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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS AVM FACULDADE INTEGRADA CLIMA ORGANIZACIONAL: COMO LIDERAR E MOTIVAR UM GRUPO? DAIANE ALCANTARA DE BRITO ORIENTADOR: PROFº MÁRIO LUIZ TRINDADE ROCHA RIO DE JANEIRO MAIO/2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

AVM FACULDADE INTEGRADA

CLIMA ORGANIZACIONAL:

COMO LIDERAR E MOTIVAR UM GRUPO?

DAIANE ALCANTARA DE BRITO

ORIENTADOR: PROFº MÁRIO LUIZ TRINDADE ROCHA

RIO DE JANEIRO MAIO/2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

AVM FACULDADE INTEGRADA

Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção do Grau de Especialista em Gestão Empresarial.

RIO DE JANEIRO MAIO/2012

CLIMA ORGANIZACIONAL:

COMO LIDERAR E MOTIVAR UM GRUPO?

DAIANE ALCANTARA DE BRITO

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AGRADECIMENTO

Á Deus, por sempre iluminar meu caminho e me dá força para sempre seguir em frente nos meus objetivos, aos meus pais que são à base da minha vida, ao meu marido por todo apoio e amor nesses anos de convivência, aos professores do AVM que fizeram parte importante da minha vida por 10 anos em especial ao Prof. Fernando Arduini pela oportunidade de ter vivido como colaboradora nessa instituição de ensino e hoje ter a honra de estar me formando como uma Especialista. As minhas mais novas e eternas amigas Janaina e Priscilla que tanto me ajudaram e me apoiaram nesse um ano de convívio. Meu muito obrigado!

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho às pessoas que são à razão da minha vida: a minha mãe Maria Neuma que é melhor mãe do mundo, a minha irmã Edna que além de minha tudo é minha grande amiga, e não sei o que seria de mim sem o seu cuidado e amor, ao meu marido Vitor Hugo, meu companheiro, grande amigo, e peça fundamental da minha vida. Dedico esse momento a você Isabella, minha filha, que é o motivo dos meus melhores sorrisos. Te amo com toda intensidade do mundo e farei de tudo para fazê-la muito feliz. Amo vocês quatro e com certeza são a grande motivação que tenho na vida para lutar sempre por algo melhor.

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RESUMO

.O tema do presente trabalho é “Clima Organizacional: Como Liderar

e Motivar um Grupo?”, enquanto aspecto fundamental para a qualidade dos

resultados esperados com a elaboração de planos e projetos que venham a

atender as expectativas de uma empresa. Justifica-se a investigação, uma vez

que no processo de busca de equilíbrio entre meios e fins, entre recursos e

objetivos, a utilização de líderes sensíveis à questão do indivíduo, aumenta as

chances de sucesso, conforme verifica-se, na prática, em organizações

preocupadas com a motivação de seus funcionários. O estudo tem como

objetivo: identificar a contribuição da liderança na construção de um indivíduo

motivado, para o alcance das estratégias organizacionais. Partimos da

proposta de que o gestor, na sua busca por metas e procedimentos para o

alcance do que foi estipulado, não deve estar despreocupado em relação a

características pessoais fundamentais, necessárias a influenciar o indivíduo a

encontrar a sua própria motivação. Para a realização do trabalho foi

desenvolvida uma pesquisa bibliográfica, tendo como principais referencias os

trabalhos de autores que já trataram do tema, como por exemplo: Chiavenato e

Bergamini.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO I – A LIDERANÇA 11

1.1. Funções do líder 12

1.2. Atributos do líder 13

1.3. A origem do líder 14

1.4. Estilo de liderança 15

1.5. Práticas humanizadas de gestão 16

1.6. Autoconhecimento e liderança 17

1.7.

CAPTÍTULO II – TEORIAS DA MOTIVAÇÃO: FATORES DE HIGIENE X

FATORES MOTIVACIONAIS 19

2.1. Teoria da hierarquia das necessidades de Maslow 19

2.2. Teoria da motivação-higiene de Herzberg 23

2.2.1. Teoria de dois fatores 24

2.3. Relação entre as teorias de Herzberg e de Maslow 26

CAPÍTULO III – MOTIVAÇÃO 29

3.1. Como envolver o funcionário 30

3.2. A influência dos gestores e líderes 32

CAPÍTULO IV – COM FOCO NO INDIVÍDUO 36

4.1. Qualidade dos indivíduos 37

4.2. Valorização do indivíduo 38

4.3. O indivíduo além do trabalho 39

CONCLUSÃO 43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 46

FOLHA DE AVALIAÇÃO 48

7

INTRODUÇÃO

O mundo globalizado está caminhando a passos vertiginosos, com

novos projetos e produtos, novas tecnologias de projetos, novos processos de

fabricação, sistemas especialistas, interatividade entre redes de comunicação

em “real time”, formas comportamentais migrando para novos horizontes.

Porém, mesmo com todas essas mudanças, um fator se mantém constante,

produtos devem ser criados, fabricados e vendidos ao cliente e pessoas

"geridas". (MAGALHÃES, 1996).

O desempenho dos funcionários está intimamente ligado aos

resultados obtidos através do trabalho que realizam. Uma organização que

deseja alcançar altos níveis de qualidade e produtividade precisa que estes

estejam qualificados tecnicamente, bem como preparados para desenvolver

suas funções. Com excelência, a motivação pode ser encarada como a mola

propulsora no sentido de estimular funcionários para que isso torne possível o

desempenho esperado.

Apesar de o senso comum sustentar que a satisfação profissional

está atrelada unicamente a questões de ordem financeira. O fato é que a

motivação demanda aspectos subjetivos e psicológicos onde nem sempre a

razão é capaz de superar a emoção.

Como paradoxo, não é através de métodos padronizados que se

desperta o interesse das pessoas pelo trabalho. Aspectos como: política

organizacional, condições ambientais, segurança e salário são relevantes, mas

não são suficientes para garantir a motivação e satisfação pessoal. A

motivação está ligada à necessidade do outro realizar-se, ou seja, do respeito à

sua individualidade.

Preocupado com a desmotivação, há que se pensar nos diversos

fatores que contribuem com a formação desse ambiente, feliz ou não, onde

várias individualidades unem-se para realizarem procedimentos no dia-a-dia de

suas atividades profissionais, no alcance dos resultados necessários à

manutenção de seus empregados e continuidade da imagem da organização

que representam.

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A existência de gestores que acreditam na imposição como

mecanismo válido na busca por maior controle da situação no alcance desses

objetivos, reforça sentimentos de insatisfação entre os membros daquele

grupo, cada vez mais distantes dos preceitos comprometimento e espírito de

equipe, uma vez que é atingida pela falta de liberdade e autonomia de ação.

Não percebem que tais atitudes afastam ainda mais o trabalhador da

produtividade tão esperada.

Dentro do contexto motivação, o aspecto gestão foi crescendo

durante o processo de leituras das obras. Interessante perceber que os vários

tipos de gestão influenciam o ambiente de trabalho e a produtividade das

pessoas, colaborando no desenvolvimento das relações empregado e

organização.

Toda organização é um agrupamento de homens e, como tal, a vida

dela decorre das ações e decisões dos que a integram. Estes também são

naturalmente afetados pelas vicissitudes da própria organização, pelo

comportamento de cada um dos seus integrantes, seja de inveja, avareza,

indiferença, impaciência, soberba, lealdade, rancor, ardor, entusiasmo,

oposição, desfaçatez, passividade, malquerença, egoísmo, maldade, ódio,

ambição desmedida, paranóia. (MAGALHÃES, 1996).

O envolvimento deste agrupamento torna-se necessário para a

“conscientização” das novas realidades. O ser humano não pode ser ignorado,

ou melhor, tem que ser analisado e enfatizado pelo lugar que ocupa na

sociedade que o circunda, logo, na organização que coabita. Suas reações e

análises pesam fortemente na vida da própria organização. Delas podem advir

progresso, estagnação ou regressão. (MAGALHÃES, 1996)

É fato presente a preocupação das organizações com o individuo,

agora visto como um ser completo, detentor de anseios e expectativas que

extrapolam os limites da organização. Não mais aquela visão partida e

simplória, que não respeita a essência de um ser complexo.

Há que se concordar que trabalhar com prazer e satisfação torna o

individuo mais criativo e motivado, com maior criatividade, produz-se mais e

melhor.

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As pessoas trazem para as organizaçãos suas habilidades,

conhecimentos, atitudes, comportamentos, percepções. Ademais, as pessoas

são extremamente diferentes entre si, constituindo um recurso altamente

diversificado face às diferenças individuais de personalidade, de experiência,

de motivação. (CHIAVENATO, 1994)

Considerando a existência de uma estreita relação entre motivação

e qualidade do trabalho no âmbito organizacional este estudo pretende

conhecer os fatores que provocam satisfação e insatisfação no profissional de

uma organização e o que podemos fazer para motivá-los a alcançarem

melhores desempenhos.

