a indústria farmacêutica
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a industria farmaceuticaTRANSCRIPT
Ana Cristina Facundo de Brito
Daniel de Lima Pontes
Indústria Química e Sociedade
A indústria farmacêutica
Autores
aula
06
D I S C I P L I N A
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Aula 06 Indústria Química e Sociedade
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Apresentação
Já estudamos nas aulas anteriores o surgimento da Indústria Química no cenário mundial,
agora vamos conhecer um pouco mais sobre a indústria farmacêutica no mundo e no Brasil.
Muitas pessoas pensam que a indústria farmacêutica não faz parte da indústria química,
talvez por terem em mente que esta só traz prejuízos ao homem e ao meio ambiente. No
entanto a indústria química está também relacionada à produção e desenvolvimento de novos
medicamentos e cosméticos.
Objetivos
Compreender a evolução da indústria farmacêutica no
mundo e no Brasil.
Entender a importância da indústria farmacêutica.
Aula 06 Indústria Química e Sociedade2
Informações sobre
a indústria farmacêutica
A indústria farmacêutica é responsável pela produção de medicamentos, embora seja
também uma atividade de desenvolvimento, pesquisa, comercialização e distribuição de
medicamentos.
A maioria das indústrias farmacêuticas mundiais surgiu no fi nal do século 19 e início do
século 20, embora as principais descobertas tenham ocorrido nas décadas de 20 e 30.
A indústria farmacêutica fabrica e comercializa seus produtos somente após pesquisas,
descobertas e testes, o que leva alguns meses ou anos de investimentos. Isso claro está
embutido no preço do medicamento que compramos. Outra forma das indústrias obterem
investimentos para novas pesquisas é através dos royalties.
Uma nova fórmula descoberta leva ao surgimento de um novo medicamento no mercado,
e a empresa busca a proteção dessa nova fórmula na obtenção de patentes. Assim, para que
outras indústrias possam produzi-la devem pagar royalties a que descobriu a nova fórmula.
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A indústria farmacêutica brasileira
No período de 1890 a 1950 a indústria química farmacêutica nasceu e se desenvolveu.
Seu desenvolvimento e criação são considerados tardios quando comparados aos países
europeus, que no século XIX já possuíam avanços notáveis.
Podemos dizer que o desenvolvimento da indústria farmacêutica no Brasil esteve atrelado
à saúde pública e às práticas sanitárias de prevenção e de combate às doenças infecto-
contagiosas.
Dessa forma, o Estado Brasileiro teve importante participação no desenvolvimento da
indústria farmacêutica, principalmente no seu desenvolvimento e incentivo. A produção de
soros, vacinas e medicamentos deu-se através desse incentivo.
Com a expansão da cultura de café no interior paulista e o aumento do número de
imigrantes, ocorreu um aumento no número de doenças e infecções provocadas pelas
péssimas condições sanitárias dos navios, portos e cortiços em que fi cavam hospedados.
Isso gerou uma demanda maior da indústria farmacêutica nacional, que contava com um
parque industrial pequeno.
A produção de produtos de origem mineral demorou muito para iniciar, provocada pela
complexidade tecnológica necessária, além da utilização de matérias-primas importadas, como
o enxofre e os nitratos.
Conforme o progresso era atingido, a área epidemiológica, os cientistas aprofundavam
ainda mais seus estudos, e a descoberta de veículos e mecanismos de transmissão de doenças
tornava-se cada vez mais complexa. Ao fi nal dos anos 20 surgem duas instituições (Instituto
Vacinogênico e o Butantan) encarregadas de fabricar produtos biológicos, elas estavam
localizadas no estado de São Paulo.
O Instituto Vacinogênico tinha como foco a produção de vacinas para varíola, já o Instituto
Butantan produzia vacinas contra a peste e, mais tarde, soro contra as picadas de cobra,
aranhas e escorpiões. Até hoje o Instituto Butantan é uma das maiores produtoras de vacinas
e uma referência em todo o mundo por isso.
