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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA SURDOS NO ENSINO FUNDAMENTAL Por: Neuza Paula de Assis Aleixo Orientador Prof.ª Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

SURDOS NO ENSINO FUNDAMENTAL

Por: Neuza Paula de Assis Aleixo

Orientador

Prof.ª Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

SURDOS NO ENSINO FUNDAMENTAL

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Educação Inclusiva

Por: Neuza Paula de Assis Aleixo

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AGRADECIMENTOS

Aos parentes e amigos; e aos mestres

da AVM, em especial a mestra Mary

Sue por sua dedicação e paciência.

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DEDICATÓRIA

A meu marido e meus filhos que me

apoiaram durante esta caminhada.

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RESUMO

Este estudo tem por objetivo comprovar que é possível incluir uma

pessoa surda junto a pessoas auditivamente normais, foi adotado o método

qualitativo com aplicação de questionários para professores analisando os

métodos que elas usam em sala de aula para se comunicar com o aluno surdo.

Verifica-se que o corpo docente não possui conhecimento amplo

sobre a metodologia de ensinamento necessário para ensinar uma criança

surda, através das respostas dadas foi observado que as maiores dificuldade,

encontram-se na forma de comunicação entre os alunos e professores, e que

os surdos não possuem condições adequadas para o seu aprendizado.

Mesmo com dificuldades, inadequadas em sala de aula e com o

carinho, a socialização do professor que procura mesmo sem condições,

adequar o aluno surdo de maneira que ele se sinta bem no espaço em que se

encontra. Com toda esta manifestação da escola e dos professores, o aluno

surdo procura desenvolver seu aprendizado junto aos alunos da classe que os

apoia diariamente. O resultado de uma pesquisa de campo com dois

professores e um diretor da rede pública da Escola Municipal Altivo Cesar em

turma do sétimo ano.

A problemática encontrada pelos entrevistados foi na comunicação

com os profissionais envolvidos nesse processo ele acreditam se houvesse um

assessoramento de técnicas e uma formação continuada mais direcionada ao

desenvolvimento da prática pedagógica certamente serão minimizadas em

parte a problemática encontrada.

No processo de inclusão já que esses profissionais terão como

suporte a nova filosofia proposta pela educação para todos, incluindo os alunos

portadores de necessidades educativas de inclusão no Ensino Regular.

Quando se vê barreiras em tudo, não se enxerga possibilidades.

Sempre há possibilidades para aqueles que vencem barreiras.

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METODOLOGIA

Realizou-se uma pesquisa de campo envolvendo, professores,

alunos, diretor. O trabalho foi dentro do enfoque qualitativo adotando estudo de

casos, como suporte para adquirir informações por intermédio de professores,

verificando a qualidade do ensino aplicado aos deficientes auditivos inclusos no

ensino regular, tendo como referência a comprovação de que o aluno com

deficiência auditiva tem condições de ser ensinado junto aos alunos das

classes regular de ensino. Também foi analisado e observou-se a socialização

dos alunos surdos em sala de aula. Foram utilizados livros, a internet, e

pesquisa de campo numa escola do Município de Niterói, do ensino

fundamental onde foi aplicado questionário com perguntas abertas para

pesquisas de dados.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Evolução histórica sobre as políticas de inclusão

no mundo 10

CAPÍTULO II - Deficiência auditiva e suas implicações no ensino

regular 17

CAPÍTULO III – A inclusão do aluno surdo no ensino regular 26

CONCLUSÃO 36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 38

ÍNDICE 39

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INTRODUÇÃO

O presente estudo tem como objetivo debater a problemática

observada em sala de aula envolvendo surdos e procurando compreender seus

efeitos e limites; analisar as políticas inclusivas da surdez, os preconceitos

encontrados, as condições e comunicação com o professor em sala de aula.

Assim, a pesquisa será organizada em tópicos: a história política da

inclusão, a realidade, a família, a escola, o preconceito da inclusão, o aluno no

contexto escolar e as políticas inclusivas e educacionais.

Sabe-se que não são poucos os direitos alcançados pelas pessoas

com necessidades especiais. Houve, sim, um avanço considerável, observado

através do tempo desde os primórdios da história invisível onde às teorias e

práticas sociais eram segregados, inclusive quanto ao acesso ao saber e a

sociedade em seu todo, pois eram raros os indivíduos que podiam participar

dos espaços sociais nos quais se encontravam a qualidade de vida e a

produção do conhecimento.

A pedagogia da exclusão teve suas origens remotas, vivenciadas de

acordo com as condições humanas em determinado momento histórico. Sendo

assim, os indivíduos com deficiências eram vistos como incapazes e doentes

considerados como pessoas que necessitavam caridade popular e assistência

social, e não sujeitos a direitos sociais, entre os quais se inclui a direito à

educação.

E assim os avanços chegaram aos dias atuais com as políticas de

inclusão assegurando esses direitos as pessoas com necessidades especiais,

e neste trabalho, aborda-se, mais especificamente, a inclusão do deficiente

auditivo – o aluno surdo – no ensino fundamental da escola regular,

ressaltando as dificuldades do ensino-aprendizagem e as barreiras que as

escolas enfrentam diante de mudanças para, realmente, incluir o surdo e não

apenas integrá-lo.

De fato o mundo está aberto a todas as pessoas sem exceções, pois

as leis atribuem isso a sociedade. Porém, é vivenciando a realidade que

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percebemos as discriminações cansadas pelas diferenças, ou seja, não basta

termos leis a serem seguidas, mas sim, atitudes que tornem a sociedade

inclusiva, respeitando os direitos e cumprindo os seus deveres, capacitando e

adaptando as instituições para uma educação de qualidade.

Dessa forma, acredita-se na inclusão social desde o ensino básico

até o mercado de trabalho das pessoas com necessidades especiais e

especificamente os surdos.

A finalidade é buscar o pensamento inclusivo, reconhecendo e

valorizando as diferenças individuais.

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CAPÍTULO I

EVOLUÇÃO HISTÓRICA SOBRE AS POLÍTICAS DE

INCLUSÃO NO MUNDO

Deus é maior que todos os obstáculos.

Acredita-se que antes da criação do direito do portador de

necessidades especiais e o surgimento da legislação inclusiva estes passaram

por fases críticas. Desde os séculos passados vem sendo camuflado o

pensamento sobre o deficiente.

1.1 - Histórico

Nesta época, os deficientes eram conhecidos de forma maléfica. Na

Grécia as crianças deficientes eram abandonadas como forma de excluí-las da

sociedade. Já na Idade Média essas pessoas eram vistas de forma

desvalorizada pela sociedade e historiadores relatam que eles eram

sacrificados como forma de purgação dos pecados de seus semelhantes e por

outro adotavam a imagem de seres divinos.

