oferecer elevada biocompatibilidade e alta
resistência á corrosão. A gama de propiedades mecânicas vai da liga de Ti
comercialmente puro, de alta ductilidade, até ligas tratadas termicamente com limite
de resistência acima de 900 Mpa.
O titânio seria geralmente visto como uma substância pouco reativa, com
efeitos colaterais mínimos (LUGOWSKI et al., 2000).
A liga de titânio mais utilizada seria a Ti-6Al-4V (Titânio tetra-vanádio hexa-
aluminio) e corresponderia a 50% de todo titânio utilizado. Uma das suas principais
aplicações foram realizadas na Medicina e na Odontologia, pela sua
biocompatibilidade, sendo utilizada em próteses parciais e totais de quadril, joelho,
ombro, cotovelo, dedos e em parafusos de fixação óssea na maxila e mandibula.
Essa liga apresenta alta resistência específica, que seria a proporção entre
Revisão de literatura 24
resistência e densidade, além de possuir boa resistência à corrosão (KUPHASUK et
al.,2001).
Segundo Shaeffer (2001). as ligas de titânio são classificadas de acordo com
as fases presentes em sua microestrutura em temperatura ambiente. A liga de titânio
mais utilizada comercialmente é a liga alfa+beta, Ti-6Al-4V, esta liga contém 6% de
Al que estabiliza a fase alfa,aumentando a temperatura de transformação alfa+beta--
-beta, além disso, a presença de alumínio nesta liga aumenta a resistência mecânica
a altas temperaturas
A liga de titânio Ti-6Al-4V teria alumínio em sua composição, com o objetivo
de aumentar a resistência à fadiga e à corrosão dessas ligas. O alumínio seria um
dos elementos mais abundantes na crosta terrestre na forma de óxido de alumínio
(Al2O3) e seria um dos poucos elementos na natureza que não apresentaram
nenhuma função biológica significativa. Talvez por isso tenha sido considerado
inofensivo, entretanto, a exposição a altas concentrações poderia causar problemas
de saúde, principalmente na forma de íons, quando solúvel em água. Embora
existam controvérsias, a ingestão prolongada do alumínio, em altas concentrações
poderia levar a sérios problemas de saúde como: demência, danos ao sistema
nervoso central, perda de memória, câncer de pulmão, Mal de Alzheimer e fortes
tremores. Algumas pessoas poderiam ainda manifestar alergia ao alumínio, sofrendo
dermatites de contato, inclusive desordens digestivas ao ingerir alimentos cozidos
em recipientes de alumínio (LUCKEY; VENUGOPAL, 1997; KAWAHARA, 2005)
Também com o objetivo de aumentar a resistência à fadiga e á corrosão das
ligas de titânio, o vanádio foi acrescido à liga Ti-6Al-4V (titânio tetra-vanádio hexa-
aluminado). Considerado um elemento relativamente tóxico, os sinais de toxicidade
variam tanto em espécie quanto em dosagem. A maior fração do vanädio ingerida
Revisão de literatura 25
não seria absorvida pelo organismo, sendo excretada com as fezes. A parcela
absorvida do elemento pelos rins, ossos e fígado seria de aproximadamente 5%. O
vanádio sérico consistiria num bom indicador de elevada ingestão de vanádio na
dieta, sendo que valores acima de 1,0 ng/mg poderiam indicar exposição excessiva.
Uma série de substâncias, inclusive o EDTA(Ácido etilenodiamenatetracético), o
ácido ascórbico, cromo, proteína, íon ferroso, cloro e hidróxido de aluminio,
poderiam reduzir a toxicidade do vanádio.
(http:/www.serrana.com.br/n_boletins.asp?Tipo=n&id=79).
O titânio possui duas formas cristalográficas. Quando em temperatura
ambiente, o titânio comercialmente puro tem forma hexagonal densamente agrupada
(hcp), que corresponde a estrutura cristalina da fase Alfa.
Acima da temperatura de 883°C o titânio passa para forma cúbica de corpo
centrado (ccc) conhecida como fase Beta. Ela pode ser prontamente soldada,
forjada e usinada, e é disponível em uma ampla variedade de produtos fabricados. A
presença de duas fases (Alfa + Beta) provoca, um aumento considerável do limite de
ruptura desta liga, que se apresenta duplicado em relação ao titânio puro.
(JACHINOSKI, AND SILVA, 2005).
27
3 PROPOSIÇÃO
Esta pesquisa teve o intuito de realizar uma análise metalográfica da
microestrutura interna de 12 mini-implantes ortodônticos, divididos em 3 grupos, de
acordo com a marca comercial. Foram utilizados dispositivos das marcas SIN e
Conexão, fabricados no Brasil, e da marca Dewimed, fabricada na Alemanha.
29
4 MATERIAL E MÉTODOS
A metodologia empregada nesta pesquisa baseia-se nas normas ASTM E3
ed. 01 (Standard Guide for Preparation of Metallographic Specimens); ASTM E7 ,
ed. 03 (Standard Terminology Relating to Metallography); ASTM E407, ed. 99
(Standard Practice for Microetching Metals and Alloys). Essas normas são descritas
pela ASTM International, originalmente conhecida como American Society for
Testing and Materials (ASTM), entidade que produz normas técnicas para análise de
materiais, produtos, sistemas e serviços.
