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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
QUALIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
Por: Carlos Lima da Silva
Orientadora
Fabiane Muniz
Rio de Janeiro
2008
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
2
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
QUALIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em
Administração da Qualidade
Por: Carlos Lima da Silva
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos amigos e parentes,
que sempre estiveram presentes
com seu apoio durante todos os
momentos em que deles precisei.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à Cláudia de
Rezende Molina, que através do seu
amor, sua força e dedicação me
incentivou a retornar à vida acadêmica,
marcando o início de uma nova e
vitoriosa fase da minha vida pessoal e
profissional.
RESUMO
5
No mundo moderno, onde a competitividade é cada vez maior, torna-se
cada vez mais importante a busca de um diferencial que projete a empresa
num patamar acima dos seus concorrentes.
Na prestação de serviços, a qualidade apresenta-se como uma
importante solução para a busca desse diferencial.
Ao adotar métodos e práticas ligados à Gestão da Qualidade, a
empresa passará a considerar aspectos que vão muito além do seu foco de
atuação no mercado.
Direcionando sua atenção às questões ligadas ao cliente (interno e
externo), aos fornecedores, aos seus investidores e às demais partes
interessadas, a empresa estará, direta e indiretamente, agregando valor aos
serviços prestados e, conseqüentemente, criando um valoroso e dinâmico
diferencial sobre a concorrência, podendo passar a usufruir de diversas
vantagens ou benefícios, tais como ascensão no mercado, notoriedade através
da excelência dos serviços prestados além de promover valorização sob o
aspecto financeiro, humano e, dependendo da abrangência das ações,
também sob o aspecto sócio-ambiental.
METODOLOGIA
6
A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste trabalho é a
pesquisa bibliográfica, fundamentado os argumentos aqui apresentados
através da investigação teórica em livros e artigos publicados.
Os principais autores e teóricos utilizados para a realização deste
trabalho foram: Claus Moller, Karl Albrecht e Sérgio Almeida.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Conceitos 09
CAPÍTULO II - A Qualidade na Prestação de Serviços 12
CAPÍTULO III – O Lado Humano da Qualidade 23
CONCLUSÃO 33
ANEXOS 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 37
ÍNDICE 39
FOLHA DE AVALIAÇÃO 41
INTRODUÇÃO
8
Este trabalho se propõe a abordar conceitos e aspectos
tradicionalmente empregados pelas organizações de serviços, destacando o
lado humano e sua influência na qualidade da prestação de serviços.
Inicialmente, procuraremos posicionar o setor de serviços no contexto
histórico, identificando sua origem e de que forma passou a se destacar na
economia mundial a partir dos anos 50, tendo a sua expansão representada
por uma das maiores mudanças verificadas no século XX. Costuma ser,
normalmente, o setor que mais emprega em diversos países.
Mas foi somente no início dos anos 80 que surgiu o interesse pela
qualidade dos serviços e pelo comportamento humano.
Desde então, a busca pela Excelência em Serviços e o interesse pela
mensuração da qualidade de serviços têm se caracterizado como uma
importante estratégia utilizada pelas organizações para obter a vantagem
competitiva. A Literatura científica sobre este assunto até os tempos atuais é
rica e diversificada, apesar de alguns aspectos ainda gerarem contradições
entre os pesquisadores.
As empresas prestadoras de serviço ou organizações de serviço que
pretendem se manter no mercado pelos próximos anos sabem da necessidade
de buscar uma constante inovação em suas gestões e da importância em
considerar aspectos como: reposicionamento do capitalismo, globalização,
evolução do próprio setor (serviços), valorização do capital humano e
relacionamento com os clientes.
CAPÍTULO I
9
CONCEITOS
Neste capítulo abordaremos dois pontos chave que representam a
base deste trabalho: qualidade e prestação de serviços, procurando explorá-
los conceitualmente de forma a elucidar e facilitar a compreensão dos demais
aspectos aqui estudados.
1.1 – CARACTERÍSTICAS DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
Definir precisamente o real significado de “serviços” vem sendo uma
difícil tarefa para os pesquisadores que atuam da área da qualidade, pois:
§ Serviços apresentam natureza subjetiva;
§ Serviços não são tangíveis;
§ Serviços envolvem diretamente o cliente a quem o serviço está
sendo dirigido;
§ Serviços são produzidos segundo a demanda;
§ Serviços não podem ser produzidos antes da entrega;
§ Serviços são geralmente produzidos e consumidos ao mesmo
tempo;
§ Serviços não podem ser guardados ou estocados;
§ Serviços não podem ser verificados, inspecionados ou testados
antes da entrega;
§ Serviços não podem ser plenamente satisfatórios em uma segunda
chance;
§ Serviços não podem ser vendidos como refugo;
§ Serviços podem envolver uma integração de funções bastante
complexa.
Contudo, nota-se que atualmente os consumidores estão consultando
pessoas que já tenham experimentado um serviço ou produto específico, antes
de adquiri-lo. Nestas circunstâncias é importante notar que os clientes não
10
avaliam somente os aspectos tangíveis de um produto ou serviço, mas
também os aspectos intangíveis a ele agregados.
Vale destacar que a prestação de serviços não é restrita apenas ao
momento da venda, mas engloba também atividades de pós-venda como
manutenção e assistência técnica, dente outras. Ou seja, mais crítico em
relação à qualidade dos produtos e serviços oferecidos, o cliente vem
desejando algo mais do que a qualidade do produto e do atendimento no
momento da compra.
Focada neste contexto, muitas organizações de serviços têm buscado
superar as necessidades e expectativas dos clientes, procurando várias formas
de superar a concorrência e garantir a fidelidade dos clientes em relação aos
seus produtos e serviços. Entretanto, observa-se que a qualidade dos serviços
prestados ainda deixa a desejar em muitos aspectos.
Segundo Albrecht (1998, p.15), a apatia, a frieza, a inflexibilidade no
atendimento, o desrespeito ao prazo de entrega, os preços elevados, a demora
e a desorganização no atendimento são algumas das queixas comuns dos
clientes em relação aos serviços.
