UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO – UNICAP

CLÍNICA ESCOLA LIBERTAS

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANÁLISE BIOENERGÉTICA

EM SINTONIA COM O TEMPO:

COMO ENVELHECER SAUDAVELMENTE

ADRIANA PIMENTEL AZEVEDO

Recife, 2004

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNANBUCO

CLÍNICA ESCOLA LIBERTAS

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANÁLISE BIOENERGÉTICA

EM SINTONIA COM O TEMPO:

COMO ENVELHECER SAUDAVELMENTE

Monografia elaborada por Adriana Pimentel Azevedo orientada pela professora Gedalva Rapela, apresentada ao curso de pós-graduação da Universidade Católica de Pernambuco como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Especialista na área Clínica.

Recife, 2004

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO – UNICAP

CLÍNICA ESCOLA LIBERTAS

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANÁLISE BIOENERGÉTICA

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Grace Wanderley de Barros Correia

Coordenadora do Curso

Prof. Gedalva Rapela

Orientadora de Conteúdo

Prof. Maria de Fátima Vilar de Melo

Orientadora Metodológica

Recife, 2004

DEDICATÓRIA

A meus pais: Eriberto Moura Azevedo e Marlucia Pimentel Azevedo, pela

paciência e apoio eterno, aos meus irmãos: Laura, Ana e Daniel, que sempre

participaram deste sonho e também a meus sobrinhos: Ilana, Daniel, Luca, Bruna e

Tiago, que às vezes mesmo sem saber, me ensinaram e encorajaram a ter forças em

algumas fases deste caminhar.

iii

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus e a todos meus familiares, principalmente

agradeço a meus pais por sempre estarem ao meu lado, por serem sempre, tão

cúmplices e apoiarem minhas buscas e decisões durante todas as fases da minha vida

e a meus irmãos pela união e ajuda mútua que sempre tivemos.

Agradeço as minhas amigas: Honorina e Maria Raquel que me deram apoio

durante esse dois anos de curso, a minha amiga Janaína que sempre me deu apoio

para meu crescimento profissional, intelectual e emocional, a minha amiga Vannina

(nina) que me ajudou e apoiou na etapa final desta monografia , a todos os amigos de

curso que direta e indiretamente contribuíram para meu crescimento, não só como uma

aluna, mais sim como ser humano, com lições de vida muito mais resignificadas a partir

de então.

Agradeço a todos os professores que sempre juntos puderam nos acompanhar e

passar da melhor forma todos os ensinamentos teóricos e vivenciais do curso.

“O Tempo não é absoluto. A realidade

subjacente a todas as coisas é eterna, e o

que chamamos de tempo é na verdade, a

eternidade quantificada.” (Depaak Chopra)

iv

RESUMO

O Processo de envelhecimento tem sido altamente discutido nos últimos tempos,

até pelo próprio aumento de idosos no Brasil, seguido de uma tendência mundial de

envelhecimento da população e um aumento da expectativa de vida com a queda da

natalidade. O mundo tem exigido de nós seres humanos muita correria e pressa, e

conseqüentemente, a forma como pensamos e nos comportamos têm ligação direta

com os fatores negativos para acelerar esse processo. A maneira como os indivíduos

se comportam, determinam como será o seu envelhecimento. A forma como o

envelhecimento vem sido tratado e abordado, não cessa as possibilidades de

relatarmos outras alternativas, que auxiliam neste entendimento, como as mudanças

dos padrões de percepção e conscientização do corpo.

Através de exercícios de respiração, processos energéticos, Grounding e

movimentos terapêuticos, que são o foco principal da Bioenergética, nos auxiliam a

entendermos como, através do auto-conhecimento e auto-aceitação, podemos

desacelerar o tempo, entendendo o sentido da vida, com uma possibilidade do

enfrentamento real do nosso dia-a-dia.

O benefício maior advindo deste projeto está, sem dúvida, no estímulo à prática

de hábitos saudáveis e a valorização do próprio corpo como uma forma de propagar a

oportunidade singular de cada um, para o entendimento de si e conseqüentemente do

mundo, através de conceitos sobre o envelhecimento, a psicologia e a bioenergética.

Palavras-Chave: envelhecimento, indivíduo, conscientização, auto-conhecimento,

bioenergética

v

ABSTRACT

The oldness process has been acutely discussed lately , up to the increase of ageds in

Brazil and followed by a world tendency population aging and increase of life expectation with

the birth fall. The way the people behas, determines how his aging will be. The world has

requested of us human being much raid and hurry, and consequently, the way we think and

behave has straight link with negative factors to accelerate this process. The way the aging has

been treated and boarded, don’t stop the possibilities of reporting other options that help this

understanding, as changing the perception standards and body conscientization, through

breathing exercises, energeticals processes, grounding and therapeutics activities that are the

principal focus of Bioenergetic, that help us tu understand how, through the self-knowledge and

self-acceptance, we can unaccelerate time, understanding the real sense of life, with a

possibility of real facing of our day by day.The biggest benefit from this project is, no doubts, in

the stimulus to the healthy habits practice and the own body valuation as a way to propagate

the singular opportunity of each one, for his own understanding and then of the world, through

the concepts about aging, the Psychology and the Bioenergetic.

Key words : aging, human being, conscientization, self-knowledge, Bioenergetic.

vi

APRESENTAÇÃO

A proposta inicial deste trabalho é abranger a possibilidade de envelhecermos

saudavelmente, tendo como ação investigativa e norteadora do estudo, buscar

compreender como se dá o processo de envelhecimento e quais as implicações da

bioenergética neste processo. Para Tal, nossa fundamentação teórica baseou-se nas

idéias, principalmente de Lowen e Chopra, onde usamos a metodologia baseada na

coleta de material já publicado, como dados de revistas e principalmente de livros,

artigos e atualmente com material disponibilizado na webgrafia.

Isso será explicitado nos capítulos que assim seguem: no primeiro capítulo, são

apresentadas algumas considerações de vários autores sobre o envelhecimento,

ressalvando seu processo e fases.

No segundo capítulo, serão abordados alguns exemplos e alternativas sobre o

envelhecimento saudável e a necessidade de sua conscientização, inclusive na

conceituação da Análise Bioenergética.

Já no terceiro capítulo, é explanado a respeito da Psicologia e a Bioenergética,

como forma de conexão para a prática na profissão do psicólogo.