Com relação à estruturação da monografia, o primeiro capítulo

aborda que o papel do líder nesse processo é apresentado com intuito de

favorecer o entendimento a respeito desse profissional no ambiente da

organização, como membro atuante e participativo, que procura, com seus

métodos, técnicas e procedimentos, traçar as ações que serão aos poucos

implantadas durante todo o processo, visando o alcance dos objetivos da

instituição.

No segundo capítulo será abordada a hierarquia de necessidades

como base para a motivação através do teórico Abraham Maslow e a

identificação dos fatores motivacionais visando à diferença entre satisfação X

insatisfação através da visão do teórico Frederick Herzberg.

No terceiro capitulo aborda-se a importância da motivação presente

no ambiente de trabalho, bem como as conseqüências salutares atingidas

como seu exercício e a importância do gestor neste contexto.

O quarto capítulo foca-se o individuo e sua ligação com a liderança e

motivação, a fim de confrontarmos as influências que permeiam esta relação,

para uma reflexão sobre a forma como este deve ser considerado, pelos

gerentes, líderes e organizações que buscam a motivação dos seus

funcionários, para o alcance da produtividade e alcance das metas da

organização.

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A motivação no âmbito organizacional está relacionada à qualidade

de desempenho e esforços de seus colaboradores, constituindo a energia

motriz para atingir os resultados desejados.

Na conclusão verificaremos que o resultado esperado da pesquisa é

perceber como os cuidados com a liderança podem construir um ambiente de

indivíduos motivados, contribuindo com alcance das estratégias empresariais,

na medida em que torna o funcionário mais satisfeito, estimulado a criatividade

e maior produtividade.

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CAPÍTULO I

A LIDERANÇA

As grandes mudanças ocorridas no mundo, trazendo-nos aspectos

novos como a globalização, fizeram repensar muitas questões a que nos

debatemos nos dias atuais.

O incremento ocorrido nos meios de comunicação colaborou para

tornar pública a fragilidade dos que não acompanham o ritmo acelerado do

progresso.

Cresce de forma, até então não vista, a competitividade entres as

organizações. Torna-se primordial que as organizações apresentem padrões

mínimos de qualidade e excelência em seus produtos, caso queiram manter-se

no mercado.

E é nesse cenário, de transformações ininterruptas, que se levanta a

necessidade urgente de discussão em torno do aspecto liderança, agora visto

como quesito fundamental para o alcance dos objetivos almejados pela

organização.

A importância do líder assume um grande papel, uma vez que neste

contexto, exige-se mais rapidez de respostas dos funcionários. O trabalho em

equipe passa a ser valorizado e, conseqüentemente, a importância da

liderança eficaz.

“Fenômeno tipicamente social que ocorre exclusivamente em grupos sociais. Podemos defini-la como uma influência interpessoal exercida numa dada situação e dirigida através do processo de comunicação humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos”. (CHIAVENATO, 1994, p. 147)

Por isso dizer que a liderança em si não motiva, mas influencia o

indivíduo a encontrar sua própria motivação, ou seja, sua própria energia direta

ou intrínseca, ligada ao significado e à natureza do próprio trabalho realizado,

conforme conceitua Coda (1997).

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Difere de gestão, que é mais abrangente. Esta pode ser definida

como um conjunto de habilidades técnicas e de relacionamento interpessoal,

necessárias para alcançar os objetivos definidos pela organização. A liderança

seria uma habilidade e ferramenta gerencial, mais ligada à questão do

relacionamento interpessoal.

1.1. Funções do líder

Para Chiavenato (1994) a eficácia do líder consiste na possibilidade

de tornar real algumas ações, tais como: formar e manter uma equipe bem

selecionada, proporcionar treinamentos para o exercício da inovação e

desafios, permitir a modernização das atividades e serviços, rever objetivos,

avaliar desempenho e recompensar com justiça;

Também Matos (1998) descreve que todo líder tem funções a serem

exercidas, a fim de atingir a efetividade organizacional. É necessário ser

educador, já que deve orientar sua equipe a se associar às estratégias da

organização. Também tem uma função estratégica, quando procura tornar

transparente os objetivos da organização para sua equipe, fazendo com que

todos se sintam responsáveis no processo. Tem função integradora, quando

procura formar equipes integradas e coesas. Função instrutora ao ministrar

instruções e promover o autodesenvolvimento. Inovadora, ao não resistir às

mudanças, procurando saídas criativas. E, por fim, sustentador da satisfação

do cliente, ao ser consciente do cliente como referencial do negócio.

Com tantas funções, é possível achar que será impossível a tarefa

do líder. Mas que todas elas se cumpram, encontramos uma peculiaridade na

liderança, apontada por Matos (1998), que faz tornar o sonho em realidade: a

concentração. O líder tem o poder de se concentrar, estar voltado para suas

metas e objetivos, como a coisa mais importante a ser feita. Esse concentração

é um diferencial.

Matos (1998) considera relevante outros aspectos do líder: a força

da esperança e a capacidade de sonhar. Ao perceber as ocorrências como

oportunidades par criar e desenvolver, estimular a equipe, que não tira o foco

13

dos ideais da organização. Realmente, esperança não deve faltar a um líder,

afinal, as transformações não param, exigindo-se cada vez maia daqueles que

a exercem.

1.2. Atributos do líder

Registro alguns dos procedimentos, apontados pelos autores Araújo

(2003) e Matos (1998), a serem adotados, a fim de nortear a conduta de

liderança.

Início com Araújo (2003), que acredita que as ações que conquistam

o comprometimento e o respeito dos colaboradores são: a força do exemplo;

não temer as mudanças; ter paixão em servir, ser humilde; descentralizar,

acompanhando e elogiando; e, concluindo, inspirar e dar liberdade de criação

para a equipe.

Com aspectos em comum com relação ao citado acima, agora

coloco a posição de Matos (1998), que afirma: o líder deve estar e, sintonia

com sua época, do contrário será ultrapassado; ter humildade, considerando-se

um aprendiz eterno, onde há sempre o que aprender; não esquecer a equipe,

como força motriz e motivo de seu sucesso; negociar sempre; delegar para

treinar e desenvolver; ser proativo, para revitalização cultural e perpetuidade da

organização; e, finalmente, ético, pois não há como garantir a credibilidade,

sem compromisso com o bem comum.

A ética faz criar a confiança, fator necessário ao bom desempenho

do líder. Quem nos fala a respeito é Robbins (2004), que considera este um

atributo que facilita a relação com os liderados, uma vez que estes se tornam

receptivos, pois julgam que seus interesses não serão prejudicados pelo líder.

Não há como negar que não há como de deixar orientar por alguém em quem

não se confia.

Robbins (2004) disserta sobre três tipos de confiança, existentes nas

relações líder/liderados: aquelas baseadas na intimidação, no conhecimento ou

na identificação.

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A confiança baseada na intimidação é a mais frágil. Os liderados

cumprem suas tarefas por meio de represálias. Não é espontâneo. Aquela

baseada no conhecimento se apóia mais na informação do que na intimidação.

Esta é construída com o tempo, que permite você conhecer um líder/liderado a

ponto de prever seu comportamento.

A previsibilidade aumenta a confiança, ainda que o comportamento

do outro não seja digno, é previsto. Sabe-se o que esperar do outro. A

confiança com nível mais alto é a de identificação. Quando além de conhecer,

há a concordância e conexão afetiva com o outro. Não há necessidade de

controlar/monitorar o outro, a lealdade está presente. “É o tipo de confiança

que os administradores buscam nas equipes. Os membros estão tão

identificados e confiantes entre si, que são capazes de antecipar as ações dos

outros e agir livremente em seu nome”. (ROBBINS, 2004, p. 154)

Ainda segundo Robbins (2004) as práticas necessárias à criação da

confiança são a comunicação aberta e constante, o senso de justiça, a

exposição dos sentimentos, além dos fatos, atitudes verdadeiras e

consistentes, discrição em relação às confidências e competências. Tais

práticas colaboram na aquisição de administração e respeito.

1.3. A origem do líder

Mas diante de tantas responsabilidades, ao nos depararmos com

indivíduos que, no exercício da liderança de pessoas e grupos de trabalho, se

mostram tão eficazes, revendo constantemente os objetivos a serem

alcançados e conduzindo os esforços de modo a obter ações eficientes e

altamente produtivas, surge a inevitável pergunta: os lideres seriam natos? Ou

seriam feitos?

Não se descarta a existência do dom natural inato na condução das

nações, exércitos ou movimentos religiosos. Mas na suas experiências em

grupo de trabalho, o que se percebe é que a maioria das pessoas pode se

tornar bons lideres, com o devido apoio de desenvolvimento.

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1.4. Estilo de liderança

Segundo Hardingham (2000) não há a personalidade certa ou errada

no exercício da liderança. Portanto, não há que se mudar a personalidade para

se tornar um líder, mas sim a atitude. Há casos de indivíduos muito

introvertidos. Como líderes, não será possível transformá-los em indivíduos

extremamente expansivos, mas é possível treinamento que os conscientizem

de que a tendência natural que possuem para espectador silencioso, pode ser

utilizada em proveito próprio junto à equipe, tornando-se um bom ouvinte e

sensível às opiniões alheias, por exemplo.

Deduz-se, então, que não há um estilo único, ideal de liderança.

