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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE QUALIFICAÇÃO – CAPACITAÇÃO DO DOCENTE E A AÇÃO DA SUPERVISÃO Por: Sandra Page Freitas Martins Orientador Profa Maria Ester de Araújo Oliveira Rio de Janeiro 2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

QUALIFICAÇÃO – CAPACITAÇÃO DO DOCENTE E A AÇÃO DA

SUPERVISÃO

Por: Sandra Page Freitas Martins

Orientador

Profa Maria Ester de Araújo Oliveira

Rio de Janeiro

2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

QUALIFICAÇÃO – CAPACITAÇÃO DO DOCENTE E A AÇÃO DA

SUPERVISÃO

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Administração

e Supervisão Escolar.

Por Sandra Page Freitas Martins

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RESUMO

Este trabalho relata sobre a qualificação dos docentes. Os problemas

encontrados no ensino aprendizagem de um modo geral e da Matemática são

detectados durante o processo de escolarização dos alunos.

Os portadores da dificuldade em aprender aritmética podem estar

relacionados com diversas causas, como pedagógicas, capacidade intelectual

e disfunções do sistema nervoso central, como discalculia e disgrafia. Seu

processo de aprendizagem é diferente, e por este motivo a forma de ensiná-los

também deve ser. Daí, reside à necessidade dos professores serem

qualificados para desenvolver tal função. O ensino dos conceitos matemáticos

deve ser trabalhado de outras maneiras, enquanto os distúrbios não

apresentarem melhora.

Outra grande dificuldade de aprendizagem matemática reside no fato

dos professores estarem despreparados para refletir sobre sua prática

pedagógica, a falta de atualização constante destes docentes, falta de

conhecimento da Didática e da Didática Específica da Matemática. Não

podemos esquecer o sistema de formação inicial não cumpre totalmente a sua

função, o que contribui para a situação crítica da Educação.

O sistema educacional tradicional marginaliza os alunos com baixo

desempenho, que são avaliados por provas exaustivas e aulas monótonas.

Temos como resultado desse processo constantes reprovações e grande

índice de evasão escolar.Estratégias devem ser implementadas com urgência

através da qualificação continuada dos docentes, inclusive os de matemática,

na tentativa de complementar sua formação inicial, propondo mudanças no

ensino. Trabalhar as concepções do professor sobre as questões sociais da

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educação como um todo, e em particular os desta disciplina, na esperança de

melhorar consideravelmente todo o processo ensino aprendizagem.

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METODOLOGIA

Este trabalho foi realizado através de leituras de livros e de sites

especializados em problemas de aprendizagem e a importância da qualificação

dos professores.

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica exploratória com coleta de

dados indireta dos seguintes autores: Vera Maria Candau, Maria Auxiliadora

Vilela Paiva, Isabel Alarcão, Philippe Perrenoud, Huete Sànchez, Zaíra da

Cunha Melo Varizo, Paola Sztajn, Constance Kamil, Carlos Cipriano Luckesi e

outros. A metodologia composta de teorias serviu de fundamento às questões

propostas no presente estudo.

Por meio deste trabalho, relato a necessidade da qualificação dos

professores de todas as áreas, como também os docentes de matemática, e a

ação da supervisão no processo de atualização para atingir um sucesso maior

no ensino aprendizagem.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

07

CAPÍTULO I

História da Matemática

09

CAPÍTULO II

Problemas de Aprendizagem

19

2 – Aprendizagem 19

2.1 – Problemas de Aprendizagem 21

2.2 - Problemas de Aprendizagem na Matemática

28

CAPÍTULO III

Qualificação – Capacitação do Docente e a Ação da Supervisão

34

3. Formação do Docente – Que rumo tomar 34

3.1 – Formação do Docente de Matemática 38

3.2 – Qualificação – Importante Função na Formação

Continuada dos Professores de Matemática

42

CONCLUSÃO

49

BIBLIOGRAFIA 52

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INTRODUÇÃO

De acordo com inúmeras pesquisas aponta-se como um dos grandes

problemas da nossa sociedade a exclusão escolar.

Inegavelmente esta exclusão também é causada pela dificuldade de

aprendizagem comprovada nas diversas áreas do ensino, inclusive o da

matemática.

Sabe-se que os problemas de aprendizagem estão relacionados às

situações difíceis enfrentadas pelas crianças ditas como normais e pela

criança com um desvio do quadro normal. Torna-se difícil diferenciar um

distúrbio de um problema de aprendizagem, ficando a critério de especialista

na área em que a deficiência se apresenta, como médicos, psicólogos,

psicopedagogos e pedagogos.

Não devemos esquecer que a proposta do sistema educacional

brasileiro é criar condições reais para que toda criança tenha oportunidade de

aprender os saberes de todas as áreas de conhecimento.

O objetivo de estudo desta monografia é mostrar a importância da

qualificação dos professores, especialmente os docentes de matemática, com

intuito de enfrentar as inúmeras dificuldades encontradas nas salas de aula,

visando mudanças no processo do ensino aprendizagem, com professores

atualizados e conscientes que as práticas pedagógicas devem se adequar a

realidade do mundo atual e globalizado.

A matemática é um dos conhecimentos mais exigidos e necessários na

sociedade moderna. Por que é um dos mais inacessíveis e produto de

fracassos? O que está envolvido na aprendizagem de conceitos matemáticos

que possa explicar os erros e dificuldades dos alunos?

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Possivelmente a resposta é simples: na realidade não existe uma causa

única, mas um conjunto de variáveis em jogo, de diferentes ordens, relativas à

própria natureza dos conceitos matemáticos, o uso de uma linguagem

específica, à forma de ensiná-los, a atuação do docente ou as condições do

aluno para aprender.

No geral, o ensino da matemática padece de problemas semelhantes

aos de outras disciplinas do currículo escolar, um modelo padrão perpetuado

pela tradição escolar que se pauta por princípios arraigados no fazer docente.

Por essas razões, este trabalho apontará diversas estratégias e

necessidades urgentes para o manejo com os problemas de aprendizagem.

Cabe ao professor de todas as disciplinas utilizar a estratégia adequada

para cada caso, buscar a qualificação constante, visando sempre a efetivação

do aprendizado dos educandos.

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Capítulo I

História da Matemática

“Em cada disciplina há tanta Ciência verdadeira”,

quando houver nela matemática.

Toda Ciência almeja tornar-se matemática.

Quando para uma descrição

Se consegue a fórmula matemática,

não há mais nada que acrescentar-lhe “

Leonardo da Vinci (epígrafe do livro Matemática uma breve história-

volume 1).

Antonio Marmode de Oliveira (2004) afirma que até os séculos IX e VIII

ac, na Babilônia, a Matemática não era uma ciência organizada. Os egípcios e

os babilônios já possuíam uma geometria e uma álgebra, que apenas atendia

as necessidades práticas destes povos. Os responsáveis pelos tesouros reais,

os escribas, praticavam a matemática na Babilônia.

Entretanto, a Matemática só passou a ser aceita como ciência, a partir

dos séculos VI e V ac, na Grécia. O enfoque dado a Matemática utilizada na

Grécia, diferia do modelo babilônico ou egípcio.

Os gregos transformaram a Matemática em uma ciência propriamente

dita, porém não se preocuparam com suas aplicações práticas.

Estruturalmente, a Matemática grega diferia da outra, por ter levado em

consideração problemas relacionados com processos infinitos, movimento e

continuidade.

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Enquanto solucionavam tais problemas, surgiu o método axiomático

dedutivo. Tal método baseia-se em admitir como verdadeiro certas

proposições (mais ou menos evidentes) e a partir delas, por meio de

encadeamento lógico, chegar a proposições mais gerais.

Os gregos tiveram muita dificuldade enquanto estudavam os problemas

sobre números irracionais. Acredita-se que por esta razão eles se desviaram

da álgebra e se direcionaram para a geometria. Tanto, que se destacara nesta

última área, a geometria, que culminou com a obra de Euclides, conhecida

como “Os elementos”. Além dele, podemos citar Arquimedes e Apolônio de

Perga.

Arquimedes desenvolveu a geometria e introduziu um novo método,

conhecido por “método de exaustão”. A partir deste método, muitos anos mais

tarde, surgiu a teoria dos limites (um importante ramo da matemática).

Já Apolônio de Perga, contemporâneo de Arquimedes, iniciou seus

estudos sobre curvas cônicas: a elipse, a parábola e a hipérbole. Todas

pertencentes a outro ramo da matemática, com papel muito importante nos

dias de hoje.

A Grécia, no tempo de Apolônio e de Arquimedes, já tinha deixado de

ser o centro cultural do mundo. Alexandre, através de suas conquistas, tinha

transferido o centro do mundo para a cidade de Alexandria. Após Apolônio e

Arquimedes, a matemática grega entra em seu declínio.

Segundo Paulo Roberto Martins Contador (2006), o grego Tales de

Mileto, 585 a.c. é considerado um grande pensador e geômetra grego, sendo o

primeiro a questionar com perguntas filosóficas não só o ser humano, mas a

Natureza. Na época de Tales as palavras Filosofia e Matemática não existiam

mas pelas definições atuais Tales era matemático e filósofo. Como

matemático, interessou-se pela Geometria e foi o primeiro a usar o ângulo

como ente matemático e assim a Geometria, a partir de Tales, passou a usar

ou relacionar, além das grandezas comprimento, área e volume, o ângulo. O

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autor relata que Tales mostrou que qualquer triângulo pode ser inscrito em

uma circunferência.

