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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE MARKETING ESTRATÉGICO COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO NAS INDÚSTRIAS FARMACÊUTICAS Por: Márcio Marins Pereira Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

MARKETING ESTRATÉGICO COMO DIFERENCIAL

COMPETITIVO NAS INDÚSTRIAS FARMACÊUTICAS

Por: Márcio Marins Pereira

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

MARKETING ESTRATÉGICO COMO DIFERENCIAL

COMPETITIVO NAS INDÚSTRIAS FARMACÊUTICAS

Apresentação de trabalho à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para a obtenção do

grau de especialista em Gestão Empresarial.

Por: Márcio Marins Pereira

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RESUMO

Este estudo tem por objetivo analisar o marketing estratégico e sua

aplicação à indústria farmacêutica visando à competitividade no mercado.

Para tanto, busca analisar a teoria do marketing contemporâneo nas

organizações, identificar a teoria do marketing estratégico e suas aplicações e

revisar os planos já aplicados em uma empresa farmacêutica por meio de

estudo de caso. Este trabalho apura que a função do marketing estratégico é

seguir a evolução do mercado e identificar os diferentes produtos-mercados.

Nesse sentido, apoia-se na análise das necessidades dos indivíduos e das

organizações. O que o comprador busca não é o produto como tal, mas o

serviço ou a solução a um problema que o produto é suscetível de lhe

oferecer. O estudo apurou, por meio de um estudo de caso, que a empresa

Pílula Farmacêutica detém uma singular estratégia que alia alta liderança de

preço, menor custo, liderança na diferenciação, alta tecnologia e liderança no

foco, clientes de algumas categorias de medicamentos. Tal característica cria

uma vantagem competitiva muito consistente frente a seus concorrentes na

maioria dos focos de interesse do mercado, o que faz dos produtos da Pílula

Farmacêutica líderes de mercado, agregando elevado valor face às

características estratégicas.

Palavras-chave: Marketing estratégico. Indústria Farmacêutica. Aplicações.

3

METODOLOGIA

Este estudo pode ser classificado quanto aos procedimentos, como

pesquisa bibliográfica, uma vez que abarcará a bibliografia relativa ao

Marketing Estratégico a partir de um olhar crítico, visando a compreensão dos

problemas retratados sob um prisma teórico.

A base da pesquisa bibliográfica está estruturada na análise a ser

realizada em livros, artigos, e sites da Internet. A pesquisa tem abordagem

qualitativa, já que será desenvolvida por meio da pesquisa bibliográfica e de

observações do exercício profissional.

4

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................... 5

CAPÍTULO I......................................................................................................7

1. TEORIA DO MARKETING......................................................................... 7

CAPÍTULO II....................................................................................................7

2. O MARKETING ESTRATÉGICO ........................................................... 155

CAPÍTULO III..................................................................................................22

3. ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA FARMACÊUTICA ...................22

CONCLUSÃO.................................................................................................29

BIBLIOGRAFIA .............................................................................................31

5

INTRODUÇÃO

O presente estudo tem por objetivo analisar os procedimentos de

marketing estratégico que podem ser aplicados à indústria farmacêutica com o

objetivo de aumentar sua competitividade. Além disso, pretende analisar a teoria

do marketing contemporâneo nas organizações, identificar a teoria do marketing

estratégico e suas aplicações e revisar os planos já aplicados nas empresas e

seus resultados.

A delimitação temática deste estudo está focada no marketing estratégico

e estratégia empresarial nas indústrias farmacêuticas. Quanto à delimitação

geográfica, o trabalho abrange todo o território nacional

Busca-se responder à seguinte questão: De que forma o marketing

estratégico pode agregar valor na competitividade da indústria farmacêutica?

A relevância do estudo está fundamentada na constatação de que uma

das características mais úteis e importantes do marketing consiste em poder

planejar, com bastante garantia de sucesso, o futuro de uma empresa, tendo por

base as respostas oferecidas às demandas do mercado. Nesse sentido, o

sucesso de uma empresa dependerá, em grande parte, da capacidade de

adaptação e antecipação a estas mudanças. Os gestores devem ser capazes de

compreender em que medida e de que forma as mudanças futuras poderão

afetar a empresa. Para tanto, devem estabelecer as estratégias mais adequadas

para aproveitar essas mudanças em benefício da organização.

Nesse sentido, o marketing estratégico busca conhecer as necessidades

atuais e futuras dos clientes de uma organização, localizar novos nichos de

mercado, identificar segmentos de mercado potenciais, valorizar o potencial e

interesse desses mercados, orientar à empresa em busca dessas oportunidades

e desenhar um plano de atuação que consiga os objetivos buscados.

Parte-se da hipótese de que o Marketing estratégico e o planejamento

estratégico devem ser partes integrantes do pensamento empresarial. No

entanto, a cultura de planejamento ainda não está totalmente difundida no Brasil,

ao contrário de outros países, como, por exemplo, os Estados Unidos, onde o

planejamento é o passaporte e o pré-requisito básico para a abertura e

6

gerenciamento do dia-a-dia de qualquer negócio, independentemente de seu

tipo ou porte. Portanto, tais estratégias devem ser implementadas para que se

alcance o diferencial competitivo desejado.

7

CAPÍTULO I

TEORIA DO MARKETING

1.1 Aspectos conceituais

Segundo Grönroos (2009), o marketing tem uma existência relativamente

recente, tendo despontado a partir da metade do século XX. Segundo Grönroos,

a partir do fim da Segunda Guerra Mundial (1945) quando, então reagindo ao

crescimento da concorrência, mercadólogos começaram a teorizar sobre como

atrair e lidar com seus consumidores, surgiu então a cultura de ''vender a

qualquer preço''. P.T. Barnum, autor de “The Science of Getting Rich” e “The Art

of Money Getting” foi um ícone deste período, cheio de truques que faziam da

arte de vender quase um espetáculo de charlatanismo e que faz com que até

hoje os profissionais do mercado sejam vistos com desconfiança.

Outros autores da época são W.D. Scott, autor de '' The Psychology of

Advertising'', e H.L Hollingworth que escreveu ''Advertising and Selling''. As

técnicas existentes baseavam-se mais na intuição do que na prática. Eram

técnicas ingênuas e/ou maliciosas que estavam misturadas a ferramentas

eficientes. Lenda e fato se misturavam, mas o mercado não dava muito ouvido à

academia.

