jogos d'água

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jogos d´água

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Projeto de Conclusão de Curso em Design, pela FAAC - UNESP, orientado pelo prof. Dr. Claudio Goya.

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1

jogos d´água

jogos d´águaProjeto de Conclusão de Curso

Rodrigo Presotto Rosa

Orientação Prof. Dr. Claudio Goya

5

índice

inspirações

inspirações pensamentos

água

água experiências

projeto

projeto tecnologia desenvolvimento

conclusão

agradecimentos

bibliografia

7

814

17

1820

21

222526

35

36

38

inspirações

8

inspirações Tudo começou quando resolvi assistir o filme “TRON, o Le-

gado” novamente. Já tinha simpatizado com a história na primeira vez

que assisti, mas algo me dizia para ver o filme mais uma vez.

Em uma das minhas inúmeras viagens para São Paulo, em

uma noite na qual não tinha compromissos, resolvi procurar por algum

filme na TV e, coincidentemente, estava começando “TRON”. Como

aquela voz interior ainda insistia em me dizer o que fazer, me animei e

me preparei, deitado na cama, para aquela viagem de luzes e música.

Por falar em música, algo que me deixava inquieto nesse filme

era a bela trilha sonora, feita pelos irmãos Daft Punk exclusivamente

para o filme. Além da música, alguns diálogos, que acontecem durante

o filme, foram me abrindo a cabeça e me fazendo entender o porquê

de eu estar assistindo tudo aquilo de novo, além de me fazer entender

porque eu me identificava tanto com aquela história!

Terminado o filme, percebi que dalí eu poderia tirar alguns ele-

mentos para um futuro projeto, quem sabe até para o TCC. Enfim, a

idéia ficou martelando na minha cabeça durante dias.

Foi em um fim de tarde, lendo o relatório do Herisson Redi,

um grande amigo que estudou comigo, juntei tudo e resolvi dar início

ao meu TCC.

Ainda me lembro de ter entrado em estado de euforia, no mo-

mento em que tudo se encaixou na minha cabeça! Resolvi ligar para o

Redi, para conversar sobre aquelas idéias todas, como sempre fazía-

mos quando companheiros de república.

9

Contei para ele sobre os diálogos do filme, no qual a protago-

nista fazia citações à Julio Verne e falava sobre abnegação com o seu

Mestre. Contei também como tudo aquilo fazia sentido pra mim, lem-

brando sobre a criação da minha mãe, sempre ensinando a ajudar os

outros quando possível, sem esperar nada em troca. Lembrei também

do meu irmão, que sempre me ajudou a ser uma pessoa melhor com

os outros, por servir de exemplo.

Os diálogos no filme me fizeram lembrar também do meu pai,

com quem sempre conversei sobre tudo e sempre se mostrou aberto a

discutir sobre assuntos de diversas áreas.

Foi assim, ligando idéias, conversas e trechos do relatório dele,

com diálogos dos filmes e das minhas lembranças, que tive duas horas

da conversa super empolgada sobre esse projeto.

Levei a idéia ao meu orientador que, pela proximidade e ca-

rinho, não poderia ser outro além do Goya. Contei para ele sobre a

minha conversa com o Redi, além de explicar essa minha ligação com

o filme, sobre os momentos em que eu buscava ajudar os outros, em

contraposição aos momentos em que ficava sozinho.

Percebi nessa primeira conversa o quanto minha vida se ba-

seava no contraste! Foi dessa percepção que surgiram inspirações

como Caravaggio, em suas pinturas repletas de luzes e sombras, assim

como as animações de Norman Maclaren, sempre com elementos de

repetição. Tudo indicava que o projeto se encaminhava para uma ani-

mação, baseada em luz e sombra, música e contrastes. Por ser uma

animação, reforçava-se o conceito do passageiro, que mostrava como

esses momentos em que eu me sentia bem por ajudar os outros tam-

bém tinham certa duração e certa intensidade.

