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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O PAPEL DO PEDAGOGO FRENTE A UMA SITUAÇÃO DE
ASSÉDIO MORAL
Amanda Ferreira Alves Ramos
Orientador
Profª. Flávia Cavalcante
Rio de Janeiro
2009
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O PAPEL DO PEDAGOGO FRENTE A UMA SITUAÇÃO DE
ASSÉDIO MORAL
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre
– Universidade Candido Mendes como requisito parcial
para obtenção do grau de especialista em Pedagogia
Empresarial.
Por: Amanda Ferreira Alves Ramos
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AGRADECIMENTOS
A Deus, pois é a força que me rege desde
o início, pois sem ele nada
aconteceria.Também agradeço a Deus por
ter colocado em meu caminho pessoas
maravilhosas, que incentivaram e
ajudaram a vencer obstáculos que tive em
minha caminhada até aqui.
Agradeço também a professora Flávia
Cavalcante, que me assistiu com
excelência na construção dessa
monografia.
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DEDICATÓRIA
....Dedico esse trabalho primeiramente a
Deus, minha família, em especial a minha
madrinha Márcia Regina que sempre me
incentiva e alegra com seu jeitinho especial.
As minha amigas queridas Rita, Rafaela,
Carla e Aline que me deram apoio nos meus
momentos de nervosismo, dando conselhos
fundamentais para a minha vida.
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RESUMO
Na Grécia antiga já se observava indivíduos dotados de uma capacidade
e conhecimentos, responsáveis pela educação de crianças, denominados
Pedagogos. Hoje o espaço de atuação do Pedagogo não se resume apenas
no ambiente escolar, a partir de necessidades vistas no meio empresarial,
surge uma nova nomenclatura para esse profissional, intitulado de Pedagogo
Empresarial.
Cada vez mais é exigida pelas empresas uma boa formação e
competências fundamentais para atuação no meio organizacional, os
profissionais necessitam estar sempre atualizados e preparados para
trabalharem com as novas tecnologias. A competitividade cresce a cada dia,
podendo tornar-se negativa e ocasionando situações constrangedoras
ambiente de trabalho, como humilhações ou perseguições.
O assédio moral é uma prática antiga, porém estudos sobre o tema são
recentes, ainda não havendo uma lei que realmente puna os assediadores.
Diversos são os danos causados por esse assédio, prejudicando não apenas o
trabalhador, mas também a organização que ele atua.
O Pedagogo Empresarial possui competência para provocar mudanças
comportamentais nos indivíduos, pois ele é especialista em práticas
pedagógicas, sendo assim o profissional capacitado para combater práticas
abusivas dentro da empresa.
Palavras Chave: Pedagogia Empresarial, Assédio Moral, Líder Educador.
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METODOLOGIA
Na elaboração da presente Monografia foi utilizada a metodologia de
pesquisa bibliográfica, não se prendendo apenas em livros, mas também
artigos, sites, periódicos e apostilas, referentes ao presente tema,
fundamentada em autores especializados em: Pedagogia Empresarial e
Assédio Moral.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - O Pedagogo na Empresa 11
CAPÍTULO II - Assédio Moral no Ambiente de Trabalho 20
CAPÍTULO III – Pedagogo – O líder Educador na empresa 29
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA 40
ÍNDICE 42
8
INTRODUÇÃO
Devido à globalização e a avançada tecnologia, o trabalhador vem
sendo, em alguns casos, substituído por máquinas, esse progresso tecnológico
obriga-o a se adaptar rapidamente a essa evolução, podendo garantir um
espaço no mercado de trabalho, cada vez mais competitivo. A necessidade de
se gerar rápidos resultados para as empresas, força uma melhor formação
profissional e desempenho, podendo gerar disputas no ambiente de trabalho.
Uma hipercompetitividade negativa provoca diversas reações em um
indivíduo ou em um grupo. Pessoas inseguras quanto a sua capacidade
profissional, com dificuldade em aceitar críticas, agindo com desconfiança e
demasiada suspeita em relação aos outros, buscando aproveitar-se da
oportunidade do trabalho alheio, sugando as realizações de terceiros.
Segundo Haloani (2003), o assédio moral começa surgir sem nenhuma
intenção e com nenhum efeito, pois as pessoas tendem a relevar encarando
como uma brincadeira. Depois, propaga-se com força e a vítima passa a ser
alvo de um número mais de humilhações e brincadeiras de mau gosto,
constrangendo o indivíduo de tal maneira que este é levado ao uma fraqueza
psicológica.
A partir de debates sobre diversos casos de constrangimentos sofridos
por trabalhadores em empresas, na disciplina “Análise do Comportamento
Humano”, surgiu o interesse em pesquisar sobre o tema, sem deixar de
mencionar e relacionar papel do pedagogo no ambiente empresarial, dando
suporte ao trabalhador para enfrentar esse problema. Esse profissional detém
de conhecimentos de técnicas e métodos educacionais, visando sempre um
ambiente saudável e de qualidade, onde todos possam exercer suas funções
com tranqüilidade, livre de qualquer tipo de assédio, segundo Holtz (2006), o
pedagogo tem funções bem definidas, “como condutor do comportamento das
pessoas em direção a um objetivo determinado e da Pedagogia como ciência e
arte da Educação, o processo de influências que formam a personalidade
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humana.” A autora ainda enumera diversas responsabilidades desse
profissional nas empresas, como: ter conhecimento e soluções sobre a
otimização da produtividade do capital humano – objetivo de toda empresa;
desenvolver metas particulares e sociais de sua empresa, direcionar práticas
aos trabalhadores, relacionado ao lado humano da empresa; promover o
desenvolvimento integral da equipe, influenciando – os de maneira positiva,
visando a otimização pessoal; aconselhar sobre os melhores meios de
gerenciamento das chefias para com os funcionários e vice versa, favorecendo
uma melhor produtividade empresarial; e por fim utilizar ações pedagógicas
que assegure a manutenção de um ambiente agradável e positivo, refletindo
uma boa produtividade. Com esse pensamento pode-se dizer que ele é um
especialista em aprendizagem e ações educacionais e sua ação atinge
qualquer ambiente.
Com o objetivo principal de enumerar informações gerais sobre condutas
abusivas, seja por escrita, gestos, atos, palavras e comportamento,
relacionados a uma pessoa, podendo causar comprometimentos negativos a
sua dignidade, personalidade ou até mesmo integridade física ou psíquica,
acarretando danos profissionais e pessoais. No Brasil o tema ganhou maior
ênfase de estudo depois da divulgação da pesquisa realizada por meio do livro
da Dra. Margarida Barreto, em 2000, “Uma jornada de humilhações", e no
mesmo ano, a publicação do livro de Marie-France Hirigoyen, com o título
“Assédio moral: a violência perversa no cotidiano”. A partir da publicação
dessas obras, as pessoas que estavam sendo assediadas e passavam por isso
tudo em silêncio, passaram a externar suas angústias.Sem deixar de apontar o
papel do pedagogo empresarial em uma situação de assédio moral, não
deixando de conceituar o tema, este que vem sendo debatido recentemente,
porém sua prática acontece desde o surgimento do trabalho.
