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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA INTERVENÇÃO DA SUPERVISÃO NA INDISCIPLINA ESCOLAR Por: Nancy de Oliveira Amado Machado Marins Orientador Profª. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

INTERVENÇÃO DA SUPERVISÃO NA INDISCIPLINA ESCOLAR

Por: Nancy de Oliveira Amado Machado Marins

Orientador

Profª. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

INTERVENÇÃO DA SUPERVISÃO NA INDISCIPLINA ESCOLAR

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em ADMINISTRAÇÃO E

SUPERVISÃO ESCOLAR.

Por: Nancy de Oliveira Amado Machado Marins.

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AGRADECIMENTOS

À professora Mery Sue pelo

acolhimento, sabedoria e dedicação

durante todo o processo.

À professora Geni Lima, por sua

extrema dedicação e pelas leituras

indicadas e por todas as conversas

enriquecedoras que tivemos ao longo

deste curso.

Ao professor Lindomar da Silva, por

toda a sua dedicação, carisma e

devoção à sua profissão.

Aos professores Nilson Guedes, Mario

Manhães, Maria Esther, Sheila Rocha e

Vilson Sergio que com suas disciplinas

muito contribuíram para minha

aquisição de conhecimento.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho, em especial ao meu

marido Reginaldo pelo apoio constante

sempre me incentivando nas horas difíceis,

a minha mãe Leda, pelo amor

incondicional, a minha cunhada Valéria

quem me impulsionou nesta profissão, a

minha filha Roberta, aos meus irmãos e

aos amigos que sempre estiveram

presentes em minha vida me ajudando de

alguma forma.

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RESUMO

Este trabalho foi desenvolvido visando contribuir com todos os

professores, coordenadores e pedagogos como supervisor na escola para

verificar quais as função de cada um dentro da instituição escolar.

Menciono rupturas importantes que marcaram momentos de

transformação em nossa educação desde a educação jesuítica até os dias de

Hoje.

É mostrado um minusioso estudo sobre o fenômeno da Indisciplina

Escolar, o que vem sendo constante objeto de estudo. È mencionado a

importância e o conceito de família que vem mudando a cada época de nossa

história trazendo com isto mudanças de comportamento das crianças e jovens

passando para escola a responsabilidade se formar cidadãos. Falo sobre os

possíveis motivos da falta de autoridade das familias atuais sobre seus filhos.

O comportamento e o pensamentos de professores com diferentes

perfis, também foi bem pesquisado, o que dificulta/promove uma ação

supervisora eficaz.

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METODOLOGIA

A metodologia usada para esclarecer o problema proposto deste

trabalho foi desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica de autores de

renome que se dedicaram ao temas A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO

BRASIL, FAMÍLIA E ESCOLA e AÇÃO SUPERVISORA focando principalmente

o fenômeno INSDISCIPLINA ESCOLAR. Utilizei livros, jornais, revistas e

palestras de autores como Naura Syria, Paulo Freire, Tânia, Demerval, Celso

dos Santos, Joe, José Luiz de Paiva, Alvori, Ingrid, Maria Teresa, Antônia da

Silva, Francisco e outros autores de suma importância para o objeto da

pesquisa.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A História da Educação no Brasil 10

CAPÍTULO II - A Família e a Escola 19

CAPÍTULO III – A Ação Supervisora 30

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 40

ÍNDICE 42

FOLHA DE AVALIAÇÃO 44

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INTRODUÇÃO

O tema abordado neste trabalho monográfico não foi escolhido por um

acaso. Depois de muitas vivências em sala de aula, assistindo a todos os

modos de indisciplina, agora me proponho a trabalhar com a supervisão

escolar e espero nesta pesquisa coloborar para uma ação supervisora voltada

para amenizar este fenômeno indisplina escolar que vem se agravando a cada

dia. Noticiários mostram a indisciplina, não mais como apenas um

empurrãozinho em um colega ou um lápis que o colega pegou do outro sem

seu consentimento, como era no meu tempo, mas sim com disparo de armas

de fogo e estupro, em pleno ambiente escolar. “Sabemos que a indisciplina não

pode ser considerada com um fenômeno estático e suas expressões na escola

têm se mostrado numa complexidade crescente nas últimas décadas.” (Garcia,

1999)

Tal fato não nos causa estranheza se levarmos em consideração “

a própria evolução das sociedades ocidentais, com seus desequilíbrios sociais

e econômicos e suas crises de valores e autoridade que não podem deixar de

se refletir na escola. (Estrela, 2002, p.28).”

No primeiro momento, faço uma análise da evolução educacional no

Brasil, começando pela educação jesuítica para melhor compreendermos como

e em que contextos aconteceram as rupturas importantes e adequados aos

modelos que a sociedade exigia.

Faço uma reflexão sobre as mudanças de definição de família que ao

longo dos anos vem necessitando cada vez mais do auxílio da escola no que

diz respeito as responsabilidades educacionais e sociais, como destaca

Parolim (2007, p.14): “sabemos que a família está precisando da parceria das

escolas, que ela sozinha não dá conta da educação e socialização dos filhos”.

Então analisamos como a familia e a escola possam caminhar juntas no

processo ensino e aprendizagem do educando.

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No terceiro momento minha pesquisa se volta para a análise da origem

da supervisão na história da educação e suas atribuições, assim como a

trajetória e as transformações da função supervisora ao longo dos tempos não

deixando de levar em consideração a valorização da supervisão escolar nos

dias de hoje. Faço, principalmente, uma reflexão sobre a ação supervisora

frente as questões da indisciplina na escola.

Diante de uma sociedade globalizada, focada nas tecnologias e

informações instantâneas, é preciso repensar as atuais ações supervisoras

para que as práticas pedagógicas estejam em constante reconstrução.

Frente as mudanças da atualidade e realidade desafiadoras, o

supervisor escolar e todos que fazem parte desse processo pedagógico devem

acompanhar essas mudanças na sociedade de forma complexa, dinâmica e

dasafiadora. O trabalho do supervisor não pode mais ficar centrado no controle

fiscalizador do trabalho do professor. Medina (2004, p. 32) ressalta essa

questão ao afirmar que “ [...] é o trabalho do professor [...] que dá sentido ao

trabalho do supervisor no interior da escola. O trabalho do professor abre o

espaço e indica o objeto da ação/reflexão, ou de reflexão/ação para o

desenvolvimento da ação supervisora.”

