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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O REUSO DE ÁGUAS NO BRASIL Por: Wagner Aparecido dos Santos Orientadora Professora Fabiane Muniz Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O REUSO DE ÁGUAS NO BRASIL

Por: Wagner Aparecido dos Santos

Orientadora

Professora Fabiane Muniz

Rio de Janeiro

2009

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

REUSO DE ÁGUAS NO BRASIL

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Administração

da Qualidade

Por: . Wagner Aparecido dos Santos

3

AGRADECIMENTOS

Aos meus amigos, Marcio Moreira,

Luana Nogueira, Giuliana de Luca,

Vanessa de Araújo, Amanda Paiva e

Marcia Fernandes.Agradecer aos meus

pais,filhos e a Profª Fabiane Muniz pela

compreensão e paciência.

Em especial ao Criador por mais está

oportunidade de evoluir.

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos que sempre

confiaram em minha vitória, meu pai

Haroldo dos Santos e minha mãe Dirce

Mª dos Santos, minhas irmãs Marcia e

Denise e meus adoráveis filhos, Rayssa,

Gustavo e Sabrina.

5

SUMÁRIO

Introdução 06

Capítulo I - Sistemas Hídricos 11

Capítulo II - Formas potencias de reuso 14

Capítulo III - Reuso e Qualidade das Águas 29

Capítulo IV - Tipos de Reuso 36

Capítulo V - Legislação Ambiental 49

Conclusão 55

Bibliografia Consultada 58

Webgrafia Consultada 59

Índice 60

6

INTRODUÇÃO

Este trabalho demonstra e sugere uma atenção mais cuidadosa com a água

resultante dos processos industrias, de forma a suscitar o reuso como meio de

possibilitar um uso mais racional desse bem público.

A busca permanente da melhoria da qualidade das águas é uma exigência do

processo de gestão, como forma de assegurar um aumento da disponibilidade

hídrica.

Objetivo principal do estudo é divulgar e salientar o quanto é importante a

valorização dos recursos de Reuso de Águas no Brasil e no mundo.

Enriquecer o conhecimento no que diz respeito à água de reuso, para que em

alguma situação onde se precise fazer a aplicação deste método poder

contribiur e principalmente saber que estará se preservando os recursos

naturais e contribuir para o desenvolvimento sustentável.

Demonstrar que o Brasil possui grande diversidade de paisagens,

ecossistemas e o uso do solo como as Florestas Tropicais da Amazônia, as

áreas úmidas do Pantanal, a variabilidade de ocupação antrópica da Bacia do

Paraná, as regiões semi-áridas do Nordeste brasileiro e o bioma costeiro.

Esclarecer porque em recursos hídricos, a transferência direta de tecnologia

nem sempre é o melhor caminho.

O uso do recurso hídrico ainda nos dias de hoje se processa de uma visão

fortemente setorial necessitando de uma visão integrada com aproveitamento

ótimo dos recursos.

O aumento da população humana do planeta aliado ao significativo salto de

qualidade experimentado pelo desenvolvimento tecnológico verificado no último

século, foi determinante para o surgimento de novos hábitos de

consumo.Esses fatos resultaram em um aumento substancial do consumo dos

recursos ambientais finitos e não finitos, dos quais destaca-se a água,

certamente em consequência da multiplicidade dos seus usos.

Quando se fala de água,em geral, refere-se ao elemento natural, sem qualquer

uso ou utilização, ao passo que Recurso Hídrico é a água encarada como bem

econômico, passível de utilização para tal fim.

7

Segundo estudiosos a água será causa principal de conflitos entres as

nações.Há está tensão em áreas do planeta como no Oreinte Médio e

África.Mas também os brasileiros, que sempre se consideraram dotados de

fontes inesgotáveis,veêm algumas das suas cidades sofrerem a falta de água.

O Brasil concentra cerca de 12% da água doce superficial do planeta. Essa

água, no entanto, encontra-se distribuída de forma irregular em nosso território

e as grandes reservas não coincidem geograficamente com as grandes

cidades onde se concentra grande parte da população brasileira.

A maior demanda por água no Brasil, como acontece em grande parte dos

outros países, é a agricultura, sobre tudo a irrigação, com cerca de 65% do

total. O uso doméstico corresponde a 18% da água, em seguinda a indústria e,

por último, a pecuária ( dessedentação animal ).

Historicamente, o Brasil sempre privilegiou o uso deste recurso para a

produção de energia, em detrimento de outros,como abastecimento

humano.No Código das Águas, de 1934, o governo chamava a atenção para a

necessidade do aproveitamento industrial da água e para implementação de

medidas que facilitassem, em particular, seu potencial de geração de

hidroeletricidade.

Em 1997, foi decretada a Lei das Águas, que institui a Politíca Nacional de

Recursos Hídricos ( PNRH ) e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hídricos ( SNGRH ).Nessa nova leitura da importância da água em

situações de escassez e conflitos de uso, o abastecimento humano e a

dessedentação animal tornam-se prioridades, como havia sido estabelecido

pela Constituição de 1988.

A lei prevê a questão dos usos da água por bacias hidrográficas e a geração de

recursos financeiros a serem empregados priotariamente na própria bacia,por

meio de cobrança pelo uso da água onde há conflitos de escassez.

Esse recurso ambiental, que representa a essência da vida de todos os seres,

tem seus principais usos direcionados para o abastecimento humano, a

dessedentação animal, a irrigação, a geração de energia, a recreação, o lazer

e a preservção dos ecossistemas aquáticos, além de se constituir em insumo

8

básico de processos industrias. Por conta das intervenções humanas, os

recursos hídricos vêm sendo paulatinamente degradados com sua qualidade

seriamente afetada. Isso tem gerado enormes preocupações não apenas para

as sociedades contemporâneas, mas também, para gerações vindouras.

O cenário tendencialmente é tão nebuloso que os estudiosos mais céticos não

hesitam em propolar que a escassez de água deverá se constituir num futuro

próximo, em motivo de divergências e conflitos envolvendo inúmeras nações

do planeta.

Através de posicionamentos técnicos em favor da melhoria contínua da

Qualidade Ambiental, o Reuso da Água representa um importante

instrumento,principalmente para aqueles que militam na gestão dos recursos

hídricos e invariavelemente se deparam com atitudes que compromentem a

qualidade das águas.

A Agenda 21 dedicou importância especial ao reuso,recomendando aos países

participantes do ECO, a implementação de políticas de gestão dirigidas para o

uso e reciclagem de efluentes, integrando proteção da saúde pública de grupos

de risco, com práticas ambientais adequadas.

No Capítulo 21- "Gestão ambientalmente adequada de resíduos líquidos e

sólidos" , Área Programática B - "Maximizando o dispo e a reciclagem

ambientalmente adequada ", estabeleceu,como objetivos básicos: "vitalizar e

ampliar os sistemas nacionais de dispo e reciclagem de resíduos", e "tornar

disponível informações,tecnologia e instrumentos de gestão apropriados para

encorajar e tornar operacional, sistemas de reciclagem e uso de águas

residuárias".

A prática de uso de águas residuárias também é associada, e suportiva, ás

seguintes áreas programáticas incluídas nos capítulos 14 - "Promovendo a

agricultura sustentada e o desenvolvimento rural", e 18 - "Proteção da

qualidade das fontes de águas de abastecimento - Aplicação de métodos

adequados para o desenvolvimento, gestão e uso dos recursos hídricos ",

visando a disponibilidade de água "para a produção sustentada de alimentos e

desenvolvimento rural suatentado" e "para a proteção dos recursos hídricos,

qualidade da água e dos ecossistemas aquáticos".

9

Embora não exista, no Brasil, nenhuma legislação relativa, e nenhuma menção

tenha sido feita sobre o tema na nova Política Nacional de Recursos Hídricos

(Lei N ° 9.433 de 8 de janeiro de 1997), já se dispõe de uma primeira

demonstração de vontade política,direcionada para o institucionalização do

reuso. A "Conferência Interparlamentar sobre Desenvolvimento e Meio

Ambiente" realizada em Brasília, em dezembro de 1992, recomendou, sob o

item Conservação e Gestão de Recursos para o Desenvolvimento (Parágrafo

64/B),que se envidasse esforços, a nível nacional, para "institucionalizar a

reciclagem e reuso sempre que possível e promover o tratamento e a

disposição de esgotos, de maneira a não poluir o meio ambiente".

Nas regiões áridas e semi-áridas, a água se tornou um fator limitante para o

desenvolvimento urbano, industrial e agrícola.Planejadores e entidades

gestoras de recursos hídricos, procuram, continuadamente, novas fontes de

recursos para complemetar a pequena disponibilidade hídrica ainda

disponível.No polígono das secas do nosso Nordeste, a dimensão do problema

é ressaltada por um anseio, que já existe há 75 anos, para a transposição do

Rio São Francisco, visando o atendimento da demanda dos estados não

riparianso, da região semi-árido, situados ao norte e a leste de sua bacia de

drenagem.Diversos países do Oriente Médio, onde a precipitação média oscila

entre 100 e 200 mm por ano, dependem de alguns poucos rios perenes e

pequenos reservatórios de água subterrânia,geralmente localizados em regiões

montanhosas, de difícil acesso. A água potável é proporcionada através de

sistemas de desalinação da água do mar e, devido à impossibilidade de manter

uma agricultura irrigada, mais de 50% da demanda de alimentos é satifeita

através da importação de produtos alimentícios básicos.

O fenômeno da escassez não é, entretanto, atributo exclusivo das regiões

áridas e semi-áridas.Muitas regiões com recursos hídricos abundantes, mas

insuficientes para atender a demandas excessivamente elevadas, também

experimentam conflitos de usos e sofrem restrições de consumo, que afetam o

desenvolvimento econômico e a qualidade de vida. A Bacia do Alto Tietê, que

abriga uma população superior a 15 milhões de habitantes e um dos maiores

complexos industriais do mundo, dispõe, pela sua condição característica de

10

manancial de cabeceira, vazões insuficientes para a demanda da Região

Metropolitana de São Paulo e municípios circunvizinha. Esta condição tem

levadoà busca incessante de recursos hídricos complementares de bacias

vizinhas, que trazem, com consequência direta, aumentos consideráveis de

custo, além dos evidentes problemas legais e político-institucionais

associados.Esta prática tende a se tornar cada vez mais restritiva, face à

conscientização popular, arregimentação de entidades de classe e ao

desenvolvimento institucional dos comitês de bacias afetadas pela perda de

recursos hídricos valiosos.

Nessas condições, o conceito de "substituição de fontes", se mostra como a

alternativa mais plausível para satisfazer as demandas menos restritivas,

liberando as águas de melhor qualidade para usos mais nobres, como o

abastecimento doméstico. Em 1985, o Consellho Econômico e Social das

Nações Unidas, estabeleceu uma política de gestão para áreas carentes de

recursos hídricos, que suporta este conceito: "a não ser que exista grande

disponibilidade, nenhuma água de boa qualidade deve ser utilizada para usos

que toleram águas de qualidade inferior".

As águas de qualidade inferior, tais como esgotos, particularmente os de

origem doméstica, águas de drenagem agrícola e águas salobras, devem,

sempre que possível serem consideradas com fontes alternativas para usos

menos restritivos.O uso de tecnologias apropriadas para o desenvolvimento

dessas fontes, se constitui hoje, em conjunção coma melhoria da eficiência do

uso e o controle da demanda, na estratégia básica para a solução do problema

da falta universal de água.

