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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM LOGÍSTICA REVERSA DE PÓS-VENDA: SUA IMPORTÂNCIA E SUAS CARACTERÍSTICAS NO AMBIENTE EMPRESARIAL Por: Lázaro Carlos Dirr da Silva Orientador Prof. Jorge Tadeu Rio de Janeiro 2011

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Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · sensibilidade com relação ao meio-ambiente tornou-se obrigatória nas empresas. Quanto aos objetivos propostos no estudo foram:

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

LOGÍSTICA REVERSA DE PÓS-VENDA: SUA IMPORTÂNCIA E

SUAS CARACTERÍSTICAS NO AMBIENTE EMPRESARIAL

Por: Lázaro Carlos Dirr da Silva

Orientador

Prof. Jorge Tadeu

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

LOGÍSTICA REVERSA DE PÓS-VENDA: SUA IMPORTÂNCIA E

SUAS CARACTERÍSTICAS NO AMBIENTE EMPRESARIAL

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Logística

Por: .Lázaro Carlos Dirr da Silva

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AGRADECIMENTOS

Em especial a Deus. Onipotente,

Onipresente e Onisciente, que me deu

forças, saúde e sabedoria para que eu

concluísse mais uma etapa de minha

vida;

Ao corpo docente do Instituo A Vez do

Mestre;

Ao professor orientador Jorge Tadeu

pelas dicas, pela orientação, por ter sido

tão atencioso e paciente ao corrigir esta

monografia.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho acadêmico à

minha mãe, por seu companheirismo e

amizade.

Também aquelas pessoas do meu

trabalho, do vínculo de amizades e na

vida acadêmica.

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RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo descrever logística reversa de pós-venda e sua importância e suas características no ambiente empresarial; verificar as características e a importância da logística reversa de pós-venda para as empresas nos dias atuais, enfatizando sua importância econômica, competitiva, legal e ambiental; analisar o ciclo logístico reverso dos produtos de pós-venda em uma cadeia logística específica; mostrar os principais conceitos concernentes à logística e principalmente à logística reversa. O problema levantado no estudo foi saber a relação entre a logística reversa e como esta contribui na redução dos impactos ambientais. A logística reversa é importante no sentido de auxiliar, dentre suas ações e diminuir de forma considerável impactos que são gerados pelo próprio homem, como já é de conhecimento de todos. Além do descontrolado crescimento populacional e a forma inadequada do descarte e do não aproveitamento de alguns produtos. A metodologia utilizada na pesquisa foi através de pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo com entrevistas com um gerente do Rodoviário Suíça Brasileira, e com um gerente da Empresa Loren-Sid, onde é desenvolvido um trabalho de parceria. Chegou-se ao entendimento de que devido ao aumento do descarte, há um desequilíbrio entre as quantidades descartadas e as reaproveitadas, o que gera um dos maiores problemas ambientais de hoje.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada destina-se a apoiar e embasar o trabalho em

questão, através de um suporte teórico, bem como as vivências adquiridas no

decorrer da realização deste trabalho. Foi utilizada a pesquisa bibliográfica,

com leitura de livros, jornais, revistas e sites.

A fim de obter um embasamento teórico condizente com o tema em

questão, buscou-se material em algumas universidades da cidade do Rio de

Janeiro, destacando-se: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Centro

Universitário Moacyr Sreder Bastos e Universidade Estácio de Sá.

O trabalho foi realizado através de teóricos como: Ballou, Bowersox

e Closs Leite, dentre outros. A partir dos teóricos utilizados no trabalho,

verificou-se a contribuição de cada um para a fundamentação dos capítulos,

uma vez que todos eles foram contundentes em suas apreciações.

A pesquisa de campo com entrevistas com um gerente do

Rodoviário Suíça Brasileira, e com um gerente da Empresa Loren-Sid, onde é

desenvolvido um trabalho de parceria.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - LOGÍSTICA 10

CAPÍTULO II - LOGÍSTICA REVERSA DE PÓS-VENDA 16

CAPÍTULO III – LOGÍSTICA REVERSA E MEIO AMBIENTE 27

CONCLUSÃO 49

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 51

ÍNDICE 53

FOLHA DE AVALIAÇÃO 54

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho teve como investigativa temática “Logística Reversa

de Pós-venda: sua importância e suas características no ambiente

empresarial.”

A pesquisa teve como problema: Qual a relação entre a logística reversa

e como esta contribui na redução dos impactos ambientais?

O estudo em questão justifica-se pelo aumento na descartabilidade dos

produtos deve-se principalmente à redução do ciclo de vida dos produtos, ao

maior giro dos estoques e ao avanço da tecnologia. Com o aumento do

descarte, há um desequilíbrio entre as quantidades descartadas e as

reaproveitadas, o que gera um dos maiores problemas ambientais de hoje.

A sensibilidade ecológica, tanto da sociedade como das organizações

empresariais, tem se transformado recentemente pela crescente visibilidade

dos efeitos nocivos do aumento da descartabilidade dos produtos, seja por

serem realmente evidentes ou por informações sobre suas conseqüências,

percebidas nos desastres ecológicos. Essa percepção e crescente

sensibilidade com relação ao meio-ambiente tornou-se obrigatória nas

empresas.

Quanto aos objetivos propostos no estudo foram: descrever Logística

Reversa de Pós-venda e sua importância e suas características no ambiente

empresarial; verificar as características e a importância da logística reversa de

pós-venda para as empresas nos dias atuais, enfatizando sua importância

econômica, competitiva, legal e ambiental; analisar o ciclo logístico reverso dos

produtos de pós-venda em uma cadeia logística específica; mostrar os

principais conceitos concernentes à logística e principalmente à logística

reversa; trazer uma revisão bibliográfica, verificando o que os principais

estudiosos do tema analisam sobre a logística reversa de pós-venda, sua

importância econômica e competitiva, além de comparar suas opiniões sobre o

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assunto e o seu desdobramento na prática.

Na segunda metade do século XX começou-se a perceber em nível

planetário a degradação ambiental e suas consequências, o que deu origem a

estudos e as primeiras reações no sentido de se conseguir fórmulas e

métodos de diminuição dos danos ao ambiente, com isso começou uma

“conscientização mundial” para que se pudesse tomar uma providência quanto

a estas questões.

Desta forma, a logística reversa é importante no sentido de auxiliar,

dentre suas ações e diminuir de forma considerável tais impactos, que são

gerados pelo próprio homem, como já é de conhecimento de todos. Além do

descontrolado crescimento populacional e a forma inadequada do descarte e

do não aproveitamento de alguns produtos.

A partir do exposto, o objeto de estudo foi a Logística Reversa de Pós-

venda e sua importância e suas características no ambiente empresarial.