Também foi empregada a norma ISO 5832-3 (Implants for surgery - Metallic
materials Part 3), determinada pela "International Organization for Standardization",
que diz respeito às ligas de Titânio hexa-Alumina tetra-Vanádio (Ti-6Al-4V).
4.1 Material
Foram utilizados nesta pesquisa 18 mini-implantes ortodônticos,
autoperfurantes, fabricados com ligas de titânio, sendo:
6 mini-implantes ortodônticos autoperfurantes da marca DEWIMED (Tuttlingen,
Alemanha), nas seguintes dimensões: 1,6mm de largura, 2,5mm de perfil
transmucoso e 9,0mm de comprimento, obtidos de dois lotes distintos.
6 mini-implantes ortodônticos autoperfurantes da marca SIN (São Paulo, Brasil),
tipo High Utility, nas medidas: 1,4 mm de largura, 1,0 mm de perfil transmucoso e
8,0 mm de comprimento, obtidos de dois lotes distintos.
Material e métodos 30
6 mini-implantes ortodônticos autoperfurantes da marca CONEXÃO (São Paulo,
Brasil), nas medidas de 1,5mm de largura, 1,0 de perfil transmucoso e 9mm de
comprimento , obtidos de dois lotes distintos.
Além disso, foram empregados os seguintes materiais no preparo das
amostras:
Resina acrílica (Polímero de Metil Metacrilato)
Serra circular de mesa da marca Arotec com disco cortante da marca Norton
Lixadeira circular de mesa
Lixas d’água números: 150, 220, 320, 400 e 600
Abrasivo de pasta de diamante com granulação de 6µm, 3µm e 1µm na politriz
Reativo Kroll’s, que contém em sua composição: 10ml HF, 5ml HNO3, 85ml H2O
Microscópio óptico da marca Union Optical Co. (Tókio, Japão), modelo Neomet,
Nº de serie: 84139, com aumento de até 2000 vezes.
4.2 Métodos
4.2.1 Divisão dos grupos experimentais
Os grupos experimentais foram divididos em três, denominados:
Grupo “1”: composto por mini-implantes da marca Dewimed;
Grupo “2”: composto por mini-implantes da marca Sin;
Grupo “3”: composto por mini-implantes da marca Conexão.
Material e métodos 31
4.2.2 Preparo da Amostra:
Devido às dimensões dos mini-implantes e a dificuldade de manuseio, a
amostra foi embutida, a frio, em resina acrílica (Polímero de Metil Metacrilato), como
mostra a Figura 4.1.
Figura 4.1 - Corpos de prova embutidos em resina acrílica
Os corpos de prova foram então seccionados, com o auxílio de uma serra
circular de mesa. Em cada um dos grupos (1, 2 e 3), três mini-implantes foram
seccionados transversalmente e três unidades foram seccionadas longitudinalmente.
Em seguida, os corpos de prova foram lixados sucessivamente com lixas
d´água de granulações 150, 220, 320, 400 e 600 em lixadeira circular de mesa,
sempre lubrificado com água de modo a obter uma superficie plana e homogênea.
Após o acabamento na lixa 600, a amostra foi polida utilizando-se como
abrasivo a pasta de diamante de 6µm. Em seguida empregou-se a pasta abrasiva de
3µm e o acabamento final foi obtido com o emprego da pasta de diamante de 1µm
(Figura 4.2).
SIN DEWIMED CONEXÃO
Figura 4.2 - Amostra após o polimento final
Material e métodos 32
4.2.3 Ataque Químico
Após o polimento dos mini-implantes, foi realizado o ataque químico para o
contraste da microestrutura do parafuso. O ataque químico para a observação
longitudinal dos parafusos foi realizado com reativo Kroll´s, composto por 10mL HF,
5mL HNO3 e 85mL H2O. Já para a observação dos cortes transversais dos mini-
implantes empregou-se, para o ataque químico, a solução composta por 6g de
NaOH, 60 mL de H2O e 10 mL de H2O2. Esse líquido agiu por contato durante 20
segundos. Logo em seguida, os corpos de prova foram secos com jato de ar quente.
Este processo revelou a microestrutura da amostra, propiciando um bom contraste
das fases Alfa e Beta sob a observação em microscópio óptico.
4.2.4 Análise Metalográfica
Após as etapas de preparação e ataque ácido das amostras, procedeu-se a
observação das mesmas em um microscópio óptico. O objetivo de uma análise
metalográfica é o de revelar as fases globulares, assim como a estrutura interna de
um metal ou de ligas metálicas.
34
5 RESULTADOS
Todas as análises foram realizadas em um laboratório, especializado na
caracterização e testes de materiais, denominado TORK – Controle Tecnológico de
Materiais Ltda., localizado em São Paulo, S.P.
Estão dispostos abaixo os resultados obtidos na avaliação dos cortes
longitudinais e nos cortes transversais dos mini-implantes ortodônticos. Os cortes
longitudinais foram analisados visualmente para a detecção de bolhas, fraturas e
fissuras na estrutura interna dos mini-implantes. Os cortes transversais foram
avaliados e comparados com manual de normas técnicas européias ETTC 2.
