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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A Importância da psicomotricidade para o desenvolvimento de crianças com Síndrome de Down de 4 aos 7 anos Por: Tânia de Paula Bernardo Vianna Orientador Profa. Me. Fátima Alves Rio de Janeiro 2014 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2014-10-06 · esta conta, cerca de 270 mil pessoas no Brasil teriam síndrome de Down. (MOVIMENTO DOWN, 2014). A pesquisadora

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A Importância da psicomotricidade para o desenvolvimento de crianças com

Síndrome de Down de 4 aos 7 anos

Por: Tânia de Paula Bernardo Vianna

Orientador

Profa. Me. Fátima Alves

Rio de Janeiro

2014

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2014-10-06 · esta conta, cerca de 270 mil pessoas no Brasil teriam síndrome de Down. (MOVIMENTO DOWN, 2014). A pesquisadora

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A Importância da psicomotricidade para o desenvolvimento de crianças com

Síndrome de Down de 4 aos 7 anos

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada

como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em psicomotricidade.

Por: Tânia de Paula Bernardo Vianna.

Rio de Janeiro

2014

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a força do universo e aos deuses budistas pela

sabedoria e determinação.

Agradeço ao meu marido Edson pela força e compreensão, a minha filha

Nathália que me incentiva e acredita nos meus sonhos, a minha mãe que sempre

acreditou na minha capacidade.

Agradeço a Luana pelas aulas de informática e paciência, a minha amiga

Deluzia por estarmos juntas nessa caminhada.

Agradeço a minha orientadora Professora Fátima Alves pela forma

profissional que direcionou a minha pesquisa.

Portanto, agradeço a todos que de alguma forma estiveram presente nessa

caminha e acreditaram que num futuro próximo farei uso de tudo que aprendi para

ajudar outras pessoas.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho in memoriam à minha aluna Angélica e

todas as crianças e adultos com Síndrome de Down.

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RESUMO

Esta monografia tem como objetivo uma abordagem da psicomotricidade com

crianças com Síndrome de Down de 4 aos 7 anos, auxiliando em sua aprendizagem,

na sua educação e reeducação psicomotora. A psicomotricidade irá atuar na terapia

de modo especial dando condições, prevenindo-as de algumas doenças e alguns

entraves para uma melhor qualidade de vida. Para a construção desta pesquisa foi

utilizada leitura bibliográfica e pesquisa exploratória. Conteúdos que permitiram que

a base deste texto fosse sólida para estabelecer a analise que a psicomotricidade é

uma ferramenta capaz de estimular a criança com Síndrome de Down, e por meio

dela é possível promover o seu desenvolvimento. A psicomotricidade por envolver

atividades que trabalhem o corpo, o emocional e o indivíduo, consegue proporcionar

o desenvolvimento das capacidades cognitivas, emocionais e motora do Down e

assim, proporciona a este uma melhora significativa de sua qualidade de vida. É

importante que a criança com Síndrome de Down seja estimulada desde seus

primeiros meses de vida até o fim de sua vida, não havendo interrupções entre as

etapas, visto que a psicomotricidade pode envolver todas as etapas da maturação

do indivíduo, e em cada fase proporcionar uma melhora em relação ao seu

desenvolvimento. Com esta pesquisa, foi possível estabelecer o quão importante

são os atos de brincar, permitir escolhas, e estimular a criança com Síndrome de

Down, e o como a psicomotricidade pode promover tais interações de forma simples.

Desta forma, a psicomotricidade consegue por meios simples intervir no

desenvolvimento das capacidades e ampliar as aptidões do indivíduo.

Palavras chave: Síndrome de Down, psicomotricidade, criança, desenvolvimento.

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METODOLOGIA

A presente pesquisa será desenvolvida através dos métodos: Bibliográfico e

exploratório. O Método Bibliográfico permitirá obter conhecimento para a solução do

problema através da busca de referências ao assunto estudado em documentos,

livros, artigos e pesquisas publicados anteriormente. Tendo como base a seguinte

bibliografia: Piaget, Wygotsky, Fátima Alves e Pueschel.

Serão ponderados tópicos que abordem o assunto Síndrome de Down e

psicomotricidade, o qual será utilizado para constituir a base teórica deste trabalho.

Será utilizada como forma de pesquisa quantitativa entrevista não estruturada

com profissionais de uma instituição que preste atendimento a crianças com

Síndrome de Down. Por meio da entrevista será elaborado um questionário, e após

coleta e quantificado os dados obtidos serão traçados gráficos para representação

das informações obtidas. Logo, a base de dados será constituída por meio de

pesquisa de campo – coleta de informações, análise e representação dos dados – e

pesquisa bibliográfica – levantamento de subsídios por meio de leitura.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 8

CAPÍTULO I - SÍNDROME DE DOWN ............................................................................... 11

CAPÍTULO II - PSICOMOTRICIDADE ............................................................................... 19

CAPÍTULO III - PSICOMOTRICIDADE APLICADA A SÍNDROME DE DOWN .......... 24

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 34

ANEXOS ................................................................................................................................. 36

ÍNDICE ..................................................................................................................................... 41

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INTRODUÇÃO

A Síndrome de Down é uma anomalia genética que ocorre no cromossomo

21. Desta forma, são crianças que nascem com problemas cardíacos, com

comprometimento de aprendizagem e cognitivo. É peculiar de pessoas que possuem

Síndrome de Down características físicas peculiares, além de serem pessoas

meigas e sociáveis.

Como em qualquer situação em que uma pessoa requer atenções especiais,

o papel da família no processo social das crianças com Síndrome de Down é de

suma importância. Pois compete à família ser o elo base para a formação do

indivíduo, bem como suas atividades de sociabilização.

Diferentemente de outras síndromes ou mesmo doenças, não é possível

classificar ou quantificar o grau de um indivíduo com Síndrome de Down. O que é

possível é identificar a forma que cada indivíduo desenvolve sua capacidade

intelectual. Observa-se que há uma tendência que crianças que são estimulados

durante os primeiros anos de idade, tendem a ter uma independência maior.

