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UNIVERSI DADE CA NDI DO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PR OJETO A VEZ DO MESTRE CICLO PDCA – UM A SOLUÇÃO ESTRATÉGICA Por: Fernanda Santiago d e Freitas Orientador Profª. Fabiane Muniz Rio de Janeiro 20 06

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

CICLO PDCA –

UMA SOLUÇÃO ESTRATÉGICA

Por: Fernanda Santiago de Freitas

Orientador

Profª. Fabiane Muniz

Rio de Janeiro

2006

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

PDCA –

UMA SOLUÇÃO ESTRATÉGICA

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Administração

da Qualidade

Por: Fernanda Santiago de Freitas

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3

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me guiado em meu

caminho, apesar de todos os

obstáculos e à minha orientadora

Fabiane, pelo apoio para a elaboração

deste trabalho.

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4

DEDICATÓRIA

Ao meu irmão Leonardo e ao meu

namorado Robson, cujo amor e apoio

foram decisivos para a existência deste

trabalho.

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RESUMO

O objetivo desta monografia é apresentar o método gerencial de

Melhorias conhecido como PDCA ou Ciclo PDCA e seu potencial de aplicação

na redução de Reclamação dos Consumidores, desta forma iremos abordar

como o Método de Melhoria PDCA auxilia na correta aplicação das ferramentas

do controle da Qualidade, dentre as quais, as mais importantes: Fluxograma,

Brainstorming, Diagrama de Causa-Efeito, Coleta de Dados, Gráficos, Análise

de Pareto, Histograma e Diagrama de Dispersão.

A aplicação deste método consiste em identificar as principais causas

das reclamações dos consumidores, resultando no planejamento da ação de

bloqueio destas causas e a verificação da eficiência do bloqueio.

Depois foi apresentada uma análise crítica das dificuldades e das

vantagens da implementação, propondo estratégias de aplicação do método

de melhorias PDCA na Redução de Reclamação de Consumidores.

Em suma, o método de melhorias PDCA reúne os conceitos básicos da

administração, apresentando-os em uma estrutura simples e clara, através de

um ciclo, capaz de ser compreendido e gerenciado por qualquer organização.

Dessa forma procurou-se propor a aplicação do PDCA na diminuição

das reclamações de consumidores, procurando analisar a prática da

metodologia, dificuldades e oportunidades de melhoria no método.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste trabalho consistiu em uma pesquisa

descritiva e explicativa, pois teve como objeto principal tornar fácil a

compreensão do assunto, inclusive trazendo definições e obras de referências.

A coleta de dados foi realizada através de pesquisas a periódicos, revistas

especializadas, websites e materiais didáticos, esperando como resultado uma

compreensão maior sob o tema em análise.

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS 3

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I CICLO PDCA OU CICLO DE DEMING 9

CAPÍTULO II FERRAMENTAS DA QUALIDADE 16

CAPITULO III FOCO NO ATENDIMENTO ÀS NECESSIDADES DOS

CLIENTES 27

CAPITULO IV COMO UTILIZAR A METODOLOGIA PDCA 34

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42

ÍNDICE 43

ÍNDICE DE FIGURAS 44

FOLHA DE AVALIAÇÃO 45

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INTRODUÇÃO

Este trabalho é sobre o método gerencial: PDCA, sua definição mais

usual é como um método de gerenciamento de processos ou de sistemas,

utilizado pela maioria com o objetivo de Gerenciamento da Rotina e Melhoria

Contínua dos Processos.

O PDCA é utilizado para que se possa ter certeza da correta aplicação

das ferramentas da qualidade: Fluxograma, Brainstorming, Diagrama de

causa-Efeito, Coleta de Dados, Gráficos, Análise de Pareto, Histograma e

Diagrama de Dispersão.

O ciclo do PDCA é utilizado para controlar o processo, com as funções

básicas de planejar, executar, verificar e atuar corretamente, tendo como

objetivo identificar falhas em etapas de planejamento, atuar corretivamente

nas atuais causas dos problemas, a fim de propor a revisão dos procedimentos

aplicáveis, evitando o surgimento de novas causas de novos problemas.

O plano para se atingir a meta padrão é o Procedimento Operacional

Padrão (POP). O conjunto de procedimentos operacionais padrão é o próprio

planejamento operacional da empresa. O PDCA é utilizado para atingir metas

padrão, ou para manter os resultados num certo nível desejado.

O objetivo deste trabalho é demonstrar como o PDCA pode propiciar às

organizações, condições de tratar de forma adequada seus problemas, de

modo a promover uma constante melhoria de seus processos e a obtenção de

uma consistente garantia da qualidade.

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CAPÍTULO I

CICLO PDCA OU CICLO DE DEMING

1. 1 A origem do Ciclo PDCA

O Ciclo PDCA foi originalmente desenvolvido na década de 1930, nos

Laboratórios da Bell Laboratories nos EUA, pelo estatístico Walter A. Shewhart,

definido como um ciclo estatístico de controle dos processos que pode ser

aplicado para qualquer tipo de processo ou problema.

Este método foi popularizado na década de 1950, pelo também

estatístico, W Ewards Deming, quem efetivamente o aplicou de forma

sistemática dentro de conceitos da Qualidade Total em seus trabalhos

desenvolvidos no Japão. O ciclo de Deming tem por princípio tornar mais

claros e ágeis os processos envolvidos na execução da gestão, como por

exemplo na Gestão da Qualidade, dividindo-a em quatro principais passos.

O PDCA é aplicado principalmente nas normas de sistemas de gestão e

deve ser utilizado (pelo menos na teoria) em qualquer empresa de forma a

garantir o sucesso nos negócios, independentemente da área ou

departamento (vendas, compras, engenharia, etc...). O ciclo começa pelo

planejamento, em seguida a ação ou conjunto de ações planejadas são

executadas, checa-se o que foi feito, se estava de acordo com o planejado,

constantemente e repetidamente (ciclicamente) e toma-se uma ação para

eliminar ou ao menos mitigar defeitos no produto ou na execução.

(Campos,1992)

Segundo Campos os passos são os seguintes:

PLAN: (Planejamento) estabelecer missão, visão, objetivos (metas),

procedimentos e processos (metodologias) necessárias para o atingimento

dos resultados.

DO: (Execução) realizar, executar as atividades.

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CHECK: (Verificação) monitorar e avaliar os resultados, periodicamente,

avaliar processos e resultados, confrontando-os com o planejado, objetivos,

especificações e estado desejado, consolidando as informações,

eventualmente confeccionando relatórios.

ACT: (Agir) Agir de acordo com o avaliado, e de acordo com os

relatórios, eventualmente determinar e confeccionar novos planos de ação, de

forma a melhorar a qualidade, eficiência e eficácia, aprimorando a execução e

corrigindo eventuais falhas.