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CAPÍTULO I

A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL

Dos medos nascem as coragens; e das dúvidas as

certezas. Os sonhos anunciam outra realidade possível e

os delírios, outra razão. Afinal de contas, somos o que

fazemos para mudar o que somos."

Eduardo Galeano

O início de nossa história da educação já tem um carga negativa

bastante forte com ações dominadoras sobre os nativos. Os governos gerais e

as capitanias hereditárias tinham como objetivo a exploração de nossas

riquezas que podíamos oferecer como o ouro, a madeira, minérios etc. Esse

início mostra também uma relação entre a educação e economia política. Não

é possível pensar em educação desligada do panorama econômico que

também era político. No momento da remessa de nossos produtos para a

Europa vemos uma forma de dominação.

1.1 – A Chegada dos Jesuítas ao Brasil.

A história da educação no Brasil evolui em rupturas marcantes. É o

estudo da evolução da Educação, da instrução, do ensino e da práticas

pedagógidas no Brasil.

Os portugueses trouxeram para o Brasil um modelo de educação própria

da Europa. Não levaram em consideração que as pessoas que por aqui viviam

tinham um modo próprio de fazer a sua educação, possuindo assim,

características próprias, totalmente contrárias ao modelo educacional europeu.

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Segundo BELLO, José Luiz de Paiva (2001),

Num programa de entrevista na televisão o indigenísta

Orlando Villas Boas contou um fato observado por ele

numa aldeia Xavante que retrata bem a característica

educacional entre os índios: Orlando observava uma

mulher que fazia alguns potes de barro. Assim que a

mulher terminava um pote seu filho, que estava ao lado

dela, pegava o pote pronto e o jogava ao chão

quebrando. Imediatamente ela iniciava outro e,

novamente, assim que estava pronto, seu filho repetia o

mesmo ato e o jogava no chão. Esta cena se repetiu por

sete potes até que Orlando não se conteve e se

aproximou da mulher Xavante e perguntou por que ela

deixava o menino quebrar o trabalho que ela havia

acabado de terminar. No que a mulher índia respondeu: "-

Porque ele quer." (BELLO, José Luiz de Paiva (2001)

Os jesuitas trouxeram seus métodos pedagógicos, assim como a cultura

do próprio continente europeu. A Espanha e Portugal, apesar de sua fama

serem grandes navegadores e conquistadores e possuidores de uma certa

cultura letrada e acadêmica, na verdade se colocavam em plano bem inferior a

outros países do Continente Europeu.

Chegando ao Brasil, os portugueses praticaram o primeiro ato de

dominação educacional desconsiderando as condições de realidade de vida e

de costumes dos habitantes que aqui estavam. Os colonizadores começam a

ensinar a doutrina cristã aos índios, a ensinar que a nudez é pecaminoza, que

deviam aprender uma outra lingua e mudar seus costumes, inclusive comer de

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modo diferente. Para uma análise educacional, significa um rompimento

cultural bastante sério.

O indígena é obrigado a executar o trabalho forçado, tendo neste

momento um cenário de dominação e exploração. E assim, um momento de

rompimento das bases da educação, perdendo assim toda a sua característica.

1.2 – O Início da Educação no Brasil

A educação no Brasil, surgiu com os primeiros padres jesuítas, ainda na

época das colônias, no intuito de catequisar os índios. Mais tarde apareceram

como escolas paroquiais, como escolas de ofício e como escolas artesanais.

Essas escolas não tinham o mesmo estilo que depois encontramos na década

de 30 e 40, mas nessas escolas mestres artesãos passavam sua cultura e seu

conhecimento para os jovens. As crianças abaixo de 12 ou 10 anos não

frequentavam essas escolas e nem se lhe davam este direito. As crianças

dessa faixa etária frequentavam um outro agrupamento, que era o catecismo

paroquial onde apendiam as doutrinas cristãs via igreja católica.

Entre o Império e República vemos um cenário muito explícito de

desenvolvimento. Um modelo econômico que é donominado agrário

exportador. O Brasil sempre foi de produção agrária. Na agricultura o Brasil não

diversifica muito sua produção, cultivando apenas o café e a cana-de-açúcar e

economicamente o Brasil ficou muito pobre, pois apesar de produzirmos muito,

o mercado ficou saturado internacionalmente.

Esses dados significam que a história da educação e da escola pública

no Brasil estava inserida em uma história maior tendo suas consequências

evolutivas ligadas a história econômica em nosso país. Vamos encontrar as

primeiras escolas secundárias no tempo da República. Os chamados Colégios

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eram instituídos para atender as necessidades dos filhos dos grupos liberais os

quais era pessoas bem postas na sociedade e usufruia de um sistema

educacional organizado através de alguns colégios públicos. No tempo da

República, o positivismo e o liberalismo, eram muito debatidos havendo uma

disputa entre leigos católicos na questão da orientação das escolas. Vieram

para o Brasil as congregações religiosas e instalaram os seus colégios.

Saviane,( 2008, p.31) classifica a educação colonial no Brasil em três

etapas distintas.

A primeira etapa corresponde ao chamado “periodo

heróico”, que, segundo Luiz Alves de Mattos (1958),

abrange de 1549, quando chegaram os primeiros jesuítas,

até a morte do Padre Manuel da Nóbrega em 1570.

Considero, entretanto, mais apropriado estender essa

fase até o final do século XVI, quando ocorre a morte de

Anchieta, em 1597, e a promulgação do Ratio Studiorum,

em 1599.

A segunda etapa (1599-1759) é marcada pela

organização e consolidação da educação jesuítica

centrada no Ratio Studiorum.

A terceira etapa (1759-1808) corresponde à fase

pombalina, que inaugura o segundo período da história

das idéias pedagógicas no Brasil.