11

CAPÍTULO I

SISTEMA HÍDRICOS

De acordo com Ruhoff (2005), o Fundo de Recursos Hídricos foi criado por lei

(Lei 9993 de 24/04/2000) e se baseia em recursos para compensação

financeira pela exploração de recursos hídricos. As diretrizes básicas do

financiamento das atividades foram estabelecidas na referida lei e são as

seguintes:"financiamento de projetos científicos e de desenvolvimento

tecnológico, destinados a aperfeiçoar os diversos usos da água, de modo a

garantir à atual e às futuras gerações, alto padrão de qualidade, utilização

racional e integrada com vistas ao desenvolvimento sustentável e à prevenção

e defesa contra fenômenos hidrológicos críticos ou devido ao uso inadequado

de recursos naturais".

Os grandes desafios que necessitam investimento de pesquisa em ciência e

tecnologia e inovação em recursos hídricos no país envolvem vários

componentes e podem ser representados por uma tipologia que privilegie a

visibilidade social da questão.Serão destacados os principais desafios:

1.1 Sustentabilidade hídrica de regiões semi-áridas: As regiões

semi-áridas geral possuem grande fragilidade quanto à sua sustentabilidade

hídrica. Poucos anos com disponibildade hídrica fazem com que a população

se estabeleça para , logo em seguida, quando ocorre os longos períodos

secos, os prejuízos são inevitáveis,com forte empobrecimento da região e

migração para outras áreas.As consequências desses eventos extremos, sob o

ponto de vista físico e climático, dão-se sobre saúde,trabalho e habitação da

população, comprometendo a sustentabilidade da região. Contribuem, também,

para isso, processo de degradação do solo e a desertificação. O desafio do

desenvolvimento científico e tecnológico é o de dispor de elementos que criem

condições de educação, saúde, trabalho e habitação. Para isso, é preciso

aumentar a disponibilidade hídrica por meio de técnicas inovadoras como

12

novas formas de exploração de água subterrânea no cristalino, coleta e

aramazenamento da água da chuva em cisternas e açudes, processos de

dessalinização, processos integrados de gestão da demanda e de

racionalização do uso da água, controle e melhoria da qualidade da água e

melhoria da previsão climatológica.

Fonte: Fundo Setorial de Recursos Hídricos

1.2 Água e gerenciamento urbano integrado: O crescimento das

cidades tem causado impactos significativos sobre o meio ambiente e, com

isso, a população sofre com o comprometimento do abastecimento público, a

piora das condições de qualidade da água, as inundações, a má gestão dos

resíduos sólidos, entre outros. A falta de integração na gestão desses

problemas, principalmente devido à setorização das ações públicas, tem sido

uma das grandes causas do agravamento da condições hídricas em áreas

urbans. Os principais impactos verificados sobre os sistemas das cidades

brasileiras são os seguintes: � Contaminação dos mananciais urbanos, com consequência da poluição

dos sistemas hídricos e da ocupação desordenada das áreas de

proteção de mananciais, levando à redução da disponibilidade hídrica; � Falta de tratamento e de disposição adequada de esgosto sanitário,

industrial e de resíduos sólidos; � Aumento das inundações e da poluição devido à drenagem urbana

deficiente; � Ocupação das áreas de risco de inundação, com graves consequências

para a população; � Redução da disponibilidade hídrica;

O principal desafio é a busca de soluções integradas e economicamente

sustentáveis ( principalmente para a população de baixa renda, que,

usualmente, encontra-se nas condições mais desfavoráveis ). A possibilidade

de garantir usos industriais da água é, também, uma forma de melhorar as

condições de vida da população graças à geração de empregos.

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Projetar sistemas eficientes de tratamento de água,adequados à realidade

local, bem como o desenvolvimento de sistema de controle da poluição que

melhorem a qualidade da água, são, também desafios a serem vencidos. As

cidades brasileiras precisão melhorar seus sistemas de coleta e disposição

final de resíduos sólidos e de controle das cargas difusas de poluição. As

enchentes urbanas precisam de melhores formas de gestão técnica e

institucional para que, em um futuro próximo, perdas materiais e relativas à

saúde humana sejam significativamente minimizadas.

Fonte: Fundo Setorial de Recursos Hídricos

1.3 Gerenciamento dos impactos da variabilidade sobre

sistemas hídricos e a sociedade: São significativos os efeitos da

modificação do uso do solo e da variabilidade climática de curto e médio prazo

sobre a bacia hidrográfica e sobre atividades humanas. O conhecimento

desses impactos sobre os sistemas hídricos é, ainda, limitado. Dessa forma, o

gerenciamento integrado dessa questão praticamente não existe.

Existe várias características desse problema que são essencialmente

brasileiras como, a operação e a garantia do sistema energético e o

comportamento dos grandes ecossistemas como o Pantanal e a Amazônia.

Além disso, para melhor gerenciar conflitos de água como, por exemplo, entre

irrigação, energia, navegação fluvial, controle de inundações e proteção

ambiental, é essencial o conhecimento antecipado do comportamento hídrico

desses sistemas.

Os desafios para a ciência são a avaliação integrada dos processos

meteorológicos, hidrológicos e dos ecossistemas sujeito á variabilidade

climática; desenvolvimento de modelagem desses processos integrados e a

avaliação dos cenários de desenvolvimento das regiões brasileiras.

Fonte: Fundo Setorial de Recursos Hídricos

14

CAPÍTULO II

FORMAS POTENCIAIS DE REUSO

De acordo com Hespanhol (2004), através do ciclo hidrológico a água se

constitui em um recurso renovável. Quando reciclada através de sistemas

naturais, é um recurso limpo e seguro que é, através da atividade antrópica,

deteriorada a níveis diferentes de poluição. Entretanto, uma vez poluída, a

água pode ser recuperada e reusada para fins benéficos diversos. A qualidade

da água utilizada e o objetivo específico do reuso, estabelecerão os níveis de

tratamento recomendados, os critérios de segurança a serem adotados e os

custos de capital e de operação e manutenção associada. As possibilidades e

formas potenciais de reuso dependem, evidentemente, de características,

condições e fatores locais, tais como decisão política, esquemas institucionais,

disponibilidade técnica e fatores econômicos, sociais e culturais. A Figura 1

apresenta, esquematicamente, os tipos básicos de usos potenciais de esgotos

tratados, que podem ser implementados, tanto em áreas urbanas como em

áreas rurais.

Fonte: Site Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

2.1 Sistemas de reuso indireto

Segundo Hespanhol (2004), a Organização Mundial da Saúde não recomenda

o reuso indireto, visualisando como a conexão direta dos efluentes de uma

estação de tratamento de esgotos a uma estação de tratamento de águas e,

em seguida, ao sistema de distribuição.

Como reuso indireto, se compreende a diluição dos esgotos, após tratamento,

em um corpo hídrico (lago, reservatório ou aqüífero subterrâneo), no qual, após

tempos de detenção relativamente longos, é efetuada a captação, seguida de

tratamento adequado e posterior distribuição. O conceito de reuso indireto

implica, evidentemente, que o corpo receptor intermediário, seja um corpo

15

hídrico não poluído, para, através de diluição adequada, reduzir a carga

poluidora a níveis aceitáveis. A prática do reuso para fins potáveis, como vem

se pretendendo efetuar em São Paulo, na qual água altamente poluída por

efluentes, tanto doméstica como industriais, é revertida, sem nenhum

tratamento, para outro manacial, também extensivamente poluído por esgotos

domésticos e por elevadas concentrações de cobre, utilizados para controle de

algas, não se classifica, portanto, como reuso indireto.

Figura 1- Formas Potenciais de Reuso de Água

16

2.2 Usos urbanos

No setor urbano, o potencial de reuso de efluentes é muito amplo e

diversificado. Entretanto, usos que demandam água com qualidade elevada,

requerem sistemas de tratamento e de controle avançados, podendo levar a

17

custos incompatíveis com os benefícios correspondentes. De uma maneira

geral, esgotos tratados podem, no contexto urbano, serem utilizados para fins

potáveis e não potáveis.

Fonte: Site Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

2.3 Usos urbanos para fins potáveis

A presença de organismos patogênicos e de compostos orgânicos sintéticos na

grande maioria dos efluentes disponíveis para reuso, principalmente naqueles

oriundos de estações de tratamento de esgotos de grandes conturbações com

pólos industriais expressivos, classifica o reuso potável como uma alternativa

associada a riscos muitos elevados, tornando-o praticamente inaceitável. Além

disso, os custos dos sistemas de tratamento avançados que seriam

necessários, levariam à inviabilidade econômico-financeira do abastecimento

público, não havendo, ainda, face às considerações anteriormente efetuadas,

garantia de proteção adequada da saúde pública dos consumidores.

Entretanto, caso seja imprescindível implementar reuso urbano para fins

potáveis, devem ser obedecidos os seguintes critérios básicos:

Utilizar exclusivamente esgotos domésticos.

Devido à impossibilidade de identificar adequadamente a enorme quantidade

de compostos de alto risco, particularmente micro-poluentes orgânicos,

presentes em efluentes líquidos industrias, mananciais que receberam, durante

períodos prolongados, esses efluentes, são, "a priori", desqualificados para a

prática de reuso para fins potáveis. O reuso, para fins potáveis, só pode ser

praticado, tendo como matéria prima básico esgoto exclusivamente doméstico.

Na República da Nambia, por exemplo, que vem tratando esgotos

exclusivamente domésticos para fins potáveis, os esgotos industriais são

coletados em rede separada e tratados independentemente. Além disso, um

controle intensivo é efetuado pela municipalidade, para evitar a descarga,

18

mesmo acidental, de efluentes industriais ou compostos químicos de qualquer

espécie, no sistema de coleta de esgotos domésticos.

Fonte: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

2.4 Usos urbanos para fins não potáveis

Os usos urbanos não potáveis envolvem riscos menores e devem ser

considerados como a primeira opção de reuso na área urbana. Entretanto,

cuidados especiais devem ser tomados quando ocorre contato direto do público

com gramados de parques, jardins, hotéis, áreas turísticas e campos de

esporte. Os maiores potenciais de reuso são os que empregam esgotos

tratados para :

� Irrigação de parques e jardins públicos, centros esportivos, campos de

futebol, quadras de golfe, jardins de escolas e universidades, gramados,

árvores e arbustos decorativos ao longo de avenidas e rodovias; � Irrigação de áreas ajardinadas ao redor de edifícios públicos,

residenciais e indutriais; � Reserva de proteção contra incêndios; � Controle de poeira em movimento de terra, etc; � Sistemas decorativos aquáticos tais como fontes e chafarizes, espelhos

e quedas d'água; � Descarga sanitária em banheiros públicos e em edifícios comerciais e

industriais; � Lavagem de trens e ônibus públicos.

Os problemas associados ao reuso urbano não potável são, principalmente, os

custos elevados de sistemas duplos de distribuição, dificuldades operacionais e

riscos potenciais de ocorrência de conexões cruzadas. Os custos, entretanto,

devem ser considerados em relação aos benefícios de conservar água potável

e de, eventualmente, adiar ou eliminar a necessidade de desenvolvimento de

novos mananciais, para abastecimento público.

19

Diversos países da Europa, assim como os países industrializados da Ásia,

localizados em regiões de escassez de água, exercem, extensivamente, a

prática de reuso urbano não potável.Entre esses, o Japão vem utilizando

efluentes secundários para diversas finalidades. Em Fukuoka, uma cidade com

aproximadamente 1,2 milhões de habitantes, situada no sudoeste do Japão,

diversos setores operam com rede dupla de distribuição de água, uma das

quais com esgotos domésticos tratados a nível terciário (lodos ativados,

desinfecção com cloro em primeiro estágio, filtração, ozonização, desinfecção

com cloro em segundo estágio), para uso em descarga de toiletes em edifícios

residenciais. Esse efluente tratado é também utilizado para outros fins,

incluindo irrigação de árvores em áreas urbanas, para lavagem de gases, e

alguns usos industriais, tais como resfriamento e desodorização. Diversas

outras cidades do Japão, entre as quais Ooita, Aomori e Tókio, estão fazendo

de esgotos tratados ou de outras águas de baixa qualidade, para fins urbanos

não potáveis, proporcionando uma economia significativa dos escassos

recursos hídricos localmente disponíveis.

