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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA AO DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES E COMPETÊNCIAS COGNITIVAS, PSICOMOTORAS E AFETIVAS NA EDUCAÇÃO ESPECIAL. ANA MÁRCIA FONSECA RAMIRES Orientador Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho NITERÓI 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · CAPÍTULO II - As Tecnologias Assistivas e as Contribuições para o Método Psicopedagógico na Educação Especial. 17 CAPÍTULO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AVM FACULDADE INTEGRADA

A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA AO DESENVOLVIMENTO DE

HABILIDADES E COMPETÊNCIAS COGNITIVAS, PSICOMOTORAS E

AFETIVAS NA EDUCAÇÃO ESPECIAL.

ANA MÁRCIA FONSECA RAMIRES

Orientador

Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho

NITERÓI

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AVM FACULDADE INTEGRADA

A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA AO DESENVOLVIMENTO DE

HABILIDADES E COMPETÊNCIAS COGNITIVAS, PSICOMOTORAS E

AFETIVAS NA EDUCAÇÃO ESPECIAL.

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada

como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Psicopedagogia Institucional

Por: Ana Márcia Fonseca Ramires.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus, o qual permitiu realizar este ideal de obtenção de

conhecimentos e capacidades para atuar em apoio à educação especial como

profissional de psicopedagogia.

Em segundo lugar aos professores e a instituição que se dedicaram conjuntamente a

transmitir e compartilhar seus conhecimentos e experiências em momentos agradáveis

de estudo.

Em terceiro lugar, gostaria de agradecer ao meu esposo, por ter dedicado algumas horas

à revisão de meus escritos e as sugestões no desenvolvimento deste trabalho de

conclusão.

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DEDICATÓRIA

Dedico à minha mãe Cacilda Fonseca Ramires e a meu pai Irak Ramires (já falecidos)

pelos inúmeros momentos inesquecíveis de admoestação para os estudos e de

perseverança em busca e alcance de seus ideais.

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RESUMO

A Psicopedagogia originalmente surge como uma proposta científica que

promova a interação entre a Psicologia e a Pedagogia na busca para soluções de

problemas de aprendizagem e comportamento social na educação escolar.

Os conceitos e a interação entre os campos da Psicopedagogia e da Educação

Inclusiva são facilitados pela utilização de Tecnologias Assistivas em apoio ao

desenvolvimento de habilidades e competências, necessárias a potencialização da

relação ensino-aprendizagem especial.

Outras técnicas do método psicopedagógico para avaliação e rendimento escolar

na Educação Especial, podem ser consideradas como efetivas: o esporte adaptado, as

artes terapias como a musico terapia e outras.

Observamos que os principais problemas identificados são de natureza

estruturas, da forma como o ensino formal e sistemático realiza as avaliações e estimula

a competição, ao invés de considerar a multidiversidade e a igualdade das mesmas e o

caráter do desenvolvimento afetivo do portador de necessidade especial, principalmente

das relações além dos muros da escola inclusiva.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi a revisão da literatura através do método

comparativo entre a literatura científica e a literatura técnica sobre o tema

Psicopedagogia e Educação Especial.

Os diversos agentes que fazem parte do processo de avaliação e pesquisa do

trabalho, são confrontados com a realidade do método científico, principalmente os

estudos de autores sobre as observações de Piaget, Vygotsky e Wallon e as técnicas

atuais implantadas em apoio aos processos de ensino-aprendizagem especial da Escola

Inclusiva.

Desta forma é possível obter uma visão abrangente entre o método científico

recomendado por especialistas e as práticas adotadas atualmente pelos pedagogos e

psicopedagogos no ambiente escolar, permitindo realizar inferências sobre os problemas

e potenciais do método psicopedagógico, enquanto atuante no apoio aos processos de

aprendizagem especial.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A Psicopedagogia, a Educação Especial e as Tecnologias

Assistivas. 12

CAPÍTULO II - As Tecnologias Assistivas e as Contribuições para o Método

Psicopedagógico na Educação Especial. 17

CAPÍTULO III – Psicopedagogia, Psicomotricidade e Educação Especial. 23

CAPÍTULO IV – Psicopedagogia, Arte Terapias, Afetividade e a Escola Inclusiva. 29

CONCLUSÃO 33

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 34

ÍNDICE 35

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INTRODUÇÃO

A Psicopedagogia originalmente surgiu de acordo com SASS (2003) como uma

proposta científica que promovia a interação entre a Psicologia e a Pedagogia na busca

para soluções de problemas de aprendizagem e comportamento social na educação

escolar.

Este trabalho aborda a contribuição da psicopedagogia ao desenvolvimento de

habilidades e competências cognitivas, psicomotoras e afetivas na Educação Especial,

atuando como facilitadora e auxiliar na relação ensino-aprendizagem.

Conforme MIRANDA (2009), dois documentos são significativos na construção

das bases e fundamentos da Educação Especial contemporânea: A Conferência Mundial

sobre Educação para Todos em 1990 na Tailândia, a qual buscava garantir a igualdade

de acesso à educação a pessoas com qualquer tipo de restrição ou limitação à

aprendizagem e, a “Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades

Educativas Especiais”, elaborada e redigida na Espanha em 1994, que defende a ideia

de igualdade de valor entre as pessoas, propondo ações a serem assumidas por governos

em atenção às diferenças individuais.

A educação especial brasileira ao final dos anos 90 está marcada pelo debate

entre os defensores de uma educação inclusiva e os defensores de uma visão mais

radical com base na inclusão total (GONÇALVES MENDES, 2011)

Apesar da Declaração de Salamanca representar um avanço ao defender que

todos devem aprender juntos, independentemente de suas limitações, a necessidade de

realização de investimentos significativos no redimensionamento das instituições

escolares para atender de forma conjunta e com qualidade este objetivo, tanto o ensino

regular quanto as especificidades do ensino especial, apresentaram muitas dificuldades

para sua real implementação, efetividade e desenvolvimento., problemas que insistem

em permanecer até os dias atuais (MIRANDA, 2009).