A Síndrome de Down por muito tempo foi denominada como mongolismo,

porém somente após estudos no fim da década de 50 é que houve uma troca de

denominação, em que foi feita a substituição do termo mongolismo por Síndrome de

Down ou Trissoma 21 – nome o qual faz referência ao número do cromossomo que

um indivíduo com essa síndrome apresenta.

Há que se ressaltar, entretanto, que a Síndrome de Down não é uma doença,

logo, não pode ser transmitida de uma pessoa à outra. Porém, devido ao problema

ser originário em uma mutação genética no número de cromossomos, não há cura

para essa síndrome. O que existem são tratamentos como medidas paliativas para

melhorar a qualidade de vida dessas pessoas, nos quais estão envolvidos

profissionais de áreas como fonoaudiologia, psicopedagogia, pedagogia, psicologia

e psicomotricidade. E é possível observar que esses profissionais atuam por meio

de intervenções e estimulação.

Visto que para o melhor desenvolvimento de pessoas com Síndrome de Down

é necessário que haja estimulações constantes, e por tal, a psicomotricidade é um

campo que pode trabalhar as habilidades que a criança já possui. Ela também pode

estimular as habilidades menos trabalhadas.

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A psicomotricidade é um trabalho feito através do reconhecimento e olhar

para o corpo, então, esta tem um papel importante no que diz respeito a saúde e a

aprendizagem.

Através de um trabalho psicomotor pode-se auxiliar o indivíduo a aumentar

sua capacidade cognitiva, afetiva e psicomotora. Por tal, este trabalho tem como

princípio tentar estabelecer pontos em que a psicomotricidade seja uma

amplificadora das habilidades de uma criança com Síndrome de Down, e que possa

permitir que esta tenha suas características, habilidades e aprendizagem ampliadas.

Atualmente observa-se que alguns profissionais – psicólogos, pedagogos,

auxiliares de reabilitação – fazem uso de algumas atividades sem ter a consciência

que estas são o campo de estudo da psicomotricidade. Por tal, a psicomotricidade

pode ser considerada como uma área totalmente multidisciplinar.

Visto que a psicomotricidade são atividades que podem aprimorar as

características motoras, cognitiva, afetiva e social, pode-se estabelecer uma relação

que quanto mais cedo forem usadas essas práticas, menos déficits estes indivíduos

com Síndrome de Down terão. Portanto a psicomotricidade pode e deve ser

trabalhada em qualquer idade e em qualquer fase da vida.

Este trabalho, portanto, tem como ponto principal analisar a importância da

psicomotricidade para o desenvolvimento de crianças com Síndrome de Down de 4

aos 7 anos. Em que seja possível analisar como a psicomotricidade pode influenciar

no processo de desenvolvimento funcional e na socialização de crianças de 4 aos 7

anos com Síndrome de Down, e identificar como a psicomotricidade pode intervir

sobre o corpo, e proporcionar uma readaptação funcional dessas crianças.

A partir de vivências com crianças com Síndrome de Down observa-se a

necessidade de um trabalho de desenvolvimento psicomotor para auxílio dos

mesmos. Visto suas limitações quanto à coordenação motora, espaço, temporal,

sociabilização e fala, nota-se que a psicomotricidade pode ser benéfica no que se

diz respeito as suas etapas do desenvolvimento.

Deste modo, os capítulos seguintes tratam com propriedade o assunto. Em

que a primeira sessão aborda os conceitos e definições do termo e colocações

sobre a doença congênita Síndrome de Down. A segunda sessão define o papel da

psicomotricidade e conceitua o que esse termo representa. Já a terceira sessão

pontua a ligação que pode ser estabelecida entre a psicomotricidade e a Síndrome

de Down, ou seja, coloca a psicomotricidade como algo aplicado a essa síndrome.

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Por fim, nas considerações finais, apresento os resultados obtidos com a pesquisa,

bem como a conclusão alcançada com a mesma.

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CAPÍTULO I

SÍNDROME DE DOWN

A Síndrome de Down é uma anomalia genética na quantidade dos pares de

cromossomos. Pode também ser classificada como uma deficiência intelectual,

devido a dificuldade de assimilação de ações relativas ao cógnito1, além do

comprometimento do desenvolvimento das ações motoras e sociais.

Segundo o site Movimento Down,

A síndrome de Down é causada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo. Isso ocorre na hora da concepção de uma criança. As pessoas com síndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21, têm 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maior parte da população (MOVIMENTO DOWN, 2014).

Durante muito tempo a população observou o nascimento de crianças com

aparência diferente, o que despertava grande curiosidade. Tais características se

destacavam como os olhos puxados e estreitos, bem como estatura baixa, “face

achatada e arredondada, e geralmente a boca fica aberta com a língua à mostra”

(ALVES, 2011).

Existem alguns comprometimentos associados a essa anomalia no

cromossomo 21. No que se diz aos aspectos físicos. Segundo Alves (2011):

A Síndrome de Down tem como características baixa estatura, o crânio apresenta branquicefalia (crânio mais largo que comprido), com o occipital achatado, o pavilhão das orelhas é pequeno e disfórmico,a face é achatada e arredondada, os olhos motram fendas palpebrais e exibem Manchas de Brushfild ao redor da margem de íris, a boca é aberta muitas vezes mostrando a língua sulcada e saliente, alterações no alinhamento dos dentes, as mãos são curtas e largas, frequentemente com uma única prega palma transversa, chamada de prega simiesca, os pés mostram um amplo espaço entre o primeiro e o segundo dedo, músculos hipotônicos e articulações com flexibilidade exageradas, reflexo do Moro fraco, excesso de pele atrás do pescoço, displasia pélvica, tendência para luxação atlanto-axial, presente em mais de 20 das radiografias em uma amostra estudada (ALVES, 2011, p.23).

1 Significado de Cógnito: adj. Ant. Conhecido, sabido.

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Ainda hoje é comum que pessoas ao deparar-se com outras que possuem

Síndrome de Down em um shopping apresentem certo estranhamento. Isto mostra

a falta de conhecimento sobre esta síndrome, apesar da Síndrome de Down atingir

grande porcentual da sociedade.

