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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU FACULDADE INTEGRADA AVM AS FERRAMENTAS DE PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUISTICA ALIADAS A PRÁTICA DA DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR Por: Rafael Perpétuo da Conceição Orientador Professora Monica Melo Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

FACULDADE INTEGRADA AVM

AS FERRAMENTAS DE PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUISTICA

ALIADAS A PRÁTICA DA DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR

Por: Rafael Perpétuo da Conceição

Orientador

Professora Monica Melo

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

FACULDADE INTEGRADA AVM

AS FERRAMENTAS DE PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUISTICA

ALIADAS A PRÁTICA DA DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Docência no

Ensino Superior.

Por: . Rafael Perpétuo da Conceição

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AGRADECIMENTOS

Muitos amigos me ajudaram com dicas,

conselhos, críticas e sugestões,

contudo pela profundidade de sua

influência nos meus pensamentos,

agradeço a meu Pai, Sebastião Bento,

graças às suas frases de efeito e

exemplos de vida e também ao Dr.

Jairo Mancilha, Diretor do INAp; Master

Coach e Master Trainer internacional

em Neurolinguística e Coaching;

mestre e doutor em medicina pela

UFRJ; pesquisador do CNPq durante

10 anos, trabalhou com índios

Yanomami; pós-doutorado pela

Northwestern University, Chicago,

USA; membro da American Society of

Clinical Hypnosis; coautor dos livros

"Histórias Reflexões e Metáforas" - Ed.

Qualitymark, "O Caminho da

Longevidade" - Ed. Rocco e "Coaching

Passo a Passo" - Ed. Qualitymark.

mestre e amigo, que me iniciou nos

ensinos da Programação

Neurolinguistica – PNL, e com isso me

ensinaram a confiar em mim para

transformar ideias em ação e levar à

frente meus projetos.

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DEDICATÓRIA

.....dedico esta monografia as pessoas

que são muito importante para mim, meu

pai, minha mãe, minha esposa, meus

filhos e meus amigos, bem como a Você

que deixou seus sonhos para que eu

sonhasse, que derramou lágrimas para

que eu fosse feliz, que perdeu noites de

sono para que eu dormisse tranquilo, que

acreditou em mim apesar dos meus erros,

.......

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RESUMO

A Programação Neurolinguistica – PNL, com suas ferramentas, técnicas,

na área de comunicação inter e intra pessoal, é uma excelente aliada à didática

no ensino superior, quando utilizadas em conjunto, método didático

pedagógico, podem transformar o professor em um facilitador da informação,

criando pontes para que o aluno possa entender melhor, em seu canal de

comunicação preferencial, o saber que lhe esta sendo apresentado.

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METODOLOGIA

Para o problema levantado, os modelos adequados para a investigação

é o da pesquisa descritiva, bibliográfica e documental e artigos da internet,

baseados em sua maioria nas informações de Richard Bandler, John Grinder e

Rich Allen. Estudo PNL desde 2001 e sou professor no ensino superior em

Matérias na área de contabilidade, como os modelos de comunicação da PNL

me ajudaram a me tornar melhor comigo e com os outros e por gostar de

lecionar, fui buscar uma conexão e trazer isso para o meu dia-a-dia em sala de

aula.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................. 08

CAPÍTULO I - O QUE É E COMO SURGIU A PROGRAMAÇÃO

NEUROLINGUISTICA.......................................................................................10

CAPÍTULO II - A PRÁTICA DA DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR .......... 16

CAPÍTULO III - AS FERRAMENTAS DE PROGRAMAÇÃO

NEUROLINGUISTICA ALIADAS A PRÁTICA DA DOCÊNCIA NO ENSINO

SUPERIOR ..................................................................................................... 23

CONCLUSÃO ............................................................................................... 34

BIBLIOGRAFIA .............................................................................................. 39

INDICE............................................................................................................ 40

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INTRODUÇÃO

Esta monograf ia buscou demonstrar a

importância e a vantajosa ut i l ização das Ferramentas de

Programação Neurol inguist ica al iadas a Prát ica da Docência no

Ensino Superior.

O objet ivo geral e mostrar que atualmente os

professores podem se ut i l izar de novas técnicas de transmissão

de saberes baseadas no conhecimento que se tem dos modelos

de comunicação inter e intrapessoal.

Estes modelos de comunicação são baseadas no

processo de funcionamento do ser humano, de como percebemos

e comunicamos nossas informações, de como se processa o

pensamento. Pensar é usar os sentidos internamente. Pensamos

vendo imagens internas, ouvindo sons ou falando internamente ou

tendo sensações. Também estuda a inf luência da l inguagem, que

embora seja produto do sistema nervoso, at iva, direciona e

est imula o cérebro e é, também, a maneira mais ef icaz de at ivar o

sistema nervoso dos outros, faci l i tando a comunicação.

Cada pessoa tem sua própria maneira de pensar

e aprender. Quando o professor percebe o est i lo de aprendizagem

do aluno ele pode apresentar a matéria de uma maneira que torne

a aprendizagem mais fáci l .

O conhecimento do sistema representacional

preferencial de uma pessoa nos permite apresentar a informação

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no canal que ela usa mais e, assim, a absorção da informação

será mais fáci l .

Ao comunicador competente exige f lexibi l idade

em entender qual abordagem tende a se adequar mais em uma

determinada situação.

Para ser docente no ensino superior é adequado

ser um bom comunicador e perceber em qual canal de

comunicação seus alunos absorvem a informação de maneira

mais fáci l e com isso faci l i tar a absorção da informação,

transmit indo ela neste canal que é o mais adequado.

As ferramentas de Programação Neurol inguist ica

al iadas a prat ica da docência no Ensino Superior, podem a médio

e longo prazo transformar o ensino e faci l i tar o aprendizado,

aumentando a média de saberes e elevando a média de

conhecimento global apurada no Brasi l e com isso em um prazo

relat ivamente curto podemos nos considerar mais cultos

globalmente.

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CAPÍTULO I

O QUE É E COMO SURGIU A PROGRAMAÇÃO

NEUROLINGUISTICA E A COMUNICAÇÃO HUMANA

1.1 - O QUE É PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUISTICA

PNL – Programação Neurolinguística, é o estudo da

estrutura da experiência subjetiva. Ela estuda os padrões (“programação”)

criados pela interação entre o cérebro (“neuro”), a linguagem (“lingüística”) e o

corpo.

A PNL – Programação Neurolinguística, estuda como o

cérebro e a mente funcionam, como criamos nossos pensamentos,

sentimentos, estados emocionais e comportamentos e como podemos

direcionar e otimizar esses processos. Em outras palavras, ela estuda como o

ser humano funciona e como ele pode escolher a maneira que quer funcionar.