CICLO PDCA

Fonte: Campos,1992

Esta figura representa o clássico modelo do Ciclo PDCA e através dela

que este trabalho irá ser desenvolvido, demonstrando como a utilização desta

ferramenta pode ser útil na resolução dos problemas nas organizações, em

especial na diminuição das reclamações dos clientes.

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a. P (Plan = Planejar)

Definir o que queremos planejar o que será feito, estabelecer metas e definir

os métodos que permitirão atingir as metas propostas.

No caso de desenvolvimento de um Sistema de Informação, esta atividade

pode corresponder ao planejamento do Sistema.

b. D (Do = Executar)

Tomar iniciativa, educar, treinar, implementar, executar o planejado conforme

as metas e métodos definidos.

No caso de desenvolvimento de um Sistema de Informação, esta atividade

pode corresponder ao desenvolvimento e uso do sistema.

c. C (Check = Verificar)

Verificar os resultados que se está obtendo, verificar continuamente os

trabalhos para ver se estão sendo executados conforme planejados.

No caso de desenvolvimento de um Sistema de Informação, esta atividade

pode corresponder aos testes, análise das informações geradas e avaliação de

qualidade do sistema.

d. A (Action = Agir)

Fazer correções de rotas se for necessário, tomar ações corretivas ou de

melhoria, caso tenha sido constatada na fase anterior a necessidade de corrigir

ou melhorar processos.

No caso de desenvolvimento de um Sistema de Informação, esta atividade

pode corresponder aos ajustes, implementações e continuidade do sistema.

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1. 2 O ciclo do PDCA

W.E. DEMING, ensinou aos japoneses que eles deviam estreitas cada

vez mais as distâncias entre as atividades de: pesquisa, projeto, produção e

vendas. Disse ainda que, depois de vender, deviam continuar a pesquisar,

modificar e aperfeiçoar o projeto, produzir e tentar vender novamente, num

ciclo sem fim.

Os japoneses modificaram o Ciclo de Deming, transformando-o no Ciclo

do PDCA que consiste em se percorrer continuamente as atividades de: :

Planejamento, execução, verificação e ação corretiva.

Fonte: WERKEMA,1995

SHEWART, ao desenvolver os gráficos de controle de processo, mostrou que a

execução de qualquer tarefa deve ser acompanhada da coleta de dados que

permitam uma comparação dos resultados com os valores inicialmente

esperados, visando à tomada de ações corretivas que garantam a manutenção

do controle e o aprimoramento do processo.

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1.2.1 Os princípios de Deming

Os denominados “14 princípios” estabelecidos pelo Dr. Deming

constituem o fundamento dos ensinamentos ministrados aos executivos no

Japão, em 1950 e nos anos subseqüentes.

Consubstanciam a essência de sua filosofia e aplicam-se

indistintamente a organizações pequenas e grandes, tanto na indústria de

transformação como na de serviços. Do mesmo modo aplicam-se a qualquer

unidade ou divisão de uma empresa. São os seguintes:

1- Estabeleça constância de propósitos para melhoria do produto e do serviço,

objetivando-se tornar-se competitivo e manter-se em atividade, bem como criar

emprego;

2- Adote a nova filosofia. Estamos numa nova era econômica.

A administração ocidental deve acordar para o desafio, conscientizar-se de

suas responsabilidade e assumir a liderança no processo de transformação;

3- Deixe de depender de inspeção para atingir a qualidade. Elimine a

necessidade de inspeção em massa, introduzindo a qualidade no produto

desde seu primeiro estágio;

4- Cesse a prática de aprovar orçamentos com base no preço. Ao invés disto,

minimize o custo total. Desenvolva um único fornecedor para cada item, num

relacionamento de longo prazo fundamentado na lealdade e na confiança;

5- Melhore constantemente o sistema de produção e de prestação de serviços,

de modo a melhorar a qualidade e a produtividade e, conseqüentemente,

reduzir de forma sistemática os custos;

6- Institua o treinamento no local de trabalho;

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7- Institua a liderança. O objetivo da chefia deve ser o de ajudar as pessoas e

as máquinas e dispositivos a executarem um trabalho melhor. A chefia

administrativa está necessitando de uma revisão geral, tanto quanto a chefia

dos trabalhadores de produção;

8- Elimine o medo, de tal forma que todos trabalhem de modo eficaz para a

empresa;

9- Elimine as barreiras entre os departamentos. As pessoas engajadas em

pesquisas, projetos, vendas e produção devem trabalhar em equipe, de modo

a preverem problemas de produção e de utilização do produto ou serviço;

10- Elimine lemas, exortações e metas para a mão-de-obra que exijam nível

zero de falhas e estabeleçam novos níveis de produtividade. Tais exortações

apenas geram inimizade, visto que o grosso das causas da baixa qualidade e

da baixa produtividade encontra-se no sistema estando, portanto, fora do

alcance dos trabalhadores;

11. a) Elimine padrões de trabalho (quotas) na linha de produção. Substitua-

os por liderança.

b) Elimine o processo de administração por objetivos. Elimine o processo de

administração por cifras, por objetivos numéricos. Substitua-os pela

administração por processos através do exemplo de líderes;

12. a) Remova as barreiras que privam o operário do direito de orgulhar-se de

seu desempenho.A responsabilidade dos chefes deve ser mudar de números

absolutos para a qualidade.

b) Remova as barreiras que privam as pessoas da administração e da

engenharia de seu direito de orgulharem-se de seu desempenho. Isto significa

a abolição da avaliação anual de desempenho ou de mérito, bem como da

administração por objetivos;

13- Institua um forte programa de educação e auto-aprimoramento;

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14- Engaje todos da empresa no processo de realizar a transformação. A

transformação é da competência de todo mundo.

Finalizo este capítulo com o pensamento principal de Deming:

“Não é suficiente seguir as especificações, nem tampouco não ter clientes reclamando. É necessário, para o sucesso de um negócio, ter os clientes fazendo elogios sobre seu produto ou serviço, permanecendo fiel à marca e trazendo um amigo, que trará outro e outro, para fazer novos negócios com você.”

W. Ewards Deming

Maio de 1986

O Ciclo PDCA apresenta um vasto campo de utilização, o que o torna

uma ferramenta de imensa versatilidade em seu emprego, podendo ser

utilizado desde o estabelecimento de metas de melhoria oriundas da alta

direção, até ações de melhoria em padrões operacionais, contudo seu foco

principal é o cliente, sendo a base para a transformação da organização

voltada para o aprimoramento continuo.

