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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO Por: Edmilson de Brito Palma Orientador Prof. Aleksandra Sliwowska Rio de Janeiro Janeiro / 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

RECRUTAMENTO E SELEÇÃO

Por: Edmilson de Brito Palma

Orientador

Prof. Aleksandra Sliwowska

Rio de Janeiro

Janeiro / 2011

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

RECRUTAMENTO E SELEÇÃO

Objetivos:

Compreender os processos e técnicas de

recrutamento e seleção adotados pelas

organizações.

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE RECURSOS

HUMANOS

Por: Edmilson de Brito Palma

3

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, amigos e colegas de

trabalho pelo apoio recebido durante a

minha trajetória profissional. E quero,

também, agradecer ao carinho e

dedicação de todos os professores que

ministraram este curso.

4

DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Jessé e Maria José, e ao

meu filho Caio, que são as pessoas mais

importantes da minha vida.

5

RESUMO

O processo de recrutamento e seleção é de fundamental importância

para o sucesso da organização É o pontapé inicial para dar início a uma

jornada de sucessos ou fracassos, pois é através deste conjunto de

ferramentas, quando bem aplicadas, que a organização selecionará

profissionais competentes para colocar em prática todos os objetivos e metas

planejadas.

Mesmo com o crescente avanço da tecnologia da informação, da

globalização e as facilidades encontradas através da Web, que aumentaram

as opções e recursos para facilitar e acelerar as rotinas de RH, ainda temos

como grande desafio a falta de critérios e instrumentos adequados utilizados

pelas organizações no processo seletivo, gerando em grandes perdas

financeiras e dificuldades em se manter e crescer no competitivo mercado

corporativo.

Este trabalho vem mostrar, através de pesquisa bibliográfica, que o

fator humano, através do poder de inovação e criação é considerado, hoje, a

principal ferramenta para se atingir o sucesso organizacional.

A Qualificação e capacitação, com foco em competências

comportamentais, dos profissionais responsáveis pelo programa de

recrutamento e seleção, alinhados com a cultura, valores objetivo e missão da

organização, podem garantir resultados satisfatórios na arte de peneirar

pessoas com o perfil desejado para alavancar de forma segura e eficaz as

pretensões da organização, e garantir uma carreira de sucesso aos

profissionais que foram selecionados e aos profissionais de RH que

participaram do processo.

6

METODOLOGIA

Esta monografia foi desenvolvida através de estudo bibliográfico

baseado em livros específicos da área de Recursos Humanos, consulta em

revistas, internet e periódicos, especificamente das atividades e etapas dos

processos de recrutamento e seleção de pessoas.

Trata-se de um estudo direcionado à importância do fator humano

dentro das organizações, devido ao avanço da tecnologia e da globalização e

as mudanças ocorridas no mercado de trabalho. O papel dos profissionais da

ARH no desenvolvimento e planejamento dos processos de atrair e selecionar

pessoas, enfatizando as responsabilidades e cuidados do selecionador antes,

durante e após o processo seletivo.

O estudo é baseado em exemplos e citações de autores

especializados na área de RH e depoimentos de profissionais que ocupam

cargos de destaque em empresas que estão em posições privilegiadas no

respeitado ranking das melhores empresas para se trabalhar.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

A IMPORTÂNCIA DO RECRUTAMENTO E SELEÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES 10

CAPÍTULO II

PROCESSOS DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO 18

CAPÍTULO III

TÉCNICAS APLICADAS NO PROCESSO SELETIVO 44

CONCLUSÃO 60

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 62

ÍNDICE 63

8

INTRODUÇÃO

A questão central deste trabalho baseia-se nas dificuldades

encontradas no decorrer dos anos em realizar um processo seletivo de

pessoas que se aproximem ao máximo em atender as necessidades dos perfis

de cargos definidos e consequentemente darem início ao ciclo produtivo

planejado.

A contratação de empresas especializadas ou o aproveitamento de

profissionais da área de R & H, para executar essa minuciosa tarefa, nem

sempre apresentam os resultados esperados. Os critérios utilizados para um

processo seletivo no passado podem não apresentar os mesmos resultados

em uma nova oportunidade. A distância entre a necessidade de se manter

atualizado e o saber como atingir os objetivos planejados é um dos problemas

enfrentados pelas organizações na busca dos profissionais desejados.

Recrutar e selecionar requer habilidades técnicas, comportamentais e de

improvisação na arte de peneirar candidatos para ocuparem cargos

criteriosamente estudados.

Criar e desenvolver planejamento estratégico em busca da

excelência em recrutar, selecionar, treinar e desenvolver pessoas é o grande

desafio do concorrido mercado de trabalho. O crescente avanço da tecnologia

e a globalização vêm mostrando, cada vez mais, mudanças no comportamento

humano dentro e fora das organizações. Estar focado nestas variáveis pode

ser a saída para recrutar, selecionar, treinar e desenvolver candidatos

potencialmente qualificados, abrindo as portas para o sucesso da organização,

dos colaboradores, e premiando, momentaneamente, a eficácia do mutante

processo seletivo.

A pesquisa será dividida em três capítulos, orientada através de

consultas bibliográficas de variadas fontes de informações de acordo com o

tema apresentado.

O primeiro capítulo, item um, trata de pesquisa sobre a importância

do recrutamento e seleção nas organizações, baseia-se na importância da

9participação e da influência do fator humano na evolução do processo

produtivo. O segundo item trata sobre o panorama do atual mercado de

trabalho, os fatores, as influências nas práticas de RH, no comportamento

profissional e na política da oferta e procura de oportunidades, e o terceiro item

trata sobre os processos de atração e seleção de pessoas.

O segundo capítulo trata de pesquisa sobre processos de

recrutamento e seleção de pessoas. No primeiro item os estudos são

direcionados à definição, tipos, fontes e meios de recrutamento, no segundo

item são direcionados à avaliação dos resultados do recrutamento, o terceiro

item trata sobre os processos de seleção, e o quarto item sobre a avaliação

dos resultados do processo seletivo.

O terceiro e último capítulo trata, no primeiro item, de pesquisa sobre

o comportamento no processo seletivo, no segundo item sobre técnicas de

seleção, e no terceiro item sobre a evolução do processo seletivo.

10

CAPÍTULO I

A IMPORTÂNCIA DO RECRUTAMENTO E SELEÇÃO

NAS ORGANIZAÇÕES

1.1 - A Importância do Recrutamento e Seleção nas

Organizações

O mundo dos negócios vem sofrendo mudanças e adaptações para

manter-se competitivo dentro de um turbulento mercado industrial,

principalmente a partir do século XVIII. As grandes estruturas das antigas

fazendas começam a dar lugar às estruturas mais compactas das fábricas. As

novidades do sistema mecanicista de produção geram necessidades de

qualificação e capacitação da mão-de-obra operária para adaptar-se às

mudanças do mercado. O mundo passa a perceber a importância da

preservação do meio ambiente e da valorização da área social.

O engatinhar da tecnologia começa a despertar interesses e criar

necessidades de consumo por todo o planeta. O avanço tecnológico promove

mudanças no comportamento humano, e o empenho movido pela necessidade

em desenvolver estratégias de produção, para acompanhar a realidade, requer

uma nova visão do sistema produtivo.

O século vinte chega para concretizar o avanço da globalização no

mercado tecnológico, e a partir da década de 1990 torna-se evidente o

investimento na melhoria do ambiente organizacional. Percebe-se, através das

constantes mudanças no mundo corporativo que estava camuflada no fator

humano a alavanca para atingir um crescimento sólido e eficaz.

“A partir da década de 1990, e ainda de forma lenta e gradativa,

recursos humanos passam a ser parte integrante da estratégia de

negócios da organização, incorporando o conceito de competências

na, então, gestão de pessoas.” (ATRAÇÃO E SELEÇÃO DE

PESSOAS, 2ªEDIÇÃO, FGV, 2009, P.27).

11Mesmo que ainda apegado ao sistema mecanicista de produção as

idéias com visão de futuro fazem com que os líderes organizacionais percebam

que o capital intelectual de seus funcionários poderia ser o trunfo para atrair

novos clientes. O capital, ora investido em equipamentos e tecnologia para

acelerar a produção, passa a ser dividido com investimentos em qualificação,

motivação, programas de qualidade de vida no trabalho, programas de

recompensas, treinamento e desenvolvimento de pessoas, com a visão futura

de produzir em quantidade, mas com qualidade. A partir dessas variáveis os

processos de recrutamento e seleção são encarados como uma nova realidade

para atrair pessoas com as qualificações desejadas.

Rever os conceitos de cultura e valores enraizados nos projetos de

criação das organizações passa a ser encarado como prioridade para líderes

inovadores, quebrando paradigmas para correr riscos em busca do sucesso,

estabilidade pessoal, profissional e organizacional.

As constantes mudanças fazem crescer a área de RH, que de forma

ineficaz, devido à necessidade de adaptações e à falta de profissionais

qualificados, fica assombrada com as armadilhas do processo de recrutar,

selecionar, treinar e desenvolver pessoas. A arte de criar estratégias para ir a

campo em busca dos gurus tão almejados começa a ser vista como o ícone

para atender as exigências do competitivo mercado de trabalho.

“Atualmente as organizações perceberam que a força para o

desenvolvimento das organizações é as pessoas. Empresas tiveram

seu desenvolvimento comprometido pela inabilidade na seleção de

pessoas; por falta de boas idéias; por falta de potencial criativo; falta

de entusiasmo e motivação da equipe; falta de conhecimentos e

competências e não pela falta de recursos financeiros.” (Chiavenato,

2005). http://d.yimg.com/kq/groups/17753080/1335832486/name/PSI

Acessado em: 27/08/2010.

Os profissionais e as Organizações ocupam posições distintas

dentro do mundo corporativo. As organizações estão em busca de pessoas

qualificadas e os profissionais em busca das empresas onde pretendem aplicar

e desenvolver suas habilidades. O sucesso de um depende da ação do outro.

12As organizações precisam comunicar e divulgar as suas oportunidades de

trabalho para que os profissionais possam tomar conhecimento e analisar se

atendem às exigências pré-estabelecidas. Nas entrelinhas, é uma das formas

de definição de recrutamento e na prática é caracterizado como o papel

propriamente dito.

O profissional da área de RH, que tem a responsabilidade de

elaborar e aplicar programas de recrutamento e seleção de pessoas,

necessariamente, precisa dominar técnicas e procedimentos com o objetivo de

atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de assumir cargos

dentro da organização. Estar em sintonia com os gestores para tornar claro e

evidente a cultura, valores, missão e visão da empresa é de fundamental

importância como pré-requisito na elaboração dos respectivos programas.

“É importante conhecer a missão e os objetivos essenciais de uma

organização, porque se as pessoas não sabem por que ela existe e

para onde pretende ir, elas jamais saberão qual o melhor caminho a

seguir. E, se não conhecem a missão da organização, as pessoas se

tornam errantes e sem saber qual o caminho para a sua realização”.

(CHIAVENATO, 2004, P.63).

Nessa nova era do mundo organizacional as empresas, para

destacarem-se no mercado, passam gradativamente a investir no capital

intelectual dos profissionais, procurando fazer a diferença junto à concorrência,

incentivando o espírito inovador, o relacionamento interpessoal, a capacidade

de liderar, administrar conflitos, antecipar-se às tendências de mercado em

busca de melhores resultados na produção de produtos e serviços de alta

qualidade, alto valor agregado, atendimento diferenciado aos clientes, preço

competitivo e pontualidade no cumprimento de prazos.

A valorização do capital intelectual começa a ocupar espaço ainda

que num mercado de gestão voltado a processos mecanicistas de produção.

Aperfeiçoar metodologias para recrutar e selecionar pessoas ganha força na

corrida para atrair candidatos capacitados e qualificados para ocupar posições

estratégicas nas organizações. O recrutamento e seleção passam a ter

influência direta na definição dos objetivos e resultados alcançados pelas

13empresas. As etapas desse processo contemplam o planejamento das

necessidades de pessoal, recrutamento, seleção, treinamento e

desenvolvimento dos empregados capacitados, colocando-os em locais

produtivos e recompensando-os pelo desempenho.

1.2 – Mercado de Trabalho

O mercado de trabalho funciona como o elo entre aqueles que

oferecem um produto ou serviço e aqueles que procuram um produto ou

serviço. É caracterizado pelo comportamento mecanicista da oferta e procura

de oportunidades, e por estar condicionado a inúmeros fatores, tais como: o

crescimento econômico, a natureza e qualidade dos postos de trabalho, a

produtividade, a inserção no mercado internacional, sofre contínuas mudanças

fazendo com que suas características estruturais e situacionais venham

influenciar as práticas de RH, o comportamento e a visão das pessoas que

estão no mercado de trabalho e dos candidatos que estão à procura de

emprego.