O perfi l da indústria farmacêutica nacional sofreu mudanças signifi cativas a partir dos
anos 50, a primeira foi provocada pelo presidente Juscelino Kubitschek com seus planos de
desenvolvimento. A segunda mudança ocorreu no período militar com a abertura das portas
do setor farmacêutico a empresas estrangeiras.
Já a década de 80 fi cou marcada pela estagnação econômica e o descontrole infl acionário,
o que provocou uma diminuição signifi cativa em investimentos no setor farmacêutico.
Entre os anos de 1980 a 2000, as empresas nacionais depararam-se com algumas
difi culdades como o controle de preços pelo governo, a lei de patentes que reforçou o monopólio
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de produtos, o baixo prestígio dos produtos nacionais em detrimento dos importados, o
aumento no grau de exigência na concessão de novos medicamentos por parte da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e o investimento do setor privado nacional na
produção de fármacos e medicamentos, dentre outros.
O crescimento da indústria farmacêutica na década de 90 não foi acompanhado pelo
aumento da produção de matérias-primas intermediárias, tornando a indústria dependente do
mercado externo e de produtos importados. O investimento em pesquisas e desenvolvimento de
novos farmoquímicos ainda é muito aquém da necessidade. A pesquisa nessa área é fi nanciada
basicamente pelas agências federal e estadual de fomento à pesquisa, através de parcerias
entre Universidades e laboratórios.
A grande reclamação por parte da indústria farmacêutica nacional é exatamente uma
falta de defi nição quanto às políticas públicas de estímulo à indústria nacional. Sendo que ela
teve um grande ganho com a quebra de monopólio de alguns produtos para comercialização,
esses produtos são conhecidos como genéricos.
Os produtos genéricos não possuem marca e são identifi cados pelo princípio ativo ou o
nome da principal substância e sua produção e comercialização só podem ser realizadas após
o término do prazo de vigência da patente do medicamento.
Segundo a ANVISA, as vendas de produtos genéricos passaram de 2 milhões para 5
milhões de unidades por mês em média no ano de 2001.
O setor industrial farmacêutico brasileiro atualmente é formado por aproximadamente
396 empresas, o que corresponde a 83% do mercado farmacêutico. Um grande número de
empresas está localizado na região sudeste e gera em torno de 50.000 empregos diretos e
250.000 empregos indiretos.
Pesquise sobre patentes industriais e qual o tempo de vigência.
Quais as difi culdades encontradas pela indústria farmacêutica?
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Empresas líderes de vendas
Você já deve ter comprado ou utilizado algum medicamento produzido pelas maiores
indústrias farmacêuticas, dentre elas podemos citar a Roche, Pfi zer, Johnson e Johnson e
Merck. Todas essas citadas são empresas multinacionais que possuem representantes ou
sedes no Brasil. Vamos nos deter agora comentando sobre as empresas brasileiras e sua
história e produtos.
A EMS é uma empresa com capital completamente nacional, possui 45 anos de experiência
na produção de medicamentos. A empresa possui dois complexos industriais no estado de
São Paulo. Foi o primeiro laboratório particular a exportar medicamentos para a Europa e a
produzir no Brasil medicamentos genéricos. A fi gura 1 mostra a foto de um dos complexos.
Figura 1 – Foto da empresa em São Bernardo do Campo – São Paulo
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A empresa produz 360 milhões de unidade/ano de medicamentos, podendo ter esse valor
aumentado. Cerca de 6% do seu faturamento é destinado à pesquisa e desenvolvimento de
novos produtos.
A Eurofarma iniciou sua história em 1972 com o nome de Billi Farmacêutica e começou
fabricando medicamentos para terceiros (laboratórios nacionais e internacionais) e com o passar
dos anos passou a fabricar e comercializar marcas próprias e produtos multinacionais sob licença.