A pesquisa é bibliográfica, privilegiando os estudos de autores que
tratem sobre o assunto, de maneira clara e objetiva, mostrando suas idéias
sobre os dois pontos em questão. Estudiosos como, Ribeiro (2008),
Holtz(2006) que tratam sobre a questão da Pedagogia Empresarial serão
mencionadas e Heloani (2003), Hirigoyen (2002),Barreto (2003), Freitas (2008)
11
CAPÍTULO I
O PEDAGOGO NA EMPRESA
1.1 O PEDAGOGO – CONTEXTO HISTÓRICO
A denominação Pedagogo, surgiu na Grécia e em Roma, eram servos
ou escravos que estavam diretamente ligados a formação da criança, está que
vinha sendo observada por filósofos que estudavam as questões educativas, a
formação do caráter e da personalidade, porém a teoria estava muito distante
da prática. Eram os guardiões, os mais capacitados para uma ação educativa,
pois atuavam como tutores, participando diariamente da rotina infantil. Com o
tempo passando a se tornar um preceptor (pessoa responsável pela educação
do lar).
Depois da conquista de Roma a Grécia, diversos atenienses tornaram-
se escravos, dentre eles cultos e ilustrados, com conhecimento e habilidades
surpreendentes. Vendo a enorme carga de conhecimento de seus servos, os
romanos entregaram aos gregos a educação de seus filhos, muitos dos quais
eram sábios, filósofos, sofistas, oradores, matemáticos, etc, intitulados de
Pedagogos – escravos, deixando de existirem sobre a influência do
cristianismo.
Surgiram então os Pedagogos – Estudantes, jovens de baixa renda que
aprenderam com filósofos, responsáveis pela educação dos filhos dos fidalgos
e grandes senhores em troca de moradia ou pequenas quantias.
Segundo Holtz, atualmente o Pedagogo é um especialista em Pedagogia
(ciência da educação e prática educativa, com o objetivo de refletir criticamente
de modo ordenado a sistematização do processo educativo) na condução e
mudança de comportamento e aprendizagens do indivíduo, não se resumindo
apenas no público infantil, direcionando aos objetivos realmente educativos, no
processo de formação da personalidade humana equilibrada.
No Brasil o curso foi criado na década de 30, a partir do Decreto – Lei nº
1.190, organizado pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do
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Brasil, visando à formação de docente. Com o surgimento de novas
necessidades educacionais foram criadas habilitações como: Administração
Escolar, Orientação educacional e Supervisão Escolar e Licenciatura para
ministrar as disciplinas pedagógicas do curso Normal.
Contudo a identidade desse profissional ainda não estava realmente
definida, diversos movimentos de estudantes e professores foram criados para
estabelecer não só a sua identidade como seu campo de trabalho. Silva relata
que:
E esses estudantes iam muito além quando recomendavam, em caráter efetivo, a criação de cargos e funções através dos quais profissionais aptos – os licenciados em Pedagogia - poderiam suprir necessidades educacionais da realidade brasileira nos seguintes setores: planejamento educacional, TV educativa, instrução programada, educação de adultos, formulação de uma filosofia de educação e reformulação de uma política educacional, educação de excepcionais, especialização de níveis de ensino (SILVA 1999,p.41).
Com esses conhecimentos teóricos e técnicos na área educacional, os
estudantes reivindicavam a inclusão do Pedagogo nas empresas, atuando no
recrutamento de pessoas, avaliação e desempenho, administração pessoal,
envolvendo análise de cargos e desenvolvimentos de recursos humanos. Eles
já observavam que o profissional possuía competências para atuar no meio
empresarial, já sendo visível no mercado de trabalho, tendo a necessidade de
uma alteração na sua formação.
Contundo, a lei não levou em consideração os pedidos, continuando
com a mesma formação. Apenas recentemente, foi ofertado aos Pedagogos,
cursos de Pós – Graduação na área empresarial, com título de especialista, por
alguma instituição de ensino superior.
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Com a criação 9394/96, o curso de Pedagogia começa a ter objetivos de
formar educadores com capacidade analítica, de intervenção na realidade
educacional e sólidos conhecimentos na Ciência da Educação, com estudos
sobre Fundamentos Teóricos da Educação, capacitando – o a conhecer e
reconhecer o trabalho pedagógico em sua totalidade, tornando- o um
articulador e organizador do processo pedagógico, seja em qualquer lugar, na
busca da melhoria da qualidade do ensino – aprendizagem, afirmando assim
que atualmente o curso de Pedagogia forma um profissional com uma visão
ampla e critica sobre educação, capaz de organizar e implementar ações
consistentes e eficazes que garantam a aprendizagem. Também permite que
as Faculdades formulem seu currículo de acordo com a demanda da
sociedade. Segundo Alboni e Maron:
O pedagogo é um profissional da educação que entra na vida profissional com condições de trabalhar em qualquer campo onde houver a necessidade de organizar oportunidades de aprendizagem, e desenvolvimento de habilidades. Portanto, o Pedagogo pode atuar profissionalmente na organização de sistemas, unidades, projetos e experiências educacionais escolares, ou seja, ele pode atuar na articulação de projetos pedagógicos, não importando em quais espaços ele vier a se desenvolver ( ALBONI E MARON 2002, p. 18).
Permitindo assim que o Pedagogo possa atuar em diversos meios, não
se resumindo apenas na escola, mas também em atuando em qualquer
ambiente de onde haja aprendizagem, como as empresas, que começaram a
perceber que não basta apenas um bom Recursos Humanos, pois isso não
garante mudança ou comprometimento, é preciso elaborar projetos e ações
que visem colaborar para melhoria da atuação dos funcionários.
1.2 O PEDAGOGO EM ESPAÇO NÃO ESCOLARES
Até recentemente havia um paradigma sobre a pedagogia, com uma
visão de ela estar apenas presente no ambiente escolar, uma idéia falsa sobre
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o pedagogo, restringindo sua capacidade, tendo apenas como competências a
formação intelectual de crianças, sempre se envolvendo na rotina escolar, com
problemas relacionados à educação formal. Esse âmbito não deixa de ser um
foco importante para esse profissional, mas deixa de ser o único.
Se confrontando com a atual realidade da sociedade, a educação se
transforma no principal chave, para enfrentar os principais desafios gerados
pela globalização e o progresso tecnológico, a tão inovadora e desafiadora era
da informação.
Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja, ou na escola, de um modo ou de muitos, todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender- e- ensinar....a escola não é o único lugar em que ela acontece e talvez nem seja o melhor, o ensino escolar não é a única prática, e o professor profissional não é seu único praticante(LIBÂNEO, 2002, p.26).
Com todas essas possibilidades de atuação o Pedagogo também se
transforma, ele se adapta a esta nova realidade, posicionando-se como
profissional capacitados para caminhar junto a esta transformação social. Ele
deixa de ser o profissional de séculos passados e mostra-se agora como
agente transformador para trabalhar nesse nova realidade. Atualmente ele
sendo inserido em um ambiente mais amplo e diversificado, pois a sociedade
atual exige cada vez mais profissionais capacitados e treinados para atuarem
nas diversas áreas.
Seu objeto de estudo lhe permite uma reflexão mais profunda sobre sua
atuação, pois hoje, se pensa mais particuliariamente dinâmica do
conhecimento e as novas funções do educador como mediador desse
processo. Assim, não se pode reduzir apenas no universo da educação formal,
mas buscar novos caminhos de informação e formação, para apropriar este
profissional no mundo globalizado e competitivo.
O Pedagogo que atravessou séculos desempenhando seu papel de
preceptor, transformador e conhecimento de comportamento humano, chega
ao século XXI, com uma nova proposta, sua real atuação em ambientes não
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escolares, e que, no entanto, visa à aprendizagem e a transformação do
comportamento humano.
O Pedagogo está inserido nesse novo paradigma social, percebe-se sua
relação em diversos ambientes.”...Verifica-se hoje, uma ação pedagógica
múltipla na sociedade. O pedagógico perpassa toda a sociedade, extrapolando
o âmbito escolar formal, abrangendo esferas mais amplas da educação
informal e não-formal” (Libâneo, 2002).
