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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A REFORMA DO TRIBUNAL DO JÚRI
Por: Marcelle Christine Silva do Nascimento
Orientador
Prof. Valesca Rodrigues
Rio de Janeiro
2009
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
TRIBUNAL DO JÚRI
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Direito e Processo Penal
Por: . Marcelle Christine Silva do Nascimento
3
AGRADECIMENTOS
....aos amigos e parentes, professores,
etc......
4
DEDICATÓRIA
.....dedica-se primeiramente a minha mãe
que sempre me auxiliou e contribuiu
nessa nova etapa da minha vida. Ao
amor, pelo incentivo, compreensão e
presença constante ao término da aula.
As amigas Ana e Fátima que ajudaram
para que as aulas se tornassem mais
agradável.
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RESUMO
O trabalho que será apresentado tem como proposta mostrar de uma
forma objetiva e concisa as reformas que foram introduzidas e modificaram
quase por completo o rito e o procedimento do Tribunal do Júri.
Num primeiro momento, o presente estudo expõe um breve relato da
origem do instituto do Tribunal do Júri, seu conceito, sua natureza e
competência.
Dando prosseguimento ao trabalho deste Tribunal, aborda-se com mais
profundidade as reformas que tiveram como proposta agilizar e simplificar o
procedimento. Antes da reforma o procedimento era bastante complexo o que
gerava sempre nulidades.
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METODOLOGIA
No presente estudo foi adotado o método dogmático-descritivo para
demonstrar como ficou estabelecido o procedimento do Tribunal do Júri, no
Processo Penal Brasileiro.
O trabalho também é explicativo na medida, que expõe os pontos
complexos da matéria, as divergências doutrinárias e o posicionamento
dominante na jurisprudência.
Quanto aos meios, a pesquisa bibliográfica, sendo utilizado para sua
elaboração a doutrina, a legislação pertinente e a jurisprudência majoritária
sobre o assunto.
Os métodos que foram usados para a elaboração deste trabalho, foram
a leitura de diversos livros sobre o tema proposto, revistas, pesquisas a
julgados dos Tribunais.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I - A Origem 10
1.1) Princípios Constitucionais regentes do Tribunal do Júri 12
1.2) Órgão do Poder Judiciário 15
CAPÍTULO II - As Inovações no Procedimento 18
1ª Fase – Iudicium Accusationis 2.1) Procedimento
2.2) Audiência de Instrução e Julgamento 20
2.3) Das Decisões tomadas ao final da Primeira Fase 22
a) Pronúncia
b) Impronúncia
c)Absolvição Sumária
d) Desclassificação
2ª Fase – Iudicium Causae
2.4) A Extinção do libelo Crime Acusatório 28
2.5) Intimação das Partes 30 2.6) Relatório 30 2.7) Intimação das Partes 31
8
2.8) Escolha na Convocação dos Jurados 31 CAPÍTULO III – Desaforamento 33
CAPÍTULO IV – Quesitação 36 CAPÍTULO V - Supressão do Protesto por Novo Júri 38 CONCLUSÃO 41
BIBLIOGRAFIA 42
ÍNDICE 43
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INTRODUÇÃO
A Lei 11.689/2008 alterou integralmente o procedimento do Tribunal do
Júri, com finalidade especial de modernizá-lo e conferir maior celeridade e
efetividade aos julgamentos dos crimes dolosos contra a vida. Em busca da
celeridade, o procedimento tornou-se mais simples, principalmente na primeira
fase. Na segunda fase, extinguiu-se o libelo-crime acusatório e permitiu-se o
julgamento em caso de réu não intimado pessoalmente da pronuncia, bem
como, exclui-se o protesto por novo júri, simplificando também a quesitação.
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CAPÍTULO I
ORIGEM DO TRIBUNAL DO JÚRI
As origens do Tribunal do Júri remontam a História da velha
Inglaterra, onde por volta de 1215, forma abolidas pelo Concílio de Latrão as
ordálias e o s juízos de Deus. Nascera o Tribunal do Povo, que entre os
ingleses deixou reluzentes marcas, não somente pelo misticismo característico,
mas principalmente pelos resultados alcançados. Bem diferente do que
acontecera em outros países do “Velho Mundo”, sobretudo na França, a Itália e
a Alemanha, locais onde a instituição do Júri não obteve o êxito esperado,
sendo logo substituído por outros órgãos.
Ocorre que, sua origem é discutida por alguns autores, que declaram
que já era conhecida a instituição pelos povos antigos, embora com outra
formação.
Guilherme de Souza Nucci informa que as primeiras noticias do júri
podem ser apontadas na Palestina, onde havia, segundo o autor, o Tribunal
dos Vinte e Três nas vilas em que a população ultrapasse as 120 famílias.
Esses tribunais conheciam processos criminais relativos a crimes puníveis com
pena de morte. Seus membros eram tirados dentre os padres, os levitas e os
principais chefes da família de Israel (Júri. Principios Constitucionais. São
Paulo: Juarez de Oliveira, 199,p.31).
Rogério Lauria Tucci, pelo prelecionando sobre o júri, diz que há quem
afirme, com respeitáveis argumentos, que os mais remotos antecedentes do
Tribunal do Júri se encontra na lei mosaica, nos dikastas, na Hiliéia (Tribunal
11
dito Popular) ou no Areópago gregos; nos centeni comitês, dos primitivos
germanos; ou, ainda, em solo britânico, de onde passou para os Estados
Unidos e, depois, de ambos para os continentes europeus e americano
“Tribunal do Júri: origem, evolução, características e perspectivas”, in Tribunal
do Júri – Estudo sobre a mais Democrática Instituição Jurídica Brasileira. São
Paulo: RT,1999,p.12.
Não há dúvida do caráter democrático da instituição do Tribunal do Júri
que nasce, exatamente, das decisões emanadas do povo, retirando, das mãos
dos magistrados comprometidos com o déspota, o poder de decisão. Fato que
posteriormente, com a formação do Tribunal popular, no Brasil, feita por
pessoas que gozassem de conceito público por serem inteligentes, íntegras e
de bons costumes (cf.art.27 do Código de Processo Criminal do Império – Lei
de 29 de novembro de 1832) faz estabelecer um preconceito social e, embora
disfarçada, uma luta de classes.
Em nosso país, o júri era composto por 24 cidadãos “bons, honrados,
inteligentes e patriotas”, prontos a julgar os delitos de abuso da liberdade de
imprensa, sendo suas decisões passíveis de revisão somente pelo Príncipe
Regente.
Em 1824, a Constituição do Império colocou-o no capítulo pertinente
ao Poder Judiciário (art.151, do Capítulo Único, do Título 6º). Os jurados, à
época, poderiam julgar causas cíveis e criminais, conforme determinassem as
leis, que, aliás, incluíram e excluíram espécies de delitos e causas do júri,
várias vezes.
A Constituição de 1934 voltou a inserir o júri no capítulo referente ao
Poder Judiciário (art.72), para, depois, ser totalmente retirado do texto
constitucional, em 1937. Por conta disso, iniciaram-se os debates acerca da
manutenção ou não da instituição no Brasil, até que o Decreto-Lei 167, de
1938, confirmou a existência do júri, embora sem soberania.
