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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A NEUROCIÊNCIA E SUAS CONEXÕES COM AS BASES EDUCACIONAIS Por : Mário Cezar de Oliveira Orientadora Prof. Marta Pires Relvas Rio de janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A NEUROCIÊNCIA E SUAS CONEXÕES COM AS BASES EDUCACIONAIS

Por : Mário Cezar de Oliveira

Orientadora

Prof. Marta Pires Relvas

Rio de janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A NEUROCIÊNCIA E SUAS CONEXÕES COM AS BASES EDUCACIONAIS

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Neurociência Pedagógica.

Por : Mário Cezar de Oliveira.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, a meus pais por

tudo que fizeram por mim, por ter tido saúde para

ultrapassar obstáculos e alcançar meus objetivos, a

minha família, meus amigos de curso por

vencermos juntos esta jornada, aos professores pela

paciência e boa vontade em me ajudar nas horas

mais difíceis e em especial a querida professora

Marta responsável pela minha ampla plasticidade

cerebral.

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DEDICATÓRIA

A Deus por tudo que me deu ao longo da vida, a

minha esposa, filhos, netos, irmãos e amigos pelo

incentivo que me deram e que sem o apoio destas

pessoas seria impossível atingir tais objetivos, este

trabalho é dedicado a vocês.

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RESUMO

Este trabalho é o resultado de reflexões, estudos e pesquisa tendo como foco a

educação e no ensino\aprendizagem o seu principal objetivo, aborda as questões

inerentes ao aprendente, sua contextualização, a importância dos métodos

empregados, seus objetivos a fim de que este aluno venha adquirir conhecimentos

com maior objetividade contribuindo para o seu desenvolvimento na construção do

ser humano autônomo, critico e consciente e si e do mundo. Os capítulos indicam

direções no sentido de que este aprendente possa ser melhor ouvido, compreendido

e atendido nas suas necessidades primárias. É focado também questões

neuropedagógicas como instrumentos de apoio significativos na formação deste

indivíduo. A neurociência e a pedagogia juntas oferecem uma inovadora parceria,

respeitando as especificidades de cada ciência, elas se completam ao conduzir este

aprendente a um novo sistema, através do qual biologicamente se constrói a fonte

de novas conexões neurais. Este resumo indica que o tema em questão, aborda

problemas atuais onde se cogita que seja objeto de pesquisa tendo o cérebro como

elemento base das transformações propostas no bojo deste trabalho ao aprendiz, é

preciso conhecê-lo numa visão interdisciplinar. O homem foi concebido como

alguém que transforma e ao mesmo tempo é transformado.

Palavras-chave: ensino\aprendizagem, aprendente, transformação, neurociência

.

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METODOLOGIA

A importância dos métodos aplicados proporciona citar, a exaustão na

busca de informações e dados que pudessem cada vez mais enriquecer este

trabalho que certamente estará á disposição de pessoas dispostas e comprometidas

com a educação.

Os métodos aqui aplicados seguiram religiosamente o projeto planejado

que era trabalhar a neurociência como instrumento facilitador na educação, em

busca do conhecimento tendo na pedagogia um elo importante e inseparável

encurtando distâncias ao estimular, incentivar e motivar o aprendente em direção e

na aquisição do aprendizado e do conhecimento.

As pesquisas, leituras e questionamentos, só vieram favorecer e

melhorar o conteúdo deste ao trazer em alguns momentos respostas aos problemas

aqui apresentados, os dados coletados sinaliza a importância das referências

bibliográficas: livros didáticos, revistas focadas em neurociência e educação, internet

além do informativo comunicandido, tais referências trouxeram valiosas

contribuições na confecção e concretização desta monografia o que seria impossível

sem elas dar continuidade a este projeto.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 08 CAPITULO I ....................................................................................................... 11 CAPITULO II ...................................................................................................... 18 CAPITULO III ..................................................................................................... 26 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 32 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 34

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INTRODUÇÃO

Este estudo monográfico tem como foco principal a educação sob todos

os aspectos, onde a neurociência pedagógica visa compatibilizar o cognitivo e o

cérebro humano adequando o funcionamento do mesmo a fim de melhor entender a

forma como este cérebro memoriza, arquiva e transforma as sensações, captadas

pelos diversos elementos sensoriais.

As dificuldades em aprender, os transtornos e outros, tem contribuído

nos problemas encontrados pelos alunos e se não cuidados a tempo certamente os

seguirão ao longo da vida.

A neurociência pedagógica junto a outras disciplinas tem mudado com

suas intervenções a metodologia do ensinar e aprender ao encontrar na

neuroeducação como base de sustentação para um melhor aprendizado.

Este trabalho visa ainda, pesquisar e enfocar o ensino\aprendizagem ao

despertar um grande interesse em todas as classes voltadas para a educação por

enfatizar várias ferramentas de enorme valia neste contexto.

Hoje o cenário é outro, nota-se a preocupação de educadores na busca

de soluções que venham oferecer a este aprendente, as melhores condições para

que a aprendizagem se torne mais fácil, dinâmica e prazerosa.

Como justificativa, este trabalho procura mostrar que alunos,

professores e sociedade alem da família, devem estar presentes ocupando os

espaços, tendo como base a neurociência pedagógica ao estabelecer uma

conscientização e naturalmente, transformação quanto aos problemas inerentes aos

educandos apoiados por um processo de ensino eficiente.

A importância deste tema mostra que o sistema educacional tem sofrido

inúmeras modificações ao longo do tempo, as relações culturais e sociais, são

personalidades construídas pelo ser humano tendo a escola de fundamental

importância para o desenvolvimento sócio-afetivo do educando, a neuroeducação

tem propiciado valores sendo um elo que ligará como pesquisa em neurociência á

prática pedagógica.

Como objetivo geral, abordar as questões neuropedagógicas,

trabalhando a neurociência como instrumento facilitador da educação e de

resultados significativos ao sinalizar novas dimensões, na aquisição e produção do

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conhecimento, é uma proposta inovadora ao criar uma sinapse transmissora entre a

neurociência e a pedagogia, ao conhecer e compreender os processos neurais

distribuindo-se daí, novos valores através de olhares educacionais.

Este estudo aborda questões referentes a neuroeducação objetivando

estabelecer uma conscientização e naturalmente possível transformação quanto

aos problemas inerentes ao ensino\aprendizagem onde a complexidade envolve,

pessoas, educadores e educandos indo além do domínio cognitivo tendo na ética e

na moral, os pilares desta relação.

Neste processo, busca-se respostas aos problemas formulados no que

se refere: porque ainda persiste algumas resistências até mesmo entre educadores

no que diz respeito a neurociência pedagógica.

É um trabalho acadêmico que delimita seu escopo de observação,

educandos e educadores, alunos do ensino fundamental de toda rede de ensino

além de crianças carentes da Sociedade Beneficente de Anchieta cuja atividades

são voltadas entre outras para crianças com dificuldades em aprender.

Para tanto, esta monografia tem o seu desenvolvimento pautado em

três capítulos nos quais pretende-se oferecer subsídios e transformações

importantes a cerca deste assunto.

No primeiro capitulo é importante citar: A neurociência sob novos

olhares, ao estabelecer um paralelo entre o passado e o presente, nota-se que a

tempos o cérebro tem sido elemento de estudo e pesquisa desde a antiguidade,

sabe-se muitas perguntas continuam ainda sem respostas e em outras várias

questões não foram decifradas onde o cérebro em algumas áreas continua uma

incógnita para todos, principalmente para aqueles que se propõe estudá-lo a nível

científico.