Tivemos os colégio masculinos e femininos já na passagem do período

do império para o período republicano. Os colégios masculinos formavam os

futuros governantes enquanto os colégios femininos formavam as primeiras

damas desses governos. A idéia da primeira dama nasce neste governo. Havia

uma educação requintada onde se estudava literatura, língua estrangeira, boas

maneiras, bordado e música. Era uma formação tipicamente acadêmica e

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requintada pelo lado que se entendia ser também a formação da mulher, dos

traços que deveriam ser garantido enquanto feminilidade, dedicação, o preparo

para a maternidade.

Na passagem do império para o republicano, a escola primária

praticamente não existia. A escola secundária era uma escola de ofício. Era

necessário que houvesse pessoas sabendo fazer uma série de tarefas. Elas

eram aprendizes de mestre de ofício, os mestres artesãos.

Segundo a professora Maria Nilde Mascellani, em sua palestra na

UNESP de Rio Claro (1990), essa era a razão pelo qual, muito

posteriormente, ainda na rede de escolas artesanais e de escolas industriais

do estado não só de São Paulo, mas também em outros estados do Brasil, os

professores da chamada área técnica, no ensino industrial e no ensino

artesanal vão ser chamados de mestres. Hoje se cria uma certa confusão

porque mestre é o que está em uma pós-graduação antes do mestrado e

mestre também é o mestre de ofício, é o que sabe as coisas práticas, é o que

sabe trabalhar com as mãos, é o que produz objetos e é aquele que sabe o

metiér que é necessário para a sobrevivência de uma coletividade.

Então aos pobres aos remediados, o trabalho manual, ou trabalham na

terra ou trabalham na cidade, na província, mas com o trabalho manual de

carpinteiro, de marceneiro, de ferreiro. E para os privilegiados os estudos

acadêmicos, que eram estudos fora do país, porque aí nos vamos encontrar os

indicadores da formação acadêmica universitária dos nossos primeiros

bacharéis.

Principalmente se dedicaram a área do direito, da medicina e da

engenharia que era chamada de área politécnica.

Isto foi tão forte naquele período, que as características de um provável

sistema de educação que ainda em 1950, antes da aprovação da primeira Lei

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das Diretrizes e Bases do Brasil, que só foi aprovada em 1961 e antes da

definição das universidades do Brasil, nós tínhamos os estados

economicamente mais avançado com os cursos mais valorizados como direito,

medicina e engenharia.

Quem poderia se dedicar a essas áreas de estudo eram os filhos da

família que tinha condições econômicas de média para alta, pois significava ter

tempo disponível para estudar, comprar livros estrangeiros. Ainda no começo

do século (1920 /1930), nas universidades brasileiras, a literatura acadêmica, a

bibliografia, era toda montada em cima da contribuição européia, então era

necessário que todos dominasse uma língua extrangeira e a língua extrangeira

mais valorizada nesse período foi a língua francesa.

Então isso tem um sentido e marca também a nossa educação.

Posteriormente vamos receber muita influência da França, no que diz respeito

a educação secundária, a educação primária, aos indicadores das pesquisas

psicológicas. Isso tem uma relação muito direta, também, com a universidade

de São Paulo. O que deve ficar claro, além dessa relação elite e trabalho é a

posição das igrejas católicas e evangélicas, mas principalmente das igrejas

católicas antes do Concílio Vaticano Segundo.

A igreja assim, contribuiu para essa educação. Ela se divide como uma

instituição. De uma lado como uma educação elitizante e de outro lado ela

mantém os orfanatos, ela matém as escolas de pobres onde se aprendiam um

pouco línguas, as quatros operações, o catecismo e o resto era aprendido na

vida. Essas raizes tem muita importância para o que vem depois.

O período também bastante significativo para a educação, foi o período

de 30 a 60. Temos aí o início da industrialização, principalmente no estado de

São Paulo, o avanço da indústria textil, da indústria gráfica, da indústria dos

marceneiros.

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Os primeiros sindicatos do estado de São Paulo são os sindicatos dos

gráficos, dos texteis, dos marceneiros, quer dizer dos trabalhadores que

produziam aqueles produtos que ainda eram necessários para a casa.

Não eram produtos de grandes portes ou sofisticados. Vamos ter

também, de muita importância, o sindicato dos ferroviários, que constituem

uma categoria muito expressiva de trabalhadores e as lutas dos ferroviários

são marcantes desde o início das primeiras décadas. Há uma crise no

desenvolvimento a partir de 1930 com questão da queda do café, a

necessidade do regimento e a queda das exportações.

No ponto de vista político começa a acontecer um descontentamento da

classe média, que é a que mais sente com esta queda dos negócios do país.

Neste cenário, as redes escolares que eram paroquiais, de ofício e

artesanais, são substituida aos poucos por escolas um pouco mais formais.

1.3 – O Despertar Para a Importância da Alfabetização.

Surgem os chamados grupos escolares que já de início acolhe a

escolarização das crianças. Já vemos aí um despertar que é necessário

ensinar as crianças a ler e a escrever.

Alguns pontos do país também é despertado para a importância da

alfabetização para os adultos. O processo de alfabetização dos adultos

caminha mais aceleradamente a medida que cresce a industrialização, as

empresas e as indústrias. É preciso ter pessoas minimamente alfabetizadas.

Devido as demandas, as empresas vão precisar de além de

alfabetizados, iniciados tecnicamente. Então o sistema educacional entende

que precisa atender os componentes do modelo econômico. A educação não

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poderia ser pensada de modo isolado. A educação não era uma área

autônoma e independente.

O rendimentos dessas escolas eram muito baixos, porque como lembra

a Professora Maria Nilde Mascellani, em sua palestra na UNESP de Rio Claro,

em 1990, “tinham um rendimento muito baixo porque já se esboçava, como

hoje aparece de um modo tão consistentes, essa relação ideológica de que

para as camadas operizadas não é necesário que tenhamos bons professores.

[...]. A qualidade da escola pública é a escola pública através do currículo,

conteúdos programáticos através da metodologia responder ao

desenvolvimento da sua clientela, suas crianças e seus jovens trabalhando

todo este conteúdo e toda esta metodologia a partir do dado cultural, na

inserção cultural da sua criança e da sua família.