Ela estuda como se processa o pensamento. Pensar é

usar os sentidos internamente. Pensamos vendo imagens internas, ouvindo

sons ou falando internamente e tendo sensações. Também estuda a influência

da linguagem que, embora seja produto do sistema nervoso, ativa, direciona e

estimula o cérebro e é, também, a maneira eficaz de ativar o sistema nervoso

dos outros, facilitando a comunicação.� Acredita-se que na medida em que

conheçamos melhor as condições de geração de estados internos positivos, o

gerenciamento das nossas emoções, sentimentos, pensamentos e

comportamentos, possamos interagir melhor, internamente e com as outras

pessoas, através de relacionamentos mais qualitativos e comunicação mais

congruente.

Pensar comunicação de uma maneira geral, é pensar

códigos e também pensar a descodificação (ou decodificação) destes. Para

Freire (1980, p.32), “em todas as fases da descodificação, os homens revelam

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sua visão de mundo.” Isto quer dizer que a interpretação que cada indivíduo faz

dos códigos tem como base a sua visão de mundo, ou como falam os teóricos

da PNL, mapeamento mental do mundo.

“Sem dúvida, como o código é a representação de uma

situação existencial, o descodificador tende a passar da representação à

situação muito concreta na qual e com a qual trabalha” (FREIRE 1980, p.31).

Assim, para trabalharmos numa perspectiva libertadora faz-se necessário

considerarmos o contexto no qual os indivíduos se encontram inseridos, e as

representações que esses têm da realidade e do mundo.

1.2 - COMO SURGIU A PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUISTICA

No inicio da década de 70, Richard Bandler estudava

matemática e psicologia na Universidade de Santa Cruz, na Califórnia, e nos

finais de semana trabalhava gravando workshops e ficou muito impressionado

com a habilidade de comunicação e com os resultados de dois terapeutas com

que teve contato, Fritz Perls (criador da Gestalt-terapia) e Virgínia Satir

(terapeuta de família). Ele ficou interessado em aprender o que eles faziam e

pediu a ajuda de seu professor de lingüística, John Grinder.

Estudando os vídeos, eles começaram a decodificar os

padrões de linguagem e de comportamento daqueles dois excelentes

terapeutas e escreveram o livro A Estrutura da Magia, mostrando que algo

que parecia magia tinha uma estrutura. Assim, foi criado o primeiro modelo de

PNL – Programação Neurolinguística, o metamodelo de linguagem.

Em seguida, eles passaram algum tempo estudando

Milton Erickson, médico e psicólogo e um dos maiores hipnoterapeutas da

história e escreveram outro livro: Os Padrões de Linguagem Hipnótica de

Milton Erickson. Erickson escreveu o prefácio do livro e comentou que ao

trabalhar com hipnose não tinha consciência clara de como fazia e dos

padrões de linguagem que usava e que foram descritos por Bandler e Grinder.

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Juntamente com as pessoas e amigos, eles formaram um

grupo de estudos para aplicar os modelos aprendidos e logo, mesmo sem

serem terapeutas, começaram a obter os mesmos resultados daqueles que

eles modelaram. Quando resolveram dar um nome para o que estavam

fazendo, escolheram Programação Neurolinguística.

Então, a PNL – Programação Neurolinguística começou

como um processo de modelagem. Se alguém faz muito bem uma coisa, com a

PNL – Programação Neurolinguística, podemos levantar o processo, a

estratégia, fazer igual e obter os mesmos resultados.

A PNL – Programação Neurolinguística logo se expandiu

para além do campo da comunicação e da terapia e começou a ser utilizada no

campo da aprendizagem, saúde, criatividade, liderança, gerenciamento,

vendas, consultoria e treinamento em empresas.

Trata-se de um formato novo de comunicação que nasceu

da modelagem de mestres da comunicação, psicologia e terapia, como Virginia

Satir, Frtiz Perls e Milton Erickson. Juntaram-se a Bandler e Grinder muitos

outros pesquisadores que deram novos rumos a PNL, que hoje vem se

desenvolvendo em várias áreas do conhecimento humano, e estamos sempre

nos comunicando:

[...] os elementos básicos de comunicação são: a

realidade ou situação onde esta se realiza e sobre a

qual tem um efeito transformador; os interlocutores

que dela participam; os conteúdos ou mensagens

que elas compartilham; os signos que elas utilizam

para representá-los; os meios que empregam para

transmiti-los. (BORDENAVE, 1985, p.40).

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1.3 – DA COMUNICAÇÃO HUMANA

A PNL – Programação Neurolinguística trabalha o

aprimoramento da comunicação de cada indivíduo consigo próprio, com os

outros e com o meio. Assim, o domínio da comunicação é o que faz um grande

ser humano. “Domínio da comunicação é o que faz um grande pai, um grande

artista, um grande político, ou um grande professor.” (ROBBINS, 1987, p. 33).

A comunicação humana vai além de simples

verbalizações. Ela transcende e passa a englobar toda a fisiologia em seu

processo.

Estamos sempre nos comunicando, pelo menos não

verbalmente, e as palavras são quase sempre a

parte menos importante. Um suspiro, sorriso ou olhar

são formas de comunicação. Até nossos

pensamentos são formas de nos comunicarmos

conosco, e eles se revelam aos outros pelos nossos

olhos, tons de voz, atitudes e movimentos corporais.

(STEVE & FAULKNER, 1995, p. 22).

Compreende-se que a PNL é o estudo da estruturação da

experiência subjetiva, ou seja, de como o cérebro, a mente e o corpo

funcionam, se integram sistemicamente; de como são gerados os estados

emocionais, sentimentos e comportamentos.

A PNL é um conjunto de conhecimentos elaborado a partir

da percepção, observação, interpretação e sistematização de linguagem e

comportamentos verbais e não-verbais que levam à resultados de excelência.

A descoberta da PNL aconteceu no início da década de 70,

por dois norte-americanos, John Grinder e Richad Bandler, que estudaram os

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comportamentos e linguagens de proeminentes terapeutas nas áreas de

Gestalterapia, Terapia Familiar e Hipnose e perceberam que existia um padrão

de estruturação nestes procedimentos que levavam seus pacientes a

excelentes resultados em suas terapias.

Os dois precursores da PNL verificaram que era possível

“imitar”, modelar aqueles comportamentos eficazes e também obterem

resultados excelentes. E deram a este processo o nome de modelagem.

Depreenderam que nas situações de vida pessoal e social

era possível aplicar estes princípios de modelagem e, assim, obter resultados

satisfatórios. Daí desenvolveu-se a PNL que é hoje uma ferramenta poderosa

para a transformação, transmutação pessoal, relacionamentos e comunicação.

Desde o princípio da humanidade o processo de ensino-

aprendizagem, de troca de informações, tem sido realizado de pessoa para

pessoa, mestre-discípulo, professor-aluno, aluno-professor... Com as

moderníssimas tecnologias áudio-visuais e digitais, uma série de modelos,

métodos, sistemas e processos, têm tornado a comunicação mais poderosa e

eficaz.

Entretanto, nesta transmissão, existe o fator humano, com

suas idiossincrasias, vicissitudes, singularidades e as experiências subjetivas.