Para Hardingham (2000), o estilo de liderança ideal deve ser qualquer um que

se adapte à equipe. Flexibilidade, eis a essência que é muito encontrada nos

lideres mais eficientes. Lideres que aprenderam a modificar seu estilo natural

para adequar-se a equipes diferentes, ou a uma equipe em estágios diferentes.

Verdadeiros camaleões.

Conforme observa o autor:

“O mais importante para um líder de equipe é conhecer seu estilo natural e que outros estilos poderiam funcionar melhor: ficando atento a seus pontos fortes e fracos, ele será capaz de modificar seu comportamento de acordo com a situação”. (HARDINGHAM, 2000, p. 35)

Portanto, segundo Hardingham (2000), estilos de liderança diretivos

se encaixam perfeitamente em equipes ainda em formação, onde há muito a

aprender. Aqui os lideres, presidem reuniões, delegam tarefas e é a fonte

principal de retorno para a equipe. Já os estilos de liderança delegantes são

úteis em equipes maduras, onde os membros apresentam autonomia e

interagem entre si, sem a participação constante do líder, que os acompanha

de longe, sem necessidade de intervenções. Os estilos apoiadores funcionam

muito bem em momentos de insegurança e desânimo dos integrantes, quando

o apoio emocional é necessário. Por fim, o estilo carismático, útil para as

equipes competentes, em situações de alto risco, em que a comunicação do

líder é visionária, motivacional e genérica.

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Conceituação similar é dada por Belluzzo (2002), que divide a

liderança em três tipos: autocrática, democrática e liberal. Na autocrática as

decisões são tomadas só pelo líder; na democrática a equipe toma decisões e

o líder assiste e participa; na liberal a equipe toma as decisões, com

participação mínima do líder. Embora todas tenham sua importância num dado

momento, com uma determinada equipe, os estilos que deixam o indivíduo

mais livre para criar, influenciam o indivíduo, mais intensamente, a encontrar a

sua própria motivação.

1.5. Práticas humanizadas de gestão

Ao vislumbrarmos que algumas empresas de um mesmo setor

obtêm melhores resultados do que outras, há que se concordar com Torres

(1993) na sua crença de que práticas mais humanizadas de gestão, que levam

em conta procedimentos de valorização do funcionário, respeitando-o como

pessoa e sendo flexível na liberação da conversa, por exemplo, ajudam a criar

um bom clima de trabalho, que repercutirá na institucionalização de

comportamentos do grupo.

Torres (1993) delimita ainda mais a questão, lembrando que se isso

ocorre entre as empresas distintas, não é diferente entre os setores de uma

mesma empresa, mesmo que entre os diversos departamentos e níveis

hierárquicos, as regras sejam comuns e idênticas.

E se questionado sobre qual a razão de tais resultados, o autor

responde:

“Nós a encontramos na atmosfera particular que cada responsável tenha sabido criar em torno de si; e na origem dessa atmosfera estão mais presentes suas habilidades e qualidades humanas do que sua competência técnica. No entanto, nos meios da administração, tradicional se busca mais conhecer as habilidades técnicas do dirigente do que evidenciar as qualidades humanas que deve possuir para desempenhar essa função”. (TORRES, 1993, p. 146)

Importa-se com a opinião dos subordinados, para Torres (1993), é

atitude positiva, levando-se em conta o papel do líder como aquele que deve

17

dirigir seus subordinados. É importante considerar que subordinados apreciam

a capacidade de ser justo, de estimar, ser honesto, generoso e responsável.

1.6. Autoconhecimento e liderança

Amorim (2005) ressalta, além de tudo que já foi aqui citado, um

quesito de fundamental importância para a eficácia de um líder. Segundo o

autor, a pessoa que tem em seu íntimo o desejo de ser líder, precisa se

conhecer e ter uma grande maestria nos aspectos que circundam os

relacionamentos interpessoais. É preciso que as pessoas a sua volta apostem

naquilo que ele, como líder, acredita. Se acreditarem, basta programar as

ações a serem desenvolvidas para a realização dos objetivos.

Ainda segundo Amorim (2005), porque liderar tem grande ligação

com a capacidade de influenciar as pessoas a fazer o que se planeja, e com

sucesso, é de suma importância que o líder saiba administrar possíveis

emoções e frustrações que venham a surgir, fruto do ambiente instável que as

cercam, levando os funcionários a enfrentarem, constantemente, o inesperado.

Para Amorim (2005) dar o feedback, conversar com a equipe sobre

como estamos percebendo é uma situação importantíssima para que

alcancemos bons resultados e pessoas satisfeitas. Muitos erros ocorrem

porque não há entendimento do que foi solicitado. Isso nada mais é do que a

complexidade humana.

Ainda Amorim (2005) incita ao raciocínio dessa complexidade,

quando lembra que o que fazemos é percebido de forma diferente por cada

pessoa. E isto porque a história de vida de cada um é diferente. A percepção

da vida depende de vários fatores pessoais e situacionais.

Como o autor reforça:bb

“... para se transformar em líder de um grupo, de uma equipe de trabalho ou de um setor organizacional, você precisará, principalmente, conhecer-se melhor. A partir daí, passar a se preocupar em conhecer os outros”. (AMORIM, 2005, p. 4)

18

Este seria o pontapé inicial para o trabalho contínuo do líder na

construção da sai credibilidade.

Por isso a afirmação de Amorim (2005) de que liderar envolve muito

mais que conhecimento. Exige uma cumplicidade entre o líder e sua equipe, de

valores, espírito, ética e alma. É um envolvimento profundo, que tem por

conseqüência o fato das pessoas passarem a se conhecer melhor, reagindo

positivamente à gestão em liderança.

Continuando com Amorim (2005), quando o líder desfruta da

credibilidade de seus seguidores, estes se doarão mais, porque estarão mais

dispostos a darem mais de seu tempo, talento, dinamismo, energia e apoio

para a ação do líder.

Para concluir, vale o pensamento de Amorim, quando tenta

descortinar o lado humano do líder, sem a armadura de alguém invencível e

longe do estereótipo de um super-herói.

“... o líder não é um ser sobre-humano, em uma situação isolada, protegido de toda e qualquer influência externa. Mas, sim, um simples mortal que se relaciona com diversos elementos internos e externos à organização. Dependerá de cada um a busca por um modelo de liderança que seja adequado à sua situação, ao momento e às pessoas que o cercam”. (AMORIM, 2005, p.10)

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CAPÍTULO II

TEORIAS DA MOTIVAÇÃO: FATORES DE HIGIENE X

FATORES MOTIVACIONAIS

Este capítulo tem por objetivo analisar os fatores motivadores e os

fatores de higiene presente nas principais teorias de motivação. Os primeiros

segundo a ótica do pesquisador Abraham Maslow, que traduzem fontes de

satisfação, indicando sentimentos de realização, crescimento profissional e

reconhecimento que uma pessoa pode sentir na realização de um trabalho, que

oferece desafio e amplitude, resultando um aumento de capacidade total de

produção. Já os segundos através do estudioso Frederick Herzberg, que são

aqueles que não provocam crescimento na capacidade de produção do

homem; apenas impedem perdas na realização do empregado, devido às

restrições do trabalho.

2.1. Teoria da hierarquia das necessidades de Maslow

Presumidamente é possível afirmar que para Maslow (2001), o que

move o ser humano é a busca da satisfação de necessidades. Essas

necessidades podem ser de diversas naturezas e estão dispostas segundo

uma hierarquia de predominância, tradicionalmente visualizada em forma de

pirâmide, conforme a Figura 1.

Figura 1. Hierarquia das Necessidades de Maslow

Fonte: Adaptada de Maslow (2001)

Necessidade Fisiológica

Necessidade de segurança

Necessidade social

Necessidade de estima

Necessidade de auto-realização

20

Tendo em vista que muitas organizações buscam provocar a

motivação dos funcionários apenas pelo dinheiro ou pela segurança no

emprego, abriu-se um espaço para as novas práticas de gestão, de forma a

criar condições de crescimento pessoal que, ao mesmo tempo, contribuíssem

para que fossem atingidos os objetivos organizacionais. Na Tabela 1,

apresentamos algumas maneiras, sugeridas de como as organizações podem

satisfazer os diferentes níveis de necessidades da hierarquia de Maslow.

Auto-realização

• Encorajar ao completo comprometimento do empregado;

• Trabalhar para que se torne uma das principais dimensões

de expressão da vida do empregado;

Estima

• Criar cargos que permitam realização, autonomia,

responsabilidade e controle pessoal;

• Trabalhar para que valorize a identidade pessoal;

• Reconhecer o bom desempenho, como, por exemplo,

promoções, condecorações, empregado do mês;

Sociais

• Organizar o trabalho de modo a permitir interação com os

colegas;

• Possibilitar atividades sociais e esportivas;

• Desenvolver reuniões fora da organização;

Segurança

• Criar seguro-saúde e planos de aposentadoria;

• Desenvolver segurança no empregado;

• Divulgar o desencadeamento do plano de carreira dentro da

organização;

Fisiológicas • Possibilitar salários e benefícios;

• Criar condições agradáveis de trabalho.