Fonte: Site Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

2.5 Usos Industriais

Os custos elevados da água industrial associados às demandas, têm levado as

indústrias a avaliar as possibilidades internas de reuso e a considerar ofertas

das companhias de saneamento para a compra de efluentes tratados, a preço

inferiores aos da água potável dos sistemas públicos de abastecimento. "A

água de utilidade" produzida através de tratamento efluentes secundários e

distribuída por adutoras que serve um grupamento significativo de indústrias,

se constitui, atualmente, em um grande atrativo para abastecimento industrial a

custos razoáveis. Em algumas áreas da região metropolitana de São Paulo o

custo da água posta à disposição da indústria está em torno de oito reais por

metro cúbico, enquanto que a água de utilidades apresenta um custo marginal

por metro cúbico pouco superior a quatro reais. Este custo varia,

evidentemente, com as condições locais, tanto em termos dos níveis de

20

tratamento adicionais necessários, como aqueles aos sistemas de distribuição.

A proximidade de estações de tratamento de esgoto às áreas de grande

concentração industrial contribui para a viabilização de programas de reuso

industrial. uma vez que permite adutoras e custos unitários de tratamento

menores.

Os usos industriais que apresentam possibilidade de serem viabilizados em

áreas de concentração industrial significativa são basicamente os seguintes: � Torres de resfriamento como água de "make-up"; � Caldeiras; � Construção civil, incluindo preparação e cura de concreto, e para

compactação do solo; � Irrigação de áreas verdes de instalações industriais, lavagem de piso e

alguns tipos de peças, principalmente na indústria mecânica; � Processos industriais.

Dentro do critério de estabelecer prioridades para usos que já possuam

demanda imediata e que não exijam níveis elevados de tratamento, é

recomendável concentrar a fase inicial do programa de reuso industrial, em

torres de resfriamento.

Esgotos domésticos tratados têm sido amplamente utilizados como água de

resfriamento em sistemas com e sem circulação. Os esgotos apresentam euma

pequena desvantagem em relação às águas naturais, pelo fato de possuírem

temperatura um pouco mais elevada. Em compensação, a oscilação de

temperatura é muito menor nos esgotos domésticos do que em águas naturais.

Embora corresponda a apenas 17% da demanda de água não potável pelas

indústrias, o uso de efluentes secundários tratados, em sistema de

refrigeração, tem a vantagem de requerer qualidade independente do tipo de

indústria, e a de atender , ainda, a outros usos menos restritivos, tais como

lavagem de pisos e equipamentos, e como água de processo em indústrias

mecânicas e metalúrgicas. Alem disso, a qualidade de água adequada para

refrigeração de sistemas semi-abertos, é compatível com outros usos urbanos,

não potáveis, tais como irrigação de parques e jardins, lavagem de vias

públicas, construção civil, formação de lagos para algumas modalidades de

21

recreação e para efeitos paisagísticos. Os sistemas de tratamento para reuso

em unidades de refrigeração semi-abertos, por exemplo, são relativamente

simples, devendo produzir efluentes capazes de evitar corrosão ou formação

de depósitos, crescimento de microorganismos, formação excessiva de

escuma e deslignificação de torres de refrigeração, contruídas em madeira.

Outras indústrias, que podem ser consideradas nas fases posteriores na

implementação de um programa metropolitano de reuso, incluem águas para

produção de vapor, parta lavagem de gases de chaminés, e para processos

industriais específicos, tais como manufatura de papel e papelão, indústria

têxtil, de material e produtos químicos, petroquímicas, curtumes, construção

civil , etc. Essas modalidades de reuso, envolvem sistemas de tratamento

avançados e demanda, consequentemente, níveis de investimento elevados.

Reuso e conservação devem, também , ser estimulados nas próprias

indústrias, através de utilização de processos industriais e de sistemas de

lavagem com baixo consumo de água, assim como em estações de tratamento

de água para abastecimento público, através de recuperação e reuso das

águas de lavagem de filtros e de decantadores.

Na Região Metropolitana de São Paulo existe um grande potencial para uso de

efluentes das estações de tratamento de esgotos em operação, para fins

industriais. A estação de tratamento de esgotos de Baruerí poderia abastecer,

com efluentes tratados, uma área industrial relativamente importante,

distribuída em Baruerí, Carapicuíba, Osasco, e o setor industrial, ao longo do

Rio Cotio, nas imediações da rodovia Raposo Tavares. Da mesma maneira, a

estação de Suzano poderia abastecer indpustrias concentradas nas regiões de

Poá, Suzano e, eventualmente, de Itaquaquecetuba e Mogi das Cruzes.

Fonte: Site Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

2.6 Usos agrícolas e benefícios econômicos do reuso agrícola

Face às grandes vazões envolvidas, ( chegando a até 80% do uso consultivo,

em alguns países), especial atenção deve ser atribuída ao reuso para fins

22

agrícolas. A agricultura depende, atualmente, de suprimento de água a um

nível tal que a sustentabilidade da produção de alimentos não poderá ser

mantida, sem o desenvolvimento de novas fontes de suprimento e a gestão

adequada dos recursos hídricos convencionais. Esta condição é fundamental

no fato de que o aumento da produção, não pode mais ser efetuado através da

mera expansão de terra cultivada. Com poucas exceções, tais como áreas

significativas do nordeste brasileiro, que vem sendo recuperadas para uso

agrícola, a terra arável, a nível mundial, se aproxima muito rapidamente de

seus limites de expansão. A Índia já explorou praticamente 100% de seus

recursos de solo arável, enquanto que Bangladesh dispõe de apenas 3% para

expansão lateral. O Paquistão, as Filipinas e a Tailândia, ainda têm um

potencial de expansão de aproximadamente 20%. A taxa glo9bal de expansão

de terra arável diminuiu 0,4% durante a década 1970-1979 para 0,2%, durante

o período 1980-1987. Nos países em vias de desenvolvimento e em estágio de

industrialização acelerada, a taxa de crescimento também caiu de 0,7% para

0,4%.

Durante as duas últimas décadas, o uso de esgotos para irrigação de culturas

aumentou, significativamente, devido aos seguintes fatores:

Dificuldade crescente de identificar fontes alternativas de água para irrigação;

Custo elevado de fertilizantes;

A segurança de que os risco de saúde pública e impacta sobre o solo são

mínimos, se as precauções adequadas são efetivamente tomadas;

Os custos elevados dos sistemas de tratamento, necessários para descarga de

efluentes em corpos receptores;

A aceitação sócio-cultural da prática do reuso agrícola;

Reconhecimento, pelos órgãos gestores de recursos hídricos, do valor

intrínsico da prática.

Estima-se que, na região do Alto Tietê, a jusante do Reservatório de Ponte

Nova, até às imediações de Guarulhos, pedr-se-ia, com o atendimento da

demanda agrícola através dos esgotos coletados dos municípios da região,

23

dispor de aproximadamente 3 metros cúbicos por segundo adicionais, de água

de boa qualidade, para abastecimento público.

Na região da influência da ETE Suzano, por exemplo, existe uma grande área

de uso agrícola, irrigada com água de qualidade elevada. Esta área se

concentra, particularmente ao longo do Rio Taiaçupeba e dista,

aproximadamente, 8 quilômwtros da ETE Suzano. É muito provável, entretanto,

que a elevada concentração de efluentes industriais recebidos da ETE Suzano,

torne seus efluentes incompatíveis para o reuso agrícola.

A aplicação de esgotos no solo é uma forma efetiva de controle da poluição e

uma alternativa viável para aumentar a disponibilidade hídrica em regiões

áridas e semi-áridas. Os maiores benefícios dessa forma de reuso, são os

associados aos aspectos aconônicos, ambientais e de saúde pública.

Os benefícios econômicos são auferidos graças ao aumento da área cultivada

e ao aumento da produtividade agrícola, os quais são mais significativos em

áreas onde se depende apenas de irrigação natural, proporcionada pelas

águas de chuvas. Um exemplo notável de recuperação econômica, associada

à disponibilidade de esgotos parax irrigação é o caso do Vale de Mesquital, no

México, onde a renda agrícola aumentou de quase zero no início do século,

quando os esgotos da cidade do México foram postos à disposição da região,

até aproximadamente 4 milhões de dólares americanos por hectare, em 1990.

Estudos efetuados em diversos países demonstraram que a produtividade

agrícola aumenta significativamente em sistemas de irrigação com esgotos

adequadamente administrados. O Quadro abaixo mostra os resultados

experimentais efetuados em Nagpur, Índia, pelo Instituto Nacional de

Pesquisas de Engenharia Ambiental (NEERI), que investigou os efeitos da

irrigação com esgotos, sobre as culturas produzidas.

Aumento da produtividade Agrícola (ton/ha/ano) possibilitada pela

Irrigação com esgotos domésticos

24

Irrigação efetuada

com

Trigo

8 anos

Feijão

5 anos

Arroz

7 anos

Batata

4 anos

Algodão

3 anos

Esgoto bruto 3.34 0.9 2.97 23.11 2.56

Efluente primário 3.45 0.87 2.94 20.78 2.3

Efluente de lagoa de

estabilização

3.45 0.78 2.98 22.31 2.41

Água + NPK 2.7 0.72 2.03 17.16 1.7

(a)- Número de anos para cálculo da produtividade média

Fonte: Site Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

Efluentes de sistemas convencionais de tratamento, tais como lodos ativados,

têm uma concentração típica de 15 mg/litro de N total e 3 mg/litro de P total,

proporcionando, portanto, às taxas usuais de irrigação em zonas semi-áridas

(aproximadamente 2 metros por ano ), uma aplicação de N e P de 300 e 60

kg/ha/ano, respectivamente. Essa aplicação de nutrientes reduz,

substancialmente, ou mesmo elimina, a necessidade do emprego de

fertilizantes comerciais.Além dos nutrientes ( e dos micronutrientes, não

disponíveis em fertilizantes sintéticos), a aplicação de esgotos proporciona a

adição de matéria orgânica, que age como um condicionador do solo,

aumentando a sua capacidade de reter água.

O aumento de produtividade não é , enteretanto, o único benefício, uma vez

que se torna possível ampliar a área irrigada e , quando as condições

climáticas permitem, efetuar colheitas múltiplas, praticamente ao longo de todo

o ano.

A prática de aqüicultura fertilizada com esgotos ou excreta também representa

uma fonte de receita substancial em diversos países, entre os quais

Bangladesh, Índia, Indonésia e Peru. O sistemas de lagoas, operando há

muitas décadas em Calcutá é o maior sistema existente atualmente, utilizando

apenas esgotos, como fonte de alimentos para a produção de peixes. Dados

de 1987, indicam uma área total de lagoas com aproximadamente 3.000

hectares, e uma produção anual entre 4 e 9 ton/hectare, que supre quase que

25

exclusivamente o mercado local. Outros elementos sobre os bebefícios

econômicos da aqüicultura fertilizada com excreta ou esgotos podem ser

encontrados na literatura especializada.