O Cristianismo foi uma das primeiras correntes a modificar essa

imagem e considerou o deficiente como criatura de Deus. Porém mesmo

estimulando a criação de lugares específicos para instalar essas pessoas

conhecidas mais diretamente como depósitos humanos não lhes garantiam

uma educação especializada ou uma preocupação efetiva de seu

desenvolvimento.

SASSAKI lembra que:

Se algumas culturas simplesmente eliminavam as pessoas

diferentes, outras adotavam a prática de inteirá-las em grandes

constituições de caridade, junto com doentes e idosos. Essas

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instituições em geral eram muito grandes e serviam

basicamente para dar abrigo, alimento, medicamentos e

alguma atividade para ocupar o tempo ocioso. (s/d)

Influenciada por Portugal, no século XVI, o Brasil passou a voltar sua

atenção ao atendimento para deficientes através do desenvolvimento de

trabalhos realizados pelas Santas Casas de Misericórdia espalhadas por todo

país, no entanto o atendimento incluía além de deficientes físicos e mentais,

pessoas doentes e sem recursos financeiros, destacando os caracteres

voltados à caridade e ignorando um atendimento especificamente educacional.

Até o século VIII, a concepção de deficiência ainda estava ligada ao

misticismo e ocultismo, porém, já no século XIX dava-se início a um trabalho

mais restrito e direcionado ao deficiente ainda que especificamente a cegos

surdos.

Em 1854, mantidos pelo poder central, o governo criou o Império dos

meninos cegos e mais tarde o Instituto dos Surdos Mudos na cidade do Rio de

Janeiro, a fim de atender os interesses sociais da alta burguesia. Deve-se

considerar um avanço significativo e propulsão de uma educação especializada

no país.

Durante muito tempo os atendimentos de pessoas com

necessidades especiais eram realizados em hospitais

psiquiátricos, Segundo (JEMENEZ, 1997).

Nessa fase a diferença era tida como uma patologia, trazendo assim

à concepção de cura do sujeito a sociedade. Esse modelo exigia a adaptação

do deficiente um mundo normalizado sendo preciso ser mudado por

profissionais através da reabilitação ou cura.

Mais tarde a deficiência passou a ser vista como doença incurável e

criaram-se as instituições que visava o atendimento de pessoas com

deficiência em ambientes especializados, onde os deficientes eram

depositados e esquecidos.

A partir de 1930 teve início à mobilização social, o governo brasileiro

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estimulou as ações que visavam garantir a educação especializada para

deficientes, criando as escolas especiais em conjunto a hospitais e instituições

de caráter filantrópico.

Movidos pela ideia de igualdade estabelecida na Declaração

Universal dos Direitos Humanos em 1948, o governo passou a se mobilizar e

implantar serviços de reabilitação profissional, visando preparar deficientes

para integração ou reintegração na sociedade.

Durante a fase de integração social desde a década de 50 e ao

longo da década de 80 as pessoas com deficiência passaram a ser inseridas

na sociedade.

Segundo (Sassaki, 1997, p.34). Isso só aconteceria se o aluno

em questão alcançasse um nível de competências compatível

com os padrões sociais vigentes. “Efetiva-se então a ideia de

normalizar o sujeito que passará a ser inserido na sociedade

como cidadão valorizado.”

Assim, visa tornar acessível às pessoas socialmente desvalorizadas

condições e modelos de vida análogos aos que são disponíveis de um modo

geral ao conjunto de pessoas de um dado meio social. Essa fase constitui-se

com o paradigma de serviço tendo como método a utilização de serviços

profissionais diferenciados para modificar o indivíduo e adequá-lo a sociedade

podendo somente assim ser inserido.

Não há barreiras que o ser humano não possa transpor.

(HelenKeller. s/d)

Nos Estados Unidos, na década de 1960, uma epidemia de rubéola afetou

aproximadamente 50.000mulheres. Na ocasião, o centro de controle de

doenças em Atlanta, previu que umas 2500 crianças nasceriam surdo-cegas.

O impacto causado por essa previsão levou as autoridades a se

mobilizarem para a criação de centros especializados para o atendimento a

essas crianças.

Em janeiro de 1968, foi assinada, pelo então presidente Johnson,

uma lei determinando o estabelecimento de centros e serviços para todas as

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crianças surdo-cegas nos Estados Unidos. Hoje em dia, nos quatro cantos do

mundo, vêm sendo desenvolvido programas de atendimento ao surdo-cego e

de apoio os seus familiares.

Na Espanha a unidade educava para niños Sordociegos da Once.

Em Portugal, o instituto ‘Jacob R. Pereira’. Na França, o ‘Centro d’ Education

Spécialisée pour Sourds-aveugles. Na Itália, a Lega Del Filo d’Oro. Na

Dinamarca o Nordic Staff Training Center tour the Deafblind Service. Na Rússia

o lar Zagorsk. Na Alemanha, o ‘Deutsches Taubbindenwerk. Na Inglaterra, a

Carnbooth School. Na Finlândia, a Associação Finlandesa de surdo cega. Nos

Estados Unidos a Helen Keller National Center for Deaf-Blind youths and

adults.

No Brasil a Fundação Municipal Anne Sullivan para deficiente do

áudio-visão – AD e FAV ambas em São Paulo e, mais recente, o instituto

Benjamin Constant através do programa piloto de atendimento ao deficiente

auditivo visual.

Essas são algumas das organizações que tem proporcionado ao

surdo-cego diferentes oportunidades para reverter o processo de exclusão

social a que estão submetidas essas pessoas. A realização de conferências,

simpósios, seminários e principalmente os encontros dos surdo-cegos tem,

igualmente sido de grande valia, pois além de possibilitarem o conhecimento

de avançados espaços tecnológicos, propiciam, a oportunidade de vivenciar

com novas filosofias, atitudes.

“As conferências e encontros a que compareci me mostraram

o que nós, surdo-cegos, somos capazes de fazer com um

pouco de ajuda das pessoas que vêem e ouvem bem.”( Charo

Sanz Sanz. s/d)

Iniciado em 1993. O programa piloto de atendimento ao deficiente

auditivo-visual DAV tem como objetivo possibilitar o desenvolvimento máximo

do potencial do surdo-cego promovendo a realização de atividades que

venham ao encontro de suas necessidades individuais, favorecendo assim sua

auto-realização.

Em 1897, foi fundada a primeira escola para surdos no Brasil, o

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Instituto do surdo-mudo hoje Instituto Nacional dos Surdos (INES) na cidade do

Rio de Janeiro. Foi a partir deste Instituto que surgiu da mistura da língua de

sinais. Francesa trazida pelo padre Huet, com a língua de sinais brasileira

antiga já usada pelos surdos das várias regiões do Brasil, a língua brasileira de

sinal.