Faz-se necessário ressaltar que a educação formal e não formal traçam
um paralelo e, portanto, há necessidade de agregar ao ensino formal,
ministrado nas instituições de ensino, conteúdos da educação não-formal,
como conhecimentos referentes à motivação, à situação social, à origem
cultural. Com essa nova perspectiva, o Pedagogo vem filtrando sua
qualificação , buscando uma relação estreita entre as diferentes propostas de
educação existentes na sociedade.
1.3 O PEDAGOGO EMPRESARIAL
Para que a empresa se torne um local real de aprendizagem é
necessário a presença do Pedagogo, esta que, está cada vez mais abrindo
espaço para sua atuação, seu objeto de estudo é a pedagogia que segundo o
dicionário Aurélio é a “teoria da educação e da instrução; estudo dos ideais da
educação segundo determinada concepção de vida, e dos processos e
técnicas mais eficientes para realizá-los”. Seu foco é a educação integral dos
funcionários, influenciando e sugestionando positivamente a produtividade
profissional e pessoal.
Esse profissional pode prestar serviços de consultoria para diversas
organizações, desempenhando seu papel com uma visão crítica e imparcial,
pois não participa da rotina da empresa, avaliando os problemas, a cultura
organizacional e o desempenho da companhia.
Alboni e Maron (2002) enumeram algumas competências do pedagogo,
entre as quais destaco:
- Compreender a cultura organizacional da instituição e saber intervir
nela;
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- Entender a dinâmica da organização para implementação de um programa
de ação continuada através da utilização das varias ares do conhecimento;
- Identificar a partir da prática concreta da empresa, os processos de
aprendizagem;
- entender o fenômeno e as práticas educativas que ocorre na organização em
sua totalidade;
- perceber a técnica de aquisição do conhecimento no indivíduo em seu
ambiente de trabalho;
- fazer uma ponte de compartilhamento de conhecimentos das diversas áreas
da empresa;
- formular metodologias e materiais pedagógicos de acordo com as tecnologias
da informação e comunicação na prática educativa;
- organizar atividades de aprendizagem e planejamento, executando e
avaliando as mesmas;
- desenvolver ações de aprendizagem orientada pela cultura organizacional,
assim como a missão e a visão da mesma;
- aperfeiçoar as questões de comportamento e relacionamento que se
manifestam nos locais de trabalho.
A partir da necessidade de um melhor desempenho e formação
profissional de seus funcionários, as empresas começam a voltar seus olhares
não só para os recursos humanos, mas também para o seu capital humano,
compreendido como mais importante fator no sucesso empresarial.
Com a preocupação em se destacar no meio empresarial, várias
organizações, passam a integrar Pedagogos em sua equipe, como o
profissional que atua na área de Recursos Humanos, diretamente no
treinamento, encarregado de preparar e formar o empregado para assistir as
necessidades especificas da companhia.O Pedagogo visa a qualificação do
pessoal sempre aumento a qualidade e produtividade.
O treinamento tem claros objetivos, não tendo um fim em si mesmo. O
pedagogo baseia suas metas partindo da filosofia e a política de recursos
humano da empresa.
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Iniciando do pressuposto que a empresa é um local aprendente.
Organizado como um grupo de pessoas em torno de uma mesma atividade
com objetivos específicos. Dando espaço a Pedagogia procurar estratégias e
metodologias que assegurem uma melhor apropriação de conhecimentos e
informações, tendo metas bem definidas. Assim como Ribeiro (2008) podemos
considerar que a Pedagogia empresarial “tem como finalidade principal
provocar mudanças no comportamento das pessoas de modo que estas
melhorem tanto na qualidade do seu desempenho profissional quanto pessoal.”
Certas qualidades são imprescindíveis na melhoria da produtividade,
como competências, habilidades e atitudes. Para desenvolve – lãs é
necessário introduzir programas de qualificação e requalificação profissional. A
Pedagogia Empresarial está encarregada de todos esse processos,
direcionada ao setor de treinamento, sondando necessidades do mesmo,
criando e adequando metodologias da comunicação e informação às rotinas de
treinamento.
“A Pedagogia Empresarial existe, portanto para dar suporte dar suporte
tanto em relação à estruturação das mudanças quanto em relação a ampliação
e a aquisição de conhecimento no espaço organizacional”Ribeiro ( 2008)
O acelerado desenvolvimento tecnológico e científico, está gerando
profundas mudanças nas organizações, no modo de produção e nas relações
humanas.
O novo estilo de vida e tendências sócias foram impostos pela era da
informação tecnológica, influenciando diretamente na educação e o
conhecimento, sendo de extrema dificuldade administrar todo essa quantidade
de informação.
A cada momento o mundo se transforma, impactando o formato da
sociedade, percebe-se que o conhecimento é de grande importância,
obrigando – nos a uma constante e contínua atualização. Se faz necessário
modificar esses processos de mudanças, para melhor administrar esse
processos exige-se novas posturas e valores na organização, sendo fatores
primordiais para empresas que planejem manter-se ativas e competitivas no
meio.
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É função do Pedagogo Empresarial mediar e coordenar ações
educativas nas gerencia de informações em torno do contínuo processo de
mudanças e gestão do conhecimento.
A pedagogia empresarial existe, portanto, para dar suporte tanto em relação à estruturação das mudanças quanto em relação à ampliação e à aquisição de conhecimento no espaço organizacional. O pedagogo empresarial promove a reconstrução de conceitos básicos, como criatividade, espírito de equipe e autonomia emocional e cognitiva ( RIBEIRO, 2008 p.11).
Pode- se desenvolver uma ótima atuação na área de Recursos
Humanos, utilizando seus conhecimentos educacionais para orientar os
colaboradores da empresa, com o objetivo da melhoria de resultados do grupo.
Tendo como função: desenvolver projetos de treinamento e educacionais,
avaliar o desempenho, conduzir novas tecnologias, pesquisar a utilização e a
implementação de novos processos, selecionar e planejar cursos de
aperfeiçoamento e formação continuada, representar a empresa em
negociações, convenções e simpósio, realizar palestras.
A Universidade Corporativa é outra forma de capacitação e treinamento,
elas colaboram para difundir o conhecimento dos novos sistemas de produção
e valores organizacionais harmônicos com a missão da companhia,
trabalhando em processo contínuo de aprendizagem, direcionado para as
carências específicas da organização.
Dentro do novo paradigma de competitividade em mercados globais, são
imprescindíveis o treinamento e o aprendizado para o aproveitamento das
oportunidades pessoais e organizacionais e para a neutralização das ameaças
ambientais. As medidas do crescimento da aprendizagem organizacional são a
criatividade e a inovação.
São diferenciais das empresas a competitividade, qualidade e
lucratividade, a aprendizagem e o treinamento de pessoas. Sendo assim,
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fundamental investir no conhecimento contínuo e coletivo do capital intelectual
das empresas, tendenciando um progressivo crescimento.
Percebe-se que o termo que está em foco atualmente é a Gestão do
Conhecimento. Segundo Calegari (2008) esse termo “esta voltado para a
criação e organização de fluxos de informação dentro e entre os vários níveis
organizacionais, no sentido de gerar, incrementar, desenvolver e partilhar o
conhecimento dentro da organização.”