Nos anos 40, Robert Bartels, da Ohio State University, defendeu sua tese

de doutorado sobre a teoria do marketing, mas até então raros eram os

princípios do marketing estabelecidos, com exceção de trabalhos como o de

Walter Scott, sobre a aplicação da psicologia na propaganda e o de William J.

Reilly sobre as leis de gravitação do varejo. A questão crucial era se as teorias

de mercado podiam ou não se desenvolver. Em 1954, Peter Drucker com sua

obra ''A Prática da Administração'', cita o marketing como uma força poderosa a

ser considerada pelos administradores.

8

Conforme Grönroos (2009), nasce a ideia de satisfação do consumidor,

elemento-chave do conceito de marketing que se impõe nesta década. Com isso

constitui, sem dúvida, um passo mais significativo dessa evolução. Drucker

afirma: “o lucro não é uma causa e sim uma conseqüência. A orientação para o

cliente resolve esse dilema. A verdadeira vocação da empresa é a de promover

a satisfação do consumidor. O lucro deixa de ser fim e torna-se meio”.

Segundo Gronroos (2009, p. 65):

A partir deste ponto, na década de 1960, a primeira grande mudança neste cenário veio com Theodore Levitt, mais tarde intitulado o ''pai'' do marketing, professor da Harvard Business School. Seu artigo na revista Harvard Business Review intitulado ''Miopia de Marketing'', revelou uma série de erros de percepções, mostrou a importância da satisfação dos clientes e transformou para sempre o mundo dos negócios. O ''vender a qualquer custo'' deu lugar à ''satisfação garantida''. Não é à toa que se assistiu logo após este período um renascimento das marcas como Coca-Cola, Sears, Malboro, entre outros.

O referido autor acrescenta que nos anos 70, destacou-se o fato de

surgirem departamentos e diretorias de marketing em todas as grandes

empresas. Não se tratava mais de uma boa ideia, mas de uma necessidade de

sobrevivência. É nesta época que multiplicam-se supermercados, ''shoppings

centers'' e ''franchises''.

Em 1982, o livro ''Em Busca da Excelência'', de Tom Peters e Bob

Waterman, inaugurou a era dos gurus de marketing. Num golpe de sorte

editorial, produziram o livro de marketing mais vendido de todos os tempos, ao

focarem completamente sua atenção para o cliente. O fenômeno dos gurus

levou o marketing às massas e, portanto, às pequenas e médias empresas, e a

todo o tipo de profissional. Talvez por isso, e também por uma necessidade

mercadológica, o marketing passou a ser uma preocupação direta da alta

direção de todas as mega-corporações, não estando mais restrita a uma

diretoria ou departamento.

Segundo Mello Netto (1999, p. 36)

9

Outra tendência do período foi o fortalecimento do conceito de ''marketing societal'' no qual tornou-se uma exigência de mercado haver uma preocupação com o bem-estar da sociedade. A satisfação do consumidor e a opinião pública passaram a estar diretamente ligada às participações das organizações em causas sociais, e a responsabilidade social transformou-se numa vantagem competitiva.

O referido autor acrescenta que a virada do milênio assistiu a

segmentação da televisão a cabo, a popularidade da telefonia celular e a

democratização dos meios de comunicação especialmente via Internet. A World

Wide Web (w.w.w) já estava madura o suficiente e nos primeiros anos desta

década surgiram uma infinidade de pesquisas e publicações sobre

''webmarketing'' e comércio eletrônico. Porém, mais do que isso, agora o cliente

não tinha apenas poder de barganha. Tinha também poder de informação.

Conforme Stone (2008, p.68):

O marketing ganhou grande impulso na primeira década deste século XXI. Previu-se uma desintermediação substancial, e redução de atacadistas e varejistas, por causa do comércio eletrônico. No decorrer deste novo século, praticamente todos os produtos já estão disponíveis sem se precisar ir a uma loja, pois os clientes passaram a ter acesso ao que quiserem via internet. Em resultado disso a concorrência vem encontrando mais dificuldade em conseguir novos clientes. As empresas tem mudado a sua filosofia de vendas isoladas para a de fornecimento em um espaço de tempo maior e predeterminado em detrimento da redução do preço unitário do produto.

O referido autor também ressalta que a terceirização que surgiu como

uma opção, hoje já uma realidade em diversas atividades de uma organização,

obtendo assim importantes índices de retorno. Elas serão ligadas em rede

alicerçadas em alianças estratégicas. Finalmente, as empresas verão que o

marketing de relacionamento será uma das únicas maneiras, ou quem sabe a

única, de manter seus clientes potenciais e os novos também, neste cenário de

grandes transformações e incertezas do século atual.

A evolução do marketing pode ser confundida em alguns aspectos com o

seu próprio histórico. A busca por uma aproximação cada vez maior entre

empresas e seus clientes, sejam, eles consumidores individuais ou outras

organizações, não é recente. Desde meados do século XX, a mentalidade de

produção “de dentro para fora” vem cedendo espaço a um foco “de fora para

dentro”, em que se privilegiam as necessidades e expectativas dos clientes para

10

então projetar a organização e os bens e serviços de modo a atendê-las. Um

exemplo claro é o movimento pela qualidade, que se espalhou pelo mundo a

partir dos anos 60-70 e teve bastante força no Brasil nos anos 80-90.

O que é mais novo no Brasil é o uso mais integrado, pelas empresas, das

diversas ferramentas que compõem a ciência do marketing. Até há uns 15 anos,

“marketing” no Brasil significava quase que tão somente “propaganda”. Isso

porque, em primeiro lugar, no Brasil, há veículos de mídia que atingem uma

parcela muito grande da população, e, concentrando sua mensagem nesses

veículos, era relativamente simples falar com todos os clientes. Em segundo

lugar, e talvez mais relevante, nossa herança inflacionária corroía em grande

parte quaisquer informações que se levantassem sobre o mercado. Com isso,

várias das possibilidades de marketing, em especial aquelas que lidam com

séries históricas de números, ficaram prejudicadas. Ora, com a estabilidade de

nossa moeda, a partir do Plano Real (1994), passa-se a poder compilar

informações que permitiam tomar decisões e medir o impacto dessas decisões.

Nesse cenário, firma-se como tendência relevante o crescimento do papel

do Marketing no Brasil.