Conforme o autor, Tales criou pela primeira vez a Geometria das linhas,

estabelecendo que uma circunferência é dividida pelo seu diâmetro, que os

ângulos da base do triângulo isósceles são iguais, que quando duas retas se

cruzam, os ângulos opostos são iguais. É atribuído a Tales, o conceito de que

o ângulo inscrito numa circunferência é reto, embora seja provável que este

conceito já fosse conhecido dos babilônios cerca de 1.400 anos antes dele.

Para o referido autor, apesar dos egípcios já trabalharem com essas

ciências há séculos, nunca produziram teoremas tão abstratos e fundamentais

como esses, e embora pareçam bem simples, foi desses simples teoremas

que surgiu a Geometria moderna.

Segundo Paulo Roberto Martins Contador (2006), Pitágoras, nascido no

ano de 582 ac, estudou com grandes homens da época e aos dezenove anos

iniciou sua viagem em direção ao Oriente; dirigiu-se primeiro à Babilônia, tendo

contato com sábios da terra, dirigiu-se à Índia, encontrando a Ciência e a

Filosofia Budista. No Egito, esteve em contato com os sacerdotes do Nilo.

Voltou à Grécia e tornou-se líder do movimento religioso, com base no

misticismo e meditações. A escola pitagórica durou cerca de 150 anos, e a

visão mística dos pitagóricos não os impediu de fundarem a Aritmética ou a

Ciência dos Números. Obcecado por números, nos deixou a célebre frase:

“todas as coisas são números”. Pitágoras construiu um instrumento d cordas

para ensaiar e demonstrar sua teoria, talvez o primeiro instrumento da Física,

onde a Matemática foi relacionada com a natureza, primeira tentativa de

equacionar um fenômeno natural. Em sua sociedade secreta, os pitagóricos

tinham o pentagrama, estrela de cinco pontas, diz-se que foi Pitágoras, ou sua

sociedade, o responsável pela introdução do sistema de pesos e medidas na

Grécia.

A cidade de Milos, palco principal dos pitagóricos, após uma revolução,

teve seu governo derrubado, mais ou menos em 501 ac, quando Pitágoras

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fugiu para Tarento, de onde se dirigiu para Metaponto. Desenvolveu estudos

sobre Aritmética e Geometria. Foi Pitágoras quem classificou a Matemática em

Aritmética ou Números Absolutos, Música em Números Aplicados, Geometria

em Grandeza em Repouso e Astronomia em Grandezas em Movimento. Até

hoje seus estudos e teoremas são fundamentais. Pitágoras está diretamente

relacionado ao seu mais famoso teorema, ou seja, o Teorema de Pitágoras.

Foi o primeiro homem não a criar, mas conceituar e deduzir este teorema, fato

que imortalizou o seu nome.

Ainda segundo Paulo Roberto Martins Contador (2006), no Museu de

Alexandria, instituição pública que vivia de subsídios do rei, trabalhou o grande

matemático Euclides de Alexandria, de cuja vida e história, pouco se sabe,

nem mesmo de onde veio, sua data de nascimento ou em que data morreu,

Acredita-se que foi por volta de 300 A.C. Professor e fundador da escola de

Matemática de Alexandria, estudou Pitágoras dando forma e ordem ao seu

trabalho. Sua obra, Os Elementos, composta de treze livros, seria respeitada

por seus sucessores e serviria de base da Geometria, influenciando o

desenvolvimento da Ciência por mais de dois mil anos e é, até os tempos

modernos, o segundo trabalho mais traduzido e estudado da história da

humanidade e vem a ser a primeira obra importante de Matemática impressa.

Este autor diz que Euclides desenvolveu a Geometria, trabalhando

teoremas, que passaram a ser conhecido como teoremas de Euclides. Ao

contrário do que muitos pensam em sua obra Euclides não tratou apenas da

Geometria, mas também a teoria dos números. Nas demonstrações contidas

em sua obra, todas as grandezas eram representadas por figuras e segmentos

de reta que satisfaziam as teorias geométricas da época, e que hoje são

trabalhadas através de letras que representam números. O estilo matemático

de Euclides, segundo o autor, era um tanto quanto complicado e às vezes

muito conciso, embora fosse sempre sutil.

O autor relata ainda que Euclides, em sua obra, apresentou definições,

postulados e axiomas fundamentais; propriedades dos triângulos; teoremas

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sobre critérios de congruência; propriedades de retas paralelas onde provou

que a soma dos ângulos internos é igual a 180; relação entre as áreas dos

paralelogramos, triângulos e quadrados; demonstração do teorema de

Pitágoras.

Em 10 de dezembro de 641, os exércitos árabes, empenhados na

Guerra Santa, invadiram e destruíram a cidade de Alexandria, junto com suas

obras. Apesar deste duro golpe, a cultura helênica era muito forte. Entretanto,

a matemática ficou estagnada.

Então os árabes partiram para novas conquistas e chegaram às Índias,

onde encontraram um outro ramo da matemática: a Álgebra e a Aritmética.

Os Hindus introduziram um símbolo completamente novo no sistema de

numeração até então desconhecido: o zero. Este fato causou uma verdadeira

revolução na “arte de calcular”. Os árabes passam a divulgar a cultura dos

hindus. Os algarismos arábicos, que foram inventados pelos hindus, são

difundidos na Europa.

Nesta época, um árabe conhecido pelo nome de Mathamed Ibn Musa

Alchwizmi foi muito importante na divulgação da matemática. Inclusive, as

palavras algarismos e algoritmo derivam do seu nome. Além disso, a palavra

Álgebra surge dentro de sua obra “Aldscheber Walmakabala”.

A “arte de calcular” foi descrita em uma obra do matemático italiano

Leonado de Pisa, cognominado de Fibonacci, no ano de 1202, onde ele

apresentou soluções para equações do 1º, 2º e 3º graus, em sua obra “Leber

abaci” descrevendo a “arte de calcular” (aritmética e álgebra). Nesse período, a

Álgebra começa a tomar o seu aspecto formal. Um monge alemão conhecido

como Jordanus Nemorarius, começou a utilizar letras para significar um

número qualquer, além de introduzir os sinais de + (mais) e – (menos),

utilizando as letras p (que significa plus ou mais) e m (que significa minus ou

menos).

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Outro matemático alemão, Michel Stifel, começou a usar os sinais de

mais (+) e menos (-), do mesmo modo que fazemos nos dias de hoje. E desta

forma, nascia álgebra. Época na qual a álgebra se desenvolveu muito.

Um matemático francês, François Viete, em sua obra “Álgebra

Speciosa”, utilizou símbolos alfabéticos para nomear números, segmentos de

retas, entes geométricos.

Chega-se ao século XVII, onde a matemática assume uma nova forma.

Neste peíodo podemos destacar Renér Descartes e Pierre Fermat. A grande

contribuição de Descartes foi indubitavelmente a “Geometria Analítica” que

consiste nas aplicações de métodos algébricos à geometria. Já Pierre Fermat

era apenas um advogado que se dedicava, nas horas vagas, a matemática.

Desenvolve-se a teoria dos números primos que solucionava o

importante problema do traçado de uma tangente a uma curva plana qualquer.

Posteriormente, isto seria chamado na matemática de “teoria dos máximos e

mínimos”. Neste mesmo século, um dos mais importantes ramos da

matemática, conhecido como análise matemática começava a surgir. Além de

problemas de Física, já estudados por Galileu Galilei, organizando um dos

primeiros descendentes da Análise: o Cálculo Diferencial.

Isaac Newton (1643-1727) apresentou o Cálculo Diferencial, sob o nome

de “Cálculo das Fluxões”, que mais tarde foi utilizado pelo alemão Gottfried

Wihelm Leibniz.

A Geometria Analítica e o Calculo impulsionaram a matemática. Com

isso, os matemáticos dos séculos XVII e XVIII, sem muita preocupação

elaboraram novas teorias analíticas. Entretanto, pelo fato dos matemáticos

terem se deixado levar mais pela intuição do que por uma atitude racional no

desenvolvimento da ciência, começaram a surgir contradições. Este fato,

dentre outros, levou a uma atitude crítica e revisão dos fatos fundamentais da

matemática.

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O matemático francês Louis Cauchy (1789-1857), professor catedrático

na Faculdade de Ciências de Paris, iniciou essa revisão na Análise. Ele deixou

mais de 500 obras escritas. Podemos destacar duas na Análise: “Notas sobre

o desenvolvimento de funções em séries” e “Lições sobre aplicação do Cálculo

à Geometria”.

Em paralelo, apareceram geometrias diferentes da de Euclides,

conhecidas como geometrias não euclidianas.

Por volta do ano de 1900, o método axiomático e a geometria foram

influenciados por esta atitude de revisão crítica. Nesta época, podemos

destacar o matemático D. Hilbert com sua obra “Fundamentos da Geometria”,

publicada em 1901. A Álgebra e a Aritmética dão um novo salto.

Os matemáticos se preocupavam com a possibilidade ou não da

solução de equações algébricas por meio de fórmulas que aparecessem com

radicais. Como já se sabia, as equações do 2º e 3º graus tinham solução.

Questionava-se se as equações do 4º grau em diante podiam ser solucionadas

través de radicais.

Por volta de 1770, Lagrange (1736-1813) e Vandermonde (1735-1796)

começaram a estudar métodos de resolução. Descobriu-se que com o

desenvolvimento das pesquisas, tal resolução parecia impossível. Os

matemáticos Niels Abel (1802-29) e Evariste de Galois (1811-32), no primeiro

terço do século XIX, provaram que tais equações não poderiam ser resolvidas

por radicais.