Cada pessoa é possuidora de seus mapas do mundo, suas crenças,

convicções e valores.

Depreende-se daí a complexidade e importância do

processo educativo e da compreensão mais profunda da essência humana.

Educar é, portanto, um ato de relacionar-se de comunicar-se.

Por trás de todo processo, método e sistema, encontra-se uma pessoa!

Precisamos de pessoas para que haja relacionamentos, comunicação, ensino e

aprendizagem.

E é aí que a PNL se insere, tornando este processo de

relacionamento, comunicação e interação entre as pessoas mais qualitativo, a

partir do pressuposto de que as pessoas conhecendo-se melhor e aos outros,

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será possível uma comunidade de educação desenvolvendo-se em espiral

evolutiva.

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CAPITULO II

O DESAFIO DA DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR

2.1 – O DOCÊNTE NO ENSINO SUPERIOR

Ser docente no Ensino Superior e fazer com que o

acadêmico tenha uma participação efetiva nas discussões em sala de aula são

situações deveras estimulante e desafiadora para alguns professores e

extremamente desconfortável para outros, normalmente isto ocorre, devido a

posturas pessoais ou simplesmente falta de recursos internos capazes de fazer

com que uma turma que escolheu determinada disciplina se motive de forma

própria. Em muitos casos, percebe-se que a dificuldade não está no conteúdo,

mas no aspecto metodológico, ou seja, o professor tem domínio sobre o

conteúdo a ser ministrado em sala de aula, mas não consegue encontrar uma

forma adequada de transmiti-lo, devido às diversas maneiras utilizadas pelos

alunos para apreender a matéria que esta sendo transmitida e que possibilite a

efetiva aprendizagem.

Instrumentalizar o professor com métodos e processos

capazes de propiciar entendimento de como os alunos aprendem e

internalizam determinados conteúdos, bem como se utilizam dele,

demonstrando o processo de aprendizagem que vai do pacote cognitivo a

experiência de referência, além de uma atualização constante e qualitativa dos

saberes que os professores universitários necessitam atualmente, é uma

posição necessária para o aumento do conhecimento dos alunos a médio e

longo prazos, e de uma mudança de conceitos que hoje estão enraizados nas

IES, para algo mais subjetivo em termos de conhecimento de como funcionam

os processos de aprendizagem dos alunos, ou como eles aprendem a

aprender.

O desafio do Docência no Ensino Superior deve ser

encarado como uma oportunidade de crescimento recíproco, necessitando

posturas e comprometimentos com um processo que eduque para a autonomia

do acadêmico e desenvolvimento do professor enquanto conhecedor do ser

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humano. Somente uma educação que tenha como objetivo o conhecimento do

ser humano e de como ele aprende e utiliza seus saberes, poderá auxiliar na

construção de uma sociedade mais humanizada.

2.2 - A DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA E SUAS IMPLICAÇÕES.

A universidade tem definido como campos de atuação, o

ensino, a pesquisa e a extensão, embora nem sempre ofereça condições para

alcançar seus propósitos, principalmente quando não destina horas aos

professores para que se dediquem a atividades de pesquisa. Segundo

Vasconcellos (1994, pg. 57), para se constituir docente, um conjunto de outros

saberes devem ser mencionados, a saber, saberes pedagógicos, que

normalmente não fazem parte dos processos formativos e que são, muitas

vezes, desconhecidos dos docentes universitários. Quer dizer que não basta

ter apenas domínio sobre o conteúdo, mas também conhecer metodologias

que favoreçam a aprendizagem.

Na educação devemos considerar que socialmente os

alunos sofrem influências do mundo em seu cotidiano e, portanto, ele está

presente na vida do acadêmico. Nenhum conteúdo é tão completo que pode

ignorar as transformações que ocorrem diariamente na humanidade. E Becker

(2001) reforça esse pensamento ao afirmar que:

“a educação deve ser um processo de construção de

conhecimento ao qual acorrem, em condição de

complementaridade, por um lado, os alunos e

professores e, por outro, os problemas sociais atuais

e o conhecimento já construído (“acervo cultural da

humanidade”)”.(pg. 73)

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O relacionamento entre o professor e o acadêmico é de

suma importância para o processo de aprendizagem em nível universitário,

pois estabelece um elo de ligação e de comprometimento com a construção do

conhecimento. O professor é co-participe do processo e, portanto, deve mediar

e orientar seu acadêmico. Para Masetto (2001),

“é importante que o professor desenvolva uma

atitude de parceria e co-responsabilidade com os

alunos, que planejam o curso junto, usando técnicas

em sala de aula que facilitem a participação e

considerando os alunos como adultos que podem se

co-responsabilizar por seu período de formação

profissional”.(pg. 22)

Analisando algumas práticas da docência universitária, em

vigor atualmente, pode-se afirmar que boa parte das mudanças deve partir do

professor, em termos de desenvolvimento humano, pessoal e de novas

tecnologias de disseminação de conhecimento, e, aos poucos, compartilhara

uma nova prática pedagógica com seus acadêmicos. E desta forma estarão

abertas as possibilidades de inovações e avanços na prática docente

universitária.

2.3 - METODOLOGIA USADA NA DOCÊNCIA UNIVERSTITÁRIA

O professor universitário que deseja incentivar um

comprometimento de sua turma com a necessidade deles adquirirem novos

saberes e se dedicarem naquela disciplina que escolheram para abraçar,

precisa antes de tudo conhecer os processos que formam o campo de

aprendizagem dos alunos e seus ritmos de aprendizagem, bem como seus

vários sistemas representacionais, a fim de que quando estiverem transmitindo

o conhecimento, possam verificar se o mesmo teve algum aproveitamento, ou

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facilitar a forma de aprender dos alunos simplesmente porque se sabe a forma

com que o aluno entende a informação, .

Para tanto, um dos requisitos é aproximar o conteúdo da

vivência dos acadêmicos, envolvendo-os e comprometendo-os com a

disciplina. Participando desta discussão, Castanho (2000) faz referência quanto

ao momento socioeconômico e político vivido atualmente no país e no mundo

que exige profundas mudanças e rupturas em todos os níveis da atividade

humana. E dentro de uma perspectiva de prática pedagógica, Castanho (2000)

afirma que:

“a educação, em todos os níveis, precisa de uma

nova postura. O ensino tradicional paulatinamente

vem dando lugar a práticas alternativas que devem

levar ao desenvolvimento global dos educandos e

acender o entusiasmo para lutar por uma sociedade

diferente, reestruturada”.(pg.87)

O professor universitário que quer mudar sua prática na

sala de aula encontra-se numa zona de transição de paradigmas, pois fica em

dúvida quanto ao mudar sua ação metodológica e se atualizar com as novas

tecnologias de inteligência que possibilitam um conhecimento mais profundo do

ser humano, ou de como ele se utiliza de seus processos para absorver as

informações que lhe são passadas, ou continuar no seu modelo tradicional.