Tabela 1. Necessidades da hierarquia de Maslow Fonte: Adaptada de Maslow (2001)

A hierarquia das necessidades de Maslow é a seguinte:

a) Necessidades fisiológicas: respiração, fome, sede, ar, comida,

repouso, abrigo;

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b) Necessidades de segurança: proteção contra danos físicos e

emocionais;

c) Necessidades sociais: interação social, amizade, afeição,

companheirismo;

d) Necessidades da estima: reputação, reconhecimento, auto-

respeito, amor-próprio, autonomia, status, consideração;

e) Necessidades de auto-realização: realização do potencial,

utilização plena dos talentos individuais, auto-satisfação.

A auto-realização é uma necessidade que nunca se satisfaz e que

está ligada ao exercício de atividades criativas, à geração de valor pessoal,

organizacional e social. Assim sendo, ela representa interseção entre

necessidades individuais e organizacionais. Porém, para que se chegue até lá,

é necessária uma afetiva gestão de pessoas, em suas múltiplas dimensões.

Para Maslow, enquanto não estiverem satisfeitas, as necessidades

situadas mais na base da hierarquia permanecem predominantes na

determinação do comportamento. Porém, quando satisfeitas, passam a não

mais motivar. O atendimento da necessidade logo acima passaria, então, a

direcionar as ações do indivíduo. (MASLOW apud BERGAMINI, 1997)

Vale salientar que um mesmo comportamento pode relacionar-se a

necessidades diferentes, de acordo com o indivíduo, bem como um único

comportamento pode buscar atender a várias necessidades de um mesmo

indivíduo.

A motivação pode ser baseada na deficiência ou no crescimento. Esta

última forma foi percebida pelo autor ao estudar pessoas consideradas auto-

realizadas. Ele verificou que a realização de atividades que traziam crescimento

pessoal tornava essas pessoas ainda mais desejosas de tais atividades.

“É importante que se leve em consideração à existência das diferenças individuais e culturais entre as pessoas quando se fala em motivação. Esse diferencial não só pode afetar significativamente a interpretação de um desejo, mas também, o entendimento da maneira particular como as pessoas agem na busca dos seus objetivos” (BERGAMINI, 1997, p. 32)

22

Adicionalmente, Maslow reconhece que a hierarquia de

necessidades não é rígida, podendo existir exceções, como pessoas em que o

impulso à criatividade é mais importante que qualquer outro determinante

(SAMPAIO, 2003, apud VERGARA, 2004). Porém, mesmo não sendo rígida,

essa hierarquia fornece compreensões importantes para pautar a ação

gerencial. Por exemplo, tentar mobilizar funcionários que estão com fome,

oferecendo integrações sociais, pode não surtir efeito algum. Um lanche, por

exemplo, pode ser mais efetivo (VERGARA, 2004).

Esse modelo assume que os indivíduos podem agir de diferentes

formas para atender a uma mesma necessidade. Considerar a motivação

envolve considerar também as dinâmicas que ocorrem em uma equipe.

Em linhas gerais, a teoria de Maslow apresenta os seguintes

aspectos:

1. Uma necessidade satisfeita não é motivadora de

comportamento. Apenas as necessidades não satisfeitas influenciam

o comportamento, dirigindo-o para objetivos individuais;

2. O indivíduo nasce com certa bagagem de necessidades

fisiológicas, que são necessidades inatas ou hereditárias. De início,

seu comportamento é exclusivamente voltado para as necessidades,

como fome, sede, ciclo sono-atividade, sexo;

3. A partir de uma certa idade, o indivíduo ingressa em uma longa

trajetória de aprendizagem de novos padrões de necessidades.

Surgem as necessidades de segurança, voltadas para a proteção

contra o perigo, ameaças ou privação. As necessidades de

segurança, bem como as fisiológicas, constituem as necessidades

primárias do indivíduo, voltadas para sua conservação pessoal;

4. À medida que o indivíduo passa a satisfazer e a controlar suas

necessidades fisiológicas e de segurança, surgem lenta e

gradativamente às necessidades secundárias: sociais, de estima e

de auto-realização. Quando o indivíduo alcança a satisfação das

necessidades sociais, surgem as necessidades de estima e,

somente quando estas são satisfeitas surgem necessidades de auto-

23

realização. Isto significa que as necessidades de estima são

complementares às necessidades sociais, enquanto as de auto-

realização são complementares às de estima. Os níveis mais

elevados de necessidades somente surgem quando os níveis mais

baixos estão relativamente controlados e relativamente satisfeitos

pelo indivíduo. Nem todos os indivíduos conseguem chegar ao nível

das necessidades de auto-realização, ou mesmo ao nível das

necessidades de estima. É uma conquista individual;

5. As necessidades mais elevadas não somente surgem à medida

que as mais baixas vão sendo satisfeitas, mas predominam as mais

baixas de acordo com a hierarquia das necessidades traçada por

Maslow. O comportamento do indivíduo é influenciado

simultaneamente por um grande número de necessidades

concomitantes, porém as necessidades mais elevadas têm uma

ativação predominante em relação às necessidades mais baixas; e

6. As necessidades mais baixas requerem um ciclo motivacional

relativamente rápido (comer, dormir), enquanto as necessidades

mais elevadas requerem um ciclo motivacional extremamente longo.

Porém, Se alguma necessidade mais baixa deixar de ser satisfeita

durante muito tempo, ela se torna imperativa, neutralizando o efeito

das necessidades mais elevadas. A privação de uma necessidade

mais baixa faz com que as energias do indivíduo se desviem para a

luta pela sua satisfação.

2.2. Teoria da motivação-higiene de Herzberg

Herzberg (apud VROOM, 1997) realizou, a partir dos anos 60,

pesquisas em que questionava um grupo de funcionários que eventos

ocorridos no trabalho os levaram à extrema satisfação ou extrema insatisfação.

A partir dos resultados, identificou que os fatores envolvidos na produção da

satisfação no trabalho são distintos dos que levam à insatisfação. Os primeiros,

que chamou de motivadores, são fatores de crescimento e relacionam-se ao

trabalho em si, como execução da atividade, reconhecimento recebido,

24

conteúdo do trabalho, responsabilidade e desenvolvimento. Os últimos,

chamados de fatores de higiene, são externos à atividade, como política e

administração da organização, supervisão, relacionamentos interpessoais,

condições de trabalho, salário, status e segurança.

A principal implicação dessa teoria é que uma concentração nos

fatores higiênicos apenas impede a insatisfação no trabalho. Para que os

empregados fiquem satisfeitos e obtenham um maior desempenho, torna-se

necessário incorporar fatores motivadores ao trabalho. Um bebedouro

estragado e um chefe hostil podem causar insatisfação, porém, um bebedouro

funcionando e um gerente educado não provocam motivação. Propunha, para

motivar, o enriquecimento dos cargos, de forma a proporcionar mais autonomia,

senso de realização, responsabilidade e desenvolvimento aos funcionários.

(HERZBERG apud VROOM, 1997)

Herzberg considera que tanto o ambiente externo (contexto

ambiental) como o trabalho em si são fatores importantes na motivação

humana. Contudo, é comum observar que apenas o ambiente em que o

empregado trabalha e as circunstâncias externas que o envolvem têm sido

enfatizados pela grande maioria das políticas de recursos humanos das

organizações. Em suma, sobressaem mais as condições que o rodeiam e

aquilo que recebe externamente, em troca do seu trabalho do que o trabalho

propriamente dito. (HERZBERG apud VROOM, 1997)

2.2.1. Teoria de dois fatores

Conforme Herzberg (apud VROOM, 1997) dois fatores influenciam

significativamente o trabalho humano, a saber: os fatores higiênicos e os

fatores motivacionais.

a) Fatores higiênicos: referem-se às condições que rodeiam o

empregado enquanto trabalha, englobando as condições físicas e

ambientais de trabalho, o salário, os benefícios sociais, as políticas

da organização, o tipo de supervisão recebido, o clima de relações

entre a direção e os empregados, os regulamentos internos, as

oportunidades existentes etc., correspondem à perspectiva

25

ambiental. Constituem os fatores tradicionalmente utilizados pelas

organizações para se obter motivação dos empregados. Herzberg,

contudo, considera esses fatores higiênicos muito limitados em sua

capacidade de influenciar poderosamente o comportamento dos

empregados. Escolheu a expressão higiene exatamente para refletir

seu caráter preventivo e profilático e para mostrar que se destinam

simplesmente a evitar fontes de insatisfação do meio ambiente ou

ameaças potenciais ao seu equilíbrio. Quando esses fatores são

adequados, simplesmente evitam a insatisfação, uma vez que sua

influência sobre o comportamento não consegue elevar substancial

e duradouramente a satisfação. Porém, quando são inadequados,

provocam insatisfação.

b) Fatores motivadores: referem-se ao conteúdo do cargo, às

tarefas e aos deveres relacionados com o cargo em si. São os

fatores motivacionais que produzem um efeito duradouro de

satisfação e de aumento de produtividade em níveis de excelência,

isto é, acima dos níveis normais. O termo motivação, para Herzberg,

envolve sentimentos de realização, de crescimento e de

reconhecimento profissionais manifestados por meio do exercício

das tarefas e atividades que oferecem suficiente desafio e

significado para o trabalhador. Quando os fatores motivacionais são

adequados, elevam substancialmente a satisfação, já quando são

inadequados, provocam ausência de satisfação.