O registro mais remoto brasileiro da língua brasileiro de sinais e do

ano de 1875, produzido pelo aluno do Instituto (INES), Flausino José da Gama,

intitulado Iconographia dos Signaes dos surdos-mudos, estando seu original na

biblioteca nacional e uma cópia do Inês, (INES 2009).

Com o passar dos anos outras escolas somente para crianças

surdas foram surgindo.

Em 1923 foi fundado o Instituto Santa Terezinha, escola particular,

em São Paulo, somente para meninas. Em 1957, foi fundada a escola de

Surdos de vitória do Espírito Santo, mas recentemente privada, com verba de

outros países, foi fundada a escola concórdia em Porto Alegre.

Atualmente há muitas escolas municipais como, por exemplo, a

escola rompendo o silêncio, em Rezende no Rio de Janeiro, a escola Municipal

Ann Sullivan, em São Caetano do Sul e a Escola Hellen Keller em Caxias do

Sul uma escola somente para surdos a que vem programar uma proposta

bilíngue para educação dos surdos, ou seja, a aquisição das LIBRAS e

aprendizado com metodologia apropriada da língua portuguesa e da língua de

sinais brasileira.

‘É importante que o surdo-cego conheça tanto suas limitações

como seu potencial, mas é de igual importância que as

pessoas com quem ele convive também as começam. (Robert

Smith).

1.2 – Deficiente auditivo surdo ou surdo-mudo?

Segundo FENEIS (Federação Nacional dos Surdos):

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Surdo-mudo é a mais antiga e incorreta denominação Atribuída

ao surdo, e infelizmente ainda utilizada em certas áreas e

divulgada e nos meios de comunicação. Para eles o fato de

uma pessoa ser surda, não significa que ela seja mudo. A

mudez é outra deficiência. Para a comunidade surda, o

deficiente auditivo é aquele que não participa de

Associações e não sabe Libras, a língua de sinais. O

surdo é o alfabetizado e tem a Libras Língua Brasileira de

Sinais), como sua língua materna.

POEMA DO SURDO O teu silêncio

É harmonioso

O teu jeito expressivo

É muito gostoso

Sabes sorrir

Sabes chorar

Sabes...É claro;

Te expressar!

O teu falar

Arrepia a gente.

És falante de um sistema linguístico

Muito diferente

Compreender a tua fala

O teu sentimento

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E muito envolvimento

Esta língua visual-especial

Quero aprender

Nos ensina ... Teu modo de ver

Nos ensina...Sentir e aprender

Nos ensina...Saber, sobre as coisas do mundo.

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CAPÍTULO II

DEFICIÊNCIA AUDITIVA E SUAS IMPLICAÇÕES NO ENSINO REGULAR

A discussão sobre a inclusão do aluno surdo no contexto

educacional tem sido palco para várias reflexões, a saber, que não basta

somente que o surdo frequente uma sala de aula, mas que seja entendido nas

suas necessidades, o maior interesse é o papel do professor quanto ao

desenvolvimento e valorização, cidadania dentro do contexto no que se refere

ao deficiente. o professor deverá dentro do seu espaço elevar o biopsicossocial

do incluído e também preparar para o espaço a ser inserido pelo aluno nos

mais variados contextos individuais que irá de encontro aos seus interesses de

inclusão no ensino regular.

A educação é o mais importante instrumento de mudanças. Por

intermédio dela ocorrem transformações elementares em nossa história e na

sociedade, pois ela traz consigo o cerne da humanidade, a comunicação,

considerada como ferramenta indissociável de qualquer cultura desenvolvida

em torno do ser humano.

No modelo atual de educação, a inclusão é vista como uma

adaptação do surdo ao contexto de uma escola para ouvintes.

Os surdos, muitas vezes, se sentem como estrangeiros no

ambientes das escolas regulares.

2.1 – Deficiência auditiva

Deficiência auditiva (também conhecida como hipoacusia ou surdez)

é a perda parcial ou total de audição. Pode ser de nascença ou causada

posteriormente por doenças.

Os conceitos gerais sobre surdez, classificações, técnicas e

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métodos de avaliação da perda auditiva, características dos diversos tipos de

surdez, etc., são fundamentais para compreender as implicações da deficiência

auditiva.

O deficiente auditivo é classificado como surdo, quando sua audição

não é funcional na vida comum e hipoacústico aquele cuja audição, ainda que

deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva. A deficiência auditiva pode

ser de origem congênita, causada por viroses materna doenças tóxicas

desenvolvidas durante a gravidez ou adquirida, causada por ingestão de

remédios que lesam o nervo auditivo, exposição a sons impactantes, viroses,

predisposição genética, meningite, etc.

As hipoacústicas classificam-se em função do grau da perda

auditiva, sua ordem e localização. Quando a lesão se localiza no ouvido

externo ou no médio é denominada como deficiência de transmissão ou

deficiência mista dependendo da intensidade da lesão. Quando se origina no

ouvido e no nervo auditivo é dita deficiência interna ou sensorioneural (estágio

mais agudo da deficiência).

Mas o conceito de perda auditiva nem sempre é suficientemente

claro para a pessoa que se depara pela primeira vez com o problema da

surdez .O grau de perda auditiva é calculado em função da intensidade

necessária para amplificar um som de modo a que seja percebido pela pessoa

surda. Esta amplificação mede-se habitualmente em decibéis, como já descrito

anteriormente.

Para um diagnóstico correto de uma surdez é preciso fazer

uma exploração audiométrica do grau de perda por relação

com um espectro de freqüência que vá pelo menos de 125 Hz

a 4000 Hz, já que são estas as freqüências mais utilizadas na

fala humana.(CASANOVA, 1988).

Outro problema que deve ser levado em consideração e a relação

entre o limiar auditivo e o limiar doloroso, de forma, a saber, qual o tipo de

resíduo auditivo que poderá ser aproveitado para a reabilitação indivíduo surdo.

O limiar auditivo corresponde ao nível de intensidade necessário para que a

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pessoa surda perceba o som e este limiar pode ser diferente em cada

freqüência. O limiar doloroso é o ponto em que a intensidade sonora produz

dor à pessoa. A distância que vai do limiar auditivo ao limiar de dor é o que se

chama de resíduo auditivo utilizável.

2.2 – Implicações no Ensino Regular

O desenvolvimento auditivo é o processo pelo qual a

criança aprende a reconhecer e compreender os sinais auditivos existentes no

ambiente. Sendo assim a criança ouvinte desenvolve, espontaneamente, a sua

comunicação proporcionando uma interação automotiva com o meio em que

está inserida. Por outro lado, a criança surda torna-se prejudicada no seu

desenvolvimento comunicativo por não ter acesso às informações auditivas que

são importantes para a aquisição da fala e da linguagem, dessa forma se faz

necessário o uso de uma amplificação adequada tão logo o problema auditivo

seja detectado.