Então o ponto de partida é realidade em que a criança vive, seu estilo de

vida, seus costumes, a preocupação de sua família, os problemas que essa

família tem e enfrenta e a partir daí ir construindo o seu conhecimento. É

preciso que nesse momento, até para que as crianças permaneçam na escola

e se sintam motivadas ao estudo, que elas sejam respeitadas nos seus

padrões de vida, nos seus padrões sociais e culturais.

1.4 – A Conscientização Política do Professor.

Isso traz uma exigência enorme que é a questão da capacitação do

professor e conscientização política do professor. Não basta apenas a

capacitação de nível técnico, se o professor não se perceber numa macro

situação de uma sociedade brasileira com características tais onde ele tem

crianças de nível econômico desfavorecido, ele vai continuar patinando no

tecnicismo que não resolve nada”.

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Conclui a Professora Maria Nilde Mascellani, em sua palestra na

UNESP de Rio Claro, (1990) que:

“O ponto alto desta tarefa da educação e da cultura é a

Capacitação do pessoal e a dificuldade também de

encontrar um pessoal que nós precisamos já gabaritado

já medianamente preparado. Em alguns casos a gente vai

ter que partir de um trabalho de formação mesmo. De um

bê-a-bá, de um início de processo como se a gente

estivesse começando uma escola normal com estudantes

interessados em trabalhar com crianças para recompor

um processo que já está todo viciado.”

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CAPÍTULO II

A FAMÍLIA E A ESCOLA

A questão da indisciplina não é um problema recente, mas é um

fenômeno que vem se tornando um dos maiores desafios atuais da prática

docente. O indisciplina é frequentemente centralizada no aluno, sem

percebermos que este fenônemo vem se desenvolvendo ao longo dos tempos

trazendo com eles mudanças na sociedade que afetaram diretamente a

família/escola, onde as causas da indisciplina estão entrelaçadas.

2.1 – Definição de Família

A família deve ser compreendida historicamente e de acordo com as

suas especificidades.

O conceito de família depende de quem a define, do contexto social,

político e familial em que está inserido.

Família também pode ser conceituada como uma unidade de pessoas

em interação, um sistema semi-aberto, com uma história natural composta por

vários estágios, sendo que a cada um deles correspondem tarefas específicas

por parte da família (BURGENS; ROGERS apud ELSEN, 2002).

Diante de um leque de concepções de família e de nossa própria

vivência familiar, podemos entendê-la de acordo com seu contexto

disversificado constiruído por pessoas que com ou sem laços consangüíneos,

se dá a partir da intimidade, do respeito mútuo, da amizade, da troca e do

enriquecimento conjunto.

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Nessa relação é que se desenvolve a cultura familiar, definida por Elsen

(2002) como um conjunto próprio de símbolos, significados, saberes e práticas

que se define a partir das relações internas e externas à família, e que

determina seu modo de funcionamento interno e a maneira como a família

desenvolve suas experiências e interações com o mundo externo. Essas

experiências caracterizam-se pelas ações e interações presentes no núcleo

familiar e direcionado a cada um de seus membros com o intuito de alimentar e

fortalecer seu crescimento, desenvolvimento, saúde e bem-estar.

2.2 - A Transformação da Família

Refletindo sobre o tema família, abordo algumas transformações que ela

vem passando historicamente, relacionadas com as mudanças estruturais da

sociedade.

O século XX foi cenário de grandes transformações na estrutura da

família. Ainda hoje, porém, observamos algumas marcas deixadas pela suas

origens. Da família romana, por exemplo, temos a autoridade do chefe da

família, onde a submissão da esposa e dos filhos ao pai confere ao homem o

papel de chefe. Da família medieval perpetua-se o caráter sacramental do

casamento originado no século XVI. Da cultura portuguesa, temos a

solidariedade, o sentimento de sensível ligação afetiva, abnegação e

desprendimento (RIGONATTI, 2003).

A expressão mais marcante dessas transformações ocorreu no final da

década de 60. O número de separações e divórcios são visíveis enquanto que

religião foi perdendo sua força e com isto não mais conseguiu segurar

casamentos com relações insatisfatórias.

Daí começam a surgir inúmeras organizações familiares alternativas:

famílias formadas por parceiros com filhos de diferentes uniões; legalização de

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adoção de crianças por casais homossexuais; as chamadas “produções

independentes” tornam-se mais freqüentes; e mais ultimamente, duplas de

mães solteiras ou já que separadas compartilham a criação de seus filhos.

Peixoto e Cicchelli (2000) apontam que nas últimas décadas falou-se

muito a respeito da crise da família, numa alusão à baixa taxa de fecundidade,

ao aumento da expectativa de vida e, conseqüentemente, à crescente

proporção da população com mais de 60 anos. Além disso, os autores também

aludem ao declínio do casamento e da banalização das separações como

fatores constituintes da tal “crise”.

2.3 – A Família Como Formadora de Cidadãos

A discussão sobre os limites na educação tem sua preocupação maior

de fazer com que os pais percebam que seu principal papel é o de formar

cidadãos com posturas éticas para uma boa transformação da sociedade, o

que é fundamental para evitar a marginalização dos jovens.

Os profissionais da área defendiam a liberdade total para as crianças,

com propósito de não traumatizá-las.

Como pioneira em tratar dos limites na educação dos filhos, Tânia

Zagury, filósofa, mestre em Educação e professora da UFRJ, em entrevista

exclusiva a PAIS & FILHOS, a discussão sobre os limites na educação tem sua

preocupação maior de fazer com que os pais percebam que seu principal papel

é o de formar cidadãos com posturas éticas para uma boa transformação da

sociedade, o que é fundamental para evitar a marginalização dos jovens. “

“Eu já era mãe e convivia com outras mães e pais.

Programas comuns como a praia, o playground, em que o

assunto principal qual era? Os filhos, lógico! Desses

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encontros e das trocas que aconteciam, pude perceber

que as mães estavam angustiadas, perdidas mesmo.

