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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE <> <> <> USO DE TECNOLOGIA COMO FATOR DE INCLUSÃO SOCIAL PARA PORTADOR DE NECESSIDADE EDUCACIONAL ESPECIAL VISUAL <> <> Por: Telma Tietre Rodrigues <> <> Orientador Profa. Mary Sue Carvalho Pereira Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

<>

<>

<>

USO DE TECNOLOGIA COMO FATOR DE INCLUSÃO SOCIAL

PARA PORTADOR DE NECESSIDADE EDUCACIONAL

ESPECIAL VISUAL

<>

<>

Por: Telma Tietre Rodrigues

<>

<>

Orientador

Profa. Mary Sue Carvalho Pereira

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

<>

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<>

<>

<>

<>

USO DE TECNOLOGIA COMO FATOR DE INCLUSÃO SOCIAL

PARA PORTADOR DE NECESSIDADE EDUCACIONAL

ESPECIAL VISUAL

<>

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<>

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Tecnologia Educacional

Por: Telma Tietre Rodrigues

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AGRADECIMENTOS

A Deus, que no seu infinito Amor e

misericórdia, renovou minhas forças

nos momentos de cansaço e naqueles

que pensei que estava só, Ele se fez

presente. A minha mãe Lenira, e irmãs

Margareth e Tânia companheiras de

uma existência.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos aqueles que

vencem suas limitações e que enxergam

a vida através da luz da esperança...

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RESUMO

O escopo desse trabalho é o de abordar o uso das tecnologias como

fator de inclusão social para o portador de necessidade educacional especial

visual. De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde, que

revelam a existência de aproximadamente 40 milhões de pessoas deficientes

visuais no mundo, e que no Brasil este número é estimado em

aproximadamente 750.000 mil pessoas e a tendência é um aumento crescente

dessa população. Pessoas estas que encontram obstáculos ao seu

aproveitamento produtivo na sociedade. Partes dessas barreiras podem ser

superadas, através do uso da tecnologia. Para tanto, foi escolhida, dentre as

tecnologias hoje existentes no mercado, um projeto que viabiliza, através de

síntese de voz, o uso do computador para portador de necessidade especial

visual: O programa DOSVOX, objeto de estudo e divulgação neste trabalho.

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METODOLOGIA

O trabalho foi pautado em pesquisa bibliográfica, sites e legislações,

contemplando a questão do portador necessidade educacional especial visual

e suas dificuldades no processo de inclusão social. Foi relatada uma breve

abordagem sobre o Instituto Benjamin Constant, e atividades desenvolvidas,

assim como a criação de um programa que permite a inclusão social e

educacional do portador de necessidade educacional especial visual,

conhecido como DOSVOX. Este programa foi criado pelo Núcleo de

Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NCE/

UFRJ), sendo a ferramenta e objeto de estudo do presente trabalho.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................ 07

CAPÍTULO I

O PORTADOR DE NECESSIDADE EDUCACIONAL ESPECIAL VISUAL .... 09

CAPÍTULO II

DIFICULDADES NO PROCESSO DE INCLUSÃO SOCIAL ...........................17

CAPÍTULO III

INSTITUTO BENJAMIM CONSTANT, UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL .......... 22

CAPÍTULO IV

TECNOLOGIA PARA PORTADOR DE NECESSIDADE EDUCACIONAL

ESPECIAL VISUAL: PROGRAMA DOSVOX ................................................. 24

CONCLUSÃO ................................................................................................. 32

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................... 38

ANEXOS ..................................................................................................... 41

ÍNDICE ....................................................................................................... 68

FOLHA DE AVALIAÇÃO ........................................................................... 69

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INTRODUÇÃO

“ Não existem limites para as pos“ Não existem limites para as pos“ Não existem limites para as pos“ Não existem limites para as possibilidades humanas sibilidades humanas sibilidades humanas sibilidades humanas quando apoiadas na sabedoria. É preciso alimentar a mente quando apoiadas na sabedoria. É preciso alimentar a mente quando apoiadas na sabedoria. É preciso alimentar a mente quando apoiadas na sabedoria. É preciso alimentar a mente com os conceitos de realização e plantar sempre, com os conceitos de realização e plantar sempre, com os conceitos de realização e plantar sempre, com os conceitos de realização e plantar sempre, principalmente ética, vontade, dedicação e trabalho. Um dia seprincipalmente ética, vontade, dedicação e trabalho. Um dia seprincipalmente ética, vontade, dedicação e trabalho. Um dia seprincipalmente ética, vontade, dedicação e trabalho. Um dia se colhe “colhe “colhe “colhe “

Prof. José TafnerProf. José TafnerProf. José TafnerProf. José Tafner

De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde que revelam a

existência de aproximadamente 40 milhões de pessoas deficientes visuais no

mundo, dos quais 75% são provenientes de regiões consideradas em

desenvolvimento.

O Brasil, segundo essa mesma fonte, deve apresentar taxa de

incidência de deficiente visual entre 1,0 a 1, 5% da população, sendo de uma

entre 3.000 crianças com cegueira, e de uma entre 500 crianças com baixa

visão e de 20% de pessoas totalmente cegas. (SEESP-MEC, 2006).

O censo escolar / 2002 (INEP) registra 20.257 alunos com deficiência

visual na educação básica do sistema educacional brasileiro.

Analisando estes dados, verificamos a incidência de pessoas com

dificuldades visuais e cegueira propriamente dita e a necessidade de se

abordar esse tema.

O objetivo deste trabalho é apresentar a tecnologia como fator de

Inclusão social. Neste percurso estaremos através de revisão literária

abordando a questão do portador de necessidade educacional especial visual

e suas dificuldades no processo de inclusão. Apresentaremos um histórico do

Instituto Benjamin Constant que representa uma luz no fim do túnel, para

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8 aqueles, que de certa forma, acreditavam que não haveria mais esperança

para suas trajetórias de vida e por último destacaremos o uso de uma

ferramenta tecnológica desenvolvida para atender ao portador de necessidade

educacional especial visual: o Programa DOSVOX. Programa este criado pelo

Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ (NCE). Ao falarmos desse projeto

estaremos analisando o uso da tecnologia como agente facilitador e agregador

no processo de inclusão social.

Cabe ressaltar que de acordo com Mittler (2003), esse conceito de

inclusão envolve um repensar radical seja no sentido político, seja no sentido

prático e reflete um jeito de pensar fundamentalmente diferente sobre

aprendizagem e as dificuldades do comportamento.

É inegável que as dificuldades e barreiras existem. É necessário que as

políticas públicas não apenas contemplem a questão da educação especial na

perspectiva da educação inclusiva, mas que seja fator preponderante para a

sociedade em geral.

Segundo Mittler (2003), “a inclusão é uma visão, uma estrada a ser

viajada, mas uma estrada sem fim, com todos os tipos de barreiras e

obstáculos, alguns dos quais estão em nossas mentes e em nossos corações”.

E é baseada nessa visão que todo nosso trabalho permeara.

Pretendemos relatar os obstáculos, mais acima de tudo como podem ser

superados. E mostrar que é possível, através do uso das tecnologias fomentar

a inclusão social e educacional para portadores de necessidades educacionais

especiais.

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CAPÍTULO I

O PORTADOR DE NECESSIDADE EDUCACIONAL

ESPECIAL VISUAL

Quando nos fecham umaQuando nos fecham umaQuando nos fecham umaQuando nos fecham uma porta Deus nos abre uma janela...porta Deus nos abre uma janela...porta Deus nos abre uma janela...porta Deus nos abre uma janela...

A deficiência visual é a perda ou redução de capacidade visual em

ambos os olhos em caráter definitivo, que não possa ser melhorada ou

corrigida com o uso de lentes, tratamento clínico ou cirúrgico. Existem também

pessoas com visão sub-normal, cujos limites variam com outros fatores, tais

como: fusão, visão cromática, adaptação ao claro e escuro, sensibilidades a

contrastes, etc.

De acordo com Secretária da Educação Especial – SEE/MEC, a baixa

visão é a alteração da capacidade funcional da visão, decorrente de

inúmeros fatores isolados ou associados tais como baixa acuidade visual

significativa, redução importante do campo visual, alterações corticais e/ou

de sensibilidade aos contrates, que interferem ou que limitam o

desempenho visual do indivíduo.

Pessoas com baixa visão são aquelas que apresentam desde condições

de indicar projeção de luz, até o grau em que a redução da acuidade visual

interfere ou limita seu desempenho. Neste caso, o seu processo educativo

se desenvolve principalmente, por meios visuais, ainda que com utilização

de recursos específicos, como lentes, lupas, aumentadores visuais de leitura

para uso de computadores.

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10 A perda da função visual pode se dar em nível severo, moderado ou

leve, podendo ser influenciada também por fatores ambientais inadequados.

As causas mais freqüentes da perda de visão:

Causas congênitas:

- Retinoplatia da prematuridade, graus III, IV ou V – (por imaturidade da

retina em virtude de parto prematuro, ou por excesso de oxigênio na

incubadora).

- Coriorentinite, por toxoplasmose na gestação;

- Catarata congênita (rubéola, infecções na gestação ou hereditária);

- Glaucoma congênito (hereditário ou por infecções);

-Atrofia óptica por problema de parto (hipoxia, anoxia ou infecções

perinatais);

- Degenerações retinianas (Síndrome de Lember, doenças hereditárias ou

diabetes);

- Deficiência visual cortical (encefalopatias, alterações de sistema nervoso

central ou convulsões)

Causas adquiridas:

Por doenças como diabetes, deslocamento de retina, glaucoma, catarata,

degeneração senil e traumas oculares.

A Cegueira é a perda total da visão, até a ausência de projeção de luz.

Para as pessoas cegas o processo de aprendizagem se fará através dos

sentidos remanescentes (tato, audição, olfato, paladar), utilizando o sistema

Braille para desenvolvimento da comunicação escrita e através de

computador com uso de tecnologia desenvolvida para adaptação do

portador de necessidade educacional especial como o Programa DosVox

que será objeto de estudo no capítulo IV, deste trabalho.

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11 Cabe apresentar até por ser desconhecidas pela maioria das pessoas

uma síntese dos principais programas, políticas e legislações que tratam sobre

a educação especial para portador de necessidade educacional.

Rezende abordando a questão da educação especial comenta que:

“A coordenação dos esforços para garantir

uma sociedade equânime e igualitária, atividade

primordial dos educadores e dos gestores de

pessoas, deve conhecer o amparo legal às pessoas

com deficiência e/ou altas habilidades /

superdotação para buscar alternativas criativas em

metodologias, linguagens e instrumentos

(tecnologias sociais)” (Rezende, 2009, p.131).

A Declaração Mundial de Educação para Todos (1990), a Declaração de

Salamanca (1994) e a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas

as Formas de Discriminação contra a Pessoa Portadora de Deficiência (1999)

são alguns dos mais importantes documentos produzidos sobre esse assunto.

Abaixo apresentaremos uma síntese destes documentos:

Documentos Internacionais:

1948 - Declaração Universal de Direitos Humanos (ONU) estabelece

que os direitos humanos são os direitos fundamentais de todos os indivíduos.

Todas as pessoas devem ter respeitado os seus direitos humanos: direito à

vida, à integridade física, à liberdade, à igualdade e à dignidade, à educação.

1971 - Declaração dos Direitos das Pessoas Mentalmente

Retardadas (ONU) proclama os direitos das pessoas com deficiência

intelectual.

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12 1975 - Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes (ONU)

estabelece os direitos de todas as pessoas com deficiência, sem qualquer

discriminação.

1980 - Carta para a Década de 80 (ONU) estabelece metas dos países

membros para garantir igualdade de direitos e oportunidades para as pessoas

com deficiência.

1983 - 1992 - Década das Nações Unidas para as Pessoas com

Deficiência, para que os países - membros adotassem medidas concretas

para garantir direitos civis e humanos.

1990 - Conferência Mundial sobre Educação para Todos, (ONU)

aprova a Declaração Mundial sobre Educação Para Todos (Conferência de

Jomtien, Tailândia) e o Plano de Ação para Satisfazer as Necessidades

Básicas de Aprendizagem; promove a universalização do acesso à educação.

1993 - Normas sobre Equiparação de Oportunidades para Pessoas

com Deficiência, (ONU) estabelece padrões mínimos para promover

igualdade de direitos (direito à educação em todos os níveis para crianças,

jovens e adultos com deficiência, em ambientes inclusivos).

1994 - Declaração de Salamanca - Princípios, Política e Prática em

Educação Especial, proclamada na Conferência Mundial de Educação

Especial sobre Necessidades Educacionais Especiais reafirma o compromisso

para com a Educação para Todos e reconhece a necessidade de providenciar

educação para pessoas com necessidades educacionais especiais dentro do

sistema regular de ensino.

1993 - Declaração de Manágua, Delegados de 39 países das Américas

exigem inclusão curricular da deficiência em todos os níveis da educação,

formação dos profissionais e medidas que assegurem acesso a serviços

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13 públicos e privados, incluindo saúde, educação formal em todos os níveis e

trabalho significativo para os jovens.

1999 - Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as

Formas de Discriminação contra a Pessoa Portadora de Deficiência, -

Guatemala - condena qualquer discriminação, exclusão ou restrição por causa

da deficiência que impeça o exercício dos direitos das pessoas com

deficiência, inclusive à educação.

1999 - Declaração de Washington, Representantes dos 50 países

participantes do encontro “Perspectivas Globais em Vida Independente para o

Próximo Milênio”, Washington DC, Estados Unidos, reconhecem a

responsabilidade da comunidade no fomento à educação inclusiva e igualitária.

2002 - Declaração de Caracas constitui a Rede Ibero-americana de

Organizações Não-Governamentais de Pessoas com Deficiência e suas

Famílias como instância para promoção, organização e coordenação de ações

para defesa dos direitos humanos e liberdades fundamentais das pessoas com

deficiência e suas famílias.