Surge então a chamada “teoria dos Grupos” e à denominada “Álgebra

moderna”, num trabalho de Galois, publicado em 1846. Avança-se a teoria dos

números. Outros matemáticos importantes nesta teoria são R. Dedekind e

Gorg Cantor com suas obras publicadas.

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R. Dedekind definiu os números irracionais pela conhecida noção de

“Corte”. Já Gorg cantor iniciou a conhecida teoria dos conjuntos, além de

abordar a noção de infinito, provocando uma verdadeira revolução.

Desta forma, a matemática começou e se dividir em diversas disciplinas

no século XIX, que se tornaram cada vez mais abstratas. Nos dias de hoje, as

teorias mais abstratas são as que se desenvolvem mais, e se subdividem em

outras disciplinas.

Os estudiosos da matemática chegam até a afirmar que estamos numa

era muito boa nesta área. Muitas disciplinas foram criadas nestes últimos anos.

Esta arremetida em direção ao “abstrato”, ainda que não pareça nada

prática, tem por finalidade levar adiante a “ciência”. A história tem mostrado

que aquilo que nos parece pura abstração, pura fantasia matemática, mais

tarde se revela como um verdadeiro celeiro de aplicações práticas.

Segundo Carl Boyer (1974) a história da matemática pode ser dividida

em seis etapas:

(1) Pré-história até o século VI a.c.

Antiga (2) Clássica – Século VI a VII d.c.

Média (3) Estacionária – Século VII a XV

Moderna (4) Desenvolvimento – Século XV a XVII

Contemporânea (5) Revisionista – Século XVII a XVIII

(6) Desenvolvimento Formal – Séc XVIII em diante

Essas seis etapas podem ser classificadas em três períodos:

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(I) Formação (1) (2) (3)

(II) Transição (3) (4) (5)

(III) Desenvolvimento (4) (5) (6)

(1) Pré-história

Babilônicos e Egípcios – uma matemática para fins práticos.

(2) Época Clássica

Aparece à matemática como ciência organizada. Surge a geometria como

método axiomático dedutivo.

(3) Época estacionária

É uma época de transição; aparecem os algarismos arábicos; o número zero é

introduzido no sistema de numeração. Tem início à formação da Álgebra como

ciência.

(4) Época de desenvolvimento

A Álgebra se desenvolve. Aparece a Geometria Analítica e se dá inicio a

Análise Matemática.

(5) Época de revisão

Caracterizada pela autocrítica; e revisão dos fatos básicos da

matemática; volta das idéias gregas do método axiomático.

(6) Época do desenvolvimento formal e diversificação das disciplinas da

matemática

Tem início a um formidável desenvolvimento da matemática. Essa se

ramifica em diversos campos, tendendo para uma matemática universal, por

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meio de sucessivas abstrações e interpretações de tais campos. Elaboram-se,

cada vez mais, teorias mais gerais e mais abstratas.

De acordo com a História, através de séculos e mais séculos de

estudos, dúvidas e conflitos, que o tempo se encarregou de preparar aos

poucos os homens, para uma nova época que estava para começar, uma

época de explosão cultural na história da humanidade. Uma época que,

superaria tudo que o homem fez até então, e não só a Matemática, como toda

a Ciência passaria por uma grande renovação. Os fatos mostram a importância

dos trabalhos realizados pelos matemáticos gregos, babilônios, hindus, como

Euclides, Arquimedes, Apolônio, Pitágoras, Tales e outros, assim como a

absorção dos seus conhecimentos matemáticos por outros estudiosos da

história, o que ajudou consideravelmente, na evolução dos conceitos

geométricos, aritméticos contribuindo para a evolução da ciência matemática.

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Capítulo 2

Problemas de Aprendizagem

“A aprendizagem é ação. Do contrário é só informação”.

Albert Einstein

2- Aprendizagem

Segundo Elisabete Da Assunção José (1999), a aprendizagem é o

resultado da estimulação do ambiente sobre o indivíduo já maduro (que já

desenvolveu as estruturas corporais, neurológicas e orgânicas) que se

expressa diante de uma situação-problema, sob a forma de uma mudança de

comportamento em função da experiência.

Arnold Gessel (1976) afirma que a aprendizagem nunca pode

transcender a maturação. Isto é, para que a aprendizagem se processe, é

necessário que o organismo esteja suficientemente maduro para recebê-la.

Toda atividade humana depende da maturação. Desde o mais simples

comportamento até as abstrações e raciocínios mais complexos.

O conceito de aprendizagem, diz a autora, não é somente o fenômeno

ocorrido na escola, o resultado do ensino. O conceito de aprendizagem tem um

sentido mais amplo: abrange os hábitos que são formados, os aspectos da

vida afetiva e a assimilação de valores culturais. Então, a aprendizagem se

refere a aspectos funcionais e resulta de toda a estimulação ambiental

recebida pelo indivíduo no decorrer da vida.

Conforme Elisabete D. Assunção José (1999), vários fatores interferem

no processo de aprendizagem: intelectual, psicomotor, físico, social, mas é do

fator emocional que depende grande parte da educação.

Para que o potencial do educando seja ampliado cada vez mais, e

ocorra uma efetiva mudança de comportamento, é necessário que o educando

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perceba a relação entre o que está aprendendo e a sua vida. O aluno precisa

reconhecer as situações em que utilizará o novo conhecimento ou habilidade.

Aquilo que é aprendido, sempre que possível precisa ter significado para ele.

Uma aprendizagem mecânica, não vai além da simples memorização, não tem

significado para o educado.

Para a aprendizagem ser significativa é necessário que envolva

raciocínio, imaginação, análise e o relacionamento, entre idéias, coisas e

acontecimentos.

Segundo Henry Clay Lindgren (1997) o tipo de aprendizagem e ensino

em diferentes níveis de consciência, através de treinos, dá-se durante todo o

tempo,dentro e fora da escola. Pais e professores estão sempre ensinando

simultaneamente em diferentes níveis de consciência, e as crianças estão

sempre aprendendo em níveis diferentes. As coisas ensinadas ou aprendidas

conscientemente podem ou não ser importantes e podem ou não se fixar.

Ainda segundo esse autor, o que é ensinado e aprendido

inconscientemente tem mais probabilidade de permanecer.

Deve-se estar sempre atento às etapas do desenvolvimento do aluno, o

docente colocando-se na posição de facilitador da aprendizagem e calcando

seu trabalho no respeito mútuo, na confiança e no afeto.

Como afirma Carl R. Rogers(1961), o docente deve estabelecer com

seus alunos uma relação de ajuda, atento para as atitudes de quem ajuda e

para a percepção de quem é ajudado.

Então para que ocorra aprendizagem são múltiplos os fatores que

influenciam o processo entre o eu e o outro, as necessidades, interesses,

sentimentos e desejo. Referindo-se mais especificamente a participação do

psiquismo da pessoa aluno, tanto os aspectos cognitivos, responsáveis pela

objetividade, como os aspectos afetivos, responsáveis pela subjetividade,

mesclam--se de forma, interferindo ou se sobrepondo no processo de

aprender.

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O desenvolvimento-aprendizagem acontece através da relação com o

outro, com aquele que possui o conhecimento. Porém nem sempre esse

processo ocorre naturalmente. Vários fatores interferem no processo da

aprendizagem.

Na relação interpessoal aluno-professor, o aluno valoriza os aspectos

cognitivos, mas prioriza a aprendizagem “temperada” com sentimentos e

atitudes afetivas.

Ainda segundo Carl R. Rogers, é de suma importância, que o professor

conheça o processo da aprendizagem e esteja interessado nos alunos como

pessoas em desenvolvimento. Precisa saber o que seus alunos são fora da

escola e como são suas famílias.

Assim, quando um educador respeita a dignidade do aluno e trata-o com

compreensão e ajuda construtiva, ele desenvolve na criança a capacidade de

procurar dentro de si mesma as respostas para os seus problemas, tornando-a

responsável e, conseqüentemente, agente do seu próprio processo de

aprendizagem.

2.1- Problemas de aprendizagem

O que são problemas de aprendizagem?

Segundo Elisabete da Assunção José (1999), os problemas de

aprendizagem que podem ocorrer tanto no início como durante o período

escolar surgem em situações diferentes para cada aluno, o que requer uma

investigação no campo em que eles se manifestam.

Em qualquer problema de aprendizagem é necessário amplo trabalho do

professor junto à família da criança, a fim de analisar situações e levantar

características com objetivo de descobrir o que está representando dificuldade

ou obstáculo para que o aluno aprenda.

A autora diz que se o professor não conhecer as etapas próprias do

pensamento infantil para as várias faixas etárias, terá dificuldade em identificar

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o estágio em que o aluno se encontra, podendo cometer erros na sua

observação.

Cabe ao professor, utilizando seus conhecimentos na área da Psicologia

e da Didática, manter em mente uma noção bem clara do que é normal,

problemático e patológico no comportamento da criança.

Segundo Isaac Mielnik (1982), para que o professor avalie um problema

de aprendizagem, é importante apenas estabelecer um critério seguro e

significativo. O autor, neste aspecto, formula uma definição mais adequada

afirmando que para conceituar o que é normal, devemos basear-nos no

progresso da criança, em sua evolução e desenvolvimento, comparando-a com

suas próprias habilidades e capacidades em épocas diferentes. Cabe ao

professor reconhecer as características próprias do comportamento infantil em

cada faixa etária pelo fato que o movimento da criança para a sua autonomia

acontece de maneira gradativa.