1.2 Aspectos conceituais

Ao estudar as abordagens de diversos autores, pode-se observar que

cada um define marketing ou mercadologia de formas diferentes. Para Baker

(2005, p.4), “marketing é tanto uma função gerencial quanto uma função

negócios”. Para Kotler e Armstrong (2007, p.4), marketing é definido como “o

processo pelo qual as empresas criam valor para os clientes e constroem fortes

relacionamentos com eles para capturar seu valor em troca”.

Já para Magalhães e Sampaio (2007, p.1) marketing é visto “como um

instrumento para antecipar as mudanças do ambiente externo ou aumentar a

responsividade de uma organização, mesmo quando o mercado se apresenta de

modo inesperado”.

De acordo com Nickels e Wood (2008), em 1948 a American Marketing

Association (AMA) definiu o marketing como sendo “a realização de atividades

11

de negócios dirigidas ao fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor ou

usuário”. Essa definição é bem restrita tratando somente do caminho que o

produto percorre até chegar ao consumidor.

Assim, percebe-se que o conceito de marketing não é estático e por isso

vem mudando com o passar do tempo. A maioria dos estudiosos trata destas

mudanças também conhecidas como eras ou filosofias que auxiliam as

organizações a conduzir suas atividades.

De acordo com Cobra (2009), o marketing pode ter sua história dividida

em três fases: a era da produção; a era da venda e era do marketing. A era da

produção durou até meados de 1925, onde quase tudo que era produzido era

vendido. Desta forma, a atenção dos produtores/fabricantes era dispensada

somente à qualidade de seus produtos. A era da venda perdurou de 1925 até

início de 1950. Nesta fase, a maioria das nações já estava desenvolvida e havia

então a necessidade de dissipar o excedente da produção.

Assim, conforme Cobra (2009, p. 17), era necessário que houvesse uma

força vendas, “pois os produtores e fabricantes acreditavam que os

consumidores resistiriam a comprar produtos que eles não julgassem

essenciais”. A era do marketing surgiu por uma necessidade imposta pela

grande recessão que surgiu após a crise de 1929. Essa era orientou os

produtores/fabricantes a prestar mais atenção às necessidades e desejos do

mercado para sobreviverem a recessão.

Kotler (2008, p. 16), um autor de referência no assunto, afirma que “o

marketing é uma função organizacional e um conjunto de processos que

envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valor para os clientes, bem

como a administração do relacionamento com eles...”.

Segundo o referido autor, na orientação voltada ao produto, os fabricantes

acreditam que os consumidores dão preferência a produtos que apresentam

mais qualidade, desempenho e características inovadoras; a quinta orientação é

a de marketing societal e, segundo esta, a orientação de marketing pura gera

possíveis conflitos entre as necessidades e os desejos do consumidor em curto

prazo e seu bem-estar, em longo prazo.

Esta orientação questiona se a orientação de marketing pura é adequada

a uma época escassez de recursos, de rápido crescimento populacional, de

12

problemas ambientais, de problemas econômicos mundiais e serviços sociais

negligenciados. Questiona se as empresas que entendem, atendem e

satisfazem aos desejos individuais sempre fazem o que é melhor em longo

prazo para os consumidores e a sociedade.

Apesar dessas mudanças na orientação de marketing apresentadas pelos

referidos autores citados podem-se encontrar várias definições diferentes para

marketing, porém estas definições sempre contemplam termos como trocas,

satisfação, produtos e clientes.

1.3 Marketing de Relacionamento

O Marketing de relacionamento consiste basicamente em criar, fortalecer

e manter as relações das empresas com seus clientes, buscando conseguir os

máximos rendimentos por cliente. Seu objetivo é identificar os clientes mais

rentáveis para estabelecer uma estreita relação com eles, que permita conhecer

suas necessidades e manter uma evolução do produto de acordo com elas ao

longo do tempo.

O termo CRM é usado como resposta da tecnologia à crescente

necessidade das empresas de fortalecer as relações com seus clientes. As

ferramentas de gerenciamento de relações com os clientes (Customer

Relationship Management CRM) são as soluções tecnológicas para conseguir

desenvolver as estratégias do Marketing de Relacionamento.

Na avaliação de Madruga (2004), o marketing de relacionamento não

está restrito a um programa de fidelização com esforço específico. Suas

funções se desdobram em seis modalidades, como a seguir:

1. Elaboração conjunta de uma nova visão e cultura empresarial voltada para

os clientes e parceiros.

2. Construção de objetivos de marketing de relacionamento conectados à

visão e sempre de natureza límpida.

3. Estabelecimento das estratégias de marketing de relacionamento voltadas

para a criação de valores em conjunto com os clientes.

4. Implementação de ações táticas com foco no relacionamento colaborativo

13

com clientes.

5. Obtenção de benefícios mútuos, isto é, empresas e clientes tiram proveito

da cooperação ocorrida em vários momentos de contato.

Gordon mostra que:

O marketing de relacionamento, surgiu por meio de seis “fluxos” de pesquisas que apresentavam convergências entre si. O primeiro fluxo examina o marketing no contexto da prestação de serviços; o segundo fluxo foca na relação de troca entre organizações, tanto no âmbito da troca de recursos entre fornecedor e comprador quanto no contexto da teoria de troca social. O terceiro fluxo aborda o “novo paradigma” do marketing baseado na literatura do marketing vertical. O quarto fluxo de pesquisa examina o marketing de relacionamento sob a ótica das “redes de relacionamento”; o quinto fluxo de pesquisa aborda o papel das relações na criação da cadeia de valor para o cliente e o sexto e último fluxo de pesquisa examina o impacto estratégico da tecnologia nas relações organizacionais. (GORDON, 2009, p.135).

Para Grönroos (2009), dentro de uma perspectiva relacional, o marketing

tem a função de investir no cliente e no portfólio de clientes a fim de obter fluxos

de caixa de longo prazo dos mesmos. Isso pode ser atingido com promessas de

entrega para o cliente que facilitem o processo de aquisição, manutenção,

enriquecimento da relação empresa/ cliente e, quando necessário, cessão dessa

relação para que os objetivos financeiros e não financeiros de todas as partes

envolvidas na rede de relações (fornecedores, clientes e acionistas) sejam

atingidos. Madruga (2004) critica a abordagem do mercado de forma impessoal

e exterior às empresas. Segundo ele, para as pessoas que trabalham nas

organizações, o mercado se materializa em forma de clientes individuais, em

relações únicas entre clientes e fornecedores e que devem ser tratadas

especificamente, com tratamentos e relações distintas, ou seja, deve ser

praticado o marketing de relacionamento em detrimento do marketing de

transação.

