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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM PEDAGOGIA EMPRESARIAL INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A PEDAGOGIA EMPRESARIAL INVESTINDO NOVAS ESTRATÉGIAS NO MUNDO GLOBALIZADO DO TRABALHO Por: Regina Bacildo Albernoz Orientador Profª: Fabiane Muniz Rio de Janeiro Julho / 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

EM PEDAGOGIA EMPRESARIAL

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A PEDAGOGIA EMPRESARIAL INVESTINDO NOVAS ESTRATÉGIAS NO MUNDO GLOBALIZADO DO TRABALHO

Por: Regina Bacildo Albernoz

Orientador

Profª: Fabiane Muniz

Rio de Janeiro

Julho / 2010

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Regina Bacildo Albernoz

A PEDAGOGIA EMPRESARIAL INVESTINDO NOVAS ESTRATÉGIAS NO MUNDO GLOBALIZADO DO TRABALHO

Monografia apresentada à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para conclusão do

Curso Pós-Graduação Lato Sensu em Pedagogia

Empresarial.

Rio de Janeiro, julho de 2011

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AGRADECIMENTOS

A todos os Mestres dessa Instituição de Ensino, que sempre nos

proporcionaram ensinamentos essenciais, que efetivamente

projetarão reflexos na vida profissional de cada educando que por

aqui marcou presença nos bancos escolares.

Ao meu, esposo e filhos, todo meu amor, carinho e gratidão, pelas

horas ausentes que passamos, onde buscava maior capacitação

profissional.

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DEDICATÓRIA

A Deus, pelas maravilhas que tem feito

em minha vida e na de todos que

acreditam nesse Ser Supremo.

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“A atuação do pedagogo empresarial, por se tratar de uma área educativa, tendo como referência à elaboração de programas instrucionais ou diretrizes didáticas que pode ser resumida em três competências básicas: planejar a aprendizagem, facilitar a aprendizagem e avaliar a aprendizagem..”

(SANTOS, 2007).

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RESUMO

O estudo possui como objetivo geral explicar como a Pedagogia Empresarial poderá investir em novas estratégias para acompanhar o avanço da tecnologia no atual mercado de trabalho. Para tanto, será necessário melhorar a qualidade da prestação de serviços de empresas que hoje já contam com a participação desse profissional à desafiar situações de conflitos e, consequentemente alcançar as metas da excelência de resultados finais exigidos tanto pelo atual mercado de trabalho como pela sociedade. Nessa perspectiva cabe redefinir e reestruturar as práticas e funções organizacionais de todos os envolvidos, sobretudo do pedagogo empresarial, em ações transformadoras nos processos de recrutamento e seleção de pessoas, treinamento e desenvolvimento de competências ligadas à área de recursos humanos, que hoje solicita a presença de um mediador e articulador habilitado e qualificado tecnicamente, sendo um profissional reconhecido pelas atividades desenvolvidas na empresa, exercendo sua função com caráter educativo, o que poderá contribuir positivamente para se invista e sejam implementadas novas estratégicas, atendendo tanto a demanda organizacional quanto ao mercado globalizado. Palavras- Chave: Pedagogia Empresarial, pedagogo, estratégias, mercado de trabalho.

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METODOLOGIA

O procedimento metodológico escolhido para o desenvolvimento desse

trabalho tem como referência os estudos de Vergara (2005) que quanto aos

meios, será de pesquisa bibliográfica, partindo-se da consulta de livros, artigos,

periódicos, trabalhos acadêmicos disponibilizados em sites credenciados que

tratam do tema da Pedagogia Empresarial entre várias estratégias que podem

ser utilizadas na atuação desse profissional.

Será necessário, portanto, que se considere que todo processo de

mudança, requer que se envolvam ações educativas, com a intenção de

promover novos conhecimentos e assim, seja permitido o acompanhamento e

a transformação dos valores inseridos nas modernas organizações

empresariais.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................... 09

CAPÍTULO I

A PEDAGOGIA EVOLUINDO PARA O AMBIENTE DE TRABALHO ............ 12

CAPÍTULO II

O PEDAGOGO EMPRESARIAL ATUANDO NA ÁREA DE RECURSOS

HUMANOS ..................................................................................................... 22

CAPÍTULO III

A PEDAGOGIA EMPRESARIAL INVESTINDO EM NOVAS

ESTRATÉGIAS .............................................................................................. 34

CONCLUSÃO ................................................................................................ 56

BIBLIOGRAFIA .............................................................................................. 61

WEBGRAFIA ................................................................................................. 63

ANEXOS ........................................................................................................ 64

ÍNDICE ........................................................................................................... 71

FOLHA DE AVALIAÇÃO ................................................................................ 72

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INTRODUÇÃO

Essa pesquisa tem por objetivo explicar como a Pedagogia

Empresarial pode investir em novas estratégias para acompanhar o avanço da

tecnologia no atual mercado de trabalho. Visa especificamente elucidar o

conceito de Pedagogia Empresarial, identificando algumas das estratégias a

serem usadas pelas organizações empresariais.

Dessa forma, procura reconhecer a importância de atuação do

pedagogo empresarial na aplicação de ferramentas estratégicas no ambiente

organizacional, mostrando diversificadas funções no campo da gestão

empresarial, que hoje vem se desenvolvendo e procurando acompanhar a

passos largos o advento da globalização.

A fim de elucidar o desempenho do Pedagogo, que no mundo

contemporâneo se qualifica como um profissional que poderá através de sua

competência e habilidade atuar em diversos campos, sobretudo, nessa área de

investigação, que hoje ainda é pouco explorada e, por essa razão, deu-se o

interesse e motivação para realizar a pesquisa.

Outro ponto de discussão constitui na observação de que algumas

empresas ainda não possuem pedagogos fazendo parte de seus quadros

funcionais, mais se espera que em breve isso possa ocorrer, o que

complementaria a importância da função de pedagogo no mercado de trabalho

moderno.

Entende-se que a ocasião solicita uma nova forma de pensar e agir

para se lidar com a rapidez e abrangência de informações e, ainda, com o

conhecimento ativo e dinâmico de novos procedimentos dentro das

organizações.

Nesse sentido, deve-se considerar não somente a capacidade das

pessoas em manter a comunicação comunicar e o relacionamento entre o

grupo de trabalho, que certamente exercerá pontos positivos para o sucesso

empresarial no século XXI.

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Nas organizações as pessoas estão sujeitas as dificuldades do

cotidiano; essas que por muitas vezes podem sofrer interferências nas formas

de comunicação e até mesmo nas relações interpessoais, daí vem à

necessidade de formar um indivíduo capacitado para o exercício de suas

funções, mas quando se trata do Pedagogo Empresarial este deve demonstrar

com praticidade os efeitos e benefícios de adotar diversas atividades

educativas na obtenção de resultados satisfatórios e lucrativos para a

organização de um modo geral.

Sendo assim, o perfil do Pedagogo Empresarial, deverá englobar

não só a competência para o desenvolvimento de um trabalho com Recursos

Humanos (RH), mas deverá saber como conduzir a diversidade de

colaboradores, devendo ter habilidade suficiente para se deparar com

situações difíceis no ambiente de trabalho, fazendo com que haja mudanças

de comportamentos de todos os sujeitos envolvidos e que por meio da

interação, alcance melhorias de qualidade e desempenho pessoal e

profissional.

Nessa abrangência, verifica-se que o papel do pedagogo

empresarial está aberto ao exercício de determinadas ferramentas

estratégicas, ou seja, de novas técnicas que incentivem o trabalho individual e

coletivo no ambiente organizacional de empresas que possuem a visão de

modernidade.

Esta seria entre outras, uma forma de se desenvolver um trabalho

dinâmico e eficiente no ambiente empresarial, indicando novas estratégias com

competência, para que haja a possibilidade de se lidar com as particularidades

da sociedade capitalista que ai está, promovendo a autonomia dos

funcionários, buscando compreensões variadas, tendo como ponto de partida

a produção de opiniões e atividades criativas e colaborativas de todo um grupo

de parceiros que esperam o sucesso final da empresa e que trabalham.

Acompanhando esse raciocínio, nasce a ideia de que a tecnologia

moderna pode se transformar numa aliada de grande importância, desde que

se empreguem novas formas de pensar, esquematizar e conceber as

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informações que a todo o momento evoluem conforme a exigência do mundo

globalizado.

Para melhor compreender o assunto dividiu-se o trabalho em

capítulos, antecedidos por esta introdução, que apresenta breves

considerações sobre o que será produzido no decorrer do desenvolvimento

dessa pesquisa.

O capítulo I fala sobre a Pedagogia evoluindo para o contexto

empresarial, a se preocupar com conceitos, informações, competências,

habilidades e atitudes verificadas como fatores imprescindíveis à melhoria de

produtividade da empresa, além de apontar como deve ser o perfil de um

pedagogo empresarial, entre outros destaques.

O capítulo II descreve como o Pedagogo Empresarial deve atuar

junto à ampla área de Recursos Humanos (RH) indo além da abordagem de

treinamento e de desenvolvimento de teorias empresariais, pois a gestão de

pessoas é considerada um processo inovador e criativo dentro do cenário das

empresas modernas.

O capítulo III mostra a Pedagogia Empresarial como um

investimento de novas estratégias, mesmo que haja um processo de mudança

provocado pela modernidade, mas que poderá alterar o comportamento das

pessoas em relação a questão da aprendizagem no cenário empresarial, que

hoje já conta com o apoio do pedagogo empresarial contribuindo teoricamente

com esse segmento da sociedade. Descreve ainda relatos de experiência da

autora dessa pesquisa e alguns depoimentos obtidos em duas entrevistas

realizadas com profissionais formados em Pedagogia Empresarial.

Ao fim do trabalho pretende-se fazer algumas considerações

decorrentes do que foi apresentado, porém, com a finalidade de enriquecer as

pesquisas de interesse acadêmico e de todos aqueles que desejem ampliar

seus conhecimentos sobre o tema proposto.

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CAPÍTULO I

A PEDAGOGIA EVOLUINDO PARA O CONTEXTO

EMPRESARIAL

1.1 Considerações Gerais

O processo histórico da educação brasileira, em geral, tem seu

fundamento numa educação burguesa direcionada para o modo de produção

capitalista. No entanto, com a chegada do novo milênio abre-se uma razão

oportuna para se promover um balanço acerca das práticas e teorias que

trilharam nos tempos.

Sendo assim, falar de uma época histórica passa a ser uma forma

interessante que acrescenta novos conhecimentos, principalmente, aos

estudiosos que atuam com a questão educativa, em particular, aqueles que

trabalham com a Pedagogia Empresarial, ou seja, os pedagogos que anseiam

filtrar uma narrativa comparada e global, sendo capaz de objetar desafios

sobre esse novo tempo.

No entanto, com a evolução da ciência com certa exatidão, o século

XIX, foi marcado como séculos dos grandes cientistas. O século XX traz para a

sociedade os avanços tecnológicos, onde se sistemas atualizados e por isso

foi dito o século dos computadores e que fez revelar mudanças radicais no

ambiente do trabalho, modificando ainda o modo de relacionamento entre

pessoas no que se diz respeito aos seus valores e, assim, o ambiente

empresarial sofreu também transformações diversas.

Foi a partir de então, que “as empresas tiveram que reorientar sua

política interna, que pode ser resumida em quatro elementos básicos:

competência, parceria, tecnologia e flexibilidade”, conforme explicam Beni;

Lucheti e Poener (2002, p. 8).

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E foi assim que ao final do século XX, a sociedade passou a rever

seus conceitos não somente com relação ao trabalho, mas com relação à

família, produção e consumo; mudanças no comportamento humano, que

promoveram especificamente a forma pelas quais ocorre a competição no

mundo do trabalho.

No começo do século XXI, surgem tendências que fazem crescer

pelo menos nos últimos duzentos a era da organização. Vivendo nesse

contexto, as pessoas necessitam de desenvolver outras habilidades e

competências, devendo considerar o desenvolvimento de um diferencial que

as tornem mais competitivas no mercado de trabalho e que agreguem valores

às empresas nas quais trabalham.

No Brasil varias foram s modificações, já no mundo nos últimos vinte

e cinco anos, onde se destacaram um conjunto de eventos políticos, técnicos,

sociais e econômicos, que se associaram ao processo de reestruturação

produtiva, sendo essencial a presença de novos desafios, onde se qualificam

os gestores, e, particularmente os pedagogos a atuar nesse cenário

empresarial.

Dessa forma, acredita-se que o incentivo às iniciativas de mudança

e aprendizagem, entendida como educação corporativa foi quem fez nascer a

Pedagogia Empresarial no mercado de trabalho.

Adverte-se que a atuação desse profissional, somente terá

significado positivo na proporção em que não considerem exclusivamente a

manutenção de políticas de Recursos Humanos clientelistas. Assim, as

empresas devem se preocupar com o desenvolvimento humano de forma ativa

norteada para a potencialização da inteligência de cada um em particular e da

própria organização como um todo.

Verifica-se, portanto, que ao longo dos anos, as mudanças

vivenciadas pela sociedade vêm incentivando uma abordagem reflexiva sobre

todo o processo da Pedagogia norteado para as organizações.

Entre tantas terminologias, muitos usam e por isso fazem jus ao

discurso da era das máquinas inteligentes, da revolução da informática ou da

automação, que nas palavras de Santos (2007), hoje se vive o período da

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tecnociência - resultado da aplicação da ciência e da tecnologia -, que está

invadindo o cotidiano das pessoas, abrangendo desde alimentos processados

até microcomputadores.