Os programas de reabilitação oral para crianças com deficiência

auditiva promovem o melhor uso da audição residual por meio da modalidade

auditiva para a aquisição desenvolvimento e manutenção da linguagem oral e

as mesmas apresentam metas para seu uso.

Sendo a surdez uma privação sensorial que interfere diretamente na

comunicação, alterando a qualidade da relação que o indivíduo estabelece com

o meio, ela pode ter sérias implicações para o desenvolvimento de uma

criança, conforme o grau de perda auditiva que as mesmas apresentem,

relacionadas aos diferentes tipos delas apresente a surdez leve em que a

criança é capaz de perceber os sons da fala, adquire e desenvolve a linguagem

oral espontaneamente.

O problema geralmente é tradicional e descoberto, dificilmente se

coloca o aparelho de amplificações, pois a audição é muito próxima da normal,

na surdez moderada. A criança pode demorar um pouco para desenvolver um

pouco para desenvolver a fala e linguagem apresenta alterações articulatórias

e trocas na fala. Por não perceber todos os sons com clareza têm dificuldades

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em perceber todos os sons com clareza, tem dificuldades em perceber a fala

em ambientes ruidosos. São crianças desatendas e com dificuldades no

aprendizado da leitura e escrita.

Na surdez severa a criança terá dificuldade em adquirir a fala e

linguagem espontaneamente, poderá absorver vocabulário do contexto

familiar, existe a necessidade do uso de aparelho de amplificação e

acompanhamento especializado. Na surdez profunda a criança dificilmente

desenvolve a linguagem oral espontaneamente só responde auditivamente a

sons muito intensos como: trovão, motor de carro e avião. Frequentemente

utiliza a leitura facial necessita fazer uso do aparelho de amplificações ou

implante coclear, bem como de acompanhamento especializado.

A lei de Diretrizes e Bases da educação brasileira ( LDB ) ,

estabelece que os sistemas de ensino deverão assegurar principalmente o

direito a professores especializados ou devidamente capacitados que possam

atuar com qualquer pessoa especial em sala de aula.

Sabe-se que na realidade apresentada esboça um quadro

diferente. A presente pesquisa tende a procura de revelar despreparo e

desconhecimento dos professores para lidar com o aluno surdo. Acredita-se

através de observações em sala de aula ou mesmo a convivência desta

realidade que este aluno sofre pela falta do conhecimento de muitos

profissionais da língua de sinais. Observa-se que os profissionais utilizam o uso

total da linguagem moralista no processo de comunicação, na maioria das

escolas do ensino regular onde não há o incentivo e ajuda financeira para o

aperfeiçoamento dos profissionais, ou seja, a oferta de curso pago pela

instituição. Esta situação desfavorece e surgem formas diferenciadas para o

processo de aprendizagem do aluno que interfere na sua aceitação comum o

tornando apenas ouvinte em sala de aula.

Cabe a cada educador não cruzar os braços, buscar o

aperfeiçoamento. Numa época em que há um constante desenvolvimento e a

tecnologia avança a cada momento, é necessário acompanhar a evolução com

urgência, buscar recursos, usar novas metodologias, criar espaço especificado

para as diferentes disciplinas possibilitando a facilitação e a integração de

todos.

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Percebe-se que há uma busca pela compreensão integral do

portador de deficiência, e a tentativa de estruturar uma lei que seja, ao mesmo

tempo, abrangente o suficiente para comportar os vários modelos e tipos de

deficiência, no que se refere à busca pela capacitação e integração do ser

humano.

“Esquecemos o que ouvimos, decoramos o que lemos e

aprendemos o que fazemos” Weerneck, (1992).

Isto chama a atenção para a questão da escolha da metodologia que

se vai aplicar e dos objetivos pedagógicos a assumir. Que deverá levar em

conta as diversas diferenças e logo, a diversidade de idéias, comportamento,

capacidade de assimilação de cada indivíduo antes de abordar o projeto

ensino.

É papel da escola tornar-se sensível ao ritmo da evolução social e

tecnológica. Assim como também para o professor que deve encarar como

forma permanente os diversos tipos de funções a serem exercidas, procurando

além de incentivar, mostrar que todos são capazes de aprender.

É necessário também que o professor possa se libertar de

determinadas práticas rotineiras, tendo oportunidade de consagrara mais

tempo à observação psicopedagógica, dando lugar a intervenção junto ao

aluno no momento em que ele achar mais importante para a comunicação com

os ouvintes e a sociedade.

A importância das experiências dos professores quanto à inclusão

do surdo no ensino regular relaciona-se ao que vão ser desenvolvidas

favorecendo uma educação que valorize a diversidade, em especial, as

variadas formas de comunicação. Desta forma procurou-se ouvir os

professores objetivando identificar características relevantes presentes no

processo de inclusão.

Verifica-se que os alunos surdos a partir das diferentes perspectivas

sofrem pela falta da língua de sinais e da sua valorização a cidadania. Porém

ainda há pouca discussão sobre a implantação da inclusão escolar no espaço

regular. A aceitação ainda sofre uma grande inaceitação por realizar perguntas:

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2.3 - QUE FAZER? E AGORA? QUEM VAI ME AJUDAR? E OS

OUTROS DITOS NORMAIS?

A política da educação inclusiva e o seu processo de

implementação junto ao aluno com deficiência auditiva tem sido percebido e

colocado em debate e já se percebe em alguns município outro olhar e outras

atitudes no que se refere ao aluno surdo e como reposta atendendo a

necessidade de um profissional individual para cada necessidade. Algumas

instituições já oferecem o profissional de apoio em certas instituições ou

implementador, recebem ajuda de profissionais capacitados com aplicação de

GTS de dois em dois meses, visando a viabilização a dinâmica em sala de

aula.

No geral tendem a valorizar somente o esforço de comunicação do

surdo independentemente do domínio de uma língua apresentando assim uma

grande valorização no aprendizado do aluno, pois ele estará sempre sendo

acompanhado e métodos para melhorar seu envolvimento acontecem de forma

clara e objetiva. No acompanhamento dos familiares acontecem discordâncias

de atitudes, muitos se envergonham das condições do filho e escondem o

problema não atendem para o que está convivendo preferem não ver. Como foi

relatado anteriormente nem todas as escolas preparam profissionais para

atuarem com alunos especiais, visando estas políticas, e apesar de todas as

adaptações, a inclusão dos surdos no ensino regular tem gerado discussões e

polêmicas entre muitos estudiosos e documentos legais que apóiam o

deficiente auditivo .

Segundo o documento do MEC:

A partir da década de oitenta ocorreram alguns eventos e fatos

marcantes ligados à democratização do ensino objetivando um

processo mais significativo de formação para indivíduos que

necessitam de cuidados especiais, Dentre eles destacam-se a

conferência Mundial de Educação para todos. (

TAILÂNDIA,1990 ), a conferência sobre necessidades

especiais acesso e qualidade. (ESPANHA, 1994) e a

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convenção da Organização dos Estados Americanos (BRASIL,

2004).