Fonte: Site Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

2.7 Benefícios Ambientais e à Saúde Pública

Sistemas de reuso adequadamente palnejados e administrados, trazem

melhorias ambientais e de condições de saúde, entre as quais: � Evita a descarga de esgotos em corpos de água; � Preserva recursos subterrâneos, principlamente em áreas onde a

utilização excessiva de aqüíferos provoca intrusão de cunha salina ou

subsidência de terrenos; � Permite a conservação do solo, através da acumulação de "humus" e

aumenta a resistência à erosão; � Contribui, principalmente em países em desenvolvimento, para o

aumento da produção de alimentos, elevando, assim os níveis de saúde,

qualidade de vida e condições sociais de populações associadas aos

esquemas de reuso;

Apesar disso, alguns efeitos detrimentais podem ocorrer em associação com o

uso de esgotos na irrigação. Um efeito potencialmente negativo é a poluição,

particularmente por nitratos, de aqüíferos subterrâneos, utilizados para

abastecimento de água. Isso ocorre quando uma camada insaturada,

altamente porosa se situa sobre o aqüífero, permitindo a percolação de

nitratos. Entretanto, ocorrendo uma camada profunda e homogênea, capaz de

reter nitratos, a possibilidade de contaminação é bastante pequena. A

assimilação de nitrogênio pelas culturas, reduz a possibilidade de

contaminação por nitrato, mas isso depende das taxas de assimilação pelas

plantas e das taxas de aplicação de esgotos no solo.

O acúmulo de contaminantes químicos no solo é outro efeito negativo que pode

ocorrer. Dependendo das características dos esgotos, a prática da irrigação por

26

longos períodos, pode levar à acumulação de compostos tóxicos, orgânicos e

inorgânicos, e ao aumento significativo de salinidade, em camadas insaturadas.

Para evitar essa possibilidade, a irrigação deve ser efetuada com esgotos de

origem predominantemente doméstica. A necessidade de um sistema

adequado de drenagem deve ser também considerada, visando minimizar o

processo de salinização de solos irrigados com esgotos. Da mesma maneira, a

aplicação de esgotos por períodos muito longos, pode levar à criação de

hábitats, propícios à proliferação de vetores transmissores de doenças, tais

como mosquitos e algumas espécies de caramujos. Nesse caso, devem ser

empregadas técnicas integradas de controle de vetores, para proteger os

grupos de risco correspondentes.

27

Matriz para análise de projetos de irrigação com esgotos

�atureza do problema Quais os volumes de esgotos produzidos e qual é a distribuição sazonal? Onde os esgotos serão produzidos? Quais são as características dos esgotos que serão produzidos? Quais são as alternativas de disposição possíveis?

Viabilidade legal Que usos se podem fazer dos esgotos, de acordo com a legislação existente, se disponivel? Se não existem legislações estaduais ou federais, que usos se pode fazer dos esgotos dentro das diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização para Alimentos e Agricultura (FAO)? Quais são os direitos dos usuários dos recursos hídricos e como esses poderiam vir a ser afetados pelo reuso?

Viabilidade técnica A qualidade dos esgotos tratados disponíveis é adequada para irrigação restrita ou irrestrita? Quanto de terra está disponivel ou é necessária para os projetos de irrigação? Quais são as características do solo nesta terra? Quais são as práticas de uso da terra? Elas podem ser modificadas? Que tipos de culturas podem ser considerados? A demanda de água pela culturas é compatível com a variação sazonal dos esgotos disponíveis? Que técnicas de irrigação serão utilizadas? Se a possibilidade de recarga de aqüíferos é uma das possibilidades para o uso dos esgotos, as características hidrogeológicas são adequadas? Qual seria o impacto dessa recarga na qualidade das águas subterrâneas? Existem problemas adicionais de saúde ou de meio ambiente, que necessitam ser considerados?

28

Viabilidade política e social Quais foram, no passado, as reações políticas a problemas de saúde e ambientais que eventualmente tenham ocorrido em possível conexão com o uso de esgotos? Qual é a percepção pública da práica do uso de esgotos? Qual é a atitude de grupos de influência em áreas onde esgotos têm possibilidade de serm utilizados? Quais são os benefícios do reuso para a comunidade? Quais são os riscos potenciais?

Viabilidade econômica Quais são os custos de capital envolvidos? Quais são os custos de operação e manutenção? Qual é o valor da taxa de retorno? Quais são os custos de implantação dos sistemas de agricultura irrigada com esgostos, isto é, custos de transporte de água para a área de plantio, instalação de equipamentos de irrigação, infraestrutura, etc? Quais são os benefícios do sistema de irrigação com esgotos? Qual é a relação custo/benefício do projeto de irrigação com esgotos?

Viabilidade operacional São os recursos humanos e as capacidades operacionais locais adequados para as atividades de operação e manutenção dos sistemas de tratamento, irrigação, recarga de aqüíferos, operação agrícola e controle de aspectos de saúde e meio ambiente? Caso contrário, quais são os programas de treinamento que devem ser implementados?

Fonte: Site Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

2.8 As dimensões legais e regulatórias

O uso de esgotos, principalmente para a irrigação de culturas, é associada aos

dois aspectos legais seguintes:

Estabelecimento de um status legal para os esgotos, e a delineação de um

regime legal para a sua utilização. Essa nova condição deve levar: ao

desenvolvimento de uma nova legislação ou à complementação de legislação

existente, estabelecendo normas, padrões e códigos de prática associada ao

reuso; à atribuição de competências às agências locais e nacionais, associadas

ao setor, e as bases para o inter-relacionamento e cooperação mútua entre

elas;

29

Garantir os direitos dos usuários, principalmente com relação ao acesso e

apropriação dos esgotos, incluindo a regulamentação pública de seus usos. A

legislação deve incluir, também, a posse da terra, sem a qual os direitos sobre

o uso dos esgotos não teriam nenhum valor.

A delineação de um regime legal para o uso de esgotos deve considerar os

aspectos seguintes: � A definição do que é esgoto; � A quem pertence o esgoto; � Um sistema de licenciamento para o uso de esgotos; � Proteção de outros usuários, que possam ser, adversamente afetados,

pela diminuição de vazões de retorno, aos mananciais que utilizam; � Restrições, visando a proteção do meio ambiente e da saúde pública,

com relação ao uso planejado para os esgotos, condições de tratamento

e qualidade final dos esgotos tratados, e condições para a localização

de estações de tratamento de esgotos; � Alocação de custos e estabelecimento de tarifas para os esgotos; � Mecanismos de aplicação de leis regulamentos; � Disposição de lodos gerados nos sistemas de tratamento de esgotos; � Delegação de poderes a uma instituição, ou criação de uma nova

instituição, ou elaboração de arranjos institucionais para a administração

da legislação sobre o reuso;

A interface entre o regime legal estabelecido para o reuso, e o regime legal

para a gestão de recursos hídricos, principalmente a legislação sobre água e

controle da poluição ambiental, e a legislação relativa ao abastecimento de

água e coleta de esgotos, incluindo as instituições responsáveis.

Fonte: Site Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

30

CAPÍTULO III

REUSO E QUALIDADE DAS ÁGUAS

De acordo com PHILIPPI (2004), as indústrias dos Estados Unidos, Japão e

Alemanha aumentaram sua produtividade e ao mesmo tempo, reduziram o

consumo de água, a partir do programa de reutilização. No Japão, foram

mudadas as regras da construção civil. Lá, os condomínios, hotéis e hospitais

passaram a ser construídos com sistemas particulares de reaproveitamento de

águas servidas. Por exemplo, a água que sai pelo ralo do box ou da banheira

segue por canos independentes atá um pequeno reservatório que abastece os

vasos sanitários do edifício. Só então ela vira esgoto, que, em algumas

cidades, é tratado e reutilizado em processos industriais.

O tratamento dá condições de reutilização da matéria-prima água. O reuso

"não planejado" de água já é adotado na Região Metropolitana de São Paulo.

Mas deve ser implementado o reuso "planejado", uma vez que os mananciais

da bacia do Alto Tietê já estão sendo superexplorados. A Constituição

Brasileira determina que "todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente

equilibrado, um bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de

vida e é dever do Poder Público e da coletividade defender e preservar o meio

ambiente para as geraçõespresentes e futuras". Apesar das inúmeras

tentativas, essa preservação tem deixado a desejar,córregos e rios são usados

pela população como depósito de lixo.

Diariamente, as pessoas tentam se livrar do lixo muitas vezes jogando-o pela

janela, seja a do carro, seja a de casa. Você já imaginou se todos fizessem

isso, o que aconteceria com nossos rios, já tão poluídos? Um pedaço de papel

jogado na Avenida Paulista irá descer pela encosta e, dependeno do lado em

que o vento soprar, deverá chegar ao rio Tamanduateí ou rio

Pinheiros.Qualquer um dos rios que receba esse papel irá levá-lo, certamente,

ao rio Tietê. E se acumulará ao resto do lixo que é despejado neste rio.

O papel demora um certo tempo para dissolver na água. Imagine os outros

tipos de lixo despejados nesses rios e nos mananciais que abastecem a

31

cidade! Por outro lado, como alguns rios da Grande São Paulo estão

canalizados, as pessoas têm a impressão de que eles não existem.

E como não são vistos, dificilmente a população lutará por sua qualidade.

No próximo século, a água doce será o recurso natural mais disputado na

maioria dos países. No Brasil existe água em abundância, mas existe também

o desperdício e o comprometimento dos mananciais.

Aqui, o uso da água segue em direção oposta a dos países desenvolvidos que,

desde a década de 70, vêm adotando programas de conservação. Um deles é

o desenvolvimento de tecnologias mais eficientes. Inúmeros países tornaram

obrigatória a adoção de equipamentos sanitários mais econômcos no consumo

de água.

Por exemplo, a válvula de descarga, que ao ser acionada gasta de 10 a 30

litros de água, foi substituída pela caixa acoplada ao vaso, que descarrega

apenas 6 litros por vez.

Na cidade do México, o governo substituiu três milhões e meio de válvulas por

vasos sanitários com caixa acoplada, de 6 litros por descarga, resultando numa

redução de consumo de 5 mil litros de água por segundo. Nos Estados Unidos,

além de ser obrigatório o limite de 6litros para a desgarga, a legislação também

limitou a vazão de chuveiros e torneiras em 9 litros de água por minuto, o que

resultou numa redução de 30 % no consumo de água. Aqui no Brasil existem

algumas experiências que estão sendo feitas pela SABESP em conjunto com o

IPT e com a Escola Politécnica da USP.

Fonte: Site União das Águas

3.1 Água reutilizada

Segundo PHILIPPI (2004), a utilização da água por mais de uma vez, depois

de um tratamento adequado faz parte de um programa mundial liderado pela

Organização das Nações Unidas e pela Organização Mundial da Saúde e

tem como obejtivo a proteção da saúde pública, manutenção da integridade

dos ecossistemas e uso sustentado da água.

32

Esta reutilização já acontece espontaneamente na própria natureza, no ciclo

hidrológico, ou mesmo de forma planejada através da ação humana. O Reuso

Planejado da água pode ser feito para fins potáveis ou não potáveis, tais como

recreacional, recarga de lençol freático, geração de energia, irrigação,

reabilitação de corpos d'água e industrial.

A água de reuso é produzida dentro das Estações de Tratamento de Esgoto

epode ser utilizada para inúmeros fins, como geração de enrgia, refrigeração

de equipamentos, em diversos processos industriais, prefeituras e entidades

que usam a água para lavagem de ruas e pátios, para irrigação, desobstrução

de rede de esgostos e águas pluviais e lavagem de veículos. É possível tratar a

água destas estações até a mesma chegar a estado potável, porém isto

encareceria o produto final, por isso não existe interesse nesse processo.