Eram claras as dificuldades em administrar a vida em

família com tanta liberdade. Por exemplo, a hora de

dormir: algumas pessoas reclamavam por estarem

dormindo às duas da manhã. Porque era o horário

escolhido pelo filho de quatro anos para ir para a cama.

Absurdos como esses estavam se tornando rotina. E, o

que é pior, acontecem até hoje...[...] os filhos que foram

criados nessa inversão de valores, em que a vontade das

crianças é a que prevalece, se tornaram pais. E se eles

próprios não assimilaram os limites necessários, como

passar essa experiência para os filhos? Ainda encontro

mães no meu trabalho que dizem que só fazem a comida

que o filho determina, ou seja, é batata frita com bife todo

dia. É o que eu chamo de “pequeno tirano.”

A professoraTânia Zagury criou o termo “Geração peito de frango”, e

explica:

“Criei esse termo a partir do depoimento de um pai, de

uns 50 anos, que me contou uma história de sua infância.

Ele disse que, quando criança, todo domingo a família se

reunia para o almoço – o que era praxe nas gerações

passadas. O frango era indispensável... Todos comiam,

mas o peito da ave, por uma questão de hierarquia, era

dado ao pai. Ele – o filho – também gostava mais do

peito, mas comia a coxa, ficava feliz e achava até bonito.

Isso de maneira alguma o traumatizou. Imaginava-se

adulto e com direito garantido a saborear o seu pedaço

preferido. Foi exatamente o que não aconteceu... O

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excesso de liberdade dada aos filhos tirou dele esse

privilégio. “Geração peito de frango” é essa intermediária.

Foram reprimidos como filhos e continuam a ser

reprimidos como pais... Ou seja, saímos de uma relação

autoritária para outra”.

Segundo a professora Tânia, “ Há uma série de enganos no bojo dessas

mudanças. O primeiro e fundamental deles afirma que toda vez que se diz não

para o filho, ele fica traumatizado... É preciso frisar que trauma é uma coisa

muito séria. E que não acontece por qualquer coisa. Proibir a criança de comer

uma barra de chocolate antes da refeição não traumatiza. Os pais entenderam

os conceitos de “liberdade” difundidos por alguns psicanalistas e psicólogos de

maneira inadequada. Nas décadas de 70 e 80 a maioria das mães começou a

trabalhar fora. A criança ficava com as babás e as avós, e quando a mãe

chegava em casa – geralmente se sentindo culpada por ficar longe do filho - ,

achava que deveria fazer-lhe todas as vontades. Isso também acentuou o

problema falta de autoridade. [...] Não há exatamente fórmulas prontas [...] e

sim esquemas de atuação, a partir dos quais os pais podem se orientar para

começar uma pratica educativa eficaz. A coisa mais importante é redirecionar

os pais para o seu verdadeiro papel, o de educadores.”

As influências externas graves, como a tentação de subir fácil na vida e

pouco trabalhar, a sedução do uso de drogas são fatores negativos que podem

atrair os jovens.

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2.4 – Quando a Falta de Limites Atrapalha o Convívio Na

Escola.

Lembra a Professora professora Tânia Zagury que às vezes, as pessoas

que falam tanto sobre traumas e se esquecem de que o ser humano não é só

voltado para o seu próprio ego. Ele também tem necessidades gregárias, de

conviver socialmente. Ser bem aceito socialmente. Coisas básicas que só são

adquiridas através de uma série de atitudes. Evidentemente, um indivíduo

egocêntrico, voluntarioso, dificilmente irá se tornar uma pessoa amável e

amada. Quem não sabe dividir nada e não tem nenhuma consideração com os

outros, simplesmente é excluído do grupo.

Para Tânia, a criança que está acostumada a só ouvir sim em casa,

chega na escola e começa a ouvir os primeiros nãos , fica angustiada, rebelde.

Os professores terão que procurar os pais. Nesse momento, a família pode

continuar no erro ou tentar mudar o que foi feito de errado. O que é

perfeitamente possível. Só quando os pais não mudam de postura, persistem

em uma educação equivocada, é que podem ocorrer casos que levarão à

marginalidade.

Os pais devem usar o seguinte critério: dizer sim sempre que possível e

não sempre que necessário.

Zagury (2009), menciona que:

existem diferenças básicas entre trauma emocional e

frustração, e que as pessoas confundem muitos. Quando

se diz a um filho que não se pode comprar um tênis de

trezentos reais porque não há dinheiro ou porque ele já

tem muitos tênis semelhantes, só estará provocando uma

frustração nele. Ele poderá até ficar chateado, triste. Mas

isso não é um trauma. Às vezes, essas recusas

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fortalecem a personalidade da criança e do adolescente,

os tornam mais fortes e resistentes às situações adversas.

O trauma é causado quando há violência grave, física ou

mental. É o não atendimento às necessidades

fundamentais da criança. Exemplos: falta de alimentação,

de carinho e amor dos pais, espancamento e muitos

outros.

Bater não é a solução, porque o que queremos é

educar os nossos filhos e não apenas impedi-los de agir

de uma determinada maneira através da utilização da

força.

Quando acriança recebe liberdade em demansia sem a preocupação de

ensinarem princípios éticos importantes, fica muito mais difícil corrigir esses

erros na adolescência.

A busca pelo caminho da liberdade é uma característica do adolescente

o que torna mais difícil corrigir os erros da educação na infância. O

adolescente luta para se autodeterminar. Isso exige uma dose maior de

compreensão, determinação, muita conversa, muito amor e pulso firme.

Chega um momento que parece ser o fim do mundo, mas como já dizia

Aristóteles, um filósofo que viveu muitos anos antes de de Cristo, “ a justiça

está no meio-termo”. Os pais perderam um pouquinho o rumo e exageraram

da dose. Por quererem tanto acertar, por vezes erraram.

2.5 – A Formação Ética dos Futuros Cidadãos.

A formação ética foi o mais constante sentido atribuído à a ação

educativa.

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A ética deixou de ser uma prática privada exercida no cotidiano social.

Após longos debates sobre os procedimentos da educação ficou claro que

ética e a política encontravam-se fortemente entrelaçados.

A tarefa de formação ética para a cidadania deve ser associada à

própria invenção da noção de escola.