2002 - Declaração de Sapporo, Japão, representando 109 países, 3

mil pessoas, em sua maioria com deficiência, na 6ª Assembléia Mundial da

Disabled Peoples’ International - DPI, insta os governos em todo o mundo a

erradicar a educação segregada e estabelecer política de educação inclusiva.

2002 - Congresso Europeu de Pessoas com Deficiência, proclama

2003 o Ano Europeu das Pessoas com Deficiência para conscientizar sobre os

direitos de mais de 50 milhões de europeus com deficiência.

2003 - Ano Europeu das Pessoas com Deficiência, oportunidades

iguais e acesso aos recursos da sociedade educação inclusiva novas

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14 tecnologias, serviços sociais e de saúde, atividades esportivas e de lazer,

(bens e serviços ao consumidor).

2004 - Ano Ibero-americano da Pessoa com Deficiência, proclamada

na última reunião da Cúpula dos Chefes de Estados dos Países ibero-

americanos, realizada na Bolívia, da qual o Brasil é membro, define a questão

da deficiência como prioridade, fortalecendo as instituições e as políticas

públicas direcionadas à inclusão das pessoas com deficiência. Na Escola

Inclusiva não existem classes especiais. Ou melhor, todas as classes e todos

os alunos são muito especiais para seu professor. E você sabe que isso é

verdade por experiência própria.

1988 - Constituição Federal (Art. 206, inciso I e 208, III), estabelece o

direito das pessoas com necessidades especiais de receberem educação, e,

garante como dever do Estado, a oferta de atendimento educacional

especializado, preferencialmente na rede regular de ensino.

1854 - Instituto Benjamin Constant (IBC), fundado no Rio de Janeiro,

RJ, com o nome de Imperial Instituto dos Meninos Cegos. Foi a primeira

instituição de educação especial da América Latina; ainda em funcionamento.

1857 - Instituto Nacional de Educação de Surdos (Inês), fundado no

Rio de Janeiro, RJ, por D. Pedro II - ainda em funcionamento.

Legislação Nacional

1989 - Lei N. º 7.853, cria a Coordenadoria Nacional para Integração

da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), dispõe sobre o apoio às

pessoas com deficiência, sua integração social, institui a tutela jurisdicional de

interesses coletivos ou difusos das pessoas com deficiência, disciplina a

atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências.

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15 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, (ECA, Lei n.º

8.069). No Art. 53, assegura a todos, o direito à igualdade de condições para o

acesso e permanência na escola e atendimento educacional especializado,

preferencialmente na rede regular de ensino.

1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei N.º

9.394/96) assegura aos alunos com necessidades especiais currículos,

métodos, recursos educativos e organização específica, para atender às suas

necessidades específicas.

1998 - Parâmetros Curriculares Nacionais, (Adaptações

Curriculares), do MEC, fornecem as estratégias para a educação de alunos

com necessidades educacionais especiais.

1999 - Decreto N.º 3.298, regulamenta a Lei no 7.853/89 que trata

da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência e

estabelece a matrícula compulsória, em cursos regulares de escolas públicas e

particulares, de pessoas com deficiência.

2000 - Lei N.º 10.098 estabelece normas gerais e critérios básicos

para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com

mobilidade reduzida mediante a eliminação de barreiras e de obstáculos nas

vias e espaços públicos, no mobiliário urbano, na construção e reforma de

edifícios e nos meios de transporte e de comunicação.

2001 - Plano Nacional de Educação explicita a responsabilidade da

União, dos Estados e Distrito Federal e Municípios na implementação de

sistemas educacionais que assegurem o acesso e a aprendizagem significativa

a todos os alunos.

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16 2001 - Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na

Educação Básica, endossa a necessidade de que todos os alunos possam

aprender juntos em uma escola de qualidade.

2001 - Decreto n.º 3.956, da Presidência da República do Brasil, que

reconhece o texto da Convenção Interamericana para a Eliminação de

Todas as Formas de Discriminação contra a Pessoa Portadora de

Deficiência (Convenção da Guatemala), reafirmando o direito de todas as

pessoas com deficiência à educação inclusiva.

2001 - Parecer CNE (Conselho Nacional de Educação)/CEB

(Câmara de Educação Básica) nº 17, aponta os caminhos da mudança para

os sistemas de ensino nas creches e nas escolas de educações infantis,

fundamentais, médio e profissional.

2004 - Decreto nº 5296 de 02 de dezembro, regulamenta as Leis nº:

10.048, de 8 de novembro de 2000 e, 10.098, de 19 de dezembro de 2000 que

estabelecem normas gerais e critérios básicos para a promoção da

acessibilidade em vários âmbitos.

A um longo caminho a ser percorrer para que essas leis sejam aplicadas

na prática, porém amparados por estas mesmas legislações a de se convir que

o marco inicial foi lançado para o processo de inclusão social e de mudanças

de comportamento social.

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CAPÍTULO II

DIFICULDADES NO PROCESSO DE INCLUSÃO

SOCIAL

...Não dig...Não dig...Não dig...Não diga para Deus que tem um grande problema,a para Deus que tem um grande problema,a para Deus que tem um grande problema,a para Deus que tem um grande problema,

diga para o problema que tem umdiga para o problema que tem umdiga para o problema que tem umdiga para o problema que tem um grande Deus...grande Deus...grande Deus...grande Deus...

Antes de falarmos da questão da inclusão social, faz-se necessário

abordar a questão preeminente que é a exclusão social. Esta sim, começa

quando o indivíduo ainda encontra-se no ventre de sua mãe.

Como disserta Mitller :

“A exclusão social tem raízes na pobreza, na moradia

inadequada, na doença crônica e no logo período de

desemprego. São negadas as crianças nascidas na

pobreza os recursos e as oportunidades disponíveis

para as outras crianças. Algumas delas enfrentam

obstáculos adicionais por causa do seu gênero, da sua

raça, da sua religião ou de sua deficiência.(2003, p.80)

Por mais que essas pessoas cresçam em um ambiente familiar

amoroso, de pais preocupados, que procuram dar o melhor para seus filhos,

ainda assim na maioria das vezes vivem na pobreza e enfrentam uma infância

em um estado de exclusão social e de dificuldades educacionais ao longo de

suas vidas como adultos.

Segundo Mitller (2003), o processo em busca de uma sociedade mais

inclusiva tem que começar muito antes de a criança ir para escola: “A sua

fundamentação repousa em uma sociedade em que pais e mães possam

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18 sentir-se apoiados tanto econômica como socialmente para cuidar da

família para criar os filhos ; uma sociedade em que as crianças são valorizadas

e aceitas dentro da qual elas possam desenvolver-se”. ( p.77).

O se infere e que não haveria necessidade de inclusão se não

houvesse, principalmente a exclusão social e economica.

Mitter (2003) conclui dizendo que: “o desafio para a nossa sociedade é

afrouxar e romper a força da pobreza que estrangula o desenvolvimento de

nossas crianças”. ( p.77).

Em busca da consolidação do conceito de cidadania, se faz necessário,

novas conquistas sociais que priorizem a melhoria da qualidade de vida de

maior número de pessoas. Em se tratando da pessoa com necessidades

especiais, essas conquistas devem priorizar não apenas a garantia de acesso

às tecnologias, mas um conjunto de ações que favoreçam a utilização dos

serviços existentes na sociedade.

Na atualidade, o conhecimento científico e tecnológico vem

impulsionando o desenvolvimento de novos instrumentos, de novas

ferramentas que permitam minimizar as limitações do indivíduo e potencializar

suas habilidades, favorecendo autonomia pessoal ou assistida.

Existe por parte da sociedade níveis bastante baixos de expectativa com

relação ao rendimento acadêmico do deficiente visual.

O fato, motivado pelo desconhecimento das possibilidades da pessoa

que tem essa deficiência gera, muitas vezes, a falsa convicção de que à

deficiência visual se vinculam sempre dificuldades de aprendizagem e até

mesmo déficit intelectual.

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19 Como conseqüência, ocorre, não raro, encontrarmos crianças

portadoras de baixa visão sendo tratadas como se fossem cegas ou

identificadas como deficientes mentais, sem qualquer estimulo para

melhorar utilização de sua visão remanescente ou de oportunidade para o

desenvolvimento de suas potencialidades.

Estudos demonstram, porém, que, do ponto de vista intelectual, não há

diferença entre o deficiente “visual” e as pessoas dotadas de visão. A

potencialidade mental do indivíduo não é alterada pela deficiência visual. O

seu nível “funcional”, entretanto, pode estar reduzido, pela restrição de

experiências que, adequadas ás suas necessidades de maturação, sejam

capazes de minimizar os prejuízos decorrentes do distúrbio visual.

“Essa ausência de estimulação ou “restrição de experiências” pode

ameaçar o desenvolvimento normal do processo educativo da criança

privada de visão, principalmente naqueles aspectos relacionados ás

habilidades que envolvem a utilização dos canais visuais, tais como os

aspectos ligados às áreas de aquisição de conceitos, orientação,mobilidade

e controle do ambiente.” (SEE/MEC, 2006).

O professor Antônio José Borges do Núcleo de Computação Eletrônica

da UFRJ aborda questões sobre a problemática das dificuldades de inclusão

social em seu artigo. DOSVOX – Um novo acesso dos cegos à cultura e ao

trabalho, ao qual transcrevemos abaixo:

a) formação da criança e jovem deficiente visual

A formação da criança e jovem cego é muito prejudicada por falta de

acesso a recursos, tecnologia e cultura. É até possível colocar um cego

numa classe comum de escola, porém os livros são todos impressos no

sistema comum. Nessas circunstâncias, o aluno pode utilizar a tecnologia

Braille para copiar e fazer seus trabalhos escolares, mas isso esbarra em

pontos chaves:

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20 • raríssimos professores sabem Braille

• sem o apoio de pessoas voluntárias (por exemplo a própria família) que se

disponham a ler os livros impressos comuns, o cego ficará restrito à

informação verbal transmitida pelo professor.

b) dificuldade de acesso à leitura

A dificuldade de leitura, visto no item anterior, e fundamental no estudo,

acompanha sempre o cego. Por exemplo, uma pessoa que tenha ficado cega,

e que já tenha uma profissão, tem totalmente tolhido seu desenvolvimento

profissional. O acesso a jornais impressos só é possível via uso de "ledores",

termo que designa aquele que lê para a pessoa cega.

c) Os deficientes visuais não têm acesso a informações básicas para

convivência social

É extremamente difícil para um cego ter acesso a informações

absolutamente triviais, tais como preço de mercadorias, número de telefone,

cardápios, orientações do espaço público, caixa automática bancária, etc. Por

outro lado, a tecnologia informática cada vez mais domina o acesso do usuário

à informação.

d) os deficientes visuais poderiam ser muito mais produtivos se tivessem

ensino profissionalizante adaptado.

Existe uma série de atividades, que poderiam ser perfeitamente

realizadas por deficientes visuais, com preparo de nível médio, com uso do

computador. Alguns desses exemplos são as atividades de “telemarketing”,

atendimento de reclamações por telefone, recepcionista, etc. Essas atividades,

naturalmente exigem um treinamento, por razões óbvias.

e) o uso de computador pode dar novas oportunidades às pessoas que

ficam cegas após sua inserção no mercado de trabalho.

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21 Existem milhares de pessoas que adquirem cegueira depois de

estarem formados. Causas variadas, desde doenças até acidentes, retiram do

mercado de trabalho centenas de pessoas por ano.

f) instituições tradicionais não têm meios que facilitem o acesso à

tecnologia

Ter acesso à tecnologia implica mais do que comprar computadores: o

material humano é o item principal. Difundir a tecnologia para as instituições

que já existem é um desafio a ser vencido, uma vez que muitas vezes a

mudança para incorporar a tecnologia representa um esforço que estas não

estão dispostas a fazer.

g) o cego e a universidade

Atualmente na UFRJ existem menos de 10 (dez) deficientes visuais

cursando cursos de graduação e pós-graduação, tais como: Informática,

Matemática, Direito, etc. A causa desse pequeno número pode ser

explicada por problemas sócio-econômicos do país que atingem a

população de baixa renda, dificultando o ingresso nas universidades, e dos

poucos recursos encontrados para a formação dessas pessoas. A

dificuldade é ainda maior à medida que o grau de especialização aumenta.

Falta a eles literatura especializada, equipamentos e monitoria especial.

Essas são algumas das dificuldades encontradas pelo portador de

necessidade educacional especial visual.

Nos próximos capítulos estaremos abordando duas oportunidades

concretas para mudança do quadro apresentado até então. Através do

Instituto Benjamin Constant, o portador de necessidade especial visual

vislumbra uma luz no fim do túnel e a possibilidade de desenvolver suas

potencialidades. E com o uso da tecnologia desenvolvida no Programa

DOSVOX o processo de inclusão social e educacional torna-se uma

realidade.

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CAPÍTULO III

INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL

“ Quero trazer a memória aquilo que me “ Quero trazer a memória aquilo que me “ Quero trazer a memória aquilo que me “ Quero trazer a memória aquilo que me pode dar esperança “pode dar esperança “pode dar esperança “pode dar esperança “ Lm 3.21Lm 3.21Lm 3.21Lm 3.21

O Instituto Benjamin Constant foi criado pelo Imperador D.Pedro II

através do Decreto Imperial n.º 1.428, de 12 de setembro de 1854, tendo sido

inaugurado, solenemente, no dia 17 de setembro do mesmo ano, na presença

do Imperador, da Imperatriz e de todo o Ministério, com o nome de Imperial

Instituto dos Meninos Cegos. Este foi o primeiro passo concreto no Brasil para

garantir ao cego o direito à cidadania.

O Imperial Instituto dos Meninos Cegos foi aos poucos estruturando-se

e derrubando preconceitos, e fez ver que a educação das pessoas cegas não

era utopia, bem como a profissionalização.