No sentido de evitar ou eliminar a existência de problemas desta
natureza, é fundamental que as organizações possuam uma estrutura de
gerenciamento direcionada para a Qualidade de Serviços.
1.2 – QUALIDADE É UM CONCEITO AMBÍGUO
A palavra “qualidade” é usada de muitas formas diferentes, com uma
variedade de significados.
“Qualidade superior” versus “qualidade inferior” não são termos
objetivos. Eles podem descrever algo bastante concreto, ou alguma coisa mais
emocional.
Não é possível descrever qualidade de forma clara e objetiva. A razão
é que muitos fatores devem ser levados em consideração, ao se julgar a
qualidade de qualquer desempenho:
11
§ Um produto com a mesma qualidade, no mesmo país ou na mesma
cultura, pode ser julgado de forma diversa por pessoas com
experiência, educação, idade e formação diferentes;
§ Um produto ou serviço com a mesma qualidade pode ser percebido
de formas diversas pela mesma pessoa em épocas diferentes,
dependendo da situação e do humor e das atividades da pessoa;
§ O mesmo produto ou serviço pode satisfazer necessidades
bastante diversas. Assim, as pessoas irão julgar a qualidade de um
produto ou serviço de acordo com as suas necessidades em uma
dada situação;
§ As pessoas têm diferentes padrões de qualidade;
§ A qualidade que as pessoas esperam de outras pessoas depende
de quem são essas outras pessoas;
§ A qualidade que as pessoas esperam das outras pessoas nem
sempre é a mesma que elas esperam de si mesmas (MOLLER,
1993, P.12).
Ainda sob o conceito de definição da qualidade, podemos considerar
outros dois aspectos:
§ Qualidade Técnica – procura satisfazer exigências e expectativas
concretas, tais como: tempo, qualidade, finanças, taxa de defeitos,
função, durabilidade, segurança e garantia.
§ Qualidade Humana – busca satisfazer expectativas e desejos
emocionais, tais como: atitudes, comprometimento,
comportamento, atenção, credibilidade, consistência e lealdade
(MOLLER, 1993, P.14).
CAPÍTULO II
A QUALIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
12
Neste capítulo estaremos focando mais profundamente o tema central desta
pesquisa: a qualidade na prestação de serviços, procurando, através de um
breve resgate histórico, localizar o início da valorização dos serviços e da
gerência de serviços passando a focar o cliente como peça fundamental para a
conquista e manutenção dos mercados.
2.1 – O PONTO DE PARTIDA
Até a primeira metade do século XX a economia mundial
caracterizava-se pela grande produtividade industrial, tudo que se produzia
podia ser vendido, havia uma demanda superior ao que era produzido
(BOLWIJN E KUMPE, 1990, p.44).
Com o passar do tempo, a diferença entre o que era produzido e a
demanda existente começa a diminuir, levando o mercado a se tornar mais
competitivo. A indústria volta a sua atenção para a redução dos custos,
intensificando a produção em massa de poucos modelos de produtos,
aplicando os princípios Tayloristas e Fordistas (WOMACK ET AL, 1992, p.31).
No final dos anos 60, os consumidores começam a se tornar mais
críticos em relação à ocorrência de falhas e defeitos nos produtos, passando a
avaliar não somente o preço, mas também a qualidade, que surge como um
diferencial determinante na decisão do consumidor.
Simultaneamente, fortalecendo a essa visão crítica, a indústria
japonesa passa a influenciar significativamente face a condição de produzir
produtos de alta qualidade a preços reduzidos. Nessa fase, a competitividade
entre as empresas passou a ser fundamentada em termos do trinômio
produtividade x qualidade x flexibilidade.
Com base nessa realidade, as organizações além de oferecer preço e
qualidade em seus produtos, elas passam a direcionar sua atenção para:
§ Desenvolver/produzir novos produtos mais rapidamente que os
concorrentes;
§ Ajustar a produção e o controle de estoques evitando desperdícios
ou falta de oferta, e;
13
§ Ficar mais atenta às novas tendências do mercado, adaptando
seus processos com maior velocidade.
Paralelamente a essa tendência, as organizações de serviço vêm ganhando
cada vez mais destaque no cenário da economia mundial (FREITAS, 2001,
P.10). Passam a buscar a atingir a “Excelência em Serviços”, passando a focar
o cliente como peça fundamental para a conquista e manutenção dos
mercados.
Em geral, administradores, gerentes e pesquisadores buscam
identificar, dentre outros aspectos: os critérios que melhor definem a qualidade
de um serviço particular, os critérios que são mais importantes e os que geram
mais satisfação (ou insatisfação) do cliente; o relacionamento entre a
qualidade dos serviços e o grau de satisfação do cliente; o impacto da
qualidade do serviço e satisfação do cliente nas intenções de consumo do
serviço (CRONIN & TAYLOR, 1992, P.55).
Segundo Moller, quando a qualidade de um produto ou serviço atende
ou excede suas expectativas, o cliente sente esta qualidade como sendo “boa”.
Quando se dá o oposto, ele percebe a qualidade como sendo “má”.
2.2 – O SERVIÇO É UM PRODUTO
Até 1980, a maior parte da literatura a respeito de qualidade focalizava
o produto físico.
A qualidade dos serviços era tratada, na literatura de marketing, como
um subproduto, alguma coisa que ajudava o cliente a comprar um produto ou
usa-lo mais tarde. Além disso, a palavra “serviço” era entendida como alguma
coisa extra, relacionada a itens como condições de pagamento, instruções
para uso, garantias, reparos, manutenção e assim por diante. Frequentemente,
a palavra serviços era usada para definir os benefícios gratuitos ligados à
aquisição de um produto.
Desde o início dos anos 80, a literatura mais recente a respeito dos
serviços e gerência dos serviços mostra claramente que o conceito de serviços
14
está sendo focalizado seriamente. Existem várias razões para o crescente
interesse pelos serviços.
A qualidade técnica de produtos similares concorrentes está se
tornando cada vez mais igual. Assim, a qualidade dos serviços prestados na
compra e no uso de um produto está ficando mais importante para o cliente, no
momento da escolha de um fornecedor.
