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UNIVERSIDADE CEUMA PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA PARASITÁRIA Stanley de Sousa Lima Galvão AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA E CITOTÓXICA DE Annona glabra L. (Araticum) São Luís 2015

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UNIVERSIDADE CEUMA

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO.

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA PARASITÁRIA

Stanley de Sousa Lima Galvão

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA E CITOTÓXICA DE

Annona glabra L. (Araticum)

São Luís

2015

Stanley de Sousa Lima Galvão

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA E CITOTÓXICA DE

Annona glabra L. (Araticum).

Dissertação de Mestrado em Biologia

Parasitária pela Universidade CEUMA

como parte dos requisitos para a obtenção

do Título de Mestre em Biologia Parasitária

Orientador: Prof. Dr. Valério Monteiro Neto

Co-Orientadora: Prof. Dra. Andrea de

Souza Monteiro

São Luís

2015

(FOLHA DE APROVAÇÃO)

Stanley de Sousa Lima Galvão

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA E CITOTÓXICA DE

Annona glabra L. (Araticum).

A Comissão julgadora da Defesa do Trabalho de Mestrado em

Biologia Parasitária, em sessão pública realizada no dia / / ,

considerou o(a) candidato(a)

( ) APROVADA ( ) REPROVADA

1) Examinador __________________________________

2) Examinador ___________________________________

3) Examinador ___________________________________

4) Presidente (Orientador)__________________________________

A Deus

A minha filha Ana Letícia

Aos meus pais Maria Antoniêta e João Luís

Aos meu irmãos Stenio e Stepheson

A minha namorada Sâmia

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por tudo o que tem proporcionado

em minha vida e por me dar forças nessa jornada

A minha família, meus pais Maria Antoniêta de Sousa Lima, João

Luís Leite Galvão e meus irmãos Stenio de Sousa Lima Galvão e

Stephenson de Sousa Lima Galvão pelo incentivo e carinho.

A minha filha Ana Letícia Lapa Galvão pela paciência,

compreensão, carinho e força. Você é uma verdadeira bênção na minha

vida.

A minha namorada Sâmia pela paciência, incentivo,

companheirismo e compreensão nessa fase onde tive que muitas vezes tive

que ausentar.

Agradeço a minha família em São Luís, meus tios Adriel e Elisete

pelo acolhimento e paciência. E meus primos Roberta, Alexandre e Renata

pelos sorrisos.

Aos meus colegas de trabalho do mestrado pelos momentos

Aos meus orientadores Valério e Andrea pela experiência e

conhecimento que adiquiri, pela amizade e oportunidades que me

propuseram.

Aos docentes do programa pelo companheirismo, conhecimento e

amizade.

A FAPEMA pelo auxílio financeiro.

A UFMA pela ajuda na identificação da planta

A UFMG, a Vera, e a todos do laboratório de microbiologia aplicada

onde realizei um estágio e todos que fizeram parte dessa etapa que passei

em Belo Horizonte.

Ao centro de pesquisa René Rachou (Fiocruz – MG), a Ezequias

pela amizade e auxílio nos ensaios químicos realizados.

“Tô saindo pra batalha pelo pão de cada dia, a fé que trago no peito é a minha garantia. Deus me livre das maldades, me guarde onde quer que eu vá, tô fazendo a minha parte, um dia eu chego lá.”

Tô fazendo a minha parte – Diogo Nogueira.

I

RESUMO

Annona glabra é uma planta pertencente à família Annonaceae e é conhecida por apresentar atividade antitumoral e imunomoduladora. Dentro da família existem outras espécies que tem apresentado atividade antimicrobiana e antitumoral, mas não há a devida comprovação da eficácia antimicrobiana e nem da citotoxicidade de A. glabra. Portanto, o objetivo desse estudo foi investigar a atividade antimicrobiana e citotóxica do extrato hidroalacoólico e das frações de A. glabra. Para a determinação da atividade antimicrobiana do extrato hidroalcoólico, foram realizados ensaios de difusão em agar, seguido do ensaio de microdiluição para determinar concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida mínima (CBM) com estirpes de Staphylococcus aureus (ATCC 25923 e MRSA), Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853 e cepas clínicas), Escherichia coli (ATCC 25922), Klebsiella pneumoniae (ATCC 10031) e Acinetobacter baunannii (ATCC 19606). Em seguida, foi realizada a análise fitoquímica do extrato e a sua partição com diferentes solventes (metanol, hexano, diclorometano, acetato de etila). As frações obtidas foram monitoradas por ensaios de susceptilidade antimicrobiana por microdiluição e pela determinação da citotoxicidade para células tumorais (HL-60, THP-1, JURKAT, MCF-7, MDA-MB-231 e HCT-116) com brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio (MTT). Adicionalmente, foi realizado o fracionamento por cromatografia de permeação em gel e com as frações obtidas foram realizados novos ensaios antimicrobianos (CIM e CBM). A interação entre a fração ativa e bactéria P. aeruginosa foi avaliada através do potencial zeta (PZ) e por calorimetria isotérmica por titulação (ITC). A determinação da viabilidade bacteriana em diferentes tempos de exposição frente a fração ativa foi feita pelo método com MTT. A caracterização dos compostos obtidos na fração ativa foi realizada por espectrometria de massa (ESI). As partições do extrato revelaram uma ação antimicrobiana específica contra P. aeruginosa com uma CIM = 8 µg/mL e CBM = 16 µg/mL para todas as partições testadas. Nos ensaios de citotoxicidade, a IC50 só foi determinada com as células tumorais HL-60 e JUKART e as partições em metanol, hexano, acetato de etila e diclorometano com valores de 10 µg/mL. A associação entre os componentes da fração Fr.32-33, obtida por cromatografia de permeação em gel, com células de P. aeruginosa ATCC 27983, revelaram uma reação do tipo de endotérmica, após análise por ITC, possivelmente pela forte interação da fração com a superfície bacteriana. As análises do PZ mostraram uma variação na carga elétrica da superfície comprovando a interação dos componentes da fração Fr. 32-32 com a membrana bacteriana. Nos ensaios de viabilidade bacteriana foi observada uma redução de até 96% da atividade metabólica em 12 horas de contato. A análise química da fração Fr. 32-33 por ESI revelou os compostos (-)Epicatequina, Quercetina e Fisetina como possíveis compostos ativos para as atividades antimicrobianas e citotóxicas em células tumorais. Pelos resultados obtidos os compostos das folhas de A. glabra apresentam grande potencial para terapia in vivo contra infecções por P. aeruginosa, sendo necessários mais estudos para a determinação dos aspectos farmacológicos.

Palavras-chave: Annona glabra, Pseudomonas aeruginosa, Atividade antimicrobiana, citotoxicidade

II

ABSTRACT

Annona glabra is a plant belong to the Annonaceae family and is known to have anti-tumor and immunomodulatory activity. Within the family there are other species that has shown antimicrobial and antitumor activity, but there is no proper evidence of antimicrobial efficacy nor the cytotoxicity A. glabra. Therefore, the aim of this study was to investigate the antimicrobial and cytotoxic activity of hidroalacoólico extract and the fractions of A. glabra. To determine the antimicrobial activity of the hydroalcoholic extract, diffusion assays were performed in agar, followed by the microdilution assay to determine minimum inhibitory concentration (MIC) and minimum bactericidal concentration (MBC) with strains of Staphylococcus aureus (ATCC 25923 and MRSA) Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853 and clinical strains), Escherichia coli (ATCC 25922), Klebsiella pneumoniae (ATCC 10031) and Acinetobacter baunannii (ATCC 19606). Then, the phytochemical analysis of the extract and its partition was performed using different solvents (methanol, hexane, dichloromethane, ethyl acetate). The fractions obtained were monitored for antimicrobial susceptilidade microdilution assays and determination of cytotoxicity for tumor cells (HL-60, THP-1, JURKAT, MCF-7, MDA-MB-231 and HCT-116) bromide with 3- (4,5-dimethylthiazol-2-yl) -2,5-diphenyltetrazolium bromide (MTT). Additionally, the fractionation was performed by gel permeation chromatography and the fractions new antimicrobial assays were performed (MIC and MBC). The interaction between the active fraction and P. aeruginosa was evaluated by the zeta potential (PZ) and isothermal titration calorimetry (ITC). The determination of bacterial viability at different times of exposure across the active fraction was made by the method with MTT. The characterization of the active fraction obtained compounds was performed by mass spectrometry (ESI). The extract partitions revealed a specific antimicrobial activity against P. aeruginosa with an MIC of 8 µg/mL and CBM = 16 µg/ml for all tested partitions. In the cytotoxicity assays, the IC50 was determined only with tumor cells Jurkat and HL-60 and partitions in methanol, hexane, ethyl acetate and dichloromethane with values of 10 µg/mL. The association between the components of fraction Fr.32-33 obtained by gel permeation chromatography with cell P. aeruginosa ATCC 27983, showed a reaction of endothermic, after analysis by ITC, possibly by the strong interaction of the fraction with bacterial surface. Analyses of PZ showed a variation in the electrical charge of the surface proving the interaction of fraction Fr. 32-32 of the components with the bacterial membrane. In bacterial viability assays we observed a decrease of up to 96% of the metabolic activity 12 hours of contact. The chemical analysis of fraction Fr 32-33 revealed by ESI compounds (-) Epicatechin, quercetin and fisetin possible as active compounds for the antimicrobial and cytotoxic activity in tumor cells. The results obtained compounds of A. glabra leaves have great potential for in vivo therapy against P. aeruginosa infections, more research is needed to determine the pharmacological aspects.

KEYWORDS: Annona glabra, Pseudomonas aeruginosa, Activity Antimicrobial, cytotoxicity.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 18

1.1. A Baixada Maranhense ....................................................................... 20

1.2. Família Annonaceae ........................................................................... 23

1.3 Gênero Annona ................................................................................... 24

1.4 Annona glabra Linn. ............................................................................ 26

1.5 Flavonoides ......................................................................................... 28

1.5.1 Catequina e Epicatequina ............................................................. 32

1.6 Infecções bacterianas ......................................................................... 33

1.7 Pseudomonas aeruginosa ................................................................... 34

2. OBJETIVOS .............................................................................................. 37

2.1. Objetivo Geral ..................................................................................... 37

2.2. Objetivos Específicos .......................................................................... 37

3. MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................... 38

3.1 Produtos naturais ................................................................................ 38

3.1.1 Coleta ........................................................................................... 38

3.1.2 Preparação do extrato hidroalcoólico ........................................... 39

3.2 Análise fitoquímica do extrato ............................................................. 39

3.2.1 Caracterização de Taninos ........................................................... 40

3.2.2 Caracterização de Taninos - 2 ...................................................... 40

3.3.3 Caracterização de Flavonóides .................................................... 40

3.3 Atividade antimicrobiana in vitro .......................................................... 41

3.3.1 Microrganismos utilizados ............................................................ 41

3.3.2 Avaliação da atividade antimicrobiana pelo método de difusão em

poços 41

3.3.3 Determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) .............. 42

3.3.4 Determinação da atividade bactericida mínima (CBM) ................. 43

3.4 Partição do Extrato .............................................................................. 43

3.5 Cromatografia em Camada Delgada ................................................... 44

3.6 Ensaios Antimicrobianos com partições .............................................. 44

3.7 Avaliação da atividade citotóxica em linhagens de células tumorais .. 44

3.8 Cromatografia de Exclusão Molecular ................................................. 46

3.9 Cromatografia em Camada Delgada das frações ............................... 46

3.10 Ensaios Antimicrobianos das frações .............................................. 46

3.11 Calorimetria Isotérmica de Titulação ................................................ 47

3.12 Potencial Zeta .................................................................................. 47

3.13 Ensaio de tempo de morte celular bacteriana com MTT .................. 48

3.14 Espectrometria de Massa (ESI) ....................................................... 49

4. RESULTADOS ......................................................................................... 51

4.1 Análise fitoquímica do extrato ............................................................. 51

4.2 Testes antimicrobianos com o extrato bruto de Anonna glabra .......... 51

4.2.1 Ensaios com cepas padrões ........................................................ 51

4.2.2 Ensaios antimicrobianos do extrato bruto de Anonna glabra com

Cepas Clínicas .......................................................................................... 52

4.4 Partição do Extrato .............................................................................. 55

4.5 Cromatografia de camada delgada das partições ............................... 55

4.5.1 Revelação dos compostos apolares ............................................. 55

4.5.2 Revelação dos compostos polares: .............................................. 57

4.6 Ensaios antimicrobianos com as partições ......................................... 59

4.7 Ensaios de atividade antitumoral ........................................................ 62

4.8 Cromatografia de Exclusão Molecular ou Permeação em Gel ............ 67

4.8.1 Cromatografia de Camada Delgada das Frações ............................ 67

4.9 Ensaios antimicrobianos das frações .................................................. 69

4.10 Calorimetria Isotérmica de Titulação (ITC) ....................................... 71

4.11 Potencial ZETA ................................................................................ 73

4.12 Ensaio de viabilidade celular bacteriana com MTT .......................... 74

4.13 Espectrometria de Massa ................................................................ 77

5 DISCUSSÃO ............................................................................................. 82

6 CONCLUSÂO ........................................................................................... 89

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 90

III

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa da Baixada Maranhense ....................................................... 21

Figura 2 – Folhas e fruto de Annona glabra .................................................... 27

Figura 3 - Estrutura química geral de um Flavonoide ...................................... 29

Figura 4- Estrutura das principais classes de flavonoides ............................... 30

Figura 5- Estrutura da catequina e seu isômero epicatequina ........................ 32

Figura 6 - Cromatografia em Camada Delgada das Partições (Compostos

Apolares) .......................................................................................................... 56

Figura 7 – Cromatografia de Camada Delgada das partições (Compostos

Polares) ............................................................................................................ 58

Figura 8 - Atividade antitumoral em células leucêmicas (promielócitos - HL60)

......................................................................................................................... 63

Figura 9 – Atividade antitumoral em células leucêmicas (linfócitos T - Jurkat) 64

Figura 10 - Atividade antitumoral em células leucêmicas (promonócitos THP-1)

......................................................................................................................... 64

Figura 11 - Atividade antitumoral em células (carcinoma de mama - MDA-MB-

231) .................................................................................................................. 65

Figura 12 - Atividade antitumoral com células (carcinoma de mama MCF-7) . 66

Figura 13 - Atividade antitumoral em células (carcinoma colorretal HCT-116) 66

Figura 14 - Cromatografia de Camada Delgada das frações obtidas por

cromatografia de gel filtração (360 nm) ............................................................ 68

Figura 15 - Fluxograma das frações obtidas pela Cromatografia de Exclusão

Molecular .......................................................................................................... 68

Figura 16 - Titulações calorimétricas da fração FR 32-33 e células de P.

aeruginosa ATCC 27853 em Água .................................................................. 71

Figura 17 – Perfil termodinâmico entre a fração FR 32-33 e células de P.

aeruginosa ATCC 27853 .................................................................................. 72

Figura 18- Alteração do Potencial zeta da membrana celular da Pseudomonas

aeruginosa ATCC 27853 .................................................................................. 74

Figura 19 - Viabilidade celular bacteriana em função do tempo de exposição e

concentrações da fração FR 32-33 .................................................................. 76

IV

Figura 20 - Perfil Cromatográfico dos componentes da fração FR 32-33 da

Análise por Espectrometria de Massa .............................................................. 78

Figura 21 - Análise do pico do composto (-) Epicatequina .............................. 79

Figura 22 - Análise estrutural por fragmentação do pico para o composto (-)

Epicatequina ..................................................................................................... 80

Figura 23 – Análise do pico do composto Fisetina .......................................... 80

Figura 24 - Análise da fragmentação do pico para o composto Fisetina ......... 80

Figura 25 - Análise do pico para o composto Quercetina ................................ 81