Com o aumento da demanda foi idealizado e construído o prédio onde

se localiza hoje, na Av. Pasteur, nº 350 / 368 – Urca – Rio de Janeiro - RJ, que

passou a ser utilizado a partir de 1890, após a 1ª etapa da construção. Em

1891, o instituto recebeu o nome que tem hoje: Instituto Benjamin Constant

(IBC), em homenagem ao seu terceiro diretor.

Fechado em 1937 para a conclusão da 2ª e última etapa do prédio, o

IBC reabriu em 1944. Em setembro de 1945 criou seu curso ginasial, que veio

a ser equiparado ao do Colégio Pedro II em junho de 1946. Foi proporcionado,

assim, o ingresso nas escolas secundárias e nas universidades.

Atualmente, o Instituto Benjamin Constant vê seus objetivos

redirecionados e redimensionados. É um Centro de Referência, a nível

nacional, para questões da deficiência visual. O Instituto possui uma escola,

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23 que capacita profissionais da área da deficiência visual, assessora escolas e

instituições, realiza consultas oftalmológicas à população, reabilita, produz

material especializado, impressos em Braille e publicações científicas.

O Instituto Benjamin Constant, órgão do Ministério da Educação

especializado em educação para pessoas com deficiência visual, através do

seu Laboratório de Educação a Distância oferece à população,

independentemente de suas diferenças, um ambiente virtual de aprendizagem

com acessibilidade, o que possibilita uma capacitação profissional econômica,

rápida e com a vantagem de escolher o melhor horário para realização de suas

atividades.

Acredita-se que projetos, que se utilizam da EAD associados às

Tecnologias de Informação e Comunicação, possam oferecer relevantes

contribuições à educação nacional.

A educação pode contribuir para diminuir diferenças e desigualdades,

na medida em que acompanhar os processos de mudanças, oferecendo

formação adequada às novas necessidades da vida moderna.

O Instituto Benjamin Constant (IBC) IBC é a maior entidade parceira do

projeto DOSVOX. No IBC todos os produtos gerados pelo projeto DOSVOX

são testados, usados e ensinados. A parceria com o IBC propiciou também o

desenvolvimento de grande parte da tecnologia de impressão braille usada

hoje no Brasil.

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CAPÍTULO IV

TECNOLOGIA PARA PORTADOR DE NECESSIDADE EDUCACIONAL

ESPECIAL VISUAL: PROGRAMA DOSVOX

Lévy em seu livro Cibercultura faz um abordagem bastante

interessante sobre a questão da tecnologia :(2007),

“ Mesmo supondo que existam três entidades – técnica,

cultura e sociedade -, em vez de enfatizar o impacto das

tecnologias, poderíamos igualmente pensar que as

tecnologias são produtos de uma sociedade e de uma

cultura. Mas a distinção traçada entre cultura, sociedade, e

técnica só pode ser conceitual. Não há nenhum ator,

nenhuma “causa” realmente independente que corresponda

a ela. Encaramos as tendências intelectuais como atores

porque há grupos bastante reais que se organizam ao redor

destes recortes verbais ou então porque certas forças estão

interessadas em nos fazer crer que determinado problema é

“puramente técnico” ou puramente cultural” ou ainda

“puramente econômico”. As verdadeiras relações, portanto,

não são criadas entre “a” tecnologia (que seria da ordem da

causa) e “a” cultura (que sofreria os efeitos), mas sim entre

um grande número de atores humanos que inventam,

produzem, utilizam e interpretam de diferentes formas as

técnicas (Lévy, 2007, p.23).

E são alguns atores humanos que passam a crer, que determinados

problemas podem não ser “puramente técnico” ou puramente cultural” ou ainda

“puramente econômico” e vencendo as barreiras impostas, sejam elas social,

cultural ou econômica, inventam, produzem, utilizam e interpretam as

técnicas de formas diferentes trazendo a existência técnicas e tecnologia que

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25 visam atender socialmente, culturalmente e de forma econômica, ao

portador de necessidade especial visual.

Abaixo destacaremos algumas tecnologias voltadas para programas

de acessibilidade:

LentePro 1.4 – Funciona como uma lupa e o que aparece na tela é ampliado

em uma janela. As pessoas com baixa visão conseguem perceber os detalhes

do que foi ampliado. Desenvolvido pelo Núcleo de Computação Eletrônica da

UFRJ (NCE) – Acesso pelo site http://www.redespecial.org.br/_doc/lentepro.zip

e conta com um Manual do LentePro 1.4.

Eduquito – Ambiente gerenciador de aprendizagem. Programa em

desenvolvimento do Núcleo de Informática na Educação Escpecial –

NIEE/UFRGS.

Projeto Fressa 2007 – Um conjunto de programas para pessoas com

comprometimento motor, visual e auditivo. Inclui 33 programas nas áreas da

acessibilidade ao computador, de software educativo e de comunicação

aumentativa. Desenvolvidos por Jordi Lagares Roset – Espanha - Centro de

Engenharia de reabilitação em Tecnologias da Informação e Comunicação –

Certic, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Acessos pelos sites:

http:// www.xtec.es/~jlagares/eduespe.htm e http://wwwacessibilidade.

net/at/kit2004/.

Super Logo – Criado a partir da linguagem Logo de programação, o programa

visa basicamente desenvolver na criança o raciocínio lógico e a resolução de

problemas, oferecendo um ambiente pleno de multimídia, incorporando todos

os recursos do Windows e também a manipulação de imagem e som. Foi

desenvolvido em 2001 pelo Núcleo de Informática Aplicada à Educação (Nied)

da Unicamp a partir da linguagem desenvolvida por Seymor Papert, do MIT.

Acesso pelo site: http://www.redeespecial.org.br/_doc/slogo30.zip.

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Programa DOSVOX - Sistema operacional brasileiro especialmente concebido

para pessoas cegas. Desenvolvido pelo Núcleo de Computação Eletrônica da

UFRJ (NCE).

Sistema DOSVOX: O Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ, situado no Centro de

Ciências Matemáticas e da Natureza, criou o sistema DOSVOX, destinado a

auxiliar os deficientes visuais a usar o computador, executando tarefas como

edição de textos (com impressão comum ou Braille) leitura / audição de textos

já transcritos, utilização de ferramentas de produtividade faladas (calculadora,

agenda, etc), além de diversos jogos. O sistema fala através de um

sintetizador de som de baixo custo, que é acoplado a um microcomputador tipo

IBM-PC.

O sistema DOSVOX evoluiu a partir do trabalho de Marcelo Pimentel

Pinheiro, estudante de informática cego, e que desenvolveu o editor de textos

do sistema. Sob a Coordenação do professor José Antonio Borges,

responsável pelo projeto DOSVOX.

O Projeto vem se desenvolvendo desde 1993 e muitos aspectos

humanos, técnicos e políticos estiveram envolvidos na sua criação e

disseminação. Muitas pessoas participaram desse projeto ao longo dos anos,

cada atuando com o melhor de seu talento e dedicação e contribuindo com

seus conhecimentos.

O sistema DOSVOX foi criado utilizando tecnologia totalmente nacional.

É um projeto de baixa complexidade, onde tanto o software quanto o hardware

são originais, e adequados às necessidades e dificuldades financeiras do

Brasil.

O DOSVOX não resolve todos os problemas, mas ajuda a solucionar,

muitos deles:

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27 • a leitura e escrita passam a ser acessíveis e compatíveis com a das

pessoas que enxergam;

• a educação é alavancada pelo uso do computador;

• novas possibilidades de trabalho podem agora ser almejadas;

• diversas novas opções de lazer agora estão disponíveis;

• a Internet e suas múltiplas opções podem ser muito exploradas através

do DOSVOX

Para o portador de necessidade educacional especial visual, a

existência desta tecnologia de baixo custo é a chave para sua utilização.

Através do uso de recursos sonoros, por exemplo, um cego pode utilizar

facilmente o computador, pois a maior parte de sua interação com o mundo é

feita através destes meios (audição e fala).

São diversas as possibilidades deste projeto, que hoje é utilizado por

muitos cegos no Brasil e na Améica Latina.

:

• a tecnologia de produção é muito simples, e viável para as indústrias

nacionais;

• o sistema fala e lê em português;

• o diálogo homem-máquina é feito de forma simples, removendo-se ao

máximo os jargões tecnológicos;

• o sistema obedece às restrições e características da maioria das

pessoas cegas leigas;

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28 • o sistema utiliza padrões internacionais de computação, e assim, o

DOSVOX pode ser lido e pode ler dados e textos gerados por

programas e sistemas de uso comum em informática.

Naturalmente, a utilização do computador deve ser viabilizada através

da utilização desses recursos em programas especialmente preparados. Esses

programas suprem a deficiência visual através da utilização de recursos

sonoros (por exemplo, oferecendo um “feed-back” sonoro das informações

mostradas no vídeo). Tais programas podem ser agrupados em duas classes

distintas:

Programas de adaptação sonora, que possibilitam ao deficiente utilizar

os programas comerciais já existentes no mercado, mesmo que esses não

tenham sido preparados para falar.

E a mais importante possibilidade de acessibilidade é que esta

ferramenta é disponibilizada de forma totalmente gratuita na Internet. Um

sistema de fácil instalação é com uma interface totalmente amigável.

É fundamental que as Instituições privadas, órgãos governamentais,

entidades filantrópicas, ongs, escolas e universidades públicas e privadas,

igrejas, etc, disponibilizem o programa em computadores locais, ampliando a

acessibilidade para os portadores de necessidade especial visual.

Várias Instituições já trabalham usando ou divulgando o uso do

DOSVOX. Abaixo destacamos algumas delas disponibilizadas no site do

projeto:

ADEVA - Associação de Deficientes Visuais e Amigos

A missão da ADEVA é promover a inclusão do deficiente visual na sociedade

por meio de uma educação global integrada e de sua capacitação, reciclagem

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29 profissional e inserção no mercado de trabalho, preparando-o para o pleno

exercício da cidadania.

Associação dos Cegos em Juiz de Fora

O lema da instituição é "Em Juiz de Fora cego não pede esmola".

APACE - Associação Paraibana de Cegos

A APACE visa prestar assistência a crianças, adolescentes, jovens e adultos

portadores de deficiência visual, nas áreas de educação reabilitação,

profissionalização, cultura, esportes e lazer, funciona como escola, até a 4ª

série do Ensino Fundamental, nos regimes de internato, semi-internato e

externato.

Conselho Brasileiro para o Bem Estar dos Cegos

O CBBEC é uma entidade que trabalha visando proteger o interesse da

coletividade de pessoas cegas, ou de interesse das instituições filiadas.

DEFNET

O DefNet foi primeira página em português sobre o tema das Paralisias

Cerebrais, que se ampliou como um Banco de Dados On Line .

Fundação Dorina Nowill para Cegos

A Fundação se dedica especialmente à produção de livros em Braille,

possuindo equipamentos industriais de grande capacidade de impressão, e

produzindo material braille de excelente qualidade para todo Brasil.

Instituto de Cegos "Padre Chico"

O Instituto de Cegos "Padre Chico", proporciona hoje aos seus assistidos o

verdadeiro amparo social e a assistência cristã.

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30 Laramara - Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual

A Laramara é um centro de referência nacional no atendimento ao deficiente

visual. Foi uma das primeiras instituições a apoiar o Projeto DOSVOX

contribuindo de forma decisiva para sua disseminação.

Portal Ler Para Ver

Este portal destina-se a pessoas portadoras de deficiência e está concebido de

forma a facilitar a navegação por qualquer pessoa, nomeadamente cegos e

amblíopes. Os livros digitalizados deste site de Portugal estão armazenados

nos servidores do Projeto DOSVOX.

Sociedade de Assistência aos Cegos (Fortaleza - CE)

A SAC é uma importante instituição do Ceará, que é referência em

atendimento, suporte e educação de pessoas cegas. Foi a pioneira e uma das

mais importantes instituições que disseminaram o Dosvox em nosso país.

SOCERN - Sociedade dos Cegos do Rio Grande do Norte

A SOCERN, surgiu da necessidade de uma entidade que mobilizasse as

pessoas cegas deste Estado, conscientizando-as de seus direitos e interesses,

através de participação e realização de Congressos e Seminários a nível local

e Nacional.

União dos Cegos do Rio Grande do Sul

A UCERGS, com sede na cidade de Porto Alegre, RS, tem como um de seus

maiores objetivos promover atividades educacionais, culturais, profissionais,

assistenciais e sociais.

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31 Universidade Estácio de Sá

A Universidade disponibiliza, nas bibliotecas da rede, computador com a

Instalação de Programa DOSVOX para uso de alunos e pessoas da

comunidade portadoras de necessidade educacional especial visual.

O projeto DOSVOX abriu novos espaços a uma parte significativa da

população brasileira, que tem um potencial imenso a ser explorado, caso lhes

sejam fornecidas as ferramentas e oportunidades convenientes. É inegável

que com a disseminação do sistema DOSVOX, que é o mais adaptado à

realidade brasileira, da imensa maioria dos portadores de necessidade

educacional especial visual, essas pessoas tornaram-se mais produtivas e em

quase todos os casos, indivíduos mais integrados à sociedade.

O DOSVOX pode ser analisado como uma ferramenta tecnológica sem

a qual, a situação do portador de necessidade educacional especial visual

ficaria muito mais difícil. Entretanto, cabe ressaltar que para que ela possa

continuar contribuindo para atender as aspirações e expectativas de seus

usuários, são necessárias ações continuadas, e que sejam aplicadas ao maior

número de indivíduos em nosso país. Isso depende do esforço de todos: um

esforço social e político, e do desenvolvimento técnico no sentido de

aperfeiçoar o sistema de acordo com as tecnologias emergentes.

Em anexo, estaremos disponibilizando um manual do Programa

DOSVOX.

.

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32

CONCLUSÃO

Analisando a questão do portador de necessidade educacional especial

dentro de um contexto histórico nacional, em um país com dimensões

continentais, onde as desigualdades sociais, educacionais e tecnológicas são

profundas e complexas, pode ser inferir que muito ainda há de se fazer para

promover a inclusão social, educacional e tecnológica no país.