Segundo Castanho (2000), o principal ator na situação universitária é o

professor, por ser um sujeito histórico e viver num contexto social e político que

deve ser considerado para entender suas ações. Para Cunha (1998):

“professores universitários envolvidos com a

inovação na universidade têm uma concepção de

conhecimento que envolve flexibilidade e

movimento, entendem o conhecimento como

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construção, incentivam a dúvida, valorizam o erro e

trabalham com base nele. A provisoriedade, a

multiplicidade e o momento permeiam o

cotidiano”.(pg.107)

A mudança na docência universitária ocorrerá quando o

professor se der conta de que não basta apenas ter domínio sobre o conteúdo,

mas, sobretudo deverá contribuir para uma situação de aprendizagem. Neste

sentido, a afirmação de Pimentel (1993) é pertinente quando afirma que:

“todos os professores têm domínio do conhecimento

amplo, profundo e atualizado, não só do

conhecimento programático como da ciência que

ensinam. Têm também o conhecimento de ciências

correlatas. Nem todos, porém, têm o conhecimento

da produção do conhecimento e poucos têm o

conhecimento claro e consciente do que é

ensinar”.(pg. 85)

Masetto (2001) participa da mesma discussão ao afirmar

que o desconhecimento do que é ensinar dá uma percepção que o ato de

ensinar e o ato de produzir conhecimento são momentos distintos. Há neste

sentido uma certa desvalorização do ensino como produção de conhecimento,

ficando este e suas formas de produção, apropriação e circulação restritas à

pesquisa.

Até aqui se discutiu as mudanças na prática pedagógica,

mas em contra partida, o que deve mudar na atitude do acadêmico. Para dar

uma resposta a postura do acadêmico, inicialmente faz-se necessário pensar

no profissional que atuará na sociedade, como resultado da vivência

universitária. Segundo Behrens (1996, pg. 67) “o profissional do futuro precisa

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ter competência para ser autônomo na produção de conhecimentos e acessível

para coletiviza-los em grupos”.

Sabemos que a docência universitária está num período de

transição e este processo de mudança não será homogêneo, pois continuarão

existindo professores que não querem mudar, pois sua situação é cômoda,

atribuindo o fracasso do ensino como uma decorrência do despreparo do

acadêmico. Por outro lado, a grande maioria dos docentes universitários deu-

se conta que os tempos são outros e se qualificar com novos saberes voltados

pra o conhecimento do ser humano, tornou-se a palavra de ordem.

2.4 – DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA E SUA TRANSIÇÃO

Sabemos que a docência universitária está numa fase de

transição, demonstrando que não é mais possível continuar sem os

conhecimentos das tecnologias de inteligência que permitam disseminar a

informação de forma a que o recebedor dela esteja entendendo a mesma.

As mudanças que se espera em nível universitário, quanto

às questões didático-metodológicas, acontecerão quando os professores

adquirirem as ferramentas de conhecimento do ser humano capazes de

mostrarem a eles os processos que seus acadêmicos utilizam para que o

conhecimento seja internalizado e demonstrado.

Envolve um comprometimento com o aprendizado

subjetivo, sem que se coloque barreiras ou vieses de entendimento acadêmico

no sentido de qualificar os métodos didáticos existentes atualmente em

detrimento de outras formas de ensinar, por mais diferentes que nos possam

parecer, porque existe um desconforto em falar ou aprender sobre elas.

Transitar por alguma coisa ou algo, envolve uma mudança

de comportamento pessoal para que a nova tecnologia que vai ser aprendida,

realmente surta o efeito para que ela se propôs, dizer que se esta mudando

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sem comprometimento pessoal e a mesma coisa que não se dedicar a matéria

a que se propôs lecionar.

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CAPÍTULO III

AS FERRAMENTAS DE PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUISTICA ALIADAS

A PRÁTICA DA DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR

�3.1 - O QUE A PNL PODE OFERECER AOS PROFESSORES

Fornece um novo modelo de como as pessoas aprendem.

O entendimento da forma como o cérebro trabalha pode ser comparado a um

"Manual do Usuário" de um computador.

Sem o manual você sabe que o computador tem uma vasta

memória e pode fazer coisas admiráveis. Se você fica "tentando cegamente",

você eventualmente acaba "tropeçando" nestas coisas admiráveis. Mas com o

manual você pode escolher exatamente o que você pode fazer, e ter o

computador operando perfeitamente todas às vezes.

Em PNL, nós sabemos os programas (ou estratégias, para

usar um termo da PNL) nos quais excelentes estudantes tropeçaram

acidentalmente: a estratégia que soletradores exímios usam para memorizar

palavras; a estratégia que leitores entusiastas usam para ler rapidamente seus

livros em uma fração do tempo e assim por diante.

Aprender e criar funcionam melhor quando a mente do

estudante está livre da distração, quando está em estado de calma e alerta

quase meditativos. Pesquisas mostram que conseguindo que os estudantes

relaxem no inicio de cada sessão de estudo, o seu rendimento aumentará 25%.

A PNL nos fornece algumas maneiras notáveis de colocar os estudantes

rapidamente naquele estado.

Se a PNL apenas nos desse estas novas poderosas formas

de aprendizado para os estudantes, ela já teria merecido seu lugar no centro

da revolução da aprendizagem. Mas a PNL fornece também um modelo

inteiramente novo do que é o ensino, de como os professores mais eficazes

são hábeis em criar o senso de "rapport" com seus estudantes, de motivá-los e

inspirá-los a alcançar o seu melhor. Num mundo onde o professor compete

com a TV, o vídeo-game e a cultura popular pela atenção do estudante, isto

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não é pouco. A PNL mostra como utilizar cada um de seus movimentos e cada

uma de suas palavras de maneira que ajudem você a conseguir que seus

estudantes acreditem e se tornem famintos de aprender. Segundo Rich

Allen(2003)

“ Não Diga, Envolva representa um principio

fundamental de treinamento que,

surpreendentemente, é muito pouco utilizado. O

modelo tradicional de educação usa, com

frequência, o estilo “dar comida na boca do

estudante”, isto é, ele declara “isto é o que você

precisa saber; agora repita (memorize).” Quando o

treinador encoraja os participantes a analisarem os

conceitos e fazerem conexões através do seu

próprio esforço mental, a memorização aumenta de

forma significativa. Os cientistas cognitivos provaram

que quando uma pessoa está ativamente envolvida

no processo de aprendizagem, a informação é

codificada ao longo de muitas vias de memória –

física, mental e emocional -, resultando numa

aprendizagem e memorização significativamente

melhores.” (pg. 99)

A PNL não é uma técnica; é uma centena de técnicas no

contexto adequado, que faz com que elas tenham sentido.

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3.2 - A APRENDIZAGEM ENVOLVENDO OS SENTIDOS

Aqui vai uma simples experiência que explica o modelo da

PNL, de como funciona a sua neurologia (ou para usar um termo menos formal,

seu "cérebro").