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Para FERREIRA e RAMOS (2007), a Educação Especial ou Inclusiva é uma

visão de um tipo de sociedade solidária, pluralista, onde a integração escolar é apenas

um dos componentes principais, tornando real o exercício do direito de “ser diferente” e

“ser igual” ao ter acesso a todo um conjunto de materiais e recursos pedagógicos:

audiovisuais, de informação e atualmente tecnológicos em apoio a um tratamento social

e educacional igualitário.

Atividades e práticas educacionais que promovam o desenvolvimento de

habilidades e competências, cognitivas, psicomotoras e afetivas no apoio a relação

ensino-aprendizagem são aqui neste trabalho abordadas e analisadas para identificar

suas reais contribuições a inclusão total e ao desenvolvimento desta sociedade solidária

e mais participativa.

Na visão da psicopedagogia, BEAUCLAIR (2008) afirma que a solução dos

problemas da relação ensino-aprendizagem, ultrapassa as fronteiras da escola. Na

família, sociedade e nas relações de trabalho é que ocorrem os processos de

internalização de valores socioculturais, bem definidos por Vygotsky.

Vygotsky dedicou boa parte de sua pesquisa à educação especial, contribuindo

para a emergência de novas formas de compreensão da psique humana.

A possibilidade de aprendizagem e de desenvolvimento do aluno portador de

necessidades especiais, passa pelo reconhecimento do psicopedagogo de que as

limitações em um campo qualquer do aluno, cognitivo, psicomotor ou afetivo,

relacionado à capacidade de aprendizagem, podem vir a ser compensadas por

desempenhos acima da média em demais campos (COSTA, 2006).

Por outro lado, estes campos mantém uma conexão, são inter-relacionados no

desenvolvimento como um todo. Portanto, as metodologias utilizadas na educação

especial devem ter abordagens extensivas a todos estes campos, atuando de forma

integrada.

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Neste trabalho, abordamos algumas das metodologias e atividades praticadas

mais usuais no ambiente escolar em apoio à relação ensino-aprendizagem na Educação

Especial, incluindo a utilização de tecnologias assistivas, objetivando demonstrar as

diversas contribuições que a psicopedagogia proporciona à Educação Especial.

Utilizou-se como fonte de pesquisa além da revisão bibliográfica, a observação

em campo de projetos nestes temas, desenvolvidos em Centro de Educação Especial e

APAEs – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, localizados no Estado do Rio

de Janeiro.

No capítulo 1, abordamos os conceitos e a interação entre os campos da

Psicopedagogia e da Educação Inclusiva e da utilização de Tecnologias Assistivas no

apoio ao desenvolvimento de habilidades e competências, necessárias a potencialização

da relação ensino-aprendizagem na educação especial.

No capítulo 2, aprofundamos o tema da utilização das Tecnologias Assistivas e

as suas reais contribuições ao desenvolvimento psicomotor, cognitivo e afetivo do

portador de necessidades especiais, sob a ótica do método psicopedagógico e suas

aplicabilidades na Educação Inclusiva.

Nos capítulos 3 e 4, abordamos outras técnicas do método psicopedagógico de

avaliação e rendimento escolar na Educação Especial: o esporte adaptado, as artes

terapias como a musicoterapia e suas contribuições, descobertas e potencialidades ao

desenvolvimento da própria metodologia de ensino especial.

Nas conclusões finais observamos os principais problemas identificados na

revisão da literatura e as potencialidades para as pesquisas futuras ao desenvolvimento

dos métodos psicopedagógicos voltados para a total inclusão escolar e familiar e, no

ambiente de trabalho e de lazer dos portadores de necessidades especiais.

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CAPÍTULO I

A PSICOPEDAGOGIA, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E AS TECNOLOGIAS

ASSISTIVAS.

A Psicopedagogia originalmente surgiu como uma proposta de ciência que

promovesse a interação entre a Psicologia e a Pedagogia na busca de soluções para

dificuldades de aprendizagem e de relacionamento social no ambiente escolar.

BOSSA (2007) afirma que a Psicopedagogia possui características

interdisciplinares, buscando conhecimentos em outros campos, além dos dois citados

acima, como, por exemplo, a Psicanálise, a Linguística, a Fonoaudiologia, a Medicina e

outras ciências para a absorção de metodologias que proporcionem o desenvolvimento

de habilidades e competências, específicas a criação de uma ciência com objeto de

estudo e campo teórico definidos, porém, ainda em evolução.

A Psicopedagogia tem duas funções básicas: educar preventivamente e tratar as

dificuldades de aprendizagem.

Neste sentido, a função de educação preventiva da psicopedagogia, procura

analisar e acompanhar o desenvolvimento psicomotor, cognitivo e afetivo do indivíduo

no ambiente interno da escola e nas inter-relações com o seu ambiente externo: família,

sociedade e trabalho, os quais interagem e influenciam o desempenho da aprendizagem

como um todo.

Neste contexto de interação entre escola, família e trabalho, MOTA e

SANCHES (2011) apontam que a evolução tecnológica nos últimos anos, tem

proporcionado importantes contribuições sob a forma de ferramentas de aprendizagem

para minorar as dificuldades dos portadores de necessidades educativas especiais.

A função terapêutica da psicopedagogia procura estabelecer as relações entre

causas e efeitos das dificuldades do desenvolvimento das habilidades e competências,

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consequentemente, as dificuldades relacionadas à aprendizagem e ao comportamento

social do indivíduo, de acordo com BOSSA (2007), promovendo intervenções

pedagógicas necessárias e adequadas a inclusão total dos alunos portadores e não

portadores de necessidades especiais na educação.

