a indústria farmacêutica

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Ana Cristina Facundo de Brito Daniel de Lima Pontes Indústria Química e Sociedade A indústria farmacêutica Autores aula 06 DISCIPLINA

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a industria farmaceutica

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Page 1: A Indústria Farmacêutica

Ana Cristina Facundo de Brito

Daniel de Lima Pontes

Indústria Química e Sociedade

A indústria farmacêutica

Autores

aula

06

D I S C I P L I N A

Page 2: A Indústria Farmacêutica

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida

sem a autorização expressa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da publicação na Fonte. Biblioteca Central Zila Mamede – UFRN

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Coordenadora de RevisãoGiovana Paiva de Oliveira

Coordenador de EdiçãoAry Sergio Braga Olinisky

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ReitorJosé Ivonildo do Rêgo

Vice-ReitoraÂngela Maria Paiva Cruz

Secretária de Educação a DistânciaVera Lucia do Amaral

Secretaria de Educação a Distância (SEDIS)

Page 3: A Indústria Farmacêutica

Aula 06 Indústria Química e Sociedade

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Apresentação

Já estudamos nas aulas anteriores o surgimento da Indústria Química no cenário mundial,

agora vamos conhecer um pouco mais sobre a indústria farmacêutica no mundo e no Brasil.

Muitas pessoas pensam que a indústria farmacêutica não faz parte da indústria química,

talvez por terem em mente que esta só traz prejuízos ao homem e ao meio ambiente. No

entanto a indústria química está também relacionada à produção e desenvolvimento de novos

medicamentos e cosméticos.

Objetivos

Compreender a evolução da indústria farmacêutica no

mundo e no Brasil.

Entender a importância da indústria farmacêutica.

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Aula 06 Indústria Química e Sociedade2

Informações sobre

a indústria farmacêutica

A indústria farmacêutica é responsável pela produção de medicamentos, embora seja

também uma atividade de desenvolvimento, pesquisa, comercialização e distribuição de

medicamentos.

A maioria das indústrias farmacêuticas mundiais surgiu no fi nal do século 19 e início do

século 20, embora as principais descobertas tenham ocorrido nas décadas de 20 e 30.

A indústria farmacêutica fabrica e comercializa seus produtos somente após pesquisas,

descobertas e testes, o que leva alguns meses ou anos de investimentos. Isso claro está

embutido no preço do medicamento que compramos. Outra forma das indústrias obterem

investimentos para novas pesquisas é através dos royalties.

Uma nova fórmula descoberta leva ao surgimento de um novo medicamento no mercado,

e a empresa busca a proteção dessa nova fórmula na obtenção de patentes. Assim, para que

outras indústrias possam produzi-la devem pagar royalties a que descobriu a nova fórmula.

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Aula 06 Indústria Química e Sociedade 3

A indústria farmacêutica brasileira

No período de 1890 a 1950 a indústria química farmacêutica nasceu e se desenvolveu.

Seu desenvolvimento e criação são considerados tardios quando comparados aos países

europeus, que no século XIX já possuíam avanços notáveis.

Podemos dizer que o desenvolvimento da indústria farmacêutica no Brasil esteve atrelado

à saúde pública e às práticas sanitárias de prevenção e de combate às doenças infecto-

contagiosas.

Dessa forma, o Estado Brasileiro teve importante participação no desenvolvimento da

indústria farmacêutica, principalmente no seu desenvolvimento e incentivo. A produção de

soros, vacinas e medicamentos deu-se através desse incentivo.

Com a expansão da cultura de café no interior paulista e o aumento do número de

imigrantes, ocorreu um aumento no número de doenças e infecções provocadas pelas

péssimas condições sanitárias dos navios, portos e cortiços em que fi cavam hospedados.

Isso gerou uma demanda maior da indústria farmacêutica nacional, que contava com um

parque industrial pequeno.

A produção de produtos de origem mineral demorou muito para iniciar, provocada pela

complexidade tecnológica necessária, além da utilização de matérias-primas importadas, como

o enxofre e os nitratos.

