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Fernanda Marinela fernandamarinela @FerMarinela www.marinela.ma [email protected] REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO – PARTE II ROTEIRO DE AULA PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE O princípio da publicidade nada mais é que a divulgação, tendo como finalidade o conhecimento público. Esse princípio tem como base o fato de que o administrador exerce função pública, atividade em nome e interesse do povo, por isso nada mais justo que o titular desse interesse tenha ciência do que está sendo feito com os seus direitos. É relevante grifar que a publicidade deve obedecer ao formalismo previsto pela lei. Além do objetivo principal que é dar conhecimento público dos atos praticados pelo agente público, o princípio da publicidade produz outros efeitos: condição de eficácia para os atos administrativos, marcando o início de produção de seus efeitos externos termo inicial para contagem de prazos viabiliza o controle, a fiscalização dos atos praticados pelo Poder Público, seja pelos interessados diretos ou pelo povo em geral. São meios constitucionais para tanto: os remédios, por exemplo, o mandado de segurança, a ação popular, o habeas data; além de outros instrumentos, como a ação civil pública, o direito de petição, a representação às autoridades competentes e o pedido de informações. ATENÇÃO: PUBLICIDADE ≠ PUBLICAÇÃO: A publicação, enquanto divulgação em diário oficial, é somente uma das hipóteses de publicidade; é espécie desse gênero e, portanto, não são sinônimos. A publicidade pode acontecer de várias maneiras: via cientificação pessoal no próprio processo, por meio do correio, divulgação em diário oficial ou jornal de grande circulação, ou até mediante sessões realizadas de portas abertas, como na licitação, por exemplo, entre outras formas que viabilizam o conhecimento público. A publicidade, como princípio de Administração Pública, abrange toda a atuação estatal, não só sob o aspecto de divulgação oficial de seus atos, como também de propiciação de conhecimento da conduta interna de seus agentes e como garantia de informação. Para fundamentar a obrigatoriedade desse princípio, podem ser identificados alguns dispositivos constitucionais: o art. 37, caput, que define publicidade como um dos princípios da Administração Pública; o art. 5 o , inciso XXXIII, que garante o direito à informação; o art. 5 o , inciso XXXIV, alínea b, que define o direito de certidão; além do art. 5 o , inciso LXXII, que institui o remédio

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REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO – PARTE II

ROTEIRO DE AULA

PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

O princípio da publicidade nada mais é que a divulgação, tendo como

finalidade o conhecimento público. Esse princípio tem como base o fato de

que o administrador exerce função pública, atividade em nome e interesse

do povo, por isso nada mais justo que o titular desse interesse tenha ciência

do que está sendo feito com os seus direitos. É relevante grifar que a

publicidade deve obedecer ao formalismo previsto pela lei.

Além do objetivo principal que é dar conhecimento público dos atos

praticados pelo agente público, o princípio da publicidade produz outros efeitos:

condição de eficácia para os atos administrativos, marcando o início de produção de seus efeitos externos

termo inicial para contagem de prazos

viabiliza o controle, a fiscalização dos atos praticados pelo Poder Público, seja pelos interessados diretos ou pelo povo em geral. São

meios constitucionais para tanto: os remédios, por exemplo, o mandado

de segurança, a ação popular, o habeas data; além de outros instrumentos, como a ação civil pública, o direito de petição, a

representação às autoridades competentes e o pedido de informações.

ATENÇÃO: PUBLICIDADE ≠ PUBLICAÇÃO: A publicação, enquanto divulgação em diário oficial, é somente uma das hipóteses de publicidade; é espécie desse gênero

e, portanto, não são sinônimos. A publicidade pode acontecer de várias maneiras:

via cientificação pessoal no próprio processo, por meio do correio, divulgação em diário oficial ou jornal de grande circulação, ou até mediante sessões realizadas de

portas abertas, como na licitação, por exemplo, entre outras formas que viabilizam o

conhecimento público.

A publicidade, como princípio de Administração Pública, abrange toda a

atuação estatal, não só sob o aspecto de divulgação oficial de seus atos, como

também de propiciação de conhecimento da conduta interna de seus agentes e como

garantia de informação. Para fundamentar a obrigatoriedade desse princípio, podem

ser identificados alguns dispositivos constitucionais: o art. 37, caput, que define

publicidade como um dos princípios da Administração Pública; o art. 5o,

inciso XXXIII, que garante o direito à informação; o art. 5o, inciso XXXIV, alínea b,

que define o direito de certidão; além do art. 5o, inciso LXXII, que institui o remédio

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constitucional denominado habeas data, que garante o direito à obtenção e à

retificação de informações pessoais.