Figura 26 - Análise da fragmentação do pico para o composto Quercetina .... 81

V

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Estudos sobre algumas plantas encontradas da Baixada

Maranhense ..................................................................................................... 22

Tabela 2 - Centro de origem e diversidade de algumas espécies de Annona . 25

Tabela 3 - Coloração observada de Compostos Flavônicos na Reação com

Ácido Clorídrico e Magnésio (Reação de Cianidina). ....................................... 40

Tabela 4 - Prospeção fitoquímica com HCL, NaOH, FeCl3 no extrato de

Anonna glabra .................................................................................................. 51

Tabela 5 - Testes antimicrobianos com o extrato bruto de Anonna glabra ...... 52

Tabela 6 - Concentração Inibitória e Bactericida Mínima do extrato

hidroalcoólico de Anonna glabra em cepas bacterianas clínicas ..................... 54

Tabela 7 - Concentração inibitória mínima das partições do extrato de Anonna

glabra em cepas ATCC .................................................................................... 60

Tabela 8 - Concentração inibitória mínima das partições do extrato de Anonna

glabra contra estirpes de S. aureus portadores do gene de resistência mecA. 61

Tabela 9 - Concentração inibitória mínima das partições do extrato de Anonna

glabra em cepas de P. aeruginosa ................................................................... 62

Tabela 10 - Concentração Inibitória do Crescimento de 50% das células

tumorais............................................................................................................ 67

Tabela 11 - Concentração inibitória mínima das frações obtidas por

Cromatografia de Exclusão Molecular .............................................................. 70

VI

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

µg/mL Microlitro por mililitro

A. baumannii Acinetobacter baumannii

A. glabra Annona glabra

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

BHI Brain Heart Infusion

CBM Concentração Bactericida Mínima

CCD Cromatografia em Camada Delgada

CIM Concentração Inibitória Mínima

CLSI Clinical Laboratory Standards Instintute

CO2 Gás Carbônico

CPG Cromatografia de Permeação em Gel

DCM Diclorometano

DMEM Dulbecco´s Modified Eagle Médium

DMSO Dimetil-Sulfóxido

E. coli Escherichia coli

ESBL Extended spectrum beta-lactamase

ESI Electrospray Ionization Mass Spectrometry

EtOAc Acetato de Etila

FeCL3 Cloreto de Ferro

Fr Fração

Fr. Acet Fração Acetato

g/mL Gramas por Litro

H Horas

HCL Ácido Clorídrico

HCT-116 Células de Carcinoma Colorretal

Hex Hexano

HL-60 Células Leucêmicas – promielócitos

HPLC-HRMS

Cromatografia liquida de alta eficiência acoplado a

espectrometria de massa de alta resolução

IC50 Concentração Inibitória de 50 por cento das células

ΔinjHo Grau de entalpia de injeção

ITC Calorimetria de Titulação Isotérmica

VII

Jurkat Células Leucêmicas – Células T

K.pneumoniae Klebsiella pneumoniae

Kcal/mg Quilocalorias por miligrama

Km2 Quilometro Quadrado

LPS Lipopolissacarídeo

MCF-7 Células de Carcinoma de Mama

MDA-MB-231 Células de Carcinoma de Mama

MDR Mutldroga-Resistênte

MeOH Metanol

mL Mililitro

mL/min Mililitro por minuto

mm Milímetro

Mmol/L Milimol por Litro

Mol/L Mol por Litro

MRSA Meticilin Resistant Staphylococcus aureus

MTT 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difenltetrazolium

mV Milivolts

NADH Dinucleótido de nicotinamida e adenina

NaOH Hidróxido de Sódio

nm Nanômetro

O.D. Densidade Óptica

P. aeruginosa Pseudomonas aeruginosa

Part Dcm Partição Diclorometano

Part Hex Partição Hexano

Part Met. Partição Metanol

Part. Acet Partição Acetato de Etila

PH Potêncial de hidrogênio

PZ Potencial zeta

RDC Resolução da Diretoria Colegiada

S Segundos

S. aureus Staphylococcus aureus

S. mutans Streptococcus mutans

THP-1 Célula leucêmica – Monócitos

VIII

UFC/mL Unidade formadora de colônias por mililitro

UFMA Universidade Federal do Maranhão

UTI Unidade de Terapia Intensiva

UV Ultravioleta

V Voltz

β Beta

18

1. INTRODUÇÃO

O profundo conhecimento do arsenal químico da natureza pelos povos

primitivos e pelos indígenas pode ser considerado fator fundamental para a

descoberta de substâncias tóxicas e medicamentosas ao longo do tempo. A

convivência e o aprendizado com os mais diferentes grupos étnicos trouxeram

valiosas contribuições para o desenvolvimento da pesquisa em produtos

naturais (LORENZI, 2002; VIEGAS-JÚNIOR et al., 2006;).

O uso dos produtos naturais iniciou-se há milhares de anos por várias

populações com o intuito de tratar diversas patologias. Atualmente, apesar do

avanço da medicina, é crescente o interesse em terapias alternativas e uso

terapêutico de produtos naturais, estando envolvidas no desenvolvimento de

44% de todas as novas drogas, sendo o Brasil, promissor em substâncias

bioativas por apresentar uma diversidade biológica que é estimada em 19 % do

total terrestre. Dentre as aplicações terapêuticas das plantas medicinais, uma

das mais estudadas é seu potencial como fonte de compostos com atividade

antimicrobiana (CRAGG et al., 1997; GIULIETTI et al., 2005; HEMAISWARYA

et al., 2008).

Poucas plantas medicinais têm ação medicinal comprovada; e muitos

dos seus efeitos adversos, interações medicamentosas e efeitos sobre

patologias pré-existentes, ainda não se encontram esclarecidos. Assim,

agregar garantias científicas a esta prática terapêutica trará inúmeras

vantagens, principalmente à população de baixa renda, tais como: baixo custo,

fácil acesso à matéria prima; a compreensão de efeitos adversos e dos

mecanismos envolvidos nos efeitos benéficos da fitoterapia em diferentes

patologias; e a eliminação ou redução dos riscos de intoxicação por uso

inadequado da mesma (ALVARENGA et al., 2007).

Define-se como medicamento fitoterápico todo produto de origem

vegetal com propriedades terapêuticas, sem agregação de nenhuma

substância farmacologicamente ativa, e que foram evidenciados por meio de

testes pré-clínicos e clínicos e aprovados pelo Ministério da Saúde

(FIGUEREDO, 2007). Os fitoterápicos atuam em função dos princípios ativos

que possuem as plantas, os quais são resultado do seu metabolismo

19

secundário que produzem uma enorme variedade de pequenas moléculas

antibióticas, geralmente classificadas como fitoalexinas. Sua natureza

estrutural é diversa, tendo terpenoides, glicosídeos, flavonoides e polifenóis.

(HEMAISWARYA et al., 2008).

Com o uso da antibioticoterapia, vários mecanismos de resistência aos

medicamentos foram descobertos nas últimas décadas, A facilidade de

transmissão dos genes de resistência continua a ser um problema importante

no tratamento das doenças infecciosas. Atualmente, existe uma necessidade

de criar ferramentas para o desenvolvimento de estratégias contra a

propagação de estirpes bacterianas multidroga-resistentes (MDR) (ADAMUS-

BIALEK et al., 2013.)

O aumento da resistência dos microrganismos aos antimicrobianos, a

oferta cada vez menor de novos antibióticos e a dificuldade na descoberta de

novos fármacos ativos contra micro-organismos patogênicos e resistentes tem

feito as indústrias farmacêuticas voltarem parte de suas pesquisas para a

busca de novas terapias baseadas em plantas medicinais, que tem fornecido

ao longo da história da humanidade uma gama de compostos para o

tratamento de doenças infecciosas no homem (DAVIES, 2011; LIVERMORE et

al., 2011). Acredita-se que aproximadamente 15 milhões de mortes por ano

sejam causadas por doenças infecciosas causadas por diversos agentes

patogênicos como vírus e bactérias (MATHERS; FAT; BOERMA, 2008; FAUCI;

MORENS, 2012).

A utilização de substâncias antibióticas ou antimicrobianas representa,

talvez, um dos maiores avanços da farmacologia. Estas substâncias estão

entre os fármacos mais utilizados em ambulatórios e hospitais e têm reduzido

drasticamente a incidência de muitas doenças infecciosas (FRANCO et al.,

2007). Entretanto, desde a introdução da penicilina, a implantação de qualquer

novo antibiótico foi seguida pela evolução da resistência clinicamente

significativa. Embora esteja claro que os antibióticos que tenham como alvo a

viabilidade celular são altamente eficazes, esse modo de ação impõe pressão

seletiva para a emergência de cepas resistentes a antibióticos. Há, portanto,

uma necessidade de desenvolver novas substâncias contra cepas multidroga

resistentes (MDR) (CLATWORTHY, PIERSON, HUNG, 2007; ADAMUS-

BIALEK et al., 2013;).

20

Dessa forma, devido a essa busca por novos fármacos que auxiliem na

terapêutica das infecções causadas por bactérias, deste objetivo do trabalho

consistiu em realizar uma investigação de atividade antimicrobiana em plantas

típicas da Baixada Maranhense cujo uso popular envolva o combate a alguma

doença infecciosa.

1.1. A Baixada Maranhense

A Baixada Maranhense é uma Microrregião com a extensão de 17.909

km2 e corresponde a aproximadamente 5,4% da área total de Maranhão, inclui

21 municípios. (Anajatuba, Arari, Bela Vista do Maranhão, Cajari, Conceição do

Lago Açu, Igarapé do Meio, Matinha, Monção, Olinda Nova, Palmeirândia,

Pedro do Rosário, Penalva, Peri-Mirim, Pinheiro, Presidente Sarney, Santa

Helena, São Bento, São João Batista, São Vicente Ferrer, Viana e Vitória do

Mearim), ela que faz parte de uma das sete regiões ecológicas do Maranhão,

representa o principal grupo de bacias lacustres no Nordeste e é um complexo

sistema ecológico que é composto por lagos temporários, rasos, marginais e

permanentes que são comumente inundados. Apesar de ser um sistema

ecológico interessante, a microrregião Baixada Maranhense tem atividades

como a extensa criação de búfalo, agricultura, projetos de irrigação e

construção de represa (IBGE, 1992; COSTA-NETO et al, 2002.)

A figura 1 representa a localização da região da Baixada Maranhense

tracejada de branco a região de Pinheiro e arredores.

21

Figura 1 - Mapa da Baixada Maranhense

FONTE: Google Maps

Baixada Maranhense é uma região de grande biodiversidade,

apresentando-se como detentora de expressivo potencial para o estudo de

novos fitoterápicos, e requerendo grande importância às pesquisas o quais

visam o uso racional dessa flora pela população, sobretudo aquela mais

carente de recursos. A Tabela 1, mostra algumas das espécies vegetais que

são típicas da Baixada Maranhense e suas indicações segundo a literatura:

22

Tabela 1 - Estudos sobre algumas plantas encontradas da Baixada Maranhense

Plantas (nome popular) Parte usada Tipo de extrato Ação Referência

Bixa orellana L (Urucum) Semente/

Raiz Alcoólico /

Aquoso

Anti-Helicobacter pylori e anti-Plasmoduim berghei e contra

problemas respiratórios

(COGO et al, 2010; GUERRA et al., 2010;

NASCIMENTO, CONCEIÇÃO, 2011)

Cassia corymbosa L (fedegoso)

Raiz Aquoso Antigripal e antipirética (NASCIMENTO, CONCEIÇÃO, 2011)

Stryphnodendron coraiceum Benth (barbatimão)

Casca Aquoso Terapêutica de feridas cutâneas e

gastrite (LOZANO et al., 2014)

Malva sylvestris L (malva-do-reino)

Folhas Aquoso Antigripal (FIGUEREDO, 2007)

Cecropia scyadophylla Mart (embaúba)

Folhas Aquoso Cálculo renal, anemia, anti-

inflamatório (NASCIMENTO, CONCEIÇÃO, 2011)

Euterpe oleracea

(açaí) Fruto Aquoso Contra patógenos respiratórios (SKYBERG et al., 2012)

Polygonum punctatum

(erva de bicho) - Aquoso

Problemas intestinais, estomacais e

cutâneos

(BIESKI et al, 2012)

Duguetia furfuracea

(araticum) - - Anti-Leishmania (DA SILVA et al., 2009)

23

1.2. Família Annonaceae

A família Annonaceae é composta por aproximadamente 120 gêneros e

aproximadamente 2.150 espécies que tem distribuição marcadamente tropical e

subtropical em todo o mundo, sendo o gênero Annona o mais importante com

mais de 50 espécies (JOLY, 1979; MABBERLEY, 1997). No Brasil, a família

compreende 26 gêneros e aproximadamente 260 espécies, desempenhando um

importante papel na composição da vegetação (MAAS et al., 2006 citado por

SCALOPPI JUNIOR, 2014). Cerca de 50 espécies desta família está presente no

Cerrado Brasileiro, dentre as quais o araticum é uma das mais importantes. A

maioria das espécies encontra-se vegetando e produzindo frutos em clima tropical

e subtropical; poucas são as espécies nativas de clima temperado (NAKASONE e

PAULL, 1998; JANICK e PAULL, 2006).

Por apresentar uma combinação de características marcantes, é uma das

mais uniformes tanto do ponto de vista anatômico como estrutural e uma das mais

primitivas entre as Angiospermas (SILVA et al., 2009). Porém, Segundo Pinto

(2005), existem variações importantes entre mudas de Annona na mesma

espécie, que afetam não só a folhagem e produtividade das plantas, mas também

o tamanho dos frutos, forma, cor, qualidade e número de sementes por fruto.

Devido a estas variações são muitas vezes conhecidas o suficiente para terem

resultados em vários nomes botânicos para a mesma espécie

Muitas espécies da família Annonaceae são bastante promissoras, com

grande potencial frutífero e medicinal. As espécies têm características químicas

muito ricas e são reconhecidas fontes de compostos bioativos como substâncias

aromáticas, ácidos fenólicos, taninos, flavonoides, substâncias benzênicas,

catequinas, proantocianidina, óleos essenciais, terpenos, esteroides, alcaloides,

acetogeninas, carboidratos, lipídios, proteínas, lactonas, vitaminas, carotenos,

saponinas, entre outros (NUNES et al., 2012.) que apresentam uso medicinal e

não medicinal, ocorrendo em diferentes partes da planta, principalmente em

sementes, frutos, casca, raiz e folhas (CORDEIRO et al., 2005; COSTA et al.,

2011; SCOTTI et al., 2012). Quanto aos compostos fenólicos, na família

24

Annonaceae os de maior ocorrência são os flavonoides (SIMÕES e SCHENKEL,

2004).

Plantas da família Annonaceae são conhecidas por produzir frutos

comestíveis, e muitas de suas partes são comumente usadas na medicina

popular. Existem relatos de que muitos metabólitos produzidos por várias

espécies de anonáceas possuem várias propriedades biológicas incluindo esses,

antitumoral, pesticida, imunomoduladora, antimalárica, antimicrobiana e

atividades anti-helmínticas (ZENG et al., 1996; SANTOS, PIMENTA;

BOAVENTURA, 2007).

1.3 Gênero Annona

O nome Annona deriva do latim e significa "colheita anual" (LIZANA e

REGINATO, 1990). O gênero apresenta inúmeras características unificadoras,

especialmente em relação à altura da planta, sistema de raiz, casca, caule,

biologia floral, polinização, frutificação e tipo de fruto (OCHSE et al., 1974;

GEURTS, 1981; LEÓN, 1987). As espécies do gênero são disseminadas

mundialmente, de acordo com estudos de Pinto e colaboradores (2005), A

distribuição do gênero se estende por diversas áreas em que uma numerosa

diversidade de espécies foi observada, por exemplo, os vales de elevação média

dos Andes e muitas partes do Brasil, México, Guatemala, Honduras e das

Antilhas (Tabela 2).