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CAPÍTULO II

FERRAMENTAS DA QUALIDADE

Nos anos 50, Deming levou para o Japão J. M. Juran, criador do

princípio e do gráfico de Pareto. Segundo esse princípio, intensamente

utilizado na indústria japonesa, um pequeno número de causas é responsável

por alta proporção dos problemas. É a regra dos 80-20, isto é, em linhas

gerais, 80% dos problemas se devem a 20% das causas. Juran também

postulava que a qualidade deve ser melhorada item por item, e ocorre quando

cada um dos problemas é diagnosticado e resolvido (Juran & Gryna, 1993). A

importância de Deming e Juran para a indústria japonesa pode ser medida

pelo fato de, até o presente, os prêmios da qualidade mais relevantes do

Japão, e talvez do mundo, serem o Prêmio Deming e o Prêmio Juran. Um

discípulo de Deming, Karou Ishikawa, lançou a idéia das Sete Ferramentas

para o Controle Estatístico de Qualidade: Folha de Verificação, Estratificação,

Diagrama de Pareto, Histograma, Diagrama de Ishikawa, Diagrama de

Dispersão, Gráfico de Controle de Processos ou de Shewhart, sendo também

o criador do Diagrama de Ishikawa ou Diagrama de Causa Efeito (Ishikawa,

1982).

Esse conjunto de técnicas foi intensivamente aplicado nas indústrias

nipônicas e usado no treinamento dos Círculos de Controle da Qualidade

(CCQ), no Japão, considerados por Juran de fundamental importância na

revolução tecnológica acontecida naquele país no pós-guerra. Até 1981 tinham

sido criados aproximadamente 1.000.000 CCQs, com uma participação média

de 10 pessoas por CCQ e aproximadamente 1,5 projetos implementados por

CCQ (Juran, 1981). Ishikawa afirmava que o uso dessas ferramentas resolve

aproximadamente 95% dos problemas de qualidade em qualquer tipo de

organização, seja ela industrial, comercial, de prestação de serviço ou

pesquisa. Segundo Vieira (1997), as Sete Ferramentas para o Controle da

Qualidade devem estar associadas, na cultura japonesa, com as sete armas

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dos samurais, fazendo uma alusão implícita à competitividade e à

sobrevivência empresarial.

Kaoru Ishikawa (1968), objetivando facilitar o estudo dos profissionais da

qualidade, organizou um conjunto de "ferramentas", de natureza estatística e

gráfica, denominando-as "7 Ferramentas do Controle da Qualidade". Nos

últimos anos, a elas foram incorporadas outras, já amplamente utilizadas nas

mais diversas áreas do conhecimento, e que se mostraram eficientes quando

aplicadas às questões relacionadas à qualidade. Algumas das "ferramentas"

consistem apenas em artifícios que facilitam o direcionamento de uma tarefa

de análise ou planejamento (exemplo: 5W2H).

Assim, considera-se fundamental que o profissional da qualidade tenha

o domínio sobre as aplicações destas ferramentas, dentre as quais, as mais

importantes são: Fluxograma,Brainstorming, Diagrama de Causa-Efeito, Coleta

de Dados, Gráficos, Análise de Pareto, Histograma e Diagrama de Dispersão.

Para que se possa ter certeza da correta aplicação das ferramentas,

usa-se o método gerencial PDCA também conhecido como Método de

Melhoria PDCA.

2.1 Fluxograma

O fluxograma é uma representação gráfica destinada ao registro das

diversas etapas que constituem um determinado processo, facilitando sua

visualização e análise. Tem a finalidade de ordenar a seqüência de etapas

(Oakland, 1994).

No planejamento sistemático ou exame de qualquer processo, é

necessário registrar as seqüências de eventos e atividades, estágios e

decisões, de tal maneira que possam ser facilmente compreendidos e

comunicados a todos. Quando se precisar fazer aprimoramento, deve-se ter o

cuidado de, em primeiro lugar, registrar os fatos relativos aos métodos

existentes. As descrições que definem o processo devem possibilitar a sua

compreensão e fornecer a base de qualquer exame crítico necessário para o

desenvolvimento de melhorias. É essencial, então, que as descrições dos

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processos sejam precisas, claras e concisas. "É importante que numa empresa

já em operação os fluxogramas sejam estabelecidos de forma participativa"

(Campos, 1992).

Os fluxogramas podem ser utilizados em todo ciclo de aprimoramento

da qualidade e solução de problema. Os símbolos principais utilizados na

confecção de um fluxograma são:

Principais símbolos utilizados no Fluxograma.

2.2 Brainstorming

O brainstorming é uma rodada de idéias, destinada à busca de

sugestões através do trabalho de grupo, para inferências sobre causas e

efeitos de problemas e sobre tomada de decisão (Costa, 1991). É uma técnica

usada para gerar idéias rapidamente e em quantidade que pode ser

empregada em várias situações (Oakland, 1994).

No dia-a-dia das empresas, os profissionais se colocam frente à

problemas que muitas vezes conduzem a situações inusitadas de difícil saída.

Por mais bem treinados que estejam, surge o impasse. Isso se deve muitas

vezes à própria base de conhecimento recebida em treinamentos, ou mesmo

INÍCIO

AÇÃO

DECISÃO?

FIM

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durante a formação acadêmica, que privilegia um enfoque rígido de

pensamento (Oliveira, 1996).

O brainstorming busca romper com este paradigma na abordagem das

questões. Espera-se liberar os membros da equipe de formalismos limitantes,

que inibem a criatividade, e, portanto, reduzem as opções de soluções e

meios. Busca-se encontrar a diversidade de opiniões e idéias. Por estes

motivos, talvez esta seja a técnica mais difícil de ser utilizada, pois está mais

centrada na habilidade e vontade das pessoas, do que em recursos gráficos

ou matemáticos.

Não existe um número fixo de pessoas para participar de uma sessão de

brainstorming. O ideal é que tenham em torno de 10 a 12 pessoas, a fim de

evitar muita dispersão do grupo. O sucesso do brainstorming deve ser medido

constantemente para que seja aprimorada sua aplicação. O desempenho da

equipe poderá ser monitorado, por exemplo, através de gráficos, cuja

representação evidencie aspectos relevantes, como os seguintes "fatores-

chave" (Oliveira, 1996): Fluência, Flexibilidade, Originalidade, Percepção e

Impulsividade.

O brainstorming pode ser conduzido de duas maneiras, segundo

(Oliveira,1999):

Brainstorming estruturado: são feitas rodadas seqüenciais, nas quais cada

pessoa deve contribuir com uma idéia ou "passar" até a próxima rodada. Sua

vantagem é dar chance de participação para todos.

Brainstorming não estruturado: os membros do grupo podem dar idéias

livremente. Sua vantagem é criar uma atmosfera descontraída e facilitar o

desencadeamento de idéias, mas há o risco da participação ser monopolizada

pelas pessoas mais desinibidas.

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2.3 Diagrama de Causa Efeito

O Diagrama de Causa e Efeito é uma ferramenta utilizada para

apresentar a relação existente entre o problema a ser solucionado (efeito) e os

fatores (causas) do processo que podem influenciar na ocorrência do

problema. A espinha de peixe além de tornar claras as possíveis causas do

problema, também facilita a identificação da causa fundamental da ocorrência

do problema. Permitindo que se possa fazer um plano de ação para eliminar a

causa fundamental que leva ao efeito indesejável.