Não existe ainda no país uma estatística específica sobre o número de brasileiros com síndrome de Down. Uma estimativa pode ser levantada com base na relação de 1 para cada 700 nascimentos, levando-se em conta toda a população brasileira. Ou seja, segundo esta conta, cerca de 270 mil pessoas no Brasil teriam síndrome de Down. (MOVIMENTO DOWN, 2014).

A pesquisadora Claudia Werneck faz a seguinte afirmação sobre a

descoberta da Síndrome de Down:

Um grande avanço no estudo da deficiência mental já havia ocorrido em 1866, quando um médico inglês, John Langdon Down, identificou, que se diferenciavam das demais por vários aspectos físicos. A aparência facial deste grupo lembrava a de indivíduos das raças mongólicas, uma vez que apresentavam inclinação das pálpebras similares à dos asiáticos. Além do formato oriental dessas pálpebras, estas crianças tinham orelhas pequenas, diminuição do tamanho da cabeça (achatada no diâmetro anteroposterior), nariz pequeno, língua grande e, em geral, mantida fora da boca. Seus cabelos eram ralos, tinham baixa estatura, tendência a engordar e habitualmente eram dóceis, sociáveis. Pelas características faciais descritas, estes indivíduos foram comparados aos da raça mongólica e esta condição foi denominada de idiotia mongoloide. Expressão que, devido a mutações linguísticas, chegou ao Brasil como mongolismo, dando origem ao termo mongolóide (WERNECK, 1992, p. 30).

Após 1866 houve alguns avanços, porém o legado que o Dr Langdon Down

deixou foi de suma importância para a continuidade da pesquisa sobre a Síndrome

de Down. Sua prescrição clínica objetiva sobre a doença possibilitou que outros

cientistas através de estudos e pesquisas, encontrassem uma anomalia no

cromossomo 21 que deveria ter um par tem um extra, conforme pode ser observado

na figura 1 abaixo.

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Figura 1 - Cromossomo 21

Fonte: Site Andréia Batista – Terapeuta da Fala, 29 jun. 2014

1.1. Síndrome de Donw e suas peculiaridades

Segundo Araújo (2007), a criança com Síndrome de Down, assim como

qualquer outra, é apta a aprender. O que a difere é o atraso do desenvolvimento

motor. Desta forma, pode usar como estratégia para ampliar as funções motoras o

brincar, visto que a brincadeira cria uma zona de desenvolvimento que amplia as

funções que ainda não amadureceram, mas que estão em processo de

desenvolvimento. Conforme pode ser observado no figura 2.

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Figura 2 – O brincar como forma de estímulo

Fonte: Site Mães Amigas, 29 jun. 2014

Nos primeiros anos de vida aconselha-se a estimulação e exercícios

psicomotores. Sendo a Síndrome de Down classificada como uma deficiência mental

não estabelece limites quanto à aprendizagem, o que leva a crer que o

desenvolvimento cognitivo depende dos estímulos e exercícios motores. Logo, um

ambiente que permite a criança ter uma estimulação mais intensa torna-se um lugar

melhor para vida desta criança.

O cérebro de uma criança recém-nascida possui capacidades de aprendizagem, no entanto, estas serão desenvolvidas por intermédio da internalização de estímulos, dando-se por meio da aprendizagem, que está intimamente associada aos fatores biológicos, ambientais e sociais (ALVES, 2011, P.43).

Ainda segundo Araújo (2007), no primeiro estágio de vida da criança, Piaget

denomina como Sensório-motor, o qual corresponde a idade entre zero e dois anos.

Esta fase é quando a inteligência é empírica, exploratória. Em que a criança aprende

através da experiência, da vivência daquilo que experimenta. Assim, essa criança

adquire conhecimentos e estabelece uma relação social. Entretanto, essa fase para

as crianças com Síndrome de Down se difere na questão em que sua formação não

permite que haja resposta semelhante quanto aos estímulos motores e sociais.

Pode-se tomar como exemplo,

“[...]os recém-nascidos apresentam a falta de habilidade em sugar o seio materno, pois sua formação consiste numa fraqueza no tônus muscular (hipotonia) que os impede de exercer as funções de sugar

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ou deglutir como acontece normalmente nas crianças dessa faixa etária (ARAÚJO, 2007).

Devido a redução da capacidade intelectual do indivíduo com Síndrome de

Down, o processo cognitivo varia de pessoa para pessoa. Segundo Piaget, a criança

é um ser dinâmico que interage a todo momento com a realidade, e essa interação

se constrói através das estruturas mentais por meio de organização interna e a

adaptação com o meio ao longo da vida. Tal adaptação ocorre pelo desenvolvimento

da inteligência, no momento em acontece assimilação e acomodação.

Gomes (2009), ao citar Piaget, afirma que a assimilação irá se modificando

através dos estágios de desenvolvimento, assim isso vai depender de uma

maturação (crescimentos biológicos dos órgãos). O que implica na formação de

hábitos e de uma aprendizagem social (aquisição de valores, linguagem, costumes e

padrões culturas e sociais) e de uma equilibração, assim é um processo interno de

regulação do organismo perante uma situação.

Para as pessoas que sofrem dessa síndrome o processo irá ocorrer de

forma mais lenta e precisará de reforço constante. Assim, o processo se dará

através de um processo dinâmico. Deve-se levar em conta que o desenvolvimento

das ocorrem de forma diferente, variando de cada indivíduo. Independendo se a

criança é portadora de alguma síndrome.

Pesquisadores franceses mostraram a seguinte evolução da criança quanto aos estágios descritos por Piaget:

Do nascimento até cinco ou seis meses, a criança está nos estágios I e II e ainda não sabe brincar com os objetos.

Dos 12 aos 24 meses, a criança está no estágio IV e percebe que um objeto pode ser posto dentro de outro; sabe juntar objetos e colocar dentro de alguma coisa.