Aprender e o lembrar do estudante ocorre no seu cérebro, conhecer

como este cérebro funciona não é a mesma coisa do que saber qual é a melhor

maneira de ajudar os alunos a aprender.

A aprendizagem, a neurociência e a educação estão intimamente

ligadas ao desenvolvimento cerebral o qual se molda aos estímulos do ambiente, o

estudo da aprendizagem une a educação a neurociência.

Já no capitulo dois, as intervenções neuroeducacionais se apresentam

como destaque em face desta fundamental ligação onde ela investiga o processo

de como o cérebro aprende e lembra desde o nível molecular e celular até as áreas

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corticais, o estudo da aprendizagem ao unir estas duas áreas indica que quanto

mais se estuda a fisiologia nervosa cada vez menos se pode dissociar o estudo

anatômico da abordagem funcional ao sistema nervoso.

O terceiro e ultimo capitulo, cita a neuroeducação e suas

transformações como um modelo desenhado para atuar nas matrizes de

inteligências do sistema mental e estruturar o caminho de manifestação do potencial

inteligente da consciência.

A neuroeducação atua no campo da educação desenvolvendo

holográficas capazes de corrigir as dificuldades de aprendizagem escolar

oferecendo instrumentos de inclusão social capaz de extrair o máximo do potencial

funcional de cada individuo ao transformá-lo em todas as capacidades

independentemente de sua origem social, qualidade de ensino escolar ao qual está

submetido ou grau de desenvolvimento pessoal.

“ No mundo moderno o homem é visto como um ser de inúmeras

facetas uma vez que na sua realidade ele é submetido as normas em

vigor que são multifacetadas, o que o diferencia de outros animais, é o

seu pensamento criativo e produtivo” PORTO (2007).

Este trabalho foi desenvolvido e construído através de exaustivas

pesquisas bibliográficas, no entanto, mesmo concluído, se encontra em aberto tendo

em vista a complexidade na busca de soluções para o tema em questão uma vez

que o que se pretende é seguir pesquisando a fim de que se tenha respostas aos

problemas apresentados.

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CAPITULO I

NEUROCIÊNCIA PEDAGÓGICA FACILITADOR DO PROCESSO EDUCACIONAL

A Neurociência pedagógica no processo educacional surgiu e ocupa um

espaço como instrumento de facilitação e de transformação objetivando preparar o

individuo ao mostrar novas direções para as práticas educativas abreviando a

aprendizagem tão fragmentada em nossos dias.

A Neurociência traz em seu bojo, um olhar novo à educação através de

novas idéias, grandes perspectivas de trabalho e pesquisas, com resultados

significativos oferecendo aos profissionais da área da educação uma motivação

crescente neste desafio permanente que é ensinar.

A educação engloba aspectos filosóficos, biológicos, antropológicos e

psicológicos sendo o elemento central da interdisciplinaridade logo, é possível dizer

que o cérebro desempenha um papel importante neste processo na formação do

intelecto humano através de conexões neurais em busca de caminhos para o

aprendizado.

A importância do cérebro na aprendizagem, considera-se as inúmeras

contribuições da Neurociência para a formação de professores, com o objetivo de

oferecer um aprofundamento a esse respeito para que se obtenha melhores

resultados no processo ensino-aprendizagem e em especial na educação básica.

Segundo Paulo FREIRE (1999), fazendo pesquisa, educo e estou me

educando com os grupos populares. Voltando à área para por em prática os

resultados da pesquisa, não estou somente educando ou sendo educado: estou

pesquisando outra vez.

Na afirmativa descrita, pesquisar e educar se identificam em um

permanente e dinâmico movimento.

Na busca do conhecimento, pode-se afirmar que o cérebro passa por

mudanças naturais de desenvolvimento ao longo da vida portanto todo o individuo

tem um grau de operatividade motora verbal e mental de acordo com o nível de

desenvolvimento alcançado.

Na construção do conhecimento, Freud (1988), privilegia a afetividade e

Piaget 1976, a cognição, é evidente que o afeto e a inteligência, são estruturadas

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nas ações dos indivíduos, podemos afirmar sem dúvidas que a aprendizagem é um

processo fundamental para nossas vidas.

A Neurociência como facilitador educacional, muito tem contribuído sob

todos os aspectos uma vez que avalia e sinaliza as causas elementares dos

bloqueios e dificuldades neurais oferecendo mecanismos de defesa no processo de

aprendizagem ao propiciar diálogo da educação e saúde com: Neuropsicologia,

Neurobiologia, Neuroanatomia e outras aplicáveis no trato das questões inerentes

ao processo de estruturação cerebral do humano.

A Neurociência Pedagógica constrói as estruturas mentais, explica o

comportamento em termos de atividade cerebral, como o cérebro organiza e articula

as células nervosas para o comportamento e como são influenciados pelo ambiente

externo daí, as áreas da saúde envolvidas citadas.

É fundamental que professores estimulem individualmente a inteligência

das crianças empregando técnicas que permitam a cada aluno aprender da maneira

que é melhor para ele, aumentando sua motivação para o aprendizado pois cada

pessoa tem de encontrar seu próprio caminho, já que existe um único para todos

(STENBERG e GRIGORENKO, 2003).

Considerando que alunos diferentes lembram e integram informações

com diferentes modalidades sensoriais, analisar como as pessoas se relacionam

atuam e solucionam problemas, identificar os estilos específicos de aprendizagem,

torna-se bastante útil. (WILLIANS Apud, MARKOVA 2000).

1.1 – A Neurociência sob novos olhares

Ao estabelecer um paralelo entre o passado e o presente, nota-se que a

tempos, o cérebro tem sido elemento de estudo e pesquisa desde a antiguidade,

sabe-se que muitas perguntas ainda continuam sem respostas e em outras várias

questões, não foram ainda decifradas onde o cérebro em algumas áreas continua

uma incógnita para todos principalmente para aqueles que se propõe estudá-lo a

nível científico.

O aprender e o lembrar do estudante ocorre no seu cérebro, conhecer

como este cérebro funciona não é a mesma coisa do que saber qual é a melhor

maneira de ajudar os alunos a aprender. A aprendizagem, a Neurociência e a

educação estão intimamente ligadas ao desenvolvimento cerebral o qual se molda

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aos estímulos do ambiente, o estudo da aprendizagem une a educação com a

Neurociência.

A aprendizagem é afinal um processo fundamental da vida. Todo

individuo aprende e, por meio da aprendizagem, desenvolve os

comportamentos que o possibilitam viver. Todas as atividades e

realizações humanas exibem os resultados da aprendizagem.

(CAMPOS, apud, PORTO, 2007, P.15)

Há décadas que as neurociências não são mais de longe uma ciência

puramente básica, hoje praticamente ela elabora o conteúdo das ciências que a

dedica ao estudo do sistema nervoso, sua anatomia e fisiologia bem como patologia.

Pesquisadores em educação tem tido postura otimista de que as descobertas em

neurociências contribuam para a teoria e práticas educacionais

O corpo, emoção e razão são indivisíveis e inseparáveis, é uma visão

integra e holística, a razão de ser nos últimos tempos as investigações da

neurociência revelou dados surpreendentes sobre o funcionamento do cérebro, o

crescimento de novos neurônios, outra afirmativa é que a inteligência não é única e

nem fixa e muito menos reside em um local determinado no cérebro como se

afirmava no passado, a inteligência é concebida como uma função do cérebro e

várias partes dele estão envolvidas em qualquer ação inteligente.