25

Tabela 2 - Centro de origem e diversidade de algumas espécies de Annona

Espécies Locais de Origens

A. aurantiaca Brasil (Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais)

A. cacans Brasil (Cerrado)

A. cherimola Vale dos Andes no Equador, Peru e Chile.

A. coriacea Brasil (Mato Grosso do Sul) e Paraguai

A. crassifolia Brasil (São Paulo, Goiás e Bahia)

A. diversifolia Noroeste do México, Guatemala e El Salvador.

A. furfuracea Brasil (Mato Grosso, São Paulo, Goiás e Minas Gerais).

A. glabra América Central, Antilhas, Equador, Brasil.

A. longifolia México (Jalisco)

A. longipes México (Veracruz)

A. montana Oeste da Índia, Antilhas, América do Sul Topical.

A. muricata Antilhas, América Tropical

A. mutans Sudeste do Brasil, Paraguai, Norte da Argentina.

A. paludosa Guiana (Savanas)

A. purpurea Sul do México e América Central.

A. reticulata Antilhas, América tropical.

A. salzmannii Brasil (Pernambuco)

A. scleroderma Sul do México, Guatemala.

A. senegalensis Leste da África

A. spinescens Brasil (Piauí, Bahia, Goiás)

A. spraguei Panamá.

A. squamosa Antillhas, América tropical.

A. testudinea Guatemala, Honduras

A. xespertonium Brasil (Bahia)

Annona L. é o gênero mais importante já que, dentro de centenas de

espécies no mundo, apenas sete e um híbridos são plantados comercialmente,

abrangendo as espécies Annona cherimola Mill, Annona. diversifolia Saff.,

Annona glabra L., Annona muricata L., Annona reticulata L., Annona senegalensis

26

Pers., Annona squamosa L. e o híbrido Annona squamosa x Annona cherimola

(NAKASONE; PAULL, 1998; JANICK; PAULL, 2006).

No Cerrado brasileiro, A. crassiflora Mart. Araticum, é uma fruta pequena

popular, também usada na medicina tradicional (ALMEIDA et al., 1998), e agora

está recebendo a atenção da pesquisa.

1.4 Annona glabra Linn.

A espécie Annona glabra Linn. ocorre em toda a América tropical e no

Brasil, apresenta ampla distribuição geográfica, sendo encontrada

espontaneamente desde a Amazônia até o Estado de Santa Catarina (BRAGA,

1976). Nos locais de ocorrência natural, ocupa frequentemente áreas que estão

submetidas a inundações periódicas como ao longo de rios, margens de lagos e

em regiões salobras próximas ao litoral. (PAULA; ALVES, 1997; PROTECTION,

2004).

A adaptação a esses ambientes se deve às várias características

estruturais da planta, como intumescimento da base de seu tronco, raízes

adventícias, aerênquima nas raízes, tronco pequeno, frutos que boiam e à

dispersão das sementes na água (ZOTZ et al., 1997). Consegue sobreviver em

períodos de seca, porém seu crescimento torna-se severamente comprometido.

Os frutos flutuam e podem sobreviver por períodos prolongados quando imersos

em água, salobra ou não. A planta possui altura mediana, chegando a cerca de 4

metros de altura. As folhas são coriáceas, com cerca de 10 cm de comprimento

(PINTO; SILVA, 1996; PROTECTION, 2004) como mostra a figura abaixo:

27

Figura 2 – Folhas e fruto de Annona glabra

FONTE: Própria (2014)

Sinonímia botânica: Annona palustris L.; Annona chrysocarpa Small.;

Annona klainni Pierre ex Engler & Diels, tem seu nome comum em português:

araticum do brejo, anona lisa (LORENZI et al., 2006).

Sua classificação taxonômica:

Reino: Plantae

Divisão: Magnoliophyta

Classe: Magnoliopsida

Ordem: Magnoliales

Família: Annonaceae

Género: Annona

Espécie: A. glabra

Grande parte dos bioprodutos ativos de importância farmacológica

encontrada nos extratos vegetais é oriunda de uma variedade de metabolismos

secundários (FERREIRA; PINTO, 2010). Metabólitos secundários das plantas

possuem uma constituição complexa, sendo sintetizados como mecanismo de

defesa das mesmas, atuando em alvos moleculares específicos de seus

28

predadores, ou para modular seus próprios metabolismos (FERREIRA; PINTO,

2010). Estes metabólitos despertam grande interesse, não só pelas atividades

biológicas produzidas pelas plantas em resposta aos estímulos do meio ambiente,

mas pela imensa atividade farmacológica desses compostos (ALVES, 2001).

A biossíntese de metabólitos secundários é um processo complexo e está

sujeita à influência de diferentes variáveis. De fato, os metabólitos secundários

representam uma interface química entre as plantas e o ambiente circundante,

portanto, fatores bióticos e abióticos podem interferir com a qualidade e a

quantidade de produtos secundários resultantes do metabolismo de uma planta

em determinado momento (GOBBO-NETO; LOPES, 2007).

Vários estudos têm demonstrado grande quantidade de compostos de

natureza química diversificada como, por exemplo, alcalóides, as acetogeninas e

os diterpenos (OLIVEIRA et al., 2002; CHEN et al., 2004;) Estudos relatam que

extratos de Annona glabra tem atividades biológicas variadas como pesticidas,

anti-helmíntica , antimicrobiana e propriedades inseticida moderada, esporicida e

atividade citotóxica e antitumoral (OHSAWA, et al., 1991.; PADMAJA et al., 1995.;

CHEN et al., 2004; ZHANG et al., 2004; COCHRANE et al., 2008).

1.5 Flavonoides

Flavonoides são compostos polifenólicos biossintetizados a partir da via

dos fenilpropanoides e do acetato, são substâncias redutoras (SIMÕES et al.,

2004) derivados das chalconas. Ocorrem nas plantas em uma variedade de

formas estruturais, todas contendo 15 átomos de carbono em seu núcleo básico

(HARBONE, 1984) (Figura 3). Os flavonoides derivam compostos químicos com

esqueletos do tipo flavonas, flavonóis, antocianidinas e catequinas, entre outros

(DEWICK, 2002). Precursores de vários grupos de substâncias como

aminoácidos alifáticos, terpenoides, ácidos graxos dentre outros (MANN, 1987).

Eles participam de importantes funções no crescimento, desenvolvimento e na

defesa dos vegetais contra o ataque de patógenos (DIXON; HARRISON, 1990) e

estão presentes na maioria das plantas, concentrados em sementes, frutos,

cascas, raízes, folhas e flores (FELDMANN, 2001).

29

Figura 3 - Estrutura química geral de um Flavonoide

Fonte: YAO et al., 2004

A variação estrutural no anel C subdivide os flavonóides em 6 principais

subclasses (Figura 4): flavonóis (p.ex., quercetina, kaempferol, miricetina),

contendo uma hidroxila na posição 3 e carbonila na posição 4 do anel C; flavonas

(p.ex., luteolina, apigenina), com somente carbonila na posição 4; flavonóis (p.ex.

catequina) contendo apenas a hidroxila no C-3, mas sem a dupla ligação entre o

C-2 e C-3; flavanonas com apenas a carbonila no C-4, também sem a dupla

ligação entre o C-2 e C-3 (p.ex. hesperetina); antocianidinas (p.ex., cianidina,

pelargonidina) contendo a hidroxila no C-3; e isoflavonas (p.ex., genisteína,

daidzeina), na qual o anel B está localizado na posição C-3 do anel C

(HARBORNE, 1994; RIBANI, 2006; OTAKi et al., 2009;).

30

Figura 4- Estrutura das principais classes de flavonoides

Fonte: NUNES et al., 2012

31

Várias funções são conferidas aos flavonoides nas plantas, tais como,

proteção dos vegetais contra a incidência de raios ultravioleta e visível, proteção

contra insetos, fungos, vírus e bactérias, atração de animais para polinização,

controle da ação de hormônios vegetais e inibidores de enzimas. Quanto aos

efeitos bioquímicos e farmacológicos dos flavonoides destacam-se ações como

sequestro de radicais livres (antioxidantes), anti-inflamatórias, anti-hepatóxica,

antialérgica, antitumoral, antiparasitária, antimicrobiana, fungistática, antiviróticos,

entre outros (HUANG et al., 2007; BERNARDES, PESSANHA, OLIVEIRA, 2010;).

Os flavonoides são conhecidos por serem sintetizados por plantas em

resposta a uma infecção microbiana; assim, não é de surpreender que se tenha

constatado in vitro serem substâncias antimicrobianas eficazes contra uma ampla

variedade de microrganismos. Extratos de plantas ricas em flavonoides a partir de

espécies diferentes têm sido relatados como possuindo atividade antibacteriana

(PANDEY et al., 2010; MISHRA et al., 2011; MISHRA, KUMAR, PANDEY, 2013;

MISHRA et al., 2013;.). Vários flavonoides, incluindo apigenina, galangina, a

flavona e glicosídeos flavonoides, isoflavonas, flavanonas, e chalconas mostraram

possuir uma potente atividade antibacteriana (CUSHNIE, LAMB, 2005).

Os flavonoides podem atuar em diversos alvos celulares, em vez de um

local específico de ação. Uma das suas ações moleculares é para formar

complexos com proteínas não específicas através de forças, tais como, pontes de

hidrogénio e de efeitos hidrofóbicos, bem como por formação de ligação

covalente. Assim, o seu modo de ação antimicrobiana pode estar relacionado com

a sua capacidade para inativar adesinas microbianas (proteínas específicas

responsáveis pela adesão celular), enzimas, proteínas de transporte do envelope

celular. Flavonoides lipofílicos também podem romper as membranas celulares

(COWAN, 1999, MISHRA et al., 2009.)

Em relação aos flavonoides encontrados em espécies da família

Annonaceae, estes têm sido pouco descritos ou relatados. As classes mais

abundantes no gênero Annona são os flavonóis e seus derivados glicosilados,

estando presentes tanto os O-glicosídeos como os C-glicosídeos (SANTOS ;

SALATINO, 2000). Contudo, essa família se destaca pela biossíntese de

derivados da via do chiquimato que é responsável pela produção da maioria dos

32

derivados fenólicos produzidos por fontes vegetais. Os flavonoides podem sofrer

degradação em meio alcalino na presença de oxigênio e possuem intensa

absorção UV, aproximadamente em 350 nm devido à presença de ligações

duplas conjugadas com os anéis aromáticos; são ácidos fracos e, como são

substâncias polares ou moderadamente polares, eles são solúveis em etanol,

metanol e butanol e combinações de solventes com água (HARBORNE, 1994a).

Santos e Salatino (2000) isolaram e identificaram um total de 76 flavonas

e flavonóis, a partir das folhas de espécies de Annonaceae, sendo a maioria,

glicosídeos. Ainda, segundo Santos e Salatino (2000), todos os fenóis

encontrados foram glicosídeos de flavonas (apigenina, scutellareina, hispidulina e

luteolina) ou flavonóis (canferol, ramnocitrina, 6-hidroxiramnocitrina, quercetina,

isoramnetina e ramnetina), com predominância deste último, sobressaindo-se a

quercetina.

1.5.1 Catequina e Epicatequina

As catequinas são compostos polifenólicos, categorizados de acordo com

o grupo de flavonoides. Encontrados em muitas plantas medicinais (MANACH,

2004). São formas mais reduzidas da unidade de C3 em compostos flavonoídicos,

têm sido extensivamente estudadas em função da sua atividade antimicrobiana

(Figura 5).

Figura 5- Estrutura da catequina e seu isômero epicatequina

Fonte: MANACH,2004

33

As catequinas são compostos relatados pela sua atividade antibacteriana

in vitro contra Vibrio cholerae, Streptococcus mutans, Shigella sp (BORRIS, 1996;

MOERMAN, 1996). As catequinas demostraram inativar a toxina da cólera em

Vibrio cholerae e inibir glicosiltransferases bacterianas isoladas em S. mutans,

provavelmente devido às atividades complexantes (NAKAHARA et al, 1993;

BORRIS,1996;). Robinetin, miricetina, e (-) - epigalocatequina são conhecidos por

inibir a síntese de DNA em Proteus vulgaris. Mori e colaboradores (1987)

sugeriram que o anel B dos flavonoides pode intercalar ou formar ligação de

hidrogénio com o empilhamento de bases de ácido nucleico e ainda levar a

inibição de DNA e síntese de RNA em bactérias.

Trabalhando-se na hipótese de que as catequinas almejam a membrana

bacteriana e com a intenção de melhorar a capacidade de catequinas para

interagir com esta estrutura da célula, foram sintetizados derivados de 3-O-acil. A

análise posterior indicou que o 3-Ooctanoyl - (-) - epicatequina tem uma atividade

anti Staphylococcus aures resistente a meticilina (anti-MRSA) superior ao dos

flavonóides de ocorrência natural (-) - epicatequina galato, e sugeriu-se que este

derivado de acil pode ser útil como agente terapêutico tópico (STAPLETON et al.,

2004).

1.6 Infecções bacterianas

Diante dos índices impactantes de doenças infecciosas e de resistência

bacteriana aos antibióticos, e juntamente com a propagação ameaçadora de

micro-organismos, é premente a busca por estratégias minuciosas para obtenção

de novos compostos bioativos, como aqueles oriundos de plantas, os quais

representam novas possibilidades de terapia antimicrobiana (FRIEDMAN, 2007;

GOLDMAN; AUSIELLO, 2009; AGUIAR et al., 2012).

A questão da emergência das infecções está relacionada a mudanças a

nível proteico e molecular que, consequentemente, fortaleceram a resistência das

bactérias aos antibióticos, fazendo-as como importantes entidades mórbidas dos

tempos atuais. Mudanças de origem comportamental, tecnológica, econômica e

ambiental que permeiam as sociedades modernas, por exemplo, as mudanças de

34

estilos de vida, as mudanças no comportamento das populações (emigração e

imigração), as alterações ambientais (pressão antrópica), a elevação do consumo

indiscriminado de agentes antimicrobianos e a utilização destas substâncias em

rações para frango são alvos apontados como fatores associados ao

aparecimento de resistência antimicrobiana, permitindo a subsequente seleção de

espécies resistentes e tornando-se responsáveis por esse sério problema de

saúde pública mundial (ALVES, et al., 2000; RANG et al., 2007;

BRESOLIN;CECHINEL FILHO, 2010; MCPHEE; PAPADAKIS;RABOW, 2011;

AGUIAR et al., 2012). No Brasil, este quadro crítico levou ao ponto de tornar-se

necessária a edição da RDC 20/2011 pela ANVISA (Agência Nacional de

Vigilância Sanitária) com o objetivo de racionalizar o consumo de antimicrobianos

(BRASIL, 2011).

Estudos têm mostrado que as principais espécies Gram-negativas

relacionadas às infecções hospitalares são: Pseudomonas aeruginosa,

Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Acinetobacter baumannii e Enterobacter

spp (ROSSI, 2011; GALES ET AL., 2012; THEURETZBACHER, 2012).

As bactérias gram-negativas, assim como as bactérias gram-positivas,

são micro-organismos que causam infecções provocando significante aumento

das taxas de mortalidade e morbidade. Estruturalmente as gram-negativas, são

constituídas por uma única camada de peptidoglicano sobreposta por uma

membrana externa lipoproteica. Neste grupo de bactérias, destacam-se aquelas

produtoras de enzimas β-lactamases de espectro estendido (ESBL), como

Pseudomonas aeruginosa e a Escherichia coli, substancialmente associadas a

doenças infecciosas (TRAGANTE et al., 2008; BASSETTI; RIGHI, 2013).