As tecnologias que hoje nos rodeiam, não nasceram do nada, são

realizações históricas, resultado das condições de cada sociedade em sua

época, de acordo com seus embates políticos, dominação econômica,

realizações culturais. Assim como outras tecnologias do passado da

humanidade, já impuseram transformações profundas. Algumas delas já

causaram desigualdade e exclusão não só tecnológica mais principalmente a

social, que independe da vontade do indivíduo, ou de um conceito pré-

concebido, mais da possibilidade de acesso e econômica, o que gera um

distanciamento social cada vez maior. Hoje, talvez uma das grandes

diferenças entre o caminhar da humanidade em prol do desenvolvimento

tecnológico-científico é que em outros tempos, as transformações eram lentas,

quase imperceptíveis. Agora, elas acontecem a todo instante, de uma forma

vertiginosa. Forma esta que para muitos continua excludente por que a maioria

da sociedade de baixa renda não tem acesso a ela. Em particular, no caso

brasileiro, onde coexistem pobreza e riqueza, desenvolvimento, mais também

atraso, um alto nível de sofisticação tecnológica, em sua maioria, advinda de

instituições e empresas estrangeiras e ao mesmo tempo a ausência de

atendimento às necessidades sociais básicas. Percebemos ainda, grandes

distorções quantitativas e qualitativas no aspecto do panorama nacional.

De acordo com Moran:

“Trata-se de aliar a formação ético-humanística aos desafios

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tecnológicos-ciêntificos, sob pena de construir uma sociedade

produtiva e, ao mesmo tempo, agressiva, racional e desumana,

acentuando os problemas e as injustiças sociais. O homem

precisa se apropriar da técnica e colocá-la a seu serviço,

buscando uma melhor qualidade de vida para si e para seus

semelhantes. O inegável desenvolvimento científico e tecnológico

leva a refletir sobre a dicotomia homem-máquina. Essa

questionável relação precisa adquirir sentido e significado,

observando-se, criteriosamente, os impactos das tecnologias

sobre a sociedade e sobre a cultura.” ( Moran, 2000, p.72)

Moran fala ainda a respeito do papel do professor dentro desse

processo: “A tecnologia precisa ser contemplada na prática pedagógica do

professor, de modo a instrumentalizá-lo a agir e interagir no mundo com

critério, com ética e com visão transformadora”. ( Moran, 2000, p.73).

Ainda falando acerca da visão transformadora que na verdade é

aquela que faz a diferença, é comentada por Moran:

“ Com a visão de que a tecnologia está a serviço do

homem e pode ser utilizada como ferramenta para

facilitar o desenvolvimento de aptidões para atuar

como profissional na sociedade do conhecimento, os

professores precisam ser críticos para contemplar

em sua prática pedagógica o uso da informática,

oferecendo os recursos inovadores aos alunos.”

(Moran, 2000, p 96)

Algumas iniciativas, tem sido tomadas e como podemos analisar no

Capítulo IV, o empenho e esforço inicialmente pessoal e de uma equipe para

o desenvolvimento de um projeto pioneiro no país, o programa DOSVOX, que

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34 veio minimizar as dificuldades no processo acadêmico, e porque não afirmar

no social e profissional, uma vez que o Sistema DOSVOX permite

acessibilidade ao mundo globalizado através da Internet, dando autonomia ao

usuário.

No entanto não basta apenas que a iniciativa privada exerça seu papel.

Tem que existir parcerias entre as Instituições governamentais desenvolvendo

e disponibilizando tecnologia para uso do portador de necessidade educacional

especial a um custo baixo. Assim como a iniciativa privada deve trabalhar em

parceria, divulgando, implementando o uso das tecnologias em seus

ambientes corporativos e abrindo postos de trabalho. Tem que existir interesse

político, não só no sentido de elaborar as legislações, que é claro tem o seu

mérito, mas que, no entanto, não resolve na realidade prática da vida. Faz-se

necessário, que essas medidas legislativas sejam implantadas e que haja uma

fiscalização rigorosa da sociedade no sentido de se fazer cumprir as políticas

públicas.

A parceria da iniciativa privada é fundamental, abrindo portas de

emprego, onde o portador de necessidade especial possa desenvolver suas

habilidade e com a ajuda das tecnologias disponibilizadas possa desempenhar

seu papel como cidadão, que muito tem a contribuir, com seu talento e

capacidade. Tendo a oportunidade de mostrar sua competência, conquistada

com um esforço contínuo e de superação.

Cabe aqui ratificar a fala de Mitller (2003), transcrita na introdução

deste trabalho, quando afirma que: “ A inclusão é uma visão, uma estrada a

ser viajada, mas uma estrada sem fim, com todos os tipos de barreiras e

obstáculos, alguns dos quais estão em nossas mentes e em nossos corações”.

Prova de que muitas barreiras podem ser vencidas são exemplos

como o do sr. Paulo Roberto Barbosa, contador e bacharel em Teologia que

aos 35 anos, após uma pequena cirurgia para retirada de um princípio de

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35 catarata, acabou ficando cego. Abaixo transcrevo parte de seu relato e de

como o Dosvox trouxe uma nova esperança para sua vida:

“Após perder a visão e paralisar minhas atividades pastorais e missionárias, sentia-me inutil e sem perspectivas futuras. Porém, ao voltar de minha segunda viagem aos Estados Unidos, ouvi em uma emissora de rádio, uma entrevista com um deficiente visual que propagava a existência de um Projeto da UFRJ, que capacitava os cegos, através de um computador, ler e escrever independente de ajuda externa. Fiquei emocionado e empolgado, embora receoso de que aquilo estaria muito além de minhas posses financeiras. Depois de alguns dias de tentativa, junto à radio, buscando conseguir o telefone do entrevistado, tive a minha perseverança recompensada. Consegui o telefone, e através daquele homem, cheguei aos líderes do Projeto Dosvox. Parecia um sonho, mas eu estava começando a ter esperanças outra vez! Um jovem, Luis Cândido me deu toda atenção, e mais do que isso, forneceu-me um "kit Dosvox". Eu ainda não possuía um computador mas isso era o de menos... eu conseguiria! Com ajuda de amigos adquiri meu micro e quase chorei quando, ao instalar os softs do Projeto, ouvi pela primeira vez: "Dosvox, o que voce deseja?". Daquele dia em diante, minha vida se transformou completamente. Podia escrever minhas cartas, ler arquivos, buscar sozinho o telefone dos amigos (eu não sei ler braille até hoje), podia até mesmo brincar um pouco para descontrair, pois, eu agora também tinha alguns jogos à minha disposição. A vontade de aprender a usar tudo aquilo era tão grande, que não desgrudava do computador e poucos dias mais tarde já podia escrever meus textos usando quase todos os comandos. O Antonio líder do Projeto, o Marcelo, estudante cego e programador do Projeto, e o Renato, do apoio aos usuários, me ajudaram muito, além do Luis Cândido (já falecido), é claro. O tempo foi passando, novos programas foram acrescentados e hoje, não tenho qualquer dificuldade para: mandar e receber cartas para todo o mundo, imprimir folhas para envio por correio comum, enviar fax, criar arquivos de cadastro de qualquer natureza, ler os jornais diários e as revistas disponíveis na rede, ler as Homepages e até mesmo criar essa Homepage que voce está lendo! Com o Projeto Dosvox, posso continuar meu ministério pastoral e missionário, posso preparar mensagens de edificação e ânimo, pois, também temos à disposição a Bíblia Sagrada, completa e falada! O deficiente visual não esta mais limitado, o Projeto Dosvox deu-lhe "asas" para que possa "voar" para onde quiser!”

Caso tenha interesse em conhecer toda a história poderá fazer uma

visita na página da Internet produzida pelo próprio Prs. Paulo Barbosa, no

endereço http://intervox.nce.ufrj.br/~tprobert/pessoal.html.

Assim como o exemplo de Paulo, poderíamos destacar outros tantos,

com histórias de esforço e superação. Alguns que conviveram com a ausência

da visão deste o nascimento e outros que a perderam aos poucos, ainda na

infância, adolescência ou até em sua vida adulta. E o que parecia um drama

definitivo, onde não haveria espaço para mais nada, uma escuridão completa e

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36 total de vida, de esperança e sonhos não realizados e que não poderiam

mais acontecer. Começam a brotar a partir de possibilidades que o permitam

interagir com o meio, a voltar a fazer parte da sociedade como um todo.

Poderia citar mais alguns outros exemplos, como o de Marcelo já citado

no capítulo IV. Temos o exemplo de um estudante Curso de Letras de uma

universidade no Rio de Janeiro. Um rapaz jovem, que como ele mesmo afirma

dormiu enxergando e acordou cego. E todos perguntariam? Mas como pode

isso? E por mais que possamos duvidar desse relato, isso sim é possível. Ele

foi vítima a quatro anos atrás, de uma doença transmitida pelo pombo

conhecida por toxoplasmose. Alex, esse é o seu nome, já trabalhava como

técnico em informática o que facilitou bastante sua interação com o DOSVOX

que passou a conhecer após o acidente. Um outro senhor, que por

coincidência também é Paulo, estudante atualmente do curso de direito da

mesma universidade em que Alex estuda, encontrou um pouco mais de

dificuldades, tendo em vista que não estava acostumado a utilizar computador.

Ou seja, ele estava excluído tecnologicamente falando, e passou a conviver

com a exclusão da deficiência visual. Ele deve a oportunidade de conhecer o

DOSVOX na universidade em que estuda, que disponibiliza um computador

com a instalação do programa para atendimento aos alunos que sejam

portadores de necessidade educacional especial visual ou mesmo para

atendimento a comunidade.

Um dos axiomas no processo inclusivo e fator determinante para

qualquer possibilidade de inclusão social é o respeito pelas especificidades.

E entender que somos todos pessoas únicas e que independente de

possuirmos alguma necessidade educacional especial, seja ela visual como foi

o tema abordado nesse trabalho, ou outra que dificulte o processo de inserção

social e tecnológica. Temos que trabalhar em conjunto, independente das

especificidades, em prol de um mundo melhor, mais humano em que todos

tem condições e oportunidades iguais para desenvolver seu potencial humano.

Finalizamos com a afirmativa de Mitller:

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“A rua de acesso à inclusão não tem um fim porque ela é,

em sua essência, mais um processo do que um destino. A

inclusão representa, de fato, uma mudança na mente e

nos valores para as escolas e para a sociedade como um

todo, porque, subjacente à sua filosofia, está aquele aluno

ao qual se oferece o que é necessário, e assim celebra-se

a diversidade” (Mitller, 2003, p. 36).

A inclusão começa, quando percebemos que fazemos parte do

processo. As dificuldades existem para uns de maneira mais acentuada, para

outros nem tanto. Cabe analisar com o que cada um tem contribuído para

minimizar ou melhorar o problema das grandes questões sociais e tecnológicas

para o portador de necessidade educacional especial visual. Espero que de

alguma maneira este trabalho, que na verdade apenas inicia um breve pensar

sobre o assunto proposto, venha servir de instrumento para futuras reflexões.

Com fé, otimismo e busca continua, em prol de um ideal, pode-se

conquistar espaços na sociedade e fazer uso das oportunidades já existentes.

Imagine o que pode ser construído com o esforço coletivo para o

desenvolvimento de tecnologias que venham a minimizar a exclusão social e

promover um processo contínuo de inclusão social, educacional e tecnológica.

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<http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/download.htm> Acesso em 03 de maio de

2009.

Ferramentas do sistema Dosvox. Disponível em: <

http://intervox.ufrj.br/dosvox/ferramentas.htm > Acesso em 03 de maio de

2009.

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39

GIL, Marta Esteves de Almeida; ANDRADE, Geraldo sandoval de. Cegueira e

deficiência visual: uma abordagem sociológica. São Paulo: FACE, 1989. 46

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GIL, Marta. Educação inclusiva: o que o professor tem a ver com isso? Disponível

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Instituto Benjamin Constant. Disponível em: http://www.ibc.gov.br/?catid=5&itemid=73. Acesso em 21 de maio de 2008.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. Tradução Carlos Irineu da Costa. 2. ed. São

Paulo: Ed. 34, 2007. 260 p.

LITTO, Frederic M.; FORMIGA, Marcos. (Orgs). Educação a distância: o

estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. 461p

Manual do Dosvox . Disponível em : <

http://www.muz.ifsuldeminas.edu.br/modules/noticias/documentos/manual_dos

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MASINI, Elcie F. Salzano (Org.). Do sentido- pelos sentidos- para o sentido.

Niterói: Intertexto, 2002. 303 p.

MITTLER, Peter. Educação Inclusiva: contextos sociais. Porto Alegre: ARTMED, 2003. 264p.

MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida.

Novas tecnologias e mediação pedagógica. 10. ed. São Paulo: Papirus,

2006. 173 p.

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40 LAROSA, Marco Antônio; AYRES, Fernado Arduini. Como produzir uma

monografia. 7.ed. Rio de Janeiro: Wac, 2008. 89 p.

PATACO, Vera Lúcia Paracampos; RESENDE, Érica dos Santos; VENTURA,

Magda Maria. Metodologia para trabalhos acadêmicos e normas de

apresentação gráfica. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

Projeto Dosvox. Disponível em: http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/ . Acesso em

03 de maio de 2009.

RIBAS, João Baptista Cintra. Que são pessoas deficientes. 5. ed. São Paulo:

Brasiliense, 1993. 103 p. il.

REZENDE, Flávia Amaral. Educação especial e a EAD. In: LITTO, Frederic

M.; FORMIGA, Marcos. (Orgs). Educação à distância: o estado da arte. São

Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. 129 a 140p.

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ANEXO

MANUAL DO DOSVOX

COMO INSTALAR O DOSVOX EM SEU COMPUTADOR?