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O projeto estava encaminhado; pelo menos era o que acháva-

mos. Apesar da percepção de que o projeto estava tomando forma, e

se encaminhava para algo mais real, tanto eu quanto o Goya sentíamos

que aquilo não estava sendo tão verdadeiro. Decidi conversar com ele

novamente, para contar sobre o meu desânimo com o rumo que as

coisas tinham tomado.

Comecei a conversa explicando o porquê da minha infelici-

dade. Disse ao Goya sobre o direcionamento do projeto, que gostaria

de deixá-lo com mais ênfase na questão do ajudar, da benevolência,

ao invés de focar no contraste. Além disso, acabamos por concordar

que não poderia faltar o elemento água, já que ela era tão importante

para mim. Não era difícil lembrar dos momentos em que todos se es-

condiam da chuva, enquanto eu simplesmente ficava parado, olhando

para o céu, de braços abertos e sorrindo. Além disso, a água sem-

pre teve a capacidade de me relaxar em momentos tensos, quando eu

chorava tomando banho, para “lavar a alma”. Lembrando de tudo isso,

surgiu a idéia de fazer uma fonte interativa. O mais engraçado é que,

novamente, as coisas se encaixaram e nenhum dos dois soube explicar

como a ideia surgiu e nem porque chegamos ao assunto. O que sei é

que ambos ficamos mais empolgados com esse novo direcionamento,

além de concordarmos que agora sim, o projeto tinha muito mais de

mim, era autêntico.

Foi uma tarde muito nostálgica, onde relembrávamos momen-

tos felizes do Labsol (Laboratório de Design Solidário), projeto de ex-

tensão do qual fiz parte durante os dois primeiros anos de faculdade, e

conversamos sobre muitas coisas que aconteceram durante os meses

de faculdade. Daí surgiram novas referências, novamente com foco na

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água. Vimos projetos incríveis, como a fonte de Osaka, Japão, onde

uma cortina de água controlada forma desenhos incríveis, de forma que

o expectador se surpreende com a quantidade de formas que podem

ser feitas com tão pouco.

12

Uma outra fonte forma caminhos dançantes, como se fossem

“minhocas” de água pulando de buracos no chão, formando um rítmo

quase que hipnotizador. Esta fonte fica localizada no aeroporto de De-

troit, deixando o local com um ar mais divertido e tornando a espera

pelo voo um pouco menos cansativa.

13

Outro exemplo, mais lúdico, é a fonte no Centro Pompidou,

em Paris, aonde há a mistura de elementos coloridos e movimenta-

dos mecanicamente. Ainda assim, conversamos sobre a possibilidade

de fazer algo mais interativo, onde as pessoas de fato se molhassem,

como a Millenium Park Fountain, em Chicago, onde elas tomam banho

em uma cascata de água que cai de um bloco central com altura sufi-

ciente para ser comparada a uma cachoeira.

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pensamentos Neste momento, parei para refletir sobre o caminho que havia

percorrido. Foi um momento no qual percebi as mudanças de pen-

samento, além das psicológicas, causadas durante toda a minha jor-

nada na faculdade. Tudo começou a fazer mais sentido.

O processo de passagem pelo contraste, passando pela músi-

ca, pela repetição e terminando na água, me mostrou exatamente o

que eu vivi até então morando fora da minha cidade.

Percebi que, assim que me mudei para Bauru, tudo era muito

novo, foi um turbilhão de experiências, e com elas vieram o incômodo

do desconhecido. Fazendo analogia com o contraste, percebi que, no

começo, tudo era mais intenso, por ser novidade para mim. Nunca tive

que me virar sozinho, pagar contas, ser responsável de tal forma. Com

isso, obviamente tive momentos de muitas alegrias, muita despreocu-

pação, assim como tive momentos em que a coisa apertou e percebi

que estava me tornando um adulto.