Os municípios de São Caetano do Sul, Barueri e Carapicuíba já usam a água

reutilizada para a lavagem de ruas e para regar seus jardins, principalmente

devido à redução de custos. A água pode custar até a metade do preço para o

município. Para as empresas o benefício é ainda maior, passando de R$ 4,00 o

metro cúbico para algo entre R$ 0,50 e R$ 0,60.

Muitas empresas em São Paulo já utilizam esta água em seus processos

produtivos. Os principais processosindustriais que permitem o uso de água

reciclada são os de produção de carvão, petróleo, produção primária de metal,

curtumes, indústrias têxteis, químicas e de papel e celulose.

A economia de água potável é vital para a manutenção dos recursos hídricos

além de representar uma grande economia para as indústrias,podendo refletir

em desenvolvimento, visto que sobra dinheiro para investir em geração de

empregos ou diminuição do custo final do produto.

Fonte: Site União das Águas

33

3.2 O Reuso da água

A reutilização ou reuso de água ou, ainda em outra forma de expressão, o uso

de águas residuárias, não é um conceito novo e tem sido praticado em todo o

mundo há muitos anos. Existem relatos de sua prática na Grécia Antiga, com a

disposição de esgotos e sua utilização na irrigação. No entanto, a demanda

crescente por água tem feito do reuso palnejado da água um tema atual e de

grande importância. Neste sentido, deve-se considerar o reuso de água como

parte de uma atividade mais abrangente que é o uso racional ou eficiente da

água, o qual compreende também o controle de perdas e desperdícios, e a

minimização da produção de efluentes e do consumo de água.

Dentro dessa ótica, os esgotos tratados têm um papel fundamental no

planejamento e na gestão sustentável dos recuroso hídricos como um

substituto para uso de águas destinadas a fins agrícolas e de irrigação, entre

outros. Ao liberar as fontes de água de boa qualidade para abastecimento

público e outros usos prioritários, ouso de esgotos contribui para a conservação

dos recursos e acrescenta uma dimensão econômica ao palnejamento dos

recursos hídricos.

O “reuso” reduz a demanda sobre os mananciais de água devido à

substituição da água potável por uma água de qualidade inferior. Essa prática

atualmente muita discutida,posta em evidência e já utilizada em alguns países

é baseada no conceito de substituição de mananciais. Tal substituição é

possível em função da qualidade requerida para um uso específico. Dessa

forma, grandes volumes de água potável podem ser poupados ser pelo reuso

quando se utiliza água de qualidade inferior (geralmente efluentes pós-

tratados) para atendimento das finalidades que podem prescindir desse recurso

dentro dos padrões de portabilidade.

Fonte: Site União das Águas

34

3.3 Água Residuárias

Águas residuais ou residuárias são todas as águas descartadas que resultam

da utilização para diversos processos. Exemplos destas águas são:

Águas residuais domésticas: � Provenientes de cozinhas; � Provenientes de banhos; � Provenientes de lavagens de pavimentos domésticos.

Águas residuais industriais: � Resultantes de processos de fabricação.

Águas de infiltração: � Resultam da infiltração nos coletores de água existente nos terrenos.

Águas urbanas: � Resultam de chuvas, lavagem de pavimentos, regas, etc.

As águas residuais transportam uma quantidade apreciável de materiais

poluentes que se não forem retirados podem prejudicar a qualidade das águas

dos rios, comprometendo não só toda a fauna e flora destes meios, mas

também, todas as utilizações que são dadas a estes meios, como seja, a

pesca, a balneabilidade, a navegação, a geração de energia, etc.

É recomendado recolher todas as águas residuais produzidas e transpotá-las

até a Estação de Tratamento de águas Residuais (ETAR). Depois de

recolhidas nos coletores, as águas residuais são conduzidas atá a estação,

onde se processa o seu tratamento.

O tratamento efetuado é, na maioria das vezes, biológico, recorrendo-se ainda

a um processo físico para a remoção de sólidos grosseiros. Neste sentido a

águaresidual ao entrar na ETAR passa por um canal onde estão montadas

35

grades em paralelo, que servem para reter os sólidos de maiores dimensões,

tais como, paus pedras, etc.,que prejudicam o processo de tratamento. Os

resíduosrecolhidos são acondicionados em contendores, sendo posteriormente

encaminhados para o aterro sanitário.

Muitos destes resíduos têm origemnas residências onde, por falta de instrução

e conhecimento das conseqüências de tais ações, deixa-se para o sanitário

objeto como: cotonetes, preservativos, absorventes, papel higiênico, etc. Estes

resíduos devido às sua características são extremamente difícies de capturar

nas grades e, conseqüentemente, passam para as lagoas prejudicando o

processo de tratamento.

A seguir a água residual, já desprovida de sólidos grosseiros, continua o seu

caminho pelo mesmo canal onde é feita a medição da quantidade de água que

entra na ETAR. A operação que se segue é a desarenação, que consiste na

remoção de sólidos de pequena dimensão, como sejam as areias. Este

processo ocorre em dois tanques circulares que se designam por

desarenadores. A partir deste ponto a água residual passa a sofrer um

tratamento estritamente biológico por recurso da lagoa de estabilização

(processo de lagunagem).

O tratamento deverá atender à legislação (Resolução do CONAMA n° 020/860

que define a qualidade de águas em função do uso a que está sujeita,

designadamente, águas para consumo humano, águas para suporte de vida

aquática, águas balneares e águas de rega.

Fonte: Site União das Águas

3.4 Aplicação da metodologia de APPCC, uma ferramenta da

Qualidade

Segundo (Franco, 2007), a aplicação da metodologia de APPCC – análise de

perigos e pontos críticos de controle, como ferramenta para reuso de água na

indústria é hoje uma necessidade real e crescente.

36

Umas das maiores preocupações da indústria de alimento é grande consumo

de água nos seus processos produtivos. A conservação e reuso da água é hoje

uma necessidade.

Esta dissertação expõe conceitos sobre uso racional e reuso de água nas

indústrias de aditivos alimentares, e sistemas de gestão da qualidade na

indústria de alimentos. O objetivo é desenvolver uma descrição da aplicação do

sitema APPCC - Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle, como

ferramenta no reuso de águas para indústrias de alimentos, utilizando-se como

estudo de caso uma indústria do setor de aromas e essências, fundamentado

nos princípios da Gestão da Qualidade Total.

Foram obtidos dados técnicos em visitas realizadas à empresa Givaudan,

localizado na cidade de São Paulo, Brasil. Foi feita uma análise dos principais

processos produtivos, para a identificação da demanda de água e,

consequentemente, das áreas com maior potencial para a aplicação de

alternativas para reúso da água. Determinou-se que os maiores consumos de

água estão na produção de aromas e fragrâncias, referindo-se ao processo de

lavagem de equipamentos e utensílios nas áreas de secagem de emulsões e

tanques móveis. Recomenda-se tratar o efluente da operação de lavagem,

posteriormente essa água tratada deve ser levada a um tanque de

armazenamento para ser reusada internamente nos primeiros estágios de

lavagem e enxágue dos secadores do tipo Spray Dry. A ferramenta APPCC vai

garantir a qualidade físico-química e microbiológica da água. O tratamento para

este que contém alta concentração de sólidos dissolvidos é através de osmose

reversa por ser um processo que vai permitir uma alta remoção dos sólidos

dissolvidos, bactérias e vírus. Para reduzir o consumo de água na empresa se

propor um reuso de água não potável externamente, implantando e instalando

uma estação de tratamento biológico para adequar o efluente proveniente da

área de lavagens dos tanques móveis, lavadores de gases, vasos sanitários, e

bebedouros.

Fonte: Site Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - Teses

37

CAPÍTULO IV

TIPOS DE REUSO Conforme ANA (Agência Nacional de Água – 08/2005) reutilização de água

pode ser direta ou indireta, decorrentes de ações planejadas ou não: � Reuso indireto não planejado da água: ocorre quando a água, utilizada

em alguma atividade humana, é descarregada no meio ambiente e

novamente utilizada a jusante, em sua forma diluída, de maneira não

intencional e não controlada. Caminhando até o ponto de capatação

para o novo usuário, a mesma está sujeita às ações naturai do ciclo

hidrológico (diluição, autodepuração); � Reuso indireto planejado da água: ocorre quando os efluentes, depois

de tratados, são descarregados de forma planejada nos corpos de

águas superficiais ou subterrâneas, para serem utilizadas a jusante, de

maneira controlada, no atendimento de algum uso benéfico;

O reuso indireto planejado da água pressupõe que exista também um

controle sobre as eventuais novas descargas de efluentes no caminho,

garantindo assim que o efluente tratado estará sujeito apenas a misturas

com outros efluentes que também atendam ao requisito de qualidade do

reuso objetivado; � Reuso direto planejado das águas: ocorre quando os efluentes, após

tratados, são encaminhados diretamente de seu ponto de descarga até

o local do reuso, não sendo descarregados no meio ambiente. É o caso

com maior ocorrência, destinando-se a uso em indútria ou irrigação.

Fonte: Site Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

4.1 Aplicações da água reclicada

� Irrigação paisagística:parques, cemitérios, campos de golfe, faixas de

domínio de auto-estradas, campus universitários, cinturões verdes,

gramados residenciais;

38

Irrigação de campos para cultivos, plantios de forrageiras, plantas

fibrosas e de grãos, plantas alimentícias, viveiros de plantas

ornamentais, proteção contra geadas; � Usos industriais: refrigeração, alimentação de caldeiras, água de

processamento; � Recarga de aqüíferos: recarga de aqüíferos potáveis, controle de

intrusão marinha, controle de recalques de subsolo; � Usos urbanos não-potáveis: irrigação paisagística, combate ao fogo,

descarga de vasos sanitários, sistemas de ar condicionado, lavagem de

ruas e pontos de ônibus, etc; � Finalidades ambientais: aumento da vazão em cursos de água,

aplicação em pântanos, terras alagadas, indústrias de pesca; � Usos diversos: aqüicultura, construções, controle de poeira,

dessedentação de animais.

Fonte: Site Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

4.2 Problemática no Brasil

Segundo Hespanhol (2004), no Brasil, a prática do uso de esgotos –

principalmente para a irrigação de hortaliças e de algumas culturas forrageiras

– é de certa forma difundida. Entretanto, constitui-se em um procedimento não

institucionalizado e tem se desenvolvido até agora sem nenhuma forma de

planejamento ou controle. Na maioria das vezes é totalemente inconsciente por

parte do usuário, que utiliza águas altamente poluídas de córregos e rios

adjascentes para irrigação de hortaliças e outros vegetais, ignorando que

esteja exercendo uma prática danosa à saúde pública dos consumidores e

provocando impactos ambientais negativos. Em termos de reuso industrial, a

prática começa a se implementar, mas ainda associada a iniciativas isoladas, a

maioria das quais, dentrodo setor privado.

A lei N° 9.433 de 8 de Janeiro de 1997, em seu Capítulo II, Artigo 20, Inciso 1,

estabelece, entre os objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos, a

necessidade de “assegurar à atual e às futuras gerações a necessária

39

disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos repectivos

usos”. Verificou-se, por intermédio dos Planos Diretores de Recursos Hídricos

de bacias hidrográficas – em levantamento realizado a fim de se conhecer mais

profundamente a realidade nas diversas bacias hidrográficas brasileiras – que

há a identificação de problemas relativamente à questão de saneamento

básico, coleta e tratamento de esgotos e propostas para a implementação de

planos de saneamento básico. Entretanto, não se consegue identificar

atividades de reuso de água utilizando efluentes pós-tratado per sei. Isso se

deve ao fato, talvez, do ainda relativo desconhecimento dessa tecnologia e por

motivos de ordem sócio-cultural.