Este diagrama, também chamado de "diagrama espinha de peixe" ou

"diagrama de Ishikawa", foi criado para que todas as pessoas da empresas

pudessem exercitar a separação dos fins de seus meios (Campos, 1992). É

uma ferramenta destinada a relacionar causas de desvios (Costa, 1991). Trata-

se de um instrumento voltado para a análise de processos produtivos.

Sua forma é similar à “espinha de peixe”, onde o eixo principal mostra

um fluxo de informações e as espinhas, que para ele se dirigem, representam

contribuições secundárias ao processo sob análise. O diagrama ilustra as

causas principais de uma ação, ou propriedade, para as quais convergem

subcausas (causas menos importantes), levando ao sintoma, resultado ou

efeito final de todas (interação) e cada uma (reflexos isolados) dessas causas.

O diagrama permite a visualização da relação entre as causas e os efeitos

delas decorrentes.

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Diagrama de Causa-e-Efeito de Ishikawa, 1943

2.4 Coleta de Dados

Uma das etapas mais críticas do processo de solução de um problema

ou de pesquisa, de uma forma geral, consiste na coleta de dados - conjunto

de técnicas que, com o emprego de uma "folha de verificação" apropriada,

permite a obtenção dos dados necessários a um tratamento estatístico

específico (Oliveira, 1996).

Diz-se crítica, pois se não for realizada corretamente comprometerá toda

a análise que possa vir a seguí-la e, conseqüentemente, as informações.

Como a qualidade é intensiva em informações, há a necessidade de

organização rigorosa para que não ocorra desperdício de tempo e recursos

numa atividade frustrada.

Para facilitar o trabalho do coletor e do analista, é utilizada a folha de

verificação, que se constitui em uma ferramenta para reunir dados e também

EFEITO

CAUSAS

MÃO-DE-OBRA MÉTODO

MATÉRIA-PRIMA MÁQUINA MEDIDA

DIAGRAMA DE ISHIKAWA

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um ponto lógico para iniciar a maioria dos controles de processo ou dos

esforços para a solução de problemas (Oakland,1994).

Após a coleta de dados são aplicadas várias técnicas para a obtenção

de informações úteis. Utilizando-se técnicas estatísticas adequadas é possível

comparar os dados, identificar valores suspeitos e fazer inferências úteis ao

processo de tomada de decisão.

2.5 Gráfico

Das mais variadas formas, os gráficos são ferramentas poderosas na

veiculação de informações. São destinados à síntese e apresentação dos

dados, permitindo que sejam mais facilmente interpretados (Oliveira, 1996).

Com o objetivo de obter o máximo de utilização, é importante que se

observe as seguintes características nos gráficos:

Mostrar os dados sem distorção: A escolha inadequada de escalas a

serem utilizadas no gráfico, pode levar a conclusões equivocadas sobre o

assunto apresentado. Além disto, o uso de traços e cores que podem por em

evidência aspectos pouco relevantes ou que provoquem dúvidas, devem ser

dadas atenção especial. Como nem tudo que vemos é realidade, devemos

evitar nos gráficos as chamadas ilusões ótico-geométricas (Upinsky,1989)

Ter objetivos bem definidos: Ao escolher um determinado tipo de

gráfico, para representar dados de uma pesquisa, devemos ter em conta o

objetivo da comunicação que pretendemos fazer.

Revelar a substância dos fatos: É importante que o gráfico escolhido

seja capaz de mostrar dados coletados e analisado com suficiente clareza,

permitindo que a análise tenha seu foco voltado para os aspectos essenciais

dos fatos.

Permitir a comparação entre dados diferentes: Desde que se tenha

cuidado na escolha das escalas, e outras características dos gráficos, a

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comparação pode ser fácil e ágil. Os gráficos permitem que sejam feitas

comparações, por exemplo, entre resultados de vendas de duas unidades

regionais da empresa, ou entre características de desempenho de vários

equipamentos de mesma natureza.

Revelar os dados com vários níveis de detalhes: Se, por exemplo, as

unidades dos eixos não forem coerentes com a natureza dos dados, ou com a

metodologia estatística de análise, haverá "ruído" na comunicação. A

informação não será transmitida e colocará em dúvida a competência da

equipe, ou, o que é pior, poderá suscitar dúvidas quanto à intenção de

manipulação.

2.6 Análise de Pareto

O Diagrama de Pareto é uma figura simples que visa dar uma

representação gráfica à estratificação (Campos, 1992). O modelo econômico

de Pareto foi traduzido para a área da Qualidade por Juran, sob a forma

“alguns elementos são vitais; muitos, apenas triviais” (Paladini, 1994).

Se os sistemas ou causas de produtos defeituosos ou de algum outro

efeito são identificados e registrados, é possível determinar que porcentagem

pode ser atribuída a cada uma das causas (Oakland, 1994).

O que o diagrama de Pareto sugere é que existem elementos críticos e

a eles deve-se prestar total atenção. Usa-se, assim, um modelo gráfico que os

classifica em ordem decrescente de importância, a partir da esquerda. Os

elementos sob estudo (apresentados na linha horizontal) são associados a

uma escala de valor (que aparece na vertical), constituída de medidas em

unidades financeiras, freqüências de ocorrência, percentuais, número de itens

etc. (Paladini, 1994).

O Principio de Pareto se aplica a várias áreas do conhecimento, em

particular, no campo da Gestão da Qualidade, tem-se mostrado uma

ferramenta importante na priorização de ações, minimizando custos

operacionais e evitando fracassos.

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Dessa forma, é possível atacar os problemas, de forma eficiente,

priorizando as causas que se mostram responsáveis pela maior parte das

perdas. Portanto, o processo de melhoria deve desenvolver-se "passo-a-

passo"; partindo-se daqueles considerados mais críticos, e cujos resultados

positivos trarão um retorno maior para o sistema. Isto não impede que sejam

desenvolvidas ações para eliminar causas consideradas simples, dentre as

muitas e triviais, desde que com baixo dispêndio de recursos e tempo.

2.7 Sistema de Análise GUT

O nome GUT, segundo CIAGRI-USP e ESALQ-USP 1998-2000, provém

das iniciais das palavras gravidade, urgência, tendência e é um sistema usado

quando desejamos priorizar os itens obtidos através do brainstorming. Cada

participante atribuirá às idéias apresentadas um peso que corresponde às

prioridades por ele sentidas. Outorgam-se escores em função da média

aritmética simples ou ponderada dos itens considerados.

Construção G.U.T.

G – GravidadeDano ou prejuízo que pode

decorrer da situação.