Pense em uma laranja fresca. Imagine uma agora em sua

frente, e sinta como é pegá-la em sua mão. Pegue uma faca e corte uma fatia e

ouça o leve som do suco escorrendo. Cheire a laranja, enquanto você leva a

fatia até sua boca e dê uma mordida. Sinta o gosto ácido da fruta. Se você na

realidade se imaginou fazendo isso, sua boca está agora salivando. Por que ?

Porque seu cérebro seguiu suas instruções e pensou, viu, ouviu, sentiu,

cheirou e provou a laranja. Seu cérebro "tratou" a laranja imaginária como se

ele fosse real, e preparou a saliva para digeri-la. Ouvindo, olhando, sentindo,

cheirando e provando, são as "linguagens" naturais da sua neurologia. Quando

você usa estas linguagens, sua neurologia considera o que você está

pensando como "real".

No passado alguns professores pensavam que aprender

era apenas uma questão de "pensar" sobre o assunto, de usar palavras. Mas

quando estudantes aprendem, eles estão usando os 5 sentidos básicos, assim

como a sexta linguagem do cérebro - as palavras. Na PNL as seis linguagens

do cérebro são chamadas de :

A) VISUAL (vendo as imagens)

B) CINESTÉSICA (K) (sentindo as emoções do corpo)

C) AUDITIVA (ouvindo os sons)

D) OLFATIVA (cheirando fragrâncias)

E) GUSTATIVA (provando os gostos)

F) AUDITIVA-DIGITAL (pensando em palavras ou conceitos)

Alguns estudantes usam muito pensar em palavras

(auditivo-digitais). Eles querem saber a "informação" que você está lhes dando.

Mas para outros estudantes, poderem "ver a imagem" do que você está lhes

mostrando (visual) é mais importante. Outros quererão "sintonizar com os

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temas principais" contidos nas suas palavras (auditivos) ou "agarrar-se com a

lição" e "trabalhar vivenciando os exemplos" (cinestésico). Se você ouvir as

palavras que os estudantes usam, na realidade elas lhe dirão quais são os

seus sistemas sensoriais favoritos para representar sua aprendizagem

(chamado em PNL de Sistema Representacional Preferido). Professores

eficazes aprendem "a falar em cada um dos sistemas representacionais"

(BOLSTAD ET ALIA, 1992 p.72).

A PNL dá a você inúmeras ferramentas para alcançar os

estudantes que você tem em sala de aula. Se há alguns de seus alunos

parecem não aprender, você pode não estar ensinando no sentido em que eles

pensam. Por exemplo, para atingir os visuais você poderá escrever as palavras

na parte superior do quadro e desenhar mais diagramas. Para atingir os

auditivos, você pode escolher mais discussões e usar música. Cinestésicos

gostam de se movimentar (você provavelmente já os notou) e eles gostarão de

serem aproveitados em atividades como dramatizações.

Você pode ajustar sua linguagem para combinar com cada

um dos sentidos principais (se você não percebe isso, você pode estar

perdendo uma chance importante de sintonizar com alguns de seus alunos

mais "desafiantes"). Quando você usa todos os três sentidos mais importantes

em sua sala de aula, os cérebros de seus alunos serão mais profundamente

ativados. Eles ficarão sedentos de seus ensinamentos, tal qual sua boca

salivou por aquela laranja.

3.3 O ADEQUADO SENTIDO PARA O APRENDIZADO

Como os poliglotas (pessoas que falam freqüentemente

várias línguas) lembram entre uma dúzia de idiomas de que língua provém

cada palavra? É mágica? No passado muitas pessoas tinham como certo de

que havia algo diferente na neurologia do poliglota, algo que os fazia

naturalmente mais hábeis para guardar cada língua em separado. Hoje,

estudos de PNL (Dilts e Epstein, 1995 p.222) mostram que os poliglotas

prestam especial atenção aos seus sistemas sensoriais auditivos e

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cinestésicos. Eles usam um tom de voz e um conjunto de posturas corporais

diferentes para cada idioma. Alguém que usa apenas o sistema visual (e tenta

ver cada palavra que dizem como se ela estivesse escrita) não vai achar tão

fácil tornar-se fluente em vários idiomas.

Assim como o software Windows pode ser instalado em

qualquer computador compatível, assim a "estratégia" que os poliglotas usam

pode na realidade ser instalada em qualquer outra pessoa. Se é possível na

neurologia de uma pessoa, é possível na de qualquer uma. Tudo que

precisamos saber é exatamente que distinções sensoriais a primeira pessoa

usa, e em que sequência. Para "instalar" uma nova estratégia, a PNL usa uma

série de descobertas inéditas sobre o que acontece quando uma pessoa usa

cada sistema sensorial. Por exemplo, nós usamos o fato de que os olhos de

uma pessoa se movem diferentemente dependendo através de que sentido ela

está obtendo a informação.

A facilidade com que uma nova estratégia pode ser

instalada é demonstrada por uma pesquisa feita na Universidade de Moncton

no Canadá (Dilts e Epstein, 1995 p.409). Aqui a quatro grupos de soletradores

médios pré-testados, foi dado o mesmo teste de soletração (usando palavras

inventadas sem sentido e desconhecidas para eles). Cada grupo tinha

instruções diferentes.

Grupo A: simplesmente aprender as palavras.

Grupo B: visualizar as palavras como método de aprendê-las.

Aos outros dois grupos C e D, a instrução era olhar em uma certa

direção enquanto eles visualizavam.

Grupo C: olhar para cima à esquerda (posição dos olhos que segundo a

PNL auxilia a memória visual).

Grupo D: olhar para baixo à direita (posição dos olhos que segundo a

PNL auxilia a sentir cinestesicamente, mas pode esconder a visualização).

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O grupo A teve o mesmo rendimento que seu pré-teste. O

grupo B rendeu 10% a mais. O grupo C rendeu 20 a 25% a mais. O grupo D

teve resultado 15 % piori.

Este estudo confirma 2 asserções da PNL:

a) a direção para onde o aluno dirige os olhos, decide qual o sistema sensorial

em que ele vai efetivamente processar a informação.

b) visual recordado é o melhor sistema sensorial para aprender a soletrar em

inglês.

Mais do que surpreendente, isto demonstra que os

estudantes podem ser ensinados com sucesso (em 5 minutos) a usar uma

estratégia sensorial mais eficaz. Para um estudante cinestésico com um

desempenho medíocre em soletrar, isto trará um resultado positivo imediato de

35 a 40%. Curiosamente em um teste final, algum tempo depois (um teste de

retenção de aprendizado), os resultados do grupo C permaneceram

constantes, enquanto os resultados do grupo A caíram 15%, uma queda

consistente com os estudos de padrão de aprendizagem. A diferença final na

memória entre os dois grupos foi de 61%.

Da mesma forma, qualquer estratégia de aprendizado pode

ser "modelada" de estudantes excelentes e ensinada a outros num tempo

mínimo.