Somente em 1993 adquiriu o nome de Eurofarma. A empresa produz e comercializa
medicamentos para as áreas humanas e veterinárias. Atua também na produção de genéricos.
A Novafarma Indústria Farmacêutica foi fundada em 1994, como prestadora de serviço,
onde terceirizava a produção de medicamentos injetáveis. No ano de 2000 a empresa distribui os
primeiros produtos com a sua marca, tornando-se uma empresa produtora. Ela está localizada no
pólo Farmoquímico de Goiás. A empresa é referência na fabricação de medicamentos injetáveis.
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O Instituto Butantan
Muitas pessoas já ouviram falar no instituto, entretanto poucas sabem da sua importância
para a indústria farmacêutica nacional e para o mundo. O Instituto é responsável pela produção
de mais de 80% de todas as vacinas e soros utilizados no nosso país, e possui um serpentário
e unidades de produção de vacinas e biofármacos.
O instituto Butantan surgiu da necessidade de se resolver o problema da peste bubônica
no porto de Santos em 1900. Na época o Governador de São Paulo desapropriou uma fazenda
com o nome de Butantan para a construção do instituto, daí a origem do seu nome. O primeiro
diretor dessa instituição foi Adolfo Lutz que convidou o mineiro Vital Brazil para trabalhar como
seu assistente. Em um curto espaço de tempo ele diagnosticou a doença e trabalhando em
conjunto com Osvaldo Cruz conseguiu controlar a peste.
O quadro abaixo traz um resumo sobre a história do instituto e seus marcos históricos.
Ano Atividade
1901 Fundação do Instituto Butantan.
1914Construção da nova sede e a paulatina ampliação de seu orçamento faz com que o instituto
comece a se consolidar como a mais importante instituição de pesquisa biomédica.
1962O instituto Butantan começa a participar de campanhas de vacinação, como a poliomielite
(paralisia infantil) e epidemias de difteria e varíola.
1971Começa a produção de bcg liofi lizado (contra a tuberculose). Implanta laboratórios de estudo
da meningite e produz uma vacina contra a encefalite.
1978 Começa a preparar-se para produzir a vacina contra o sarampo.
1980 A produção de vacinas atinge a marca de 13 milhões de doses
1984O instituto tem ampla participação no Programa Nacional de Autosufi ciência em Imunobiológicos.
Tem dinamizados as linhas de pesquisa básica dentro de seu campo de atuação.
1985 Cria o Centro de Biotecnologia, que alia pesquisa básica, desenvolvimento e tecnologia para
produção em escala industrial.
1989Começa a produção de anticorpos monocionais e imunobiológicos para a redução de rejeição
em transplantes.
1991
Sua reestruturação possibilitou o incremento em atividades básicas de pesquisa através dos
laboratórios de Artrópodes, Biologia Celular, Bioquímica e Biofísica, Entomologia, Farmacologia
e Fisiopatologia, Genética, Herpetologia, Imunoquímica, Imunogenética, Imunopatologia,
Imunologia Viral.
1995Desenvolve e inicia produção industrial da vacina contra Hepatite B, através de técnicas de
engenharia genética.
1997Desenvolve vacinas combinadas, imunobiológicos para pacientes renais aguardando transplante
e surfactantes pulmonares para bebês prematuros.
Quadro 1 – Histórico do desenvolvimento do Instituto Butantan
Fonte: <http://www.guiabutanta.com/butantan/historia.htm>. Acesso em: 1 dez. 2009.
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O Instituto Adolfo Lutz
O instituto é um laboratório de análises credenciado pelo Ministério da Saúde como
Laboratório Nacional em Saúde Pública e Laboratório de referência Macrorregional,
com sede em São Paulo. Seu nome deve-se a uma homenagem ao seu primeiro diretor
Adolfo Litz. O instituto também é: colaborador do Programa Conjunto FAO/OMS a fi m de
monitorar os contaminantes em alimentos; centro de referência no controle de qualidade
analítica de micotoxinas, resíduos de pesticidas; Coordenador Nacional do Programa de
monitoramento de matérias estranhas em alimentos; centro de referência nacional para
diagnóstico laboratorial de AIDS; dentre outras atribuições.