U – UrgênciaPressão de tempo que sinto

para ocupar-me da situação.

T – TendênciaPadrão de evolução da

situação.

Problemas G U T Escore

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A

B

C

D

Modelo de construção do GUT

2.8 Ferramenta 5W2H

Uma vez que a situação foi analisada utilizando-se as ferramentas

brainstorming, sistema GUT e Diagrama de Ishikawa deve-se montar um plano

de ação para corrigir os problemas e/ou possibilidades de melhoria levantadas.

O plano de ação 5W2H permite considerar todas as tarefas a serem

executadas ou selecionadas de forma cuidadosa e objetiva, assegurando,

segundo CIAGRI-USP e ESALQ-USP 1998-2000, sua implementação de forma

organizada, levando em conta os seguintes passos:

What ? O que será feito ?

When ? Quando será feito

Where ? Onde será feito?

Why? Por que será feito?

Who? Quem o fará?

How? Como será feito?

How Much ? Quanto custará ?

Tabela do 5W2H

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2.9 Diagrama de Matriz

Segundo (Oakland,1994) consiste numa estrutura que organiza

logicamente informações que representam ações, responsabilidades,

propriedades ou atributos inter-relacionados. A estrutura tende a enfatizar a

relação entre elementos, mostrando como se opera esta relação por destaque

conferido às conexões relevantes do diagrama. Este destaque utiliza

simbologia própria, que permite rápida visualização da estrutura.

Existem muitas versões do diagrama de matriz, porém o mais

largamente usado é uma matriz simples em forma de "L", conhecida como

tábua da qualidade. Este diagrama é uma simples representação

bidimensional que mostra a interseção de pares relacionados de itens. Pode

ser usado para mostrar relacionamento entre itens em todas as áreas

operacionais, inclusive nas áreas de administração, de manufatura, de

pessoal, de P & D, etc., para identificar todas as tarefas da organização que

precisam ser realizadas e como elas devem ser atribuídas às pessoas. Pode

ser utilizada também para demonstrar o impacto de um problema nas várias

áreas de uma organização e para priorizar determinados problemas.

Diagrama de Matriz em "L"

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Outro tipo de matriz é a em forma de "T", que nada mais é do que a

combinação de dois diagrama em forma de "L". Ele é baseado na premissa de

que dois conjuntos separados de itens são relacionados com um terceiro. O

diagrama em "T" tem sido também amplamente usado para desenvolver novos

materiais pelo relacionamento simultâneo de diferentes materiais alternativos

com dois grupos de propriedades desejáveis.

Existem outras matrizes que se ocupam com idéias do tipo função de

produto ou serviço, custos, modos de falha, capacidades, etc.; no mínimo, 40

diferentes tipos de diagramas de matriz são disponíveis.

CAPITULO III

FOCO NO ATENDIMENTO ÀS NECESSIDADES DOS

CLIENTES

3.1 Imagem e conhecimento de mercado

De acordo com a Fundação Nacional da Qualidade, a sobrevivência e o

sucesso de uma organização estão diretamente relacionados à sua

capacidade de atender às necessidades e expectativas de seus clientes, as

quais devem ser identificadas, entendidas e utilizadas para que os produtos

possam ser desenvolvidos, criando o valor necessário para conquistar e retê-

los. Por outro lado, para que haja continuidade em suas operações, a

organização também deve identificar, entender e satisfazer as necessidades e

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expectativas da sociedade e das comunidades com as quais interage de forma

ética - cumprindo as leis e preservando os ecossistemas –, contribuindo,

assim, para o desenvolvimento das mesmas.

A liderança, de posse de todas essas informações, estabelece os

princípios da organização e pratica e vivencia os fundamentos da excelência,

impulsionando, com seu exemplo, a cultura da excelência na organização. Os

líderes, principais responsáveis pela obtenção de resultados que assegurem a

satisfação de todas as partes interessadas e a perpetuidade da organização,

analisam o desempenho da mesma e executam, sempre que necessário, as

ações requeridas, consolidando o aprendizado organizacional.

As estratégias são formuladas pelos líderes para direcionar a

organização e o seu desempenho, e para determinar sua posição competitiva.

São estabelecidas metas que consideram as projeções da demanda e o

desempenho projetado dos concorrentes. As estratégias são desdobradas em

todos os níveis da organização em planos de ação, de curto e longo prazo.

Recursos adequados são alocados para assegurar a implementação das

estratégias. As estratégias, as metas e os planos são comunicados para as

pessoas da força de trabalho e, quando pertinente, para as demais partes

interessadas. A organização avalia permanentemente a implementação das

estratégias e monitora os respectivos planos e responde rapidamente às

mudanças nos ambientes interno e externo.

Até este momento, considerando os quatro critérios apresentados, tem-

se a etapa de planejamento (P) do ciclo PDCA da organização.

As pessoas que compõem a força de trabalho devem estar capacitadas

e satisfeitas, atuando em um ambiente propício à consolidação da cultura da

excelência, para executar e gerenciar adequadamente os processos, criando

valor para os clientes e visando a aperfeiçoar o relacionamento com os

fornecedores. A organização planeja e controla os seus custos e

investimentos. Os riscos financeiros são quantificados e monitorados.

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Conclui-se, neste momento, a etapa referente à execução (D) no PDCA.

Para efetivar a etapa do Controle (C), são mensurados os resultados em

relação a: situação econômico-financeira, clientes e mercado, pessoas,

sociedade, processos principais do negócio e processos de apoio, e

fornecedores. Os efeitos gerados pela implementação sinérgica das práticas

de gestão e pela dinâmica externa à organização podem ser comparados às

metas estabelecidas para eventuais correções de rumo ou reforços das ações

implementadas.

Esses resultados, em forma de informações e conhecimento, retornam a

toda a organização, para que esta possa executar as ações e buscar o

aprendizado organizacional, complementando o ciclo PDCA com a etapa

referente à ação (A). Essas informações representam a inteligência da

organização, viabilizando a análise do desempenho e a execução das ações

necessárias, em todos os níveis. A figura enfatiza as informações e o

conhecimento como elementos que permitem a inter-relação de todos os

critérios e, portanto, entre todos os elementos que constituem a organização. A

gestão das informações e dos ativos intangíveis é um elemento essencial à

jornada em busca da excelência.

3.2 Consumidor

Sem dúvida o personagem mais importante para qualquer organização

e para sua cadeia de fornecimento é o consumidor.

Apesar das palavras cliente e consumidor serem constantemente

utilizadas como sinônimas, nem sempre esse entendimento semântico é

desejável porque uma cadeia de fornecimento terá uma certa quantidade de

clientes (todos aqueles que recebem o produto de algum fornecedor situado

em uma etapa anterior a sua) que variará de alguns até muitos, entretanto em

qualquer cadeia de fornecimento somente haverá um único grupo que poderá

ser chamado consumidor e sobre o qual toda a cadeia está sustentada.