Esta inovação tecnológica teve início desde 1955, se materializando

nos anos 60, e a partir de então, surgiram realizações decisivas na arte, na

ciência e na sociedade. De acordo com Santos (2007) para designar tantas

modificações, os sociólogos americanos batizaram esse período de pós-

moderno, um termo criado em 1947, pelo historiador Arnold Joseph Toynbee,

que nasceu em 14 de abril de 1889 e faleceu em 22 de outubro de 1975.

Principalmente a partir dos anos 80, tornou-se possível verificar

inúmeras transformações na dinâmica do mundo do trabalho. Estas foram

decorrentes de um conjunto de mudanças associadas ao processo de

reestruturação produtiva que, por sua vez, se caracteriza pela difusão de

inovações tecnológicas e organizacionais das cadeias produtivas e da

reorganização dos mercados internos e externos.

No entender de Chiavenato, isso pode ser analisado considerando:

a velocidade da mudança e os desafios do mundo globalizado estão conduzindo a um sentido de emergência quanto ao ajustamento adaptabilidade das organizações, como condição para que sobrevivam no novo ambiente de negócios (CHIAVENATO, 2008, p. 325).

Entre os assuntos debatidos, destaca-se uma revisão sobre

práticas, métodos e estratégias usadas, por profissionais competentes e

qualificados para o exercício de sua profissão atuando no ambiente

organizacional.

Percebeu-se que o novo tempo chegou e a promessa de

transformação apregoada por muitos, ainda estava longe de concretizar o

pensamento sobre um novo perfil do pedagogo nesse contexto organizacional

(OLIVEIRA, 2008).

Com a Revolução Industrial, mais precisamente a partir do século

XIX, os meios de produção foram se ampliando numa intensa velocidade

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deixando muitos países à mercê de várias consequências, não estando

preparados econômica e culturalmente para obter mão de obra qualificada.

Seria então, neste cenário de mudanças que surgiria a figura do

pedagogo, com a devida formação, capaz de desenvolver projetos de

qualificação e reeducação e, assim, vir a ser reconhecido e identificado como

Pedagogo Empresarial que poderá colaborar e muito com as empresas do

mundo contemporâneo.

Observa-se que nos últimos tempos, as Empresas e a Pedagogia

vêm se unindo da forma mais perfeita, onde ambas tendem a desenvolver

objetivos semelhantes com relação às pessoas, o que vem acontecendo

somente depois dos avanços inseridos no mundo globalizado.

1.2 O Conceito da Pedagogia Empresarial

Ao empreender um conceito sobre a Pedagogia Empresarial, abre-

se a distinção de probabilidades de atuação/formação do profissional em

Pedagogia, com abrangência recente que se vincula a apreciação

indispensável de formação e/ou preparação dos Recursos Humanos nas

organizações modernas.

O termo Pedagogia Empresarial foi criado por Maria Luiza Marins

Holtz1 para designar as atividades de estímulo ao desenvolvimento profissional

e pessoal, realizadas dentro das empresas. Isso mostra também, que a

empresa sempre se traduz numa agregação de pessoas, para empreender

uma atividade, liderada pelo empresário que dirige e determinada atividade

com o objetivo alcançar um ideal e metas definidas.

Para Hortz (2006) o pedagogo empresarial precisa conhecer as

pessoas que atuam na empresa, ou seja, os Recursos Humanos (RH) como os

1 Pedagoga e Pós-Graduada em Orientação Educativa pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Sorocaba entre outros cursos. È ainda autora de seis livros de Pedagogia Empresarial.

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dirigentes e colaboradores para nortear as finalidades já estabelecidas, pelos

recursos humanos e empresariais.

No entanto, sobre as empresas Ribeiro, assevera que:

nem sempre elas se preocuparam com o desenvolvimento dos seus Recursos Humanos, entendidos como fator principal do êxito empresarial. (...) isso surge com uma demanda ao mesmo tempo interna e externa por melhor desempenho e formação profissional, recebendo inclusive incentivos governamentais para a sua operacionalização (RIBEIRO, 2003. p. 9)

Por conseguinte, as organizações empresariais passaram a

descobrir a importância de uma nova visão educacional no ambiente de

trabalho, reconhecendo a influência do ato de educar na organização. Nesse

sentido, o pedagogo não seria apenas o profissional que iria atuar no ambiente

escolar, opostamente, ele carregaria uma bagagem imensa de atividades que

poderiam ser aplicadas no mundo do trabalho.

Acrescenta-se a título de curiosidade que existem outros

direcionamentos da Pedagogia, onde se caberia citar a Pedagogia Social e a

Pedagogia Hospitalar, dando destaque a Pedagogia Empresarial, tendo em

vista que a mesmo é o objeto de estudo desse trabalho.

O pedagogo ganha lugar de destaque nas empresas, quando

efetivamente visa treinar funcionários no atendimento de setores específicos

dentro da organização. Ressalta que uma das hipóteses da Pedagogia

Empresarial seria “qualificar todo o pessoal da organização em áreas

administrativas, operacional, gerencial, elevando a qualidade e produtividade

organizacional”, explica Ferreira (apud RIBEIRO, 2003, p. 9).

Na busca dessas soluções surge o desenvolvimento de novas

competências e habilidades. No apoio a essa expectativa, está presente o

clima organizacional, que poderá ser considerado como bem afirma Fidelis

(2008, p. 58) “um facilitador desse processo de aperfeiçoamento e

desenvolvimento da qualidade e produtividade”.

Levando-se em consideração a empresa, como num local, no qual

também se aprende, cabe a esse tipo de pedagogia buscar novos recursos e

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metodologias estratégias que venham a garantir uma melhor aprendizagem

organizacional.

As organizações envolvidas no processo de inovação e

aprendizagem, segundo Senge (2002), precisam desenvolver as cinco

disciplinas descritas por ele, onde as considera como ferramentas indiscutíveis

para o sucesso do processo de mudança organizacional.

Sendo preciso registrar que o desenvolvimento moderno resultante

de uma internacionalização e expansão crescente das organizações através de

novos investimentos, podendo avigorar a necessidade e as vantagens de se

avaliar os aspectos culturais desse ambiente organizacional, do qual se está

falando.

Sabendo-se que em qualquer ambiente organizacional há

constantes transformações torna-se necessário que nele sejam tratadas as

relações ligadas a políticas governamentais, poder, competitividade, avanços

tecnológicos, fatores ambientais internos e externos entre outros. No entanto, o

impacto resultante desse quadro pode interferir no modo como vão ser

implementadas e/ou conduzidas essas mudanças junto às aprendizagens e ao

planejamento implementado pelos gestores com o apoio dos pedagogos

empresariais.

Percebe-se que atualmente boa parte das organizações segue

orientada mais para o controle do que para a aprendizagem que recompensa o

desempenho de seus funcionários em função da submissão a padrões

estabelecidos e não por seu desejo de aprender.

Dessa forma, o trabalho norteado ao desenvolvimento empresarial

tornar-se um marco respeitável para resolver situações problemáticas distintas,

o que irá interferir “positivamente nos resultados a curto prazo” (FIDELIS, 2008,

p. 31).

Ao que tudo indica poucas organizações procuram motivar ou

mesmo estimular o crescimento de seus colaboradores, o que resulta no

desperdício de soluções bem mais elaboradas.

Nessa linha de pensamento Fidelis (2008, p. 32) aponta que isso

implica na necessidade de se criar habilidades específicas de gestor para lidar

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com “a complexidade do desenvolvimento pessoal, antes do desenvolvimento

profissional”.

A partir da expansão dos negócios nasce a necessidade de

aumentar o patamar de produtividade e qualidade, bem como, a oferta no

mercado, minimizando o desperdício um de seu referencial perante o mercado

moderno.

Para se alterar a cultura organizacional e o comportamento das

pessoas no ambiente de trabalho é importante usar a gestão empresarial

direcionada para a satisfação dos clientes. Para isso, o Pedagogo Empresarial,

deverá ter uma formação filosófica, técnica e sólida capaz de desenvolver todo

esse trabalho juntamente com outros colaboradores que atuam nessa

organização empresarial.

Cabe frisar que essas perspectivas podem ser adotadas não

somente em empresas, mas em outros ambientes como as escolas, desde que

haja função de natureza técnico-pedagógica e administrativa, no alcance das

avaliações sobre as metas pretendidas, que levam o pedagogo a atuar no

assessoramento de questões dentro do cenário organizacional que irá

caracterizar seu perfil profissional na empresa.

1.3 O Perfil de Atuação do Pedagogo na Empresa

De forma cultural é possível perceber inúmeros debates com relação

ao perfil de atuação do pedagogo ligando sua imagem a um trabalho simples

de educação, manifestado no ambiente empresarial, o que não condiz com a

realidade. Atualmente, é importante o reconhecimento de novos talentos como

um desafio para todos os pedagogos que atuam não só no ambiente

empresarial como ainda na área de recrutamento e seleção de pessoas, entre

outras atividades que lhes é desafiadora.

Quirino e Laudares (2004) comentam que o pedagogo sempre

desenvolveu suas atividades na área da educação escolarizada e com a atual

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globalização, isso se ampliou e se inseriu em algumas empresas, porém, esse

fato vem ocorrendo lenta e gradativamente, e, por essa razão ainda há pouca

pesquisa sobre a questão.

No entanto, é possível se constatar que um dos requisitos

fundamentais de um departamento de RH ou até mesmo de um setor

responsável pela formação profissional e capacitação do potencial de

aprendizagem de pessoas e do aumento de produtividade de certos

departamentos, está vinculado ao “fortalecimento da aprendizagem dentro do

próprio espaço de trabalho”, segundo palavras de Hölterhoff (apud RIBEIRO,

2003, p. 30).

No enfrentamento dessas questões é preciso que haja posturas de

uma pedagogização das ações de gestão empresarial, como as diretivas que

promovem a estimulação e auxiliam na ampliação da capacidade de

autoorganização em todos os setores, o que deve ultrapassar os limites de

confiabilidade no trabalho que estará sendo realizado, separando-o das ações

de desenvolvimento e aperfeiçoamento.

Na visão de Quirino e Lauderes (2004) o desenvolvimento científico

e tecnológico e suas consequências no ambiente de trabalho e das relações

sociais podem provocar uma nova construção cultural ou ainda mudar os

processos laborais, que no atual contexto, podem invadir a capacidade

intelectual do trabalhador e de seus conhecimentos, adquirindo, portanto, valor

como um novo fator de produção.

Já Deluiz afirma que:

(...) O lado luminoso (desse processo) é a possibilidade de um trabalho com novos conteúdos, a partir de novas concepções gerenciais e da introdução de tecnologias que exigem maior base de educação geral, além de novos requisitos e atributos de qualificação profissional (DELUIZ, 2001, p. 7).

Acompanhando essa forma de pensar, observa-se que a

responsabilidade quanto ao aperfeiçoamento profissional ter a participação de

todos os níveis da empresa, cuja determinação motiva e promove novos

interesses no local de trabalho.

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Quirino e Lauderes (2004) o pedagogo poderá atuar como

orientador dos trabalhadores e gerentes. Isto faz com ele se depare com

diversos desafios, mas também abre possibilidades de contribuição para a

melhoria das empresas.

Além dos autores acima citados, quem nos oferece algumas

contribuições sobre esse novo perfil da sociedade moderna é Perrenoud

(2002) e acrescenta que tudo isso requer a formação de novos conhecimentos

direcionados para uma visão de empresa contemporânea.

Nesse contexto, a função do pedagogo empresarial servirá de apoio

ao gestor na questão do desenvolvimento e aplicação das práticas melhores

relacionadas ao desenvolvimento da aprendizagem dos seus funcionários,

especialmente quanto a situações de investimentos, direcionamento, norteado

para treinamentos, dinâmicas e avaliações que possam promover o diferencial

no que se refere a produtividade pessoal e a qualidade de vida no campo

corporativo.

Cabendo, portanto, a área de desenvolvimento organizacional fazer

a seleção dos funcionários que necessitam participar do programa de

treinamento mais exclusivo para cada setor, com o objetivo de alcançar no

futuro melhor desempenho. Onde o papel do pedagogo possui relevância, pois

é ele quem elabora os programas de treinamento nas organizações.

Nas palavras de Ribeiro (2003, p.19), “a validade de cada um dos

métodos utilizados deve ser questionada em termos de sua contribuição para a

qualificação profissional”. Será válido esclarecer que o pedagogo surge numa

estrutura essencial à continuação do processo de recrutamento e seleção.

Sobre a questão da Pedagogia Empresarial, Perrenoud (2002,

p.144) ainda frisa que esta consiste numa das metas essenciais das

organizações, sendo possível estabelecer uma relação entre “às competências

e habilidades, sobretudo, aquelas relacionadas à capacidade de resolução de

situações problemas”.

Diante desses argumentos, caberá destaque o desenvolvimento de

competências e o exercício das mesmas no ambiente organizacional, haja

vista, que está se falando em capacidade de adequar ou de transformar

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conhecimentos e tecnologias. Logo, será importante lembrar que ao

desenvolver um trabalho dentro do ambiente organizacional podem ocorrer

algumas falhas, e, em razão disso, deve-se estar preparado para esse

caminhar que se constitui através de uma interdependência, desde que se leve

em consideração a organização, os recursos humanos e até a sociedade em

que se atua.

