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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Literatura Infantil na Visão Psicopedagógica Por: Bianca Allan de Carvalho Orientador Prof. Vilson Sergio Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Literatura Infantil na Visão Psicopedagógica

Por: Bianca Allan de Carvalho

Orientador

Prof. Vilson Sergio

Rio de Janeiro

2009

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Literatura Infantil na Visão Psicopedagógica

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em. Psicopedagogia...

Por:.Bianca Allan de Carvalho

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, ao meu querido

marido, a minha amada e

compreensiva filha e aos meus

familiares pela força, confiança e

ajuda.

4

5

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a Eduardo Sanson e

Luana Sanson.

6

RESUMO

Este trabalho aborda a Literatura Infantil como elemento facilitador na visão

Psicopedagógica, e a ajudar as crianças na prática da leitura para o seu

desenvolvimento sócio-afetivo na construção do conhecimento.

7

METODOLOGIA

Este é um trabalho bibliográfico, onde foi feita a pesquisa em livros, revistas e

internet.

8

SUMÁRIO

3

1 - INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 9

2- A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NO DESENVOLVIMENTO DA

CRIANÇA. ...................................................................................................................... 12

3- A ARTE DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS ............................................................ 17

3.1 - PASSAPORTE PARA O IMAGINÁRIO .............................................................. 17

5- UMA VISÃO PSICOPEDAGÓGICA DA LITERATURA INFANTIL COMO

FATOR DE DESENVOLVIMENTO SÓCIO-AFETIVO DA CRIANÇA .................... 29

6-CONCLUSÃO ............................................................................................................. 35

7-BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 37

9

1 - INTRODUÇÃO

Percorrer as narrativas maravilhosas na Literatura Infantil requer

primeiramente a compreensão sobre a origem da infância e o significado que

as narrativas tiveram, buscando através dos tempos a contribuição dos

significados atribuídos às crianças.

Sabe-se que desde cedo é necessário despertar na criança o desejo

pela descoberta, algo que pode ser alcançado, dentre outras formas, através

do estímulo pela leitura, mas nem sempre foi assim, pois por muito tempo as

crianças foram vistas como adultos em miniatura e só a partir do séc.XVII

começaram a ser tratadas como crianças e somente no séc.XVIII foram

produzidas os primeiros livros destinados a elas.

“Esta faixa etária não era percebida como um tempo diferente, nem o

mundo da criança como um espaço separado, pequenos e grandes

compartilhavam dos mesmos eventos, porém nenhum laço amoroso especial

os aproximava.” (2003, p. 15, Zilberman).

É importante proporcionar às crianças condições para construir o seu

conhecimento, desenvolver suas potencialidades. A presença da literatura

infantil no ambiente familiar e na escola, favorece a elas elementos para o

estabelecimento de relações e de descobertas sobre si mesmos e sobre o

mundo, as histórias podem ajudar a criança a se encontrar e enxergar o

mundo ao seu redor, para que esta se torne um leitor de mundo consciente,

mais criativo, integrado e feliz.

Os contos de fada são os precursores da nossa literatura, constitui

verdadeiras fontes de imersão no mundo mágico, fantástico e maravilhoso, um

universo pleno, de símbolos e jogos capazes de nos arremessar para o êxtase

10

da fantasia, da criação.

“O maniqueísmo que divide as personagens em boas e más, belas ou

feias, poderosas ou fracas, etc. facilita à criança a compreensão de certos

valores básicos do convívio social”. (2003, p. 54, Coelho).

O primeiro contato da criança com a história é feito em geral oralmente

pela voz da mãe e do pai contando contos de fadas, histórias inventadas e

narrativas de quando eram pequenos. Ao ouvir essas histórias, a criança vai

dando corpo à fantasia, criando imagens que não têm que ser iguais às de

ninguém, despertando o imaginário e propiciando a construção do

pensamento.

As histórias são para a criança um espaço fantástico para a expansão

de seu ser, além de poder estar em contato com o seu mundo simbólico. É

fundamental iniciá-la no mundo da leitura, levando em conta o seu desejo e

dando-lhe, portanto motivação para que mais tarde possa buscar o livro, não

somente pela necessidade e curiosidade, mas, principalmente, pelo prazer de

poder apreciar uma boa história, pois elas atravessam séculos, sendo

repassadas por muitas gerações, atingindo diferentes faixas etárias, essas

histórias aparentemente simples, mas cheias de encantamento, conseguem

cativar as crianças e até os adultos.