Na maior parte do século XX a produção industrial foi dominada pela

linha de montagem, auge do sistema mecanicista, e seus operários

robotizados. Envolvidos com o nosso dia a dia, podemos não perceber, mas o

mundo do trabalho se transformou completamente. A diferença entre o

mercado de trabalho de hoje e o de nossos pais ou avós é enorme e tende a

crescer ainda mais nos próximos anos. A chave para essa mudança tem dois

lados. O primeiro abriu a cabeça das pessoas. No mundo atual, o trabalho mais

valorizado não é o braçal, mas sim o intelectual. E o trabalho intelectual exige o

engajamento dos funcionários. Não é possível obrigar alguém a pensar, como

é possível obrigar a executar uma tarefa administrativa. As empresas que

conseguem enxergar essa variável como um diferencial de visão de sucesso,

adotam a postura de motivar as pessoas a dar idéias e realiza-las com

entusiasmo.

O segundo lado da chave abriu a porta das empresas. Numa era de

concorrência acirrada e global, num regime democrático, as pessoas são livres

para procurar emprego no lugar que considerarem mais adequados.

14Com a crescente exigência de qualificação e capacitação da mão-

de-obra e da valorização do capital intelectual o mercado de trabalho vem

sofrendo constantes mudanças na relação entre oferta e procura. O tempo em

que o diploma de graduação era o suficiente para garantir uma boa colocação

dentro de uma organização já não existe mais. O pensamento de que após a

conclusão de um curso de nível superior o candidato vai estar apto a ingressar

no mercado de trabalho é sinônimo de decretar a morte da carreira profissional.

Segundo Rubens Marques Pedrosa Junior, presidente da AstraZeneca,

empresa que está entre as cem melhores para se trabalhar. “O primeiro filtro

para avaliar o candidato é a capacidade técnica. O segundo mais sutil, tem a

ver com a capacidade de que ele tem de criar uma identidade com a empresa

para se tornar um profissional totalmente comprometido. A AstraZeneca não

abre mão de características pessoais como a capacidade de trabalhar em

equipe e o espírito empreendedor”. (REVISTA ÉPOCA, edição nº. 640, 2010).

Tratando-se de cargos tradicionais, é comum o mercado oferecer

menos oportunidades do que a procura dos candidatos por uma vaga, é o caso

das vagas disponíveis para áreas administrativas que exijam escolaridade de

nível médio e que estejam focadas, principalmente, em competências técnicas.

Numa situação inversa, verifica-se que alguns cargos recentemente criados

exigem um perfil de profissional ainda raro no mercado, é o caso de gestores

líderes, profissionais especializados em estratégias corporativas, com alto

conhecimento de competências comportamentais e visão de trabalho em

equipe. Nesses casos, a oferta de trabalho pode ser até mesmo superior ao

número de profissionais que se candidatam às vagas. Estar atento em manter-

se atualizado sobre todos os aspectos relacionados com o ramo da

organização aumenta as chances de sucesso nas atividades desenvolvidas.

Ampliar os conhecimentos e diversificar a formação profissional em mais de

uma área de atuação é uma tendência cada vez mais forte no mercado interno

e externo.

“O novo trabalhador deve ser polivalente, sabendo realizar de quase

tudo um pouco. Quem for capaz de resolver problemas terá emprego

15garantido. Acabou a profissão de tamanho único.” (CHIAVENATO,

2004, P.107).

O impacto financeiro sofrido pelas organizações causado pelas

regras da legislação trabalhista é um desafio à parte. As regulações e

restrições impostas pela legislação ao mercado de trabalho causam um duelo

entre os potenciais candidatos, pessoas física e jurídica, o segundo mais

voltado à terceirização de serviços, para suprir as carências da oferta e

procura. As leis trabalhistas não sofreram mudanças para acompanhar a

evolução do mercado, mas em contra partida o mercado vem criando novas

alternativas para não continuar sofrendo com as suas cláusulas e artigos. É o

que vem acontecendo com empresas que adotam o horário flexível e a

terceirização de serviços.

A necessidade em acompanhar o avanço da tecnologia e a

globalização requer empenho das empresas em reestruturar seus processos

de atrair e reter pessoas. Ganhar a vida não depende mais de um emprego

formal. Há alguns anos o relógio de ponto era o principal mecanismo de

controle das empresas sobre seus funcionários. O ato de marcar o cartão era o

sinal de que estava produzindo. Mas cada vez menos as horas passadas no

trabalho serão símbolo de produtividade. O horário flexível tende a ser uma das

regras para estimular o profissional.

Segundo matéria publicada na revista Época, sobre as 100 melhores

empresas para trabalhar. “No mundo do emprego intelectual, o horário de

trabalho é um fóssil de uma era antiga. Idéias não batem cartão de ponto”. “A

liberdade só funciona se vier acompanhada de metas, outra prática adotada

por várias das 100 melhores”. (REVISTA ÉPOCA, edição nº. 640, 2010).

As empresas estão criando novas formas de se manter no mercado,

adotando novos sistemas, como o emprego temporário, os contratos de

trabalho a curto prazo, a terceirização e os escritórios virtuais, conhecidos

como home office. A conseqüência dessa transformação é o surgimento da

chamada empresa virtual, caracterizada por não possuir espaço físico,

funcionários e manter toda estrutura interligada eletronicamente.

16É um crescente mercado, que paralelamente ao tradicional

mecanismo de oferta e procura, vem trazer alternativas de soluções ao mundo

corporativo através da diminuição de espaço, da eficácia dos processos de

comunicação e da valorização do capital intelectual.

Para Acompanhar as tendências do mercado de trabalho aumentam

as responsabilidades dos profissionais da ARH, na busca de novas alternativas

e no aprimoramento de técnicas para aplicar processos de atrair e selecionar

pessoas.

1.3 – Atração e Seleção de Pessoas

A relação empregado/empregador vem sofrendo mudanças

impactadas pelas novas tendências do mercado de trabalho. As formas

utilizadas pelas organizações no processo de atrair e selecionar candidatos e o

objetivo e a visão das pessoas para candidatar-se às oportunidades oferecidas

são variáveis fundamentais na busca do sucesso pessoal, empresarial e da

melhoria do clima e ambiente organizacional.

Para atrair os profissionais desejados a organização precisa saber

onde busca-los, definir a estratégia de seleção mais adequada, se aberta,

fechada ou mista. Fazer levantamento de informações para conhecer a oferta

dos profissionais no mercado de trabalho, como está sendo cotado pelos

concorrentes, se os hábitos e interesses estão em sintonia com a cultura e

valores da organização, são caminhos efetivos para obter sucesso no processo

de atração.

“A atividade de atração e seleção também deve levar em conta a

cultura organizacional e as condições da situação do trabalho, no

momento da contratação.” (ATRAÇÃO E SELEÇÃO DE PESSOAS,

2ªEDIÇÃO, FGV, 2009, P.28).

A realidade do mercado mostra que não são apenas as

organizações que estão em busca dos melhores profissionais, estes também

têm estratégias para selecionar as organizações que apresentam propostas

atrativas que atendam as perspectivas pessoais e produtivas. Estar ciente de

que o melhor candidato está à procura do melhor lugar para trabalhar, um lugar

17melhor do que o oferecido pelos concorrentes, gera necessidade de

desenvolver estratégias eficazes nos processos de atrair e reter quem atraiu.

Estudos sobre os fatores de atração e retenção de pessoas nas

organizações demonstram que cuidar da imagem da empresa, a oferta de

desafios, as perspectivas de crescimento, a liberdade de ação e um clima

organizacional favorável despertam mais o interesse do profissional do que a

remuneração.

Para o presidente da Losango, Hugo Gonçalves, “A Losango procura

reter seus talentos sendo transparente e praticando o reconhecimento e a

meritocracia. Você não retém as pessoas pagando mais, e sim valorizando o

seu trabalho”. (REVISTA ÉPOCA, edição nº. 640, 2010).

18

CAPÍTULO II

PROCESSOS DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO

2.1 – Processos de Recrutamento

Recrutamento é o conjunto de atividades empenhadas para atrair

candidatos potencialmente qualificados para uma organização. É um sistema

de informação pelo qual os gestores divulgam e oferecem ao mercado de

recursos humanos as oportunidades de emprego que pretendem preencher.

As estratégias de atração são adotadas a partir de pressupostos amarrados

aos variados tipos de cultura e valores organizacionais, que podem ser

percebidas através dos critérios, da forma e das fontes utilizadas na divulgação

das oportunidades no mercado de trabalho e/ou MRH.

É uma prática comum o gestor responsável pelo processo de

recrutamento dar prioridade à concorrência interna como uma forma de

aproveitar o potencial humano e amenizar o custo gerado pelo processo de

atração.

O crescimento da organização depende do crescimento e

desenvolvimento profissional dos seus empregados. Investir no

desenvolvimento de competências por meio de programas de capacitação e de

educação continuada, criar estratégias de retenção de talentos e valorização

do capital humano, são ações que vêm contribuindo para inverter o paradigma

tradicional de selecionar e treinar para o de treinar e selecionar.

“Uma organização que tem como política de gestão oferecer aos seus

empregados oportunidades de desenvolvimento e de crescimento

profissional, antes de atrair pessoas no mercado de trabalho,

procurará preencher suas posições em aberto com as competências

disponíveis internamente.” (ATRAÇÃO E SELEÇÃO DE PESSOAS,

2ªEDIÇÃO, FGV, 2009, P.69).

É responsabilidade dos profissionais que atuam na divisão de

recrutamento planejar, implantar e administrar processos de atração que

19garantam a apresentação de candidatos com o perfil adequado às exigências

do cargo vago. Atrair candidatos com as qualificações condizentes acelera o

processo seletivo, reduz a probabilidade de erros na escolha do candidato e

minimiza o custo operacional do processo.

É importante que o gestor da ARH em parceria com o gestor da área

requisitante faça alguns questionamentos para saber a real necessidade de

iniciar o processo de recrutamento.

Tais como:

Por que? Levantamento de necessidade de recrutamento;

Onde? Fontes, meios...;

Quem? Perfil do candidato;

Como? Técnicas de atração;

Impactos? Agregar valores, motivação, desmotivação, custo, pesquisa de

clima/ambiente organizacional...

A partir do resultado obtido através destes indicadores, o gestor

responsável pela ARH poderá avaliar com precisão as carências da

organização e dar início ou não ao processo de recrutamento.

2.1.1 – Fontes de Recrutamento.

São três as fontes de recrutamento: interna, ocorre quando os

candidatos são recrutados na própria empresa; externa, quando os candidatos

são recrutados no mercado de trabalho; mista, quando os candidatos podem

ser recrutados tanto da fonte interna, quanto externa.

2.1.2 – Recrutamento Interno.

O recrutamento interno é caracterizado pela busca do candidato

dentro da própria organização. A organização cria oportunidades de

crescimento profissional e valoriza seus empregados através de

remanejamento de pessoal, que podem ser transferidos para outros setores,

promovidos ou ainda transferidos com promoção.

20Neste tipo de recrutamento é preciso que os gestores requisitantes

da vaga e o gestor de RH trabalhem em conjunto absorvendo as

responsabilidades pelo desenvolvimento dos empregados.

2.1.3 – Vantagens do recrutamento interno.

n Incentiva a fidelidade à organização: Aproveita melhor o potencial

humano da organização através de treinamento e desenvolvimento.

Programas de capacitação e educação continuada;

n Rapidez no processo: Vantagem de atrair o candidato adequado

subtraindo etapas dos processos de recrutamento e seleção;

n Disponibilidade de recursos para outros fins: Redução das etapas

dos processos gera economia para organização, que pode ampliar o

investimento em programas de capacitação e qualificação dos

empregados;

n Motivação das pessoas: Empenho dos empregados para concorrer

a cargos mais importantes, melhorar o padrão de vida e a expectativa

de conquistar a confiança dos gestores;

n Aproveita melhor o potencial humano da organização: Retorno

do investimento em programas de treinamento e desenvolvimento de

competências;

n Motiva e encoraja o desenvolvimento profissional dos atuais

empregados: Aumento de interesse dos empregados no

crescimento profissional para concorrer a cargos mais altos.

2.1.4 – Desvantagens do recrutamento interno.

n Ideias viciadas e bloqueio de novas experiências: Visão limitada

para crescer e fazer frente à concorrência. Falta de sangue novo,

falta de visão estratégica para quebrar paradigmas que estejam

bloqueando o crescimento da organização.

21A aplicação de dinâmicas de grupo nos programas de treinamento é

uma técnica muito utilizada para estimular o espírito inovador do

empregado;

n Manutenção e/ou potencialização de conflito: Sentimento de

injustiça de parte dos empregados quanto à escolha do candidato

para ocupar o novo cargo. Preconceito, protecionismo e/ou falha no

processo seletivo são algumas características deste tipo de

problema.