1.7 Pseudomonas aeruginosa

Pseudomonas aeruginosa é uma das principais bactérias Gram-negativas,

não fermentadoras, e de interesse clinico. Pertence à família

Pseudomonadaceae, é um micro-organismo oxidase-positiva que apresenta

flagelos polares e utiliza a glicose pela via Entner-Doudoroff mediado por 6-

fosfogliceraldeído desidrogenase e aldolase. Diferentemente das espécies de

35

bactérias da família Enterobacteriaceae, P. aeruginosa não é capaz de utilizar

glicose e outros açúcares pela via fermentativa (YANG, 2014).

O lipopolissacarídeo (LPS) representa um fator de virulência importante

para as bactérias gram-negativas, sendo designado de endotoxina. O LPS está

presente na parede celular, especificamente na membrana externa. A fração

polissacarídica constitui o antígeno somático (antígeno O), cuja grande

diversidade de imunotipos permite subdividi-las em sorogrupos. A fracção lipídio A

do LPS é responsável pelas propriedades tóxicas evidenciadas após a infecção

com micro-organismos Gram negativos, a endotoxina é relacionada à síndrome

séptica caracterizada por febre, choque séptico, oligúria, leucopenia ou

leucocitose, coagulação intravascular disseminada e anomalias metabólicas

(WINN et al., 2008).

No Brasil, P. aeruginosa é uma importante causa de infecção nosocomial,

sendo considerada a primeira causa de pneumonia nosocomial, principalmente

nas unidades de terapia intensivas (UTIs) (SADER et al., 2001; TEIXEIRA et al.,

2004; FIGUEREDO-MENDES et al., 2005; GAYNES; EDWARDS, 2005.;

ZAVASKI et al., 2006).

Em crianças e neonatos, esta bactéria tem sido relacionada como um

importante agente causador de infecções graves, levando a diversas

consequências como sepsemia, infecções do trato urinário, pneumonia associada

à ventilação mecânica, infecções de pele e mucosas, queimaduras e trauma,

além de estar significativamente associada a casos crônicos de otite média

supurativa e infecções respiratórias associadas à fibrose cística (OMS, 2008).

Esta bactéria tornou-se um problema em potencial devido à capacidade

de desenvolver mecanismos de resistência a diferentes classes de agentes

antimicrobianos, podendo tornar-se resistente a todos os antibióticos utilizados no

tratamento de rotina, o que representa um grande desafio para a terapia

antimicrobiana (ROSSOLINI; MANTENGOLI, 2005; PICOLI, 2008; FUENTEFRIA

et al., 2008; GONÇALVES et al., 2009).

A importância de P. aeruginosa se deve pela expressão de múltiplos

mecanismos de resistência, dificultando a ação de antibacterianos, ocasionando

elevados índices de morbidade e mortalidade (SADER et al., 2001; PELLEGRINO

36

et al., 2002; GALES et al., 2004; LAMBERT et al., 2011;; POOLE, 2011;). Dentre

os múltiplos mecanismos de resistência ressaltam-se: enzimas modificadoras de

aminoglicosídeos, super-expressão de bombas de efluxo, perda de porinas,

alterações no sítio alvo de ação da droga antimicrobiana (YORDANOV, 2009;

ZAVASCKI et al., 2010; KANJ, KANAFANI, 2011; MULLER et al., 2011; POOLE,

2011; STRATEVA).

P. aeruginosa é um micro-organismo que pode apresentar resistência

natural ou adquirida a um grande número de antibióticos utilizados na prática

clínica, como cefalosporinas de primeira e segunda geração, tetraciclinas,

cloranfenicol e macrolídeos (YONEDA et al., 2005; STRATEVA, YORDANOV,

2009;). De acordo com Bouza e Muñoz (2000) mesmo as drogas com boa

atividade contra P. aeruginosa não são sempre 100% eficientes contra ela.

Devido aos crescentes casos de morbidade e mortalidade por infeccões

bacterianas juntamente com sua resistência aos antibióticos, é incessante a

buscar por novas estratégias para mocrorganismos multi droga-resistênte (MDR)

sendo uma alternativa viável a procura por novas substâncias capazes combater

esses microrganismos em extratos de plantas.

37

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Avaliar o potencial antimicrobiano e citotóxico de extratos de Annona

glabra Linn. obtida na região da Baixada Maranhense.

2.2. Objetivos Específicos

Determinar os componentes fitoquímicos presentes no extrato bruto de

Annona glabra;

Investigar a atividade antimicrobiana dos extratos contra diferentes

linhagens de bactérias de interesse clínico;

Realizar purificação do extrato por técnicas cromatográficas com

monitoramento da atividade antimicrobiana.

Avaliar a atividade citotoxicidade e antitumoral dos extratos in vitro.

38

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Produtos naturais

Para este estudo foi selecionada a planta Annona glabra Linn, cujo

exemplar foi localizado na região da Baixada Maranhense (Povoado Central do

Maranhão, localizado próximo a cidade de Pinheiros - Maranhão). Para o estudo

de prospecção de substâncias bioativas, folhas de Annona glabra foram coletadas

no município de Central do Maranhão, Maranhão, Brasil (2 ° 16'20.2 "S, 44 °

57'14.2" W). As partes da espécie vegetal selecionadas foram coletadas de

acordo com as normas estabelecidas na literatura e em quantidade adequada

para a realização das análises biológicas e químicas (HARBONE, 1984). Cada

uma das partes das plantas foi identificada pelo Herbário Ático Seabra que

pertence a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), como uma espécie

vegetal típica da Baixada Maranhense nomeada de Annona glabra Linn(Araticum

– Registro: 01077). Esta espécie foi selecionada com base em dados prévios

obtidos no Herbário Ático Seabra (UFMA).

3.1.1 Coleta

Nas coletas os materiais utilizados foram:

Facão,

Tesoura de poda,

Sacos plásticos,

Papel pardo (jornal),

Lápis, borracha,

Prensa de madeira e barbante

A coleta foi processada em duas etapas, uma no qual foram coletadas

raízes, caules, folhas, frutos e sementes para a realização da

identificação/exsicata pelo Herbário Ático Seabra da UFMA, e outra o qual foram

coletadas as folhas para a preparação do extrato orgânico. O período de coletada

ocorreu em Setembro de 2014 em turno matutino entre 8 e 11 horas.

39

3.1.2 Preparação do extrato hidroalcoólico

As folhas da planta foram recolhidas no período da manhã (entre 8 e 11

horas), lavadas em água corrente e secas em estufa a 50C por 48 horas. O

material vegetal seco foi triturado com um moinho de pás. Até a consistência de

um pó de granulometria de 1-2 mm. Para a extração dos compostos químicos,

cerca de 300 gramas de pó das folhas foi adicionado a 1.600 mL de etanol a 70%

em um frasco de vidro âmbar de 2 litros (YOUNES et al., 2000). A infusão foi

incubada à temperatura ambiente para o processo de maceração lenta durante 10

dias. A mistura foi filtrada utilizando-se um filtro de celulose. O etanol foi

evaporado em um sistema sob pressão reduzida utilizando-se um evaporador

rotativo a 45C por até 3 horas (HARBONE, 1984). O solvente residual foi

removido após a exposição da amostra em estufa a 50C para a recuperação dos

compostos fitoquímicos de interesse Este foi pesado e diluído em Dimetil-

Sulfóxido (DMSO) puro em concentrações estoques de 10 a 20 mg/mL e

armazenados à 4C até a realização das análises fitoquímicas qualitativas, dos

ensaios antimicrobianos e dos testes citotóxicos.

3.2 Análise fitoquímica do extrato

A análise fitoquímica qualitativa dos compostos extraidos das folhas foi

conduzida utilizando a metodologia descrita por Matos (1997). Para a análise uma

alíquota do extrato (174 mg/mL). A mistura ficou sob agitação magnética a uma

temperatura de 50ºC por 5 minutos. Após o resfriamento a mistura foi filtrada

Para análise do extrato, foram utilizados 12 tubos de ensaios de vidro de

boro silicato (numerados e identificados), nos quais se adicionou 2 mL do extrato.

Os testes foram realizados, em duplicata, sendo que o tubo 12 permanecerá

apenas com o extrato para comparação.

40

3.2.1 Caracterização de Taninos

Para esta caracterização foi necessário inicialmente preparar a gelatina

salgada dissolvendo-se 2g de gelatina em 100 mL de solução de cloreto de sódio

a 10%. Ao tubo 2 adicionou-se de HCl (Ácido Clorídrico) diluído e 3 gotas de

solução de gelatina salgada ao extrato. A formação de precipitado indica a

presença de taninos.

3.2.2 Caracterização de Taninos - 2

Foram adicionados ao tubo 3 de cada extrato cinco gotas de acetato de

chumbo a 10%. A formação de precipitado indica a presença de taninos.

3.3.3 Caracterização de Flavonóides

Reação de Cianidina: Acrescentou-se 1 mL de HCl concentrado e

fragmentos de magnésio ao extrato do tubo 4 e observou-se a coloração formada,

de acordo com a Tabela 3.

Tabela 3 - Coloração observada de Compostos Flavônicos na Reação com Ácido Clorídrico e Magnésio (Reação de Cianidina).

COMPOSTOS REAÇÃO DE CIANIDINA

FLAVONA Laranja

FLAVONOL Vermelho

FLAVANONA Violeta

CHALCONA -

ISOFLAVONA -

Fonte: SIMÕES et al, 2004.

41

3.3 Atividade antimicrobiana in vitro

A avaliação da atividade antimicrobiana do extrato foi inicialmente

realizada pelo método de difusão em ágar com algumas modificações, conforme

previamente descrito (VALGAS et al., 2007). A determinação da concentração

inibitória mínima (CIM) dos extratos foi realizada pela técnica de microdiluição em

caldo. Os valores da CIM (em µg/mL) foram definidos como a menor

concentração capaz de inibir completamente o crescimento microbiano (VALGAS

et al., 2007).

3.3.1 Microrganismos utilizados

Para os testes de atividade antimicrobiana foram utilizadas linhagens

padrões ATCC de bactéria Gram-positiva: Staphylococcus aureus ATCC 25923,

Gram-negativas: Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853, Escherichia coli ATCC

25922, Klebsiella pneumoniae ATCC 10031 e Acinetobacter baunannii ATCC

19606, assim como isolados clínicos sensíveis e multirresistentes de P.

aeruginosa nomeadas de P1C, P2C, P5C, P18C, P27C, P32C, P110C, P113C,

P146C, P165C e isolados clínicos de S. aureus portadores do gene mecA

(MRSA) previamente identificados por métodos moleculares nomeados de S.a.

96, S.a. 98, S.a.116, S.a. 145, S.a. 146, S.a. 156, S.a. 162, S.a. 200, S.a. 252, S.a

258, S.a. 260. Estes foram obtidos da coleção de culturas microbianas do

laboratório da Universidade CEUMA.

3.3.2 Avaliação da atividade antimicrobiana pelo método de difusão em poços

Para o método de difusão em ágar as bactérias foram inoculadas

previamente caldo Brain Hear Infusion (BHI, Difco) para ativação e as placas

incubadas à 37ºC por 24 horas. Após o crescimento as colônias foram colocadas

em solução salina estéril a 0,85% e a concentração celular foi padronizada na

escala de MacFarland (escala 0,5 1,5x 108 UFC/mL). As células bacterianas

foram inoculadas sob a superfície do ágar Mueller-Hinton (90 x 15 mm) com

auxílio de um swab e em seguida poços foram perfurados utilizando uma haste

42

cilíndrica de aço inoxidável com 6 mm de diâmetro onde foram adicionadas

alíquotas de 40 μL (C = 174 mg/mL) da solução teste do extrato na concentração

disponível. Em seguida as placas foram incubadas a 37C por um período de 18 a

24 horas. Após o tempo de incubação das placas, as leituras dos resultados

foram realizadas mensurando os halos de inibição com um auxílio de uma régua

milimetrada (ROMEIRO, 2011). Todos os testes foram feitos em triplicatas e

foram feitas as médias dos halos encontrados, onde os controles positivos para a

bactéria gram-positiva foi a penicilina e para bactérias gram-negativas foi

gentamicina, e como controle negativo foi utilizado álcool 70% .

3.3.3 Determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM)

A atividade antimicrobiana do extrato obtido das folhas foi avaliada

utilizando-se a metodologia de microdiluição em caldo, com base nos documentos

M100-S24 (CLSI, 2014). Previamente aos testes, as linhagens bacterianas foram

ativadas em BHI (Difco) durante 24 h a 35 ± 2ºC. Após este subcultivo, o inoculo

foi padronizado para testes de microdiluição em caldo, cultivando micro-

organismos até a fase log (crescimento exponencial).

Em condições ideais, o inoculo bacteriano foi ajustado em solução salina

até 15 minutos após sua preparação (método de microdiluição), de maneira que,

após a inoculação, cada tubo de ensaio ou poço contém aproximadamente 5 x

105 UFC/mL. Sendo o volume no poço foi de 0,2 mL e o volume de inóculo, 0,005

mL. A suspensão McFarland 0,5 (1,5 x 108 UFC/mL) foi diluída 1:10 para se

conseguir uma diluição de 107 UFC/mL. Quando 0,005 mL dessa suspensão foi

inoculada no caldo, a concentração final de bactérias do teste atingiu

aproximadamente 5 x 105 UFC/mL (ou 5 x 104 UFC/poço, no método de

microdiluição).

O inoculo dos testes correspondem a uma concentração celular na ordem

de 104 UFC/mL. A cada diluição do composto previamente distribuído em cada

orifício da placa foi adicionado 100 L do inoculo, perfazendo um volume final de

200 L. As placas foram incubadas a 35ºC por 24 horas e em seguida foi

realizado a leitura. As concentrações finais dos extratos no meio de cultura foram

43

de: 4.096, 2.048, 1.024, 512, 256, 128, 64, 32, 16, 8, 4, 2, 1 e 0,5 μg/mL. Os

ensaios antimicrobianos foram efetuados em triplicata e as placas foram

incubadas a 35 ± 2ºC durante 24 h. Como revelador do crescimento celular foi

utilizado 20 μL/poço de resazurina a 0,03%. Os controles negativos dos ensaios

foram realizados com 100 μL do caldo Mueller-Hinton (MH), acrescido do inoculo

bacteriano padronizado. A concentração inibitória mínima (CIM) foi definida como

a menor concentração do composto capaz de inibir completamente o crescimento

microbiano, nos poços de microdiluição conforme detectado a olho nu. A leitura

dos resultados para determinação da CIM foi considerada como positivo para os

poços que permaneceram com a coloração azul e negativa os que mostraram

coloração rosa. Como controle negativo foi inoculado o meio de cultura mais a

bactéria. (SALVAT et al., 2001).

3.3.4 Determinação da atividade bactericida mínima (CBM)

A atividade bactericida mínima calculada a partir da CIM feita com extrato

e com as três concentrações abaixo e acima da CIM onde foram retiradas

alíquotas de 1 µL a e semeadas em ágar MH. Onde a CBM foi definida como a

menor concentração capaz de inibir completamente o crescimento microbiano no

ágar.

3.4 Partição do Extrato

Para a partição da amostra em solventes de diferentes polaridades, uma

amostra de cerca de 20 g da graxa derivada da extração hidro alcoólica foi

misturada com MeOH: H2O (8: 2) utilizando um banho de ultra-son. A amostra foi

então submetida a extrações sucessivas por partição solvente-solvente onde foi

utilizado 100 mL de cada solvente, para se obter as fracções solúveis: hexano

(Hex), diclorometano (DCM) e acetato de etilo (EtOAc). Em seguida cada partição

foi secada por um sistema a vácuo (SpeedVac, Savante) e seus produtos

pesados em uma balança semi-analítica.