De acordo com o autor, para que a criança se desenvolva bem, ela

necessita de um ambiente afetivamente equilibrado. Quando isso não

acontece, inicia-se uma luta entre o ambiente o ambiente em que a criança

vive e as exigências que ela apresenta, o que inevitavelmente levará a uma

situação de desequilíbrio, provável geradora de comportamentos problemáticos

ou até patológicos. O autor diz que a situação problemática abrange

especialmente o relacionamento difícil com o meio e as pessoas. Na criança,

essa situação manifesta em dificuldades emocionais, supersensibilidade,

sentimento de rejeição, sensação de pânico em determinadas situações,

ansiedade, regressão ou infantilização.

Ainda segundo o mesmo autor, quando essas reações se agravam,

deve-se considerar o quadro como tendendo a anormal ou patológico. Então a

criança passa a apresentar atitudes destrutivas de maneira compulsiva, medo

excessivo de tudo, agitação extrema ou, então, indiferença e sonolência,

desintegração ou total ausência de relacionamento pessoal.

O autor afirma que para caracterizar esse comportamento patológico

devem ser considerados os seguintes fatores: idade, constituição física,

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desenvolvimento, ambiente cultural, conduta e personalidade da família,

tensões e traumas da vida da criança, tendências internas e defesas psíquicas

do ego infantil, influência de pressões externas e internas, adaptações a essas

pressões, processos envolvidos na maturação da personalidade infantil.

Caso o professor detecte alguma anormalidade após verificar todos

esses fatores, é necessário, ainda, que ele analise a permanência das

características apresentadas. A criança pode estar passando por uma fase

difícil e provisória ou não, que depende das suas condições em superá-la. A

criança que tem facilidade de adaptação, tomada de posição nas situações

difíceis, acaba tendo com resultado o seu próprio crescimento ou

fortalecimento. Entretanto, aquela que reage às transformações com angústia,

ansiedade e medo, o resultado pode se manifestar numa parada ou até

retrocesso de sua evolução normal.

O autor relata ainda que o professor pode ajudar o aluno a superar

momentos difíceis do cotidiano, como mudanças, separações, morte e início

da adolescência entre outros.

Segundo Sara Pain (1985), os problemas de aprendizagem referem-se

às situações difíceis enfrentadas pelas crianças normais e pela criança com

um desvio do quadro normal, mas com expectativa de aprendizagem de longo

prazo (alunos multirrepetentes).

A autora diz que pode ser considerado o problema de aprendizagem

como um sintoma, no sentido de que o não-aprender, não configura um quadro

permanente, mas ingressa numa constelação peculiar de comportamento, nos

quais se destaca como sinal de descompensação.

Segundo Elisabete da Assunção José (1999), torna-se difícil diferenciar

um distúrbio de um problema de aprendizagem, ficando a critério do

especialista na área em que a deficiência se apresenta.

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A autora diz que ao educador cabe apenas detectar as dificuldades de

aprendizagem que aparecem em sua sala de aula, e investigar as causas de

forma ampla, que abranja os aspectos orgânicos, neurológicos, mentais,

psicológicos adicionados à problemática ambiental em que a criança vive. Tal

postura facilita o encaminhamento da criança a um especialista que, ao tratar

da deficiência, tem condições de orientar o professor a lidar com o aluno, em

suas aulas.

A autora relata que existem inúmeros fatores que podem desencadear

um problema ou um distúrbio de aprendizagem. São eles:

• Fatores orgânicos são considerados os fatores relacionados à saúde física

deficiente; problemas neurológicos,

• Fatores psicológicos são considerados os fatores relacionados à inibição,

ansiedade, angústia, inadequação à realidade, sentimento generalizado de

rejeição e outros.

• Fatores ambientais são considerados os fatores referentes ao meio familiar,

o grau de estimulação que a criança recebe desde os primeiros dias de

vida, a influência dos meios de comunicação e outros.

Segundo T.N. Carraher (1982), diversas crianças são identificadas como

portadoras de problemas de aprendizagem quando não realizam o que se

espera de uma programação de ensino. Seja porque ficam presas a

mecanismos que tentam repetir, sem êxito, seja porque, às vezes saberem

mais do que o conteúdo ensinado pelo professor, elas não têm ainda

mecanismos para se expressarem corretamente.

O autor diz que quando o ato de aprender se apresenta como um

problema, é preciso uma avaliação mais abrangente e detalhada. O docente

não pode se esquecer de que o aluno é um ser social, com cultura, linguagem

e valores próprios. O professor deve ter o cuidado de evitar que seus próprios

valores interfiram na ajuda à criança em seu processo de aprendizagem.

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Segundo R. Schwarz (1992) , as formas de distúrbio que podem

ocorrer no processo de aprendizagem, de acordo com vários aspectos:

• Distúrbios de aprendizagem condicionados pela escola:

1. os condicionados pelo professor;

2. os condicionados pela relação professor-aluno;

3. os condicionados pela relação entre os alunos;

4. os condicionados pelos métodos didáticos.

• Distúrbios de aprendizagem condicionados pela situação

familiar

• Distúrbios de aprendizagem condicionados por características

da personalidade da criança

• Distúrbios de aprendizagem condicionados por dificuldades de

educação.

A autora Elisabete Da Assunção José (1999) relata que a proposta do

sistema educacional brasileiro é permitir, que toda criança, tenha

oportunidade de aprender tanto quanto sua capacidade permitir. Mas os

alunos que apresentam distúrbios ou problemas de aprendizagem, não têm

essa oportunidade. Eles não conseguem acompanhar o currículo

estabelecido pelas escolas e, porque fracassam, são classificados como

deficientes mentais, perturbados emocionalmente ou rotulados como alunos

fracos e multirrepetentes.

Esses alunos precisam de um atendimento diferenciado, com pessoal

especializado e um currículo coerente com esse sistema especial.

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Segundo a autora, quanto aos distúrbios provocados pela própria escola

e pelos professores, uma atuação de orientação educacional, psicológica e

pedagógica na escola seria de grande ajuda. Os docentes devem ser

orientados na adequação do programa, na proposta de metodologia a ser

aplicada e na forma ideal de atender as crianças que apresentam problemas

de aprendizagem.

Ainda segundo a mesma autora, a educação especial, ainda é uma

utopia na realidade brasileira. Nas classes sociais mais favorecidas

consegue-se educar adequadamente uma criança com dificuldades de

aprendizagem. Na educação pública, o docente conta com seus próprios

conhecimentos, solicitando ajuda da família do aluno para que, possam

ajudar a criança a superar suas dificuldades.

Analisando ainda as dificuldades de aprendizagem e segundo Vera

Lúcia Câmara F. Zacharias (2005) é necessário que se tente determinar com

mais clareza o conceito de dificuldades de aprendizagem.

A autora assinala como elementos como elementos de definição mais

relevantes:

• As crianças com transtornos de aprendizagem têm uma linha desigual em

seu desenvolvimento;

• Os problemas de aprendizagem da criança não são causados por

pobreza ambiental;

• Os problemas não são devidos a atraso mental ou transtornos

emocionais.

A autora diz que só pode falar em dificuldade de aprendizagem quando

se refere a alunos que:

• Têm um quociente intelectual normal, ou muito próximo da normalidade,

ou ainda, superior.

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• Seu ambiente sócio familiar é normal.

• Não apresentam deficiências sensoriais nem afecções neurológicas

significativas.

• Seu rendimento escolar é manifesto e reiteradamente insatisfatório.

A autora relata que, de modo geral, em alunos com dificuldades de

aprendizagem incluem problemas mais localizados nos campos da conduta e

da aprendizagem, dos seguintes tipos:

- Atividade motora: hiperatividade ou hipoatividade, dificuldade de

coordenação.

- Atenção: baixo nível de concentração, dispersão.

- Área matemática: problemas em seriações, inversão de números, reiterados

erros de cálculos.

- Área verbal: problemas na codificação e decodificação simbólica,

irregularidades na lectoescrita, disgrafias.

- Emoções: desajustes emocionais leves, baixa auto-estima.

- Memória: dificuldades de fixação.

- Percepção: reprodução inadequada de formas geométricas, confusão entre

figuras e fundo, inversão de letras.

- Sociabilidade: inibição participativa, pouca habilidade social, agressividade.

Relata a autora, que partindo da realidade totalmente constatada que

todos os alunos são diferentes, tanto em suas capacidades, quanto em suas

motivações, interesses, ritmos evolutivos, estilos de aprendizagem, situações

ambientais, etc e entendendo que todas as dificuldades de aprendizagem

são em si mesmas contextuais e relativas, é necessário enfatizar o próprio

processo de interação ensino/aprendizagem.

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Esse processo é muito complexo em que estão incluídas inúmeras

variáveis: aluno, professor, concepção e organização curricular,

metodologias, estratégias, recursos. A aprendizagem do aluno não depende

somente dele, e sim do grau em que a ajuda do professor esteja ajustada ao

nível que o aluno apresenta em cada tarefa de aprendizagem. Se o ajuste

entre professor e aprendizagem do aluno for apropriado, o aluno aprenderá e

apresentará progressos, qualquer que seja o seu nível.

Ainda segundo a autora é necessário ter em mente que nem todos

aprendem da mesma maneira, que cada um aprende a seu ritmo e em seu

nível. Novos contextos precisam ser criados, que se adaptem às

individualidades dos alunos, partindo do que cada um sabe, de suas

potencialidades e não de suas dificuldades.

2.3- Problemas de Aprendizagem na Matemática

Segundo Elisabete da Assunção José (1999), como a Matemática é

uma linguagem expressa através de símbolos, grande é a dificuldade de

alguns alunos em compreender as instruções e enunciados matemáticos,

bem como as operações aritméticas, pois é necessário que eles superem as

dificuldades de leitura e escrita antes de conseguirem resolver as questões

matemáticas que lhes são propostas.