É muito importante que todos os empregados tenham um profundo

conhecimento sobre a cultura, valores, visão e missão da

organização. Que a estratégia de crescimento organizacional esteja

em sintonia com esses princípios, para que o trabalhador tenha a

total consciência da sua importância dentro do sistema e saiba como

e quando poderá abraçar novas oportunidades de crescimento

interno;

n Excesso de promoções: A cada cargo criado ou vago há a

necessidade de promoções ou pagamento de benefícios.

Quando o plano de cargos e salários está inserido no planejamento

estratégico da organização, significa que o crescimento profissional é

um fator previsível e adequado tanto para a empresa, quanto para o

empregado;

n Protecionismos: É comum neste sistema que ocorra a indicação de

um determinado empregado para assumir o novo cargo. Poder ser

indicado pelo requisitante da vaga, gestor financeiro, etc. Esta prática

contribui para surgimento de conflitos, preconceitos e desequilíbrio

no ambiente organizacional.

O comportamento dos empregados é o reflexo do comportamento e

atitudes do gestor da organização. Transparência e imparcialidade,

respeito e seriedade, honestidade e compromisso são características

fundamentais, que podem ser detectadas através de testes e

aplicação de dinâmicas nos processos seletivos. É importante fazer

22avaliações dos profissionais que ocupam cargos executivos porque é

o resultado do trabalho desses profissionais que faz a imagem da

organização para o empregado, para o cliente e para o mercado;

n Baixa racionalização e elevada subjetividade: Comodidade na

aplicação dos processos aumenta o risco de mascarar competências

fundamentais para assumir o novo cargo.

Os gestores da ARH e o requisitante da vaga têm que trabalhar em

conjunto na escolha e aplicação das etapas necessárias para avaliar

se o perfil do candidato, seja interno ou externo, esteja dentro das

características exigidas pelo cargo vago;

n Manutenção das rotinas: Pode ser ocasionada pelo vício no

desempenho das atividades antes de assumir o novo cargo. Um

empregado antigo assumindo um cargo novo poderá manter o

mesmo desempenho, iniciativa e padrão de trabalho aplicado no

cargo antigo.

Acompanhamento e avaliação de desempenho para detectar

possíveis falhas no cumprimento das responsabilidades do cargo.

2.1.5 – Recrutamento externo.

O Recrutamento externo é caracterizado pela busca do candidato no

mercado de trabalho para trazer experiências e habilidades não existentes na

organização.

2.1.6 – Vantagens do recrutamento externo.

n Renovação das pessoas nas organizações: Introduz sangue novo

na organização. Novos talentos e habilidades, novas perspectivas

estratégicas para quebrar paradigmas que estejam bloqueando o

crescimento;

n Manutenção da racionalidade no processo: Utilização de técnicas

mais apuradas para atrair o candidato com o perfil adequado para

assumir o novo cargo;

23

n Eliminação dos conflitos de relacionamentos: Este sistema não

gera concorrência interna dos empregados, evitando práticas de

protecionismo que contribuem para o surgimento de conflitos,

preconceitos e desequilíbrio no ambiente organizacional;

n Ausência de protecionismo: Contribui para melhora do

clima/ambiente organizacional, quanto à transparência, vista pelos

empregados, no processo de atração;

n Agrega novas idéias e aumenta o capital intelectual: Sangue

novo, novas idéias e quebra de paradigmas que estejam bloqueando

o crescimento organizacional;

n Amplia a relação da empresa com o MRH: A relação com o MRH

aumenta a possibilidade de atrair candidatos com o perfil desejado

para ocupar o cargo vago;

n Possibilita a renovação da cultura da empresa: Introduz sangue

novo na organização. Enriquece o patrimônio humano, pelo aporte de

novos talentos e habilidades, renova a cultura organizacional e a

enriquece com novas aspirações.

2.1.7 – Desvantagens do recrutamento externo.

n Desmotivação das Pessoas na empresa: Afeta negativamente a

motivação dos atuais empregados da organização devido a pouca

perspectiva de crescimento interno.

É muito importante que todos os empregados tenham um profundo

conhecimento sobre a cultura, valores, visão e missão da

organização. Que a estratégia de crescimento organizacional esteja

em sintonia com esses princípios, para que o trabalhador tenha a

total consciência da sua importância dentro do sistema e saiba como

e quando poderá abraçar novas oportunidades de crescimento.

Assim os empregados entenderão a política de reestruturação

24adotada e saberão entender os motivos de investimentos aplicados

pela organização;

n Insegurança em relação às pessoas a serem contratadas: O novo

candidato pode apresentar problemas de comportamento que só

serão observados com o tempo, inviabilizando sua manutenção no

cargo.

A aplicação de técnicas de seleção pode minimizar os riscos de

surpresas indesejáveis em relação ao desempenho do empregado

contratado. Os riscos sempre existirão, mas quando o processo

seletivo é bem planejado e aplicado por selecionadores competentes

diminuem as chances de insucesso na escolha do candidato;

n Maior necessidade de investimentos: Requer a aplicação de

técnicas maias apuradas nas etapas do processo seletivo. Isso

significa em maior investimento financeiro e maior disponibilidade de

tempo, elevando o custo operacional do processo.

Os processos de recrutamento e seleção custam tempo e dinheiro. O

importante é saber sobre a real necessidade de iniciar o processo de

atração, utilizar as técnicas adequadas e aplicar o processo de

seleção condizente com as exigências do cargo, para que no futuro

não traga prejuízos imensuráveis à organização devido à escolha

errada do candidato;

n Demora no processo: É mais custoso, oneroso, demorado e

inseguro que o recrutamento interno.

Mas o retorno do investimento pode trazer grandes benefícios à

organização, como aumento do capital intelectual e renovação da

cultura organizacional, trazendo novas expectativas de sucesso para

organização;

n Utilização de técnicas de seleção mais rigorosas: Avaliar

competências requer muita experiência do selecionador e a utilização

25das mais variadas técnicas de seleção. É uma atividade de risco, e

dependendo do nível do cargo vago, somente o tempo na função irá

desvendar possíveis problemas de compatibilidade entre perfil do

novo empregado com o perfil do cargo ocupado.

n Exige esquemas de socialização organizacional para os novos

empregados: Aumenta a responsabilidade da ARH. A introdução de

novas pessoas requer aplicação de procedimentos de adaptação

para evitar conflitos e preconceitos, prejudicando o clima/ambiente

organizacional.

Quando a organização introduz no processo seletivo a importância

da sua história, princípios, crenças e objetivos, fazem com que o

empregado entenda, aceite e respeite as regras de procedimentos da

organização;

2.1.8 – Recrutamento Misto.

O recrutamento misto é caracterizado por apresentar alternativas

que permitam ao selecionador optar pelo tipo de recrutamento mais adequado

para atrair candidatos qualificados. Neste sistema pode-se aplicar tanto o

recrutamento interno quanto o externo. Cabe aos gestores da organização em

parceria com os gestores da ARH a responsabilidade em destacar as

prioridades e circunstâncias que levarão a escolha do método que será

utilizado.

Na realidade, as organizações tendem a utilizar este tipo de sistema.

É comum no processo seletivo priorizar os candidatos internos. Pode ser

através de promoção, transferência para outro setor ou unidade, ou um novo

cargo criado pelos gestores. A carência deixada por esses profissionais,

quando não há profissionais com as qualificações desejadas para substituí-los,

pode motivar a busca por candidatos externos

262.1.9 – Vantagens do recrutamento misto.

n Motivação das pessoas da organização: Aproveita melhor o

potencial humano da organização. Motiva e encoraja o

desenvolvimento profissional dos atuais empregados;

n Possível manutenção da racionalidade no processo: A

flexibilidade da escolha do processo possibilita que a organização

utilize técnicas mais apuradas para atrair candidatos com o perfil

adequado para assumir o novo cargo;

n Dificulta o exercício do protecionismo: Devido à flexibilidade na

escolha do processo de atração - pode ser escolhido um candidato

do ambiente externo -, diminui a possibilidade de protecionismo, pois

aumenta o risco do requisitante e o gestor da ARH em assumir a

responsabilidade da escolha da fonte de atração mais adequada a

ser utilizada no processo seletivo;

n Amplia a relação da empresa com o MRH: A relação com o MRH

aumenta a possibilidade de atrair candidatos com o perfil desejado

para ocupar o cargo vago;

2.1.10 – Desvantagens do recrutamento misto.

n Desmotivação das pessoas na empresa: Quando o candidato é

escolhido através de processo de atração externo à organização,

desmotiva o desenvolvimento profissional dos atuais empregados.

Quando a organização introduz no processo seletivo a importância

da sua história, princípios, crenças e objetivos, fazem com que o

empregado entenda, aceite e respeite as regras de procedimentos da

organização;

n Possível insegurança em relação às pessoas a serem

contratadas:

27O novo candidato pode apresentar problemas de comportamento que

só serão observados com o tempo, inviabilizando sua manutenção

no cargo.

A aplicação de técnicas de seleção pode minimizar os riscos de

surpresas indesejáveis em relação ao desempenho do empregado

contratado. Os riscos sempre existirão, mas quando o processo

seletivo é bem planejado e aplicado por selecionadores competentes

diminuem as chances de insucesso na escolha do candidato;

n Necessidade de investimentos bem elevados: Se os gestores não

encontrarem o candidato adequado na utilização do processo interno,

certamente recorrerão ao processo externo, elevando o custo

operacional do processo seletivo.

Os processos de recrutamento e seleção custam tempo e dinheiro. O

importante é saber sobre a real necessidade de iniciar o processo de

atração, utilizar as técnicas adequadas e aplicar o processo de

seleção condizente com as exigências do cargo, para que no futuro

não traga prejuízos imensuráveis à organização devido à escolha

errada do candidato;

n Demora no processo: A utilização de dois processos para atrair e

selecionar candidatos demanda tempo e desgaste dos

selecionadores.

Mas o retorno do investimento pode trazer grandes benefícios à

organização, como aumento do capital intelectual e renovação da

cultura organizacional, trazendo novas expectativas de sucesso para

organização.

2.1.11 – Meios de Recrutamento.

Instrumentos ou estratégias utilizadas para divulgar as

oportunidades e ofertas de trabalho dentro ou fora da organização.

Atrair profissionais competentes e alinhados com a organização requer que se

conheça em profundidade o perfil dos candidatos para localizar com a maior

28precisão possível onde eles se encontram e o que os atrai. Deve-se também

procurar estratégias que tragam resultados e menores custos.

Os meios devem ser adequados ao alcance das fontes desejadas,

ao tipo de recrutamento e as condições econômicas da organização.

Existem dois tipos de divulgação de anúncio:

Aberto: quando o anúncio indica o nome da empresa;

Fechado: quando o anúncio indica o ramo de atividade e outros dados de

caráter geral da organização. O nome da empresa não aparece, sendo

solicitado que os candidatos remetam suas informações para locais e

endereços divulgados.

Este tipo de anúncio pode provocar um sentimento de insegurança

nos candidatos, por gerar desconfianças quanto à postura e índole dos

gestores da organização.

“Existem anúncios onde o nome da empresa não aparece. Esse tipo

de chamado pode despertar desconfiança nos candidatos, porque a

ausência de identificação talvez esteja tentando encobrir uma

imagem desfavorável da organização.” (ATRAÇÃO E SELEÇÃO DE PESSOAS, 2ªEDIÇÃO, FGV, 2009, P.74).

2.1.12 – Preparação do anúncio.

É importante ter em mente como o candidato interpretará e reagirá

ao anúncio. Especialistas salientam que o anúncio deve possuir quatro

características representadas pelas letras AIDA.

A – atrair a atenção;

I – despertar interesse;

D – criar o desejo;

A – provocar a ação

A primeira é chamar atenção, ocupando uma considerável área da

seção de classificados para atrair a atenção pelo seu tamanho e clareza. A

segunda é despertar o interesse no cargo mencionando a natureza desafiadora

29das atividades. A terceira é criar o desejo através do aumento do interesse,

mencionando vantagens, como: satisfação no trabalho, desenvolvimento

profissional, participação nos resultados, programas de qualidade de vida e

outras vantagens. A quarta é provocar uma ação favorável do candidato,

fazendo-o sentir-se estimulado em enviar seu CV através do correio ou

endereço eletrônico.

“O recrutamento não sai barato. Custa tempo e dinheiro. Mas

compensa. Seu retorno ultrapassa de longe qualquer investimento

neste sentido.” (CHIAVENATO, 2004, P.121).

2.1.13 – Técnicas de Recrutamento.

São alternativas utilizadas pelas organizações para atrair o

candidato desejado. As principais técnicas de recrutamento externo são:

• Anúncios em jornais, revistas especializadas;

• Apresentação de candidatos por indicação de funcionários;

• Consultorias na área de recursos humanos;

• Cartazes ou anúncios em locais visíveis;

• Caçadores de talentos;

• Contatos com escolas, universidades e agremiações;

• Consultas aos arquivos de candidatos;

• Internet e intranet.