Conforme o progresso era atingido, a área epidemiológica, os cientistas aprofundavam

ainda mais seus estudos, e a descoberta de veículos e mecanismos de transmissão de doenças

tornava-se cada vez mais complexa. Ao fi nal dos anos 20 surgem duas instituições (Instituto

Vacinogênico e o Butantan) encarregadas de fabricar produtos biológicos, elas estavam

localizadas no estado de São Paulo.

O Instituto Vacinogênico tinha como foco a produção de vacinas para varíola, já o Instituto

Butantan produzia vacinas contra a peste e, mais tarde, soro contra as picadas de cobra,

aranhas e escorpiões. Até hoje o Instituto Butantan é uma das maiores produtoras de vacinas

e uma referência em todo o mundo por isso.

O perfi l da indústria farmacêutica nacional sofreu mudanças signifi cativas a partir dos

anos 50, a primeira foi provocada pelo presidente Juscelino Kubitschek com seus planos de

desenvolvimento. A segunda mudança ocorreu no período militar com a abertura das portas

do setor farmacêutico a empresas estrangeiras.

Já a década de 80 fi cou marcada pela estagnação econômica e o descontrole infl acionário,

o que provocou uma diminuição signifi cativa em investimentos no setor farmacêutico.

Entre os anos de 1980 a 2000, as empresas nacionais depararam-se com algumas

difi culdades como o controle de preços pelo governo, a lei de patentes que reforçou o monopólio

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de produtos, o baixo prestígio dos produtos nacionais em detrimento dos importados, o

aumento no grau de exigência na concessão de novos medicamentos por parte da Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e o investimento do setor privado nacional na

produção de fármacos e medicamentos, dentre outros.

O crescimento da indústria farmacêutica na década de 90 não foi acompanhado pelo

aumento da produção de matérias-primas intermediárias, tornando a indústria dependente do

mercado externo e de produtos importados. O investimento em pesquisas e desenvolvimento de

novos farmoquímicos ainda é muito aquém da necessidade. A pesquisa nessa área é fi nanciada

basicamente pelas agências federal e estadual de fomento à pesquisa, através de parcerias

entre Universidades e laboratórios.

A grande reclamação por parte da indústria farmacêutica nacional é exatamente uma

falta de defi nição quanto às políticas públicas de estímulo à indústria nacional. Sendo que ela

teve um grande ganho com a quebra de monopólio de alguns produtos para comercialização,

esses produtos são conhecidos como genéricos.

Os produtos genéricos não possuem marca e são identifi cados pelo princípio ativo ou o

nome da principal substância e sua produção e comercialização só podem ser realizadas após

o término do prazo de vigência da patente do medicamento.

Segundo a ANVISA, as vendas de produtos genéricos passaram de 2 milhões para 5

milhões de unidades por mês em média no ano de 2001.

O setor industrial farmacêutico brasileiro atualmente é formado por aproximadamente

396 empresas, o que corresponde a 83% do mercado farmacêutico. Um grande número de

empresas está localizado na região sudeste e gera em torno de 50.000 empregos diretos e

250.000 empregos indiretos.

Pesquise sobre patentes industriais e qual o tempo de vigência.

Quais as difi culdades encontradas pela indústria farmacêutica?

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Aula 06 Indústria Química e Sociedade 5

Empresas líderes de vendas

Você já deve ter comprado ou utilizado algum medicamento produzido pelas maiores

indústrias farmacêuticas, dentre elas podemos citar a Roche, Pfi zer, Johnson e Johnson e

Merck. Todas essas citadas são empresas multinacionais que possuem representantes ou

sedes no Brasil. Vamos nos deter agora comentando sobre as empresas brasileiras e sua

história e produtos.

A EMS é uma empresa com capital completamente nacional, possui 45 anos de experiência

na produção de medicamentos. A empresa possui dois complexos industriais no estado de

São Paulo. Foi o primeiro laboratório particular a exportar medicamentos para a Europa e a

produzir no Brasil medicamentos genéricos. A fi gura 1 mostra a foto de um dos complexos.

Figura 1 – Foto da empresa em São Bernardo do Campo – São Paulo

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ez. 2009.