A inteligência muda com o tempo e os estímulos disponíveis no meio

ambiente. É preciso que estar atentos pois o mundo de hoje e de amanhã, somente

poderá ser enfrentado com sucesso, pela fantástica capacidade do cérebro humano,

existe um grande ênfase no desenvolvimento da inteligência, do talento e das

competências das pessoas.

O cérebro é único não existindo outro igual, cada individuo tem o seu de

forma distinta resultando na interação dinâmica entre natureza e ambiente,

respectivamente genética e estimulação onde tudo que o sujeito realiza acontece á

partir de uma comunicação entre os neurônios.

As pessoas aprendem de forma diferentes onde um único método não é o

ideal para todos os alunos, necessário se faz, várias estratégias diferentes de

ensinar daí, permitir ao educando sempre que possível a escolha, não é uma

proposta revolucionária, necessita de professores preparados, sintonizados e

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comprometidos com a educação e com o método a aplicar ao desenvolver um

ensino diversificado e diferenciado, capaz de identificar, respeitar e aproveitar o

estilo de aprendizagem preferencialmente mais adequado para seus alunos.

Segundo FERNANDEZ e PAIN, “Para aprender são necessários dois

personagens, o ensinante e o aprendente e um vínculo que se estabelece entre

ambos”

A experiência escolar permite concluir que um dos grandes diferencias do

processo educativo é o vinculo estabelecido entre educadores e educandos. O ideal

é trabalhar com a premissa de que havendo vinculo é mais fácil que o professor

desenvolva a capacidade de escuta do que o aluno pretende transmitir e possibilite a

ele que se sinta compreendido e entendido em seu sofrimento mesmo porque

indisciplina e incompreensão caminham juntas.

1.2 - A ação Neuropedagógica

As questões pedagógicas estão relacionadas a transformação e

modificação do individuo através da teoria e da prática educacional, tendo de um

lado o aluno e do outro a ação neuropedagógica onde o professor é o agente

representante que detém o domínio pedagógico que tem como função, guiar o aluno

ao saber.

Chega-se assim as finalidades da ação neuropedagógicas das quais

resulta princípios psicológicos acerca do ser que aprende e dos processos da

aprendizagem. Segundo MIALARET, (1976,p,09) “ a ação psicológica,

necessariamente exercida no quadro de uma situação pedagógica (uma só existe

pela outra e reciprocamente), induz condutas, prova e utiliza processos psíquicos

nos educandos.

Hoje como ontem, com respeito á busca de novos caminhos e novas

plásticas educativas, os estudos e pesquisas sobre Neuroeducação e aprendizagem

ganham força e conduz a reflexão ao mostrar e introduzir mais esta ferramenta de

enorme importância neste processo ensino \ aprendizagem.

Por tudo isso, a alfabetização não se pode fazer de cima para baixo e

nem de fora para dentro como uma doação ou uma exposição mas, de dentro para

fora pelo próprio educando, somente ajustado pelo educador.

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Segundo PAULO FREIRE, (1995), esta é a razão pela qual se procura um

método que fosse capaz de fazer instrumento também do educando e não somente

do educador e que identificasse, o conteúdo de aprendizagem como processo de

aprendizagem.

Por essa razão não se acredita nas cartilhas que pretendem fazer uma

montagem de sinalização gráfica como uma doação e que reduzem o analfabeto

mais a condição de objeto de alfabetização do que sujeito da mesma.

Paulo Freire, sempre buscou através de seus métodos e pesquisas, a

metodologia que valorizasse o conteúdo, a aprendizagem e o conhecimento,

afastando o convencional ao aplicar em seus alunos, métodos da sua própria

vivência e realidade cultural.

A não aprendizagem na escola é uma das causas do fracasso não só

escolar como para a vida toda porem, a questão é bem mais ampla e este trabalho

não comporta um aprofundamento exaustivo mesmo porque não é este o seu

objetivo no entanto o que se busca é encontrar soluções que possam minimizar as

angústias e dificuldades daquelas pessoas que por motivos já citados , não

encontraram o ponto de equilíbrio através do aprender e do conhecimento.

É comum alunos serem incluídos em classes escolares especiais onde

são considerados pertencentes a grupos de alunos com deficiência mental ou

hiperativos isto sem diagnóstico ou avaliação de profissionais da área da saúde, mal

sabem as pessoas que tais atitudes estão marcando e direcionando o destino de

muitas crianças que se fossem melhor observadas, avaliadas e assistidas

naturalmente teriam suas vidas seguindo caminhos promissores.

Existe atualmente uma verdadeira avalanche de diagnósticos de

problemas relacionados ao aprendizado, principalmente em relação à educação

infantil, logo o questionamento é se ás crianças hoje tem maior ou menor dificuldade

para aprender ou são os adultos de hoje que encontraram maior facilidade em

atribuir diagnósticos e revelações de nomes de doenças a qualquer alteração ou

dificuldade que surge por ocasião do processo de aprendizagem.

Apesar dessa ressalva quanto ao exagero de diagnósticos, realmente

verifica-se uma grande incidência de problemas de aprendizagem, muito além do

que se acontecia a algumas décadas atrás, não são raras as queixas escolares de

dificuldade para aprender a ler e escrever, para fazer tarefas matemáticas e

compreender o significado e o uso da pontuação.

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Ao observar com mais cuidado, verifica-se que não se trata de um

problema individual mais de queixas freqüentes em todos os níveis

socioeconômicos, crianças agitadas, desatentas, desajeitadas, com dificuldades

para compreender símbolos gráficos e usá-los na ordem correta para a escrita,

alguns não conseguem organizar as sílabas na ordem correta para escrever as

palavras, outros não conseguem ordenar as palavras para organizar as frases e não

conseguem compreender o que é pontuação e para o que ela serve.

Nota-se também dificuldade de coordenação motora onde algumas

sequer conseguem pular corda, pular em pé, de amarelinha, atividades tão comuns

principalmente para quem foi criança há três ou mais décadas.

Muitas delas não conseguem perceber os lados direito e esquerdo do

corpo além das várias dimensões do espaço, esta falta de noção de espaço é

notada na escrita quando há inversão das letras, as chamadas de espelhamento e

dificuldade para grafar nos limites do papel, bem como traçados irregulares e

ilegíveis.

Junto a todo este caos é possivel relacionar os problemas sociais,

aqueles que em nossos dias aparece em quase todas estas dificuldades

mencionadas, o sedentarismo tão onipresente nestes tempos em qualquer faixa

etária, a falta de espaços para brincar, pelos perigos das ruas impossibilitando que

as crianças fiquem soltas como outrora e principalmente pela sedução dos

brinquedos e jogos eletrônicos trocando a atividade física pelo lazer virtual

impossibilitando a criança em experimentar o seu próprio corpo, seus movimentos,

suas brincadeiras, o espaço além das sensações provocadas pelo uso sistemático

do corpo.

Estes distanciamentos do corpo e suas experiências reais principalmente

entre as faixas etárias mais jovens, é sintoma de algumas alterações de costumes e

comportamentos dos tempos atuais.