5.1 Avaliação dos cortes longitudinais
5.1.1 Mini-implantes da marca Dewimed
Figura 5.1.- Núcleo do parafuso com ampliação de 400x da marca DEWIMED
Figura 5.2.- Rosca do para-fuso com ampliação de 50x da marca DEWIMED
Figura 5.3.- Rosca do para-fuso com ampliação de 400x da marca DEWIMED
5.1.2 Mini-implante da marca SIN
Figura 5.4 - Núcleo do parafuso com ampliação de 400x da marca SIN
Figura 5.5 - Roscas do para-fuso com ampliação de 50x da marca SIN
Figura 5.6 - Roscas do para-fuso com ampliação de 400x da marca SIN
Resultados 35
5.1.3 Mini-implantes da marca CONEXÃO
Figura 5.7 - Núcleo do parafuso com ampliação de 400x da marca CONEXÃO
Figura 5.8 - Roscas do parafuso com ampliação de 50x da marca CONEXÃO
Figura 5.9 - Roscas do parafuso com ampliação de 400x da marca CONEXÃO
Segundo o relatório de ensaio 07065435 MESP, datado de 20 de junho de
2007 e assinado por Leopoldo Rosalin de Oliveira, engenheiro responsável pelo
Laboratório Tork, foram observadas microestruturas homogêneas e livres de
descontinuidades. Também não foram detectados defeitos, tanto no núcleo como
nas roscas dos mini-implantes de todas as marcas avaliadas,
5.2 Avaliação dos cortes transversais
A análise metalográfica dos cortes transversais dos mini-implantes realizou-se
com base na norma ISO 5832-3 (Implants for surgery - Metallic materials - Part 3),
determinada pela "International Organization for Standardization".
As investigações da estrutura interna das ligas de titânio devem seguir as
normas do manual ETTC2. Neste manual constam microfotografias, que na série A,
variam de A1 até A24 e representam barras de titânio hexa-Alumina tetra-Vanádio
(Ti-6Al-4V) em cortes transversais avaliados por microscopia óptica com aumento de
200 vezes. Estas imagens, de A1 até A24, estão representadas no capítulo
Apêndice.
Resultados 36
Observa-se, na constituição interna das ligas com suas fases globulares, que
estas são compostas pelo arranjo microestrutural das fases Alfa e Beta. O titânio
fase Alfa mostra-se em cor clara, enquanto que o titânio fase Beta apresenta-se em
cor escura.
Ressalta-se que somente os padrões A1 até A10 são aceitos pela ETTC-2
como adequados para a confecção de mini-implantes ortodônticos, uma vez que são
aqueles que apresentam nítida distinção entre as fases globulares, grânulos de
tamanho reduzido em ambas as fases e equilíbrio no percentual de Alfa e Beta,
fatores estes que evidenciam uma alta qualidade de sua estrutura interna.
Figura. 5.10 - Imagens micrográficas dos cortes transversais dos mini-implantes das marcas DEWIMED (esquerda) SIN (centro) e CONEXÃO (direita) com ampliação de 200x.
O relatório do ensaio 08099291 MESP, assinado por Leopoldo Rosalin de
Oliveira, engenheiro responsável pelo Laboratório Tork, datado de 10 de setembro
de 2008, informou que as três marcas de mini-implantes apresentaram
microestrutura bimodal, com fases Alfa e Beta cuja proporção variou entre A1 e A9,
conforme o descrito na ETTC-2. Atendem, portanto às normas estabelecidas pelo
“Technical Committee of European Titanium Producers”.
Resultados 37
O relatório informa ainda que na análise das microestruturas dos mini-
implantes, os corpos de prova da marca “DEWIMED” e da marca “SIN” foram
classificados como do tipo A1. Já os mini-implantes de marca “CONEXÃO”
apresentaram classificação A9, segundo o documento ETTC-2.
39
6 DISCUSSÃO
A década de oitenta marcou o início do uso generalizado de implantes dentais
na odontolgia, com o objetivo de substituir dentes perdidos e restabelecer a função
mastigatória (ADELL, 1981; ROBERTS, 1884). Os ortodontistas perceberam, logo
de início, a grande utilidade dos implantes dentais como recurso adicional de
ancoragem nos tratamentos corretivos (TURLEY et al., 1988; FÁVERO, BOLLO e
BRESSAN, 2002; CHENG,et al 2004; HUANG, SHORWELL e WANG, 2005).
Os sucessores dos implantes dentais como recurso de ancoragem em
ortodontia foram os mini-implantes, que pelo fato de possuírem estrutura menor que
os implantes dentais, simplificaram a técnica de inserção, sem contudo perder
estabilidade nos movimentos dentais (COSTA e RAFFINI, 1998; MIYAWAKI, 2003;
VILELA, 2004; LIOU, PAI e LIN, 2004; CARANO et al., 2004; KIM, AHN, e CHANG,
2005; PARK, KWON e SUNG, 2004; HUJA et al., 2005; COPE, 2005; MARASSI et
al., 2005; NASCIMENTO, ARAÚJO e BEZERRA, 2006). Estes dispositivos
mostraram, sob análise histológica em animais, segurança em seu uso (MELSEN e
LANG, 2001; PARK, 2003).
