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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE LOGÍSTICA REVERSA DE EMBALAGENS DE ÓLEOS LUBRIFICANTES NO RIO DE JANEIRO. Por: Lívio André Oliveira dos Santos Orientador Prof. Sérgio Majerowicz Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

LOGÍSTICA REVERSA DE EMBALAGENS DE ÓLEOS

LUBRIFICANTES NO RIO DE JANEIRO.

Por: Lívio André Oliveira dos Santos

Orientador

Prof. Sérgio Majerowicz

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

LOGÍSTICA REVERSA DE EMBALAGENS DE ÓLEOS

LUBRIFICANTES NO RIO DE JANEIRO.

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Logística

Empresarial.

Por: Lívio André Oliveira dos Santos

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha família e amigos que

sempre me apoiaram em todos os

momentos.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a minha esposa,

colaboradora e incentivadora, tanto na

vida pessoal como profissional.

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RESUMO

Nos últimos anos o mercado de refino de lubrificantes no Brasil, cresceu

consideravelmente em comparação a outros países, tornando-se uma

referência mundial. Paralelamente, outro segmento a se consolidar cada vez

mais, é o mercado da reciclagem, que apesar de abranger um bom percentual

no cenário nacional, ainda suscita aperfeiçoamentos, centros de coleta

eficientes, equipamentos adequados e principalmente, a real conscientização

tanto das empresas quanto dos consumidores finais.

Com uma legislação específica e rígidas normas da ANP, cumpridas

através de uma forte fiscalização, os distribuidores de óleos lubrificantes são

obrigados a coletar parte do óleo comercializado por eles em todo o país, no

intuito de realizar-se o devido descarte, e também o “rerrefino” de parte

produto.

Em sua grande maioria, esse processo logístico é realizado por

empresas terceirizadas e especializadas nesse tipo de coleta e reciclagem, o

que torna-se notável, que no Brasil todo esse decurso é realizado por mero

cumprimento legal e não como uma estratégia logística, que tem como

proposta primordial a redução de custos e otimização de tempo e do

transporte, além de ter como apelo incontestável a visão socioambiental.

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METODOLOGIA

Pesquisa bibliográfica em livros e revistas acadêmicas da área,

pesquisa em sites dos órgãos regulamentadores, empresas distribuidoras,

empresas de reciclagem e de assuntos acadêmicos com foco em estudos

logísticos e meio ambiente.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - O Mercado de Lubrificantes no Rio de Janeiro 11

CAPÍTULO II - Reciclagem de embalagens 20

CAPÍTULO III – A Logística Reversa de Embalagens de

Óleo Lubrificante 30 CONCLUSÃO 45

ANEXOS 46 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 56

BIBLIOGRAFIA CITADA (opcional) 57

ÍNDICE 58

FOLHA DE AVALIAÇÃO 60

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INTRODUÇÃO

A logística pode ser definida como o gerenciamento de todo o fluxo de

um material desde sua origem e criação até sua devida utilização final. No

entanto, atualmente é possível estudar e aplicar um fluxo inverso em certos

processos logísticos que possibilitam o retorno total ou parcial do produto ou

embalagens para a reciclagem ou reaproveitamento.

A logística reversa, assim como é chamada, ainda suscita

planejamento na maioria das empresas no Brasil, tendo em vista que uma rede

não estruturada pode gerar custo e tempo desnecessários, além de prejudicar

o processo, inclusive criando transtornos ao consumidor.

Em especial o setor de óleos lubrificantes necessita de uma estrutura

logística diferenciada, não apenas por se tratar de um material de risco, mas

também por normas e leis que abrangem este segmento.

Segundo a resolução 362, instituída pelo CONAMA – Conselho

Nacional de Meio Ambiente, todas as distribuidoras de óleo são obrigadas a

recolher os produtos para o rerrefino ou descarte ecologicamente correto.

Porém, ocorre que a lei abrange apenas o recolhimento do óleo em si e as

embalagens nem sempre são acompanhadas durante o processo, sendo na

maioria das vezes, indevidamente descartadas, gerando custos e projetos às

empresas.

Com a implementação de projetos de iniciativa privada e ONG’s no Rio

de Janeiro, como o “Jogue Limpo”, já em funcionalidade em outras capitais,

torna-se cada vez mais viável às empresas distribuidoras a elaboração de

processos de recolhimento para reciclagem ou descarte correto das

embalagens de óleos lubrificantes, através da adaptação da cadeia logística,

além do apelo comercial e ambiental envolvido em projetos desse âmbito.

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Com base nestas considerações foi desenvolvido esse trabalho que

visa viabilizar um processo logístico econômico e limpo para a devolução de

embalagens de óleos lubrificantes direcionando-as à reciclagem, através da

conscientização e comprometimento ambiental das distribuidoras,

revendedores e consumidores no Rio de Janeiro.

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CAPÍTULO I

O Mercado de Lubrificantes no Rio de Janeiro

A cidade do Rio de Janeiro, apesar de não ser a maior

consumidora, mantém-se como a maior produtora de óleos refinados do Brasil.

A refinaria REDUC, localizada em Duque de Caxias, produziu em

2009 a quantidade de 449.863 m3 (2009, ANP) de óleos lubrificantes, sendo a

quantidade nacional no mesmo anos de 593.794 m3 (2009, ANP).

A Refinaria de Duque de Caxias - REDUC é hoje a mais completa

e complexa refinaria do sistema Petrobras, tendo sido inaugurada, em 1961,

com apenas seis unidades, além da casa de força. Localiza-se na Rodovia

Washington Luís, km 113,7, no distrito de Campos Elísios (Duque de Caxias).

O complexo industrial da refinaria é distribuido numa área de

aproximadamente 13 km² e é responsável por cerca de 4,8 bilhões de reais por

ano em impostos pagos ao governo.

Além da ampla produção de produtos derivados do petróleo,

incluindo os óleos lubrificantes, o Rio de Janeiro mantém um número

considerável de pontos de vendas e consumo desses produtos, divididos em

postos de combustíveis, concessionárias de veículos, indústrias,

supermercados, oficinas, entre outros estabelecimentos que os comercializam

ou os consomem.

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1.1 – Petróleo brasileiro: sua história e exploração.

De acordo com Sousa (2008), o petróleo não teve sua devida

notoriedade após o advento da Revolução Industrial. Desde a Antiguidade, há

relatos que sobre a existência desse material em algumas civilizações. Os

egípcios o utilizavam para embalsamar os seus mortos, já entre os povos pré-

colombianos esse mesmo produto era pioneiramente empregado na

pavimentação de estradas.

No Brasil, a existência do petróleo já era computada durante os tempos

do regime imperial, quando, nessa época, o Marquês de Olinda cedeu o direito

cedeu o direito a José Barros de Pimentel de realizar a extração de betume

nas margens do rio Marau, na Bahia..

Em 1930, o engenheiro agrônomo Manoel Inácio de Basto, após a

informação de que moradores de Lobato, Salvador, estariam utilizando um

produto natural e de cor escura para como combustível de suas lamparinas,

realizou testes e e experimentos que atestavam a existência de petróleo nessa

localidade.

Em 1932, o engenheiro entregou ao ao presidente Getúlio Vargas um

laudo técnico que atestava o seu achado, o que suscitou durante toda a

década, uma série de medidas institucionais do governo federal, criando-se em

1938 o CNP - Conselho Nacional do Petróleo, no intuito de debates e

discussões sobre o uso e exploração dos recursos do subsolo brasileiro.

estabelecendo no ano seguinte o primeiro poço de petróleo na cidade de

Lobato.

No ano de 1941, o governo brasileiro anunciou o estabelecimento do

campo de exploração petrolífera de Candeias, Bahia. Apesar das descobertas

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em pequena escala, o surgimento dessa nova riqueza incentivou, em 1953, a

oficialização do monopólio estatal sobre a atividade petrolífera e a criação da

empresa estatal “Petróleo Brasileiro S.A.”, mais conhecida como Petrobrás.

A partir desse período, a empresa tornou-se referência mundial na

extração do petróleo, sendo uma das únicas a dominar técnica de exploração

em águas profundas, quando em 1974, ocorreu a descoberta de poços na

Bacia de Campos, a maior reserva de petróleo do país.

Em 2003, a descoberta de outras bacias estabeleceu um novo período

da atividade petrolífera no Brasil. A capacidade de produção de petróleo

passou a suprir mais de 90% da demanda por esta fonte de energia e seus

derivados no país. Em 2006, esse volume de produção atingiu patamares

ainda mais elevados e conseguiu superar, pela primeira vez, o valor da

demanda total da nossa economia.

Em 2007, o governo federal anunciou a descoberta de um novo campo

de exploração denominado Pré Sal, localizado a sete mil metros de

profundidade e estima dobrar a capacidade nacional.

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1.2 – A exploração na camada Pré-sal e as futuras tendências

para o mercado de petróleo no Brasil.

Depois do anúncio da descoberta de reservas na escala de dezenas

de bilhões de barris, em todo o mundo começaram processos de exploração

em busca de petróleo abaixo das rochas de sal nas camadas profundas do

subsolo marinho. Atualmente as principais áreas de exploração petrolífera com

reservas potenciais ou prováveis já identificadas na faixa pré-sal estão no

litoral do Atlântico Sul. Na porção sul-americana está a grande reserva do pré-

sal no litoral do Brasil, enquanto, no lado africano, existem áreas pré-sal em

processo de exploração (em busca de petróleo) e mapeamento de reservas

possíveis no Congo e no Gabão. Além do Atlântico Sul, especificamente nas

áreas atlânticas da América do Sul e da África, também existem camadas de

rochas pré-sal sendo mapeadas à procura de petróleo no Golfo do México e no

Mar Cáspio, na zona marítima pertencente ao Cazaquistão.

Nestes casos, foram a ousadia e o trabalho envolvendo geração de

novas tecnologias de exploração, desenvolvidas pela Petrobras, que acabaram

sendo copiadas ou adaptadas e vêm sendo utilizadas por multinacionais para

procurar petróleo em camadas do tipo pré-sal em formações geológicas

parecidas em outros locais do mundo. Algumas das multinacionais petrolíferas

que estão procurando petróleo em camadas do tipo pré-sal no mundo

aprenderam diretamente com a Petrobras, nos campos que exploram como

sócias da Petrobras no Brasil.