Os fatores higiênicos poderão evitar que o trabalhador se queixe,

mas não farão com que ele queira trabalhar mais ou com maior eficiência. Se

forem oferecidos ainda mais fatores higiênicos – em forma de prêmios ou

pagamentos de incentivos monetários -, os efeitos serão temporários. Herzberg

salienta que os investimentos feitos em fatores higiênicos atingem rapidamente

o ponto de diminuição de retorno e não representam, portanto, uma sólida

estratégia de motivação.

26

Em essência, a teoria dos dois fatores sobre a satisfação no cargo

afirma que:

1. A satisfação no cargo é função do conteúdo ou atividades

desafiadoras e estimulantes do cargo: são os chamados fatores

motivadores;

2. A insatisfação no cargo é função do ambiente, da supervisão,

dos colegas e do contexto geral do cargo: são os chamados fatores

higiênicos.

Segundo Herzberg (apud VROOM, 1997) os fatores responsáveis

pela satisfação profissional são totalmente desligados e distintos dos fatores

responsáveis pela insatisfação profissional: o oposto de satisfação profissional

não seria a insatisfação, mas sim, nenhuma satisfação profissional, e, da

mesma maneira, o oposto de insatisfação profissional seria nenhuma

insatisfação profissional e não a satisfação, conforme exposto na Figura 2.

Figura 2

Teoria dos dois fatores. Fonte: Chiavenato (2007, p. 117)

2.3. Relação entre as teorias de Herzberg e de Maslow

Para Herzberg (apud VROOM, 1997), os fatores que levam à

satisfação no trabalho são diferentes dos que levam ao descontentamento no

trabalho. Oposto a satisfação no trabalho não é descontentamento, mas

ausência de satisfação, assim como o oposto de descontentamento no trabalho

não é satisfação, mas ausência de descontentamento.

Fatores motivacionais Nenhuma Satisfação

Satisfação

Fatores higiênicos Insatisfação Nenhuma Insatisfação (neutralidade)

27

As necessidades que levam ao descontentamento têm a sua origem

na natureza animal do homem: a fome, a segurança. Na empresa, estas

necessidades exprimem-se por reivindicações ao nível: dos salários, do

ambiente do trabalho, do tipo de vigilância, da segurança no trabalho.

Por sua vez necessidades que conduzem à satisfação têm a sua

origem no caráter particular da natureza humana, a faculdade de se realizar e,

através destas realizações, de experimentar um desenvolvimento psicológico.

Na empresa, estas necessidades exprimem-se por reivindicações ao nível: da

natureza do próprio trabalho, das responsabilidades confiadas ao pessoal, das

possibilidades de promoção e de progressão na natureza das atividades.

“A motivação é considerada agora como um aspecto intrínseco às pessoas, ninguém pode, por isso mesmo, motivar ninguém, sendo que a motivação específica para o trabalho depende do sentido que se dá a ele”. ((BERGAMINI, 1997, p. 24)

A teoria das necessidades do individuo no trabalho constitui uma

simplificação da hierarquia das necessidades de Maslow. Para o estudioso,

tratava-se, sobretudo de mostrar as dificuldades que cada indivíduo tem de

enfrentar antes de poder, primeiro, exprimir e, em seguida, satisfazer o

conjunto das suas necessidades. Herzberg não hesita em opor os dois

extremos desta escala, para desta oposição colher:

• Um método de investigação que permitisse provar o caráter

científico da sua teoria;

• Um método de organização do trabalho.

Comparando as duas abordagens teóricas, pode-se dizer que na

ótica da teoria de Herzberg somente os sistemas de necessidades referentes

aos níveis de auto-realização e ego-status, da hierarquia de Maslow, são fontes

motivadoras de trabalho. Os demais sistemas – embora o de associação, em

alguns casos, possa funcionar como motivador, como no referente às relações

superior/subordinado – foram identificados como de insatisfação potencial.

Enquanto os fatores motivadores foram reconhecidos, por Herzberg, como

geradores de comportamentos orientados para o trabalho, os fatores de higiene

(associação, segurança e básicos) foram identificados como geradores de

comportamentos dirigidos a assuntos sem uma relação direta com o próprio

28

trabalho. Abaixo, na Figura 3, temos a comparação dos modelos de motivação

de Maslow e Herzberg (CHIAVENATO, 2007).

Figura 3.

Comparação dos modelos de motivação de Maslow e Herzberg. Fonte: Chiavenato (2007, p. 115)

Não é o objetivo aqui se posicionar no debate de que teoria é melhor

nos dias de hoje. Trata-se de uma mola propulsora nos impulsionando, a todo

instante, a buscar novos desafios, novas conquistas, ou até mesmo, novas

mudanças, somente aplicando na organização identificaremos a que melhor se

adequará.

Como vimos à motivação é um fator condicionante para que a

organização gere e agregue valor, entretanto percebemos também que o

processo motivacional é extremamente complexo, depende de variáveis

externas e intrínsecas, que são mutáveis de indivíduo para indivíduo, como

pode então a organização, na vida prática, identificar que quais fatores

precisam ser melhorados ou desenvolvidos para que seus empregados

possam atingir os níveis mais altos de satisfação e motivação.

Fisiológicas

Segurança

Sociais

Estima

Auto-realização

Motivacionais

Higiênicos

- O trabalho em si - Responsabilidade - Progresso - Crescimento

- Reconhecimento - Status

- Relações interpessoais - Estilo de supervisão - Colegas e subordinados

- Supervisão técnica - Políticas da organização - Segurança no emprego

- Salário - Condições Físicas de trabalho - Benefícios sociais

Hierarquia de necessidades (Maslow) Fatores de higiene – motivação

(Herzberg)

29

CAPÍTULO III

MOTIVAÇÃO

O ambiente de trabalho cresceu em importância, em todo o mundo

empresarial. A preocupação com o bem estar das pessoas nos ambientes das

organizações se justifica, na medida que a ausência total ou parcial de

satisfação leva o indivíduo a trabalhar sem motivação, e conseqüentemente,

essas pessoas não estarão comprometidas com os resultados da empresa,

fazendo o que são obrigadas, sem criatividade e iniciativa.

Dentre os fatores de mediação entre motivação e desempenho no

trabalho destacam: o significado que o trabalho realizado possui para quem o

realiza, o sistema de recompensas e punições vigentes nas organizações, o

estilo gerencial e a qualidade do ambiente psicossocial do trabalho, e a

convergência entre os valores pessoais e organizacionais.

O desafio reside na necessidade de compreender a dinâmica dos

processos internos que movem as pessoas, por meio da adoção de práticas

que corroborem o sentido de pertença, a satisfação das pessoas e

conseqüentemente, o sucesso e o fortalecimento da imagem da organização.

“Se, no início deste século, o desafio era descobrir aquilo que se deveria fazer para motivar as pessoas, mais recentemente tal preocupação muda de sentido. Passa-se a perceber que cada um já trás, de alguma forma, dentro de si, suas próprias motivações. Aquilo que mais interessa, então, é encontrar e adotar recursos organizacionais capazes de não sufocar as forças motivacionais. Descobre-se, finalmente, que o ser humano não se submete passivamente ao desempenho de atividades que lhe sejam impostas e que, por conseguinte, não tenham para ele nenhum significado” (BERGAMINI, 1997, p.23).

O presente capítulo tem, portanto, a intenção de contribuir com

levantamentos a respeito da importância da motivação, no cumprimento das

metas necessárias ao alcance dos objetivos da instituição.

Segundo Coda (1997), motivação é uma energia direta ou intrínseca,

ligada ao significado e à natureza do próprio trabalho realizado.

30

3.1. Como envolver o funcionário

Ainda dentro deste raciocino, de acordo com Coda (1997), a

motivação humana para o trabalho é um grande desafio dentro do mundo

empresarial. A prática dista da teoria, abundante em conteúdos.

E, num esforço desesperado para obter a tão sonhada motivação,

complementa Coda (1997), busca-se desesperadamente por uma receita, uma

fórmula que mantenha os empregados de uma instituição motivados.

E, então é lançada a pergunta, por Coda (1997), para análise e

reflexão na busca por respostas urgentes:

“Como envolver verdadeiramente os empregados para que se tornem colaboradores e parceiros nos novos desafios? Em última análise, como pedir motivação e identificação com o projeto organizacional sem garantir um mínimo de satisfação ou sequer se interessar por qual tipo de satisfação os empregados estariam experimentando na organização?” (CODA, 1997, p. 97)

Coda (1997), registra que quando examinadas as principais

recomendações de pessoas entendidas no assunto “motivação”, para melhoria

dos níveis de satisfação dos empregados são relacionados os seguintes itens:

prover de informações os funcionários, para alcance da produtividade; valorizar

o feedback; permitir a participação dos funcionários nas decisões que os

afetam; facilitar a comunicação; saber dos funcionários aquilo que os motiva;

reconhecer; valorizar chefias acessíveis; dar oportunidades para que os

funcionários façam o que apreciam e ficar atento às necessidades dos

funcionários.