Imagina-se a criança que fica confinada em seu pequeno espaço junto a

seu aparato de jogos e brinquedos eletrônicos quando chega à escola e encontra

uma quadra e longo corredor e inúmeras crianças da mesma idade.

Naturalmente qualquer ser humano saudável e com muita energia para

gastar, sentiria um impulso enorme a fim de explorar essa imensidão, nesse caso

este excesso de atividade e agitação, não poderiam ser considerados como

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transtorno ou doença mas como uma reação a uma privação cotidiana de atividades

corporais sadias e necessárias.

A idéia de relacionar os pensamentos e a linguagem aos movimentos

corporais não é nova, porém carece de fundamentos teóricos de peso e

rigorosamente científico para justificar essa proposta de corrigir problemas de

aprendizagem da linguagem mediante atividades para reorganização dos

movimentos.

Para DAMÁSIO (2009), pensamento e ação corporal ocorrem na mesma

escala temporal e é nossa percepção corporal de prazer ou desprazer relacionada a

cada pensamento que seleciona as opções que representam melhores alternativas

para a solução de nossos problemas.

A proposta de buscar na neurociência pedagógica benefícios em proveito

da educação não é nova, hoje certamente a educação não pode prescindir da

neurociência tendo no cognitivo e o cérebro elementos essenciais para o

aprendizado, as pesquisas mostram que novas metas e soluções são encontradas

na busca de objetivos que possam minimizar as dificuldades impostas pelo

ensino\aprendizagem, novos caminhos serão abertos, novas variantes desbravadas

fundamentais acerca do conhecimento e do saber.

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CAPITULO II 2 – A NEUROCIÊNCIA E AS BASES EDUCACIONAIS

A construção de uma consciência Nacional sobre a educação, é tarefa de

longo prazo, envolve família , estado e a sociedade em geral, a aprendizagem e o

desenvolvimento da criança depende cada vez mais destes componentes

importantes que sem eles haverá naturalmente comprometimento sob o qual o

resultado recairá sempre sobre o aluno, é uma rede de relações sadias e

responsáveis no que diz respeito ao processo ensino\aprendizagem.

O êxito deste aluno está alicerçado basicamente sobre tais dimensões

que se influenciam em uma relação dialética, a individual que diz respeito a este

aluno e suas vivências, pertencente a uma estrutura familiar e a outra externa que

corresponde a escola, os aspectos culturais e sociais e a sociedade como um todo.

Neste enfoque, a Neurociência enquanto campo de apoio ao

conhecimento, não pode ficar alheia as questões educacionais e sociais onde o

aluno torna-se refém em face de diversos fatores interligados entre si que

naturalmente pelo desentrosamento, propicia a este aluno uma variedade de

dificuldades as quais trarão enormes prejuízos na sua aprendizagem e formação e

numa reação em cadeia, dúvidas ao seu futuro.

Necessário se faz uma política de inclusão com responsabilidade,

planejamento e comprometimento com as causas referentes á educação assim

como com as sociais, ao oferecer oportunidades a todos sem excessão, na

construção cognitiva e cultural no desenvolvimento da linguagem permitindo ampla

inserção facilitando amplamente o desenvolvimento na aprendizagem e no

conhecimento.

A escola cabe absorver estes educandos em seus diferentes níveis e

ritmos uma vez que ele refletirá sempre a sociedade a qual está inserida.

No universo das particularidades humanas e experiências individuais,

vivemos uma multiplicidade e a pedagogia vive atualmente um papel desafiador que

é a transformação, primeiro em descobrir seus próprios caminhos, sua missão e

seus objetivos a fim de dar um novo sentido ao aprendizado e a novas idéias

conquistadas.

Mais do que falar e escrever, é buscar fórmulas e alternativas pois o

discurso sobre inclusão precisa se tornar uma prática generalizada e permanente

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onde exercer o direito de cidadão (cidadania) seja realmente um direito de todos

naturalmente.

Segundo VANIA Vieira da Cruz, Pós graduada em Gestão Ambiental, “ O

ser humano constrói sua personalidade com as relações culturais e sociais e a

escola tem fundamental importância para o desenvolvimento sócio afetivo do

educando pois a escola possibilita a interação com os outros, o ouvir, o falar na

forma certa, o agradecimento, a educação, o respeito, a solidariedade que são

experiências essenciais para a construção do individuo como pessoa”.

Cabe também ao professor utilizar métodos e estratégias levando-as ao

cotidiano do aluno para a sala de aula uma vez que este traz inúmeras informações

do seu dia-dia do lado de fora, as quais, poderão se transformar em debates,

trabalhos em grupos, oficinas, pesquisas, dramatizações, seminários, vídeos e

outros estes procedimentos, produzirá a seus alunos formas não tradicionais de

ensino através de experiências do cotidiano associado aos estímulos, possibilitando

o exercício de prática educativa-critica o que certamente fará sucesso não só na

escola como principalmente entre seus alunos.

A sala de aula deve ser um espaço de conhecimento e de valores onde, é

necessário que o educador venha provocar, desafiar, refletir e levar seus alunos a

levantar hipótese e soluções de problemas utilizando os aspectos cognitivos,

afetivos, sociais e culturais.

2.1- Intervenções Neuroeducacionais

Os Neuropedagogos estudam sobre o processo de aquisição de

aprendizagem e da memória tendo o cérebro como elemento principal, fazem

pesquisas, testes e teorias as quais resultarão em benefícios para todos por outro

lado, encontram-se os educadores que anseiam em por em prática tais pesquisas,

testes e teorias, é um trabalho significativo e juntar estes dois segmentos é

compensador uma vez que irá exigir dos envolvidos as análises e aplicações destes

conhecimentos científicos traduzindo-os para as salas de aulas.

Esta colaboração mútua, enriquece tanto o trabalho dos cientistas

cognitivos como dos educadores onde estes poderão desenvolver e aplicar métodos

de ensino que melhor possam serem adaptados a seus alunos, em busca de que

estes métodos facilitarão a aprendizagem.

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A Neurociência tem um papel fundamental de intima ligação com a prática

pedagógica ela investiga o processo de como o cérebro aprende e lembra, desde o

nível molecular e celular até as áreas corticais, o estudo da aprendizagem une estas

duas áreas logo quanto mais se estuda a fisiologia nervosa cada vez menos se pode

dissociar o estudo anatômico da abordagem funcional ao sistema nervoso.

Desenvolver pessoas não é apenas dar-lhes

informação para que elas aprendam novos conhecimentos, habilidades e

destrezas e se tornem mais eficientes naquilo que fazem. É sobretudo,

dar-lhes a formação básica para que elas aprendam novas atitudes,

soluções, idéias, conceitos e que modifiquem seus hábitos e

comportamentos e se tornem mais eficazes naquilo que fazem.Formar é

muito mais do que simplesmente informar, pois representa um

enriquecimento da personalidade humana”. ( Chiavenato, 1999)

O aprender e o lembrar do estudante ocorre no seu cérebro, conhecer

como este cérebro funciona não é a mesma coisa do que saber qual é a melhor

maneira de ajudar os alunos a aprender. A aprendizagem, a neurociência e a

educação estão intimamente ligadas ao desenvolvimento cerebral o qual se molda

aos estímulos do ambiente, o ensino bem sucedido provoca alterações significativas

na taxa de conexões sinápticas.