A psicopedagogia exerce um papel relevante na Educação Especial, seja em sua

função educativa para a potencialização das habilidades e competências já referidas,

quanto em sua função terapêutica, identificando as áreas psicomotoras que requerem

maior atenção do educador ao uso de ferramentas pedagógicas específicas e necessárias

para realizar as intervenções planejadas de desenvolvimento, inseridas em um método

pedagógico próprio de ensino-aprendizagem inclusivos (BOSSA, 2007).

A educação especial no Brasil ao final dos anos 90 é fortemente marcada por um

debate entre uma educação de inclusão e a visão mais radical com base na inclusão

total.

Este debate ainda é tema atual de controvérsias entre educadores e especialistas,

mas o principal argumento que deve prevalecer é o da realidade do ambiente escolar.

Conforme descreve MIRANDA (2009), existe atualmente uma dificuldade estrutural,

material, financeira e tecnológica de se ter uma escola totalmente adaptada às

necessidades da educação especial, incluindo capacitação moderna e adequada de toda

uma equipe multidisciplinar, incluindo o próprio psicopedagogo, para o atendimento

personalizado e também não discriminatório entre alunos com e sem necessidades

especiais.

A meta do psicopedagogo no ambiente escolar é o de socializar o conhecimento

entre todos os alunos sem distinção. Ele promove o desenvolvimento cognitivo e de

certa forma, o afetivo ao construir regras de conduta moral e ética de inter-

relacionamentos. No caso da Educação Especial, promove a inclusão social entre o

aluno portador de necessidades especiais e os demais alunos que compõem o ambiente

de aprendizagem.

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Segundo MOTA E SANCHES (2011) na atual sociedade do conhecimento em

que vivemos, pretende-se que todos os alunos tenham acesso as mesmas oportunidades

de informação e de conhecimento e cabe a escola implementar estratégias eficientes e

adequadas para a inclusão dos alunos considerados de necessidades especiais.

Em sua atuação preventiva no ambiente escolar, o psicopedagogo trabalha com

as áreas de planejamento educacional e de saúde e assessora a área pedagógica com

propostas operacionais pertinentes a esta necessidade de inclusão e interação. No caso

da educação especial, ele atua avaliando metodologias e ferramentas em apoio à relação

ensino-aprendizagem, adaptadas a cada especificidade, previamente identificadas por

uma equipe multidisciplinar.

A Psicopedagogia, ainda segundo BOSSA (2007), analisa assim, não só os

aspectos educacionais como também, os aspectos sócios culturais e afetivos do aluno,

tomado o ponto de vista a partir da relação ensino-aprendizagem, onde educador e

educando são os principais protagonistas no cenário escolar. Outros atores coadjuvantes

participam ativamente deste processo, entre eles, os mediadores e a família, como

motivadores deste trabalho.

Na Educação Especial, o papel da família é preponderante no desenvolvimento

das habilidades e competências do portador de necessidades especiais. Para o bem,

atuando como facilitadora ou para o mal, atuando como inibidora deste processo. A

família atua assim como uma extensão do trabalho do psicopedagogo na escola e que

influi decisivamente nos resultados.

Neste sentido, COSTA (2006) nos diz que a expectativa da família de que o

portador de necessidades especiais seja imutável em suas limitações é muito negativa

para o seu desenvolvimento. Vygotsky defende a crença na capacidade do ser humano

de transformar as fraquezas em força pela superação.

O defeito assim se converte na própria força propulsora do desenvolvimento

psíquico e da personalidade. Para Vygotsky, o contexto sócio cultural nesse processo de

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superação é de maior importância. A inteligência não é um atributo estático, mas

evolutivo, dinâmico e abrangente e um dos objetivos da educação especial é

potencializar o seu desenvolvimento através da prática psicomotora, cognitiva e afetiva.

Entretanto, para alcançar este objetivo o processo de ensino-aprendizagem deve

ser adequadamente organizado para atender as necessidades da educação inclusiva. As

necessidades especiais é que determinam quais os processos pedagógicos e ferramentas

adequados para o desenvolvimento completo nestas três dimensões (COSTA, 2006).

Entre as diversas práticas e ferramentas metodológicas que tem como base os

princípios da ciência da psicopedagogia no apoio à relação ensino-aprendizagem na

educação especial, são exemplos: a psicomotricidade, a arte terapia, o esporte adaptado,

as tecnologias assistivas inseridas nas TICs - tecnologias de informação e comunicação

– e atividades como a estimulação precoce e a fisioterapia em suas contribuições ao

desenvolvimento da relação professor-aluno especial e deste último com os demais

alunos.

Para Vygotsky o objetivo da educação especial é o mesmo objetivo da educação

formal: educar, utilizando, porém, meios diferentes. O que implica, segundo COSTA

(2006) no enriquecimento do ambiente de aprendizagem com recursos como

computadores adaptados, softwares específicos e ferramentas específicas como o Braile

para deficientes visuais e a própria estimulação precoce no estágio pré-operatório de

Piaget.

O desenvolvimento das funções psicológicas superiores, de acordo com

PADILHA (2000) através do uso de recursos auxiliares como as tecnologias assistivas e

outras ferramentas de apoio, passa a ser primeiramente uma construção coletiva, do

grupo, uma interação entre o portador de necessidades especiais e os recursos

tecnológicos ou estímulos psicomotores. Depois se convertendo, conforme Vygotsky,

em funções psíquicas formadoras da personalidade e de uma linguagem simbólica de

comunicação.

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Desta forma, os recursos tecnológicos e outros recursos adaptados, descrevem

DAMASCENO e GALVÃO FILHO, 2002) ao tornarem capazes os portadores de

necessidades especiais de exercerem as mesmas atividades curriculares e extra

curriculares dos alunos não portadores, tornam-se ferramentas poderosas de inclusão

social e educativa.