Os mini-implantes beneficiaram todos os movimentos ortodônticos
usualmente realizados em tratamentos corretivos, uma vez que propiciavam
ancoragem adequada para a correção de mordidas abertas ou profundas,
verticalização de molares, distalizações e mesializações dentais. (CREEKMORE e
EKLUND, 1983; BAE, 2002; KURODA, KATAYAMA e TAKANO-YAMAMOTO, 2004;
PARK, KWON e KWON, 2004; PARK, KWON e SUNG, 2004; TEIXEIRA e
ESCÓSSIA JR., 2004; XUNG, 2007)
Discussão 40
Notamos, ao revisar a literatura, a inexistência de pesquisas que realizassem
análises mais detalhadas da estrutura interna dos mini-implantes e isto nos
entusiasmou em desenvolver este trabalho, com avaliação micrográfica dos mini-
implantes ortodônticos. O objetivo de uma análise metalográfica é revelar as fases,
assim como a estrutura de metais e suas ligas, por meio de avaliação em
microscópio.
Para atingir este intento, são necessárias diversas etapas de preparação das
amostras, conforme descritas no capítulo Material e Métodos. Estes procedimentos
dependem do tipo de material a ser analisado, assim como da especificidade do
problema a ser avaliado.
Por este motivo as amostras dos mini-implantes foram seccionadas no
sentido longitudinal e transversal. O primeiro corte visa identificar a presença de
descontinuidades, tais como bolhas, fissuras ou falhas na estrutura interna dos mini-
implantes, problemas estes que poderiam induzir a fraturas durante os processos de
inserção ou remoção das peças. Já o corte transversal tem como objetivo avaliar a
composição das fases da liga de Titânio empregada na fabricação dos mini-
implantes.
Para explicar melhor, dizemos que a liga de Titânio é composta da fusão das
fases Alfa e Beta. A fase Alfa, que existe até 883ºC, apresenta estrutura hexagonal e
compacta. É uma liga mole, que apresenta boa resistência mecânica e tenacidade,
mas possui pouca ductibilidade. Já a fase Beta, com grade cristalina cúbica de corpo
centrado, possui boa formabilidade, boa resistência à fadiga a frio e a quente, porém
apresenta grande vulnerabilidade à contaminação pela atmosfera (JACHINOSKI e
SILVA, 2005).
Discussão 41
Por este motivo utilizam-se comercialmente ligas que reúnem as fases
Alfa+Beta, uma vez que apresentam uma combinação das duas fases em sua
microestrutura, o que confere boa formabilidade e boa resistência à fadiga à
frio(JACHINOSKI e SILVA, 2005).
A liga de titânio mais utilizada comercialmente é a liga Alfa + Beta
denominada Titânio hexa-Alumina tetra-Vanádio (Ti-6Al-4V). Esta liga contém 6% de
Al que estabiliza a fase Alfa, aumentando a temperatura de transformação de
Alfa+Beta para Beta. Além disso, a presença de alumínio nesta liga incrementa a
resistência mecânica em altas temperaturas. A adição de 4% de vanádio aumenta a
resistência mecânica por dois mecanismos: por solução sólida e por estabilizar a
fase Beta na temperatura ambiente (SHAEFFER, 2001).
Os metais e as ligas metálicas freqüentemente utilizadas na prática cirúrgica e
ortopédica podem ser subdivididos em três categorias: o aço inoxidável, as ligas a
base de cromo-cobalto e as ligas de Titânio compostas, em geral, por 90% Ti, 6% Al
e 4% V (COHEN, 1983)
O Titânio não é de fácil obtenção, pois reage facilmente com o ar, oxigênio,
níquel, carbono e hidrogênio, em temperaturas elevadas. A baixas temperaturas é
inerte, em conseqüência da formação de uma película de óxido em sua superfície. O
óxido de titânio se apresenta como Ti3O, Ti2O, Ti3O2, TiO, Ti2O3 e Ti3O5, sendo o
mais estável TiO2(dióxido de titânio). O Titânio, em temperatura ambiente, não é
afetado por substâncias ácidas ou alcalinas, sendo assim ideal como composto de
implantes no corpo humano (LEE, 1980).
Além disso, o implante de Titânio apresenta-se com os tecidos adjacentes
bem vascularizados, confirmando sua alta bioatividade, maior flexibilidade, isto é, um
menor módulo de elasticidade, quando comparado com outros metais. Estes fatores
Discussão 42
associados podem melhorar a osseointegração e a fixação mecânica.
(CHRISTENSEN et al 2000). O Titânio possui duas formas cristalográficas. Quando
em temperatura ambiente, o Titânio comercialmente puro tem forma hexagonal
densamente agrupada (hcp), que corresponde a estrutura cristalina da fase Alfa.
Acima da temperatura de 883°C o titânio passa para forma cúbica de corpo centrado
(ccc) conhecida como fase Beta. Estas estruturas estão esquematicamente
representadas a seguir.