Para melhor entender todo o conteúdo teórico dessas e de outras

questões, reserva-se o próximo capítulo para mostrar como o Pedagogo

Empresarial pode e deverá atuar junto à área de Recursos Humanos, fazendo

com que seus colaboradores de fato entendam o que sua atividade encerra

para com todo o processo de movimentação de mercado da empresa da qual

faz parte.

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CAPÍTULO II

O PEDAGOGO EMPRESARIAL ATUANDO NA ÁREA DE

RECURSOS HUMANOS

Este capítulo tem como finalidade explicar como o pedagogo

empresarial deverá atuar na gestão de novas teorias empresariais, visando

não somente ter sua atenção norteada para a área de Recursos Humanos

(RH), sendo importante não apenas o conhecimento para lidar com o mercado

competitivo, como estar habilitado e qualificado tecnicamente para reconhecer

a capacidade e aptidões das pessoas que ocupam cargos e funções ao longo

do processo de desenvolvimento da empresa na qual exerce suas atividades

profissionais.

Segundo Cocenza e Costa (2009) antes de qualquer ação o

pedagogo empresarial deve conhecer com maiores detalhes não só a cultura

organizacional da empresa, quanto à missão, aos objetivos e valores

organizacionais, para que dessa forma, seja possível investir em abordagens

inovadoras, evitando, assim conflitos entre os objetivos da empresa e o perfil

dos funcionários recrutados e selecionados para trabalhar mediante ambiente

de satisfação, tendo em vista que quando motivado ele pode produzir muito

mais em benefício da empresa e de si mesmo.

Observa-se que desde a década de 70 que a escola formal já não

atendia às probabilidades do mercado competitivo. Nesse mesmo período

apontava-se que a formação profissional acontecia no próprio ambiente de

trabalho, o que deu margem a demanda em relação ao treinamento das

pessoas que ali exerciam suas atividades laborativas.

No entanto, é possível verificar que a educação vem passando por

transformações ligadas ao seu conceito, deixando de ser limitada apenas ao

processo ensino/aprendizagem das escolas formais, e segue ao encontro de

outros segmentos diferentes, numa proposta desafiadora para quem atuar

como pedagogo, em particular no campo empresarial que para enfrentá-los,

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necessita acompanhar as mudanças visíveis promovidas pela globalização e

pelos avanços tecnológicos, que caracteriza a denominada Era da Informação.

Segundo Greco (2005) as novas perspectivas e rumos oriundos

dessa nova Era que promove influências diretas sobre a educação e o

conhecimento das pessoas. Sendo assim, há de se ressaltar que qualquer

profissional para conduzir informações deve estar atualizado, o que hoje ainda

vem sendo algo amplamente complexo, pois depende das condições de

acesso ao aprendizado, seja por dificuldade financeira ou por outros problemas

sociais que impedem a capacitação das pessoas.

Diante disso, será importante questionar e rever os conceitos sobre

a importância da educação em geral e, particularmente no ambiente de

trabalho, procurando descobrir a influência das ações educativas do pedagogo

no cenário organizacional, considerando-se que hoje ele não é mais o

profissional que exerce sua função dentro da área educativa.

Verifica-se que seu trabalho ocupa espaços que vão desde as

inúmeras áreas das empresas como novos locais que precisam de consultorias

especializadas para recrutar e selecionar pessoas, bem como atuar no

processo de Treinamento e Desenvolvimento (T&D) e ações que necessitam

de empreender tarefas educativas.

Na visão de Greco (2005) o pedagogo empresarial deve exercer o

papel de mediador e articulador de ações educacionais no gerenciamento do

processo de mudanças contínuo e ainda da gestão do conhecimento, que

requer dele um posicionamento hábil, onde possa agregar os valores

organizacionais, visando manter a empresa sempre ativa e competitiva no

atual mercado.

O autor comenta que o pedagogo que atua com a área de Recursos

Humanos deve nortear o seu conhecimento científico para todos os

colaboradores da empresa, buscando obter assim, melhores resultados no

trabalho de grupo. Para alcançar essa finalidade será importante investir em

projetos educacionais, promovendo a seleção e planejamento de cursos de

atualização e capacitação dos funcionários mantendo assim, uma ação

educativa de forma continua no ambiente de trabalho.

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Além dessas atribuições, Greco (2005) assegura que o pedagogo

pode também realizar palestras abrangendo questões sobre a inserção de

novas tecnologias, e com isso, aprimorar à implementação de processos

modernizados, dentro de princípios de aprendizado continuo que envolve a

denominada universidade corporativa, desenvolvida para atender as

necessidades mais peculiares da empresa e dos todos os seus colaboradores.

Como exemplo dessas unidades encontra-se algumas empresas

famosas tais como: McDonald´s, Brahma, Motorola, Embratel, incluindo-se

nessa listagem o Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO) que

é uma empresa do setor público dentro da área de Tecnologia da Informação e

Comunicações além de outras (GRECO, 2005).

O pedagogo, por sua vez, poderá colaborar com os investimentos

da empresas, em busca da melhor qualidade na produção de seus produtos e

serviços que são colocados no mercado, e, nessa linha de raciocínio, pode

ainda realizar a avaliação do desempenho.

Nessa avaliação de desempenho, Leandro afirma que ela deve ser

considerada:

Um projeto, com o objetivo claro de melhorar o desempenho do pessoal, promover os ajustes que sejam necessários ao desenvolvimento das funções; eliminar desperdícios com tarefas inúteis; gerar alterações funcionais necessárias, elevar a autoestima do trabalhador por meio de aproveitamento de suas reais potencialidades; diagnosticar necessidades de treinamento; e promover a melhoria de qualidade do desempenho de cada um, e consequentemente, de todos (LEANDRO, 2009, p. 17)

Já a avaliação pode considerar não somente o desenvolvimento da

empresa como a dos Recursos Humanos, pois há uma relação mútua entre a

empresa e as pessoas que ali trabalham.

Contudo, não se deve esquecer que nesse cenário de

aprendizagem organizacional, surge como sinal propulsor a inovação e a

criatividade voltada para o mundo dos negócios, que depende das pessoas

para sobreviver às implacáveis exigências de crescimento e evolução, a

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coincidir com as insaciáveis transformações ocorridas no ambiente da cultura

organizacional (LEANDRO, 2009).

Sobre a questão da avaliação do desempenho, Dutra (2001) revela

que ela possibilita identificar três dimensões: desenvolvimento, esforço e

comportamento.

De acordo com o autor supracitado os indivíduos interagem entre si

e cada dimensão deve ser tratada de forma distinta, seja na forma de avaliar

como nas ações oriundas dessa avaliação.

Em geral, as empresas misturam essas três dimensões, procuram

dar mais ênfase ao esforço e ao comportamento. No mundo atual, o

desenvolvimento é “a dimensão mais importante do desempenho” e, por

conseguinte, exige uma “atenção diferenciada” (DUTRA, 2001, p.35).

Para Leandro (2009) não se pode deixar de mencionar que nesse

ambiente há diversas aprendizagens organizacionais, que surgem como sinal

propulsor à inovação e a criatividade, quando direcionada para o mundo dos

negócios, poderá depender das pessoas para sobreviver às implacáveis

exigências de crescimento e evolução do mundo moderno, a coincidir com as

insaciáveis transformações ocorridas no ambiente da cultura organizacional.

2.1 A Gestão de Pessoas: processo inovador e criador de competências de empresas modernas

A gestão de pessoas constitui um tema bem atual, sobretudo na

área de administração, embora ainda seja um assunto que demande vários

debates em outras áreas científicas, ele ainda não se transformou em ação

prática em diversas organizações.

Sabe-se que por muitos an0os, as organizações foram orientadas a

trabalharem em um modelo de gestão sob rígidas hierarquias. Com o advento

da globalização aparecem mudanças constantes visando estimular as

organizações públicas e privadas a se conduzirem para um processo de

gestão ágil e inteligente.

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Isso implica em capacitar colaboradores (ou seja, pessoas), através

do recrutamento e seleção, alicerçados pelo aprendizado contínuo, com

possibilidades de adquirir aptidões que atendam as demandas da sociedade,

agindo com ações ativas que tentem solucionar e/ou criar alternativas

antecipadamente e de modo mais eficaz.

Por diferentes razões, dentro de um ambiente organizacional podem

ser tratadas as relações relacionadas aos avanços tecnológicos, poder,

políticas governamentais, competitividade, fatores ambientais internos e

externos entre outras. Porém, o impacto resultante desse quadro poderá

interferir na forma como vão ser implementadas e/ou conduzidas a

multiplicidade de modificações nesse cenário.

Hoje, o mundo está sendo surpreendido pelos avanços tecnológicos

alinhados ao desenvolvimento das telecomunicações, e efetivamente surgem

fatores imperativos com a intenção de fazer crescer os agentes

transformadores de modelos de gestão praticados no ambiente empresarial.

Segundo Grotto (2002) esse ambiente pode influenciar ao mesmo

tempo, fatores de estímulo e inibição à criatividade, bem como, difundir o

conhecimento organizacional. Já o modelo de gestão pode atuar como fator

determinante no ambiente organizacional.

Na visão de Grotto (2002, p. 116), é importante “partilhar

conhecimentos tácitos e explícitos por meio de práticas formais e informais”.

Diante disso, há de se explicar que todo processo de gestão

estratégica de inicia a partir da análise do ambiente. Em outras palavras,

através de monitorar o ambiente organizacional pode-se identificar os riscos e

as oportunidades presentes e futuras, que permitam sobrepujar a influência da

capacidade das organizações em atingir seus objetivos.

Com isso, o ambiente organizacional encerra todos os fatores, tanto

internos como externos à organização, que podem influenciar o progresso

obtido através da realização de objetivos da organização (FIGUEIREDO,

2002).

A propósito, as novas tecnologias vêm ao longo dos tempos

modificando as estruturas organizacionais e influenciando a produtividade,

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tornando mais acessíveis produtos e serviços para um número cada vez maior

de consumidores na sociedade.

Atualmente, com o surgimento da “Era do Conhecimento”,

manifestam-se algumas alterações no modo de se trabalhar, bem como nos

processos de produção e perfil do trabalhador, valorizando-se outros recursos,

além dos ativos financeiros e físicos. Portanto, a ampliação de novos

conhecimentos vem sendo apontada como um dos temas de relevância dentro

da organização.

Figueiredo (2002) aponta que a implementação de uma nova forma

de gestão necessita de um bom planejamento que dará origem a um conjunto

de iniciativas estratégicas a serem implantadas no momento oportuno. As

ações devem ser delineadas e colocadas em práticas considerando-se os

recursos físicos, financeiros, além dos talentos (pessoas, colaboradores) que a

organização tem disponível.

A partir desse ambiente verifica-se que a comunicação deve operar

como agente facilitador para compreensão, disseminação e realização dos

objetivos da organização. Consequentemente, a forma de entendimento

escolhido deverá influenciar no desenvolvimento e adesão das pessoas,

possibilitando que o modelo seja assimilado, impulsionando integração e

criação de uma cultura colaborativa onde se desenvolva um ambiente

participativo, buscando-se disseminar novos conhecimentos para a empresa.

Hoje, o conhecimento representa um dos elementos mais

valorizados e cobiçados no mercado, este corresponde o insumo para o

desenvolvimento e sustentabilidade das organizações.

Assim a gestão de pessoas pode ser diferenciada pela participação,

capacitação, envolvimento e desenvolvimento do capital humano, que

correspondem ao bem mais precioso da empresa, as pessoas que a compõe,

sendo que essa área possui o papel de humanizar as empresas.

Gestão de Pessoas é um assunto tão atual na área de

Administração, mas que ainda é um discurso para muitas organizações, ou

pelo menos não se tornou uma ação prática.

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Acredita-se, portanto, que a modernização da gestão de pessoas

seja imprescindível, já que é permitido promover transformações buscando

resultados satisfatórios no ambiente organizacional.

Será, portanto, nesse ambiente que a visão sistêmica e a gestão do

conhecimento representam a inserção dos colaboradores no negócio, onde se

viabiliza oportunidades de intercâmbio com outras áreas e cria perspectivas de

inovação.

Ressalta-se que o desenvolvimento na visão sistêmica está

relacionado diretamente ao modo de liderança existente na organização,

sendo esse fator determinante para integração do ambiente interno e externo.

A liderança ganhou um significado que exige nova atitude do líder. O

perfil desejado é de facilitador que irá gerenciar, disseminar e compartilhar o

conhecimento, objetivando criar ambiente participativo e propício ao

conhecimento organizacional.

Vale lembrar também, que as organizações necessitam de pessoas

que procurem estabelecer relações com seus stakeholders 2, mas que tenham

uma visão sistêmica da organização, e ainda facilidade de se comunicar,

percebendo ameaças e/ou oportunidades, inovando e promovendo melhorias

contínuas.

Esse ambiente de trabalho precisa ser receptivo para novos

desafios, os colaboradores necessitam estar inseridos no planejamento das

atividades, os objetivos devem ser claros, as informações devem ser

compartilhadas e discutidas, os resultados monitorados e sempre dar feedback

(realimentação).

Com essas ações será possível promover a inserção do grupo em

todo processo que está sendo desenvolvido pela equipe de trabalho, com

auxilio da tecnologia de informação e da comunicação entre todos, que deve

receber do pedagogo empresarial a contribuição necessária para haja

eficiência no que diz respeito ao treinamento e desenvolvimento empresarial.

2 O termo designa uma pessoa, grupo ou entidade com interesses legítimos nas ações e no desempenho de uma organização. Incluem os funcionários, gestores, fornecedores, clientes, credores, e outras pessoas ou entidades que se relacionam com a organização empresarial (HOSTI, 2011).