E finalmente nas considerações finais, ampliam-se os conceitos abordados,

ressaltando a unicidade de cada indivíduo no seu processo de envelhecimento.

vii

SUMÁRIO

RESUMO...................................................................................................................v

ABSTRACT ...............................................................................................................vi

APRESENTAÇÃO.....................................................................................................vii

Em Sintonia com o Tempo: Como Envelhecer Saudavelmente

INTRODUÇÃO ..........................................................................................................09

CAPÍTULO I – O Envelhecimento

1.1 Conceito..........................................................................................................11

1.2 Processo de Envelhecimento..........................................................................13

1.3 Fases do homem – As três idades..................................................................15

1.3.1 Idade Cronológica ..................................................................................15

1.3.2 Idade Biológica.......................................................................................15

1.3.3 Idade Psicológica ...................................................................................15

1.4 Fatores que aceleram o envelhecimento ........................................................17

CAPÍTULO II – Envelhecimento Saudável

2.1 Como envelhecer saudavelmente ..................................................................19

2.2 A Bioenergética e o Envelhecimento ..............................................................23

CAPÍTULO III – A Psicologia e a Bioenergética .......................................................28

CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................30

BIBLIOGRAFIA .........................................................................................................32

ANEXOS ...................................................................................................................34 Anexo I: Exercícios de grounding

Anexo II: Exercício de respiração

INTRODUÇÃO

Um significativo aumento no percentual de adultos idosos na população geral

vem ocorrendo nas últimas décadas. Entre 1950 e 1975, a porcentagem de

indivíduos acima de 65 anos subiu de 7,7% para 10,5% em países desenvolvidos e

manteve-se estável em 3,8% nos países em desenvolvimento. (STOPPE &

RODRIGUES, s.d., mímeo)

Os idosos no Brasil representam 8,8% da população brasileira, de acordo

com o estudo feito pelo IBGE. Em valores absolutos eles chegam a mais de 14

milhões de pessoas, formando uma das maiores populações da 3ª idade do mundo,

à frente de países como França, Itália e Grã-Bretanha.1

O Brasil segue uma tendência mundial de envelhecimento da população,

resultado da combinação do aumento da expectativa de vida com a queda da

natalidade. A população brasileira vive em média 68,56 anos a mais do que no início

da década, já a taxa de fecundidade caiu pela metade em 20 anos, passando de 4,4

filhos por mulher em 1980 para 2,3 atualmente. Resultado: Há duas décadas, havia

16 idosos para cada 100 crianças (população de até 14 anos), dez anos depois

eram 21 para 100 e hoje já são 29 idosos para 100 crianças. As estimativas são de

que em 2020 haverá 30 milhões de pessoas com 60 anos ou mais no Brasil – 13%

da população – e que a esperança de vida chegue a 70,3 anos2.

Com todos esses dados, dá-se a importância emergente de reavaliarmos as

condições oferecidas às pessoas mais velhas, que se convencionou a chamar de

idosos, aqueles acima de 65 anos. Há a necessidade de nos atentarmos para o

1 IBGE (www.an.com.br/2002/jul/26/0pai.htm). Acesso em 05 de Agosto de 2003 2 Lúcia, Ana ( http://www.na.com.br/2002/jul/260paihtm). Acesso em 05 de Agosto de 2003

9

problema que norteia a vida da idade avançada, no que se refere ao não isolamento,

no que se refere à valorização do SER como participante ativo, afastando as

atividades que ele possa desenvolver as suas limitações biológicas.

Surge então, a proposta de expor uma nova ótica sobre o processo de

envelhecimento para que todos, independente da idade, possam passar por esse

processo de uma forma mais consciente, com mais saúde e de forma adequada,

sabendo-se que ao adotar um estilo de vida saudável, pode-se retardar o sintoma do

envelhecimento em até 30 anos.

Neste aspecto, a proposta deste tema é abrir diversos questionamentos sobre

a visão de mundo, do factível, da fantasia, do que é físico, do que é espiritual, do

tempo biológico, psicológico e caracterológico do envelhecer e da relação entre eles,

de suas reações no corpo e as condições impostas por ele.

Através disso leva-se a uma reflexão e utilização na prática de técnicas e

exercícios dos processos energéticos do corpo, a mudança de hábitos, crenças e a

possibilidade do ser saudável – do envelhecer saudável.

Este trabalho monográfico tem o objetivo de estudar sobre o processo de

envelhecimento e suas implicações bem como analisar de modo específico a

utilização de diversos recursos para o processo de energia do corpo, a partir da

prática de hábitos saudáveis; elucidar o conceito de envelhecimento e seus

processos, conhecendo os recursos utilizados no processo de energia do corpo, e

compreender a relação entre envelhecimento e saúde.

10

CAPÍTULO I

O ENVELHECIMENTO

Neste Capítulo serão abordados os conceitos básicos do envelhecimento,

assim como os seus processos e fases.

1.1. Conceitos

Envelhecimento implica em algo que é associado à idade cronológica, mas

não idêntica a ela.

A definição de quais indivíduos são considerados idosos, faz-se de forma arbitrária. De forma geral convencionou-se a chamar de idoso aquele indivíduo com a idade acima de 65 anos. Essa faixa etária é chamada de “3ª idade”. Na literatura, em geral, utiliza-se esta idade como limite inferior para a definição de indivíduos idosos, mas alguns estudos utilizam-se de outras faixas etárias, como pacientes acima de 55 ou 60 anos. (STOPPE & RODRIGUES – s.d., mímeo)

A maioria dos estudos que tratam de tópicos relacionados ao envelhecimento

não tem a preocupação em defini-lo. Diversas são as literaturas a esse respeito,

contudo ainda encontra-se a dificuldade devido a uma sofisticação operacional no

que diz respeito à classificação de conceitos, pois não se pode negar, inclusive, as

dificuldades intrínsecas na conceituação deste termo, como a própria noção de

tempo na descrição de uma modificação na vida do indivíduo.

A palavra envelhecimento representa desta forma, muito mais do que se pode

entender, como a forma de agir e pensar de um povo. É todo o seu potencial

histórico vivencial, é todo seu potencial de discernimento e estilo de vida.

11

“Envelhecer é a reação do corpo a condições impostas por ele, tanto para fora

quanto de dentro. As dunas de areia da idade mudam de lugar sob nossos pés,

adaptando-se ao modo como vivemos e a quem nós somos” (LOWEN, 1994 p. 82).