O governo brasileiro pretende criar uma nova estatal, que está sendo

chamada provisoriamente de Petrosal. Esta nova empresa não seria destinada

à exploração direta do petróleo, mas principalmente à administração dos

mega-campos e à contratação de empresas petrolíferas para explorá-los em

parceria com a Petrobras, definido conjuntamente com o Conselho Nacional de

Política Energética (CNPE).

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É provável que esta empresa fique responsável pela gestão da parte

do petróleo que ficará como pagamento para o governo no novo modelo de

partilha de produção. Ainda não está claro se esta empresa também poderá

investir em desenvolvimento tecnológico da área.

A espessura da camada de sal na porção centro-sul da Bacia de

Santos chega a 2.000 metros, enquanto na porção norte da bacia de Campos

está em torno de 200 metros.

As reservas de petróleo encontradas na camada pré-sal do litoral

brasileiro estão dentro da área marítima considerada zona econômica

exclusiva do Brasil. São reservas com petróleo considerado de média a alta

qualidade, segundo a escala API. O conjunto de campos petrolíferos do pré-sal

se estende entre o litoral dos estados do Espírito Santo até Santa Catarina,

com profundidades que variam de 1000 a 2000 metros de lâmina d'água e

entre quatro e seis mil metros de profundidade no subsolo, chegando portanto

a até 8000m da superfície do mar, incluindo uma camada que varia de 200 a

2000m de sal.

Plataforma P-52, que extrai petróleo do campo de Roncador, inclusive

da camada pré-sal

O geólogo e ex-funcionário da Petrobras Márcio Rocha Mello acredita

que o pré-sal pode ser bem maior do que os 800 quilômetros já identificados,

estendendo-se de Santa Catarina até o Ceará.

Apenas com a descoberta dos três primeiros campos do pré-sal, Tupi,

Iara e Parque das Baleias, as reservas brasileiras comprovadas, que eram de

14 bilhões de barris, aumentaram para 33 bilhões de barris. Além destas

existem reservas possíveis e prováveis de 50 a 100 bilhões de barris.

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1.3 – Produção e comercialização de óleos lubrificantes no Rio

de Janeiro.

1.3.1 – Produção.

Fundada em 1961, a Refinaria de Duque de Caxias – REDUC, tornou-

se a mais completa e complexa do país, através da produção de 52 produtos,

entre eles, óleo básico para lubrificantes, diesel, gasolina, GLP, nafta,

querosene de aviação, parafinas, óleo combustível e aguarrás.

Através de uma série de unidades de processamento, a REDUC

compõe o esquema de refino mais completo entre todas as refinarias

brasileiras. Dentre as unidades operacionais desta refinaria, destacam-se: FCC

(craqueamento catalítico em leito fluidizado), destilação atmosférica e a vácuo

(3 conjuntos, 1 para combustíveis e 2 para lubrificantes), reforma catalítica, 6

unidades de hidrotratamento (HDT), desasfaltação (2), além de várias

unidades de processamento e tratamento de óleos básicos para lubrificantes,

caldeiras e mais unidades de tratamento de derivados.

Localização: Duque de Caxias - RJ.

Área: 13km2

Contribuição em impostos: R$ 1,2 bilhão/ano

Principais produtos: lubrificantes, gasolina, óleo diesel, querosene de

aviação, GLP, bunker e nafta petroquímica.

Capacidade instalada: 242 mil barris/dia.

*Fonte: Petrobrás (2010)

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Produção óleo lubrificante básico por refinarias - 2009 Lubnor (CE)1 70.216 Reduc (RJ)¹ 449.863

RLAM (BA)¹ 73.715 Total 593.794

*Fonte: ANP (2009)

1.3.2 – Revenda e consumo.

A região sudeste apresenta os maiores números em relação a revenda

e consumo de óleos lubrificantes que em sua maioria são comercializados

pelos postos de gasolina, distribuidores autorizados, supermercados,

autopeças ou diretamente através das distribuidoras.

Com um mercado bastante concorrido e uma linha de produtos bem

diversificada, as distribuidoras disputam acirradamente por suas posições no

segmento, inovando cada vez mais na qualidade dos produtos, embalagens e

nos processos logísticos.

O gráfico a seguir, representa o Market Share das distribuidoras em

todo o território nacional, por vendas de óleos lubrificantes.

*Fonte: SINDILUB (2009)

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Os postos de gasolinas são atualmente os principais pontos de vendas

diretas de óleos lubrificantes aos consumidores finais, sendo a região sudeste

provedora dos maiores números em comparação as demais.

Tendo em vista a dimensão territorial, a cidade do Rio de Janeiro

apresenta um número significativo de postos revendedores de combustíveis e

lubrificantes comparado a outros estados.

Além dos postos revendedores, estes basicamente voltados à linha

automotiva, os óleos lubrificantes atendem a milhares de outros equipamentos

no setor industrial, marítimo, ferroviário, entre outros que compõem um

mercado de suma importância não somente no Rio de Janeiro, mas em todo o

país.

Apesar de uma queda na ordem de 3%, registrada nos últimos dois

anos, reflexo da crise econômica, iniciada neste período, afetando em especial

a demanda no segmento industrial, a produção e consumo de óleos

lubrificantes tendem a aumentar e fomentar a disputa pelo Market Share pelas

principais distribuidoras, a partir da expansão das linhas de produtos e

principalmente devido a aquisição e fusão das empresas.

*Fonte: SINDILUB (2009)

No quadro acima se verifica que historicamente três regiões

concentram 80% do volume de lubrificante movimentado no país, a saber:

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46,25% sudeste, 19,09% sul e 15,26% nordeste. Com o avanço da expansão

da agroindústria a região centro-oeste com 11,19% vem apresentando

crescimento mais acelerado.

A tabela abaixo se refere ao número de postos revendores por

bandeira na região sudeste.

Quantidade de postos revendedores de combustíveis automotivos, por bandeira, segundo Grandes Regiões e Unidades da Federação - 2009

Grandes Regiões e

Unidades da Federação

Quantidade de postos revendedores de combustíveis automotivos

Total BR Ipiranga Shell Cosan Alesat Bandeira Branca1

Outras2

Região Sudeste

15.994

2.853

2.341

1.373

875

760

7.210

582

Minas Gerais 4.330

926

546

207

157

281

1.962

251

Espírito Santo 656

128

120

50

56

66

202

34

Rio de Janeiro 2.191

384

363

220

151

136

917

20

São Paulo 8.817

1.415

1.312

896

511

277

4.129

277

*Fonte: ANP (2009)

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CAPÍTULO II

Reciclagem de embalagens

O descarte indiscriminado de óleos lubrificantes usados, tornou-se nos

últimos anos, foco de projetos e leis de proteção ao meio ambiente que visam

orientar e fiscalizar os consumidores e revendedores do produto.

Através do rerrefino, processo de reaproveitamento mais indicado e

regulamentado pela ANP, é possível recuperar o óleo usado e transformá-lo

em óleo básico para a produção de novos lubrificantes.

De acordo com a portaria 127/99, os produtores e importadores de

óleos lubrificantes acabados devem coletar uma proporção de 30% do volume

de óleo comercializado em cada estado.

No entanto, tal portaria não abrange o recolhimento de embalagens

desses produtos, sendo realizada através da iniciativa privada ou de ONG’s

com comprometimento ambiental.

Segundo a WWF Brasil (2010), a redução do uso de matérias-primas e

produtos, bem como o aumento da reutilização e da reciclagem, são premissas

do desenvolvimento sustentável. Este sugere o implante da coleta seletiva

como uma medida, capaz de contribuir de forma significativa, para reduzirmos

o impacto que a nossa forma de viver causa na Terra.

Para Santos et al (2005) a reciclagem de plásticos, especificamente,

que tem crescido a uma média de 15% ao ano no Brasil, sendo quase

inteiramente composta por reciclagem mecânica.

As embalagens usadas de óleo lubrificante automotivo encontram no

processo de recolhimento e reciclagem, uma questão de grande importância,

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evitar que sejam simplesmente descartadas em um lixo comum, sem

passarem pelo processo correto de recolhimento, armazenagem e descarte.

Evitando assim, que os resíduos de óleo lubrificante possam entrar em contato

direto com a natureza prejudicando ao meio ambiente.

As embalagens de óleo lubrificante são classificadas como resíduos

perigosos (classe I). Porisso a coleta dessas embalagens é realizada com

auxílio de um sistema de controle egerenciamento desenvolvido pela MB. Este

permite ao cliente identificar o peso de cada embalagem no momento da

coleta.

Atualmente, quando não encaminhadas à centros de reciclagem, as

emabalagens podem ser direcionadas aos aterros de resíduos perigosos

(Classe I). Porém, devido a carência de informação dos consumidores e dos

próprios revendedores, esses materiais são descartados indiscriminadamente

e direcionadas aos aterros comuns, impactando seriamente o meio ambiente.,

principalmente por falta de órgãos fiscalizadores.

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2.1 – O impacto ambiental e a importância da reciclagem de

embalagens de lubrificantes.

Estima-se que no Brasil, o plástico representa 6% a 7% do peso do lixo

urbano, impactando gravemente o meio ambiente, se descartado de forma

inconsciente.

Até a década de 60, a indústria de plásticos era associada apenas com

problemas ambientais relacionados ao processo de produção, que em princípio

podem ser controlados com manutenção eficiente e tecnologias adequadas.

Entretanto, o grande crescimento do consumo de plásticos, acelerado pelo seu

crescente uso em descartáveis e produtos de ciclo de vida curto, acabou por

transformar os próprios produtos plásticos em problema ambiental, ao gerar

enormes volumes de lixo que se degradam muito lentamente, têm um impacto

visual muito negativo e cuja gradual decomposição, em certos casos, origina

substâncias nocivas e muito duradouras.

Não somente o peso das embalagens plásticas nos aterros, outro vilão,

ainda mais impactante, é o próprio óleo lubrificante, que mesmo em pequenas

quantidades que ficam acumuladas nos recipientes, representam um risco

significativo ao meio ambiente.

Embora o óleo lubrificante represente uma porcentagem ínfima do lixo, o

seu impacto ambiental é muito grande, representando o equivalente da carga

poluidora de 40.000 habitantes por tonelada de óleo despejado em corpos

d'água. Apenas um litro de óleo é capaz de esgotar o oxigênio de 1 milhão de

litros de água, formando, em poucos dias, uma fina camada sobre uma

superfície de 1.000 m2, o que bloqueia a passagem de ar e luz, impedindo a

respiração e a fotossíntese. O óleo usado também contém metais e compostos

altamente tóxicos, e por esse motivo, é classificado como resíduo perigoso

(classe I), segundo a norma 10.004 da ABNT. E daí não poder ser utilizado

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como combustível pois a queima libera para a atmosfera, metais pesados

como cádmio, chumbo, níquel todos potencialmente carcinogênicos, além de

gases residuais e particulados.