Segundo AHLERT, Alvori (2003),

Ao longo da história a escola tem reproduzido o sistema

da racionalidade econômica, e isso tem levado a

humanidade a um modelo de exclusão que aprofunda a

assimetria entre os grupos e as sociedades humanas. A

escola, historicamente, preparou as pessoas para

entrarem no sistema produtivo do capitalismo para serem

eficazes na sua reprodução. Nós fomos educados na era

da indústria, dentro do sistema industrial.

Entretanto, os jovens de hoje nasceram no período

industrial, mas seu período produtivo de trabalho se dá

numa nova era, a era do conhecimento, a sociedade do

conhecimento. E esta sociedade do conhecimento

precisa reencontrar o caminho da humanidade. Precisa

recolocar o ser humano como parte integrante da

natureza e não mais como seu inimigo e dominador. Esta

sociedade precisa discutir eticamente sobre o uso da

tecnologia, da biotecnologia, da biogenética, sobre a

clonagem humana, sobre o cruzamento do ser humano

com o animal. Ela precisa desarmar todo o potencial de

destruição produzido pela era industrial.

Por isso, a escola precisa reencontrar o caminho do

público, da praça. Ela precisa se rearticular com a

sociedade civil. Educar não pode ser mais apenas tarefa

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do/a professor/a, mas de toda a sociedade. A escola tem

que ser pensada e repensada com uma visão do todo. A

aprendizagem só faz sentido se ligada ao processo da

vida. O aluno precisa se construir como cidadão, dentro

das novas perspectivas que a ambigüidade da

globalização nos permite. Num processo inter, trans e

multidisciplinar somos chamados a construir e a

reconstruir a partir de novas experiências, mais humanas

e solidárias. Por isso, a aprendizagem deve se voltar

para a realidade, para a dimensão do local dentro de

uma perspectiva sempre mais global.

2.6 - Educar Para O Pensar.

Para AHLERT, Hoje, o grande desafio da educação, mais do que em

qualquer outra época, é o diálogo e o desenvolvimento da capacidade

argumentativa. A escola tem como maior desafio o ensinar a pensar, porque o

mundo somente vai mudar se os nossos pensamentos mudarem. E para isso,

precisamos, mais e mais, da dialética e da sinergia. A dialética é o modo de

pensarmos a realidade, o modo de compreendermos a realidade como

socialmente contraditória e em permanente transformação. A dialética

considera as coisas e os conceitos no seu encadeamento, nas suas relações

recíprocas, no seu aparecimento, desenvolvimento e decadência. A sinergia é

o ato ou esforço coordenado de vários órgãos na realização de uma função. É

a associação simultânea de vários fatores que contribuem para uma ação

coordenada. Ação simultânea, em comum.

Diz a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a

Ciência e a Cultura), o século XXI precisa ser o século da educação. E o

grande paradigma desta educação deve ser o ensino da capacidade de pensar;

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desenvolver um pensamento auto-estimulador que evolui por sua própria força,

na medida em que se confronta com o existente enquanto conhecimento

múltiplo milenarmente construído. Não basta uma boa formação técnico-

científica. Uma das coisas mais preciosas que o/a professor/a pode dar ao/a

aluno/a é a capacidade de pensar de forma independente. Porque o cidadão

do século XXI precisa saber resolver problemas concretos, não mais

problemas fictícios. Precisa tomar decisões fundamentadas. A pessoa precisa

saber fundamentar logicamente suas decisões. Esse é um requisito

fundamental. Não apenas fazer contas, mas ter a capacidade de analisar

dados, fatos e situações; conhecer o conjunto de serviços e de instituições que

existem nas sociedades aos quais os cidadãos podem e devem recorrer; a

capacidade de relatar, saber o que está acontecendo, perceber o contexto e

ser capaz de transmitir isso para os outros; capacidade de gestão participativa

e não mais apenas entender as tarefas; capacidade de entender processos

mais amplos; capacidade de receber criticamente os meios de comunicação,

de perceber as manipulações desses meios e ter um distanciamento crítico,

pois uma notícia não pode ser um comentário manipulador; capacidade de

saber distinguir entre aquilo que é real e aquilo que é manipulação.

Ensinando-lhe a fazer perguntas à realidade é o melhor caminho para

ajudar uma pessoa a pensar. Paulo Freire, ao falar da educação

problematizadora no seu clássico Pedagogia do oprimido, diz: “Nenhuma

‘ordem’ opressora suportaria que os oprimidos todos passassem a dizer: ‘Por

quê?” (1987, p. 75).

Fazer uma pergunta corretamente já é um caminho na formação

intelectual. É por isso que uma escola em construção é uma escola em crise.

Uma crise que é construtiva e destrutiva. Por isso é um fenômeno dialético.

É na sala de aula que se aprende a fazer e o aprender a aprender. Isto

ocorre também em sala de aula, no laboratório, nas oficinas, dentro e fora da

escola, na interação com a realidade contextual objetiva e subjetiva. Mas o

aprender a ser e o aprender a conviver deverão ser possibilitados na escola,

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por meio de convivências não docentes e práticas. Práticas que permitem ao

jovem experimentar. Por isso a educação no século XXI precisa ser realizada

numa parceria entre escola, família, sociedade e Estado. Existe uma frase em

educação, que retrata este pensamento, atribuída a Confúcio, que diz: “Tu me

dizes, eu esqueço; tu me ensinas, eu lembro; tu me envolves, eu

aprendo”.

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CAPÍTULO III

A AÇÃO SUPERVISORA

No dicionário encontraremos o significado de indisciplina como “falta de disciplina, desobediência: dar provas de indisciplina, ou seja, a falta de

obediência”.

Sabemos que a indisciplina não pode ser considerada como

fenômeno estático e sua expressão na escola têm se mostrado numa

complexidade crescente nas últimas décadas. (Garcia, 1999).

3.1 – A Postura do Professor em Sala de Aula.

Em muitos casos a indisciplina na sala de aula está associada a

imagem que os alunos fazem do Professor.