Mesmo assim, considerando que já existe atividade de reuso de água com fins

agrícolas em certas regiões do Brasil, a qual é exercida de maneira informal e

sem as salvaguardas ambientais e de saúde pública adequadas, torna-se

necessário institucionalizar, regulamentar e promover o setor através da

criação de estruturas de gestão, preparação de legislação, disseminação de

informação, e do desenvolvimento de tecnologias compatíveis com as nossas

condições técnicas, culturais e socioeconômicas.

É nesse sentido que a Superintendência de Cobrança e Conservação – SCC –

da Agência Nacional de Águas, inova ao pretender iniciar processos de gestão

a fim de fomentar e difundir essa tecnologia e ao investigar formas de se

estabelecer bases políticas, legais e institucionais para o reuso de água neste

país. � Um litro de óleo lubrificante é capaz de esgotar o oxigênio de um milhão

de litros de água; � O Brasil possui mais de 14 % de toda água doce do planeta; � O Estado de São Paulo tem 1,6% da água doce barsileira; � R$ 1,00 a cada 1.000 litros é o valor da água que consumimos; � O consumo de água por pessoa varia de 150 a 400 litros por dia no

Brasil; � Um buraco de 2 mm no cano desperdiça 3.200 litros de água por dia

(para uma família de quatro pessoas, durante cinco dias);

40 � Ao fazer a barba e escovar os dentes em 10 minutos com a torneira

aberta gasta 24 litros de água por dia, quantidade que uma pessoa

poderia beber durante 12 dias; � A válvula da descarga, ao ser acionada, gasta de 10 a 30 litros de água.

Se a mesma for substituída por uma caixa acoplada, a redução de

consumo cai para 5 litros/segundo, pois a caixa descarrega apenas 6

litros por vez; � Se 16 milhões de habitantes deixarem de usar uma descarga por dia,

serão economizados cerca de 160 milhões de litros de água, de uma

cidade do porte de Santo André (SP); � Em todo mundo, a irrigação das terras de cultivo corresponde a 73% do

consumo de água, as indústrias 21% e os 6% restantes destinam-se ao

uso doméstico;

Das águas que podemos beber, 90% são do subsolo, em constante risco de

contaminação.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal – �MA

4.3 Saneamento Básico- Qual a situação no Brasil

� 75 milhões de pessoas não possuem esgoto sanitário; � 20 milhões não possuem água encanada; � 60 milhões não possuem coleta de lixo; � 3% do lixo coletado tem disposição final adequada; � 63% do lixo são lançados em cursos de água; � 34% do lixo são lançados a céu aberto;

Fonte: Associação Internacional de Engenharia Sanitária e Ambiental

41

4.4 Diretrizes

De acordo com a Organização Mundial da Saúde é a de propor regulações e

de fazer recomendações relativas a assuntos internacionais de saúde pública e

de saúde ambiental. As diretrizes para o uso seguro de esgotos, produzidas

como parte dessa função, são baseadas em pesquisas científicas e estudos

epidemiológicos, proporcionando informação básica e orientação para a

tomada de decisões que envolvem riscos à saúde pública e ao meio ambiente.

Diretrizes, não são estabelecidas com a finalidade de aplicação direta e

absoluta em todos os países. Elas são de natureza meramente orientativa,

direcionadas para o estabelecimento de uma base de riscos aceitáveis e, como

tais, proporcionam uma referência comum, para o estabelecimento de normas

e padrões, a nível nacional.

O Grupo Científico sobre Diretrizes para o Uso de Esgotos em Agricultura e

Aqüicultura, reunido em Genebra, Suíça, em 1989, estabeleceu os critérios

básicos para a proteção dos grupos de risco, associados a esquemas de reuso

agrícola e recomendou as diretrizes. Esses critérios e diretrizes, foram

estabelecidos com base em um longo processo técnico e científico preparatório

e na evidência epidemiológica, disponivel até então.

Em casos específicos, fatores epidemiológicos, socio-culturais ou ambientais

devem ser levados em consideração e essas diretrizes modificadas de acordo. � Ascaris, Trichuris, Necator americans e Ancilostomus duodenalis. � Média aritmética durante o período de irrigação. � Média geométrica durante o período de irrigação. � Um valor diretriz mais restritivo (200 coliformes fecais por 100 ml) é

apropriado para gramados públicos, tais como os de hotéis, com os

quais o público tenha contato direto. � No caso de árvores frutíferas, a irrigação deve cessar duas semanas

antes dos frutos serm colhidos, e frutos não devem ser colhidos do chão.

Irrigação por sistemas de aspersores não deve ser utilizada.

42

O uso de esgotos para fertilizar lagoas para a produção de peixes está

associado a um grande número de infecções causadas por organismo

patogênico, incluindo a invasão da carne por bactérias e alta concentração

microbiana no trato digestivo e no fluido intra-peritonial dos peixes.

Devido à pequena disponibildade de dados disponíveis, tanto experimentais

como de campo, relativos a efeitos sobre a saúde, da aqüicultura fertilizada

com esgotos ou excreta, o Grupo Científico recomendou as seguintes diretrizes

preliminares:

Média geométrica inferior a 10³ coliformes fecais por 100 ml nas lagoas, para

prevenir a invasão de bactérias na carne dos peixes. O mesmo valor diretriz

deve ser mantido em lagoas nas quais se produzem vegetais aquáticos

comestíveis (macrófitas), uma vez que esses são, em alguns países, comidos

crus. Essa concentração pode ser obtida, abastecendo as lagoas com esgotos

tratados, com concentração máximas de 10³ coliformes fecais por 100ml,

assumindo-se que a diluição na própria lagoa seja de uma ordem de

magnitude;

Ausência total de ovos de trematodos, para evitar infecção por helmintos tais

como clonorchiasis, fascialopsis e schistomiasis. Esta condição pode ser obtida

através de tratamento em lagoas de estabilização em série, pois ovos desses

helmintos, são facilmente removidos por sedimentação;

Manter padrões elevados de higiene durante a limpeza dos peixes, antes do

cozimento, evitando a contaminação da carne pelo líquido intra-peritonial;

As características químicas dos efluentes utilizados para irrigação, são também

de grande importância. Diversos parâmetros químicos são extremamente

importantes para a agricultura, no que concerne a produtividade e qualidade

das culturas, a manutenção da capacidade produtiva do solo, assim como a

proteção do meio ambiente e da saúde dos consumidores. Essas variáveis são,

principalmente, os sólidos dissolvidos totais, a condutividade elétrica, o índice

de adsorção de sódio. Íons específicos, elementos traço e metais pesados.

Uma discussão dos aspectos químicos associados à irrigação, particularmente

com esgotos é encontrada na literatura especializada.

Fonte: Site Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

43

4.5 Padrões e códigos de prática

Padrões são imposições legais promulgados através de leis, regulamentos, ou

posturas técnicas. São estabelecidos a nível nacional, adaptando diretrizes às

prioridades e levando em consideração as limitações e características técnicas,

econômicas, sociais e culturais locais. São estabelecidos pela autoridade

nacional competente, adotando critérios de risco/benefício. Isso significa que

padrões assim produzidos, não se baseiam meramente em características

relativas à saúde ou ao meio ambiente, mas integram uma base ampla de

aspectos e conseqüências econômicas e sociais. A qualquer época, os

padrões podem ser alterados ou complementados,sempre que novas

evidências científicas ou novas tecnologias se tornarem disponíveis, ou em

resposta às mudanças de prioridades e tendências nacionais.

Em muitos países, os padrões são complementados por códigos de prática,que

proporcionam orientação para a construção, operação, manutenção e

monitoramento de sistemas de reuso.

Assim como os padrões, os códigos de prática devem ser elaborados de

acordo com as condições locais, mas os seguintes elementos básicos são

freqüentemente incluídos: � Culturas permitidas sob a política de seleção e restrição de culturas; � Tratamento dos esgotos e qualidade do efluente tratado; � Sistema de distribuição de esgotos para irrigação; � Metodologia de irrigação; � Operação e manutenção; � Controle da exposição humana; � Monitoramento e vigilância; � Relatórios; � Sistema tarifário; � Multas e penalidades.

Fonte: Site Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

44

4.6 Aspectos institucionais

Os sistemas de reuso, estabelecidos a nível nacional, envolvem a

resposabilidade de diversos ministérios. Para uma operação adequada e

minimização de conflitos administrativos, os seguintes ministérios devem ser

integrados, desde a fase de planejamento:

Agricultura � Planejamento e coordenação geral do projeto; � Gestão das terras pertencente ao governo; � Instalação e operação da infra-estrutura de irrigação; � Controle do mercado;

Recursos Hídricos � Integração dos projetos de reuso no planejamento e gestão de recursos

hídricos, a nível nacional;

Fazenda e Planejamento � Avaliação econômico-financeira dos projetos, análises de

custo/benefício, financiamento, estabelecimento de critérios para

subsídios, etc;

Saúde � Vigilância da qualidade do efluente tartado, de acordo com os padrões

estabelecidos; � Proteção da saúde dos grupos de risco e vigilância da ocorrência de

doenças associadas ao sistema de reuso; � Responsabilidade pela área de controle de exposição humana,

promovendo vacinação, controle de anemia e doenças diarréicas, e

educação sanitária;

45

Obras Públicas e Companhias de Água e Saneamento � Coleta e tratamento de esgotos.

De acordo com condições nacionais específicas, outros ministérios e

entidades, públicas ou privadas, tais como os do meio ambiente, de

desenvolvimento rural, cooperativas rurais, etc., poderão ser envolvidos nas

fases de projeto e operação de esquemas de reuso agrícola.

Os países que pretendem institucionalizar atividades de reuso, se beneficiarão

enormemente com a criação de um corpo executivo, com as características de

um comitê técnico, integrado pelos ministérios ou secretárias competentes, e

sob a égide de um ministério ou secretária líder (Agricultura ou Recursos

Hídricos), que assumiria a responsabilidade pelo desenvolvimento do setor e

pelo planejamento e gestão do empreendimento. A responsabilidade desses

comitês interagências estaria associada à implementação das seguintes

atividades básicas:

Desenvolver uma política nacional ou regional para reuso e administrar a sua

implementação;

Definir as competências inerentes a cada ministério, secretárias estaduais e

agências envolvidas, e os arranjos para colaboração mútua;

Analisar e avaliar os projetos de reuso propostos, principalmente sob o ponto

de vista de saúde pública e meio ambiente;

Coordenar a promoção e a aplicação da legislação nacional e os

correspondentes códigos de prática;

Estabelecer uma política de desenvolvimento de recursos huamanos para o

setor.

Em países que contam com uma administração federal, os arranjos para

colaboração interagências, são ainda mais importantes a níveis regionais ou

estaduais. Enquanto que a estrutura geral das políticas de reuso e os padrões,

são definidos a nível nacional, os comitês regionais ou estaduais se

encarregariam de sua interpretação e adaptação, levando em conta as

características e condições locais.

46

No México, por exemplo, que possue uma das maiores áreas agrícolas

irrigadas com esgotos do mundo (156.000 hectares, com planos para expandir

para um total de 237.000 hectares, abrangendo 17 distritos de irrigação, em 6

estados), a Comissão Nacional de Águas, CNA, vinculada ao Ministério de

Agricultura e Recursos Hídricos, administra os recursos hídricos do país e,

como tal, é a instituição encarregada pelo planejamento, administração e

controle de todos os sistemas de reuso de água,a nível nacional.Outra

entidades governamentais tais como o Ministério da Saúde, o Ministério de

Desenvolvimento Urbano e Ecologia e o Ministério de Desenvolvimento Social,

também participam, de acordo com os interesses específicos de seus campos

de atividades. A nível regional, os governos estaduais também se integram na

administração de sistemas locais. No Vale de Mesquital, por exemplo, o Estado

de Hidalgo colabora com as agências locais do CNA para a operação e

manutenção dos distritos de irrigação e para atividades de monitoramento,

vigilância e açoes legais. No Vale de Mesquital, ocorre ainda, participação

muito forte do setor privado, administrando pequenas unidades de irrigação

integradas em sistemas cooperativos.