Assim sendo, o presente estudo foi dividido em três capítulos, no primeiro

enfatizou-se acerca da logística enfatizando que a mesma é um método

gerencial para afiançar um fluxo continuo e estável de bens, serviços e

pessoal. No segundo capítulo abordou-se logística reversa de pós-venda. Já

no terceiro capítulo a ênfase foi responder ao problema suscitado no estudo,

para isso abordou-se a temática da logística reversa e meio ambiente, além

de apresentar apresenta o estudo da parceira das empresas Rodoviário Suíça

Brasileira com a Empresa Loren-Sid, objetos do presente trabalho, bem como

fluxo logístico direto e fluxo logístico reverso de pós-venda.

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CAPÍTULO I

LOGÍSTICA

A logística é um método gerencial para afiançar um fluxo continuo e

estável de bens, serviços e pessoal.

Segundo entendimentos de Bowersox; Closs (2007), a logística é

incrível, pois nunca par, ela está acontecendo em todo o mundo, a todo

instante. Poucas áreas de operações envolvem a complexidade ou

compreendem o escopo geográfico característico da logística. O alvo da

logística é tornar disponíveis produtos e serviços no local onde são

necessários, na ocasião em que são desejados. Através do processo logístico

que os materiais fluem pelos sistemas de produção de uma nação industrial e

os produtos são distribuídos para os consumidores pelos os canais de

marketing. A complexidade da Logística é extraordinária.

Para Ballou (1999), a logística empresarial trata de todas as atividades

de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o

ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como

dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o

propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo

razoável.

A logística é uma espaçosa atividade que engloba a movimentação,

armazenagem, estocagem, distribuição, transporte, de produtos e serviços e

que se originam no ponto de aquisição da matéria-prima e vão até o ponto de

consumo final, propiciando um nível de serviço adequado aos clientes a um

custo razoável (BALLOU, 2007).

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Figura1 – Processos logísticos diretos e reversos (adaptado de LACERDA, 2002 apud GUARNIERI et al, 2006).

O gerenciamento da logística inclui o projeto e a administração de

sistemas para controlar o fluxo de materiais, os estoques em processo e os

produtos acabados, com o objetivo de atender as estratégias de negócios das

empresas.

O objetivo central da logística é cumprir com todas as suas funções

pelo menor custo possível, como estratégia para aumentar as margens de

lucro das organizações.

Bowersox ; Closs (2007), ainda enfatizam que a logística

contemporânea ao mesmo tempo é um contra-senso. Existe desde o início da

civilização, apesar disso, não estabelece de modo algum uma inovação. No

entanto, a prática das melhores práticas logísticas tornou-se uma das áreas

operacionais mais desafiadoras e atraentes da administração nos setores

privado e público.

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O trabalho logístico oferece extensa variedade de tarefas excitantes.

Acordadas, essas tarefas tornam o gerenciamento integrado da logística uma

profissão desafiante e compensadora. Devido à importância estratégica do

atuação logística, crescente número de executivos bem-sucedidos na área de

logística está sendo agenciado para posições de alta gerência ( BOWERSOX ;

CLOSS , 2007).

Tanto o interesse quanto as novidades relacionados à logística têm

origem na combinação de áreas tradicionais em uma iniciativa estratégica

integrada. Executivos seniores bem-sucedidos da área de logística atuam

como orquestradores interfuncionais das operações dentro e fora de suas

empresas. Em uma empresa, o desafio é ordenar o conhecimento específico

de afazeres individuais numa alçada agregada concentrada no acolhimento ao

cliente. O domínio desejado dessa composição transcende a própria empresa

e aumenta para incluir clientes, igualmente como fornecedores de materiais e

de serviços. Em sentido estratégico, o executivo fundamental de logística adota

a iniciativa de expandir as fronteiras empresariais para promover o efetivo

relacionamento na cadeia de suprimento. O que faz a logística atual

interessante é o desafio de contornar os resultados assentados da integração

interna e externa em uma competências centrais da empresa ( BOWERSOX ;

CLOSS , 2007).

A logística de uma empresa é um esforço integrado com o objetivo de

ajudar a criar valor para o cliente pelo menor custo total possível. A logística

existe para satisfazer às necessidades do cliente, facilitando as operações

relevantes de produção e marketing. Do ponto de vista estratégico, os

executivos de logística buscam alcançar uma qualidade predefinida de serviço

ao cliente através de uma competência operacional. O desafio é compensar as

expectativas de serviços e os gastos de modo a alcançar os objetivos do

negócio.

1.1 Logística Reversa

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A logística reversa é o campo da logística empresarial que projeta, atua

e controla a entrada e as informações logísticas correspondentes, do retorno

dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo produtivo, por meio de

canais de distribuição reversos, com o desígnio de lhes adicionar valor de

diferentes naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem

corporativa, entre outros (LEITE, 2003).

Sendo assim, a logística reversa é o processo de planejamento,

implementação e controle do fluxo de matérias-primas, estoque em processo e

produtos acabados do ponto de consumo a ponto de origem, com o objetivo de

recapturar valor ou realizar descarte adequado.

Em Leite (2003) apud CLM (1993), logística reversa é um aberto termo

conexo às habilidades e atividades envolvidas no gerenciamento de redução,

circulação e disposição de resíduos de produtos e embalagens.

Já Leite (2003) apud Stock (1998), acrescenta que a logística reversa

em uma perspectiva de logística de negócios, o marco refere-se ao papel da

logística no retomo de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de

materiais, reuso de materiais, disposição de resíduos, reforma, reparação e

remanufatura .

A definição de logística apresentada por Leite (2003) apud Dornier et

al., (2000) abarca áreas de atuação novas, abrangendo o gerenciamento dos

fluxos reversos, com isso, a logística é a gestão de fluxos entre funções de

negócio.

O sentido atual de logística engloba maior amplitude de fluxos do que no

passado. Deste modo, a logística reversa, através de sistemas operacionais

dessemelhantes em cada categoria de fluxos reversos, designa tornar

admissível o retorno dos bens ou de seus materiais constituintes ao ciclo

produtivo ou de negócios. Agrega valor econômico, ecológico, legal e de

localização ao delinear as redes reversas e as relativas informações e ao

operacionalizar o fluxo desde a coleta dos bens de pós-consumo ou de pós-

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venda, através dos processamentos logísticos de concretização, separação e

escolha, até a reintegração ao ciclo.

De acordo com Leite (2003), ela pode ser vislumbrada em duas áreas

de desempenho: logística reversa de pós-venda e de pós-consumo. A primeira

diz respeito a área da logística reversa que versa sobre a destinação dos bens

sem uso ou com pouco uso, quem voltar à cadeia de distribuição por motivos

diferentes. Em contra-partida, a logística reversa de pós-consumo cuida dos

bens no final de sua vida útil, dos bens usados com probabilidade de

reutilização e dos resíduos industriais.

Neste contexto, surgem os canais de distribuição reversos, que

formam os meios necessários, na prática, para o retorno dos produtos em

questão.