Atualmente, pela carência de programas que incentivem e

conscientizem o descarte correto, esses materiais destinam-se na maioria das

vezes à aterros comuns, misturados ao lixo urbano, o que além de

impossibilitar o processo de reciclagem, acabam aumentam seu impacto

ambiental.

A Resolução Conama 362/2005, não autoriza o aterro de óleo usado. Ao

contrário, determina que todo óleo deverá ser coletado e destinado à

reciclagem. Assinala ainda, que a reciclagem deverá ser realizada por meio do

processo de rerrefino e que deverá ser priorizado o aproveitamento de todos

os materiais contidos no óleo usado. Porém ressalta-se, que esse

procedimento é seguido pelas distribuidoras desses produtos, porém grande

parte dos consumidores finais o desconhece.

Apesar de proibida no Brasil, segundo o CEMPRE, a queima

indiscriminada, é a forma mais comum de desvio dos óleos usados

efetivamente coletados, para outras finalidades que não o rerrefino. A fumaça

resultante da queima do óleo usado, geralmente feita em pequenas tecelagens

e olarias, pode provocar desde problemas respiratórios até câncer (Folha de S.

Paulo, 2000). Quando jogado na rede coletora de esgoto, o óleo usado diminui

o rendimento do tratamento dos efluentes, aumentando a carga de poluentes

lançada nos rios. De acordo com Paulo Finotti, membro do CONAMA, um litro

de óleo lubrificante usado causa danos praticamente irreversíveis a 1 milhão

de litros de água. "Ele demora até 300 anos para se degradar", declarou o

químico na Folha de São Paulo, 2000. Por ser menos denso que a água, um

litro de óleo forma em poucos dias uma fina camada sobre uma superfície de

1.000 m2, o que bloqueia a passagem de ar e luz, dificultando as trocas de

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oxigênio com o ambiente, portanto impedindo a respiração e a fotossíntese,

podendo causar mortes na fauna e na flora, informa o CEMPRE

2.2 – O mercado de reciclagem no Rio de Janeiro.

O principal mercado consumidor de plástico reciclado na forma de

grânulos são as indústrias de artefatos plásticos, que utilizam o material na

produção de baldes, cabides, garrafas de água sanitária, conduítes e

acessórios para automóveis, para citar alguns exemplos. Mas os avanços

técnicos da identificação e separação das diversas resinas, bem como

equipamentos e tecnologias mais modernas de reprocessamento, vêm abrindo

novos mercados para a reciclagem do plástico.

Cerca de 1 milhão de toneladas de plásticos são produzidos anualmente e o

Rio de Janeiro é responsável pela reciclagem de 18,6% desse total, ficando

inclusive a frente da grande São Paulo que representa cerca de 16%.

Apesar do mercado crescente e a evolução de tecnologias, além da

criação de leis e incentivos, a reciclagem no Brasil é um terreno a ser

explorado e expandido, já que a grande parte do setor é composta por

empresas de pequeno porte, ONGs e autônomos.

Embora a legislação ambiental brasileira seja clara quanto à

responsabilidade pela destinação correta de resíduos contaminados – como as

embalagens de óleo lubrificante – não define de que forma isso deve ser feito.

Alguns estados, como o Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, já

regulamentaram essa questão..No RS a coleta é realizada por uma empresa

de logística,mediante uma taxa de coleta paga pelos postos. No RJ não existe

taxa de coleta, e as embalagens são recolhidas por uma cooperativa de

catadores, RIOCOOP, escolhida pelo SINDICOM Mas, no caso do Rio de

Janeiro, a coleta, segundo Pires, ainda não ultrapassou os 25% do total das

embalagens consumido no estado,como previsto pela legislação.

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Os locais de troca de óleo (postos de gasolina,centros de

troca,concessionárias de veículos,etc.) descartam diariamente para o meio

ambiente frascos plásticos de Polietileno de Alta Densidade (PEAD),pós

consumo, contaminados com óleo lubrificante e aditivos, utilizados na

manutenção dos veículos automotores.

O óleo residual, contido nestes frascos,aumenta o índice de fluidez do

plástico, dificultando o processo de reciclagem, e prejudicando a qualidade dos

artefatos reciclados produzidos, devido à deformidade e presença de odor de

óleo. Para evitar estes problemas, é necessário desenvolver tecnologia para a

remoção do óleo, e para o tratamento dos efluentes gerados no processo de

reciclagem.

A ausência de um processo de descontaminação, até há pouco tempo,

e a falta de consciência ambiental, faz com que alguns recicladores processem

os frascos contaminados com óleo, misturados aos frascos não contaminados.

A parcela não coletada (a mais volumosa) é enviada para as áreas de

destinação de lixo, juntamente com o lixo urbano, reduzindo a vida útil

daquelas áreas, pois o tempo de biodegradação do PEAD é superior a 100

anos.

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2.3 – O processo de reciclagem das embalagens de

lubrificantes

Além da questão ambiental, o uso de plástico reciclado na fabricação,

economiza 70% de energia, considerando todo o processo desde a exploração

da matéria-prima primária até a formação do produto final. O plástico reciclado

tem infinitas aplicações, tanto nos mercados tradicionais das resinas virgens,

quanto em novos mercados

As embalagens de lubrificantes mais comuns, utilizados em sua grande

maioria para uso automotivo, são compostos pelo material PEAD MONO

(Polietileno de Alta Densidade), considerada a segunda resina mais reciclada

no mundo.

Já as embalagens de metal são praticamente 100% recicláveis,

excluindo-se apenas os técnicos ou especiais, pois sua composição e

combinações específicas inviabilizam sua reciclagem.

A embalagem de aço conforme colaboração do Siemesp, como o

tambor de 200 litros, já esta equacionado pois o mercado recompra e o balde

de 20 litros é recolhido e destinado para sucata e posteriormente para

siderúrgica.

O óleo residual, contido nestes frascos, aumenta o índice de fluidez do

plástico, dificultando o processo de reciclagem, e prejudicando a qualidade dos

artefatos reciclados produzidos, devido à deformidade e presença de odor de

óleo.

Usando um processo ambientalmente limpo para a reciclagem das

embalagens, evitaria que centenas de toneladas de óleo bem como dezenas

de milhares de toneladas de PEAD sejam descartados em aterros comuns

trazendo sérios danos ao meio ambiente.

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2.4 – A relação da logística reversa e o comprometimento

ambiental

O marketing ambiental, também denominado Marketing Verde ou

ecológico, tem por principal função mostrar ao consumidor, o quanto a

organização está comprometida com a preocupação com a sustentabilidade do

meio ambiente.

Externamente, essa é uma boa definição para o marketing ambiental,

mas também revela uma visão simplista desta importante ferramenta. O

marketing ambiental, também pode e deve ser usado para a diminuição dos

custos operacionais dos produtos e/ou serviços que a organização oferece.

Através da Certificação ISO 14000, a empresa é constantemente

avaliada durante todos os processos da produção, desde a obtenção de

matéria-prima, a utilização das fontes de energias, passando pela produção,

embalagem, acondicionamento e transporte. Nessas verificações são

analisadas quais os níveis de impacto que os processos causam ao meio

ambiente, bem como oferecido sugestões para minimizar os desperdícios e

também implementar políticas de reutilização e reciclagem de dejetos que

foram se acumulando ao longo da cadeia produtiva.

Não basta apenas, a organização dizer que é ecologicamente correta,

ela tem que possuir a Certificação ISO 14000, e também os chamados “selos

verdes”, que atestam o seu comprometimento com o desenvolvimento

sustentável.

Houve um tempo que argumentavam que o marketing ambiental era

modismo, mas nos tempos atuais o marketing ambiental assumiu uma posição

muito importante dentro do processo decisório de qualquer organização. A

organização que não está engajada com o marketing verde estará fadada ao

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insucesso, pois nossos consumidores, tanto interno como externo, tornaram-se

mais preocupados com a questão ambiental.

A Logística reversa tem por principal objetivo prolongar a vida útil dos

produtos, bem como reduzir custos operacionais com reutilização de materiais

pós-uso e de forma indireta, mas importante, reduzir a degradação do meio

ambiente. Neste artigo veremos como a Logística Reversa poderá atuar junto

com o Marketing Verde para proteger o meio ambiente e trazer retorno aos

seus praticantes, sejam eles financeiros ou de qualidade.

A logística reversa é a área da logística que trata dos aspectos de

retornos de produtos, embalagens ou materiais ao seu centro produtivo.

Apesar de ser um tema extremamente atual, esse processo já podia ser

observado há alguns anos atrás nas indústrias de bebidas com a reutilização

de seus vasilhames, isto é, o produto chegava ao consumidor e retornava ao

seu centro produtivo para que sua embalagem fosse reutilizada e voltasse ao

consumidor final, esse processo era contínuo e aparentemente cessou à partir

do momento em que as embalagens passaram a ser descartáveis.

O termo marketing verde, ecológico ou ambiental, surgiu nos anos

setenta, quando a AMA (American Marketing Association) realizou um

Workshop com a intenção de discutir o impacto do marketing sobre o meio

ambiente. Após esse evento o Marketing Ecológico foi assim definido: “O

estudo dos aspectos positivos e negativos das atividades de Marketing em

relação à poluição, ao esgotamento de energia e ao esgotamento dos recursos

não renováveis.”

O problema de descarte do produto depois do consumo sempre existiu,

mas agora se torna crítico a partir do aumento das preocupações ambientais

por parte dos consumidores, pode ser divida a possibilidade de descarte em

três categorias: descarte direto, reciclagem e remarketing.

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CAPÍTULO III

A Logística Reversa de Embalagens de Óleo

Lubrificante

3.1 – O papel da embalagem na logística de lubrificantes

As embalagens de óleos lubrificantes no Brasil são em sua grande

maioria muito similares, mesmo com a ampla variedade de marcas e empresas

fabricantes. Isso se dá por diversos fatores, em especial para facilitação do

manuseio e transporte, ficando o apelo comercial a ser explorado na maior

parte das vezes através dos rótulos apenas.