A empresa produz 360 milhões de unidade/ano de medicamentos, podendo ter esse valor

aumentado. Cerca de 6% do seu faturamento é destinado à pesquisa e desenvolvimento de

novos produtos.

A Eurofarma iniciou sua história em 1972 com o nome de Billi Farmacêutica e começou

fabricando medicamentos para terceiros (laboratórios nacionais e internacionais) e com o passar

dos anos passou a fabricar e comercializar marcas próprias e produtos multinacionais sob licença.

Somente em 1993 adquiriu o nome de Eurofarma. A empresa produz e comercializa

medicamentos para as áreas humanas e veterinárias. Atua também na produção de genéricos.

A Novafarma Indústria Farmacêutica foi fundada em 1994, como prestadora de serviço,

onde terceirizava a produção de medicamentos injetáveis. No ano de 2000 a empresa distribui os

primeiros produtos com a sua marca, tornando-se uma empresa produtora. Ela está localizada no

pólo Farmoquímico de Goiás. A empresa é referência na fabricação de medicamentos injetáveis.

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Aula 06 Indústria Química e Sociedade6

O Instituto Butantan

Muitas pessoas já ouviram falar no instituto, entretanto poucas sabem da sua importância

para a indústria farmacêutica nacional e para o mundo. O Instituto é responsável pela produção

de mais de 80% de todas as vacinas e soros utilizados no nosso país, e possui um serpentário

e unidades de produção de vacinas e biofármacos.

O instituto Butantan surgiu da necessidade de se resolver o problema da peste bubônica

no porto de Santos em 1900. Na época o Governador de São Paulo desapropriou uma fazenda

com o nome de Butantan para a construção do instituto, daí a origem do seu nome. O primeiro

diretor dessa instituição foi Adolfo Lutz que convidou o mineiro Vital Brazil para trabalhar como

seu assistente. Em um curto espaço de tempo ele diagnosticou a doença e trabalhando em

conjunto com Osvaldo Cruz conseguiu controlar a peste.

O quadro abaixo traz um resumo sobre a história do instituto e seus marcos históricos.

Ano Atividade

1901 Fundação do Instituto Butantan.

1914Construção da nova sede e a paulatina ampliação de seu orçamento faz com que o instituto

comece a se consolidar como a mais importante instituição de pesquisa biomédica.

1962O instituto Butantan começa a participar de campanhas de vacinação, como a poliomielite

(paralisia infantil) e epidemias de difteria e varíola.

1971Começa a produção de bcg liofi lizado (contra a tuberculose). Implanta laboratórios de estudo

da meningite e produz uma vacina contra a encefalite.

1978 Começa a preparar-se para produzir a vacina contra o sarampo.

1980 A produção de vacinas atinge a marca de 13 milhões de doses

1984O instituto tem ampla participação no Programa Nacional de Autosufi ciência em Imunobiológicos.

Tem dinamizados as linhas de pesquisa básica dentro de seu campo de atuação.

1985 Cria o Centro de Biotecnologia, que alia pesquisa básica, desenvolvimento e tecnologia para

produção em escala industrial.

1989Começa a produção de anticorpos monocionais e imunobiológicos para a redução de rejeição

em transplantes.

1991

Sua reestruturação possibilitou o incremento em atividades básicas de pesquisa através dos

laboratórios de Artrópodes, Biologia Celular, Bioquímica e Biofísica, Entomologia, Farmacologia

e Fisiopatologia, Genética, Herpetologia, Imunoquímica, Imunogenética, Imunopatologia,

Imunologia Viral.

1995Desenvolve e inicia produção industrial da vacina contra Hepatite B, através de técnicas de

engenharia genética.

1997Desenvolve vacinas combinadas, imunobiológicos para pacientes renais aguardando transplante

e surfactantes pulmonares para bebês prematuros.

Quadro 1 – Histórico do desenvolvimento do Instituto Butantan

Fonte: <http://www.guiabutanta.com/butantan/historia.htm>. Acesso em: 1 dez. 2009.