Durante as últimas décadas, os países industrializados do mundo têm
se movido em direção a uma “sociedade de serviços”. A elevação dos padrões
de vida tem aumentado a demanda por serviços. Muitas empresas de serviços
experimentam um crescimento explosivo como resultado dessa demanda e
uma série de indústrias de serviços evoluiu.
A crescente indústria de serviços inclui: Bancos, companhias de
seguros, firmas transportadoras, agências de viagens, hotéis, restaurantes,
postos de serviços, salões de beleza, oficinas de reparos automotivos,
escritórios de advocacia, contadores, agências de propaganda, organizações
educacionais, companhias de serviços de computador, cinemas, vídeo
locadoras, clubes de ginástica e spas, etc.
Além disso, existe o grande número de “indústrias de serviços”
pertencentes ao setor público: Hospitais, instituições, escolas, serviços
públicos, etc.
Em muitos países industrializados, a indústria de serviços é a maior de
todas, empregando até dois terços da população.
Os serviços não são mais subprodutos, eles são o próprio produto
(MOLLER, 1993, P.154)
2.3 - O JULGAMENTO DA QUALIDADE DO SERVIÇO
A qualidade dos serviços é julgada tanto pelo seu recebedor (o cliente)
como pelo provedor (a organização de serviços).
§ A QUALIDADE DO SERVIÇO DO PONTO DE VISTA DA
ORGANIZAÇÃO DE SERVIÇOS – Dentro de uma empresa, a
qualidade do serviço é definida como o grau até o qual um serviço
satisfaz os requisitos descritos em suas especificações.
15
Quando uma organização de serviços decide fornecer uma certa
qualidade, ela também precisa assegurar que essas demandas e
padrões, uma vez estabelecidos, sejam cuidadosamente atendidos.
A qualidade acertada dever ser garantida através da prevenção de
erros, do controle de qualidade, bem como pelo treinamento e
motivação de cada prestador individual de serviços.
§ A QUALIDADE DO SERVIÇO DO PONTO DE VISTA DO CLIENTE
– A qualidade do serviço. Em termos de mercado, pode ser definida
como o grau até o qual um serviço satisfaz as exigências, os
desejos e as expectativas do seu recebedor.
Um cliente percebe a qualidade como sendo superior ou inferior,
dependendo da sua experiência. Isto não tem, necessariamente,
relação alguma com aquilo que dizem os peritos.
A qualidade de um dado serviço somente é melhor quando o cliente
sente que o serviço é melhor, a despeito daquilo que a gerência da
organização de serviços e outras autoridades percebem como
aperfeiçoamentos objetivos factuais (MOLLER, 1993, P.155).
§ A IMPORTÂNCIA DE CLIENTES SATISFEITOS E INSATISFEITOS
– Para uma empresa, é de vital importância manter seus clientes e
assegurar-se de que eles continuam satisfeitos.
Embora a insatisfação do cliente tenha maior repercussão que a
satisfação, isso não significa necessariamente que a mensagem
atinge o fornecedor do produto ou serviço. Desde o início da
ascensão das organizações de serviços na economia mundial, as
pesquisas de mercado confirmam essa situação:
Os consumidores não guardam suas opiniões para si mesmos – De
acordo com uma pesquisa publicada na Harper’s magazine em
março de 1986:
“Se você comprar um carro e ficar satisfeito com a compra, contará
a outras 8 pessoas a respeito do carro e como está feliz com ele”.
16
“Se estiver descontente com o carro, contará isso a 22 pessoas”.
Bens de consumo ruins lembram constantemente os consumidores
para que mudem de marca da próxima vez.
A insatisfação raramente é visível para o fornecedor – Um estudo
conduzido pela Technical Assistance Research Programs revela
que:
- De cada 27 clientes que experimentam um mau serviço, 26 não
reclamam. Eles sentem que reclamar será desgastante e uma
perda de tempo.
- Daqueles que decidem reclamar, somente um em cada dez volta
como cliente (MOLLER, 1993, p.176)
2.4 – QUALIDADE OBJETIVA E SUBJETIVA
A Percepção do recebedor de um determinado serviço é afetada por
duas espécies de qualidades desse serviço: A qualidade técnica, ou “objetiva”,
e a qualidade humana, ou “subjetiva” (MOLLER, 1993, p.156).
A qualidade “objetiva” exprime o conteúdo tangível do serviço.
Qualidade objetiva:
§ Cardápio ou carta de vinhos
§ Horário dos trens
§ Conforto da poltrona do avião
§ Taxas de juros
§ Local para estacionar
§ Instruções para uso
§ Horas de funcionamento
§ Apólice de seguros
§ Arranjos de garantia
§ Condições de pagamento
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§ Programação de ensino
§ Formulário de inscrição, etc.
Qualidade “subjetiva” exprime o conteúdo emocional do serviço.
Qualidade subjetiva:
§ Do provedor do serviço:
- Comprometimento
- Atitude
- Amabilidade
- Flexibilidade
- Atenção
§ Atmosfera
§ Solução das reclamações
§ Cumprimento dos compromissos
Embora os padrões de qualidade existam há muitos anos para os
produtos físicos, eles são relativamente novos na indústria de serviços.
Normalmente, quando uma indústria de serviços fixa padrões de
qualidade, eles são, quase sempre, para a qualidade “objetiva” do serviço.
Para melhorar a qualidade de um serviço, é necessário especificar
requisitos tanto para a qualidade “objetiva” como para a “subjetiva”, além de
tornar possível a medição desses requisitos (MOLLER, 1993. p. 156).
Podemos verificar no gráfico abaixo, a relação existente entre
qualidade objetiva e qualidade subjetiva presentes em alguns tipos de produtos
/ serviços como: alimentos prontos, venda de automóveis, restaurante,
transporte aéreo e serviços de advocacia, onde a qualidade “objetiva” está
representada como “bem” e qualidade “subjetiva” como simplesmente
“serviço”:
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Figura 1 – Gráfico comparativo – Qualidade objetiva x Qualidade
subjetiva
2.5 – O FATOR HUMANO DETERMINA COMO OS CLIENTES
EXPERIMENTAM A QUALIDADE DO SERVIÇO
Estudos mostram que o fator humano tem um efeito crucial sobre a
percepção, por parte do recebedor, da qualidade do serviço.