12
A Constituição de 1946 ressuscitou o Tribunal Popular no seu texto,
reinserindo-o no capítulo dos direitos e garantias individuais como se fosse
uma autentica bandeira na luta contra o autoritarismo.
A Constituição de 1967 manteve a instituição no capítulo dos direitos e
garantias individuais (art.150§18), fazendo o mesmo a Emenda Constitucional
de 1969 (art.153§18). Ocorre que, por esta última redação, mencionou-se que
“é mantida a instituição do júri, que terá competência no julgamento dos crimes
dolosos contra a vida”. Não se falou em soberania, sigilo das votações ou
plenitude de defesa, fixando-se, claramente, a sua competência somente para
os crimes dolosos contra a vida.
Em 1988, visualizando-se o retorno da democracia no cenário
brasileiro, novamente previu-se o júri no capítulo dos direitos e garantias
individuais, trazendo de volta os princípios da Carta de 1946: soberania dos
veredictos, sigilo das votações e plenitude de defesa. A competência tornou-se
mínima para os crimes dolosos contra a vida.
1.1 Princípios Constitucionais regentes do Tribunal do Júri
a) Plenitude de Defesa
Inexiste autêntico devido processo legal (art.5,LIV,CF) se não forem
assegurados, aos acusados em geral, o contraditório e a ampla defesa. No
processo penal, particularmente, envolvendo um dos mais valiosos bem
jurídicos sob proteção constitucional que é a liberdade individual, há de se
exigir o fiel cumprimento de tais garantias.
No contesto do Tribunal do Júri, entretanto, a Constituição Federal
demanda maior cautela: assegura-se ao acusado a plenitude de defesa (art.5º,
XXXVIII, a).
Guilherme Nucci tem sustentado (consultar Júri – Princípios
constitucionais, p.139-141), existir diferença substancial entre ampla defesa,
garantia aos acusados de um modo geral, e plenitude de defesa, elemento
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essencial no cenário do júri. O que se busca aos acusados em geral é a mais
aberta possibilidade de defesa, valendo-se dos instrumentos e recursos
previstos em lei e evitando-se qualquer forma de cerceamento. Aos réus, no
Tribunal do Júri, quer-se a defesa perfeita, dentro, obviamente, das limitações
naturais dos seres humanos.
O réu, no processo crime comum, tem, como suporte, a defesa técnica,
sem dúvida. Porém se ela não atuar convenientemente, nem sempre precisará
o juiz declarar o réu indefeso, nomeando-lhe outro advogado.
No processo em trâmite no plenário do júri, a atuação apenas regular
coloca em risco, seriamente, a liberdade do réu. Sendo necessário que o juiz
presidente controle, a eficiência da defesa do acusado.
Na jurisprudência, adotando o entendimento esposado pelo ilustre
autor: TJMG:” A Constituição da República assegura a todos os acusados a
ampla defesa e os recursos a ela inerentes e, no caso do júri, vai além,
assegurando a plenitude de defesa: art.5º,XXXVIII – é reconhecida a instituição
do júri com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de
defesa. (...) Primeiramente, é de extrema importância, nesta questão,
estabelecermos a diferença entre plenitude de defesa e ampla defesa, ambas
previstas constitucionalmente, pois, apesar de parecer mera repetição ou
esforço hermenêutico por parte de constituinte, estes termos não são
sinônimos (...) Fica clara a intenção do constituinte ao conceder o réu, no júri,
além da ampla defesa outorgada a todo e qualquer réu, em qualquer processo,
cível, administrativo ou criminal, a plenitude de defesa, privilegiando-o em
relação à acusação, pois ele é a parte mais fraca da relação”
(Ap.1.0155.03.004411-1, 3ª. C., rel. Jane Silva, 02.02.2006, v.u)
b) Sigilo das Votações
Estabelece o Código de Processo Penal, que após a leitura e
explicação dos quesitos em plenário, não havendo dúvida a esclarecer, “ o juiz
presidente, os jurados, o Ministério Público, o assistente, o querelante , o
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defensor do acusado, o escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à sala
especial a fim de ser procedida a votação” (art.485, caput,CPP).
Haveria uma discussão, atualmente superada pela ampla maioria tanto
da doutrina, quanto da jurisprudência, a respeito da constitucionalidade da sala
especial para votação. Alguns poucos sustentam que ela feriria o princípio
constitucional da publicidade, previsto tanto no art.5º, LX, quanto no art. 93, IX.
Ocorre que o próprio texto constitucional – em ambos os dispositivos –
menciona ser possível limitara publicidade dos atos processuais quando a
defesa da intimidade ou o interesse social ou público assim exigirem.
Ademais, há na própria Constituição o disposto no art.5º, XXXVIII, b,
assegurando o sigilo das votações. Rui Barbosa sempre considerou o sigilo da
votação algo essencial à instituição do júri (O júri sob todos os aspectos, p.
103), o que é posição francamente majoritária atualmente.
Além disso, a reforma introduzida pela Lei 11.689/2008, buscando
consagrar, cada vez mais, o sigilo das votações, impôs a apuração dos votos
por maioria, sem a divulgação do quorum total.
c) Soberania dos Veredictos
Os jurados decidem de acordo com a sua consciência e não segundo a
a lei. Aliás, esse é o juramento que fazem (art.472, CPP), em que há a
promessa de seguir a consciência e a justiça, mas não as normas escritas e
muito menos os julgados do País.
Conferiu a Constituição Federal, de maneira expressa, como
sustentáculo do Tribunal do Júri,a garantia à soberania dos veredictos (art.5º,
XXXVIII,c).
Segundo Guilherme Nucci, que defende estar a liberdade do réu acima
de qualquer princípio regente da instituição do júri, não é possível que, sob
qualquer pretexto, cortes togadas invadam o mérito do veredicto, substituindo-
15
o. Quando e se houver erro judiciário, basta remeter o caso a novo julgamento
pelo Tribunal Popular. Porém, em hipótese alguma, pode-se invalidar o
veredicto, proferindo outro, quanto ao mérito (Tribunal do Júri, .Ed.Revista dos
Tribunais,2008, p.32).
d) Competência para Julgamento dos crimes dolosos contra a vida
O art.5º, XXXVIII,d, da CF, assegura a competência do júri para o
julgamento dos delitos dolosos contra a vida. Existem algumas posições
sustentando ser essa competência fixa, não podendo ser ampliada, embora
não haja nenhuma razão para tal interpretação.
A cláusula pétrea, no direito brasileiro, impossível de ser mudada pelo
Poder Constituinte Reformador ( ou derivado), não sofre nenhum abalo caso a
competência do júri seja ampliada, pois sua missão é impedir justamente o seu
esvaziamento.
Inclusive já há uma hipótese de ampliação, contemplada no art.78, O,
do CPP, que prevê a competência do júri para o julgamento dos crimes
conexos ao doloso contra a vida.