Uma situação de pesquisa em línguas de sinais comparadas ao

poder em que os moralistas têm no que se refere ao sistema educacional dos

surdos, curiosamente é justamente nas mais tradicionais. Universidade

brasileira, a Universidade Federal do Rio de Janeiro que o estudo do

BILINGUISMO para o deficiente auditivo tem se desenvolvido e foi nessa

instituição tradicional que se encontrou entre as pessoas o desejo de lutar por

uma causa que em momentos anteriores servia de grande polêmica nada

diferente dos dias atuais. Nesta instituição que realmente o processo ganhou

um olhar diferenciado levando a valorização da pesquisa em línguas de sinais.

Por outro lado na mesma cidade do Rio de janeiro, os surdos e

alguns especialistas da área demonstram-se refratários a uma abordagem e,

por conseguinte a língua de sinais trata-se precisamente do meio em que a

comunicação total provocou alguns impactos, dando margens e controvérsias,

acredita-se perfeitamente que a comunicação total vem a ser apresentada

apenas uma visão moralista camuflada na linguagem e surdez.

As escolas regulares propõem um modo de se constituir no sistema

educacional que considera as necessidades de todos os alunos e se estrutura

em função dessas necessidades, causando uma mudança no sistema

educacional, pois não se limita a ajudar somente os alunos que apresentam

dificuldades na escola, mas ampara todos os professores, alunos, pessoal

administrativo que obtenham sucesso na corrente educativa geral.

Após várias observações acredita-se que o processo de inclusão do

aluno surdo no ensino regular, suas implicações estão relacionadas na

comunicação, apesar de estarem sendo amparadas por um profissional quando

se cita problema de aceitação está incluindo as escolas que apenas por

obrigação recebe o aluno com necessidade especial, estes são relatados, pois

não inclui e sim desinflui.

Frequentemente deparamos com pessoas que consideram não só a

surdez uma perda importante, acredita-se pelo pouco contato que tem com

este tipo de problema que seja facilmente solucionável com o uso do aparelho

auditivo adequado e não sendo tão visível. Por outro lado, há pessoas que

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pensam na criança com perda auditiva como alguém extremamente diferente,

pertencendo a um mundo. O mundo apenas dos sinais e do silêncio.

A escola necessariamente não deverá apresentar déficits

quantitativos e qualitativos até porque isto acarretará este déficit na educação

mexendo com o estímulo do educador, se este estímulo não acontece, o aluno

com certeza será atingido

A escola é o meio onde a criança retira recursos para atuar através

de sua conduta caracteres educacionais de acordo com o problema que ele

apresenta. O ambiente escolar deve ser planejado e estruturado, pois é.

Através deste espaço planejado que o indivíduo será promovido adquirindo um

papel decisivo em seu futuro.

Para que haja esse planejamento e estruturação adequada se faz

necessária a ampliação do raio de abrangência da reflexão pedagógica.

É importante que haja uma grande reflexão no planejamento diante

de todas as condutas realizadas na escola, como o espaço onde se realiza

atividades, portanto o que se resta, o que se falta é preparar a escola e o

educador para incluir em sua concepção o aluno especial.

Para a escola regular estar pronta para receber o aluno especial é

só bem a partir do momento em que tudo foi bem planejado, caso contrário,

acontecerão rejeições ou mesmo perguntas e agora como trabalhar com esta

criança, vou dar mais atenção para aqueles que entendem, tenho um conteúdo

para cumprir e os coordenadores me cobram o conteúdo a todo bimestre.

Mediante a estas cobranças que acontecem, pois são experiências

concretas em sala de aula no ensino regular. A inclusão tem sido a palavra de

origem de ordem nas escolas do ensino regular por ser um momento imposto e

não tem um apoio, o aluno é matriculado e colocado em classe E.

A ideia da inclusão do aluno em especial surdo, nada mais é de

integração em classes normais, o problema que ainda persiste é o preparo

profissional dos professores a fim de atuarem e oferecer uma atenção especial

para o caso, não é só capacitar o professor, mas sim toda equipe na educação

e estaríamos mais confiantes no aprendizado do aluno e na participação efetiva

do mesmo. Não adianta cobrar sem dar subsídios suficientes para uma boa

adaptação deste indivíduo na escola. Esta preparação com todos profissionais

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servirá para promover o progresso da escola no sentido de estarem aptos para

receber o aluno com problemas especiais, os profissionais com certeza se

sentem estimulados, capacitados e habilitados para lidar com o aluno surdo.

Ensinar inexiste sem aprender e vice versa e foi aprendendo

que historicamente mulheres e homens descobriram que era

possível ensinar. (Paulo Freire, 1997)

Os profissionais devem perceber que eles devem ser o primeiro fator

de inclusão dessa criança, mediante a realidade que existe entre os atores da

área, educadores profissionais da área de tradução profissional de

interpretação da língua de sinais.

Para os surdos o ensino deve ser baseado na visão e não na

audição. Ao trabalhar com o surdo, deve-se usar materiais com visual, procurar

passar o conteúdo mais importante. Solicitar dos pais a participação, usar a

escrita como forma de passas as informações, colocar no grupo de trabalho

pessoas que tenham mais disponibilidade e paciência, aprender alguns sinais

básicos da Libra. Ter disponibilidade e acreditar que o surdo tem capacidade

de se comunicar, aceitar sua escrita e lembrar que ela somente tem

dificuldades no comunicar, mas com capacidade e vontade de aprender

Ao falar com o surdo devemos falar de frente e usar frases curtas,

com o tom de voz normal e articular bem as palavras, não usando muitos

gestos e nem qualquer objeto na boca, permitindo que ele faça a leitura labial.

do direito de estar numa escola regular e não numa escola especial que no

caso fere sua autoestima.

É maravilhoso ter ouvidos e olhos na alma, isto completa a

alegria de viver. Helen Keller.

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CAPÍTULO III

A INCLUSÃO DO ALUNO SURDO NO ENSINO REGULAR

Vivemos em um mundo em constante transformação, onde mudanças

acontecem de um instante para outro e notícias voam pelo mundo,

impulsionadas pelas novas tecnologias.

Neste mesmo contexto histórico, existem tantos conceitos e

preconceitos caracterizados em nós, que perpassam séculos e mesmo

ultrapassam e de semificados na prática cotidiana, continuam a direcionar

nossas atitudes.

Hoje na área da educação inclusiva se ouve falar em educar na

diversidade, em respeitar as diferenças de onde as necessidades de buscar

bases teóricas e científicas sobre esses temas que possam fundamentar a

prática, na busca de mudanças que levarão efetivamente a melhoria da

educação, sem atitudes inconsequente ou incoerentes, que podem por a

perder todo esforço já realizado.