O corpo que envelhece, envelhece porque reage a um condicionamento social, há

milhares de anos, o maior dos sábios da Índia, Shakara, declarou: “As pessoas

envelhecem e morrem porque vêem as outras envelhecer e morrer”.3

Por sua própria natureza, o envelhecimento é considerado um fenômeno

complexo até pela própria descriminação que se tem quando envelhece. Afinal, hoje

as pessoas não querem envelhecer nem mesmo admitir a idade e a rugas que são

causadas pelo tempo.

O que mais preocupa e incomoda o ser humano quando relacionado à velhice

é na verdade os males, doenças e empecilhos que ela provoca e não a idade em si.

Se formos comparar nós seres humanos com os animais selvagens, veremos

que há uma semelhança, pois, na selva poucos animais morrem simplesmente por

terem ficado velhos demais, eles sofrem de doenças, fome, ataque dos predadores e

diversas situações das quais são expostos, isto tudo antes de atingirem seu limite

potencial de vida.

Com isso, se o animal selvagem conseguir sobreviver a todas as intempéries

e atingir sua perspectiva natural de vida, seu corpo na verdade, estará cheio de

marcas, como as próprias doenças, não sendo apenas velho, mas trazendo a

história do seu percurso na vida, problemas no coração, câncer, artérias

endurecidas, enfermidades que as criaturas velhas podem apresentar, como

3 CHOPRA, Deepak. Corpo sem Idades, mente sem fronteiras. A alternativa quântica para o envelhecimento. 10ª ed.. Rio de Janeiro: Rocco. 1994.

12

observamos que os leões idosos sofrem das coronárias e as águias velhas têm

cataratas.

Podemos então dizer com isso, que tudo é muito misturado a ponto do

envelhecimento ser difícil de separar, ao passo que a confusão também acontece

com nós seres humanos, que apesar de nos orgulharmos de não mais fazermos

parte dessa vida selvagem, raramente morre-se de velhice propriamente dita.

Segundo CHOPRA (1994) Não há nenhuma teoria que explique o

envelhecimento só pelo desgaste, mesmo que o senso comum nos diga que

envelhecemos simplesmente porque nos desgastamos.

Esse é um aspecto que ainda tem que ser estudado com um rigor necessário,

para que possamos realmente levar em consideração todos os aspectos e

processos do ser humano, para que realmente tenhamos a condição adequada de

nos referirmos ao envelhecer.

1.1 O Processo de Envelhecimento

O estudo do processo de envelhecimento é bastante complexo, pois seus

inúmeros aspectos abrangem várias áreas, inclusive a das ciências biológicas e

humanas.

O entendimento sobre as origens deste fenômeno ainda é muito limitado,

como também foram citadas no item anterior, muitas questões estão envolvidas no

processo de envelhecimento, até no que envolve o motivo pelo qual surgiu o

conceito de velhice ou idoso. A concepção de idosos como uma classe social surgiu

depois da revolução industrial, quando começaram a determinar uma idade para que

as pessoas parassem de trabalhar, devido a queda de sua produtividade, e da

própria força colocada no trabalho, causada pelo avançar da idade.

13

Porém a evolução da expectativa média de vida mudou o conceito real do que

são os idosos. No início dos anos noventa, a expectativa média de vida no nosso

país era de 40 anos. As pessoas viviam, em média 40 anos e, naquela época ter 60

anos era ser muito velho. Porém a expectativa de vida vem aumentando muito nos

últimos anos. Atualmente o Brasil tem uma expectativa média de vida de 68 anos.

Vários estudos foram escritos sobre o processo de envelhecimento onde

relatam que é algo que acontece com cada um de nós. O envelhecer está ligado ao

condicionamento social, e se envelhecer é algo que acontece conosco neste

momento, podemos desaprender o comportamento que está fazendo envelhecer.

Para isso devemos adotar novas crenças, mudanças de padrão de percepção das

coisas, de pensamento, a fim de oportunizar novas perspectivas. Essa é a diferença

- “A crença cria a biologia” (CHOPRA, 1994, p.75).

Então com relação ao processo de envelhecimento podemos dizer que:

depende tanto do estilo de vida que a pessoa cultivou ao longo de sua história, como

do contexto de crenças. Afinal, o envelhecimento representa uma etapa do

desenvolvimento individual, que pode inclusive ser analisado de uma maneira

cultural; pois se formos contextualizar determinadas regiões do Brasil, poderemos

constatar então que envelhecer bem, com saúde, participando da comunidade,

sendo ativo, produtivo e por que não dizer - ter uma aparência jovial - mesmo sendo

uma pessoa com mais de 60 anos.

14

1.2. Fases do Homem – As três Idades

O termo envelhecimento refere-se a diversos aspectos da passagem de

tempo, refere-se a um evento multideterminado e para tanto, poderemos definir

diferentes conceitos de tempo e suas relações com o envelhecimento citando sobre

as três idades do homem, a idade cronológica a biológica e a psicológica.

1.3.1 Idade cronológica

É chamado o tempo físico, medido em calendários, relógios, data de

nascimento e outros – é a idade que o indivíduo tem segundo o calendário. É

mensurável e quantificável. Esse tempo físico ou essa idade cronológica não

corresponde ao tempo biológico, faz sentido apenas na perspectiva pura do relógio e

do calendário.

1.3.2 Idade biológica

É aquela que se refere aos relógios biológicos, ritmos ciscadianos e

metabólicos de sincronização individual. A idade biológica reflete as variações entre

indivíduos, e se define como a posição do indivíduo em relação a sua expectativa de

vida – Qual a idade do seu corpo em termos de sinais críticos da vida e processos

celulares. O envelhecimento neste caso poderia refletir modificações ou

dessincronização dos relógios internos.

1.3.3 Idade psicológica

Definida como experiência subjetiva de tempo – A idade que você sente que

tem, o modo como sente que é percebido e vivenciado pelo indivíduo. No idoso

15

encontra-se uma vivência interna de lentificação da passagem do tempo, enquanto o

tempo parece acelerado.

Somente a primeira é que se pode dizer que é fixa, porém, é a menos

confiável das três. Afinal uma pessoa de 50 anos pode ser quase tão saudável como

quando tinha 25 anos, enquanto que outra de 50 anos pode ter um corpo de 60 ou

mesmo de 70 anos de idade. Para sabermos então a nossa real idade, temos que

considerar a segunda medida, que é a idade biológica, ela sim nos diz a verdadeira

ação do tempo, de que forma fomos afetados, de que forma nossos órgãos e tecidos

estão, comparados com outras pessoas da mesma idade cronológica.