1.4 O planejamento de Marketing

Todo e qualquer administrador necessita gerenciar as funções de vendas

e de marketing e com isso encontrar um modo sistemático de identificar um

leque de opções e escolher uma ou mais delas e então programar e custear o

14

que deve ser feito para tingir os objetivos. A esse processo chama-se de

planejamento de marketing, que é a aplicação estruturada de recursos para

atingir objetivos.

O planejamento de marketing se torna essencial à medida que o ambiente

onde a empresa está inserida fica mais hostil e complexo. Fatores externos e

internos interagem de forma complexa afetando a capacidade de conseguir

vendas lucrativas.

As empresas buscam sempre maximizar receitas, lucros e o retorno sobre

investimentos, e minimizar custos. Cada item desses tem seu apelo especial

para cada tipo de administrador dependendo da natureza da função exercida na

empresa. O ideal é que haja um compromisso harmonioso entre estas diversas

funções para que a empresa obtenha o melhor desempenho global. (KOTLER,

2000).

O planejamento de marketing ajuda aguçar a racionalidade de modo a

reduzir a complexidade das operações empresariais e agregar uma dimensão de

realismo às esperanças da empresa para o futuro. (MALCON; McDONALD,

2002)

15

CAPÍTULO II

MARKETING ESTRATÉGICO

2.1 Aspectos conceituais

Uma das características mais úteis e importantes do marketing consiste

em poder planejar, com bastante garantia de sucesso, o futuro de uma empresa,

tendo por base as respostas oferecidas às demandas do mercado. Nesse

sentido, o sucesso de uma empresa dependerá, em grande parte, da

capacidade de adaptação e antecipação a estas mudanças. Os gestores devem

ser capazes de compreender em que medida e de que forma as mudanças

futuras poderão afetar a empresa. Para tanto, devem estabelecer as estratégias

mais adequadas para aproveitar essas mudanças em benefício da organização.

Nesse sentido, o marketing estratégico busca conhecer as necessidades

atuais e futuras dos clientes de uma organização, localizar novos nichos de

mercado, identificar segmentos de mercado potenciais, valorizar o potencial e

interesse desses mercados, orientar à empresa em busca dessas oportunidades

e desenhar um plano de atuação que consiga os objetivos buscados.

Para Kotler (2008), o conceito de marketing estratégico une as ideias de

marketing e estratégia em uma única visão. Envolve planejamento e análise com

uma visão de futuro, envolve também foco total nos desejos, necessidades e

interesses dos clientes e consumidores finais para: (a) adequar/segmentar sua

oferta de produtos e serviços; (b) adequar toda a sua estratégia de

comunicação; e (c) trabalhar o fluxo de informações da ponta do consumo à

organização e da organização ao consumidor final.

A fase de formulação da estratégia requer também a intervenção do marketing estratégico na medida em que contribui para a definição das formas de adequação entre aquilo que a organização tem para oferecer e os respetivos mercados-alvo. Assim, mais concretamente, o marketing estratégico contribui com a definição de uma estratégia de segmentação (divisão do mercado em segmentos), targeting (escolha

16

dos segmentos-alvo) e posicionamento (definição da imagem que se quer que seja percebida pelos clientes potenciais), definindo ao mesmo tempo os aspetos genéricos relativamente ao marketing-mix (estratégia genérica de produto, estratégia de definição dos preços, estratégia de distribuição e estratégia de promoção). Relativamente a estes últimos aspetos, deve referir-se que a tomada de decisões concretas relativamente a aspetos específicos (por exemplo conceder um desconto a um cliente) já entra no raio de ação do marketing operacional. (KOTLER, 2008, p. 165)

Nesse sentido, esse tipo de marketing é motivado porque as companhias

atualmente movem-se em um mercado altamente competitivo requerendo,

portanto, a análise contínua das diferentes variáveis, não só da própria empresa,

como também da concorrência. Neste contexto, as empresas em função de seus

recursos e capacidades, deverão formular as correspondentes estratégias de

marketing que lhes permitam se adaptar ao meio e adquirir vantagem à

concorrência. Por conseguinte, o marketing estratégico é indispensável para que

a empresa possa, não só sobreviver, mas se posicionar em um lugar destacado

no futuro.

No que se refere à estratégia empresarial, a busca pela competitividade

está levando as empresas a se reorganizarem, criando serviços e produtos

melhores, dispondo de mais tecnologia, de saber fazer coisas e saber aprender

a fazer coisas novas e melhores.

Nesse sentido, Drucker (1994) afirma que mais importante do que bem

fazer as coisas é fazer coisas certas. Neste contexto, o aumento da

competitividade, a necessidade de sobrevivência e o aumento das exigências

dos clientes pela prestação de serviços e/ou produtos melhores, fazem com que

as empresas busquem conhecer e analisar a estrutura competitiva do setor e a

identificar a estratégia competitiva que as leve a uma posição favorável dentro

do ramo de atividade.

Thompson e Strickland (2002) afirmam que estratégias vencedoras são

apoiadas em vantagens competitivas sustentáveis. Só terá esta vantagem a

empresa que tiver vantagens sobre as rivais, para atrair os clientes e defender-

se contra forças competitivas. A estratégia das empresas deve, essencialmente,

ter o objetivo de proporcionar aos compradores o que eles percebem como valor

superior, que pode ser um bom produto a um preço menor, ou um produto

melhor que valha a pena pagar um pouco mais.

17

2.2 Marketing e Gestão de RH

Para que o planejamento estratégico de RH esteja adequado com o

marketing estratégico é necessário que seja coerente com a estratégia

empresarial, o meio, as capacidades da empresa, e suas características

distintivas. Assim mesmo, é necessário que as diferentes estratégias de RH nas

quais se materialize o planejamento estratégico mantenham uma coerência

entre si, de forma que os efeitos produzidos sobre o pessoal da empresa sejam

harmoniosos.

Conforme Kotler (2008), as estratégias em seu conjunto devem estar

encaminhadas a desenvolver todo o potencial da força trabalhista existente na

empresa, com o objetivo de atingir as metas propostas em seu plano estratégico

global.

Tendo por base os objetivos estratégicos futuros da empresa, é

necessário realizar uma previsão dos recursos humanos que serão necessários.