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O Instituto Adolfo Lutz

O instituto é um laboratório de análises credenciado pelo Ministério da Saúde como

Laboratório Nacional em Saúde Pública e Laboratório de referência Macrorregional,

com sede em São Paulo. Seu nome deve-se a uma homenagem ao seu primeiro diretor

Adolfo Litz. O instituto também é: colaborador do Programa Conjunto FAO/OMS a fi m de

monitorar os contaminantes em alimentos; centro de referência no controle de qualidade

analítica de micotoxinas, resíduos de pesticidas; Coordenador Nacional do Programa de

monitoramento de matérias estranhas em alimentos; centro de referência nacional para

diagnóstico laboratorial de AIDS; dentre outras atribuições.

O instituto também desenvolve pesquisas relevantes para a saúde coletiva, desenvolve

pesquisas aplicadas e divulga trabalhos científi cos.

Figura 2 – Foto do Busto de Adolfo Lutz localizado na entrada do instituto

Fonte: <http://www.ial.sp.gov.br/>. Acesso em: 1 dez. 2009.

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Aula 06 Indústria Química e Sociedade

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Pesquise sobre o Instituto Butantan e seus produtos.

Pesquise sobre o Instituto Adolfo Lutz e seus produtos.

O novo limiar da indústria

farmacêutica

O texto abaixo foi extraído da revista Exame e traz uma visão bem ampla da indústria

farmacêutica no Brasil e no mundo, por isso a escolha deste artigo como parte integrante

desta aula.

O Brasil entra na rota das empresas de biotecnologia - as mais inovadoras do mercado

de remédios

A história da indústria farmacêutica no Brasil é marcada por dois momentos bem distintos.

O primeiro, que durou até o fi m da década passada, é caracterizado pelo domínio absoluto dos

grandes laboratórios multinacionais. O segundo refl ete a ascensão das empresas brasileiras

de medicamentos genéricos que, em menos de dez anos, chegaram à liderança do setor

em volume de vendas. Nos últimos meses, começou a se desenhar um terceiro ciclo, o dos

fabricantes de medicamentos de biotecnologia. Trata-se de laboratórios dedicados à produção

de drogas extremamente sofi sticadas, sintetizadas pela manipulação genética de células e

destinadas ao tratamento de doenças complexas. Entre abril e outubro do ano passado, três

multinacionais especializadas nesse tipo de remédio se instalaram no Brasil: a anglo-inglesa

Shire, com faturamento de 1,7 bilhão de dólares, e as americanas Biogen (2,6 bilhões de

dólares) e Biomarin (90 milhões de dólares). Até então, apenas duas empresas do gênero

atuavam no Brasil, a americana Genzyme e a suíça Actelion. Por enquanto, nenhuma das cinco

possui fábrica no país -- sua atuação se restringe à importação de produtos e, em alguns casos,

a pesquisas envolvendo novos medicamentos. Mas pelo menos uma das recém-chegadas,

a Shire, planeja instalar nos próximos anos uma linha de produção local. A empresa já tem

duas drogas destinadas a doenças genéticas degenerativas em fase de aprovação pela Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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O desembarque das empresas de biotecnologia no Brasil é refl exo do forte crescimento

global desse segmento da indústria farmacêutica. O mercado de biotecnologia faturou 70

bilhões de dólares em 2006, mais que o dobro do valor registrado no início da década. Até o

momento, essa expansão tem se sustentado basicamente nos Estados Unidos e na Europa,

mercados prioritários das multinacionais do setor. Agora, essas empresas passam a prestar mais

atenção nos países emergentes. No caso específi co do Brasil, o tamanho da população é um

dos principais atrativos. Os três laboratórios que se instalaram no país recentemente produzem

medicamentos contra doenças raras, para as quais a indústria tradicional não conseguiu

desenvolver drogas efi cazes. São problemas que atingem um número limitado de pessoas. Daí

a relevância de mercados grandes, em virtude do maior número de clientes potenciais. Também

estão em jogo fatores econômicos -- um ano de tratamento com essas drogas pode custar até

50 000 dólares. “Além do tamanho da população, leva-se em conta a capacidade das pessoas e

dos governos de comprar medicamentos”, diz Roberto Marques, diretor-geral da Shire no país.

“Sob esses critérios, o Brasil é um dos três mercados com maior potencial de crescimento.”