Embora possa vir a desenvolver legislação nacional relativa a reuso, é poco

provável que, no Brasil, se estabeleça um projeto único a nível nacional, devido

às nossas dimensões geográficas e características regionais distintas. Nas

condições brasileiras, os projetos de reuso deverão ter dimensões estaduais

ou municipais, com as respectivas secretarias efetuando as atividades de

planejamento e gestão, suportadas pelas companhias estaduais de

saneamento, no que tange à coleta e tratamento de esgotos. Da mesma

maneira que a nível federal, as secretarias da agricultura, planejamento,

obras, meio ambiente, etc., deverão integrar a estrutura organizacional e

gerencial dos planos e projetos de reuso regionais, cabendo, (como deveria

acontecer também como os sistemas públicos de abastecimento de água

potável), às secretarias de saúde fazer o controle de qualidade dos efluentes

utilizados para irrigação.

Fonte: Site Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

4.7 Aspectos econômicos e financeiros

47

A avaliação econômica dos projetos de reuso, deve ser baseada nos custos

incrementais e nos benefícios proporcionados pelo empreendimento. Uma

metodologia adotada em diversos projetos é a de ajustar os custos marginais e

os benefícios ao valor presente, a uma taxa de desconto real e projetar o

sistema de maneira que a relação benefício?custo seja superior à unidade.

Outra possibilidade é a de determinar a taxa interna de retorno do projeto, e de

verificar se esta é competitiva.

A avaliação financeira pode ser efetuada, por comparação, com um dos

seguintes possíveis cenários, cada um dos quais configurado com diferentes

custos e bene fícios: � Ausência de agricultura; � Agricultura sem irrigação (apenas com água de chuva); � Irrigação com água de fonte alternativa, sem aplicação de fertilizantes; � Irrigação com água de fonte alternativa, com aplicação de fertilizantes.

Os custos, benefícios e recuperação de custos, em sistemas de reuso agrícola,

possuem as seguintes características básicas.

Fonte: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

4.7.1 Custos

Os seguintes custos devem ser considerados em projetos de reuso em

irrigação: � Custos de sistemas de tratamento, incluindo a área e preparação do

terreno, projetos, serviços de engenharia, construção, materiais e

equipamentos; � Custos de irrigação, incluindo os sistemas de transporte, reservação e

de distribuição de esgotos; � Custos de campo, associados com o desenvolvimento institucional das

fazendas, incluindo instalações e treinamento, medidas para proteção da

saúde e instalações sanitárias para os trabalhadores; � Custos de operação e manutenção, incluindo custos adicionais de

energia, mão de obra, roupas especiais para os trabalhadores,

48

complementação de fertilizantes, se necessário, custos de administração

e de overhead, testes e monitoramento.

Apenas custos marginais devem ser incluídos na avaliação financeira. Por

exemplo, apenas os custos adicionais, necessários para atingir os padrões

locais de efluentes para reuso, devem ser considerados. Os custos associados

a sistemas de tratamento para proteção ambiental (que deveriam ser

implementados, independetemente do reuso) não devem ser levados em

consideração na avaliação econômica. Da mesma maneira, os custos de

irrigação, de implantação e desenvolvimento institucional das fazendas a serem

considerados, são unicamente os associados ao uso de esgotos, isto é,

aqueles que podem ocorrer em adição aos eventuais custos inferidos pelo uso

de qualquer outra fonte convencional de água.

Fonte: Site Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

4.7.2 Benefícios

Não há dificuldade para a avaliação dos bebefícios diretos. Em sistemas de

agricultura ou aqüicultura, eles podem ser estimados diretamente em termos de

aumento da produtividade ou da produção, economia no uso de fertilizantes

comerciais, economia no uso de água, etc. Por outro lado, os benefícios

indiretos são difíceis de serem adequadamente quantificados.

Entre os muitos benefícios indiretos que atraem a atenção dos avaliadores

econômicos e tomadores de decisão, capazes de visualizar as vantagens

ambientais, de saúde e sociais do reuso agrícola, estão os seguintes: � Aumento do nível nutricional das populações mais pobres, através do

aumento da produção de alimentos; � Aumento da disponibilidade de empregos e assentamentos

populacionais nas áreas rurais; � Redução de danos ao meio ambiente; � Proteção de recursos subterrâneos contra depleção; � Proteção dos recursos de água de boa qualidade contra a poluição; � Controle da erosão, redução da desertificação, etc.

49

Os benefícios indiretos são “elementos não monetários” e, infelizmente, não

são levados em consideração na avaliação econômica de projetos de reuso.

Entretanto, as melhorias ambientais motivados pelo reuso, principalmente em

termos de preservação de recursos hídricos, e o incentivo proporcionado para

a construção de sistemas de coleta de esgotos urbanos, são extremamente

relevantes. Esses benefícios são tão importantes, que tornam meramente

subsidiárias as análises de custo/benefício como elemento de decisão para a

implementação de projetos de reuso, principalmente em países em

desenvolvimento, ou em rápido estágio de industrialização, como é o caso do

Brasil.

Fonte: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

4.7.3 Recuperação de Custos

A adoção de uma política tarifária adequada é de fundamental importância para

a sustentabilidade de sistemas de reuso. A base de custos incrementais, que

aloca apenas os custos marginais associados ao reuso, é um critério aceitável

em países em desenvolvimento, onde os projetos de reuso são considerados

como benefícios sociais. A cobrança, na forma de taxas ou tarifas, baseada

nos volumes de esgotos tratados distribuídos, é utilizada em muitos países.

Quando os volumes são muito grandes, e a rede de distribuição cobre áreas

muito extensas, servindo um número muito grande de usuários, como é o caso

do Vale do Mesquital, no México, a cobrança é efetuada por meio de taxas, em

função das áreas individuais irrigadas.Subsidiar sistemas de reuso pode ser

necessário, nos estágios iniciais de implantação dos sistemas, principlamente

quando os custos associados são muitos elevados. Essa possibilidade poderá

encorajar o interesse dos agricultores, despertado pela permissão de utilizar

esgotos tratados. De maneira a determinar a necessidade de suporte

governamental para o esquema de recuperação de custos, é necessário

investigar a capacidade e o interesse dos agricultores em pagar pelos serviços.

A melhor maneira de exercer a cobrança é através da imposição das taxas

e/ou tarifas, imediatamente após o término da colheita.

Fonte: Site Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

50

CAPÍTULO V

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Evolução da Legislação no Brasil � O Código das Águas de 1934. � O SISNAMA (1981). � A Constituição de 1988. � Lei das Águas 9.433/1997. � Lei de Criação da ANA 9984/2000.

De acordo com Nunes (2004) as águas residuárias, após tratamento e

lançamento nos corpos d'água receptores, devem atender aos limites máximos

ou mínimos. No Brasil, a Resolução n°20/86 do CONAMA estabelece os

padrões de qualidade e de lançamento. Os padrões de qualidade referem-se

ao corpo receptor, e os de lançamento expressos no Art.21 da referida

resolução, referem-se aos efluentes.

Os Estados podem legislar sobre o assunto, revessalvando-se que a

Legislação Estadual pode ser mais restritiva que a Legislação Federal.

RESOLUÇÃO 020/86 – CONAMA

D.O.U Executivo – 30/07/86

Pág. 11.356

Ministério do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

RESOLUÇÃO N° 20, DE 18 DE JUNHO DE 1986

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, no uso das atribuições que

lhe confere o Art. 7°, inciso IX, do Decreto 88.351, de 1° de junho de 1983, e o

que estabelece a RESOLUÇÃO/CONAMA N°003, de 5 de junho de 1984;

51

Considerando ser a classificação das águas doces, salobras e salinas

essencial á defesa de seus níveis de qualidade, avaliados por parâmetros e

indicadores específicos, de modo a assegurar seus usos preponderantes;

Considerando que os custos do controle de poluição podem ser melhor

adequados quando os níveis de qualidade exigidos, para um determinado

corpo d'água ou seus diferentes trechos, estão de acordo com os uos que se

pretende dar aos mesmos;

Considerando que o enquadramento dos corpos d'água deve estar baseado

não necessariamente no seu estado atual, mas nos níveis de qualidade que

deveriam;

Considerando a necessidade de se criar instrumentos para avaliar a evolução

da qualidade das águas, em relação aos níveis estabelecidos no

enquadramento, de forma a facilitar a fixação e controle de metas visando

atingir gradativamente os objetivos permanentes;

Considerando a necessidade de reformular a classificação existente, para

melhor distribuir os usos, contemplar as águas salinas e salobras e melhor

especificar os parâmetros e limites associados aos níveis de qualidade

requeridos, sem prejuízo de posterior aperfeiçoamento;

Resolve estabelecer a seguinte classificação das águas doces, salobras e

salinas do Território Nacional:

Art. 1°. São classificadas, segundo seus usos preponderantes, em nove

classes, as águas doces, salobras e salinas do Território Nacional.

Fonte:Tratamento Físico-Químico de Águas Residuárias Industriais (2004)

52

5.1 Código de Águas

DECRETO 24.643, DE 10 DE JULHO DE 1934

Decreta o Código de Águas.

O Chefe do Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil,

usando das atribuições que lhe confere o art.1° do Decreto 19.398, de

11.11.1930; e: Considerando que o uso das águas no Braisl tem-se regido até

hoje por uma legislação obsoleta, em desacordo com as necessidades e

interesses da coletividade nacional; Considerando que se torna necessário

modificar esse estado de coisas, dotando o País de uma legislação adequada

que, de acordo com a tendência atual, permita ao poder público controlar e

incentivar o aproveitamento industrial das águas; Considerando que, em

particular a energia hidráulica e exige medidas que facilitem e garantam seu

aproveitamento racional; Considerando que, com a reforma po que pararm os

serviços afetos ao Ministério da Agricultura, está o Governo aparelhado por

seus orgãos competentes a ministrar assistência técnica e material,

indispensável à consecução de tais objetivos: Resolve decretar o seguinte

Código de Águas, cuja execução compete ao Ministério da Agricultura e que

vai assinado pelos Ministros de Estado.

Art. 1º. As águas públicas podem ser de uso comum ou dominicais.

Art. 2º. São águas públicas de uso comum: Art. 5º. Ainda se consideram pública, de uso comum, todas as águas situadas

nas zonas periodicamente assoladas pelas secas, nos termos e de acordo com

a legislação especial sobre a matéria.

Art. 36°. É permitido a todos usar de quaisquer águas públicas,conformando-se

com os regulamentos administrativos.

Art. 68°. Ficam debaixo da inspeção e autorização administrativa:

a) as águas comuns e as particulares, no interesse da saúde e da segurança

pública;

b) as águas comuns, no interesse dos direitos de terceiros ou da qualidade,

curso ou altura das águas públicas.

Fonte: Legislação Ambiental Federal (2005)

53

5.2 Lei das Águas

Lei n° 9.433, de 08 de janeiro de 1997

Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de

Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inc.XIX do art. 21 da

Constituição Federal, e altera o art. 1° da Lei 8.001, de 13.03.1990, que

modificou a Lei 7.990, de 28.12.1989.