No passo do discurso sobre inclusão, se levanta uma corrente que

defende a matricula de todos os alunos na escola regular independentes de

terem alguma deficiência do grau de comprometimento, físico, mental ou

mesmo emocional, ainda que este aluno desmande cuidados específicos. Na

contra mão desta, vem outra corrente apoiada na discussão sobre os respeito

às diferenças, defendendo as conquistas alcançadas a duras penas no campo

da educação especial, o direito de ser diferente e atender as necessidades

especiais, todo radicalismo perigoso e invariavelmente negativo e que passa

de um estremo de segregação institucional ou da integração que na verdade se

perpetuava a segregação nas classes especiais, por exemplo, jogar aluno em

sala de aula no ensino regular onde os professores não estão preparados e

que uma educação na diversidade que se espera possa dar conta dos

diferentes entre os ditos normais e no mínimo temeroso considerando que

mesmo as maiores convicções mudam.

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A inclusão do aluno surdo no ensino regular confere a sua cidadania

sendo necessário garantir sua comunicação segundo os meios que lhe possa

comunicar tanto oralmente como também através de gestos ou pela língua

especial libras.

O deficiente auditivo deverá receber atendimento educacional

respaldado nas adaptações curriculares PCN/MEC preferencialmente no

ensino regular viabilizando o Bilinguismo (LIBRAS ou LÍNGUAS

PORTUGUESAS), visando classes comuns com auxílio de interpretes em sala

de aula, apoio em sala de recursos.

A escola ideal que acolhe toda uma diversidade é uma escola

desenvolvida em nossos dias, pois está baseada na procura a prática do

aprendizado em contato com as diferenças e dos arraigados conceitos de

socialização e trocas de experiência, tudo isso ocorre em um contexto escolar

entre livros, materiais teóricos e atualmente a língua de sinais (libras ).

No setor educaciona,l a função especial é levar o surdo a

desenvolver as valorizações linguísticas, sociais e históricas partindo do

princípio de igualdade, de oportunidades a educação para todos.

É inegável que se devem ampliar oportunidades a educação para

todos. O certo seria o aluno especial permanecer o tempo suficiente para seu

aprendizado, com isso estaria obedecendo às necessidades de cada caso,

acomodando ambos aos estados e ritmos de aprendizagem e acomodação ao

espaço onde o aluno com necessidade se encontra. A formulação de um

conteúdo adequado ao currículo da escola deveria estar inserida a cada ano de

escolaridade, mas isto não ocorre o aluno é apenas mais um dentro do espaço

regular de ensino, todas as atividades a serem trabalhadas pelo aluno fica por

conta de quem vai acompanhar o aluno.

Acontece o acompanhamento em certas escolas, outras ficam por

conta do próprio professor regente cuidar e criar meios de participação para o

mesmo. Arranjos, estratégias, usam de recursos e parceria com a

comunidade.

Esta é a realidade do aluno surdo no ensino regular quando não

acontece o acompanhamento de um professor mediador, o aluno quando

acompanhado ele cresce na sua autoestima, no seu aproveitamento e no se

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social.

Diante destas afirmações observa-se que o próprio sistema não

reúne dados que lhe forneça subsídios para promover a aceitação sem

descriminar o aluno. Toda a avaliação no processo de inclusão deveria ter a

participação do próprio aluno, salvo aqueles que se empenham em seu

aprendizado e são elogiados pelos seus pais. Muitos não aceitam e fingem

não entender a situação de seu filho.

Baseado nas experiências de vida das pessoas, hoje adultas, elas

conseguiam se incluir a sociedade por imposição ou mesmo insistência

valendo de seus próprios esforços. O cidadão deficiente nos dias atuais é visto

por outro ângulo no ensino fundamental, tal observação foi marcante na

avaliação de inúmeras experiências de campo, são diferentes enfoques ou

metodologias. De modo que possa identificar as dificuldades que foram

encontradas na prática do dia a dia e na trajetória de aprendizagem do aluno

especial no ensino regular.

Na valorização da pesquisa incluindo o desenvolvimento de métodos

e técnicas inovadas que possam ser levados a realizações no próprio espaço

escolar, ou seja, investigar e experimentar formas de se fazer inclusão no

cotidiano de uma escola. Como fazer adaptações? Como realizar um currículo

referente ao caso? A avaliação da aprendizagem de um aluno com

necessidade especial, em especial o surdo, busca engajar a realidade do

mesmo atendendo suas limitações dentro do espaço que ele está inserido,

vencendo barreiras caso as encontre ao longo do seu aprendizado. Na

realidade devemos ouvir e valorizar o que cada uma dessas pessoas tem a

apresentar independente da idade ou mesmo através de rótulos que ele venha

a ter.

A inclusão do aluno surdo não é somente relativa ao que acontece

na escola e sim uma série de contextos sociais e internacionais. O maior

objetivo é garantir o acesso e a participação de todos às possibilidades de

oportunidades, oferecidas pela escola e outras instâncias e impedir a

segregação e o isolamento do aluno em classe.

Com isso chega-se a conclusão que somente através da parceria

com os membros da família que a busca de construir uma teoria aplicada à

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realidade em particular, investir nas direções permite também superar outra

falsa dicotomia que é a teoria prática ou academia de campo na qual está

embutida a visão de que cabe ao papel do pesquisador enquanto que a escola

e os professores fulgurem como sujeitos passivos em outra visão uma interna

relação com a prática de seu corpo discente, em grande medida já é composto

por professores que podem desenvolver atividades diversificadas com o aluno

surdo dentro deste espaço escolar .

Esta reflexão reafirma que a implementação de políticas de

qualidade voltadas para a educação inclusiva será diretamente influenciada

pelo grau de envolvimento e parceria afetiva no sistema educacional . O papel

e a responsabilidade social, sobretudo a produção de conhecimentos para

formulação e o debate crítico as políticas educacionais e na criação de

parceiros deve-se iniciativas inovadoras a comunidade escolar com a

comunidade escolar referentes a metas. Vale lembrar:

O artigo 62 da LDB, explica: A formação para atuar na educação

básica faz-se em nível superior curso de licenciatura plena em universidades

(...). Este artigo relata a formação de um professor para atuar em classes

regulares que recebem alunos ditos normais.

Esta dupla formação prevista no art.59-III da LDB diz: Os sistemas

de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais,

professores com especialização adequada em nível médio ou superior para

atendimento especializado bem como de ensino regular capacitado para

integração desses educando nas classes comuns. Essa proposta vem ao

encontro do Plano Nacional de Educação PNE (MEC/2000), que aponta a

integração entre professores da Educação Especial e professores da Educação

Regular como uma ação necessária para efetivação da Educação inclusiva.