Sendo assim, as instituições transformar seus antigos conceitos de
aprendizagem e das relações humanas e formular novos modelos de
entendimentos. A rigorosa reestruturação social e econômica força as
instituições de ensino moldarem seu currículo de acordo com as pretensões do
mercado de trabalho e que as organizações se reestruturem, transformando o
espaço de trabalho num ambiente de aprendizagem contínua, contribuindo não
apenas para a formação pessoal, mas também para a formação que antecipem
aos conhecimentos, se atualizem e saibam como nos apresenta Delors (2006)
nos quatro pilares da educação “aprender a conhecer, aprender a fazer
aprender a conviver e a ser”, ou seja, constantemente aprender a aprender.
Segundo Libâneo (2002) o campo pedagógico tem inúmeras
possibilidades de atuação em espaços não escolares, dentre as quais o meio
empresarial, nos movimentos sociais, nas ONGs. Libâneo diz que : “ o campo
de atuação profissional formado em Pedagogia é tão vasto quanto são as
práticas educativas na sociedade. Em todo lugar onde houver uma prática
educativa com caráter de intencionalidade há uma pedagogia” (Ibid, 2002:51).
No mundo do ter é necessário aprender a ser. O Pedagogo enfrenta
desafios de orientar e estimular nos seres humanos e todas suas
potencialidades, habilidades e competências, que serão utilizados no trabalho,
de acordo com pensamentos adequados a uma concepção de vida que zele
pelo interesse de auto gestão e evolução de toda a humanidade, mantendo
uma convivência de respeito pelo próximo e ética.
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CAPÍTULO II
ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO
O termo “Relações Humanas” vem sendo utilizado de maneira histórica
em nossa sociedade, possui variados significados, mas atualmente tem sido
aplicada para denominar o estado de ânimo do agrupamento de determinada
organização. Também esta diretamente ligada a determinação das atitudes e
do comportamento de um grupo de dirigentes para com seus dirigidos. Pode-se
entender como uma rede de relacionamento entre indivíduos de um grupo no
ambiente organizacional. Nesse entendimento, a noção de rede de contatos
remete a relações humanas como eventos sociais originários desde a
antiguidade, pode – se citar a época que os homens saiam juntos para colher
frutos e plantas, acentuando – se quando caçavam ou pescavam em grupo e
intensificando – se ainda mais com o surgimento da agricultura, chegando ao
ápice a atividade industrial (CROZIER, 1981).
O grande estimulador do enorme crescimento das relações humanas no
trabalham foi o avanço das ciências sociais, possibilitando a criação de
técnicas de relacionamento no trabalho.As ciências como Filosofia, Sociologia
e Psicologia passa a ter destaque passa a estudar sobre o tema como ponto de
valia nas relações sociais em geral.
A interação de pessoas, geralmente, se dão por exercício de poder e
papéis de liderança, por tanto entende-se esse fenômeno está diretamente
ligado às relações humanas, fazendo-se necessário entender compreender o
função da figura de líder e este ter um mínimo de conhecimento referente a
relacionamento humano. Cabe dessa maneira ressaltar que a rigidez e a
centralização são mecanismos para que o líder mantenha sua estabilidade no
poder, modificar essa forma de gestão implica em correr certos riscos, podendo
não favorável aos que desejam se manter no poder, como diz Crozier (1981,
p.283).
A rigidez com a qual são definidos o conteúdo das tarefas entre essa tarefas e a rede de relações humanas necessárias para seu cumprimento tornam difíceis as comunicações entre os grupos e com o meio ambiente, as dificuldades resultantes, em lugar de impor uma mudança
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radical do modelo, são utilizadas pelos indivíduos e pelos grupos para melhorar suas posições na luta pelo poder no seio da organização, e esses comportamentos suscitam novas pressões em favor da impersonalidade e da centralização, já que, dentro desse sistema, a impersonalidade e a centralização oferecem a única solução possível para acabar com os privilégios abusivos, adquiridos pelos indivíduos e pelos grupos.
Considera-se assim mudanças sobre os conceitos das reações passivas
dos sujeitos no meio organizacional, a partir da autonomia que lhe é designada.
Crozier (1981) analisa esse comportamento é estimulado por questões
afetivas, sendo que os membros de uma empresa “atuam como agentes
autônomos, de acordo com sua própria estratégia” (p.267).
Essa concepção de Crozier sobre o comportamento humano dentro das
organizações, esta ligada aos conceitos que passaram a reger na sociedade. O
individualismo e o abandono do pensamento coletivo, característica do
indivíduo preocupado com o bem comum, refletem – se na disposição das
organizações e no comportamento das pessoas, reforçando assim a nova base
de valores sociais.
Se refletirmos sobre as diversas situações humilhantes sofridas por
trabalhadores em seu ambiente de trabalho, propiciadas pela flexibilidade da
modalidade de atuação do novo mercado de trabalho pode–se voltar aos
antigos moldes escravocratas, segundo Heloani (2003)
o estado vem, mediante uma ideologia neoliberal, retirar e
diminuir benefícios e direitos do trabalhador, modificando
a relação capital-trabalho; surgem, então, novas relações,
como o contrato de trabalho por tempo determinado e
várias formas de terceirização, que geram, desse modo, o
subemprego e o trabalho informal, novas ameaças ao
trabalhador, que antes tinha a garantia de alguns direitos
historicamente conquistados
22
Diversas patologias começam a surgir decorrente a esse abuso de poder
no ambiente de trabalho, doenças ocasionadas por esforços repetitivos,
estresse, falta de auto-estima, depressão,palpitações, tremores, distúrbios do
sono, hipertensão, distúrbios digestivos, dores generalizadas, alteração da
libido e pensamentos ou tentativas de suicídios que configuram um cotidiano
sofrido. São todos essas amarguras presentes em uma relações de trabalho
que adoece a pessoas, pois ela se vê obrigada a conviver diariamente naquele
ambiente insuportável .
Segundo a psicoterapeuta francesa Marie France Hirigoyen à partir
dessas patologias surge um fenômeno nocivo a saúde do trabalhador
denominado assédio moral.
Surge então à necessidade de impedir a multiplicação de casos de
assédio nas organizações, a adoção de limites legais passou a ser maior forma
de coibir o seu desenvolvimento. Hirigoyen (2005) diz que esse fenômeno
passou a ser em 2000, uma grande preocupação social. Vendo–se num
cenário enfartado de humilhações, se fez necessária a adoção de uma lei que
preservasse a integridade física e mental dos trabalhadores.
Muitas são as técnicas de repressão dos assediadores, elas ocorrem de
modo pouco visível ou até mesmo imperceptível, através de uma forma de
violência psicológica. De acordo com Hirigoyen (2005) os assediadores
utilizam-se de técnicas com o objetivo de desestabilizar a vítima, fazendo uso
de atitudes que levem à desvalorização, à humilhação, a alusões maldosas, à
mentira. Algumas ações são feitas de tal maneira que o grupo não percebe as
atitudes do assediador, deixando a vítima mais vulnerável, em certas situações
eles se põem como prejudicados.
Navarro relata que, nas empresas o assédio moral se transformar em
assédio despretensioso, cujo o objetivo é transformar o empregado em um
fantasma, retirar responsabilidades de trabalho, dando lhe menos tarefas
desestimulantes, fazendo com que ele se sinta inútil, submetendo – o, ao
mesmo tempo, a todas as pressões, forçando – o a cometer faltas profissionais
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que justifiquem seu desligamento da companhia. Em casos mais extremos
essas pressões podem levar ao suicídio.
Não há uma definitiva solução para o assédio moral, pois sabe-se que a
real situação do ambiente de trabalho favorece para esses que acontecimentos
ocorram, o trabalhador vem sendo tratado como um objeto descartável, porém
quando existe o problema, é necessário a formulação de condições mais
harmoniosas nos ambientes que essa anomalia se faz presente, para que a
saúde do trabalhador seja resguardada.