Mesmo tendo que considerar o tempo de fundamental importância, ele não

afeta uniformemente o corpo, pois, praticamente cada célula, tecido e órgão,

envelhecem dentro de seu próprio calendário, fazendo com que tomemos a idade

biológica muito mais complexa do que a cronológica. Segundo CHOPRA (1994, p.

82):

A idade biológica tem seus limites como instrumento de medição. Considerado puramente como biologia, o processo de envelhecimento se desenvolve tão lentamente que seus efeitos fatais raramente se equiparam ao de doenças de ritmo mais acelerado. A maioria dos órgãos vitais é capaz de funcionar bem a 30% de sua capacidade. Assim, se nossos corpos perdessem 1% do seu funcionamento por ano após os 30, seriam precisos 70 anos, ou 100 de idade, para que o envelhecimento ameaçasse um determinado órgão com um iminente colapso. Mas as influências sociais e psicológicas sempre estão agindo, nossos estilos de vida nos submetem a várias condições e as diferenças nas formas de envelhecimento mostram-se muito cedo na vida.

Partindo deste princípio, podemos dizer que a idade psicológica é a mais subjetiva

das três medidas, embora, como citado acima, seja a que contém as maiores

possibilidades de reverter o processo de envelhecimento; onde mesmo sabendo que

a idade biológica pode ser alterada, através de exercício físico regular, pode-se

16

reverter vários efeitos mais típicos desta idade, como: pressão arterial alta, excesso

de gordura, taxa de açúcar inadequada e decréscimo de massa muscular, etc.

No entanto, a idade psicológica ainda é mais flexível. Não há duas pessoas

exatamente com a mesma idade psicológica porque não existem duas pessoas com

exatamente as mesmas vivências e experiências.

Se o envelhecimento, portanto, acontece na mente, só então é variável nos

seres humano. Após vinte anos um cachorro é um cachorro velho; depois de cem

anos qualquer baleia azul será uma baleia azul muito velha, o que traduz nesses

animais é a idade biológica. Já com o ser humano isso ocorre diferente, afinal

sabemos que existem jovens de 80 anos e velhos de 25 (CHOPRA, 1994 p. 104).

Esse contexto refere-se a cada ano que passa o ser humano se torna único

no mundo, as modificações sofridas pela pessoa no mundo espelharão sua vida que

é única, sendo levados em consideração todos os fatores psicossociais, inclusive

para perceber como está o processo de envelhecimento: se acelerado ou retardado.

1.4 Fatores que Aceleram o Envelhecimento

Algumas pesquisas realizadas na área constataram que os fatores negativos

que aceleram o envelhecimento referem-se em quatro primeiros lugares, como os

mais importantes a: Depressão, falta de uma rotina diária regular, falta de uma rotina

de trabalho regular e insatisfação com o trabalho, seguidos de Incapacidade de

expressar emoções; os demais são: Sentir-se incapaz para modificar-se e modificar

os outros; viver sozinho; solidão, ausência de amigos íntimos; ter que trabalhar mais

de quarenta horas por semana; dificuldades financeiras, dívidas; preocupação

habitual ou excessiva; arrependimento por sacrifícios feitos no passado;

17

Irritabilidade, enraivecer-se com facilidade ou ser incapaz de exprimir a raiva que

sente; criticar demais a si mesmo e aos outros e etc.

O estilo de vida moderno, que tem como ingredientes muita correria, muito

estresse, muita informação, muitas vezes desordenada; os chamados fast-foods,

Mac Donald´s etc., tudo isto em excesso faz mal.

Com certeza essa lista não pára por aí, devido à complexidade da vida de

cada indivíduo. Estes fatores devem ser vistos intricados a outras conotações e,

portanto, não podem ser quantificados de forma rígida e única, contudo são dados

que não podem ser mais desconsiderados, concluindo-se que a idade biológica

reage à idade psicológica, chegamos agora no ponto chave: o poder da consciência

para derrotar o envelhecimento.

18

CAPÍTULO II

ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL

Neste Capítulo serão abordados exemplos e alternativas sobre como

envelhecer de uma forma mais saudável.

2.1. Como Envelhecer Saudavelmente

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde não apenas como a

ausência de doença, mas como a situação de perfeito bem-estar físico, mental e

social4. Contudo essa definição no momento é irreal, pois o que seria na verdade

perfeito bem-estar? Neste caso teríamos que caracterizar a perfeição, só que

perfeição não é definível, sendo assim afirmamos que esta definição está

ultrapassada porque ainda faz destaque entre o físico, o mental e o social.

A continuidade entre o psíquico e somático tem sido objeto de uma série de

investigações. Se o psíquico responde ao corporal e vice-versa, fala-se então, de um

sistema onde não se delineia uma nítida divisão entre ambos. Então na

conceituação de saúde, poderíamos caracterizar como um estado de harmonia entre

o sujeito e a sua própria realidade.

O que se pode observar como um primeiro passo, é o sentido de

experimentar o próprio corpo de forma diferente, mudando a interpretação sobre ele,

lembrando sempre que não há duas pessoas que experimentem seus corpos 4 SEGRE, Marco; FERRAZ, Carvalho. O conceito de Saúde http://www.Scielo.Br/scielo.phd?scripit=sci-arttex&pd. Acesso em Março de 2004.

19

exatamente da mesma maneira, porque cada um de nós tem uma forma única de

interpretar, de acordo com nossas crenças, nossos valores, hábitos, lembranças e

suposições.

“A visão quântica do mundo, ou o novo paradigma, nos ensina que estamos

constantemente fazendo e desfazendo nossos corpos” (CHOPRA, 1994, p. 57). Para

tanto, deve-se desejar novas percepções das quais se originem soluções novas,

para se ter um corpo renovado. E ao permitir essas novas informações a si próprio,

estará também permitindo que novas informações biológicas sejam produzidas

ocasionando a ligação mente-corpo, redefinindo a maneira pelo qual nós sentimos o

próprio corpo, como sendo uma nova programação.

A consciência tem esse poder. O poder de modificar o envelhecimento. Mas

tem a forma como a consciência se torna condicionada, ou treinada, por exemplo,

se os padrões mentais forem destrutivos, a pessoa terá um comportamento

negativo, mas se os padrões mentais são construtivos, somos motivados a ter um

comportamento engrandecedor. Nossa consciência é muito mais poderosa do que

qualquer pensamento isolado. Deve-se, portanto, reter o potencial criativo e a

afirmação do não-envelhecimento.