3.4 - O ESTADO EM QUE A APRENDIZAGEM PODE OCORRER NATURALMENTE

Pesquisas mantém a crença de especialistas de

aprendizagem acelerada que a habilidade dos estudantes para memorizar

novas informações aumenta mais de 25% apenas levando-os ao estado de

relaxamento (ex. Jensen, 1994 p.178). Aprender novas informações não é

tanto o resultado de um esforço concentrado pela mente consciente, mas muito

mais o resultado de uma atenção relaxada, quase inconsciente. Crianças

aprendem canções infantis e canções dos comerciais da TV não estudando-as

conscientemente, mas apenas porque elas estão relaxadas enquanto elas as

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ouvem. Você anda de bicicleta, não pensando sobre o equilíbrio a cada

momento, mas confiando em suas respostas inconscientes.

O que a PNL oferece ao professor é a habilidade para, sem

resistência e rapidamente, levar os alunos a este estado de relaxamento. As

habilidades da PNL que alcançam isto foram modeladas do hipnoterapeuta

Milton Erickson. Elas são similares às técnicas desenvolvidas em Sugestologia

do hipnoterapeuta Georgi Lozanov. Um Practitioner de PNL aprende a falar de

tal forma que os estudantes relaxam sem ter que usar as técnicas formais de

relaxamento ("você está ficando cada vez mais relaxado, seus pés, etc."). O

resultado é como ligar a memória de seus alunos em primeira marcha nos

primeiros minutos em sala de aula. Veja (BOLSTAD ET ALIA, 1992 p.33, para

um exemplo deste processo de relaxamento.)

Uma das formas básicas que a PNL usa para colocar os

estudantes dentro deste estado mental é a ancoragem. Aqui temos um

exemplo do que eu considero ancoragem. As vezes quando você está ouvindo

rádio, você ouve uma canção que não ouvia há anos, uma canção que foi sua

favorita há muito tempo atrás. Ao ouvi-la, todas as sensações daquele tempo

podem voltar, até o som das velhas vozes e as imagens daqueles lugares

preferidos podem ressurgir. "A âncora" da canção levou você de volta àquele

"estado". Da mesma forma, quando você volta a visitar sua antiga escola, a

âncora traz de volta a sensação de ser de novo estudante (nem sempre tão

positiva, como no caso da canção!).

Uma vez entendido este processo, você poderá projetar

âncoras poderosas que farão com que instantaneamente seus estudantes

sintam-se confiantes, curiosos e ávidos por aprender. Até tocar a mesma

música no início de cada uma de suas aulas auxiliará seus alunos a atingirem

rapidamente aquele estado mental adequado para o assunto. (Bolstad et alia

1992, p.24)

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3.5 COMO PODEMOS COMUNICAR O ENTUSIASMO PELO APRENDIZADO

No início deste século, vendedores bem sucedidos foram

considerados como se tivessem um carisma inexplicável, um magnetismo

pessoal, que fazia com que os outros comprassem deles. Nós agora sabemos

que este carisma pode ser ensinado. Que quando novos executivos aprendem

a linguagem corporal e os padrões verbais de vendedores de sucesso, suas

próprias vendas começam a crescer.

No passado, este tipo de habilidade não estava disponível

para os professores. Minha crença como trainer de PNL é que os professores

tem ainda mais direito de serem habilitados para motivar pessoas do que o

pessoal de vendas. Assim como nenhuma organização moderna deixaria seu

pessoal de vendas sem treinamento nesta área, nenhuma escola pode dar-se

ao luxo de não ensinar seus professores como motivar os alunos. Em um certo

sentido, nós vendemos o futuro. A vida que nós e nossas crianças

usufruiremos depende da nossa habilidade de inspirá-los e entusiasmá-los com

o prazer de aprender.

A PNL está continuamente desenvolvendo e expandindo

novas técnicas de ensino como metáforas, ancoragem corporal baseada em

música e mapas mentais. Mas a PNL é muito mais do que "a mais importante

caixa de ferramentas da comunicação da década" (JENSEN, 1994). É toda

uma nova forma de pensar sobre ensino em particular e comunicação em

geral. Nesta nova forma, ensino é um processo de "construir rapport e então

liderar" (BOLSTAD ET ALIA, 1992 p.78).

Rapport é o sentimento de compreensão compartilhada

que bons amigos e colegas de trabalho constroem às vezes. Resulta numa

legitima ânsia para cooperar e seguir a liderança de outros. Se você se lembrar

do tempo em que admirava de fato um professor e divertia-se na aula dele,

você conhece o sentimento de rapport. Você provavelmente tornou-se

interessado nas coisas em que seu professor estava interessado, e era

altamente motivado a seguir às sugestões dele.

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O rapport é criado ao igualar o comportamento de seus

estudantes. Isto significa praticar atividades junto com eles, usando exemplos

que já são interessantes para eles, usando seu sistema sensorial preferido.

Quando você os ensina, usando gestos e posições corporais similares as

deles, ajustando sua voz a uma velocidade e tom semelhantes e até respirar no

mesmo ritmo. Se estas coisas lhe parecem um pouco estranhas no início, note

que você faz isso naturalmente com seus amigos mais íntimos. Sempre que as

pessoas constroem o rapport, elas igualam cada uma o comportamento da

outra. Nesse sentido Rich Allen (2003), nos diz:

“Nosso corpo comunica e fala mais alto que as

nossas palavras! A linguagem corporal do treinador

pode reforçar a informação ou distrair os

participantes e interferir com o processo de

aprendizagem. Usar a Linguagem Corporal com

Propósito significa dar apoio à apresentação do

conteúdo através do alinhamento e integração das

pistas verbal e física. O treinamento inteligente

significa comunicar em múltiplos níveis, através de

uma mensagem bem integrada e convincente.” (pg.

116)

Liderança é o processo de levar os estudantes a seguirem

suas sugestões. Se você está em rapport, os estudantes farão isto facilmente.

Antes, os professores diziam que os estudantes que não seguiam suas

sugestões, eram estudantes "resistentes" ou "desobedientes". Faz mais sentido

dar-se conta que quando os estudantes não seguem a liderança, significa

apenas que eles ainda não estão em rapport suficiente com você. Isto é algo

que você pode mudar, quando você aprender as habilidades de rapport da

PNL.

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Professores de sucesso são também hábeis em usar

elegantemente sua linguagem levando os estudantes a aprender e mudar.

Quando estudamos professores habilidosos, descobrimo-los usando sua

linguagem com cuidado para criarem o tipo de representações internas

(imagens/sons/sensações/etc.) que eles desejam que seus alunos tenham.

Afim de entenderem o que você diz, seus alunos fazem uma representação

interna de suas palavras.

Aqui está um exemplo. Se eu digo a vocês: "Não pensem

em uma laranja suculenta!", a fim de compreender minha sentença, você,

primeiro faz uma representação interna de uma laranja suculenta. Se eu

acrescento: "Agora não sinta o gosto forte desta laranja!"- suas bocas podem

começar a salivar - embora eu tenha dito que não fizessem isso. Quando os

professores dizem: "Não esqueçam seu dever de casa!", os alunos tem que

imaginar esquecê-lo. Seus cérebros estarão mais predispostos a esquecer. Se

você quer sugerir que seus alunos façam seu dever de casa, o errado é dizer:

"não esqueçam", enquanto que o certo é: "Lembrem seu dever de casa".