1.2 Canais de Distribuição Reversa

Toda Cadeia de Suprimentos é constituída por Canais de Distribuição,

que constituem conjuntos de organizações interdependentes envolvidas no

processo de tornar o produto disponível para o uso ou consumo. Os Canais de

Distribuição podem ser diretos ou reversos, os últimos são objetos deste estudo.

A figura 2 ilustra o gerenciamento da cadeia de suprimentos direta e reversa.

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Figura 2 – Gerenciamento da cadeia de suprimentos direta e reversa (adaptado de LACERDA, 2002 apud GUARNIERI et al, 2006).

Os canais de distribuição reversos são as atividades constituídas pelas

etapas, formas e meios em que uma parcela dos produtos com pouco uso

após a venda, com ciclo de vida ampliado ou após extinta sua vida útil, retorna

ao ciclo produtivo, readquirindo valor mercadológico.

Em termos logísticos, quando adicionamos o sistema de logística reversa

aos canais de distribuição diretos, temos uma Cadeia de Suprimentos Integral.

A Cadeia de Suprimentos Integral (CSI) é baseada no conceito de ciclo de vida

do produto. O que é acrescentado na CSI são as etapas de descarte,

recuperação e reaplicação, permitindo a reentrada do fluxo de material na cadeia

de suprimentos (LEITE 2003 apud KRIKKE, 1998).

A Logística Reversa envolve os mesmos elementos de um plano logístico

convencional: nível de serviço, armazenagem, transporte, nível de estoques,

fluxo de materiais e sistema de informações. Uma vez determinado o volume e

as características do fluxo reverso, deve se estabelecer os locais de

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armazenagem, os níveis de estoque, o tipo de transporte a ser utilizado e em

que fase se dará a reentrada no fluxo normal do produto.

Como integrar a logística reversa na política logística da empresa é hoje

um dos grandes desafios do administrador logístico e uma questão que será

discutida mais adiante, na análise comparativa.

Para o próximo capítulo estaremos discutindo acerca da se logística

reversa de pós-venda enfatizando que a mesma necessita, delinear, agir e

controlar o fluxo de retorno dos produtos de pós-venda por causas agrupadas

nas classificações: garantia/qualidade, comerciais e mudança de componente.

CAPITULO II

LOGÍSTICA REVERSA DE PÓS-VENDA

A logística reversa de pós-venda necessita, delinear, agir e controlar o

fluxo de retorno dos produtos de pós-venda por causas agrupadas nas

classificações: garantia/qualidade, comerciais e mudança de componente

(LEITE, 2003).

Este mesmo autor ainda enfatiza que classificam-se como devoluções

por garantia/qualidade aquelas cujos produtos suscitam defeitos de fabricação

ou de funcionamento (verdadeiros ou não), existe avarias no produto ou na

embalagem etc. Esses produtos passarão por consertos ou reformas que

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admitam que retomem ao mercado primário ou a mercados diferenciados

denominados secundários, agregando-lhes outra vez valor comercial.

A logística reversa de pós-venda é caracterizada pela reutilização,

revenda como subproduto ou produto de segunda linha e a reciclagem de bens

que são devolvidos pelo cliente a qualquer ponto da cadeia de distribuição, por

diversas razões.

Leite (2003) denomina de logística reversa de pós-venda a área de

atuação da logística reversa que se ocupa do planejamento, da operação e do

controle do fluxo físico e das informações logísticas correspondentes de bens

de pós-venda, sem uso ou com pouco uso, que por diferentes motivos

retornam aos diferentes elos da cadeia de distribuição direta, que constituem

uma parte dos canais reversos pelos quais fluem esses produtos.

Seu objetivo estratégico é agregar valor a um produto logístico

devolvido por razões comerciais, erros no processamento dos pedidos,

garantia dada pelo fabricante, defeitos ou falha no funcionamento de produtos,

avarias no transporte,entre outros. Esse fluxo de retorno se estabelecerá entre

os diversos elos da cadeia de distribuição direta, dependendo do motivo

estratégico ou do motivo do retorno.

Essa visão estratégica e integrada da rede de operações, o supply

chain management, tem permitido ampliar a visão dos fluxos logísticos além da

entrega dos produtos ao mercado, os fluxos reversos, por meio da percepção

das oportunidades de acréscimo de valor de diferentes naturezas que o retorno

dos bens de pós-venda ao ciclo de negócios pode oferecer, estabelecendo-se

o reverse supply chain management dos produtos (LEITE, 2003).

Alguns exemplos de agregação de valor proporcionados pela logística

reversa podem ser vistos na figura 3.

As razões para uma estruturação adequada de canais reversos são

variadas, destacando-se as citadas a seguir: a) aumento da competitividade:

obtenção de diferencial competitivo; b) limpeza de canal: auxiliar a clientela

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para manter poucos estoques; c) respeito à legislação: obrigatoriedade de

manutenção de canais reversos de pós-vendo; d) recuperação econômica:

obtenção de valor residual do produto retornado; e) valorização de ativos:

remanejamento de ativos (estoques) para recapturar valor.

Figura 3 – Fluxo logísticos reversos – agregação de valor (adaptado de LEITE, 2003).

Para a maior parte dos bens descartados há algumas condições

indispensáveis para a reintegração ao ciclo produtivo, ou tecnologia de

reciclagem, ou mercado para aplicações dos materiais etc., contudo, nem

sempre se apresentam todas as condições necessárias para completar o ciclo

de retorno. Em alguns casos, a causa principal pode ser a baixa

disponibilidade do produto de pós-consumo, devido a dificuldades de captação

que impedem escalas econômicas de atividade; em outros, a causa pode ser a

característica monopsônica ou oligopsônica dos mercados de matérias-primas

secundárias, que desencoraja investimentos não verticalizados, dificultando a

estruturação logística adequada e o desenvolvimento de novas aplicações para

os materiais reciclados, entre outras possibilidades (LEITE, 2003).

As cadeias reversas dos metais em geral, não obstante a informalidade

comercial e logística pouco desenvolvida em alguns países, oferecem

extraordinários níveis de reintegração de seus materiais ao ciclo produtivo,

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enquanto a cadeia reversa dos pneumáticos apresenta tecnologia de

reciclagem e mercado de aplicação reconhecidamente pouco desenvolvidos,

para citar somente esses exemplos, que atestam a enorme variedade de casos

de cadeias reversas encontrados (LEITE, 2003).

O produto logístico de pós-venda constitui-se de bens comercializados

que são devolvidos por diversas razões, sem uso ou com pouco uso, pela

própria cadeia de distribuição direta. O tempo de retorno é um admirável fator,

uma vez que a obsolescência rápida dos bens lançados no mercado exige

ações empresariais ágeis (LEITE, 2003).

A logística reversa de pós-venda deve equacionar as diversas

possibilidades de coleta de produtos nos dessemelhantes elos da cadeia de

distribuição direta, viabilizar as condições de consolidação e selecionar os

produtos e os destinos dados em cada caso (LEITE, 2003).

A figura 4 resume o campo de atuação da logística reversa.