As embalagens de óleo lubrificantes são basicamente comercializadas

através de frascos, armazenadas em caixas de papelão, além dos baldes de

20 litros e tambores de 200 litros, e algumas exceções.

A embalagem é um recipiente ou envoltura que armazena produtos

temporariamente e serve principalmente para agrupar unidades de um produto,

com vista à sua manipulação, transporte ou armazenamento. Outras funções

da embalagem são: proteger o conteúdo, informar sobre as condições de

manipulação, exibir os requisitos legais como composição, ingredientes, etc e

fazer promoção do produto através de gráficos.

A embalagem possui um impacto significativo sobre o custo e a

produtividade dentro dos sistemas logísticos. Seus custos mais evidentes se

encontram na execução de operações automatizadas ou manuais de

embalagem e na necessidade subseqüente de descartar a própria embalagem.

A embalagem pode ser visualizada tanto dentro do sistema logístico total e seu

papel nos mercados industrial e de consumo; as três principais funções da

embalagem (utilidade e eficiência de manuseio, proteção contra avarias e

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comunicação); e materiais de embalagem tradicionais, tecnologias emergentes

e implicações ambientais.

O custo da embalagem afeta todas as atividades de logística desde o

controle de estoque até a forma como são transportadas para que cheguem ao

seu destino final que seria o consumidor final.

Os produtos e as peças são embalados geralmente em caixas de

papelão, caixas, sacos, ou mesmo barris, para maior eficiência no manuseio,

são embalagens usadas pra agrupar produtos e são chamadas de embalagens

secundárias. O peso, a cubagem e a fragilidade das embalagens secundárias

utilizadas nas operações de linhas de produção determinam as necessidades

de manuseio e de transportes.

As embalagens secundárias eram projetadas de forma que sua

cubagem deveria ser totalmente preenchida para que não ficassem espaços

evitando a avaria. A importância da padronização da embalagem secundária

proporcionou substancial redução do custo total, bem como a adoção de um

sistema de manuseio muito mais eficiente, tanto no depósito como na loja

varejista.

Existe a importância das embalagens secundárias para proteger os

produtos contra avarias durante o manuseio e a armazenagem, como também

protege contra furtos. Para proteger a embalagem contra avarias é necessário

adequá-la ao produto e selecionar seu material, levando em conta o grau

desejado de proteção ao produto. É proibitivo, no entanto, o custo de proteção

total para a maioria dos produtos, tendo como fatores determinantes do grau

de proteção o valor e a fragilidade do produto.

A fragilidade de um produto pode ser medida através de testes, tanto do

produto como da embalagem, com o uso de equipamentos de choque e de

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vibração; e seu resultado permite determinar o nível de acolchoamento ou de

forração nas caixas.

O ambiente também deve ser estudado quanto as suas características

físicas e aos fatores que o compõem. O ambiente físico que envolve um

produto é o ambiente logístico, ele influencia e é influenciado pela

possibilidade de avaria. Neste ambiente ocorre a avaria por transporte,

armazenagens e manuseio. Nos depósitos próprios os produtos movem-se

para seus destinos num ambiente relativamente controlado. Já com

transportes fretados os produtos entram num ambiente sem controle.

Quanto menos controle a empresa tiver sobre o ambiente físico, maiores

devem ser as precauções com a embalagem para evitar avarias, portanto, o

ambiente logístico influencia as decisões relativas ao projeto da embalagem.

Existem quatro causas de avarias que são as vibrações, os impactos, as

perfurações e as compressões que podem ocorrer simultaneamente, esteja ele

em trânsito ou sob manuseio, como também podem ocorrer falhas no

empilhamento que podem causar avarias.

Em trânsito as avarias podem ser significativamente reduzidas por

amarração de volumes, fixação, amarração à carroceria do veículo, calços pra

impedir o deslizamento, a vibração e o choque entre as mercadorias, ou

simplesmente utilizando ao máximo o especo disponibilizado nos veículos

transportadores das mercadorias.

Fatores externos como temperaturas elevadas, umidade e materiais

estranhos podem acarretar avarias. Estes fatores externos estão fora de

controle logístico e afetam o conteúdo das embalagens quando estes são

expostos, podendo derreter, estragar, empolar, descascar e até fundir-se uns

com os outros, perdendo cores.

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A utilidade de uma embalagem está ligada à forma como ela afeta tanto

a produtividade quanto à eficiência logística. Todas as operações logísticas

são afetadas pela utilidade da embalagem. Desde o carregamento do

caminhão e a produtividade na separação de pedidos ate a utilização do

espaço cúbico no armazenamento e no transporte.

A eficiência do manuseio dos materiais é fortemente influenciada pela

natureza do produto, pela utilização e pelas características em termo de

comunicação

A embalagem dos produtos sob determinadas configurações e as

quantidades padronizadas contribuem para aumentar a produtividade das

atividades logísticas. A redução do tamanho da embalagem, por exemplo,

pode melhorar a utilização do espaço cúbico.O peso pode ser reduzido com

alterações do produto da embalagem.Substituindo-se garrafas de vidro por

garrafas de material plástico, por exemplo, pode aumentar significativamente a

quantidade de garrafas que pode ser transportadas.

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3.2 – O processo de logística reversa de óleos lubrificantes

A logística de óleos lubrificantes devem ser tratadas com peculiaridades,

já que se trata de uma carga perigosa. Por esse motivo, é cada vez mais

comum que as empresas de distribuição invistam em sua rede logística para

obterem o mínimo um processo adequado com o mínimo de custos.

Uma das maiores dificuldades da logística de óleos lubrificantes é

a facilidade para a ociosidade no transporte, ou seja, é comum espaços vazios

pela impossibilidade de carregar outro tipo de produto, devido a periculosidade

da carga.

3.2.1 – Definição de logística reversa

Usualmente, a logística é entendida como o gerenciamento do fluxo de

materiais, estoque em processo de fabricação, produtos acabados, distribuição

e informações, desde a origem da matéria-prima até o ponto de consumo, com

o propósito de atender às exigências dos clientes (BALLOU, 1993).

No entanto, a preocupação com a devastação dos bens ambientais,

devido à explosão demográfica, à industrialização sem precedentes e à

desenfreada competitividade por mercados verificada nas últimas décadas fez

com que as empresas compreendessem que o gerenciamento logístico deveria

ir além do ponto de consumo final.

Elas entenderam que a competição real para a conquista dos

consumidores deveria incluir, em suas estratégias empresariais, o meio

ambiente. Nesse enfoque, o gerenciamento da logística reversa deve ser

entendido como uma extensão do gerenciamento logístico.

Em uma perspectiva de negócios, enquanto o gerenciamento logístico

está preocupado com o fluxo de materiais e informações da montante para a

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jusante da cadeia produtiva, o gerenciamento da logística reversa está

preocupado com o retorno dos resíduos de produtos, tornando-os inertes ao

meio ambiente, ou das embalagens vazias e seus acessórios para serem

reciclados e retornarem ao processo produtivo.

O fluxo logístico reverso é comum para uma boa parte das empresas.

Por exemplo, fabricantes de bebidas têm que gerenciar todo o retorno de

embalagens (garrafas) dos pontos de venda até seus centros de distribuição.

As siderúrgicas usam como insumo de produção em grande parte a sucata

gerada por seus clientes e para isso usam centros coletores de carga. A

indústria de latas de alumínio é notável no seu grande aproveitamento de

matéria prima reciclada, tendo desenvolvido meios inovadores na coleta de

latas descartadas.

Neste contexto, podemos então definir logística reversa como sendo o

processo de planejamento, implementação e controle do fluxo de matérias-

primas, estoque em processo e produtos acabados (e seu fluxo de informação)

do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recapturar

valor ou realizar um descarte adequado.

A natureza do processo de logística reversa, ou seja, quais as atividades

que serão realizadas dependem do tipo de material e do motivo pelo qual estes

entram no sistema. Os materiais podem ser divididos em dois grandes grupos:

produtos e embalagens.

No caso de produtos, os fluxos de logística reversa se darão pela

necessidade de reparo, reciclagem, ou porque simplesmente os clientes os

retornam.

A figura abaixo mostra um processo simples da logística reversa, de

qualquer produto.

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O fluxo reverso de produtos também pode ser usado para manter os

estoques reduzidos, diminuindo o risco com a manutenção de itens de baixo

giro. Esta é uma prática comum na indústria fonográfica. Como esta indústria

trabalha com grande número de itens e grande número de lançamentos, o

risco dos varejistas ao adquirir estoque se torna muito alto. Para incentivar a

compra de todo o mix de produtos algumas empresas aceitam a devolução de

itens que não tiverem bom comportamento de venda. Embora este custo da

devolução seja significativo, acredita-se que as perdas de vendas seriam bem

maiores caso não se adotasse esta prática.

No caso de embalagens, os fluxos de logística reversa acontecem

basicamente em função da sua reutilização ou devido a restrições legais como

na Alemanha, por exemplo, que impede seu descarte no meio ambiente. Como

as restrições ambientais no Brasil com relação a embalagens de transporte

não são tão rígidas, a decisão sobre a utilização de embalagens retornáveis ou

reutilizáveis se restringe aos fatores econômicos.

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3.3 – A logística reversa de óleos lubrificantes no Rio de

Janeiro

Assim como nos demais estados brasileiros, o Rio de Janeiro ainda não

possui um programa específico voltado ao rerrefino de óleos lubrificantes e a

reciclagem de suas embalagens, ficando este processo a critério das

distribuidoras para o cumprimento da legislação ou por solicitação dos próprios

clientes.

3.3.1 – O rerrefino

O que se chama popularmente de “óleo queimado”, que muitos não se

preocupam como e onde descartar, ou até mesmo aproveitam para utilizar em

outras aplicações, é na verdade, um resíduo perigoso, tóxico e altamente

poluidor. Para efeito de legislação, não apenas o óleo de motor, mas todo óleo

lubrificante utilizado em máquinas industriais também se enquadra na

categoria de “óleo usado ou contaminado (OLUC)” e deve seguir o mesmo

direcionamento.

Para se ter uma idéia, embora o óleo lubrificante represente uma

porcentagem ínfima do lixo total, o impacto ambiental de uma tonelada de óleo

despejado em corpos de água é equivalente à carga poluidora de 40.000

habitantes. Apenas um litro de óleo é capaz de contaminar um milhão de litros

de água, formando, em poucos dias, uma fina camada sobre uma superfície de

1.000 m², o que bloqueia a passagem de ar e luz, impedindo a respiração e a

fotossíntese.