De acordo com Johnson e Myklebust (1983), a dificuldade em aprender

aritmética pode ter diversas causas: pedagógicas, capacidade intelectual

limitada e disfunções do sistema nervoso central. Essas desordens têm sido

consideradas como formas de discalculia.

Os autores relatam que, devido à complexidade dos símbolos

aritméticos envolvidos, existem vários tipos de desordens. Os autores ainda

salientam que na aritmética pode haver muitas deficiências de identificação

dos símbolos visuais, de cálculo, de concepção de idéias e de aspectos

verbais e não-verbais.

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Segundo os mesmos autores em seus trabalhos terapêuticos com

crianças que apresentaram desordens e fracassos em aritmética

(discalculia), consideraram necessário que a terapia desses casos se

baseasse na natureza da deficiência.

Eles agruparam a aritmética com os distúrbios conforme relação:

• Distúrbio de linguagem receptivo-auditiva e aritmética

A criança com uma desordem de linguagem receptivo-auditiva não é

necessariamente deficientes nas relações quantitativas da aritmética. Essa

criança se sai bem em cálculos, mas é inferior no que diz respeito ao

raciocínio e aos testes de vocabulário aritmético.

• Memória auditiva e aritmética

Existem dois tipos de distúrbios de memória auditiva que interferem na

Matemática:

1. Problemas de reorganização auditiva que impossibilitam a

criança de recordar números com rapidez; ela reconhece o

número quando o escuta, mas nem sempre consegue dizê-los

quando é necessário;

2. A criança não consegue escutar os enunciados apresentados

oralmente e não é capaz de registrar, guardar os fatos, o que a

impossibilita de resolver os problemas matemáticos propostos.

• Distúrbios de leitura e aritmética

As crianças que apresentam distúrbios de leitura, inclusive os disléxicos,

tornam presentes as dificuldades para ler os enunciados dos problemas, mas

revelam capacidade de realizar cálculos quando as questões são lidas em

voz alta.

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Os distúrbios de percepção visual interferem no trabalho com os

números quanto à leitura, mais comuns à escrita dos algarismos 3 e 8, ou 6 e

9; as inversões e distorções dos números devem ser observadas pelo

professor observando a escrita do aluno.

Ainda segundo os mesmos autores, quando a criança não consegue se

lembrar da imagem dos números, ou seja, quando ela não é capaz de

revisualizá-los em sua memória, o fato irá intervir muito em seu cálculo

matemático e como conseqüência, na escrita deste distúrbio de escrita e

aritmética.

As crianças que apresentam disgrafia, não conseguem aprender os

padrões motores para escrever letras ou números. O ensino dos conceitos

matemáticos deve ser trabalhado com elas de outras maneiras, enquanto o

distúrbio de escrita não apresente uma melhora.

Os autores relatam que os problemas citados interferem no

desempenho aritmético, mas não são como os da discalculia, que

impossibilitam a criança de compreender os princípios e processos

matemáticos.

É importante observar que nem todas as deficiências em aritmética são

iguais. Ao professor cabe a função de determinar o nível da capacidade da

criança e o tipo de desordem que ela apresenta, fazendo a análise se o

distúrbio é uma discalculia, ou se tem relação mútua com outros distúrbios,

como os de leitura e escrita.

De acordo com Johnson e Myklebust (1983), os distúrbios de aritmética

podem ser encontrados nos mais diferentes graus, em crianças que

apresentam falta de capacidade para:

• Estabelecer correspondência um a um (não relaciona o número de alunos

de uma sala ao número de carteiras);

• Fazer uma contagem com sentido (não relaciona o símbolo à quantidade);

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• Associar símbolos auditivos a visuário (faz contagem oral, mas não

identifica o número visualmente);

• Aprender a contagem através dos cardinais e ordinais;

• Visualizar conjunto de objetos dentro de um conjunto maior;

• Compreender o princípio de conservação de quantidade (as que têm

discalculia não são capazes de entender quantidades correspondentes);

• Executar operações aritméticas, e também compreender o significado dos

sinais dessas operações (+,-,x,:);

• Compreender os princípios de medidas;

• Obedecer e lembrar a seqüência dos passos que, devem ser dados nas

inúmeras operações matemáticas;

• Escolher os princípios, caminhos para solucionar problemas de raciocínio

matemático.

A criança que apresenta discalculia consegue ler as palavras e resolver

os problemas se for ajudada na escolha do princípio usado na solução. Caso

não receba ajuda, essa criança não tem condição de determinar o processo

que deve ser utilizado.

Segundo Chevavallard x Bosch (2001), a análise de erros, como forma

de investigação dos problemas relacionados ao ensino e aprendizagem da

matemática, tem contribuído de forma significativa para compreender a

natureza dos erros produzidos. A concepção de erro deixou de ser vista

como algo negativo, e sim, como a construção do conhecimento. A

abordagem psicogenética do desenvolvimento e da aprendizagem proposta

por Piaget (1974-1976), analisa o erro como expressão do processo de

adaptação da tentativa de assimilação da realidade pelos esquemas de ação.

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Nesse sentido, os erros não são casuais, mas constitutivos do mecanismo

funcional do processo de construção do conhecimento.

Segundo Brousseau (1983) vários são os obstáculos que podem

interferir na aprendizagem de conceitos matemáticos. Para o autor, essas

dificuldades podem revelar certas concepções dos alunos em relação a um

determinado conhecimento, que devido a suas estruturações complexas

representam um obstáculo de caráter epistemológico. As dificuldades na

aprendizagem na matemática podem ainda estar relacionada à forma de

ensinar, a didática utilizada, ou as limitações do desenvolvimento

apresentado pelo aluno. Vergnaud, (1990) na teoria dos campos conceituais

mostra também que a aprendizagem de conceitos não é pontual, mas

depende de desenvolvimento.

Conforme Rivière (1995) a evolução do pensamento matemático

depende da passagem de representações analógicas e intuitivas para

representações analíticas que utilizam códigos mais abstratos e menos

intuitivos. A linguagem na matemática é mais específica e nesse sentido o

conhecimento matemático depende de uma linguagem sintética, formal e

universal.

A linguagem matemática é, na realidade, uma segunda língua e,

aprender as regras utilizadas nessa nova língua, torna-se um grande desafio,

gerando dificuldades na aprendizagem da matemática. Os códigos

matemáticos por serem sintéticos exigem uma interpretação própria e esta

aprendizagem é lenta e complexa; exigindo um grau de maturidade e

desenvolvimento contínuo.

As questões das dificuldades de aprendizagem, geral ou na matemática,

a eficácia do ensino são temas de diversas pesquisas de vários autores,

como Blen (2005), Bosch (2001), Pain (1985), Perrenoud (2001), Brousseau

(1983) ,Lindgren (1997), Rivière (1995) e outros relatam que o conhecimento

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dos processos associados ao ato de aprender, e uma prática didática capaz

de facilitá-los poderia minimizar grande parte dos problemas e dos rótulos

colocados nos alunos com “dificuldades de aprendizagem”. Relatam que os

docentes devem estabelecer com seus alunos uma relação de ajuda,

reconhecendo os múltiplos fatores que interferirem na aprendizagem. Aos

docentes cabe detectar as dificuldades de aprendizagem e investigar

individualmente, de forma ampla, cada situação, que podem ser de aspectos

orgânicos, neurológicos, mentais, psicológicos e didáticos.

Fazendo uma avaliação mais abrangente e detalhada, o docente

facilitaria, caso necessário, o encaminhamento da criança a especialistas,

uma adaptação das metodologias utilizadas, nas estratégias e recursos

usados no processo ensino-aprendizagem. O professor precisa ter uma

metodologia que possibilite mediações progressivas entre os significados

matemáticos e aqueles que o aluno domina. Ensinar é negociar

significados,e cabe ao professor o desafio de fazer essa articulação.

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Capítulo 3

QUALIFICAÇÃO - CAPACITAÇÃO DO DOCENTE E A

AÇÃO DA SUPERVISÃO

“Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Quem

ensina, ensina alguma coisa A alguém.” Paulo Freire. (1996, p.25).

3.1- FORMAÇÃO DOS DOCENTES - QUE RUMO TOMAR

Segundo Vera Maria CANDAU (1999), uma afirmação que emerge

claramente sobre a formação do docente, é a constatação de que a

problemática dos cursos de licenciatura é, em termos gerais, praticamente a

mesma desde a sua origem nas antigas Faculdades de Filosofia até os dias de

hoje. Continua sendo assinalada como ponto crítico, a inexistência de uma

proposta global unitária e integrada para estes cursos. Continua não resolvida,

a questão a articulação entre a formação no conteúdo específico e no

pedagógico. Na grande maioria das vezes, a procurar uma relação mais

adequada de sucessão ou concomitância entre estas duas dimensões da

formação; tratando-se quase sempre de uma relação externa.

A autora relata que, na tentativa de se fazer uma articulação interna

entre o conteúdo específico e o pedagógico, esta fica limitada a algumas

disciplinas, ditas como “integradoras”, como a Prática de Ensino, as Didáticas

Especiais ou as Instrumentações para o ensino. Percebe-se a inexistência de

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um enfoque integrado que oriente o curso de formação dos professores em

sua totalidade que tivesse como ponto de partida, uma visão coletivamente

assumida sobre o tipo de professor que se deseja formar, baseada em uma

concepção de educação e ensino comprometidos com a transformação da

sociedade em que vivemos.