44

3.5 Cromatografia em Camada Delgada

As análises de CCD (cromatografia em camada delgada) foram realizadas

em placas sílica gel pré-revestidas G-60/F254 (0,25 mm, Merck, Darmstadt,

Alemanha). As placas de CCD foram eluídas em uma câmara de pré-

saturamento, utilizando-se misturas de solventes com polaridades diferentes em

diferentes proporções de: (a) acetato de etilo: metanol: água (EtOAc: MeOH:

H2O/70: 10: 2 v/v); ou (b) diclorometano: metanol (DCM: MeOH/95: 5 v/v). As

manchas fitoquímicas foram visualizadas sob exposição de luz ultravioleta a 254

nm ou 360 nm, após a pulverização das placas com uma solução de vanilina

diluída em etanol 1% adicionada de ácido sulfúrico a 10% v/v (1:1) ou 2- aminoetil

difenilborinato/polietileno glicol 4000 (solução de NP/PEG) em etanol a 2% (w/v).

3.6 Ensaios Antimicrobianos com partições

Em seguida, foram realizados novos ensaios de susceptibilidade com as

partições obtidas seguindo a mesma metodologia já descrita anteriormente nos

itens 3.3.3 e 3.3.4 de determinação da Concentração Inibitória Mínima e

Concentração Bactericida Mínima.

3.7 Avaliação da atividade citotóxica em linhagens de células tumorais

Os ensaios de avaliação da citotoxicidade dos extratos e das frações

foram conduzidos utilizando células HL60 (Leucemia – promielócitos), Jurkat

(Leucemia – Células T) e THP-1 (Monócitos) foram cultivadas na concentração de

50.000 (HL60), 100.000 (Jurkat e THP-1) e células MDA-MB-231, MCF-7

(Carcinoma de Mama) e HCT-116 (Carcinoma Colorretal) foram utilizados na

concentração de 104 células por poço (placa de 96 poços) e pré-incubado

overnight para estabilização (5% CO2, 95% de ar atmosférico a 37°C). Após

estabilização, todas as células foram cultivadas com as partições por 48h. Todas

as substâncias foram testadas em triplicata em dois experimentos independentes

e como controle foi utilizado o solvente DMSO (0,5%). A viabilidade celular foram

45

baseadas pela redução mitocondrial do brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-

difenltetrazolium (MTT) . Os extratos foram triados a 100 μg/mL e apenas as

substâncias que apresentaram atividade maior que 50%, foram posteriormente

submetidas à determinação da concentração citotóxica para 50% das células

(IC50).

As células foram cultivadas em garrafas de cultivo celular de 50 mL

contendo 10 mL de meio DMEM (Dulbecco´s Modified Eagle Médium, Sigma)

suplementado com 5% de soro fetal bovino (SFB, Gibco), 5 mol/L de bicarbonato

de sódio, 25 mmol/L de HEPES e 40 mg/L de gentamicina. As garrafas foram

incubadas por 24 h a 37ºC com 5% de CO2. Após o crescimento, as células

aderentes (carcinoma de mama - MDA-MB-231 e MCF-7) (carcinoma colorretal –

HT-116) foram tripsinizadas e lavadas em três vezes com PBS. Alíquotas 100 L

de todas as culturas foram transferidas para poços de placas de 96 poços a uma

concentração de 105 células/poço. As placas contendo as células foram então

mantidas nas mesmas condições como descrito anteriormente (5 % de CO2,

37C). Após 24 h de incubação, concentrações crescentes geometricamente

definidas entre 100, 10, 1; 0,1; 0,01; 0,001 e 0,0001 µg/mL dos extratos foram

adicionadas aos poços das placas, que foram incubadas a 37C por 24 h. Os

controles consistiram de células adicionadas do meio de crescimento DMEM sem

adição dos compostos.

Após a incubação, uma alíquota de 10 L de MTT (brometo de 3-(4,5-

dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio) a 5 mg/mL em tampão fosfato pH 7,0 foi

adicionada em cada poço e as placas incubadas por 4 h a 37º C e 5% de CO2.

Após a incubação, 100 L de uma solução de lise consistindo de dodecilsulfato de

sódio (SDS) 10% e 50% de dimetilformamida foram adicionadas a cada poço. As

amostras foram homogeneizadas para uma completa dissolução dos cristais de

formazan. O conteúdo de cada poço das placas foi submetido à determinação da

absorbância no comprimento de onda de 570 nm. Os resultados foram calculados

a partir da medida da absorbância utilizando a fórmula [1- (Absexp/Abscontr)] x 100,

com porcentagem da medida da absorbância das células tratadas com os

compostos em relação ao controle de células sem adição dos mesmos. As

amostras foram testadas em duplicata. A IC50 (concentração efetiva que mata 50%

das células) foi calculada a partir dos dados obtidos das medidas da redução da

46

absorbância (%) utilizando o programa GraphPad Prism 5.0 software (Jandel

Scientific, San Rafael, CA).

3.8 Cromatografia de Exclusão Molecular

Para o fracionamento da Partição Acetato de etila foi realizado a

Cromatografia de Permeação em Gel (CPG) ou Cromatografia de Exclusão

molecular. A técnica permite separar compostos por peso molecular da maior

molécula para a menor. Foi realizada utilizando três colunas de vidro acopladas

(Buchi coluna No. 17980) injetando 6,3 g da partição acetato de etila em

preenchimento com 2 mL de gel Sephadex LH-20TM (GE Healthcare, EUA)

atingindo uma concentração de 3,15 g/mL, onde o metanol absoluto foi utilizado

como fase móvel, com o caudal bombeado de 480 mL/h durante 4 horas. As

fracções foram recolhidas em 20 mL/tubo, reunidas e após a análise em

cromatografia em camada fina (CCD), reagrupadas as frações semelhantes.

3.9 Cromatografia em Camada Delgada das frações

Para as frações 40 obtidas foram realizadas análises de cromatografia em

camada delgada (CCD) com o objetivo de reagrupar as frações pertencentes aos

mesmos perfis cromatográficos, onde foram realizadas em gel de sílica pré-

revestido comercial placas de L-60 / F254 (0,25 mm, Merck, Darmstadt,

Alemanha). TLC placas foram eluídas em uma câmara de pré-saturado, utilizando

solventes em diferentes proporções de: (a) acetato de etilo: metanol: água

(EtOAc: MeOH: H2O / 70: 10: 2 v / v); ou (b) diclorometano: metanol (DCM:

MeOH / 95: 5 v / v). As manchas foram visualizadas sob luz UV a 254 ou 360 nm,

alternativamente, por meio da pulverização das placas com um mistura (1: 1) de

etanol a uma solução de vanilina 1% w / v e ácido sulfúrico em 10% v / v ou 2-

aminoetil diphenylborinate / polietilenoglicol Solução de 4000 (NP / PEG) em

etanol a 2% (w / v).

3.10 Ensaios Antimicrobianos das frações

47

Após o procedimento de separação de compostos por peso molecular

utilizando o método de Cromatografia de Permeação em Gel em coluna LH-20,

novos ensaios de atividade antimicrobiana (CIM e CBM) com as frações geradas

foram feitos.

3.11 Calorimetria Isotérmica de Titulação

A calorimetria isotérmica de titulação (ITC) foi realizada a fim de

caracterizar a termodinâmica do complexo constituído pela fração Fr. 32-33 e as

células de P. aeruginosa ATCC 27853 em suspensão. Os experimentos foram

realizados em duplicata utilizando um VP-ITC Microcalorimetro da Microcal, a

298,15 K. As titulações consistiram de 200 injeções sucessivas (com intervalos de

tempo de 300 s) de 5 µL da fração Fr. 32-33 (20,4 µg/mL) em 1,5 mL de

suspensões celulares de P. aeruginosa (O.D600 1.0). Uma injeção inicial de 1 µL

foi descarregada a fim de eliminar os efeitos da difusão da fração da ponta da

seringa para o meio, durante o processo de pré-equilíbrio. A concentração da

fração dentro da célula variou de 0 a 0,37 mg/mL, enquanto a concentração das

células de P. aeruginosa (expressa em termos de O.D600) variou de 1 O.D. a 0,86

O.D. A correção da concentração bem como a integração dos picos de fluxo de

calor envolvidos na entalpia especifica do Kcal/mg da fração Fr. 32-33 foram

feitas com o software Microcal Origin 5.0 para ITC. Experimentos controle,

referentes a injeções de células bacterianas sem adição da fração e injeções do

composto em solução aquosa foram feitos para determinar uma possível

liberação de energia durante os ensaios de diluição.

3.12 Potencial Zeta

O potencial zeta reflete o potencial de superfície das partículas

(bactérias), o qual é influenciado pelas mudanças na interface com o meio

dispersante (Fração Fr. 32-33), em razão da dissociação de grupos funcionais na

superfície da partícula ou da adsorção de espécies iônicas presentes no meio

aquoso de dispersão (MAGENHEIM, BENITA, 1991; MOSQUEIRA et al, 2000.).

48

Observando se há alteração da carga elétrica da membrana bacteriana (P.

aeruginosa) quando colocada em contato com a fração ativa.

Os experimentos de Potencial Zeta foram conduzidos a 25C, utilizando

com Zetasizer NanoZS m (Malvern) com 64 canais e correlator de 633 nm (red

Lazer). A técnica utilizada para a medida de ZP foi conduzida de acordo com

padrões Malvern Laser Doppler Velocimetry acoplado com M3-PALS (Phase

Analysis Light Scattering). As suspensões bacterianas foram adicionadas em

cubetas de polietileno com 1 cm de caminho óptico acoplada a elétrodos

(Malvern, Folded Capillary cell-DTS1060). O ensaio foi processado por titulação,

por meio de 51 injeções de 10 µL da fração Fr 32-33 (4 µg/mL) em recipiente de

25 mL contendo suspensão de células de P. aeruginosa ATCC 27853, (O.D600

1.0), de modo que as condições fossem as mais próximas possíveis daquelas

descritas no experimento de ITC. A cada titulação, a solução foi transferida para

uma cubeta (Folded Capillary cell), e a carga líquida foi então determinada. Cada

ponto de ZP correspondeu médias de dez execuções.

3.13 Ensaio de tempo de morte celular bacteriana com MTT

Os dados coletados a partir de estudos de tempo de morte têm fornecido

informações importantes sobre a velocidade e extensão da atividade bactericida,

características farmacodinâmicas, ou seja, a relação entre concentração e o efeito

pós-tratamento, e potencial de antagonismo ou sinergia entre agentes

antibacterianos administrados concomitantemente. Esses dados têm melhorado

significativamente a compreensão sobre as relações dinâmicas que existem entre

agentes antimicrobianos e seus efeitos sobre as bactérias. De fato, o teste de

tempo de morte tornou-se uma ferramenta indispensável para a avaliação da

atividade dos agentes antimicrobianos contra as bactérias (CLSI, 2014).

Após a incubação, uma alíquota de 10 L de MTT (brometo de 3-(4,5-

dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio) a 5 mg/mL em tampão fosfato pH 7,0 foi

adicionada em cada poço e as placas incubadas por 4 h a 37º C e 5% de CO2.

Após a incubação, 100 L de uma solução de lise consistindo de dodecilsulfato de

sódio (SDS) 10% e 50% de dimetilformamida foram adicionadas a cada poço. As

amostras serão homogeneizadas para uma completa dissolução dos cristais de

49

formazan. O conteúdo de cada poço das placas foi submetido à determinação da

absorbância no comprimento de onda de 570 nm. Os resultados serão calculados

a partir da medida da absorbância utilizando a fórmula [1- (Absexp/Abscontr)] x 100,

com porcentagem da medida da absorbância das células tratadas com os

compostos em relação ao controle de células sem adição dos mesmos. As

amostras foram testadas em duplicata.

Esse ensaio baseia-se na medida do dano induzido pelo composto/extrato

em estudo no metabolismo celular de glicídeos usualmente através da avaliação

da atividade de desidrogenases mitocondriais. O ensaio de MTT é utilizado para

determinar a viabilidade celular, quantificando o MTT presente no meio foi

reduzido pela atividade metabólica celular ligada ao NADH e NADHP formando

cristais de formazan, de cor azul. Dessa maneira a quantidade de formazan,

medida por espectrofotometria, é diretamente proporcional ao número de células

viáveis. Este teste foi primariamente sugerido por Mossman (1983)

3.14 Espectrometria de Massa (ESI)

As análises de cromatografia líquida de alta resolução foram conduzidas

em um sistema de Nexera UHPLC (Shimadzu) acoplado a espectrometria de

massa ETD-QTOF ESI (ionização por electrospray - Quadrupolo Time of Flight)

(Bruker, Alemanha) e controlado pelo software compasso 1,5 (Bruker, Alemanha).

Para as anlises soluções das amostras foram diluídas na concentração de 200

µg/mL em ACN: H2O (1: v/v). Após a diluição da amostra, esta foi injetada em

uma coluna da Shimadzu Shim-pack XR-ODS-III (C18, 2,2 uM, 80 Â, 2,0 x 200

mm) com uma taxa de fluxo de 200 µL/min. As amostras foram eluídas com

misturas de água do tipo MiliQ com 0,1% de ácido fórmico (A) e acetonitrila

adicionada de 0,1% de ácido fórmico (B) usando 10% de B durante 10 min e um

gradiente linear variando de 10% de B a 100% de B em 40 min e 100% de B

durante 5 min.

Os parâmetros de analise foram fornecidos para análise em modo

positivo, com aquisição de faixas de 50-1100 m/z (razão massa/carga); voltagem

capilar de 500-4500 V; com fluxo de gás de secagem 9,0 mL/min; pressão de gás

de nebulização 2 bar a 200°C. Para fragmentação precursor foi utilizada uma

50

energia de colisão de 30 eV, m/z. As configurações de íons mais frias foram

optimizadas para a sensibilidade média de 40 para 1000 gama/z usando uma

solução de formato de sódio (HCOOONa) a 10 mM em 2-propanol 0,2% de ácido

fórmico 99% (1:1, v/v) como solução de calibração. Calibração de massa inicial foi

alcançado por infusão fonte de íons da solução de calibração de 20 µL e

recalibradas após a aquisição dos dados brutos. A identificação dos compostos foi

realizada por meio de dissecção do pico cromatográfico. Com determinação da

fórmula subsequente de acordo com a massa exata e padrão isótopo (MS1) e

comparação de dados de espectros fragmento composto (MS2), bem como por

comparação dos espectros de fragmento do composto e de co-eluição

comparativamente com compostos padrões Sigma–Aldrich (Espanha). As fontes

de referência com os padrões de fragmentação e espectros ESI consistiu de uma

base de dados de compostos comerciais ou isolados e identificados, também

constantes do banco de perfis de espectros de massa de acesso público

(European MassBank Server) (Horai et al., 2010).

51

4. RESULTADOS

4.1 Análise fitoquímica do extrato

A caracterização do perfil fitoquímico do extrato hidro alcoólico obtido

das folhas de Anonna glabra revelou uma presença intensa de flavonoides, porém

revelou ausência de Fenol, Flavononas, Aminocianosídeos, Chalconas e Taninos

(Tabela 4)

Tabela 4 - Prospeção fitoquímica com HCL, NaOH, FeCl3 no extrato de Anonna glabra

Metabólitos Resultados

Fenol +

Flavononas -

Flavonóides +++

Flavonóis +

Aminocianosídeos -

Chalconas -

Taninos -

(-): Ausência de metabólitos, (+): leve presença de metabólitos, (++): moderada presença de

metabólitos, (+++): intensa presença de metabólitos.

4.2 Testes antimicrobianos com o extrato bruto de Anonna glabra

4.2.1 Ensaios com cepas padrões

Os resultados apresentados dos testes antimicrobianos de ágar difusão,

concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida mínima (CBM)

52

na Tabela 5, mostram que o extrato bruto hidroalccólico das folhas de Anonna

glabra apresentou um de halo de inibição que varirou de 14 a 20 ± 1 mm para as

bactérias S. aureus ATCC 25923, P. aeruginosa ATCC 27853,E. coli ATCC 25922

e A. baumannii ATCC 19606 no entanto não houve formação de halo para a

bactéria K. pneumoniae ATCC 10031. A concentração inibitória mínima (CIM) e

concentração bactericida mínima (CBM) demostraram os mesmos valores para

todas as bactérias testadas com o CIM a 1024 µg/mL e CBM a 2048 µg/mL.

Tabela 5 - Testes antimicrobianos com o extrato bruto de Anonna glabra

Bacterias Agar difusão

(mm)

CIM

(µg/mL)

CBM

(µg/mL)

S. aureus - ATCC 25923 20 ± 1 1024 2048

P. aeruginosa - ATCC 27853 14 ± 0,7 1024 2048

E. coli - ATCC 25922 16 ± 0,8 1024 2048

K. pneumoniae - ATCC 10031 0 ± 0 1024 2048

A. baumannii - ATCC 19606 19 ± 1 1024 2048

A diferença de resultado para a bactéria K. pneumoniae nos testes de

agar difusão e concentração inibitória mínina se deve a dificuldade de difusão dos

compostos contos no extrato em agar MH, enquanto no teste para a determinação

da concentração inibitória mínima as células bacterianas ficavam em contato

direito em uma suspensão líquida de agar e extrato, facilitando a ação dos

compostos do extrato contra a bactéria.

4.2.2 Ensaios antimicrobianos do extrato bruto de Anonna glabra com Cepas

Clínicas

Os mesmos ensaios de atividade antimicrobiana foram realização com

cepas clínicas, como podemos observar na tabela 6. Com exceção da estirpe

clínica S.a. 146 obteve uma CIM e CBM a 2048 µg/mL e a cepa P146c que teve

uma CIM e CBM a 1024 µg/mL todas as outras bactérias das duas estirpes

53

apresentaram o mesmo resultado de CIM a 1024 µg/mL e CBM a 2048 µg/mL.

demonstraram os mesmos resultados tanto para as cepas padrões quando para

as cepas clínicas, como visualizamos na tabela a baixo:

54

Tabela 6 - Concentração Inibitória e Bactericida Mínima do extrato hidroalcoólico de Anonna glabra em cepas bacterianas clínicas

Bactérias Ensaio (µg/mL)

CIM CBM

S. aureus

ATCC 25923 1024 2048

S.a. 96 1024 2048

S.a. 98 1024 2048

S.a. 116 1024 2048

S.a. 145 1024 2048

S.a. 146 2048 2048

S.a. 156 1024 2048

S.a. 162 1024 2048

S.a. 200 1024 2048

S.a. 252 1024 2048

S.a. 258 1024 2048

S.a. 260 1024 2048

P. aeruginosa

ATCC 27853 1024 2048

P1c 1024 2048

P2c 1024 2048

P5c 1024 2048

P18c 1024 2048

P27c 1024 2048

P32c 1024 2048

P110c 1024 2048

P113c 1024 2048

P146c 1024 1024

P165c 1024 2048

55

4.4 Partição do Extrato

Este procedimento foi utilizado para obter as partições com polaridades

de acordo com os solventes utilizados. Para o particionamento foram usados

quatro solventes que deram origem a partição Metanol (Met) e deu origem a uma

massa de cor verde 0,4629 g, a partição Hexano (Hex) a uma massa de 0,276 g,

Diclorometano (DCM) 0,0475 g e Acetato de Etila (Acet) onde se obteve uma

massa de tom marrom escura de 1,03 g.

4.5 Cromatografia de camada delgada das partições

A cromatografia de camada delgada foi realizada com fins de observar

o perfil químico de flavonoides para cada partição e foi revelado em luz

ultravioleta a 254 e 360 nm como verificamos na figura abaixo:

4.5.1 Revelação dos compostos apolares

As manchas fitoquímicas após a migração dos compostos na placa de

sílica (Cromatografia em camada delgada) foram visualizadas sob exposição de

luz ultravioleta a 254 nm ou 360 nm, após a pulverização das placas com uma

solução de vanilina diluída em etanol 1% adicionada de ácido sulfúrico a 10% v/v

(1:1) ou 2- aminoetil difenilborinato/polietileno glicol 4000 (solução de NP/PEG)

em etanol a 2% (w/v).

Os números 1, 2, 3 e 4 (figuras 6 e 7) representam partição metanol,

partição diclorometano, partição acetato e partição hexano respectivamente. Na

figura 6 se observa manchas na corrida de separação de substâncias apolares,

porém não é possível observar os metabólitos quando colocados sobre a luz

ultraviolenta tanto no comprimento de onde de 254 nm quanto o de 360 nm

56

devido à ausência de flourescencia, subentendendo que não há flavonoides

apolares reveladas.

Figura 6 - Cromatografia em Camada Delgada das Partições (Compostos Apolares)

Legenda: 1 – Partição Metanol, 2 – Partição Diclorometano, 3- Partição Acetato de Etila, 4 – Partição Hexano. (A) Luz branca, (B) 256 nm, (C) 360 nm.

A

B

C

57

4.5.2 Revelação dos compostos polares:

Os números 1, 2, 3 e 4 nas figuras a seguirrepresentam partição metanol,

partição diclorometano, partição acetato e partição hexano respectivamente. A

figura 7 demostra que houve a separação de flavonoides devidos sua formação

de bandas definidas e suas cores (vermelho, azul, laranja), também se observa a

separação bandas com coloração distintas entendendo que há diferentes

flavonoides polares em cada uma das partições, No entanto foi observada uma

maior concentração de flavonoides na partição acetato representada pelo número

3. Revelando então que os flavonoides encontrados nas partições são de origem

polar.

58

Figura 7 – Cromatografia de Camada Delgada das partições (Compostos Polares)

Legenda: 1 – Partição Metanol, 2 – Partição Diclorometano, 3- Partição Acetato de Etila, 4 – Partição Hexano. (A) Luz branca, (B) 256 nm, (C) 360 nm.

A

B

C

59

4.6 Ensaios antimicrobianos com as partições

Os testes de CIM e CBM com estirpes padrão e isolados clínicos foram

refeitos a fim de monitorar o feito antimicrobiano das partições metanol, hexano,

diclorometano e acetato (Tabelas 7 e 8).

A partição metanol apresentou uma CIM de 1024 µg/mL para as bactérias

S. aureus ATCC 25923, K. pneumoniae ATCC 10031, A. baumannii ATCC 19606,

e uma CBM de 2048 µg/mL. Ainda, a fração metanol apresentou uma diminuição

da CIM (512 µg/mL) e CBM (1024 µg/mL) para a bactéria E. coli ATCC 25922. Em

relação ao extrato bruto, a CIM e a CBM para a bactéria P. aeruginosa ATCC

27853 foi de 8 µg/mL e 16 µg/mL respectivamente.

A partição hexano apresentou o mesmo resultado que a Partição metanol

para as bactérias quase todas as bactérias com exceção da bactéria E. coli ATCC

25922 que demostrou uma CIM de 1024 µg/mL e CBM de 2048 µg/mL.

A partição acetato revelou uma CIM de 1024 µg/mL e uma CBM de 2048

µg/mL para as bactérias S. aureus ATCC 25923 e A. baumannii ATCC 19606,

houve uma redução da CIM e CBM também em relação ao extrato bruto para a

bactéria E. coli ATCC 25922 e K. pneumoniae ATCC 10031 onde a CIM e CBM

foi de 512 µg/mL e 1024 µg/mL respectivamente. Já para a bactéria P. aeruginosa

ATCC 27853 a partição acetato demostrou uma CIM de 8 µg/mL e CBM de 16

µg/mL. Para a partição diclorometano o resultado foi semelhante à partição

metanol.

60

Tabela 7 - Concentração inibitória mínima das partições do extrato de Anonna glabra em cepas ATCC

Bactérias/Frações

Concentração (µg/mL)

Part Met Part Hex Part Acet Part Dcm

CIM CBM CIM CBM CIM CBM CIM CBM

S. aureus - ATCC 25923 1024 2048 1024 2048 1024 2048 1024 2048

P. aeruginosa - ATCC 27853 8 16 8 16 8 16 8 16

E. coli - ATCC 25922 512 1024 1024 2048 512 1024 1024 2048

K. pneumoniae - ATCC 10031 1024 2048 1024 2048 512 1024 1024 2048

A. baumannii - ATCC 19606 1024 2048 1024 2048 1024 2048 1024 2048

Part Met.: Partição Metanol; Part Hex: Partição Hexano; Part. Acet: Partição Acetato de Etila; Part Dcm: Partição Diclorometano.

61

Após os testes com as estirpes padrões, foram realizados ensaios com

estirpes bacterianas de origem clinica das espécies S. aureus e P. aeruginosa.

Na tabela 8 estão representados os valores obtidos para a partição em

metanol, hexano e acetato de etila. A fração apresentou o mesmo perfil de CIM

a 1024 µg/mL e CBM a 2048 µg/mL para quase todas as bactérias com

exceção da S.a. 146 onde a CIM de igualou a sua CBM de 2048 µg/mL.

Tabela 8 - Concentração inibitória mínima das partições do extrato de Anonna glabra contra estirpes de S. aureus portadores do gene de resistência mecA

Linhagens

Concentração (µg/mL)

Part Met Part Hex Part Acet

CIM CBM CIM CBM CIM CBM

ATCC 25923 1024 2048 1024 2048 1024 1024

S.a. 96 1024 2048 1024 2048 1024 2048

S.a. 98 1024 2048 1024 2048 1024 2048

S.a. 116 1024 2048 1024 2048 1024 2048

S.a. 145 1024 2048 1024 2048 2048 2048

S.a. 146 2048 2048 2048 2048 1024 2048

S.a. 156 1024 2048 1024 1024 1024 2048

S.a. 162 1024 2048 1024 1024 1024 2048

S.a. 200 1024 2048 1024 2048 1024 2048

S.a. 252 1024 2048 1024 2048 1024 2048

S.a. 258 1024 2048 1024 2048 1024 2048

S.a. 260 1024 2048 1024 2048 1024 2048

Part Met.: Partição Metanol; Part Hex: Partição Hexano; Part. Acet: Partição Acetato de Etila

A Tabela 9 apresenta o resultado dos testes de CIM e CBM

observados para todos os isolados de P. aeruginosa de origem clínica. Nos

testes com os isolados de P. aeruginosa não se observou distinção da CIM e

CBM de todas as partições para todas as estirpes clínicas onde para a maioria

dos isolados, a concentração inibitória e bactericida mínima das partições foi de

8 µg/mL e 16 µg/mL respectivamente, com exceção do isolado P32c, cujo valor

62

de CIM e CBM foi de 4 µg/mL e para o isolado P146c, cujo valor de CIM foi de

4 µg/mL e CBM foi de 8 µg/mL para todas as frações avaliadas.

Tabela 9 - Concentração inibitória mínima das partições do extrato de Anonna glabra em cepas de P. aeruginosa

Linhagens

Concentração (µg/mL)

Part Met Part Hex Part Acet

CIM CBM CIM CBM CIM CBM

ATCC 27853 8 16 8 16 8 16

P1C 8 16 8 16 8 16

P2C 8 16 8 16 8 16

P5C 8 16 8 16 8 16

P18C 8 16 8 16 8 16

P27C 8 16 8 16 8 16

P32C 4 4 4 4 4 4

P110C 8 16 8 16 8 16

P113C 8 16 8 16 8 16

P146C 4 8 4 8 4 8

P165C 8 16 8 16 8 16

Part Met.: Partição Metanol; Part Hex: Partição Hexano; Part. Acet: Partição Acetato de Etila

4.7 Ensaios de atividade antitumoral

Dentre os resultados obtidos no ensaio de citotoxicidade, pode-se

observar que, a partição metanol foi a que obteve maior atividade antitumoral

com viabilidade celular de 24,06% com concentração de 100 µg/mL nas células

HL 60 (leucemia – promielócitos) e 24,1% HCT-116 (Carcinoma colo retal)

chegando a seu IC50 (Capacidade de inibir 50% do crescimento celular) com

baixa dosagem como 10 µg/mL nas células HL-60, THP-1 (leucemia -

mielócitos) e até 0,01 µg/mL na célula Jurkat (leucemia – células T) concluindo

assim que a partição metanol tem maior efeito antitumoral. A partição hexano

apresentou atividade variando de moderada (MO, viabilidade celular de 50 a

63

75%) a pouca atividade (PA, viabilidade de 75 a 100%) juntamente com a

partição acetato onde se verificou que na concentração de 100 µg/mL a

viabilidade celular foi em média de 70,72% para as células THP-1, MDA

(Carcinoma de Mama), MCF-7 (carcinoma de mama), e HCT-116.

Na Figura 8 observar-se que a partição metanol apresentou uma IC50

com a concentração a cerca 1 µg/mL a partição hexano, a partição acetato

apresentaram o mesmo resultado de 41% de viabilidade celular com uma

concentração de 10 µg/mL revelando se assim com menor atividade

antitumoral do que a partição metanol

Figura 8 - Atividade antitumoral em células leucêmicas (promielócitos - HL60)

HL-60

Met

anol

Hex

ano

Ace

tato

0

20

40

60

80

100100 g/mL

10 g/mL

1 g/mL

0,1 g/mL

0,01 g/mL

0,001 g/mL

0,0001 g/mL

Via

bilid

ad

e C

elu

lar(

%)

Na Figura 9 verificar-se que somente a partição metanol chegou a seu

IC50 com uma concentração de 0,01 µg/mL porém, a partição hexano e a

partição acetato apresentaram 40% de viabilidade das células JURKAT a 1 e

10 µg/mL respectivamente.

64

Figura 9 – Atividade antitumoral em células leucêmicas (linfócitos T - Jurkat)

JURKAT

Met

anol

Hex

ano

Ace

tato

0

20

40

60

80

100100 g/mL

10 g/mL

1 g/mL

0,1 g/mL

0,01 g/mL

0,001 g/mL

0,0001 g/mL

Via

bilid

ad

e C

elu

lar(

%)

Na figura 10 se observar que a partição metanol atingiu sua

capacidade de inibir 50% do crescimento celular com uma concentração de 1

µg/mL enquanto as partições hexano e acetato mesmo com a maior

concentração de 100 µg/mL, não antigiram os 50 % de inibição celular que se

manteve com uma média de 67,075% de viabilidade celular para células THP-

1.

Figura 10 - Atividade antitumoral em células leucêmicas (promonócitos THP-1)

THP-1

Met

anol

Hex

ano

Ace

tato

0

20

40

60

80

100100 g/mL

10 g/mL

1 g/mL

0,1 g/mL

0,01 g/mL

0,001 g/mL

0,0001 g/mL

Via

bilid

ad

e C

elu

lar(

%)

65

Neste ensaio com células MDA-MB-231, nenhumas das

partições atingiram 50% da inibição da viabilidade celular, na maior

concentração das partições (100 µg/mL) a viabilidade celular ficou em

torno de 65,64% (Figura 11).

Figura 11 - Atividade antitumoral em células (carcinoma de mama - MDA-MB-231)

MDA-MB-231

Met

anol

Hex

ano

Ace

tato

0

20

40

60

80

100100 g/mL

10 g/mL

1 g/mL

0,1 g/mL

0,01 g/mL

0,001 g/mL

0,0001 g/mL

Via

bilid

ad

e C

elu

lar(

%)

Na Figura 12 mostra o ensaio com células de carcinoma de mama

MCF-7, a única partição que atingiu os 40,51% de viabilidade celular foi a

partição metanol com a concentração a 100 µg/mL, as demais partições não

atingiram esse patamar na mesma concentração, a partição hexano alcançou

uma viabilidade celular de 77,07% e a partição acetato conseguiu 70,37% de

viabilidade celular.

66

Figura 12 - Atividade antitumoral com células (carcinoma de mama MCF-7)

MCF-7

Met

anol

Hex

ano

Ace

tato

0

20

40

60

80

100100 g/mL

10 g/mL

1 g/mL

0,1 g/mL

0,01 g/mL

0,001 g/mL

0,0001 g/mL

Via

bilid

ad

e C

elu

lar(

%)

A Figura 13 mostra apenas 24% das células HCT-116 foram viáveis

com a partição metanol na concentração de 100 µg/mL.

Figura 13 - Atividade antitumoral em células (carcinoma colorretal HCT-116)

HCT-116

Met

anol

Hex

ano

Ace

tato

0

20

40

60

80

100100 g/mL

10 g/mL

1 g/mL

0,1 g/mL

0,01 g/mL

0,001 g/mL

0,0001 g/mL

Via

bilid

ad

e C

elu

lar(

%)

Em seguida foi determinada da concentração capaz de inibir 50%

(IC50) do crescimento das células (Tabela 10):

67

Tabela 10 - Concentração Inibitória do Crescimento de 50% das células tumorais

Células Tumorais IC50 (µg/mL)

Part Met Part Hex Part Acet

HL-60 1 1 1 JURKAT 0,01 ND ND THP-1 1 ND ND MDA-MB-231 ND ND ND MCF-7 ND ND ND HCT-116 ND ND ND

ND: Não descrito

Para a célula HL-60 todas as partições apresentaram IC50 à 1 µg/mL.

em contraversão para as demais céulas, somente a partição metanol

apresentou uma IC50 de 0,01 µg/mL para a célula JURKAT e 1 µg/mL para a

célula THP-1.

4.8 Cromatografia de Exclusão Molecular ou Permeação em Gel

A cromatografia de camada delgada da partição acetato realizada

em coluna LH-20 com o intuito de fracionar a partição dando origem a 200

tubos de ensaio com 20 mL cada tubo, em seguida foram agrupados a cada 5

tubos e numerados de 1 a 40. Um último tubo contendo as frações residuais foi

gerado e nomeado de Tubo R.

4.8.1 Cromatografia de Camada Delgada das Frações

Em seguida foi realizada a cromatografia de camada delgada (CCD)

das 40 frações obtidas para reagrupamento das frações semelhantes. A CCD

foi realizada para a verificação do perfil de flavonoides das frações obtidas pela

cromatografia de exclusão molecular, onde o resultado pode-se verificar nas

figuras a seguir (Fig. 14 e 15):

68

Figura 14 - Cromatografia de Camada Delgada das frações obtidas por cromatografia de gel filtração (360 nm)

Os perfis semelhantes observados pelo precesso de CCD foram

agrupados gerando 12 grupos de fração, conforme mostrando no esquema na

Figura 15:

Figura 15 - Fluxograma das frações obtidas pela Cromatografia de Exclusão Molecular

e

Partição Acetato

6,3 g

Fr 1-15

0,989 g

Fr 16-17

0,133 g

Fr 18-19

0,118 g

Fr 20-22

0,354 g

Fr 23-24

0,173 g

Fr 25-26

0,091 g

Fr 27-28

0,053 g

Fr 29-31

0,058 g

Fr 32-33

0,024 g

Fr 34-36

0,036 g

Fr 37-40

0,060 g

Fr R

0,109 g

69

A figura 15 mostra as 12 frações geradas pela cromatografia de

exclusão molecular e seus respectivos rendimentos em gramas, de 6,3 g da

partição acetato inseridas no gel, apenas o total de 2,203 g foram recuperados

e distribuídos em 12 recipientes.

4.9 Ensaios antimicrobianos das frações

Após os ensaios cromatográficos realizados com as partições

procederam-se os testes antimicrobianos a fim de descobrir quais das frações

continha o (s) principal (s) metabólito (s) responsáveis pela ação

antibacteriana. Teste de CIM e CBM foram realizados com as 12 frações

restantes como mostrado na Tabela 11.

A bactéria S. aureus ATCC 25923 e a estirpe clínica S.a. 96

apresentaram um perfil semelhante de sensibilidade às frações Fr. 1-15, 16-17,

20-22, 23-24, 25-26, 27-28, 29-31, 37-40 e Fr acet R, oriundas da partição

acetato de etila, com uma CIM de 1024 µg/mL. A fração Fr. 32-33 apresentou

uma CIM de 512 µg/mL para ambas as bactérias da mesma espécie, e a fração

Fr. 34-36 apresentou teve um resultado de CIM de 1024 µg/mL para S. aureus

- ATCC 25923, e 512 µg/mL para a estirpe clínica S a. 96.

A bactéria P. aeruginosa - ATCC 27853 e um isolado clínico P2C

apresentaram o mesmo perfil de sensibilidade às frações sendo que as frações

Fr Acet 1-15, 16-17, 20-22, 23-24, 25-26, 27-28, 29-31, 34-36 e R Revelaram

uma CIM de 512 µg/mL. Já a fração Fr Acet 18-19 mostrou uma CIM de 64

µg/mL para as duas linhagem bactérianas, a fração Fr 37-40 apresentou uma

CIM de 256 µg/mL, e a fração Fr Acet 32-33 uma CIM de 4 µg/mL.

70

Tabela 11 - Concentração inibitória mínima das frações obtidas por Cromatografia de Exclusão Molecular

Frações

Concentração (µg/mL)

S. aureus - ATCC

25923

S.a 96

P. aeruginosa -

ATCC 27853

P2C

CIM CIM CIM CIM

Fr Acet 1-15 1024 1024 512 512

Fr Acet 16-17 1024 1024 512 512

Fr Acet 18-19 512 512 64 64

Fr Acet 20-22 1024 1024 512 512

Fr Acet 23-24 1024 1024 512 512

Fr Acet 25-26 1024 1024 512 512

Fr Acet 27-28 1024 1024 512 512

Fr Acet 29-31 1024 1024 512 512

Fr Acet 32-33 512 512 4 4

Fr Acet 34-36 1024 512 512 512

Fr Acet 37-40 1024 1024 256 256

Fr Acet R 1024 1024 512 512

71

4.10 Calorimetria Isotérmica de Titulação (ITC)

A calorimetria isotérmica de titulação teve por objetivo analisar qual

seria o perfil térmico da reação entre a fração Fr 32-33 e a bactéria P.

aeruginosa ATCC 27853, o resultado foi demostrado de acordo com a Figura

16.

Figura 16 - Titulações calorimétricas da fração FR 32-33 e células de P. aeruginosa ATCC 27853 em Água

O experimento de diluição da Fração FR 32-33 em água demonstrou

um forte padrão exotérmico de calor em função da diluição de componentes do

extrato e DMSO em água (Figura 21). Entretanto, na presença do

microrganismo, a calorimetria de titulação mostrou um perfil menos exotérmico,

o que sugere que a interação entre a Fração 32-33 com Pseudomonas

aeruginosa seja uma reação endotérmica.

72

De fato, após a subtração da titulação do ensaio em branco, pode-se

observar que todos os valores da entalpia de injeção (injHo) foram positivos,

corroborando o padrão endotérmico do processo. No entanto, o

comportamento parabólico mostrado na Figura 17 sugere que a interação do

mecanismo deve ocorrer por diferentes padrões.

Figura 17 – Perfil termodinâmico entre a fração FR 32-33 e células de P. aeruginosa ATCC 27853

De um ponto de vista termodinâmico, se um processo é endotérmico,

que necessariamente deve ser conduzido por entropia. Assim, o perfil

endotérmico foi atribuído para ser devido à interação dos componentes do

extrato com a superfície celular, com a consequente de solvatação de íons em

água.

73

4.11 Potencial ZETA

A medida do potencial zeta tem sido descrita como uma nova ferramenta

para estudos de processos de dispersão e agregação de células, bem como

estudos das características de superfície celular de micro-organismos frente a

agentes antimicrobianos. Neste ensaio foi mesurado o potencial zeta em

milivolts (mV) a partir de uma suspensão de células de P. aeruginosa e seu

contanto com o a fração Fr. 32-33 como mostrado na figura 20.

As medidas de potencial zeta (PZ) foram realizadas com o objetivo

de corroborar a hipótese levantada a partir dos dados de ITC, sobre o

mecanismo superficial de interação dos componentes do extrato obtidos pelo

fracionamento com as células bacterianas, uma vez que o PZ representa uma

medida da energia potencial de uma superfície, normalizada pela sua carga

total. Assim, o potencial zeta da superfície celular foi determinado em função

da concentração dos componentes do extrato adicionado a suspensão de

células de P. aeruginosa ATCC 27853, de maneira similar ao realizado nos

experimentos de ITC varrendo-se a mesma faixa de concentração de titulante e

com a mesma concentração de titulado.

A Figura 18 mostra que houve alteração na carga elétrica da

membrana da bactéria P. aeruginosa quando colocada em suspensão com o a

fração ativa Fr 32-33 onde cada barra do gráfico representa uma média de 50

titulações com seus devidos desvios padrões.

74

Figura 18- Alteração do Potencial zeta da membrana celular da Pseudomonas aeruginosa

ATCC 27853

Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853

1 2 3 4

-12

-10

-8

-6

-4

-2

0

2

4

6

Médias de Titulações

Po

ten

cia

l Zeta

(m

V)

A primeira média das titulações corresponde ao potencial zeta da

membrana de -8,11 ± 1,75 mV relevando uma carga negativa na membrana da

bactéria. Na segunda média das titulações ocorreu uma alteração da carga da

membrana bacteriana positivamente mostrando um potencial zeta de -0,41 ±

1,60 mV. Na terceira média a podemos observar uma inversão de carga do

negativo para o positivo (0,71 ± 1,42 mV). Na quarta média de titulações

verificamou-se que a susceptibilidade da membrana bacteriana quando

colocada em contato com a fração Fr. 32-33, sofreu uma alteração positiva

revelando assim uma reação dose-resposta de maneira positiva onde o

potencial zeta chegou a 3,30 ±1,36 mV.

4.12 Ensaio de viabilidade celular bacteriana com MTT

Foram feitos ensaios de viabilidade celular bacteriana com MTT

(brometo de 3-[4,5-dimetil-tiazol-2-il]-2,5-difeniltetrazólio) de acordo com o

75

tempo de exposição ao extrato (partição com acetato de etila) para avaliação

da atividade da fração, os resultados estão apresentados na Figura 19.

76

Figura 19 - Viabilidade celular bacteriana em função do tempo de exposição e concentrações da fração FR 32-33

3 horas

ATC

C 2

7853 28

c 5c

0

20

40

60

80

10064µg/mL

32µg/mL

16µg/mL

8µg/mL

4µg/mL

2µg/mL

Via

bilid

ad

e C

elu

lar(

%)

6 horas

ATC

C 2

7853 28

c 5c

0

20

40

60

80

10064µg/mL

32µg/mL

16µg/mL

8µg/mL

4µg/mL

2µg/mL

Via

bilid

ad

e C

elu

lar(

%)

12 horas

ATC

C 2

7853 28

c 5c

0

20

40

60

80

10064µg/mL

32µg/mL

16µg/mL

8µg/mL

4µg/mL

2µg/mL

Via

bilid

ad

e C

elu

lar(

%)

24 horas

ATC

C 2

7853 28

c 5c

0

20

40

60

80

10064µg/mL

32µg/mL

16µg/mL

8µg/mL

4µg/mL

2µg/mL

Via

bilid

ad

e C

elu

lar(

%)

77

Os ensaios de viabilidade celular mostraram que um contato de 3 horas

das células bacterianas com o extrato apresenta já atividade inibitória. A estirpe

clínica 28c foi a que apresentou uma maior redução na atividade metabólica,

onde na mais baixa concentração de 2 µg/mL foi mensurado cerca de 76,23%

de células viáveis, enquanto que na mais alta concentração de 64 µg/mL

atingiu valores de 58,29%. Nas demais estirpes ATCC 27893 e 5c também

houve redução na viabilidade celular, porém não foi na mesma proporção que a

estirpe 28c.

Em 6 horas de contato com a fração ativa ocorreu uma maior redução

da viabilidade celular, na concentração de 2 µg/mL nas estirpes ATCC 279853,

28c e 5c a viabilidade celular de 44,89%, 53,36% e 45, 39% respectivamente.

Compreendendo que a atividade contra as bactérias presentes comece a

atingir seu pico a partir desse tempo de exposição

Com 12 horas de exposição, a fração atingiu o pico de sua atividade

antimicrobiana contra as estirpes de Pseudomonas aeruginosa na

concentração (2 µg/mL), apresentou uma viabilidade de 39,32% para a estirpe

ATCC 279853; 28,19% de viabilidade celular para a estirpe 28c; e 55,05% de

viabilidade celular para a estirpe clínica 5c. Na concentração de 32 µg/mL

houve uma forte redução na viabilidade das células bacterianas em todas as

linhagens formando uma média de aproximadamente 4% de viabilidade.

Com relação à atividade antimicrobiana com 24 horas de exposição à

fração FR 32-33, não mostrou alteração do perfil em relação à avaliação com

12 horas de exposição na concentração de 32 µg/mL.

4.13 Espectrometria de Massa

A amostra foi analisada por HPLC-HRMS (cromatografia liquida de

alta eficiência acoplado a espectrometria de massa de alta resolução) a Figura

20 representa o perfil cromatográfico da análise e cada pico identificado por um

número.

78

Figura 20 - Perfil Cromatográfico dos componentes da fração FR 32-33 da Análise por Espectrometria de Massa

79

Foram analisados os compostos de acordo com os seus respectivos

tempos de retenção, assim como o nome do composto mais provável de ser

em comparação com o perfil de fragmentação, comparado a um banco de

dados (library) e a respectiva correspondência (fit)

Resultados em branco apresentados na análise são porque não houve

correspondência com nenhuma substancia, por isso não tem o nome nem a

biblioteca.

Na figura 21 começa a análise do pico a partir de sua fragmentação

denominada cmpd, Dissect, 1.4 min aparece um fragmento marcado

291.0860

Figura 21 - Análise do pico do composto (-) Epicatequina

Logo a baixo acompanha uma tabela íon formula C15 H15 06, logo a

molécula tem fórmula C15H1406. Com score de 100. Esta é a formula

correspondente a este pico.

Em seguida (Figura 22) foi feita avaliação desta estrutura C15 H15 O6

e por avaliação das fragmentações menores, quando comparada com

estruturas do banco de dados, identificou a estrutura desenhada como (-

)Epicatequina. Esta análise foi realizada com ionização no modo positivo.

80

Figura 22 - Análise estrutural por fragmentação do pico para o composto (-) Epicatequina

Os resultados também apresentaram outro composto com um pico na

posição 287.0553 onde também foi fracionado e identificado como Fisetina

(Figura 23)

Figura 23 – Análise do pico do composto Fisetina

Na figura 24 houve a fragmentação desse pico onde pode visualizar a

sua estrutura química com C15 H10 O6, onde o composto foi denominado de

Fisetina

Figura 24 - Análise da fragmentação do pico para o composto Fisetina

81

E por ultimo houve mais um pico na região 303.0499 onde também foi

fragmentado para ser analisado melhor e conhecer sua estrutura química

(Figura 25)

Figura 25 - Análise do pico para o composto Quercetina

Em seguida esse pico foi fragmentado e sua estrutura química se

revelou com C15 H10 O7, nomeando o composto como Quercetina como

mostra a figura 26.

Figura 26 - Análise da fragmentação do pico para o composto Quercetina

82

5 DISCUSSÃO

Annona glabra Linn é uma espécie de planta dispersa mundialmente,

sendo encontrada principalmente em áreas tropicais e subtropicais. Estudos

fitossociológicos demonstraram uma grande concentração de espécimes em

áreas alagadas como os observados na baixada maranhense (ALVES, 1997;

PAULA; PROTECTION, 2004; PINTO et al., 2005.). Entretanto, nas áreas de

coleta deste estudo e nas adjacências não foram encontrados outros

exemplares da mesma espécie necessitando estudos amplos de biogeografia

para catalogar outros exemplares da mesma área.