O sistema DOSVOX está disponibilizado gratuitamente para download, com todas as suas versões no endereço :

http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/download.htm#completo.

COMO ACESSAR O SISTEMA? Para acessar o DOSVOX utilizar sua tecla de atalho: Ctrl+Alt+D O Sistema DOSVOX perguntará: "DOSVOX: O que você deseja?" OPÇÕES: O programa fornece o menu de opções disponíveis. Teclar "F1" ou a seta de movimentação para baixo ( ) e para cima ( ) As principais opções no menu são:

• t = Testar teclado • e = Editar texto • l = Ler texto • i = Imprimir • a = Arquivos

• Outras opções: • d = verificar discos • j = jogos • u =utilitários falados • r = acesso à rede e Internet • m = multimídia • p = executar um programa qualquer • s = subdiretórios

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42 • v = vai para outra janela • c = configura o DOSVOX • * configuração avançada do DOSVOX • q = informa a quem pertence este DOSVOX

F1 – ajuda Esc- sai do programa atual e do DOSVOX 1) T- TESTAR TECLADO É utilizado para que o usuário aprenda a localização de cada tecla. Conforme o usuário procede à digitação dos caracteres, o programa vai falando. Utiliza-se como referência as teclas f e j por terem uma marcação em relevo na parte inferior das mesmas. Assim como na parte numérica a marcação fica no número 5. O sintetizador de voz diferencia as letras maiúsculas nas minúsculas através da voz masculina (caixa alta – Caps Lock ) e feminina (caixa baixa – minúscula ). 2) E- EDITAR TEXTO (EDIVOX) É o programa de edição de textos, permitindo que o usuário digite-os para posterior gravação ou impressão. A digitação/teclagem é idêntica a uma máquina de escrever convencional, mas neste sistema cada tecla é falada pela placa de som. Durante a digitação o texto também aparecerá na tela do computador para que um eventual observador (visual) possa acompanhar o trabalho. Ao acionar o Edivox o programa emitirá seguinte frase: "Edivox: Qual o nome do arquivo?" Até a versão 3.0 o nome do arquivo deveria conter no máximo 8 caracteres. A versão 3.1 já aceita nomes maiores. Após o nome podemos digitar um ponto e a extensão (que se refere ao tipo do arquivo, composto por geralmente três caracteres) Após digitar o nome devemos teclar Enter. Assim o programa emitirá a mensagem: "Arquivo novo", caso o arquivo seja novo ou "Arquivo carregado", caso o arquivo já exista. A partir deste momento cada tecla digitada será emitida pelo sintetizador. Para que o usuário possa localizar-se na tela existe o chamado "Cursor", que indica a posição da letra ou caracter. A medida que procedemos a digitação, o cursor vai se deslocando para a direita. Comandos do Edivox Comandos para movimentação do Cursor: SETA ESQUERDA - move o cursor um caractere para a esquerda

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43 SETA DIREITA - move o cursor um caractere para a direita SETA CIMA - move o cursor uma linha para cima SETA BAIXO - move o cursor uma linha para baixo HOME - posiciona na coluna 1 da linha END - posiciona após a última coluna escrita da linha ENTER - move o cursor uma linha para baixo. Deixa o cursor na coluna 1 PAGE UP - volta 15 linhas de texto. Deixa o cursor na coluna 1 PAGE DOWN - avança 15 linhas de texto. Deixa o cursor na coluna 1 CTRL PG UP - vai para o início do texto (linha 1 e coluna 1) CTRL PG DOWN - vai para o fim do texto (última linha, coluna 1) CTRL DIR - vai para a palavra à direita CTRL ESQ - vai para a palavra à esquerda CTRL HOME - vai para a posição imediatamente acima (continua na mesma coluna e sobe uma linha). CTRL END - vai para a posição imediatamente abaixo (continua na mesma coluna e desce uma linha) CTRL SETA CIMA - sobe uma linha e procede a leitura da mesma CTRL SETA BAIXO - desce uma linha e procede a leitura da mesma CTRL G - posiciona o cursor em uma linha específica (devemos digitar o n° da linha e teclar Enter) TAB - equivalente a teclar 4 espaços. Comandos para deletar caracteres: BACKSPACE - remove o caractere a esquerda do cursor DEL - remove o caractere à direita do cursor CTRL BACKSPACE - apaga toda uma palavra (o cursor pode estar em qualquer letra desta palavra) CTRL D - apaga à direita do cursor CTRL S - apaga à esquerda do cursor CTRL Y - remove a linha atual, ou seja, aquela onde está localizado o cursor. CTRL U - recupera a linha que acabou de apagar. Comandos de substituição de texto: F5 - procura uma palavra no texto. Se encontrar posiciona o cursor antes da mesma (lendo a partir dela) CTRL F5 - procura mesma a palavra do último F5 novamente. F6 - substitui um texto ou palavra por outra Obs.: o DOSVOX procede a leitura a partir da posição do cursor. Comandos de leitura: F1 – fala a próxima palavra. Movendo-se o cursor para uma posição, e apertando-se F1 várias vezes, cada palavra desta linha será falada. CTRL F1- lê a linha inteira do texto, a partir do cursor. Para interromper a fala, aperte qualquer tecla ALT F1 - lê o restante texto, do ponto em que o cursor está até o fim

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44 F4 – ativa/desativa a fala durante a digitação CTRL F4 – troca a velocidade da fala Comandos para inserção de linhas: ENTER - vai para a próxima linha CTRL ENTER- insere uma linha acima da atual, empurrando esta última para baixo INS - Quando o número de linhas a inserir é muito grande, pode-se usar opcionalmente a tecla INS. Ela aciona um modo de trabalho chamado "auto inserção de linhas com ENTER". Neste modo de trabalho, quando se aperta ENTER, uma nova linha é automaticamente criada abaixo desta. CTRL Q – quebra uma linha em duas. Se mandarmos quebrar uma linha quando o cursor estiver na última posição, a linha seguinte é juntada ao fim da atual, deixando-se um espaço entre elas. Margens: O EDIVOX mantém controle de duas margens. Normalmente a esquerda é a coluna 1 e a direita a coluna 72. Quando apertamos ENTER, o cursor se posiciona na margem esquerda da próxima linha. Quando estamos datilografando e chegamos à margem direita, uma nova linha é inserida abaixo desta e aí continua a teclagem. F10 - seleciona novas margens. Neste caso soará a mensagem: "Digite coluna da margem esquerda: " Você deverá teclar a coluna e depois apertar ENTER. "Digite coluna da margem direita: " Você deverá teclar a coluna e depois apertar ENTER. Comandos de Bloco: CTRL B + I- marca início do bloco CTRL B + F- marca fim de bloco Uma vez que o bloco esteja marcado diversas operações podem ser realizadas: CTRL B + C - copia o bloco selecionado para a linha do cursor CTRL B + M - move o bloco selecionado para a linha do cursor CTRL B + R - remove bloco CTRL B + O - ordena o bloco (em ordem alfabética) CTRL B + E - embeleza o bloco, colocando-o dentro das margens Opções de embelezamento de bloco: C - centra o bloco entre as margens A - alinha o bloco com as margens para que o texto fique alinhado na margem direita. M - remargeia o texto (sem alinhar perfeitamente) T- tabula o bloco em certa coluna I- identa o bloco em um "n" colunas para dentro

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45 CTRL B + G - grava o bloco marcado em um arquivo (se o arquivo já existe, grava por cima dele) CTRL B + L - lê um arquivo, inserindo-o no lugar do cursor (insere um arquivo dentro de outro) CTRL B + P - assume este parágrafo como sendo o bloco CTRL B + A - adiciona o bloco selecionado ao fim do arquivo CTRL B + J - justifica o parágrafo do cursor e desmarca o bloco CTRL B + S - envia bloco para o servidor de fala CTRL B + D - desmarca o bloco Arquivamento e saída do Edivox: ESC- sai do Edivox F2- salva o arquivo F3- abandona o arquivo atual sem gravá-lo e vai para outro CTRL X - grava o arquivo e termina o Edivox sem perguntar Modo de Comando do Edivox: Como o Edivox possui dezenas de comandos, fica muitas vezes difícil lembrar-se deles. Para isso, o programa possui um "modo de comando". Utilizando a tecla F9 o computador pergunta: "Qual comando? " Para saber as opções tecle F1. As opções são: C - comandos de cursor L - comandos de linha P - comandos de procura e substituição de textos M- comandos de margem A - comandos de arquivo B - comandos de bloco F - comandos de fala I - comandos de configuração/instalação E - letras especiais (entra no modo de letras especiais, o mesmo que CTRL E) C - Comandos de cursor: (F9 C) - vai para o início do texto + vai para o final do texto A avança parágrafo R recua parágrafo P posiciona em certa linha I apaga início da linha F apaga fim da linha L informa Linha C informa Coluna M memoriza posição do cursor V volta cursor à posição memorizada

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46 L - Comandos de linha: (F9 L) I insere uma linha acima A insere linha abaixo R remove linha V volta linha removida Q quebra linha em duas J Junta duas linhas (mas ultrapassa as margens) P - Comandos de procura: (F9 P) P procura texto N busca de novo T troca palavras por outras M - Comandos de margem: (F9 M) M informa margens T nova coluna de tabulação R remove todas tabulações A - Comandos de arquivo: (F9 A) I informa o nome do arquivo S salva arquivo e continua N edita um novo arquivo C salva como outro arquivo (réplica) F salva e fim A abandona sem gravar X exporta formato IBM B - Comandos de bloco: (F9 B) I início do bloco F fim do bloco M Move o bloco C Copia o bloco A adiciona o bloco a um arquivo O Ordena bloco R Remove bloco D desmarca bloco L lê arquivo gerando bloco (insere um arquivo dentro de outro) G grava bloco em arquivo E embeleza bloco: C centra bloco M acerta margens A alinha com margens T tabula pela esquerda do bloco I intenta o bloco P parágrafo vira bloco J justifica o parágrafo do cursor S envia para servidor de fala

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47 F - Comandos de acionamento da fala: (F9 F) L fala resto da linha T fala resto do texto I fala início da linha I - Comandos de configuração/instalação: (F9 I) F fala I inserção com enter A acentuação S soletragem Q quebra de linha automática V velocidade Outros comandos: F8 - informa a hora atual. CTRL F8 – informa a data CTRL L - informa a linha atual do cursor. CTRL K - informa a coluna atual do cursor. CTRL E – entra uma letra especial. Exemplo: o: ozinho, a:azinho (digita-se CTRL E + letra) Regras para digitação de texto e posterior impressão em braille: - Títulos: deixar mais ou menos 12 espaços ou 3 Tabs (de 0,5cm cada - padrão) para que fiquem um pouco recuados ou mais ou menos centralizados; - Texto destacado: sublinhado no começo de cada palavra que quer destacar; - Parágrafo: deixa 1 tab (de 0,5cm); - Continuação de um texto: digitar normalmente na coluna 1; - Itens: deixar um espaço em branco no início (começar na coluna 2); - Pular a página: -<p> - Forçar um espaço em branco: ' 3) L- LER TEXTO Através do LeitorVox o DOSVOX procede a leitura de um arquivo. Ao acionarmos este programa, o DOSVOX solicitará o nome do arquivo a ler, que deve ser informado pelo usuário. As opções são: F1- ajuda F3- troca de arquivo F4- altera parâmetro de síntese (velocidade da leitura) F5- procura um texto (lendo-o a partir desta posição) F7 – avança várias linhas (o programa solicita o número de linhas a avançar) Enter – continua ou interrompe a leitura Esc- termina leitura 4) I– IMPRIMIR

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48 Através desta opção o DOSVOX irá proceder a impressão de um arquivo. Para isso ele solicitará o nome do arquivo a imprimir, através da pergunta: "Digite o nome do arquivo:" e após ele perguntará: "Impressora comum, formatada ou braille?" Impressora comum e formatada são opções para as impressoras normais. 5) A- ARQUIVOS Nesta opção o DOSVOX irá ecoar o número de arquivos do diretório corrente (que por padrão é C:\Winvox). Para que possamos visualizar/ouvir o nome dos arquivos utilizamos as setas de movimentação cima ou baixo. Ao localizar o arquivo desejado podemos utilizar as seguintes e- editar texto i- imprimir l- leitor vox (lê o arquivo) a- apaga (este arquivo, mas antes disso pede confirmação) x- executa o arquivo (p. ex. se for texto, entra no Edivox) d- dados sobre o arquivo (tamanho, data e hora de criação) p- proteger ou desproteger n- trocar o nome (renomeia o arquivo) c- tirar uma cópia dele (apresenta as seguintes opções:) d- copiar este arquivo para outro diretório t- copiar todos os arquivos para outro diretório r- criar réplica deste arquivo (o programa solicitará outro nome para o arquivo) m- mover todos os arquivos para outro diretório g- selecionar grupos de arquivo (para isso devemos informar a máscara de seleção) Obs.: A máscara de seleção refere-se a um caracter que substituirá outro(s) caracter(es). Por exemplo: máscara ou curinga "?" substitui um caracter qualquer ao passo que a máscara "*" substitui um grupo de caracteres. Por exemplo: Se queremos selecionar apenas os arquivos do tipo texto, digitamos *.txt e se queremos selecionar apenas os arquivos que começam com a letra "a", digitamos a*.* 6) J- JOGOS Esta ferramenta visa além do entretenimento, um aperfeiçoamento do uso do teclado. De uma forma lúdica o usuário tem noções de direção, raciocínio, e treina memória, entre outros. Opções: f- Jogo da forca (Forca Vox) m- Jogo da memória (Memória Vox) i- Jogo da mistura de sons (Mistura Vox) n- Nimvox o jogo dos Palitinhos (NimVox) s- Jogo da senha (SenhaVox)