Relata a autora que quando as tentativas de mudança partem das

unidades de conteúdo específico, pelas experiências estudadas, as relações

com as unidades de educação são efêmeras e não existe em se tratando do

ponto de vista estrutural. Continua existindo à distância e, em certos casos, o

conflito é explícito ou latente. Neste enfoque, é certo afirmar que as tentativas

de mudanças acabam por ter um caráter muito restrito, não alterando o curso

significativamente.

A Educação é tida hoje como um grande desafio para qualquer nação.

Para o Brasil é certamente um básico que condiciona a perspectiva de futuro

do país.

Segundo Regina Scarpa (1998) apud Gómez (1995), deve-se refletir

sobre as diferentes concepções utilizadas no processo de formação dos

docentes ao longo dos tempos. Afirma que pode distinguir três diferentes

perspectivas dominantes, no discurso técnico e no desenvolvimento prático da

função docente que embasam diferentes modelos de formação de professores.

O ensino como uma atividade artesanal e o docente como artesão; o ensino

como ciência aplicada e o docente como técnico; o ensino como uma atividade

crítica e o docente como um profissional autônomo que investiga, refletindo

sobre sua prática. Relata que na concepção aluno artesanal-docente artesão,

a aprendizagem do conhecimento profissional supõe apenas um processo de

imersão na cultura da escola, onde o docente se socializa por meio de um

processo de ensaio e erro. A sabedoria profissional seria transmitida entre os

docentes, num contato direto e prolongado com a prática.

A autora ainda afirma que o conhecimento profissional pode vir da

experiência de aprendizagem na escola, da observação e imitação entre

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docentes, porém, destaca a autora, que tal fato parece insuficiente, aprender

apenas com experiência, sem busca de ampliação e atualização dos estudos.

“Não é com experiências que se aprende, mas com a reflexão

sistemática sobre a experiência”. SCARP (1996,p.157) apud ALARCÃO

Para Regina Scarpa (1998), na concepção ensino como ciência

aplicada e o docente como técnico, a formação técnica (centrada em modelos)

e a acadêmica (centrada na teoria), leva em conta apenas a transmissão de

conteúdo e não considera a distinção “entre saber” e “saber fazer”, que apesar

de termos diferentes, prova uma nítida distinção entre o conhecimento teórico

e o conhecimento prático na formação dos profissionais da Educação.

Ainda segundo SCARPA (1998), o conhecimento do professor seria

derivado do conhecimento teórico elaborado por especialista, que em si

mesmo seria indiferente à qualidade de sua aplicação prática.

De acordo com CHRISTOV (1998) por muito tempo, o processo de

formação do docente não teve a preocupação de incentivar a relação da teoria

e a prática do professor, porém atualmente já são percebidos novos avanços,

a partir da concepção de Educação Continuada. Relata que o avanço

percebido nas Políticas Educacionais de formação de professores decorre do

pensar no papel da escola, na relação entre professor-aluno, o que se aprende

e como se aprende questões que alimentam as reflexões em torno da

mudança no ensino.

Afirma CHRISTOV (1998) que a Educação Continuada se faz

necessária pela própria natureza do saber, o fazer humano como prática que

se transforma constantemente. A realidade muda e os saberes que

construímos sobre ela precisam ser revistos e ampliados constantemente.

Dessa forma um programa de educação continuada se faz necessário para a

atualização dos conhecimentos, principalmente para analisar as mudanças que

ocorreram na prática do docente, assim como atribuir direções necessárias a

essas mudanças.

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Segundo Nogueira (2001) é importante a atualização dos profissionais

da Educação, de forma que trabalhem com seus alunos usando as múltiplas

inteligências, como também utilizando a interdisciplinaridade, atingindo várias

áreas do conhecimento, além da exploração de suas competências. Sugere

que cabe ao docente à busca da aprendizagem e informação para refletir

sobre o ensino, formação, com novas questões de acordo com o mundo atual.

A respeito desse processo de formação e transformação dos

educadores, CANDAU (1996) relata que a formação de educadores está

passando por um momento de revisão substantiva e de crise em nosso país.

Diversos fatores provocam essa situação como o questionamento do próprio

papel exercido pela educação na sociedade, a falta de clareza sobre a função

do educador e a problemática relativa à redefinição do curso de pedagogia e

da licenciatura em geral.

Segundo CANDAU hoje não se pode ficar alheio para a formação

continuada, pois essa instabilidade do Sistema Educacional e da nova

legislação em si traz para o educador certo falta de clareza, no que diz respeito

a sua função. É necessário que a escola participe de toda essa situação com

seus docentes e implante projetos de formação continuada, fazendo com que

seus docentes tenham uma visão mais ampla da problemática que envolve a

sua profissão e trazer a questão do processo analisado em relação à formação

inicial desses docentes.

De acordo com CANDAU (2002) é importante que o profissional da

educação supere o formalismo didático, onde o docente utiliza o conteúdo

apenas como uma estrutura para o seu método didático, reduzindo a prática

pedagógica a um único elemento e instrumento de aprendizagem. A autora diz

que o desafio no momento atual para os educadores, é refletir coletivamente

sobre as questões didáticas que devem integrar os cursos de formação de

professores e com que enfoque tratá-las.

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3.1- FORMAÇÃO DO DOCENTE DE MATEMÁTICA

De acordo com Luís Antonio CUNHA (1993), para melhorar o ensino

da Matemática no país, é preciso mudar os valores de futuros professores

acerca desta ciência.

O autor relata que o objetivo principal de educação Matemática deve ser

melhorar a atuação do professor no processo ensino-aprendizagem. O

problema básico da educação desta ciência no país concentra-se na formação

inicial, na qualificação e formação continuada do professor.

Segundo CUNHA, hoje os cursos de formação têm como foco principal

puramente os conteúdos específicos, ficando desacreditados. Afirma que o

importante é mudar a atitude do professor de matemática, sua formação e

qualificação.

Segundo Zaíra C.M.Variza (2006), o conhecimento da Didática e da

Didática da Matemática na formação do professor desta disciplina, é de suma

importância no currículo de licenciatura. O papel da Didática da Matemática na

interface desta com a sociedade e como ela vem se tornando uma ciência

aplicada. A autora relata que é de crucial importância para a formação do

docente de Matemática, os fundamentos teóricos e práticos, e a Didática da

Matemática no desenvolvimento da ação pedagógica do professor na sala de

aula.

O desenvolvimento do conhecimento relacionado à Didática da

Matemática e sua inserção nos currículos de licenciatura (na formação),

deram-se devido à necessidade de se tornar o conhecimento matemático

acessível às novas gerações.

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Relata CUNHA (2006), que conhecer a trajetória da Didática da

matemática permitirá entender o seu papel na formação de professores, o que

poderá ajudar com contribuições para o estabelecimento de novas abordagens

e práticas que atendam à complexidade do mundo atual, além de possibilitar

um conhecimento matemático compatível com a profissão de docente desta

disciplina no contexto social da sociedade dos dias de hoje.

De acordo com LIBÂNEO (1998) a questão da articulação entre a

teoria e prática está presente em quase todos os autores que se referem à

formação do professor. O autor relata que a concepção que passam é a de

que o professor desempenha uma profissão, que precisa combinar

sistematicamente elementos teóricos com situações práticas.

Como relata Zaíra da Cunha M. Varizo(2006) com a Revolução

Francesa (1789-99), foi instituída a escola pública, na qual a matemática, junto

à língua materna, teve uma posição de destaque, que se estendeu dos níveis

mais elementares até o universitário, iniciando assim condições objetivas para

o surgimento da Didática da matemática. O ensino deixou de ser o binário

professor-aluno, para transformar-se numa relação entre o professor e a

coletividade.

A partir dos estudos publicados pela Comissão Internacional da

Educação Matemática, sob os auspícios da UNESCO, percebe-se claramente

que eminentes matemáticos e educadores da área debruçam-se sobre a

Didática da Matemática e seus rumos. Percebe-se também que o fracasso

gerado pelo ensino da Matemática Moderna nas escolas está à concepção

filosófica do que vem a ser atividade matemática, a definição do que deve ser

ensinado e a forma como se deve processar o ensino.

“A didática especial como ciência, depende do auto-entendimento da

ciência, das suas relações e da sua posição social..” OTTE (1993,p.109)

De acordo com CHEVALLARD (2001) uma das grandes questões do

ensino-aprendizagem é a “transposição didática”, pois ensinar uma disciplina,

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no caso a Matemática, requer de quem exerce essa função, um domínio de

conhecimento diferente do exigido para ser matemático. A Matemática que se

trabalha na escola possui características próprias, que a diferenciam em

muitos aspectos nas obras originais, devendo ser recriada sob certas

condições diferentes das que propiciaram sua construção inicial. Segundo o

autor, a transposição didática se dá dentro do processo didático, de modo a

tornar a obra matemática apta a ser trabalhada no contexto escolar. Cabe ao

professor a autoria de uma parte dessa transposição, o que lhe exige uma

competência, além do conhecimento dos conteúdos específicos: o da

disciplina. O pedagógico-disciplinar e o curricular; questões de ensino-

aprendizagem, da forma como o professor aborda os conteúdos matemáticos

em sala de aula, sobre diversos contextos, e de que maneira os alunos

aprendem. Para tal atuação torna-se necessário, além de uma formação

adequada, uma constante qualificação adaptada aos avanços da sociedade.