Professores hábeis estruturam cada uma de suas palavras

de forma que elas produzam a representação interna que eles desejam que

seus alunos tenham. Esta arte, chamada "SUGESTÃO" em hipnose, é muito

poderosa. Contudo, não quero sugerir que vocês agora aprendam sugestão,

porque vocês podem fazer isso quando lerem o próximo livro de PNL.

Ressignificar (mudar o significado de uma experiência

descrevendo-a de forma diferente) e metáforas (contar historias para oferecer

aos estudantes novas opções) são outros exemplos de como professores

hábeis usam sua linguagem para fazer com que os estudantes criem

representações internas úteis (O'CONNOR & SEYMOUR, 1996, p.183). Por

exemplo, muitos estudantes acreditam que quantos mais erros cometem, muito

pior se torna o seu aprendizado. Como exemplo de metáfora, eu lhes conto

sobre Santos Dumont, que tentou mais de mil maneiras diferentes antes de

encontrar aquela que faria o avião voar. Ele dizia que isto foi a chave da sua

brilhante invenção; que ele estava disposto a encontrar 9.999 maneiras que

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não fariam o avião voar. Os erros e a persistência são o segredo do gênio! (A

última frase é uma "ressignificação". Ela muda o significado dos "erros".)

3.6 PNL E SUAS FERRAMENTAS PARA OS PROFESSORES.

Ao ler as descrições acima, você pode pensar "Bem, eu já

faço algo disto." Isto é parte de porque a PNL é tão poderosa. A PNL o auxiliará

a identificar o que você já faz bem, e assim poderá repeti-lo até com os

estudantes mais difíceis e com os assuntos mais desafiadores.

E é por isso que Virgínia Satir, uma das primeiras

professoras estudadas pela PNL, disse em sua apresentação na "Estrutura da

Magia" (BANDLER e GRINDER, 1977): "seria difícil para mim escrever esta

apresentação sem deixar transparecer meu próprio sentimento de entusiasmo,

espanto e emoção. Há muito tempo sou professora de Terapia Familiar e

também me dedico à clínica e à teoria do assunto. Isto significa que tenho visto

ocorrerem modificações em muitas famílias, e estive envolvida no treinamento

de muitos terapeutas familiares. Tenho uma teoria sobre como faço a mudança

ocorrer. O conhecimento do processo foi agora admiravelmente avançado por

Bandler e Grinder, os quais podem falar, de um modo que pode ser

concretizado e medido sobre os ingredientes do que entra para tornar o como

possível." (SATIR in BANDLER e GRINDER, 1977, p.12).

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CONCLUSÃO

Entre os anos 50 e 80, a psicóloga Virgínia Satir era uma

das pessoas mais influentes no desenvolvimento do novo campo de Relações

Humanas. Frequentemente chamada a avó da Terapia Familiar, Satir auxiliou

milhares de casais e famílias a resolver velhos conflitos, e criar uma vida em

comum mais prazeirosa. No seu campo ela era uma especialista, mas Satir

tinha as suas dificuldades, ela não conseguia ensinar o que ela fazia para os

outros. Centenas de pessoas eram treinadas por ela, mas quando eles

deixavam seus seminários, normalmente não tinham habilidade de copiar o que

ela tinha feito.

Um dia Satir estava demonstrando frente a um grupo de

estudantes de psicoterapia. Ela parou de falar com o casal com o qual estava

trabalhando, e perguntou se algum dos estudantes poderia continuar, usando

seus métodos. Um por um, os estudantes tentaram auxiliar o casal, mas

nenhum deles parecia saber como Virginia escolhia o que dizer. No fundo da

sala, um jovem estava gravando a sessão de treinamento. Ele era Richard

Bandler, um programador de computador e estudante de lingüística na

Universidade da Califórnia e não tinha treino algum em psicologia. Finalmente,

após os estudantes de Satir terem falhado, Bandler veio à frente da sala e

ofereceu-se para falar com o casal. Surpreendentemente ele parecia saber

exatamente como Virginia estava construindo suas questões e sugestões para

o casal. Ouvindo-o era como ouvi-la. Os psicoterapeutas estavam perplexos.

Quem era este jovem e como tinha ele apreendido tão precisamente o método

de Virgínia Satir ?

Em 1976 Richard Bandler e o professor de lingüistica John

Grinder escreveram o primeiro de vários livros explicando suas descobertas

sobre comunicação, mudanças em pessoas e ensino.

O primeiro livro deles, chamado A Estrutura da Magia

(Bandler e Grinder, 1977) explicava que, pelo entendimento das "linguagens"

internas do cérebro (neurolingüística) qualquer um poderia aprender a atingir

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os excelentes resultados dos melhores comunicadores, professores e

terapeutas. Antes da publicação Bandler e Grinder mostraram cópias de seus

livros aos especialistas, cujas habilidades eles modelaram, pessoas como o

médico hipnoterapeuta Milton Erickson, o antropólogo Gregory Baterson e

certamente Virginia Satir. Os comentários de Satir, transmitem o arrebatamento

que professores em todo mundo tem relatado desde então, de como eles

apreenderam, a "estrutura da magia" da Programação Neurolingüística.

Comunicando-se melhor consigo mesmo, com os outros e

com o mundo, cada indivíduo pode vivenciar mais a si mesmo, aos outros e ao

mundo. Ora, para Freire (1993), este relacionamento com o mundo deve dar-se

de forma que seja possível a leitura do mesmo, o que é imprescindível à leitura

das palavras.

Neste sentido, o indivíduo não deve ser sujeito passivo no

mundo em que está inserido, mas deve atuar na transformação da realidade.

O fato de me perceber no mundo, com o mundo e com os

outros me põe numa posição em face do mundo que não é de quem nada tem

a ver com ele. Afinal, minha presença no mundo não é a de quem a ele se

adapta, mas a de quem nele se insere. É a posição de quem luta para não ser

objeto, mas sujeito também da história (FREIRE, 1996, p.54).

Da mesma forma, como não podemos estar no mundo de

forma neutra, também não podemos estar com o mundo e com os outros numa

situação de neutralidade. “Ninguém pode estar no mundo, com o mundo e com

os outros de forma neutra” (FREIRE, 1996, p.77). É preciso que usemos as

nossas capacidades e conhecimentos para atuarmos de forma transformadora,

influenciando também, ao invés de sermos apenas influenciados ou levados

por qualquer um ou qualquer situação.

Nesta vivência com o outro e com o mundo no mundo,

temos que considerar as individualidades e a coletividade. Assim, na proposta

de EP trabalha-se considerando estas questões. Na PNL não é diferente, pois

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no momento em que se pensa no outro, no próximo, considera-se o meio

ambiente de maneira mais geral. Trata-se do princípio ecológico, do qual já

discorremos anteriormente e ainda voltaremos a contemplar.