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49 q- Questionário automático (QuestVox) 3- Jogo 3X3 (3X3Vox) p- Paciência (Paciência Vox) v- Dados sobre sua vida (VidaVox) c- Cata palavras (CataVox) o- Oráculo Chinês (I ChingVox) l- Letravox (LetraVox) u- Jogo da Sueca (SuecaVox) y- Fuga de San Quêntin (Squentin) e- Explorador da Caverna Colossal t- Contavox – Jogo da Tabuada (ContaVox) x- Letrix o jogo das palavrinhas (Letrix) Abaixo segue explicação de cada um dos jogos: n Forca Vox: (jogo da forca). Ao entrar no jogo da forcavox, o computador irá selecionar aleatoriamente uma palavra do seu banco. Para saber quantos caracteres a palavra selecionada tem, basta prestar atenção no número de bips que o computador faz. Para jogar simplesmente o usuário deverá digitar uma letra; se acertar o computador irá inseri-la na palavra, se errar, o computador começará a "enforcá-lo". E para ver/ouvir a sua situação, o usuário deve pressionar a barra de espaço. n Memória Vox: (jogo da memória). Existem vários níveis de dificuldade (de 1 a 9). No Memória Vox o computador digitaliza uma seqüência de caracteres, começando com um e aumentando gradativamente. O usuário deverá ser capaz não só de lembrar a seqüência dada, mas também localizar as teclas e digitar a mesma seqüência. Se acertar o computador irá aumentar mais um caracter. No final, se acertar todas as seqüências, o usuário será o "vitorioso". n Mistura Vox: (jogo de mistura de sons). Apresenta para o usuário um som partido e misturado. O jogador deverá então encontrar a ordem do som original, representada por números de 1 a 9. O nível de dificuldade pode ser escolhido previamente (varia de 3 a 9). n Ninvox: (jogo dos palitinhos). É um jogo de origem chinesa que apresenta cinco linhas, cada uma contendo um número específico de palitinhos que será informado pelo computador. Em cada jogada o usuário deverá escolher a linha e o número de palitinhos que deseja retirar dessa linha. Quem ficar para retirar o último palitinho, perde. n Senhavox: (jogo da senha). Neste jogo o usuário deverá ser capaz de adivinhar a senha gerada pelo computador. Esta senha é composta de 4 números (variando de 0 a 5 e não repetidos). Durante o jogo, o computador fornecerá algumas dicas de como o usuário está "se saindo":

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50 PLIM- significa que o usuário acertou o número e a posição do mesmo; POIN- acertou o número mas não a posição; CLEC- o número digitado não faz parte da senha. São permitidas no máximo 10 tentativas. n Questvox: (questionário automático): Criação de questionários. É um programa destinado a aplicar questões de múltipla escolha, como por exemplo, em provas, jogos didáticos, estatísticas e outros. As respostas do usuário ficam registradas em um arquivo chamado "resposta.txt", que irá conter o nome de todas as pessoas que fizeram aquele teste, a lista de respostas e os pontos obtidos. n 3X3Vox: (Jogo 3 X 3). Apresenta um tabuleiro de 9 casas dispostas em 3 linhas, 3 colunas e 8 peças numeradas de 1 a 8. Utiliza-se o cursor para mover as peças. Um espaço em branco (vazio) fica no lugar onde a peça foi retirada. O objetivo do jogo é deixar as peças todas em ordem e a última vazia. n Paciência Vox: (Paciência). O jogo usa cartas de baralho dispostas inicialmente em 7 colunas. A primeira com uma carta, a segunda com duas cartas e assim sucessivamente até a sétima coluna com sete cartas. Além dessas colunas temos também uma área para serem colocadas as pilhas dos quatro naipes, que serão arrumados posteriormente por naipe e em ordem crescente, e finalmente o restante do baralho com as cartas que serão tiradas de três em três.O objetivo do jogo é transferir todas as cartas das colunas e do restante do baralho para as pilhas de naipes, completando-se assim os quatro naipes (do Ás ao Rei). As cartas das sete colunas serão transferidas de coluna para coluna e de coluna para pilha de naipes de acordo com alguns critérios. De coluna para coluna: A cartas serão dispostas em ordem decrescente, com naipes diferentes. De coluna para pilha de naipes: As cartas deverão ser arrumadas nas pilhas em ordem crescente (da carta menor Ás para a maior Rei) e do mesmo naipe. Para saber os comandos de movimentação, pressiona-se F1. Alguns comandos: Comandos de coluna: - Dir e Esq: vai para a próxima coluna - Cima e Baixo: escolhe a parte desejada desta coluna - Enter: move cartas selecionadas para outra coluna - Del: move da coluna atual para a pilha de naipes - Pg Up: lê toda a coluna - Home: informa cartas selecionadas Comandos de baralho: - Tab: dá as cartas - Espaço: move do baralho para a coluna atual - End: relê as três últimas cartas tiradas Comandos da pilha: - Pg Dn: lê as pilhas das quatro naipes - Bs: move do baralho uma pilha de naipes

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51 - Ins: move de uma pilha de naipes para a coluna atual Outros comandos: - F1: ajuda - F8: mostra o tempo do jogo - Esc: cancela o jogo n Vidavox: (Dados sobre sua vida). Sistema criado em 1997 por Airton Simile Marques – Curitiba/PR, que, baseado na data de nascimento informada pelo usuário apresenta os dados astrológicos do mesmo. Os dados foram retirados do Almanaque de Dirce Alves. n Catavox: (Cata Palavras). O objetivo deste jogo é localizar uma série de palavras (fornecidas previamente ao usuário) num tabuleiro que contém uma "Sopa de Letras". As palavras estão imersas nesta "Sopa de Letras", podendo encontrar-se na horizontal, vertical, diagonal ou de traz para frente (dependendo do nível de dificuldade). Para se caminhar nesta sopa, usam-se as setas, e também as teclas Home, End para movimentos de 45 graus para a esquerda, e Page Up e Page Down para 45 graus a direita. Pode-se opcionalmente usar o teclado numérico, em que a disposição das teclas é intuitiva inclusive para os movimentos diagonais. Para marcar uma palavra localizada, deve-se estar no início desta e teclar Enter. O programa perguntará a direção da palavra, o que deve ser indicado com as mesmas teclas de movimento. Tecle espaço para saber o tempo, e quantas palavras faltam. Tecle F1 para saber as palavras buscadas. n Ichinvox: (Oráculo Chinês – I Ching). Este programa apresenta uma automatização do processo de consulta ao I Ching, através da simulação da jogada de moedas pelo acionamento de teclas. O método original é o seguinte: a) São realizadas 6 jogadas com 3 moedas e computadas as somas de cada jogada, considerando-se que cara vale 2, coroa vale 3; b) Cada uma dessas jogadas pode obter apenas as somas 6, 7, 8, 9. Associa-se a cada um desses valores os símbolos a seguir: 7 ou 9 - um segmento de reta (linha cheia) 6 ou 8 - esse segmento com um pedacinho faltando no meio (linha quebrada); c) Essas linhas vão sendo empilhadas de baixo para cima para formar um desenho. Esse desenho, também chamado "hexagrama" pode ser dividido em dois "trigramas", o inferior e superior. Esses trigramas fazem referência a arquétipos (modelos) básicos; d) Cada hexagrama é associado a um texto, dividido em duas partes: julgamento e imagem. Esses textos apresentam as informações que contém a resposta. Normalmente esses textos são escritos na forma de metáforas. Esse texto é chamado DIAGNÓSTICO, e representa a explicação da situação ou momento atual. De acordo com seus desenvolvedores, o I Ching não é um brinquedo e sim uma poderosíssima ferramenta de auto-análise, seus textos foram escaneados do livro "I Ching", de Richard Wilhelm, criado em 1956.

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52 Ao acessar o jogo, o programa emitirá - Mergulhe em suas dúvidas e tecla Enter - Aperte uma tecla para jogar uma moeda (são seis linhas, para cada linha, escolher três teclas) Opções: d- exibe diagnóstico (retrato da situação atual) l- exibe linhas móveis (conselhos ou comentários) p- exibe prognóstico (situação futura ou resposta) g- grava o texto completo comentado (no diretório corrente) r- resumo técnico (mostra/fala as jogadas das moedas: os n°s referentes as teclas escolhidas e o que os mesmos significam) n- nova consulta f- fim Obs: Diagnóstico, Linhas Móveis e Prognóstico são exibidos/falados em forma de metáfora, mas após o sistema solicita se o usuário necessita de explicações. n Letravox: este programa solicita que o usuário digite uma letra e após isso realiza a leitura desta, apresentando exemplos de palavras que iniciam com ela. (alfabetização) n Suecavox: (Jogo de Sueca): Jogo de baralho jogado em Portugal e no Brasil. Os participantes são em número de quatro, divididos em duplas. Das cinqüenta e duas cartas do baralho convencional são retiradas doze (todos os oito, nove e dez), restando quarenta cartas para o jogo, onde cada carta tem ou não uma pontuação. A meta do jogo é ganhar rodadas que tenham cartas com valor. n Sqentin: (Fuga de San Quêntin). O jogador é Scarpe Lantra, conhecido político americano, acusado injustamente de assassinar sua esposa e condenado à prisão perpétua (no presídio de San Quêntin). O objetivo do jogo é a fuga desta prisão valendo-se de um blecaute ocorrido na mesma. O usuário digita os passos para a "fuga" de acordo com as opções que o jogo lhe apresenta. n Explorador da Caverna Colossal: o objetivo do jogo é encontrar uma fortuna nesta caverna que é repleta de perigos. O jogador deve informar as direções a serem seguidas utilizando os pontos cardeais. n Contavox: (Jogo da Tabuada). Desenvolvido pelo NCE (Núcleo de Computação Eletrônica) da UFRJ juntamente com uma Escola Municipal do Rio Grande do Sul, este jogo apresenta 9 fases (intituladas de "Campeonatos"), utilizando as quatro operações matemáticas básicas e fazendo perguntas referentes a elas. Apresenta também a tabuada (chamada de "Treinamento Tático") para que o "jogador" possa aprendê-la. Opções:

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53 1: Treino No Quintal (adição) 2: Amistosos Colegas Da Rua (adição) 3: Campeonato Do Bairro (subtração) 4: Taça Inter-Bairros (subtração) 5: Campeonato Juvenil (subtração) 6: Campeonato Estadual (adição) 7: Copa Brasil (multiplicação) 8: Copa Libertadores Da América (multiplicação) 9: Copa do Mundo (divisão) Tab: Treinamento Tático (tabuadona: utilizam-se as setas de movimentação e a tecla Enterresultado). n Letrix: (Jogo das Palavrinhas). Este jogo é destinado àqueles que estão na fase de alfabetização. O usuário digita uma letra ou palavra e o DOSVOX realiza a leitura da mesma. Há também algumas opções de configuração, como por exemplo aumentar/diminuir/alterar a cor da letra, soletrar a palavra ou não, falar a hora atual, associar um determinado som a uma palavra, etc.(letras ampliadas-alfabet.) Opções: F1 - Ajuda F2 - troca a cor do fundo F3 - troca a cor da letra F4 - soletra ou não F5 - aumenta o tamanho da letra F6 - diminui o tamanho da letra F7 - apaga palavra/linha F8 - fala a hora F9 - interpreta ou não quando tecla enter F10 - volta à configuração original F12 - gravação do som associado à palavra teclada Enter: lê a palavra/linha Seta para a direita: soletrar ESC – termina 7) U - UTILITÁRIOS FALADOS As opções são: i- Manual de Instruções (ajuda falada; necessita o CD do DOSVOX) c- Calculadora Vocal (faz as 4 operações básicas, raiz quadrada e tem 10 memórias) r- Relógio Despertador (ativa o programa Clockvox: relógio e calendário) t- Caderno de Telefones (ativa o programa Televox com várias opções) a- Agenda de Compromissos (ativa a Agenda Eletrônica com várias opções) x- Emissor de Cheques (ativa o programa Cheqvox) d- Gerador de Documentos Padronizados (gera um outro texto a partir de um arquivo dado) f- Preenchedor de Formulários (Formvox - deve-se informar o arquivo que possui o formulário)

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54 k- Relógio Cronômetro (ativa o programa Cronovox) e- Editor Simplificado (ativa um minieditor de texto) b- Processador de Braille Matemático (conversor de códigos) w- Utilitário de acesso ao Word 7.0 (ativa o programa WordUtil) o- Utilitário de acesso ao OCR q- Criador de ícones e teclas de atalho (gerenciador de ícones) v- Verificador de falhas de disco (ativa o Scandisk do Windows) s- Executor de Scripts de Comandos (solicita um arquivo do tipo CMD) m- Utilitário de Telemarketing p- Exibidor de apresentações interativas (acessa o programa PPTVox, uma espécie de PowerPoint) y- Desenhador C- Calculadora Vocal (Calcuvox) É uma calculadora vocal que executa as quatro operações matemáticas básicas, além de raiz quadrada e porcentagem. Ela possui 10 memórias onde podem ser armazenados valores que podem também ser lidos ou gravados em um arquivo editável pelo Edivox. T- Caderno de Telefones (Televox) É um programa destinado a criação e manutenção de cadernos de endereços e telefones computadorizados, incorporando diversas facilidades de procura e organização de informações, tornando-o bastante versátil para a consulta e atualização de dados. Ao iniciarmos o Televox, o programa solicita o nome do arquivo. Digitamos o nome e caso este não exista o DOSVOX cria um "caderno" novo com este nome. Opções: n- Novo Registro p- Procurar s- Selecionar f- Folhear (com PgUp ou PgDn) r- Remover o- Ordenar i- Imprimir (gera um arquivo .PRN) a- Arquivo Externo (salvar/exportar/importar) F2- grava cadastro F3- troca de arquivo F5- procura F7- informa número de registros F9- marca último lido F10- desmarca último Esc- termina Obs.: cada registro apresenta os seguintes dados: Nome, Telefone, Endereço, Cidade, Cep e mais 6 linhas para anotações complementares.