Continuando com essa linha de raciocínio, a música e a

repetição entram aqui mostrando que as festas muitas vezes se tor-

naram ilhas de calmaria, num mundo no qual tinha que me tornar

mais responsável.Aqui passei a me entender melhor, a ver que apesar

das responsabilidades, não precisava me tornar uma pessoa depres-

siva, negativa.

Foi também, através da música, que uma pessoa incrível en-

trou na minha vida: a professora Solange Bigal, com quem comecei a

ter aulas no sexto período, na disciplina de Marketing. Sempre com um

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sorriso no rosto, ela nos passava boas energias, através de aulas des-

contraídas e cheias de amor.

Comecei a entender através de nomes citados em aula, como

Espinosa e Nietzsche, a importância de se afetar com o mundo de

forma positiva. Passei a entender melhor esses conceitos após assistir

uma palestra do Dr. André Martins, gravada na CPFL Cultural, onde ele

explica o afeto desta forma:

Partindo desse conceito, a Bigal nos mostrou dois tipos de

afeto: o compositivo, que aumenta a potência de um corpo; e o de-

compositivo, que diminui a potência de um corpo. Ela nos mostrou a

importância de buscar sempre afetos compositivos, evitando assim ex-

periências negativas, que não respeitem as individualidades e o espaço

de cada pessoa.

Graças a ela, passei a ter cada vez menos momentos nega-

tivos, pois comecei a prestar atenção no que me fazia mal, passando,

assim, a evitar ou mudar minha postura em relação àquilo. Passei tam-

bém a prestar mais atenção na natureza, nos animais, pois ambos es-

tavam presentes como exemplos nas aulas, de forma compositiva.

Certa aula, a Bigal passou uma frase do Espinosa, que fez

muito sentido para mim, que diz que para “ser feliz é fácil, basta afetar

e ser afetado por boas coisas”.

“Afeto vem do fato de afetar-se. Então, afeto é o que re-sulta da interação com o ambiente, das relações, da interação com o ambiente. Ou seja: o resultado, falando já dentro de Espinosa, do que nos marca. Nós interagimos com as pessoas, com as coisas e somos marcadas por elas. Afeto é o sentimento que resulta, não de-pois, mas concomitante, na mesma hora, um sentimento que acom-panha essas marcas, essa interação.”

16

água

18

água A água forma os oceanos, rios e mares, além de fazer parte da

nossa composição celular. Através dela, nosso corpo mantém a tem-

peratura interna, no processo chamado de homeostase.

Esse elemento se mostra totalmente adaptável, quando ob-

servamos sua capacidade de transformação física, conseguindo alterar

entre três estados da matéria: sólido, líquido e gasoso. Além disso,

vemos em cada um desses estados particularidades, apesar de nunca

perder sua essência.

Na filosofia chinesa, o conceito de Yin e Yang são explicados

como princípios fundamentais, opostos entre sí, interagindo para que

o equilíbrio se mantenha. Esse conceito representa a idéia de que o

mundo é composto por esses dois elementos, formando essa união

contraditória, mas harmônica. A água é citada como Yin, como ele-

mento de natureza fria, que escorre. Além disso, os rins (yin e água) são

foco de atenção na medicina taoísta, juntamente com o coração (yang e

fogo), na busca pelo equilíbrio do corpo.

Na astrologia, o elemento água é movido pela paixão. Os

signos da água são tidos como pouco racionais, movidos pelos sen-

timentos, por entenderem o ser humano e suas relações. Acredita-se

também que as marés, influenciadas pela Lua, tem relação direta com

a gestação, com o movimento de líquidos e com a pressão interna do

corpo da gestante.

Presente também nas artes e na música, nomeia obras, ins-

pira artistas e cantores, é utilizada como material de trabalho, seja pura

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ou diluída, como é o caso da técnica da aquarela. Inspiroun também

grandes clássicos do cinema, como o filme “Singin’ in the Rain”, es-

trelado por Gene Kelly, no qual a sequência em que canta e dança na

chuva se tornou mundialmente conhecida.