Além disso, demonstrando ser possível que o Tribunal Popular julgue
outros delitos, que não somente os dolosos contra a vida, encontra-se cenário
dos crimes conexos. É viável que os jurados decidam condenar ou absolver o
autor de um estupro ou de um roubo, por exemplo, bastando que o delito seja
conexo ao crime doloso contra a vida. Por isso, se a competência fosse
exclusiva, tal situação, corriqueira nos julgamentos ocorridos diariamente no
Brasil, jamais se daria. Os institutos da conexão e continência são previstos no
Código de Processo Penal, portanto, legislação ordinária.
1.2 Órgão do Poder Judiciário
O júri encontra-se previsto dentre os direitos e garantias individuais
(art.5º, XXXVIII, CF). Esta situação chegou a gerar alguma controvérsia em
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relação a ser a instituição não um órgão do Poder Judiciário, mas um
organismo político, desligado do Judiciário, onde os jurados exerciam o seu
direito ao sufrágio, como cidadãos no exercício da cidadania. Ressalte-se que
essa não é a melhor opção.
É praticamente pacífico na doutrina ser o júri um órgão do Poder
Judiciário, embora lhe seja reconhecida a sua especialidade. Não consta do rol
do art.92 da Constituição Federal ( como órgão do Poder Judiciário), embora o
sistema judiciário o acolha em outros dispositivos, tornando-o parte integrante
do referido Poder da República.
São os fundamentos d o Tribunal ser órgão do Poder Judiciário: a) o
Tribunal do Júri é composto por um juiz presidente (magistrado togado) e de
21 jurados, dos quais sete tomam assento no Conselho de Sentença. O
magistrado togado não poderia tomar parte em um órgão meramente político,
sem qualquer vínculo com o Judiciário, o que é vedado pela Constituição e
pela Lei Orgânica da Magistratura Nacional; b) o art.78,I do CPP determina que
“ no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição
comum, prevalecerá a competência do júri, vindo a demonstrar que se trata de
órgão do Judiciário; c) o art.593,III,d do CPP, prevê a possibilidade de recurso
contra as decisões proferidas pelo Tribunal do Júri ao Tribunal de Justiça, não
tendo qualquer cabimento considerar plausível que um “órgão político”
pudesse ter o mérito de suas decisões revistas, em grau de apelação, por um
órgão judiciário; d)a inserção do júri no capítulo dos direitos e garantais
individuais atende muito mais à vontade política do constituinte de considerá-lo
cláusula pétrea do que À finalidade de excluí-lo do Poder Judiciário; e) A
Constituição Estadual de São Paulo e de Minas Gerais são explícitas em
declarar no seu texto ser o Júri órgão do Poder Judiciário.
Enfim, trata-se de um órgão especial do Poder Judiciário, que
assegura a participação popular direta nas suas decisões de caráter
jurisdicional. Cuida-se de instituição que demonstra a importância da cidadania
e da democracia na vida em sociedade.
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CAPÍTULO II
AS INOVAÇÕES NO PROCEDIMENTO
1ª FASE - IUDICIUM ACCUSATIONIS
2.1) Procedimento
O procedimento do Júri é escalonado ou bifásico. Na primeira fase
julgar-se-a a viabilidade da acusação (sumário da culpa ou iudicium
accusationis). Inicia-se com a denúncia ou queixa e finda com a preclusão da
decisão de pronúncia. Na segunda fase, há o julgamento do próprio mérito da
acusação ( juízo da causa ou iudicium causae).
No procedimento anterior, a primeira fase do procedimento do júri era
regida pelo procedimento ordinário, com apenas algumas particularidades nas
alegações finais e nas decisões passíveis de serem tomadas ao final da
primeira fase. Por sua vez, a Lei 11689/2008 disciplinou inteiramente a
primeira fase do procedimento do júri, de maneira semelhante ao procedimento
comum.
Com a nova sistemática, a primeira fase do procedimento bifásicas e
estrutura de maneira geral, da seguinte forma: 1) oferecimento de denúncia ou
queixa; 2) citação; 3) resposta escrita em dez dias; 4) oitiva do Ministério
Público em cinco dias, em caso de ser juntado documento ou argüida
preliminar; 5) audiência uma de instrução e julgamento, na qual poderão ser
preferidas quatro decisões: absolvição sumária, impronúncia, desclassificação
e pronúncia. Preclusa a decisão de pronúncia, passa-se para a segunda fase
do procedimento do júri (Juízo da Causa), com a seguinte ordem: 1) intimação
das partes para apresentarem provas e requerimentos, em cinco dias; 2)
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deliberação do juiz sobre as provas requeridas; 3) despacho saneador; 4)
relatório do processo; 5) inclusão do processo em pauta; 6) intimação das
partes, ofendido e testemunha para a sessão de julgamento; 7) escolha e
convocação dos jurados; 8) sessão de julgamento.
Ocorre que, de maneira minoritária o autor Guilherme de Souza Nucci
entende que o procedimento do júri é trifásico e especial. Para o autor, deve-se
considerar como autônoma a denominada fase de preparação do plenário.
Com a reforma, o art.406 foi alterado, uma vez que recebida a
denúncia ou queixa, o réu será citado para apresentar defesa prévia, por
escrito, no prazo de 10 dias e não mais para ser interrogado. Ou seja, o ato
processual seguinte à citação não será um ato do acusado, mas sim um ato de
seu defensor. Logo, o interrogatório deve-se realizar-se ao final da colheita de
prova. Tal mudança tem como objetivo permitir que o réu possa se defender
desde o início do processo, realçando a sua característica como ato de
autodefesa e permitindo contrariar toda a prova até então produzida contra si,
em especial quanto ao que afirmaram vítima e as testemunhas de acusação.
O novo §1º do art.406 do CPP disciplina o termo inicial do prazo para o
oferecimento de resposta preliminar. Há dois termos iniciais distintos, conforme
a citação seja válida ou nula.
No caso de citação válida, o termo inicial do prazo será o “efetivo
cumprimento do mandado” de citação. Assim, o dia em que no mandado de
citação for lido e entregue a contrafé ao acusado ( art.357 CPP) será o termo
inicial. De se ressaltar que o termo inicial não é a data de juntada do mandado
cumprido aos autos, mas sim o dia do “efetivo cumprimento do mandado de
citação. Assim, é o teor da súmula 710 do STF que estabelece que “no
processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada
aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem”.
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Por outro lado, no caso de nulidade de citação, o termo inicial será a
data em que o acusado ou o seu defensor constituído comparecer a juízo.
No caso de citação por edital, o prazo para a resposta também deverá
ser contado a partir do comparecimento do acusado ou de seu defensor em
juízo.
Ocorre que, na maioria dos casos, o acusado citado por edital não
comparecerá a juízo nem constituíra defensor. Nesta caso, portanto, não
deverá ser aplicado o novo art.408 do CPP, devendo o juiz , logo após o prazo
de 10 dias, aplicar o art.366 do CPP e suspender o processo.
Há uma controvérsia na doutrina, devido a nova redação dada ao
art.397. Este artigo permite que o juiz absolva sumariamente o acusado.