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Figura 4 – Fluxo de retorno – produto de pós-venda (adaptado de LEITE, 2003).

A logística reversa de pós-venda deve delinear, agir e controlar o fluxo

de retorno dos produtos de pós-venda devolvidos por múltiplos motivos. Estes

motivos foram agrupados em três categorias principais, detalhadas a seguir e

ilustradas na figura 5.

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Figura 5 – Categoria de retorno de pós-venda (adaptado de LEITE , 2003).

2.1 Categorias de retorno comerciais

Dividem-se em retornos contratuais e retornos não contratuais.

a) Retornos não contratuais

- Devoluções em venda direta ao consumidor final – torna-se cada vez

mais comum a flexibilização por parte das empresas em aceitar devoluções de

mercadorias de modo espontâneo, independente de legislação, para manter a

competitividade do mercado.

- Devoluções por erro de expedição – está conexo com a intervenção

normal entre empresas e em vendas diretas ao consumidor, quando produtos

são devolvidos no ato do recebimento, pelo próprio transporte de entrega ou

em prazo relativamente curto, não existindo acordo específico entre as partes,

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apenas as relações comerciais e legais do país. Os processos de

informatização contribuem para evitar esse tipo de erro (LEITE, 2003).

b) Retornos contratuais

Nesta categoria, df acordo anterior entra as partes, em comum

empresas, e o prazo entre o recebimento do bem e seu retorno pode ser

maior. Este retorno será uma operação logística reversa de fato, já que todo o

sistema reverso carecer-se providenciado.

Os casos mais corriqueiros são: retorno de produtos em consignação;

devolver produtos danificados; retorno de acomodação de estoques no canal

(excesso de estoque; baixa rotação do estoque; ingresso de novos produtos;

moda ou sazonalidade dos produtos) (LEITE, 2003).

2.2 Categoria de retorno por garantia/qualidade

São devoluções por deformidades de fabricação ou de

funcionamento, por danos no produto ou na embalagem e outros problemas

pautados nos aspectos de qualidade intrínseca aos produtos vendidos. Esses

produtos poderão ser debelados a consertos ou reformas que permitirão o seu

retorno ao mercado como produtos novos ou serão dirigidos a mercados

diferenciados, recapturando valor comercial. Quando não é presumível

conserto ou reforma, os produtos podem ser designados ao desmanche, como

produtos de pós-consumo (LEITE, 2003).

a) Devolução por qualidade intrínseca

- Devolução de produtos defeituosos – ocorre devido a legislações de

proteção ao consumidor ou por garantia concedida pelo fabricante.

- Devolução de produtos danificados – nesse caso, os produtos nem

chegam ao consumidor final, por apresentarem avarias durante o

manuseio, o transporte ou por acidentes no trajeto e devem retornar ao

fabricante ou a intermediários especializados.

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b) Devolução por expiração do prazo de validade do produto

É o caso de contratos entre fornecedor, atacadistas e varejistas que

permitem o retorno dos estoques residuais de produtos que perdem a

validade. A exigência normalmente é legal nesses casos.

2.3 Categoria de devoluções por substituição de componentes

É proveniente da substituição de componentes de bens duráveis e semi-

duráveis em conservação e consertos ao longo de sua vida útil. Quando

aceitável, são remanufaturados e retornam ao mercado primário ou secundário

ou são despachados à reciclagem ou ainda a um destino final, quando não

possível o seu reaproveitamento (LEITE, 2003).

2.3.1 Seleção e destino dos produtos devolvidos

A operação de seleção e destino dos bens devolvidos pode ser

realizada no varejo, por intermediários especializados em logística reversa ou

pelo fabricante do bem. Deve ser realizada com competência para otimizar o

valor agregado aos bens. Esta avaliação é uma das fases mais difíceis do

processo e os destinos mais comuns são os citados a seguir: venda no

mercado primário; reparações e consertos; doação; desmanche; remanufatura;

reciclagem industrial e disposição final (LEITE, 2003).

2.3.2. Objetivos estratégicos da logística reversa de pós-venda

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A logística reversa de pós-venda atua com o objetivo de agregar valor

de alguma natureza aos bens de pós-venda. Destaca-se, neste aspecto, a

revalorização econômica dos bens retornados, a busca de competitividade e a

sujeição à legislação (LEITE, 2003).

Objetivo econômico

O objetivo econômico é contraído ao se recuperar valor financeiro por

meio dos canais reversos. Na logística reversa de pós-venda a agilidade

logística é fundamental, uma vez que o tempo não é favorável a recuperação

de valor. Destacam-se canais reversos de revalorização de estoques em

excesso, revalorização de ativos em fim de estação ou de promoção de vendas

e recaptura de valor de bens com problemas de qualidade em geral. A

recuperação de valor é feita através da revenda no mercado primário ou venda

no mercado secundário, ou ainda desmanche, remanufatura, reciclagem e

disposição final.(LEITE, 2003).

- Revenda no mercado primário – quando retornados pelo

remanejamento de estoques, por razões puramente comerciais, os bens de

pós-venda, em geral, conservam suas características de novos, podendo

alcançar os mesmos preços originais do mercado.

- Venda no mercado secundário – Este destino é gerado por diversas

razões empresariais, por exemplo situações em que a mercadoria por alguma

razão não deva se dirigir ao mercado primário ou quando as mesmas

passaram por reformas ou remanufatura.

- Desmanche, remanufatura, reciclagem industrial e disposição final –

o objetivo, da mesma forma é a recuperação de valor, através do desmanche

dos bens, aproveitando o valor residual dos componentes do bem retornado;

por meio da remanufatura do bem ou de seus componentes, de modo que se

recapture valor de mercado; por meio de reciclagem industrial, na qual os

materiais constituintes serão recuperados e comercializados no mercado de

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materiais secundários; ou, finalmente, por meio da disposição final, cujo valor

recuperado poderá ser econômico, se os produtos forem transformados em

energia térmica ou elétrica. (LEITE, 2003)

Objetivo de competitividade

O objetivo competitivo é alcançado quando se oferece serviços que

tornem a empresa diferente no mercado, acrescentando valor perceptível aos

clientes e fidelizando-os, pelo eficaz retorno dos produtos de pós-venda,

reduzindo o acesso de mercadorias retornadas, equacionando o seu retorno e

realocando os estoques excedentes dos clientes (LEITE, 2003).

Obediência à legislação

Com relação ao retorno dos bens, de pós-venda ou pós-consumo, a

legislação varia muito entre os países e há diferentes níveis de intervenção do

governo para diminuição do impacto ambiental causado por estes bens. De

qualquer modo, existe clara tendência de as legislações sobre o impacto

ambiental dos produtos ao meio ambiente utilizarem o princípio EPR (Extended

Product Responsability), segundo o qual a responsabilidade sobre um produto

vendido ao mercado não termina com a venda, mas deve se estender até o

seu destino final. As empresas que se anteciparem às legislações e

determinações governamentais certamente serão mais competitivas e se

adaptarão mais facilmente (LEITE, 2003).