As tecnologias assistivas são assim definidas como recursos ou ferramentas que

proporcionam a acessibilidade ao portador de necessidades especiais ao conteúdo e

experimentos da aprendizagem, permitindo criar uma maior independência no seu dia a

dia em sala de aula, maior confiança em suas relações sociais e menor vulnerabilidade

no ambiente externo.

Hoje em dia a utilização da tecnologia de informação como instrumento de

aprendizagem e busca do conhecimento, amplia-se rápida e progressivamente no dia a

dia se refletindo inclusive no ambiente escolar, conforme descrito por OLIVEIRA

(2003), facilitando o fluxo de informações e globalizando a forma de receber, armazenar

e transmitir o conhecimento.

Para este autor (op. cit.) o computador e o software, fortalecem o interesse pelo

conteúdo do ensino. Em termos de método psicopedagógico há uma semelhança entre o

construtivismo de Piaget e a construção do conhecimento com o uso de uma ferramenta

de apoio, no que se definiu como uma adaptação do construtivismo ao ambiente

computacional.

Para PADILHA (2000) alerta para o fato de que para Vigotski não basta

determinar o grau ou a gravidade da patologia ou deficiência, mas encontrar processos

edificadores e equilibradores no desenvolvimento e na conduta da criança especial.

Segundo a autora (op. cit.) a deficiência é contextualizada e marcada pelas

condições concretas do ambiente e das inter-relações em que convive o portador de

necessidades especiais.

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Imagem 1 – Escola inclusiva no município do Carmo/RJ.

Fonte: Felicíssimo e Ramires Consultoria em Gestão Empresarial Ltda.

- http://biodieselenzimatico.blogspot.com.br/2015_04_01_archive.html - Acesso em 27.04.2015

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CAPÍTULO II

AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS E AS CONTRIBUIÇÕES PARA O MÉTODO

PSICOPEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO ESPECIAL.

O termo tecnologia assistiva ou de apoio (em inglês, assistive technology) é

definida, segundo BRANDÃO (2010), como qualquer produto ou tecnologia que se

traduza numa solução ou serviço prestado a pessoas com limitações nas atividades do

dia a dia. No caso de aplicação na Educação Especial, previne, compensa, atenua ou

neutraliza as limitações funcionais ou de participação no processo ensino-aprendizagem

e no convívio social no ambiente escolar ou doméstico.

Estas tecnologias ainda não são totalmente acessíveis e aplicadas no ambiente

escolar, devido ao seu alto custo, o que se caracteriza como uma das dificuldades para

sua disseminação e expansão no meio educacional.

Como observado anteriormente por BOSSA (2007), a função terapêutica da

psicopedagogia é e identificar de forma preventiva e precoce, as limitações ainda na

infância de modo a proporcionar subsídios ao desenvolvimento de métodos de ensino-

aprendizagem adequados durante o período escolar e uso de ferramentas tecnológicas de

apoio adequados caso a caso.

Nas palavras de BRANDÃO (2010) a utilização destas tecnologias de apoio são

condição sine qua non (do latim, sem as quais) para a potencialização da comunicação e

da interação social na educação inclusiva.

Entre as tecnologias de apoio recomendadas para a Educação Especial estão

equipamentos e dispositivos tais como: hardwares e softwares especiais como os

sistemas de comunicação sofisticados integrados a símbolos denominados de TICs –

Tecnologias da Informação na Comunicação, teclados e mouses adaptados a restrições

motoras superiores, linhas Braille para portadores de restrição visual, leitores óticos de

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caracteres, sintetizadores e softwares de reconhecimento de comando de voz, teclados

virtuais e outros inúmeros recursos de apoio (BRANDÃO, 2010).

Imagem 2: Aluna Especial utilizando o software boardmaker em sala de informática adaptada no

município de Rio Bonito.

Fonte: Felicíssimo e Ramires Consultoria em Gestão Empresarial Ltda

http://www.biodieselenzimatico.blogspot.com.br/2014/10/aula-inaugural-demonstrativa-marca-o.html -

acesso em 27.04.2015

O uso das tecnologias assistivas como a informática adaptada aos portadores de

necessidades especiais é favorável à atividade cognitiva e afetiva ao facilitar a

estruturação das representações do conhecimento e o desenvolvimento de emoções

necessárias ao estímulo psicomotor (OLIVEIRA, 2003).

A maior incidência dos problemas relacionadas a aprendizagem na educação

especial e que são facilitadas pelo uso das TICs, são situadas, conforme afirma

BRANDÃO (2010) nos níveis das funções do intelecto, de cunhos neurológicos e

esqueléticos relacionado aos movimentos da pessoa.

A principal contribuição do método do uso de tecnologias de apoio ou assistivas

na Educação Especial, mais especificamente as contribuições da informática adaptada,

pode ser melhor explicitada em DANTAS (1992) ao citar Wallon: o método adequado

para a psicologia é o da observação. Desta forma, a obra de Wallon contém, segundo a

autora (op. cit.), todos os grandes temas a serem trabalhados no estudo da evolução do

ato motor para o ato mental da criança: movimento, emoção, inteligência e

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personalidade e posteriormente, a perspectiva do método pedagógico a ser adotado,

adequado caso a caso, diante das dificuldades encontradas na aprendizagem ou no

desenvolvimento destas habilidades e competências relacionadas acima.

Ainda segundo DANTAS (1992), o grande eixo do estudo da psicopedagogia

aplicada a Educação Especial é o da psicomotricidade. A patologia no desenvolvimento

do movimento se confunde com a patologia no desenvolvimento da personalidade.

Propostas de educação focadas na psicomotricidade passam assim necessariamente pela

compreensão do significado psicológico dos movimentos.