A coleta do óleo usado ou contaminado, é de responsabilidade do

produtor/importador, que é obrigado a ter um contrato com um coletor,

autorizado pela ANP para essa atividade. O percentual de coleta exigido hoje,

no Brasil, é de 30% do total de óleo comercializado, com exceção para a

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cidade de São Paulo que, por força da lei municipal n° 14.040 de 27 de julho

de 2005, estabelece o percentual mínimo de coleta em 50%, o que já é objeto

de estudo em outras cidades do país.

Como a legislação ambiental prevê que todo óleo lubrificante usado

deva ser recolhido e coletado, é necessário que a atividade de coleta seja

estendida a todos os municípios do Brasil. Apesar dessa eficiência ainda não

ter sido alcançada, o setor de coleta está hoje cobrindo 4.300 municípios e

todas as capitais dos Estados. Segundo o secretário executivo do Sindirrefino,

Walter Françolin, “para alcançar essa marca, o setor conta com 29 centros de

coleta avançados sendo 02 na Região Norte, 03 na Região Nordeste, 06 na

Região Centro-Oeste, 10 na Região Sudeste e 08 na Região Sul. São

empregados para a coleta num raio de 250 km, 470 veículos com capacidade

de até 5 m³.

Para coleta em rota determinada, efetuada por veículos de 10/15 m³,

são empregados 85 veículos e 40 carretas com capacidade de 30/35 m³ para

transferência do óleo coletado dos postos avançados até as unidades de

processamento.

Vale lembrar que nem todo óleo pode ser coletado após o uso. De

acordo com o artigo 10 da resolução 362 do Conama, são dispensados de

coleta, e por tanto, não integram a base de cálculo da quantidade de óleo a ser

coletada, os lubrificantes destinados às seguintes aplicações: pulverização

agrícola, correntes de moto-serra, industriais que integram o produto final,

estampagem, motores de dois tempos, sistemas selados, que não exijam troca

ou que impliquem em perda total do óleo, solúveis, fabricados a base de

asfalto, destinados à exportação e todo óleo básico ou acabado comercializado

entre empresas produtoras ou importadoras devidamente autorizadas pela

ANP.

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Conforme o último levantamento efetuado pela ANP e o Sindirrefino

(2005), o volume total coletado está na casa de 33,47%, e ainda existe uma

expectativa de que esse percentual venha a ser elevado para 35,0%,

porquanto a legislação já prevê o incremento da atividade industrial.

Ainda segundo o Sindirrefino, o Brasil está na vanguarda da América

Latina quanto à legislação sobre a coleta e o destino dos óleos lubrificantes

usados. Nos países desenvolvidos, a venda de lubrificantes em

supermercados e a troca de óleo em domicílio são muito difundidas, exigindo

que sejam criados programas de coleta de óleos usados voltados para o

consumidor.

A Europa e os EUA recolhem 35% do seu óleo em relação ao consumo

geral, e estima-se que, em todo o mundo anualmente, 40/50% do lubrificante

comercializado resultam em resíduo pós-consumo e têm condições de serem

reaproveitados.

A indústria do Rerrefino tem se preparado para atender às

necessidades do mercado.

A maioria dos OLUCs já é reciclável via processo de rerrefino, porém

alguns sintéticos, principalmente à base de ésteres, dificultam algumas fases

do processo e reduzem o percentual de rendimento. As graxas lubrificantes

não são recicláveis através do processo de rerrefino.

Estão filiadas ao Sindirrefino onze empresas de Rerrefino, sendo duas

em MG, uma no RJ, uma no RS, seis em SP e uma na BA

As empresas filiadas ao Sindirrefino são responsáveis por 95% de todo

o óleo usado coletado. Oferecem mais ou menos 1.500 empregos diretos,

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praticamente 70% na coleta, já que a atividade de rerrefino detém uma

excelente tecnologia, com emprego de pouca mão-de-obra.

Segundo um estudo recente entregue ao ministério de Minas e Energia,

a capacidade de rerrefino hoje instalada no Brasil é da ordem de 335.000

m³/ano, estando já em fase de implantação, a ser concluída em março de

2008, o aumento da capacidade de processamento em mais 26.500 m³/ano, o

que elevará a capacidade total para 361.500 m³/ano.

Quanto à questão de possíveis resíduos gerados pela atividade, Walter

Françolin explica: “As empresas rerrefinadoras filiadas ao Sindirrefino possuem

tecnologia avançada e o outrora resíduo borra ácida, gerado na atividade,

deixou de ser problema, pois todas adotam o princípio de geração mínima de

resíduo, sendo que, atualmente, o resíduo da atividade está sendo

encaminhado para co-processamento em fornos de cimento.

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3.4 – A coleta de embalagens lubrificantes no Rio de Janeiro

O ponto crítico de todo o processo de logística reversa de embalagens

de óleo lubrificante resume-se ao desinteresse das distribuidoras e

importadoras na coleta e reciclagem desse material, acomodadas pela falta de

uma legislação específica.

No Rio de Janeiro, assim como nos demais estados, os processos de

logística reversa de óleos lubrificantes se dá através de solicitações de

revendedores/ consumidores às distribuidoras, seja por um problema

ocasionado pelo transporte (avarias), seja por um problema de produção ou

seja por um comprometimento ambiental.

Porém são raras as empresas distribuidoras que possuem um programa

definido para a coleta de óleos e suas embalagens, sendo na maioria das

vezes utilizadas transportadoras terceirizadas.

Voltando ao assunto já comentado nesse artigo, por se tratar de uma

carga perigosa, os óleos lubrificantes são transportados sem dividir o espaço

com outro tipo de produto. Se isso afeta o processo logístico normal, o que dirá

ao que se refere à logística reversa.

Um exemplo prático que é comum às distribuidoras: Um posto de

combustível do interior do Estado do Rio de Janeiro solicita a coleta de uma

caixa de óleos lubrificantes por motivos de avaria (vazamento). Em geral as

distribuidoras aguardam um volume de pedidos considerável àquela região

para efetuar a coleta do produto, que na maioria das vezes provavelmente

retornará sozinho no transporte.

Casos como estes são tratados pela distribuidoras como um custo

logístico de alto valor e por esse motivo devem ser repensados.

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De acordo com os procedimentos corretos, Depois de efetuado o

processo de reposição ou troca do óleo lubrificante de motores, veículos e

equipamentos, as embalagens plásticas usadas devem ser submetidas a

processo de escoamento do óleo lubrificante contido nas paredes e fundo da

embalagem.

A embalagem plástica deverá ser emborcada no equipamento a fim de

reduzir ao máximo a quantidade de óleo contida na embalagem de PEAD.

O tempo de escoamento é variável em função da temperatura local, da

viscosidade do óleo lubrificante etc. Recomenda-se manter a embalagem

plástica em um período não inferior a 1 (uma) hora emborcado no recipiente.

Não descartar a tampa do frasco plástico usado, que deverá ser

recolocada na embalagem. Essa ação minimiza o escorrimento do óleo ainda

restante na embalagem durante o transporte do co-produto para o tratamento

ou disposição final.

3.4.1 - Programa Jogue Limpo no Rio de Janeiro

O Programa Jogue Limpo é o sistema de logística reversa de

embalagens de lubrificantes, que tem por objetivo promover a destinação

ambientalmente adequada destas embalagens, por meio de reciclagem,

sempre atendendo à legislação em vigor.

Trata-se de uma iniciativa liderada pelos fabricantes de óleos

lubrificantes através do Sindicom e do Simepetro, que se integra no conceito

de Responsabilidade Compartilhada da qual também fazem parte

distribuidores, comerciantes e consumidores finais de lubrificantes.

O Programa Jogue Limpo teve inicio no ano de 2005, no Rio

Grande do Sul, atendendo à legislação ambiental estadual. Com a colaboração

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ativa do órgão ambiental local ele foi aperfeiçoado aos níveis tecnológicos

atuais, de segurança, proteção ambiental e tecnologia eletrônica embarcada

de pesagem e transmissão de dados.

Entretanto, a responsabilidade legal do Programa é compartilhada,

envolvendo, ainda:

• Consumidor pessoa física: deve devolver a embalagem usada ao local

de compra;

• Rede de Revenda e demais comerciantes: devem receber as

embalagens entregues pelo consumidor pessoa física e armazená-las

de forma adequada, em conjunto com aquelas geradas em seu próprio

estabelecimento, disponibilizando-as para o serviço de coleta.

A coleta é realizada por caminhões especializados que visitam

periodicamente os pontos de coleta. Os sacos de embalagens plásticas de

lubrificantes que lhes forem disponibilizados serão eletronicamente pesados,

transferindo estes dados automaticamente para o Site Jogue Limpo e emitindo,

no ato, um comprovante que poderá ser exigido dos mesmos na obtenção da

licença de operação. Os frascos recolhidos são levados a uma Central de

Recebimento , onde o material é prensado, armazenado e, posteriormente,

remetido a uma recicladora.

Na recicladora, o material é triturado e, depois de submetido a um

processo de descontaminação do óleo lubrificante, passa por extrusão para ser

transformado em matéria-prima de novas embalagens e outros produtos

plásticos, retornando à cadeia de produção. Deste modo, cria-se um ciclo

virtuoso, que evita o desperdício de um material plástico derivado do petróleo e

que se fosse jogado na natureza teria um período de degradação na faixa de

400 anos.

O programa passou a ser adotado também no Rio de Janeiro a partir de

2007, porém ainda com pouco conhecimento do consumidor final e com

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poucos programas de conscientização das empresas distribuidoras, no entanto

o programa já apresenta uma estatística significativa na cidade.

3.4.2 – A coleta de embalagens de óleo lubrificantes pelas próprias

distribuidoras

Conforme já citado anteriormente, por se tratar de uma carga perigosa,

é comum que as distribuidoras trabalhem com transportes ociosos, já que os

óleos lubrificantes não devem ser transportados com outros produtos,

impossibilitando assim que haja cem por centro de ocupação da carga nos

veículos.

Mais comum ainda, são os casos de devoluções de lubrificantes por

parte dos clientes (revendedores ou consumidores), sejam estas por inúmeros

motivos, que obrigam na maior parte das vezes, a distribuidora coletar o

produto em questão, tornando ainda mais ocioso o transporte. Ou seja, por

motivos de devolução, as distribuidoras devem coletar pequenas quantidades

de produtos sem o aproveitamento total de capacidade de carga.