Dos 24 meses aos três anos, a criança começa a combinar os objetos juntando os parecidos, distribuindo-os em coleções, o que mostra que ela está no estágio V.

Depois dos três anos, ela entra no estágio VI e, além de colecionar os objetos semelhantes, faz correspondências, agrupa-os, dividindo-os como grandes e pequenos. (ALVES, 2011, p.50)

A criança com Síndrome de Donw apresenta um atraso no desenvolvimento

da fala e consequentemente no processo de comunicação. A fala é um dos maiores

problemas que os pais pode enfrentar. Portanto profissionais do campo de

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fonoaudiologia devem ser contratado para auxiliar e constatar as dificuldades da

criança.

Os fatores orgânicos, ambientais e psicológicos também precisam ser levados

em considerado, já que são imprescindíveis para o decorrer do todo o

desenvolvimento da fala e do processo de comunicação.

A estimulação no ambiente familiar é de grande importância, já que a mesma

passa a maior parte do tempo em casa com seus familiares. Os familiares podem

estimular essas crianças brincando, oferecendo estímulos visuais e auditivos.

Para estimular o desenvolvimento neurológico os pais podem fazer alguns

exercícios específicos indicados por profissionais da área. No que tange a vida

social dessas crianças os pais podem ajudar fazendo com que tenha uma vida social

ativa, se possível fazendo com que estas convivam com outras crianças, o que

auxiliará em seu desenvolvimento emocional.

O desenvolvimento da criança com Síndrome de Down, como visto na conceitualização, é bastante semelhante com as demais crianças "ditas normais", apesar das peculiaridades que diferem umas das outras, o desenvolvimento cognitivo e afetivo encontram se respaldados através da relação do sujeito com o meio, pois para Galvão (1995), os aspectos físicos, dos espaços, as pessoas próximas, a linguagem e os conhecimentos próprios a cada cultura formam o contexto do desenvolvimento (ARAÙJO, 2007).

É importante notar que somente a exploração e as experiências de vida não

é o suficiente para alterar os padrões de aprendizagens da criança com Síndrome

de Down. É necessário que haja intervenção familiar e também de profissionais de

diversas áreas – fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicologia,

psicopedagogia entre outros – para que o desenvolvimento das capacidades

intelectuais e motoras possa ser ampliado.

Existem técnicas de intervenção e estimulação precoce 2que pode melhorar

o desenvolvimento sensório motor. Para que a criança possa atingir uma

determinada fase do desenvolvimento, ela precisa ser estimulada. A estimulação

procura oferecer condições para que ela possa desenvolver suas capacidades

desde o nascimento. Isto se aplica a todas as crianças, com ou sem síndrome de

Down. Essa estimulação segundo o Movimento Down deve ser realizada nos

2 A fase de estimulação deve ser realizada no primeiro ano de vida do bebê. Sendo esta

subdividida nas fases: 1ª de 0 a 3 meses; 2ª de 3 a 6 meses; 3ª de 6 a 9 meses e 4ª de 9 a 12 meses.

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primeiros anos de vida. Pois desta forma, pode proporcionar melhor

desenvolvimento das pessoas com Síndrome de Down, tanto em aspectos de

desenvolvimento motor e comunicação.

Araújo (2007), citando Piaget, afirmas que essas estimulações

[...] são reflexos neurológicos básicos, ou seja, é quando o bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar mentalmente o meio, este contato é direto e imediato, sem representação ou pensamento. Nas crianças normais isso segue uma seqüência relativamente típica: primeiro levanta a cabeça quando de buço, rolar, senta-se, engatinhar, ficar de pé e anda. Já na perspectiva waloniana, esse fase se caracteriza como estágio Impulsivo Emocional, no qual ainda há uma inaptidão para a criança de agir diretamente sobre a realidade exterior. Neste estágio tanto o bebê com síndrome quanto o sem síndrome são necessários cuidados especiais, pois a afetividade é uma linguagem que ratifica a relação entre o sujeito e o meio. Mas vale ressaltar que quando a crianças possui síndrome há uma tendência de estender essa fase para idade 12 aos 24 meses, pois ela se organiza muito precariamente sua relação com ambiente no qual a criança se mantém excessivamente ligada à mãe (ARAÚJO, 2007).

Os indivíduos com Síndrome de Down apresentam doenças ao longo de sua

vida. As quais em sua maioria se apresentam como problemas cardíacos ou

malformações congênitas, infecções respiratórias associas a outras doenças.

Acompanhamento médico torna-se eficaz ao lingo do desenvolvimento, inclusive na

face adulta.

Na figura 3, é possível identificar várias doenças e também os cuidados

necessários para cada qual.

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Figura 3 - Cuidados Especiais

Fonte: Site ABC da Saúde Informações Médicas Ltda, 29 jun. 2014

Mediante o fato que para o desenvolvimento do indivíduo com Síndrome de

Down é necessário que o mesmo seja estimulado, a psicomotricidade pode e deve

ser empregada para que a criança com SD (Síndrome de Down) ao ser estimulado

com as técnicas psicomotoras possa ter seu desenvolvimento social, motor e

funcional ampliados.

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CAPÍTULO II

PSICOMOTRICIDADE

A história da psicomotricidade perpassa no tempo, resgatando as diferentes

formas de como o corpo foi sendo retratado. Essa forma pode ser descrita como um

corpo que se movimenta e possui um cérebro, com diferentes olhares e objetivos.

No decorrer dos séculos algumas áreas como a neurologia, a psicologia e a

psicanálise foram de suma importância para se entender o cérebro e seus distúrbios.

Segundo Costa (2012), ao final do século XVIII o corpo era visto por um

ângulo filosófico, sendo só a partir do séc. XIX que o corpo foi objeto de estudos e

experimentações através da ciência. Os primeiros estudos foram feitos para

compreender como o cérebro funcionava e o que poderia ser conceituado como

cérebro. Dessa forma, a neuropsicologia e neurologia deram os primeiros passos

para fechar essas lacunas. Mais tarde, a fim de compreender melhor os distúrbios, o

processo evolutivo da inteligência a psicologia e psicanálise se juntaram a este

grupo de pesquisa.