Questiona-se se, após o recebimento da denúncia e o oferecimento da defesa
inicial, seria possível, na primeira fase do júri o julgamento antecipado da lide.
Andrey de Mendonça tem o entendimento que (...) se a Lei 11689/2008 que
disciplinou todo o procedimento do júri permaneceu silente quanto ao tema,
logo indica a não possibilidade de adoção de julgamento antecipado pelo
menos no que diz respeito a essa primeira fase. Este entendimento tem como
fundamento a existência do principio da soberania dos veredictos, assegurado
constitucionalmente art.5,XXXVIII,c. ( Reforma do Código de Processo Penal.2
ed.,São Paulo:Método,2009,p.7).
2.2) Audiência de Instrução e Julgamento
O novo procedimento no art.411, CPP prevê a realização de audiência
una de instrução, debates e julgamento da acusação, na qual deverão ser
ouvidos o ofendido, se possível, as testemunhas de acusação, as testemunhas
de defesa, destacando-se que poderá haver esclarecimentos orais dos peritos,
acareações e reconhecimento de pessoas ou coisas, se necessário proceder-
se-à ao interrogatório do acusado (CPP, art.411, caput).
O novo dispositivo não indica o regime legal que irá reger a oitiva de
testemunhas no juízo de acusação. Diante da ausência de regra expressa,
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deve ser aplicado, por analogia, o novo art.212 do CPP, com a redação dada
pela Lei 11690/2008. Assim, deverão ser feitas perguntas diretas pelas partes,
deixando ser aplicado o sistema presidencialista conduzido pelo magistrado.
É de se observar que o §1º do art. 411 menciona o esclarecimentos
“dos peritos” e segundo a nova redação dada ao art.159, caput, CPP, as
perícias oficiais serão agora realizadas por um único perito, e não mais “por
dois peritos oficiais”.
Caso as partes desejem que os peritos prestem esclarecimentos orais
na audiência, deverão requerer previamente: a acusação por ocasião do
oferecimento da denúncia ou queixa, e a defesa, na resposta, oportunidade me
que deverá especificar as provas pretendidas. (CPP, art.406,§3º)
Esta mudança no dispositivo citado, procurou efetivar a oralidade e a
concentração dos atos probatórios em uma audiência una, prevendo que todas
as provas serão produzidas em uma única audiência, devendo o juiz indeferir
as provas que considerar irrelevantes ou protelatórias.
Encerrada a prova, passa-se aos debates orais, concedendo-se a
palavra primeiro para a acusação e posteriormente para a defesa, pelo prazo
de 20 minutos, prorrogáveis por mais 10 minutos, assim dispões o art.411,§4º.
Ressalte-se, que caso haja assistente de acusação, este deverá se
manifestar após o Ministério Público, pelo prazo de 10 minutos, sem
possibilidade de prorrogação. Com a inclusão do assistente aos debates a
defesa terá acrescido mais 10 minutos para a apresentação de sua tese
defensiva.
A finalidade da ampliação do prazo de manifestação da defesa, é
assegurar a isonomia entre as partes.
21
O novo §9º do art.411, prevê que a primeira fase poderá se dar
oralmente, na própria audiência ou por escrito no prazo de 10 dias.
Hoje, há a previsão de um prazo de 90 dias para a conclusão da
primeira fase do procedimento dos crimes dolosos contra vida. (art.412 CPP).
Devemos considerar que o termo inicial deste prazo começara a fluir a partir do
oferecimento da denúncia.
2.3) Das decisões tomadas ao final da Primeira fase
a) Pronúncia
b) Impronúncia
c) Absolvição Sumária
d) Desclassificação
a) Pronúncia
A pronúncia é a decisão e não sentença, posto que não põe fim ao
processo, mas apenas a uma fase do procedimento. É a decisão que
possibilita ao réu que seja ele julgado pelos seus pares. Assim, podemos
concluir que a pronúncia é decisão interlocutória, que não julga o mérito; mista,
que põe fim a uma fase; e não terminativa, que não encerra o processo.
Para que seja proferida a decisão de pronúncia, não é necessário
segundo o disposto no art.413 do CPP, que o magistrado tenha certeza plena
de que o acusado seja o autor do delito, bastando a existência de provas e
indícios suficientes de autoria ou participação
A doutrina liderada por Ada Pellegrini Grinover (O processo em
evolução, p.357) tem entendido que não bastam meras conjecturas ou tênues
indícios. Os “indícios hão de ser graves, precisos e concordes, convincentes,
veementes, vinculando por elo racional a autoria do fato a determinada pessoa
mediante circunstancia da qual se infira logicamente o nexo causalidade; pela
sua força e precisão, capazes de determinar uma só e única conclusão: a de
que não foi outro ou senão o indiciado o autor ou cúmplice do fato criminoso”.
22
De qualquer forma, embora se exija um conjunto probatório que indique com
alto grau de probabilidade que foi o acusado o autor do delito, certamente não
se exige a certeza da autoria.
A grande mudança, com relação ao tema pronúncia, é o art.413,§3º
que menciona o afastamento da prisão processual do acusado para recorrer
da pronúncia. No regime anterior a regra era a prisão processual e a liberdade
era a exceção, somente cabível se o acusado fosse primário e de bons
antecedentes ou se o crime fosse afiançável. Essa prisão processual era um
efeito automático da decisão de pronúncia e totalmente incompatível com a
garantia constitucional de presunção de inocência, uma vez que ausente a
natureza cautelar.
A alteração deixa claro que não mais subsiste tal espécie de prisão
processual como modalidade autônoma de prisão, decorrente da decisão de
pronúncia recorrível. Logo, podemos concluir que a “nova prisão” tem caráter
cautelar, e somente é cabível diante da presença dos requisitos autorizadores
da prisão preventiva dos arts. 312 e 313 do CPP.
Da Intimação da Decisão de Pronúncia
No regime originário do CPP, a grande distinção era feita entre os
crimes afiançáveis e inafiançáveis. Para os crimes inafiançáveis a intimação
era sempre pessoal. Já nos casos de crimes afiançáveis, se o acusado
estivesse preso, seria intimado pessoalmente; por outro lado, se estivesse
solto, a intimação poderia se dar pessoalmente, ou na pessoa de seu
defensor, ou ainda por edital quando nem o acusado nem o seu defensor
fossem encontrados. Importante ressaltar, que em qualquer dos casos, sem a
intimação da pronúncia, o processo não prosseguia assim dispunha o antigo
art.413 do CPP,o que criava um obstáculo ao tramite processual.
Agora na nova sistemática, o art.420, caput, do CPP não mais
distingue entre crimes afiançáveis e inafiançáveis, ou entre acusados presos
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ou soltos. O acusado, o defensor nomeado e o Ministério Público serão
intimados pessoalmente (inc.I). Por outro lado, o defensor constituído, o
querelante e o assistente de acusação serão intimados pela imprensa (inc.II).