A qualidade “subjetiva” é, com freqüência, mais importante que a
qualidade “objetiva”.
Isto acontece porque os serviços são, normalmente, produzidos e
usados ao mesmo tempo.
O provedor do serviço está, com freqüência, ao lado do recebedor.
19
A superioridade ou inferioridade do serviço torna-se visível no
momento do contato.
Os serviços são prestados, em geral, na linha de frente: e é lá que a
maioria dos clientes se encontra com os funcionários subalternos da empresa
de serviços. Os gerentes desta raramente são vistos.
Eles têm muito pouco a ver com o serviço e com o contato direto com o
cliente.
Para que uma empresa de serviços sobreviva, é vitalmente importante
que ela registre a percepção, pelos recebedores do serviço, da qualidade
“subjetiva”. Estudos mostram que os clientes muitas vezes decidem mudar de
fornecedores quando estão desapontados com a qualidade “subjetiva” de um
serviço. E normalmente eles o fazem sem nada reclamar para o provedor do
serviço que os desapontou.
A insatisfação dos clientes no setor público não provém somente de
regras ininteligíveis e burocracia ultrapassadas, mas também do desempenho,
das atitudes e do comportamento do indivíduo provedor do serviço no
momento do contato (MOLLER, 1993, p.157).
2.6 - CICLO DE SERVIÇOS
Ao receber um serviço, o cliente passa por uma seqüência de
Momentos da Verdade, denominada de Ciclos de Serviços. Cada Momento da
Verdade representa o instante em que o cliente entra em contato com qualquer
aspecto da organização (funcionários, instalações, tele/fax, etc.) e, de acordo
com esse contato, ele pode formar sua opinião a respeito da qualidade de
serviço (ALBRECHT, 1998, P.36).
Assim, através do entendimento deste ciclo e dos momentos da
verdade, eventuais falhas ocorridas podem ser mais facilmente identificadas e,
20
mediante a tomada de ações corretivas/preventivas, estas podem ser evitadas
de forma a proporcionar um serviço de melhor qualidade.
Portanto, Ciclo de Serviços é o conjunto de Momentos da Verdade
experimentados por um cliente ao adquirir um serviço.
Segundo Sérgio Almeida (1995), os momentos da verdade podem ser
classificados da seguinte forma:
• MOMENTO DA VERDADE TRÁGICO – Nesse momento a
organização parece desenvolver toda sorte de aborrecimentos para
irritar e realmente espantar o cliente, fazendo com que este não
volte nunca mais.
• MOMENTO DA VERDADE APÁTICO – Neste caso, embora não
exista a presença de situações trágicas, também não há qualquer
interesse em fazer algo mais pelo cliente. Os contatos
caracterizam-se pelo estrito cumprimento de normas, rigidez de
comportamento e frieza de atendimento.
• MOMENTO DA VERDADE ENCANTADO – Este deve ser o
momento almejado por todas as organizações que pretendam
permanecer no mercado. Aqui se desenvolvem ações voltadas a
encantar o cliente, superando suas expectativas. Há todo um
esforço direcional para a melhoria contínua de métodos e processo
no sentido de satisfazer cada vez mais o cliente.
2.7 – LINHA DE VISIBILIDADE
Representa o limite que separa o que acontece à vista do consumidor
do que acontece “nos bastidores” da prestação de serviços. Expressivos
resultados têm sido obtidos quando se permite que os clientes tenham
conhecimento da execução de tarefas que antes não conheciam. Além de
aumentar a dimensão da qualidade relacionada com a confiabilidade do
serviço, a prática deste método também reduz a percepção do tempo de
espera (HARVEY, 1998, P.592).
2.8 – GARANTIA DE SERVIÇO
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Constitui-se basicamente de ações retificadoras a serem tomadas pela
organização prestadora de serviços caso haja alguma irregularidade ou
imprevisto na realização do serviço. Segundo Hart (1998, p.59), “esta técnica é
uma importante fonte de marketing e de ações operacionais, pois informa aos
consumidores os benefícios dos serviços oferecidos e informa aos funcionários
quais são os resultados que eles devem produzir. Além disto, esta técnica
permite reconhecer explicitamente as falhas dos serviços (situações conde os
consumidores não encontram os resultados prometidos)”.
2.9 – CLIENTE OCULTO
Esta técnica visa fazer com que os prestadores de serviços vejam os
seus serviços de forma semelhante à visão dos clientes (HARVEY, 1998,
P.594). Existem duas variantes principais:
• Quando profissionais simulam ser clientes, avaliam os serviços de
acordo com critérios predefinidos e elaboram um check list que
descreve os eventuais desvios;
• Quando clientes reais são treinados a fazer observações a respeito
dos serviços que costumam solicitar regularmente.
Caso o anonimato do profissional seja mantido durante a simulação, os
dados obtidos são representativos da percepção real do consumidor. No
entanto, se os empregados perceberem que estão sendo avaliados,
podem criar uma situação de desconforto ou podem se esforçar além do
normal para servir ao cliente.
2.10 – RECUPERAÇÃO
As ações de recuperação visam corrigir eventuais falhas junto ao
cliente, buscando aliviar ao máximo as conseqüências destas e informando ao
cliente a respeito destas ações. A manutenção da informação ao cliente,
especialmente quando a recuperação é lenta e cansativa, é uma etapa crítica.
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A recuperação da qualidade de serviço será bem sucedida se as expectativas
do cliente forem atingidas.
Uma prática desta metodologia é conhecida como Recall, na qual uma
organização comunica aos seus clientes a respeito da ocorrência de alguma
falha em algum de seus produtos/serviços. Um exemplo deste procedimento
ocorre na indústria automobilística: uma montadora detecta uma falha em
determinado lote de produção (em geral as falhas podem ocorrer nas
seguintes etapas: projeto, fabricação ou montagem) e convoca os proprietários
para comparecerem a uma de suas concessionárias a fim de solucionar o
problema.