O texto constitucional define algumas exceções ao princípio da

publicidade1, estabelecendo, nesses casos, a garantia do sigilo:

art. 5º, X - que estabelece serem invioláveis a intimidade, a vida

privada, a honra e a imagem das pessoas, aplicando a quem as violar o dever de indenizar por danos materiais e morais causados

art. 5º, XXXIII – que garante o direito à informação2, ressalvadas as

informações imprescindíveis à segurança da sociedade e do Estado. art. 5º LX – que dispõe que a lei poderá restringir a publicidade dos atos

processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o

exigirem

Muito cuidado, ainda, com o art. 37, § 1o, da CF, que dispõe o seguinte: “A

publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos

deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de

autoridades ou servidores públicos”. Esse dispositivo deve ser observado em duas

partes. Em primeiro lugar está o dever de publicidade dos administradores públicos, o que deve respeitar objetivos previstos na Constituição, para informar, orientar e

educar a sociedade. Caso tal dever seja descumprido, o agente deve ser

responsabilizado, caracterizando, inclusive, improbidade administrativa, prevista no

art. 11, da Lei no 8.429/92. Na segunda parte, o dispositivo veda a promoção pessoal observando diversos princípios constitucionais, tais como impessoalidade,

moralidade, eficiência e outros. Nesse caso, não se pode confundir publicidade com

propaganda pessoal, atentando para o fato de que o texto constitucional proíbe a publicidade que represente propaganda do administrador. Essa disposição faz

sentido quando se tem como regra o fato de o administrador exercer função

pública, portanto, munus publico, daí por que todas as suas obras, serviços prestados e atividades desenvolvidas não representam nada mais do que a sua

obrigação, o seu dever de ser um bom administrador. (É preciso lembrar que ele

não faz porque é bonzinho e, sim, porque ele tem o dever de fazer.) Também

ressalte-se que o dinheiro gasto com o material publicitário, com a propaganda

1 A Lei n

o 12.550, de 15.12.2011, inseriu no Código Penal o Capítulo V que dispõe sobre “Fraudes em certames de interesse público”. O art. 311-A

tipifica a conduta de utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame,

conteúdo sigiloso de concurso público, avaliação ou exame público, processo seletivo para ingresso no ensino superior ou exame ou processo

seletivo previstos em lei. A pena prevista para este crime é a de reclusão de um a quatros anos e multa.As mesmas penas são a plicadas àquele que

permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações relativas aos certames citados acima. As penas serão de

dois a seis anos e multa se da ação ou omissão de publicidade indevida resultar dano à Administração Pública.Este novo diploma legal acrescenta

mais uma responsabilidade quanto à utilização indevida de informações de interesse público. 2 Esse dispositivo foi regulamentado inicialmente pela Lei n

o 11.111

2, publicada em 06.05.2005, porém, a referida lei foi revogada, em 18.11.2011,

pela Lei no 12.527, que passou a regulamentar o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5

o, no inciso II do § 3

o do art. 37 e no § 2

o

do art. 216 da Constituição Federal e alterou a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990. O novo diploma legal entrou em vigor no dia 16.05.2012.

No âmbito do Poder Executivo federal foi editado o Decreto no 7.724, de 16.05.2012 que regulamenta os procedimentos para a garantia do acesso à

informação e para a classificação de informações sob restrição de acesso, observados grau e prazo de sigilo.

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efetivamente (o outdoor, a faixa, a propaganda da TV) é fato decorrente de que ele

está somente cumprindo a sua obrigação.

CURIOSIDADE: A Lei n. 13.303/2016 que instituiu o estatuto jurídico das empresas

estatais deu grande destaque a publicidade e transparência dos atos praticados pelas

empresas, como por exemplo, art. 48 que determina que será dada publicidade, com

periodicidade mínima semestral, em sítio eletrônico oficial na internet de acesso

irrestrito, à relação das aquisições de bens efetivadas pelas empresas.

Quanto a transparência dedicou-se no art. 8º a elencar requisitos mínimos de

transparência como por exemplo: elaboração de carta anual com explicação de

compromissos assumidos para atender as finalidades para as quais foram criadas

(interesse coletivo ou imperativo de segurança nacional), demonstrações financeiras,

carta anual de governança corporativa dentre outras. Estes documentos de

cumprimento dos requisitos de transparência devem também estar publicados na

internet de forma permanente e cumulativa. Estas regras foram reiteradas com a

publicação do Decreto n. 8.945/2016 que regulamenta, no âmbito da União, a Lei no

13.303, de 30 de junho de 2016.

PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA

Este princípio, que ganhou roupagem de princípio constitucional expresso por

meio da Emenda Constitucional no 19/98, embora já existisse implicitamente na Lei

Maior, trata-se de uma condição indispensável para a efetiva proteção do interesse

público.

A eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza,

perfeição e rendimento funcional. Consiste na busca de resultados práticos de

produtividade, de economicidade, com a consequente redução de desperdícios do

dinheiro público e rendimentos típicos da iniciativa privada, sendo que, nessa

situação, o lucro é do povo; quem ganha é o bem comum.

Para os serviços públicos, já existia previsão expressa em relação à necessidade

de eficiência no art. 6o da Lei no 8.987/95, que dispõe sobre concessão e permissão

de serviços públicos e define o serviço público adequado. Nesse caso, a norma

constitucional vem para fortalecer essa exigência. Quanto aos serviços, o princípio

requer um aperfeiçoamento na sua prestação, que tem que ser eficaz quanto aos

meios para sua implementação e quanto aos resultados obtidos, além da

necessidade de eficiência qualitativa e quantitativa dessas atividades, o que ainda

está distante da realidade brasileira.

A EC no 19, para viabilizar a aplicação do novo princípio expresso, introduziu

alguns mecanismos no texto constitucional.

Quanto aos servidores, a eficiência aparece como requisito indispensável para a

aquisição e perda da garantia de estabilidade, conforme regras do art. 41 da

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Constituição Federal. Hoje, um servidor público, para adquirir a estabilidade,

precisa ser aprovado em concurso público, nomeado em cargo de provimento

efetivo, cumprir os três anos de efetivo exercício e ser aprovado em uma avaliação

especial de desempenho que representa um instrumento para se exigir mais dos

servidores e com isso haver uma administração mais eficiente. Uma vez adquirida a

estabilidade, ele poderá perdê-la em razão de decisão judicial transitada em

julgado, processo administrativo com contraditório e ampla defesa ou por meio de

um procedimento de avaliação periódica de desempenho, consoante

regulamentação por lei complementar, o que também representa mecanismo para

realização da eficiência3. Também representam implantação do princípio da

eficiência as regras quanto à racionalização da máquina administrativa, definidas

no art. 169 da Constituição. Por fim, a EC no 19 também alterou o art. 37, § 3o, da

CF, determinando-o como um instrumento para que os indivíduos possam exercer

efetivamente sua cidadania e exigir eficiência, permitindo que a lei discipline as

formas de participação do usuário na administração direta e indireta, regule as

reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, garanta o acesso

dos usuários a registros administrativos e informações sobre atos de governo e

regulamente a representação contra o exercício negligente ou abusivo dos cargos,

empregos e funções públicas. Esse, com certeza, é um excelente instrumento para

a efetivação do princípio da eficiência.

CURIOSIDADE: EC 95/2016 (Teto dos Gastos) –

Limita por 20 anos os gastos públicos com o objetivo de “equilíbrio das contas

públicas por meio de um rígido mecanismo de controle de gastos”. De acordo com

o texto, o teto para 2017, primeiro ano de vigência da PEC, será definido com base

na despesa primária paga em 2016 (incluídos os restos a pagar), com a correção

de 7,2%, a inflação prevista para este ano.

A partir de 2018, os gastos federais só poderão aumentar de acordo com a

inflação acumulada conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo

(IPCA). O regime valerá para os orçamentos fiscal e da seguridade social e para

todos os órgãos e Poderes da República. Dentro de um mesmo Poder, haverá

limites por órgão. Existirão, por exemplo, limites individualizados para tribunais,

Conselho Nacional de Justiça, Senado, Câmara, Tribunal de Contas da União (TCU),

Ministério Público da União, Conselho Nacional do Ministério Público e Defensoria

Pública da União. O órgão que desrespeitar seu teto ficará impedido de, no ano

seguinte, dar aumento salarial, contratar pessoal, criar novas despesas ou

conceder incentivos fiscais, no caso do Executivo. (informações do site do Senado)