2.1.14 - Anúncios em jornais e revistas especializadas.

Os anúncios em jornais continuam sendo muito utilizados pelas

organizações como uma boa opção para o recrutamento, dependendo do tipo

de cargo a ser preenchido. Para funções nos níveis operacional, técnico e

gerencial os jornais locais e regionais atendem satisfatoriamente. Para

empregados especializados, jornais mais populares são mais indicados.

Quando o cargo for muito específico, pode-se lançar mão de revistas

especializadas.

30“Quando se pretende atrair profissionais com alto grau de

especialização, recomendamos a veiculação do anúncio em revistas

técnicas, cujos leitores possivelmente tenham as competências que

se deseja atrair.” (ATRAÇÃO E SELEÇÃO DE PESSOAS, 2ªEDIÇÃO,

FGV, 2009, P.74).

2.1.15 - Apresentação de candidatos por indicação de

funcionários.

Trata-se de um sistema de baixo custo, que apresenta resultados

satisfatórios e efeito relativamente rápido. A organização estimula seus

funcionários a apresentarem ou recomendarem candidatos, tornando-os

parceiros e corresponsáveis na atividade de atrair talentos para dentro da

organização. Muitos desses programas têm suas próprias regras de

funcionamento e ainda estimulam os empregados com gratificações por meio

de bonificações e premiações, contemplando aqueles que se destacam

fazendo indicações de pessoas que, após passarem por todas as etapas do

processo seletivo, serem aproveitadas pela organização. Outra característica

importante é de incentivar os empregados a tornarem-se empreendedores,

fortalecendo a consciência de responsabilidade e satisfação com a

organização.

2.1.16 - Consultorias na área de recursos humanos.

Neste sistema os custos dos serviços prestados dependem do tipo

de contrato estabelecido entre as partes, mas um dos principais parâmetros

que servem como indicador desse custo está no salário do empregado a ser

contratado.

A atração pode ser feita por meio de site específico, anúncio em

jornais, e agendamento de dias para entrega de currículos. Algumas

consultorias oferecem também serviços de recolocação de pessoas.

Apesar de a rapidez de resposta ser considerada um fator de

atratividade ao uso da fonte, o custo e o não conhecimento da cultura e valores

organizacionais podem ser fatores que pesem na utilização desse sistema. Um

dos fatores críticos de sucesso dos trabalhos entre as parcerias, organização e

31terceirizada é o total alinhamento entre os serviços oferecidos e o perfil de

competências desejado para a contratação, devendo a consultoria ter profundo

conhecimento dos negócios do seu cliente e de suas demandas, precisando

existir um total entrosamento entre as equipes de gestão de pessoas de ambas

as partes.

Para Luiz Fernando Telles Rudge, presidente da Promon Serviços

Profissionais, empresa que está em vigésimo quinto lugar dentre as 100

melhores empresas para trabalhar. “O insucesso na carreira decorre do

desequilíbrio entre competência técnica, as habilidades comportamentais e a

cultura da empresa”. (REVISTA ÉPOCA, edição nº. 640, 2010).

2.1.17 - Cartazes ou anúncios em locais visíveis.

É outro sistema de recrutamento de baixo custo, que apresenta

satisfatório índice de rendimento e rapidez. Podem ser utilizados na atração

interna e externa de candidatos e devem conter informações sucintas sobre o

processo seletivo, fornecendo informações sobre os procedimentos a serem

adotados pelos interessados. Indicado para cargos simples, como operários e

funcionários de escritório.

Geralmente, é colocado nas proximidades da organização, em

portarias ou locais de grande circulação de pessoas.

2.1.18 - Caçadores de Talentos.

Trata-se de um sistema para atrair profissionais com alto grau de

especialização para ocupar posições estratégicas dentro das organizações, e

que raramente estão disponíveis no mercado. Devido as suas características e

o alto custo empregado, as organizações não costumam utiliza-lo com

freqüência. Normalmente o custo desse serviço toma como base a média do

salário anual que o profissional selecionado terá.

Para atrair os talentos, os headhunters, caçadores de talentos,

utilizam técnicas como convites para encontros sociais, podendo se tratar de

um almoço ou jantar, seminários, encontros e eventos envolvendo profissionais

especializados na área para qual a organização está buscando o talento. Toda

32a estratégia de atração é feita sob total sigilo para preservar os profissionais de

qualquer situação constrangedora.

2.1.19 - Contatos com escolas, universidades e agremiações.

A organização desenvolve um sistema permanente de contato com

escolas, universidades, sindicatos, conselhos regionais, diretórios acadêmicos

e centros de integração empresa-escola para promover palestras e

conferências, através de recursos audiovisuais, com o objetivo de fazer

propaganda das políticas adotadas pela área de RH, divulgar as oportunidades

que está oferecendo ao mercado de trabalho e mesmo que não haja

oportunidades a oferecer a curto prazo, criar uma postura favorável entre os

possíveis candidatos.

“Trata-se de um trabalho de marketing em que um dos objetivos é

divulgar a organização e trabalhar sua imagem com esse segmento.

As palestras normalmente envolvem as áreas de gestão de pessoas

das empresas e utilizam como recursos vídeo institucional e outros

documentos informativos. (ATRAÇÃO E SELEÇÃO DE PESSOAS,

2ªEDIÇÃO, FGV, 2009, P.76).

2.1.20 - Consultas aos arquivos de candidatos.

É o sistema de recrutamento de menor custo.

Trata-se de um banco de dados de CVs de candidatos, que se

apresentaram espontaneamente ou que não foram aproveitados em

recrutamentos anteriores, para utilização futura em novos recrutamentos. Para

as agências de recrutamento, o banco de dados constitui o seu principal

patrimônio. Para as organizações, uma ferramenta importante para oferecer

novas oportunidades de trabalho.

O sistema de arquivamento é feito de acordo com as qualificações

mais importantes, por área de atividade ou por cargo e se baseia no CV ou

dados de proposta de empregos. É importante que a organização mantenha

eventuais contatos com os candidatos, afim de não perder o interesse e a

atratividade. Quando funciona bem, esse sistema é capaz de promover a

apresentação rápida de candidatos.

332.1.21 - Internet e intranet.

O recrutamento on-line ou recrutamento eletrônico é o processo de

recrutamento realizado através da internet ou da web. Caracterizado pelo baixo

custo, e oferecer cortesia de gratuidade por um determinado período de

divulgação de CVs no mercado on-line, esta opção vem sendo muito utilizada

tanto pelas organizações, quanto pelos candidatos. A grande vantagem deste

sistema é de acompanhar as oportunidades de oferta e procura vinte e quatro

horas, podendo candidatar-se a ofertas de empregos em qualquer hora ou

qualquer lugar no mercado mundial de trabalho. A divulgação das

oportunidades pode ser feita através de sites dedicados a carreiras, ou através

dos sites das empresas.

A intranet é uma ferramenta mais utilizada para atração interna de

candidatos, mas que serve de apoio à indicação pelos empregados, quando se

opta pela atração externa. As informações sobre as vagas, os requisitos e o

perfil de competências são divulgadas para todos os empregados da

organização, permitindo que aqueles que possuam o perfil solicitado possam

se inscrever nos processos seletivos ou indicar profissionais da sua rede de

relacionamento.

2.2 – Avaliação dos Resultados do Recrutamento

Devido as constantes mudanças no mundo dos negócios surgem

novas funções a cada dia, aumentando cada vez mais a necessidade de contar

com pessoas flexíveis capazes de adaptar-se aos novos desafios.

O principal desafio do recrutamento é agregar valor à organização e

às pessoas. Como toda e qualquer atividade importante, o recrutamento deve

proporcionar resultados para ambas as partes. A avaliação dos resultados é

importante para medir se o recrutamento está realmente atendendo as

necessidades da organização e a que custo. O recrutamento não é uma

atividade que possa ser isolada da estratégia da organização.

O pontapé inicial para fazer a máquina funcionar são os profissionais

com competências técnicas e comportamentais adequadas a frente do

34desenvolvimento das atividades delineadas pela empresa para atingir seus

objetivos, e para que isso se transforme em realidade há a necessidade de

atrair os profissionais desejados. A seleção da melhor estratégia de atração

deve ser pensada para cada processo seletivo em função das suas

especificidades. Desta forma podem-se aumentar as chances de atrair pessoas

de acordo com o perfil de que a organização necessita. Visando o lado

quantitativo, quanto mais candidatos influenciar, tanto poderá ser melhor o

recrutamento, mas visando o lado qualitativo, o mais importante é trazer

candidatos que passem pelo processo de triagem, sejam entrevistados e

encaminhados ao processo seletivo.

Manter a equipe de recrutadores sempre atualizada, através de

treinamento, é um diferencial importante para a organização, que pode diminuir

custo, tempo e recrutar com eficácia.

“A escolha das fontes corretas resultará na formação de um grupo de

candidatos com potencial para que o processo de seleção cumpra a

sua finalidade: selecionar competências.” (ATRAÇÃO E SELEÇÃO

DE PESSOAS, 2ªEDIÇÃO, FGV, 2009, P.82).

2.3 – Processos de Seleção

Podemos definir seleção como o processo de escolher o melhor

candidato para o cargo.

Dentro de uma visão mais ampla, a seleção tem como objetivo

buscar, dentre os vários candidatos recrutados, aqueles que são mais

adequados aos cargos existentes na organização, visando manter ou aumentar

a eficiência e o desempenho do pessoal, bem como a eficácia do sistema como

um todo.

Agregar novas pessoas para integrar o efetivo de profissionais, tem

sido uma rotina normal dentro das organizações. Seja para substituir

funcionários que se desligaram, seja para ampliar o quadro de pessoal em

épocas de crescimento e expansão.

O recrutamento e a seleção de pessoas fazem parte do processo de

introduzir novos elementos humanos que atendam as perspectivas do

35selecionador e do requisitante da vaga. Enquanto o recrutamento é uma

atividade de atração, divulgação e comunicação, a seleção é uma atividade de

escolha, de classificação e de decisão, Tem como principal característica

analisar se os candidatos possuem as competências necessárias que lhes

possibilitem executar com eficiência e eficácia as atribuições que estarão sob

suas responsabilidades e que possam agregar valores aos processos nos

quais serão inseridos. Para realizar esta análise, será necessário comparar os

candidatos para que possa ser feita a escolha daquele que apresentar o perfil

de competências próximo ao desejado. É um trabalho de risco que requer

muito conhecimento e experiência dos selecionadores, associados a uma doze

de sensibilidade, para identificar comportamentos de virtudes e defeitos que

serão de fundamental importância para um bom desempenho do candidato na

sua nova jornada, quanto para o sucesso da organização na realização dos

seus objetivos.

“Se não houvesse as diferenças individuais e se todas as pessoas

fossem iguais e reunissem as mesmas condições individuais para

aprender a trabalhar, a seleção de pessoas seria totalmente

desnecessária.” (CHIAVENATO, 2004, P.131).

A seleção configura-se como um novo processo de tomada de

decisão. Após a faze de recrutamento os profissionais da área de RH dão início

ao processo de comparação entre o perfil de cada candidato com o as

competências da posição em aberto e com os demais candidatos. Através

deste critério é escolhido o candidato que apresentar as características

desejadas pela organização. Para que a tomada de decisão inerente ao

processo de seleção tenha qualidade, será necessário realizar um conjunto

integrado de atividades. São etapas que compõem o processo seletivo e que

são de fundamental importância para analisar o desempenho dos candidatos e

avaliar a eficácia dos resultados obtidos.

As etapas são divididas através de atividades que incluem a triagem,

a análise do perfil de competência, a avaliação dos candidatos, a decisão final,

a verificação das referências, o exame médico, o feedback aos participantes e

avaliação da seleção.

36“A melhor maneira de conceituar seleção é representá-la como uma

comparação entre duas variáveis: de um lado, os requisitos do cargo

a ser preenchido e, de outro lado, o perfil das características dos

candidatos que se apresentam para disputá-lo.” (CHIAVENATO,

2004, P.132).

2.3.1 - A triagem.

Após a etapa de atração os candidatos potencialmente classificados

passam para etapa de seleção. É importante informar aos candidatos

aprovados os próximos passos da seleção e aos não aprovados os pontos que

precisa melhorar.

A análise curricular é geralmente o primeiro passo a ser dado para

filtrar os candidatos que participarão do processo seletivo. A partir das

informações fornecidas no currículo, será possível formar uma primeira

impressão sobre as qualificações do candidato e sua adequação ao perfil da

posição para qual se está selecionando. No entanto os currículos devem conter

informações que a princípio satisfaçam às exigências do cargo a ser ocupado,

seguindo um padrão de formato e conteúdo indispensáveis para uma análise

satisfatória do candidato.