Inúmeras áreas do córtex cerebral são simultaneamente ativadas no

transcurso de nova experiência de aprendizagem, situações que reflitam o contexto

da vida real, de forma que a informação nova se junte a compreensão anterior. A

neurociência oferece um grande potencial para nortear a pesquisa educacional e

futura aplicação em sala de aula.

É fundamental que professores entendam que os sentimentos que

impulsionam a aprendizagem positiva ou negativamente, devem compreender que o

ser humano é um ser emocional, que pensa coerente com esta nova visão, é

primordial que os educadores aprendam a ler e entender as emoções, alegria,

tristeza, raiva, medo de seus alunos e principalmente a lidar adequadamente de

forma competente com elas.

Sob este aspecto considera-se como importante em primeiro lugar criar

um ambiente seguro e convidativo para a aprendizagem, livre de desrespeito,

ofensas e humilhações.

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Em ambiente de medo e insegurança, o aluno torna-se passivo além de

perturbar a disciplina naturalmente indesejáveis em sala de aula além de que caso

uma criança seja ridicularizada por erro, irá se sentir em perigo logo, o cérebro

desta criança reagirá imediatamente adotando uma postura de fuga ou ataque, ao

contrário de que quando o erro é aceito e tratado de forma natural como parte do

processo de crescimento, o estudante aprende com ele, deve-se incrementar um

clima emocional positivo dentro da escola e da sala de aula com alegria, respeito

mútuo, elogios e brincadeiras sadias.

Neste aspecto, vários fatores influenciam a ação do professor em sala

de aula e suas ações dificultando o processo ensino\aprendizagem, o uso de

metodologia inadequada, a falta de recursos didáticos, as condições insatisfatórias

de trabalho, sem contar a dinâmica emocional do ser humano soma-se a isto, os

desajustes familiares na vida do aluno, a violência hoje presente tanto fora como

dentro da escola e o lugar do fracasso ocupado apenas pelo aluno, quando

deveriam lá estar, o professor, o aluno e a escola.

Uma nova concepção educacional propõe montagem de ambientes

enriquecidos centrados no desabrochar da criatividade e da inteligência de cada um

dos jovens e crianças os quais motivados possam mais e com melhor qualidade e,

ao fazerem isto, possam desenvolver ao máximo o seu talento dispostos a estudar

e felizes.

Segundo a Neuropedagoga ISABEL S.W.Azevedo ”Não existem “fórmulas

mágicas” na prática pedagógica, juntos podemos reunir as pesquisas em

Neurociência com a prática pedagógica que melhor se adaptará aos nossos alunos”.

Neste contexto recai também, o uso da ludicidade como ferramenta

pedagógica em sala de aula o que facilitará a transformação diária em uma vivência

criativa e rica diante da qual os alunos serão os primeiros a se interessarem por ir à

escola, a pedagogia e a Neurociência promovem o desenvolvimento cognitivo, pois

através da aprendizagem o sujeito é inserido de forma mais organizada no mundo

cultural e simbólico.

O professor deve se aproveitar de meios e recursos no sentido de que o

seu aluno tenha motivação com a finalidade especifica que a aprendizagem venha

acontecer de forma plena e eficaz, deve ainda conhecer a bagagem que o aluno traz

incentivando-o para que seja sempre capaz de produzir e criar.

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A motivação nada mais é que criar motivos, causar entusiasmo e ânimo,

entusiasmar o individuo fazendo-o chegar até a eficácia do conhecimento.

E mais ainda, cabe criar nestes indivíduos a vontade de aprender através

de estratégias e estímulos a fim de que estes indivíduos se sintam motivados em

aprender, naturalmente a realização dos objetivos propostos, implica que sejam

praticados sempre uma vez que não se desenvolve uma capacidade sem exercê-la

ás vezes exaustivamente.

Existe um desconhecimento da anatomia e da fisiologia do sistema

nervoso central e periférico, são questionamentos a fim de saber por onde passam

todos os processos da aprendizagem do ser humano e como ocorre a alfabetização

na mente das crianças.

A educação em nossos dias deve ser trabalhada com grupos

multidisciplinares, é necessário que se faça uma releitura e reelaboração do

desenvolvimento das práticas curriculares, criar atividades de acordo com cada faixa

etária trabalhada onde a atividade seja focada principalmente sob aspecto afeto-

cognitivo, a questão familiar também deve ser inserida neste contexto mostrando ao

aluno, a importância dos valores educacionais na vida de seus filhos, ela é o

primeiro núcleo do vinculo.

Na busca do conhecimento, estabelecemos relações com objetivos

físicos, concepções ou outros indivíduos. Afeto e cognição se constituem em

aspectos inseparáveis, estando presentes em qualquer atividade a ser desenvolvida,

variando apenas as suas proporções (LAJONQUIERE, 1998).

O afeto e a inteligência se estruturam nas ações e pelas ações dos

indivíduos, tanto a inteligência quanto a afetividade são mecanismos de adaptação,

permitindo ao individuo construir noções sobre os objetivos, as pessoas e as

situações, conferindo-lhes atributos, qualidade e valores.

As questões pedagógicas estão relacionadas a transformação e

modificação do individuo através da teoria e da prática educacional tendo de um

lado o aluno e do outro a ação neuropedagógica onde o professor é o agente

representante que detém o domínio pedagógico que tem como função, guiar o aluno

ao saber.

Segundo MARTA Relvas, “As equipes multidisciplinares e

interdisciplinares só tem sucesso quando agem de forma integrada com a família e a

escola a fim de otimizar resultados e focar o melhor desempenho da aprendizagem”.

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“Hoje não basta saber quem eu sou, é preciso também saber quem eu

não sou para então saber quem eu posso ser”.

Há um consenso hoje em dia que o conteúdo dos nossos pensamentos

deriva dos padrões de ativação de vastas redes neuronais.

As manifestações da cultura mostram que as áreas do conhecimento é de

vital importância uma vez que influencia na vida de todos desde os primeiros anos

de vida até a velhice tendo a escola como elemento central onde projeta, planeja e

executa todos os procedimentos educacionais.

As ciências são instrumentos imprescindíveis na caracterização da

diversidade de situações e na legitimação de suas demandas, as tecnologias de

informações, ampliam a capacidade humana na comunicação, no tempo e no

espaço, naturalmente dão uma nova e valiosa contribuição no processo

ensino\aprendizagem.

Nos adolescentes e jovens, exerce um enorme fascínio e influência ao

despertar não só o seu lado curioso como além da disponibilidade de vários

equipamentos, o contato com o novo, a facilidade de aquisição e os resultados

imediatos.

O uso da tecnologia é um recurso bastante significativo ao desenvolver

conhecimentos porem, deve ser usada de forma correta, tornando-se um auxilio

fabuloso na aprendizagem ao proporcionar aos estudantes a oportunidade de

desenvolver habilidades tecnológicas básicas do mundo de hoje.

As competências escolares de formar ao longo da história, não significa

que elas mudam a cada ano letivo, é preciso compreender de que maneira elas

afetam o ensino e entender até que ponto aquilo que orientava professores de uma

geração continua útil ou não para a geração seguinte.

É preciso analisar, refletir e se necessário intervir neste contexto, pois o

cérebro existe para pensar e não a máquina pensar por ele.

No espaço escolar, se nivela o processo educacional, é lá que todos são

iguais, e que a inclusão se concretiza, não deve haver diferenciação na formação do

profissional\educador para as classes de ensino regular, das classes especiais já

que toda a educação é especial uma vez que a educação do ser humano deve ser

independente de qualquer atributo individual.