3 Assim, é possível perceber que, para efetivação da eficiência dos servidores públicos, além da condição do concurso público q ue representa

uma escolha meritória dos candidatos, têm-se hoje duas avaliações: a avaliação especial de desempenho, como condição para aquisição da estabilidade (art. 41, § 4

o, da CF) e a avaliação periódica de desempenho (art. 41, § 1

o, III, da CF), hipótese que poderá levar o servidor à perda do

cargo. A avaliação especial de desempenho foi regulamentada pela Lei no 11.784, de 22.09.08 que alterou a Lei n

o 8.112/90, que passa a dispor

em seu art. 20, parágrafo primeiro: “§ 1o 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio probatório, será submetida à homologação da

autoridade competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput deste artigo”. Como é possível perceber, esse dispositivo não resolve de vez a situação, ficando essa avaliação ainda condicionada à lei ou regulamento de cada carreira. No que tange à avaliação periódica de desempenho a situação ainda é mais grave, porque a matéria depende de lei complementar e até agora não foi regulamentada, apesar de já ter projeto de lei tramitando no Congresso Nacional.

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PRINCÍPIO DA ISONOMIA

Isonomia significa tratar os iguais de forma igual e os desiguais de

forma desigual, na medida de suas desigualdades. Todavia, a dificuldade é

fixar quais são os parâmetros e definir quem são os iguais ou os desiguais e, o que

é ainda pior, qual é a medida da desigualdade.

Com o propósito de facilitar a aplicação desse princípio, verificando se há ou

não a sua violação, é possível utilizar-se de dois elementos: primeiro, identificar

qual é o fator de discriminação e, em seguida, verificar se esse fator de exclusão

está ou não de acordo com o objetivo da norma. Quando o fator de discriminação

utilizado no caso concreto estiver compatível com o objetivo da norma, não há

violação do princípio da igualdade e a exclusão é válida. De outro lado, o inverso

não é verdadeiro, havendo desobediência à isonomia se a regra de exclusão estiver

incoerente com a norma.

Nesse cenário, deve sempre haver pertinência lógica entre o fato

discriminado e a razão jurídica pela qual a discriminação é feita. Por exemplo, a

Administração resolveu fazer concurso para salva-vidas, estabeleceu no edital que

deficientes físicos, de cadeiras de rodas, não poderiam prestar o dito concurso.

Nessa hipótese, não houve violação à isonomia, já que eles não conseguiriam

exercer esse tipo de atividade. Nesse diapasão, encontra-se a regra do art. 5o,

§ 2o, da Lei no 8.112/90, o Regime Jurídico dos Servidores da União.4 No entanto,

se o concurso fosse para o exercício de uma função administrativa qualquer, a

mesma regra de exclusão de deficientes seria atentatória à igualdade

constitucional.

No ordenamento jurídico brasileiro e, especialmente no Direito

Administrativo, vários institutos representam a aplicação do princípio da isonomia.

Entre eles estão a licitação e o concurso público, institutos que viabilizam a escolha

da melhor proposta ou do melhor candidato, respectivamente, ao mesmo tempo

em que tornam viável a oportunidade de os interessados disputarem em igualdade

de condições.

Assim, consideramos que os procedimentos de licitação e concurso, que

admitem desde o início a criação de critérios distintivos, também estão sujeitos à

clara exigência de que a discriminação deva ser compatível com os fins e valores

consagrados no ordenamento. E mais, estabelecidas as regras legitimamente,

instalado o procedimento, fica proibida qualquer distinção procedimental entre os

participantes.

No que tange à acessibilidade aos cargos públicos e ao concurso público, as

regras visam a dar a todos iguais oportunidades, não se admitindo distinções entre

brasileiros natos e naturalizados, exceto nas hipóteses do art. 12, § 3o, da CF, nem

4“Art. 5

o São requisitos básicos para investidura em cargo público:” (...) “§ 2

o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se

inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.”

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mesmo as distinções em razão de idade e sexo, regra do art. 39, § 3o, e do art. 7o,

XXX, da CF, exceto aquelas distinções que a natureza do cargo assim o exigir, desde

que previstas em lei, o que nesse caso não viola o princípio da isonomia.

PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA

Os princípios do contraditório e da ampla defesa foram ampliados, saindo

do âmbito do Direito Processual para o Direito Administrativo, considerando que a

Constituição os estabelece hoje expressamente para o processo administrativo. O

art. 5o, LV, do texto constitucional estabelece que em processo judicial ou

administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e

ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.

O princípio da ampla defesa é inerente ao direito de ação, à tutela do

Estado. Representa uma consequência do devido processo legal, porém tendo

bases e regras específicas.