A criança ao adquirir o domínio crescente dos signos que compõe o universo

simbólico proposto pelo método de aprendizagem adotado (neste caso específico, a

utilização da informática adaptada contribui sensivelmente para acelerar os campos de

domínio simbólico do portador de necessidade especiais), transfere automaticamente a

força psicomotora para o desenvolvimento da força mental ou cognitiva na formação de

ideias concretas (DANTAS ,1992).

Segundo (BECK (2012) os meios de comunicação como as TICs é uma

combinação de linguagens e imagens focadas no aspecto afetivo e cognitivo que se quer

obter das pessoas, facilitando a aceitação e assimilação das mensagens propostas.

Uma das vantagens da informática e do uso do computador na educação é

permitir a aceleração do conhecimento no ritmo do educando, permitindo refazer ou

recriar as atividades. É desta forma uma importante ferramenta para alunos de ritmos de

aprendizagem mais lentos ou diferenciados como os existentes na Educação Especial.

As tecnologias de informação tornam-se uma passagem de uma “simples e

pobre” memorização das informações para uma utilização “rica” e inteligente” do

conhecimento (BECK, 2012).

Através de imagens, sons e textos permite as TICs, transformações e novas

perspectivas aos portadores de necessidade especiais na educação. As limitações de

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ordem mental, física, sensorial e motora são desta forma extrapoladas, permitindo a

interação social e afetiva entre professor-aluno, aluno especial – aluno não especial

(ALMEIDA, 2008).

Para ALMEIDA (2008) as tecnologias com focos no desenvolvimento cognitivo,

resgatam assim o uso da inteligência do educando como origem e fonte dos processos

de obtenção do conhecimento, atuando como uma reestruturação do processo de ensino.

ALMEIDA (2008) desperta a atenção para o papel mediador que pode vir a ser

exercido pelo psicopedagogo no ambiente escolar no processo de interação social entre

aluno especial, aluno não especial e a tecnologia assistiva (representada pelo

computador e o software) em apoio a relação ensino-aprendizagem como pode ser

observado na figura abaixo:

Figura 1. Diagrama triangular da relação ensino-aprendizagem na educação inclusiva com uso de

TICs.

Fonte: ALMEIDA (2008) - Adaptado pela autora.

Para a autora (op. cit.) o ideal é a utilização das ferramentas computacionais em

rede, dado que a maioria dos softwares educacionais desenvolvidos para a educação

formal é limitado pelo uso individualizado. Na Educação Especial e Inclusiva é

primordial que haja interação, cooperação e troca entre as dimensões cognitivas,

psicomotoras e afetivas como essenciais ao desenvolvimento das habilidades e

competências.

Computador = software + hardware

Psicopedagogo/aluno especial Aluno não especial/ aluno especial

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Segundo BECK (2012) a utilização das TICs como ferramentas pedagógicas é

capaz de romper com estruturas arcaicas de aprendizagem, priorizando a interação entre

os diferentes sujeitos sociais: professor – aluno especial – aluno não especial dentro de

um ambiente contextualizado de exercício de cidadania, voltado para a inclusão social,

cognitiva e afetiva dos portadores de necessidade especiais.

Na utilização da informática adaptada à educação especial, os programas mais

utilizados, segundo OLIVEIRA (2003) são os jogos cujos os aspectos positivos para o

desenvolvimento cognitivo do portador de necessidades específicas e ter concentração,

atenção e capacidade indutiva, com noção de espaço e noção visual trabalhando a

conexão de ideias a partir do tratamento das informações, além da cooperação,

persistência, envolvimento com a atividade, organização maior autonomia.

Sendo assim para a autora (op. cit.) um ponto importante a ser considerado é a

escolha adequada do software que vai ser utilizado de acordo com o perfil da classe de

alunos especiais e não especiais que vão utilizá-los para a melhor aplicação e eficácia da

ferramenta de apoio. Como vimos anteriormente em BOSSA (2007), o diagnóstico

inicial do psicopedagogo, identifica este perfil, proporcionando os subsídios necessários

para o desenvolvimento do método e da prática pedagógica a ser aplicada.

Pensando desta forma ALMEIDA (2008) afirma que as TICs podem vir a

enfocar um novo paradigma educacional, criando um espaço alternativo para a

Educação Especial.

Para que isto ocorra é preciso que os educadores tenham a percepção de que o

portador de necessidades especiais aprende de modos diferentes em ritmos diferentes. É

assim necessária a construção de novos referenciais pedagógicos (ALMEIDA, 2008).

BECK (2012) afirma que permanecem ainda arraigadas concepções de

discriminação, estigmas e erros a respeito da forma de como educar os portadores de

necessidade especiais, a qual não considera o diálogo como processo de construção do

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conhecimento. Esta é a principal contribuição da informática para a psicopedagogia

aplicada na educação especial: demonstrar o potencial de internalização deste diálogo.

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CAPÍTULO III

PSICOPEDAGOGIA, PSICOMOTRICIDADE E EDUCAÇÃO ESPECIAL

Uma das contribuições da Psicopedagogia para a Educação Especial está

relacionada a uma conexão que a Psicomotricidade estabelece entre o conhecimento do

corpo, a afetividade, a inteligência e a socialização do portador de necessidades

especiais. Conforme FERREIRA e RAMOS (2007) a educação psicomotora tem como

base três conhecimentos: o movimento, o intelecto e o afeto.

Do ponto de vista da psicopedagogia, uma educação psicomotora intervém em

três dimensões que são interligadas: educação, reeducação e terapia e fisioterapia do

aluno especial.

Isto pode ser comprovado nas atividades físicas como as aplicadas na disciplina

de Educação Física e nas práticas esportivas adaptadas para o aluno portador de

necessidade especial que passa a ser estimulado em diversos aspectos dos seus

processos corporais motores: percepção e condutas (FERREIRA e RAMOS, 2007).