A tarefa de educar implica necessariamente o diálogo critico e livre entre

educadores e educandos, como forma de se permitir que o conhecimento surja e

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seja construído á partir de interações coerentes vivendo o outro com diferentes

modos de pensar, agir com suas múltiplas expectativas exercitando a autonomia do

individuo, a liberdade de pensar seus sentimentos sua imaginação a fim de que

possa desenvolver talentos e que ele possa tanto quanto possível ser dono do seu

próprio destino.

No mundo de mudanças constantes, não devemos ensinar o que os

outros pensam ou pensaram, devemos desenvolver técnicas e métodos que possam

municiar nossos docentes á formação da consciência de que o aprendizado é

permanente e o conhecimento na sociedade contemporânea é volátil.

Ao partilhar os nossos saberes, estamos dividindo os nossos

conhecimentos com o outro ao construir novos saberes para este outro e

naturalmente para nós mesmos, estamos interagindo sempre com o meio que nos

cerca fazendo, construindo, revendo, analisando, definindo e ensinando para toda

vida isto é, ensinar é aprender a ensinar.

O cérebro humano é uma maravilhosa máquina que transforma uma

simples sensação em pensamento, é um órgão complexo, desvendado parcialmente

pela ciência, composto por células nervosas e glias.

Dentro desta complexidade é importante ressaltar as funções do encéfalo

e dos neurotransmissores, o encéfalo diferente do cérebro, é um conjunto de

estruturas que estão anatomicamente e fisiologicamente ligadas, são estruturas

especializadas que funcionam de forma integradas, para assegurar, unidade ao

comportamento humano.

Possui uma constituição elaborada ao receber mensagens que informam

ao homem a respeito do mundo que o cerca além de receber um permanente fluxo

de sinais de outros órgãos que o capacita a controlar os procedimentos vitais do

individuo, batimento cardíaco, a fome e a sede, as emoções, o medo, a ira, o ódio e

o amor tudo iniciando no encéfalo tendo o cérebro, a parte maior e mais importante.

Na aprendizagem a criança tem na concentração e atenção aspectos

importantes e fundamentais para o desenvolvimento cognitivo e motor, o

aprendizado depende de alguns outros fatores, estimulo, interesse e da

funcionalidade adequada das estruturas que irão receber tais estímulos e

principalmente da atenção desta criança

Se a atenção é fundamental para a aprendizagem é através do

desempenho de uma estrutura complexa localizada na parte central do tronco

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encefálico denominada de formação reticular (age como se fosse um filtro), que

mantém o córtex em condições para que possa receber novos estímulos, decodificá-

los e interpretá-los principalmente os sensitivos que devem ser selecionados onde

somente os estímulos importantes passam por este “filtro”, chegando ao córtex o

que os torna conscientes impedindo que os constantes bombardeios não venham

atingir o córtex de forma indiscriminada.

Quanto aos neurotransmissores, são substancias químicas produzidas

pelos neurônios, as células nervosas, por meio delas podem enviar informações a

outras células, podem também estimular a continuidade de um impulso ou efetivar a

reação final no órgão ou músculo alvo, elas agem nas sinapses que são o ponto de

junção do neurônio com outra célula.

Os Neurotransmissores possibilitam que os impulsos nervosos de uma

célula influenciem os impulsos nervosos de outra permitindo assim que as células do

cérebro por assim dizer, “conversem entre si”.

O corpo humano desenvolve um grande número dessas mensagens

químicas para facilitar a comunicação interna e a transmissão de sinais dentro do

cérebro, são substancias que funcionam como combustível cerebral, nos deixam

mais felizes e são fundamentais para o bom funcionamento do organismo.

O interesse dos neuropesquisadores, suas descobertas, tem crescido em

resposta á necessidade de, não somente entender os processos

neuropsicobiológicos normais mais principalmente para respaldar a ciência da

educação.

Modernas técnicas estão começando a revelar como o cérebro tem

conseguido a notável proeza da aprendizagem, as ciências cognitivas modernas,

estão sendo capazes de estudar objetivamente muitos componentes do processo

mental tais como atenção, cognição visual, linguagem, imaginação mental etc.

(Cardoso, Sabbatinni, 2000, “Cérebro e Mente”.

Novos desafios terão pela frente, certamente novas conquistas,

possivelmente os obstáculos existentes entre neurocientistas e educadores serão

ultrapassados, novos paradigmas irão impulsionar a ciência principalmente a

aqueles que se preocupam com a educação sob novos olhares.

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CAPITULO III

3 – A NEURO EDUCAÇÃO E SUAS TRANSFORMAÇÕES

Neuroeducação é um modelo sistêmico de intervenções evolutivas

desenhado para atuar nas matrizes de inteligências do sistema mental e estruturar o

caminho de manifestação do potencial inteligente da consciência.

A neuroeducação atua no campo da educação desenvolvendo

ferramentas holográficas capazes de corrigir as dificuldades de aprendizagem

escolar oferecendo instrumentos de inclusão social capaz de extrair o máximo do

potencial funcional de cada individuo ao transformá-lo em todas as capacidades

independentemente de sua origem social, qualidade de ensino escolar ao qual está

submetido ou grau de desenvolvimento pessoal.

Portanto, mais que eliminar dificuldades de aprendizagem, a

neuroeducação auxilia também jovens e adultos a modificar suas estruturas

funcionais limitantes, aperfeiçoando suas operações das matrizes de inteligência,

possibilitando a expressão máxima da sua potencialidade: a genialidade pessoal.

Segundo a Neuropedagoga ADRIANA Peruzo, “apostar nos estudos da

neurociência pedagógica é apostar numa evolução crescente e segura, é vincular o

educador a idéias, a comportamentos e a pensamentos complexos, é levar ao

educando a noção do sujeito do processo da aquisição e da produção do

conhecimento”.

A neurociência pedagógica é um ramo da ciência que compatibiliza o

cognitivo (técnica de ensino) e o cérebro humano, adequando o funcionamento do

cérebro para melhor entender a forma como este recebe, seleciona, transforma,

memoriza, arquiva, processa e elabora todos as sensações captadas pelos diversos

elementos sensoriais para a partir deste entendimento poder adaptar as

metodologias e técnicas educacionais a todas as crianças e principalmente aquelas

com as características cognitivas emocionais diferenciadas.

A neuroeducação entre várias funções torna o ato de estudar, freqüentar

a escola, ler, enfim aprender, interessante, prazeiroso e fácil, as pessoas vêm sendo

trabalhadas com esta ciência tanto para eliminar incapacidades de aprendizagem

como para expandir conhecimentos específicos, é uma ferramenta moderna e

eficiente na construção e transformação do aprendente.

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A união entre a neurociência e a pedagogia, está dando origem a

estratégias educacionais inovadoras, a plasticidade cerebral, a aquisição da

linguagem e a formação da mente simbólica, são analisadas em profundidade, é um

extenso e fascinante universo de potencialidades que cada um de nós tem, o nosso

cérebro.

O cérebro se modifica aos poucos fisiológica e estruturalmente como

resultado da experiência, a aprendizagem, a memória e emoções ficam interligadas

quando ativadas pelo processo de aprendizagem.

Entre os modos e oportunidades em que o cérebro se modifica e

desenvolve a sua estrutura para atender as novas exigências de desempenho, uma

delas está em aprender..