Na antiga China, o Tao te Ching (apud CHOPRA,1994) proclamou a mesma

verdade: “Tudo o que for rígido e bloqueado definha e morre”. Um comportamento

retrógrado então, pode ser a marca do envelhecimento.

Segundo LOWEN (1985, p. 12): “Rigidez ou tensão crônica diminuem a

vitalidade e fluidez”. Na bioenergética, sabemos que a descarga de energia no

movimento, a respiração etc., são condições essenciais para uma saúde vibrante do

corpo, ou seja, o que se demonstra e se apresenta na vida do ser humano, é a

quantidade de energia que uma pessoa possui e também a forma como a utiliza.

20

As mudanças de idade ocorridas na mente e no corpo são o resultado final de

opiniões rígidas sobre crenças e suposições, podemos até citar como exemplo

algumas pessoas que absorveram tanto a idéia de que vão necessariamente perder

a memória quando alcançar uma idade avançada, mantendo com isso um

pensamento tão forte, que se torna um ciclo vicioso por estarem ficando “velhos”, e

com essa ansiedade aumentada a respeito da velhice acabam mesmo perdendo a

memória, até por não relaxarem para deixar que ela venha a funcionar

adequadamente.

Com isso, mais uma vez compara-se que: o que se pensa influencia no que

se sente e vice-versa; tanto o pensar como o agir são condicionados por fatores que

envolvem energia - a própria energia do nosso pensamento.

VAILLANT (apud CHOPRA, 1994, p.100) descobriu que: “o processo de

envelhecimento é aprendido. As pessoas com boa saúde mental ensinam seus

corpos a envelhecer bem”.

O importante e necessário é manter-se em constante treinamento, fazendo

isto nas três áreas: Na atividade física, na psicológica e na intelectual e

relacionamentos sociais.

O que fazemos hoje, nossas atitudes, crenças, pensamentos, exercerá

influencias sobre o que acontecerá conosco daqui a 30 ou 40 anos. O dia de hoje é

a juventude da nossa terceira idade.

Ao passo que sabemos que não existem duas pessoas com a mesma

consciência, teremos que ter a consciência do processo de envelhecimento, para

podermos ganhar controle sobre ele.

A consciência é, portanto, um campo, e se nós enviarmos uma intenção para

o interior desse campo, muda-se conseqüentemente o fluxo de informação biológica.

21

Toda a intenção serve como um gatilho para uma transformação. Então, quanto

mais naturalmente nós existirmos no fluxo da nossa consciência, menos

desgastaremos o nosso corpo.

O envelhecimento é marcado pela perda de muitos dos pontos de equilíbrio

principal do corpo. O envelhecimento bem sucedido depende de vários fatores, mas

o principal e até já citado anteriormente, certamente é o estilo de vida que a pessoa

cultivou. Calcula-se que cerca de 70%, mais de dois terços dos componentes da

longevidade com saúde depende do estilo de vida. O restante, os outros 30%, de

outros fatores, como por exemplo, o fator genético. Sendo assim, o estilo de vida em

primeiro lugar, certamente os hábitos alimentares, também estariam nessa

classificação. Em segundo, a atividade física, depois vem o aspecto familiar e social;

dar-se bem com a família, com os amigos, não ficar isolado, etc.

Falar do envelhecimento é também falar de bons e maus-tratos. A natureza

sempre responde aos bons e maus-tratos, por exemplo: no dia seguinte a uma noite

mal dormida, notamos no espelho a resposta do corpo. Dias seguidos de

alimentação desregrada pode ser refletida em nosso cheiro, pele, aparência,

energia. Devemos cuidar do corpo para mantê-lo saudável, produtivo e forte por

longo tempo, tendo esta consciência o mais cedo possível, ainda na infância.

Afinal, querer prevenir o envelhecimento a partir dos cinqüenta anos é válido,

uma vez que o corpo sempre responde aos bons tratos, mas não podemos nos

esquecer de que os maus-tratos por vezes provocam alterações irreversíveis a

órgãos, tecidos e esqueleto.

22

2.2. A Bioenergética e o Envelhecimento

A bioenergética é baseada no trabalho de Wilhelm Reich, cujo

desenvolvimento e criação se deu através de um aluno seu e paciente, chamado

Alexander Lowen.

Anteriormente ao encontro de Reich, Lowen já vinha desenvolvendo um

estudo sobre a relação mente-corpo, segundo ele, este interesse nasceu da própria

experiência pessoal com atividades físicas; seus estudos confirmaram que o

indivíduo poderia influenciar suas atitudes mentais através de um trabalho com o

corpo.

Bioenergética é uma abordagem terapêutica que estuda o indivíduo, ou seja,

sua personalidade humana em termos dos processos energéticos do corpo. A

ênfase que é dada ao corpo, inclui a respiração, a sexualidade, o movimento, a auto-

expressão, a auto-descoberta, a energia e o sentimento. A bioenergética,é um

método para estimular e liberar a força vital de cada um.

Lowen, através até de sua própria experiência como paciente, desenvolveu

vários exercícios terapêuticos, inclusive o banco de bioenergética “stool”, e o

conceito de “grounding” – faz com que a pessoa que o está praticando, tenha

contato com a realidade, com o solo em que pisa, com seu corpo etc. – na medida

em que se tornou evidente para ele que todos os seus pacientes sentiam falta de ter

seus pés firmemente plantados no chão.

“Na abordagem Bioenergética, energia é algo dinâmico; o seu fluir e pulsar é

sentido pelo corpo como um agradável movimento interno e se expressa em bem-

estar e alegria”5. A bioenergética apóia-se em que cada ser é o seu corpo e que

5 HOFFMANN, Richard. Bioenergética. Liberar a Energia Vital.Porto Alegre: Kuarup, 1997.

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nenhuma pessoa pode existir fora do seu corpo vivo, através do qual tem a plena

capacidade de se expressar e se relacionar com o mundo a sua volta.

Pode-se dizer então que quanto mais vivo for o seu corpo, mais

vibrantemente estaremos no mundo, podemos através disto citar um exemplo com

relação a certos tipos de pessoas, que chegam até a irradiar o ambiente por estarem

cheias de vida alegria, dão a impressão de serem física e psiquicamente livres;

outras, ao contrário, são apagadas, chegando até uma coloração cinza da pele,

pálida, com movimentos lentos, voz tolhida, com respiração restrita, parecem física e

psiquicamente inibidas. Quanto mais vigoroso for o corpo mais vivamente se estará

no mundo.