Tais níveis de satisfação no ambiente de trabalho, ainda segundo

Coda (1997), são tão baixos, que influem diretamente na motivação dos

funcionários, levando a crer-se que muitas vezes os fatores externos são mais

valorizados que o próprio corpo de empregados.

Alguém que se engaja em uma determinada atividade que faça

sentido para si mesmo espera ser recompensada no sentido de fazer jus a

tarefa desenvolvida, através de reconhecimento ou mesmo da própria

autonomia motivacional.

31

“Quando será efetivamente dada importância aos empregados enquanto clientes internos da organização? E que melhor maneira de comprovar isto do que demonstrando uma real preocupação com os níveis de satisfação experimentados por esses empregados? Quais seriam suas percepções sobre o que vai bem e o que não vai tão bem assim no ambiente de trabalho? Quais seriam seus verdadeiros sentimentos sobre diferentes temas de vida organizacional, inclusive traços associados à própria cultura da empresa?” (CODA, 1997, p. 99)

Por que avaliar e identificar o nível de satisfação de um empregado

é importante numa organização? Porque o nível de satisfação no trabalho

influencia o processo motivacional e que, por sua vez, altera o resultado do

desempenho funcional. A satisfação atua na direção, intensidade e

persistência, componentes da motivação.

O desempenho no trabalho implica na existência de habilidade e

motivação para realizar determinada atividade em um contexto específico. A

habilidade é desenvolvida através de experiência e qualificação do trabalhador,

que pode ser percebida como uma responsabilidade da organização ou não. A

motivação é uma característica individual e subjetiva, cujo desenvolvimento se

dá a partir do empregado, também é desenvolvida a partir de questões

ambientais. Cabe, então, aos gestores de recursos humanos agirem no sentido

de criar um ambiente propicio à aprendizagem e desenvolvimento de

habilidades, bem como de estimular a motivação dos trabalhadores através da

intervenção no ambiente.

É fundamental que o gestor se preocupe em identificar o nível de

satisfação dos trabalhadores em relação às atividades de trabalho e ao

desempenho.

A capacidade de liderança dos supervisores torna-se uma

característica positiva, que atua na motivação de seus colaboradores, trazendo

bons resultados para a organização. Eles executam, na prática, os desejos e

os anseios da alta administração. Para entender a motivação humana,

primeiramente, temos que entender o comportamento humano. A variabilidade

humana é enorme; cada pessoa tem sua própria personalidade,

individualidade, conhecimentos e habilidades, possuindo aspirações próprias e

capacidade única de motivar-se.

32

Embora a motivação seja encarada como algo simples, trata-se de

questão complexa, por envolver muitas variáveis e comportamentos, que

lideres e gerentes precisam conhecer e lidar.

Corroborando com esta questão, Resende (2004), questiona o fato

dos gestores falarem tanto no assunto, sem que se crie, como deveria se

esperar, condições para que os entusiasmos e interesses por parte das

pessoas que trabalham naquele ambiente, se efetivem.

Resende (2004), lembra que, embora a motivação seja encarada

como algo simples, trata-se de questão complexa, por envolver muitas

variáveis e comportamentos, que lideres e gerentes precisam conhecer e lidar.

3.2. A influência dos gerentes e líderes

Esteves (1985), inclusive, coloca que dentre as funções do

administrador, quando cita o planejamento, organização, motivação e controle,

aquela que depende exclusivamente do gerente, é a motivação, cada vez mais

difícil de surgir, devido a complexidade da sociedade que está surgindo com os

novos tempos, cada vez mais atarefadas.

Daí o importante papel dos gerentes e lideres, quanto se envolvem

na função de gerir pessoas. Estes precisam ser competentes para lidar com a

qualidade da liderança, o tratamento justo, a criação de oportunidade de

crescimento...

Segundo Hunter (2004) liderança é o processo de influenciar o

comportamento e a mentalidade de outras pessoas, com a finalidade de

conduzir as ações. Portanto, liderança é a habilidade de influenciar pessoas

para trabalharem estusiasticamente, visando atingir aos objetivos identificados

como sendo para o bem comum.

“O líder é geralmente identificado por seu carisma, que se traduz por peculiaridades marcantes, por um traço vitorioso, exuberante, afirmativo, suave e doce ou severo e agressivo. É alguém que abraça uma visão e corajosamente vai á busca dessa visão de modo que ela ressoe na alma das pessoas. A capacidade de se relacionar bem, de ser ouvido quando necessário e de estar bem consigo mesmo é o direito que corresponde o paradoxo vital do líder que possui equilíbrio emocional”. (ZANELLI, ANDRADE, BASTOS, 2004, p. 165)

33

O modo como os líderes de uma organização compreendem o que

venha a ser motivação no trabalho e as suas suposições acerca do conceito,

influenciarão decisivamente as ações necessárias sobre a construção de

políticas e programas direcionados a incentivos, recompensas e outros

assuntos relacionados à motivação da força de trabalho.

As tendências atuais convergem para a compreensão de que o grau

de compartilhamento de poder visto como adequado na relação entre líderes e

seguidores se encontra vinculado aos atributos da tarefa, às características do

grupo de trabalho e aos demais aspectos ambientais e históricos que conferem

sentido à realidade social dos envolvidos no processo de trabalho.

Recorrendo a Chiavenato (1994), o poder que um gerente tem de

influenciar e alterar o clima organizacional é muito grande. Se não é possível

fazê-lo nas questões mais ligadas às estruturas e cultura da empresa, é

possível fazê-lo num espaço limitado: no seu departamento ou equipe de

trabalho.

Um clima organizacional sustentado na satisfação das pessoas

envolvidas e que se preocupa em oferecer condições que motivem seus

colaboradores, consegue o comprometimento de todos, tornando os objetivos

organizacionais comuns aos seus membros que se tornam também co-

responsáveis dos sucessos e fracassos experimentados, a partir de uma

missão igualmente compartilhada.

Um fator importante, para que haja um clima motivacional agradável,

é o tipo de liderança. A liderança democrática é hoje, mais do que nunca, um

fator condicionante para que as pessoas se sintam motivadas, pois, em nossa

realidade atual, não há mais lugar para o chefe controlador, evidentemente,

desde que as pessoas trabalhem em suas condições desejadas. As pessoas

intrinsecamente motivadas são capazes de se auto-dirigir. Este tipo de pessoa

se auto-lidera sem necessidade de que algo do meio externo a dirija. Em outras

palavras, as pessoas motivadas dispensam formas de controle externas.

As condições ambientais podem afetar o trabalho de diversas

formas. Ela pode ter influência positiva ou negativa para a motivação e,

conseqüentemente, para o grau de satisfação do empregado. O ambiente de

34

trabalho poderá ser estruturado para facilitar o desempenho e diminuir as

limitações, através de: sistemas de incentivos; políticas de recursos humanos

mais favoráveis ao desenvolvimento dos empregados e projetos tecnológicos

mais ergonômicos.

As condições do ambiente nem sempre são favoráveis, as limitações

organizacionais interferem ou impedem o bom desempenho do trabalho, assim

como as características pessoais.

As limitações organizacionais podem surgir de aspectos

relacionados ao ambiente físico, as práticas dos supervisores e gerentes, a

falta de programas de treinamento e qualificação profissional, as condições das

ferramentas e equipamentos de trabalho ou até mesmo ao tempo para

executar as atividades.

As situações de limitação podem prejudicar o desempenho dos

empregados que pode levar a insatisfação com o trabalho e a frustração de

expectativas ocasionando, muitas vezes o abandono do emprego ou doenças

inexplicáveis. Mas nesse mesmo ambiente organizacional com limitações,

também podemos encontrar comportamentos de cidadania organizacional que

veremos na próxima seção.

Conviver ou liderar pessoas motivadas requer habilidades especiais

e grande sensibilidade interpessoal, uma vez que a motivação não nasce de

fatores que estejam no meio ambiente, mas das necessidades que variam de

pessoa para pessoa a todo instante.

Chiavenato (1994), alerta para o fator humano na construção desse

ambiente que leva à motivação, quando registra que são muitos os aspectos

numa empresa, que levam à formação de uma melhor atmosfera no local de

trabalho: desde as condições econômicas e estruturais da empresa, até os

aspectos mais ligados ao fator humano. São estes fatores que, colaborando

com o clima, levam à eficiência e eficácia, necessárias ao resultado esperado

pela empresa, porque influenciam a motivação.

Chiavenato (1994) resume de forma simples a questão, quando

esquematiza que os fatores citados acima constituem o ambiente da empresa,

35

que reflete em motivação, satisfação e produtividade, que conduzem aos

resultados.

Logo, reforça Chiavenato (1994), se as influências desses aspectos

forem salutares, maiores serão as doses, nos indivíduos, de motivação,

satisfação e produtividade. Maiores serão os resultados para a organização.