Uma das alternativas, seria a utilização desses espaços ociosos para o

transporte de embalagens vazias. Porém para isso, seria necessário um

programa de conscientização e organização para que pudesse resultar em

processo logístico eficiente e de cunho social e ambiental, além de suscitar

inúmeros benefícios e estratégias de marketing às empresas.

Definindo postos de coleta, como postos de combustíveis,

supermercados, indústrias, etc. é possível organizar e agendar um roteiro

periódico para as coletas.

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CONCLUSÃO

A logística reversa é raramente explorada pelas empresas

distribuidoras de óleo lubrificante, sendo tratada apenas como uma ramificação

do processo logístico de devoluções de produtos ou por mero cumprimento às

legislações.

No entanto, a logística reversa pode ser atrelada como ponto

primordial à diferenciação de serviços, estratégias de marketing e

principalmente à atividades de cunho ambiental. Por esse motivo, o presente

artigo, suscita idéias e propostas viáveis a criação ou adaptação de um

processo logístico já comum às distribuidoras de óleo lubrificantes, porém com

uma visão mais diferenciada e voltada à responsabilidade social e ambiental.

Através do processo de coleta, transporte e destinação correta das

embalagens lubrificantes, seja este através de programas específicos ou por

meio das próprias transportadoras, as empresas podem aderir a um processo

de logística limpo e inteligente, partindo da conscientização de todas as partes

envolvidas e finalizando com a reutilização dos produtos reciclados, dando

início a um novo ciclo.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> RESOLUÇÃO CONAMA nº 362, de 23 de junho de 2005 Anexo 2 >> Reportagem – Revista Exame;

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ANEXO 1 RESOLUÇÃO CONAMA nº 362, de 23 de junho de 2005 Publicada no DOU no 121, de 27 de junho de 2005, Seção 1, páginas 128-130 Correlações: · Revoga a Resolução no 9/93 Dispõe sobre o recolhimento, coleta e destinação fi nal de óleo lubrifi cante usado ou contaminado. O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das competências que lhe são conferidas pela Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto no 99.274, de 6 de junho de 1990, tendo em vista o disposto em seu Regimento Interno, anexo à Portaria no 499, de 18 de dezembro de 2002155, e: Considerando que o uso prolongado de um óleo lubrifi cante acabado resulta na sua deterioração parcial, que se refl ete na formação de compostos tais como ácidos orgânicos, compostos aromáticos polinucleares potencialmente carcinogênicos, resinas e lacas; Considerando que a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, em sua NBR- 10004, “Resíduos Sólidos - classifi cação”, classifi ca o óleo lubrifi cante usado como resíduo perigoso por apresentar toxicidade; Considerando que o descarte de óleo lubrifi cante usado ou contaminado para o solo ou cursos de água gera graves danos ambientais; Considerando que a combustão de óleos lubrifi cantes usados gera gases residuais nocivos ao meio ambiente e à saúde pública; Considerando que a categoria de processos tecnológico-industriais chamada genericamente de rerrefi no, corresponde ao método ambientalmente mais seguro para a reciclagem do óleo lubrifi cante usado ou contaminado, e, portanto, a melhor alternativa de gestão ambiental deste tipo de resíduo; e Considerando a necessidade de estabelecer novas diretrizes para o recolhimento e destinação de óleo lubrifi cante usado ou contaminado, resolve: Art. 1o Todo óleo lubrifi cante usado ou contaminado deverá ser recolhido, coletado e ter destinação fi nal, de modo que não afete negativamente o meio ambiente e propicie a máxima recuperação dos constituintes nele contidos, na forma prevista nesta Resolução. Art. 2o Para efeito desta Resolução serão adotadas as seguintes defi nições: I - coletor: pessoa jurídica devidamente autorizada pelo órgão regulador da indústria do petróleo e licenciada pelo órgão ambiental competente para realizar atividade de coleta de óleo lubrifi cante usado ou contaminado; II - coleta: atividade de retirada do óleo usado ou contaminado do seu local de recolhimento e de transporte até à destinação ambientalmente adequada; III - certifi cado de coleta: documento previsto nas normas legais vigentes que comprova os volumes de óleos lubrifi cantes usados ou contaminados coletados; IV - certifi cado de recebimento: documento previsto nas normas legais vigentes que comprova a entrega do óleo lubrifi cante usado ou contaminado do coletor para o rerrefi nador; V - gerador: pessoa física ou jurídica que, em decorrência de sua atividade, gera óleo lubrifi cante usado ou contaminado; VI - importador: pessoa jurídica que realiza a importação do óleo lubrifi cante acabado, devidamente autorizada para o exercício da atividade; VII - óleo lubrifi cante básico: principal constituinte do óleo lubrifi cante acabado, que atenda a legislação pertinente; 155 Portaria revogada pela Portaria MMA no 168, de 10 de junho de 2005. GESTÃO DE RESÍDUOS E PRODUTOS PERIGOSOS – Tratamento... RESOLUÇÃO CONAMA nº 362 de 2005 RESOLUÇÕES DO CONAMA 623 VIII - óleo lubrifi cante acabado: produto formulado a partir de óleos lubrifi cantes básicos, podendo conter aditivos; IX - óleo lubrifi cante usado ou contaminado: óleo lubrifi cante acabado que, em decorrência

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do seu uso normal ou por motivo de contaminação, tenha se tornado inadequado à sua fi nalidade original; X - produtor: pessoa jurídica responsável pela produção de óleo lubrifi cante acabado em instalação própria ou de terceiros, devidamente licenciada pelo órgão ambiental competente, e autorizada para o exercício da atividade pelo órgão regulador da indústria do petróleo ; XI - reciclagem: processo de transformação do óleo lubrifi cante usado ou contaminado, tornando-o insumo destinado a outros processos produtivos; XII - recolhimento: é a retirada e armazenamento adequado do óleo usado ou contaminado do equipamento que o utilizou até o momento da sua coleta, efetuada pelo revendedor ou pelo próprio gerador; XIII - rerrefi nador: pessoa jurídica, responsável pela atividade de rerrefi no, devidamente autorizada pelo órgão regulador da indústria do petróleo para a atividade de rerrefi no e licenciada pelo órgão ambiental competente; XIV - rerrefi no: categoria de processos industriais de remoção de contaminantes, produtos de degradação e aditivos dos óleos lubrifi cantes usados ou contaminados, conferindo aos mesmos características de óleos básicos, conforme legislação específi ca; XV - revendedor: pessoa jurídica que comercializa óleo lubrifi cante acabado no atacado e no varejo tais como: postos de serviço, ofi cinas, supermercados, lojas de autopeças, atacadistas, etc; e XVI - águas interiores: as compreendidas entre a costa e as linhas de base reta, a partir das quais se mede a largura do mar territorial; as dos portos; as das baías; as dos rios e de seus estuários; as dos lagos, lagoas e canais, e as subterrâneas. Art. 3o Todo o óleo lubrifi cante usado ou contaminado coletado deverá ser destinado à reciclagem por meio do processo de rerrefi no. § 1o A reciclagem referida no caput poderá ser realizada, a critério do órgão ambiental competente, por meio de outro processo tecnológico com efi cácia ambiental comprovada equivalente ou superior ao rerrefi no. § 2o Será admitido o processamento do óleo lubrifi cante usado ou contaminado para a fabricação de produtos a serem consumidos exclusivamente pelos respectivos geradores industriais. § 3o Comprovada, perante ao órgão ambiental competente, a inviabilidade de destinação prevista no caput e no § 1o deste artigo, qualquer outra utilização do óleo lubrifi cante usado ou contaminado dependerá do licenciamento ambiental. § 4o Os processos utilizados para a reciclagem do óleo lubrifi cante deverão estar devidamente licenciados pelo órgão ambiental competente. Art. 4o Os óleos lubrifi cantes utilizados no Brasil devem observar, obrigatoriamente, o princípio da reciclabilidade. Art. 5o O produtor, o importador e o revendedor de óleo lubrifi cante acabado, bem como o gerador de óleo lubrifi cante usado, são responsáveis pelo recolhimento do óleo lubrifi cante usado ou contaminado, nos limites das atribuições previstas nesta Resolução. Art. 6o O produtor e o importador de óleo lubrifi cante acabado deverão coletar ou garantir a coleta e dar a destinação fi nal ao óleo lubrifi cante usado ou contaminado, em conformidade com esta Resolução, de forma proporcional em relação ao volume total de óleo lubrifi cante acabado que tenham comercializado. § 1o Para o cumprimento da obrigação prevista no caput deste artigo, o produtor e o importador poderão: I - contratar empresa coletora regularmente autorizada junto ao órgão regulador da indústria do petróleo ; ou GESTÃO DE RESÍDUOS E PRODUTOS PERIGOSOS – Tratamento... RESOLUÇÃO CONAMA nº 362 de 2005 624 RESOLUÇÕES DO CONAMA II - habilitar-se como empresa coletora, na forma da legislação do órgão regulador da indústria do petróleo . § 2o A contratação de coletor terceirizado não exonera o produtor ou importador da responsabilidade pela coleta e destinação legal do óleo usado ou contaminado coletado. § 3o Respondem o produtor e o importador, solidariamente, pelas ações e omissões