A água encontra-se ligada a muitos aspectos da vida. Depen-

demos dela diariamente para sobreviver, sendo elemento fundamental

para nossa existência. Cientistas e astrofísicos a buscam no cosmo, pois

acreditam que assim como na Terra, exista a possibilidade, em con-

dições semelhantes à nossa, de vida em outros planetas. Sua própria

composição química é paradoxal. Hidrogênio e oxigênio, dois gases al-

tamente voláteis, reativos e combustíveis se combinam para formar um

dos elementos mais estáveis e inertes da natureza. Em resumo, a água

possui em sua origem a própria essência do Yin-Yiang, tornando natu-

ral que essa essência permeie nossa relação com ela e reflita o conceito

de afeição compositiva e decompositiva.

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experiêcias Talvez não seja tão incompreensível assim essa minha afini-

dade com a água. Temos essa ligação com ela até mesmo antes do

nosso nascimento e buscamos sempre esse retorno ao ventre, o que

nos proporciona uma lembrança, mesmo que inconsciente, de segu-

rança materna, de carinho. No meu caso, esse retorno é ainda mais

intenso, por ter tido a felicidade de ser gêmeo, de ter compartilhado

momentos de cumplicidade incríveis com o meu irmão.

Ainda me lembro de um trauma de infância, já superado há

tempos, onde fui atropelado em um toboágua e quase me afoguei.

Desde então tinha receio de entrar na piscina, demorei bem mais para

aprender a mergulhar do que meu irmão (ele e meu pai não desistiram

até que eu aprendesse!), mas com o tempo fui entendendo o quão posi-

tiva podia ser a minha relação com esse elemento incrível.

Aprendi a nadar, conhecí muitas praias (e a força que uma

onda tem!) e percebí que o que antes era motivo de preocupação, pas-

sou a fazer parte dos momentos felizes. Inconscientemente já estava

praticando o que muito tempo depois se tornou claro, me afetando de

maneira compositiva com a água.

Hoje, já consciente de tudo isso, admiro a chuva, me envolvo

com ela, me encanto com o orvalho e com o desenho que as gotas

fazem no vidro do carro, depois de uma tempestade.

Me tornei uma pessoa mais fluída, me adaptando as situações

e buscando ver o lado positivo em tudo, com uma vontade de ser água,

sentir o mundo como tal, me envolver com tudo e todos.

projeto

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projeto Depois de tantas reviravoltas, tantas conversas, acabei deci-

dindo com o Goya que queria fazer uma fonte interativa de água, onde

o uso de sensores de distância controlariam a potência dos jatos.

No início resolvi fazer contato com algumas empresas espe-

cializadas, na esperança de que alguma delas pudesse abraçar o meu

projeto e quem sabe ainda fazer uma parceria. Entretanto, nenhuma

das empresas que fiz contato me responderam demostrando interesse.

Foi quando decidi partir para pesquisa em lojas especializadas em bom-

bas hidráulicas e materiais para piscina.

Entrei em contato com o Michael, engenheiro eletricista e

companheiro de trabalho do meu padrasto, para esclarecer algumas

dúvidas sobre a parte elétrica do projeto. Devido a falta de interesse

das empresas, não sabia como iria controlar os jatos, nem que tipos de

sensores seriam viáveis para tal integração. De forma simples e rápida,

o Michael fez um diagrama que me explicava como eu poderia resolver

essa questão, fazendo com que essa integração desse certo. Segue

abaixo o diagrama:

Bomba de água

|

Inversor de Frequência

|

Controlador Lógico Programável (CLP)

|

Sensor de Distância

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Explicando o diagrama de forma resumida, o Michael me disse

que eu teria que procurar por um conversor de frequência, responsável

por mandar parte da voltagem total de trabalho (no caso, seria de 110V

ou 220V) para a bomba, controlando assim a potência de trabalho da

bomba e, consequentemente, dos jatos de água ligados à ela. O sensor

utilizado também deveria ser compatível com o conversor de frequên-

cia, ou então ligado à um dispositivo lógico programável, para que eu

pudesse atingir meu objetivo. Fui pesquisar o que eram inversores de

frequência e CLP´s (Controladores Lógicos Programáveis). Segundo

definição do sítio da Wikipédia, encontrei as seguintes respostas:

“Os conversores de frequência, também conhecidos como inversores de frequência, são dispositivos eletrônicos que conver-tem a tensão da rede alternada senoidal, em tensão contínua e fi-nalmente convertem esta última, em uma tensão de amplitude e frequência variáveis.”