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2.2 O Treinamento e o Desenvolvimento Empresarial

O treinamento tem se revelado uma atividade fundamental na

gestão empresarial. Esse papel deve-se à correlação entre competência e

otimizada dos resultados, já observada nos primórdios do sistema fabril, e que

coloca a competência profissional como elemento da eficácia empresarial.

Dentro de ponto de vista empresarial o processo formal de

educação é denominado de treinamento. Este seria uma atividade responsável

na qual há uma dedicação voltada para a transmissão de conhecimentos,

priorizando-se a suprir deficiências, estimulando e desenvolvendo habilidades

e/ou potencialidades como intuito de crescimento dentro dos aspectos

profissional e cultural do indivíduo como da empresa, no que se refere à

obtenção e conservação de mão de obra mais qualificada e organizada de tal

forma que assimile e assim supere os inúmeros desafios que surgem no

cotidiano organizacional.

Como fator motivacional deve levar em consideração que o

conhecimento é um dos subsídios propulsores da satisfação no trabalho, uma

vez não penas a remuneração que retém as pessoas nas empresas,

principalmente, os talentos.

Segundo Ribeiro (2003, p. 63), “através das atividades de

treinamento, a empresa viabiliza a obtenção dos seus propósitos”.

Em razão disso, o processo de capacitação passam a ter a missão

de ensinar o indivíduo a pensar, a reelaborar o seu significado e prender a

fazer autocrítica. O novo paradigma em ascensão irá inverter a questão dos

valores arbitrados pela administração científica. Agora, as pessoas, ao saírem

da empresa, levam consigo a racionalidade do “como fazer”.

Consequentemente, o treinamento está relacionado ao processo

produtivo, onde reúne informações e métodos para se produzir mais, ou seja, o

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treinamento possui relação direta com quantidade produzida, tornando o

processo produtivo mais ágil.

Nesse sentido, Beni; Lucheti e Poerner afirmam que:

Antes de iniciar o planejamento de um sistema de treinamento e, por consequência, avaliá-lo, é necessário o uso de uma metodologia participativa, envolvendo os sujeitos da avaliação, tais como: diretores, gestores, instrutores e treinamentos, sempre que possível (BENI; LUCHETI; POERNER, 2002, P. 16)

Quanto ao desenvolvimento pode-se dizer que este está ligado ao

processo de competência, seja ela pessoal ou empresarial, afinal a

competência empresarial é obtida pela soma de todas as competências.

Nota-se que o processo de desenvolvimento é inerente do processo

de treinamento, porém o contrário não é verdadeiro: uma empresa pode ter

treinamento e não ter desenvolvimento. Portanto, este tem relação íntima com

a qualidade de produtos e serviços oferecidos, visando tornar organização bem

sucedida, líder de mercado, e são as pessoas que podem gerar esses

resultados.

Esse processo acompanha o ser humano em toda a sua trajetória

de vida e compreende, igualmente, aspectos individuais e sociais. Tudo isso

chama atenção para a educação permanente como instrumento de melhoria

individual e social.

Nesse enfoque, tanto a educação como treinamento constituem-se

como processos intercomplementares (nunca excludentes) cujos objetivos

buscam muito mais do que acumular técnicas ou conhecimentos mais, acima

de tudo, promover mudanças de atitudes mais amplas ultrapassando os limites

do ambiente de trabalho.

Segundo Loureiro (2007) a própria evolução da gestão dos

Recursos Humanos nos remete a uma opinião bem evidente sobre o tema, em

que se destaca à necessidade de preocupação constante quanto aos fatores

formais e motivacionais das pessoas, em geral, dos funcionários de uma

organização.

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De acordo com o autor supracitado o treinamento poderá advir sob

duas formas: assistemática ou sistemática.

a) treinamento assistemático – este está fundamentado numa

observação legítima, mas de caráter simples, sem que nada de mais formal e

planificado possa acontecer. Neste caso, se está diante de um conhecimento

que por muitos é denominado de não elaborado.

b) treinamento sistemático – este é ministrado de forma cuidadosa,

através de uma linha de ação e controle definida e planejada (LOUREIRO,

2007).

Na prática costuma-se diferenciar o treinamento do desenvolvimento

profissional. Na verdade, esta diferenciação torna-se conceitual e sutil, pois se

relaciona mais ao enfoque dado e ao seu período de abrangência.

Algumas vezes o recrutamento falha, e diante disso, caberá ao

pedagogo empresarial providenciar o treinamento desse funcionário, de modo

a capacitá-lo para exercer sua função. Esse treinamento é dado ao se iniciar

qualquer tipo de trabalho, será aquele que irá integrar o funcionário à empresa.

O papel do pedagogo empresarial aqui será apoiar o gestor no

desenvolvimento e aplicação das melhores práticas relativas ao

desenvolvimento da aprendizagem para os funcionários, principalmente, no

que se refere aos investimentos, direcionamento para treinamentos, dinâmicas

e avaliações que façam a diferença na produtividade pessoal e na qualidade

de vida do ambiente corporativo.

Na área de desenvolvimento organizacional, a empresa seleciona

funcionários para participarem de um programa de treinamento específico para

cada área, a fim de obter um desempenho futuro. Assim, a empresa investe

nesses funcionários através de programas de treinamento elaborados pelos

pedagogos.

Como afirma Ribeiro (2003, p.19), “a validade de cada um dos

métodos utilizados deve ser questionada em termos de sua contribuição para a

qualificação profissional”.

O que precisa ficar claro é que o pedagogo será a estrutura básica

na continuação do processo de recrutamento e seleção. No entanto, cabe ao

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psicólogo selecionar e será o pedagogo cuidará da educação do funcionário

para que ele alcance o desempenho esperado. É avaliando seu desempenho

que se poderá traçar o caminho que o funcionário poderá seguir dentro do

ambiente organizacional.

Segundo palavras de Chiavenato:

Aos poucos, a cultura organizacional reinante nas empresas deixou de privilegiar as tradições antigas e passadas e passou a concentrar-se no presente, fazendo com que o conservantismo e a manutenção [...] cedessem lugar à inovação e mudança de hábitos e de maneiras de pensar e agir. (CHIAVENATO, 2008, p. 29)

O desenvolvimento de recursos humanos como fator indispensável

à melhoria organizacional encontra sua materialidade na Política de Recursos

Humanos adotada pela organização.

Nesse contexto, o desenvolvimento integra o processo de

planejamento de qualquer organização; implica em momento de reflexão e

análise criteriosa da missão e objetivos organizacionais que envolvem os

vários segmentos e fatores que a compõem com vistas à tomada de decisão

sobre encaminhamento a curto, médio e longo prazo.

Os recursos humanos constituem um recurso vivo e dinâmico da

organização; recurso este que manipula os demais; recurso dotado de uma

vocação dirigida para o crescimento e desenvolvimento e mesmo instrumento

responsável pela distribuição das informações necessárias.

O aproveitamento de recursos humanos decorre de um processo de

avaliação contínua dos funcionários e permite a organização reter os “bons”

funcionários substituindo somente aqueles que apresentem distorções de

desempenho consideradas difíceis de serem corrigidas dentro de um programa

de treinamento. Portanto, conceituar, identificar, operacionalizar, desenvolver,

avaliar e promover alguém sendo consideradas competências importantes do

profissional que atua na empresa com pessoas que possuem falhas e ao

mesmo tempo possuem habilidades e capacidade entre outras qualidades.

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Em decorrência disso, percebe-se que a área de recursos humanos,

sobretudo no contexto da sociedade e das organizações modernas, traduz-se

numa importante e imprescindível estrutura de qualquer organização.

Ante ao exposto, percebe-se que nos treinamentos utilizam-se

“técnicas” no sentido de que o profissional se reconheça no processo de

mudança que está sendo iniciado. Nessa perspectiva, a atuação “da

Pedagogia Empresarial é chamada a contribuir para desempenho global da

organização”, segundo o entendimento de Ribeiro (2003, p. 44).

Contudo, recrutamento, seleção, treinamento e desenvolvimento

podem ser questões que merecem uma análise ou mesmo uma reflexão por

parte de todos os integrantes de qualquer organização, para que se obtenha

um clima organizacional, que siga um novo paradigma com bases conscientes

de poder influir na construção ética e na realidade social da empresa.

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CAPÍTULO III

A PEDAGOGIA EMPRESARIAL INVESTINDO EM NOVAS

ESTRATÉGIAS

Este capítulo tem como finalidade mostrar a forma pela qual a

Pedagogia Empresarial que pode investir em diferentes estratégicas e, assim

destacar o imenso campo no qual um pedagogo pode e deve atuar nos dias de

hoje, ressaltando que sua missão nesse contexto, será formar colaboradores

para a empresa, e que os mesmos descubram seu potencial de trabalho e

escolham o melhor caminho a ser percorrido nesse campo empreendedor.

Diante desses pressupostos, a Pedagogia no entender de Libaneo

(2001) corresponde a uma área do conhecimento que tende a investigar a

realidade educativa tanto no geral como particularmente, cuja ciência

pedagógica pode demandar para ela própria, parte de estudos voltados aos

diferentes domínios da prática educativa, integrando-se ao aporte das outras

ciências tais como a educação.

Segundo Gonçalves (2009) a atuação do pedagogo passa então a

ser bastante ampla, estendendo-se para além da aplicação de técnicas que

apenas buscam criar políticas educacionais no ambiente educativo. Assim, os

espaços não educacionais vêm apregoando novas perspectivas no cenário

moderno dentro de diversas empresas levando em consideração a importância

de treinar e desenvolver seus funcionários lançando mão da formação

continuada e das dinâmicas organizacionais na área de RH.

Nota-se que desde a década de 70, que a escola formal já não

atendia às probabilidades do mercado competitivo. Entretanto, nesse período

apontava-se que a formação profissional acontecia no próprio ambiente de

trabalho o que deu margem a questão de treinamento e capacitação das

pessoas que ali exerciam suas atividades laborativas.

Dessa feita, a educação passou por transformações no que se

refere ao seu conceito, deixando de ser limitada somente em relação ao

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processo ensino/aprendizagem das escolas formais, indo de encontro a outros

segmentos e estudos, onde se fez presente a Pedagogia Empresarial.

Assim surge além desse tipo de ação educativa, novas perspectivas

quanto a atuação do pedagogo, que vem ao longo dos anos acompanhando

essas mudanças, procurando adequar-se a nova realidade. O que implicou no

surgimento de profissionais capacitados, para atuar junto a sociedade, que a

cada dia mais se transformar perante os avanços tecnológicos.

Outro ponto que interesse, seria frisar que a Pedagogia Empresarial,

é ainda mais complexa, até para os docentes que trabalham em cursos da

área pedagógica. Logo, sugere as atividades de estímulo ao desenvolvimento

profissional e pessoal que são desempenhadas no cenário da várias empresas

que já entenderam sobre a importância do pedagogo empresarial para obter

maior produtividade e sucesso nos resultados finais.

Segundo as palavras de Gonçalves (2009, p. 3) quem criou o termo

“Pedagogia Empresarial” foi a Professora Maria Luiza Marins Holtz,

descrevendo que empresa e pedagogia tendem a se completar. Pois ambas

possuem finalidades similares em relação às pessoas, especialmente, nos

tempos modernos.

De acordo com esse pensamento, empresa e pedagogia, operam

em gerência à realização de pressupostos a devem ser conquistados quanto

as suas metas definidas, sendo possível promover modificações no que se

refere ao comportamento das pessoas no seu ambiente de trabalho, a fim de

atender as expectativas dos objetivos gerais e específicos de determinada

instituição organizacional. Isso poderia ser denominado de aprendizagem,

tendo em vista que, esta seria uma especialidade da Pedagogia e ainda do

profissional qualificado para exercer a função de Pedagogo, sobretudo nas

empresas.

Com efeito, a viabilidade de se poder interagir e contribuir para o

desenvolvimento do indivíduo em sua área de atuação profissional seria, por

conseguinte, nos dias de hoje uma questão de unanimidade entre quase todos

os estudiosos do assunto.

Nesse aporte teórico, Libâneo, entende que:

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as práticas educativas estendem-se às mais variadas instâncias da vida social, não se restringindo, portanto, à escola e muito menos a docência, embora estas devam ser a referência da formação do pedagogo escolar (LIBÂNEO, 2001, p.116)

Cabe informar que na área de atuação do profissional formado em

Pedagogia, será possível desenvolver práticas educativas abrangendo não

somente as estratégias didático-pedagógicas no campo da educação

propriamente dita, como ampliá-las para os setores empresariais, a partir da

colaboração desse profissional. Em outras palavras, em qualquer local (escola

ou empresas) onde houver uma técnica educativa de forma intencional,

efetivamente haverá nesse lugar também um investimento da Pedagogia, que

pode subsidiar a real essência de novos conhecimentos e através disso, fazer

uso adequado das ferramentas estratégicas disponíveis por novas tecnologias.

Segundo Ribeiro (2003, p. 15) com a modernidade, o sucesso

empresarial aparece “vinculado predominantemente ao uso criativo da energia

humana e ao envolvimento das pessoas na canalização e aproveitamento

dessa energia”.

Salienta-se que a parceria entre empresa e os recursos humanos

poderá sugerir que efetivamente se alcance melhorias e aperfeiçoamentos

daquilo que se faz hoje, e ainda no que se pretende fazer no período vindouro.