Para cobrir estas necessidades, a empresa deverá reposicionar seus

empregados, contratar novos colaboradores ou reduzir sua força trabalhista.

Uma das principais decisões que devem ser tomadas pelo departamento

de RH é saber a quem contratar. As empresas podem incrementar a qualidade

de sua força de trabalho mediante a geração de um bom grupo de candidatos,

bem como com o desenvolvimento de programas de seleção relacionados com o

posto de trabalho que permitam dizer quem é mais apropriado para realizar a

tarefa, entre os candidatos que almejam por um determinado posto.

O programa de socialização pode facilitar o processo de adaptação dos

empregados à empresa, de maneira que sejam plenamente operativos no menor

tempo possível. A formação proporciona aos empregados as habilidades

necessárias para que o trabalhador incremente seu rendimento. Os planos de

desenvolvimento de carreiras oferecem ao trabalhador a possibilidade de utilizar

todo seu potencial ao longo de sua estada na empresa.

O sistema de avaliação do rendimento ajuda a identificar os pontos fracos

do trabalhador que devem ser melhorados mediante o uso da formação e os

planos de desenvolvimento da carreira, bem como seus pontos mais fortes. Este

18

sistema de avaliação, por sua sua vez, proporciona uma informação muito

valiosa no momento de recompensar as contribuições relativas dos empregados.

O sistema de retribuição atribui os pagamentos em função tanto da importância

do trabalho desenvolvido pelo empregado, como do bem que este realize o labor

encomendado.

Alternativamente, a empresa pode considerar oportuno distribuir uma

parte da retribuição em função do potencial do empregado. Um sistema de

retribuição bem desenhado deve também recompensar os empregados por

apoiar os objetivos estratégicos da empresa, e deve manter a paridade com o

mercado de trabalho para prevenir a transferência seus melhores empregados

para empresas da concorrência. Os custos e benefícios dos diferentes tipos de

ruptura trabalhista aconselham realizar um adequado gerenciamento da mesma,

antecipando no possível os resultados potenciais da cada situação elegendo a

fórmula que ofereça um melhor resultado.

2.3 Adequação e estratégia do negócio

Piercy (2005) atesta que o desempenho das firmas é, em parte,

influenciada pela maneira como a estratégia do negócio é implementada mais do

que pela escolha estratégica em si, ou seja, como as atividades e

comportamentos das empresas se adequam à estratégia escolhida e ao

ambiente em que elas operam.

Acerca desta abordagem, Drucker (1994, p. 99) postula que a estratégia

do negócio, a qual ele denomina “teoria do negócio”, possui três premissas:

a) premissas sobre o ambiente da organização: a sociedade e sua

estrutura, o mercado, o cliente e a tecnologia e seu dinamismo – definem a

atividade, escopo e o modo como a organização identifica clientes e

competidores, seus valores e comportamentos;

b) premissas sobre a própria missão das organizações – orientam o

comportamento da organização e as decisões do que fazer e do que não fazer,

definindo o que ela considera significativo, no tocante aos resultados;

19

c) premissas sobre as competências essenciais necessárias para

alcançar a missão das organizações – referem-se às forças e fraquezas do

negócio e definem onde a organização deve exceder-se no intuito de manter a

liderança.

Drucker (1994, p.100) esclarece que as empresas não obtêm os

resultados almejados porque “as premissas geralmente não se adequam a

realidade, não se adequam umas as outras, não são compreendidas entre todos

da organização ou não são periodicamente atualizadas”, fazendo com que os

esforços para a obtenção dos resultados sejam infrutíferos.

O autor sugere que o monitoramento do ambiente externo, sobretudo o

monitoramento dos não clientes, passe a ser uma necessidade vital ao negócio,

fazendo com que a empresa seja orientada não somente ao cliente, mas,

principalmente, ao mercado, possibilitando a tomada de decisões efetivas no

intuito de repensar e modificar as políticas, práticas e comportamentos da

organização para torná-la alinhada à realidade ambiental (DRUCKER, 1994, p.

102).

Porter (1986, p. 17) enfatiza que as empresas, no processo de formulação

de suas estratégias, analisem o seu ambiente externo no intuito de identificar

oportunidades, ameaças e outros fatores que possam impactar o negócio, e o

seu ambiente interno, objetivando encontrar pontos fortes e fracos que

representem os seus ativos, qualificações e valores da companhia.

Quanto às premissas sobre o ambiente da organização, Porter (1986)

postula que a concorrência em um dado setor é fruto da sua estrutura

econômica básica, a qual o autor titulou de “forças competitivas”, que

contemplam, além da intensidade da rivalidade entre os concorrentes existentes,

fatores referentes à ameaça de entrada de novos concorrentes, ao poder de

barganha dos fornecedores, ao poder de barganha dos compradores e à

ameaça de produtos substitutos.

Tais forças influenciam na escolha do posicionamento estratégico das

firmas, definindo as suas ofertas, assim como as suas visões, missões, valores e

objetivos. As escolhas estratégicas de posicionamento através da liderança no

custo total, diferenciação ou enfoque, descritas por Porter (1986, p. 49-58),

determinam certos comportamentos organizacionais ou orientações que dão

20

ênfase a determinadas atividades coerentes com o paradigma escolhido.

(SLATER; HULT 2005).

Essas atividades, segundo o autor, são relacionadas a uma proposta de

entrega distintiva de valor para o cliente e incluem uma série de práticas que

permitem às companhias utilizarem melhor os seus recursos, atingindo inclusive

a eficácia, porém de forma lucrativa no longo prazo (PORTER, 1996, p. 62-63).

Porter alerta que competições baseadas na eficiência operacional somente, são

mutuamente destrutivas, criando uma corrida baseada em guerrilhas de preços e

atritos na qual nenhum dos competidores pode vencer, resultando em um jogo

de soma zero, sugerindo que a eficiência operacional é necessária, mas não

suficiente (PORTER, 1996, p. 64).

Porter (1996, p. 66-77) postula que as estratégias possuem contradições,

principalmente se estão suportando atividades incompatíveis e, por esta razão, é

fundamental que as empresas definam a sua posição e adequem as suas

atividades à posição escolhida. O autor redefine o conceito de estratégia como

sendo a escolha de uma posição singular, única, e que esta seja suportada por

um rol de atividades coerentes, interconectadas e diferentes dos rivais,

garantindo a vantagem competitiva (PORTER, 1996, p. 68).