2.4 Aspectos logísticos de retornos de pós-venda

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Como citado anteriormente, a logística reversa tem aspectos bem

peculiares, e, especificamente a logística reversa de pós-venda trata de

produtos que podem apresentar-se sem embalagem ou com embalagem

danificada, nem sempre adequadamente identificados, com diversidade de

modelos na mesma carga de retorno, diferentes volumes em uma mesma

carga, enfim, produtos heterogêneos em todos os aspectos. A tabela 1 mostra

as principais diferenças entre os canais de distribuição diretos e reversos

(LEITE, 2003).

Tabela 1 – Diferenças entre a distribuição direta e reversa de pós-venda

Distribuição direta Distribuição reversa

Qualidade do produto uniforme Qualidade do produto não uniforme

Trajeto previsível dos produtos nos

canais

Trajetos e rotinas pouco previsíveis

Custos facilmente entendidos Custos pouco entendidos

Precificação uniforme Precifificação pouco uniforme

Acurácia de inventário Baixa acurácia de inventário

Ciclo de vida administrável Ciclo de vida pouco administrável

Aspectos financeiros dominados Aspectos financeiros pouco

previsíveis

Clientes definidos Clientes pouco definidos

Negociações claras Negociações menos diretas

Visibilidade transparente Visibilidade pouco transparente

Tabela 1 – Diferenças entre a distribuição direta e reversa de pós-venda (

adaptado de ROGER ; TIBBEM-LEMBKE, 2002 apud LEITE , 2003).

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Normalmente, o retorno dos bens de pós-venda se dará pelos

caminhos iguais ao da distribuição direta, obedecendo, somente, o caminho

contrário das entregas. O número de pontos de coletas determinará o custo do

transporte. Em geral não são cargas completas e são heterogêneas nas

relações peso/volume e preço/volume. A padronização de roteiros é dificultada

pela variedade de produtos envolvidos. Todos estes fatores acabam por

sugerir a contratação de operadores especializados em logística reversa,

ganhando em economia e performance da operação. A figura 6 ilustra a cadeia

de distribuição reversa.

Operadores logísticos tradicionais identificam a área da logística reversa

como de grandes oportunidades de negócio e oferecem serviços de

terceirização dessas operações.

Figura 6: Cadeia de distribuição reversa (adaptado de LEITE , 2003).

Para o próximo capítulo será abordada a questão da logística reversa e

meio ambiente e a pesquisa de campo realizada nas empresas pesquisadas.

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CAPÍTULO III

LOGÍSTICA REVERSA E MEIO AMBIENTE

Na segunda metade do século XX começou-se a perceber em nível

planetário a degradação ambiental e suas consequências, o que deu origem a

estudos e as primeiras reações no sentido de se conseguir fórmulas e métodos

de diminuição dos danos ao ambiente, com isso começou uma

“conscientização mundial” para que se pudesse tomar uma providência quanto

a estas questões.

Desta forma, a logística reversa é importante no sentido de auxiliar,

dentre suas ações e diminuir de forma considerável tais impactos, que são

gerados pelo próprio homem, como já é de conhecimento de todos. Além do

descontrolado crescimento populacional e a forma inadequada do descarte e

do não aproveitamento de alguns produtos.

Tradicionalmente, as empresas abrangiam a simples entrada de

matérias-primas ou o fluxo de saída de produtos acabados em sua definição

de logística. Atualmente, essa definição ampliou-se e inclui todas as formas de

movimentos de produtos e informações.

Deste modo, além dos fluxos diretos tradicionalmente ponderados, a

logística moderna conglomera, entre outros, os fluxos de retorno de peças a

serem reparadas, de embalagens e seus acessórios, de produtos vendidos

devolvidos e de produtos usados/consumidos a serem reciclados .

A sensibilidade ecológica, tanto da sociedade como das organizações

empresariais, tem se transformado recentemente pela crescente visibilidade

dos efeitos nocivos do aumento da descartabilidade dos produtos, seja por

serem realmente evidentes ou por informações sobre suas conseqüências,

percebidas nos desastres ecológicos. Essa percepção e crescente

sensibilidade com relação ao meio-ambiente tornou-se obrigatória nas

empresas.

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A responsabilidade ambiental diz respeito à expansão do âmbito da

responsabilidade civil ambiental tendendo à prevenção e reparação de danos

ambientais acarretados pelos resultados de um dado processo produtivo que já

tenham deixado ao domínio do produtor ou fabricante por sua assimilação

como produtos pelo mercado de consumo (e subseqüente descarte pelo

consumidor). Desde a origem, ao extenso de sua cadeia de produção, até a

destinação final adequada dos resíduos gerados pela atividade neste caso o

produto regularmente consumido/utilizado, descartados no meio ambiente

(BALASSIANO ; MOREIRA, 2009).

A consignação do dano ambiental é difícil. Ele se instaura ao longo de

um horizonte de tempo de difícil ou impossível delimitação, a partir de uma

embaraçada rede de causas e efeitos múltiplos, cujas dependências não são

abertas do ponto de vista fático, em função tanto das reações em cadeia

provocadas no meio que afeta, quanto do prazo ao longo do qual se propaga

(BALASSIANO ; MOREIRA, 2009).

As estratégias de gestão de meio-ambiente parte integrante da reflexão

empresarial, especialmente nas empresas líderes de mercado. O consumidor

dos dias atuais deseja ter informações sobre os impactos dos produtos que

compra, no meio ambiente.

A sociedade, em todas as partes do globo, tem estado preocupada com

os diversos aspectos do equilíbrio ecológico. Diversas pesquisas de opinião

têm sido elaboradas para demonstrar essa maior conscientização e inúmeros

são os exemplos que evidenciam o aumento da suscetibilidade ecológica na

sociedade contemporânea, com maior evidência nos países de maior

desenvolvimento econômico e social (LEITE, 2003).

Este mesmo autor ainda complementar que o aumento da velocidade de

descarte dos produtos de utilidade depois seu primeiro uso, motivado pelo

aberto aumento da descartabilidade dos produtos em geral, não encontrando

canais de distribuição reversos de pós-consumo devidamente estruturados e

organizados, provoca desequilíbrio entre as quantidades descartadas e as

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reaproveitadas, gerando um enorme crescimento de produtos de pós-

consumo. Um dos mais graves problemas ambientais urbanos da atualidade é

a dificuldade de disposição do lixo urbano.

Essas quantidades excedentes tornam-se visíveis para a sociedade em

aterros sanitários, em 'lixões', em locais abandonados, em rios ou córregos que

circundam as cidades etc.; ficam pouco visíveis quando são depositados em

mares e rios e não .