O instituto também desenvolve pesquisas relevantes para a saúde coletiva, desenvolve
pesquisas aplicadas e divulga trabalhos científi cos.
Figura 2 – Foto do Busto de Adolfo Lutz localizado na entrada do instituto
Fonte: <http://www.ial.sp.gov.br/>. Acesso em: 1 dez. 2009.
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Pesquise sobre o Instituto Butantan e seus produtos.
Pesquise sobre o Instituto Adolfo Lutz e seus produtos.
O novo limiar da indústria
farmacêutica
O texto abaixo foi extraído da revista Exame e traz uma visão bem ampla da indústria
farmacêutica no Brasil e no mundo, por isso a escolha deste artigo como parte integrante
desta aula.
O Brasil entra na rota das empresas de biotecnologia - as mais inovadoras do mercado
de remédios
A história da indústria farmacêutica no Brasil é marcada por dois momentos bem distintos.
O primeiro, que durou até o fi m da década passada, é caracterizado pelo domínio absoluto dos
grandes laboratórios multinacionais. O segundo refl ete a ascensão das empresas brasileiras
de medicamentos genéricos que, em menos de dez anos, chegaram à liderança do setor
em volume de vendas. Nos últimos meses, começou a se desenhar um terceiro ciclo, o dos
fabricantes de medicamentos de biotecnologia. Trata-se de laboratórios dedicados à produção
de drogas extremamente sofi sticadas, sintetizadas pela manipulação genética de células e
destinadas ao tratamento de doenças complexas. Entre abril e outubro do ano passado, três
multinacionais especializadas nesse tipo de remédio se instalaram no Brasil: a anglo-inglesa
Shire, com faturamento de 1,7 bilhão de dólares, e as americanas Biogen (2,6 bilhões de
dólares) e Biomarin (90 milhões de dólares). Até então, apenas duas empresas do gênero
atuavam no Brasil, a americana Genzyme e a suíça Actelion. Por enquanto, nenhuma das cinco
possui fábrica no país -- sua atuação se restringe à importação de produtos e, em alguns casos,
a pesquisas envolvendo novos medicamentos. Mas pelo menos uma das recém-chegadas,
a Shire, planeja instalar nos próximos anos uma linha de produção local. A empresa já tem
duas drogas destinadas a doenças genéticas degenerativas em fase de aprovação pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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O desembarque das empresas de biotecnologia no Brasil é refl exo do forte crescimento
global desse segmento da indústria farmacêutica. O mercado de biotecnologia faturou 70
bilhões de dólares em 2006, mais que o dobro do valor registrado no início da década. Até o
momento, essa expansão tem se sustentado basicamente nos Estados Unidos e na Europa,
mercados prioritários das multinacionais do setor. Agora, essas empresas passam a prestar mais
atenção nos países emergentes. No caso específi co do Brasil, o tamanho da população é um
dos principais atrativos. Os três laboratórios que se instalaram no país recentemente produzem
medicamentos contra doenças raras, para as quais a indústria tradicional não conseguiu
desenvolver drogas efi cazes. São problemas que atingem um número limitado de pessoas. Daí
a relevância de mercados grandes, em virtude do maior número de clientes potenciais. Também
estão em jogo fatores econômicos -- um ano de tratamento com essas drogas pode custar até
50 000 dólares. “Além do tamanho da população, leva-se em conta a capacidade das pessoas e
dos governos de comprar medicamentos”, diz Roberto Marques, diretor-geral da Shire no país.
“Sob esses critérios, o Brasil é um dos três mercados com maior potencial de crescimento.”