Ainda no séc. XIX, por volta de 1870, além dos estudos cerebrais,

psiquiátricos e alguns fatores patológicos, surge pela primeira vez a palavra

Psicomotricidade, sendo esta criada por Dupré, em 1909. É então que o psicomotor

começa a ser estudado pela área de neurologia.

No campo patológico destaca-se a figura de Dupré (1909), neuropsiquiatra, de fundamental importância para o âmbito psicomotor, já que é ele quem afirma a independência da debilidade motora (antecedente do sintoma psicomotor) de um possível correlato neurológico e o termo ‘’Psicomotricidade’’, quando introduz os primeiros estudos sobre a debilidade motora nos débeis mentais (JOBIM; ASSIS, 2008).

Pode-se entender a psicomotricidade como sendo a ciência que estuda o

comportamento do ser humano, mediante as ações do corpo e interações com o

ambiente. E por meio da psicomotricidade é possível promover o desenvolvimento

do indivíduo, de forma que possa ampliar suas capacidades motoras, funcionais,

cognitivas, afetivas, entre outras.

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Desta forma, segundo a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (SBP),

citada pelo Blog Profissionais Psicomotricidade (2007), pode-se definir a

psicomotricidade como,

É a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.

Segundo Fonseca (2004), citado por Ferreira (2012),

A psicomotricidade compreende, no fundo, uma mediatização corporal e expressiva, na qual o reeducador, o professor especializado ou terapeuta estudam e compensam condutas inadequadas e inadaptadas em diversas situações, geralmente ligadas a problemas de desenvolvimento e maturação psicomotora, de aprendizagem, comportamento ou de âmbito psicoafetivo (FONSECA, 2004, apud FERREIRA 2012).

2.1. Principais Contribuições da Psicomotricidade

Alguns estudiosos tiveram grande importância para educação e sobre tudo

para a psicomotricidade. Sendo os principais autores Jean Piaget, Henri Paul

Hyacinthe Wallon, Julian de Ajuriaguerra, André de Lapierre e Bernard Aucouturier.

Para Piaget, aprendizagem é um processo construído internamente, depende

do nível de desenvolvimento do sujeito e é um processo de reorganização cognitiva.

E é importante destacar que os conflitos cognitivos são importantes para o

desenvolvimento da aprendizagem.

Segundo Piaget, o conhecimento tem origem ou se estrutura a partir de uma

ação ou modelo associada a uma percepção onde será recriada.

Na Teoria de Wallon citado por Gomes (2009), o desenvolvimento cognitivo é

focado na psicogênese da pessoa integral e seus estudos foram construídos no

pensar do desenvolvimento humano e estudado por meio do desenvolvimento

psiquiátrico infantil. Ele afirmava que o desenvolvimento da criança aparece

descontínuo, marcado por contradições e conflitos resultados da maturação e das

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condições ambientais, provocando alterações qualitativas no seu comportamento

geral. O aspecto afetivo e emocional tem caráter importante e decisivo em relação a

qualquer comportamento.

Desta forma, Wallon apud Fonseca (2008), estabelece que o processo de

desenvolvimento do indivíduo está entrelaçado nos processos funcionais cognitivos,

afetivos e motor, como pode ser observado na Figura 4.

Fonte: FONSECA, Vitor. Desenvolvimento Psicomotor e Aprendizagem. Acesso em 21 jul. 2014.

É importante ressaltar que para o desenvolvimento psicomotor é necessário

que haja a estimulação do indivíduo nas fases inicias do seu ciclo de vida. Visto que

cada fase pode-se trabalhar o desenvolvimento práxico, conforme observados na

figura 5.

Figura 4 - Processos sistêmicos Funcionais

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Fonte: FONSECA, Vitor. Desenvolvimento Psicomotor e Aprendizagem. Acesso em 21 jul. 2014.

Já Julian de Ajuriaguerra, citado por Jobim e Assis (2008), psiquiatra

precursor da escola de psicomotricidade enfatiza que os transtornos psicomotores

efetivamente oscilam entre os neurológicos e psiquiátricos.

A partir desta nova descoberta a psicomotricidade adquire um novo papel e

sua própria autonomia. Sendo considerada científica, provocando uma nova história

da psicomotricidade. Assim, criam-se as primeiras técnicas de reeducação aliada

aos distúrbios psicomotores.

Segundo o blog Psicomotricidade (2010), na década de 1970, alguns autores

definem psicomotricidade como a motricidade de relação ela se se dividindo entre:

reeducativa e terapêutica. Assim, passa-se a preocupar-se como o “corpo de um

sujeito”, a relação da afetividade e ao emocional.

O francês André de Lapierre, considerado pai da psicomotricidade relacional,

estudou uma prática preventiva e terapêutica. Permitiu crianças, adolescentes e

adultos, expressarem seus conflitos relacionais, superando-os através do brincar, do

jogo simbólico.

Ainda segundo Lapierre, citado por Sampaio (2014), o objetivo principal da

psicomotricidade relacional é atuar sobre os fatores psico-afetivos relacionais

Figura 5 - Desenvolvimento Psicomotor

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adquiridos na infância que estão diretamente ligadas as dificuldades de adaptação

no cotidiano e no convívio social.

Por fim, Bernard Aucouturier tinha grande interesse pelos trabalhos de Pierre

Vayer e de André de Lapierre, pois, achava a educação física muito mecanicista e

por outro lado a pedagogia do movimentava um sentimento muito bom sobre ele.

Assim, Aucouturier começa a estabelece e constrói práticas voltadas ao

campo educativo e terapêutico. Ele é considerado fundador da prática psicomotora

educativa e preventiva, bem como a prática de ajuda psicomotora terapêutica.

Sendo assim, é possível observar o quanto os educadores apresentam

contribuições para enriquecer e disseminar a psicomotricidade, ajudando assim os

indivíduos que necessitam de sua contribuição.