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55 A- Agenda de Compromissos (Agenvox) É uma agenda de compromissos que mantém essencialmente as informações dia, mês, ano, hora e minuto dos compromissos. Estes são agrupados por dia. Um compromisso é armazenado como uma linha de 80 caracteres. Opcionalmente um compromisso pode ser marcado como especial, e neste caso, quando for "falado" haverá um aviso indicando isto. As opções são: d- Selecionar dia h- Selecionar hora i- Incluir um compromisso e- Editar compromissos existentes p- Procurar um compromisso (pode procurar por qualquer palavra existente no compromisso) r- Remover um compromisso *- Pôr uma marca especial em um compromisso f- Terminar a agenda X- Emissor de Cheques (Cheqvox) Este programa visa facilitar as transações bancárias por deficientes visuais. Suas principais funções são: emissão de um cheque na impressora, registro das transações bancárias, folheamento e edição dessas transações com cálculo de saldos e emissão de extrato em arquivo. Admite também a configuração para uso de vários bancos, aceitando a inclusão dos não cadastrados. D- Gerador de Documentos Padronizados (Cartex) O programa Cartex serve para criar arquivos de texto a partir de um texto original, onde os textos a substituir são inseridos entre chaves. Os textos gerados serão adequados para uma posterior impressão, que pode ser em estilo normal ou formatada. O programa solicita o nome dos arquivos de entrada e de saída e para cada informação entre chaves a informação de qual será o texto a ser gerado no arquivo de saída. O programa solicita: - Nome do arquivo de entrada: já deve existir (é o arquivo que contém os dados a substituir entre chaves) - Nome do arquivo de saída: (arquivo que será gerado) - Dados a serem substituídos no arquivo de entrada (o que irá substituir o conteúdo entre as chaves) K- Relógio Cronômetro (Cronovox) É uma espécie de cronômetro digital no qual poderão ser feitas até 26 memorizações. As opções são: F7- Assinala início e fim do evento F4- Fala comentário Letra- Aciona memória

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56 0- Apaga memória *- Apaga todas as memórias F2- Salva eventos e encerra Esc- Termina E- Editor Simplificado: (Minied) O Minied é um pequeno editor destinado a introduzir às tarefas de edição de textos. O programa edita apenas arquivos de texto sem controles de formatação, com capacidade máxima de edição de até 5.000 linhas. Comandos: Enter- insere linha. Este editor não pula linha sozinho. Opções: F1: fala palavra F2: grava F3: informa linha atual F4: controle da soletragem F5: busca trecho F6: ordena arquivo F7: remove linha atual F8: informa hora F9: ajuda Esc: termina W- Utilitário de Acesso ao Word 7.0 (WordUtil) Este utilitário é uma interface entre o editor de textos Word e o usuário. Ele apresenta dois módulos: Módulo de Leitura (que permite apenas a leitura de um documento) e Modo de Edição (que permite a leitura e edição de um documento). No modo de edição aparece uma janela do WordUtil (DOSVOX) sobre a janela do Word. Procede-se a digitação normalmente e quando teclamos "Enter" o texto passa da janela do WordUtil para a janela do Word. Durante a digitação o programa soletra cada letra, como se estivéssemos no Edivox. A tecla Esc é utilizada para sair. O programa pergunta se o usuário deseja gravar o arquivo carregado. Cada operação realizada no WordUtil é transferida para o Word, consumindo um determinado tempo. Quando o programa está pronto para uma nova operação, um bip é ecoado. O programa solicitará: 1. O nome do arquivo: (se o arquivo digitado existe, o programa abre-o, caso contrário, cria um novo arquivo). 2. Se é módulo de leitura ou edição: Q- Criador de Ícones e Teclas de Atalho Este programa cria ícones na Área de Trabalho ou Menu Iniciar do Windows. Opções: c- Criar ícone r- Remover ícone g- Remover grupo Esc- sai

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57 Ao escolhermos a opção C- Criar ícone, serão feitas as seguintes perguntas: n Que programa o ícone acionará? (é a linha de comando) Ex.: calc.exe / word.exe, etc n Qual o nome do ícone? (digita-se o nome que irá aparecer junto ao ícone) n Qual o diretório de trabalho? (enter se nenhum específico – vai no Iniciar/Programas) n Qual o grupo que receberá o ícone? (cria um nome de grupo em Iniciar –Programas) n Informe uma letra de A a Z para o atalho (enter se não quer tecla de atalho) n Tecle S para a forma de seleção desejada – Ctrl Alt? n Aperte Enter para criar ícone ou Esc para desistir. M- Utilitário de Telemarketing É uma espécie de Banco de Dados com 5 seções: Dados de Contato, Dados Pessoais, Dados de Professores, Dados de Assinantes, Anotações. A partir destas informações gera um formulário Opções: n- novo registro f- folhear p- procurar s- selecionar i- imprimir t- transferir dados c- contadores e- exportar r- recuperar arquivo exportado z- zera base de dados Esc- termina P- Exibidor de apresentações interativas (PPTVox) É uma espécie de Power Point do DOSVOX, possibilitando a criação e exibição de apresentações por deficientes visuais. Em todo o processo existe um feed-back sonoro e todos os controles são dirigidos para o teclado. A elaboração das telas é semelhante à produção de uma página através do Intervox. Cria-se um arquivo com o conteúdo do "slide" (com extensão .ppx) onde todos os detalhes da apresentação são incluídos através de algumas convenções simples. Y- Desenhador Este programa vai inserindo elementos nas coordenadas x,y digitadas pelo usuário. Estas iniciam no ponto 0,0 (canto inferior esquerdo). O programa solicita o nome da figura (até 8 letras). Se não existir ele cria. Opções: i- insere novo elemento depois deste a- apaga elemento e- editar o elemento

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58 v- liga/desliga modo visual c- localizar elemento com cursor Esc- termina edição desta figura Tipos de elemento: m- marca (. , + , X) l- linha t- triângulo c- círculo p- polígono f- figura 8) R- ACESSO À REDE E INTERNET Este programa permite operações de rede, tais como, acesso a Home Pages, correio eletrônico, transferência de arquivos, chat, entre outras. Opções: a- Acesso ao provedor c- Correio Eletrônico (CartaVox) p- Bate Papo sonoro pela Internet (PapoVox) h- Acesso a HomePages (WebVox) i- Gerador de HomePages (InterVox) t- Telnet falado (TelnetVox) f- FTP – Transferência de arquivos (FTP Vox) l- Preparador de Cartas para listas de pessoas s- Servidor de Bate-papo pela Internet (SitioVox) – agora hospedado na USP u- Conversores UUEncode e UUDecode d- Discavox (se usava para DOS – conexão fechada, não Internet) w- Gerador de Home Pages versão antiga m- Mini servidor de Home Pages A- Acesso ao Provedor Realiza a conexão na Rede Dial Up (c/provedor). O programa solicita o número para conexão Ex.: 1- Terra 2- IG Assim ele conecta ao provedor escolhido. C- Correio Eletrônico (CartaVox): O CartaVox é o Correio Eletrônico do DOSVOX, permitindo o envio e recebimento de cartas através da Internet. Opções: e- Enviar Carta (apenas prepara a carta, não é necessário estar conectado) t- Transmitir cartas escritas (envia realmente a carta, é necessário a conexão) r- Receber cartas do correio (é necessário estar conectado) f- Folhear as cartas já recebidas c- Configurar o programa (Configurar/Guardar configuração/Recuperar)

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59 v- Verificar cartas preparadas ou transmitidas a- Editar apelidos (cria/altera lista de destinatários/apelidos, com os endereços mais utilizados) c- Configurar o programa (Configurar/Guardar configuração/Recuperar) Configurar - Informações sobre o servidor: n Servidor de envio: smtp.<nome do servidor>.com.br (ex: smtp.bgz.terra.com.br) n Servidor de recebimento: pop.<nomedo servidor>.com.br (ex: pop.bgz.terra.com.br) v- Verificar cartas preparadas ou transmitidas Ao verificarmos as cartas preparadas ou transmitidas (com as setas de movimentação) aparecem as seguintes opções: l- Ler a carta (entra no Edivox, permitindo alterações) i- Obter informações sobre a carta (Assunto/Arquivo/Data de Preparação) a- Apagar a carta c- Copiar a carta para um arquivo (informar o nome do arquivo destino) F5- Procurar um texto no cabeçalho da carta (quando encontra, o progr. avisa "Achei" – utilizar as setas) Ctrl F5- Procurar novamente Esc- Termina folheamento P- Bate-Papo sonoro pela Internet (PapoVox) O Papovox é o "Chat" do DOSVOX, ou seja, é o programa que possibilita a comunicação em tempo real entre pessoas através da Internet. Esta comunicação pode ser de duas formas: através da teclagem ou da fala. O Papovox também oferece os recursos de salas de bate-papo, transferência de arquivos, entre outros. O programa solicitará: Deseja manter sua real identidade em segredo? S Informe então seus dados de fantasia Qual seu nome? Qual sua opção? p- Pesquisa usuários no servidor de nomes Tipos de pesquisa: t- Todos aqueles cadastrados a- Apenas ativos n- Busca por nome c- Cartões de visita c- Configura o programa e- Espera que alguém inicie uma conexão com esse programa l- Inicia uma ligação com outro usuário (chat.saci.org.br - tecla "+" na frente do nome: papo privado) m- Envia mensagem urgente para outro usuário Esc- Termina Obs.: em linha discada, caso o usuário não esteja conectado, o programa abre uma conexão dial up, mas é necessário teclar Enter para confirmar a conexão.

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60 Ao teclarmos F1, o programa fornece as seguintes opções: F1: ajuda F2: transmite arquivo F4: altera fala F5: envia mensagem urgente a outro usuário F6: informa IP desta conversação F7: repete fala Ctrl F7: repete mensagem urgente F8: informa tipo de conversação F9: aciona leitor de telas ? seguido da tecla "Enter" fornece outros recursos: ?m: mandar mensagens ?t: modos de entrar ?n: normas ?a: mudar de apelido ?r: ser o único a usar o apelido ?b: não receber mensagem de alguém ?c: ignorar mensagem de quem saiu ?u: informação sobre usuário ?s: salas de bate-papo (de 0 a 9 e de A a Z) ?p: conversas privativas sem usar o "pvt" ?e: elos ?d: administrar salas e elos H- Acesso a HomePages (WebVox) É o browser do DOSVOX. Este consegue capturar toda a parte textual da homepage e associar diversas características operacionais das mesmas a efeitos sonoros. Entretanto algumas implementações ainda não foram feitas: o Webvox não consegue fazer a manipulação de páginas com proteção por SSL (em especial extratos bancários e tele-vendas), nem a interpretação de Java e Javascript. Apesar dessas limitações, cerca de 80% das homepages poderão ser acessadas com muita facilidade e mais 10% também o poderão com alguns "truques". Este sistema também permite a leitura de arquivos HTML contidos no próprio computador. Primeiramente devemos digitar o endereço da página (URL). A página é exibida em modo texto. Para acessar um link, devemos teclar "Enter". O programa mostra a página em seqüência (provavelmente de frames). Quando encontra ilustrações, fala a descrição HTML contida no "comando ALT". Opções: t- Trazer página da rede (digita-se a URL) l- Ler página (após ter trazido alguma página) v- Voltar à última página lida s- Páginas selecionadas. O DOSVOX permite que se gravem URL's, semelhante à barra de endereços do IE. Opções para as páginas selecionadas:

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61 f- Folhear (use as setas, depois: trazer/info/apagar) a- Adicionar (adiciona a URL à lista) a- Trazer a página de um outro local (carrega um arquivo local, para ver como seria mostrada esta página na rede) g- Gravar página em texto (formato txt) o- Gravar no formato original e- Exportar texto da página para a área de transferência c- Configurar o programa i- Falar em outra língua n- Trazer página sem ler r- Recarregar esta página Esc- Terminar Comandos para movimentação em uma página: (utilizados após trazer uma página) - seta cima/baixo: caminham e lêem o texto - seta direita: avança para o próximo texto ou link - espaço ou Ctrl F1: leitura contínua - Enter: entra neste link / continua ou interrompe leitura - Tab: pula para ler próximo link - Backspace: lê link anterior - PgUp/PgDn: pula parágrafo - Ctrl PgUp: vai para o início da página - Ctrl PgDn: vai para o final da página - Home: detalha cláusula de HTML - F3: ler o nome da página atual - F4: configura a velocidade da fala - F5: busca texto após esta posição - Ctrl F5: busca texto novamente - F6: informa percentual lido da página - Esc: termina leitura I- InterVox (Gerador de Home Pages) A criação de home pages (páginas de Internet) por pessoas cegas e com pouca vivência de programação até pouco tempo era uma tarefa complexa, pois era necessário conhecer a linguagem HTML (Hyper Text Markup Language ou Linguagem de Marcação com Hipertexto - Linguagem de programação que permite apresentar informações na Internet inclusive de forma gráfica) e outros detalhes de programação. O sistema DOSVOX possuía uma ferramenta simples para a criação de páginas chamada de WWWvox. Mas como esta apresentava uma série de limitações foi então desenvolvido o Programa Intervox. O Editor Intervox permite criar páginas simples com pouco trabalho. Possui modelos de home pages que estabelecem sua forma gráfica (visual), gerando assim uma página de boa qualidade que pode ser lida pelos browsers mais utilizados no mercado: Webvox e Lynx (que são browsers textuais); Internet Explorer, Netscape Navigator e Opera (que são browsers gráficos). A homepage criada pelo Intervox é composta por três partes: o

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62 cabeçalho (no qual pode-se incluir diversos elementos, inclusive o título da homepage); os tópicos (que são os trechos do texto; nesta parte é possível também a inclusão de figuras, filmes ou outros links) e o rodapé (local onde são inseridos o e-mail do autor e outras informações úteis). Após acessar este programa ele solicita o nome do arquivo .pag que já deve existir (e pode ser editado no Edivox), gerando um arquivo HTML. T- Telnet Falado (TnetVox) É um programa de comunicação sonoro que emula (comporta-se como) terminais VT-100 (para se comunicar com máquinas Mumps ou Unix) através de comunicações em rede. As informações que aparecem na tela são transformadas em fala sintética possibilitando assim que um deficiente visual possa utilizar micros conectados a máquinas executando outros sistemas como por exemplo Unix ou Mumps. Ele solicita o nome do computador. F- FTP Vox (transferência de arquivos) É o programa de transferência de arquivos do DOSVOX. Esta transferência é executada entre um computador qualquer (microcomputador) e outro remoto, onde este último deve possuir um programa chamado servidor de FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferência de Arquivo). Por isso não é comum a transferência de arquivos através de FTP entre dois microcomputadores. Normalmente este tipo de transferência só é feita entre um micro e uma estação de trabalho ou entre um micro e um servidor ou ainda entre dois servidores. Para realizar esta operação, o DOSVOX solicita o nome do computador. L- Preparador de cartas para lista de pessoas É uma espécie de mala direta do DOSVOX, que prepara cartas para posterior envio. O programa solicita: n nome do arquivo com a lista de pessoas: (Ex: C:\Winvox\apelidos.ini – contém a lista de destinatários) n nome do arquivo a distribuir (arquivo que deseja enviar a um grupo de pessoas) n assunto: Após isso o DOSVOX avisa que está gerando as cartas, o número de cartas geradas, informa que terminou e sai do preparador. Estas cartas ficam armazenadas no Cartavox. Para acessá-las utiliza-se a opção: v- verificar cartas preparadas ou transmitidas. S- Servidor de bate-papo pela Internet (SitioVox) O Sitiovox é um programa parceiro do Papovox, que permite o usuário participar de conversas com várias pessoas ao mesmo tempo. É utilizado para criar um servidor de bate-papo em um computador, ou seja, o programa é executado por um certa pessoa na Internet ("dono do sítio") e todas as comunicações fluem através do computador desta pessoa durante o papo múltiplo.