Autores que defendem outras correntes de pensamento, diferentes do

paradigma da organização industrial ao qual Porter pertence, também

corroboram essa ideia, porém, defendem que a avaliação do ambiente externo

não merece maior atenção na análise do posicionamento do que os recursos

internos da firma.

De acordo com Barney (1986, p. 791), “a natureza e as características

das condições competitivas encaradas pelas firmas, determinam suas

oportunidades estratégicas, assim como o seu potencial retorno em explorar tais

oportunidades”. Entretanto, o autor considera que o ambiente competitivo no

qual as firmas estão inseridas pode representar diferentes prismas, em

diferentes tempos, para diferentes empresas (BARNEY, 1986, p. 798).

As questões estratégicas de mercado podem ser respondidas por

diversas perspectivas, segundo Day e Wensley (2003 p. 86), a saber:

a) perspectiva das capacidades do marketing, refletindo a teoria dos

recursos da firma, refere-se às habilidades de compreender os clientes, criar

21

relacionamentos com os parceiros, desenvolver novos produtos ou satisfazer as

demandas comparadamente aos concorrentes. Neste caso, essas capacidades-

chaves determinariam o sucesso da firma;

b) a perspectiva do posicionamento explicaria a vantagem ou

desvantagem da empresa frente ao mercado através da análise da demanda

dos clientes e das ofertas dos concorrentes, no intuito de melhor posicionar os

produtos da empresa;

c) a perspectiva da configuração responderia as questões de mercado

analisando profundamente as alterações de toda a cadeia de valor do mercado

para, então, identificar as atividades que devem ser mantidas sob controle direto

e aquelas que devem fundamentar-se nos mecanismos tradicionais

22

CAPÍTULO III

ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA FARMACÊUTICA

3.1 Contextualização do caso em estudo

Aragão (2009) fez um estudo com o objetivo analisar a estratégia de uma

empresa de sucesso no setor farmacêutico com o objetivo de referenciar os

gestores da área. O autor visou analisar os fatores de sucesso da empresa,

relatar sua evolução histórica, identificar as estratégias adotadas em relação aos

distintos cenários econômicos, relatar seus resultados e analisar a conduta dos

administradores.

A empresa estudada foi a Pílula Farmacêutica do Brasil Ltda, filial

brasileira da Drugs Pharma, organização com sede em Nova York – EUA. A

Drugs Pharma é uma sociedade Anônima de Capital Aberto, sendo controlada

pelos Grupos Pfifer (55%), NY Bank (35%) e Eagle Co (10%). A Pílula

Farmacêutica do Brasil Ltda. pertence à Drugs Pharma e atua no mercado como

empresa de capital fechado. O Grupo está entre os líderes mundiais de pesquisa

de produtos que visam a melhoria da saúde e o bem estar das pessoas.

Conforme Aragão (2009) a Pílula Farmacêutica do Brasil S.A. atua no

setor farmacêutico, produzindo e comercializando (Venda Local, Importação e

Exportação) produtos na linha Hospitalar, OTC e de Prescrição Médica. Na

América do sul, a unidade brasileira serve como produtora e grande centro de

distribuição para os demais países. O principal mercado da referida empresa é o

nacional, sendo que existe uma concentração dos clientes, cerca de 75%, nas

regiões sul, sudeste e centro-oeste. Existe, ainda o mercado Latino Americano

representado pelas demais unidades.

23

3.2 Vantagens estratégicas da Pílula Farmacêutica

Aragão (2009) afirma que a estratégia da empresa assegurou à mesma

grandes vantagens de custo. A redução dos custos que as embalagens

trouxeram ao produto e a redução do custo com insumos que ampliavam a

validade dos medicamentos em cerca de 20% e 15% respectivamente

permitiram à empresa a produção de medicamentos mais baratos.

Conforme o referido autor, respondendo aos investimentos em tecnologia

a Pílula agregou elevada qualidade e maior eficiência a seus produtos sem

aumento de preços e com um alto custo-benefício. Aliado a isso agregou ainda

em seus medicamentos menor grau de reações adversas e de necessidade de

cuidados quanto à conservação. Essas qualidades revestem-se em vantagens

estratégicas para a empresa, principalmente por criar um elevado grau de

confiabilidade de seus produtos.

A referida empresa ao fazer opções excludentes, decidindo entre

alternativas conflitantes, Tradeoff, escolheu a manutenção de um preço baixo

reduzindo os custos de embalagens e os insumos que utilizaria para dar um

maior prazo de validade para os medicamentos, além de limitar-lhes o seu

espectro de indicação, tornando-os mais específicos em seu emprego.

Além disso, como forma de atratividade, seus produtos devido intensa

pesquisa e desenvolvimento passaram a incorporar as vantagens de ter menor

grau de reações adversas e precauções no que se refere a exigências e

cuidados especiais na sua administração.

3.3 Análise das estratégias empresariais

Aragão (2009) informa que tais estratégias corporativas basearam-se no

crescimento gradual e seguro alicerçado na tecnologia e foco no cliente

buscando como estratégia de diferenciação atender determinados nichos de

mercado, particularmente o setor feminino, neurológico e o mercado respiratório.

24

Sua estratégia de integração levantou-se como horizontal, porque

também comprou produtos dos concorrentes e se utilizou de uma variedade de

fornecedores. A estratégia de diversificação levantada foi a concêntrica, porque

sua filosofia de negócios, suas áreas de negócios e ramos de atuação

caracterizaram-se similares bem como as áreas relacionadas.

Segundo Aragão (2009, p. 33):

Sua estratégia de cliente verificou-se fortemente enfocada no sexo, idade e renda das pessoas, característica dos seus produtos, particularmente os maiores, ligados ao setor feminino (sexo), neurológico (renda) e respiratório (idade), em especial o infantil e terceira idade. A estratégia de portfólio da empresa evidenciou-se como relacionada a seus produtos de ação neurológica, respiratória, oncológica, saúde feminina, anestésicos anti-inflamatórios e gastro-enterológicos.

O autor acrescenta que a estratégia de marketing mostrou estar ligada ao

produto, principalmente em função da extrema competição no setor, que exige

qualidade e eficiência, além de atributos adicionais para a criação de imagem

positiva da empresa no mercado. A empresa demonstrou possuir uma estratégia

de produção própria na maioria de seus itens não tendo delegação de produção

para terceiros, por considerar ser uma área sensível em que a imagem da

empresa está associada ao seu produto.