Figura 6.1 - Estrutura cristalográfica do titânio comercialmente puro
Os elementos que compõem as ligas de Titânio podem ser divididos em três
categorias: (1) Alfa estabilizadores, tais como, Al, O, N, C; (2) Beta estabilizadores,
como, Mo, V, Nb, Ta, Fe, W, Cr, Si, Co, Mn, H; (3) neutros, como, Zr.
As ligas Alfa são geralmente não tratadas termicamente e soldáveis,
apresentam superior resistência à corrosão, boa tenacidade ao dobramento e boa
resistência ao escoamento em altas temperaturas. Por outro lado, as ligas Alfa +
Beta não possuem boa resistência ao escoamento em altas temperaturas, mas
Discussão 43
possuem boas propriedades para a conformação plástica. São tratadas
termicamente para um moderado acréscimo de resistência mecânica. Já as ligas
Beta, possuem um baixo módulo elástico e uma superior resistência a corrosão
(BANIA, 1993; SCHUTZ, 1993 ).
De todas as ligas citadas, as mais importantes e amplamente utilizadas são
as ligas Alfa + Beta, e dentre elas ocupando 60% do mercado está a liga Titânio
hexa-Alumina tetra-Vanádio (Ti-6Al-4V). Essa classe de ligas de titânio contém um
ou mais elementos Beta-estabilizantes em quantidade suficiente para permitir a
retenção de porções consideráveis de fase Beta em temperatura ambiente,
resultando em uma estrutura Alfa + Beta.
Ela pode ser prontamente soldada, forjada e usinada, e é disponível em uma
ampla variedade de produtos fabricados. A presença de duas fases (Alfa + Beta)
provoca um aumento considerável do limite de ruptura desta liga (JACHINOSKI e
SILVA, 2005)
Os implantes são submetidos, via de regra, a condições de trabalhos
agressivas e suas falhas prematuras podem ser influenciadas por diversos fatores,
que incluem falhas de projeto, de manufaturas, no procedimento de instalação e no
uso clínico (AZEVEDO, 1996)
Os mini-implantes ortodônticos inauguraram uma nova era da mecânica do
movimento dental, uma vez que são dispositivos altamente estáveis para ancoragem
ortodôntica, permitindo planejamentos e movimentações dentárias complexas e de
difícil execução. A evolução tecnológica destes acessórios iniciou-se com parafusos
utilizados para enxerto ósseos, passou por placas de osteossíntese, implantes
dentais e culminou nos parafusos autoperfurantes, produzidos hoje em dia pela
Discussão 44
maioria das empresas do setor (GAINSFORTH e HIGLEY, 1945; ROBERTS et al,
1989; e KANOMI, 1997
Utilizados com freqüência crescente na clinica ortodôntica, os mini-implantes
podem apresentar, em alguns casos, falhas tais como a fratura da peça durante a
inserção ou remoção no osso alveolar. Apesar de diversos artigos consultados na
literatura apresentarem relatos clínicos acerca destas falhas como o de Melsen e
Verna em 2005 e o de Azevedo em 1996, poucas informações estão disponíveis
sobre as características físicas dos mini-implantes, informações estas importantes
para a determinação da qualidade mecânica destes produtos (CARANO et al., 2004;
CARANO et al., 2005; KYUNG, 2003; KYUNG, 2004)
Todos os miniimplantes são do tipo autoperfurante, uma vez que estes, por
dispensarem o uso de micromotor, aumentam a sensibilidade do operador e
reduzem o risco de perfuração de alguma raiz próxima ao local da inserção
(KANOMI, 1997; KYUNG, 2003).
O comprimento dos mini-implantes selecionados para esta pesquisa, entre 8 e
12mm de comprimento, são aceitaveis, no sentido que possuem dimensão suficiente
para uma boa estabilidade inicial e para receber cargas de até 400 gramas (PARK e
KWON, 2004; KYUNG et al., 2004)
O diâmetro das amostras selecionadas para a pesquisa (entre 1,4 e 1,8mm) é
considerado clinicamente adequado, pois os parafusos são espessos o suficiente
para não se fraturarem quando recebem as cargas de inserção, tração ortodôntica e
remoção do osso, e ao mesmo tempo são delicados o suficiente para não induzirem
a riscos de perfurações nas raízes vizinhas (KANOMI, 1997).
Discussão 45
Na observação dos cortes longitudinais dos mini-implantes em microscópio,
percebeu-se que as três marcas avaliadas (DEWIMED, SIN e CONEXÃO)
apresentam homogenidade da estrutura interna, sem a presença de qualquer
defeito, tal como descontinuidades, bolhas, fissuras ou falhas. Este fato leva a crer
que as marcas avaliadas não apresentam risco de fratura por defeitos internos da
estrutura metálica dos mini-implantes.
Na análise metalográfica dos cortes transversais, nota-se que as três marcas
de mini-implantes apresentam microestrutura bimodal, com fases Alfa e Beta, cuja
proporção varia entre os modelos A1 e A9, conforme o descrito na ETTC-2. Desta
forma, os mini-implantes das marcas DEWIMED, SIN e CONEXÃO atendem às
normas estabelecidas pelo “Technical Committee of European Titanium Producers”,
quanto ao arranjo metalográfico.