“O professor de Matemática precisa ser capaz de articular seu saber,

pois aquilo que é apenas tacitamente aceita, não pode ser explicitamente

ensinado.” SZTANJN (2002,p.21)

Com a concepção de que o curso de Licenciatura deve garantir ao

futuro professor, além da construção dos saberes disciplinares e curriculares,

os saberes “pedagógico-disciplinares” (SHULMAN, 1986) e os “saberes da

experiência” (TARDIF, LESSARD e LAHAYE, 1991), a fim de capacitá-lo a

assumir a tarefa educativa em sua complexidade, atuando com flexibilidade e

com rigor necessário, isto é, apoiando suas ações em uma fundamentação

válida (GARNICA, Martins, 2002), o curso de formação interligando o currículo

proposto, atividades extras-classes e educação continuada, tomando por base

os princípios: formação integral de um profissional da educação com bagagem

no âmbito cultural, psicopedagógico e pessoal; o desenvolvimento profissional,

com vistas à construção da identidade do professor, que se inicia na

graduação, e pela qual o licenciado se torna responsável; disciplinas

matemáticas e pedagógicas com enfoques que fujam de uma visão de

valorização apenas do conteúdo e que sejam articuladas para uma construção

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significativa de suas estruturas; aquisição de um conhecimento sólido de

conteúdo matemático, disciplinas pedagógicas interligadas às de conteúdos

específicos, que levarão em conta à construção do conhecimento matemático,

as discussões recentes da psicologia cognitiva, a diversidade e a realidade dos

grupos sociais que freqüentam as escolas, com intuito de realmente

instrumentalizar, qualificarem o futuro professor para atuar de forma crítica e

autônoma em seu trabalho de sala de aula e na escola.

Como relata Paola SZTJAN (2000) as pessoas que pelo simples fato

de estarem estudando, estão se transformando. Devido a isso é preciso

intensificar o processo de troca entre professor e pesquisador, permitindo

ainda que mais mudanças sejam implementadas em sala de aula A autora diz

que na busca de uma formação de professores de matemática, deve-se ter em

mente que não existe separação entre os que se formam e os que são

formados, e sim um enfrentamento conjunto de desafios que levem às

mudanças de concepções e à busca de identidade profissional. Segundo a

autora, ficam claras as interações vividas nos vários segmentos de vida por

cada docente, principalmente na faculdade, garantindo mudanças de

concepções sobre o que é Matemática, qual Matemática é ensinada e sobre o

processo de ensino-aprendizagem desta.

.

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3.2-QUALIFICAÇÃO-IMPORTANTE FUNÇÃO NA FORMAÇÃO

CONTINUADA DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA

“Haverá uma parte da formação inicial em Matemática que é sobre

Matemática e não apenas como ensiná-la e que – para um futuro professor –

poderá ser muito importante na relação que ele estabelece enquanto aluno”.

Abrantes (2003, p. 61)

Segundo Márcia Cristina C. Trindade CYRINO (2006), pesquisar a

formação de professores é um desafio, pois ela é um campo de luta ideológica

e política. A responsabilidade dos investigadores, elaboradores de projetos e

programas, de todas as pessoas envolvidas com a formação de professores de

Matemática, é imperativa. Faz-se necessário um pensamento capaz de

promover reflexão sobre os fatos, e a organização destes para efetivar o

conhecimento num processo racional; um pensamento capaz de conceber o

enraizamento dos valores numa cultura e numa sociedade, na busca da

cientificidade, sem excluir a diversidade.

Nos cursos de licenciatura em Matemática, o futuro professor deve ser

despertado par a importância de valorizar e fortalecer as experiências culturais

e sociais dos seus futuros alunos para que possa construir uma sociedade de

mais ética, fraterna e solidária. Uma ética diferente daquela que tem valores

como princípios, mas uma ética que tenha como princípio a vida, o respeito

mútuo, a solidariedade e a cooperação. Um programa de qualificação de

professores de Matemática que incorpore a matemática e os espaços

reservados a ela para se educarem as pessoas para a compreensão no

presente poderá desencadear uma etnomatemática (D’Ambrosio - 2001), que

possibilite garantir a solidariedade intelectual e moral da humanidade no futuro.

Segundo Rômulo C. LINS (2001) considerar que existem outras

formas de conhecimento matemático é considerar que a matemática não se

restringe apenas às características interna listas e de objetos simbólicos. É

“conceber a emergência de um conhecimento prudente para uma vida

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decente, um conhecimento que, aprendendo na trajetória que vai da ignorância

colonialista ao saber solidário, reconhece a ordem que encerra as experiências

e as expectativas, as ações e as conseqüências.” SANTOS ( 2000, p. 253).

Para Paola SZTAJAN (1999) o objetivo principal da Educação

Matemática no país deve ser melhorar a atuação do professor no processo

ensino-aprendizagem. O problema básico desta Educação relata a autora,

deveria ser o da formação inicial e a qualificação continuada do professor.

Partindo da importância da formação do professor de matemática,

atualmente o tema central referente ao ensino da matemática nas escolas, a

autora defende que não é suficiente considerar apenas atividades com relação

à matemática e à pedagogia desta disciplina. Propor mudanças no ensino de

matemática, diz a autora, é necessário trabalhar também com as concepções

que o professor tem das questões sociais da educação, como um todo, e em

particular o da educação matemática. Relata que dentro da educação

matemática, inclusive na formação dos docentes, pouco tem sido discutido

sobre as questões ligadas à ideologia do professor e a influência desta na

atuação dele na sala de aula.

“O processo de formação de educador é entendido como um processo

contínuo de aprendizagem – ao longo de toda a vida -, que visa o

desenvolvimento profissional”. PONTE (1997, p..44).

“... é o modo que os professores aprendem a partir da análise e interpretação da sua atividade, com maior sistematização e distanciamento e em um momento posterior à prática, com o objetivo de temalizá-la, tomá-la como algo sobre o qual se pode pensar de forma fundamentada, a partir de pressupostos que lhe possam servir de referência teórica, para melhor reconstruí-la. Justamente o que precisa ser realizado nos processos de formação de professores” SCARPA (1998, p.37) apud SHÔN.

Assim segundo o autor, o objetivo central da formação continuada-

qualificação é desenvolver o educador pesquisador. Não um pesquisador

obcecado pela academia, mas um profissional que tem, principalmente, uma

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atividade coletiva de reflexividade da sua prática, que busca compreender os

processos de aprendizagem e desenvolvimento de seus alunos e que vai

construindo autonomia na interpretação da realidade e dos saberes presentes

no seu fazer pedagógico.

“O verdadeiro problema que se apresenta no ensino da matemática

não é o de rigor, mas o da construção do sentido”. ( Thom, em Piaget, Choquet

e outros, 1978,p.148)

Segundo J. C. SÁNCHEZ HUETE (2006), a documentação sobre a

matemática e a metodologia do ensino da matemática ajuda a centrar e

canalizar as intuições, os conhecimentos que se tem sobre a ciência

matemática e seu ensino-aprendizagem. Qualificar continuamente os docentes

matemáticos sobre os fundamentos desta disciplina não é mais que os

fundamentos do pensamento, da observação, da intuição, da imaginação e do

raciocínio lógico, da capacidade para estabelecer relações, para induzir,

interferir, deduzir, para aplicar um significado a uma simbologia que opera em

nossas criações de significado. Relata o autor que embora nem todas as

crianças tenham a mesma capacidade para aprender matemática, todas têm a

mesma necessidade de aprendê-la. Torna-se necessário, qualificar os

docentes no estudo dos fundamentos teóricos sobre a resolução de problemas

matemáticos, para eliminar tantas inovações na didática dessa disciplina.

“A noção de que a matemática é um cânone de regras e formalismo

inventados pelos especialistas, que todo o mundo tem que memorizar e usar

para obter respostas únicas e corretas deve mudar” (NCTM, 1991, p. 433);

necessita-se a formação de um pensamento lidético, no fazer matemático

significativo, indicando aos professores da disciplina a importância da

construção do “sentido”.

Segundo CANDAU (2002), nos tempos atuais não se pode continuar

trabalhando com os professores de forma inadequada, antiquada, e com

práticas pedagógicas ultrapassadas, pois já foi relatado por diversos

estudiosos da área da educação, que muitos métodos usados no passado não

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podem fazer parte do presente, principalmente no tocante a avaliação,

inclusão, didática e práticas pedagógicas, que estão cada dia, mais voltadas

para o crescimento do profissional que está atuando, como do seu aluno que

está sendo o tempo todo testado e avaliado em suas múltiplas inteligências. A

autora relata que o professor que não participar de uma constante qualificação

corre o risco de ficar para trás se não consegui vencer o desafio das mudanças

sociais e tecnológicas. Relata que o docente deve renovar a sua prática

educativa, passando a ser um professor interdisciplinar, os Parâmetros

Curriculares Nacionais (PCNs), já estão cobrando essa prática dos docentes.

Qualificando cada vez mais o professor, levando-o a atuar como professor

interdisciplinar, um profissional ousado, ele assume o desafio da prática

renovada da educação matemática, refletindo sobre sua própria prática,

deixando de ser o centro do conhecimento e o transmissor de informações; ser

o organizador de informações; ser o organizador de situações de

aprendizagem significativas, o mediador e o orientador do processo; conhecer

os alunos, saber das suas necessidades e discutir com eles sua própria

formação, abandonar a prática solitária e trabalhar cooperativamente,

dialogando com os novos conceitos teóricos, em função de acumular

informações necessárias para responder todas as questões que emergem na

sala de aula. Aperfeiçoar e trocar experiências, atualizando, qualificando em

prol de um crescimento mútuo para uma contribuição para o futuro que

depende do trabalho de hoje. Não se pode deixar de manter uma formação,

qualificação continuada com os docentes de hoje, a fim de minimizar a

problemática da atuação dos docentes de matemática com seus alunos,

reinventando momentos prazerosos no ensino-aprendizagem desta disciplina.