Quadro 1 – Modalidades esportivas adaptadas para os portadores de deficiência visual.

Modalidades Esportivas Adaptadas Deficiência Visual

Natação

Futsal Total

Futebol de Campo Parcial

Goalball Total

Atletismo

Ginástica Rítmica Desportiva

Ginástica Olímpica

Judô

Xadrez

Capoeira

Fonte: FERREIRA e RAMOS (2007) – adaptado pela autora.

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De acordo com DA COSTA e SOUSA (2004) o início do desenvolvimento do

esporte adaptado para pessoas portadoras de deficiência física no Brasil, data de 1958

como uma forma de apoio à medicina, denominada de ginástica médica ou de

reabilitação, utilizando exercícios corretivos e de prevenção, buscando também

amenizar os aspectos psicológicos.

A expressão Educação Física Adaptada (EFA) surge assim como um programa

de atividades para o desenvolvimento do portador de necessidades especiais, tendo

como base jogos e ritmos direcionados e adequados as suas capacidades e limitações.

Uma segunda corrente importante também nesta época que contribuiu para o

desenvolvimento da Educação Física Adaptada em seus objetivos atuais, inicia-se nos

EUA tendo o enfoque da inclusão social através da competição esportiva, o que viria a

se concretizar na década de 60 com os Jogos Paraolímpicos nas modalidades esportivas

adaptadas: atletismo, basquete em cadeira de rodas, judô para cegos, natação, vôlei

sentado, tênis, tênis de mesa, futebol de sete, futebol de cegos, esgrima, ciclismo,

halterofilismo, arco e flecha, hipismo e tiro olímpico.

Imagem 3: Prática de Esportes Adaptados na APAE São Gonçalo.

Fonte: Felicíssimo e Ramires Consultoria em Gestão Empresarial Ltda -

http://biodieselenzimatico.blogspot.com.br/2015/05/encerramento-do-projeto-inovacao-no.html -

Acesso em 02.07.2015

Na aplicação da atividade física adaptada alguns procedimentos segundo

STRAPASSON e CARNIEL (2007) devem ser observados: (i) explicação e prévia

demonstração do exercício ou a atividade, iniciando com os exercícios mais simples

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de fácil execução, aumentando gradativamente o grau de dificuldade, facilitando

desta forma o alcance do sucesso e (ii) incentivar o auxílio dos alunos, posicionando-

os como monitores, favorecendo a independência, autonomia e cooperação.

Na metodologia da Educação Especial Inclusiva, as práticas esportivas

adaptadas devem ser realizadas por ambos os alunos, portadores e não portadores de

necessidades especiais, o que permite criar um ambiente favorável à aprendizagem,

elevado em auto estima e de convívio social entre ambos na medida em que o aluno

não especial é levado a vivenciar as dificuldades inerentes ao portador de restrições

físico motoras e mentais na execução destas atividades (STRAPASSON e

CARNIEL, 2007).

BOSSA (2007), afirma que os jogos constituem-se em importantes ferramentas

terapêuticas. Citando Piaget, a autora (op. cit.) que os mesmos permitem à criança

assimilar o mundo à medida de si mesmo, adaptando-o para atender aos seus desejos

e fantasias infantis. A evolução dos jogos inicia-se na criança com exercícios

funcionais, passando-se aos jogos simbólicos e posteriormente em uma terceira fase

para os jogos de construção e os jogos com regras, introduzindo desta forma a lógica

operatória que torna-se a base do método psicopedagógico que pode vir a ser

aplicado na Educação Especial.

No âmbito da Psicopedagogia a interpretação do desempenho dos portadores de

necessidades especiais nos jogos pelo terapeuta, tornam explícitos hipóteses de

obstáculos ao desenvolvimento das habilidades e competências necessárias à

aprendizagem (BOSSA, 2007)

Na Educação Inclusiva a atitude dos alunos face aos obstáculos ou diferenças

dos portadores de necessidades especiais é superada de forma gradativa a partir de

maior convivência e dependerá muito da atitude do professor (STRAPASSON e

CARNIEL, 2007).

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No quadro adaptado a seguir, os autores (op. cit.) estabelecem três níveis de

aprendizagem na Educação Física voltada para a inclusão de alunos especiais e não

especiais.

Quadro 2. Níveis de aprendizagem na Educação Física Adaptada.

Nível I Nível II Nível III

Estimulação Motora;

Desenvolvimento do sistema

motor global por meio de

estimulação das percepções

motoras, sensitivas e mentais

com experiências vivenciadas

do movimento global;

Desenvolvimento dos

movimentos fundamentais.

Estimulação das habilidades

básicas; melhoria da educação e

aumento da capacidade de

combinação dos movimentos

fundamentais; desenvolvimento

de atividades coletivas, visando

a adoção de atitudes

cooperativas e solidárias sem

discriminar os colegas pelo

desempenho ou por razões

sociais, físicas, sexuais ou

culturais.

Estimulação específica e

iniciação esportiva;

aprendizagem e

desenvolvimento de habilidades

específicas, visando a iniciação

esportiva; treinamento de

habilidades esportivas

específicas visando a

participação em treinamento e

competições

Fonte: STRAPASSON e CARNIEL, 2007 – adaptada pela autora

Observa-se ainda a necessidade de manutenção da integridade das atividades,

ainda que seja possível adaptações, mas que se busque a maximização do potencial

individual.

Para DA COSTA e SOUSA (2004) é preciso para que a Educação Física e os

Esportes Adaptados evoluam, romper com a forma de como organiza-se a escola

formal ou sistemática, redimensionando o tempo e o espaço do trabalho curricular,

flexibilizando os conteúdos e rompendo também com a compartimentalização destes

conhecimentos em um modelo de aprendizagem em que convivam harmonicamente

a diversidade e a unidade como forma de inclusão dos portadores de necessidades

especiais nas atividades esportivas do ambiente escolar.