Muitos autores entendem que a Pedagogia Empresarial nos conduz

a compreensão de que a formação na empresa consiste em transformações

sistêmicas, que deve ser acolhida e operacionalizada, sobretudo, nas

empresas que aprendem. Em outras palavras estas empresas segundo o

conceito de Senger (2002) como aquelas dentre as quais as pessoas procuram

estimular de forma continua suas capacidades para criar o futuro que

realmente gostariam de ver surgir.

Para Dutra (2002, p. 209), essa preparação para o futuro exige “dois

investimentos simultâneos. Uma modernização do sistema de gestão de

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pessoas e outro no estímulo e suporte ao desenvolvimento das pessoas por si

próprias”.

Sendo assim, para se obter o que realmente se deseja torna-se

necessário, que a empresa esteja preparada para essa mudança. Lembrando

que a organização em sua rotina deve promover uma análise de seu

desempenho, das causas e efeitos de seus resultados, simulando um cenário

futuro, que pode conduzir a imaginação e criatividade de todas as pessoas

envolvidas no processo de melhorias e gestão empresarial, visando agir num

trabalho conjunto, para o sucesso da empresa.

Cabe acrescentar que isso deve ser planejado, de modo resumida,

com rapidez, pois somente assim, as empresas podem ser capazes de

aprender.

Mendes (2006) explica que ao aprender as empresas desenvolvem

novos conhecimentos nascendo novos processos e aprendizados. Em outras

palavras, isso conduz a uma constante mudança e evolução, dando

oportunidades de transformar processos já ultrapassados em outros mais

adequados ao cotidiano da organização empresarial. Disso resultará, a

importância de obter-se uma organização que aprende, e consequentemente,

espera-se que a mesma se desenvolva.

Com efeito, uma empresa que está atenta ao seu aprendizado

contínuo, certamente, irá encontrar o trajeto para elaborar seu próprio futuro,

se reinventar e, dessa forma, produzir seus próprios diferenciais gerados no

seu próprio ambiente interno.

Estudos revelam que a orientação para a aprendizagem eleva a

criação e aceitação de novas ideias, consistentemente promovendo e

acelerando o processo de inovação. Nesse aporte teórico, a aprendizagem

organizacional se apoia segundo Cabral:

Em quatro elementos, muito semelhantes aos que suportam o processo de inovação: cultura, estratégia, estrutura e ambiente. (...) a diferença entre a abordagem da inovação e da aprendizagem estaria na visão dos resultados almejados, pois, enquanto a inovação focaria o desempenho econômico e a

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competitividade, a aprendizagem organizacional pretende alavancar os processos de gestão (CABRAL, 2000, p. 227)

Mendes (2006) diz que os funcionários devem fazer parte do

processo, aprendem a compartilhar seu conhecimento, e ainda a registrá-lo de

modo que todos saibam reconheçam que estão ganhando, desde que saiba

que estão usando estratégias didático-pedagógicas em sua empresa com a

expectativa de obter resultados satisfatórios.

3.1 A Importância das Dinâmicas Organizacionais

Nos últimos anos com aquecimento da economia globalizada, novos

investimentos e potencialidades, aliadas à crescente escassez de talentos,

muitas organizações percebem que a articulação de novas estratégias para

retenção de bons colaboradores se faz necessária.

Sobre as modernas organizações, Vargas entende que estas devem

ser reconhecidas por:

sua flexibilidade, capacidade de atender a seus clientes e profissionalismo. Com equipes de trabalho flexíveis, recursos e esforços focados nas necessidades organizacionais e planejamento baseado em projetos, as corporações de sucesso percebem que o uso dos conceitos de gerenciamento de projetos é universal, genérico, rompendo todas as barreiras culturais, nacionais e regionais, onde as necessidades de sobrevivência competitiva também são universais. (VARGAS, 2005, p. 7)

Nesse caso, a mudança poderia constituir um vínculo não só para

as pessoas, pois isso exige uma reflexão na forma de agir, pensar, comunicar,

e se inter-relacionar, criando e identificando significados diferentes para sua

sobrevivência (MOTTA (2001)

Para o referido autor isso poderá retratar outra perspectiva, tendo

em vista que nem todos os resultados oriundos do processo de mudança

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sejam considerados positivos. Em certos casos as mudanças podem gerar

conflitos para às empresa, que consequentemente deve levar em consideração

a possibilidade de um bom desempenho organizacional.

Segundo Abreu (2006) o estudo do comprometimento

organizacional vem promovendo um avanço de pesquisas de caráter científico

relacionado ao ônus que se forma entre empregados e suas organizações

empregadoras.

Nesse sentido, será relevante acompanhar não apenas o

treinamento e o desenvolvimento, como fazer avaliações no que se refere ao

desempenho do trabalho em equipe, mantendo-a essa equipe motivada, na

qual dependerá da atuação do pedagogo empresarial, que deve se manter

atento buscando soluções de possíveis conflitos que possam ocorrer.

Muitos autores consideram as estratégias usadas na mudança

organizacional podem ser estabelecidas pelos indivíduos que a compõem e os

mesmos podem ainda definir e agir conforme seus valores e impressões

resultantes do meio em que estão inseridos.

Dessa forma, a criação e a mudança de estratégia organizacional

são formas de ajustar por meio da cooperação o que se deseja alcançar em

termos de objetivos coletivos. Nota-se que houve uma transformação

vertiginosa imperando nas organizações nesses últimos tempos, o que implica

na exigência de maior capacidade organizacional, no que se refere à

adaptação de novas estruturas a serem utilizadas pelas organizações.

(COSTA, 2009)

Assim sendo, a estrutura de uma organização adequada, bem como

os processos concernentes ao negócio, devem ser definidos visando

acolherem determinado desempenho do negócio da forma mais efetiva

possível.

Partindo-se da premissa de que o ser humano é a figura mais

importante dentro da estrutura e do ambiente organizacional, e que o modo

como vê a si mesmo, é fundamental para o seu equilíbrio interno e,

conseqüentemente, para o equilíbrio da organização. Logo, administrar uma

empresa requer algo que envolva a utilização de espécies de determinados

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relacionamentos e seus colaboradores. As interações com esses membros

constituem seus encargos oficiais para com essas pessoas. Isso está

vinculado ao restante dos que trabalham na organização, incluindo os

gestores, por meio de relações de autoridade, manipulação e sanção, sendo

atributos das relações humanas evidenciados diariamente no comportamento

de cada membro da empresa.

Cabe lembrar ainda que o ambiente organizacional moderno

necessita de trabalhadores com capacidade de autonomia e gestão das

habilidades adquiridas: saber fazer, saber agir e saber ser. O verdadeiro

ambiente organizacional pode ser uma ferramenta utilizada por indivíduos para

coordenar suas ações na obtenção de algo que deseja ou possui valor, isto é,

para obter o alcance de seus objetivos, tão logo se aceite as mudanças

organizacionais.

As empresas estão sendo forçadas a reverem suas dinâmicas para

que possam acompanhar esse crescimento mundial. É evidente que os lucros

são fundamentais, mas não menos importante é o bem estar das pessoas que

constituem estas empresas.

Com as mudanças nas relações de trabalho, o mundo

contemporâneo, conduz as empresas a reorganizar-se no que tange as

relações dos cargos, funções e atividades dentro das organizações.

Segundo as ponderações de Marinelli:

para sobreviver à crise econômica mundial e atender às novas demandas do mercado, eliminaram ou redesenharam cargos e, em muitos casos, operações inteiras. E em relação às pessoas atuando dentro deste novo contexto profissional. Os trabalhadores precisarão reciclar-se periodicamente para manter seus conhecimentos atualizados e desenvolver outras habilidades (MARINELLI, 1999, p. 17-18).

Considerando-se a modernidade, isso nomeou um perfil para uma

nova e poderosa proposta evidenciando que a organização deve ser orientada

para o aprendizado. Portanto, acredita-se que tenha nascido à era do

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planejamento estratégico, que vem de forma veloz se transformando na era do

aprendizado organizacional (MEISTER, l999).

Sendo assim, será possível estabelecer metas que serão cumpridas

através de novos patamares de satisfação no trabalho e que serão alcançados,

através de um modelo empresarial voltado para o atendimento das

necessidades dos seus funcionários, otimizando o quadro atual e

transformando, no ambiente de trabalho, a plena realização de tarefas e

melhoria nas relações sociais.

Essas mudanças tendem a ter um deslocamento do foco no trabalho

onde antes enfatizava-se as atividades manuais, e atualmente, a atenção em

relação aos trabalhadores está centrada no intelecto de cada um.

Segundo Chiavenato (apud RIBEIRO, 2004, p.40), “a criatividade

nas organizações pode ser desenvolvida através de algumas ações como

encorajar e aceitar a mudança, impulsionar novas ideias, proporcionar maior

interação, tolerar os erros, definir objetivos claros e liberdade par alcançá-los”,

a com isso sugerir o reconhecimento.

O elemento humano no ambiente organizacional não se restringe

somente a um colaborador, mas sim a alguém com sentimentos, percepções, e

com suas opiniões próprias.

De acordo com Marinelli (2000) as demandas por inovações

alcançam o perfil dos profissionais que trabalham com elementos da área de

RH, envolvendo também os profissionais que atuam com a Pedagogia

Empresarial, que mesmo mantendo como atribuição a formação dos

profissionais na organização, irá ampliá-la como se fosse uma referência nas

relações interpessoais.

A propósito há a exigência do mercado, que se implemente uma

forma de se relacionar com harmonização, sendo responsável nas ações

empresariais com a sociedade. Assim, vem crescendo a demanda por

profissionais especializados para planejar, coordenar, executar, e divulgar

projetos sociais principalmente na área da pedagogia empresarial.

Para tanto, ressalta-se a importância de atuação do pedagogo

empresarial que desenvolve suas funções como educador e mediador,

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executando dinâmicas pedagógicas e metodológicas, mas que para isso

requer um aprendizado qualificado, que dentro da área de educação pode ser

entendido como um processo de formação da personalidade humana, onde

esse profissional poderá unificar algumas ações e sugestões que objetivem um

melhor aproveitamento de gestão progressiva, no ambiente em que está

inserido. Dessa forma, ele estará contribuindo para a evolução e o bem estar

social de todos os colaboradores bem como da própria empresa.

Acredita-se que a educação aparelhe o ser humano, além do

exercício da cidadania, para cumprir uma profissão e/ou atividade, calcada em

conhecimentos, vocação entre outras aptidões.

Há, entretanto, uma preocupação crescente, por parte das

empresas com relação a questão de educação, pois esperam que esses

profissionais sejam capazes de encaminhar teorias educacionais para a prática

empresarial, posto que toda ação percebida e recebida dentro de uma

empresa por seus participantes, acontece e se constitui em um ato educativo.

Nesse contexto, caberá ao profissional de pedagogia empresarial

atuar em busca de novas estratégias a fim de melhorar a cultura empresarial

(valores e objetivos) com os funcionários entre outras funções, cujo desafio

maior é identificação as oportunidades pedagógicas e, portanto, atingir os

objetivos da empresa (OLIVEIRA, 2010).

Como as empresas possuem alvo determinado de melhoria da

produtividade, e conta com as mudanças de comportamento, deverá realizar,

não apenas o processo instrutivo, mas também o educativo, onde o pedagogo

empresarial, dentro do contexto de educação integral, deverá dar total atenção

ao processo de influenciar e sugestionar positivamente os indivíduos quanto ao

desenvolvimento pessoal em qualquer atividade exercida por ele.

Ressalta-se que no ambiente empresarial esse desempenho

educacional do pedagogo, pode ser expresso atendendo diversas linhas de

trabalhão, tais como: ampliação e uso de conhecimentos, por meio de

experiências, norteadas de dentro para fora; além de dinâmicas que possa

haver a interação das necessidades pessoais e sociais, propiciando assim, o

desenvolvimento mental dos sujeitos envolvidos.

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Há de se ressaltar que as experiências devem proceder a um

processo de sugestão e convencimento. Entretanto, em quaisquer

circunstâncias, devem ser aplicar algumas normas e princípios morais,

inerentes a qualquer função/cargo, partindo-se de experiências já vividas e de

conhecimentos referentes a todos os aspectos da personalidade, construindo

uma formação integral de personalidade de quem está aprendendo com sua

proposta de trabalho, tendo como cenário a empresa em foco.

Segundo Greco (2005) o atual ambiente organizacional requer um

trabalhador pensante, criativo, analítico, com habilidades para resolução de

problemas e tomada de decisões, com capacidade de trabalho em equipe e

que deve se mantenha em total relação com a rapidez de transformação e a

flexibilização dos tempos contemporâneos.

3.2 Estratégias Utilizadas nas Organizações Empresariais

No mundo de hoje, já existem possibilidades de se estabelecerem laços

abertos e mais significativos entre as pessoas e a organização, o que promove

o estímulo do desenvolvimento de sociedades de prática em áreas

consideradas estratégicas.

No entanto, dentro de uma organização há o processo de aprendizagem

que engloba a identificação dos conhecimentos de que ela precisa, além do

desenvolvimento do investimento por competências, estruturação,

disseminação, utilização de incorporação no processo produtivo das empresas.

Em outras palavras, isso indica que tanto aquele que ensina como aquele que

aprende poderá se beneficiar desses procedimentos.

Sob o ponto de vista didático-metodológico é importante enfatizar que a

nível empresarial torna-se necessário acolher estratégias que de abram

possibilidades de se obter melhorias “na formação profissional e não apenas

nas formas de atuação dos profissionais no âmbito dessa mesma empresa”

(RIBEIRO, 2003, p. 18).