“Um Controlador lógico programável ou Controlador pro-gramável, conhecido também por suas siglas CLP ou CP e pela sigla de expressão inglesa PLC (Programmable logic controller), é um computador especializado, baseado em um microprocessador que desempenha funções de controle através de softwares desen-volvidos pelo usuário (cada CLP tem seu próprio software)PB - con-trolePE de diversos tipos e níveis de complexidade. Geralmente as famílias de Controladores Lógicos Programáveis são definidas pela capacidade de processamento de um determinado numero de pon-tos de Entradas e/ou Saídas (E/S).”

Aproveitando que eu já estava em campo, pesquisando todas

essas tecnologias, fui ao centro da cidade para cotar preços de inver-

sores de frequência, CLP´s e sensores de distância. Em uma loja espe-

cializada no assunto, um dos funcionários me explicou o funcionamento

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dos inversores e CLP´s, além de me passar a média de preços desses

equipamentos. Refletindo sobre os valores passados, percebi que teria

que mudar o foco do meu projeto, passando assim para um modelo

em escala do meu produto final e utilizando alguma tecnologia mais em

conta. Era hora de conversar mais uma vez com o meu orientador.

Comecei explicando ao Goya o que o Michael me passou sobre

os inversores, CLP´s e sensores. Conversamos sobre os preços e sobre

a possibilidade de fazer um modelo em escala, utilizando uma bomba

de aquário ou algo do tipo. Entramos em acordo e ele me propôs que

procurasse uma tecnologia chamada Arduino, relembrando o Projeto

de Conclusão de Curso do Lucas Odahara, um ex companheiro de

república já formado. Meu orientador encerrou a conversa me deix-

ando com a missão de pesquisar essa tecnologia, além de começar os

esboços do modelo da fonte. Mas o que era esse tal de Arduino?

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tecnologia Pesquisei no sítio do fabricante, para entender melhor o que

era essa tecnologia. Pela definição, Arduino é uma plataforma de pro-

totipagem eletrônica, de hardware e software livres, para a criação

de objetos ou ambientes interativos. A inciativa dos italianos Massimo

Banzi e David Cuartielles permite o desenvolvimento de controle de sis-

temas interativos, de baixo custo e acessível a todos. Essa placa pode

enviar e receber informações de praticamente qualquer outro sistema

eletrônico. Uma característica importante é que todo material, incluindo

software, bibliotecas e hardware é open source, ou seja, pode ser re-

produzido e usado por todos sem a necessidade de pagamento de roy-

alties ou direitos autorais.

Segundo as especificações técnicas do fabricante, o Arduino

trabalha com alimentação de 5V, o que me traria problemas para ligá-lo

à bomba de água que encontrei, com tensão de trabalho de 12V. Con-

tinuei com as pesquisas, quando me deparei com algo que me animou

a continuar: Por se tratar de um hardware open source, descobri no

sítio da Brasil Robotics a existência de placas de “extensões”, chamadas

de Shields, desenvolvidas pelos próprios usuários, para desempenhar

funções específicas, ampliando as possibilidades de uso do Arduino.

Com uma dessas placas chamada “Motor Shield”, vi que era possível

fazer essa interface, uma vez que esse Shield, ligado a uma alimen-

tação externa, não traria problemas de sobrecarga para o Arduino e

permitiria tal integração. Além disso, encontrei um sensor de distância

compatível. Era hora de fazer algumas encomendas!