Como aspecto de distinção das diferentes marcas comerciais de mini-
implantes, notamos que os corpos de prova da marca CONEXÃO, quando
analisados em seu aspecto transversal, apresentaram aspecto micrográfico
denominado A9 segundo a classificação da ETTC-2. Nesta classe de ligas de Titânio
estão aquelas nas quais há uma maior quantidade de fase Beta, em relação à fase
Alfa. Este fato é facilmente observado, já que a fase mais escura, correspondente ao
Titânio Beta, predomina em relação à fase mais clara, que corresponde ao Titânio
Alfa.
Já as microestruturas dos mini-implantes das marcas DEWIMED e SIN,
mostram arranjo metalográfico do tipo A1, com predominância de fase Alfa (mais
clara), em relação à fase Beta (mais escura).
Poderíamos supor, em função da composição metalográfica, que o mini-
implante da marca CONEXÃO apresenta distinção em relação aos parafusos das
Discussão 46
marcas DEWIMED e SIN quanto ao comportamento mecânico, uma vez que as
fases Alfa e Beta agem de maneira distinta quanto à tenacidade ao dobramento, à
resistência ao escoamento e ao módulo elástico.
Contudo são inúmeros os fatores que influenciam nas propriedades
mecânicas dos mini-implantes, incluindo neste quesito as dimensões transversais do
núcleo, a geometria da parte ativa, o desenho e a dimensão das roscas etc.
Assim, serão necessários novos estudos acerca das características físicas
dos mini-implantes, como aquelas pesquisas que vêm sendo desenvolvidas no
Curso de Mestrado em Ortodontia da Universidade Cidade de São Paulo
(GADELHA, 2007; ANDRADE ROSA, 2007; SCHEMANN-MIGUEL, 2008), para
melhor caracterizar as propriedades mecânicas destes importantes dispositivos
ortodônticos.
48
7 CONCLUSÃO
Segundo a metodologia empregada, e analisando a qualidade física interna
de mini-implantes ortodônticos das marcas Dewimed, Sin e Conexão, podemos
concluir que:
7.1 A análise metalográfica da microestrutura interna dos mini-implantes das três
marcas comerciais, após corte no sentido longitudinal, demonstrou que não
foram detectados defeitos, tais como falhas, fissuras ou bolhas, tanto no
núcleo, como nas roscas dos parafusos. Isto indica que todas as peças
estudadas apresentaram microestruturas homogêneas e livres de
descontinuidades.
7.2 Nos cortes em sentido transversal, notou-se que microestrutura interna dos
mini-implantes, das três marcas comerciais, apresentaram microestrutura
bimodal, com fases Alfa e Beta, cuja proporção variou entre A1 e A9. Atendem,
portanto, à norma ETTC-2 estabelecida pelo “Technical Committee of European
Titanium Producers”.
7.3 Ao comparar as três marcas de mini-implantes, notou-se que após análise
metalográfica dos cortes transversais, os corpos de prova da marca DEWIMED
e da marca SIN foram classificados como possuidores de microestrutura
bimodal do tipo A1. Já os mini-implantes de marca CONEXÃO apresentaram
classificação A9, segundo o documento ETTC-2.
50
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Anexos 56
RETATÓRIO DE ENSAIO N°: 07065434 MESP Fl. 1/3 Empresa interessada : PATRÍCIO VASQUEZ PERALTA UNICID – Universidade Cidade de São Paulo Pedido de ensaio : 200328
Natureza do trabalho : EXAME METALOGRÁFICO Indicações fornecidas pelo interessado sobre o material ensaiado: AMOSTRA RECEBIDA...................: Micro implante – marca DEWIMED MATERIAL.......................................: Micro parafuso ortodôntico auto perfurante rosca 2,5 x 1,6 x 9,0mm IDENTIFICAÇÃO.............................: REF. 25 - 16109 – LOT 20605579 1) PREPARAÇÃO DA AMOSTRA:
Devido às dimensões do parafuso e a dificuldade de manuseio a amostra foi embutida a frio em resina acrílica (Fig 1). O corpo de prova foi seccionado longitudinalmente com o objetivo de se revelar possíveis variações estruturais da parte externa para o núcleo. O corpo de prova foi lixado sucessivamente com lixas d’água 150, 220, 320, 400, 600, em lixadeira circular de mesa, sempre lubrificado com água de modo a obter uma superfície plana e homogênea. Após o acabamento na lixa 600 a amostra foi polida inicialmente utilizando como abrasivo pasta de diamante de 6µm em seguida com 3µm e o acabamento final com pasta de diamante de 1µm.