Pensar a respeito de pessoas e de meio-ambiente é pensar

também sistema. No contexto popular da educação necessitamos ter em mente

o coletivo, é o “juntos” na emancipação e na educação.

Uma alteração em qualquer subsistema afeta todo o

sistema do qual este faz parte.

Neste sentido deve-se pensar ecologicamente, pois na

relação comunicacional no âmbito da educação, uma palavra, um gesto ou

uma não-palavra (no sentido da repressão silenciadora) pode afetar um

indivíduo e junto com ele todo o contexto no qual está inserido. Todo ato

comunicativo deve ser cautelosamente pensado e avaliado, no intuito de afetar

o sistema positivamente na busca do que de fato se quer.

Pensar aquilo que se quer é fundamental, pois sabendo o

que se almeja pode-se traçar estratégias para conseguir. Isto inclui as

estratégias no tocante a otimização da comunicação e do diálogo, dentre

outras aspirações.

Usando os recursos comunicacionais apresentados pela

PNL, sobre os quais já discorremos, enquanto aplicação prática na proposta

popular de educação trazida por Freire, é possível observarmos se estamos

atingindo os objetivos e verificarmos que mudanças são necessárias no

referido ato comunicativo até que se consiga o que se quer, ser entendido e se

possível aceito ou ao menos respeitado.

A mudança é imprescindível. É preciso sermos flexíveis em

nossas práticas, pois o ser duro acarreta na quebra. A rigidez se torna

quebradiça. Muita dureza pode ser sinal não de força e resistência, mas de

fragilidade.

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De acordo com um dos pressupostos da PNL, para o que

se quer a ferramenta se tem, todos temos em nós mesmos os recursos para

mudar. E outro pressuposto nos diz que devemos buscar avaliar o nosso

comportamento adaptando-o ao contexto, uma vez que todo comportamento

tem uma situação ou atitude positiva por trás. Essa mudança e adaptação são

fundamentais e necessárias entre os indivíduos que se educam mutuamente.

A mudança ocorre de maneira espontânea e necessária no

momento em que nos aproximamos do âmbito da comunicação. É para nós

deverás importante nos tornarmos hábeis em nos comunicar, pois nesta

relação humana em que estamos inseridos, educamos aos outros e eles nos

educam por meio de um fluxo de mensagens circulares. Assim, um interfere na

mudança do outro dentro do processo.

Processualmente, o indivíduo pode se tornar competente e

esclarecido, acerca das mais diversas áreas. Assim, não devemos exigir

aprendizagens ou mudanças bruscas, rápidas. Cada indivíduo é impar e tem

uma história de vida passada e presente, da qual deve ser sujeito, além do seu

ritmo de desenvolvimento intelectual. Respeitar o ritmo de cada um não quer

dizer que não podemos buscar estratégias para mudar e gerar aprendizagens e

criticismos mais rápidos e eficientes.

Enquanto professores e professoras, neste processo

simultâneo em que uns educam os outros, devemos buscar nos aprimorar no

que diz respeito à comunicação e ao diálogo. É importante ainda, socializar o

conhecimento que conduz a este aprimoramento com os nossos alunos e

alunas, que nos ensinam tantas coisas.

Os indivíduos que dominam a fluência na comunicação

podem, ao menos com as pessoas com quem interage mais de perto, perceber

como a pessoa está pensando, e também a possível resposta que irá obter

antes mesmo do interlocutor abrir a boca.

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Isso se dá quando acontece algo que aqui já apresentamos

como calibração. Se um indivíduo conhece muito de perto o outro, passa a

afinar-se com as suas expressões não-verbais a ponto de perceber o

sentimento que o outro está tendo no momento que o escuta.

Logo, quando chega o momento do interlocutor falar dentro

do diálogo, já se tem uma idéia muito aproximada do que será verbalizado.

Essa percepção é possível devido ao fato de que antes de verbalizar algo, a

pessoa pensa e sente alguma coisa que se reflete em sua expressão

fisionômica, postural, entre outras.

Da mesma forma como numa relação de diálogo entre

duas ou mais pessoas, é possível uma expressão da pessoa que fala gerar em

quem ouve/ver uma compreensão acerca do que está sentindo, é possível que

um estímulo possa gerar nas pessoas sentimentos. São as âncoras visuais,

auditivas ou cinestésicas.

Dialogando com um grupo já conhecido é possível usarmos

estímulos sonoros, gestuais, olfativos etc, para despertar nas pessoas uma

volição de mudança e trabalho em busca dos objetivos de todos, considerando

a ética ecológica. Além disso, uma pessoa pode usar estas âncoras apenas

para chamar ou manter a atenção das demais que a escutam. Quanto ao mais,

já vimos sobre como podem ser criadas as âncoras e, portanto, agora só nos

resta sugerir formas de aplicação à temática sobre a qual estamos dissertando.

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BIBLIOGRAFIA:

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Guanabara Koogan, 1977.

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5. Dr. Jô Furlan & Mauricio Sita, Ser + com PNL, Editora Ser Mais, 2010.

6. Dr. Jô Furlan & Mauricio Sita, Ser + com Coaching, Editora Ser Mais,

2011.

7. Augusto Cury, Pais Brilhantes Professores Fascinantes, Ed. Sextante,

2003.

8. Blasius Silvano Debald, Seminário Nacional Estado e políticas sociais

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ÍNDICE INTRODUÇÃO ................................................................................................. 8 CAPÍTULO I – O QUE É E COMO SURGIU A PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUISTICA ..................................................................................... 10 1.1 – O que é Programação Neurolinguistica .................................................. 10 1.2 – Como surgiu a Programação Neurolinguistica ....................................... 11 1.3 – Da comunicação Humana ...................................................................... 13 CAPITULO II – O DESAFIO DA DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR ........ 16 2.1 – O Docente no Ensino Superior ............................................................... 16 2.2 – A Docência Universitária e suas implicações ......................................... 17 2.3 – Metodologia usada na Docência Universitária ....................................... 18 2.4 – Docência Universitária e sua transição .................................................. 21 CAPÍTULO III - AS FERRAMENTAS DE PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUISTICAS ALIADAS A PRÁTICA DA DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR ...................................................................................................... 23 3.1 – O que a Programação Neurolinguistica pode oferecer aos professores 23 3.2 – A aprendizagem envolvendo os sentidos ............................................... 25 3.3 – O adequado sentido para o aprendizado ............................................... 26 3.4 – O estado em que a aprendizagem pode ocorrer naturalmente .............. 28 3.5 – Como podemos comunicar o entusiasmo pelo aprendizado .................. 30 3.6 – Programação Neurolinguistica e suas ferramentas para os professores 33 CONCLUSÃO .................................................................................................. 34 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 39 INDICE ............................................................................................................. 40