Ter consciência, mais uma vez essa expressão toma real importância, pois

assim como já mencionado, na bioenergética ter consciência do corpo também é um

dogma. Afinal, essa é a única maneira de se descobrir realmente quem somos nós,

isto é, quem é a nossa mente. E conhecendo a nossa mente, significa saber o que

se quer e o que se sente. Se uma pessoa não possui sentimentos, então não há

nada em que concentrar a atenção e, portanto, não há uma mente.

Bioenergética é um caminho vibrante para a saúde e o caminho para uma saúde vibrante. Por “saúde vibrante” nós não queremos significar meramente a ausência de doença mas a condição de estar totalmente vivo. Vibrantemente vivo é talvez uma expressão mais exata, já que a vibração é o elemento-chave da vitalidade. Aumentando o estado vibratório do corpo através destes exercícios, a pessoa á ajudada a atingir esta qualidade de saúde 6

À medida que envelhecemos, perdemos a nossa energia vital, contudo, o

princípio da bioenergética é de que independente de idade ou cultura – cada pessoa

dispõe desta energia. Porém, habitualmente, ela é reprimida, na nossa correria do

dia-a-dia, até pela própria dificuldade de demonstramos os sentimentos, o prejuízo 6 LOWEN, Alexander & LOWEN, Leslie. Exercícios de Bioenergética. O Caminho para uma Vida Vibrante. São Paulo: Agora, 6 ed.,1985.

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disso é perdermos a alegria de viver, a própria vitalidade, a perda da saúde física e

psíquica, através das tensões crônicas, da limitação da mobilidade física, impedindo

a respiração livre, dificultando a capacidade de vivenciar.

Tudo que acontece na vida nós respondemos com um movimento, na

bioenergética os exercícios criados por Lowen, proporcionaram o autoconhecimento

através do: (1) aumento vibratório do corpo, (2) grounding (ver exercícios em anexo

I) das pernas e do corpo, (3) aprofundamento da respiração, (4) agudização da

autoconsciência, e (5) ampliação da auto-expressão. (Lowen, 1995, p. 14).

Contudo a relação citada até agora implica em que todos os passos devem

ser realizados com inteireza, consciência, carinho e habilidade, porque se for feito

mecanicamente, os resultados não serão eficazes.

A Respiração

A respiração desempenha um papel de fundamental importância na

bioenergética, pois apenas através de uma respiração profunda é que podemos

conseguir energia para uma vida mais plena e espiritual. Através dela é que

conseguimos manter acesa a chama do nosso metabolismo.

Os adultos, no entanto, tendem a apresentar um padrão desorganizado de

respiração, devido a uma série de motivos como: as tensões musculares, que

podem distorcer e limitar a respiração, ocasionando assim uma respiração curta e

ansiosa, diminuindo o contato consigo mesmo e conseqüentemente afastando a

conscientização do processo pelo qual está passando, ocasionando por sua vez

prováveis doenças, estresses, diminuindo a vitalidade e conseqüentemente dando

asas ao envelhecimento. (Ver exercícios em anexo II)

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Energia Vital

A quantidade de energia que um indivíduo possui e como ele usa, irá

determinar e refletir a sua personalidade. É preciso energia para movimentar um

objeto ou uma máquina – a energia está envolvida em todas as coisas.

Este conceito não pode ser discutido sem que se leve em conta à descarga

de energia. A nossa vida é um constante ritmo de abrir, ir ao encontro de, afastar-se,

fechar-se, em bioenergética esses ritmos são chamados e ciclo de carga-descarga,

e é através deste ensinamento do equilíbrio entre um e outro que podemos aprender

a ser um organismo vivo, mantendo um nível de energia coerente a cada objetivo e

necessidade.

O aumento da energia vital é devido à ênfase através da respiração, ao

sentimento e ao movimento, aliados ao funcionamento energético do indivíduo com

a sua história de vida.

A energia vital é expressa através dos nossos sentimentos, como alegria,

amor, tristeza, aborrecimento, raiva; sentimentos complexos, mas são os condutores

da nossa vivência e do nosso comportamento.

Os sentimentos nos fazem perceber melhor que estamos ligados com a vida.

Os exercícios de bioenergética podem fazer com que esses sentimentos se

expandam e que a espontaneidade aumente. Como também pode nos ajudar a viver

cada uma das fases do ciclo de carga e descarga, e a identificar as nossas inibições

e bloqueios; liberá-los e superá-los para nos tornarmos indivíduos mais livres e

conseqüentemente com outro padrão de percepção e estilo de vida.

Os exercícios de bioenergética podem nos ajudar em dois aspectos

principais: manter-se um contato consigo mesmo no dia-a-dia e a liberar as tensões

ou no mínimo não permitir que elas se fixem no corpo. Com a prática regular dos

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exercícios tem-se a possibilidade de identificar quais são os pontos de tensão que

ocorre nas situações da vida, como também poderá se descobrir as possibilidades

de se cuidar melhor, lidando de outra maneira com as situações estressantes, esse

é o objetivo fundamental, fazer com que obtenhamos um novo olhar, para um novo

envelhecer.

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Capítulo III

A Psicologia e a Bioenergética

Neste capítulo serão comentados a respeito da Psicologia e a Bioenergética

como papel de conexão e perspectiva para prática na profissão.

A psicologia é uma ciência que estuda o comportamento humano. Seu

objetivo é integrar o indivíduo, no sentido de encontrar o equilíbrio do seu eu,

mediante os percalços da vida; é sensibilizar o indivíduo a respeito, inclusive, de si

mesmo, da flexibilidade que ele pode ter e encontrar; é prevenir o adoecimento, o

enrijecimento do próprio ser.

A bioenergética tem justamente a contribuição para a psicologia, na

possibilidade de influenciar neste processo de conhecimento e mudança de si

mesmo.

Na prática psicoterápica, o indivíduo chega ao consultório com inúmeras

queixas, sendo as mais variadas possíveis. Neste caso, através da experiência com

a bioenergética, nota-se que os benefícios para o auto-conhecimento acontece de

uma maneira muito mais concisa, intensa e rápida – no sentido da mobilidade como

os conteúdos e sentimentos aparecem.