Esse crescimento da sensibilidade ecológica tem sido acompanhado por

ações de empresas e governos, de maneira reativa ou proativa e com visão

estratégica variada, visando amenizar os efeitos mais visíveis dos diversos

tipos de impacto ao meio ambiente, protegendo a sociedade e seus próprios

interesses. Além das possíveis oportunidades econômicas oriundas desses

'reaproveitamentos', 'reutilizações', 'reprocessamentos', 'reciclagens' etc., a

questão da preservação ecológica dirigirá esforços das empresas para a

defesa de sua imagem corporativa e seus negócios, enquanto as sociedades

se defenderão por meio de legislações e regulamentações específicas ( LEITE,

2003).

Neste cenário, surge com importância ímpar, a logística reversa, que

vem atuar em parceria com as empresas, objetivando aumentar a vida útil dos

produtos e, ao término desta vida útil, dar um destino final adequado aos

mesmos, minimizando o impacto ambiental.

As legislações ambientais abarcam diferentes aspectos do ciclo de vida

útil de um produto, desde a fabricação e o uso de matérias-primas virgens até

sua disposição final ou a dos produtos que o constituem. Com isso, essas

legislações regulamentam a produção e o uso de selos verdes para coligar

produtos 'amigáveis' ao meio ambiente, os produtos de pós-consumo que

podem ou não ser depositados em aterros sanitários, a restrição ao uso de

produtos com conteúdos de matérias-primas secundárias, entre outros

aspectos. As regulamentações que existem hoje em dia na maioria das gran-

des metrópoles proíbem o descarte de móveis, eletrodomésticos,

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eletroeletrônicos, baterias de automóveis e pilhas em aterros sanitários (LEITE,

2003).

Por conseguinte, ações favoravelmente dirigidas à preservação

ambiental, dentro dessa visão contributiva de marketing social e ambiental,

com certeza serão recompensadas com importantes retornos de imagem

diferenciada como vantagem competitiva. É nesse conjunto que se insere o

problema ecológico nos canais de distribuição reversos e o campo de atuação

da logística reversa, visto que observa-se um crescente interesse de

empresas modernas.

3.1 Conceito de Ciclo de Vida do Produto (CVP)

O conceito de ciclo de vida do produto (CVP) aparece uma vez que o

mercado, o consumidor e os concorrentes estão em invariável mudança,

determinando estratégia de posicionamento e distinção das empresas para

afiançar seu sucesso por meio do gerenciamento do volume do investimento

em cada etapa do ciclo de vida (KOTLER, 2006)

De acordo com Kotler (2006), um produto é estimado qualquer artigo

que tenha como objetivo atender uma necessidade especial de um

consumidor. Entretanto, segundo Irigaray et al. (2006), um produto pode ser

alguma coisa tangível (um bem) ou algo intangível (um serviço ou uma marca).

Em síntese, qualquer coisa que tenha a capacidade de expressar em valor

monetário, como uma idéia, é avaliado como sendo um produto. Um produto

permanecerá vivo no mercado desde que esteja acatando às necessidades

conferidas pelos consumidores, sendo elas espontaneamente percebíveis ou

não tão claras, contudo, que o delimitam dentro de um grupo ou estilo de

vida.

De acordo com Churchill ; Petter (2000), o ciclo de vida do produto é um

padrão dos exercícios do histórico de vendas e lucros de um produto.

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Para Kotler (2006), para dizer que o produto tem um ciclo de vida,

devemos afirmar quatro pontos: os produtos possuem uma vida limitada; as

vendas dos produtos passam por estágios diversos, sendo que cada um

oferece desafios, ensejo e problemas diferentes para o vendedor; os lucros

elevam-se e descem em dessemelhantes estágios do ciclo de vida do produto

e, os produtos solicitam estratégias de marketing, financeiras, de produção, de

compras e de recursos humanos diferentes a cada estágio de seu ciclo de

vida.

Kotler (2006), enfatiza que nem todos os produtos atravessam por todos

os estágios de ciclo de vida. Isso acontece, uma vez que, alguns produtos

morrem antes de chegar ao amadurecimento ou até mesmo no primeiro

estágio por erros de estratégia ou posicionamento de mercado. Um produto

que alcança sucesso passa em regra, quatro estágios ou quatro fases ao longo

de sua vida ativa no mercado: introdução, crescimento, maturidade e declínio.

Se o produto deixar de ser encantador ou almejado pelos compradores,

deixará de ser comprado e produzido terminando, deste modo, o seu ciclo de

vida. Perceber o ciclo de vida dos produtos (CVP) é essencial para o

desenvolvimento da organização, já que em cada fase do CVP a empresa

deve desviar a estratégia e o volume de investimento sobre o produto ou grupo

de produtos. Os bens industriais apresentam ciclos de vida útil de algumas

semanas ou de muitos anos, após o que são descartados pela sociedade, de

diferentes maneiras, constituindo os produtos de pós-consumo e os resíduos

sólidos em geral. As diferentes formas de processamento e de comercialização

dos produtos de pós-consumo ou de seus materiais constituintes, desde sua

coleta até sua reintegração ao ciclo produtivo como matéria-prima secundária,

são denominadas neste livro de canais de distribuição reversos de pós-

consumo ( PEDROSA, 2008 apud LEITE, 1999).

O lançamento constante de novos produtos é uma tática das

organizações, para impetrar o sucesso e garantir um ciclo de vida mais

duradouro. Em compensação, alguns produtos têm uma aceitação tão ampla

pelo mercado que podem passar logo do estágio de introdução para a

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maturidade. Outros produtos podem atravessar a fase da maturidade para um

crescimento vagaroso, arredando o estágio de declínio por algum tempo. Isso

se deve graças a um intenso investimento em publicidade e caracteriza o

chamado reciclo (KOTLER, 2006).

Segundo a IBICT ( 2009 ), a avaliação do ciclo de vida é uma técnica

para avaliação dos aspectos ambientais e dos impactos potenciais associado a

um produto, compreendendo as etapas que vão desde a retirada da natureza

das matérias primas elementares que entram no processo produtivo até a

disposição do produto final, abordando parâmetros como: produção de

energia, fluxograma das atividades, transporte, consumo de energia não

renovável, impactos relacionados com o uso ou aproveitamento de

subprodutos, reuso do produto e questões relacionadas a disposição,

recuperação ou reciclagem de resíduos e embalagens.

A avaliação do ciclo de vida consente a identificação de oportunidades

de melhorias dos aspectos ambientais considerando as diversas fases de um

sistema de produção, colaborando para a diminuição do consumo de recursos

naturais e geração de resíduos. Compreender que o ciclo de vida do produto é

uma a probabilidade que as empresas possuem para planejar o impacto do

produto no meio-ambiente, conduzindo à eficiência energética, e à alta

produtividade dos locais de trabalho, bem como é determinante para

fabricação de produtos ambientalmente responsáveis, que utilizem processos

de produção limpos (TAKAHASHI 2009 apud VALT, 2004 ).

3.2 O ESTUDO DE CASO

O presente capítulo apresenta o estudo da parceira das empresas

Rodoviário Suíça Brasileira com a Empresa Loren-Sid, objetos do presente

trabalho, bem como fluxo logístico direto e fluxo logístico reverso de pós-

venda.

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A empresa RODOVIÁRIO SUÍÇA BRASILEIRA LTDA, fundada há 44

anos, especializada no transporte e distribuição de mercadorias fracionadas

diversas, estabeleceu em 2005 uma parceria com a empresa LOREN-SID

LTDA., com o objetivo de entregar sua diversa linha de produtos a diversos

clientes no estado do Rio de Janeiro. A parceria conta ainda com o serviço de

retorno de produtos com defeitos ou avarias a sua assistência técnica, através

da empresa A.C. LAUREANO RIO COM. E REPRESENTAÇÕES LTDA.

Uma das atividades de maior expressão dentro dessa parceria hoje,

fora a distribuição de produtos novos, é o retorno de produtos à assistência

técnica dos produtos com algum tipo de defeito ou avaria de um de seus

maiores clientes, a empresa CASA E VIDEO (MOBILITA COM. IND. E

REPRESENTAÇOES LTDA.), o RODOVIÁRIO SUÍÇA BRASILEIRA LTDA em

um ciclo constante, entrega produtos novos no depósito da CASA E VIDEO,

coleta os produtos com algum tipo de problema no mesmo depósito, localizado

em Marechal Hermes e os entrega na assistência técnica A.C. LAUREANO

RIO COM. E REPRESENTAÇÕES LTDA., localizada em Queimados-RJ e

após o reparo desses materiais, os mesmos são entregues na CASA E VIDEO

novamente, para serem vendidos.

A seguir é apresentado um breve histórico da operação nas

empresas, narrados por seus gerentes.

O entrevistado da Empresa Suíça Brasileira, Sr. Gelcimar Salles,

trabalha na área de transporte de cargas há cerca de 20 anos e o entrevistado

da Empresa Loren-Sid, o Sr. Fábio de Abeu, trabalha no ramo industrial há

cerca de 15 anos, logo, ambos entrevistados possuem vasta experiência nos

respectivos ramos.

Ambos entrevistados frisaram a importância desta operação e o

desenvolvimento da mesma quanto aos benefícios inerentes a operação.

Nas empresas supracitadas, destaca-se o ponto mais relevante o

profissionalismo encontrado nas mesmas. Eles identificam com exatidão as

dificuldades e os caminhos alternativos que uma empresa que trabalham com

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produtos recuperados, propiciando assim, uma redução no desperdício,

conseqüentemente, a geração de lucro.

3.2.1 Fotos do Processo Logístico Reverso dos Produtos de Pós-Venda

(Empresa Suíça Brasileira)

Foto 1- Parte frontal da Empresa, escritórios (SILVA, 2011)

A foto acima mostra a entrada para os escritórios do Rodoviário

Suíça Brasileira, onde encontram-se os setores administrativos, comerciais e

gerenciais.

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Foto 2 - Parte interna da Empresa, vista do pátio e sua plataforma (SILVA,

2011).

A foto 2 mostra a operação de um veículo de viagem atrelado a

plataforma de carga e descarga para as operações de entrega e coleta, após o

carregamento (conforme figura abaixo)

Foto 3 – Plataforma 1 (SILVA , 2011)

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Foto 4 - Plataforma 1 (SILVA, 2011)

Foto 5 - Plataforma – vista frontal (SILVA, 2011).

A fotos 3, 4 e 5 mostram a operação de carga, descarga, manuseio e

movimentação na plataforma.

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Foto 6 – Equipamentos de Movimentação (SILVA, 2011).

A foto acima mostra duas empilhadeiras que são equipamentos

essenciais para a operação de carga e descarga e movimentação de

mercadorias, tanto nos veículos, quanto nas plataformas.

Foto 7 - Vista do pátio e do portão traseiro pela plataforma (SILVA, 2011).

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Através desta foto observamos o portão principal de entrada e saída

dos veículos e um equipamento e o local de movimentação das cargas

(Plataforma).

Foto 8 – Mercadoria da Loren-Sid (SILVA, 2011).

Foto 9 – Mercadoria da Loren-Sid (SILVA, 2011).

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As fotos 8 e 9 apresentam as mercadorias já preparadas para serem

carregadas nos veículos de carga e entregues no destino.

Foto 10 - Saída de veículo ( SILVA, 2011).

Na foto acima observamos o momento em que o veículo deixa o

pátio da Empresa para efetuar a entrega de uma carga completa.

3.2 .2 Fotos do Processo Logístico (Empresa Mobilita –Casa e Vídeo )

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Foto 11 – Depósito da Casa & Vídeo (SILVA, 2011).

A foto acima mostra a entrada do depósito central da Casa & Vídeo, no bairro

de Marechal Hermes – RJ.

Foto 12 – Área de carga e descarga (SILVA, 2011).

Podemos observar nesta foto, a parte do depósito onde são feitos os

carregamentos dos veículos de entrega e o recebimento de diversas cargas.

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Foto13 – Área de carga e descarga (SILVA, 2011).

Nesta foto, observamos o veículo da Suíça Brasileira se preparando para

encostar na doca de descarga.

Foto 4 – Preparação para a descarga.

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Foto 14 – Preparação para a descarga (SILVA, 2011).

Nas fotos 13 E 14, observam-se as mercadorias que serão entregues.

A Casa & Vídeo não permite, por medidas de segurança, a captação de

imagens do descarregamento e carregamento das cargas e do interior do seu

depósito.

Foto 15 – Conhecimento de transporte rodoviário de carga – CTRC (SILVA,

2011).

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Foto do documento utilizado para o transporte das cargas, especificamente, a

operação de ida da mercadoria da AC Laureano para a Casa & Vídeo, com o

frete pago pela Loren-Sid.

3.2.3 Fotos do Processo Logístico Reverso dos Produtos de Pós-Venda

(Empresa Ac Laureano – Assistência Técnica)

Foto 16 – AC Laureano -Assistência técnica. (SILVA, 2011).

Foto 17 – AC Laureano - Assistência técnica (SILVA, 2011).

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Foto 18 – AC Laureano - Assistência técnica (SILVA, 2011).

Foto 19 – AC Laureano - Assistência técnica (SILVA, 2011).

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Foto 20 – AC Laureano - Assistência técnica (SILVA, 2011).

A foto 21 - AC Laureano - Assistência técnica (SILVA, 2011).

A foto 16 apresenta a parte da fachada da empresa responsável pela

assistência técnica dos produtos Loren-Sid e as fotos 17, 18, 19, e 20 mostram

os produtos a serem reparados e a peças utilizadas no reparo.

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Foto 22 – AC Laureano - Assistência técnica (SILVA, 2011).

A foto acima mostra a bancada com as ferramentas onde são feitos

os reparos

Foto 23 – AC Laureano - Assistência técnica (SILVA, 2011).

Através das fotos apresentadas acima, verificou-se a aplicabilidade

da teoria à prática, no qual a logística reversa é apresentada como uma

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ferramenta que viabiliza uma estratégia de redução de custos, aumento de

lucratividade, fidelização ao cliente e diferencial competitivo.

Dessa forma, pode-se acompanhar diversos processos da logística

reversa: devoluções de clientes, limpeza dos canais de vendas, retornos

decorrentes de materiais danificados nos processos internos, utilização de

matéria-prima secundária (reaproveitada), venda de produtos com conteúdo

reciclado, recuperação de ativos, conserto, recondicionamento e sucateamento

de equipamentos. O que foi contemplado nas fotos acima.

Segundo Leite apud Stock (1998), "toda empresa,

independentemente do ramo, tamanho, tipos de produtos ou localização

geográfica, pode beneficiar-se do planejamento, prática e controle de

atividades da Logística Reversa".

Com a citação acima, observa-se que a logística reversa pode ser

aplicada a qualquer seguimento econômico, visto sua dinamicidade e

facilidade de por em prática os processos inerentes ao negócio.

Vale ainda destacar que não apenas os fatores financeiros que

incentivam as empresas a se dedicarem cada vez mais às atividades reversas.

Outros fatores como marketing, regulamentações ambientais, recuperação de

ativos ou ações estratégicas, além disso, são comumente considerados pelas

empresas.

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CONCLUSÃO

Com a realização do trabalho verificou-se a eficácia da logística reversa

no pós-venda, uma vez que a mesma equivale a um sólido processo de

diferenciação e quem tem contribuído para que as empresas tornem-se mais

dinâmicas, ao focalizar um relacionamento ativo entre os clientes e

fornecedores, ajustado aos produtos e processos às necessidades e aos

valores corporativos de seus clientes e consentindo duradoura relação de

fidelidade nos negócios.

A logística reversa se direciona ao planejamento, operação e controle

do fluxo físico e das informações logísticas inerentes a bens de pós-venda,

sem uso ou com pouco uso, que por dessemelhantes motivos retomam aos

diferentes elos da cadeia de distribuição direta, que estabelecem uma parte

dos canais reversos pelos quais fluem esses produtos. Seu objetivo estratégico

é adicionar valor a um produto logístico devolvido por razões comerciais, erros

no processamento dos pedidos, garantia dada pelo fabricante, defeitos ou

falhas de funcionamento do produto, avarias no transporte, entre outros.

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Acredita-se que, devido ao processo de gobalização, legislações

ambientais, dentre outros aspectos como é o caso de nosso Código de Defesa

do Consumidor (CDC) bem rigoroso que admite que o consumidor, por

exemplo, recusar e retornar sua compra em um prazo de sete dias, delibera

maiores responsabilidades das empresas por produtos fabricados e/ou

comercializados por elas e constitui normas para os recalls. Somado a isso, os

consumidores têm-se tornado mais cônscios de seus direitos e das

responsabilidades ambientais das empresas. Diversas empresas, por razões

competitivas, estão seguindo políticas de devolução de produtos menos

burocráticas. Existir, ainda, o reaproveitamento de materiais pelas empresas

para redução de custos. Tudo isto, amplia o fluxo reverso dos produtos e/ou

materiais no canal de distribuição.

Com o desígnio de melhorar as condições operacionais dos parceiros e,

em decorrência, dos consumidores finais, parcerias empresariais se

constituem nos negócios de todas as naturezas, visando extinguir

redundâncias e melhorar a eficiência e a eficácia das ações conjuntas nas

diversas fases da cadeia direta e reversa de mercadorias. Desta forma, as

empresas que não tiverem uma visão tática da logística reversa atualmente,

terão problemas no futuro.

Neste panorama, é essencial que as organizações se organizem de

modo a estruturar sua logística reversa de pós-venda, não apenas para se

adequar à legislação, contudo, de maneira especial, porque esta atitude com

certeza lhes trará ganho econômico e na imagem corporativa.

Essa visão tática e agregada à rede de operações, tem consentido

aumentar a visão dos fluxos logísticos para além da entrega dos produtos ao

mercado, os fluxos reversos, através da percepção das oportunidades de

aditamento de valor de diferentes naturezas, que o retomo e a reintegração

dos bens e de seus materiais constituintes ao ciclo de negócios ou ao ciclo

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produtivo podem oferecer, estabelecendo-se o retorno dos produtos de pós-

venda ou de pós-consumo.

Empresas contemporâneas utilizam-se da logística reversa, diretamente

ou através de terceirizações com empresas especializadas, como forma de

ganho de competitividade no mercado conforme atesta a pesquisa de campo

realizada nas empresas Rodoviário Suíça Brasileira com a Empresa Loren-Sid,

que possibilitam vislumbrar a efetivação da teoria com a prática, em especial

no processo logístico reverso de pós-venda, que pode ser ponderado como

sendo um seguimento significativo para o mercado econômico, , justificando o

estabelecimento de suas redes e parcerias reversas.

Assim sendo, espera-se que o trabalho em questão sirva de referência

para estudos futuros, pois utilizou-se de uma ampla bibliografia com teóricos

renomados para o caso da logística reversa, ficando assim um ponto ainda

importante a ser estudado que diz respeito aos materiais descartados no

processo de recuperação de produtos de pós-venda.

BIBLIOGRAFIA

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTOS 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - LOGÍSTICA 10

1.1 Logística Reversa 12 1.2 Canais de Distribuição Reversa 14 CAPÍTULO II - LOGÍSTICA REVERSA DE PÓS-VENDA 16 2.1 Categorias de retorno comerciais 20 2.2 Categoria de retorno por garantia/qualidade 21

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2.3 Categoria de devoluções por substituição de componentes 22 2.3.1 Seleção e destino dos produtos devolvidos 22 2.3.2. Objetivos estratégicos da logística reversa de pós-venda 23 2.4 Aspectos logísticos de retornos de pós-venda 25

CAPÍTULO III – LOGÍSTICA REVERSA E MEIO AMBIENTE 27 3.1 Conceito de Ciclo de Vida do Produto (CVP) 30 3.2 O Estudo de Caso 32 3.2.1 Fotos do Processo Logístico Reverso dos Produtos de Pós-Venda (Empresa Suíça Brasileira) 34 3.2 .2 Fotos do Processo Logístico (Empresa Mobilita –Casa e Vídeo ) 40 3.2.3 Fotos do Processo Logístico Reverso dos Produtos de Pós-Venda (Empresa Ac Laureano – Assistência Técnica 41 CONCLUSÃO

49 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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ÍNDICE 53

FOLHA DE AVALIAÇÃO 54

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES – INSTITUTO A

VEZ DO MESTRE – PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

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Título da Monografia: LOGÍSTICA REVERSA DE PÓS-VENDA: SUA

IMPORTÂNCIA E SUAS CARACTERÍSTICAS NO AMBIENTE

EMPRESARIAL

Autor: Lázaro Carlos Diirr da Silva

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