Esse princípio deve assegurar à parte a garantia de defesa, conferindo ao

cidadão o direito de alegar e provar o que alega, podendo se valer de todos os

meios e recursos disponibilizados para a busca da verdade real, proibindo-se,

taxativamente, qualquer cerceamento de defesa. Garantir à parte o prazo é o

mínimo para o exercício desse direito, apesar de não configurar violação ao

princípio a sua não participação. Para sua verdadeira aplicação, algumas regras

devem ser observadas:

a) o caráter prévio da defesa: é a anterioridade da defesa em relação

ao ato decisório, exigindo-se procedimentos e penas predeterminados,

para que a parte saiba exatamente como e do que deve se defender;

b) o direito à informação geral decorrente do contraditório, o acesso ao

processo, além do direito de cópias desde que as despesas corram a

cargo do interessado;

c) o direito de solicitar a produção de provas, vê-las realizadas e

interferindo efetivamente no convencimento do julgador;

d) a defesa técnica: seria aquela realizada pelo representante legal do

interessado, o advogado, que contribui substancialmente para o equilíbrio

e a legalidade do processo, mas tem presença facultativa.

ATENÇÃO: Súmula Vinculante no 5 do STF, que diz: “A falta de defesa técnica por advogado no processo

administrativo disciplinar não ofende a Constituição”

e) o direito de interpor recurso administrativo, independentemente

de previsão explícita em lei, com a aplicação da parte final do art. 5o,

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inciso LV, que garante esse direito, além do exercício do direito de

petição, previsto no art. 5o, XXXIV, alínea a, todos da CF.5

Está consagrada a exigência de um processo formal regular, realizado

conforme a previsão legal, não podendo a Administração Pública proceder contra

alguém, atingindo os seus interesses e direitos sem oferecer-lhe contraditório e

ampla defesa, sem obediência aos ditames constitucionais.

Aplicando o princípio do contraditório, a Administração Pública está obrigada

a dar ciência da existência do processo e de seu conteúdo ao interessado. Trata-se

de um elemento essencial do processo, com fulcro em uma base lógica que exige a

bilateralidade da relação jurídica processual e em uma base política que garante

que ninguém pode ser julgado, sem antes ser ouvido.

Para ser dada plenitude e efetividade a esse princípio, não basta apenas

intimar a parte para manifestar-se, ouvi-la e permitir a produção e alegação de

provas; é preciso deixar que a mesma influa no convencimento do julgador. Enfim,

como corolário dos princípios do contraditório e da ampla defesa, deve-se colocar a

parte socialmente mais fraca em condições de paridade inicial frente à parte mais

forte e impedir que a igualdade de direitos se transforme em desigualdade de fato,

por causa da inferioridade cultural ou econômica de uma delas.

Os princípios do contraditório e da ampla defesa também estão previstos de

forma expressa no art. 2o da Lei no 9.784/1999.

JURISPRUDÊNCIA

EMENTA: DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO

EXTRAORDINÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO. EXTENSÃO DE REAJUSTE. PRINCÍPIO DA

ISONOMIA. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA VINCULANTE 37. 1. Não cabe ao Poder

Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores

públicos sob o fundamento de isonomia (Súmula Vinculante 37). 2. Agravo

regimental a que se nega provimento.

(RE 353115 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em

5 Nesse aspecto, é importante lembrar a inconstitucionalidade do depósito prévio como condição para o direito de recurso. A mat éria já foi

reconhecida pelo STJ na Súmula no 373, de 30.03.2009, que dispõe: É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso

administrativo. No mesmo sentido a matéria foi decidida pelo STF em sede de repercussão geral (AI 698.626) e na Súmula Vinculante no 21, que

define: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.Importante conferir ainda a Súmula Vinculante nº 03 cujo texto garante: “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão”.

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23/06/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-154 DIVULG 05-08-2015 PUBLIC 06-08-

2015)

EMENTA: Ação direta de inconstitucionalidade. Lei nº 11.521/2000 do Estado do Rio

Grande do Sul. Obrigação do Governo de divulgar na imprensa oficial e na internet

dados relativos a contratos de obras públicas. Ausência de vício formal e material.