A estratégia de Logística mostrou-se relacionada a distribuição de seus

produtos com o máximo de eficiência e oportunidade bem como no trato de seus

macro clientes, fornecedores e distribuidores.

Aragão (2009) afirma que:

A Pílula Farmacêutica trabalha com a estratégia de extensão de linha de produto onde cria novas linhas específicas para as áreas principais do setor feminino, da área respiratória e neurológica, sem sair de sua atividade essencial. A sua estratégia, quanto a recursos humanos, baseou-se no emprego de recursos próprios, não terceirizando a maioria de suas atividades uma pequena parcela de terceiros que atuam sob sua supervisão direta. A estratégia de finanças na empresa, quanto a alavancagem, baseou-se na utilização de recursos próprios para o fomento de suas atividades de pesquisa e crescimento, demonstrando sua discrição e pouca ação de risco no mercado.

Na análise do referido autor, pela análise da atratividade do setor

depreendeu-se que a Pílula Farmacêutica possui uma taxa de rentabilidade e

25

lucratividade relativamente alta, de pequeno crescimento, constante e seguro.

Essa taxa apresenta maior amplitude nos últimos anos em virtude do

investimento em setores fármacos que detêm menor fatia do mercado, buscando

acompanhar seu crescimento, possibilitando uma maior rentabilidade.

Devido ao percentual de compras dos fornecedores principais ser menor

que 50%, sua influência foi menor para a empresa, principalmente pela gama

muito grande de opções. Da mesma forma, a empresa não sofre com o poder de

barganha do cliente, pois o seu percentual de compras no setor é inferior a 50%.

O volume de unidades de compras apresentou um crescimento

aproximado de 5% ao ano apesar de boa parte também estar sendo exportada,

fato este característico dos investimentos feitos pela empresa em novos

produtos e em tecnologia, na busca de fatias do mercado que não dominam.

3.4 Análise dos fatores-chave

No âmbito da indústria farmacêutica o grau de diferenciação dos produtos

nos últimos anos, aumentou, principalmente pelo crescimento exponencial de

pesquisas, novas tecnologias e campos, como a biogenética, a revolução do

setor. Devido a este fato, a tendência de diferenciação, particularmente das

grandes empresas como a Pílula Farmacêutica cresceu, possibilitando maior

diversificação.

Para Aragão (2009) as estratégias do setor farmacêutico para maior

crescimento foram relativamente divergentes, com tendência redução, devido a

pouca margem de marketing que os produtos oferecem, principalmente porque

requerem efeito imediato e seguro e, neste caso a Pílula Farmacêutica investe

mais em segurança e tecnologia.

Em função dos órgãos fiscalizadores da macroeconomia, da área de

saúde e da defesa do consumidor a mobilidade do setor apresentou-se muito

pequena. Como era esperado, o setor farmacêutico possui alta rentabilidade

devido seus produtos serem de necessidade pública, atendendo a uma área

sensível da vida humana que é a saúde. Porém, ainda neste contexto, há

necessidade de implementação de estratégias para crescimento das empresas

26

farmacêuticas em que a Pílula Farmacêutica busca aliar qualidade e tecnologia,

reduzindo custos de produção e itens mais supérfluos, que eram agregados à

imagem do medicamento.

Segundo Aragão (2009, p. 45)

O nível tecnológico evidenciou-se muito alto e sua lucratividade maior foi nesse setor, pois houve um forte investimento em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos que agregaram maior tecnologia e valor. Sua maior rentabilidade residiu nos novos produtos com vida média curta devido ao contínuo desenvolvimento. Aliado a isso se evidenciou a inovação de produtos mais eficientes e rentáveis para a empresa, bem como a inovação dos processos que barateiam a sua produção.

O autor acrescenta que a distribuição apresentou um alto índice de

desenvolvimento em que os produtos foram disseminados setorialmente e por

região. A Pílula Farmacêutica tem escritórios nas principais regiões econômicas

do país, facilitando a obtenção de seus objetivos.

Todos os indicadores estratégicos da empresa demonstraram um

crescimento das atividades relacionadas ao maior ganho de mercado, sendo que

algumas, como na tabela, demonstraram decréscimo nos fatores prejudiciais à

rentabilidade da empresa. Demonstrou-se, portanto que a Pílula Farmacêutica

direcionou e monitorou rigorosamente seus processos para o alcance de seus

objetivos empresariais.

3.5 Análise global

Em sua análise, Aragão (2009) afirma que na indústria farmacêutica o

crescimento de pesquisas, novas tecnologias e novos campos, como a

biogenética, a revolução do setor, aumentaram a tendência de diferenciação,

particularmente das grandes empresas como a Pílula Farmacêutica.

O autor coloca que as estratégias do setor farmacêutico para maior

crescimento foram relativamente divergentes, com tendência redução, devido a

pouca margem de marketing que os produtos oferecem, principalmente porque

27

requerem efeito imediato e seguro e, neste caso a referida empresa investe mais

em segurança e tecnologia.

Em função dos órgãos fiscalizadores da macroeconomia, da área de

saúde e da defesa do consumidor a mobilidade do setor apresentou-se muito

pequena. Como era esperado, o setor farmacêutico possui alta rentabilidade

devido seus produtos serem de necessidade pública, atendendo a uma área

sensível da vida humana que é a saúde.

Conforme Aragão (2009, p.56):

Respondendo aos investimentos em tecnologia a Pílula Farmacêutica agregou elevada qualidade e maior eficiência a seus produtos sem aumento de preços e com um alto custo-benefício. A Pílula Farmacêutica ao fazer opções excludentes, decidindo entre alternativas conflitantes, Trade-off, escolheu a manutenção de um preço baixo reduzindo os custos de embalagens e os insumos que utilizaria para dar um maior prazo de validade para os medicamentos, além de limitar-lhes o seu espectro de indicação, tornando-os mais específicos em seu emprego. a sinergia de marca se estende em linhas e produtos sem ter uma variedade de marcas, estratégia da referida empresa.

Autor realça que a empresa agregou alta tecnologia de produto, tanto na

produção quanto no desenvolvimento, investindo primordialmente nesta área e

em logística externa visando maior facilitação de relacionamento com

distribuidores, fornecedores e empresas farmacêuticas.