No entanto é importante para entendermos a contribuição da Psicopedagogia

para a Educação Especial neste campo de atividades esportivas adaptadas, conforme

definem FERREIRA e RAMOS (2007), diferenciar os conceitos de integração e

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inclusão. O Esporte Adaptado é construído com a integração entre portadores e não

portadores de necessidades especiais com o objetivo de desenvolver a habilidade

psicomotora e social afetiva a partir do trabalho em equipe.

A inclusão social é um processo mais amplo e complexo do que a integração

social e educacional proporcionada pelo esporte adaptado ou por outros métodos

psicopedagógicos de apoio a Educação Especial abordados nesta monografia. É um

processo ainda insipiente na sociedade, pois nas palavras dos autores (op. cit.), a

sociedade necessita ainda adaptar-se para ter condições de incluir.

Entretanto, este fato não desmerece a importância da Escola Inclusiva atual neste

processo.

Afirma MARTINS (2011) que a relação ensino-aprendizagem é transmitir e

memorizar conhecimentos e habilidades em determinado tempo e espaço. Podemos,

no entanto, afirmar que além da transmissão e da memorização, está o

desenvolvimento destas habilidades e competências através de uma prática

metodológica cuja base é a psicopedagogia e a relação entre a parte psicomotora,

cognitiva e afetiva ou social que envolve aluno e professor no dia a dia da escola.

O autor (op. cit.) comprova este fato ao citar que é necessário desconstruir e

reconstruir conhecimentos em interação com o meio sócio cultural, do qual ele

também faz parte na vida do aluno.

A Educação Física Adaptada é definida como um programa multidisciplinar que

incorpora uma série de atividades individualizado como os jogos, esportes, dança,

musicoterapia, capoeiras, artes marciais, sendo que todo programa é adaptado e

direcionado aos interesses, capacidades e limitações de cada aluno portador de

necessidades especiais, além e fornecer estratégias para facilitar a independência e

autonomia destas pessoas no seu convívio social, favorecendo desta forma o

processo de inclusão. As habilidades são desenvolvidas através de atividades

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motoras e a parte cognitiva e afetiva ou social pela integração com o aluno não

portador de necessidades especiais e o trabalho em equipe (MARTINS, 2011).

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CAPÍTULO IV

PSICOPEDAGOGIA, ARTE TERAPIAS E AFETIVIDADE NA ESCOLA

INCLUSIVA.

Para Wallon a dimensão afetiva ocupa um lugar central na construção do “eu” e

do conhecimento: fornece o vínculo do fortalecimento social e biológico, sendo uma

atividade, conforme descrevem DE LA TAILLE, DE OLIVEIRA e DANTAS,

(1992), emocional, complexa e funcional. Neste sentido, a afetividade está na origem

da atividade cognitiva.

Segundo CUNHA (2008) a emoção ratifica os mecanismos da inteligência,

gerando a atenção, conhecimento e memória, competências e habilidades

indissociáveis da aprendizagem. A afetividade assim, relaciona-se com o cognitivo

em uma forma de dependência da mente à expressão do corpo físico.

As situações concretas da atividade humana, de acordo com DE LA TAILLE,

DE OLIVEIRA e DANTAS (1992), objeto de estudo, por exemplo, da educação,

pedem uma abordagem de uma compreensão mais orgânica do ser, referente ao

funcionamento cognitivo, conforme estudos de Vygotsky. Por exemplos:

(i) O papel dos instrumentos e símbolos da cultura nos processos de

mediação entre sujeito-objeto;

(ii) Relações entre pensamentos e linguagens concretas e o próprio

desenvolvimento de habilidades e competências nos processos de ensino-

aprendizagem

Neste sentido, o aluno da Educação Especial estará sendo motivado pelo método

psicopedagógico, auxiliado pela afetividade proporcionada por técnicas de Arte

Terapia, a desenvolver os processos químicos, impulsos ininterruptos elétricos (que

produzem as sinapses no cérebro) e os processos biológicos, em conjunto com o

emocional e o social, de forma a superar as barreiras à aprendizagem (CUNHA,

2008).

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O desenvolvimento cognitivo é produzido pelo processo de internalização da

interação social com materiais fornecidos pela cultura, um processo dinâmico

construído de fora para dentro e que caminha do plano das relações interpessoais

para as relações intrapessoais.

Vygotsky afirma que o imaginário e a atribuição de seus significados (signos,

símbolos e cultura) possibilitam o acesso e a construção do cognitivo e do sentido na

formação do processo de aprendizagem na Educação Especial, não podendo

prescindir da dimensão interativa social (FREITAS, 2007)

A heterogeneidade é comum no ensino das Artes conforme define REILY

(2010). Com o surgimento da Escola Inclusiva tornou-se uma necessidade de

estabelecer estratégias para administrar as limitações com os diversos graus de

habilidades, visto que estas limitações e diferenças afetam diretamente o tempo de

envolvimento na atividade, as tentativas de acertos e a qualidade comparativa dos

resultados de um e outro aluno em graus diferentes.

Imagem 4 - Atividades de Artes na APAE do município de São Gonçalo

Fonte: Felicíssimo e Ramires Consultoria em Gestão Empresarial -

Estas estratégias envolvem um grau de dificuldade, visto o ensino regular

estimular a competitividade entre os alunos, atribuindo valores desiguais. Decorre

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daí, o desafio do especialista de Psicopedagogia em desenvolver projetos que

envolvam o trabalho em equipe, de forma cooperativa e solidária (REILY, 2010).

Conforme descrito por CUNHA (2008), promover o desenvolvimento de

inteligências (habilidades e competências) em indivíduos naturalmente criativos não

é a mesma coisa que promovê-las em ambiente de diversidade e diferentes graus de

limitações físicas, que inibem o processo criativo e naturalmente o de aprendizagem.