Através da leitura corporal do indivíduo, que estamos fazendo uma avaliação

ou tratamento, temos o subsídio de incorporarmos o seu discurso ao processo

psicoterápico, ligando neste sentido, os exercícios terapêuticos da bioenergética,

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afinal dentro de um processo de psicoterapia, esses exercícios tomam uma força

ainda maior de conscientização dos sintomas para se chegar à cura.

A forma de condução é voltada para cada indivíduo, ou seja, para a história

de cada um; mesmo que duas pessoas cheguem ao consultório à procura de um

psicólogo, com uma queixa “aparentemente igual” a do outro paciente, o caminhar

da terapia é construído de forma única, a história contida é única, o tempo de cada

indivíduo é que vai também ajudar a nós terapeutas, permitindo com que

caminhemos lado a lado do indivíduo.

Dentro do contexto psicoterápico o aproveitamento da bioenergética é de

100%, afinal à medida que são proporcionadas formas de conscientização de si e do

mundo, até a visão se modifica, é como se existisse uma lente de aumento, a ponto

de percebermos pessoas, objetos e coisas de uma forma, ampla, nova e diferente,

essas mudanças acontecem também no corpo, de uma maneira

surpreendentemente incrível, o corpo muda, o andar muda, a voz muda, é uma

transmutação do próprio ser.

Essa contribuição é única, em se tratando do nosso tema abordado:

envelhecer saudavelmente, significa viver saudavelmente. Viver saudavelmente é

poder viver no momento real, viver o dia de hoje, podendo fazer a catarse de

conteúdos passados, aprendendo com esse passado, aprendendo a agir de forma

diferente no hoje, ressignificando o viver para ressignificar o envelhecer.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os relatos citados aqui não têm o interesse de tornarem-se únicos. Mas

aprendemos que o nosso dever enquanto terapeutas é podermos orientar e

esclarecer sobre a prevenção da saúde, estimulando novas formas de pensar e

viver, sabendo que envelhecer não é sinônimo de adoecer.

A prática em Bioenergética permitiu, além de todas as teorias a respeito do

envelhecimento, ampliar ainda mais a visão para os benefícios a que ela nos

proporciona e a descoberta do mágico, de como o trabalho de fundamentação muda

o nosso estilo, o nosso andar, o nosso olhar, o modo de encarar a vida e claro de

ser. Hoje com a prática dos hábitos saudáveis, podemos sentir a mudança de

percepção das coisas com um outro efeito.

Podemos concluir que mesmo com todos os caminhos, dicas e receitas,

devemos ouvir a sabedoria do corpo, que se expressa através de sinais de conforto

e desconforto. Devemos nos exercitar fisicamente, e praticar também os movimentos

terapêuticos da bioenergética. Devemos viver no presente, pois é o único momento

que nós temos, procurando a plenitude de cada instante, aproveitando para ficarmos

em silêncio, para meditar, mantendo um diálogo interior, como forma de acalmar

nosso espírito. Devemos evitar os julgamentos, julgar impõe rótulos de certo e

errado e ao julgar estaremos na verdade refletindo nossa carência de auto-

aceitação.

Não devemos contaminar nossos corpos com toxinas, como: alimentos

inadequados, bebidas, emoções venenosas, etc. O nosso corpo é que nos

impulsiona para a vida e nós podemos começar a usar o amor com ele, para

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transbordarmos esse sentimento para o universo, de uma forma criativa, porque a

vida é um enfretamento criativo, e se pudermos fazer alguns desses passos com

uma visão, principalmente, de totalidade, transcendendo à mudanças e podendo se

permitir a entrar num movimento de amor e não num movimento temporal,

conseguiremos ver o mundo com mais humildade, leveza e harmonia e esses

comportamentos se traduzirão para nós mesmos, daí a receita para a jovialidade

eterna.

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BIBLIOGRAFIA

AMÂNCIO, Aloysio; CÉSAR, Paulo Uchoa Cavalcanti. Clínica Geriátrica, Rio de janeiro: Atheneu, 1975. CHOPRA, Deepak. Corpo sem Idades, mente sem fronteiras. A alternativa quântica para o envelhecimento. 10ª ed. Rio de Janeiro: Rocco.1994 CURVO, João. A Dieta do Yin e do Yang. Para Gordos, Magros e Instáveis.2ª ed., Rio de Janeiro: Rocco, 1998. IBGE. População de Idosos, uma das maiores do mundo. Online. Disponível na Internet http://www.uol.com.br/fol/polult28042000146htm. Acesso em 05 de Agosto de 2003. LOWEN, Alexander. Bioenergética. Trad. Maria Silvia Mourão Netto. Sâo Paulo: Summus, 1982. LOWEN, Alexander & LOWEN, Leslie. Exercícios de Bioenergética. O Caminho para uma Vida Vibrante. 6ª ed., São Paulo: Agora, 1985. LÚCIA, Ana. População de Idosos. Online. Disponível na Internet http://www.na.com.br/2002/jul/260paihtm. Acesso em 05 de Agosto de 2003. MORIGUCHIE, Emílio. Uma comunidade Saudável tem espaço para o idoso. Online. Disponível na Internet http://www.mundojovem.com.br/capa22htm. Capturado em 10 de Outubro de 2003. PAUL, Jordan & PAUL, Margaret. Terapia do Amor: Teoria e Exercícios para aprimorar seus relacionamentos. 1ª ed., São Paulo: Madras,1988. HAY, Louise L. Você pode curar sua vida. Como despertar idéias positivas, superar doenças e viver plenamente. 53 ed., São Paulo: Best Seller. 1984. HOFFMANN, Richard. Bioenergética. Liberar a Energia Vital. Porto Alegre: Kuarup, 1997. SEGRE, Marco; FERRAZ, Carvalho. O conceito de Saúde. Online. Disponível na interne http://www.Scielo.Br/scielo.phd?scripit=sci-arttex&pd. Acesso em Março de 2004. SILVA, Edna Lúcia. Metodologia da Pesquisa e elaboração de dissertação. Esfera Muskat Menezes. Florianópolis: Laboratório de Ensino à Distância da UFSC, 2000.

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STOPPE, Alberto Júnior & RODRIGUES, Mário Louzã Neto. Depressão na Terceira Idade: Apresentação Clínica e Abordagem Terapêutica. São Paulo: Lemos. (s.d. mímeo)

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ANEXOS

Obs.: Os exercícios não substituem uma terapia com profissional qualificado.