2.3.1.1 - Currículo.

n É bem feito?

n É completo?

n Apresenta seus dados pessoais de forma resumida?

n Apresenta de forma clara o objetivo profissional na

organização?

n Faz referência às suas principais competências técnicas,

pessoais, de gestão e habilidades?

n Mostra as experiências Relevantes?

n Apresenta valor agregado a sua carreira profissional e às

organizações que trabalhou?

37 2.3.1.2 – Dados do currículo.

n Nome:

n Endereço:

n Tel.:

n Celular:

n E-mail:

n Idade:

n Nacionalidades:

n Estado civil:

n Objetivos:

n Formação:

n Principais qualificações:

n Experiência Profissional:

n Empresa;

n Período (dia, mês e ano);

n Cargos ocupados;

n Valor agregado

Sobre a experiência profissional, no item período, é comum o

candidato mencionar apenas o ano de admissão e o ano de desligamento das

empresas que prestou seus serviços. Com apenas esta informação o

selecionador não tem como analisar o tempo que o candidato eventualmente

possa estar fora do mercado de trabalho, informação valiosa a ser questionada

na fase de entrevista, quando se poderá avaliar, dentre outros aspectos,

problemas de competência comportamental para assumir o cargo vago.

Ao analisar o currículo o selecionador deve concentrar sua atenção

nas realizações do candidato, no desenvolvimento da carreira e na estabilidade

38obtida por onde trabalhou. São informações de grande valor avaliativo que

estão inseridas no item que descreve a experiência profissional.

Este item contém indicadores que auxiliam na avaliação dos

resultados que ele gerou para as organizações onde trabalhou. São

informações que dão ao selecionador uma indicação do potencial de

agregação de valor do candidato.

Analisar o desenvolvimento da carreira contribui para que o

selecionador possa identificar se o candidato ocupou uma sucessão de cargos

de mesmo nível de complexidade, sugerindo um profissional que, mesmo tendo

passado por diferentes cargos, ocupou um espaço ocupacional restrito, sem

contrapartida em termos de desenvolvimento profissional.

A estabilidade fornece ao selecionador informações sobre o tempo

que o candidato permaneceu em cada empresa, assim poderá avaliar a

diversidade de experiências profissionais. Currículos que descrevem vínculos

de trabalho de curta duração em diversas organizações podem estar indicando

candidatos sem capacidade de gerar resultados suficientes para sustentar

esses vínculos. Em contra partida grande parte das organizações não desejam

que o profissional desenvolva toda sua carreira em uma mesma empresa, mas

é importante avaliar que qualquer resultado precisa de tempo para ser

produzido. Por outro lado, vínculos de trabalho de longa duração não devem

ser considerados negativos e tomados como indicadores de acomodação e

falta de ambição, pois o espaço ocupacional ocupado por um profissional em

uma mesma organização pode ser tão amplo, envolvendo altos níveis de

complexidade das atribuições e de responsabilidade, que esse aspecto pode

compensar o pequeno número de organizações a que esteve vinculado ao

longo de sua carreira.

2.3.2 – Avaliação dos candidatos.

Identificar e localizar as características pessoais do candidato é uma

atribuição que exige sensibilidade, requer conhecimento sobre a natureza

humana e das repercussões que a tarefa impõe à pessoa que irá executá-la.

39A avaliação do candidato não é uma responsabilidade exclusiva do

selecionador. O requisitante da vaga deve realizar entrevistas específicas com

os candidatos, participar da elaboração e avaliação dos testes de

conhecimento escrito, práticos ou situacionais, e das dinâmicas de grupo. O

envolvimento do requisitante da vaga neste processo é um indicador

importante para mensurar se o candidato avaliado atende às exigências do

cargo de acordo com as necessidades do requisitante, ampliando seu

comprometimento com os resultados do processo.

Há uma grande variedade de técnicas de seleção ao alcance dos

profissionais de gestão de pessoas. Testes, dinâmica de grupo e entrevistas

são as principais técnicas utilizadas no processo avaliativo, que deverão ser

orientados através de critérios pré-estabelecidos.

n Percurso profissional: perfil das empresas anteriores e cargos

ocupados, responsabilidades, realizações e resultados obtidos,

estabilidade e participações em associações e sindicatos;

n Vida social: participação em clubes, igrejas e associação

profissional, tipo de esporte praticado, hobbies, amigos, férias e

finais de semana prediletos;

n Sistema de valores: ética, integridade moral, responsabilidade,

atitude positiva;

n Auto-estima: desenvoltura em falar sobre realizações e

deficiências, capacidade de lidar com críticas;

n Inteligência: nível intelectual, capacidade para prestar atenção

em detalhes, facilidade para pensar em termos micro e macro na

solução de problemas;

n Iniciativa: assertividade, entusiasmo;

n Estilo: político, dominador, flexível, avaliador.

Utilizar testes em processos de seleção contribui para avaliar as

aptidões individuais de cada candidato e oferecer um prognóstico futuro entre o

desempenho obtido nos testes e o suposto desempenho no trabalho. Os tipos

40de testes a serem aplicados dependerão das atribuições exigidas pelo cargo

vago e o perfil desejado do candidato que irá concorrer à vaga.

“A utilização de testes em processos de seleção se baseia no valor

de predição dos testes, ou seja, na suposição de que há uma estreita

correspondência entre o desempenho do candidato nos testes e seu

desempenho futuro no trabalho.” (ATRAÇÃO E SELEÇÃO DE

PESSOAS, 2ªEDIÇÃO, FGV, 2009, P.104).

As técnicas utilizadas na avaliação dos candidatos podem envolver

ações combinadas e não seguirem uma seqüência pré-estabelecida. A

seqüência de utilização das técnicas pode depender das peculiaridades de

cada processo seletivo.

n Aplicação de testes (psicológicos, de conhecimentos, situacionais

e habilidades);

n Aplicação de dinâmicas de grupo;

n Entrevista com o selecionador;

n Entrevista com o requisitante da vaga;

n Verificação de referências.

A etapa de avaliação configura-se como mais um filtro em todo o

processo seletivo e, após a aplicação das técnicas e avaliação de seus

resultados, o selecionador deverá decidir quais os candidatos que serão

encaminhados para a entrevista com o requisitante. A entrevista com o

requisitante é a última etapa de coleta de informações antes que seja tomada a

decisão final.

2.3.3 - A decisão final.

Nesta etapa o requisitante da vaga deverá tomar a decisão sobre a

escolha do candidato que será contratado. Com base nas informações

coletadas através de relatório apresentado pelo selecionador, com as

atividades desenvolvidas durante o processo seletivo, serão analisados os

pontos fortes e os pontos fracos de cada candidato, tomando-se como

referência o perfil de competências previamente determinado.

41Mesmo que a decisão seja de responsabilidade do requisitante da

vaga é conveniente e seguro que o selecionador tenha participação efetiva na

hora da decisão. Em alguns casos o requisitante não possui habilidades para

lidar com a situação, por não ser um especialista em seleção e em avaliação

de comportamento, podendo comprometer involuntariamente todo o processo

seletivo, equivocando-se na escolha final do candidato.

“O trabalho de selecionador, contudo, não termina com a entrega do

relatório. Apesar de a seleção final caber ao requisitante da vaga, é

desejável que a avaliação final seja feita em conjunto, pelo

requisitante e pelo selecionador.” (ATRAÇÃO E SELEÇÃO DE

PESSOAS, 2ªEDIÇÃO, FGV, 2009, P.93).

Após a tomada decisão, o candidato selecionado passará por uma

bateria de exames médicos com o objetivo de avaliar se as suas condições

físicas estão de acordo com requisitos exigidos para exercer as atividades do

cargo.

2.3.4 – Exame médico.

A avaliação médica ou exame admissional é uma etapa da seleção

indispensável ao sucesso da contratação. É necessária para comprovar o

estado de saúde físico e mental do futuro funcionário para exercer as

atividades peculiares à função a que será destinado. Realizada por um médico

com especialização em medicina do trabalho, é conveniente que o

selecionador esteja em sincronia com os procedimentos realizados pelo médico

com a finalidade de informar os detalhes das atividades que serão

desenvolvidas pelo futuro empregado, para que possam ser realizados todos

os procedimentos necessários que garantam um adequado desempenho

profissional.

O exame é simples. O médico geralmente começa com uma breve

entrevista sobre doenças ou licenças ocorridas em empregos anteriores, apura

informações sobre a vida pregressa do trabalhador, mede pressão arterial,

batimentos cardíacos, etc. Certificando-se que os resultados são satisfatórios,

o médico emite o Atestado Médico de Capacidade Funcional.

42Apesar de simples o exame é imprescindível para avaliar o estado

de saúde do trabalhador, como também para evitar transtornos futuro para

organização. A não realização deste procedimento, ou que seja realizado sem

levar em consideração as atividades que serão exercidas pelo futuro

empregado, poderá responsabilizar o empregador a responder por eventuais

ações indenizatórias por acidente de trabalho ou doença do trabalho.

“Precisamos estar seguros das condições de saúde de nossos

empregados, quando eles ingressam na organização. Essa

informação é fundamental no momento de avaliar se uma doença foi

causada pelo trabalho ou se era preexistente à contratação, fato que

pode ser decisivo na determinação de pagamento de ações

trabalhistas.” (ATRAÇÃO E SELEÇÃO DE PESSOAS, 2ªEDIÇÃO,

FGV, 2009, P.96).

Ao finalizar a etapa de exame médico, sendo concluído que as

condições físicas dos candidatos são compatíveis com os requisitos físicos das

atividades que serão exercidas, pode-se dar início ao processo de contratação

dos candidatos selecionados.

2.3.5 – Feedback aos participantes.

O feedback é uma técnica utilizada para informar aos participantes,

que não foram aprovados no processo seletivo, onde ocorreram as falhas e os

pontos que precisam ser auto-avaliados e melhorados para um melhor

aproveitamento em oportunidades futuras. O objetivo é mostrar aos

participantes como eles são vistos pelo profissional responsável pelo processo

seletivo, com a finalidade de que possam maximizar seus desempenhos, de

acordo com os objetivos propostos pela organização, buscando melhorar o

autoconhecimento, reformular atitudes e perceber os pontos que precisam ser

desenvolvidos.

É uma prática, ainda, pouco utilizada pelas organizações brasileiras,

deixando os candidatos sem noção de quais aspectos do seu desempenho no

processo seletivo foram insuficientes ou inadequados.

É uma ação que agrega valor à imagem da organização, por revelar

uma atitude de respeito, consideração e profissionalismo.

43Para Janete Ana Ribeiro Vaz, sócia e copresidente do Laboratório

Sabin, empresa que está em terceiro lugar dentre as 100 melhores empresas

para trabalhar, “O jovem tem conhecimento e muita vontade, mas não possui

maturidade. É o feedback em tempo real que vai ajudá-lo a se desenvolver.”

(REVISTA ÉPOCA, edição nº. 640, 2010).

2.4 – Avaliação dos Resultados do Processo Seletivo

O processo seletivo precisa ser eficiente e eficaz para trazer os

resultados esperados pela organização. O propósito da avaliação é comparar

os resultados planejados com os resultados efetivamente obtidos, visando

corrigir as eventuais distorções para que se possa trabalhar no

aperfeiçoamento contínuo das atividades desempenhadas durante o processo.

A comparação é realizada através de estudo de indicadores de

desempenho resultantes das atividades praticadas pelos candidatos em cada

etapa da seleção. Um indicador de desempenho pressupõe, em primeiro lugar,

a identificação de fatores relacionados às etapas do processo seletivo, tais

como: currículos recebidos, candidatos apresentados para participar do

processo seletivo, candidatos selecionados, candidatos indicados para

cadastro, tempo de conclusão, custos com o processo e rotatividade de

pessoal. O resultado da comparação destes fatores é que irão conferir

conteúdo para, posteriormente, serem submetidos à mensuração para aferir a

qualidade das práticas de seleção.

“Cada organização precisa determinar quais são os processos e

procedimentos de seleção mais adequados e que proporcionam os

melhores resultados.” (CHIAVENATO, 2004, P.151).

O propósito da avaliação de qualquer processo de seleção é medir o

desempenho efetivo do novo empregado na realização das atividades

requeridas pelo cargo, que deve ser cuidadosamente avaliado não só durante o

período de experiência, como ao longo de toda sua trajetória profissional dentro

da organização. O bom desempenho de um novo empregado é um indicador

privilegiado da validade do processo seletivo.

44

CAPÍTULO III

TÉCNICAS APLICADAS NO PROCESSO SELETIVO

3.1 – Comportamento no Processo Seletivo

A tecnologia e a globalização influenciaram muito na mudança de

comportamento dos profissionais de RH no processo de selecionar pessoas,

apesar de os princípios e técnicas utilizadas terem sofrido poucas mudanças

significativas.