O afeto ainda que não seja considerado em muitas práticas pedagógicas, na

Educação Especial e no método psicopedagógico ele é fundamental.

A questão então passa a ser como unir a Escola Inclusiva, o ambiente externo e a

realidade social do aluno especial? As práticas artísticas contemporâneas, com a sua

rica pluralidade e diversidade de formas, estilos, linguagens e tecnologias inseridas,

podem vir a ser os elos de ligação entre a inclusão e a realidade social dos alunos

portadores de necessidades especiais, devido as suas características de provocar

questionamentos, debates, gostos e críticas construtivas. São estes questionamentos,

essenciais para as mudanças necessárias da realidade atual de exclusão (FREITAS,

2007).

Para FERREIRA E RAMOS (2007), Wallon ao estudar a Psicomotricidade

deixa claro a importância dos aspectos afetivos. O diálogo corporal é um prelúdio da

comunicação verbal. A ação motriz, desta forma, regula o aparecimento e o

desenvolvimento das formações mentais que no processo evolutivo da criança, se

inter-relaciona com a maturidade, a afetividade e a inteligência.

Assim, deve-se favorecer o potencial de desenvolvimento integral do aluno

especial, mediante experiências individuais e grupais e de manuseio e manipulação

de espaços e materiais que a cercam no dia a dia e com as quais convive, quer no

ambiente escolar ou no ambiente social externo: familiar, trabalho, lazer e outros.

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VIEIRA (2014) afirma que a Psicomotricidade Relacional exerce essa função de

desenvolvimento e aprimoramento dos conceitos relacionados a uma dimensão

global do ser afetivo e social. Do ponto de vista das funções básicas da ciência da

Psicopedagogia é uma contribuição em uma abordagem preventiva que decodifica os

comportamentos atuais, evidenciando as suas significações simbólicas e as

necessidades que nestes comportamentos se expressam.

Para o autor (op. cit.), o comportamento e a comunicação são desta forma

provocados e desencadeados por imagens subjetivas à expressão corporal, através da

manifestação dos cinco sentidos, incluindo também o período de relaxamento físico,

associado a meditação e o conhecimento do próprio corpo e mente (o Eu).

Figura 5. Banda de música na APAE do município de São Gonçalo.

Fonte: Felicíssimo e Ramires Consultoria em Gestão Empresarial -

http://www.biodieselenzimatico.blogspot.com.br/2015/03/visita-apae-de-sao-goncalo-e-inicio-da.html -

acesso em 20.07.2015.

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A musicoterapia é uma das artes utilizada em processos psicopedagógicos

aplicados à Educação Especial de forma abrangente as diferentes patologias, citadas

por FERREIRA (2012) no quadro abaixo:

Quadro 3. Aplicações da Musicoterapia em diferentes quadros de necessidades especiais.

Síndromes Genéticas

. Down

. Turner

. Rett

Distúrbios neurológicos

. Lesões Cerebrais

. Dislexias

. Disfonias

. Paralisia cerebral

. Epilepsia

Doenças Mentais

. Esquizofrenia

. Perturbações do Espectro do Autismo

. Depressões

. Perturbação Obsessiva Compulsiva

Deficiências Físicas

. Espinha Bífida

. Distrofia Muscular Progressiva

Distúrbios emocionais

Deficiências Sensoriais

. Fala

. Visuais

. Auditivas

Autismo

Fonte: FERREIRA (2012) – Adaptado pela autora

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CONCLUSÃO

Inúmeras são as contribuições da Psicopedagogia na Educação Especial, de

forma mais abrangente, na Escola Inclusiva. Estas contribuições passam

necessariamente por atividades do ensino sistemático e formal, adaptadas às

necessidades especiais e os objetivos terapêuticos desta ciência, identificadas pelo

profissional, as tecnologias computacionais contemporâneas, desenvolvidas como

tecnologias em apoio ou assistenciais aos processos tradicionais de ensino e

aprendizagem especial e uma dimensão afetiva e social voltada para uma melhor

compreensão da diversidade e da pluralidade nesta perspectiva de escola inclusiva que

ultrapassa os limites físicos de suas fronteiras, alcançando o núcleo social familiar e

muitas vezes o ambiente de trabalho e lazer do portador de necessidades especiais.

A realidade atual mostra ainda um claro distanciamento de uma educação

inclusiva desejável e efetiva de uma escola ainda atrelada a meritocracia e não

totalmente voltadas para o desenvolvimento de habilidades e competências que

permitam aos portadores de restrições físicas e mentais alcançar uma maior autonomia e

redução da vulnerabilidade, afetiva, social e econômica destes indivíduos.

Neste momento em que as tecnologias avançam no campo técnico e social de

mobilidade e inclusão, que foi avaliado neste trabalho e tem por consequência das

forças de mercado seus custos reduzidos e certamente facilitado o acesso e a

implantação destas ferramentas pedagógicas, mostra-se necessário também um avanço

social e das práticas metodológicas de ensino para adequação à realidade

multidisciplinar, diversificada e pluralista das “diferenças iguais”.

Figura 6. Pesquisadora durante visita técnica para o trabalho de pesquisa na APAE de São Gonçalo

Fonte: a autora.

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BIBLIOGRAFIA CITADA

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - A Psicopedagogia, a Educação Especial e as Tecnologias

Assistivas. 12

CAPÍTULO II - As Tecnologias Assistivas e as Contribuições para o Método

Psicopedagógico na Educação Especial. 17

CAPÍTULO III – Psicopedagogia, Psicomotricidade e Educação Especial. 23

CAPÍTULO IV – Psicopedagogia, Arte Terapias, Afetividade e a Escola Inclusiva. 29

CONCLUSÃO 48

ANEXOS 49

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 52

BIBLIOGRAFIA CITADA 54

ÍNDICE 55