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Observa-se sob outra linha de pensamento que a busca dessas

possibilidades para o treinamento implica evidenciar que a cultura de

aprendizagem na empresa anuncia mais o potencial de auto-organização, no

qual seu embasamento está inserido na modalidade do permitir que possa se

realizar. (SIQUEIRA, 2000).

No que se refere a procura de estratégias de formação mais ativa, há

quem explique em vários debates, que isso somente acontecerá a proporção

em que a transmissão simples de conhecimentos técnicos aos profissionais

(sejam jovens ou mais experientes) não basta satisfaz para garantir um

desempenho mais apropriado tanto para profissionais de modo individual

quanto para a organização como um todo. Percebe-se que esses métodos que

serão usados se validam a medida em eu há um questionamento quanto a sua

colaboração para a qualificação profissional.

Dessa feita, Ribeiro, acrescenta que:

A respeito das opções e propostas metodológicas para os processos de aprendizagem nas empresas refere-se à compreensão do que não se pode qualificar somente em competências, habilidades e atitudes mais amplas. As empresas não podem restringir ações de formação apenas a aspectos gerais, básicos para um bom desempenho num sentido mais amplo (RIBEIRO, 2003, p.19).

A referida autora admite que não será possível que se abra mão da

formação em aspectos técnicos específico de uma competência profissional.

Ele diz que deve haver equilíbrio entre os dois aspectos, pois somente dessa

forma, os funcionários aprendizes irão entender que sua ação de trabalho está

limitada a obtenção dos objetivos da empresa.

Nesse caso, antigos e recentes métodos na formação utilizada na

empresa se evoluíram levando em consideração diversas dimensões como:

competência na atuação, competência técnica, competência para

autoaprendizagem e competência social.

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Entretanto, não se deve abandonar os métodos clássicos, visto que,

em determinados contextos eles possuem sua importância na formação

profissional.

Cabe ressaltar que todo o conteúdo de estratégias sugeridas pela

Pedagogia moderna, congregada pelos procedimentos de formação

empresarial não seria por si simplesmente responsável pelo êxito de um

programa de formação profissional.

Nesse contexto, é preciso acionar a atuação do pedagogo, como

uma figura que precisa ter sensibilidade bastante, para verificar quais seriam

as estratégias que se poderia utilizar determinando quais as melhores

circunstâncias para essa aplicação. Sem houvesse desperdício de tempo, em

aplicar métodos inadequados, e assim perder de vista as metas pretendidas

pela empresa nessa questão.

Milioni (2004) revela que essa sensibilidade citada anteriormente,

requer aprimoramento das ações de treinamento e desenvolvimento

organizacional, e ainda destaca que é necessário superar a rotina, para não

atrapalhar a presunção de ações e estratégias, bem como buscar uma visão

prospectiva da empresa, dos seus produtos e serviços, de forma a agir na

seleção previa de segmentos que são por sua vez, objeto da ação, além de

outros elementos que estimulem o comprometimento de todos em relação à

empresa.

Será preciso entender que é no interior das organizações, que

surgem as mudanças e suas dinâmicas, e por esse motivo, muitas empresas

estão promovendo essas transformações com o objetivo de introduzir novas

estratégias para obter melhores resultados.

Nesse enfoque, Senge (2000) propõem como práticas para o

processo de inovação e aprendizagem, que considera a capacidade de

adaptação às mudanças aceleradas e contínuas do mundo que vivemos e o

desejo humano de ser criativo e produtivo.

Em síntese, verifica-se que as alternativas estratégicas adotadas em

uma organização podem ser consideradas como função de uma capacidade

de mudança e de novos rumos para a produtividade da empresa que conta

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que o pedagogo empresarial no seu desempenho diário como pode ser

observado através dos relatos de experiência vivenciados pela autora desse

estudo, com foco direcionado para a Pedagogia Empresarial.

3.3 Relatos de Experiência no Enfoque da Pedagogia Empresarial

Com a intenção de abordar os assuntos tratados durante o

desenvolvimento desse estudo, procurei recorrer a apresentação de dois

relatos, onde a pesquisadora verificou como a pedagogia empresarial pode

contribuir para melhorias de desempenhos das empresas e de seus

colaboradores buscando unir a teoria e a prática, de forma estruturada e

planejada na construção de respostas lógicas que estão relacionadas a um

quadro de condições e requisitos que vão interferir na sobrevivência e no

crescimento das empresas em foco.

Nesse sentido, cabe ao pedagogo empresarial conhecer com

maiores detalhes cada uma das empresas, que está sendo alvo do estudo,

visando destacar fatos decorrentes não apenas de sua trajetória histórica,

como também do perfil, missão e valores entre outros pontos importantes que

contribui para a formação futura desse profissional com visão social, cultural,

econômica, política e até mesmo ética que poderá auxiliar na construção da

cidadania dos seus clientes e funcionários da empresa, onde se deve manter a

associação do pioneirismo e a modernidade dentro do contexto organizacional.

Dessa forma, Gonçalves (2009) assegura que o profissional de

Pedagogia Empresarial obterá subsídios necessários para coletar informações

não somente da área da Pedagogia, como outras de igual relevância como,

por exemplo, a Psicologia, Filosofia, Administração buscando novos saberes e

assim dar a oportunidade dele executar um trabalho de qualidade no ambiente

empresarial. Para Gonçalves, a Pedagogia poderá:

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nos ensina ter um olhar humano, aprender nos conhecer e querer também conhecer o outro, nos ensina a planejar, a organizar planos, a sistematizar, a fomentar e elaborar projetos, pontos estes positivos que ajudaram o pedagogo na empresa (GONÇALVES, 2009, [s. p.]).

Para tanto, o pedagogo empresarial deve ser capacitado para

elaborar projetos e assim, alcançar as metas e objetivos esperados, levando

em consideração a determinação e a evolução do pensamento mercadológico,

com apoio e participação de todos atuantes da empresa, o que aumentaria

produtividade e lucratividade da organização.

Ressalta-se que a descrição dos casos, mostra como poderá ocorrer

os procedimentos e praticas pedagógicas do pedagogo empresarial, que

possui como uma de suas atribuições, acompanhar mais de perto não apenas

o planejamento, tudo o que se refere às expectativas futuras, alimentada por

avaliações periódicas dos resultados, incluindo nesse em trabalho os diversos

desafios que pode enfrentar e ainda apresentar possíveis soluções sobre as

questões de relacionamentos da empresa versus cliente, oriundas nesse

campo de atuação.

Nesse sentido, cabe explicar a importância da estratégica de gestão

empresarial, usada pela empresa que investe na concepção de como dessa

forma, será traçado o caminho para o sucesso de sua patente empresarial

mediante as transformações do mercado inovador.

⇒ O relato A - Empresa Contax

Ressalta-se que a primeira empresa a ser tratada dentro dos

padrões desta pesquisa, denomina-se “Contax”, situada no Brasil, e

considerada a segunda maior empregadora privada do país, a prestar serviços

integrados de relacionamento entre as empresas e seus clientes.

Revendo seu histórico, foi possível notar que a “Contax” possui

estabilidade econômica desde a década de 90, com aumento significativo

norteado para o segmento de serviços e privatizações das telecomunicações,

que abre novos horizontes para a ampliação da indústria de “Contact Center”,

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segundo informações oficiais de seu departamento de soluções de

atendimento. 3

Mesmo com os avanços tecnológicos o serviço de atendimento ao

cliente continua sempre mantendo o processo de transformação, do qual é

significativo as novas conquistas e fidelização dos seus consumidores.

Vale acrescentar que pude ainda detectar que esse

desenvolvimento em termos de atendimento se divida em quatro situações

diferentes. A primeira, diz respeito a forma de atender e de implantar o seu

planejamento principal. Em seguida, será necessário entender e assim

conhecer cada ciente/consumidor dos produtos ofertados, procurando

conhecer suas necessidades e as pendências com o sistema da empresa.

Depois disso, passa-se a resolver a questão, visando redesenhar os

processos internos, no atendimento imediato daquilo que o cliente deseja. Por

último, é importante manter um processo de antecipação de vendas,

aproveitando os contatos com os consumidores e clientes, oferecendo novos

produtos e/ou serviços. Dessa forma, a empresa busca sempre força para

atender e solucionar problemas de relação com seus clientes, que são atraídos

pelas ofertas de produtos e/ou serviços.

A “Contax” investe em tecnologia de alta qualidade, para manter-se

no mercado competitivo. Para tanto, foi construída com base sólida, em

serviços de Atendimento ao Cliente (SAC), Recuperação de Crédito,

Televendas, Serviços de Tecnologia e Trade Marketing, onde se procura

complementar a atividade de marketing, centrada especialmente no

consumidor final, entre outros serviços. Na esperança de que o “Contact

Center passe de centro de custos para centro de lucros de seus clientes”.4

Hoje, conta com mais de 80 mil funcionários distribuídos em 29

(vinte e nove) sites pelo país. Assim, desenvolveu um modelo de gestão

apropriado em dar o melhor atendimento e soluções eficientes e rápidas aos

clientes dos mais diversos segmentos.

Constatei que em sua trajetória histórica surge no final de 2000, e

3 CONTAX. (2011) Disponível em: <http://www.contax.com.br> Acesso em: junho de 2011. 4 CONTAX (2011) Disponível em: <http://www.contax.com.br> Acesso em: junho de 2011.

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nunca mais parou de apresentar ações inovadoras no setor da economia, que

pouco investia em tecnologia e qualificação de atendimento. Em tão pouco

tempo, se tornou expoente desse mercado, oferecendo diferenciais que

possibilitaram atrair clientes que buscavam alavancar a venda de seus

produtos e agregar valor no relacionamento com seus consumidores.

Para alcançar o nível de excelência operacional, a empresa

direcionou seu trabalho na produtividade e nos serviços personalizados que

projeta, implementa e opera. Foram esses conceitos que permitiram que a

empresa ganhasse respeito dentro desse segmento.

Procura de forma objetiva investir permanentemente em Recursos

Humanos, dinâmicas estratégias e em novas tecnológicas. Nesse sentido,

garante uma assistência ao consumidor aderindo a um sistema sofisticado de

logística, cuja distribuição procura manter a confiabilidade absoluta de

abastecimento dos seus produtos e serviços. Devido ao sucesso da

empresarial, investe em treinamento, capacitação de pessoal

Tamanho sucesso não seria sustentável caso a Contax deixasse de

lado a capacitação pessoal de seus funcionários e a tecnológica. Mais de R$

250 milhões foram aportados para essas áreas e assim foi possível equipar a

empresa com modernos sites, munidos com as melhores e mais adequadas

ferramentas tecnológicas e estruturas de Contact Center.

A empresa foi capaz de preparar profissionais gabaritados que

garantem o atendimento que satisfaça todos os públicos envolvidos no

negócio. Como mais que uma prestadora de serviços de Contact Center, a

Empresa “Contax”, vem atuando como consultora de seus clientes, tendo em

seu quadro de funcionários a presença de pedagogos empresariais, que

procuram identificar a melhor solução de relacionamento com os

consumidores.

Sua co-gestão possibilita a empresa a desenvolver e implementar

serviços completos de atendimento ativos ou receptivos a cliente, com suporte

de telemarketing, help desk 5, centrais de cobrança, retenção e internet Call

5 Consiste numa área especializada em suporte técnico a equipamentos de informática e telecomunicações, por telefone ou via acesso remoto, com o objetivo de resolver todos os incidentes e problemas que os clientes possam ter.

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Center entre outro serviços já citados anteriormente.

• Onde atuamos

A Contax faz em média milhões de contatos por mês, através de

telefone, correio, e-mail, torpedos, internet e chats. Além de investimento em

treinamento de pessoas e motivação, a infra-estrutura é um aspecto importante

na montagem de um Contact Center eficiente, por isto, estrategicamente

possui sites espalhados por diversos cantos do Brasil. Todos os sites foram

construídos seguindo padrões rigorosos de qualidade, com tecnologia de

última geração, incluindo modernos sistemas de segurança e ainda dentro de

excelente ambiente de trabalho para os seus parceiros e clientes.

• Missão e valores “Contax”

Esta empresa possui como missão ser a primeira escolha para

construir relacionamentos entre empresas e pessoas, com o talento e a

motivação de seus colaboradores. Apresentam uma campanha que consta de

dez os princípios que norteiam seu crescimento, cujo projeto se pretende:

1) busca por excelência: a expertise da empresa é obtida no dia a

dia das pessoas

2) confiança: estímulo para as pessoas fazerem a diferença

3) time: criação de um ambiente que valorize a simplicidade, o

entusiasmo, o respeito e a auto-realização

4) excelência de Gente: motivar para aprender e se superar

5) paranóia pelo resultado: busca por eficiência, redução de custos

e alta produtividade

6) simplicidade: processos descomplicados geram agilidade

7) meritocracia: pedra fundamental da política interna

8) integridade: ética nos relacionamentos com funcionários,

fornecedores, acionistas e clientes

9) dividir o sucesso: a geração de valores da Companhia deve ser

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repartida com seus colaboradores

10) regra do Patrão da empresa: a de n º 1: o cliente tem sempre

razão e a de n.º 2 - se o cliente não tiver razão, leia a regra número 1.

• O que conduziu a Contax a crescer

Nesse particular, pode-se verificar que seu foco se direciona em

operações de grande volume de transações com alta complexidade e porque

está direcionada para a qualidade, com o objetivo da satisfação do cliente final.