Todos ganham, indivíduos e empresa. Mas, ao contrario disso tudo, caso a

satisfação não se dê, reflete-se um clima ruim, pouca motivação e todos

perdem.

Se a construção do clima muito depende da organização, em suas

estruturas, situação financeira e cultura, outra boa parcela, não menos

importante, depende exclusivamente do humano. Entra aí a figura do humano:

o gerente, que pode atuar de forma dinâmica através do estilo de liderança, na

busca dos caminhos que levam à motivação.

Não é através de métodos padronizados que vamos despertar o

interesse das pessoas pelo trabalho, e, sim, respeitando a individualidade que

habita em cada ser. A motivação está ligada à necessidade do indivíduo de

realizar “coisas”.

Para Bergamini (1997, p. 89), os impulsos são considerados como

representantes daquelas formas de comportamento por meio dos quais os

seres vivos procuram restabelecer o equilíbrio. Trata-se, portanto, de um

conceito fundamental na psicologia da motivação, pois o grande alvo de estudo

diz respeito ao processo interno que fornece energia ao comportamento.

No próximo capítulo abordaremos a motivação através dos estudos

da hierarquia de necessidades como base para a motivação e a identificação

dos fatores motivacionais visando à diferença entre satisfação X insatisfação.

No próximo capítulo abordaremos a motivação com foco no

indivíduo com base nas suas qualidades, complexidades, valorização e o

indivíduo além do ambiente de trabalho.

36

CAPÍTULO IV

COM FOCO NO INDIVÍDUO

As instituições querem empregados motivados, mas não sabem

como motivá-los. Nem sempre a ação organizacional corresponde ao discurso

ou à intenção, porque ainda não se sabe distinguir entre o que é causa e o que

é efeito no comportamento motivado.

“A motivação no trabalho deve ser alcançada e mantida para o bom funcionamento da organização e a satisfação dos colaboradores, fazendo com que todos realizem suas funções propiciando melhor rendimento das tarefas exigidas. No ambiente organizacional é de fundamental importância que todos se respeitem, no sentido liberal da palavra, fazendo com que o trabalho flua de uma maneira agradável e que todos possam sentir-se motivados e desempenhar cada vez melhor suas tarefas em seus trabalhos”. (CHIAVENATO, 2007, p. 172)

Por outro lado, as diferenças individuais entre as pessoas dificultam

enormemente a definição de parâmetros universais que as empresas podem

utilizar para motivar as pessoas em igualdade de condições. O que é bom para

uma pessoa pode não ser para outra. O que interessa a uma pessoa em

determinada época pode não interessar depois de algum tempo. Há sempre

um componente subjetivo na motivação que provoca uma enorme complicação.

Presente em todas as organizações e vivenciando as diversas

situações que se apresentam numa organização, encontro o indivíduo, aqui

representado como o cliente interno, colaborador e participante na obtenção

dos resultados da instituição.

E é levando em conta esta premissa, que me debrucei sobre a visão

de alguns autores, a fim de observar de que forma o indivíduo deve ser

considerado, pelos gerentes, líderes e organizações que buscam a motivação

dos seus funcionários, para o alcance da produtividade e das metas da

empresa.

Robbins (2004) afirma que a eficácia de uma organização está

intimamente ligada à qualidade de sua força de trabalho. Daí registra:

37

“Se a empresa contrata pessoas cujas habilidades são inadequadas, o desempenho não será bom, independentemente dos esforços da administração em proporcionar motivação e liderança, criar grupos eficazes ou projetar atividades desafiadoras”. (ROBBINS, 2004, p. 225)

4.1. Qualidade dos indivíduos

Há muito que valorizar a qualidade daqueles que contribuirão para o

alcance das estratégias de empresa, como salienta Robbins (2004), quando

cita a importância de bons profissionais no ambiente profissional em qualquer

ramo, lembrando que sua escolha, treinamento e avaliação são fundamentais

neste processo.

Sobre as escolhas, seleção de funcionários, Robbins (2004) ressalta

que as práticas de seleção de uma organização determinam quem é

contratado. Quando elaboradas corretamente, elas podem identificar

candidatos competentes e ajustá-los de maneira mais apropriada às suas

atribuições e à organização. A utilização de instrumentos de seleção

adequados aumenta a probabilidade de que a escolha recaia sobre a pessoa

certa para preencher uma vaga.

Mas a realidade nos mostra, em Robbins (2004), que algumas

organizações não conseguem os benefícios obtidos com a adequação entre

indivíduos e trabalho, por falta de implantação de sistemas de seleção de

pessoal. A conseqüência disso é a possibilidade do desempenho do candidato

escolhido não corresponder às expectativas e exigências do cargo para o qual

foi destinado.

A contratação de pessoas despreparadas ou que não se ajustam à

organização, traz conseqüências muito sérias, afinal, estas se sentirão

insatisfeitas com o trabalho, desmotivadas, não contribuindo para o bom clima

do ambiente. Nestes casos, mais do que nunca, a empresa deve se valer de

treinamento, para melhoria e aperfeiçoamento das habilidades destes

indivíduos.

Para Robbins (2004) os programas de treinamento agem

diretamente sobre a motivação do funcionário, pois promove as aptidões

38

necessárias à execução das tarefas, aumentando o potencial de desempenho

de alto nível.

Por último, Robbins (2004) toca na questão da avaliação de

desempenho, cuja análise leva a decisões relativas às recompensas. Numa

política de recursos humanos em que não se efetive de forma criteriosa tais

avaliações, os funcionários poderão receber recompensas que estejam aquém

ou além de seu merecimento, causando a redução do esforço, o aumento do

desânimo e, nos casos mais urgentes, a procura por outro emprego.

Matos (1998) registra, por exemplo, alguns dos motivos mais

significativos que levam à migração de empregados, através de desligamentos

espontâneos. Entre eles: a desvalorização profissional, ambiente desmotivador

à criatividade, estilos autocráticos de gerência, ausência de políticas de

valorização humana, injustiças salariais, frustrações por falta de políticas

consistentes de avaliação de desempenho e promoção, além da falta de um

programa sistêmico de desenvolvimento profissional e gerencial.

Todos estes aspectos, para Matos (1998), nada mais são do que o

espelho dos sentimentos de insatisfação do funcionário com a cultura, o clima e

a atitude gerencial predominante na empresa. Surge, então, a necessidade

premente de resposta da área gerencial, que deve decifrar tudo isso como

indicativo de ação a ser tomada, voltada para a criação de um programa de

reeducação empresarial.

4.2. Valorização do indivíduo

E toda esta preocupação com o individuo é fundamentada por

Santos (1999), quando ressalta, inclusive, a importância de se criar uma forma

de gerenciar e um ambiente de trabalho interessante, tendo por prioridade a

valorização dos recursos humanos, para se buscar a eficácia da empresa, tão

sonhada pela administração.

Mardegan (1995), inclusive, lembra que é o homem que deseja

reformular e ampliar os seus papéis na sociedade. De onde se conclui que é o

capital humano que busca se adaptar e dar uma dimensão mais intensa ao seu

trabalho. As exigências do mercado, cada vez maior, solicitam funcionários

39

engajados no processo como um todo. Por isso o autor afirma que “a

habilidade das empresas em conseguir que as tarefas sejam executadas com

eficácia, baixo custo e qualidade, depende muito mais da conquista do coração

de seus colaboradores do que de suas mentes”.

Araújo (2003) reforça, inclusive, que a organização que quer vender

mais e melhor, precisa compreender a natureza humana de cada indivíduo.

Para obter o melhor de um funcionário, há que se descobrir o que realmente o

motiva.

Para o autor, fatores como respeito, ética, empatia e participação,

são itens desejados pelos indivíduos. Araújo (2003) afirma que “respeito e

transparência vale mais do que salário”.

4.3. O indivíduo além do trabalho

Ainda dentro dessa percepção global, Davis (1992) lembra que

satisfação no trabalho é o mesmo que satisfação com a vida. Não estar

satisfeito com outras partes de sua vida, leva a dificuldade na construção dessa

satisfação no ambiente de trabalho. Daí é devido o alerta que é necessário o

indivíduo ser observado não só como funcionário, mas como alguém que tem

uma vida lá fora.

Corrobora com essa opinião Mardegan (1995), ressaltando que as

mudanças são inevitáveis, para a formação deste novo executivo, que anseia

por outros aspectos que lhe tragam satisfação no trabalho e na vida, citando

como exemplo “o conhecimento, o aprendizado, a adequação de valores e o

respeito à sua individualidade, além de uma maior dimensão e significado de

vida”.

Continuando, Mardegan (1995) reconhece que algumas empresas já

adotam a política de flexibilidade em determinados procedimentos, a fim de

proporcionar maior adaptação deste novo homem no ambiente profissional,

familiar, educacional etc.