O relacionamento interpessoal com os seus alunos ocorre de

forma unilateral, ou seja, apenas um dos envolvidos tem a primazia sempre e

quando isso acontece, o caminho estará aberto para a indisciplina na sala de

aula.

O bom relacionamento permite que ambos saibam ouvir, falar e

argumentar o que é ideal para resolver questão diversas em sala de aula.

O professor precisa ser mais flexível na sala de aula. Postura rígida e

autoritária é prejudicial para a para gestão do processo pedagógico. Devemos

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refletir sobre o relacionamento que temos hoje com nossos alunos. Ele é

positivo ou negativo? Se negativo, onde devemos ajustar? O que deve ser

melhorado?

3.2 - O Professor Como Agente Transformador

Diante das falhas no sistema educacional a melhor direção a tomar é

assumir o compromisso de fazer do trabalho educacional uma meta a ser

atingida por todos. O professor possui um papel fundamental, por isso, deve

recuperar o ânimo, a sede e a vontade de educar e fazer do ensino uma ação

construtiva. O professor deve ir em busca de novos conhecimentos e utilizá-lo

como ferramenta de para compromisso social.

É importante ter um novo olhar para a indisciplina. A insdisciplina

segundo Parrat (2008, p.21), é um conceito que pode se traduzir de muitas

maneiras e por isso pode ter muitas interpretações. No entanto pode ser

observada de direntes pontos de vista: do aluno, do professor ou do ponto de

vista da escola.

O professor precisa ter autoridade, para conduzir de forma mais

proveitosa possível o processo de ensino-aprendizagem. Ele precisa exercer

domínio intelectual, ético, profissional e humano. Sobre a questão da

autoridade.

O professor com autoridade é também aquele que deixa

transparecer as razões pelas quais a exerce: não por

prazer, não por capricho, nem mesmo por interesses

pessoais, mas por um compromisso genuíno com o

processo pedagógico, ou seja, com a construção de

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sujeitos que, conhecendo a realidade, disponham-se a

modificá-la em consonância com um projeto comum.

(LUNA, 1991, p.69)

Nessa perspectiva, o professor deve ser exigente, mas não tão rígidos.

É preciso que o professor exija dos educandos uma participação de forma

significativa para efetivamente construir seus conhecimentos.

Encontramos de forma geral duas formas de conseguir a

disciplina; sendo uma delas por coação, resultado de

uma educação autoritária ou por convicção, na linha de

uma educação dialética-libertadora. Ambas, apresentam

aparentemente os mesmos resultados, mas as marcas

que são deixadas nos sujeitos são completamente

distintas. A obtenção de disciplina por coação está

baseada no uso da punição como ameaça ou como

prática efetiva. Esta forma de disciplina leva, portanto, à

heteronomia (ser governado por outrem) ao invés de

propiciar a autonomia (ser governado por si próprio). A

disciplina conseguida por coação contribui para a

formação de indivíduos passivos, obedientes,

dependentes, imaturos e que não compreendem o

contexto social no qual estão inseridos. Já a disciplina

construída por convicção, auxilia para formar sujeitos

ativos, autônomos, responsáveis e que tem no diálogo a

base de seu desenvolvimento. ( VASCONCELLOS, 2004,

p.58)

A realidade escolar exige a realização de um trabalho educativo que vise

à aprendizagem em sala de aula. Cabe ao professor discutir sua prática em

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ambiente escolar. Isto contribui para o aperfeiçoamento docente, trazendo o

interesse pela mudança na sua prática educativa. O professor precisa mudar

para atender às necessidades da sociedade que está sempre em

transformação. Por isso a escola deve fornecer condições para que seus

profissionais possam discutir suas experiências e buscar soluções num

trabalho colaborativo.

A formação centrada na escola envolve todas as

estratégias empregadas conjuntamente pelos formadores

e pelos professores para dirigir os programas de

formação de modo a que respondam às necessidades

definidas da escola e para elevar a qualidade de ensino e

da aprendizagem em sala de aula e nas escolas. Quando

se fala de formação centrada na escola, entende-se que a

instituição educacional transforma-se em lugar de

formação prioritária diante de outras ações formativas. A

formação centrada na escola é mais que uma simples

mudança de lugar de formação (Imbernón, 2006, p. 80).

3.3 – O Papel do Supervisor

Espera-se que o supervisor represente uma figura de inovação, diante

das novas perspectivas educacionais. Ele precisa perceber as necessidades da

administração escolar para que as normas sejam cumpridas e seja um

facilitador da atividade docente para que se alcance o aprendizado. Se assim

não for, tornar-se-á sem efeito a ação supervisora que deverá ser integrada

com o Orientador Educadional, Secretário Escolar e Administrador Escolar,

respectivamente.

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O supervisor educacional tem o papel de direcionar o trabalho

pedagógico onde atua para garantir a qualidade em todo o processo

educacional. Ele é especializado em manter a interação do corpo docente,

apontando que caminho tomar, buscando sempre acompanhar a realidade de

sua escola e a transformação da sociedade integrando a escola e a

comunidade local.

Conforme Freire (1998), a educação libertadora passou a inspirar novos

conceitos que orientam uma nova sociedade baseada nos princípios de

liberdade, de participação e de busca pela autonomia.

Passerino (1996:39) estabelece alguns conceitos fundamentais da

educação libertadora, sendo que estes se tornam suporte desta nova

concepção do supervisor educacional:

• Práxis via análise do cotidiano: é preciso olhar a

realidade presente em sala de aula e os conceitos

trazidos pela criança para refletir os métodos e modo

como devem ser trabalhos no espaço escolar;

• Diálogo inclui conflito: o diálogo representa uma

possibilidade de desenvolvimento das relações

interpessoais de modo a permitir a análise e o

desocultamento da realidade. Ser dialógico é permitir que

cada educando exponha seu modo de pensar mesmo que

este não seja coerente com a sua visão. Todavia para

administrar os conflitos que podem ser gerados o

professor precisa desenvolver uma série de dinâmicas em

grupo;

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• Conscientização a partir da dúvida e do

questionamento: o supervisor deve atuar na dinamização

de um clima de análise das rotinas da escola para que as

mesmas possam ser confrontadas com as novas idéias

que se almeja desenvolver. Convém destacar que o

processo de desenvolvimento da consciência é lento e

requer uma interpretação abrangente do todo;

• O método dialético supera a visão parcial: a

aplicação do método dialético proporciona uma visão

objetiva de toda a realidade permitindo a compreensão

entre o velho e o novo. A partir destas o supervisor pode

encaminhar estratégica concreta para a superação das

dificuldades encontradas.