Princípio da publicidade e da transparência. Fiscalização. Constitucionalidade. 1. O

art. 22, inciso XXVII, da Constituição Federal atribuiu à União a competência para

editar normas gerais de licitações e contratos. A legislação questionada não traz

regramento geral de contratos administrativos, mas simplesmente determina a

publicação de dados básicos dos contratos de obras públicas realizadas em rodovias,

portos e aeroportos. Sua incidência é pontual e restrita a contratos específicos da

administração pública estadual, carecendo, nesse ponto, de teor de generalidade

suficiente para caracterizá-la como “norma geral”. 2. Lei que obriga o Poder

Executivo a divulgar na imprensa oficial e na internet dados relativos a contratos de

obras públicas não depende de iniciativa do chefe do Poder Executivo. A lei em

questão não cria, extingue ou modifica órgão administrativo, tampouco confere nova

atribuição a órgão da administração pública. O fato de a regra estar dirigida ao Poder

Executivo, por si só, não implica que ela deva ser de iniciativa privativa do

Governador do Estado. Não incide, no caso, a vedação constitucional (CF, art. 61, §

1º, II, e). 3. A legislação estadual inspira-se no princípio da publicidade, na sua

vertente mais específica, a da transparência dos atos do Poder Público. Enquadra-se,

portanto, nesse contexto de aprimoramento da necessária transparência das

atividades administrativas, reafirmando e cumprindo o princípio constitucional da

publicidade da administração pública (art. 37, caput, CF/88). 4. É legítimo que o

Poder Legislativo, no exercício do controle externo da administração pública, o qual

lhe foi outorgado expressamente pelo poder constituinte, implemente medidas de

aprimoramento da sua fiscalização, desde que respeitadas as demais balizas da

Carta Constitucional, fato que ora se verifica. 5. Não ocorrência de violação aos

ditames do art. 167, I e II, da Carta Magna, pois o custo gerado para o cumprimento

da norma seria irrisório, sendo todo o aparato administrativo necessário ao

cumprimento da determinação legal preexistente. 6. Ação julgada improcedente.

(ADI 2444, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 06/11/2014,

ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe: 02/02/2015)

EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. ACESSO A

INFORMAÇÕES DE CARTÃO CORPORATIVO DO GOVERNO FEDERAL. O não

fornecimento pela União do extrato completo – incluindo tipo, data, valor

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das transações efetuadas e CNPJ dos fornecedores – do cartão de

pagamentos (cartão corporativo) do Governo Federal utilizado por chefe de

Escritório da Presidência da República constitui ilegal violação ao direito de

acesso à informação de interesse coletivo, quando não há evidência de que

a publicidade desses elementos atentaria contra a segurança do Presidente

e Vice-Presidente da República ou de suas famílias. No caso, o não

fornecimento de documentos e informações constitui ilegal violação ao direito de

acesso à informação de interesse coletivo, sendo importante a sua divulgação, regida

pelos princípios da publicidade e da transparência – consagrados na CF e na Lei

12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação). De igual forma, não há evidência de que

a publicidade de tais elementos atentaria contra a segurança do Presidente e Vice-

Presidente da República ou de suas famílias. Ressalte-se que o fornecimento apenas

de planilha em que os gastos aparecem de forma genérica impede a elaboração de

análise minimamente conclusiva. Deve-se, ainda, assinalar que a transparência dos

gastos e das condutas governamentais não deve ser apenas um flatus vocis, mas

sim um comportamento constante e uniforme. Além disso, a divulgação dessas

informações seguramente contribui para evitar episódios lesivos e prejudicantes. MS

20.895-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 12/11/2014.

EMENTA: ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO

FEDERAL.ENFERMEIRA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE. ACUMULAÇÃO DE CARGOS

PRIVATIVOS DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE. JORNADA SEMANAL SUPERIOR A 60

(SESSENTA HORAS). AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. SEGURANÇA

DENEGADA.1. Trata-se de mandado de segurança impetrado em face de ato

praticado pelo Ministro de Estado da Saúde consistente na demissão da impetrante

do cargo de enfermeira por acumulação ilícita de cargos públicos, com fundamento

nos arts. 132, XII, e 133, § 6º, da Lei 8.112/90.2. Acertado se mostra o Parecer GQ-

145/98 da AGU, eis que a disposição do inciso XVI do art. 37 da Constituição Federal

- "é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver

compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI" -

constitui exceção à regra da não-acumulação; assim, deve ser interpretada de forma

restritiva.3. Ademais, a acumulação remunerada de cargos públicos deve atender ao

princípio constitucional da eficiência, na medida em que o profissional da área de

saúde precisa estar em boas condições físicas e mentais para bem exercer as suas

atribuições, o que certamente depende de adequado descanso no intervalo entre o

final de uma jornada de trabalho e o início da outra, o que é impossível em

condições de sobrecarga de trabalho.4. Também merece relevo o entendimento do

Tribunal de Contas da União no sentido da coerência do limite de 60 (sessenta)