2.1 ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO: APROXIMANDO-SE DE UM
POSSÍVEL CONCEITO
Diversas são as definições, sobre assédio moral, também conhecido
como psicoterror, mobbing, bullying, harcélement moral ou ijim, significado de
diversas partes do mundo. Serão utilizadas algumas definições sobre esse
termo, pois este ainda não possui um preciso conceito.
O comitê internacional Inglês e o autor Heys Leymann diferenciam os
conceitos mobbing e bullying, de acordo com eles, mobbing estaria vinculado
ao assédio moral no trabalho, apresentando relações imperceptíveis entre os
envolvidos e comportamentos pré meditados, tais como: isolamento da vítima,
mas dificilmente apresenta agressões físicas. Já o bullying caracteriza-se no
ambiente escolar, apresentando ameaças e violência física.
Em um relatório de 2001 a Health and Safety Authority (HSA), define o
tema como repetitivos comportamentos inadequados, diretos ou indiretamente,
verbais, físicos, conduzidos por uma pessoa ou mais, contra um outro ou
outros, no ambiente de trabalho ou exercendo sua função, que podem ser
percebidos como atos prejudiciais aos direitos individuais de dignidade no
trabalho. Uma única ocorrência desse tipo de comportamento ou algum fato
isolado, não seria considerado assédio.
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Segundo Barreto (2003) o assédio moral no trabalho são ações
constantes, com o objetivo de humilhar e depreciar, geralmente causada por
relações hierárquicas, onde a vítima é exposta ao ridículo diante dos colegas e
isolada do grupo.
Hirigoyen (2005) conceitua o termo como toda atividade repetitiva que
fere a auto estima e a estabilidade intelectual, fazendo com que o trabalhador
duvide de sua capacidade, prejudicando – o no ambiente de trabalho, sua
ascensão profissional ou a estabilidade do emprego, tais como: marcar tarefas
com prazos impossíveis de serem cumpridos , passar alguém de uma área de
responsabilidade para funções simples, tomar crédito de idéias de terceiros,
ignorar ou excluir um funcionário apenas se dirigindo a ele por meio de outros,
ocultar informações de forma insistente, espalhar rumores maliciosos, criticar
com freqüência e subestimar esforços.
Para Heloani (2003) os agressores não tem segurança sobre a sua
competência no trabalho, podendo apresentar traços de paranóia, “pela qual
projetam em seus semelhantes sua sombra, ou melhor, aquilo que não
conseguem aceitar em si mesmos”, com dificuldade em admitir seu erro, esse
indivíduos agem com desconfiança e demasiada suspeita em relação aos
outros, a quem atribuem propósitos maldosos, “podem exagerar o risco e a
incerteza presentes em diversas situações; atitudes essas que ajudam a
supervalorização do seu trabalho e o fortalecimento de sua auto – estima.
O autor ainda afirma que os atos de assédio moral iniciam-se com
poucas intenções, sem muita intensidade, inofencivamente, pois os assediados
tendem a relevar as atitudes, levando na brincadeira, logo após essa situação
se propaga de tal maneira e a vítima passa a ser alvo de diversas humilhações
e insinuações maldosas.
Dos conceitos expostos anteriormente, pode- se perceber que o ponto
comum, além da finalidade de excluir, é a modalidade da conduta, a qual
sempre se verifica agressiva e humilhante, capaz de deixar a vítima
constrangida, fazendo com que ela se sinta humilhada, inferiorizada, afetando
25
essencialmente a auto-estima do assediado, assim como sua integridade física
e psicológica.
Com esse resgate teórico, é possível perceber que o assédio traz danos
críticos para a pessoa assediada. Dessa maneira, a partir do momento que a
organização passa a aderir cuidados ou programas de prevenção para
combater o assédio moral, contribuindo para sua extinção.
2.2 O ASSÉDIO MORAL SOB A ÓTICA ORGANIZACIONAL
A questão sobre o assédio moral é pouco observado no ambiente
organizacional, seu reconhecimento não é muito perceptível pelos
trabalhadores. Porém a Legislação Brasileira possibilita identificar ações que
implicam no assédio moral a fim de regulamentá–lo. De acordo com o site
assédiomoral.org, a justiça prevê acusação penal nesse tipo de prática em
alguns Estados e Municípios, sendo amparada pela:
a) Lei nº 3921, de 23 de agosto de 2002, da Assembléia Legislativa do
Estado do Rio de Janeiro, que Veda o assédio moral no trabalho, no
âmbito dos órgãos, repartições ou entidades da administração
centralizada, autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de
economia mista, do poder legislativo, executivo ou judiciário do Estado
do Rio de Janeiro, inclusive concessionárias e permissionárias de
serviços estaduais de utilidade ou interesse público, e dá outras
providências. Sendo a primeira lei aprovada no Brasil.
b) Projeto de Lei n°0422/2001, da Assembléia Legislativa do Estado de
São Paulo, que proíbe o assédio moral no âmbito da administração
pública estadual direta, indireta e fundações públicas.
c) Projeto de Lei nº4591/2001, da Câmara dos Deputados, que dispõe
sobre a aplicação de penalidades à prática de "assédio moral" por parte
de servidores públicos da União, das autarquias e das fundações
públicas federais a seus subordinados, alterando a Lei nº 8.112, de 11
de dezembro de 1990. É importante ressaltar que o presente projeto foi
26
baseado na lei 1.163/2000 do município de paulista de Iracemápolis,
sendo a primeira do país.
Porém nem todas as regiões do país são amparadas pela lei sobre a
prática de assédio moral, podendo ganhar corpo no campo da Ética. Embora
ainda não estejam incorporados na constituição como uma violação da
Legislação Penal Nacional, as práticas que geram sofrimento moral, uma perda
material ou uma injúria grave a seus direitos fundamentais, representam
violações de normas internacionais reconhecidas nos direitos humanos. Sabe-
se que várias entidades do País iniciaram uma campanha requerendo a
aprovação com urgência do Projeto de Lei nº 2.369, de 2003, lançado no dia 28
de Abril, que dispõe sobre o assédio moral nas relações de trabalho.
De acordo com as autoras Hirigoyen (2005) e Guedes (2004), os
trabalhadores estão desprotegidos, pois não há uma lei que torne o assédio
moral em uma prática que ampara legalmente a vítima, garantindo sua
proteção e supostamente a punição do assediador. Sem uma lei que assegure
seus direitos contra essa prática assediadora, trabalhadores continuam
sofrendo em silêncio, estando às vítimas sem condições de fazer denuncias.
No Brasil diversos profissionais de variadas áreas estão mobilizando-se
para ajudar vítimas e informar aos empresários que esse tipo de violência
poderá gerar enormes prejuízos financeiros, além de exigir das autoridades
competentes, a aprovação rápida de uma Lei.
Existem poucos estudos sobre assédio moral no Brasil. Glockner (2004)
constata o pequeno número de publicações de trabalhos científicos brasileiros
que retratam com maior profundidade o tema, em especial na área jurídica na
qual não se encontra publicações. Na área da medicina do trabalho, Barreto
(2003) pesquisou sobre o tema do assédio moral em sua dissertação de
mestrado indicando que 36% da população trabalhadora brasileira passa por
algum tipo de assédio.
27
É importante ressaltar que o assédio moral possui características
próprias, capaz de equivocar quem está diretamente envolvido no problema.