Estas modificações também são extensivamente estudadas pela

neurociência sob vários aspectos tidos como plasticidade cerebral.

A característica plástica de uma estrutura pode ser definida utilizando-se

como ponto de partida a possibilidade de alteração estrutural, adaptabilidade a nova

morfologia ou funcionabilidade ou ainda capacidade de transformação.

O termo plasticidade cerebral é aplicável as situações em que

determinadas estruturas cerebrais modificam-se de forma adaptativas as exigências

do desempenho (cognitivo, visual,auditivo e outras).

Antigamente admitia-se que o tecido cerebral não tinha capacidade

regenerativa e que o cérebro era definido genéticamente no entanto, como explicar o

fato de pacientes com graves lesões, obterem com auxilio de terapias e estímulos, a

recuperação da função cerebral, a ciência tem comprovado através de pesquisas

que com o aumento do conhecimento sobre o sistema cerebral e que sendo ele mais

maleável e flexivel do que se imaginava ao se modificar sob efeito da experiência

das percepções, das ações e do comportamento.

O avanço dos neurocientistas na descoberta no que diz respeito à

plasticidade cerebral oferece uma nova visão de como acontece o processo de

aprendizagem e de aquisição de novas habilidades cerebrais, a plasticidade cerebral

pode ser aplicada á educação, deve-se considerar a facilidade do sistema nervoso

em se ajustar diante das diferenças e influências do ambiente por ocasião do

desenvolvimento infantil e também na fase adulta.

Segundo MARTA Relvas, “ A plasticidade em um organismo normal é o

processo de aprendizado que se desdobra em duplo aspecto: o motor, que se dá

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num nível inconsciente e se faz de forma automática e o segundo nível, o consciente

que depende da memória, seja emocional, seja cultural.

O conceito de plasticidade cerebral pode ser aplicado á educação

considerando a tendência do sistema nervoso em ajustar-se frente as influências

ambientais durante o desenvolvimento infantil ou na fase adulta, restabelecendo e

restaurando funções desorganizadas por condições patológicas.

É preciso ressaltar os vínculos dos fenômenos plásticas cerebrais, com o

desenvolvimento do sistema nervoso na sua compreensão sócio-histórica-educativa,

observando-se a capacidade de resposta compensatória frente não apenas a lesões

patológicas, mas também, frente a influências externas.

A plasticidade cerebral pode ser encarada sob vários ângulos, seja

mediante abordagem experimental, seja na perspectiva mais concreta da existência

e expressão funcional do sistema nervoso, como por exemplo motricidade,

percepção e linguagem.

A aprendizagem é alcançada através da estimulação das conexões

neurais, podendo ser fortalecida ou não, dependendo da qualidade da intervenção

pedagógica.

A escola deve ser capaz de desenvolver em seus alunos, capacidades

intelectuais que lhes permitam assimilar plenamente os conhecimentos acumulados.

O termo aprendizagem não é falar somente o que acontece entre paredes

de sala de aula, sob o ponto de vista da neurociência, é entender que cada um de

nós é único em seu conjunto e ao mesmo tempo peculiar no quadro de suas

capacidades e de atributos que suas múltiplas inteligências podem lhes trazer.

É principalmente, mudança de comportamento e de vista, sob olhares da

neurociência, é o movimento dos neurônios que se interligam criando ligações

(sinapses), trajetórias e redes de circuitos que se reforçam e se sustentam pela

repetição e pela necessidade do “uso” e sobretudo, da busca incessante pela

exploração de si mesmo, do meio ambiente e do outro.

De maneira geral, existe um certo desconhecimento da anatomia e da

fisiologia do SNC e periférico, são alguns questionamentos para saber por onde

passam todos os processos da aprendizagem do ser humano e como ocorre a

alfabetização no cérebro das crianças.

O aluno não pode ser tratado de maneira igual, o tratamento das

diferenças direciona melhor o ensino, e oferece qualidade na aplicação do método,

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não se trata de preferência nem tampouco privilégio, é preciso envidar esforços ao

qualificar o trabalho pedagógico e consequentemente a melhoria do padrão de

ensino, saber que todos possuem diferenças essenciais e conduzi-la de forma

eficiente, demonstra competência e habilidade consolidando o trabalho escolar.

Assim, conhecer a anatomia e a fisiologia da aprendizagem, expurga os

conceitos errôneos e os pré-julgamentos de que a criança está sempre errada, é

incompetente ou até mesmo relapsa, é preciso associar o processo de aprendizado

e desenvolvimento humano ao funcionamento do cérebro e sua plasticidade.

È necessário constantemente buscar a harmonia no que se faz,

naturalmente a partir das semelhanças e diferenças de cada um, ser claro nos

objetivos, com as pessoas envolvidas, ouvir atentamente e perceber o que os outros

dizem.

Efetivamente educar é portanto fugir dos determinismos estabelecendo a

cultura humana como processo sob permanente transformação forçando o homem a

se livrar das “amarras” do mundo, do autoritarismo, da arrogância e da mesmice.

Caminhos e métodos, procura-se o sentido de ser e de verdade, é um

contínuo interrogar, o que são e como são os alunos, indagando sobre o ser das

pessoas, suas verdades e modo de configurá-las, possibilidade de conhecer implica

a possibilidade do existir, transita de um modo de conceituar o mundo para um modo

de ser-no-mundo, habitá-lo, viver nele, sentir a si mesmo e aos outros num contínuo

que é dialógico.

Não se pode afirmar categoricamente que tal método e tal tendência é

melhor ou pior, o mais importante é conhecer qual o público alvo a se atingir, suas

necessidades, suas carências, o meio em que vive, sua situação econômica e

social, é preciso buscar formas e métodos que possam se adequar a estes alunos

uma vez que as dificuldades por eles enfrentadas os tem colocados a margem do

conhecimento.

“Os conteúdos-métodos de apropriação ativa do saber implicam uma

relação dinâmica entre a ação cientificamente fundamentada do professor, a

vivência e a participação do educando” (LIBÂNEO, 2006.p.105).

Libâneo cita com muita propriedade que a educação antes de ser um

processo de formação cultural, é um fenômeno social.

A educação é um processo através do qual o individuo toma a história em

suas próprias mãos a fim de mudar o rumo da mesma, como, acreditando no

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educando, na sua capacidade de aprender, descobrir, criar soluções, desafiar,

enfrentar, propor, escolher e assumir as conseqüências de sua escolha.

A décadas que os neurocientistas não são de longe uma ciência

permanente básica, hoje praticamente ela elabora o conteúdo das ciências que se

dedicam ao estudo do sistema nervoso, pesquisadores em educação tem tido

postura otimista de que as descobertas em neurociências contribuam para as teorias

e praticas educacionais.

A construção do conhecimento já não é produto unilateral de pessoas

isoladas, mas de uma vasta colaboração cognitiva distribuída , da qual participam

aprendizes humanos, sistemas cognitivos naturais e “artificiais”, o individuo está no

centro pois o conhecimento é a moeda desta nova era que por sua vez, é

incorporado ao individuo ou seja não é impessoal. Como preparar o individuo para

atuar neste novo contexto?

Há novas bases de conhecimento que estão sendo desenvolvidas, a partir

das atuais descobertas da ciência do cérebro que inspira a construção do que esta

sendo denominada : ciência da aprendizagem.