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CAPÍTULO III

PSICOMOTRICIDADE APLICADA A SÍNDROME DE DOWN

A psicomotricidade tem como principal foco buscar intervenções terapêuticas

através do corpo. Corpo o qual é motivado por emoções e interações sociais e

físicas com o meio. Desta forma, a psicomotricidade pode proporcionar as crianças

com Síndrome de Down expectativas melhores para que possam atingir ao seu

máximo potencial.

Desenvolver as características motoras e psíquicas é importante para que

haja uma melhora na qualidade de vida do indivíduo com Síndrome de Down.

Estimular esse desenvolvimento nas etapas iniciais da vida da criança torna o

prospecto mais amplo, visto que possibilita que o indivíduo Down seja estimulado

em todas as etapas de sua vida. O que por sua vez, proporciona a ampliação das

habilidades cognitivas, sociais, comportamental, motora e aptidões.

Os profissionais que fazem a interação com a criança com Síndrome de

Down, deve possibilitar a esta, todas as oportunidades de atividades que envolvam

os sentidos ou corpo. Também é importante destacar que o apoio familiar é

indispensável, partindo do ponto que estes são a referência da criança e, devem ser

os principais envolvidos no processo de desenvolvimento do Down.

É importante estimular a criança com Síndrome de Down desde os primeiros

meses de vida. Para que a lentidão ocasionada pelo atraso motor seja suprida por

meio de atividades físicas (rolar, virar, colocar a criança em pé, engatinhar, empilhar

objetos, entre outras).

A intervenção precoce melhora o desenvolvimento sensorial-motor e social.

Atividades como jogar bola, nadar, correr, acompanhamento de diversos ritmo e

movimentos contribui para que o corpo se beneficie e promova experiências futuras

mais prazerosas (leitura, escrita, atividades rotineiras como, calçar-se, vestir-se,

alimentar-se e realizar sua higiene pessoal). Essas atividades ajudam na construção

do emocional e do intelectual.

A psicomotricidade tem por finalidade trabalhar a percepção corporal das

crianças com Síndrome de Down. A interpretação da identificação das partes do seu

corpo e de seus movimentos, assim como reconhecer as partes do corpo do outro.

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Tal reconhecimento faz-se através da estimulação de atividades lúdicas, específicas

e desafiadoras (cabra-cega, brincar com bonecos, morto-vivo, pular cordas e outras).

As atividades lúdicas (blocos lógicos, dobradura, palitos para colagem,

movimentos alternados entre outras), que envolvem a lateralidade, domínio manual,

ocular e pedal, são realizadas mesmo com dificuldade devidos a complexidade da

deficiência intelectual. Porém, tais atividades deverem ser contínuas, para que a

evolução destas características possa ter impacto na melhora do dia a dia do Down.

O desenvolvimento do trabalho de psicomotricidade inclui movimento

corporal, sentimento, emoções, ou seja, sua aplicação está sempre voltada as

atividades corporais ligadas ao estado emocional. E esse corpo permitirá que o

psicomotricista verifique o estado emocional ajudando caso necessário a sua

reconstrução.

A conscientização do esquema corporal desenvolve o psicomotor como

também a linguagem das crianças com Síndrome de Down. No momento que a

criança com Síndrome de Down passa a dominar seu próprio corpo, reconhecendo-

o, essa passa a sentir-se segura e começa a integrar melhor o seu ambiente, se

reconhecendo em um determinado espaço. Esse espaço é uma estruturação mental

que acontece a partir de movimentos em relação a um determinado objeto inserido

em um meio, para isso a criança deve ter uma boa imagem corporal.

Não é fácil para uma criança que tem deficiência intelectual coordenar espaço

e, por conseguinte o tempo, visto que o espaço será coordenado por movimentos

através de um determinado tempo.

A orientação temporal é uma das grandes dificuldades da criança com

Síndrome de Down, localizar os acontecimentos de ontem hoje e se projetar par ao

futuro é uma representação mental que deverá também ser trada no ambiente

escolar.

Os movimentos serão trabalhados através da velocidade desse corpo em

determinado espaço-temporal respeitando a velocidade do corpo. Para que seja

trabalhada a orientação temporal é oportuno focar no ritmo. O ritmo é a expressão

do corpo em movimento e toda criança tem seu ritmo natural, ele está ligado ao

movimento do organismo de cada um.

A importância da psicomotricidade na intervenção com crianças com

Síndrome de Down na faixa etária de 4 anos à 7anos é de grande relevância. Pois, a

partir dessa organização de reconhecimento do corpo, espaço, orientação temporal,

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ritmo, é que será explorado o ritmo auditivo e visual, o qual ajuda na sua vida

escolar. Observa-se que a escrita, à leitura são consequências de uma boa

habilidade rítmica, uma vez que o ensino da escrita depende de uma coordenação

global, do controle dos movimentos finos e uma lateralidade definida. E esta etapa

da vida da criança, representa as descobertas, a introdução à aprendizagem e

desenvolvimento do cógnito e da linguagem.

A criança com Síndrome de Down apresenta dificuldade com a fala, assim,

associar os movimentos com a música e a dança a atividades da terapia

psicomotora auxilia o desenvolvimento da fala, desta forma, um trabalho

multidisciplinar começa a ser necessário, visto que áreas como a psicomotricidade

devem dialogar com a fonoaudiologia, para que a criança possa ser instigada da

melhor forma a ampliar suas habilidades natas e inaptas.

A música é uma forma de desenvolver a linguagem e as habilidades motoras

finas. E atividade que pode ser coletiva, ajuda na autoestima, convívio social,

expressão criativa, desenvolvimento tones muscular, coordenação e é um meio de

extravasar emoções. E quando a música é trabalhada com as crianças com

Síndrome de Down, é possível extrair destas suas habilidades rítmicas.

Os benefícios proporcionados pela psicomotricidade através do brincar para

as crianças com Síndrome de Down, principalmente no período de 4 a 7 anos de

idade, é a socialização. Mediante o fato que a forma de socializar-se através das

brincadeiras de jogos ensina a respeitar as regras, a viver em sociedade e a

respeitar o outro, o que influência no amadurecimento e auxilia a criar novas

experiências.