Caso tenha algum problema físico, consulte antes um médico ou profissional

qualificado em bioenergética para o início dos exercícios.

Neste anexo encontrar-se-ão apenas alguns exercícios de respiração e

grounding. Demais exercícios podem ser vistos no Livro de Lowen: Exercícios de

Bioenergética. O Caminho para uma Vida Vibrante, citado na bibliografia.

ANEXO I - EXERCÍCIOS DE GROUNDING

Exercício1/ Exercício básico de vibração e grounding

Fique em pé com os pés separados cerca de 20 a 25 cm,; artelhos

ligeiramente voltados para dentro de modo a alongar alguns músculos das nádegas.

Incline-se à frente tocando o chão com os dedos das duas mãos. Os joelhos devem

estar ligeiramente dobrados. Não deve haver peso algum nas mãos; todo o peso do

corpo deve cair nos pés. Deixe a cabeça pendurada o máximo possível.

Respire vagarosa e profundamente pela boca. Atenção para a respiração

(esqueça de respirar pelo nariz por enquanto).

Deixe o peso de seu corpo ir para a frente, de modo que ele caia no peito do

pé. Os calcanhares podem ficar um pouco erguidos.

Estique os joelhos devagar até que os músculos posteriores das pernas

estejam esticados. Isso não significa, entretanto, que os joelhos devam ficar

totalmente esticados ou trancados.

Permaneça nesta posição cerca de um minuto.

Exercício 2/ Flexão dos joelhos

Fique em pé com os pés separados cerca de 20 cm, na sua posição normal.

Observe se seu joelhos estão trancados ou fletidos, se seus pés estão paralelos ou

virados para fora, se o seu peso está caindo no peito do pé ou atrás, nos

calcanhares.

Agora dobre ligeiramente seus joelhos. Coloque os pés absolutamente

paralelos. Leve o peso para a frente sem levantar os calcanhares, de modo que caia

no peito do pé.

Devagar, dobre e estique os joelhos seis vezes, e depois fique nsta posição

cerca de 30 segundos respirando normalmente.

Exercício 3/ Soltar a barriga

De pé, com os pés separados 20 cm e tão retos, dobre quanto possível, dobre

um pouco os joelhos. Sem levantar os calcanhares do chão, deslize para frente de

modo que o peso do seu corpo fique no peito do pé. Permaneça com o corpo reto

mas não retesado. Agora deixe que a barriga se solte (abdômen inferior) tanto

quanto possa ir. Respire normalmente por um minuto.

O propósito deste exercício é permitir que você sinta as tensões na parte

inferior do corpo.

Exercício 4/ Arco

Este exercício é parecido com o precedente, exceto por exercer certa pressão

(stress) no corpo para ampliar mais a respiração e para colocar mais força nas

pernas. Se for feito corretamente, ajuda a liberar a tensão abdominal que torna a

barriga saliente. Um exercício similar é feito pelos praticantes de T’ai chi.

Fique em pé com os pés separados 40 cm, os artelhos virados ligeiramente

para dentro.

Agora coloque ambos os punhos fechados com os polegares voltados para

cima, na linha da cintura.

Dobre os joelhos tanto quanto puder sem levantar os calcanhares do chão.

Arquei-se para trás, dobre seus punhos, mas preste atenção para que o peso

do corpo continue sobre o peito dos pés. Faça respiração abdominal profunda. Se

você sentir algum esforço na região lombar das costas, isto significa que você tem

considerável tensão nesta parte do corpo.

Esses exercícios podem causar vibração nas pernas.

ANEXO II - EXERCÍCIOS DE RESPIRAÇÃO

Exercício 1/ Respiração Abdominal

Deite-se no chão, sobre um tapete. Dobre os joelhos. Seus pés devem ficar

totalmente apoiados no chão, separados 30 cm; artelhos ligeiramente voltados para

fora. Alongue a cabeça para trás tanto quanto ela possa ir confortalvemente, para

abrir a garganta. Coloque ambas as mãos na barriga, sobre os ossos pubianos, para

que você possa sentir os movimentos abdominais. Respiração abdominal normal,

com a boca aberta, por um minuto mais ou menos.

Exercício 2/ Variação- Balanço da pelve

Agora, balance a pelve suavemente para trás, em cada inspiração e traga-a

para frente na expiração. Faça isso respirando, durante 1 minuto.

Pode-se sentir que os movimentos pélvicos aumentam a profundidade da

respiração e a amplitude dos movimentos abdominais.

Pode-se achar também que esta respiração produz sensações de

formigamento, nas mãos ou em outras partes do corpo, conhecidas como

parestesias, ou talvez perceba as mãos entrando em cãibras. Ambos os sintomas

são sinais de hiperventilação. Se tornarem fortes, apenas pare o exercício e eles

desaparecerão. Não são perigosos, mas suas mãos talvez desenvolvam um

espasmo que às vezes é doloroso.

Hiperventilação é super-respiração. È porque se inspirou mais ar que

normalmente, em condição de descanso. Bioenergeticamente, diríamos que seu

corpo está com uma sobrecarga. Após fazer esses exercícios por algum tempo, você

notará que a mesma quantidade de respiração não irá resultar em nenhum sintoma.

Quando seu corpo estiver habituado a um nível mais profundo de respiração, não

estará mais carregado. As parestesias também desaparecerão se alguma emoção

irromper: se você começar a chorar, o formigamento desaparecerá imediatamente,

pois você terá descarregado a excitação.

Exercício 3/ Variação – Respiração

Esta variação irá ajuda-lo a sentir o quão plenamente você consegue deixar

ar sair de seus pulmões. Deixar o ar sair é equivalente a “deixar acontecer”

Deite na mesma posição do exercício 1, emita um som moderadamente alto,

como um “ah” e mantenha o som tanto quanto agüentar, sem forçar. Quando parar,

respire normalmente e comece de novo. Faça esrte xercício quatro ou cinco vezes e

observe se a cada vez você consegue manter o som por mais tempo.

Cuidado para não forçar o som. Forçar o som, ou a respiração apenas contrai mais

sua garganta e produz tensão.

Talvez, possa-se descobrir que a voz começa a tremer ao final do som.

Talvez você comece a soluçar. Isto é certo. Deixe acontecer e chore à vontade, se o

choro surgir espontaneamente. Chorar ajudará sua respiração mais do que qualquer

outro exercício.