Visa investir massivamente em recrutamento, seleção e treinamento de RH, o

que promove a capacidade desse investimento com qualidade e eficiência.

⇒ O relato B - Serviço Social do Comércio (SESC)

• O SESC e sua história

O ano de 1946 foi um marco na história do Brasil. O País

democratizava-se e, com isto, as forças políticas e sociais emergentes

procuravam ocupar o espaço de liberdade que os novos tempos traziam. Mas

o pano de fundo deste cenário mostrava um país pobre, atrasado e com fortes

conflitos sociais.

Os mais lúcidos representantes do empresariado brasileiro

perceberam que os novos tempos exigiam novos métodos nas relações entre

capital e trabalho. A época em que a questão social era um caso de polícia

estava superada. Esses empresários entenderam que somente através de

uma relação harmoniosa entre as forças produtivas daria ao país condições de

superar os graves problemas com que se defrontava.

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Para encontrar soluções para os problemas sociais que

enfrentavam, as lideranças empresariais do comércio, indústria e agricultura

reuniram-se na cidade de Teresópolis na Primeira Conferência das Classes

Produtoras - I Conclap. Nessa reunião, foi aprovada a Carta da Paz Social, que

deu forma à filosofia e ao conceito de serviço social custeado pelo

empresariado. Começava a nascer assim uma iniciativa absolutamente inédita

em todo o mundo e na história da relação entre capital e trabalho.

A proposta contida na Carta da Paz Social, foi submetida ao

Governo Federal. E, naquele mesmo ano de 1946, no dia 13 de Setembro, o

Presidente Eurico Gaspar Dutra assinava o Decreto-Lei n° 9.853 que

autorizava a Confederação Nacional do Comércio a criar o Serviço Social do

Comércio - SESC.

Seis décadas se passaram e os resultados da atuação do SESC,

nesse período demonstram que as lideranças empresariais estavam corretas

ao criarem uma entidade direcionada para o bem estar social, administrá-la e

mantê-la com recursos próprios.

Atualmente, o SESC se encontra presente em todas as capitais

brasileiras e em cidades de pequeno e médio porte. Em algumas delas, esta

consiste na única opção da população para serviços de educação, saúde,

cultura, lazer e assistência.

Além disso, há umas infinidades de serviços oferecidos pelo SESC,

aos trabalhadores do comércio de bens e serviços e ainda à sociedade em

geral. Dentre eles estão as creches, Educação Infantil, Ensino Fundamental,

Educação de Jovens e Adultos, Pré-Vestibular, Medicina Preventiva e de

Apoio, Odontologia, Nutrição, Cinema, Teatro, Música, Artes Plásticas, Dança,

Artesanato, Biblioteca, Esporte que fazem parte da ação comunitária e de uma

assistência especializada para a população.

• O que é o SESC?

O SESC vem sendo mantido pelos empresários do comércio de

bens e serviços, sendo uma entidade que se volta para o bem estar social de

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sua clientela, atuando nas áreas da Educação, Saúde, Lazer, Cultura e

Assistência.

Ressalta-se que uma de suas características essenciais

corresponde a promoção de valores maiores, como o exercício da cidadania, o

amor à liberdade e à democracia, o apoio aos menos favorecidos, propondo

por meio da educação, formas para a conquista de melhores condições de

vida.

No ano de 2006, cerca de 4,9 milhões de pessoas foram

beneficiadas pela ação social do SESC. Em grande parte esse contingente se

compôs de trabalhadores do comércio de bens e serviços, seus familiares e

dependentes. No entanto, o público atendido pelo SESC é bastante

diversificado e em número mais elevado.

Esse trabalho abrange populações da periferia de cidades de

pequeno, médio e grande porte, assistidas pela entidade por intermédio de

parcerias com o poder público, empresas privadas, sindicatos e associações

de moradores. Em muitos casos, o SESC compreende o único meio de acesso

dessas populações aos serviços de saúde, educação, lazer, cultura e

assistência.

Nesta ação social o SESC adiciona também o compromisso de ser

um agente viabilizador da produção cultural, incentivador do turismo, da

consciência ecológica e da preservação ambiental entre outros de seus

projetos e objetivos, que surgem ao longo dos anos.

• O SESC e sua estrutura

O SESC faz parte do Sistema CNC, que abriga a CNC, o SESC e o

SENAC. Com um total de 4.994.102 matriculados e 654.940.955 atendimentos

em 2006, essa entidade de direito privado está presente nos 26 Estados da

União e no Distrito Federal com uma estrutura descentralizada e autônoma,

tanto para a gestão como para a criação e execução de projetos e atividades,

orientadas por diretrizes propostas pelo Departamento Nacional e aprovadas

pelo Conselho Nacional do SESC.

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Uma das características marcantes da entidade é a sua

abrangência. Ela está presente em todas as capitais dos Estados, em cidades

de porte médio e até em pequenos municípios. Sua estrutura física é

constituída de Centros de Atividades e de Unidades Operacionais

especializadas, como Colônias de férias, Hospedarias, Teatros, Cinemas,

Balneários, Escolas e Áreas de Proteção Ambiental como a Estância Ecológica

do Pantanal. Todas contam com pessoal especializado para atender os

trabalhadores do comércio de bens e serviços, seus dependentes e a

comunidade.

Essa imensa rede de serviços, voltada para responder às

necessidades de sua clientela e da comunidade no campo do bem-estar social,

é administrada pelo Conselho Nacional do SESC, que tem a função de

planejar, definir diretrizes, coordenar e controlar as atividades da instituição em

todo o País. O Conselho Nacional tem estrutura tripartite, e constitui a instância

máxima de decisão da Entidade.

Possui como presidente nato o Presidente da Confederação

Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), e é composto de

um a três representantes de cada Conselho Regional do SESC, do Diretor

Geral do Departamento Nacional; e de representantes das Federações

Nacionais de Comércio de Bens e Serviços, do Ministério do Trabalho e

Emprego e do Instituto Nacional de Serviço Social (INSS); integrando ainda

seis representantes dos trabalhadores, indicados pelas centrais sindicais.

Cada Administração Regional do SESC tem uma estrutura

semelhante, com conselhos formados por membros eleitos pelos sindicatos

patronais do comércio de bens e prestação de serviços, representantes dos

trabalhadores e representantes do Ministério do Trabalho e Emprego e do

Instituto Nacional de Serviço Social.

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CONCLUSÃO

Ao término dessa pesquisa foi possível compreender que a

Pedagogia Empresarial e sua evolução nas organizações no mundo

contemporâneo possuem diversas características que constituem os aspectos

norteadores em sua evolução histórica dentro do contexto de determinadas

empresas que utilizam esse tipo de recurso acompanhando também a

evolução da pós-modernidade.

Ainda que as exigências do mercado de trabalho necessitem de

qualificação capacitada acredita-se que o pedagogo possa contribuir no

decorrer desse processo, assim como ajudar aos funcionários a buscar uma

qualificação mais apropriada para o desempenho de suas funções na

empresa.

Verifica-se que a qualificação profissional vem passando por uma

série de evoluções históricas descritas pelos diversos modos e concepções

pelo qual se organizam o setor de produção da empresa.

Ressalta-se que cabe ao pedagogo abranger o processo

cognoscente contribuindo na aprendizagem do profissional, estimulando o

desenvolvimento das potencialidades individuais por meio da interação entre

os elementos que exercem as funções na questão da seleção de técnicas

apropriadas, oferecendo dessa forma, as possibilidades para que aconteça a

aprendizagem no ambiente de trabalho.

Conclui-se que deva ser solicitado ao Pedagogo Empresarial que

este tenha uma formação específica, contemplando os interesses da empresa

junto aos interesses do indivíduo como aprendente. Todavia, nota-se que com

a implementação de treinamentos na organização sob o comando do

Pedagogo Empresarial alguns fatores como desenvolvimento, solidariedade e

crescimento pessoal passam a ser notados. Isso porque são visualizadas não

somente uma nova cultura como transformações de comportamento bastante

marcante nesse ambiente.

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Dessa forma, será possível verificar como existem certas

peculiaridades que se apresentam na ação da Pedagogia Empresarial, no qual

se destacam pelo menos dois deles que é a formação diferenciada do

Pedagogo Empresarial, na qual a sua formação deve conter o conhecimento

filosófico e da ética profissional, além da disposição da empresa em aceitar

esse elemento para trabalhar em treinamento na área de RH, e ainda no

planejamento de atividades para capacitação de profissionais das

organizações empresariais.

Entende-se que o trabalho desenvolvido por novas modalidades

organizacionais será importante que haja entre seus integrantes o

desenvolvimento intelectual e comportamental que visem um trabalho em

equipe buscando alcançar as metas predeterminadas pela empresa.

Diante dessa indicação será possível que o pedagogo atue e se

transforme como os outros. Nesse caso, ele precisa em primeiro lugar

adequar-se a nova realidade, usando de um posicionamento tal como

profissional capacitado para orientar não só os funcionários como a

comunidade em que a empresa está inserida.

Nesse cenário, o Pedagogo Empresarial deixa de ser, aquele de

séculos passados. Inclusive o do século XX, mostrando ser dentro de uma

nova mentalidade o agente de mudanças que atua sob uma nova visão da

Pedagogia.

Atualmente, esse profissional vem se inserido no mercado de

trabalho confirmando o objetivo desta pesquisa, o que acrescenta, portanto,

que a sociedade moderna está cada vez mais exigente em termos de

profissionais capacitados e treinados para que esses atuem em diferentes

áreas.

Percebe-se que não é comum um pedagogo qualificado que

somente possa atuar numa certa função. Espera-se que ele venha exercer

suas atividades profissionais no mercado de trabalho, independente de onde

ira atuar.

Em termos de função do Pedagogo Empresarial, seria primoroso

que ele fosse um mediador e articulador de ações educacionais na

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administração de informações dentro do processo contínuo de transformação e

de gestão do conhecimento.

Haja vista, que gerenciar processos de mudanças requer novas

posturas e valores organizacionais, que são traduzidas como fundamentais

características para a organização que se propõem a manter ativas e

competitivas no mercado de trabalho.

Diante disso, não se pode esquecer que a aprendizagem e o

treinamento nas organizações fazem o diferencial não apenas de

competitividade, quanto de qualidade e lucratividade. Por essa razão o

investimento no conhecimento contínuo e coletivo do capital intelectual das

organizações modernas tende a estar aberta ao crescimento em fase de

progressão.

O pedagogo empresarial poderá atuar na área de Recursos

Humanos da empresa, ajudando na seleção de pessoal e na área de

treinamento. No cenário empresarial, pode exercer suas atividades voltadas

para dois aspectos: o funcionário ou o produto/serviço. Quando atua junto ao

funcionário, deverá começar as atividades em grupo, junto ao departamento de

RH, elaborando a viabilidade de projetos educacionais que venham facilitar a

aprendizagem dos funcionários da empresa.

Pela formação na área da gestão escolar, especialmente na área de

planejamento, o pedagogo tem condições de ajudar a empresa na elaboração

de declaração de sua missão, em que constem suas metas e aspirações, seus

valores, sua cultura e estratégias a serem utilizadas, envolvendo funcionários e

colaboradores. Exposto em lugar visível, este documento deve conter a

declaração de valores e princípios éticos da empresa, como solidariedade,

honestidade, justiça, compromisso, respeito ao próximo, integridade, lealdade.

Além disso, o curso de Pedagogia trabalha bastante com a gestão participativa

na escola, que pode ser devidamente adaptada à empresa.

Pode-se observar claramente diante das questões colocadas nos

depoimentos (em anexo, p. 57 e 60) que o pedagogo empresarial cumpre um

importante papel dentro das empresas sendo um articulador das necessidades

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junto da gestão de conhecimentos e da gestão empresarial do mundo

moderno.

Cabe a este profissional provocar mudanças comportamentais nas

pessoas envolvidas, favorecendo os dois lados: o funcionário que quando

motivado e por dentro dos conhecimentos necessários, sente-se melhor e

produz mais e a empresa que quando se mantém com pessoas qualificadas

obtém melhores resultados e maiores lucratividades.

Nesse sentido, o pedagogo e a empresa fazem uma ótima

combinação, pois em tempos modernos ambos têm o mesmo objetivo de

formar cidadãos críticos com competências para tal função.

Em empresas de grande porte, o pedagogo aparece como o

responsável pela elaboração de projetos de implantação de universidades

corporativas, avaliando a possibilidade de se abrir cursos e/ou programas de

incentivos educacionais; mas deve contar com outros auxiliares qualificados,

que com material didático. Sendo ainda os responsáveis por treinamentos de

conduta no alcance de lideranças, sendo eles aqueles profissionais mais

qualificados para direcionar líderes, e assim, mostrar a forma mais adequada

para lidar com os seus subordinados e como ensiná-los a realizar suas tarefas,

de forma bastante objetiva e aberta.

Ao fim dessa pesquisa pode-se ainda constatar que a grande parte

dos gestores, tanto da área de RH ou da parte administrativa, exprimem um

grande desconhecimento sobre o trabalho que o pedagogo empresarial pode

realizar. Muitos os vêem como um profissional que somente docente, e por

esse motivo, há uma restrição desse trabalho na empresa. Mesmo assim, eles

manifestam o interesse de contratá-los como estagiários, o que dificultará de

certa forma o acesso do pedagogo nas empresas.

Grande parte dos estudiosos mostram que as organizações são

consideradas como mini-sociedades que têm os seus próprios padrões

distintos de cultura e sub-cultura, podendo ser vista como um grupo bem

integrado ou uma família que acredita no trabalho conjunto.