26

desenvolvimento Definidos os componentes necessários para o modelo, fiz a

encomenda das peças pelo sítio da Brasil Robotics. Seguem as ima-

gens, retiradas do próprio site, de cada um dos componentes, assim

como a foto da bomba utilizada, adquirida pelo sítio do Mercado Livre:

Arduino UNO R3

Sensor de distância por sonar

Mini motor shield

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Bomba 12V

Nos dias seguintes, en-

quanto minha encomenda era

enviada, fui atrás de uma bibli-

oteca (conjunto de códigos pré

programados para realizar uma

função específica) que pudesse

facilitar a coleta de valores do

sensor, tornando assim a pro-

gramação mais fácil e rápida.

Neste mesmo período, estudei as sintaxes de programação do soft-

ware, para conseguir programá-lo do jeito que eu queria. No sítio do

fabricante (http://www.arduino.cc/) encontrei com facilidade as expli-

cações de cada uma das sintaxes, o que reduziu drásticamente meu

tempo de trabalho. Esperei pela chegada das peças, montando meu

circuito no mesmo dia em que foram entregues.

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Após alguns testes de programação, os resultados estavam

de acordo com o que eu buscava. Adicionei um cooler, após notar que

o shield esquentava bastante depois de ligado por algum tempo. Segue

abaixo o código, com explicações básicas do que cada linha de pro-

gramação faz:

//Inclui a biblioteca do sensor

#include “Ultrasonic.h”

//Pino 13 recebe o pulso do echo

#define echoPin 13

//Pino 12 envia o pulso para gerar o echo

#define trigPin 12

//iniciando a função e passando os pinos

Ultrasonic ultrasonic(12,13);

void setup()

{

// inicia a porta serial

Serial.begin(9600);

// define o pino 13 como entrada (recebe)

pinMode(echoPin, INPUT);

// define o pino 12 como saida (envia)

pinMode(trigPin, OUTPUT);

}

void loop()

{

//seta o pino 12 com um pulso baixo “LOW” ou desligado ou ainda 0

digitalWrite(trigPin, LOW);

// delay de 2 microssegundos

29

delayMicroseconds(2);

//seta o pino 12 com pulso alto “HIGH” ou ligado ou ainda 1

digitalWrite(trigPin, HIGH);

//delay de 10 microssegundos

delayMicroseconds(10);

//seta o pino 12 com pulso baixo novamente

digitalWrite(trigPin, LOW);

// função Ranging, faz a conversão do tempo de

// resposta do echo em centimetros, e armazena

// na variavel distancia

int distancia = (ultrasonic.Ranging(CM));

// Função map converte o intervalo de distância

// em um intervalo de saída para o Shield

int convert = map(distancia, 0, 3585, 0, 255);

// Exibe na no Monitor Serial o valor já convertido

Serial.println(convert);

// Manda para o pino de controle o valor convertido

analogWrite(6, convert);

// Manda sempre o valor 0 para o pino 5

analogWrite(5, 0);

// delay de 10 microssegundos

analogWrite(3, convert);

// Manda para o LED o valor convertido

delayMicroseconds(10);

}

Com o circuito funcionando, era hora de definir a forma final

do meu modelo. De acordo com a conversa anterior com o Goya, fiz

alguns esboços do que seria a fonte, sem me preocupar nesse primeiro

instante com medidas exatas. Já com os esboços em mãos, procurei

novamente meu orientador, para mostrar a idéia principal que eu que-

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ria passar e o circuito já em funcionamento. Mais alguns ajustes e parti

para o processo de modelagem, agora sim me preocupando com a

escala e com as medidas reais. Dada a dificuldade e detalhamento de

parte das peças, procurei o professor Osmar para conversarmos sobre

a possibilidade de usarmos as máquinas de prototipagem rápida da

oficina. A pedido do professor, conversei com o Isaac e com a Alice,

que me ajudaram no processo de adaptação da peça para o “envelope”

da máquina e me explicaram como a máquina trabalhava. Em analogia

com uma impressora comum à jato de tinta, o software “divide” a peça

modelada em camadas, mandando assim o comando para a máquina,

que joga o catalisador em uma fina camada de pó somente nas áreas

rígidas daquela camada, partindo para outra camada, obtendo a peça

inteira no final deste processo. Seguem imagens dos estudos iniciais e

da modelagem:

31

32

Finalizada esta etapa, a peça precisa ser resinada, para que

ganhe resistência, além de torná-la impermeável. Além dessas peças,

precisava de uma peça em acrílico, com aberturas para a água, onde

os fios de nylon com as contas coloridas seriam presos. Mandei um

desenho da peça para a empresa Emporium Acrílicos, especializada

nesse material, e em três dias ficaram prontas para retirada.

Aproveitando a minha estadia na oficina, utilizei o maquinário

para modificar duas caixas de MDF, previamente obtidas, a fim de fazer

o suporte para a parte elétrica e hidráulica. Seguem algumas imagens

do processo:

33

Finalizado o suporte, a peça em acrílico e as peças prototipa-

das, terminei o modelo e fiz os testes finais, para checar se tudo estava

funcionando como devia. Seguem imagens do modelo terminado:

34

35

conclusão Ainterdisciplinaridade está presente em muitos (senão todos)

os projetos onde o designer atua. Como consequência, precisamos fre-

quentemente estudar sobre diversas áreas do conhecimento, como foi

o caso da elétrica nesse projeto.

Por ser uma área no qual não tinha muito contato, as etapas

que envolviam elétrica neste projeto se mostraram complicadas, de-

pendendo até, nos momentos em que não tive ajuda, de atitudes onde

arrisquei os componentes elétricos a fim de continuar com o protótipo,

para poder fazer com que tudo funcionasse.

Misturar no mesmo produto a água e a energia elétrica tam-

bém foi uma dificuldade decorrente neste trabalho, mostrando como

precisamos ter cuidado inclusive nos detalhes.

Foi uma aventura, sem dúvidas, no qual cresci e aprendi muito

com os erros e acertos (muitas vezes arriscando tudo), além de ter sido

uma jornada de auto conhecimento. Espero que eu possa continuar a

ajudar os outros, asism como obtive ajuda para que tudo coresse bem.

36

agradecimentos À minha mãe, por me mostrar o caminho da abnegação, da

generosidade e da gratidão sendo um exemplo; por me apoiar no que

gosto e me ensinar a arte dos trabalhos manuais;

Ao meu padrasto, por abraçar este projeto, proporcionando

toda a ajuda que pôde; pelo exemplo de profissional competente, assim

como sua dedicação por mim e pela família;

Ao meu irmão, por ser companheiro, fiel e cúmplice; por me

ensinar através de exemplos, acreditar em mim;

Ao meu pai, por ensinar-me o benefício da dúvida, ser um

companheiro de conversas enriquecedoras; por me mostrar o caminho

do cavalheirismo e me ensinar sobre relacionamentos humanos;

Ao meu padrinho, por mostrar que distância é só uma limi-

tação física; por acreditar em mim, no meu potencial; por ser um exem-

plo de responsabilidade e me ensinar a lutar pelos meus ideais;

Ao Herisson, por me ensinar a buscar sempre o melhor nas

pessoas; pela enorme ajuda com o relatório e por todas as conversas

incríveis que tivemos sobre esse projeto;

À Camila, Giuli, Babi e Pri, por me levantarem em um momen-

to onde me senti desacreditado, prestes a desistir de tudo; por abrirem

mão do que estavam fazendo, para que eu pudesse chorar em seus

ombros e desabafar; por me ouvirem e me chacoalharem quando eu

precisava disso; pelas conversas e ensinamentos; por se mostrarem

mulheres maduras, dispostas a conversarem sobre tudo, mostrando

que existe amizade verdadeira entre homens e mulheres;

37

Ao Guizão, pelo companheirismo durante toda a jornada em

Bauru; pelas conversas, por toda ajuda durante minha formação; pelos

projetos que fizemos juntos, além do empenho neles apresentado;

Ao Michael, por esclarecer minhas dúvidas em relação à parte

elétrica do Projeto;

Aos companheiros de república e faculdade Herisson, Mari,

Kuba, Kenji, Dani, Banana, Hugo, Thiago, Daniel, Diego, Donald, Cami-

la, Ariadne, Akira, Alessandra, Danilo, Dewison e Guilherme, por am-

pliarem essa incrível experiência de morar fora de casa; pelas conver-

sas e momentos de cumplicidade;

Aos professores Solange Bigal e Osmar, pela ajuda no projeto,

além dos ensinamentos em aula e fora dela;

Ao Isaac, Alice, Osmar e Chico, pela contribuição e ajuda no

processo de prototipagem rápida;

Ao Goya, meu pai baurulino, por me tratar como um filho; pelo

seu coração enorme e pela insistência; por me mostrar esse mundo

incrível do Design, por ser humano;

Aos companheiros de Labsol, pela experiência enriquecedora,

pela convivência e pela união;

Aos colegas de sala, veteranos e bixos, por tornarem esses

quatro anos os mais incríveis que já vivi;

Somos todos gotas. Separados, carregamos conosco a potên-

cia da chuva. Não deixemos que nossos medos sejam maiores que o

benefício da união, de nos afetarmos e ampliarmos nossa existência

através do amor.

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bibliografiaBIBLIOGRAFIA:

BIGAL, Solange M. DESIGN DE COMPOSIÇÃO: Um modo de fazer

design inspirado em Espinosa, Deleuze e Guattari.

ESPINOSA: FILOSOFIA PRÁTICA, Gilles Deleuze, editado por Ma-

noel Tosta Berlinck e Maria Cristina Rios Magalhães, São Paulo: Escuta,

2002.

GLEIZER, M. Espinosa e a afetividade humana. Rio de Janeiro: Jorge

Zahar, 2005.

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ARDUINO

http://www.arduino.cc/

ARDUINO BRASIL

http://www.arduino.com.br/blog/

ARDUINO FORUM

http://www.arduino.cc/cgi-bin/yabb2/YaBB.pl?board=Portugues

39

ASTROLOGIA

http://www.e-familynet.com/phpbb/viewtopic.php?t=108218

ASTROLÓGICA

http://www.astrologica.com.br/elementos.html

BRASIL ROBOTICS

http://brasilrobotics.blogspot.com.br/

FILOSOFIA PERENE

http://www.sophia.bem-vindo.net/tiki-index.php?page=Yin-Yang

FOUNTAIN AT THE POMPIDOU CENTRE IN PARIS

http://www.youtube.com/watch?v=WLsnG33e1xg

LABDUINO

http://labduino.blogspot.com.br/

LABORATÓRIO DE GARAGEM

http://labdegaragem.com/

MERCADO LIVRE

http://www.mercadolivre.com.br

MILENIUM PARK FOUNTAIN AT CHICAGO

http://www.youtube.com/watch?v=ke148WJ9G1k

40

PALESTRA DR. ANDRÉ MARTINS NO CPFL CULTURAL

http://www.cpflcultura.com.br/2011/07/01/um-mundo-onde-conhecer-

e-criar-e-afetar-se-melhor-%E2%80%93-andre-martins-2/

PLUGIN PROJECT

http://pluginproject.tumblr.com/

SOMA PROJECT

http://issuu.com/rediredi/docs/soma_book

WATER FOUNTAIN AT DETROIT AIRPORT

http://www.youtube.com/watch?v=xPugzTVlLGA

41

ColaborateThinRegular11pt

SWIsop3Regular18pt

ColaborateLightRegular11pt

C: 100 M: 100 Y: 100 K: 100

C: 0 M: 0 Y: 0 K: 0

C: 90 M: 45 Y: 50 K: 20