O grande desafio que se coloca é uma mudança de atitude ante as

demandas dirigidas ao selecionador de pessoas, em seu dia a dia, tanto em

relação à organização e aos processos, quanto na relação com os candidatos e

com seu cliente interno: o requisitante. As facilidades advindas dos modernos

meios de comunicação trouxeram popularidade aos processos seletivos

aplicados pelas organizações. As publicações de informações sobre o

comportamento adequado diante das etapas do processo, estipulando o perfil

conveniente ao de um bom candidato, aumentaram as dificuldades do

selecionador em detectar a diferença entre o comportamento real e o

comportamento robotizado dos candidatos, perdendo-se a essência natural do

comportamento durante o processo seletivo. São dicas encontradas em sites

que abordam matérias sobre RH, jornais, revistas, entrevistas com

especialistas através de programas de televisão, entre outras.

É importante que o profissional de RH acompanhe periodicamente a

evolução deste indicador para que possa buscar novos conhecimentos de

técnicas de avaliação comportamental com o objetivo de detectar o problema e

adequar o processo seletivo aos interesses da organização, evitando

desperdício de tempo, dinheiro e a decepção do futuro empregado.

Para Maria Inês Felippe, Psicóloga, Especialista em Administração

de RH e Mestre em Desenvolvimento do Potencial Criativo, pela Universidade

de Educação de Santiago de Compostela – Espanha, “Muitos profissionais não

45dominam a técnica e principalmente não sabem como interpretar os

comportamentos observados, ou avaliam conforme o seu referencial, que

poderá ser preconceituoso.”

URL:http://www.gestaodecarreira.com.br/coaching/dinamica-de-

grupo/desenvolvendo-comportamento-atraves-da-dinamica-de-grupo.html

Acessado em 15/12/2010.

Ao convocar candidatos para participar de um processo seletivo há

de se fazer um planejamento prévio de todas as etapas, técnicas que serão

utilizadas, duração e data. É importante informar aos candidatos todas as

etapas do processo, para que possam se organizar. O selecionador tem que ter

a consciência de que o candidato, mesmo estando à procura de uma

colocação, não está ao inteiro dispor da empresa.

Evitar a ocorrência de falhas é outro fator importante na condução

de um processo seletivo. É nesse momento que o candidato faz suas primeiras

observações sobre a empresa: observa o comportamento e a apresentação

das pessoas, a estrutura de trabalho oferecida aos empregados, a

pontualidade, entre outros detalhes. É de responsabilidade do selecionador,

antes de dar início às etapas que compõem o processo, verificar se o ambiente

oferece conforto e privacidade aos candidatos, se as instalações e os

equipamentos estão adequados à realização da atividade e seguindo os

padrões estruturais da empresa, fazer uma leitura, com antecedência, dos

currículos dos candidatos, para não correr o risco de cometer equívocos na

hora da entrevista, vestir-se de forma adequada, seguindo o padrão cultural da

organização. Estes procedimentos aceleram o processo de seleção e evitam

surpresas indesejáveis, tal como atraso no horário marcado para entrevista, o

que pode deixar o candidato irritado, e consequentemente revelar a falta de

respeito e organização do selecionador e da empresa.

Atualizar e reciclar a técnica de selecionar um candidato exige uma

transformação no comportamento do selecionador. Aprender novas regras de

comportamento e aceitar mudanças já é o início para enfrentar novos desafios.

O perfil do selecionador deve ser sempre inovador. Aprimorar seus

46conhecimentos e se diferenciar no mercado, buscar atualização e a reciclagem

de suas ferramentas de trabalho, influenciarão no futuro da organização e no

futuro da vida profissional do trabalhador.

“Outro papel esperado do selecionador é o de rever continuamente

suas atividades, buscando otimizar procedimentos e questionando

permanentemente todas as ações.” (ATRAÇÃO E SELEÇÃO DE

PESSOAS, 2ªEDIÇÃO, FGV, 2009, P.31).

3.2 – Técnicas de Seleção

Os processos seletivos têm como finalidade básica a identificação

de pessoas que apresentam perfis de competências alinhados com as

estratégias e a cultura das organizações. Por isso é fundamental que o

selecionador tenha profundo conhecimento sobre a cultura organizacional e

suas ramificações, sendo elas, o perfil do gestor requisitante, as pessoas que

irão trabalhar com o futuro empregado e o ambiente/clima organizacional.

Assim o selecionador poderá filtrar com mais precisão os candidatos

concorrentes à vaga, não limitando-se apenas à comparação do perfil técnico

do candidato com as características exigidas pelo cargo vago.

Todo processo tem no cliente a razão de sua existência. É o cliente

que irá avaliar os produtos e serviços que lhe são prestados. Nos processos de

atração e seleção de pessoas o cliente interno é o gestor da área requisitante.

Sendo assim, é importante que o selecionador procure conhecer as

necessidades do gestor requisitante imediatamente após a solicitação do

preenchimento da vaga. O futuro da organização depende dos profissionais

que fazem parte das equipes de trabalho e que naturalmente um dia

participaram de processos de atração e seleção para estarem desenvolvendo

suas atividades dentro das organizações.

“A responsabilidade do selecionador esta muito além de captar

profissionais adequados ao preenchimento da vaga. É a partir dele

que a organização abre suas portas para desenvolver novos talentos

e futuros empreendedores.”

URL:http://www.rh.com.br/Portal/Recrutament_Seleção/Artigo/6451/o-

perfil-do-novo-selecionador.html Acessado em: 16/12/2010.

47Pensar que para se manter na disputa do competitivo mercado

organizacional basta investir em recursos tecnológicos, processos racionais de

trabalho, uma adequada estrutura organizacional, produtos e serviços de

qualidade e consequentemente clientes satisfeitos, pode parecer, a princípio,

uma estratégia segura e eficaz para alavancar a produtividade esperada. Mas a

principal ferramenta está no capital humano, atraído estrategicamente através

de técnicas, para desenvolver e por em prática todo esse investimento. São as

pessoas, com suas qualidades e competências que lidam com a tecnologia e

todos os recursos investidos pela organização, proporcionando produtividade,

qualidade e competitividade. E o papel do selecionador é, justamente, o de

gerenciar e aplicar técnicas apropriadas, para atrair e selecionar as pessoas

certas, que irão compor o investimento para trazer progresso às organizações.

“Sem as pessoas, as organizações não funcionam. Sem as pessoas,

não há dinâmica organizacional, nem resultados e nem sucesso. A

competitividade organizacional depende das competências das

pessoas.” (CHIAVENATO, 2004, P.130).

3.2.1 - Os testes.

Apesar de polêmicos e, de aos poucos, estarem sendo substituídos

por outros tipos de técnicas, os testes ainda são utilizados por muitas

organizações como ferramentas no auxílio do processo seletivo.

Os testes têm como principal objetivo avaliar se o resultado de sua

aplicação é verdadeira ou falsa, normal ou anormal, porque está implícito em

sua descrição o conceito de avaliar e classificar respostas que apresentem

estes tipos de resultados. Em virtude do avanço científico e de novas

descobertas sobre a aplicação da psicologia nos processos seletivos, já não se

aceita mais avaliações focadas em resultados certos ou errados. Estas

variáveis já não são mais condizentes com a realidade atual. As ferramentas

utilizadas dentro da realidade atual têm como objetivo traçar um perfil, na

tentativa de indicar se o candidato tem maior habilidade em lidar com pessoas

ou informações, se é mais racional ou emotivo, avaliando suas preferências e

tendências, entre outras características, e a funcionalidade ou não da técnica

utilizada.

48Contudo, os selecionadores ainda recorrem a alguns tipos de testes

que são considerados importantes por trazerem resultados satisfatórios,

satisfazerem as necessidades dos gestores requisitantes, devido ao grau de

funcionalidade, como auxílio, na aplicação do processo seletivo.

“Os testes devem sempre ser coadjuvantes do processo, atuando

como mais uma entre as diversas fontes de dados à disposição do

selecionador.” (ATRAÇÃO E SELEÇÃO DE PESSOAS, 2ªEDIÇÃO,

FGV, 2009, P.113).

3.2.1.1 - Testes psicológicos.

No caso de testes psicológicos, sua aplicação ainda é muito

funcional para casos em que se deseja identificar alguns traços de distúrbios

patológicos ou transtorno de personalidade, diagnosticando se o candidato

possui traços obsessivo-compulsivo, depressivo, de ansiedade, agressividade,

entre outros sintomas. O principal objetivo da aplicação destes testes é avaliar

o desenvolvimento intelectual, aptidões específicas e a personalidade dos

candidatos.

Os testes de personalidade são instrumentos para avaliar

características emocionais, de motivação e interpessoais. Propõem-se a

identificar aspectos da dinâmica da personalidade de um candidato, mas as

questões propostas com esse objetivo não pressupõem que haja uma resposta

certa a ser apresentada pelo candidato.

Como exemplo da funcionalidade desse tipo de teste, pode-se

destacar sua utilização para avaliar se um candidato é introvertido ou

extrovertido, as questões ou atividades do teste exploram situações ou

aspectos que funcionam como indicadores destes tipos de comportamentos. A

freqüência de respostas num ou outro sentido permitirá classificar o candidato

como uma pessoa introvertida ou extrovertida e estimar em que nível. Se o

candidato apresentar um nível de introversão ou extroversão alto, o trabalho do

selecionador será avaliar se essa característica é compatível com o perfil de

competência que se está buscando.

“Os testes de personalidade são chamados específicos quando

pesquisam determinados traços ou aspectos da personalidade, como

49equilíbrio emocional, frustrações, interesses, motivação, etc. Nessa

categoria estão os inventários de interesses, de motivação e de

frustração.” (CHIAVENATO, 2004, P.150).

3.2.1.2 - Testes de conhecimentos.

Os testes de conhecimentos, bastante utilizados em processos

seletivos, principalmente em concursos públicos, podem ser classificados em

objetivos e discursivos.

No teste objetivo são utilizadas questões de resposta direta, como o

teste de múltipla escolha. Esse tipo de teste tem como característica um

comando, que propõe a questão e várias opções de respostas que são

apresentadas ao candidato, tendo que este optar por aquela que responde ao

que é solicitado no comando. Os testes objetivos exigem dos candidatos

habilidades de leitura, interpretação e crítica. Sua utilização tem algumas

vantagens, tais como: permitir um julgamento mais objetivo das respostas dos

candidatos por meios de sistemas informatizados ou manuais, com base em

um gabarito de respostas; a partir da formulação de uma quantidade variada de

perguntas consegue-se cobrir vários conhecimentos que são necessários para

o adequado desempenho no cargo; possibilita avaliar, ao mesmo tempo, um

grande número de candidatos. A sua principal desvantagem está na

elaboração difícil e morosa, pois requer supervisão de especialistas em

construção de testes, e nem sempre o especialista de conteúdo domina as

normas e técnicas para elaboração de questões, podendo resultar na anulação

de um concurso por falha de elaboração de alguma questão, fraude por falha

na supervisão e quebra de sigilo.

Os testes discursivos têm como característica utilizar perguntas

abertas com o objetivo de explorar os conhecimentos necessários para um

determinado cargo. Requerem dos candidatos habilidades de leitura e de

redação. Sua elaboração é mais rápida em comparação ao tempo necessário

para elaborar um teste objetivo, mas o julgamento das respostas é demorado,

difícil e mais subjetivo, estando sujeito à variação de critérios. É importante que

os avaliadores tenham pleno conhecimento ou acesso as fontes de

informações que foram utilizadas para formular as questões, para que se

50possam definir critérios de correção. Por exemplo, suponhamos que em um

teste discursivo para avaliar candidatos que irão concorrer a uma vaga na área

de RH, tenha a seguinte questão: “Descreva todas as etapas utilizadas na

aplicação de um processo seletivo”. O gabarito de resposta para esta questão

deverá relacionar todos os aspectos que deverão ser abordados e

desenvolvidos na resposta do candidato: avaliar os procedimentos da etapa de

triagem, os procedimentos utilizados na etapa de avaliação dos candidatos,

dentre as demais etapas.

“Diferentemente do teste objetivo, em que para cada questão basta

que se indique a opção correta, o gabarito da prova subjetiva é muito

mais difícil de ser elaborado.” (ATRAÇÃO E SELEÇÃO DE

PESSOAS, 2ªEDIÇÃO, FGV, 2009, P.108).

3.2.1.3 - Testes situacionais.

Os testes situacionais, que tem características dos testes

discursivos, são bastante utilizados na atualidade. Constituídos por atividades

estruturadas, colocam o candidato diante de situações típicas de seu dia a dia

no trabalho, com o objetivo de avaliar sua capacidade de perceber, analisar e

solucionar problemas reais vivenciados na organização.