O artigo 8º, por exemplo, dita que as escolas da rede regular de

ensino devem prever e provir na organização de classes ou seja professores

das classes comuns e professores das classes especiais capacitados para o

atendimento educacional do aluno e adquirir condições para reflexão e

elaboração teórica da educação inclusiva com protagonismo dos professores

articulando experiências e possibilidades surgidas na relação pedagógica

inclusiva por meio de colaboração com instituições de ensino superior e de

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pesquisas.

O artigo confere o aluno sua permanência e seu atendimento no

ensino regular. Em busca de soluções individualistas existem atualmente um

mercado vários tipos de modelo de A.S.I, para as crianças são retroauricular e

o convencional. O A.A..S.P.I retro auricular fica localizado atrás do pavilhão

curricular(orelha)e é ligado ao monde auricular por meio de um cubo plástico

conectado ao gancho do aparelho.

Oferece grande versatilidade quanto aos recursos disponíveis,

podendo ser adaptado a todos os graus de perda auditiva (leve, profunda)

outra vantagem e que esteticamente são mais aceitáveis, também é indicado

com menos frequência o A.A.S.I convencional conhecido como aparelho

auditivo de bolso ou de caixinha que se assemelha a um walkman.

3.1 - ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Optou-se por ouvir relatos sobre a vivência e experiência sobre a

inclusão. Ouviu-se duas professoras e uma gestora que deram suas opiniões.

Estes profissionais foram preparados pelo Município de Niterói e

atendem alunos do curso regular e da EJA em escolas que receberam alunos

com problema de surdez, atuam em sala que se encontra o aluno com

deficiência auditiva dando o apoio adequado juntamente com o professor

regente. Não mais como acontecia em épocas anteriores em que os alunos

eram atendidos somente em clínicas especializadas e caras o espaço era

apenas para quem tinha um excelente poder aquisitivo.

Novos progressos e nova realidade para crianças especiais surgiram

ao longo dos anos. Surge uma abertura no ensino fundamental ocorrendo

mudanças e levando a abertura de convivência social e a convivência com as

diferenças por meio do desenvolvimento e do sentimento necessário ao

contexto étnico, cultural e religioso.

Por meio de discurso todos são iguais, todos são especiais, tendo

como ponto de vista a hegemonia do modelo de normatização na Educação

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dos alunos especiais com capacidade de atender de forma indiscriminada,

mas, para que aconteça esta normatização é necessário que ocorra no

currículo o trabalho a ser realizado com o aluno surdo em especial sem que

haja esta possibilidade o entrosamento com o aluno não acontecerá realmente.

Todas as implicações citadas na pesquisa me levam a entender que

a inclusão do aluno surdo na escola regular visa num acompanhamento

referencial para o caso se este atendimento não é oferecido pela instituição

será sempre mais um aluno incluso no trabalho social e no contato e na

relação.

3.1.1 - Professoras

1. Considerando o processo dos alunos surdos no ensino regular em sala de

aula, você tem dificuldades para desenvolver suas atividades? Quais?

R1-Tenho dois alunos no ensino fundamental, a maior dificuldade é a falta de

canal de comunicação por não conhecer a linguagem dos surdos.

R2-Sim, por não dominar a língua de sinais único meio de poder se comunicar

com o aluno e ainda mais o professor precisa ter certa experiência, certo

conhecimento para lidar com os alunos surdos.

As duas professoras apresentam falta de preparo para atuarem junto ao aluno

surdo, a falta de comunicação oral do educando, as deveriam ter

conhecimentos da língua de sinais para bazar o aprendizado e não prejudicar.

2. Qual a sua opinião a inclusão dos alunos surdos no ensino regular?

R1-Todos somos cidadãos com direito e deveres, portanto devemos conviver

juntos. O aluno surdo deve fazer parte do contexto social, o surdo não deve

ficar isolado das classes especiais.

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R2-É um problema muito delicado, precisa ser resolvido com mais carinho.

Enquanto a 1ª professora concorda com a inclusão social do aluno

surdo no ensino regular dando oportunidade a este educando a ter uma vida

participativa e digna não impondo restrições ao exercício da cidadania plena de

forma igualitária e democrática.

A 2ª professora é a favor desta restrição, talvez até pelo seu

despreparo no atendimento do discente surdo o colocando em situação

diferente da população geral.

3. Como você percebe o relacionamento entre os alunos surdos em sala de

aula numa classe de ensino regular?

R1-Eles têm uma boa convivência, são amigos procuram estar sempre juntos

ajudando a todo o momento,

R2-Alguns tem preconceito, outros procuram outros não se aproximam e

acontece a ajuda nas atividades trabalhadas pela maioria pouquíssimos são

aqueles que se omitem ao se dirigir ao aluno surdo. Apesar de haver

diversidade de uma pequena parte dos alunos da classe se observa que a

maior parte tem um bom relacionamento com os colegas surdos da classe,

procurando colaborar com os alunos facilitando assim a convivência entre eles.

4. Você se sente preparada para atuar nessa nova realidade social?

R1-Estou me preparando aos poucos porque sei da necessidade de conhecer

as novas metodologias para atuar com esses alunos surdos no ensino regular.

R2-Não, porque tem que haver um espaço adequado para locomoção destes

alunos.

3.1.2 - A gestora

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1. Como as crianças com deficiência chegam a sua escola?

No início do ano com a abertura de matrícula 2. Qual a sua posição ao receber o aluno com deficiência?

Recebemos o aluno avaliamos o laudo médico que os pais apresentam e o

atendemos dentro de suas necessidades.

3. A escola está preparada para receber estes alunos?

Procuramos recebê-los bem, contamos com professores de apoio, sala de

recurso, mas ainda precisamos ajudá-las , socializá-las ao grupo e ao novo

ambiente.

4. Como é feito o trabalho com a criança surda?

Temos o professor da sala de recurso, o professor de apoio e o interprete .

5. Qual o seu parecer no tipo de comunicação do aluno surdo no espaço da

escola?

Infelizmente muitos funcionários da escola não conhecem ou

dominam a língua de sinais apenas os interpretes têm esta facilidade.

Através das respostas dos profissionais observa-se o despreparo

dos profissionais com os alunos surdos, não aplicam metodologia

contextualizada com a realidade destes educandos e estas dificuldades

entravam o processo que tenta facilitar a inclusão dos deficientes auditivos.

O princípio fundamental da escola inclusiva é de que todos os

aluno,s sempre que possível, devem aprender juntos independente de suas

dificuldades ou diferenças. No que se refere às respostas da gestora desta

unidade escolar existe o caminho, a socialização, mas falta a qualificação e a

infra-estrutura para atender com mais eficiência a chegada dos alunos

especiais.

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Estas análises focaliza várias experiências da inclusão do aluno

surdo em escolas regular ,alunos, professores e gestores foram entrevistados.