Uma das grandes novidades foi a inclusão do parágrafo único do art.420 do
CPP ao determinar que se o acusado solto não for encontrado será intimado
da decisão de pronúncia por edital, que á forma ficta de comunicação de ato
processual), independente se a infração é afiançável ou inafiançável. Por
acusado solto deve ser entendido tanto o que responde processo em
liberdade, como o acusado que, tendo a prisão preventiva decretada contra si,
não foi preso ou, tendo sido, veio a fugir.
Preclusão da Decisão de Pronúncia
A pronúncia sujeita-se à preclusão, tornando-se imutável no processo
a admissibilidade da acusação, que não mais pode ser reexaminada, nem ter
alterado o seu conteúdo. Essa preclusão atinge, não apenas os direitos ou
faculdades das partes, mas impede que o próprio juiz reexamine o que foi
decidido.
Não houve, contudo, mudança quanto à exceção legal à força
preclusiva da decisão de pronúncia: a ocorrência de “circunstancia
superveniente que altere a classificação do crime”
Vale lembrar que somente se passará para a segunda fase do
procedimento do júri quando estiver preclusa a decisão de pronúncia.
b) Impronúncia
Com relação a decisão de impronúncia não houve com a nova lei
alteração às hipóteses em que o juiz deverá impronunciar o acusado.
A natureza jurídica da impronúncia permanece a mesma, ou seja, é
uma sentença terminativa, que põe fim a processo, digo, a primeira fase do
24
procedimento do júri, sem julgamento do mérito. O que já por si só, a diferencia
da decisão de pronúncia. Contudo, a que se mencionar que na sistemática
anterior o recurso cabível da decisão de impronúncia era o Recurso em
Sentido Estrito, mas o novo art.416 prevê que o recurso cabível contra a
impronúncia é a Apelação.
A sentença de impronúncia por não adentrar no mérito da imputação,
fará coisa julgada formal, não impedindo a propositura de um novo processo,
pelos mesmos fatos, desde que surjam novas provas, ou seja, aquelas não
constantes no processo anterior, e que possam mudar a convicção do juiz
sobre a autoria ou a materialidade.
c) Absolvição Sumária
A reforma do CPP ampliou as hipóteses de cabimento da absolvição
sumária do art.415 do CPP, incluindo três novas situações.
Na redação primitiva do art.411 do CPP, somente seria cabível a
absolvição sumária nos casos em que restasse demonstrada a ocorrência de
alguma excludente de ilicitude ou de culpabilidade. Nada mais é do que um
julgamento antecipado da causa tratando-se de verdadeira sentença
absolutória.
A primeira novidade é a possibilidade de absolvição sumária quando
estiver “provada a inexistência do fato” (art.415, I), ou seja, quando o juiz tiver
a certeza de que o fato material não existiu, deverá aplicar a nova hipótese.
A segunda novidade diz respeito à autoria. O acusado deverá ser
absolvido sumariamente, se “provado não ser ele o autor ou partícipe do fato”,
segundo o novo II do art.415, do CPP.
A última novidade consiste na possibilidade de absolvição sumária
quando “o fato não constituir infração penal” (art.415,III). Neste caso o fato
pode ter existido, mas ser atípico. Espínola Filho formula os seguintes
25
exemplos: “A e B, sentados na balaustra de uma ponte, cai o último n’água, e o
primeiro é denunciado por ter-lhe determinado a morte, jogando-o ao rio;
apura-se, reformando os peritos o laudo anterior, que B morreu, naturalmente,
em virtude de um colapso cardíaco, antes da imersão” (Código...cit., v.4,p.252).
O parágrafo único do art.415 traz uma modalidade de absolvição
sumária, é a denominada absolvição sumária imprópria. É aplicada em regra,
quando comprovada a inimputabilidade ou doença mental ou de
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, que torna o agente
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito de seu ato. Assim sendo, a
reforma também trouxe outra peculiaridade: que o juiz não deve proferir a
absolvição imprópria em caso de inimputabilidade decorrente de doença
mental, se existir alguma outra tese defensiva.
Antonio Scarance Fernandes critica o dispositivo, ao lecionar: “ Deixa-
se ao advogado a incumbência de decidir sobre a sorte do acusado. Preferível,
que ele, de alguma maneira, sustente sempre uma tese subsidiária, para
assegurara a defesa plena afirmada na Constituição (art.5º, LV). Melhor seria
outro regramento, determinando-se que, em todas as situações de
inimputabilidade, o processo devesse ser encaminhado a julgamento pelos
jurados, os quais poderiam absolver o acusado por outro motivo, afastando
dele a aplicação de medida de segurança e preservando a soberania do
Tribunal do Júri, garantida constitucionalmente (art.5º, XXXVIII)”. (O novo
procedimento no júri, Reforma processual Penal: Tribunal do Júri. Revista
Jurídica da Escola Superior do Ministério Público do estado de São Paulo, ano
1, n.1,jul-dez.2008,p.24)
A jurisprudência é rica em julgados nos quais se afirma: “Culpabilidade
afastada diante da inimputabilidade do réu. Absolvição Imprópria.Internação
para tratamento psiquiátrico. Medida de Segurança de internação hospitalar”.
(TJRJ – 4ª. CC., APC 2009.050.00307, Des. Nilza Bitar, j.24/03/2009;
“Absolvição imprópria com aplicação de medida de segurança – tratamento
ambulatorial. Procedência parcial. Conclusão dos Senhores Peritos que não
26
autoriza a absolvição do réu, mas reconhece a semi-imputabilidade” (TJRJ,
5ª.CC, APC 2007.050.05641, Des. Maria Helena Salcedo, j. 21/05.2009).
No tocante ao recurso ex officio, que antes também era previsto no
caso de absolvição sumária, tal recurso não mais subsiste. A atual redação do
art. 415 do CPP, tratando-se de absolvição sumária, omitiu, por completo,
qualquer referência ao dever do juiz de remeter ao tribunal, para reavaliação, a
sua decisão. Enfim, não mais existe o recurso de ofício no contexto da
absolvição sumária no procedimento do júri.
Com a nova lei, alterou também o recurso cabível da decisão de
absolvição sumária. Anteriormente, seria cabível o Recurso em Sentido Estrito.
A partir da reforma, porém, será cabível o recurso de Apelação(art.416 do
CPP).
d) Desclassificação
Com relação a decisão de desclassificação, não ocorreu nenhuma
alteração.
Na redação anterior, uma vez proferida a desclassificação, o juiz que
recebia os autos não poderia, diretamente, julgar o feito. Antes, deveria dar
oportunidade à defesa, para arrolar outras testemunhas diversas daquelas já
ouvidas, seguindo-se as diligencias complementares e alegações finais, para
somente o juiz proferir sentença.
Guilherme Nucci, de maneira diversa defende que, tendo em vista que
não foi mantida, no novo dispositivo, a vedação constante no caput do art.410
do CPP, no sentido de que “não se admitirá, entretanto, que sejam arroladas
testemunhas já anteriormente ouvidas”, poderá a parte, no exercício do
contraditório, requerer a oitiva das mesmas testemunhas anteriormente
ouvidas. Isso porque, diante da nova classificação legal dos fatos, poderá
haver pontos que anteriormente não eram relevantes e, consequentemente,
não foram objeto de perguntas, e que passam a ser importantes. Aliás, mesmo
27
diante da vedação anterior do art.410, caput, já destacava que não se tratava
de uma “norma imutável”, pois “a norma processual não tem o condão de
afastar a aplicação do princípio constitucional da ampla defesa”.