Geralmente, os testes situacionais são elaborados na própria

empresa, exigindo um trabalho cuidadoso de pesquisa junto ao requisitante,

visando à elaboração de situações-problema que sejam realmente

representativas das atividades inerentes ao cargo. Na prática, o candidato

recebe a situação-problema, que pode ser por escrito, analisa, propõe uma

solução e descreve a forma como atuaria naquele caso.

Para considerar que um teste seja bem elaborado, de acordo com os

padrões técnicos de qualidade, é necessário que as questões sejam

previamente planejadas, variando em termos de grau de dificuldade, para não

se correr o risco de se aplicar uma prova muito fácil, que não elimina muitos

candidatos, ou muito difícil, que elimina a maioria dos candidatos.

É importante que as questões exijam dos candidatos graus

diferenciados de complexidade de respostas, como compreensão e aplicação,

51para se ter uma amostra melhor do domínio do candidato sobre os conteúdos

relevantes para o desempenho no cargo.

“Ao planejarmos um teste, as questões devem estar formuladas para

exigir do candidato respostas mais complexas, que demonstrem que

ele realmente tem um adequado domínio dos conhecimentos que

devem ser avaliados.” (ATRAÇÃO E SELEÇÃO DE PESSOAS,

2ªEDIÇÃO, FGV, 2009, P.111).

3.2.1.4 - Testes de habilidade.

O objetivo dos testes de habilidade é avaliar se o candidato sabe

realizar uma determinada atividade, se sabe produzir algum tipo de resultado.

Para realização desses testes é fundamental, como em todos os tipos de

testes, que se tenha discutido e avaliado qual o resultado que se deseja

observar.

Se o gestor de um restaurante deseja contratar um cozinheiro, há de

se imaginar que dentre as atribuições exigidas pelo cargo, a principal será

colocá-lo para cozinhar e observar se o seu desempenho atende às

necessidades do requisitante. Este é um típico exemplo de teste de habilidade.

3.2.1.5 – Testes: Vantagens e desvantagens.

Utilizar testes em processos seletivos apresenta vantagens e

desvantagens.

Vantagens: Possibilidade de aplicação coletiva, o que significa economizar

tempo no processo seletivo, uma variável importante, principalmente em

processos seletivos que envolvem muitos candidatos. Outro ponto a favor é a

objetividade atribuída aos resultados obtidos, em qualquer tipo de teste, quer

se trate de um teste de conhecimento, de um teste de aptidão ou um teste de

personalidade, trata-se de um instrumento cuja estrutura, aplicação e avaliação

são padronizadas, o que significa que os critérios de avaliação são

previamente determinados. Sendo assim, a avaliação não está totalmente

submetida ao julgamento do selecionador.

Desvantagens: Possibilidade de manipulação das respostas. As respostas

dadas pelos candidatos podem não corresponder as suas verdadeiras

52opiniões, mas sim ao que eles julgam que o selecionador considera mais

adequado. Outro ponto desfavorável é o uso massificado dos testes. Quando

muito utilizados acabam sendo divulgados por profissionais através de manuais

de orientação para realização dos testes ou são divulgados em sites na

internet, perdendo seus valores de predição, uma vez que os padrões de

avaliação tornaram-se públicos.

“Durante muito tempo, o uso de testes em processos de seleção foi

um sinal de seriedade, uma garantia de objetividade e cientificidade.

Hoje, contudo, os testes não aparecem mais como técnica

privilegiada de seleção e sua utilização vem sendo alvo de muita

polêmica.” (ATRAÇÃO E SELEÇÃO DE PESSOAS, 2ªEDIÇÃO, FGV,

2009, P.103).

3.2.2 – Dinâmicas de Grupo.

A dinâmica de grupo é uma ferramenta de grande importância no

processo seletivo. É caracterizada pela aplicação de diversas atividades com o

objetivo de analisar o desempenho do candidato em equipe e detectar

comportamentos e competências compatíveis ao cargo pretendido pelo

candidato. Também utilizada em processos de treinamento e desenvolvimento,

tem como objetivo estimular o trabalho em equipe, elevar a autoestima, motivar

ou manter a equipe motivada, estimular o pensamento criativo, quebrar

paradigmas, administrar conflitos, feedback, administrar melhor o tempo,

melhorar a relação cliente-fornenedor, entre outros.

Quando utilizada como teste de seleção, a aplicação da dinâmica de

grupo consiste em propor a um grupo de candidatos um conjunto de atividades,

tais como: jogos, simulações, testes situacionais, estudo de caso ou debate

sobre temas específicos. Essas atividades atuam como estímulo para deflagrar

a interação entre os participantes e promover uma dinâmica de funcionamento

que possibilite a observação direta do comportamento dos candidatos. De

maneira geral, as dinâmicas de grupo são indicadas para avaliar habilidades

interpessoais e atitudes, através da observação direta do comportamento dos

candidatos para se obter dados que viabilizem a avaliação.

53Para garantir o bom uso da técnica é imprescindível que as tarefas

planejadas, para serem propostas ao grupo, sejam efetivamente capazes de

expressar a competência que se pretende observar, outro requisito importante

é criar condições que favoreçam a objetividade da observação. Para isso, é

preciso que o selecionador tenha profundo conhecimento das competências

exigidas pelo cargo vago, das necessidades do gestor requisitante da vaga e

do total domínio da técnica que será utilizada.

“Em uma pesquisa realizada com dez profissionais da área de

Seleção de Pessoal, foi constatado que todos utilizam a dinâmica de

grupo em seus processos de seleção. Porém, não mostrou uma

preocupação, por parte desses profissionais, com o tipo de cargo

para o qual a vaga está aberta, ou com o material de apoio para

aplicação dessa dinâmica.”

URL:http://www.rh.com.br/Portal/Recrutamento_Selecao/Artigo/6

746/as-principais-falhas-da-dinamica-de-grupo-em-processos-de-

selecao.html Acessado em: 21/12/2010.

Um fator importante na aplicação das dinâmicas de grupo é o

entrosamento da equipe de selecionadores quanto aos resultados obtidos

durante o processo avaliativo. A observação do comportamento do candidato

por parte de um selecionador pode não ser a mesma dos outros membros da

equipe. É fundamental, antes de aplicar a técnica de dinâmica, que a equipe de

selecionadores discuta detalhadamente o conceito de cada competência que

se pretende avaliar, até chegarem a um consenso sobre a interpretação que

cada selecionador terá sobre o assunto.

O ato de observar é um comportamento natural das pessoas e está

diretamente relacionado à capacidade de observação do ambiente que

vivemos. Na aplicação de uma dinâmica de grupo, a observação converte-se

em instrumento de coleta de dados que irão fundamentar a tomada de decisão

que afetará a vida de pessoas e o desempenho de uma organização. Nesse

caso, a observação requer um caráter mais científico, com o objetivo de

diagnosticar comportamentos específicos que estejam voltados a atender

necessidades preestabelecidas, e que requer do observador a capacidade de

descrever e de registrar o comportamento observado.

54“Para que você possa ser bem-sucedido no trabalho de observação

em dinâmicas de grupo, a chave é concentrar a atenção em

descrever as ações do candidato.” (ATRAÇÃO E SELEÇÃO DE

PESSOAS, 2ªEDIÇÃO, FGV, 2009, P.117).

A dinâmica de grupo também pode ser utilizada para avaliar

competências técnicas. Utilizando-se outros tipos de técnicas, como teste

escrito ou prático ou em uma entrevista pode-se avaliar os conhecimentos e

experiências dos candidatos.

Para se obter resultados satisfatórios na utilização de dinâmicas de

grupo em processos seletivos é recomendável que os candidatos sejam

divididos em grupos de no mínimo oito e no máximo doze candidatos. Um

número reduzido de candidatos pode empobrecer a diversidade de interação.

Um número elevado de candidatos prejudica a capacidade de observação.

Outro fator importante é o número de selecionadores participantes do

processo. É recomendável que seja utilizado, no mínimo, dois selecionadores.

A probabilidade de que um único observador possa observar e registrar,

adequadamente, o comportamento de doze candidatos é pequena. A

participação de um segundo observador significa a possibilidade de confrontar

as observações e avaliar sua precisão.

“Outro problema identificado na aplicação da dinâmica de grupo foi

quanto à quantidade de participantes, onde quase metade dos

entrevistados foi submetida a uma única dinâmica. Quanto maior o

número de participantes, mais difícil o esclarecimento dos objetivos

em relação àquela atividade.”

URL:http://www.rh.com.br/Portal/Recrutamento_Selecao/Artigo/6

746/as-principais-falhas-da-dinamica-de-grupo-em-processos-de-

selecao.html Acessado em: 21/12/2010.

553.2.3 – Entrevista.

Conhecida por ser a técnica mais utilizada para fundamentar as

decisões relativas à contratação de um empregado, a entrevista de seleção

consiste na proposição de perguntas, tendo como objetivo avaliar o domínio de

determinadas competências relacionadas ao perfil profissional, verificar

pendências sobre competências que não foram vistas na utilização de outras

técnicas, investigar mais detalhadamente aspectos de uma competência que

não tenha sido suficientemente explorada e esclarecer fatos, impressões,

confirmar ou rejeitar hipóteses que surgiram ao longo do processo seletivo.

Há duas categorias de entrevista: estruturada e não estruturada.

Nas entrevistas estruturadas, o candidato é solicitado a responder

questões padronizadas, sendo as suas principais vantagens a uniformização

das informações coletadas e a cobertura completa de todas as informações

necessárias para predizer seu provável sucesso no cargo pretendido, em

função do planejamento prévio das perguntas.

Nas entrevistas não estruturadas, são poucas as perguntas

planejadas. As questões são formuladas de acordo com o prosseguimento da

entrevista, configurando-se um cenário onde a avaliação torna-se menos

objetiva, podendo induzir o selecionador ao esquecimento de algum detalhe,

colocando em risco a eficácia do resultado obtido.

“Apesar do seu forte componente subjetivo, a entrevista pessoal é

aquela que mais influencia a decisão final a respeito dos candidatos.

Entrevistar é, provavelmente, o método mais utilizado em seleção de

pessoal.” (CHIAVENATO, 2004, P.140).

Independente da categoria utilizada na entrevista pode ser formulada diversos

tipos de perguntas:

• Perguntas técnicas;

• Perguntas psicológicas;

• Perguntas situacionais;

• Perguntas comportamentais;

563.2.3.1 - Perguntas técnicas.

Visam obter informações sobre o conhecimento técnico, a

experiência profissional e as habilidades técnicas do candidato. As perguntas

feitas com esse objetivo geralmente são realizadas pelo profissional,

requisitante da vaga, a quem o futuro empregado se reportará. Também pode

ser conduzida pelo selecionador, desde que esse conheça profundamente as

peculiaridades técnicas do contesto de trabalho em questão.

3.2.3.2 - Perguntas psicológicas.

Têm como finalidade enfocar aspectos da personalidade e da vida

pessoal do candidato, abordando temas como família, relacionamentos

interpessoais, lazer, história de vida, entre outros. Trata-se de um tipo de

pergunta bastante influenciado pelo modelo clínico da psicologia, que objetiva

investigar vários aspectos da vida do candidato para compor um perfil

psicológico e analisar se tal perfil está adequado ao perfil de competências que

se está procurando. Por isso, é preciso ser prudente na utilização desse tipo de

pergunta em entrevista de seleção. Tão importante quanto formular

adequadamente a pergunta é ser capaz de analisar a resposta, e essa análise

requer um conhecimento sólido sobre dinâmica de personalidade que permita

interpretar adequadamente as informações fornecidas pelos candidatos.

É prudente, neste caso, que o profissional avaliador tenha formação

específica em psicologia.

3.2.3.3 – Perguntas situacionais.

As perguntas situacionais são formuladas enfocando situações

características do trabalho que poderá vir a ser executado pelo candidato. O

objetivo é avaliar se o candidato tem capacidade de perceber, analisar e

solucionar problemas reais vivenciados na organização. Um exemplo de

situação criada pelo selecionador é: O candidato está trabalhando na

campanha publicitária de um importante e tradicional cliente da empresa e seus

prazos já estão bastante apertados. O diretor da equipe do candidato informa-o

que ele foi incluído na equipe de um novo projeto, que poderá significar

57conseguir para agência uma das maiores contas do país. Em seguida

pergunta-se ao candidato: Como você conduziria essa situação?

A pergunta situacional tem a vantagem de focalizar as perguntas em

situações de trabalho específicas. Contudo, as perguntas remetem o candidato

para o plano da idealização, para uma situação hipotética. Entre saber o que

pode ser feito em uma situação e efetivamente agir de acordo com o que a

situação requer há uma grande diferença.

3.2.3.4 – Perguntas comportamentais.