Fig 2 – Amostra após o polimento final ampliação: 10x
Fig 1 - Corpo de prova embutido
Os resultados apresentados no presente documento têm significação restrita e se aplicam somente ao objeto ensaiado ou calibrado. A sua reprodução, total ou parcial, só poderá ser feita mediante prévia autorização do laboratório emitente. RP-EM5 - Rev.2 WA
Anexos 57
RELATÓRIO DE ENSAIO N°: 07065434MESP Fl. 2/3
1. ATAQUE QUÍMICO : Após o polimento da amostra foi realizado o ataque químico para o contraste da microestrutura do parafuso. O ataque foi realizado com reativo Kroll’s (10ml HF, 5ml HNO3, 85ml H2O) por contato durante cerca de 20 segundos logo em seguida o corpo de prova foi seco com jato de ar quente.
2. ANÁLISE METALOGRÁFICA Após as etapas de preparação e ataque a amostra foi observada em microscópio óptico com ampliações de até 2000 vezes com o objetivo de detectar possíveis descontinuidades deste a superfície até o núcleo do parafuso.
Núcleo do parafuso
Fig 3 – Fotomicrografia Ataque com Kroll’s Ampliação 400x
Observa-se uma microestrutura homogênea livre de descontinuidades.
Os resultados apresentados no presente documento têm significação restrita e se aplicam somente ao objeto ensaiado ou calibrado. A sua reprodução, total ou parcial, só poderá ser feita mediante prévia autorização do laboratório emitente.
RP-EM5 - Rev.2 WA
Anexos 58
RELATÓRIO DE ENSAIO N°: 07065434MESP Fl. 3/3 Fig 3.1 – Fotomicrografia
Rosca
Ataque com Kroll’s Ampliação 50x Ataque com Kroll’s Ampliação 400x Microestrutura homogênea semelhante ao núcleo. Não foram detectados defeitos.
Determinações realizadas de acordo com ASTM E3, ed01 / ASTM E7, ed03 / ASTM E407, ed99. Procedimentos Tork: P-501, P-502, P-504, P-507, P-508
Local e Data dos Ensaios: São Paulo, 20 de Junho de 2007
Emissão do Relatório: São Paulo, 21 de Junho de 2007
______________________________________________ Eng. Leopoldo Rosalin de Oliveira - CREA 0600318910
Engenheiro Responsável pelo Laboratório Tork
Os resultados apresentados no presente documento têm significação restrita e se aplicam somente ao objeto ensaiado ou calibrado. A sua reprodução, total ou parcial, só poderá ser feita mediante prévia autorização do laboratório emitente.
RP-EM5 - Rev.2 WA
Anexos 59
RELATÓRIO DE ENSAIO N°: 06124251MESP / Rev.1 Fl. 1/3
Empresa interessada : PATRÍCIO VASQUEZ PERALTA UNICID – Universidade Cidade de São Paulo Pedido de ensaio : 103278-1
Natureza do trabalho : EXAME METALOGRÁFICO Indicações fornecidas pelo interessado sobre o material ensaiado: AMOSTRA RECEBIDA...................: Micro implante – marca SIN MATERIAL.......................................: Micro parafuso ortodôntico auto perfurante rosca 1,4 x 8,0mm perfil Transmucoso curto IDENTIFICAÇÃO.............................: REF. POT 1418 – LOT E9256
1) Preparação da amostra: Devido às dimensões do parafuso e a dificuldade de manuseio a amostra foi embutida a frio em resina acrílica (Fig 1). O corpo de prova foi seccionado longitudinalmente com o objetivo de se revelar possíveis variações estruturais da parte externa para o núcleo. O corpo de prova foi lixado sucessivamente com lixas d’água 150, 220, 320, 400, 600, em lixadeira circular de mesa, sempre lubrificado com água de modo a obter uma superfície plana e homogênea. Após o acabamento na lixa 600 a amostra foi polida inicialmente utilizando como abrasivo pasta de diamante de 6µm em seguida com 3µm e o acabamento final com pasta de diamante de 1µm.
Fig 2 – Amostra após o polimento final ampliação: 10x Fig 1 - Corpo de prova embutido
Os resultados apresentados no presente documento têm significação restrita e se aplicam somente ao objeto ensaiado ou calibrado. A sua reprodução, total ou parcial, só poderá ser feita mediante prévia autorização do laboratório emitente.
RP-EM5 - Rev.2 FA
Anexos 60
RELATÓRIO DE ENSAIO N°: 06124251MESP / Rev.1 Fl. 2/3
2. Ataque químico:
Após o polimento da amostra foi realizado o ataque químico para o contraste da microestrutura do parafuso. O ataque foi realizado com reativo Kroll’s (10ml HF, 5ml HNO3, 85ml H2O) por contato durante cerca de 20 segundos logo em seguida o corpo de prova foi seco com jato de ar quente.
3. Analise metalográfica
Após as etapas de preparação e ataque a amostra foi observada em microscópio óptico com ampliações de até 2000 vezes com o objetivo de detectar possíveis descontinuidades deste a superfície até o núcleo do parafuso.
Núcleo do parafuso
Fig 3 – Fotomicrografia Ataque com Kroll’s Ampliação 400x
Observa-se uma microestrutura homogênea livre de descontinuidades.
Os resultados apresentados no presente documento têm significação restrita e se aplicam somente ao objeto ensaiado ou calibrado. A sua reprodução, total ou parcial, só poderá ser feita mediante prévia autorização do laboratório emitente.