Código...cit.,p.723)
Atualmente, ao receber os autos, o juiz deve dar oportunidade às
partes, Ministério Público e acusado, para que se manifestem e,
eventualmente, requeiram a produção de provas. Se assim não fosse o
procedimento e o juiz pudesse desde logo, proferir sentença, considerando a
nova qualificação jurídica, sem que as partes sobre ela tivesse a oportunidade
de se manifestar, o contraditório estaria violado.
Finalmente, no que toca ao procedimento a se adotado perante o juiz
que receber processo, este deverá adotar o rito adequado, segundo a nova
redação do art.394 do CPP.
2ª FASE - IUDICIUM CAUSAE
A segunda fase do procedimento do júri possui os seguintes atos: 1)
intimação das partes para apresentarem provas e requerimentos, em cinco
dias; 2) deliberação do juiz sobre provas requeridas; 3) despacho saneador; 4)
relatório do processo; 5) inclusão do processo em pauta; 6) intimação das
partes, ofendido e testemunhas para a sessão de julgamento; 7) escolha e
convocação dos jurados; 8) sessão de julgamento.
2.4) A Extinção do Libelo-Crime Acusatório
A grande mudança introduzida nesta fase é a supressão do libelo
crime acusatório e, consequentemente, da contrariedade ao libelo. Esta peça
era a petição que iniciava a segunda fase do procedimento do tribunal do júri.
O libelo era a peça acusatória, com conteúdo fixado pela decisão de
pronúncia, expondo na forma de artigos, a matéria que seria submetida a
julgamento pelo Tribunal do Júri, limitando a atuação do órgão acusatório e
28
permitindo plena ciência, pela defesa, do que seria alegado em plenário. Outra
novidade, é a desnecessidade de que o relatório seja feito em plenário.
Com relação a supressão do libelo, há muitos autores que deliberavam
pela sua total eliminação, pois seria uma formalidade inútil e fonte de
nulidades. Ocorre que, existem, aqueles que defendem a necessidade de
manutenção do libelo, considerando-o uma peça de fundamental importância
para a delimitação dos fatos a serem julgados pelo conselho de sentença. De
acordo com este entendimento podemos destacar, neste passo, que o projeto
de Lei 4.900/1995 suprimia o libelo do procedimento do Tribunal do Júri
(art.420). Porém, na primeira versão apresentada pela Comissão de Reforma
do Código de Processo Penal de 2000, aquele projeto de Lei foi revisto por
René Ariel Dotti, que propôs a reintrodução do libelo (art.419). Pela
manutenção do libelo, principalmente por era peça que limita a acusação em
plenário, (cf. Sergio Marco Moraes Pitombo, Supressão do libelo, Tribunal do
Júri – Estudo sobre a mais democrática instituição jurídica brasileira, p.143);
Ariosvaldo de Campos Pies, AA Reforma do júri, Bol.IBCCrim 37/6. Guilherme
Nucci entende, que a extinção do libelo somente seria útil, caso o juiz fosse
obrigado a tornar a pronúncia específica o suficiente para não gerar à defesa
qualquer surpresa em plenário.
A doutrina de forma majoritária entende que não haverá prejuízo com a
supressão, na medida em que a acusação já estará delimitada pela decisão de
pronúncia, que por sua vez, será a fonte de elaboração dos quesitos,
juntamente com o interrogatório do acusado e as alegações das partes em
plenário, conforme prevê o art.482, parágrafo único, do CPP. As qualificadoras
e causas de aumento de pena deverão constar da pronuncia, segundo o novo
art.413§1º, do CPP.
Entretanto, eliminada que foi essa peça, torna-se indispensável que a
pronúncia seja o mais específica possível. Sobre o tema, pronuncia-se Rogério
Lauria Tucci, nos seguintes termos: “A supressão do libelo não importa na
simplificação do procedimento, na qual haverá lugar, em sequencia ao decurso
29
do prazo para a interposição de recurso contra a sentença de pronúncia para o
requerimento de provas, a serem produzidas no plenário do júri, e de outras
diligências prévias, tidas como pertinentes e relevantes.
2.5) Intimação das Partes
Ao receber os autos com a decisão de pronúncia, o juiz presidente
determinará a intimação das partes para arrolarem as testemunhas que
pretenderem ouvir em plenário, até o máximo de cinco, bem como juntar
documentos ou requerer diligencias que se façam necessárias para serem
realizadas em plenário (art.422, CPP).
Naturalmente, quando for apresentado apenas o rol de testemunhas a
serem ouvidas em plenário, passa-se, diretamente, à fase de elaboração do
relatório.
2.6) Relatório
Na fase de preparação do plenário, o juiz elabora o relatório sucinto do
processo, contendo as principais ocorrências, sem emitir qualquer avaliação
subjetiva. Na legislação anterior, o relatório era feito em momento
completamente inadequado, ou seja, depois do interrogatório do acusado em
plenário e oralmente, nos termos do antigo art.466, caput, do CPP. Portanto,
os jurados tomavam conhecimento dos aspectos relevantes do processo que
iriam julgar depois de já ter sido o acusado interrogado, o que lhes limitava a
possibilidade de fazer perguntas. Por outro lado, o relatório feito oralmente,
deveria ser memorizado pelos jurados, que não teria condições de relembrar o
que disse o magistrado com o passar do tempo, mormente nos julgamentos de
casos complexos.
Com a modificação, o novo inc.II do art.423 do CPP prevê que o
relatório será elaborado antes da fase de preparação. Porém, em vez de ser
lido em plenário, o relatório será apenas entregue aos jurados, logo após
30
prestarem o “juramento”, segundo o novo parágrafo único do art.472.
Passando tal peça a ter a finalidade de auxiliá-los a conhecer as teses de
acusação e defesa apresentadas até aquele momento, bem como as provas já
produzidas. Como afirma Guilherme Nucci, é “ apenas um panorama geral do
processo, sem a incidência de qualquer opinião acerca do mérito da causa ou
conteúdo das provas”.( O valor da confissão no processo penal, p.175)
Essa medida permitirá uma maior celeridade no julgamento, evitando a
leitura do relatório em plenário pelo juiz presidente. Não houve mudança,
porém quanto ao conteúdo do relatório, que continuará a ser um resumo
imparcial das peças principais do processo em julgamento.
Elaborado o relatório, deverá o magistrado incluir o processo na pauta
de julgamento. Estará o processo, nestes termos preparado para julgamento.
2.7) Intimação das Partes
O novo art.431 prevê a intimação não só das partes e das
testemunhas, como do ofendido, se for possível e dos peritos, quando houver
requerimento. Este dispositivo deve ser interpretado em conjunto com o
art.159,§5º, I do CPP.
2.8) Escolha na Convocação dos Jurados
Segundo a nova regra do art.433 do CPP, quem sorteia o nome dos
jurados é o próprio juiz e não mais um menor de 18 anos de idade.