As perguntas comportamentais são focadas em experiências

passadas vividas pelo candidato. Em vez de fazer perguntas que remetam a

situações hipotéticas, condicionais, como utilizadas nas perguntas situacionais,

o entrevistador formula perguntas solicitando ao candidato que descreva

situações concretas, que desvendem as competências que se pretende

analisar.

Tomando-se como referência a pergunta situacional usada no

exemplo anterior, pode-se concluir que o objetivo é avaliar competências como

capacidade de administrar o tempo, planejamento, organização e negociação.

Baseando-se nessas competências pode-se formular uma pergunta

comportamental, que explore experiências passadas do candidato. Por

exemplo: Você já passou por situações nas quais esteve envolvido em várias

atividades, com prazos apertados e novas atividades sendo delegas para

você? Descreva essa experiência e o que você fez para lidar com a situação.

Ao formular a pergunta dessa maneira, enfatizando a experiência concreta

passada do candidato, aumenta-se a probabilidade de se obter uma resposta

mais realista, que venha oferecer dados mais precisos sobre as competências

do candidato. Com a análise desses dados pode-se obter um indicador mais

seguro de como o candidato lidará com situações semelhantes no futuro.

“O entrevistador deve funcionar como o fiel da balança que compara

objetivamente as características oferecidas pelo candidato com os

requisitos exigidos pelo cargo a ser preenchido.” (CHIAVENATO,

2004, P.142).

583.2.4 – Verificação de Referências.

A avaliação do processo seletivo é baseada em hipóteses

formuladas com base nas informações fornecidas pelos candidatos. Mesmo

que tenha sido conduzida com rigor e cautela, não se pode descartar a

possibilidade de que o candidato tenha manipulado algumas informações a seu

respeito. Por isso, uma etapa importante, mas muito negligenciada pelos

selecionadores, é a verificação das referências sobre os candidatos. É

recomendável fazer pesquisa nas organizações que o candidato tenha

trabalhado. Mesmo que esse tipo de informação conste do seu currículo, ou

que seja fornecida na ocasião do preenchimento de formulário de solicitação de

emprego, ou ainda no momento da entrevista com o selecionador, pode evitar

problemas futuros, caso o candidato tenha manipulado informações de

comportamentos que venham trazer prejuízos à organização.

Existem diversos casos de candidatos que são acionados na justiça

por empresas onde trabalharam pelos mais variados motivos. São processos

por consumo de drogas, roubo, desvio de mercadorias, entre outros.

Há muita polêmica em torno de verificação de referências,

principalmente das que excedem as experiências de trabalhos anteriores e

visam aspectos da vida privada do candidato. As empresas receiam ser

processadas por candidatos que percebam que sua privacidade pode ter sido

invadida, ou por candidatos que não foram selecionados, em razão de alguma

informação que não esteja diretamente associada a aspectos profissionais. Por

isso, é importante que o selecionador esteja atento, para avaliar corretamente,

às diversas situações entre referências desfavoráveis e o desempenho no

trabalho. Não há como garantir, por exemplo, que um candidato cujo nome

conste no cadastro de inadimplentes do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC)

apresente problemas de desempenho no trabalho. Com os atuais níveis de

desemprego e o baixo poder aquisitivo dos trabalhadores, a condição de

inadimplente no SPC não seria um indicador válido como referência

desfavorável, nem como desempenho futuro no trabalho.

59

3.3 – Evolução do Processo Seletivo

É importante ressaltar que um processo seletivo não acaba quando

a posição em aberto é ocupada. Cabe ao selecionador acompanhar o

desempenho inicial do candidato contratado diante das responsabilidades do

cargo que irá exercer.

Os primeiros dias de trabalho são geralmente aproveitados para

processos de ambientação e aculturação, com o objetivo de se obter uma

rápida adaptação e ampliação do conhecimento da cultura e valores da

organização. Nesse momento, é importante que o profissional de RH faça o

acompanhamento da trajetória do novo empregado para avaliar a eficácia dos

processos de atração e seleção e aprender com os erros e acertos dos

processos. A utilização de entrevistas estruturadas com os envolvidos e a

solicitação de preenchimento de formulários de avaliação são ferramentas que

fornecem indicadores dos primeiros meses de adaptação do empregado e de

sua satisfação, bem como a satisfação do gerente e dos colegas de trabalho.

Observação e bate-papos informais também são válidos e devem ser

registrados. Assim, sinais de desmotivação podem ser rapidamente percebidos

e revertidos, seja sobre o trabalho a ser executado, problemas de

relacionamento, entre outros.

É importante que o empregado perceba que a empresa está

preocupada com a sua adaptação, pois aumenta a sua autoestima e a

credibilidade dele na organização. Para se construir uma carreira de sucesso

também depende de um início de vida profissional bem-sucedido.

“A cada falha ou desvio dos objetivos no processo de atração e

seleção, ocorrem oportunidades de melhoria que invocam a

identificação das causas e permitem a tomada de decisão para o

aprendizado e o desenvolvimento.” (ATRAÇÃO E SELEÇÃO DE PESSOAS, 2ªEDIÇÃO, FGV, 2009, P.32).

60

CONCLUSÃO

A finalidade deste trabalho é evidenciar que no processo de atração

e seleção de pessoas o ato de buscar competências para as organizações

requer muita dedicação dos profissionais responsáveis, como também respeito

com o ser humano, pois os níveis de exigência aumentaram, tanto para o

candidato, quanto para o selecionador.

Ainda é comum que os gestores das organizações privilegiem, em

seus processos de reestruturação, a tecnologia, através de investimentos em

máquinas, matérias-primas e infraestrutura, mas com as novas tendências do

mercado de trabalho verifica-se, através do comportamento do mundo

empresarial, que há certa preocupação com a qualidade do material humano

responsável por impulsionar a organização em direção aos objetivos

planejados. Aos poucos se percebe que o principal investimento para buscar o

crescimento é o capital intelectual das pessoas, por que são as pessoas que

pensam e tomam as decisões, e não as máquinas. Mais do que em qualquer

outro momento da história do mercado de trabalho, as pessoas e suas

competências estão no centro das atenções.

A legitimidade de alguns paradigmas começa a cair por terra, a

partir de questionamentos, de incertezas e da infinita explosão da informação e

da necessidade constante de se fazer mudanças e adaptações. Assim,

paradigmas são alterados, à medida que convivemos com realidades opostas,

que nos fazem correr riscos para mudar culturas e valores das organizações na

incansável busca pelo sucesso.

Constantemente, estamos diante de situações que exigem de nós

uma ação concreta, para atender a alguma necessidade. Esses momentos

tornam-se mais complexos, quando a decisão diz respeito a seres humanos e

temos que decidir por ou sobre outras pessoas, que não nós mesmos. O

contexto onde atua o selecionador reúne todas essas características. As

diversas etapas do processo seletivo exigem do selecionador decisões que, se

não forem tomadas adequadamente, podem comprometer todo o processo,

61com conseqüências que influenciarão a qualidade dos resultados obtidos e

dificultarão o alcance dos objetivos organizacionais.

Diante dos resultados obtidos através de pesquisas realizadas ao

longo deste trabalho, e da experiência profissional adquirida atuando na área

de RH, posso avaliar que o futuro das organizações diante do mercado

corporativo está diretamente relacionado ao alinhamento da estratégia de

Gestão de Pessoas com a estratégia organizacional, destacando a gestão

estratégica de pessoas como pano de fundo para alinhar as pessoas à

estratégia da organização e promover mudanças organizacionais, como

instrumento adequado para dar respostas aos desafios do ambiente

empresarial. Tomando-se como referência as melhores empresas para

trabalhar, mencionadas nesta monografia, concretiza a idéia de que a

tendência para alcançar o sucesso profissional e corporativo está justamente

compreendida no alinhamento dessas variáveis, objetivando o estreitamento

das relações profissionais entre os gestores de RH e os gestores da

organização. Cabe enfatizar, que a área de RH deve assumir um papel

importante no desenvolvimento da estratégia da organização na medida em

que cuida com mais propriedade de atrair, manter e desenvolver as

competências necessárias à realização dos objetivos organizacionais,

aumentando a participação de profissionais de diferentes níveis na formulação

de estratégia, como uma forma de tornar o processo estratégico mais interativo

e contínuo, estimulando a comunicação, o aprendizado e o comprometimento

das pessoas.

62

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ALMEIDA, Walnice. Captação de Talentos. São Paulo: Atlas, 2004.

BUENO, José. Manual do Selecionador de Pessoal: do planejamento à ação.

São Paulo: LTr, 1995.

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

FAISSAL Reinaldo; PASSOS, Antônio Eugênio Valverde Mariani;

MENDONÇA, Márcia da C. Furtado de; ALMEIDA, Walnice Maria da Costa de.

Atração e Seleção de pessoas. 2ª.ed. Rio de Janeiro: FGV, 2009.

LODI, João Bosco. Recrutamento de Pessoal. 6ª.ed. São Paulo: Pioneira,

1987.

PONTES, B. R. Planejamento, Recrutamento e Seleção de Pessoal. São

Paulo. LTr, 1996.

REIS, Valéria dos. A entrevista de Seleção com foco em competências

comportamentais. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2003.

REVISTA ÉPOCA. 2010, edição nº 640.

TAVARES, Maria da Graças Pinho. Cultura organizacional: uma abordagem

antropológica da mudança. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.

www.gestaodecarreira.com.br, Desenvolvendo comportamento através da

dinâmica de grupo, http://www.gestaodecarreira.com.br/coaching/dinamica-de-

grupo/desenvolvendo-comportamento-atraves-da-dinamica-de-grupo.html

Acessado em 15/12/2010.

www.rh.com.br/Portal/Recrutament_Seleção/Artigo/6451/o-perfil-do-novo-

selecionador.html Acessado em 16/12/2010.

www.rh.com.br/Portal/Recrutamento_Selecao/Artigo/6746/as-principais-

falhas-da-dinamica-de-grupo-em-processos-de-selecao.html Acessado em

21/12/2010.

63

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A IMPORTÂNCIA DO RECRUTAMENTO E SELEÇÃO NAS

ORGANIZAÇÕES 10

1.1 - A Importância do Recrutamento e Seleção nas Organizações 10

1.2 – Mercado de Trabalho 13

1.3 – Atração e Seleção de Pessoas 16

CAPÍTULO II

PROCESSOS DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO 18

2.1 – Processos de Recrutamento 18

2.1.1 – Fontes de Recrutamento 19

2.1.2 – Recrutamento Interno 19

2.1.3 – Vantagens do recrutamento interno 20

2.1.4 – Desvantagens do recrutamento interno 20

2.1.5 – Recrutamento externo 22

2.1.6 – Vantagens do recrutamento externo 22

2.1.7 – Desvantagens do recrutamento externo 23

2.1.8 – Recrutamento Misto 25

64 2.1.9 – Vantagens do recrutamento misto 26

2.1.10 – Desvantagens do recrutamento misto 26

2.1.11 – Meios de Recrutamento 27

2.1.12 – Preparação do anúncio 28

2.1.13 – Técnicas de recrutamento 29

2.1.14 - Anúncios em jornais e revistas especializadas 29

2.1.15 - Apresentação de candidatos por indicação de funcionários 30

2.1.16 - Consultorias na área de recursos humanos 30

2.1.17 - Cartazes ou anúncios em locais visíveis 31

2.1.18 - Caçadores de Talentos 31

2.1.19 - Contatos com escolas, universidades e agremiações 32

2.1.20 - Consultas aos arquivos de candidatos 32

2.1.21 - Internet e intranet 33

2.2 – Avaliação dos Resultados do recrutamento 33

2.3 – Processos de Seleção 34

2.3.1 - A triagem 36

2.3.1.1 – Currículo 36

2.3.1.2 – Dados do currículo 37

2.3.2 – Avaliação dos candidatos 38

2.3.3 - A decisão final 40

2.3.4 – Exame médico 41

2.3.5 – Feedback aos participantes 42

2.4 – Avaliação dos Resultados do Processo Seletivo 43

65CAPÍTULO III

TÉCNICAS APLICADAS NO PROCESSO SELETIVO 44

3.1 – Comportamento no Processo Seletivo 44

3.2 – Técnicas de Seleção 46

3.2.1 - Os testes 47

3.2.1.1 - Testes psicológicos 48

3.2.1.2 - Testes de conhecimentos 49

3.2.1.3 - Testes situacionais 50

3.2.1.4 - Testes de habilidade 51

3.2.1.5 – Testes: Vantagens e desvantagens 51

3.2.2 – Dinâmicas de Grupo 52

3.2.3 – Entrevista 55

3.2.3.1 - Perguntas técnicas 55

3.2.3.2 - Perguntas psicológicas 56

3.2.3.3 – Perguntas situacionais 56

3.2.3.4 – Perguntas comportamentais 57

3.2.4 – Verificação de Referências 58

3.3 – Evolução do Processo Seletivo 59

CONCLUSÃO 60

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 62

ÍNDICE 63

66