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63 Atualmente este servidor está hospedado na USP, portanto este programa não está mais sendo utilizado. U- Conversores UUEncode e UUDecode São conversores de transmissores Unix que codificam um texto gerando um outro arquivo codificado. O programa solicita: n Qual o nome do arquivo? n Tecle C para codificar ou D para decodificar n Qual o nome do arquivo de saída? E após isso, avisa: "OK Convertido". D- DiscaVox Este programa foi criado para facilitar o acesso do deficiente visual às comunicações realizadas através de uma interface de fax-modem. Ele apresenta uma série de opções, dentre as quais a transferência de informações entre dois microcomputadores, entre um microcomputador e um servidor ou entre um microcomputador e uma máquina de fax. Este sistema foi muito utilizado quando o usuário não tinha acesso direto à Internet e conectava-se a uma máquina remota. Hoje praticamente não é mais utilizado pois foi substituído pelo WebVox e FTPVox. W- Gerador de Home-Pages versão antiga (WWWVox) É um gerador de HTML (Hyper Text Markup Language) ou seja, gerador de páginas da Internet desenvolvido por Marcelo Pimentel. Este gerador já possui um formato de página pré-programado. Foi desenvolvido para que todos os usuários que desejem criar uma página pessoal na Internet, possivelmente interligada a home-page do DOSVOX, possam construí-la sem maiores dificuldades. A página criada por esse programa tem o seguinte aspecto: um título global (em letras grandes), uma foto (opcional), uma ou mais seções contendo um título e um texto e um rodapé com o endereço eletrônico do usuário. A home page criada pode ser lida por praticamente todos os browsers existentes, incluindo, por exemplo, Lynx, Netscape e Internet Explorer. O programa é bastante simples de operar e pode ser utilizado por qualquer pessoa que esteja habituada ao DOSVOX. Atualmente este sistema está sendo substituído pelo Intervox O programa solicita: - Digite o nome do arquivo a gerar: - Digite seu nome completo: - Digite o nome do arquivo de sua foto ou Enter para nenhuma: - Digite o sub-título n° 1: - Digite o arquivo contendo o texto: - Deseja incluir outros sub-títulos? (S/N): - Se "S": Digite sub-título n° 2: / Qual o nome do arquivo contendo texto: - Digite o seu e-mail completo: Após respondidas todas estas perguntas o programa gera um arquivo do tipo html e avisa: "Arquivo Gerado". M- Mini-servidor de home-pages

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64 Através deste programa é possível colocar a disposição um mini servidor Web a partir do computador em uso para a comunidade Internet. O programa adverte dos riscos deste procedimento. 9) M- MULTIMÍDIA Opções: V - Controle de volume geral m - Processador multimídia (áudio midi CD - MidiaVox) g- Gravador de som (Minigrav) x- Mixer geral do Windows (Mixervox) c- Transcritor de trilha de CD (Cdwav) r- Conversor para formato real media f- Conversor de formato de sons (0-micro 1-compacto 2-telefone 3-rádio) j- Juntador de arquivos wav (junta vários arquivos em 1, desde que sejam compatíveis) s- Configurador de fala SAPI (controle da fala SAPI – inicializa o sintetizador de voz) V- Controle de volume geral Existe um controle de volume. O DOSVOX pergunta: "Qual o volume de 1 a 5?" Você digita o n 2 que é o padrão. M- MidiaVox O MidiaVox é o programa do DOSVOX que reproduz CD's. Opções: a- Toca um arquivo multimídia ("Informe o nome do arquivo:" – deve ser do diretório corrente) c- Aciona CD Player (mas se deixar o CD tocar pelo Windows (autorun) o MidiaVox não funciona) t- Toca arquivo atual (de c:\winvox- diretório corrente) f- Fim do Midiavox c- Acionar CD Player Opções: l- Liga o CD Player (começa a tocar o CD na música 1) v- Volta música (para voltar mais do que uma música, teclar v várias vezes) r- Repetir música e- Abre gaveta do CD n- Escolher música (informe o número da faixa. Ex.: 3) s- Estatísticas gerais (duração das trilhas) d- Desliga o CD Player a- Avança música (para avançar mais do que uma música, teclar a várias vezes) p- Pausa música f- Fecha gaveta do CD i- Informações sobre o dispositivo (número de trilhas, trilha corrente) Esc- Fim

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65 G - Gravador de Som (Minigrav) Utilitário que permite a gravação de sons a partir do microfone do computador ou de qualquer outro elemento que esteja conectado à placa de som, como por exemplo CD's e instrumentos musicais. Ao acessar o Minigrav o DOSVOX falará: n Minigravador de som n Qual o nome do arquivo a gravar? n Quer editar o som gravado? Opções: t- Toca g- Grava mais s- Salva arquivo + Sobe volume (25%) - Desce volume (25%) m- Mistura outro som neste (junta o arquivo de som atual com outro escolhido pelo usuário) e- Adiciona eco r- Som retrógrado (som de traz para frente) a- Apaga trecho anterior p- Apaga trecho posterior n- Nova gravação u- Desfaz últimas alterações X - Mixer (MixerVox) É um programa de ajuste de volume e efeitos sonoros do DOSVOX. Arruma ajustes de áudio e gravação. É o mesmo que clicar duas vezes no alto falante amarelo da barra de tarefas. Opções: r- Reconfigura tudo a- Ajustes de áudio g- Ajustes de gravação C - Transcritor de trilha de CD (Cdwav) O transcritor permite que uma música (de um CD) ou parte dela seja gravada para o computador com a qualidade de estéreo, rádio ou telefone. O programa solicita: - Nome do arquivo a gravar: dá um nome e o programa coloca a extensão wav (cria no diretório de trab.) - Trilha inicial: número da música do CD que quer gravar (ex: 3) - Qualidade: Estéreo/Rádio/Telefone: (digita-se E, R ou T) - Coloque o CD e aperte Enter para iniciar e parar (a tecla "Enter" marca o início e o final da gravação) - Ok e termina. 10) P - EXECUTAR UM PROGRAMA QUALQUER

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66 O DOSVOX permite a execução de um programa (arquivo do tipo executável). Para isso ele pergunta: "Tecle o comando:" Neste caso devemos digitar diretamente o comando para executar um determinado programa. Ex.: pkzip (programa para compactar um arquivo). 11) D - VERIFICAR DISCOS Discos são as unidades ou drives onde iremos trabalhar. Neles armazenamos as informações. Por exemplo, o disco, drive ou unidade "A" refere-se ao disquete pequeno (de 31/2 polegadas). O disco "C" refere-se ao Winchester (também chamado de disco rígido). O disco "D" normalmente refere-se ao CD. Quando nos referimos apenas aos discos A, B, C, D,... estamos falando em diretório raiz. Diretórios ou Pastas: são divisões que podemos criar dentro de um disco para guardar arquivos de uma forma organizada. Assim como fazemos na vida diária, organizando as louças dentro de um armário; os documentos dentro de caixas ou gavetas e assim por diante. Podemos criar vários diretórios dentro de um disco e se quisermos colocar um diretório dentro de outro também podemos. Neste caso eles são chamados de subdiretórios. Ex.: C:\Winvox\Treino. O "C" quer dizer que o disco é o Winchester; o "\Winvox" refere-se ao diretório que foi criado dentro do disco C e o "\Treino" é o subdiretório que foi criado dentro do diretório Winvox que por sua vez foi criado dentro do disco C. É como se fossem três caixas, uma dentro da outra. Uma caixa maior (C), dentro desta uma outra (Winvox) e dentro desta última, uma outra (Treino). Assim, neste programa podemos alterar o disco de trabalho, o diretório de trabalho, formatar um disquete e obter informações sobre os discos. Opções: d- Escolher disco de trabalho (A,B,C,D,...). Se antes estava dentro de um diretório, ele continua nele e não no diretório raiz. e- Verificar o espaço do disco de trabalho (informa tamanho do disco e espaço livre em Mb) f- Formatar um disquete (formatar: preparar para uso. Atualmente eles já vêm formatados de fábrica) i- Informar o diretório de trabalho (o padrão é C:\Winvox. Toda a vez que acessar o DOSVOX, ele terá este diretório como padrão. t- Selecionar o diretório de trabalho (Ex.: C:\Winvox) c- Criar um novo subdiretório (cria um novo diretório dentro do diretório ativo) Ao criar um novo subdiretório, o DOSVOX ecoará: - Nome do diretório a criar: (de preferência com no máximo 8 caracteres, até a versão 3.0 a) - OK. Ele vai ser o novo diretório de trabalho (S/N) ? Desta forma ele criará o novo subdiretório no diretório ativo. Caso esteja no drive C e queira criar um diretório no A, procede-se da seguinte forma: - D (discos) - C (criar novo subdiretório) - A:\<nome do diret>

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67 12) S- SUBDIRETÓRIOS O DOSVOX lista todos os subdiretórios que se encontram no diretório corrente, ou seja, no disco de trabalho (o padrão é o C:\Winvox). Utilizar as setas de movimentação (cima/baixo) para escolher o subdiretório desejado. Ao encontrá-lo teclamos Enter para ativá-lo. Opções: c- Criar novo subdiretório (o DOSVOX pergunta se este será o novo diretório de trabalho *) a- Apagar o diretório falado (este diretório deve estar vazio. O DOSVOX pede confirmação para apagar) t- Selecioná-lo como diretório de trabalho (faz com que o diretório escolhido passe a ser o padrão) i- Obter dados sobre o diretório atual (o DOSVOX informa qual é o diretório atual) s- Sair do diretório de trabalho (sai deste diretório, voltando para aquele que o precede) Esc- retornar ao DOSVOX * Obs.: a opção "c" cria um subdiretório dentro do diretório de trabalho (atual). Se quisermos que seja criado em outro local, devemos digitar todo o caminho. Ex.: C:\Winvox\Treino ou A:\Provas\Info 13) Q - INFORMA A QUEM PERTENCE ESTE DOSVOX Nesta opção o DOSVOX fornece algumas informações, tais como: seu n° de série, sua versão, a data em que foi gerado e o seu proprietário. 14) V - VAI PARA OUTRA JANELA Como o DOSVOX também é multitarefa ele nos permite o acesso a outros programas ativos no momento. Escolhendo-se esta opção ele solicitará: "Selecione a nova janela com as setas e depois tecle Enter". O programa listará todas as janelas ativas no momento. Para selecionarmos uma em específico utilizamos as teclas de movimentação cima ou baixo. Ao localizarmos a janela desejada, teclamos Enter. Para sair de uma determinada janela utilizamos as teclas "Alt F4". 15) C - CONFIGURA O DOSVOX Nesta opção alteramos a velocidade de síntese de voz, bem como o diretório padrão do sistema (aquele que será o diretório de trabalho sempre que acessarmos o DOSVOX). O programa então solicita: - Qual a velocidade? (quanto menor o número, mais lenta será a síntese de voz)

- Informe o diretório padrão do sistema: (o padrão é o C:\

http://intervox.nce.ufrj.br/saci/dosvox.txt

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 1 AGRADECIMENTO 2 DEDICATÓRIA 3 RESUMO 4 METODOLOGIA 5 SUMÁRIO 6 INTRODUÇÃO 7 CAPÍTULO I

O PORTADOR DE NECESSIDADE EDUCACIONAL ESPECIAL VISUAL 9

CAPÍTULO II

DIFICULDADES NO PROCESSO DE INCLUSÃO SOCIA 17

CAPÍTULO III

INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL 22

CAPÍTULO IV

TECNOLOGIA PARA PORTADOR DE NECESSIDADE

EDUCACIONAL ESPECIAL VISUAL: PROGRAMA DOSVOX 24

CONCLUSÃO 32

BIBLIOGRAFIA 38

ANEXO 41

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FOLHA DE AVALIAÇÃO 69

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Instituto A Vez do Mestre - IAVM

Título da Monografia: Uso de tecnologia como fator de inclusão social

para portador de necessidade educacional especial visual

Autor: Telma Tietre Rodrigues

Data da entrega: 01/08/2009

Avaliado por: Conceito: