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Universidade Católica do Salvador Direito Administrativo – Regime Jurídico Administrativo Prof. Marco Viana

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Universidade Católica do SalvadorDireito Administrativo – Regime Jurídico Administrativo

Prof. Marco Viana

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1. Conceito:

> conjunto de prerrogativas (poderes) e sujeições (deveres) com os quais a Administração Pública atua na busca do interesse público;

 

2. Poderes:

1º) vinculado; 5º) disciplinar;

2º) discricionário; 6º) de polícia;

3º) normativo (regulamentar); 7º) outros.

4º) hierárquico;

Direito AdministrativoRegime Jurídico Administrativo

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Direito AdministrativoRegime Jurídico Administrativo

3. O Poder de Polícia:

a) Definição:

> atividade pela qual a Administração Pública atua no sentido de limitar ou disciplinar exercício de direitos individuais, condicionando-os ao interesse público.

b) Terminologia:

> No Brasil: Poder de Polícia, cf. CF/88, art. 145, II, e CTN, art. 78;

> Na França: “limitações administrativas à liberdade e à propriedade”.

c) Fundamento:

> o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado.

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Direito AdministrativoRegime Jurídico Administrativo

3. O Poder de Polícia:

d) Finalidades:

> preventiva; > repressiva.

e) Objeto:

> atividades, bens e direitos.

f) Motivo:

> todo comportamento abusivo com o qual o particular ameaça ou viola o bem-estar social.

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Direito AdministrativoRegime Jurídico Administrativo

3. O Poder de Polícia:

g) Manifestação:

> Atos normativos ou gerais:

- Exs.: regulamentos ou portarias sobre horário e condições de venda de bebidas alcoólicas; sobre uso de fogos de artifício; sobre a utilização de equipamentos de segurança em embarcações, etc.;

> Atos concretos ou individuais:

- Exs.: autuação de uma fábrica poluidora; interdição de atividade destruidora do meio ambiente; embargo de uma construção irregular; apreensão de remédios fora do prazo de validade; guincho de um veículo, etc.;

> Atos de fiscalização:

- Exs.: fiscalização de construções, de táxis, de equipamentos de medição, de embarcações, de aeronaves, etc..

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Direito AdministrativoRegime Jurídico Administrativo

3. O Poder de Polícia:

h) Setores / Áreas de Atuação:

> vigilância sanitária e saúde pública;

> defesa animal;

> manejo, acomodação e destinação de cadáveres;

> economia popular;

> pesos e medidas

> vigilância patrimonial e segurança pessoal;

> polícia edilícia (edificações);

> trânsito;

> meio ambiente;

> diversões públicas, dentre muitas outras.

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Direito AdministrativoRegime Jurídico Administrativo

3. O Poder de Polícia:

i) Atributos:

> presunção de legitimidade;

> imperatividade (coercibilidade);

> exigibilidade;

> auto-executoriedade.

j) Requisitos ou Elementos:

> competência, finalidade, forma, motivo e objeto (conteúdo).

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3. O Poder de Polícia:

k) Delegação:

> impossibilidade, salvo em circunstâncias excepcionalíssimas (ex.: poderes atribuídos a capitães de navio);

> possibilidade, todavia, de se atribuir a particulares a práticas de atos materiais prévios ou sucessivos ao exercício do Poder de Polícia;

> Obs.: alguns consideram haver delegação de poder de polícia quando o Estado cria uma entidade descentralizada para tal fim.

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3. O Poder de Polícia:

l) Restrições Aplicáveis:

> multa, interdição de atividade, fechamento de estabelecimento, demolição de construção, embargo de obra, destruição de objetos, inutilização de gêneros, dentre outras.

m) Controles:

> controle interno (administrativo);

> controle judicial.

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4. Outras prerrogativas ( I ):

> a auto-executoriedade dos atos da Administração Pública;

> a auto-tutela dos atos da Administração Pública;

> o poder de expropriar (desapropriar);

> o poder de requisitar bens e serviços;

> o poder de ocupar temporariamente imóvel alheio;

> o poder de instituir servidão;

> o poder de decretar o tombamento de determinado bem;

> o poder de aplicar sanções.

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4. Outras prerrogativas ( II ):

> o poder de alterar e rescindir unilateralmente

contratos;

> o poder de encampar;

> o gozo de imunidade tributária;

> prazos dilatados em juízo;

> juízo privativo;

> processo especial de execução;

> presunção de veracidade de seus atos.

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Direito AdministrativoRegime Jurídico Administrativo

5. Sujeições:

> expressos sob a forma de Princípios da Administração Pública:

1º) supremacia do interesse público sobre o privado;

2º) legalidade;

3º) impessoalidade;

4º) publicidade;

5º) moralidade;

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5. Sujeições:

> expressos sob a forma de Princípios da Administração Pública:

6º) eficiência;

7º) presunção de legitimidade/veracidade;

8º) especialidade;

9º) controle ou tutela;

10º) autotutela;

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5. Sujeições:

> expressos sob a forma de Princípios da Administração Pública:

11º) hierarquia;

12º) continuidade do serviço público;

13º) razoabilidade e proporcionalidade;

14º) motivação;

15º) segurança jurídica.

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5.1 O Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Privado ( I ):

a) Conteúdo:

> a elaboração e a aplicação da lei devem ser implementadas levando-se em conta sua finalidade pública;

b) Conseqüências:

> vedação ao casuísmo legislativo/normativo;

> indisponibilidade/írrenunciabilidade do interesse público: a AP não pode deixar de exercer os poderes e as competências que lhe são atribuídas por lei, sob pena de responsabilidade política, civil, administrativa e penal - Lei n.º 9.784/99, art. 20, Parágrafo único, II.

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5.1 O Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Privado (II):

c) Instrumentos de garantia:

> sistema de controle interno da AP (CF/88, art. 74, I a IV);

> sistema de controle externo:

1º) exercido pelo Poder Legislativo e TC´s (CF/88, arts. 70 e ss.);

2º) exercido pelo Poder Judiciário:

> pela via das ações ordinárias (comuns);

> pela via dos remédios/writs/ações constitucionais (ação popular, mandado de segurança individual e coletivo, habeas corpus, habeas data, mandado de injunção);

3º) exercido a partir de iniciativa do cidadão.

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5.2 O Princípio da Legalidade ( I ):

a) Conteúdo:

> à AP só é dado fazer o que a lei lhe autoriza;

> a definição daquilo que a lei autoriza deve decorrer não de uma interpretação literal e legalista, mas de uma

interpretação do conjunto do ordenamento jurídico;

> o direito aplicável à modelagem das políticas públicas e do conteúdo dos atos administrativos não aparece pronto e acabado; resulta de uma construção legitimada a) pela realidade dos fatos, b) pela CF e c) pela argumentação

jurídica (motivação).

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5.2 O Princípio da Legalidade ( II ):

b) Fundamento:

> CF/88, art. 37, caput;

c) Legalidade X Legitimidade;

> razoabilidade;

> proporcionalidade.

d) Instrumentos de Garantia:

idem supra

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5.3 O Princípio da Impessoalidade ( I ):

a) Conteúdo:

> a AP não pode atuar com vistas a beneficiar ou a prejudicar pessoas determinadas, vez que seu comportamento deve sempre estar orientado para o interesse público;

> os atos da AP são imputáveis, não ao funcionário que os pratica, mas ao órgão ou entidade a que pertence na Administração.

b) Fundamentos:

> CF/88, art. 37, caput;

> Lei n° 9.784/99, art.. 2°, Parágrafo único, III.

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5.3 O Princípio da Impessoalidade ( II ):

c) Conseqüências:

> CF/88, art. 37, § 1°:

- proibição de promoção pessoal de agente público via publicidade institucional,

> Lei n° 9.784/99, arts. 18 a 21:

- normas sobre impedimento e suspeição no processo administrativo federal;

> Lei n° 8.112/90, art. 149, § 2° e Lei Estadual n° 6.677/94 (Estatuto Funcional do Estado da Bahia), art. 210, § 2° e 211:

- normas sobre impedimento e suspeição nos processo administrativos disciplinares federal e estadual.

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5.4 O Princípio da Presunção de Legitimidade ou de Veracidade:

a) Conteúdo:

> até prova em contrário, presumem-se verdadeiros e legais os atos praticados pela AP;

b) Natureza da presunção:

> presunção relativa (= juris tantum: admite prova em contrário, a cargo de quem se sinta prejudicado);

c) Conseqüências:

> auto-executoriedade dos atos/decisões da AP;

> constituição de obrigações independentemente daconcordância do particular;

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5.5 O Principio da Especialidade:

a) Conteúdo:

> as pessoas jurídicas públicas criadas pelo Estado como forma de descentralizar a prestação de serviços públicos e com vistas à especialização de funções tem suas finalidades revistas na lei que as instituiu, não cabendo as seus administradores afastar-se dos objetivos definidos no ato instituídor.

b) Abrangência:

> Administração Indireta (autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas e

agências).

c) Fundamentos: > CF/88, art. 37, XIX e XX;

> Lei n.° 6.404, de 15.12.76, art. 237.

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5.6 O Princípio do Controle ou da Tutela ( I ):

a) Conteúdo:

> Administração Direta deve fiscalizar as atividades de seus órgãos e supervisionar a atuação das

entidades da Administração indireta, com a finalidade de garantir a observância de suas finalidades institucionais;

b) Tipos de Controle:

1º) Controle Interno:

> CF/88, art. 70, parte final, e 74, I a IV;

2º) Controle Externo:

> CF/88, arts 5°, XXXV, 70 e 71 - controle judicial,controle legislativo e controle popular ou social).

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5.6 O Princípio do Controle ou da Tutela ( II ):

b) Tipos de Controle:

> o controle popular ou social – algumas expressões:

- CF/88, art. 5 °, LXXIII – ação popular;

- CF/88, art. 31, § 3° - exame das contas municipais;

- CF/88, art. 37, § 3° (EC 19/98) – Código de Defesa do Usuário de Serviços Públicos;

- CF/88, art. 74, § 2° - atuação dos cidadãos e dos grupos junto aos TC’s;

- L. L., art. 113, § 1° - denúncia de irregularidades;

- Lei n° 7.802, de 11.07.89, art. 5° - legitimidade de entidades para impugnar ou requerer o cancelamento do registro de agrotóxicos, etc.

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5.7 O Princípio do Autocontrole ou da Autotutela ( I )

a) Conteúdo:

> a AP pode anular seus atos quando ilegais e revogá- los quando inconvenientes, inoportunos ou ineficientes, independentemente de recurso ao Poder Judiciário;

> a AP tem o poder-dever de zelar pelos bens que integram o patrimônio público, independentemente de prévia manifestação do Poder Judiciário, atuando, para tanto, no sentido de impedir quaisquer atos que ponham em risco a conservação de tais bens.

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5.7 O Princípio do Autocontrole ou da Autotutela ( II )

b) Bases Jurisprudenciais:

STF,

> SÚMULA 346:

- A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos;

> SÚMULA 473:

- A AP pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direito adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

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5.8 O Princípio da Hierarquia:

a) Conteúdo:

> os órgãos da AP relacionam-se segundo mecanismos legais de coordenação e subordinação.

b) Conseqüências:

> poder de revisão dos atos dos subordinados;

> poder de delegar;

> poder de avocar atribuições;

> poder de punir;

> dever de obediência (p/ os subordinados).

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5.9 O Princípio da Continuidade do Serviço Público ( I ):

a) Conteúdo:

> sendo a forma pela qual o estado desempenha funções necessárias ou essenciais à coletividade, o serviço público não pode parar.

b) Conseqüências:

> exercício do direito de greve no serviço público condicionado aos termos de lei específica - CF/88, art, 37, VII;

> previsão legal dos institutos da suplência, delegação e substituição, para preencher funções públicas temporariamente vagas;

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5.9 O Princípio da Continuidade do Serviço Público ( II ):

b) Conseqüências:

> impossibilidade de invocação da cláusula exceptio non adimpleti contractus, nos contratos que tenham por objeto a prestação de serviço público;

> possibilidade de a AP utilizar instalações e equipamentos de empresas que com ela contrata para assegurara a continuidade do serviço;

> possibilidade de encampação da concessão de serviço público.

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5.10 O Princípio da Publicidade ( I ):

a) Conteúdo:

> a AP deve dar ampla divulgação dos atos que pratica.

b) Fundamento:

> CF/88, art. 37, caput..

c) Ressalvas:

> razões de interesse público;

> razões de segurança pública;

> razões de segurança nacional;

> razões associadas à proteção da intimidade das pessoas.

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5.10 O Princípio da Publicidade ( II ):

d) Disposições constitucionais associadas ao princípio:

> CF/88, art. 5°, XIV - direito de acesso à informação, para fins profissionais, resguardado o sigilo da fonte;

> CF/88, art. 5º, XXXIII - direito a receber de órgãos públicos informações de interesse particular, coletivo ou geral;

> CF/88, art. 5°, XXXIV, a) e b) - garantia do direito de petição e da obtenção de certidões;

> CF/88, art: 5°, LX - restrição à publicidade de atos processuais quando o exigirem a defesa da intimidade ou o interesse social;

> CF/88, art. 5°, LXXII - habeas data.

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5.10 O Princípio da Publicidade ( III ):

d) Disposições infra-constitucionais associadas ao princípio:

> Lei n° 9.051, de 18.05.95 – prazo de 15 dias para fornecimento de certidão solicitada a órgão da AP Direta e Indireta de todas as esferas;

> Lei nº 9.507, de 12.11.97 – regula o direito de acesso à informação e disciplina o HD;

> Lei nº 9.784/99, art: 2°, Parágrafo único, V;

> Lei nº 12.527, de 18.11.11 – rgula o acesso a informações revisto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição Federal;

> Lei Estadual nº 12.618, de 28.12.12 – regula o acesso a informações no âmbito do Estado da Bahia.

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5.11 O Princípio da Moralidade ( I ):

a) Conteúdo:

> comportamentos da AP e dos administrados que com ela se relacionam devem respeitar a moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e de eqüidade e a idéia comum de honestidade;

> as relações que se estabelecem entre a AP e os administrados devem se estabelecer com lealdade e boa- fé;

> a moralidade é valor exigível da AP e de todos os que com ela se relacionam.

b) Fundamento:

> CF/88, art. 37, caput.

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5.11 O Princípio da Moralidade ( II ):

c) Disposições constitucionais relativas ao princípio:

> CF/88, art. 5 °, LXXIII - ação popular;

> CF/88, art. 15, V - perda ou suspensão de direitos políticos em razão de ato de improbidade;

> CF/88, art. 37, § 4° - previsão de punição para os atos de improbidade administrativa;

> CF/88, art. 85, V - define a prática de ato de improbidade como crime de responsabilidade;

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5.11 O Princípio da Moralidade ( III ):

d) Disposições infra-constitucionais relativas ao princípio:

> Lei nº 4.717, de 29.06.65 – disciplina ação popular;

> Lei n° 1.079, de 10.04.50 – define os crimes de responsabilidade;

> Lei nº 8.429/92 – define os atos de improbidade administrativa e regula ação destinada à sua persecução;

> Lei nº 9.784/99, art. 20, Parágrafo único, inciso IV -atuação da AP segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé.

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5.12 Os Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade ( I ):

a) Conteúdo - Razoabilidade:

> os atos praticados pela AP devem ser adequados e compatíveis com a finalidade pública a que se destinam atender;

b) Conteúdo - Proporcionalidade:

> os atos praticados pela AP devem guardar uma proporção adequada entre os meios que emprega e os fins que lei deseja alcançar.

Em síntese,

> a AP deve proceder com razão e equilíbrio na definição do conteúdo dos seus atos e políticas.

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5.12 Os Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade ( II ):

c) Conseqüências:

> Lei nº 9.784/99, art. 20, Parágrafo único:

– adequação entre meios e fins e proibição de imposição de ônus superiores ao necessário para o alcance do interesse público (inciso VI);

– formalidades: só as essenciais à garantia dos interesses dos administrados (inciso VIII);

– adoção de formas simples para garantia da certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados (inciso IX).

> Lei nº 9.784/99, art. 29, § 2°: menor onerosidade possível para os atos instrutórios que exijam a atuação dos interessados.

> Razão e equilíbrio na gestão da receita e da despesa públicas;

> Razão e equilíbrio na dosimetria de sanções aplicáveis pela AP.

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5.13 O Princípio da Motivação ( I ):

a) Conteúdo:

> aquele em virtude do qual a AP deve indicar os fundamentos de fato e de direito de suas decisões;

b) Obrigatoriedade:

> atos praticados por vinculação.

c) Fundamento:

> o amplo reconhecimento doutrinário e jurisprudencial;

> CF/88, art. 93, X - obrigatoriedade de motivação para as decisões judiciais.

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5.13 O Princípio da Motivação ( II ):

d) Forma:

> concomitante ao ato ou anterior a este;

> também aceitável que seja elaborada por órgão distinto daquele que profere a decisão. Nessa hipótese,

- manifesta-se via pareceres, informações, laudos ou relatórios;

- aderem à decisão, sendo dela parte integrante.

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5.14 O Princípio da Eficiência ( I ):

a) Conteúdo:

> a AP deve realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional.

b) Precedentes doutrinários:

> Hely Lopes Meirelles: dever de eficiência;

> Carvalho Simas: dever de boa administração.

c) Fundamentos:

> CF/88, art. 37, caput (EC n° 19/98);

> Lei n° 9.784/99, art. 2, caput.

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5.14 O Princípio da Eficiência ( II ):

d) Desdobramentos:

> Dec-Lei n° 200/67:

- arts. 13 e 25, V - controle de resultado para as atividades do Poder Executivo;

- art. 25, VIII - fortalecimento do sistema de mérito;

- art. 26, III - sujeição da Administração Indireta à supervisão ministerial quanto à eficiência administrativa;

- art, 100 - recomendação de demissão para o servidor ineficiente ou desidioso;

> RJU, arts. 117, XV, e 132, II e III - previsão de demissão para o servidor que atua com desídia, que abandona o cargo ou que incorre em inassiduidade habitual;

> Estatuto Funcional da Bahia, arts. 176, XVI, e 192, II e III.

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5.15 O Princípio da Segurança Jurídica ( I ):

a) Conteúdo:

> a AP deve interpretar e aplicar as normas concernentes às suas relações com terceiros da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada a aplicação retroativa de nova interpretação.

b) Fundamentos:

> CF/88, art. 5°, XXXVI - respeito ao direito adquirido, o ato jurídico perfeito e à coisa julgada;

> Lei nº 9.784/99, art. 26, XIII.

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5.15 O Princípio da Segurança Jurídica ( II ):

c) Repercussões:

> não se aplica a situações constituídas com desrespeito à legalidade;

> manifesta-se também em razão de institutos como a prescrição, a decadência, as regras do processo

legislativo constitucional (CF/88, art. 62), dentre outros.