CAPÍTULO III
O LADO HUMANO DA QUALIDADE
Neste capítulo estaremos abordando os aspectos humanos que
influenciam direta ou indiretamente na qualidade da prestação de serviços, que
vão desde a qualidade pessoal à cultura e clima organizacional, passando
pelos fatores que influenciam os padrões para a qualidade pessoal.
3.1 – A IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE PESSOAL
A Qualidade Pessoal é a base de todas as outras qualidades.
23
O futuro de uma empresa ou organização depende dela conseguir
satisfazer os requisitos de qualidade do mundo exterior. Ela precisa produzir e
entregar bens e serviços que satisfaçam ás exigências e expectativas de
clientes e usuários.
É difícil imaginar uma empresa satisfazendo com consistência os
requisitos de qualidade do mundo exterior, a menos que seus bens e serviços
sejam produzidos e prestados por pessoas com alto nível de qualidade
pessoal.
Também é difícil imaginar que o mundo em geral ficará satisfeito com o
desempenho global de um departamento, uma empresa ou organização, a
menos que cada indivíduo membro produza com alto nível de qualidade.
Os peritos em qualidade têm, tradicionalmente, focalizado a qualidade
de produtos e a qualidade de empresas de manufatura.
Em anos recentes, cresceu o interesse pela qualidade de serviços.
Deve-se esperar uma revolução de qualidade na indústria de serviços.
Os esforços e o desempenho dos indivíduos determinam a percepção,
pelos clientes, da qualidade dos serviços, a qual torna-se quase um sinônimo
de qualidade pessoal (MOLLER, 1993, p.17).
O melhor lugar para se iniciar o desenvolvimento da qualidade, em
uma empresa ou organização, é com o desempenho do indivíduo e suas
atitudes com relação à qualidade.
A qualidade pessoal inicia uma reação em cadeia de melhoramentos
na qualidade – um processo de desenvolvimento da qualidade (MOLLER,
1993, p.17).
Altos níveis de qualidade pessoal contribuem para altos níveis de
qualidade nos departamentos.
Os departamentos com altos níveis de qualidade criam produtos e
serviços de qualidade superior.
A qualidade em todas essas áreas conduz a uma “cultura de
qualidade”, a qual influencia toda a empresa.
Uma empresa de qualidade possui ambiente e clientes satisfeitos.
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Clientes satisfeitos traduzem-se em melhores resultados financeiros,
imagem melhor e um futuro mais brilhante.
Um senso de orgulho pelas realizações da empresa cria um senso
geral de bem-estar na mesma e encoraja o desenvolvimento de um ambiente
criativo, do espírito de equipe e de um nível mais elevado de qualidade pessoal
(MOLLER, 1993, P.17).
3.2 – CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL
A cultura organizacional é um fator de forte influência a ser analisado e
respeitado e na maioria das vezes apresenta-se como um dos obstáculos a ser
enfrentado num processo de implantação de Programas de Qualidade.
Normalmente o processo de mudança é doloroso e lento, iniciando-se pela
conscientização para depois passar para a ação.
É preciso que as metas propostas de um programa de qualidade levem
em consideração a cultura existente na empresa, inserindo novos valores sem
abalar a psicodinâmica já instalada. Agredir a cultura não é o melhor caminho
para elevar a qualidade e produtividade. Para trabalhar a cultura é necessário
sensibilidade, respeito e tempo. Sensibilidade para compreender os valores e
princípios que regem a organização e a partir daí adaptar métodos, conceitos e
técnicas á realidade do ambiente analisado. Respeito para com as pessoas e
os valores que sustentam suas conquistas até o momento e que
necessariamente não precisam ser totalmente eliminados ou alterados. É
preciso destacar e valorizar o que já existe de bom. Tempo é uma variável que
não se domina quando se fala em processos de mudança. Não adianta sair
atropelando as pessoas estabelecendo metas inatingíveis. Não observar o
tempo necessário à assimilação das mudanças é correr o risco de se perder a
efetividade das ações, pois o programa torna-se um fim em si mesmo e não
um meio de melhoria. As pessoas estarão apenas cumprindo metas
esquecendo do objetivo que é a melhoria da qualidade para clientes internos e
externos.
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“Para conseguirmos fazer que quase
todas as pessoas elevem seus padrões
individuais e suas expectativas quanto
a si próprios e uns dos outros, precisa
existir uma atmosfera adequada”
(Albrecht, 1992,
p.47)
3.3 – DOIS PADRÕES PARA A QUALIDADE PESSOAL – NÍVEL AP E
NÍVEL IP
• NÍVEL AP (ACTUAL PERFORMANCE) – ou nível atual de
desempenho é uma expressão daquilo que a pessoa está de fato
fazendo na situação presente.
• NÍVEL IP (IDEAL PERFORMANCE) – ou nível ideal de
desempenho é uma expressão dos desejos, expectativas e
exigências mais íntimas de uma pessoa, concernentes ao seu
desempenho.
Uma pessoa somente está satisfeita de fato com seus esforços quando
o nível AP está próximo ao nível IP.
A diferença entre os níveis Ap e IP é uma indicação de quanto um
indivíduo pode melhorar sua qualidade pessoal (MOLLER, 1993, P.21).
3.4 – FATORES QUE PODEM INFLUENCIAR O NÍVEL AP
3.4.1 - RECONHECIMENTO / RECOMPENSAS – O fator que mais
influencia o nível AP de uma pessoa é sua auto-estima, ou “sentir-se OK”. O
nível de sua auto-estima é determinado pelo reconhecimento que ela recebe.
O reconhecimento pode ser dado pelos outros ou por ela própria.
26
Pode ser particularmente difícil manter um alto nível AP se, durante um
período prolongado, houver um desequilíbrio entre o desempenho e o
reconhecimento / recompensa que a pessoa receber.
O grau de reconhecimento que a pessoa experimenta, sob a forma de
atenção e interesse pelo seu trabalho, além dos resultados tangíveis que
recebe, influenciam grandemente seu nível AP.
A atenção positiva quase sempre eleva o nível AP. O quanto ela pode
afetar depende de quem está dedicando a atenção, como ela é demonstrada e
do fato da pessoa sentir que a merece.