Neste estudo foi evidenciado atividade antimicrobiana dos extratos de

Annona glabra contra as bactérias Staphylococcus aureus, Acinetobacter

baumannii, Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli e Pseudomonas

aeruginosa. Contudo, as análises de determinação da CIM apontaram para

atividade específicamente mais relevante contra P. aeruginosa, conforme

mostrado na Tabela 8 com uma CIM de 4 µg/mL a fração Fr 32-33. Pela

variedade das bactérias testadas e números de testes antimicrobianos

realizados, esses resultados mostram que há um efeito antimocrobiano

específico para a bactéria P. aeruginosa

Em estudos feitos no Brasil com extrato de folhas e frutos de Annona

muricata não houve indícios de antividade antimicrobiana (SILVA, ANTUNES,

CATÃO, 2011; Pedroso; Lunardello, 2011) já outro estudo feito com extrato

aquoso e metanólico de folhas de plantas dessa mesma espécie realizado na

Índia por Pathak et al. (2010), Verificou-se sensibilidade frente a bactérias

Gram-positivas (Bacillus subtilis e Staphylococcus aureus), e Gram-negativas

(Klebsiella pneumoniae e Proteus vulgaris). O que pode nos levar a acreditar

que há diferenças fitogeográficas que interferem na produção de metabólitos.

Outros trabalhos nos leva a evidenciar essa controvérsia de resultados,

como por exemplo, um estudo realizado em Minas Gerais com extratos feitos a

partir de folhas de Annona crassiflora apresentou uma CIM de 1000 µg/mL para

a bactéria S. aureus. Contudo, um estudo realizado no Japão com extrato feito

de folha de Annona glabra apresentou uma concentração inibitória mínima de

500 µg/mL.

83

De acordo com a análise fitoquímica parcial observou-se que os

extratos hidro-alcoólicos obtidos a partir da folha apresentaram flavonoides em

alta concentração também evidenciados por revelação especifica após

cromatografia em camada delgada. Estudos semelhantes sobre caracterização

química de plantas do mesmo gênero como Annona nutans e Annona muricata

demostraram também uma alta concentração de compostos flavonoides em

extratos hidroalcoólicos e subfrações obtidas a partir de folhas (NUNES, 2011;

SILVA et al, 2015.)

Após a realização do particionamento, os extratos de Annona glabra

foram testados em cepas padrão e clínicas. Para a bactéria P. aeruginosa, as

partições do extrato obtiveram resultados, uma concentração inibitória mínima

e uma concentração bactericida mínima ainda não relatado antes na literatura.

Estes resultados foram apresentados tanto para a estirpe padrão ATCC quanto

para estirpes clínicas resistentes a antibióticos, apontando que esse extrato

tem uma ação específica contra a bactéria P. aeruginosa já que o resultado

para esta bactéria não se aproximou dos resultados realizados com outras

espécies bacterianas.

Ensaios antimicrobianos realizados por Rinaldi (2007), utilizando

partições metanol, hexano, diclorometano e acetato de etila obtidos de Annona

hypoglauca sugeriram que as concentrações inibitórias mínimas para as

bactérias S. aureus, E. faecalis, E. coli fossem superior a 100 μg/mL. Outro

estudo feito por Almeida e colaboradores (2014) com partições hexano e

clorofórmio obtidos de Annona vepretorum apresentaram uma CIM variando de

190 - 3120 μg/mL e CBM com variação de 780-6250 μg/mL em testes feitos

com E. coli, K. Pneumoniae, S. aureus.

Na Análise da avaliação da atividade antitumoral com célula HL-60

demostrou um alto potencial de atividade antitumoral em modelos in vivo dos

compostos presentes na partição flavonoídicas também evidenciado no estudo

de Pieme e colaboradores (2014), que utilizaram extratos de Annona muricata

para a determinação da atividade antiproliferativa e indução de apoptose em

células HL-60 onde apresentou um IC50 que variou entre 6-49 µg/mL. Assim

como no estudo de Silva e colaboradores (2015) onde foi utilizado extrato

produzidos a partir de caule e folhas de Annona muricata e apresentou uma

84

IC50 de 7,67 e 15,39 µg/mL. Corroborando com o grande potencial encontrado

em nosso estudo contra esse tipo de células.

Não há relatos na literatura de ensaios feitos com extratos da família

Annonaceae e células JURKAT, Porém, estudos realizados a partir do extrato

de folha de Annona glabra realizados por Cochrane e colaboradores (2008)

apresentaram uma boa resposta com média de IC50 a 0,65 µg/mL em células

leucêmicas que respondem a quimioterapia (CEM) e células leucêmicas que

não respondem a quimioterapia (CEM-VLB MDR).

Em células THP-1 a partição metanol atingiu a concentração capaz de

inibir 50% do crescimento celular em uma concentração baixa. Contudo,

estudos de Reis e colaboradores (2015) observou esse mesmo resultado numa

concentração de 257 µg/mL com a partição hexano de Annona muricata

Lima (2012) sugeriu que o IC50 com extrato de Annona cornifolia para a

célula MDA-MB-231 encontra-se na concentração superior a 20 µg/mL. Porém,

nesse estudo não conseguimos evidenciar esse resultado com nenhuma das

partições e concentrações.

Ensaios realizados com partições hexano, diclorometano e metanol do

extrato de Annona dioica realizados por Formagio e colaboradores (2015) e

Martins (2014) com células MCF-7 conseguiram sua IC50 em uma concentração

das partições abaixo de 12 µg/mL.

Em células HCT-116, a partição em metanol conseguiu obter 24% de

viabilidade a 100 µg/mL Levando assim a conclusão que os demais extratos

têm um menor potencial para atividades citotóxicas, discordando do estudo de

Almeida e colaboradores (2014), onde obteve uma inibição da viabilidade

celular de até 100% com extratos de Annona vepretorum a 50 µg/mL.

Não há relatos na literatura tornando esse o primeiro trabalho onde foi

realizado o fracionamento pela cromatografia de exclusão molecular com

extratos de Annona glabra. Onde foi revelada a fração ativa e foi comprovado

que a planta tem mais de um grupo de compostos com uma forte atividade anti-

pseudomonas.

As substâncias possivelmente ativas foram caracterizadas como (-)

Epicatequina, Fisetina e Quercetina. Até onde se sabe, este é o primeiro relato

da descrição dos compostos da partição acetato (Fração fr 32-33) em Annona

glabra.

85

Estruturalmente, a (-) - epicatequina é um composto de dois anéis

aromáticos ligados por um heterociclo oxigenado com um grupo 4-hidroxila. É

um composto com alta atividade biológica quando analisado isoladamente

(FRAGA et al., 2011). As epicatequinas são compostos representantes de

flavan-3-ols, uma subfamília dos compostos flavonoides polifenólicos, são

abundantes em sementes e casca de uvas, chá verde, nozes, morangos e

vinho tinto (MENARD et al., 2013). Há evidências de que a epicatequina e seus

derivados têm papel significativo na prevenção de doenças cardiovasculares

em seres humanos (RUIJTERS et al., 2013). Ainda, as epicatequinas podem

apresentar uma potente ação antioxidante. Essas substâncias são capazes de

modular a sinalização celular, melhorar a função endotelial, reduzir a pressão

arterial, e ainda apresentar proteção das mitocôndrias (FRAGA et al., 2011).

Com relação a família Annonaceae, existem poucos relatos sobre a

identificação de epicatequinas nas folhas de espécies do gênero. De acordo

com alguns estudos, constituintes do extrato de Annona muricata têm sido

relacionados com o controle de tumores no trato digestivo de cobaias e inibição

e apoptose de linhagens de células tumorais (PIEME et al., 2014;

ZOROFCHIAN et al., 2015;). Entretanto, ainda não há caracterização química

de todos os constituintes ativos presentes nas folhas. Possivelmente, as

epicatequinas podem ser responsáveis também pelos efeitos antagônicos em

tumores. Com relação a Annona glabra, ela é uma planta pouco estudada e

seus principais metabólitos secundários são pouco conhecidos, assim como a

atividade biológica destes. Diante do exposto, esta planta precisa ser explorada

melhor com relação à caracterização dos seus compostos fitoquímicos e suas

possíveis ações biológicas.

Com relação à atividade antimicrobiana, as epicatequinas têm sido

relacionadas por modularem a expressão de virulência em bactérias

patogênicas. Dentre as catequinas, a (-) - epicatequina galato (ECG), tem sido

a mais estudada, onde ela tem sido relacionada com a modificação de algumas

propriedades de Staphylococcus aureus, agindo na reversão do fenótipo

resistente ou anulando a resistência de linhagens a meticilina (MRSA) Ainda

sobre esta substância, a ECG pode também reduzir a secreção de proteínas

associadas à virulência em S. aureus, bem como a formação de biofilme, e

86

induz alterações morfológicas em células MRSA sem comprometer a taxa de

crescimento. Estudos demonstraram que ECG se liga predominantemente à

membrana citoplasmática de S. aureus, inicialmente diminuindo a fluidez da

bicamada lipídica, sendo também relacionado à indução de expressão de

genes relacionados a reparos de danos da parede celular (SHIOTA et al., 1999;

BERNAl et al., 2010; STEVENS et al., 2015)

Flavonoides, como (-) - epicatequina são metabolizados in vivo e

incluem os produtos metilados, sulfatados e derivados glucoronisados. Além

dos flavonóides originais, esses compostos podem também exercer atividades

biológicas in vivo. Um estudo recente mostrou que 4-O-metil-epicatequina e 3-

O-metil-epicatequina apresentavam funções antiproliferativas em células MCF-

7 (linhagem tumoral de câncer de mama) e em células BxPC-3 (linhagem

tumoral de câncer de pâncreas), ao passo que outros derivados mostraram

pouca ou nenhuma atividade, sugerindo assim que certos metabolitos

derivados de epicatequina poderão ser desenvolvidos como agentes

terapêuticos para o câncer (SHAY et al., 2015).

Em outro estudo recente, os autores mostraram que a (-) - epicatequina

tem a capacidade de inibir diretamente a atividade da DNA metiltransferase em

células de mamíferos contribuindo assim para o tratamento de tumores ou

prevenção de processos carcinogênicos, já que a hipermetilação do DNA é

conhecida por ser um mecanismo epigenético chave para o silenciamento de

vários genes, incluindo aqueles que são supressores de tumores e também no

sistema enzimático de reparo de DNA (DELGADO et al., 2014; LEE et al.,

2015).

Os resultados desta pesquisa evidenciaram a ação antitumoral e

antibacteriana de alguns compostos de natureza flavonoídica isolados

principalmente na fase orgânica acetato de etila. A recuperação dos compostos

com ação antimicrobiana foi possível pela técnica cromatográfica de exclusão

de tamanho molecular ou cromatografia de permeação em gel (CPG). O

composto isolado foi caracterizado como (-)- epicatequina pela base de dados

constante na biblioteca de espectros de fragmentação de massa constante no

software. A concentração inibitória mínima do composto purificado foi de 4

87

µg/mL em P. aeruginosa ATCC 27853, este resultado foi comparado com

outras drogas antimicrobianas como meropenem e ciprofloxacina, que

mostraram um resultado de CIM muito elevado, bem como para 3 linhagens P.

aeruginosa multidroga resistentes.

A fisetina (3,3’,4’,7- tetrahidroxiflavona) é uma molécula representante

dos flavonoides, que tem demostrado seu relevante para as pesquisas. Apesar

da sua ausência de atividade antimicrobiana, ela tem sido utilizada em terapias

anti-virulência, segundo estudo de Wanj e colaboradores (2015), essa molécula

é capaz de inibir a ação da Listeriolisina O, uma toxina hemolítica produzida

pela bactéria Listeria monocytogenes cuja função principal é facilitar a

replicação bacteriana no citosol por infringir as membranas fagossomais,

fazendo assim que o patógeno fuja do reconhecimento imunológico do

hospedeiro.

Ela também é conhecida por inibir a ação da proteína quinase C, o qual

é uma proteína viral codificada indispensável para a maturação e

processamento do vírus HIV, tornando a fisetina um alvo viável na terapia anti-

HIV. (GUHARAY, DENNISON , SENGUPTA, 1999; SENGUPTA, BANERJEE,

SENGUPTA, 2004).

A quercetina (3,3’,4’,5,7 -pentahidroxiflavona) é um dos flavonóides de

grande importância, pois possui potencial anticancerígeno, anti-inflamatório,

efeitos benéficos ao sistema hepático, cardiovascular e renal (BEHLING et al.,

2004; WILLIAMS et al., 2004) estando presente em várias frutas e vegetais

(HERTOG; HOLLMAN, 1996; SPAGNUOLO et al., 2012). Essa molécula

juntamente com a epigallocatechin-3-gallate tem sido demostrada como uma

importante opção terapêutica contra Mycobacterium tuberculosis droga-

resistênte (CIM = 32 µg/mL) e Klebsiella pneumoniae. produrota de β-

lactamases do tipo ESLB e KPC com uma CIM de 64 µg/mL (DEY, RAY,

HAZRA, 2015.).

Outro achado com a molécula quercetina sugere que esta molécula em

combinação com diferentes antibióticos agem em sinergismo aumentando o

dano causado pelos antibióticos contra o MRSA, danificando sua membrana

bacteriana (AMIN et al, 2015.)

88

Os ensaios de calorimetria de titulação isotérmica utilizando os dados

(injHo) a partir de injeções sucessivas de soluções de epicatequina em células

de P. aeruginosa ATCC 27853 indicou que a interação das moléculas com a

células planctônicas é de natureza endotérmica. Ainda, os ensaios de variação

do potencial zeta das células de P. aeruginosa ATCC 27853 indicaram o efeito

de alteração de carga superficial com valores que variam de -8,21 mV para

+2,95 mV após 200 injeções sucessivas da fração contendo epicatequina e

outros flavonoides presentes nas frações Fr 32-33 em concentrações

crescentes. Estes resultados corroboram com outras evidencias sobre a ação

de outras catequinas de ação antimicrobiana ou sinérgicas com drogas

antimicrobianas. As catequinas agem presencialmente na superfície celular de

bactérias. Como descrito para (-) - epicatequina galato (ECG), cuja ação

principal em S. aureus é se ligar a membrana celular ou parede celular levando

a um aumento da suscetibilidade antibiótico β-lactâmico oxacilina (ANDERSON

et al., 2011).

A bactéria P. aeruginosa é um dos patógenos microbianos mais críticos

em quadros de infecções hospitalares. Esse micro-organismo pode causar

altas taxas de mortalidade em indivíduos imunodeprimidos, e representa um

protótipo de agente multirresistente aos antimicrobianos, sendo rotineiramente

denominada de "superbactéria", as quais poucas opções terapêuticas eficazes

estão disponíveis (SCIUTO et al., 2014). Muitas estirpes de Pseudomonas

albergam vários marcadores de resistência a antimicrobianos, tais como os

genes para as enzimas metalo-β-lactamase (MBLs). O surgimento de MBLs

nas últimas décadas tem configurado um importante quadro preocupação em

relação a P. aeruginosa que leva muitos esforços para controlar surtos e

graves quadros de infecções em indivíduos suscetíveis. Por tanto, mais

ensaios microbiológicos são necessários para determinar o mecanismo de

ação da epicatequinas e flavonoides correlatos em linhagens de P. aeruginosa,

bem como outros compostos obtidos de Annona glabra, uma planta tropical

pouco estuda em nossa região.

89

6 CONCLUSÂO

Neste estudo foi demonstrado que a extrato acetato de Annona glabra

L apresentou uma excelente atividade antimicrobiana contra a bactéria

Pseudomonas aerurinosa se tornando um potencial candidato para terapias de

infecções contra esta bactéria, tendo uma boa interação com a membrana

celular bacteriana evidenciado pelos ensaios propostos. Ainda, partições do

extrato apresentaram uma boa atividade antitumoral in vitro em células de

mamíferos. Contudo mais estudos devem ser feitos para avaliar melhor a

farmacocinética, farmacodinâmica em modelos vivos a fim de verificar qual ou

quais os mecanismos de ação das moléculas ativas.

90

REFERÊNCIAS

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