� Instituir a Política Nacional de Recursos Hídricos. � Proclamar os princípios básicos do setor � Estabelecer os instrumentos de gestão � Criar o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos

Fundamentos � A bacia hidrográfica é a unidade de planejamento; � A água é um bem de domínio público; � A água é um recurso natural limitado; � A água é um recurso dotado de valor econômico; � Uso prioritário para consumo humano e dessedentação de animais, em

casos de escassez; � A gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada, dela

participando o Poder Público, os usuários e as comunidades; � A gestão deve sempre proporcionar o uso múltiplo.

Objetivos � Assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de

água , em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos; � A utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o

transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável; � A prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem

natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais.

54

Instrumentos � Os Planos de Recursos Hídricos; � O enquadramento dos corpos de águas em classes de usos

preponderantes; � A outorga de direitos de uso dos recursos hídricos � A cobrança pelo uso dos recursos hídricos � O Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.

Fonte: Legislação Ambiental Federal (2005)

5.3 ANA – Agência Nacional de Águas

Lei 9.984, de 17 de Julho de 2000.

Dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas – ANA, entidade federal

de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e de coordenação

do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, e dá outras

providências.

ANA – Agência Nacional de Águas � Autarquia sob regime especial; � Autonomia administrativa e financeira; � Vinculada ao Ministério de Meio Ambiente; � Sede e foro no Distrito Federal; � Pode instalar unidades administrativas regionais.

Objetivo � Implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos e Coordenar o

Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

Competências da Agência Nacional de Águas - ANA

Art. 4°. A atuação da ANA obedecerá aos fundamentos, objetivos, diretrizes e instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos e será desenvolvida

55

em articulação com órgãos e entidades públicas e privadas integrantes do

Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, cabendo-lhe: � Supervisionar, controlar e avaliar as ações e atividades decorrentes do

cumprimento da legislação federal pertinente aos recursos hídricos; � Fiscalizar os usos de recursos hídricos nos corpos de água de domínio

da União; � Estimular e apoiar as iniciativas voltadas para a criação de Comitês de

Bacia Hidrográfica; � Organizar, implantar e gerir o Sistema Nacional de Informações sobre

Recursos Hídricos; � Estimular a pesquisa e a capacitação de recursos humanos para a

gestão de recursos hídricos; � Prestar apoio aos Estados na criação de órgãos gestores de recursos

hídricos

Fonte: Legislação Ambiental Federal (2005)

56

COCLUSÃO

A incorporação da filosofia de reuso nos planos nacionais de gestão de

recursos hídricos e desenvolvimento agrícola, é de fundamental importância

para regiões áridas e semi-áridas, e naquelas onde a demanda é

precariamente satisfeita, através de transposição de água de bacias

adjacentes. O reuso implica em redução de custos, principalmente se é

considerado em associação com novos projetos de sistemas de tratamento,

uam vez que os padrões de qualidade de efluentes, necessários para diversos

tipos de uso, são menos restritivos do que os necessários para proteção

ambiental.

O uso de esgotos tem sido praticado em muitas partes do mundo, por muitos

séculos. Sempre que água de boa qualidade não é disponivel, ou é difícil de

ser obtida, águas de menor valor, tais como esgotos, águas de drenagem

agrícola ou águas salobras, são, espontaneamente utilizadas, princilpamente

em agricultura e aqüicultura. Infelizmente, essa forma de uso não

institucionalizado, não planejado e , às vezes, inconsciente, é realizada sem

quaisquer considerações para com os aspectos de saúde, de meio ambiente e

de práticas agrícolas adequadas.

Embora ocorram manifestações de reuso agrícola não planejado ou

inconsciente em diversas regiões brasileiras, inclusive em algumas regiões

metropolitanas, a prática do reuso de água associada ao setor público ainda é

extremamente incipiente no Brasil. Em alguns estados do nordeste,

particularmente Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco alguns projetos

foram implantados visando a irrigação de capim elefante com efluentes

domésticos, sem nenhum tratamento e sem nenhuma forma de proteção à

saúde pública dos grupos de risco envolvidos.

Por outro lado o setor privado, particularmente o industrial, vem, gradualmente

se conscientizando de que a prática de reuso e reciclagens podem trazer

benefícios significativos tanto no que concerne o processamento industrial

como em relação às águas de utilidades. As políticas tarifárias, praticadas pela

maioria das companhias municipais e estaduais de saneamento, assim como

na diluição dos despejos produzidos, têm levado as industrias a dedicarem

57

especial atenção às novas tendências e tecnologias disponíveis para reuso e

reciclagem de efluentes.

Torna-se, necessário, portanto, estabelecer mecanismos para institucionalizar,

regulamentar e incentivar a prática do reuso estimulando as que permanecem

embrionárias e promover o desenvolvimento daquelas que ainda não se

iniciaram no Brasil.

A ANA, dentro de sua função básica de promover o desenvolvimento do

Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos previsto no inciso

XIX do art. 21 da Constituição e criado pela Lei n° 9.433 de 8 de janeiro de

1997, tem competência para administrar, entre uma gama significativa de

atribuições (relacionadas no Art. 4°, Capítulo II, Lei N° 9.984 de 17 de junho de

2000), os aspectos relativos às secas prolongadas, especialmente no nosso

Nordeste e à crescente poluição dos cursos de água, no território nacional.

Uma política de reusoadequadamente elaborada e implementada contribuiria

substancialmente ao desenvolvimento de ambos os temas: a seca, dispondo

de volumes adicionais para o atendimento da demanda em períodos de oferta

reduzida, e a poluição, atenuada face à diversão de descargas poluidoras para

usos benéficos específicos de cada região.

Atualmente, nenhuma forma de ordenação política, institucional, legal ou

regulário orienta as atividades de reuso praticadas no território nacional. Os

projetos existentes são desvinculados de programas de controle de poluição e

de usos integrados de recursos hídricos nas bacias hidrográficas onde estão

sendo implementados e não incluem as salvaguardas necessárias para

preservação ambiental e proteção da saúde pública dos grupos de risco

envolvidos. Além disso, não são formulados com base em análises e

avaliações econômico-financeiras e não possuem estruturas adequadas de

recuperação de custos.

Embora possa não ser atribuição específica da ANA promover e regulamentar

as atividades de reuso de água no Brasil a sua ação coordenadora no setor

permitiria a elaboração e implementação de projetos sustentáveis de reuso,

ajustados aos programas e objetivos de gerenciamento integrado nas bacias

hidrográficas nas quais esteja atuando. Além disso, as atividades de reuso

58

adequadamente coordenadas se constituiriam em elemento valioso para

melhor utilização dos recursos hídricos disponíveis, controle da poluição e

atenuação do problema de em regiões semi-áridas.

Os elementos básicos para a promoção e regulamentação da prática

sustentável de reuso de água no território nacional, poderiam ser efetuados

através das seguintes atividade: � Estabelecer uma política de reuso, definindo objetivos e metas,tipos de

reuso, áreas prioritárias e condições locais e/ou regionais para

implementação da prática; � Propor estruturas institucionais para a promoção e gestão de programas

e projetos de reuso a níveis nacional, regionais e locais; � Estabelecer um arcabouço legal incluindo diretrizes, padrões e códigos

de práticas; � Estabelecer um arcabouço regulatório, incluindo atribuições,

responsabilidades, incentivos e penalidades; � Definir os critérios de tratamento de efluentes para reuso e proposição

de tecnologias adequadas para a prática em função de características

climáticas, técnicas e culturais regionais ou locais; � Estabelecer critérios para avaliação econômico-financeir de programas e

projetos de reuso; � Estabelecer normas e programas para informação, para educação

ambiental e para participação pública nos programas e projetos de

reuso; � Estabelecer um sistema de monitoramento, avaliação e divulgação dos

programas a níveis nacional, regionais e locais.

Como não existe no Brasil, experiência em reuso planejado e institucionalizado,

é necessário implementar projetos pilotos. Essa unidades experimentais devem

cobrir todos os aspectos das diversas modalidades de reuso, principalmente os

relativos ao setor agrícola, e deverão fornecer subsídios para o

desenvolvimento de padrões e códigos de prática adaptada às condições e

transformadas em sistemas de demonstração, objetivando treinamento,

pesquisa e o desenvolvimento do setor.

59

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

Dias , Genelbaldo Freire.Educação Ambiental – Princípios e práticas

São Paulo: Gaia, 2004.9ª Edição

Nunes - José Alves.Tratamento Físico-Químico de Águas Residuárias

Industriais.

Aracaju: Gráfica Editora J. Andrade Ltda, 2004.4ª Edição Revisada e ampliada

Peters - Edson Luiz

Lara - Paulo de Tarso de Pires Legislação Ambiental Federal.

Curitiba: Juruá, 2005.3ª Edição Revista e Atualizada,

60

WEBGRAFIA

http://www.aguabolivia.org/situacionaguaX/IIIEncAguas/contenido/trabajos_ver

de/TC-158.htm (24/01/09);

Formas Potenciais de Reuso.

HESPANHOL – Ivanildo Hespanhol

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - USP

http://www.ana.gov.br (Agência Nacional de Água);

Tipos de Reuso (18/03/09)

HESPANHOL – Ivanildo Hespanhol

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - USP

www.sabesp.com.br (18/03/09);

http://www.teses.usp.br/acervo.php (20/03/09)

www.uniaodasaguas.ufsc.br/N4.htm (18/03/09);

Reuso e Qualidade das Águas.

PHILIPPI – Luiz Sérgio Philippi

Universidade Federal de Santa Catarina – UFCS

http://w3.ufsm.br/mundogeo/cthidro/index_arquivos/page0004.htm

(14/02/09);

Ministério da Ciência e Tecnologia. Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico: Fundo Setorial de Recursos Hídricos.

RUHOFF – Anderson Luis Ruhoff

Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria , RS.

http://www4.usp.br (20/03/09)

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO FOLHA DE ROSTO AGRADECIMENTO DEDICATÓRIA SUMÁRIO 05 INTRODUÇÃO 06 CAPÍTULO I 11

Sistemas Hídricos 11 1.1 Sustentabilidade hídrica de regiões semi-áridas 11 1.2 Água e gerenciamento urbano integrado 12 1.3 Gerenciamento dos impactos da variabilidade climática sobre o sistema hídricos e a sociedade 13

CAPÍTULO II 14 Formas potencias de reuso 14 2.1 Sistemas de reuso indireto 17 2.2 Usos urbanos 16 2.3 Usos para fins potáveis 16 2.4 Usos para fins não potáveis 17 2.5 Usos industrias 18 2.6 Usos agrícolas e seus benefícos econômicos 21 2.7 Benefícios ambientais e à saúde pública 24 2.8 As dimensões legais e regulatórias 27

CAPÍTULO III 29

Reuso e Qualidade das Águas 30 3.1 Água Reutilizada 30 3.2 O reuso da água 32

3.3 Águas residuárias 33 3.4 Aplicação da metodologia de APPCC, uma ferramenta da Qualidade 34

CAPÍTULO IV 36

Tipos de Reuso 36 4.1 Aplicações da água reciclada 36 4.2 Problemática no Brasil 37 4.3 Saneamento Básico – Qual a situação no Brasil 39 4.4 Diretrizes 40

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4.5 Padrões e códigos de prática 42 4.6 Aspectos Institucionais 43 4.7 Aspectos econômicos e financeiros 46 4.7.1 Custos 46 4.7.2 Benefícios 47 4.7.3 Recuperação de custos 48

CAPÍTULO V 49 Legislação Ambiental 49 5.1 Códigos de Águas 51 5.2 Lei das Águas 52 5.3 ANA – Agência Nacional de Águas 53

CONCLUSÃO 55 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 58 WEBGRAFIA CONSULTADA 59 ÍNDICE 60