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dos coletores que contratarem. Art. 7o Os produtores e importadores são obrigados a coletar todo óleo disponível ou garantir o custeio de toda a coleta de óleo lubrifi cante usado ou contaminado efetivamente realizada, na proporção do óleo que colocarem no mercado conforme metas progressivas intermediárias e fi nais a serem estabelecidas pelos Ministérios de Meio Ambiente e de Minas e Energia em ato normativo conjunto, mesmo que superado o percentual mínimo fi xado. Parágrafo único. Os órgãos referidos no caput deverão estabelecer, ao menos anualmente, o percentual mínimo de coleta de óleos lubrifi cantes usados ou contaminados, não inferior a 30% (trinta por cento), em relação ao óleo lubrifi cante acabado comercializado, observado o seguinte: I - análise do mercado de óleos lubrifi cantes acabados, na qual serão considerados os dados dos últimos três anos; II - tendência da frota nacional quer seja rodoviária, ferroviária, naval ou aérea; III - tendência do parque máquinas industriais consumidoras de óleo, inclusive agroindustriais; IV - capacidade instalada de rerrefi no; V - avaliação do sistema de recolhimento e destinação de óleo lubrifi cante usado ou contaminado; VI - novas destinações do óleo lubrifi cante usado ou contaminado, devidamente autorizadas; VII - critérios regionais; e VIII - as quantidades de óleo usado ou contaminado efetivamente coletadas. Art. 8o O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, o órgão regulador da indústria do petróleo e o órgão estadual de meio ambiente, este, quando solicitado, são responsáveis pelo controle e verifi cação do exato cumprimento dos percentuais de coleta fi xados pelos Ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia. Parágrafo único. Para a realização do controle de que trata o caput deste artigo, o IBAMA terá como base as informações relativas ao trimestre civil anterior. Art. 9o O Ministério do Meio Ambiente, na primeira reunião ordinária do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA de cada ano, apresentará o percentual mínimo de coleta de óleo lubrifi cante usado ou contaminado, acompanhado de relatório justifi cativo detalhado, e o IBAMA apresentará relatório sobre os resultados da implementação desta Resolução. Art. 10. Não integram a base de cálculo da quantia de óleo lubrifi cante usado ou contaminado a ser coletada pelo produtor ou importador os seguintes óleos lubrifi cantes acabados: I - destinados à pulverização agrícola; II - para correntes de moto-serra; III - industriais que integram o produto fi nal, não gerando resíduo; IV - de estampagem; V - para motores dois tempos; VI - destinados à utilização em sistemas selados que não exijam troca ou que impliquem em perda total do óleo; VII – solúveis; VIII - fabricados à base de asfalto; GESTÃO DE RESÍDUOS E PRODUTOS PERIGOSOS – Tratamento... RESOLUÇÃO CONAMA nº 362 de 2005 RESOLUÇÕES DO CONAMA 625 IX - destinados à exportação, incluindo aqueles incorporados em máquinas e equipamentos destinados à exportação; e X - todo óleo lubrifi cante básico ou acabado comercializado entre as empresas produtoras, entre as empresas importadoras, ou entre produtores e importadores, devidamente autorizados pela Agência Nacional do Petróleo - ANP. Art. 11. O Ministério do Meio Ambiente manterá e coordenará grupo de monitoramento permanente para o acompanhamento desta Resolução, que deverá se reunir ao menos trimestralmente, fi cando assegurada a participação de representantes do órgão regulador da indústria do petróleo , dos produtores e importadores, dos revendedores, dos coletores,

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dos rerrefi nadores, das entidades representativas dos órgãos ambientais estaduais e municipais e das organizações não governamentais ambientalistas. Art. 12. Ficam proibidos quaisquer descartes de óleos usados ou contaminados em solos, subsolos, nas águas interiores, no mar territorial, na zona econômica exclusiva e nos sistemas de esgoto ou evacuação de águas residuais. Art. 13. Para fi ns desta Resolução, não se entende a combustão ou incineração de óleo lubrifi cante usado ou contaminado como formas de reciclagem ou de destinação adequada. Art. 14. No caso dos postos de revenda fl utuantes que atendam embarcações, o gerenciamento do óleo lubrifi cante usado ou contaminado deve atender a legislação ambiental vigente. Art. 15. Os óleos lubrifi cantes usados ou contaminados não rerrefi náveis, tais como as emulsões oleosas e os óleos biodegradáveis, devem ser recolhidos e eventualmente coletados, em separado, segundo sua natureza, sendo vedada a sua mistura com óleos usados ou contaminados rerrefi náveis. Parágrafo único. O resultado da mistura de óleos usados ou contaminados não rerrefi - náveis ou biodegradáveis com óleos usados ou contaminados rerrefi náveis é considerado integralmente óleo usado ou contaminado não rerrefi nável, não biodegradável e resíduo perigoso ( classe I), devendo sofrer destinação ou disposição fi nal compatível com sua condição. Art. 16. São, ainda, obrigações do produtor e do importador: I - garantir, mensalmente, a coleta do óleo lubrifi cante usado ou contaminado, no volume mínimo fi xado pelos Ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia, que será calculado com base no volume médio de venda dos óleos lubrifi cantes acabados, verifi cado no trimestre civil anterior; II - prestar ao IBAMA e, quando solicitado, ao órgão estadual de meio ambiente, até o décimo quinto dia do mês subseqüente a cada trimestre civil, conforme previsto no anexo I desta Resolução, informações mensais relativas aos volumes de: a) óleos lubrifi cantes comercializados por tipo, incluindo os dispensados de coleta; b) coleta contratada, por coletor; e c) óleo básico rerrefi nado adquirido, por rerrefi nador. III - receber os óleos lubrifi cantes usados ou contaminados não recicláveis decorrentes da utilização por pessoas físicas, e destiná-los a processo de tratamento aprovado pelo órgão ambiental competente; IV - manter sob sua guarda, para fi ns fi scalizatórios, os Certifi cados de Recebimento emitidos pelo rerrefi nador e demais documentos legais exigíveis, pelo prazo de cinco anos; V - divulgar, em todas as embalagens de óleos lubrifi cantes acabados, bem como em informes técnicos, a destinação e a forma de retorno dos óleos lubrifi cantes usados ou contaminados recicláveis ou não, de acordo com o disposto nesta Resolução; e GESTÃO DE RESÍDUOS E PRODUTOS PERIGOSOS – Tratamento... RESOLUÇÃO CONAMA nº 362 de 2005 626 RESOLUÇÕES DO CONAMA VI - a partir de um ano da publicação desta resolução, divulgar em todas as embalagens de óleos lubrifi cantes acabados, bem como na propaganda, publicidade e em informes técnicos, os danos que podem ser causados à população e ao ambiente pela disposição inadequada do óleo usado ou contaminado. § 1o O produtor ou o importador que contratar coletor terceirizado deverá celebrar com este contrato de coleta, com a interveniência do responsável pela destinação adequada. § 2o Uma via do contrato de coleta previsto no parágrafo anterior será arquivada, à disposição do órgão estadual ambiental, onde o contratante tiver a sua sede principal, por um período mínimo de cinco anos, da data de encerramento do contrato. Art. 17. São obrigações do revendedor: I - receber dos geradores o óleo lubrifi cante usado ou contaminado; II - dispor de instalações adequadas devidamente licenciadas pelo órgão ambiental competente para a substituição do óleo usado ou contaminado e seu recolhimento de forma segura, em lugar acessível à coleta, utilizando recipientes propícios e resistentes a

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vazamentos, de modo a não contaminar o meio ambiente; III - adotar as medidas necessárias para evitar que o óleo lubrifi cante usado ou contaminado venha a ser misturado com produtos químicos, combustíveis, solventes, água e outras substâncias, evitando a inviabilização da reciclagem; IV - alienar os óleos lubrifi cantes usados ou contaminados exclusivamente ao coletor, exigindo: a) a apresentação pelo coletor das autorizações emitidas pelo órgão ambiental competente e pelo órgão regulador da indústria do petróleo para a atividade de coleta; e b) a emissão do respectivo certifi cado de coleta. V - manter para fi ns de fi scalização, os documentos comprobatórios de compra de óleo lubrifi cante acabado e os Certifi cados de Coleta de óleo lubrifi cante usado ou contaminado, pelo prazo de cinco anos; VI - divulgar em local visível ao consumidor, no local de exposição do óleo acabado posto à venda, a destinação disciplinada nesta Resolução, na forma do anexo III; e VII - manter cópia do licenciamento fornecido pelo órgão ambiental competente para venda de óleo acabado, quando aplicável, e do recolhimento de óleo usado ou contaminado em local visível ao consumidor. Art. 18. São obrigações do gerador: I - recolher os óleos lubrifi cantes usados ou contaminados de forma segura, em lugar acessível à coleta, em recipientes adequados e resistentes a vazamentos, de modo a não contaminar o meio ambiente; II - adotar as medidas necessárias para evitar que o óleo lubrifi cante usado ou contaminado venha a ser misturado com produtos químicos, combustíveis, solventes, água e outras substâncias, evitando a inviabilização da reciclagem; III - alienar os óleos lubrifi cantes usados ou contaminados exclusivamente ao ponto de recolhimento ou coletor autorizado, exigindo: a) a apresentação pelo coletor das autorizações emitidas pelo órgão ambiental competente e pelo órgão regulador da indústria do petróleo para a atividade de coleta; e b) a emissão do respectivo Certifi cado de Coleta. IV - fornecer informações ao coletor sobre os possíveis contaminantes contidos no óleo lubrifi cante usado, durante o seu uso normal; V - manter para fi ns de fi scalização, os documentos comprobatórios de compra de óleo lubrifi cante acabado e os Certifi cados de Coleta de óleo lubrifi cante usado ou contaminado, pelo prazo de cinco anos; VI - no caso de pessoa física, destinar os óleos lubrifi cantes usados ou contaminados não recicláveis de acordo com a orientação do produtor ou do importador; e VII - no caso de pessoa jurídica, dar destinação fi nal adequada devidamente autorizada pelo órgão ambiental competente aos óleos lubrifi cantes usados ou contaminados não recicláveis. GESTÃO DE RESÍDUOS E PRODUTOS PERIGOSOS – Tratamento... RESOLUÇÃO CONAMA nº 362 de 2005 RESOLUÇÕES DO CONAMA 627 § 1o Os óleos usados ou contaminados provenientes da frota automotiva devem preferencialmente ser recolhidos nas instalações dos revendedores. § 2o Se inexistirem coletores que atendam diretamente os geradores, o óleo lubrifi cante usado ou contaminado poderá ser entregue ao respectivo revendedor. Art. 19. São obrigações do coletor: I - fi rmar contrato de coleta com um ou mais produtores ou importadores com a interveniência de um ou mais rerrefi nadores, ou responsável por destinação ambientalmente adequada, para os quais necessariamente deverá entregar todo o óleo usado ou contaminado que coletar; II - disponibilizar, quando solicitado pelo órgão ambiental competente, pelo prazo de cinco anos, os contratos de coleta fi rmados; III - prestar ao IBAMA e, quando solicitado, ao órgão estadual de meio ambiente, até o décimo quinto dia do mês subseqüente, a cada trimestre civil, na forma do anexo