Assim sendo, a organização é hoje em dia a instituição mais

influente no seio da sociedade mundial, haja vista que de alguma forma o

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mundo contemporâneo sempre estará dependendo dela, tanto para a

sobrevivência do funcionário como da própria empresa.

Em síntese, será possível frisar que a especificidade do trabalho do

pedagogo empresarial poderá estar contribuindo de modo significativo com os

processos lucrativos, acionando a intenção de ampliação à proporção que ele

consegue desenvolver e atuar nas empresas cevando em consideração todas

as suas responsabilizas e dessa feita, transformar o mercado empresarial

numa fonte de lucro requerendo por parte dos funcionários e demais membros

da empresa um potencial intelectual valorizado por todos, que acreditam em

seu trabalho.

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ANEXOS

DEPOIMENTO 1 – PROFISSIONAL ENTREVISTADO NA ÁREA DA PEDAGOGIA EMPRESARIAL

Nome: M.G.

Idade (opcional): 23 anos

Nome da Instituição em que trabalha e local: Central de Negócios RH - RJ

Tempo de carreira: Na área, mais de três anos, e nesta empresa, um ano.

1) O que é pedagogia ao seu ver?

R: Entendo como uma carreira que forma especialista em educação, mas, sobretudo forma profissional com preparação social e antropológica para lidar com o capital humano em suas variadas necessidades, a nível escolar e corporativo.

2) Dentro do conceito de pedagogia, o que seria um pedagogo empresarial?

R: Acho que respondi nessa pergunta acima.

3) Qual a sua formação e onde foi feita?

R: Pedagogia UERJ.

4) Como você pedagoga empresarial conseguiu ingressar no mercado de trabalho?

Através de estágios na área de RH. Não foram fáceis de conseguir, mas fui perseverante.

5) Quais foram as suas dificuldades para se inserir neste mercado de trabalho?

R: Não tem muitas vagas, então tive que ter muita perseverança, como falei, e não desistir de procurar e mandar currículo desesperadamente, rs.

6) Quais são suas atuações na empresa?

R: Atuo hoje com supervisão de processos seletivos, condução dos mesmos através de testes, dinâmicas de grupo, feedbacks ao candidato, contato com

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clientes, gestão de equipe.

7) Quais são os seus principais desafios na empresa?

R: Lidar com pressão por resultados, o que faz vez ou outra ter de se ignorar um pouco o lado humano da coisa.

8) Qual a sua opinião em relação ao campo de abertura para este profissional? Você considera essa profissão relativamente nova?

R: Não é nova não. Pelos cursos que já fiz e o que a pesquisei, sempre teve pedagogo atuando em RH, mas era num espaço exclusivamente de treinamento. Hoje, o pedagogo já atua em seleção, justamente por esse preparo social que o mesmo tem na graduação, atua em comunicação interna, em avaliação de desempenho, por se perceber o mesmo com muito potencial também para essas vertentes da área de RH (muitas vezes até mais do que o psicólogo.)

9) Quais as principais dificuldades quando os alunos de pedagogia enfrentam quando decidem atuar como pedagogo empresarial?

R: Preconceito ainda existente por parte de muitas empresas quanto ao papel do pedagogo na empresa. E poucas vagas, claro.

10) O pedagogo é confundido com outros profissionais dentro desta empresa ou consegue exercer sua função plenamente?

R: Na empresa que atuo tanto o pedagogo quanto o psicólogo exercem suas atividades da mesma maneira. Tenho alguma diferença por ter um cargo de supervisão.

11) Qual orientação você daria ao aluno que quer atuar como Pedagogo Empresarial?Quais as características ele deve possuir para ser um profissional bem sucedido?

R: Que seja perseverante. O mercado não esta fácil para profissional de humanas como um todo. Entendo que este estudante deve primeiramente, pesquisar sobre o assunto, entender o que é pedagogia empresarial, gostar disso, e ter um pouco de noção de mercado de trabalho. É bom fazer cursinhos (esses de dois finais de semana, ou de férias,) pra entender um pouco mais o funcionamento das empresas, e fazer network. Outra característica principal para se atuar em empresa, no meu entendimento é ser pró-ativo. A partir daí, é correr atrás!

12) Enquanto pedagoga de que forma você contribui para o sucesso da organização empresarial?

R: Procuro não deixar de lado meu conhecimento e formação voltada para a capacitação de pessoas, avaliação de conhecimentos adquiridos e

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obviamente, facilidade de extratificar e passar um conteúdo de forma didaticamente aceitável. Gosto de aplicar isso ao meu dia a dia. Entendo que acaba ficando natural na prática.

13) De que forma as empresas aplicam a educação corporativa para formar colaboradores?

R: De forma que dê resultados! É assim que empresa investe em funcionário, e não vale ter preconceito com isso ou ficar triste. Empresa sempre é voltada pra lucro, seja lá qual for o mercado em que atua. A educação corporativa hoje em dia tem grande foco por formar aquilo que a empresa deseja dentro dela mesmo. As empresas que se utilizam bem desse recurso, não se arrependem. E as que se utilizam da mão de obra capacitada do pedagogo, tem maior assertividade nesse processo.

14) O pedagogo dentro da empresa promove um diferencial, por melhorar o desenvolvimento do corporativo?

R: Com certeza! Acho que a minha resposta da pergunta 12 diz mais ou menos isso. Esteja o pedagogo atuando especificamente com treinamento ou não. Ele sempre tem diferencial.

Desde já muito obrigada!

DEPOIMENTO 2 – PROFISSIONAL ENTREVISTADO NA ÁREA DA PEDAGOGIA EMPRESARIAL

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Nome: A. V. de A.

Idade (opcional): 36 anos

Nome da Instituição em que trabalha e local: SESC - Departamento

Nacional - Rio de Janeiro

Tempo de carreira: 14 anos

1) O que é pedagogia ao seu ver?

R: Pedagogia, ao meu é a ciência que estuda a educação. Ou seja, as diferentes formas de educar diferentes pessoas

2) Dentro do conceito de pedagogia, o que seria um pedagogo empresarial?

R: Pedagogia empresarial é você organizar situações de aprendizagem dentro das organizações. É uma aprendizagem mais focada para o negócio da empresa e também para atualizar as profissões em relação às mudanças de suas carreiras (evolução). Um exemplo: Um arquiteto usava a prancheta para desenhar seus projetos, hoje não se usa mais, se usa um programa chamado “Autocad”. Se eu trabalhasse numa empresa de construção civil eu iria oferecer um curso de “Autocad” para todos os arquitetos e levantar as necessidades de capacitação para verificar se houve atualização desse programa, para treiná-los nas novas versões.

3) Qual a sua formação e onde foi feita?

R: Pedagogia - UERJ

Pós-Graduada em Pedagogia Empresarial - UCAM

MBA em gestão estratégica de RH - CEFET

MBA em gestão do conhecimento e inteligência empresarial – COPPE/UFRJ

4) Como você pedagoga empresarial conseguiu ingressar no mercado de trabalho?

R: No início da faculdade de pedagogia eu já tinha interesse pela área e sabia que a minha porta de entrada para ela seria através de um estágio. Como as empresas, de uma maneira geral, buscam estudantes que já passaram da metade do curso, à partir do 5 período comecei a mandar o meu currículo à várias empresas. Fiz várias entrevistas e estagiei durante dois anos numa grande indústria.

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5) Quais foram as suas dificuldades para se inserir neste mercado de trabalho?

R: Olha, desde que busquei estágio eu não tive dificuldades. Mas, o que atrapalha um pouco é que geralmente para a mesma vaga concorremos com pessoas de outras formações em humanas (principalmente administradores e psicólogos). Mas a procura do pedagogo para atuar em T&D tem sido cada vez maior.

6) Quais são suas atuações na empresa?

R: Levanto necessidades de treinamento, organizo o cronograma anual de cursos, contato empresas especializadas em determinados assuntos para fazer parcerias, planejo, acompanho e avalio os cursos, proponho estratégias didáticas e ainda elaboro relatórios mencionando os aspectos e resultados dos cursos

7) Quais são os seus principais desafios na empresa?

R: Lidar com a resistência de algumas pessoas, principalmente em participarem de cursos na modalidade a distância.

8) Qual a sua opinião em relação ao campo de abertura para este profissional? Você considera essa profissão relativamente nova?

R: Não considero a profissão nova, eu mesma já atuo há 14 anos, mas conheço pessoas que atuam há 30. Desde a instalação das indústrias no Brasil, após a segunda guerra mundial, houve uma procura pelo profissional de pedagogia para treinar os funcionários. O pedagogo que tinha um vasto e bom campo de trabalho na escola, em sua maioria não quis ir para este outro nicho, que foi ocupado por outros profissionais, como psicólogos e administradores. Quando a situação na escola ficou crítica no que diz respeito a valorização do profissional, o pedagogo está migrando para outros nichos. O que é novo na minha percepção é a mudança do conceito de educação nas empresas que passou de treinamento, no sentido de adestramento, para desenvolvimento, num sentido mais macro, vislumbrando o desenvolvimento desse funcionário na organização.

Com a globalização, as empresas precisaram perder as características tayloristas-fordistas e ensinar os seus funcionários a pensarem, pois precisava de pessoas mais autônomas e proativas. Precisava também recuperar o tempo perdido com o déficit educacional de anos sem investimento nesta área. As empresas precisavam montar programas de capacitação focados na sua realidade. Foi nesta fase que houve uma nova procura por pedagogos, pq ninguém melhor do que o pedagogo para estruturar programas de formação. Preparar projetos Políticos pedagógicos de Universidades Corporativas, elaborar cursos a distância.... Ou seja, a demanda por nossa formação aumentou, mas ela sempre existiu.

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9) Quais as principais dificuldades quando os alunos de pedagogia enfrentam quando decidem atuar como pedagogo empresarial?

R: Focar a área de educação o curso inteiro e depois de formado, sem nunca ter feito um estágio ou um curso na área, decidir que quer atuar em empresa. Vai ficar reclamando achando que não tem campo, pq não vai conseguir mesmo.

10) O pedagogo é confundido com outros profissionais dentro desta empresa ou consegue exercer sua função plenamente?

R: Eu percebia isso mais há alguns anos atrás, quando eu falava que atuo no RH, as pessoas perguntavam. Você é psicóloga? Administradora.

Hoje não percebo mais isso. Quando falo que atuo em T & D as pessoas perguntam se sou pedagoga. Inclusive me falam dos vários concursos que estão abrindo.

11) Qual orientação você daria ao aluno que quer atuar como Pedagogo Empresarial? Quais as características ele deve possuir para ser um profissional bem sucedido?

R: Deve fazer estágio na área. E deve ter as seguintes características:

- Criatividade

- Gostar de trabalhar com pessoas

- Organização

- Vontade de aprender

12) Enquanto pedagoga de que forma você contribui para o sucesso da organização empresarial?

R: Organizando cursos que ajudem a desenvolver a competência dos funcionários e consequentemente ajudam no alcance dos objetivos da organização.

13) De que forma as empresas aplicam a educação corporativa para formar colaboradores?

R: Depende da empresa. Algumas têm apenas sala de treinamento, outras matriculam funcionários em cursos, outras montam verdadeiros centros de treinamento & desenvolvimento e outras fazem tudo isso.

14) O pedagogo dentro da empresa promove um diferencial, por melhorar o desenvolvimento do corporativo?

R: Eu acho que o pedagogo é o profissional mais indicado para atuar com

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educação na empresa. Isso já é o diferencial. Desde já muito grata.

Qualquer dúvida, estarei a disposição.

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ÍNDICE INTRODUÇÃO ............................................................................................... 09

CAPÍTULO I

A PEDAGOGIA EVOLUINDO PARA O AMBIENTE DE TRABALHO ............ 12

1.1 Considerações Gerais .............................................................................. 12

1.2 O Conceito da Pedagogia Empresarial .................................................... 15

1.3 O Perfil de Atuação do Pedagogo na Empresa ....................................... 18

CAPÍTULO II

O PEDAGOGO EMPRESARIAL ATUANDO NA ÁREA DE RECURSOS

HUMANOS ..................................................................................................... 22

2.1 A Gestão de Pessoas: processo inovador e criador de competências de

empresas modernas ...................................................................................... 25

2.2 O Treinamento e o Desenvolvimento Empresarial .................................. 29

CAPÍTULO III

A PEDAGOGIA EMPRESARIAL INVESTINDO EM NOVAS

ESTRATÉGIAS .............................................................................................. 34

3.1 A Importância das Dinâmicas Organizacionais ....................................... 38

3.2 Estratégias Utilizadas nas Organizações Empresariais ........................... 43

3.3 Relatos de Experiência no Enfoque da Pedagogia Empresarial .............. 46

CONCLUSÃO ................................................................................................ 56

BIBLIOGRAFIA .............................................................................................. 61

WEBGRAFIA ................................................................................................. 63

ANEXOS ........................................................................................................ 64

ÍNDICE ........................................................................................................... 71

FOLHA DE AVALIAÇÃO ................................................................................ 72

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

CURSO PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM PEDAGOGIA EMPRESARIAL TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Regina BacildoAlbernoz

A PEDAGOGIA EMPRESARIAL INVESTINDO NOVAS ESTRATÉGIAS NO MUNDO GLOBALIZADO DO TRABALHO

Monografia apresentada à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para conclusão do Curso Pós-Graduação Lato Sensu em Pedagogia Empresarial.

Banca examinadora:

Fabiane Muniz Professor Orientador

Rio de Janeiro 2011