A biotecnologia representa um sopro de renovação para a indústria farmacêutica, que,
há dez anos, enfrenta difi culdades para lançar novos medicamentos por meio de processos
tradicionais. Já os remédios biológicos são a grande esperança de cura para doenças como
alguns tipos de câncer e o mal de Alzheimer -- para as quais a pesquisa convencional ainda não
encontrou solução defi nitiva. Um relatório recente da consultoria Ernest & Young apontou a
biotecnologia como o motor da inovação no setor. Cerca de metade de todos os medicamentos
em fase de desenvolvimento no mundo hoje são derivados de processos biológicos. Em 2006,
as empresas americanas de biotecnologia cresceram 20% -- mais que o dobro que a média
do setor farmacêutico.
A relevância desse segmento da indústria fez com que as gigantes do setor também
passassem a apostar em biotecnologia. Fusões e aquisições nessa área movimentaram 135
bilhões de dólares em 2006, o segundo maior índice de sua história, alimentado principalmente
pelo interesse de potências como Pfi zer e Merck em pequenas e médias companhias dedicadas
ao desenvolvimento de drogas biológicas. Praticamente todas as multinacionais farmacêuticas
têm divisões de biotecnologia ou parcerias com empresas especializadas. Em algumas dessas
grandes corporações, as drogas que mais vendem são justamente as produzidas por meio de
processos biológicos. É o caso da Abbott, em que uma única droga biotecnológica, a Humira,
indicada para o tratamento de artrite reumatoide, é responsável pelo faturamento de 2 bilhões
de dólares por ano, o equivalente a 10% da receita total da empresa.
A opção pela biotecnologia mudou radicalmente o modelo de negócios da indústria
farmacêutica. Em média, o desenvolvimento de uma droga biológica custa cerca de 25%
mais que o de uma droga tradicional. O processo de produção também é mais demorado. Os
laboratórios levam até um ano para produzir um lote de medicamento biológico -- esse prazo
se resume a alguns dias no caso das drogas químicas. Além disso, a aprovação pelos órgãos
de governo leva cerca de 10% mais tempo, pois os testes são mais exaustivos. Mas, ainda
assim, o uso de biotecnologia é bastante vantajoso. Além de ter margens mais altas, as drogas
biotecnológicas sofrem menos com a concorrência. Copiá-las é uma tarefa extremamente
complexa, o que difi culta o lançamento de genéricos -- mais um motivo para essas empresas
se sentirem tão à vontade para atuar no Brasil.
Fonte: <http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0910/negocios/m0149849.html>. Acesso em: 1 dez. 2009.
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Resumo
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Nesta aula, estudamos a evolução e surgimento da indústria farmacêutica no
Brasil. Seu desenvolvimento ocorreu basicamente apoiado pelo poder público
a fi m de curar doenças e pragas nas cidades. Como instituições de referência
no Brasil podemos citar o Instituto Butantan, referência na produção de vacinas
para venenos de cobras e escorpiões. Já o Instituto Adolfo Lutz especifi cou-se
como um laboratório de análises quantitativas, sendo referência nos exames de
identifi cação do vírus da AIDS.
Autoavaliação
Cite três indústrias farmacêuticas nacionais e alguns de seus produtos.
Qual a relação entre a peste bubônica e a indústria farmacêutica nacional?
O que são remédios genéricos e qual a sua importância para a indústria farmacêutica
nacional?
Como surgiram os dois Institutos Brasileiros estudados?
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA QUÍMICA – ABIQUIM. Disponível em: <www.
abiquim.com.br>. Acesso em: 23 out. 2009.
CARRARA JÚNIOR, E.; MEIRELLES, H. A indústria química e o desenvolvimento do Brasil. São Paulo: Metalivros, 1996.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ - IAL. Disponível em: <http://www.ial.sp.gov.br/>. Acesso em:
1 dez. 2009.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Dados estatísticos da indústria brasileira. Rio de Janeiro, 2003.
WONGTSCHOWSKI, P. Indústria química: riscos e oportunidades. 2. ed. São Paulo: Edgard
Blücher, 2002.
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