• Participação crítica para a transformação: a escola

segundo a visão de educação libertadora, colabora para a

emancipação humana à medida que garantem o

conhecimento às camadas menos favorecidas da

sociedade. Assim sendo, o supervisor, deve ser aquela

pessoa que orienta e estimula a concretização de um

projeto transformador sob o qual são elaborados esforços

coletivos para a obtenção dos êxitos;

• Pela democracia, chega-se à liberdade: todo e

qualquer trabalho desenvolvido pelo supervisor deve

partir dos conceitos de liberdade e democracia, conceitos

esses que serão desenvolvidos lentamente para que

possa se efetivar a condição de mudanças sociais.

.

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A nova realidade exige qualificações cada vez mais elevadas, tornando

as necessidades educacionais das populações cada vez maiores com bases

ética necessária à formação humana de todo cidadão.

É preciso acompanhar as mudanças científicas e tecnológica para

estarmos habilitados para o trabalho e para a vida em sociedade.

O uso de recursos didáticos mais atraentes e assuntos mais atuais é

uma opção bem atrativa trazendo empatia e o interesse dos alunos. O

professor por sua vez precisa se modernizar para usar recursos didáticos e

atraentes para aos alunos.

O supervisor escolar será um profissional capaz de desenvolver e criar

métodos de análise para visualizar a realidade e gerar estratégias para agir,

pois segundo afirma Silva (1985, p.68):

É o Supervisor Educacional um criador de cultura e de

aprendizagens não apenas intelectual e/ou técnica, mas

também afetiva, ética, social e política, que se questiona e

questiona o circunstancial, definindo e redefinindo

propriedades em educação no momento histórico

brasileiro.

3.4 – Supervisão e Projeto da Escola.

Por ser um documento de suma importância da escola, o supervisor

deve participar de toda a construção do Projeto Pedagógico, pois ele é um

documento de suma importância da escola. No Projeto Pedagógico está

contido tudo o que se fez, esta fazendo e se pretende desenvolver dentro da

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escola de modo claro e objetivo, afinal, é preciso ser entendido por todos que a

eles tenham acesso.

A supervisão participa efetivamente do projeto pedagógico da escola. sto

engloba a sua elaboração, implementação, utilização e avaliação. Anualmente

dever ser feito sua reavaliação de aplicabilidade e funcionalidade, de modo a

acompanhar todo o trabalho educacional da escola.

Costa & Madeira (1997), citados por Ferreira (2008), consideram alguns

elementos conceituais do projeto político-pedagógico:

a) o projeto diz respeito a concepção de escolas

socialmente determinadas e referidas ao campo educativo;

b) na fase de reflexão é que a instituição define e

assume uma identidade que se expressa por meio do

projeto;

c) o projeto serve de referente à ação de todos os

agentes que intervêm no ato educativo;

d) o desenvolvimento do projeto implica a existência

de um conjunto de condições sem as quais ele poderá

estar condenado a tornar-se apenas mais um "formulário

administrativo";

e) a participação só poderá ser assegurada se o

projeto prosseguir os objetivos dos atores e grupos

envolvidos no ato educativo, em sua globalidade.

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3.5 – O Individualismo que Corrompe.

O individualismo desenvolve-se em grande escala, seja pela ausência

de formação humana ou pela necessidade de se ter um trabalho para

sobrevivência. Todas as formas humanas de trabalho e de convivência social

estão desaparecendo.Todos vivem, sentem, pensam e agem aceleradamente e

violentamente,

Vive-se a violência causada pela transnacionalidade dos

modos de pensar, sentir e agir de todas as culturas,

abalando valores locais e culturas, “transmutando” formas

tradicionais de produção da existência e de organização

social. Vive-se o tempo em que “tudo vale e tudo pode e

porque tudo pode nada mais vale”. Pode-se tudo! E, nesta

amoralidade, a violência toma lugar nas suas mais

aviltantes formas, afetando indivíduos, famílias,

instituições sociais e nações. (Ferreira, 1998; 2001, p.

367).

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CONCLUSÃO

Concluo que o supervisor tem a responsabilidade de atuar com o grupo

de educadores coordenando e promovendo reflexão dando-lhes as ferramentas

necessárias . Enfim a supervisão tem um papel político, pedagógico e de

liderança na escola sem desconsiderar o restante da equipe. Ele deve ser

inovador, ousado, criativo e, sobretudo um profissional de educação

comprometido com seu grupo de trabalho que também deve estar envolvido

com todo este processo para que o supervisor possa de fato intervir em

obstáculos encontrados no ambiente escolar e principalmente na indisplina que

considero fruto de uma má adminstração.

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BIBLIOGRAFIA

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL 10

1.1 - A Chegada dos Jesuítas ao Brasil 10

1.2 – O Início da Educação no Brasil 12

1.3 - O Despertar Para a Importância da Alfabetização 17

1.4 - A Conscientização Política do Professor 18

CAPÍTULO II

A FAMÍLIA E A ESCOLA 19

2.1 – Definição de Família 19

2.2 – A Transformação da Família 20

2.3 - A Família Como Formadora de Cidadãos 21

2.4 – Quando a Falta de Limites Atrapalha o

Convívio na Escola 24

2.5 – A Formação Ética dos Futuros Cidadãos 25

2.6 – Educar Para o Pensar 27

CAPÍTULO III

A AÇÃO SUPERVISORA 30

3.1 – A Postura do Professor em Sala de Aula 30

3.2 – O Professor Como Agente Transformador 31

3.3 - O Papel do Supervisor 33

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3.4 – Supervisão e Projeto da Escola 36

3.5 – O Individualismo Que Corrompe 38

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 40

ÌNDICE 42

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