horas semanais - uma vez que cada dia útil comporta onze horas consecutivas de

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descanso interjornada, dois turnos de seis horas (um para cada cargo), e um

intervalo de uma hora entre esses dois turnos (destinado à alimentação e

deslocamento) -, fato que certamente não decorre de coincidência, mas da

preocupação em se otimizarem os serviços públicos, que dependem de adequado

descanso dos servidores públicos. Ora, é limitação que atende ao princípio da

eficiência sem esvaziar o conteúdo do inciso XVI do art. 37 da Constituição

Federal.5. No caso dos autos, a jornada semanal de trabalho da impetrante

ultrapassa 60 (sessenta) horas semanais, razão pela qual não se afigura o direito

líquido e certo afirmado na inicial.6. Segurança denegada.(MS 19.300/DF, Rel.

Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 10/12/2014,

DJe 18/12/2014)

EMENTA DIREITO ADMINISTRATIVO. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ART. 37, CAPUT, DA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL. CONCURSO PÚBLICO. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE.

EXIGÊNCIA DE DIVULGAÇÃO ADEQUADA DOS ATOS ADMINISTRATIVOS.

CONTROVÉRSIA VINCULADA À ANÁLISE DAS CIRCUNSTÂNCIAS MATERIAIS

APRESENTADAS NO CASO CONCRETO. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO EM

18.12.2007. Para divergir do Tribunal de origem, na hipótese em apreço, necessário

seria o revolvimento do quadro fático delineado e da legislação infraconstitucional,

procedimento vedado em sede extraordinária, razão pela qual a análise de eventual

afronta aos preceitos constitucionais invocados no apelo extremo esbarraria no óbice

da Súmula 279 desta Corte: “Para simples reexame de prova não cabe recurso

extraordinário.” As razões do agravo regimental não se mostram aptas a infirmar os

fundamentos que lastrearam a decisão agravada, mormente no que se refere à

ausência de ofensa direta e literal a preceito da Constituição da República. Agravo

regimental conhecido e não provido.(RE 603512 AgR, Relator(a): Min. ROSA

WEBER, Primeira Turma, julgado em 24/02/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe- 11-

03-2015)

Ementa: CONSTITUCIONAL. PUBLICAÇÃO, EM SÍTIO ELETRÔNICO MANTIDO PELO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, DO NOME DE SEUS SERVIDORES E DO VALOR DOS

CORRESPONDENTES VENCIMENTOS. LEGITIMIDADE. 1. É legítima a publicação,

inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração Pública, dos nomes dos seus

servidores e do valor dos correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias. 2.

Recurso extraordinário conhecido e provido.(ARE 652777, Relator(a): Min. TEORI

ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 23/04/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO

REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe 01-07-2015)

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ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. CONVOCAÇÃO DO CANDIDATO PARA

NOVA ETAPA DO CERTAME, POR MEIO DE PUBLICAÇÃO EM DIÁRIO OFICIAL DO

ESTADO, CONFORME PREVISÃO EDITALÍCIA. LONGO LAPSO TEMPORAL ENTRE AS

FASES DO CERTAME. NECESSIDADE DE NOTIFICAÇÃO PESSOAL. PRINCÍPIOS DA

PUBLICIDADE E RAZOABILIDADE.1. O STJ firmou o entendimento de que

"caracteriza violação ao princípio da razoabilidade a convocação para determinada

fase de concurso público, mediante publicação do chamamento em diário oficial

e pela Internet, quando passado considerável lapso temporal entre a homologação

final do certame e a publicação da nomeação, uma vez que é inviável exigir que o

candidato acompanhe, diariamente, durante longo lapso temporal, as publicações

no Diário Oficial e na Internet" (MS 15.450/DF, Rel. Ministro Mauro Campbell

Marques, Primeiro Seção, julgado em 24/10/2012, DJe 12/11/2012).2. Destaca-se

que os documentos que o ora recorrente instruiu a impetração demonstram a sua

alegação de que, desde a homologação do resultado final do certame, em 11 de

abril de 2013, as convocações dos candidatos em cadastro reserva se deram

somente mediante publicação no Diário Oficial do estado em 12 de junho de 2015,

cerca de dois anos após a homologação.3. Recurso Ordinário provido.(RMS

50.924/BA, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em

17/05/2016, DJe 01/06/2016)

ANOTAÇÕES DA AULA

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RESOLUÇÃO DE QUESTÕES

1. TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Juiz do trabalho (adaptada)

I. O princípio da moralidade administrativa – enquanto valor constitucional revestido

de caráter ético-jurídico – condiciona a legitimidade e a validade dos atos estatais.