Os dados indicam que ocorreu no espaço escolar, alguns identificados como

desconhecer sobre a surdez e sobre suas implicações educacionais,

dificuldades na interação do professor regente.

Os depoimentos apontam ainda dificuldades com adaptações

curriculares e estratégias de aula, exclusão dos alunos surdos das atividades.

Todavia tais aspectos são negligenciados, já que a inclusão escolar é um bem

em si.

Pretende-se contribuir para a reflexão acerca de práticas inclusivas

envolvendo surdos,procurando compreender seus efeitos, limites e

possibilidade, buscando uma atitude educacional, responsável frente a este

grupo . A educação de pessoas surdas é bastante preocupante.

As reflexões citadas referem-se a realidade de diversas escolas

regulares, ao receber o aluno especial diferenciando o aluno surdo .

Discutir a educação dos alunos surdos implica na discussão de sua

capacidade. Ao reconhecer que as dificuldades enfrentadas nos sistemas de

ensino evidenciam a necessidade de confrontar as práticas discriminatórias e

criar alternativas para superá-las, a educação inclusiva assume espaço central

no debate acerca do deficiente surdo no ensino fundamental

No entanto ainda são poucas as pesquisas, experiências e práticas

educacionais validadas cientificamente que mostram o que fazer para incluir no

cotidiano de uma classe regular que apresentem diferentes tipos de

necessidades especiais.

O próprio sistema não reúne dados que lhe forneça subsídio para

promover a avaliação do processo de inclusão escolar a partir da voz do

próprio sujeito incluído.

Mas para que isso ocorra, algumas inquietações merecem ser

repensadas, desde como auxiliar as escolas a desenvolver um bom trabalho de

avaliação da aprendizagem com os alunos com necessidades especiais como

até construir uma abordagem de apoio colaborativo, onde se envolvam tanto as

escolas com seus gestores, supervisores, coordenadores, professores e toda a

área administrativo e de apoio, como também a família , a comunidade e,

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principalmente as autoridades, pois a escola não pode sozinha vencer todas as

barreiras que essas mudanças trouxeram.

E assim fecha-se este com as seguintes palavras:

“É preciso substituir um pensamento que isola e separa por um

pensamento que distingue e une. É preciso substituir um

pensamento disjuntivo e redutor por um pensamento complexo.

MORIN, (1990)

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CONCLUSÃO

Voltada para observações em sala de aula envolvendo crianças com

necessidades especiais, procurando compreender seus efeitos e limites, fica-se

interessada pela ação das pessoas surdas, assim surgiu à oportunidade de

aprofundar conhecimentos e adquirir novos saberes, a inclusão destes alunos

na rede Municipal no ensino fundamental e por apresentar um fato novo. A

pesquisa constitui-se em momentos de reflexão na tentativa de buscar junto a

sociedade subsídios que permitam sinalizar o processo de inclusão no ensino

regular. Acreditando-se numa sociedade igualitária onde as pessoas possam

se expressar naturalmente, indiferente de suas crenças, raças, classe social ou

necessidades especiais onde o mundo as reconheça como cidadãos dignos de

respeito

A proposta inicial permanece vivida ao final do estudo a que resultou

neste trabalho de conclusão de curso, posto que aqui apenas se fez uso de

leituras e pesquisas em relação a inclusão social do surdo.

Tendo como base teóricos renomados com os quais se acredita ter o

prazer de compartilhar dos mesmos ideais. Ressalta-se a contribuição de

professores de sala de aula que tem papel fundamental nesse processo que

lida diretamente com o aluno surdo para que a inclusão avance. É impreterível

que haja o esclarecimento para os alunos ditos normais para os familiares e

toda comunidade escolar. Quando se tem um projeto que nos mobilize tanto,

acredita-se e nutre certa desconfiança por aqueles que ainda não se sentem

totalmente mobilizados para tal.

Espera-se que no futuro o valor das pessoas surdas seja realmente

reconhecido e aquilo que está sendo afetado nele. No presente seja efetivado

de forma global e irrestrita ou melhor que não seja só da teoricamente, visto

que muito tempo já foi perdido, sendo renegados durante muitos anos a fio, nas

escolas especializadas, que só serviram de pano de fundo para grande

discriminação que assola o país, além de não acrescentarem em nada o seu

processo de desenvolvimento enquanto pessoa ou cidadão.

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Então não é justo que a inclusão faça o mesmo. Muitas

colocações foram críticas, sobretudo sabendo o muito criticável que o tema é

um campo polemica que houve o cuidado de não escapar dele e sim de entrar

profundamente em seu mundo para melhorar o esforço e reconsiderar os erros.

Para finalizar quero expor ideias ao elaborar tal trabalho que foi

de transmitir honestamente estudos, expectativas e propostas de melhor

encaminhar o aluno surdo a obter o mesmo sucesso que os demais cidadãos

possuem quanto ao acesso, ao processo social.

Assim comemorar os sucessos e aprender com os desafios.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 - ALVES, Fátima. INCLUSÃO, muitos olhares, vários caminhos e um desafio.

Rio de Janeiro: WAK Editora, 2009.

2 – BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília, 1996.

3. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais – adaptações curriculares:

estratégias de ensino para educação de aluno com necessidades educacionais

especiais . Brasília, MEC/SEF/SEESP,1998.

4 - DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. Brasília, 20 de Dezembro 1996.

5 - FARIA, MCCA. O direito de ser diferente em sociedade: a problemática da

integração escolar. São Paulo: Nacional, m1984.

6. FERNANDES, Eulália. Problemas Lingüísticos e Cognitivos do Surdo. Rio de

Janeiro: AGIR, 1990.

7 – NOVAS, Edmarcius Carvalho. SURDOS, Educação, Direito a Cidadania.

Rio de Janeiro: WAK Editora, 2010.

8 - REVISTA ESPAÇO EDUCAÇÃO DE SURDOS (BRASIL ) . 2009.

9. SACKS, Oliver. Vendo Vozes: uma jornada pelo mundo dos surdos. Rio de

Laneiro: IMAGO, 1990.

10 – STROBEL, Karin. Surdez: abordagem geral. Curitiba: Apta. 1997.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I 10

Evolução Histórica sobre as Políticas de Inclusão no Mundo 10

1.1 – Histórico 10

1.2 – Deficiente Auditivo Surdo ou Surdo-Mudo 14

CAPÍTULO II

Deficiência Auditiva e suas Implicações no Ensino Regular 17

2.1 – Deficiência Auditiva 17

2.2 – Implicações no Ensino Regular 18

2.3 – Que fazer? E agora? Quem vai me ajudar? E os outros

ditos normais? 21

CAPÍTULO III 26

A Inclusão do Surdo no Ensino Regular 26

3.1- Análise e Discussões dos Dados 30

3.3.1 – Professores 31

3.1.2 – Gestora 32

CONCLUSÃO 36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 38

ÍNDICE 39

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