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Consumidor, segundo a Legislação Brasileira de Defesa do Consumidor,

é toda a pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço

como destinatário final.

Consumidor, segundo Hegedus (08/2004), é aquele que adquire um

item (produto ou serviço) qualquer e não é facilmente identificável, sendo

ainda aquele que adquire um item qualquer baseado num compromisso formal

de compra, seja através de contrato o um pedido entre empresas.

O consumidor, de uma maneira geral, pretende trocar seu ganho

financeiro pela satisfação de suas necessidades ou desejos. Isso significa que

o consumidor troca a quantidade de dinheiro em seu poder por menos

dinheiro, no caso da compra de um produto, apenas pelo benefício que este

produto lhe dará, sendo assim seu “lucro” não é facilmente mensurável, muitas

vezes é impossível de ser medido.

3.2.1 Serviço de Atendimento ao Consumidor – SAC

O Serviço de Atendimento ao Consumidor, conhecido como SAC, é hoje

utilizado por muitas empresas como um ágil canal de contato com seus

consumidores e clientes. Mas segundo Hegedus (08/2004), não basta ao SAC

ser uma porta aberta para fora da organização se estes dados ou informações

não forem amplamente divulgados e discutidos internamente.

Portanto, dentro de uma visão geral, um SAC tem como objetivo

oferecer aos consumidores um canal de comunicação rápida e fácil para:

fornecer informações sobre os produtos, minimizar as reclamações,

providenciar troca de produtos e que os serviços sejam refeitos, participar de

grupos internos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e de grupos de

melhorias de produtos e serviços, entre outros.

Entretanto, ressalta Hegedus (08/2004), somente o atendimento a

consumidores como um instrumento de marketing, pode vir a trazer muitos

dissabores caso não haja um real programa suportando tal área. Isto quer

dizer que para que a área de atendimento aos consumidores funcione a

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contento, é necessária a existência de um programa da qualidade, se possível

o TQC, e obviamente o apoio da alta direção para que realmente se busque

solucionar os problemas apontados pelos consumidores.

3.3 Conceitos Básicos

3.3.1 Qualidade

Uma síntese da literatura que define a qualidade, a justifica como

variável estratégica (Langevin, 1992, p. 13). Não é surpresa que não haja uma

única definição aceitável para a qualidade, dada a complexidade do conceito.

As definições, propostas por teóricos de renome, podem ou não incluir algum

tipo de referência ao interesse do consumidor:

Deming: "a produção eficiente da qualidade na expectativa do mercado";

Juran: "adaptação ao uso" e "desempenho do produto, livre de defeitos";

Crosby: "conformidade com as especificações".

Definições mais recentes enfocam a completa satisfação do consumidor com o

produto ou serviço final:

Feigebaum: "a composição total das características de produto e serviço de

marketing, engenharia, manufatura e manutenção, na qual o produto e o

serviço utilizados encontram as expectativas do consumidor".

Harrington: "satisfazer ou exceder as expectativas do consumidor, por um

custo que represente valor para ele".

Paladini: "a qualidade, corretamente definida, é aquela que prioriza o

consumidor".

Na ótica de Paladini (1994, p. 16), apesar da variedade muito ampla de

definições para a palavra qualidade, esta deve ser orientada para seu alvo

específico: o consumidor.

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Assim, nota-se que a qualidade é tão entrelaçada em serviços como o é

produzido. A maneira como o consumidor os utiliza é tão importante, que

literalmente não sabemos o que foi criado, até conhecermos a qualidade dos

resultados finais.

Werkema (1995), fornece, o seguinte significado para os componentes da

Qualidade Total:

Qualidade: são as qualidades intrínsecas, referentes às características

específicas dos produtos, as quais definem a capacidade destes de

promoverem a satisfação do cliente.

Custo: diz respeito ao custo operacional para a fabricação do bem e envolve,

por exemplo, os custos de compras, de insumos utilizados, de produção, de

recrutamento e de treinamento.

Entrega: está relacionado à entrega dos produtos finais e intermediários da

empresa. A entrega deve acontecer na quantidade, na data e no local certos.

Moral: é o componente que mede o nível médio de satisfação das pessoas que

trabalham na empresa, e pode ser medido por índices de absenteísmo, de

demissões, de reclamações trabalhistas, de sugestões, entre outros.

Segurança: esta dimensão da Qualidade Total se refere à segurança das

pessoas que trabalhamna empresa e dos usuários do produto.

Teboul (1991) define como qualidade “a capacidade de satisfazer as

necessidades, tanto na hora da compra, quanto durante a utilização, ao

melhor custo possível, minimizando as perdas e melhor do que os nossos

concorrentes”.

É possível então, segundo Hedegus (02/2004), adotar uma proposta

para qualidade como o conjunto de atividades que permitem obter um produto

ou serviço dentro de requisitos que atendam às necessidades e expectativas

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dos clientes, com custo ótimo, dentro do prazo desejado, obtendo-se a melhor

resposta, isto é, lucro e satisfação da empresa e do cliente.

3.3.2 Custos da Qualidade

Os custos de prevenção são, segundo Hegedus (05/2004), os custos de

todas as atividades dedicadas a prevenir desvios nos produtos ou serviços

fornecidos, ou então, os custos necessários para reduzir ao mínimo os custos

de avaliação e de falhas.

Já os custos de avaliação são os custos associados à medição,

avaliação ou auditoria de produtos e processos, para assegurar a

conformidade com os padrões da qualidade especificados de produtos e

serviços, ou então, os custos necessários para medir a qualidade atingida.

Custos de falhas são os custos necessários para avaliar, corrigir ou substituir

os produtos ou serviços que apresentem desvios em relação à especificação,

ou seja, não conformidades. Está subdividido em duas categorias:

Falhas Internas: são os custos de falhas que ocorrem antes da entrega do

produto ou do fornecimento do serviço.

Falhas Externas: são os custos de falhas ocorridos após a entrega do

produto ou durante ou após o fornecimento do serviço.

Há ainda o custo da imagem, da marca, que pode ser afetada quando

da ocorrência de problemas junto ao consumidor e/ou sociedade. Entretanto

não se inclui esse custo, que apesar de poder alcançar valores muito

expressivos, é de cálculo muito difícil.

Ainda pode-se citar o custo das implicações subseqüentes devidas à má

qualidade, como por exemplo, o custo de interrupção de uma linha de

produção qualquer pela falta de um simples parafuso (rejeitado quando de

seu recebimento), mas em geral, também não é considerado, seja pelas

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dificuldades em seu cálculo, seja pela distorção que poderiam causar aos

valores de custo da qualidade anteriormente mencionados.

CAPITULO IV

COMO UTILIZAR A METODOLOGIA PDCA

Neste capítulo são apresentadas a organização e sistematização do uso

das ferramentas da qualidade através do Ciclo PDCA para Melhorias

apresentado por (NORTON, 1999), que se define em oito etapas: 1.