Sob esse olhar, Glockner (2004) diz que é de extrema importância registrar que
nem toda ação dita assédio, pode ser considerada como tal, logo é
imprescindível ter certos cuidados para não se generalizar todos os fatos que
surgem no ambiente de trabalho, assim como o estresse, os conflitos ou
mesmo a própria pressão do ambiente, como sendo assédio moral. Não se
pode considerar esses desgastes como assédio, decorrente da sobrecarga e
de más condições de trabalho. A principal diferença, segundo o autor, consiste
em diferenciar assédio moral da humilhação normal e intencional do
trabalhador. Ainda uma outra diferença, apontada por Glockner.
Com os estressados, o repouso é reparador, melhores condições de trabalho permitem recomeçar. Com uma vítima de assédio, a vergonha e a humilhação persistem por um longo tempo, mesmo que o quadro possa ser alterar um pouco em função da personalidade dos indivíduos. Os atentados contra a dignidade tem uma conotação subjetiva, que não pode ser analisada senão caso a caso (GLOCKNER 2004,p. 23).
O conflito não pode ser confundido com assédio moral, tendo em vista
que o conflito é explicito, e o assédio é oculto. Glockner (2004) concluí que,
apesar da existência do conflito, caracterizá-lo como assédio moral não tem
sentido, pois segundo ele, este se constitui em momentos em que pode mudar
e levar em conta o outro, ou seja, momento de enriquecimento, enquanto o
assédio moral é um modo de bloquear qualquer mudança, sendo necessário
observar sob qual condição esse conflito esta se desencadeando, e que os
envolvidos tenham meios de defender suas posições das quais se fazem
participantes, evitando aliados de ambas as partes, impedindo a formação de
grupos rivais no ambiente de trabalho.
28
Percebe-se então que o indivíduo é movido por emoções que
ultrapassam sua consciência e o tornam vulnerável. Com isso acaba ocorrendo
confusões mentais, conflituosas, capazes de invadir a privacidade do outro,
sem pedir licença, ocasionando dessa forma o conflito. Sendo este um
fenômeno que necessita se mediado de forma a não se tornar um problema
para a organização. Quando uma organização não está disposta a mediar o
conflito, assim como não esta preocupada com as práticas de assédio moral
em seu ambiente, esta pode correr um enorme risco de tornar-se uma empresa
não muito considerada pela sociedade, podendo perceber em sua rotina,
quando há o fenômeno assédio moral, diversos casos de rotatividade, assim
como ausências premeditadas, principalmente ocasionada por problemas de
saúde. Em conseqüências desses fatos pode-se ocorrer futuramente à
improdutividade e gastos elevados decorrente a esses problemas,
comprometendo a produção e logo, a sua própria existência.
Apesar de não existir uma lei que legitime o assédio moral como prática
freqüente no ambiente organizacional, e muita desinformação por parte dos
envolvidos e não haver muitos estudos sobre o tema, percebe-se que há um
crescente movimento por parte da sociedade para combatê-lo, tentando
também resgatar valor perdidos anteriormente e recuperar o que ainda é
possível.
29
CAPÍTULO III
PEDAGOGO - O LÍDER EDUCADOR NA EMPRESA
3.1 – RECONHECENDO UM LÍDER EDUCADOR
A empresa que não aprende não sobrevive no mercado, este que está
cada vez mais competitivo. Ela precisa ser um espaço educativo, permitindo ao
funcionário aprender enquanto trabalha, propiciando sempre um ambiente
criativo onde ele possa crescer profissionalmente, oferecendo um espaço
saudável onde suas idéias sejam levadas em consideração, sem nenhum tipo
de perseguição ou assédio, e assim levar à melhoria contínua dos serviços e
produtos.
É fundamental que a organização seja aprendente, já que ela aumenta o
conhecimento das pessoas, desenvolve competências e melhora o
desempenho, possibilitando aos colaboradores assumirem novas
responsabilidades, proporcionando – os uma satisfação pessoal, pois esse se
sente parte importante da empresa e que seus serviços prestados é de
extrema importância para sua existência.
O Pedagogo contribuirá de maneira decisiva para que todo esse
programa de construção do conhecimento contínuo e intencional ocorra, pois
ele “é o profissional que sabe organizar, implementar e dinamizar programas
de aprendizagem, articulados com a necessidade específica de cada
profissional (ALBONI E MARON, 2002).”
O pedagogo empresarial é um articulador de interesses, um líder na
dinâmica organizacional. Ocupar seu espaço de destaque entende-se em
reconhecer que as relações interpessoais implicam o modo como diferentes
tipos de pessoas e lideranças, consideram seu papel dentro do grupo. Segundo
Holtz (1999) principal tarefa do Pedagogo Empresarial é ser um líder educador
que percebe com nitidez, que o seu ideal de vida, suas aspirações e metas,
correspondem a uma questão social e ética na organização.
30
“Os melhores chefes conseguem resultados brilhantes porque são
educadores.” Holtz (1999)
Assumir lideranças envolve influência de palavras, mas principalmente
de atitudes e exemplos. Com habilidade de transformar situações, modificando
e transformando pessoas. A autora ainda enumera algumas competências
fundamentais para ser o “melhor chefe – o líder educador”.
1 – Agir apenas por virtude das suas intenções e dos seus exemplos. Uma
ação importante e eficaz. Ser líder educador é um dom, uma qualidade, que
pode ser cultivada e treinada;
2- Afirma-se, acima de tudo, por sua conduta, conquistando por intermédio da
mesma, sua autoridade e conduzindo o comportamento das pessoas, antes de
toda e qualquer análise;
3- Provoca o entusiasmo, estimulando a imitação e o treino, através do
exemplo e do prestígio que são os principais meios que emprega, nunca
emprega a discussão ou a pressão;
4- É respeitado naturalmente e imitado pelas sua idéias, pela sua disposição,
sua coerência nas atitudes e palavras, pela lição constante dos seus gestos, do
seu comportamento;
5- Sempre está estimulando as qualidades do grupo, incentivando
positivamente;
6- Influência e convence pessoas com facilidade, levando estas a vivenciarem
os conhecimentos que transmite através do seu modo de ser;
7- Nunca da lições ou sermões, usa técnicas de relacionamento eficazes, por
meio do seu comportamento;
8- Promove espontaneamente, contínuas oportunidades de preparação e de
treino para uma vida mais produtiva e realizadora.
31
Educar é ensinar a pensar. Há profissionais que se limitam a passar
conteúdos e há os que assumem seu papel de educadores, liderando seus
colaboradores em direção à construção conjunta do conhecimento e à criação
de pensamento crítico. O líder Educador exerce a arte de abrir as janelas da
consciência de seus discípulos, compartilhando não só conhecimentos, mas
principalmente significados.
3.2- O USO DA DIDÁTICA COMO FERRAMENTA DE TREINAMENTO NA
ORGANIZAÇÃO
Atualmente, a Gestão de pessoas procura tratar os indivíduos que
compõem uma empresa, como importantes recursos educacionais, e não
somente meios de produção ou insumos para alcançar os objetivos
organizacionais. Até pouco tempo, eram tratados como objetos e meros
agentes passivos da organização.
A tendência atual, então, é com que todos envolvidos no processo
empresarial, seja em qualquer nível dentro da organização, sejam
administradores de suas tarefas. Além de exercer atividades, a pessoa deve se
conscientizar de que ela é parte integrante e fundamental, para que os
resultados sejam alcançados e um elemento de diagnóstico e de solução de
problemas para obter constante melhoria do seu trabalho dentro da empresa.