Reprimendas e críticas também elevam ou abaixam o nível AP,
dependendo de como sejam feitas.
O reconhecimento e as recompensas assumem uma posição central
na moderna psicologia. Os psicólogos chamam este conceito de “afago” –
“Qualquer espécie de atenção que as pessoas sejam capazes de demonstrar”.
Os afagos são os meios mais poderosos para desenvolver ou minar a
auto-estima (MOLLER, 1993, p.23).
Existem diferentes tipos de afagos:
• AFAGOS FÍSICOS – Atenção demonstrada pelo toque e pelo
contato físico;
• AFAGOS PSICOLÓGICOS – Qualquer espécie de atenção sem
contato físico;
• AFAGOS ESPONTÂNEOS – Atenção dada devido a qualidades
pessoais.
Os diferentes tipos de afagos acima mencionados podem se positivos
ou negativos. A relação entre os afagos positivos e negativos que se recebe
determina o balanço de afagos.
Cada vez que se recebe um afago positivo ou negativo, ele é
registrado em nosso cérebro, uma espécie de “conta corrente” com uma
coluna de débitos e uma de créditos.
Quando predominam os afagos positivos, o balanço é positivo e o nível
de AP é alto.
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Quando predominam os afagos negativos, o balanço é negativo e o
nível AP é baixo (MOLLER, 1993, P.23).
3.4.2 – CONHECER A META – O nível AP cairá se a meta da pessoa
ou a meta global do seu departamento, sua empresa ou organização não
forem perfeitamente claras. O mesmo acontecerá caso não se compreenda
por que se está executando uma tarefa específica.
3.4.3 – SUCESSO / FRACASSO – O sucesso e o fracasso influenciam
tanto o humor como o desejo de se assumir projetos semelhantes no futuro.
Não há dúvida de que o sucesso eleva o nível AP.
O fracasso muitas vezes provoca a queda do nível AP – ao menos por
algum tempo. Entretanto, não é raro o fracasso motivar as pessoas a fazer um
esforço extra, para recuperar o respeito das outras e sua própria auto-estima.
3.4.4 – O AMBIENTE FÍSICO – Quando confusos, pouco práticos ou
quando provocam distração, reduzem o nível AP.
3.4.5 – O AMBIENTE PSICOLÓGICO – Um ambiente caracterizado
por: respeito mútuo; abertura; informação completa; altos padrões éticos;
confiança; segurança; tolerância; ênfase nos pontos fortes das pessoas; bom
humor; cordialidade e prioridade às pessoas, elevam o nível AP. Ao passo que
um ambiente caracterizado por: burocracia; políticas de poder; medo;
desconfiança; frieza; ênfase nos erros e pontos fracos das pessoas; boatos;
mexericos; falta de consistência e prioridade aos sistemas, abaixa o nível AP
(MOLLER, 1993, P. 25).
3.4.6 – EXPERIÊNCIA E HABILIDADES - Sua experiência e suas
habilidades no trato com uma tarefa específica podem influenciar, positiva ou
negativamente, o nível AP.
A experiência insuficiente e a falta de habilidades podem fazer com
que algumas pessoas se sintam inseguras, reduzindo assim seu nível AP.
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Outras são motivadas, pela falta de experiência, a fazer um esforço extra,
elevando assim o seu nível AP.
Porém, para a maioria das pessoas, o aumento da experiência e das
habilidades elevam o nível IP. Quando se é bom em alguma coisa,
normalmente gostamos de fazê-la e também aumentam as chances de
recompensa.
3.4.7 – A NATUREZA DA TAREFA - A natureza da tarefa em relação
aos nossos desejos e expectativas influencia o nível AP.
O trabalho rotineiro pode reduzir o nível AP das pessoas que buscam
variedade e desafios – e eleva o nível AP daquelas que se sentem seguras
com aquilo que conhecem bem.
Da mesma forma, o trabalho desafiante e instável pode elevar o nível
AP de alguns e baixar o de outros.
Para manter um alto nível AP, a pessoa precisa gozar de uma
sensação de bem-estar ao fazer o ser trabalho (MOLER, 1993, p.26).
3.4.8 – TEMPO DISPONÍVEL - Tempo demais e falta de tempo afetam
o nível AP.
Tempo demais para executar um trabalho afeta as pessoas de formas
diferentes, porque elas têm diferentes ritmos de trabalho.
Algumas pessoas fazem bom uso do excesso de tempo, pensando
antes em cada detalhe de um projeto e depois executando-o de forma
cuidadosa e criativa. Outras simplesmente adiam o projeto quando dispõem de
muito tempo, fazendo assim um uso menos eficaz do tempo.
Falta de tempo também afeta as pessoas de formas diversas. Algumas
pessoas trabalham melhor e florescem sob pressão, enquanto outras se saem
mal.
Seu nível AP é máximo quando se encontra o equilíbrio que melhor se
adapte ao seu ritmo de trabalho – e quando está sob a “quantidade certa” de
pressão (MOLLER, 1993, P.26)
29
3.4.9 – O NÍVEL AP DOS OUTROS - A maioria das pessoas faz
grandes esforços – e assim tem um alto nível AP – quando inicia alguma coisa
nova: Um novo trabalho, um novo relacionamento, uma nova amizade, um
novo grupo, e assim por diante. Na fase inicial de qualquer relacionamento,
seu nível AP não é tão afetado pelos níveis AP dos outros.
Mais tarde, quando acaba a novidade, seu nível AP é influenciado com
maior facilidade – positiva e negativamente – pelos níveis AP dos outros. A
influência será especialmente grande se os níveis deles forem muito diferentes
do seu próprio.
Nós somos especialmente influenciados pelo nível AP de:
§ Nossos colegas mais próximos;
§ Nossa família e nossos amigos;
§ Nosso chefe, e
§ as pessoas que respeitamos.
3.4.10 – SEU NÍVEL IP - As pessoas com um alto nível IP tendem a
tentar, com consistência, elevar seu nível AP.
Quanto mais altos os seus ideais, mais alto o nível de qualidade do seu
desempenho em todas as situações (MOLLER, 1993, P.27).