Identificação do problema, 2. Observação, 3. Análise do Processo, 4. Plano de

Ação, 5. Ação, 6. Verificação, 7 Padronização e por último 8. Conclusão.

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Esta metodologia, nada mais é do que a aplicação de várias

ferramentas, direcionadas para o mesmo foco e de maneira organizada, com o

objetivo de solucionar os problemas da organização.

4.1 Objetivo

O conceito de método de melhorias PDCA encontra-se, nos dias de

hoje, largamente difundido em escala mundial. Sua definição mais usual é

como um método de gerenciamento de processos ou de sistemas, utilizado

pela maioria com o objetivo de Gerenciamento da Rotina e Melhoria Contínua

dos Processos.

Dessa forma, utilizando a metodologia de análise e solução de

problemas, num período de 12 meses, procura-se eliminar as causas de no

mínimo 10% das reclamações atuais dos consumidores. Além de identificar

falhas em etapas de planejamento que não previram as atuais causas dos

problemas, a fim de propor a revisão dos procedimentos aplicáveis, evitando o

surgimento de novas causas de novos problemas, com uma metodologia de

trabalho -PDCA.

Após aplicação do método, analisar as dificuldades, pontos

fundamentais para o seu sucesso e melhores caminhos a seguir na sua

utilização, além de disseminar o seu uso, através da divulgação interna na

empresa. nas atividades do grupo. A idéia central é explicitar a aplicação das

etapas do PDCA conforme a Figura a seguir, os resultados obtidos e assim

despertar o interesse pela ferramenta, disseminando a mesma na organização.

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Etapas do PDCA (NORTON, 1999)

4.2 Metodologia PDCA

A partir do momento em que se tem as definições de qualidade, serviços

e ferramentas para análise e solução de problemas, já é possível iniciar um

estudo mais elaborado da metodologia que envolve todos esses conceitos.

A metodologia baseia-se na obtenção de dados que justifiquem ou

comprovem teorias ou hipóteses previamente levantadas. Através da utilização

de algumas das ferramentas tratadas anteriormente, busca-se identificar as

causas que possam estar relacionadas ao problema em estudo.

A identificação do problema pode ocorrer em qualquer departamento da

empresa e, não necessariamente por uma pessoa especializada no assunto

qualidade. Mas, a auditoria da qualidade tem a função de evidenciar essas

oportunidades. Para cada problema identificado e priorizado, em função de

riscos, custos e benefícios para o negócio, pode ser estabelecido um projeto

de análise e solução.

O controle da qualidade via PDCA é o modelo gerencial para todas as

pessoas da empresa. Este método de solução de problemas deve ser

dominado por todos. Todos nós precisamos ser exímios solucionadores de

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problemas. O domínio deste método é o que há de mais importante no TQC

(Campos, 1992).

O ciclo do PDCA é utilizado para controlar o processo, com as funções

básicas de planejar, executar, verificar e atuar corretamente. Para cada uma

dessas funções, existe uma série de atividades que devem ser realizadas.

Cada letra do ciclo corresponde a um termo do vocabulário americano que se

traduz da seguinte forma:

Plan Planejar Do Executar

Check Verificar/Controlar Act Agir

Pode ser mais bem ilustrado pela figura a seguir:

Ciclo PDCA (NORTON, 1999)

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Para cada uma das etapas apresentadas na Figura anterior, existe uma

série de tarefas que devem ser cumpridas, quando da execução do PDCA.

Dessa forma, a seguir, vem uma identificação dessas atividades, bem como

das ferramentas apropriadas a cada uma delas, baseado no método utilizado

por Falconi Campos (1992).

4.2.1 Etapa 1: Identificação do Problema

O grupo terá que identificar problema da organização está é a tarefa

mais importante, pois 50% do problema se resolve com a correta identificação

do mesmo, após deverá ser levantado o histórico do problema, identificando a

freqüência e como o mesmo ocorre, demonstrando as perdas atuais e ganhos

viáveis, também deverá ser feita a análise de Pareto, priorizando temas e

estabelecendo metas numéricas viáveis. Nessa tarefa, devem-se buscar

somente os resultados indesejáveis. A causa faz parte da Etapa: Análise

Deverá ser nomeados o grupo responsável e o líder, propondo uma

data limite para ter o problema solucionado.

4.2.2 Etapa 2: Observação

Nesta etapa é realizada uma coleta de dados para descobrir as

características do problema, em seguida o problema deve ser observado sob

vários pontos de vista: Tempo, local, tipo, sintoma e indivíduo.

São utilizadas as perguntas do "5W2H" (O que, quem, quando, onde,

porque, como e quanto) para coletar os dados, após as opiniões coletadas são

aplicadas no Gráfico de Pareto.

Também é necessário descobrir as características do problema através

da observação no local, estimar um cronograma para referência, atualizado em

cada processo e estimar um orçamento e definir uma meta a ser atingida..

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4.2.3 Etapa 3: Análise

Consiste na definição das causas influentes, utilizando o brainstorming

para colher o maior número possível de causas a fim de construir o diagrama

de causa-efeito. Escolhidas as causas mais prováveis, baseada nas

informações colhidas na Etapa 4.2.2 (Observação)

Deverá ser feita a verificação de hipóteses, confrontando dados e

opiniões utilizando Pareto para priorizar, o Histograma para avaliar a dispersão

e Gráficos para verificar a evolução.

Após deve-se fazer o teste de consistência da causa fundamental e

verificar a possibilidade de bloqueio. Se for impossível, pode ser que a causa

determinada ainda não seja a causa fundamental, mas um efeito dela. Em

decorrência desta tarefa, deve-se transformar a causa num novo problema e

perguntar outro porque voltando ao início do fluxo do processo.

4.2.4 Etapa 4: Plano de Ação

É a etapa em que é elaborada a estratégia de ação, certificando-se de

que as ações serão tomadas sobre as causas fundamentais e não sobre seus

efeitos. Deverá ser elaborado o Plano de Ação para o bloqueio e através do

"5W2H" o cronograma e o orçamento final deverão ser revisados.

Deve-se determinar a meta a ser atingida e os itens de controle e

verificação dos diversos níveis envolvidos.

4.2.5 Etapa 5: Ação

Esta etapa tem como tarefas: Divulgar o plano a todos os envolvidos,

apresentar claramente as tarefas e a razão delas, certificar-se de que todos

entenderam e concordaram com as medidas propostas e por fim executar a

ação, registrando todos os resultados bons ou ruins e a data em que foram

tomados.

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4.2.6 Etapa 6: Verificação

Nesta etapa deve-se: Comparar os resultados, utilizando os dados

coletados antes e após a ação de bloqueio para verificar a efetividade da ação

e o grau de redução dos resultados indesejáveis, fazer uma listagem dos

efeitos secundários, verificar a continuidade ou não do problema. Se os efeitos

continuarem a ocorrer, significa que a solução apresentada foi falha. E por

último verificar se o bloqueio foi efetivo. Se a solução foi falha, retornar a Etapa

4.2.2 (Observação).

4.2.7 Etapa 7: Padronização

Deve ser estabelecido o novo procedimento operacional ou rever o

antigo pelo “5W2H” e incorporar sempre que possível um mecanismo à prova

de “bobeira” (“Poka Yoke”).

Deverá ser feita a comunicação de modo a evitar possíveis confusões:

estabelecer data de início da nova sistemática, quais as áreas que serão

afetadas para que a aplicação do padrão ocorra em todos os locais

necessários ao mesmo tempo e por todos os envolvidos.

Também é necessário efetuar a educação e o treinamento, certificando-

se de que todos os funcionários estão aptos a executar o procedimento

operacional padrão e fazer um acompanhamento periódico da utilização do

padrão.

4.2.8 Etapa 8: Conclusão

Relacionar os problemas remanescentes e também os resultados acima

do esperado (são indicadores importantes para aumentar a eficácia nos futuros

trabalhos). Assim como reavaliar os itens pendentes, organizando-os para uma

futura aplicação do novo ciclo do PDCA, analisar as etapas executadas do

PDCA, para evidenciar oportunidades de melhoria para as próximas

aplicações.

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E refletir cuidadosamente sobre as próprias atividades das várias etapas do

método.

A aplicação do PDCA, para Cerqueira (1995), não assegura a solução

definitiva dos problemas. Em muitas ocasiões, os homens descobrem as

causas para os efeitos indesejáveis e não são capazes de recomendar o

remédio que seja totalmente eficaz. Muitas vezes, o que se consegue é a

minimização dos efeitos indesejáveis a níveis passíveis de serem suportados

e/ou mantidos sob controle.

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CONCLUSÃO

Este trabalho apresentou a utilização da metodologia PDCA tendo

como foco a Redução das Reclamações dos consumidores, onde pode ser

visto a eficiência desta ferramenta no auxílio a resolução de problemas, pois é

de fácil compreensão e conforme apresentado, para cada tipo de ferramenta,

existe uma série de aplicações que podem ser efetuadas. Na maioria das

vezes, as ferramentas são multifuncionais, ou seja, servem para se identificar

várias situações.

Exemplo disso é o fluxograma, primeira ferramenta apresentada, que

segundo Oliveira (1196, p.12) pode ser usada em todo o ciclo de solução de

problemas. O brainstorming é de fundamental importância, pois dá a

oportunidade de todos opinarem. Também auxilia bastante porque permite

gerar idéias sem que haja interrupções e críticas.

A seleção das causas apontadas irá depender do grupo e do problema

em questão, bem como do domínio da ferramenta Diagrama de Ishigawa, com

a separação das causas consideradas relevantes e de acordo com os

requisitos estabelecidos pelo grupo. A análise de Pareto é outra ferramenta

importante para que se possam focar as ações sobre as principais causas que

afetam um determinado processo.

A partir deste momento o sistema GUT é a melhor forma de priorizar

quantitativamente algumas das causas influentes, pois coloca em números o

sentimento do grupo em relação às causas levantadas, facilitando a tomadas

de ações sobre as mais relevantes. Da mesma forma que a tabela 5W2H

auxilia no estabelecimento das acções a serem tomadas para a resolução do

problema.

Assim, a interligação que se faz é que nem todas servem para dar um

resultado final. Algumas servem de passo intermediário para se chegar a um

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resultado posterior. Outras utilizam-se de ferramentas de apoio para gerar a

informação desejada.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

http://www.fnq.org.br - acesso 17/09/2006 – 01:08h

CAMPOS, Vicente Falconi. TQC – Controle da Qualidade total: no estilo japonês. Minas Gerais 5 ed. Bloch, 1992.

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TADEU, Cruz. Sistemas, organização & métodos: estudo integrado das novas tecnologias de informação. São Paulo: Atlas,1998.

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HEGEDUS, Clovis E. Qualidade e as relações de consumo. Escola de Administração, MAUA. ADM 340, 08/2004. Não publicado.

ÍNDICE

AGRADECIMENTOS 3DEDICATÓRIA 4RESUMO 5METODOLOGIA 6SUMÁRIO 7INTRODUÇÃO 8CAPÍTULO I CICLO PDCA OU CICLO DEMING 91. 1 A origem do Ciclo PDCA 91. 2 O ciclo do PDCA 121.2.1 Os princípios de Deming 13CAPÍTULO II FERRAMENTAS DA QUALIDADE 162.1 Fluxograma 172.2 Brainstorming 182.3 Diagrama de Causa Efeito 202.4 Coleta de Dados 212.5 Gráfico 222.6 Análise de Pareto 232.7 Sistema de Análise GUT 242.8 Ferramenta 5W2H 252.9 Diagrama de Matriz 26CAPÍTULO III FOCO NO ATENDIMENTO ÀS NECESSIDADES DOS CLIENTES 273.1 Imagem e conhecimento de mercado 273.2 Consumidor 293.2.1 Serviço de Atendimento ao Consumidor – SAC 303.3 Conceitos Básicos 313.3.1 Qualidade 313.3.2 Custos da Qualidade 33CAPÍTULO IV COMO UTILIZAR A METODOLOGIA PDCA 344.1 Objetivo 354.2 Metodologia PDCA 364.2.1 Etapa 1: Identificação do Problema 384.2.2 Etapa 2: Observação 384.2.3 Etapa 3: Análise 394.2.4 Etapa 4: Plano de Ação 394.2.5 Etapa 5: Ação 394.2.6 Etapa 6: Verificação 404.2.7 Etapa 7: Padronização 404.2.8 Etapa 8: Conclusão 40CONCLUSÃO 42BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43ÍNDICE 44INDICE DE FIGURAS 45

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FOLHA DE AVALIAÇÃO 46

INDICE DE FIGURAS

FIGURA 1 – Ciclo PDCA (Campos, 1992) 10

FIGURA 2 – Gestão da rotina e da melhoria 12

FIGURA 3 – Principais símbolos utilizados no fluxograma 18

FIGURA 4 – Diagrama de ISHIKAWA (ISHIKAWA ,1943) 21

FIGURA 5 – Diagrama de matriz em “L” 26

FIGURA 6 – Etapas do PDCA (NORTON, 1999) 36

FIGURA 7 – Ciclo PDCA (NORTON, 1999) 37

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Título da Monografia: PDCA – Uma Estratégia Empresarial

Autor: Fernanda Santiago de Freitas

Data da entrega: 26 de Setembro de 2006

Avaliado por: Prof.ª Fabiane Muniz Conceito:

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