RP-EM5 - Rev.2 FA
Anexos 61
RELATÓRIO DE ENSAIO N°: 06124251MESP / Rev.1 Fl. 3/3 Fig 3.1 – Fotomicrografia
Rosca
Ataque com Kroll’s Ampliação 50x Ataque com Kroll’s Ampliação 400x
Microestrutura homogênea semelhante ao núcleo. Não foram detectados defeitos. Determinações realizadas de acordo com ASTM E3, ed01 / ASTM E7, ed03 / ASTM E407, ed99. Procedimentos Tork: P-501, P-502, P-504, P-507, P-508
Local e Data dos Ensaios: São Paulo, 15 de Dezembro de 2006.
Emissão do Relatório: São Paulo, 26 de Abril de 2007.
Eng. Leopoldo Rosalin de Oliveira - CREA 0600318910 Engenheiro Responsável pelo Laboratório Tork
Os resultados apresentados no presente documento têm significação restrita e se aplicam somente ao objeto ensaiado ou calibrado. A sua reprodução, total ou parcial, só poderá ser feita mediante prévia autorização do laboratório emitente.
RP-EM5 - Rev.2
Anexos 62
RELATÓRIO DE ENSAIO N°: 07045056MESP Fl. 1/3 Empresa interessada : PATRÍCIO VASQUEZ PERALTA UNICID – Universidade Cidade de São Paulo Pedido de ensaio : 104454-1
Natureza do trabalho : EXAME METALOGRÁFICO Indicações fornecidas pelo interessado sobre o material ensaiado: AMOSTRA RECEBIDA...................: Microimplante marca Conexão MATERIAL.......................................: Micro parafuso ortodôntico auto perfurante ( Ø 1,5 x 9,0 x 1)mm
1) Preparação da amostra:
Devido às dimensões do parafuso e a dificuldade de manuseio a amostra foi embutida a frio em resina acrílica (Fig 1).
O corpo de prova foi seccionado longitudinalmente com o objetivo de se revelar possíveis variações estruturais da parte externa para o núcleo. O corpo de prova foi lixado sucessivamente com lixas d’água 150, 220, 320, 400, 600, em lixadeira circular de mesa, sempre lubrificado com água de modo a obter uma superfície plana e homogênea. Após o acabamento na lixa 600 a amostra foi polida inicialmente utilizando como abrasivo pasta de diamante de 6µm em seguida com 3µm e o acabamento final com pasta de diamante de 1µm.
Fig 2 – Amostra após o polimento final ampliação: 10x Fig 1 - Corpo de prova embutido
Os resultados apresentados no presente documento têm significação restrita e se aplicam somente ao objeto ensaiado ou calibrado. A sua reprodução, total ou parcial, só poderá ser feita mediante prévia autorização do laboratório emitente.
RP-EM5 - Rev.2 FA
Anexos 63
RELATÓRIO DE ENSAIO N°: 07045056MESP Fl. 2/3
3. Ataque químico: Após o polimento da amostra foi realizado o ataque químico para o contraste da microestrutura do parafuso. O ataque foi realizado com reativo Kroll’s (10ml HF, 5ml HNO3, 85ml H2O) por contato durante cerca de 20 segundos logo em seguida o corpo de prova foi seco com jato de ar quente.
4. Analise metalográfica: Após as etapas de preparação e ataque a amostra foi observada em microscópio óptico com ampliações de até 2000 vezes com o objetivo de detectar possíveis descontinuidades deste a superfície até o núcleo do parafuso.
Núcleo do parafuso
Fig 3 – Fotomicrografia Ataque com Kroll’s Ampliação 400x
Observa-se uma microestrutura homogênea livre de descontinuidades. Os resultados apresentados no presente documento têm significação restrita e se aplicam somente ao objeto ensaiado ou calibrado. A sua reprodução, total ou parcial, só poderá ser feita mediante prévia autorização do laboratório emitente.
RP-EM5 - Rev.2
Anexos 64
RELATÓRIO DE ENSAIO N°: 07045056MESP Fl. 3/3 Fig 3.1 – Fotomicrografia
Rosca
Ataque com Kroll’s Ampliação 50x Ataque com Kroll’s Ampliação 400x
Microestrutura homogênea semelhante ao núcleo. Não foram detectados defeitos. Determinações realizadas de acordo com ASTM E3, ed01 / ASTM E7, ed03 / ASTM E407, ed99. Procedimentos Tork: P-501, P-502, P-504, P-507, P-508
Local e Data dos Ensaios: São Paulo, 26 de Abril de 2007.
Emissão do Relatório: São Paulo, 26 de Abril de 2007.
Eng. Leopoldo Rosalin de Oliveira - CREA 0600318910 Engenheiro Responsável pelo Laboratório Tork
Os resultados apresentados no presente documento têm significação restrita e se aplicam somente ao objeto ensaiado ou calibrado. A sua reprodução, total ou parcial, só poderá ser feita mediante prévia autorização do laboratório emitente.
RP-EM5 - Rev.2 FA
Anexos 65
MICROSTRUCTURAL STANDARDS FOR TITANIUM ALLOY BARS EDITION 2
Prepared by the Technical Committee of European Titanium Producers