3.1. A psicomotricidade como meio de desenvolvimento das habilidades

Para fomento das ideias apresentadas neste trabalho, foi elaborado um

questionário – Anexo A – em que o intuito era obter características que possam ser

estabelecidas na relação entre a psicomotricidade e as habilidades que podem ser

desenvolvidas por meio da estimulação.

Este questionário foi aplicado em uma instituição para apoio aos portadores

de necessidades especiais, déficit intelectual e outros transtornos. O questionário foi

respondido por seis profissionais de áreas distintas – psicopedagogia,

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A importância das atividades que envolvam o corpo para promover a

interação é principalmente envolver a criança Down – principalmente na fase entre 4

e 7 anos, que é quando essa criança começa a ter seu envolvimento com o mundo

além do convívio familiar – provocar sua participação, organização, desenvolvimento

da aprendizagem por meio do lúdico, autoconhecimento corporal, trabalhando as

questões de autoimagem, o equilíbrio, postura, o movimento e socialização no meio

em que vive. Assim, a psicomotricidade possibilita que a criança com Síndrome de

Down tenha suas habilidades ampliadas, o seu fortalecimento das características

físicas, a diminuição das limitações cognitivas, o que por fim resulta em uma melhora

significativa para a qualidade de vida dessa criança.

O sócio afetivo pode ser estimulado por meio da interação e intervenção da

família. De forma que a criança possa desenvolver suas habilidades relativas ao

convívio, e posteriormente essas podem ser incitadas com maior dinamismo por

profissionais que estejam envolvidos com crianças portadoras de necessidades

especiais. Ainda é possível destacar que o brincar é uma ferramenta que pode ser

amplamente utilizada para estabelecer vínculos entre as crianças que participam

desta.

A linguagem pode ser estimulada por meio de atividades que evolvam

trabalhos com vídeos, teatro, jogos (quebra – cabeça, memória), músicas, o ato de

contar histórias e conversar com a criança Down, as quais estão presentes na

psicomotricidade. Também é importante que haja um trabalho contínuo de

fortalecimento muscular da face e da parte oral da criança, bem como a

coordenação da respiração, articulação dos sons, e o desenvolvimento da

linguagem oral e escrita.

Atividades que proporcionem as crianças com Síndrome de Down escolher o

que deve ser feito, ou mesmo aquelas escolhidas pela criança (atividades livres)

como forma de divertimento, auxiliam para que esta criança estimule sua confiança

e a tomada de decisão. O poder de decidir ajuda no seu desenvolvimento intelectual,

principalmente nas habilidades inatas, visto que quando feito parte de escolhas

sobre aquilo que se gosta, há ganho quanto ao comportamento, e a criança adquire

maior autonomia, interesse, percepção, orientação, organização, bem como estimula

sua interação social.

O lúdico é extremamente importante para o desenvolvimento da criança com

Síndrome de Down, principalmente na fase entre os 4 e 7 anos de idade, em que

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nesta etapa esta pode ser induzida a brincar, e com essas brincadeiras é possível

motivar toda a parte motora, cognitiva e social da criança. Assim, a psicomotricidade

atua de forma ampla, podendo proporcionar ao Down que sua fantasia, criatividade,

cognição, organização espacial e temporal, atenção, linguagem, estruturação de

significados e representação de vivências podem ser amplificadas.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo teve como objetivo analisar as contribuições da

psicomotricidade de crianças com Síndrome de Down de 4 a 7 anos de idade. Em

que foi feita a utilização de bibliografia sobre o assunto, e consideradas atividades já

utilizadas rotineiramente por profissionais diversos, mas que de forma ampla

atendem aos conceitos envolvidos com a psicomotricidade.

Desta forma, este texto tenta auxiliar aos profissionais e familiares de crianças

com Síndrome de Down a proporcionarem o desenvolvimento desta por meio de

atividades como jogos, músicas, teatro, vídeos, conversas e quaisquer meios que

possam ser utilizados para que a criança tenha suas habilidades motoras, psíquicas,

cognitivas, emocionais e sociais ampliadas. Ressaltando a importância da

estimulação precoce, já nos primeiros meses de vida, e intensificando ao longo de

cada etapa, sem ser interrompida em alguma fase, visto que o indivíduo com

Síndrome de Down deve ser estimulado em todas as fases de sua vida.

É possível observar que existe a necessidade de um trabalho terapêutico

multidisciplinar. Isso para que todas as áreas – cognitivas, afetivas, sociais,

comportamentais e motoras – possam ser desenvolvidas. Pois essa interação entre

as diversas áreas é que proporcionam a ampliação das capacidades natas e inatas

do indivíduo, e permite que o Down possa lidar com questões corriqueiras de forma

natural.

A proposta desta pesquisa aponta para pontos importantes e necessários a

criança com Síndrome de Down, como a conscientização e noção do seu próprio

corpo. Como também aponta a necessidade de permitir que a criança passe por

atividades que requerem dela o ato de escolha, em que ela seja livre para decidir

qual atividade irá realizar, bem como o modo como esta será feita. Assim, são

reforçadas as características como autonomia e poder de decisão.

Outro aspecto importante é o fato que não basta que o profissional tenha

técnica, mas também é necessário a este que ele trabalhe as questões emocionais.

Visto que uma das habilidades a serem desenvolvidas com o Down são as noções

sociais e emocionais que podem ser estabelecidas entre cada qual. Assim, é

necessário que este profissional, seja dinâmico e criativo, que busque sempre o

novo como forma de aprimoramento. Também é necessário que haja

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comprometimento, sendo este livre de qualquer preconceito, seja com a criança com

quem irá trabalhar ou com profissionais que possam o ajudar ampliar as habilidades

de uma criança portadora de necessidades especiais.