A biotecnologia representa um sopro de renovação para a indústria farmacêutica, que,

há dez anos, enfrenta difi culdades para lançar novos medicamentos por meio de processos

tradicionais. Já os remédios biológicos são a grande esperança de cura para doenças como

alguns tipos de câncer e o mal de Alzheimer -- para as quais a pesquisa convencional ainda não

encontrou solução defi nitiva. Um relatório recente da consultoria Ernest & Young apontou a

biotecnologia como o motor da inovação no setor. Cerca de metade de todos os medicamentos

em fase de desenvolvimento no mundo hoje são derivados de processos biológicos. Em 2006,

as empresas americanas de biotecnologia cresceram 20% -- mais que o dobro que a média

do setor farmacêutico.

A relevância desse segmento da indústria fez com que as gigantes do setor também

passassem a apostar em biotecnologia. Fusões e aquisições nessa área movimentaram 135

bilhões de dólares em 2006, o segundo maior índice de sua história, alimentado principalmente

pelo interesse de potências como Pfi zer e Merck em pequenas e médias companhias dedicadas

ao desenvolvimento de drogas biológicas. Praticamente todas as multinacionais farmacêuticas

têm divisões de biotecnologia ou parcerias com empresas especializadas. Em algumas dessas

grandes corporações, as drogas que mais vendem são justamente as produzidas por meio de

processos biológicos. É o caso da Abbott, em que uma única droga biotecnológica, a Humira,

indicada para o tratamento de artrite reumatoide, é responsável pelo faturamento de 2 bilhões

de dólares por ano, o equivalente a 10% da receita total da empresa.

A opção pela biotecnologia mudou radicalmente o modelo de negócios da indústria

farmacêutica. Em média, o desenvolvimento de uma droga biológica custa cerca de 25%

mais que o de uma droga tradicional. O processo de produção também é mais demorado. Os

laboratórios levam até um ano para produzir um lote de medicamento biológico -- esse prazo

se resume a alguns dias no caso das drogas químicas. Além disso, a aprovação pelos órgãos

de governo leva cerca de 10% mais tempo, pois os testes são mais exaustivos. Mas, ainda

assim, o uso de biotecnologia é bastante vantajoso. Além de ter margens mais altas, as drogas

biotecnológicas sofrem menos com a concorrência. Copiá-las é uma tarefa extremamente

complexa, o que difi culta o lançamento de genéricos -- mais um motivo para essas empresas

se sentirem tão à vontade para atuar no Brasil.

Fonte: <http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0910/negocios/m0149849.html>. Acesso em: 1 dez. 2009.

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Resumo

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Nesta aula, estudamos a evolução e surgimento da indústria farmacêutica no

Brasil. Seu desenvolvimento ocorreu basicamente apoiado pelo poder público

a fi m de curar doenças e pragas nas cidades. Como instituições de referência

no Brasil podemos citar o Instituto Butantan, referência na produção de vacinas

para venenos de cobras e escorpiões. Já o Instituto Adolfo Lutz especifi cou-se

como um laboratório de análises quantitativas, sendo referência nos exames de

identifi cação do vírus da AIDS.

Autoavaliação

Cite três indústrias farmacêuticas nacionais e alguns de seus produtos.

Qual a relação entre a peste bubônica e a indústria farmacêutica nacional?

O que são remédios genéricos e qual a sua importância para a indústria farmacêutica

nacional?

Como surgiram os dois Institutos Brasileiros estudados?

Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA QUÍMICA – ABIQUIM. Disponível em: <www.

abiquim.com.br>. Acesso em: 23 out. 2009.

CARRARA JÚNIOR, E.; MEIRELLES, H. A indústria química e o desenvolvimento do Brasil. São Paulo: Metalivros, 1996.

INSTITUTO ADOLFO LUTZ - IAL. Disponível em: <http://www.ial.sp.gov.br/>. Acesso em:

1 dez. 2009.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Dados estatísticos da indústria brasileira. Rio de Janeiro, 2003.

WONGTSCHOWSKI, P. Indústria química: riscos e oportunidades. 2. ed. São Paulo: Edgard

Blücher, 2002.

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