A cultura está pautada num ambiente de crenças e valores, costumes e
tradições, conhecimentos e práticas de convívio social e relacionamento entre
as pessoas. Um comportamento convencional aceito pela sociedade provoca
grande influência e condicionamento sobre todas as ações e comportamentos
das pessoas. Sendo assim, cultura organizacional é este clima gerado dentro
das instituições ao redor dos funcionários ali inseridos.
Nem sempre é fácil a união entre pessoas e organizações, pois se as
organizações são diferentes entre si, ocorre o mesmo com as pessoas que por
serem diferentes individualmente possuem suas próprias características e
objetivos separadamente.
Na sociedade atual a Didática é tida como principal instrumento de
garantia de bons resultados e melhores progressos na área educacional e
32
empresarial. Avanços a este respeito trazem resultados por meio de uma
aplicabilidade adequada de tal instrumento na capacitação de profissionais. A
didática se define por meio de estudos de técnicas de ensino em todos os
aspectos práticos, sendo possível colaborar para um bom planejamento,
favorecendo um meio inovador na aplicação de treinamentos. Libâneo (2005)
nos indica que a didática
Define-se como direção do processo de ensinar, qual estão envolvidos, articulamente, fins imediatos (instrutivos) e mediatos (formativos) e procedimentos adequados ao ensino e a aprendizagem. Ou seja, a atividade teórica e a atividade prática que se unificam na práxis de quem ensina (LIBÂNEO 2002, p. 144)
A aprendizagem no treinamento visa a qualificação e o conhecimento
dos seres humanos tornando-os livres e reflexivos. Capazes de visualizar além
dos obstáculos que na maioria das vezes são colocados por nós mesmos.
A didática nos aponta o caminho que conduz ao desenvolvimento global.
Somos conduzidos por pontos norteadores e planejamentos, organizações de
idéias e contextos, seguindo objetivos e metas. Tendo a flexibilidade do
planejamento um ponto chave para obtenção de resultados positivos.
Adquirindo novos conhecimentos o indivíduo jamais terá a mesma visão
de antes. E, conseqüentemente, contribuirá com o seu desenvolvimento para
um avanço maior da empresa na qual trabalha. Na atualidade é necessário
inovar, motivar e buscar sempre algo novo, pois evidencia-se a existência de
cobrança do mercado por profissionais qualificados e treinados para exercer o
seu cargo com autonomia.
Treinar significa provocar o outro para uma busca maior de uma prática
autônoma ao cargo que ocupa. Reconstruindo significados, metas, objetivos, e
empenho a favor de si e da empresa na qual trabalha. É preciso estar aberto
ao conhecimento, as novas informações e a aprendizagem contínua, pois
somente ela poderá nos incluir e destacar nosso diferencial de mercado.
Garantir a troca de experiências vale muito quando se trata de capacitação,
33
qualificação e requalificação do trabalhador, renovando sempre os
conhecimentos e as idéias a serem compartilhadas por um mesmo objetivo.
3.3 – ATUAÇÃO DO PEDAGOGO FRENTE AO COTIDIANO EMPRESARIAL
Diversos são os desafios que aparecem diariamente em uma empresa,
pois esta é composta de seres humanos que tem suas particularidades e
singularidades, nem todos conseguem trabalhar em equipe ou até mesmo
enfrentar determinadas situações que possam acontecer.
Sabe- se que cada vez mais há uma exigência pela qualificação
profissional, segundo Ribeiro (2008) os trabalhadores para se manterem
competitivos vêm aumentando de forma considerável, seus patamares de
educação e aspirações, ao mesmo tempo em que os trabalhos passam a ter
um papel central em suas vidas. Nem sempre essa competitividade se dá de
maneira saudável, alguns indivíduos sentem-se ameaçados ou inseguros sobre
sua capacidade profissional, acabam criando situações hostis, humilhantes ou
perseguições dentro ou até mesmo fora da empresa, fenômeno este conhecido
como assédio moral.
À partir desses fatos, chega-se a uma seguinte questão: Como o
Pedagogo poderia atuar numa situação ou numa prevenção contra a prática de
assédio moral dentro de uma empresa?
É importante ressaltar que os desafios desse profissional não se
resumem apenas em desenvolver dinâmicas de grupo e formular material de
treinamento para o qual as pessoas não estão engajadas ou enxergando uma
necessidade imediata. Isto requer muito trabalho. É preciso estudo e
observações cuidadosas do que está acontecendo dentro da empresa e
entender o seu ecossistema, como ele funciona e por que existe um
desequilíbrio dentro dele. Tal diagnóstico requer do Pedagogo Empresarial
perspicácia, observação, envolvimento, desprendimento, coragem, preparo
técnico, ousadia, vontade, criatividade e desejo efetivo pela descoberta dos
pontos de desequilíbrio dentro da corporação.
A Pedagogia Empresarial se ocupa basicamente com os conhecimentos, as competências, as habilidades e as
34
atitudes consideradas como indispensáveis/ necessários à melhoria da produtividade. Para tal, implanta programa de qualificação/ requalificação profissional, produz e difunde o conhecimento, estrutura o setor de treinamento, desenvolve programas de levantamentos de necessidades de treinamento, desenvolve e adapta metodologias de informação e da comunicação às práticas de treinamento (RIBEIRO 2008, p.11)
Percebe-se que o quesito atitude é posto como um dos pontos a serem
focados pelo pedagogo, atitudes estas que devem ser positivas para o alcance
de bons resultados, pois nenhum indivíduo pode produzir com qualidade se
estiver sofrendo algum tipo de ameaça ou assédio, estes que acarretam não
apenas o comprometimento mental mas também o físico, de qualquer
trabalhador.
O Pedagogo Empresarial precisa de uma formação filosófica, humanística e técnica sólida a fim de desenvolver a capacidade de atuação junto aos recursos humanos da empresa. Via de regra sua formação inclui disciplinas como: Didática Aplicada ao Treinamento, Jogos e Simulações Empresariais, Administração do Conhecimento, Ética nas Organizações, Comportamento Humano nas organizações, Cultura e Mudança Nas Organizações, Educação e Dinâmica de Grupos, Relações Interpessoais nas Organizações, Desenvolvimento organizacional e Avaliação do Desempenho (RIBEIRO 2008, p. 13)
Tendo em sua formação o comportamento humano o Pedagogo
Empresarial tem a competência de identificar e propor soluções caso ocorra
algum indício de desequilíbrio na organização. De acordo com Holtz (2006) “ o
pedagogo tem necessidade de conhecer tudo quando diz respeito à pessoa
humana, para ter condições de orienta - lá eficazmente e encontrar soluções
práticas para o problemas que a aflige.” A autora ainda afirma que :
A Pedagogia estuda e aplica doutrinas e princípios para um programa de ação, com os meios mais eficientes de formação, aperfeiçoamento e estímulo das faculdades da
35
personalidade humana, de acordo com ideais e objetivos adequados a uma determinada concepção de vida. ( HOLTZ 2006, p. 28)
Entende – se então que a Pedagogia é uma ação de modo construtivo e
produtivo, não apenas para o próprio indivíduo mas também seu grupo e sua
sociedade, levando atividades que foram vivenciadas e levam a atingir um
objetivo já determinado.
3.4 – ELABORAÇÃO DE PROJETOS
Uma das atribuições de um Pedagogo dentro da empresa é elaborar
projetos, esse que surgem a partir de alguma necessidade identificada no
ambiente organizacional. Caso fossem identificados problemas de
relacionamento entre funcionários, esse profissional elaboraria ações
previamente elaboradas, sendo de grande importância o aprimoramento dos
procedimentos a serem tomados para sua elaboração, para garantir o alcance
dos melhores resultados em sua realização. É importante ressaltar que os
cuidados com a linguagem utilizada e a definição dos objetivos que se pretende
alcançar são importantes.