A nova regra do art.433,§2º foi criado em decorrência do disposto no
art.432 que prevê a intimação do Ministério Público, da Ordem dos Advogados
do Brasil e da Defensoria para acompanharem o sorteio dos jurados. A
intimação as partes é obrigatória, mas a ausência de qualquer delas não
acarretará a realização do sorteio.
31
2.9) Julgamento
Após a colheita de provas e o interrogatório, iniciam-se os debates orais
(art.476, do CPP). Neste momento acusação e a defesa irão explorar a prova e
lançar suas alegações, com objetivo de convencerem os jurados.
A alteração que merece destaque diante da supressão do libelo, é que o
Ministério Público não irá iniciar sua apresentação com a leitura do libelo. A
acusação deverá ser feita com base e estritamente nos limites traçados na
pronúncia, com a única exceção de que as circunstancias agravantes não
constarão na pronúncia.
32
CAPÍTULO III
DESAFORAMENTO
O desaforamento é a decisão jurisprudencial que altera a competência
inicialmente fixada pelos critérios constantes do art.69 do Código de Processo
Penal, digo o deslocamento da competência, com aplicação estrita ao
procedimento do júri, transferindo a apreciação do caso de uma para outra
comarca. A competência para o desaforamento, é sempre da Instancia
Superior e nunca do juiz que conduz o feito. Entretanto, a provocação pode
originar-se tanto do magistrado de primeiro grau quanto das partes.
Importante salientar que o desaforamento não ofende o princípio do
juiz natural, porque é medida de caráter excepcional, prevista em lei, e válida
para todos os réus. O desaforamento garante outros direitos constitucionais
como a integridade física do réu e a celeridade no julgamento.
Destaque-se o alerta formulado por José Ruy Borges Pereira:
“predomina o entendimento no sentido de que tal instituto não é
inconstitucional, mas ressalva há de ser feita, para que somente exista
desaforamento em caso de real e comprovada necessidade, já que o Princípio
do Juiz Natural é garantia constitucional do acusado (art.5º,XXXVIII, da CF) e
pressuposto para a realização da justiça, não podendo ser abandonado pela
simples dificuldade na realização do julgamento na comarca originalmente
competente”(Tribunal do Júri,Ed. Edipro, 2ªed., p.30)
A Lei 11689/2008 conferiu nova disciplina ao desaforamento. As
hipóteses de incidência de desaforamento continua as mesmas, são elas: “se o
interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade
do júri ou a segurança pessoal do acusado”. Houve, todavia, mudança quanto
aos legitimados para requerer o desaforamento, a demora no julgamento em
33
razão de excesso de serviço comprovado, bem como o procedimento a ser
seguido.
A legitimidade para requerer o desaforamento foi ampliada. Com a
valorização da vítima no processo penal, o assistente de acusação passará a
poder pedir o desaforamento. Ocorre que hoje há divergência doutrinária sobre
a possibilidade de legitimação do assistente. Damásio E. de Jesus ( Código de
Processo Penal anotado, p.355) e Mirabete (Processo Penal cit., p.547)
negavam tal possibilidade, pela ausência de previsão legal no art.271 do CPP.
Outra corrente, buscando uma valorização do papel da vítima no processo
penal admitia tal possibilidade. ( Tourinho Filho, Processo Penal cit., v.4,p.86;
Nucci, Código...cit.,p.743).
A mudança procedimental em relação ao processamento do pedido de
desaforamento perante o tribunal consiste na desnecessidade de oitiva do
Procurador Geral de Justiça. No regime originário do CPP, se o pedido era
formulado por uma das partes, ouvia-se o juiz preparador do feito, sendo
posteriormente ouvido o procurador geral de justiça. Se o desaforamento
decorresse de representação do próprio juiz, por óbvio, sua oitiva era
dispensada. Agora com a nova redação do art.427 do CPP eliminou-e a
necessidade da oitiva do procurador geral de justiça.
O desaforamento é distribuído de imediato e terá preferência de
julgamento na Câmara ou Turma Competente art.427§1º, CPP.
O novo §2º do art.427 dispõe que “sendo relevantes os motivos
alegados o relator poderá determinar fundamentalmente, a suspensão do
julgamento pelo júri.
A oitiva do juiz presidente continuará a ser necessária quando ele não
tiver, ex officio, formulado o pedido de desaforamento, assim dispõe o
art.427,§3º CPP.
34
Não se admitirá o desaforamento na pendência de recurso contra a
pronúncia e nem quando já realizado o julgamento, a não ser em relação a fato
ocorrido durante ou após o julgamento então anulado.
No caso de demora para a realização do julgamento, constitui razão
para o desaforamento, caso o julgamento não se dê após seis meses, contado
do transito em julgado da decisão de pronúncia, quando fundado em excesso
de serviço no foro judicial, assim preceitua o art.428, CPP. A redução do prazo
para seis meses se justifica pelo objetivo de dar maior celeridade ao
procedimento. Ressalte-se, que na vigência da lei anterior havia restrição
expressa no parágrafo único do art.424 à possibilidade de o juiz representar
para o desaforamento. Com a nova legislação não há mais esta restrição.
Salienta-se, ainda, que o que é desaforado é o foro do julgamento em
plenário e não aquele em que se desenvolve a instrução preliminar.
Cabe ainda mencionar, ainda, que em relação ao desaforamento, há o
entendimento consubstanciado na súmula nº712 do STF, que impõe a
nulidade da decisão que determina o desaforamento de processo da
competência do júri sem audiência da defesa.
35
CAPÍTULO IV
QUESITAÇÃO
Com o advento da Lei 11689/2008, a reforma do Tribunal do Júri
aproximou-se ao modelo de votação do sistema norte-americano,
consubstanciado no veredicto único em relação à culpa ou inocência.
Com alteração do art.482 do CPP houve uma simplificação nos
quesitos formulados pelos jurados, uma vez que, uma das grandes fontes de
nulidade dos julgamentos do Tribunal o Júri era a existência de vícios na
formulação dos quesitos.
Os quesitos são perguntas feitas aos jurados sobre o fato objeto de
julgamento, em especial se o réu deve ser absolvido. A regra á a liberdade do
ser humano, logo a proposição deve ser feita no sentido da absolvição e não
da condenação.
O novo art.483 do CPP simplifica tal sistema, com a previsão de três
quesitos básicos: no primeiro indaga-se sobre a materialidade do fato; depois
os jurados serão questionados sobre a autoria ou participação e, por fim,
responderão os jurados se o acusado deve ser absolvido. O terceiro quesito
somente será respondido se as respostas aos dois primeiros forem afirmativas
Podemos perceber que existe uma ordem na quesitação. Ordem que não pode
ser invertida, sob pena de desrespeito a uma regra e, consequentemente, a
nulidade do julgamento.
Com a nova quesitação não importa qual seja a tese da defesa, isto é,
se é legítima defesa, inexigibilidade de conduta diversa ou coação moral
irresistível, a pergunta será uma só: O jurado absolve o acusado? Se os
jurados absolverem o réu, não se saberá qual foi a tese defensiva escolhida,
se houver mais de uma. Hoje, não importa quantas teses de defesa foram
36
apresentadas que a pergunta será feita uma única vez: O jurado absolve o
acusado?
Logo, podemos concluir que o novo quesito genérico abarca todas as
teses de defesa que não estiverem ligadas à materialidade, autoria ou
participação e desclassificação.
Para os autores Luiz Flavio Gomes, Rogério Sanches Cunha e
Ronaldo Batista Pinto as teses defensivas devem ser quesitadas
separadamente, para que as partes possam impugnar a decisão dos jurados
em grau recursal. Para eles ocorrerá um impasse na fase recursal, já que não
será possível saber qual a tese acolhida. Se a acusação quiser recorrer deverá
impugnar todas as teses apresentadas em plenário e demonstrar que são elas
manifestamente contrárias as provas dos autos.
Hoje há uma divergência doutrinária a respeito do quesito genérico da
absolvição. Para Andrey Borges de Mendonça havendo apenas uma tese
defensiva e que já foi afastada pelos quesitos anteriores, não deve o juiz
formular o quesito: “o jurado absolve o réu?. Justamente por não se tratar de
quesito obrigatório inaplicável a súmula 156 do STF.
Conforme já decidiu o Plenário do STF, “ os princípios constitucionais
que garantem o livre acesso ao Poder Judiciário, o contraditório e a ampla
defesa, não são absolutos e hão de ser exercidos, pelos jurisdicionados, por
meio das normas processuais que regem a matéria, não se constituindo
negativa e prestação jurisdicional e cerceamento de defesa a inadmissão de
recursos quando não observados os procedimentos estatuídos nas normas
instrumentais” (STF – Pleno – Ag.Rg.152.676/PR – Rel.Maurício Correa – DJ –
Seção I – j.03/11/1995).
37
CAPÍTULO V
A SUPRESSÃO DO PROTESTO POR NOVO JÚRI
A reforma aboliu o recurso de protesto por novo júri. Tratava-se de um
recurso especial previsto nos arts.607 e 608 do CPP, contra as decisões
tomadas pelo Tribunal do Júri, que acarretassem ao réu uma pena igual ou
superior a 20 anos, permitindo, pois, uma nova oportunidade de julgamento,
anulando-se o anterior.
O recurso era de ofício e era de uso exclusivo da defesa. Nas palavras
de Bento de Faria, tratava-se de um “favor dispensado à liberdade” (Código de
Processo Penal, v.2, p.328).
Com a extirpação do protesto por novo júri a doutrina se dividiu em
duas correntes. A primeira corrente liderada por Guilherme Nucci e Andrey
Borges de Mendonça considera que a nova lei terá aplicação imediata e,
portanto, acusados que sejam julgados após o início da vigência da nova lei,
digo, 8 de Agosto de 2008 não mais poderiam interpor o protesto (Guilherme
Nucci, Tribunal do Júri, p.409; Andrey Borges de Mendonça, Nova Reforma do
Código de Processo Penal: Comentada artigo por artigo). Para uma segunda
corrente minoritária e isolada, as regras referentes a este recurso é uma
garantia constitucional do acusado e as normas que o regem teria natureza
mista, pelo que sua extinção não pode atingir processos que tenham por objeto
crimes cometidos antes do início da vigência da Lei 11689/2008 (Paulo
Rangel, O princípio da irretroatividade das lei processual penal material como
garantia fundamental, Boletim IBCCrim 188/4)
Para a maioria da doutrina a extinção do protesto por novo júri,
provocada pela Lei 11689/2008, é de aplicação imediata e está verdadeira
consonância com o que preceitua o art.2º do Código de Processo Penal. “A lei
processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos
realizados sob a vigência da lei anterior”.
38
O protesto por novo júri não passava de uma segunda chance
concedida ao acusado, porque se entendia que a pena fixada teria sido
rigorosamente excessiva.
.
39
CONCLUSÃO
Formalmente, o júri pode ser considerado um direito humano
fundamental, consistente na participação do povo nos julgamentos proferidos
pelo poder judiciário. Podemos dizer, em outras palavras que o júri figura
como, praticamente, a única instituição a funcionar com regularidade,
permitindo que qualquer cidadão tome parte nos assuntos de um dos Poderes
da República. A Constituição ao estabelecer,o Tribunal do Júri como cláusula
pétrea (art.5º, XXXVIII) termina por inserir o cidadão no contexto do Poder
Judiciário. Não deixa de ser uma vantagem, pois confere à pessoa comum um
status de magistrado, julgando seu pares provocando as mais diversas
reações da sociedade.
A lei procurou cumprir os objetivos de modernização, simplificação e
eficácia, tornando o procedimento do júri mais garantista, eficaz e ágil.
Para concluir, o júri é direito e garantia humanas fundamentais formais,
merecendo ser respeitado, especialmente no que concerne aos princípios
constantes das alíneas do art.5º,XXXIII, da CF.
Esse simples trabalho não encerra o estudo das reformas do Tribunal
do Júri, pelo contrário, vejo-o como um impulso a um estudo mais profundo da
matéria, inclusive de ordem prática. Afinal, a lei processual vem passando por
um profundo processo de reforma que ainda não se completou, estando a
doutrina e a jurisprudência em fase de “amadurecimento” sobre alguns
aspectos das novidades introduzidas.
40
BIBLIOGRAFIA
MOURA, Maria Thereza Rocha de Assis, As Reformas no Processo Penal. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.
BORGES, Andrey de Mendonça, Reforma do Código de Processo Penal. São
Paulo: Método, 2009.
MIRABETE, Julio Fabbrini, Processo Penal. São Paulo: Atlas, 2008.
NUCCI, Guilherme de Souza, Tribunal do Júri. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2008.
PACELLI, Eugenio de Oliveira, Curso de Processo Penal. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2008.
PEREIRA, José Ruy Borges, Tribunal do Júri. São Paulo: Edipo,2000.
RANGEL, Paulo, Direito Processual Penal. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.
41
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I CAPÍTULO I - A Origem
1.1) Princípios Constitucionais regentes do Tribunal do Júri 12
1.2) Órgão do Poder Judiciário 15
CAPÍTULO II - As Inovações no Procedimento 18
1ª Fase – Iudicium Accusationis 2.1) Procedimento
2.2) Audiência de Instrução e Julgamento 20
2.3) Das Decisões tomadas ao final da Primeira Fase 22
a) Pronúncia
b) Impronúncia
c)Absolvição Sumária
d) Desclassificação
2ª Fase – Iudicium Causae
2.4) A Extinção do libelo Crime Acusatório 28
2.5) Intimação das Partes 30 2.6) Relatório 30 2.7) Intimação das Partes 31
42
2.8) Escolha na Convocação dos Jurados 31 CAPÍTULO III – Desaforamento 33
CAPÍTULO IV – Quesitação 36 CAPÍTULO V - Supressão do Protesto por Novo Júri 38
CONCLUSÃO 40
BIBLIOGRAFIA CITADA 41
ÍNDICE 42