A psicomotricidade proporciona uma contribuição significativa no progresso

com crianças com Síndrome de Down nos aspectos cognitivo, expressão do ser,

motor, social e emocional. Desta forma, a psicomotricidade se firma como uma

ferramenta necessária e útil no desenvolvimento das habilidades natas e inatas do

indivíduo com Síndrome de Down.

Em suma, a psicomotricidade não irá sanar todos os problemas. Porém,

através do corpo, do movimento, das emoções, facilita na intervenção dos entraves

existentes com a criança com Síndrome de Down, e, utilizando recursos simples

concentrados nas dificuldades das crianças com Síndrome de Down é possível

promover a sua evolução. Sendo esse o desenvolvimento global (motor, cognitivo,

social e emocional), e possibilitando a este uma melhor qualidade de vida.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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35

SBP - Sociedade Brasileira de Psicomotricidade. In: Profissionais Psicomotricidade. Psicomotricidade. 2007. Disponível: <http://profissionaispsicomotricidade. blogspot.com.br/2007/07/segundo-sociedade-brasileira-de.html>. Acesso em: 15 jul. 2014. WERNECK, Claudia. Muito prazer, eu existo: um livro sobre o portador de síndrome de down. Rio de Janeiro. Ed. WVA, p. 232, 1992.

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ANEXO A

QUESTIONÁRIO APLICADO EM ENTIDADES DE APOIO AOS

PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN

Este questionário tem fins meramente didáticos de pesquisa, o qual foi

elaborado, como fomento para trabalho de conclusão de curso de pós-graduação de

um (a) aluno (a) da AVM-Cândido Mendes.

Portanto, nas perguntas a seguir, assinale a alternativa que melhor represente a

realidade vivida e presenciada no cotidiano desta instituição. Peço total honestidade

nas respostas, uma vez que tanto o entrevistado, quanto a instituição permanecerão

no anonimato.

A SUA RESPOSTA É MUITO IMPORTANTE!

OBS: Caso necessário marque mais de uma opção.

1.Qual a importância da estimulação da criança com Síndrome de Down nos

primeiros meses de vida?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2.Marque os benefícios que podem ser notados quando uma criança com Síndrome

de Down é estimulada nos primeiros meses de vida.

Tônus muscular Aprender a rolar Sentar sozinha

Desenvolvimento emocional Desenvolvimento físico Percepção

Outras. Qual (s)? ___________________________________________________

3.Quando uma criança é diagnosticada com Síndrome de Down, qual a importância

do convício social estabelecido por parte da família?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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4.Qual a relação que se pode estabelecer entre o desenvolvimento da criança com

Síndrome de Down e as atividades que envolvem o corpo como forma de interação?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

5.Marque as opções que melhor definem as características que são importantes aos

profissionais que atuam diretamente com crianças com Síndrome de Down?

Espírito investigativo Compreensivo Criativo

Perspicaz Observador Paciente

Humanizado Dinâmico Determinado

Outras. Qual (s)?___________________________________________________

___________________________________________________________________

6.A Síndrome de Down é umas das manifestações de déficit intelectual. É possível

classificar a Síndrome de Down em uma escala? Se sim, qual escala poderia ser

aplicada para essa classificação?

Sim. Qual (s)? _____________________________________________________

____________________________________________________________________

Não

7.Como uma criança com Síndrome de Down pode ser estimulada quanto as

características sócio afetivo?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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8.Quais as atividades podem ser desempenhadas para que haja desenvolvimento

da linguagem em crianças com Síndrome de Down?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

9. O lúdico é importante para o desenvolvimento da criança com Síndrome de

Down? Em caso afirmativo, elenque as principais características que são

desenvolvidas.

Sim. Qual (s)? _____________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Não

10.Como a capacidade motora pode ser desenvolvida? E por meio de quais

atividades o sistema motor da criança com Síndrome de Down pode ser estimulado?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

11.A criança com Síndrome de Down deve ser estimulada em quais idades da vida?

De 0 à 6 meses De 6 à 12 meses De 2 à 5 anos De 12 à 24 meses

Até a fase adulta Em todas as idades

12.Como as atividades livres (atividade escolhida pela própria criança) podem

proporcionar a estimulação ou desenvolvimento da criança com Síndrome de Down?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

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ANEXO B

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Cromossomo 21 ................................................................................................... 13

Figura 2 – O brincar como forma de estímulo ................................................................... 14

Figura 3 - Cuidados Especiais ............................................................................................. 18

Figura 4 - Processos sistêmicos Funcionais ..................................................................... 21

Figura 5 - Desenvolvimento Psicomotor ............................................................................ 22

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ANEXO C

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Características necessárias ao profissional que interage com a criança

com S.D......................................................................................................................27

Gráfico 2 - Benefícios da estimulação nos primeiros meses de vida.........................28

Gráfico 3 - Fases necessárias de estimulação ao Down...........................................29

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ÍNDICE

CAPA............................................................................................................................1

FOLHA DE ROSTO.....................................................................................................2

AGRADECIMENTOS .................................................................................................. 3

DEDICATÓRIA ............................................................................................................ 4

RESUMO..................................................................................................................... 5

METODOLOGIA .......................................................................................................... 6

SUMÁRIO.................................................................................................................... 7

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 8

CAPÍTULO I .............................................................................................................. 11

SÍNDROME DE DOWN ............................................................................................. 11

1.1. Síndrome de Donw e suas peculiaridades .......................................................... 13

CAPÍTULO II ............................................................................................................. 19

PSICOMOTRICIDADE .............................................................................................. 19

2.1. Principais Contribuições da Psicomotricidade .................................................... 20

CAPÍTULO III ............................................................................................................ 24

PSICOMOTRICIDADE APLICADA A SÍNDROME DE DOWN .................................. 24

3.1. A psicomotricidade como meio de desenvolvimento das habilidades ................ 26

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 34

ANEXO A .................................................................................................................. 36

QUESTIONÁRIO APLICADO EM ENTIDADES DE APOIO AOS

PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN ............................................................. 36

ANEXO B .................................................................................................................. 39

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................. 39

ANEXO C .................................................................................................................. 40

ÍNDICE ...................................................................................................................... 41