CORRETA

II. A Emenda Constitucional n018/1998 introduziu expressamente o princípio da

eficiência dentre os princípios da Administração Pública, em que pese já constar de

norma constitucional a necessidade de a Administração manter sistema de controle

interno com a finalidade de avaliar os resultados quanto à eficiência da gestão

orçamentária, financeira e patrimonial dos seus órgãos e entidades. CORRETA

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2. CESPE - TRT - 8ª Região (PA e AP)

Assinale a opção correta a respeito dos princípios da administração pública.

a) A administração deve, em caso de incompatibilidade, dar preferência à aplicação

do princípio da supremacia do interesse público em detrimento do princípio da

legalidade.

b) A publicidade, princípio basilar da administração pública, não pode sofrer

restrições.

c) A ofensa ao princípio da moralidade pressupõe afronta também ao princípio da

legalidade.

d) O princípio da eficiência deve ser aplicado prioritariamente, em detrimento do

princípio da legalidade, em caso de incompatibilidade na aplicação de ambos.

e) Os institutos do impedimento e da suspeição no âmbito do direito administrativo

são importantes corolários do princípio da impessoalidade.

GABARITO: LETRA E

3.CESPE – TCU – AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO (adaptada)

No que se refere a ato administrativo, agente público e princípios da administração

pública, julgue os próximos itens.

I - De acordo com entendimento dominante, é legítima a publicação em sítio

eletrônico da administração pública dos nomes de seus servidores e do valor dos

vencimentos e das vantagens pecuniárias a que eles fazem jus.

CORRETA.

II - O princípio da eficiência, considerado um dos princípios inerentes à

administração pública, não consta expressamente na CF.

ERRADA

4. CESPE – TJDFT -Juiz de direito

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I A administração pública não pode atuar com objetivo de prejudicar ou beneficiar

pessoas determinadas, nem os seus atos devem ser imputados aos funcionários que

os praticam, mas ao órgão da administração pública.

II A administração deve agir de modo célere, com o melhor desempenho possível de

suas atribuições, visando obter os melhores resultados.

No direito administrativo, essas assertivas correspondem, respectivamente, aos

princípios da

a) supremacia do interesse público sobre o individual e da proporcionalidade.

b) legalidade e da eficiência.

c) impessoalidade e da razoabilidade.

d) impessoalidade e da eficiência.

e) moralidade e da isonomia.

LETRA D

5. FCC - TRT - 6ª Região (PE) - Juiz do Trabalho Substituto

Acerca dos princípios informativos da Administração pública, considere:

I. O princípio da publicidade aplica-se também às entidades integrantes da

Administração indireta, exceto àquelas submetidas ao regime jurídico de direito

privado e que atuam em regime de competição no mercado.

II. O princípio da moralidade é considerado um princípio prevalente e a ele se

subordinam os demais princípios reitores da Administração.

III. O princípio da eficiência, que passou a ser explicitamente citado pela Carta

Magna a partir da Emenda Constitucional no 19/1998, aplica-se a todas as entidades

integrantes da Administração direta e indireta.

Está correto o que consta APENAS em

a) III.

b) I e II.

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c) II e III.

d) I

e) II

LETRA A

QUESTÕES PARA TREINAMENTO

1.FCC –TRT 14ª REGIÃO (ADAPTADA)

A atuação da Administração pública é informada por princípios, alguns inclusive com

previsão constitucional expressa, que se alternam em graus de relevância de acordo

com o caso concreto em análise. Do mesmo modo, a aplicação dos princípios na

casuística pode se expressar de diversas formas e em variados momentos, ou seja,

não há necessariamente idêntica manifestação da influência dos mesmos nas diferentes situações e atividades administrativas. Dessa forma,

I - à exceção do princípio da publicidade, que se expressa pela divulgação dos atos

finais praticados, os demais princípios dependem de análise do caso concreto, para

que se possa verificar se foram adequadamente observados.

ERRADA

II - o princípio da publicidade não incide apenas para orientar a divulgação e a

transparência dos atos finais, mas também permite aos administrados conhecer

documentos e ter informações ao longo do processo de tomada de decisão.

CORRETA

2. CONSESP –Procurador Jurídico - Bauru

São princípios que regem a Administração Pública, expressamente, previstos na

Constituição Federal, com exceção do contido em uma alternativa. Aponte-a.

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a) Impessoalidade.

b) Legalidade.

c) Publicidade.

d) Eficiência.

e) Proporcionalidade.

LETRA E

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