3.5 – SEU NÍVEL IP: SEU IDEAL DE DESEMPENHO
Seu nível IP pode ser definido como: Seu ideal da sua própria
qualidade pessoal.
Seu nível IP expressa seus mais íntimos desejos, expectativas e
exigências em relação ao seu nível de desempenho. Ele está intimamente
ligado à sua personalidade.
Você estará realmente satisfeito com seus esforços, até que esteja
vivendo de acordo com suas próprias exigências e seu nível AP esteja próximo
do nível IP. Então você poderá sentir-se orgulhoso, sua consciência estará
limpa e você irá ter sucesso.
Você terá atingido seu nível IP quando sentir que:
30
§ Não pode fazer melhor
§ Este orgulhoso de seu desempenho
§ Assina alegremente seu nome no seu trabalho (MOLLER, 1993,
p.32).
3.6 – A IMPORTÂNCIA DO SEU NÍVEL IP
Suas atitudes fundamentais diante da vida, inclusive seu senso ético,
seu senso de certo e errado são formadas durante as primeiras fases da sua
vida.
Você carrega essas atitudes ou valores com você enquanto se move
para as fases seguintes da vida e começa a enfrentar desafios e assumir
responsabilidades por suas ações.
Seu padrão ideal de qualidade é um dos valores mais importantes que
você tem. Ele determina como você avalia a qualidade do seu próprio
desempenho e o dos outros. Seu nível IP também tem influência sobre o
estabelecimento de limites da sua própria capacidade, tendo assim um efeito
decisivo sobre você:
§ Seu desempenho
§ Sua eficácia
§ Suas relações com o mundo ao seu redor, e
§ Suas oportunidades no futuro (MOLLER, 1993, p.33).
3.7 – QUALIDADE PESSOAL E QUALIDADE DE SERVIÇO
A pessoa que presta o serviço é quem determina, em grande parte, a
maneira pela qual o recebedor o percebe.
O comportamento individual do provedor, em uma situação de serviço,
é determinado pelo seu nível AP naquele momento. É por isso que existe uma
conexão direta entre a experiência do cliente, sobre um determinado serviço, e
a qualidade pessoal do provedor desse serviço.
31
O desenvolvimento da qualidade pessoal do provedor do serviço irá
elevar imediatamente a qualidade daquele serviço.
3.8 – A IMPORTÂNCIA DO SERVIÇO INTERNO
Os clientes experimentam os serviços em situações de “linha de
frente”, isto é, através de contatos diretos com os provedores, os quais dão
forma à imagem dos serviços da organização.
A tarefa mais importante de qualquer organização de serviços é
capacitar o provedor individual a atuar de forma ótima em todas as situações
de serviços. É por isso que a gerência precisa trabalhar com os fatores que
podem influenciar o nível AP dos seus funcionários.
Toda organização de serviços deve considerar seus provedores de
serviços como embaixadores de boa vontade da empresa. Eles devem ser o
alvo principal da atenção e do serviço interno.
Quando os provedores de serviços se sentem bem tratados, eles
tratam melhor os recebedores dos seus serviços (MOLLER, 1993, p.158).
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CONCLUSÃO
Entendemos que o fator humano é um dos maiores responsáveis pela
obtenção e manutenção da qualidade na prestação de serviços.
Uma organização que se propõe a implementar uma política de gestão
voltada para a “qualidade” tem a consciência de que a sua trajetória deve ser
reavaliada. As mesmas precisam por em prática, atividades que visam
estabelecer e manter um ambiente no qual as pessoas, trabalhando em
equipe, consigam em desempenho eficaz nas busca das metas e missões da
organização.
Por fim, a qualidade da empresa pode ser definida pelo grau até o qual
o desempenho global de uma empresa ou organização satisfaz as exigências e
expectativas técnicas e humanas. Essas exigências e expectativas são fixadas
tanto pelo mundo exterior como pelos próprios funcionários da empresa.
A qualidade portanto, é desenvolvida dirigindo-se os esforços para
duas áreas principais:
Em primeiro lugar, a empresa pode procurar melhorar a qualidade do
seu pessoal, seus departamentos, produtos e serviços, uma vez que tanto a
imagem como a posição de mercado são, em grande parte, determinadas pela
percepção dos clientes a respeito da qualidade dessas quatro áreas.
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Em segundo lugar, a empresa pode trabalhar para produzir uma
“cultura de qualidade”, a qual influencia toda a organização.
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 – Artigo extraído de revista especializada;
Anexo 2 – Artigo extraído da internet
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ANEXO 1
Revista VOCÊ S/A – Edição Nº 117 – março de 2008 Página 93 O Desafo do Crescimento A solução passa pela qualidade da relação entre líder e liderado José Carlos Grubisch – Presidente da Braskem A Competitividade tem levado as empresas a buscar forte crescimento por meio da inovação, de processos de consolidação em seus setores com aproveitamento de sinergias e da internacionalização. Essa dinâmica resulta em empresas com escala de produção competitiva mundialmente e rentabilidade elevada, mas com aumento da complexidade. Um desafio significativo de gestão. Para lidar com isso e preservar a agilidade, eu e minha equipe definimos a visão estratégica de onde a empresa quer chegar. E a comunicamos de maneira eficiente e eficaz a todos na companhia. O importante aqui é assegurar a delegação, para que cada líder esteja preparado para tomar as melhores decisões. Ou seja, um sistema que proporcione criatividade na visão, priorização das ações e disciplina na execução. Atuar em ambientes de mudanças aceleradas exige que as decisões estejam próximas dos clientes e do mercado, que é onde está o conhecimento. Assim é possível entender o contexto local e as necessidades do comprador. Naturalmente, devemos contar com um pool de talentos motivados para a empresa ser bem sucedida em sua missão. É indispensável ainda ter um sistema de gestão do conhecimento, capaz de consolidar esse patrimônio intangível e as melhores práticas, permitindo seu compartilhamento entre todos. Essa ferramenta é tão importante quanto a simplicidade dos processos, o rigor dos mecanismos e a partilha de resultados. O exercício da liderança e a qualidade da relação entre líder e liderado aqui são fatores igualmente decisivos para superar essa complexidade. A importância de uma cultura empresarial sólida, embasada em valores como a confiança nas pessoas, na sua criatividade e no seu desejo de desenvolver-se, fica ainda mais evidente nos processos de internacionalização. Nesse contexto torna-se mais fácil tomar decisões levando em consideração as peculiaridades da cultura do país em que se atua. Em outras palavras, é a bússola que permite a todos remar na mesma direção e manter o estilo próprio.