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II, informações mensais relativas ao volume de: a) óleo lubrifi cante usado ou contaminado coletado, por produtor/importador; e b) óleo lubrifi cante usado ou contaminado entregue por rerrefi nador ou responsável por destinação ambientalPmente adequada. IV - emitir a cada aquisição de óleo lubrifi cante usado ou contaminado, para o gerador ou revendedor, o respectivo Certifi cado de Coleta; V - garantir que as atividades de armazenamento, manuseio, transporte e transbordo do óleo lubrifi cante usado ou contaminado coletado, sejam efetuadas em condições adequadas de segurança e por pessoal devidamente treinado, atendendo à legislação pertinente e aos requisitos do licenciamento ambiental; VI - adotar as medidas necessárias para evitar que o óleo lubrifi cante usado ou contaminado venha a ser misturado com produtos químicos, combustíveis, solventes, água e outras substâncias, evitando a inviabilização da reciclagem; VII - destinar todo o óleo lubrifi cante usado ou contaminado coletado, mesmo que excedente de cotas pré-fi xadas, a rerrefi nador ou responsável por destinação ambientalmente adequada interveniente em contrato de coleta que tiver fi rmado, exigindo os correspondentes Certifi cados de Recebimento, quando aplicável; VIII - manter atualizados os registros de aquisições, alienações e os documentos legais, para fi ns fi scalizatórios, pelo prazo de cinco anos; e IX - respeitar a legislação relativa ao transporte de produtos perigosos. Art. 20. São obrigações dos rerrefi nadores: I - receber todo o óleo lubrifi cante usado ou contaminado exclusivamente do coletor, emitindo o respectivo Certifi cado de Recebimento; II - manter atualizados e disponíveis para fi ns de fi scalização os registros de emissão de Certifi cados de Recebimento, bem como outros documentos legais exigíveis, pelo prazo de cinco anos; III - prestar ao IBAMA e, quando solicitado, ao órgão estadual de meio ambiente, até o décimo quinto dia do mês subseqüente a cada trimestre civil, informações mensais relativas: a) ao volume de óleos lubrifi cantes usados ou contaminados recebidos por coletor; b) ao volume de óleo lubrifi cante básico rerrefi nado produzido e comercializado, por produtor/ importador. § 1o Os óleos básicos procedentes do rerrefi no deverão se enquadrar nas normas estabelecidas pelo órgão regulador da indústria do petróleo e não conter substâncias proibidas pela legislação ambiental. § 2o O rerrefi nador deverá adotar a política de geração mínima de resíduos inservíveis no processo de rerrefi no. § 3o O resíduo inservível gerado no processo de rerrefi no será considerado como resíduo classe I, salvo comprovação em contrário com base em laudos de laboratórios GESTÃO DE RESÍDUOS E PRODUTOS PERIGOSOS – Tratamento... RESOLUÇÃO CONAMA nº 362 de 2005 628 RESOLUÇÕES DO CONAMA devidamente credenciados pelo órgão ambiental competente. § 4o Os resíduos inservíveis gerados no processo de rerrefi no deverão ser inertizados e receber destinação adequada e aprovada pelo órgão ambiental competente. § 5o O processo de licenciamento da atividade de rerrefi no, além do exigido pelo órgão estadual de meio ambiente, deverá conter informações sobre: a) volumes de outros materiais utilizáveis resultantes do processo de rerrefi no; b) volumes de resíduos inservíveis gerados no processo de rerrefi no, com a indicação da correspondente composição química média; e c) volume de perdas no processo. Art. 21. São obrigações dos demais recicladores, nos processos de reciclagem previstos no art. 3o, desta Resolução: I - prestar ao IBAMA e, quando solicitado, ao órgão estadual de meio ambiente, até o décimo quinto dia do mês subseqüente a cada trimestre civil, informações mensais relativas: a) ao volume de óleos lubrifi cantes usados ou contaminados recebidos; e b) ao volume de produtos resultantes do processo de reciclagem.

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§ 1o O reciclador deverá adotar a política de geração mínima de resíduos inservíveis no processo de reciclagem. § 2o O resíduo inservível gerado no processo de reciclagem será considerado como resíduo classe I, salvo comprovação em contrário com base em laudos de laboratórios devidamente credenciados pelo órgão ambiental competente. § 3o Os resíduos inservíveis gerados no processo de reciclagem deverão ser inertizados e receber destinação adequada e aprovada pelo órgão ambiental competente. § 4o O processo de licenciamento da atividade de reciclagem, além do exigido pelo órgão estadual de meio ambiente, deverá conter informações sobre: a) volumes de outros materiais utilizáveis resultantes do processo de reciclagem; b) volumes de resíduos inservíveis gerados no processo de reciclagem, com a indicação da correspondente composição química média; e c) volume de perdas no processo. Art. 22. O não cumprimento ao disposto nesta Resolução acarretará aos infratores, entre outras, as sanções previstas na Lei no 9.605, 12 de fevereiro de 1998, e no Decreto no 3.179, de 21 de setembro de 1999. Art. 23. As obrigações previstas nesta Resolução são de relevante interesse ambiental. Art. 24. A fi scalização do cumprimento das obrigações previstas nesta Resolução e aplicação das sanções cabíveis é de responsabilidade do IBAMA e do órgão estadual e municipal de meio ambiente, sem prejuízo da competência própria do órgão regulador da indústria do petróleo . Art. 25. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Art. 26. Fica revogada a Resolução CONAMA no 9, de 31 de agosto de 1993. MARINA SILVA - Presidente do Conselho

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ANEXO 2

Reportagem

Revista Exame - Meio Ambiente & Energia/ Notícias

Postos no Rio coletam embalagens de óleo lubrificante Programa já está implantado no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul por iniciativa do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes

Rio de Janeiro - Os moradores do estado do Rio de Janeiro que usam óleo

lubrificante automotivo poderão descartar as embalagens desses produtos em

postos de gasolina. Com o Programa Jogue Limpo, lançado nessa sexta-feira

(30), as embalagens terão como destino a reciclagem, para garantir um

descarte ecologicamente eficiente.

+ Todas as notícias de Meio Ambiente & Energia O programa é uma iniciativa do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), das secretarias de Estado do Ambiente e Municipal do Meio Ambiente e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). A expectativa é recolher 2 milhões de embalagens até o final do ano em todo estado. !O papel do Estado é fundamental [no programa], pois passa a cobrar dos

estabelecimentos a sua parcela de responsabilidade. No próprio processo de

licenciamento de um estabelecimento que vende lubrificantes, o Estado passa

a cobrar que o lugar prove que encaminha corretamente para reciclagem as

embalagens que ele vende", afirmou o vice-presidente executivo do Sindicom,

Alísio Vaz.

O programa já está implantado no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande

do Sul. De acordo com Vaz, com o funcionamento do Jogue Limpo nas regiões

Sul e Sudeste, 35% dos postos de todo Brasil estarão cobertos pelo programa

até o final do ano e 24 milhões de embalagens devem ser recolhidas.

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A coleta é realizada por caminhões que visitam periodicamente os pontos de

descarte. Depois de recolhidas, as embalagens são pesadas e os dados são

transferidos para o site do programa. Em seguida, os frascos são

encaminhados para a central de recebimento, onde o material é prensado,

armazenado e, posteriormente, remetido a uma recicladora.

O programa será divulgado na própria embalagem do produto e também em

panfletos explicativos nos postos de recolhimento.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

KOBYASHI, Shun'Ichi, Renovação da logísitca, São Paulo. Atlas, 2000.

BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial: transportes, administração de materiais, distribuição física. São Paulo. Atlas, 1993.

DIAS, Reinaldo, Gestão Ambiental: Responsabilidade Social e Sustentabilidade. São Paulo. Atlas, 1993.

ALVARENGA, Antônio C. NOVAES. Antonio G. N. Logística Aplicada: suprimento e distribuição física. São Paulo. Edgar Blucher ltda, 2000.

RESOLUÇÃO CONAMA nº 362, de 23 de junho de 2005

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BIBLIOGRAFIA CITADA

1 - BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial: transportes, administração de materiais, distribuição física. São Paulo. Atlas, 1993.

2 - http://www.lubes.com.br/ - Matéria – 2004.

3 - http://www.programajoguelimpo.com.br/ - 2010

4 - http://www.plastico.com.br – Revista Online, Ed. 413, 2009 5 – http://www.guiadelogistica.com.br – 2010

6 - http://www.sindirerrefino.com.br - 2010

7 – http://www.sindicom.com.br - 2010

8 - http://www.administradores.com.br – Artigo 29931 - 2009

9 – http://www.sirenews.com.br - Matéria: Embalagens 100% ecológicas, 2009

10 – http://www.lwart.com.br – 2010

11 – http://www.cempre.org.br – 2010.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

O MERCADO DE LUBRIFICANTES NO RIO DE JANEIRO 11

1.1 – O petróleo brasileiro: sua história e exploração 11

1.2 – A exploração na camada Pré-sal e as futuras tendências

para o mercado de petróleo no Brasil. 13

1.3 – Produção e comercialização de óleos lubrificantes no

Rio de Janeiro. 15

1.3.1 – Produção 15

1.3.2 – Revenda e Consumo 16

CAPÍTULO II

RECICLAGEM DE EMBALAGENS 19

2.1 - O impacto ambiental e a importância da reciclagem 21

de embalagens de lubrificantes.

2.2 – O mercado de reciclagem no Rio de Janeiro 23

2.3 - O processo de reciclagem das embalagens de 25

lubrificantes

2.4 - A relação da logística reversa e o comprometimento 27

ambiental

CAPÍTULO III

A LOGÍSTICA REVERSA DE EMBALAGENS DE ÓLEOS 29

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LUBRIFICANTES

3.1 – O papel da embalagem na logística de lubrificantes 29

3.2 – O processo de logística reversa de óleos lubrificantes 33

3.2.1 – Definição de logística reversa 33

3.3 – A logística reversa de óleos lubrificantes no Rio de 36

Janeiro

3.3.1 – O Rerrefino

3.4 – A coleta de embalagens lubrificantes no Rio de 40

Janeiro

3.4.1 - Programa Jogue Limpo no Rio de Janeiro 40

3.4.2 – A coleta de embalagens de óleo 43

lubrificantes pelas próprias distribuidoras

CONCLUSÃO 44

ANEXOS 45

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 55

BIBLIOGRAFIA CITADA 56

ÍNDICE 57

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: AVM - UCAM

Título da Monografia: Logística reversa de embalagens de óleos

lubrificantes no Rio de Janeiro

Autor: Lívio André Oliveira dos Santos

Data da entrega: 25/01/2011

Avaliado por: Conceito: