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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE GESTÃO DA QUALIDADE COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA PARA A COMPETITIVIDADE DAS ORGANIZAÇÕES Por: Daisy Oliveira Tostes Orientador Prof. Jorge Vieira Rio de Janeiro 2011

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Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · A 2ª Guerra Mundial ajudou a consolidar este método, pois era necessário diminuir o tempo para a inspeção final e

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GESTÃO DA QUALIDADE COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA

PARA A COMPETITIVIDADE DAS ORGANIZAÇÕES

Por: Daisy Oliveira Tostes

Orientador

Prof. Jorge Vieira

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GESTÃO DA QUALIDADE COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA

PARA A COMPETITIVIDADE DAS ORGANIZAÇÕES

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão

Empresarial.

Por: Daisy Oliveira Tostes.

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AGRADECIMENTO

Em especial ao Orientador e Mestre Jorge Vieira por sua especial

atenção, com assiduidade e comprometimento durante todo o processo de

construção deste estudo. Com carinho, obrigada!

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METODOLOGIA

A presente pesquisa caracteriza-se por ser um trabalho de revisão

de literatura, de caráter bibliográfico. Os fundamentos teóricos terão como foco

a gestão da qualidade na estratégia empresarial.

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RESUMO

O objetivo deste estudo é analisar a importância da gestão da qualidade como ferramenta estratégica para a competitividade das organizações. Sendo assim, buscou-se no primeiro capítulo conceituar qualidade e sua evolução. No segundo capítulo foram apresentadas as principais ferramentas da qualidade e o ciclo PDCA como um dos métodos mais utilizados para a implantação e manutenção de melhorias nos processos. No terceiro capítulo demonstrou-se a importância do comprometimento da alta direção com a gestão da qualidade no que se refere a competitividade das organizações. Concluindo-se que a adoção de um modelo de Gestão pela Qualidade Total pelas organizações objetiva contemplar os novos paradigmas da competição, ou seja, novos produtos e serviços diferenciados, com alta qualidade e baixos custos relativos, associado às necessidades mutáveis dos consumidores, bem como a constante capacidade de inovação exigida pelos diversos segmentos de mercado.

Palavras-chave: Gestão da Qualidade; Ferramentas; Competitividade.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 6

CAPÍTULO I

CONCEITO E EVOLUÇÃO DA QUALIDADE 8

CAPÍTULO II

O MÉTODO PDCA E AS FERRAMENTAS DA QUALIDADE 18

CAPÍTULO III

GESTÃO DA QUALIDADE 27

CONSIDERAÇÕES FINAIS 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40

ÍNDICE 43

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INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo é analisar a importância da gestão da

qualidade como ferramenta estratégica para a competitividade das

organizações.

O tema escolhido se justificativa o mercado, cada vez mais

competitivo, exigindo que as organizações desenvolvam as suas atividades

com qualidade em todos os seus processos, para alcançar os resultados

desejados. A qualidade é o alicerce para o desenvolvimento das ações de

melhorias.

Nesse sentido, vários trabalhos teóricos têm sido publicados

enfatizando a importância do gerenciamento estratégico da qualidade com o

objetivo de alcançar vantagem competitiva.

As empresas, na busca pela excelência na qualidade e

conformidade de seus produtos/serviços buscam desenvolver atividades

gerenciais de classe mundial e procuram adaptá-las a seus objetivos

estratégicos, para atender às demandas de mercado e obter a melhoria de

desempenho com relação aos competidores.

O alinhamento entre a qualidade e a estratégia operacional do

negócio é fator determinante para o sucesso da organização.

Diante do cenário atual, cada vez mais competitivo, é indiscutível

que a gestão da qualidade dos serviços ou produtos seja um requisito

essencial à sobrevivência das organizações.

Sendo assim, teve como problema de pesquisa: qual a importância

da gestão da qualidade como ferramenta estratégica para a competitividade das

organizações?

Acredita-se que a gestão da qualidade é importante por utilizar

múltiplos recursos gerenciais aptos para auxiliar no desenvolvimento da

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7estratégia empresarial. As informações do sistema de gestão da qualidade se

configuram como fundamentais para o processo decisório. Dessa forma, torna-

se essencial que os gestores e os colaboradores estejam comprometidos com

a busca do melhoramento contínuo mediante o desdobramento estratégico

empresarial.

O objeto de estudo deste trabalho limitou-se a identificar como a

gestão da qualidade contribui para a estratégia empresarial no que se refere as

ferramentas da qualidade, pois estas exercem um papel significativo para o

processo de melhoria e a avaliação dos resultados.

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CAPÍTULO I

CONCEITO E EVOLUÇÃO DA QUALIDADE

Atualmente, é consenso entre vários estudiosos da moderna

administração que, como relata William Edwards Demming: “Não se gerencia o

que não se mede, e não se mede o que não se define, e não se define o que

não se entende, não há sucesso no que não se gerencia”. Neste contexto,

medir representa avaliar seus resultados. (MARANHÃO e MACIEIRA, 2004;

CORREA, 2006).

Os conceitos de qualidade total ou de gestão da qualidade são

vistos atualmente como modelos de excelência para melhor gerir as

organizações. A gestão pela qualidade de produtos ou serviços permite a

busca da eficiência e eficácia da organização que se traduz numa maior

competitividade da mesma. A qualidade, antes vista sob o olhar da inspeção de

todos os produtos, é vista atualmente como algo essencial para o sucesso

estratégico de uma organização (MARSHALL JR et al., 2006).

1.1 – Movimento da qualidade

Marshall Jr et al. (2006, p. 21) classificam a qualidade em quatro

períodos ou eras: era da inspeção, era do controle estatístico da qualidade, era

da garantia da qualidade e era da gestão estratégica da qualidade.

Para entender melhor a evolução da qualidade vamos fazer uma

rápida abordagem acerca dessas eras contextualizando-as com pensamento

dos principais autores.

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91.1.1 – Inspeção

Antes da Revolução Industrial o processo produtivo era

produzido pelos artesãos que também avaliavam a qualidade de seus

produtos conforme critérios do próprio artesão. Com o advento da

produção em massa a inspeção formal passou a ser necessária. No início

do Século XX o criador da chamada “Administração Científica”, Frederick

W. Taylor, propõe que a inspeção dos produtos deixe de ser realizada

pelos funcionários da produção e passe a ser realizada por profissionais

especializados em controle de qualidade.

1.1.2 –Controle Estatístico de Qualidade

Por um longo período realizou-se a inspeção total do lote

produtivo. Este controle limitava-se à inspeção e à separação das peças

defeituosas. A solução de problemas de qualidade não era responsabilidade do

Departamento de Inspeção.

Em 1931, Walter Shewhart publica o livro “Economic control of

quality of manufactured product” que dá início ao desenvolvimento do controle

de qualidade no processo produtivo através de procedimentos estatísticos.

Passa-se a utilizar a técnica de amostragem, visto que se torna impraticável

avaliar todos os produtos fabricados. A atenção passou a ser dada ao grau de

variação suportável que não levasse efetivamente a problemas.

A 2ª Guerra Mundial ajudou a consolidar este método, pois era

necessário diminuir o tempo para a inspeção final e o controle estatístico do

processo produtivo por amostragem possibilitou ganhos de produtividade e

qualidade na indústria.

A formação de Departamentos de Engenharia de Produção que

utilizavam técnicas estatísticas de amostragem possibilitou a formação de

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10sociedades de engenheiros da qualidade nos Estados Unidos da América e no

Japão que criariam mais tarde os prêmios de qualidade.

1.1.3 – Garantia da qualidade

Com o término da 2ª Guerra Mundial, o gerenciamento das

empresas evoluiu, principalmente no Japão que necessitava reconstruir sua

economia. Quatro elementos básicos possibilitaram a evolução para a Garantia

da Qualidade: A Quantificação de Custos da Qualidade, o Controle Total de

Qualidade, a Engenharia de Confiabilidade e o Programa Zero Defeito. O

objetivo era prevenir problemas usando outras técnicas além das estatísticas.

Este período foi construído graças à contribuição de diversos

autores. Willian Edwards Deming, estatístico em qualidade, aperfeiçoa o

sistema para solução de problemas organizacionais desenvolvido por Shewhart

e conhecido como ciclo de Deming ou PDCA; desenvolve também 14 pontos

fundamentais para o Total Quality Control (TQC) que ajudou o Japão a

melhorar a qualidade e reputação de seus produtos.

Sua contribuição foi tão expressiva que em 1951 o Japão criou o

Prêmio Deming de Qualidade em sua homenagem. A quantificação dos custos

da qualidade foi apresentada em 1951 por Joseph M. Duran em seu livro

“Quality control handbook” onde aborda a influência dos custos da não-

qualidade na competitividade da organização.

Segundo esse autor a gestão da qualidade divide-se em três

pontos fundamentais, denominados de trilogia de Juran: planejamento, controle

e melhoria da qualidade. O TQC baseia-se na qualidade desde o projeto do

produto, no envolvimento dos funcionários, fornecedores e clientes nos

processos de melhoria da qualidade e no aperfeiçoamento das técnicas

clássicas de qualidade.

Armand Feigenbaum foi um dos formuladores do TQC onde a

qualidade é vista como um instrumento estratégico pelo qual todos os

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11trabalhadores devem ser responsáveis, ou seja, a qualidade é um trabalho de

todos e não só da produção ou do controle de qualidade. A qualidade torna-se

um objetivo gerencial dos mais elevados desde a concepção do projeto da

organização até seus produtos. Philip Crosby relaciona o custo da produção

com a falta de qualidade e desenvolve a metodologia “zero defeito” cujo

principio é “fazer certo pela primeira vez”.

1.1.4 – Gestão estratégica da qualidade

Nas duas últimas décadas do século XX a qualidade deixa de ser

vista com uma técnica e passa a ser vista como uma estratégia para o negócio

da organização.

Os princípios do TQC, disseminados a partir de 1950, já haviam

sido assimilados pelas organizações, no entanto a concorrência por um

mercado com clientes cada vez mais exigentes e amparados por uma

legislação de defesa do consumidor aumentou.

A necessidade das empresas produzirem mais e melhor, com

custos menores ao mesmo tempo deu nova amplitude aos programas de

qualidade. A adoção desses programas originou as certificações ISO que

incorporam rigorosos parâmetros de avaliação da performance organizacional

e vinculam, de acordo com sua classificação, a possibilidade de expansão no

mercado. O mercado passou a valorizar as empresas que abordam a qualidade

estrategicamente.

A Gestão Estratégica da Qualidade envolve o uso de técnicas

comportamentais, do conceito de clientes internos e externos - cuja satisfação

é o maior objetivo, da formação de equipes que pensem e executem projetos e

da ênfase nos processos e fluxos de trabalho a partir da estruturação

organizacional adequada. A qualidade passou a ser um objeto perseguido pela

cúpula estratégica das organizações, tornando-se objeto de interesse das grandes

corporações, tanto no setor fabril, como no setor de serviços (GURGEL JR, 2002).

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12A maior diferença entre a abordagem do início do século XX e a

atual é que a qualidade agora está relacionada às necessidades e aos anseios

dos clientes. Atualmente, qualidade está muito associada à percepção de

excelência nos serviços. E quando se fala em serviços está-se falando

basicamente de pessoas. O elemento humano e sua qualidade representam o

grande diferencial contemporâneo (MARSHAL Jr et al., 2006).

1.2 – Definições de qualidade

Para Deming (1990), a qualidade deve atender às necessidades

do cliente, pois estes buscam produtos/serviços cada vez mais diferenciados, e

estes devem ter sua qualidade avaliada constantemente, de forma a garantir a

sua melhoria contínua.

Segundo Crosby (1992), a qualidade é a conformidade com

requisitos. Ele ressalta que, ao se referir à qualidade de algum produto/serviço,

deve-se definir esse produto/serviço em termos específicos, e quando todos os

critérios estiverem definidos e explicados, será possível e praticável a

mensuração da qualidade.

Conforme o conceito de qualidade evoluiu ao longo do tempo,

Marshall Jr. et al. (2006, p. 33) utiliza cinco abordagens para definir qualidade:

• Transcedental: Qualidade não é uma ideia ou uma coisa

concreta, mas uma terceira entidade independente das

duas....embora não se possa definir qualidade, sabe-se o que

ela é. Pirsig,1974 citado por Marshall Jr et al.(2006, p. 33).

• Baseada no produto: Diferenças de qualidade correspondem

a diferenças de quantidade de algum ingrediente ao atributo

desejado. Abbott,1955 citado por Marshall Jr et al.(2006, p. 33).

• Baseado no usuário: Qualidade consiste na capacidade de

satisfazer desejos. Edwards,1968 citado por Marshall Jr et

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13al.(2006, p. 34). Qualidade é adequação ao uso. Juran, 1974

citado por Marshall Jr et al. (2006, p. 34).

• Baseada na produção: Qualidade (quer dizer) conformidade

com as exigências. Crosby, 1979 citado por Marshall Jr et al.

(2006, p. 34). Qualidade é o grau em que o produto específico

está de acordo com o projeto ou especificação. Gilmore, 1974

citado por Marshall Jr et al. (2006, p. 34).

• Baseado no valor: Qualidade é o grau de excelência a um

preço aceitável e o controle da variabilidade a um custo

aceitável. Broh, 1982 citado por Marshall Jr et al. (2006, p. 34).

Avaliar qualidade em serviço é diferente de avaliar qualidade em

processos industriais porque o serviço apresenta algumas características

particulares como a intangibilidade do produto, a simultaneidade de produção e

consumo e a heterogeneidade do serviço (só existe quando ocorre).

(MACHADO, 2001)

Segundo Kluck et al. (2002, p.28), antes de se pensar em avaliar

qualidade, tanto em termos gerais como em situações específicas, é

necessário que haja um acordo sobre como esta qualidade é definida e quais

os elementos que a constituem. A definição de qualidade é complexa, pois

deve fazer referência a todas as dimensões e dependerá do ponto de vista de

quem a define.

1.3 – Indicadores de qualidade

Qualquer produto do trabalho humano é resultado de um ou

mais processos. Resultados, bons ou ruins, não acontecem por acaso. São

frutos de um processo. Para gerenciar, é essencial conhecê-los. Controlar

processos significa detectar os problemas (metas não atingidas e

resultados indesejáveis) analisar estes problemas, buscando as suas

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14causas, e atuar sobre elas para modificar o resultado, de forma que ele se

torne exatamente àquele que planejamos e desejamos. (MARANHÃO e

MACIEIRA, 2004)

De acordo com Nogueira (1999, p.17) “de 85 a 95% dos

problemas são resultado de falha nos processos, e não de falha das pessoas”.

A essência da gestão pela qualidade está no planejamento, no controle e na

melhoria dos padrões de qualidade dos produtos e serviços, a chamada

trilogia de Juran, apresentada na figura 1.

Figura 1 – Trilogia da qualidade de Juran.

Fonte: Nogueira (1999)

Os três pontos do triângulo: planejamento de qualidade, controle

da qualidade e melhoria da qualidade, são componentes essenciais, inter-

relacionados e mutuamente reforçadores da garantia de qualidade. o

planejamento define a missão da organização, inclusive dizendo quais são

seus clientes e quais os serviços a serem prestados. distribui os recursos e

estabelece os padrões para a prestação destes serviços.

O controle da qualidade nada mais é que o monitoramento,

supervisão e avaliação para assegurar que todo funcionário e toda unidade de

trabalho atendem a esses padrões e prestem constantemente serviços de boa

qualidade. já a melhoria da qualidade tem como meta elevar a qualidade e os

padrões continuamente mediante a solução de problemas e a melhoria dos

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15processos. estas três atividades podem ser realizadas através do controle dos

processos (NOGUEIRA, 1999).

Conforme Chiavenato e Sapiro (2004) a essência do controle

consiste em verificar se a atividade controlada está ou não alcançando os

resultados desejados e pressupõe as seguintes etapas:

• Estabelecimento de objetivos ou padrões de desempenho

(qualidade, quantidade, tempo e custo);

• Avaliação ou mensuração do desempenho atual;

• Comparação do desempenho atual com os objetivos ou

padrões estabelecidos;

• Tomada de ação corretiva.

A comparação do desempenho pode ocorrer em duas situações:

• Resultado: a comparação é feita após o termino da operação.

É o controle sobre os fins.

• Desempenho: a comparação é feita paralelamente à operação.

É o controle sobre os meios.

Dentro da atividade de comparação devem-se estabelecer limites

dentro dos quais uma variação pode ser aceita como normal, de forma que as

intervenções sejam realizadas quando os limites forem ultrapassados.

Indicadores de desempenho são importantes ferramentas de

gestão que proporcionam um valor de referência a partir do qual se pode

estabelecer uma comparação entre as metas planejadas e o desempenho

alcançado. Servem para determinar a qualidade e a quantidade dos serviços

oferecidos e permitem também a comparação entre diversas unidades.

Portanto, ao avaliar o desempenho obtêm-se medidas e podem-se realizar

análises que demonstrarão quais os processos ou operações avaliados estão

satisfatórios e quais precisam melhorar (CORREA, 2006).

O controle das atividades ou dos processos depende da utilização

de indicadores.

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16Quando se pode medir e exprimir em números aquilo de

que se fala, sabe-se alguma coisa a respeito, mas quando

não se pode medir, quando não se pode exprimir em

números, o conhecimento é parco e insatisfatório”

(MARANHÃO e MACIEIRA, 2004, p. 68).

Indicadores, segundo as Organizações Mundiais de Saúde, 1981

citado por Cipriano (2004, p. 42), são variáveis que ajudam a mensurar

mudanças e, geralmente, são utilizados quando elas não podem ser medidas

diretamente. Portanto, são medições parciais ou indiretas de uma situação

complexa, porém quando monitorados sistematicamente ao longo do tempo

podem indicar a direção e a velocidade destas mudanças.

Para Bittar (2001, p.22) indicador é uma unidade de medida de

uma atividade, com a qual se está relacionado ou, ainda, uma medida

quantitativa que pode ser usada como um guia para monitorar e avaliar a

qualidade das atividades dos serviços de suporte.

Conforme Nogueira (1999), os indicadores de qualidade são

fundamentais para monitorar o desempenho das organizações voltadas para o

sistema de gestão pela qualidade.

Neste tipo de gestão eles também podem ser chamados de itens

de controle quando relacionados ao efeito do processo e medidos ao seu final

ou itens de verificação quando utilizados para realizar o acompanhamento dos

processos (NOGUEIRA, 1999; BITTAR, 2001).

A figura 2 esquematiza-se como um sistema de medição

(indicadores) permite avaliar o desempenho de uma determinada atividade.

Assim, deve-se definir o objetivo que se quer para um evento e em seguida

definir o indicador. O objetivo nos informa o que se vai medir e onde se quer

chegar (meta). O indicador de desempenho permite avaliar ou medir o grau em

que o objetivo estabelecido esta sendo alcançado (MARANHÃO e MACIEIRA,

2004).

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17Figura 2 - Objetivos de um sistema de medição.

Fonte: Elaborado pela autora da pesquisa

Um indicador pode ser caracterizado como uma taxa ou

coeficiente, um índice, um número absoluto ou um fato (BITTAR, 2001):

Taxa ou coeficiente: Número de vezes que um fato

ocorreu dividido pelo número de vezes que ele poderia ter

ocorrido, multiplicado por uma base e definido no tempo e

no espaço. Índice: Relação entre dois números ou a

razão entre determinados valores. Número absoluto:

Podem ser indicadores à medida que se comparam

valores iguais, maiores ou menores que ele. Fatos:

Demonstram a ocorrência de um resultado benéfico ou

não. (BITTAR, 2001, p.26).

Fatos expressam dados qualitativos e é muito comum serem

chamados de “indicadores” pela literatura especializada. Já os itens a, b e c

expressam dados quantitativos e freqüentemente são denominados de índices

ou taxas. (GILMORE e NOVAES, 1997).

Diversos autores pesquisados utilizam os termos indicadores para

designar padrões qualitativos que são muito colaboradores na avaliação da

qualidade.

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CAPÍTULO II

O MÉTODO PDCA E AS FERRAMENTAS DA

QUALIDADE

Drucker (2002), afirma que no mundo globalizado, o

gerenciamento dos recursos é o fator decisivo para a competitividade de uma

organização uma vez que os demais fatores tradicionais à produção, tais como:

mão de obra, máquinas, plantas industriais e recursos financeiros possuem

grande mobilidade, o que possibilita o deslocamento e alocação desses

recursos por qualquer empresa e em qualquer país.

Nesse sentido, o método Plan, Do, Check, Act (PDCA) e as

ferramentas da qualidade podem auxiliar as organizações a alcançar seus

objetivos, sejam nas decisões estratégicas, na melhoria dos processos de

fabricação ou na distribuição de seus produtos.

Campos (2005) destaca que com a velocidade das mudanças no

ambiente empresarial, tais como o surgimento de novas tecnologias, os

regulamentos, as barreiras à exportação e a movimentação de concorrentes,

surge a necessidade de as organizações responderem de imediato a essas

mudanças, e cabe ao administrador esse desafio. Também destaca que o

gerenciamento de um empreendimento está relacionado diretamente a resolver

problemas e alcançar resultados.

Para Deming (1997), o objetivo do administrador é otimizar o

sistema como um todo, identificando suas interações e interrelações,

reconhecendo as suas necessidades como a de um cliente, evitando ao

máximo as subotimizações causadas pela gestão apenas por resultados, a

qual na maioria das vezes, cria um ambiente onde os grupos ou departamentos

se transformam em centros de lucro agindo isoladamente, competindo entre si

e produzindo efeitos negativos ao sistema os quais na maioria das vezes, só

podem ser sentidos no longo prazo.

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2.1 – Ciclo PDCA

Segundo Campos (1995), o ciclo PDCA, conforme Figura 3, tem

por princípio tornar mais claras e ágeis às etapas no processo de

gerenciamento, as quais são assim divididas:

• Plan (Planejamento) - Etapa que tem por objetivo, identificar

oportunidades ou problemas, analisar os fenômenos e causas

reais, estabelecer metas e determinar os procedimentos

necessários para o cumprimento desses nos prazos

estabelecidos;

• Do (Execução) - Realizar ou executar as ações propostas na

etapa anterior ou Plan, por meio da busca pelo aprendizado;

• Check (Verificação) – É o momento em que são realizados as

avaliações, o monitoramento e o controle das ações que estão

sendo executadas, comparando-se os resultados com o que

foi planejado na etapa Plan;

• Act (Ação e padronização) - São realizadas as ações sobre os

resultados apresentados, onde o plano proposto poderá ser

adotado como padrão caso o objetivo tenha sido alcançado,

ou agir sobre as causas caso os objetivos não tenham sido

alcançados.

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Figura 3 - Ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act).

Fonte: Adaptado de Campos (1994), p 183

2.2 – Ferramentas da qualidade

As ferramentas da qualidade modernas foram descobertas na

década de 1930 nos Estados Unidos, com a aplicação industrial do gráfico de

controle criado por Walter Shewhart da empresa de telefonia Bell Telephone

Laboratories.

Shewhart, que propôs um gráfico de controle para análise de

dados resultantes de inspeção, fazendo com que a importância dada a

procedimentos de inspeção e correção de produtos defeituosos começasse a

ser substituída por estudos e prevenção dos problemas relacionados à

qualidade, de modo a garantir que o possível defeito do produto fosse

eliminado durante o processo e não após o término (FERRO, 1997).

Após a Segunda Guerra Mundial, o Japão em especial, passou

por uma verdadeira revolução, onde a qualidade dos produtos e serviços nunca

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foi tão discutida, estudada e aplicada. Grandes nomes como Shewhart,

Deming, Juran e Ishikawa desenvolveram ou ajudaram a disseminar algumas

técnicas como o método PDCA, que permitiram um maior controle dos

processos ou melhoria nas tomadas de decisões (CAMPOS, 1995).

Nas décadas de 1970 e 1980, essas técnicas e ferramentas

começaram a ser introduzidas nas organizações de diversos países da Ásia,

Europa, América do Norte e América Latina, influenciados principalmente pela

maior competitividade dos produtos japoneses por meio de alta qualidade e

preços competitivos (FERRO, 1997).

No Brasil, o uso de ferramentas da qualidade na gestão de

empresas ocorreu na década de 1970, sendo introduzido em algumas

empresas como Volkswagen, Johnson & Johnson e Embraer, tendo seu

movimento impulsionado em 1986, quando o professor Ishikawa esteve no

país. Atualmente, um dos maiores conhecedores dessas técnicas no Brasil é o

engenheiro de minas Vicente Falconi Campos que, na década de 1980, com

José Martins de Godoy aplicaram esses métodos e técnicas de gerenciamento

em organizações privadas e públicas.

De acordo com Antunes e Engel (1999), nas organizações podem

ser utilizados vários métodos e ferramentas da qualidade. No entanto, na fase

de implantação cabe ao gestor escolher corretamente qual utilizar para evitar

que exageros sejam cometidos.

O uso de ferramentas da qualidade podem variar de acordo com o

autor, classificação ou necessidade da organização, e algumas delas serão

abordadas neste trabalho.

2.2.1 – 5S

O 5S é uma referência a uma série de cinco palavras do

vocabulário japonês. Ele se refere a uma filosofia e uma maneira de organizar

e gerenciar o espaço de trabalho com o propósito de melhorar a eficiência por

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meio da eliminação de materiais não utilizados, melhorando o fluxo de trabalho

e mitigando os processos desnecessários.

Esses princípios são os primeiros passos para a certificação

International Organization for Standardization (ISO) que em conjunto com

outras metodologias, podem enriquecer o processo e torná-lo ainda mais

vantajoso (NAKATA, 2000).

Atualmente, alguns objetivos dessa filosofia são: melhoria do

ambiente de trabalho, prevenção de acidentes, incentivo à criatividade, redução

de custos, eliminação de desperdícios, desenvolvimento do trabalho em

equipe, melhoria das relações humanas e melhoria da qualidade de produtos e

serviços. O 5S é composto de cinco conceitos simples, que em japonês

começam com a letra “S”:

Seiri (arrumação), Seiton (ordenação), Seiso (limpeza),

Seiketsu (higiene), Shitsuke (disciplina). Como não existe

um significado dessas palavras começando com a letra

“S” na língua portuguesa, acrescentou-se então a palavra

senso a sua respectiva tradução (CARVALHO, 2000,

p.40).

Conforme Nakata (2000), o shitsuke seria o principal objetivo a

ser perseguido pelas organizações, pela sociedade e pelo país, considerando

que a implementação do 5S é uma técnica de melhoria. Os efeitos da aplicação

do 5S são de uma mudança cultural dentro e fora das organizações, mudando

o jeito de pensar das pessoas, direcionando-as a um comportamento melhor, e

que serão aplicados para toda a vida. Não deve ser tratado apenas como um

programa de limpeza, mas sim uma nova maneira de conduzir uma

organização a ganhos expressivos de produtividade e melhorar a qualidade de

vida das pessoas.

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2.2.2 – Gráfico de Pareto

O gráfico de Pareto é uma ferramenta que tem como objetivo

principal identificar quais causas seriam responsáveis pela maior parcela dos

efeitos, ou seja, para muitos fenômenos, 80% das consequências advêm de

20% das causas.

O gráfico de Pareto, também conhecido como diagrama 80/20, é

um tipo específico de histograma ordenado por frequência de ocorrência da

maior para a menor, permitindo assim a priorização das ações partindo-se do

princípio de Pareto, de que há muitos efeitos sem importância diante de outros

mais graves (BRASSARD, 1994).

Mesmo como priorização dos efeitos com maior número de

ocorrências apresentados no gráfico de Pareto, os demais também são

importantes e não devem ser descartados ou ignorados, pois contrariam a

teoria da confiabilidade de Russel, a qual defende que mesmo os problemas de

pequenas proporções quando somados a outros da mesma dimensão,

resultam em um conjunto com confiabilidade bastante reduzida (NAKATA,

2000).

2.2.3 – Diagrama de Causa e Efeito (Ishikawa)

O diagrama de causa e efeito, também conhecido como diagrama

de Ishikawa ou espinha de peixe, é uma ferramenta gráfica utilizada no

gerenciamento de diversos processos e de diversos projetos. Originalmente,

proposto pelo engenheiro químico japonês Kaoru Ishikawa em 1943, e

aperfeiçoado nos anos seguintes, o diagrama de Ishikawa (Figura 4) permite

que seja identificada uma relação significativa entre o efeito e suas possíveis

causas (WERKEMA, 1995).

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Figura 4 - Exemplo de diagrama de Ishikawa.

Fonte: Adaptado de Werkema (1995), p 43.

Essa ferramenta foi utilizada pela primeira vez no Japão por volta

de 1953, com o objetivo de sintetizar as opiniões dos engenheiros de uma

fábrica quando estes discutem problemas referentes à qualidade dos produtos

(SEBRAE, 2009).

Esse sistema permite estruturar hierarquicamente as causas de

determinado problema ou oportunidade de melhoria, bem como seus efeitos

sobre a qualidade dos produtos. Permite também, estruturar qualquer sistema

que necessite de resposta de forma gráfica e sintética, obtendo melhor

visualização (SEBRAE, 2009).

2.2.4 – Plano de Ação

O plano de ação ou 5W2H é uma ferramenta utilizada para

detalhar e organizar todas as tarefas a serem executadas para a resolução do

problema, assegurando a sua implementação efetiva, e é considerada a etapa

principal do ciclo PDCA, onde as ações são implementadas (CAMPOS, 1994).

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O nome 5W2H surgiu do conjunto das primeiras letras (em inglês)

das diretrizes utilizadas no plano de ação, sendo cinco delas iniciadas em “W”

e duas delas em “H”, e são classificadas em:

• What – O que será feito (etapas);

• Who – Quem o fará (responsabilidade);

• When – Quando será feito (tempo);

• Where – Onde será feito (local);

• Why – Por que será feito (justificativa);

• How – Como será feito (método);

• How much – Quanto custará para ser feito (custo).

O plano de ação (Quadro 1), após serem definidas todas essas

etapas, deve ficar em local visível por toda a equipe para que as ações passem

a ser executadas efetivamente.

Quadro 1 – Exemplo de Plano de Ação

Método dos 5W2H

5W

What O que? Que ação será executada?

Who Quem? Quem irá executar/participar da ação?

Where Onde? Onde será executada a ação?

When Quando? Quando a ação será executada?

Why Por Quê? Por que a ação será executada?

2H How Como? Como será executada a ação?

How much Quanto custa? Quanto custa para executar a ação?

Fonte: Adaptado de Campos (1994).

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2.2.5 – Método dos 5 por quês

Os cinco porquês é uma técnica desenvolvida no Japão por

Sakichi Toyoda fundador da Toyota. A utilização é bastante simples e consiste

em perguntar: Por que o fato ocorreu? Para a resposta, perguntar “por quê?”

novamente, e assim seguir até encontrar o motivo real, a causa raiz. Não são

necessárias exatamente cinco interações, podem ser menos ou mais. O

objetivo principal da técnica é realmente encontrar a causa raiz do problema,

evitando tomar ações paliativas (MERIGHI, 2009).

Merighi (2009) afirma que embora a ferramenta dos cinco porquês

seja utilizada com grande frequência quando se procura encontrar a causa raiz

de um determinado problema, em algumas situações a resposta ao “por quê?”,

nem sempre é suficiente para explicar a causa anterior analisada, pois a

origem do problema pode partir de diferentes causas ou um conjunto delas, o

que a torna mais complexa, sendo necessário fazer uma associação de causa

e efeito.

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CAPÍTULO III

GESTÃO DA QUALIDADE

3.1 – Total Quality Management (TQM)

De acordo com Hendricks e Singhal (2005), o Total Quality

Management (TQM) é uma iniciativa de gestão que tem ajudado muitas

organizações a alcançar o status de classe mundial; subentende-se aqui que o

denominado status é definido como exemplo de empresas tidas com padrões

de excelência em gestão de seus recursos (pessoas e bens).

Já do ponto de vista de Mañas (1994), o TQM é uma abordagem

para melhorar a competitividade, a eficácia e a flexibilidade da organização.

Pode-se afirmar tratar-se de um conjunto de ferramentas que visa planejar,

organizar e compreender cada atividade.

Para Hendricks e Singhal (2005), o TQM é um conceito que adota

a melhoria contínua como filosofia de trabalho na organização; sendo uma

sistemática integrada, deve envolver toda a organização e, na maioria das

vezes, as pessoas em trabalhos de equipes multifuncionais.

Em organizações que possuem o TQM implantado, a participação

de todos os colaboradores é uma necessidade para a manutenção e melhorias

do sistema de gestão. Tal ideia é complementada por Mañas (1994), ao afirmar

que, externamente, o TQM foca o atendimento aos requisitos do cliente e,

internamente, o compromisso da gestão administrativa, os treinamentos e a

formação dos colaboradores. Assim, o TQM busca estruturar as ações dos

gestores com foco nos processos internos da organização; porém, a origem

dessas ações parte de fora da organização, ou seja, dos compradores de

produtos ou serviços daquela empresa.

De acordo com Hendricks e Singhal (2005), o TQM é um conjunto

de processos e ferramentas de gestão centrados na geração de valor aos

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clientes; em seus métodos, detecta as necessidades e expectativas dos

clientes, provocando mudanças nos processos de produção e serviços. E,

ainda, de acordo com alguns outros autores, não se trata de um processo de

curto prazo, mas de uma filosofia a ser implantada.

Segundo Souza (2008), o TQM é um processo contínuo no qual

os gestores podem definir claramente os esforços necessários para que todos

os membros da organização possam desempenhar suas atividades, visando

satisfazer, ou exceder, as necessidades dos clientes.

Esta visão converge com Hendricks e Singhal (2005), que

definem o TQM como uma filosofia de gestão que promove uma cultura

organizacional de melhoria contínua centrada na satisfação das necessidades

dos clientes.

E finaliza-se com as ideias de Souza (2008), para os quais a

filosofia TQM surgiu com a combinação das abordagens de duas grandes

escolas de gestão: Teoria Científica e Teoria da Burocracia; e Escola das

Relações Humanas. Esta última teve uma grande importância para o

desenvolvimento do TQM, por considerar a organização como um sistema com

forte influência da psicologia e das necessidades sociais.

3.2 – Modelos de Gestão

O planejamento ou execução de todo trabalho humano nas

organizações tem como pano de fundo um modelo de gestão. Desde o trabalho

artesão até o desenvolvido nos grandes conglomerados multinacionais pode-se

encontrar modelos de gestão sendo aplicados. Ao longo do tempo, as

organizações foram adaptando-se às realidades que presenciavam, e os

modelos de gestão sempre foram ferramentas fundamentais para esse

processo evolutivo das organizações, alterando a forma como a empresa se

relaciona com o ambiente, com seus ativos e colaboradores.

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Todo modelo é uma abstração da realidade; assim, o modelo é

uma “representação simplificada de algum fenômeno do mundo real”

(ROBBINS, 1981).

Dessa maneira, o uso de modelos permite compreender relações

complexas e gerenciar problemas que dificilmente teriam soluções aplicáveis

sem restrições. Para Mañas (1994, p.24), as pessoas buscam nos modelos

uma forma “para entender, mudar, gerenciar e controlar aquela parte da

realidade”.

Já Hendricks e Singhal (2005) é enfático quanto à relevância dos

modelos ao afirmar que estes são o meio para que os administradores

aprendam as consequências de sua maneira de ver o mundo.

Não restam dúvidas de que o olhar de um problema sob o prisma

de um modelo pode distorcer sensivelmente a busca por soluções, haja vista o

grau de simplificação imposto. Simplificar pode significar mudar o problema, e

deste argumento partem diversas críticas quanto à aplicação de modelos.

Entretanto, alguns autores afirmam que, se bem elaborado, um modelo torna-

se uma representação da realidade, sendo que esta não é retratada de forma

completa.

Além disso, verificado o grau de simplificação do modelo, este

traduzirá a realidade (HENDRICKS e SINGHAL, 2005).

Apesar das críticas, as quais têm colaborado para o

aperfeiçoamento dos modelos, estes têm sido aplicados em todas as

organizações, de diferentes países, tamanhos, culturas ou setores da

economia. O sucesso dos modelos muitas vezes está associado ao sucesso

das organizações, como ocorreu com a Motorola, com o modelo 6 sigmas, ou

com a Toyota, com o modelo da Qualidade Total. Muitos modelos atuais, como

o just-in-time, foram desenvolvidos e testados nas organizações de classe

mundial e atualmente estão presentes até mesmo em pequenas.

A proliferação dos modelos, mesmo que muitos com sucesso

comprovado em inúmeras organizações, criou um grande problema para os

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gestores, pois existem modelos de gestão da tecnologia, de gestão de

pessoas, de gestão estratégica e dos ativos intangíveis.

A gama de modelos, tidos como fundamentais, tornou-se tão

ampla que é impraticável a aplicação de todos os modelos, sem mencionar os

custos e conflitos gerados para a implantação destes em uma mesma

organização. Além do problema da ampla variedade de modelos para as

organizações, deve-se considerar que sua implantação e uso estão sujeitos a

fatores humanos, tais como interesses políticos e luta pelo poder.

Dessa maneira, as dificuldades práticas para o uso dos modelos

são grandes, especialmente para as grandes organizações ou organizações

com crescimento acelerado. Cabe ao administrador compreender esses

conflitos e lidar com as realidades organizacionais (ROBBINS, 1981).

De acordo com Mañas (1994, p. 307):

Um “modelo de gestão” é o resultado da integração de

diferentes perspectivas em processos, indicadores,

estrutura, visão, missão, gestão de recursos humanos,

cadeia de suprimentos, e assim por diante, para projetos

e gestão das organizações. [...] O modelo de gestão é a

combinação de premissas e orientações que permitem o

desdobramento da estratégia em processos (normas,

procedimentos e workflows), estruturas (controle,

informações e validade das decisões), gestão de pessoas

(relacionamentos, papéis gerenciais e estrutura de

incentivos), incluindo também o comportamento gerencial.

Com esta mesma crença, Hendricks e Singhal (2005, p. 36)

acrescentam que um modelo de gestão é “um conjunto de práticas gerenciais

da empresa claramente orientados por uma visão do ‘foco do negócio da

organização’, o qual determina sua missão, seus valores, sua filosofia”.

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A escolha por determinado modelo de gestão, ou conjunto de

modelos, deve considerar o nível de maturidade da organização, assim como

seus projetos de relacionamento com os agentes externos (PIKE e BARNES,

2008).

Nesse aspecto, o comprometimento da alta direção com a gestão

da qualidade é fundamental, pois são prioritárias, na gestão da qualidade as

etapas de diagnóstico e auto-avaliação e, posteriormente, elabora planos de

ações para que a empresa eleve o seu nível de gestão.

Apesar dos benefícios da implantação e manutenção dos

sistemas da qualidade nos mais diversos setores, ela é complexa e

dispendiosa. Mesmo nas grandes organizações, coexistem uma dezena ou

mais de programas de gestão da qualidade.

Segundo Mañas (2004, p.24) “o que ocorre na maior parte das

vezes são programas ‘estanques’ e distribuídos pelas organizações em lugares

específicos e por tempo reduzido”. Essa situação dificulta o trabalho do gestor

e gera confusão nas pessoas, as quais muitas vezes estão envolvidas em mais

de um programa, trazendo um novo problema para os gestores: como lidar

como tantos programas simultâneos de gestão da qualidade?

Neste contexto, surgem novos modelos de gestão da qualidade,

com maior amplitude; assim, o foco desses novos modelos é o resultado da

organização, ou seja, o lucro no longo prazo, e não mais simplesmente a

qualidade dos processos; a visão passa a ser a produtividade através da

qualidade. Algumas tradicionais entidades promotoras dos estudos da

qualidade passaram a adotar modelos mais amplos de gestão da qualidade.

Como exemplos destas entidades pode-se citar a Malcolm

Baldrige National Quality, dos Estados Unidos da América (EUA); a European

Foundation for Quality Management, da União Européia, e a Fundação

Nacional da Qualidade (FNQ), no Brasil. Estas entidades utilizam modelos que

têm como base a qualidade total adaptada para toda a organização. (PIKE e

BARNES, 2008)

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O desenvolvimento do conceito de qualidade e a característica de

que o TQM é uma filosofia de gestão integrada conduziram muitas empresas a

buscarem a sua implantação.

As organizações que adotam modelos de gestão da qualidade

total adaptadas ao seu negócio acabam por conseguir maior projeção em seu

segmento de atuação, tornando-se mais competitivas.

3.3 – O modelo de gestão da qualidade total

De acordo com a FNQ (2007), existem muitos modelos de gestão

sendo implantados em todo o mundo; porém, para que um modelo de gestão

tenha sucesso, é necessário que haja alinhamento e integração na implantação

e manutenção do sistema. Assim, a complexidade de um modelo de gestão

está na orientação para organizar as ferramentas com coerência e

interrelacioná-las com base em um modelo abrangente.

O TQM foi um passo relevante rumo a um modelo abrangente;

porém, à medida que as ferramentas do TQM foram sendo expandidas para

outras áreas da organização, começaram a surgir os problemas relativos à

integração, pois o foco primeiro do TQM é a qualidade e o controle dos

processos.

O crescimento da indústria japonesa nos anos 1980 também

estimulou os EUA a buscarem caminhos inovadores e eficazes para competir

com os produtos japoneses; assim, o foco das organizações americanas foram

os processos de gestão como um todo e não somente a qualidade e a

produção.

No final da década de 1980 e início dos anos 1990, diversos

países seguiram o rumo da entidade americana e criaram seus modelos, tendo

como base o modelo Malcolm Baldrige. Este também foi o caminho do Brasil

quando criou, em 1991, o Prêmio Nacional da Qualidade (FNQ, 2007).

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Torna-se importante citar que a FNQ é uma entidade sem fins

lucrativos que dá suporte e organiza o PNQ. A FNQ também incentiva prêmios

estaduais, regionais, setoriais e para micro e pequenas empresas. Sendo

assim, a FNQ é importante para o “aperfeiçoamento da gestão e o aumento da

competitividade das empresas brasileiras” (FNQ, 2010, p.5).

Como uma das maneiras para classificar as empresas, define-se

três níveis de maturidade da gestão organizacional (FNQ, 2007):

• Iniciante: não possui produtos e clientes definidos, apresenta

dificuldade em definir seus objetivos, não possuindo, assim,

um plano para alavancar a organização.

• Intermediário: os primeiros resultados da padronização já são

visualizados. Nessa fase, a dificuldade reside em disseminar

os processos na organização de forma coordenada e ampla,

por meio da integração das áreas de trabalho.

• Avançado: um sistema de gestão já está implementado.

Dessa forma, avalia e melhora continuamente seus resultados

e suas práticas de gestão. Os resultados são superiores aos

dos seus concorrentes, mas possui dificuldade em alcançar os

referenciais de excelência.

De acordo com a FNQ (2008), são características importantes de

um modelo eficiente de gestão da qualidade: proporcionar um referencial para

a gestão das organizações, na forma de um modelo completo e reconhecido

mundialmente, manter um modelo atualizado com base em práticas de gestão

de organizações de classe mundial, estar direcionado aos resultados do

negócio, não indicar formas pré-estabelecidas de implantação, promover o

aprendizado organizacional, enfatizar a integração e o alinhamento sistêmico e

permitir um diagnóstico objetivo e a medição do grau de maturidade.

O modelo de gestão estrutura as ações gerenciais de uma

empresa em sete grandes blocos, chamados de critérios, com o objetivo de

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“ser um modelo sistêmico; portanto, com o benefício de buscar a estruturação e

o alinhamento dos componentes da gestão das organizações sob a ótica de um

sistema” (FNQ, 2008). Estes sete critérios são: Pessoas, Processos,

Estratégias e Planos, Clientes, Liderança, Sociedade, Informações e

Conhecimento.

As ações realizadas pelos elementos das organizações e partes

interessadas interagem de forma harmônica e balanceada nas estratégias das

organizações, com o objetivo de atingir os resultados estabelecidos. Assim, o

modelo eficiente de gestão propõe “uma orientação integrada e

interdependente para gerir uma organização”, permitindo que “os vários

elementos de uma organização possam ser implementados e avaliados em

conjunto, de forma interdependente e complementar” (FNQ, 2008, p.8).

Apesar de independentes, os citados critérios de avaliação do

modelo de gestão possuem forte interação entre eles. A Figura 4 permite uma

compreensão mais didática de como estes sete critérios de avaliação

interagem entre si, para gerarem resultados.

Figura 4 – Representação do modelo eficiente de gestão

Fonte: FNQ (2009, p.19)

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O funcionamento do modelo tem origem no simplificado modelo

PDCA, visto no capítulo 2, originário da Qualidade Total e, de acordo com essa

mesma lógica, a Figura é interpretada pela FNQ como:

O direcionamento da organização, dado pela Liderança,

ouvindo os Clientes e a Sociedade, é definido por meio

das Estratégias e Planos; a sua implementação é

realizada por meio das Pessoas, que compõem a força de

trabalho, utilizando-se dos Processos existentes na

organização; e todo esse ciclo, ao ser executado, deverá

conduzir a Resultados, que devem ser analisados e

entendidos, gerando Informações e Conhecimento para

serem utilizados no processo de tomada de decisão,

gerando um novo ciclo de gestão (FNQ, 2008, p. 10).

Com base neste modelo, a FNQ mantém um prêmio para as

organizações instaladas no Brasil que mais se aproximam dos requisitos

estabelecidos pelo modelo eficiente de gestão.

Assim, o modelo de gestão eficiente está vinculado ao PNQ e

vice-versa. E, para que o modelo possa ser verificado na prática, ou seja, para

que seja possível avaliar o estágio de maturidade de uma organização em

relação ao modelo, deve-se medir o nível de maturidade de cada requisito do

modelo eficiente de gestão, de acordo com uma lista de fundamentos (FNQ,

2010):

1. Pensamento Sistêmico: Entendimento das relações de

interdependência entre os diversos componentes de uma

organização, bem como entre a organização e o ambiente

externo.

2. Aprendizado Organizacional: Busca e alcance de um novo

patamar de conhecimento para a organização por meio da

percepção, reflexão, avaliação e compartilhamento de

experiências.

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3. Cultura de Inovação: Promoção de um ambiente favorável à

criatividade, experimentação e implementação de novas ideias

que possam gerar um diferencial competitivo para a

organização.

4. Liderança e Constância de Propósitos: Atuação de forma

aberta, democrática, inspiradora e motivadora das pessoas,

visando ao desenvolvimento da cultura da excelência, à

promoção de relações de qualidade e à proteção dos

interesses das partes interessadas.

5. Orientação por Processos e Informações: Compreensão e

segmentação do conjunto das atividades e processos da

organização que agreguem valor para as partes interessadas,

sendo que a tomada de decisões e execução de ações deve

ter como base a medição e a análise do desempenho,

levando-se em consideração as informações disponíveis, além

de incluir os riscos identificados.

6. Visão de Futuro: Compreensão dos fatores que afetam a

organização, seu ecossistema e o ambiente externo no curto e

no longo prazo, visando a sua perenização.

7. Geração de Valor: Alcance de resultados consistentes,

assegurando a perenidade da organização pelo aumento de

valor tangível e intangível de forma sustentada para todas as

partes interessadas.

8. Valorização das Pessoas: Estabelecimento de relações com

as pessoas, criando condições para que elas se realizem

profissional e humanamente, maximizando seu desempenho

por meio do comprometimento, desenvolvimento de

competências e espaço para empreender.

9. Conhecimento sobre o Cliente e o Mercado: Conhecimento e

entendimento do cliente e do mercado, visando à criação de

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valor de forma sustentada para o cliente e, consequentemente,

gerando maior competitividade nos mercados.

10. Desenvolvimento de Parcerias: Desenvolvimento de

atividades em conjunto com outras organizações, a partir da

plena utilização das competências essenciais de cada uma,

objetivando benefícios para ambas as partes.

11. Responsabilidade Social: Atuação que se define pela relação

ética e transparente da organização com todos os públicos

com os quais ela se relaciona, estando voltada para o

desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando

recursos ambientais e culturais para gerações futuras,

respeitando a diversidade e promovendo a redução das

desigualdades sociais como parte integrante da estratégia da

organização.

Os atuais objetivos desse prêmio, segundo a FNQ (2009), são:

estimular o desenvolvimento cultural, político, científico, tecnológico, econômico

e social do Brasil; fornecer para as organizações um referencial (modelo) para

um contínuo aperfeiçoamento; conceder reconhecimento público e notório à

excelência da qualidade da gestão para organizações de Classe Mundial e

divulgar as práticas de gestão bem-sucedidas, com vistas ao benchmark.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa bibliográfica demonstrou ser sumariamente

importante o nível de conhecimento e o uso do método PDCA, bem como das

ferramentas da qualidade como estratégia para a competitividade das

organizações.

Não restam dúvidas de que, a competitividade nas organizações

compreende o ponto central do sucesso ou do fracasso do negócio. A

competição é responsável pela adequação das atividades de uma organização

no que se refere ao seu ambiente de atuação, que por sua vez, advêm das

estratégias competitivas adequadas usadas pelas mesmas. Certamente, uma

das estratégias competitivas mais importantes é a diferenciação dos seus

produtos e/ou serviços.

Nesse novo cenário concorrencial em que as organizações

atuam, por advento da globalização, as organizações ocidentais já não podem

mais deixar de perceber a necessidade de adotar um modelo de Gestão da

Qualidade Total.

Acredita-se que a adoção de uma prática da Gestão pela

Qualidade Total influencia a competitividade empresarial em diversos aspectos,

pois viabiliza a organização diferenciar-se e competir com base em: produtos

livres de defeitos, produtos confiáveis, entregas confiáveis e rápidas, entre

outros aspectos essenciais a garantia da qualidade total.

As atividades operacionais também passam a contribuir também

com eficácia para garantia da qualidade total, uma vez que, passam a fazer

uso de critérios de desempenho com base em indicadores de qualidade,

confiabilidade, prazos e flexibilidade.

Dessa forma, torna-se imprescindível a definição de um foco por

parte dos gestores e da busca da excelência n a satisfação dos clientes, e,

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portanto, as atividades operacionais passam a ser pensadas de forma

estratégica.

Sendo assim, a adoção de um modelo de Gestão pela Qualidade

Total pelas organizações objetiva contemplar os novos paradigmas da

competição, ou seja, novos produtos e serviços diferenciados, com alta

qualidade e baixos custos relativos, associado às necessidades mutáveis dos

consumidores, bem como a constante capacidade de inovação exigida pelos

diversos segmentos de mercado.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO ........................................................................................... 1

AGRADECIMENTO ........................................................................................... 2

RESUMO ........................................................................................................... 3

METODOLOGIA ................................................................................................ 4

SUMÁRIO .......................................................................................................... 5

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 6

CAPÍTULO I

CONCEITO E EVOLUÇÃO DA QUALIDADE .................................................... 8

1.1 – Movimento da qualidade ........................................................................... 8

1.1.1 – Inspeção ................................................................................................. 9

1.1.2 –Controle Estatístico de Qualidade ........................................................... 9

1.1.3 – Garantia da qualidade .......................................................................... 10

1.1.4 – Gestão estratégica da qualidade .......................................................... 11

1.2 – Definições de qualidade .......................................................................... 12

1.3 – Indicadores de qualidade ........................................................................ 13

CAPÍTULO II

O MÉTODO PDCA E AS FERRAMENTAS DA QUALIDADE .......................... 18

2.1 – Ciclo PDCA ............................................................................................. 19

2.2 – Ferramentas da qualidade ...................................................................... 20

2.2.1 – 5S ......................................................................................................... 21

2.2.2 – Gráfico de Pareto ................................................................................. 23

2.2.3 – Diagrama de Causa e Efeito (Ishikawa) ............................................... 23

2.2.4 – Plano de Ação ...................................................................................... 24

2.2.5 – Método dos 5 por quês......................................................................... 26

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CAPÍTULO III

GESTÃO DA QUALIDADE .............................................................................. 27

3.1 – Total Quality Management (TQM) ........................................................... 27

3.2 – Modelos de Gestão ................................................................................. 28

3.3 – O modelo de gestão da qualidade total ................................................... 32

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ....................................................................... 40

ÍNDICE ............................................................................................................. 43