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ANEXO 2
Internet
http://www.revistaturismo.com.br/artigos/artigos,htm
A importância da qualidade nos serviços prestados aos hóspedes em governança hoteleira - Fev/04 Voltar
O serviços de andares dentro de um hotel é de fundamental importância pertencendo ao setor de governança especificamente, por isso, o trabalho da governanta e de sua equipe de camareiras deve ser visto como um dos mais importantes, inclusive pelo apartamento ser o local aonde o hóspede passa a maior parte do tempo, quando se encontra no hotel, especialmente em um hotel voltado para área de turismo de negócios, devendo estar em estado impecável de limpeza e arrumação ,durante todo período de sua estada .
Devemos ver o cliente ( hóspede ) como a razão de existência do estabelecimento, merecendo toda atenção e cortesia possíveis porque, sem ele, o hotel não existiria. Fazemos parte de um mundo globalizado, onde sempre a qualidade de serviços em qualquer tipo de empresa está sendo cada vez mais exigida e enfocada por parte de todos os empreendedores de uma maneira geral.
O treinamento, a reciclagem e a padronização de serviços são primordiais para o desenvolvimento eficaz do trabalho no setor de governança e, também, com toda a equipe de funcionários do hotel. Investimentos feitos em qualificação e atualização profissional terão retorno valioso.
Diante de um hóspede tanto as camareiras como a governanta, como qualquer outro funcionário representa o hotel: o hóspede levará consigo e também divulgará tudo o que viu, ouviu e recebeu das pessoas que lhe prestaram atendimento. Por isso a importância, também , em prestar um serviço personalizado.
Somente através da busca constante de crescimento e do desenvolvimento pessoal é que teremos condições de atender às exigências e aos padrões de qualidade requeridos pelos nossos hóspedes, que contam , cada vez mais, com uma oferta diversificada de estabelecimentos hoteleiros, garantindo, com isso, a continuidade e boa divulgação do hotel.
Autora: Claudia Nolasco Cardoso Bacharel em Turismo e Hotelaria UNOPAR Londrina - PR Pós - graduanda em Administração Hoteleira Faculdade de Turismo e Hotelaria Unidade de Águas de São Pedro - SP Hotel Escola Senac.
36
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ALBRECHT, Karl. Revolução nos Serviços. Como as Empresas Podem
Revolucionar a Maneira de Tratar os Seus Clientes. São Paulo, Pioneira, 1992.
ALMEIDA, Sérgio. Cliente eu não Vivo sem Você. Salvador: Casa da
Qualidade, 1995.
BOLWIJN, P.T., KUMPE, T. Manufacturing in the 1990’s – productivity,
flexibility and innovation, Long Range Planning, vol 23, nº4, pp.44-57, UK,
1990.
CRONIN, J.J., TAYLOR, S.A., Measuring service quality: a reexamination and
extension, Jornal of Marketing, v.56, pp. 55-68, 1992.
FREITAS, A.L.P., Uma Metodologia Multicritério de Subordinação para a
Classificação da Qualidade de Serviços sob a Ótica do Cliente, Tese de
Doutorado – Programa de Pós-Graduação em Ciências de Engenharia –
UENF, julho de 2001.
HART, C.W., The Power of Unconditional Service Guarantees, Harvard
Business Review, nº66, pp.54-62, 1998.
HARVEY, J., Service Quality: A Tutorial, Journal of Operations Management,
nº16, pp.583-597, 1998.
MOLLER, Claus. O Lado Humano da Qualidade - Maximizando a Qualidade de
Produtos e Serviços Através do Desenvolvimento das Pessoas. São Paulo:
Pioneira, 1993.
WOMACK, J.P., JONES, D.T., ROOS, D. A Máquina que Mudou o Mundo:
Campus, 1992.
38
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
02
AGRADECIMENTO
03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Conceitos
1.1 – Características da Prestação de Serviços 09
1.2 – Qualidade é um Conceito Ambíguo 10
CAPÍTULO II - A Qualidade na Prestação de Serviços
2.1 – O Ponto de Partida 12
2.2 – O Serviço é um produto 13
2.3 – O Julgamento da qualidade do serviço 15
2.4 – Qualidade Objetiva e Subjetiva 16
2.5 – O Fator Humano Determina como os clientes
Experimentam a Qualidade do Serviço 19
2.6 – Ciclo de Serviços 20
2.7 – Linha de Visibilidade 21
2.8 – Garantia de Serviço 21
2.9 – Cliente Oculto 21
2.10 – Recuperação 22
39
CAPÍTULO III – O Lado Humano da Qualidade
3.1 – A importância da Qualidade Pessoal 23
3.2 – Cultura e Clima organizacional 24
3.3 – Dois Padrões para a Qualidade Pessoal 25
3.4 – Fatores que Podem Influenciar o Nível AP 26
3.4.1 – Reconhecimento / Recompensas 26 3.4.2 – Conhecer a Meta 27 3.4.3 – Sucesso / Fracasso 27 3.4.4 – O Ambiente Físico 27 3.4.5 – O Ambiente Psicológico 28 3.4.6 – Experiência e Habilidades 28 3.4.7 – A Natureza da Tarefa 28 3.4.8 – Tempo Disponível 29 3.4.9 – O Nível AP dos outros 29 3.4.10 – Seu Nível IP 30
3.5 – Seu Nível IP: Seu Ideal de Desempenho 30
3.6 – A importância do Seu Nível IP 30
3.7 – Qualidade Pessoal e Qualidade de Serviço 31
3.8 – A importância do Serviço Interno 31
CONCLUSÃO 33
ANEXOS 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 37
ÍNDICE 39
FOLHA DE AVALIAÇÃO 41