As estratégias corporativas da Pílula Farmacêutica basearam-se no

crescimento gradual e seguro alicerçado na tecnologia e foco no cliente

buscando como estratégia de diferenciação atender determinados nichos de

mercado, particularmente o setor feminino, neurológico e o mercado respiratório.

Sua estratégia de cliente verificou-se fortemente enfocada no sexo, idade e

renda das pessoas, característica dos seus produtos, particularmente os

maiores, ligados ao setor feminino (sexo), neurológico (renda) e respiratório

(idade), em especial o infantil e terceira idade.

A estratégia de portfólio da empresa evidenciou-se como relacionada a

seus produtos de ação neurológica, respiratória, oncológica, saúde feminina,

anestésicos anti-inflamatórios e gastro-enterológicos.

Na perspectiva de Aragão (2009), ficou claro que a referida empresa

trabalha com a estratégia de extensão de linha de produto onde cria novas

28

linhas específicas para as áreas principais do setor feminino, da área respiratória

e neurológica, sem sair de sua atividade essencial. A sua estratégia, quanto a

recursos humanos, baseou-se no emprego de recursos próprios, não

terceirizando a maioria de suas atividades uma pequena parcela de terceiros

que atuam sob sua supervisão direta.

Aragão (2009) afirma que a estratégia de finanças na empresa, quanto a

alavancagem, baseou-se na utilização de recursos próprios para o fomento de

suas atividades de pesquisa e crescimento, demonstrando sua discrição e pouca

ação de risco no mercado. Pela análise da atratividade do setor depreendeu-se

que a Pílula Farmacêutica possui uma taxa de rentabilidade e lucratividade

relativamente alta, de crescimento constante e seguro.

Para Aragão (2009), as estratégias corporativas estão focadas no cliente

e alicerçadas na tecnologia, visando o nicho de medicamentos do setor feminino,

neurológico e respiratório. A estratégia de integração é horizontal e a de cliente é

enfocada na idade, sexo e renda das pessoas. A estratégia de marketing está

ligada à imagem de qualidade e eficiência do produto, fruto de estratégia de

produção própria, não delegada a terceiros.

A análise de Aragão (2009) mostrou não apenas onde os negócios estão,

mas para onde eles irão se nenhuma mudança ocorrer nas estratégias atuais.

Os gerentes envolvidos devem estar focados na escolha entre alternativos

cursos de ações que possam aumentar as chances de alcançar os objetivos da

organização. Esse processo analítico permite realizar modificações e

refinamentos dos objetivos previamente desenvolvidos para assegurar que eles

ainda são práticos e alcançáveis, dados os recursos internos disponíveis e o

atual ambiente externo.

Mudanças nas estratégias e/ou objetivos deverão ser implementadas de

forma dinâmica, pois o planejamento estratégico deverá ser encarado como um

estilo contínuo de administração. A inovação é o grande diferencial estratégico e

os gerentes devem adotar um enfoque de pensamento contínuo sobre o

negócio.

29

CONCLUSÃO

Viu-se neste estudo que a função do marketing estratégico é seguir a

evolução do mercado e identificar os diferentes produtos-mercados. Nesse

sentido, apoia-se na análise das necessidades dos indivíduos e das

organizações. O que o comprador busca não é o produto como tal, mas o

serviço ou a solução a um problema que o produto é suscetível de lhe oferecer.

O Marketing estratégico é o processo adotado por uma organização cujo

objetivo consiste em um rendimento econômico mais elevado que o do mercado,

através de uma política contínua de criação de produtos e serviços que

contribuem aos usuários um valor superior ao das ofertas da concorrência.

No estudo de caso enfocado neste trabalho apurou-se que o grande fator

estratégico da empresa se concentra na dinâmica da tecnologia de produto e de

produção que, por sua vez, traz constantes inovações tecnológicas, tanto em

relação ao barateamento da produção e seu repasse ao cliente, quanto no fato

de agregar valor de polivalência e eficácia maiores que seus concorrentes, numa

filosofia vencedora de empresa que impulsiona as vendas pelo alto grau de

confiabilidade, diferenciação, associado à estratégia de custo.

Apurou-se que a empresa Pílula Farmacêutica detém uma singular

estratégia que alia alta liderança de preço, menor custo, liderança na

diferenciação, alta tecnologia e liderança no foco, clientes de algumas categorias

de medicamentos. Tal característica cria uma vantagem competitiva muito

consistente frente a seus concorrentes na maioria dos focos de interesse do

mercado, o que faz dos produtos da Pílula Farmacêutica líderes de mercado,

agregando elevado valor face às características estratégicas.

A estratégia da empresa é muito boa e eficiente, significativa e relevante

para o setor farmacêutico e para a eficácia da organização no mercado

altamente competitivo de fármacos, no sentido de lhe permitir grande

flexibilidade de lançamento de novos produtos com alto poder de retorno de

investimentos pelo grande valor tecnológico agregado, baixo custo e polivalência

que lhe garante grande vantagem competitiva, tanto no custo relativamente

baixo para o consumidor, quanto pela diferenciação baseada no alto grau de

30

tecnologia embutida. Por isso serve de modelo para organizações similares,

sendo bem adaptável às demais para obtenção de vantagem competitiva no

mercado.

31

BIBLIOGRAFIA

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33

INDICE RESUMO.........................................................................................................2

METODOLOGIA..............................................................................................3

SUMÁRIO........................................................................................................4

INTRODUÇÃO ............................................................................................... 5

1. TEORIA DO MARKETING......................................................................... 7

1.1 Aspectos conceituais .......................................................................... 7

1.2 Aspectos conceituais ........................................................................ 10

1.3 Marketing de Relacionamento .......................................................... 12

1.4 O planejamento de Marketing ........................................................... 13

2. MARKETING ESTRATÉGICO ................................................................. 15

2.1 Aspectos conceituais ........................................................................ 15

2.2 Marketing e Gestão de RH ................................................................ 17

2.3 Adequação e estratégia do negócio ................................................ 18

3. ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA FARMACÊUTICA...................22

3.1 Contextualização do caso em estudo .............................................. 22

3.2 Vantagens estratégicas da Pílula Farmacêutica ............................. 23

3.3 Análise das estratégias empresariais .............................................. 23

3.4 Análise dos fatores-chave ................................................................ 25

3.5 Análise global .................................................................................... 26

CONCLUSÃO .............................................................................................. 29

REFERÊNCIAS ........................................................................................... 31