O cérebro se mantém saudável através de estimulação constante, a

aprendizagem é intensificada por novidades e desafios tendo no córtex cerebral a

área associada ao pensamento racional, á cognição e a consciência, é usado para

se comunicar, compor, escrever, desenvolver a linguagem, planejar além de ser o

centro da razão onde se desenvolve e acontece as habilidades de pensamento

superior.

No século XX, a sociedade industrial dominada pela máxima de

DESCARTES : Penso, logo existo, tomou nova conotação no século XXI, em plena

sociedade do conhecimento quando DAMÁSIO, famoso neurocientista, muda este

paradigma “Existo e sinto, logo penso”, primeiro é preciso existir (num corpo

biológico), segundo é preciso sentir e terceiro então é preciso pensar chegando a

síntese da pessoa completa e inteira, corpo emoção e razão são inseparáveis, uma

unidade indivisível, é a visão holística e integra, a visão escolar nestes novos

tempos deve ter como tarefa, educar o talento que vai criar o futuro.

Nestes novos tempos, as pesquisas e investigações da Neurociência tem

revelado dados surpreendentes sobre o funcionamento do cérebro humano,

mostram que o crescimento de novos neurônios acontece no hipocampo (região do

cérebro fortemente ligada á memória e aprendizagem) e ainda que a Inteligência

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não é única, fixa e nem reside em um local determinado do cérebro como se

pensava no passado.

A inteligência atualmente é concebida como uma função do cérebro e

várias partes dele estão envolvidas em qualquer ação inteligente, a inteligência

muda com o tempo e com os estímulos disponíveis no meio ambiente, entre 10 e 20

anos de idade acontecem grandes mudanças além disso, todas as pessoas são

sabidas porém de forma diferente.

O cérebro é uma comunidade cooperativa de neurônios, uma grande rede

neural atuando em parceria para garantir vida ao organismo, é um órgão social que

se desenvolve melhor através de interação com outros cérebros.

O destino do cérebro depende de estímulos, da escola, da família e do

meio ambiente, além de elementos essenciais que influenciam na aprendizagem,

ambiente, idade, genética, nutrição, psicológico, áreas corticais e principalmente

motivação.

É fundamental que educadores professores, escolas, universidades,

entendam que são os sentimentos que impulsionam a aprendizagem positiva ou

negativamente, compreendendo que o aluno é um ser emocional que pensa,

coerente com esta nova visão é importante que os mestres aprendam a “ler e

entender” as emoções de seus alunos procurando lidar de forma adequada, com

elas o aluno constrói através de diálogo, conhecimentos com colegas, professores e

pessoas desenvolvendo competências e valores essenciais a fim de que possa viver

junto á família, a sociedade e no futuro ao exigente mundo do trabalho.

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CONCLUSÃO

A educação nos dias atuais além de ser um grande desafio, é o maior

legado que se pode deixar para as gerações que estão se constituindo, o espaço na

educação não é somente um local de trabalho, um elemento a mais no processo

educativo, é antes de tudo um recurso, mais um no processo, um instrumento, um

parceiro do educador na prática educativa.

Uma prática pedagógica que aposta na capacidade das crianças de

realizarem atividades diversificadas dentro de uma perspectiva que descentra da

figura dos educadores, a maior parte das ações desempenhadas pelas crianças

redimensiona o papel do professor.

A neurociência pedagógica busca apoiar junto a outras disciplina, o

educando na direção do conhecimento pleno, a importância das atividades

neuroeducacionais onde ao apontar transformação no sistema, ressalta os vínculos

dos fenômenos plásticas cerebrais com o desenvolvimento do sistema nervoso.

Ela traz em sua bagagem, mecanismos que despertam nos profissionais

da educação uma motivação no desafio de ensinar, é preciso que se conheça a

anatomia e a fisiologia da aprendizagem tendo no educador a função onde o

encorajamento e os estímulos positivos possam proporcionar sensação de

segurança, otimismo e confiança ao aprendente.

Pensar em uma neuroeducação é pensar no futuro, é um trabalho

exaustivo e extenso onde os resultados naturalmente tem como principio, as

pesquisas, as buscas das soluções baseadas num trabalho multidisciplinar tendo

como estimulo as conquistas já obtidas ao longo do tempo.

As respostas encontradas na elaboração deste trabalho, são

insignificantes em face de sua complexidade, a união de todos, as pesquisas, novas

respostas aos problemas apresentados os quais afetam diretamente estudantes,

professores, família e sociedade.

É necessário encurtar a distância entre as pessoas e a escola, hoje já

bem menor assim como são incompletas algumas informações sobre motivos que

levam as estatísticas apontarem o crescente número de crianças com distúrbios e

transtornos.

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A instituição escolar, cumpre importante função social onde ao promover

o desenvolvimento cognitivo, através do ensino\aprendizagem, o sujeito é inserido

de forma mais organizada no mundo cultural e simbólico.

A educação crítica oferece uma compreensão maior das necessidades

dos educandos tendo na neurociência pedagógica um novo e eficiente dispositivo de

intervenção.

“Custa-nos a ensinar como aprender, pois enfrentamos o dilema : entre o

que foi prometido e o que foi efetivamente realizado”

Conclui-se que este trabalho, é produto de algumas reflexões e tem como

escobo, dispor a educadores, profissionais e estudiosos neste processo de ensinar,

a neuroeducação, alguns questionamentos e problemas teórico-metodológicos.

O cotidiano da prática educativa, dos estudos e das pesquisas precisam

levar em conta em maior ou menor grau alguns componentes do processo docente

educativo: o método – como se aprende e ensina : o objetivo – para que se aprende

e ensina

É a destinação, o rumo, o caminho deste aprendente que precisa ser

redimensionado, uma alfabetização de cunho existencial, palavra-mundo, palavra

chão, como nos diz o mestre Paulo Freire.

Em síntese, este trabalho objetiva entre outras, oferecer subsídios no que

se refere a seus objetivos explcitados, a fim de que se possa alcançar resultados ao

encurtar distâncias, ao estimular e incentivar o aprendente através de ações

desencadeadas sob os pilares da neurociência e da pedagogia.

Por fim recomenda-se a leitura desta monografia em face de enfocar um

tema atualíssimo que envolve um enorme universo de pessoas certamente

envolvidas com a educação em nosso país e que saberão extrair conceitos,

promovendo debates, criando novas situações uma vez tratar-se de um trabalho

ainda não conclusivo.

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INDICE

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 08 CAPÍTULO I 1- NEUROCIÊNCIA PEDAGÓGICA FACILITADOR DO PROCESSO EDUCACIONAL ................................................................................................. 11 1.1 – A Neurociência sob novos olhares ............................................................ 12 1.2 – A Ação Neuropedagógica .......................................................................... 14

CAPÍTULO II

2 - A NEUROCIÊNCIA E AS BASES EDUCACIONAIS ..................................... 18 2.1 – Intervenções Neuroeducacionais .............................................................. 19

CAPÍTULO III

3 – A NEUROEDUCAÇÃO E SUAS TRANFORMAÇÕES ................................. 26 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 32 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 34 INDICE ............................................................................................................... 36 FOLHA DE AVALIAÇÃO .................................................................................... 37

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

A NEUROCIÊNCIA E SUAS CONEXÕES COM AS BASES EDUCACIONAIS

Autor : Mário Cezar de Oliveira

Em

Avaliado por : Prof. Marta Pires Relvas Conceito :