Para Mardegan (1995), empresas inteligentes serão aquelas que se

conduzirão por um caminho que seja paralelo ao do indivíduo nesta difícil

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viagem, onde o diferencial humano, cada vez mais, será responsável pelas

decisões empresariais. Diz, ainda, o autor:

“A empresa pode (e deve) ser o pólo integrador desse indivíduo, por meio da identificação e do desenvolvimento de suas habilidades inatas e, a partir daí, procurar a adequação destas como o trabalho a ser executado. Esta é a base para que o indivíduo veja o seu trabalho sob uma ótica muito mais abrangente e superior do que a simples recompensa financeira do final do mês”. (MARDEGAN, 1995, p. 115)

Existem muitos empresários que desejam que seus funcionários

sejam motivados e, portanto, produzam mais e tragam mais lucro para a

organização. O problema é que muitos líderes de pessoas, ou mesmo os

donos das organizações, tratam isso como um ato que somente parte de um

lado. Para o funcionário motivar-se, é obrigatório que a organização em que ele

trabalha o faça se sentir motivado.

Se um funcionário tem ambições financeiras, a organização deve lhe

proporcionar um plano de crescimento. Caso não o tenha, ou não tenha algo

que ele deseje, ele deve entender que esta não será a organização em que

esse funcionário trabalhará por um longo período. Entretanto, se ele não viver o

presente em uma pequena organização, dedicando-se a ela, não será em outra

que ele terá essa oportunidade.

Existe também o caso do colaborador que não tem perspectivas

extraordinárias, porque prefere uma vida simples e se matar por algo que não

vislumbra, preocupa-se mais com a felicidade no presente ou como criar os

filhos. Seja esse uma secretaria, faxineira ou pessoa menos “importante” nas

decisões estratégicas, ela faz parte da organização e deve sempre ser tratada

também como alicerce. Ele sabendo disso, se motivará a exercer o papel

também importante com amor e dedicação.

Para isso, é necessário que a organização cuide de seus

funcionários. Um ambiente de trabalho divertido e que traz oportunidades para

o profissional crescer é importante. Um chefe que saiba escutar as opiniões

dos funcionários de cargos hierarquicamente inferiores com atenção, mas

também saber dar limites. O funcionário tem de se satisfazer com o que

exerce. Se não ocorrer isso, a organização sempre será um paga-contas ou um

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trampolim para outro emprego, seja no sentido de ser promissor ou no sentido

da realização profissional.

Principais motivos humanos, classificados pelos objetivos gerais de

sobrevivência e estimulação, com o intuito de descobrir por que o homem

trabalha:

MOTIVOS HUMANOS

EM RELAÇÃO

SOBREVIVÊNCIA E SEGURANÇA

(MOTIVOS DE DEFICIÊNCIA)

SATISFAÇÃO E ESTIMULAÇÃO

(MOTIVOS DE EXCESSO)

AO SEU CORPO Evitar a fome, a sede, ao excesso

de calor e de frio, a fadiga, os

músculos supertensos, as doenças

e outros estados desagradáveis ao

seu próprio corpo.

Obter experiências sensoriais que

possam ser agradáveis, tais

como: gostos, cheiros, sons,

prazer sexual, etc.; sensações

físicas, tais como: exercício dos

músculos rítmicos do corpo.

AO AMBIENTE EM QUE

VIVE

Evitar situações perigosos,

chocantes e desagradáveis; ir em

busca de objetos necessários para

a sua segurança e a sua

sobrevivência; manter um

Obter posses agradáveis;

construir e inventar objetos;

compreender o ambiente;

resolver problemas; jogar; buscar

novidades e mudanças

ambientais; etc.

A OUTRAS PESSOAS Evitar conflitos e hostilidade

interpessoal; manter participação

prestígio, status nos grupos; ter

poder e domínio sobre os outros;

etc.

Conseguir amor, identificação

positiva com as pessoas e os

grupos; ter prazer na companhia

de outras pessoas; auxiliar e

compreender os outros; ser.

AO SEU PRÓPRIO EU Evitar sentimentos de inferioridade

e fracasso na comparação com

outros ou com o próprio EU; evitar

perda de identidade; evitar

sentimentos de vergonha, guia,

medo, angústia.

Obter sentimentos de auto-

respeito e auto-confiança;

exprimir-se; ter sentido de

realização; sentir-se desafiador;

estabelecer valores morais;

descobrir o lugar significativo.

Fonte: Adpatado de Robbins, 2002.

O que todas as teorias provam e que ao favorecer a realização

pessoal, demonstrando reconhecimento pelo valor profissional, oferecendo

oportunidade de promoção, atribuindo responsabilidade a cada um, tornando

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mais agradável o próprio trabalho e possibilitando o crescimento do ser

humano, as organizações podem atingir maiores níveis motivacionais aos seus

funcionários.

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CONCLUSÃO

A sobrevivência de uma organização depende muito da sua

capacidade de adaptação às mudanças do ambiente em que atua. Mudanças

que se refletem não só no ambiente externo, mas também no interno. É

importante, portanto, que as empresas elaborem práticas capazes de captar e

avaliar essas tendências em tempo hábil, como o estudo da motivação, que se

apresenta como uma das variáveis que influenciam este ambiente. O

acompanhamento da motivação deve perseguir a busca e manutenção da

satisfação das pessoas em relação à empresa na qual trabalham.

Esteves (1985) ressalta a importância da motivação, alegando que

esta otimiza os resultados de uma organização a curto prazo. Segundo o autor

“motivação significa mais eficiência, não simplesmente uma mudança de

atitude ou sentimentos. Quando uma pessoa se sente motivada, isto se refletirá

diretamente no resultado final do que está fazendo”.

O presente trabalho também procurou demonstrar o perfil do líder,

que tem fundamental importância para o alcance dos objetivos traçados em

uma instituição.

Ao se debruçar no estudo da figura do líder, descobre-se o suceder

de quesitos e situações que devem estar presentes no seu dia-a-dia, para a

obtenção de êxito em sua tarefa.

Porque liderar implica na busca constante de melhoria do ambiente

e das condições que dão satisfação às pessoas e as mantêm motivadas, ficou

clara a responsabilidade da figura do líder, diante desse contexto.

Percebe-se nas atividades do líder, novos conceitos são

implementados, demonstrando, assim, a evolução porque passa o sistema das

organizações, na sua busca incansável por atingir seus propósitos.

Na sua ânsia por elaborar etapas, traçar ações, implementar

projetos, conduzir equipes... o líder não pode mais ter uma visão micro,

diminuta do ambiente em que vive, nem do indivíduo ao qual lidera.

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Este gerente precisa conhecer seus subordinados. Quem são

aqueles que contribuirão para a execução dos planos? Quais suas vivências e

experiências?

Tornam-se essenciais no exercício da liderança, componentes como

o respeito pelo próximo, a sensibilidade, o bom senso, a confiança, a

honestidade, a habilidade para ouvir, aprender e promover o desenvolvimento

de todos da equipe.

É necessária ao líder a visão de equipe como um todo. Onde o

conjunto, a soma... tornam-se mais importantes do que uma habilidade

individual. Essa visão maior abre as portas para os ideais de integração,

sinergia, interdependência e crescimento pessoal e profissional. A participação

é valorizada.

O líder não pode esquecer que agir democraticamente, permitindo e

instigando a participação das pessoas nos propósitos da instituição, significa

repartir para multiplicar, dividindo com as pessoas as responsabilidades e

êxitos.

Por isso a necessidade da percepção aguçada, na consideração dos

comportamentos e atitudes que devem ser estimuladas no grupo para exercício

das atividades com maior qualidade.

Um líder que planeja de forma integrada está sempre se preparando

com a eficiência, como também incentiva os subordinados a trabalharem de

forma conjunta, procurando sempre ajustar o planejamento de suas ações à

realidade dentro do contexto.

A visão do grupo que o cerca, considerando cada indivíduo como um

ser completo, integral, propicia ao planejador maior segurança na análise e

escolha dos caminhos a serem trilhados para o sucesso das estratégias

organizacionais.

De maneira alguma se pretende afirmar que liderar é procedimento

fácil. O que se pretende é lembrar da importância das atitudes no ato do bem

liderar. Técnicas de liderança, manuais, teorias... são importantes, mas

também a simplicidade, a confiança e respeito aos colaboradores, além de

uma concepção humanista do indivíduo.

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E para provar que o líder não está só neste propósito, há que se

considerar a importância daqueles que integram os recursos humanos,

assumindo papel vital na empresa: o indivíduo.

É ainda Esteves (1985) que caracteriza os homens como seres

semelhantes, uma vez que partilham da vivência humana, mas “são originais

na maneira específica porque e como solucionam seu problema humano. A

diversidade infinita de personalidade é em si mesmo característica da

existência humana”.

Um clima organizacional sustentado na satisfação das pessoas

envolvidas e que se preocupa em oferecer condições que motivem seus

colaboradores, consegue o comprometimento de todos, tornando os objetivos

organizacionais comuns aos seus membros que se tornam também co-

responsáveis dos sucessos e fracassos experimentados, a partir de uma

missão igualmente compartilhada.

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

FACULDADE INTEGRADA AVM

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

Título da Monografia

CLIMA ORGANIZACIONAL: COMO LIDERAR E

MOTIVAR UM GRUPO?

Avaliação:

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Data da Entrega: 04 de Agosto de 2012.

Avaliado por Prof. Mário Luiz Trindade Rocha Grau: __________

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Coordenação do Curso