O projeto representa um conjunto de atitudes que objetiva explorar o
potencial de aprendizagem e a capacidade produtiva das pessoas, tem-se
como meta maximizar o desempenho profissional e motivacional do ser
humano. Melhora resultados e conseqüentemente o clima organizacional da
empresa, visa o aperfeiçoamento do desempenho, aumentando a
produtividade e as relações interpessoais.
Faz-se necessário entender porque um projeto é formulado na
organização. Ele visa atender alguma necessidade identificada no processo de
levantamento de informações, com ações previamente organizadas. Essas
necessidades podem ser relativas a treinamento, à dinâmica da organização ou
atitudes dos funcionários, sendo a última o estudo principal do referente
trabalho. Ribeiro afirma que o projeto é
36
uma AÇÃO destinada a UMA situação problema ou necessidade. Pode – se dizer que as relações entre AÇÃO E REALIDADE atendem a quatro momentos, a saber: projeção da ação, especificação das etapas da ação (incluindo procedimentos de acompanhamento e avaliação), dinamização da ação e elaboração do relatório1(RIBEIRO 2008, p. 122)
Um projeto bem elaborado possui algumas características básicas tais
como:
1- Expõe detalhadamente todas as etapas, sendo de total importância
planejar previamente todas as ações a serem tomadas;
2- “Atender às exigências de apresentação e discussão das propostas,
contribuindo para uma visão global do que será feito e da sua
pertinência” Ribeiro (2008);
3- Formula seus resultados a partir da análise das discussões e
avaliações.
4- Através do planejamento pode - se calcular os gastos financeiros
para a realização do projeto;
5- Além de ser a “local” de partida para a coordenação de planos a
serem seguidos.
3.5 – PROPOSTA DE PROJETO - SITUAÇÕES DE ASSÉDIO MORAL NO
AMBIENTE ORGANIZACIONAL
É inegável que o pedagogo empresarial visa entre tantas atribuições de
seu cargo, a dignidade humana e a valorização de cada trabalhador da
organização. Através desse conceito entende–se que as empresas que
possuem esse profissional em seu quadro estão preocupadas com a saúde
não apenas física mas também mental de seus colaborados.
Situações de assédio moral nesse ambientes são inaceitáveis,
entretanto nenhuma empresa está livre desse tipo de acontecimento, visto que
uma competitividade negativa pode gerá-lo.
37
O pedagogo pode e deve formular soluções para que esse tipo de
fenômeno seja abolido de sua organização. A seguir uma proposta de projeto
sobre essa situação.
Nome do projeto: Mudanças de comportamento
Setor proponente: Recursos Humanos
Data: 17/07/2009
Descrição Sumária do Projeto: Provocar mudanças de comportamento dos
profissionais, conscientizando e alertando aos profissionais que prática de
assédio moral não é aceita pela cultura organizacional da empresa.
Justificativa: Visa desenvolver o respeito mútuo entre os profissionais, com
vista em abolir qualquer tipo de prática ou intenção de assédio moral
Prazo estimado: 1 semana
Local: Empresa X
Equipe participante: Colaboradores e Gerentes
Modo de Execução: Palestras, Apresentação de Vídeos e Dinâmica de grupo
Custo previsto: R$ 5.000,00
A partir dessa proposta de projeto, o pedagogo tem a possibilidade de
propor mudanças na dinâmica organizacional, propiciando um ambiente
saudável de trabalho, oferecendo as pessoas uma maior autonomia, um
espaço onde elas possam desenvolver suas atividades sem qualquer tipo de
perseguição ou assédio.
38
CONCLUSÃO
Este trabalho permitiu constatar que o Pedagogo tem um espaço
definido nas organizações e não apenas nos espaços escolares. Ele é um
articulador do processo de aprendizagem empresarial continuada, buscando a
qualificação e capacitação permanente dos recursos humanos. A Pedagogia
Empresarial pode atuar em diversas áreas da organização em que há a
necessidade de olhar pedagógico, pois ela valoriza o desenvolvimento das
pessoas, o capital humano, o qual é de maior importância para a imagem e a
produtividade da empresa. Esse profissional irá fazer o levantamento das
necessidades de treinamento, selecionar metas de aprendizagem e prazo para
atingi-las, formalizando um plano de aprendizagem continuada voltados aos
negócios da organização e a disseminação de conhecimentos.
Constatou-se também que o assédio moral é freqüente em um ambiente
que há uma hipercompetitividade negativa e sua prática danos psicológicos ao
assediado. Desse modo, as informações obtidas forneceram indícios claros
para que se confirmasse como o fenômeno está interligado a todo o contexto
organizacional no qual o fenômeno é desenvolvido. Foi possível verificar
também como todo o processo desse fenômeno contribui para um mal-estar
geral da organização assim como para a saúde do sujeito assediado e para
todos os tipos de relações nas quais está inserido.
O pedagogo, profissional capacitado em atuar em mudanças de
comportamento também atuara no planejamento de projetos, sendo esses
muito bem planejados, etapa por etapa para que os objetivos sejam alcançados
com maior rapidez. Como foi abordado no último capítulo, uma proposta de
projeto para atender uma necessidade da empresa, com a meta de provocar
modificações na dinâmica organizacional, pois o problema em questão que é o
assédio moral, causa danos ao ambiente de trabalho e conseqüentemente na
produtividade.
As organizações não podem mais ignorar o problema do assédio moral,
necessitam estabelecer programas de prevenção, os quais devem ser
adotados e transmitidos a todo o corpo funcional. Como parte desses
programas, deve-se demonstrar como se constitui verdadeiramente o assédio
39
moral, tornando assim os funcionários esclarecidos a respeito do fenômeno. E
partindo-se dessa lógica, espera-se que diminuía consideravelmente o número
de ocorrências.
Cabe ao Pedagogo provocar mudanças comportamentais nas pessoas
envolvidas, favorecendo os dois lados: o funcionário que quando motivado e
por dentro dos conhecimentos necessários, sente-se melhor e produz mais,
além de perceber que a organização se preocupa com seu bem estar no
ambiente organizacional e a empresa que quando se mantém com pessoas
qualificadas e satisfeitas com seu trabalho obtém melhores resultados e
maiores lucratividades.
Contudo a pedagogia e a empresa fazem uma ótima parceria, pois
ambas direcionam suas ações a objetivos bem específicos relacionados a
mudanças de comportamento nos indivíduos. Sendo que para a realização da
mesma é necessário aprender e re- aprender. E aprendizagem é especialidade
da Pedagogia e conseqüentemente do Pedagogo.
40
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41
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SILVA, C.S.B. Curso de Pedagogia no Brasil: história e identidade.
Campinas. Autores Associados.1999.
42
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
O PEDAGOGO NA EMPRESARIA 11
1.1 - O Pedagogo – Contexto Histórico 11
1.2 – O Pedagogo em espaços não escolares 13
1.3 – O Pedagogo Empresarial 15
CAPÍTULO II
ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO 20
2.1 – Assédio Moral no trabalho: aproximando-se de um possível conceito 23
2.2 – O Assédio Moral sob a ótica organizacional 25
CAPÍTULO III
PEDAGOGO O LÍDER EDUCADOR NA EMPRESA 29
3.1 – Reconhecendo um líder educador 29
3.2 – O uso da didático como ferramenta de treinamento na organização 31
3.3 – Atuação do Pedagogo frente ao cotidiano organizacional 33