A atuação do supervisor pedagógico se faz necessária, no processo

de qualificação-formação continuada dos docentes de matemática, implica no

domínio de conhecimentos didáticos, pedagógicos, metodologia do ensino e de

psicologia do desenvolvimento e de aprendizagem. A supervisão deve ser

planejada, um plano de ação é imprescindível para assegurar o máximo

rendimento do trabalho, com melhor aproveitamento do tempo, energia e

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material humano disponível. Com definição de propósitos, o supervisor pode

tornar o trabalho mais objetivo e facilita a integração dos professores, O

trabalho de sustentação da equipe para a realização e alcance de todos os

objetivos determinados inicialmente, é uma parte brilhante da atuação do

supervisor.

Não existe uma fórmula pré-elaborada de supervisão que seja

aplicável a qualquer realidade.

Segundo Isabel ALARCÃO (2007), o supervisor pedagógico pode

ajudar a construir o conhecimento pedagógico pela sua presença e atuação,

pelo diálogo propiciador da compreensão dos fenômenos educativos e das

potencialidades dos professores, pela monitorização avaliativa de situações e

desempenhos, pelo que é e pelo que faz, pelo que diz e pelo que sabe. De

acordo com ALARCÃO (1987), a atuação do supervisor não se limita ao

contexto inicial nem da profissionalização em serviço, e sim na atuação da

formação continuada, de forma sistematizada. A supervisão é uma atividade

cuja finalidade visa o desenvolvimento profissional dos professores, na

dimensão de conhecimento e de ação, com um valor que o transcende, para

atingir a formação dos alunos, a vida na escola, a educação. Relata a autora,

que a supervisão é uma atividade de natureza psico-social, de construção intra

e interpessoal, fortemente enraizada no conhecimento do eu, do outro e dos

contextos em que os atores interagem, nomeadamente nos contextos

formativos.

Ainda segundo ALARCÃO (2007), a atuação do supervisor interage

entre o pensamento e a ação, dando sentido ao vivido e ao conhecendo,

compreender melhor para melhor agir. Deve propiciar o desenvolvimento de

capacidades, atitudes e conhecimentos, ajudando na competência profissional,

de natureza integrada e holística. O supervisor é fundamentalmente um gestor

e animador de situações e recursos intra e inter pessoais com vista à formação

continuada dos docentes de sua equipe, propiciando a qualificação dos

docentes, inclusive de matemática. Trabalhar exaustivamente com seu grupo,

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os resultados dos trabalhos dos estudiosos e especialistas, pesquisas nas

diversas áreas do conhecimento humano, didática, educação, psicologia,

aprendizagem, problemas de aprendizagem e outras. A atuação do supervisor

deve visar o aprimoramento e sucesso de todos os profissionais da educação

que integram sua equipe, ocasionado melhores resultados na aprendizagem

geral e da matemática com os alunos do novo século.

A situação da formação dos docentes nos cursos iniciais, de acordo

com os autores CHRISTOV, Vera Maria CANDAU, Regina SCARPA, Zaíra

VARIZO, LIBÂNEO, CUNHA, Paola SZTAJAN, Maria Auxiliadora, e outros,

são problemáticos, deixando de articular a formação no conteúdo específico

com o pedagógico. No processo de formação dos docentes diferenciado por

vários modelos, que enfocam o professor como artesão, como técnico, como

profissional que reflete sobre sua prática. Que no processo de formação dos

docentes deve-se incentivar a relação da teoria e a prática do professor.

Destaca como fator de importância, o conhecimento da Didática e da Didática

da Matemática, como saberes específicos e fundamentais na atuação do

docente. Enfocam que mudanças no ensino, reflexões sobre práticas

pedagógicas, podem melhorar o processo ensino-aprendizagem. Relatam à

importância da formação inicial e a qualificação continuada dos docentes, nas

diversas áreas de atuação, onde a atualização tende levar mudanças no

trabalho com seus alunos, desenvolvendo as múltiplas inteligências, integrando

as várias áreas do conhecimento e desenvolvendo suas diversas

competências.

A questão na formação inicial dos professores nas Universidades é

problemática. Ainda hoje, percebe-se a falta de uma proposta global única que

integre as áreas dos cursos.

Constata-se a falta de uma articulação entre conteúdos específicos e o

pedagógico. Hoje a Educação representa um grande desafio para todas as

nações. A crise percebida na formação do educador é oriunda de inúmeros

fatores, como os questionamentos da Educação como papel definitivo para

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formação de uma sociedade, a clareza na função do educador e a

reestruturação dos cursos de Pedagogia e das Licenciaturas.

Nota-se que apesar da importância do conhecimento da Didática e da

Didática Específica, ainda não são trabalhados nos cursos de formação dos

docentes. Outro fator de suma importância é a articulação entre a teoria e a

prática na formação inicial do professor, para aprimorar sua atuação.

Percebe-se que inclusive, na formação do professor de matemática é

fundamental os conhecimentos da didática, os saberes curriculares

específicos, e também o conhecimento da didática específica desta disciplina.

Um programa de qualificação continuada dos professores se faz

necessário para complementar a formação inicial, propiciando uma atualização

das práticas pedagógicas. Necessita ser aprimorada a atuação do professor de

matemática no processo-ensino aprendizagem. Especializando essa prática

qualificando os docentes, que conscientes da urgência em rever a educação,

implicaria num considerável crescimento dos resultados dos alunos,

melhorando a atual situação.

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CONCLUSÃO

A necessidade de atualização, qualificação continuada dos professores

de todas as áreas de atuação se faz necessária para adequação aos tempos

modernos. Observa-se que o fracasso escolar gera a evasão e vem sendo

uma questão analisada com grande ênfase por estudiosos, como também

pelos órgãos públicos. Percebe-se que ainda existem problemas complexos na

formação inicial dos docentes dos cursos de licenciatura de qualquer

Universidade. Apesar de estudos sobre a qualidade e real preparação para os

futuros professores enfrentarem o cotidiano de uma sala de aula, a

complexidade do saber ensinar, do que ensinar e como ensinar, observando

as individualidades dos alunos, ainda não se conseguiu adequar a formação

inicial dos docentes às necessidades da Educação Atual das crianças desses

novos tempos. Observa-se que apesar das tentativas de mudanças nos

currículos dos cursos de formação dos docentes, ainda não se consegue

integrar de forma ampla a Didática Geral e a Didática específica em todos

esses cursos, apesar da importância significativa destas no processo de

formação dos professores. Percebe-se a atuação do professor, que trabalha

com pessoas em formação, exige uma preparação complexa e integral na sua

área e também conhecimentos em diversas outras áreas, como didática,

psicologia, comportamento humano, história da evolução humana,

psicopedagogia, Pedagogias existentes, fonoaudiologia e outras. Nota-se que

os professores necessitam de uma formação mais qualificada, mais

abrangente, que possam criar condições de identificar os diversos problemas

comportamentais e de aprendizagem de seus alunos. E em alguns casos

encaminhá-los para profissionais especializados a fim de obter grande ajuda,

que refletirá no desempenho em suas aulas. Observa-se que muitos

professores não participam de um processo de qualificação continuada, apesar

dos tempos atuais exigirem tal mudança de comportamento, e mesmo com os

avanços tecnológicos, estes profissionais continuam trabalhando de forma

inadequada, antiquada e com práticas pedagógicas ultrapassadas, práticas

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que não deveriam mais fazer parte dos dias de hoje. Os referidos professores

correm risco de pararem no tempo, não atuarem dentro da complexidade do

mundo atual, não atingindo as novas gerações, dificultando ainda mais o

processo de ensino aprendizagem dos alunos. Observa-se que nos cursos de

licenciatura de matemática, deveria ser despertado no futuro professor, a

importância de valorizar as experiências culturais e sociais dos alunos. O

grande desafio da educação matemática é melhorar a atuação deste professor

no processo ensino aprendizagem. Necessita-se de mudanças no ensino desta

disciplina para alcançarmos melhores resultados e diminuir os traumas

causados por constantes reprovações, contribuindo assim para um aumento

na evasão escolar. Percebe-se que o professor de matemática necessita de

uma qualificação sobre os fundamentos dessa disciplina, atualizando sobre

novas metodologias, novos métodos de abordagem dos conteúdos

matemáticos em diversos contextos adequando à realidade e integrando com

outras disciplinas. Sua formação deve unir a teoria com a prática adequada e

atual. Para tal atuação torna-se necessário um processo de qualificação dos

professores, visando uma atualização permanente adaptada aos avanços da

sociedade. Na qualificação continuada objetiva-se desenvolver um educador

pesquisador, um profissional com atividade coletiva refletindo sobre sua

prática, buscando compreender os processos de aprendizagem e o

desenvolvimento de seus alunos, trabalhando suas múltiplas inteligências .

Conclui-se que qualificando cada vez mais o professor, com o propósito de

obter um profissional ousado, desafiador, refletindo sobre as novas práticas

educativas, atuando como mediador e orientador do processo de

aprendizagem, aperfeiçoando e trocando experiências, pode minimizar os

problemas no processo ensino aprendizagem dos alunos. Observa-se que o

papel do gestor e do supervisor no processo de qualificação dos docentes é

fundamental. Faz-se necessária a participação ativa do supervisor propiciando

este processo de atualização com os professores de sua equipe, propiciando a

compreensão das práticas educativas, visando o desenvolvimento profissional

dos docentes. A qualificação dos professores é uma meta a ser alcançada por

todos os educadores, visando mudanças significativas em todo processo de

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ensino e aprendizagem no país, na tentativa de tornar a Educação de

Qualidade um direito de todos os cidadãos da nação.

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