O professor deve introduzir na sua prática pedagógica a literatura

formativa que contribuirá para o crescimento e a identificação da criança,

propiciando ao seu aluno a percepção de diferentes problemas, o despertar da

sua criatividade, a sua autonomia e a sua criticidade que são os elementos

principais necessários para se formar a criança na nossa atual sociedade.

Através da literatura infantil, se pode criar e fornecer condições para que a

criança tenha conhecimento do mundo e do ser por intermédio da realidade

criada pela fantasia do autor.

Os objetivos principais deste trabalho bibliográfico são analisar a

concepção de literatura infantil e a influência que ela causa no estímulo a

leitura desde os primeiros anos da vida da vida escolar; analisar a literatura

infantil através da história; discutir a questão da leitura apontando as suas

contribuições na escola e analisar como as histórias infantis despertam o

interesse e a curiosidade nas crianças.

11

A influência da literatura infantil está muito evidente hoje em dia. Sabe-

se que para se ter um bom leitor é preciso estimular as crianças à leitura desde

cedo.

As histórias infantis são o meio mais fácil para esse aprendizado e este

estímulo pode começar desde os primeiros dias de vida.

Com a necessidade de tornar crianças interessadas em leitura, pesquiso

sobre este tema, porque a literatura infantil é importante na escola e esta

pesquisa irá contribuir para nossa formação e para o processo ensino

aprendizagem na educação infantil.

12

2- A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NO DESENVOLVIMENTO

DA CRIANÇA.

A leitura é um processo de contínuo aprendizado. Quem é acostumado

a ler busca sempre respostas para suas perguntas, e a leitura ajuda a formar

seres pensantes preparados para a vida.

“A literatura infantil é antes de tudo, literatura, ou melhor, é arte,

fenômeno de criatividade que representa o mundo, o homem a vida, através da

palavra. Funde os sonhos e a vida prática, o imaginário e o real.” (2000, p. 27,

Coelho).

A literatura infantil, por iniciar o homem no mundo literário, deve ser

utilizada como instrumento para a sensibilização da consciência, para a

expansão da capacidade e interesse de analisar o mundo sendo fundamental

mostrar que a literatura deve ser encarada de modo global e complexo em sua

ambigüidade e pluralidade.

Como se sabe, a leitura é um processo de contínuo aprendizado, assim,

salienta-se que desde cedo, é preciso formar um leitor que tenha um

envolvimento integral com aquilo que ele lê, de maneira que a cada leitura se

possa adquirir mais profundidade e intimidade com o texto, que se consiga

estabelecer um diálogo, fazendo perguntas e buscando respostas, seja o texto

uma história, uma fábula, um conto de fadas ou qualquer outra forma de

literatura. Nesse sentido, pode-se mencionar ainda que a leitura, além de

produzir um contínuo aprendizado, desenvolve a reflexão e o espírito crítico. “é

fonte inesgotável de assuntos para melhor compreender a si e ao mundo”

(Cagneti, 1986, p. 23).

13

“Seu nascimento, porém, tem características próprias, pois decorre da

ascensão da família burguesa, do novo status concedido à infância na

sociedade e da reorganização da escola” (2003, p. 33, Zilberman).

Nos dias atuais, os pais trabalham fora e quando estão com os filhos

vão ao shopping, praia ou vêem televisão, e com isso deixam de lado os livros

infantis.

É no encontro com qualquer forma de literatura que os homens têm a

oportunidade de ampliar, transformar ou enriquecer sua própria experiência de

vida. Nesse sentido, a literatura apresenta-se não só como um veículo de

manifestação da cultura, mas também de ideologias.

Esses momentos de contar histórias para os filhos quase não existem

mais, pois os pais andam sem tempo e com isso a escola está tendo que suprir

a sua falta de tempo contando histórias ou fazendo ciranda de livros.

Isso não é ruim, o ideal seria que a contação de histórias fosse

oferecida tanto em casa, com os pais, quanto na escola.

Ler pode tornar-se prazer e hábito se introduzido na escola de maneira

significativa e pode se afirmar que a literatura infantil é indispensável na escola

proporcionando assim desenvolvimento e aprendizagem para a criança.

A literatura infantil causa fascínio, promove o desenvolvimento

intelectual e lingüístico, favorece a interação social dentro da sala de aula e de

outros espaços e desperta a criatividade e imaginação da criança.

Contar histórias é estimular o desenvolvimento da oralidade da criança,

da sua capacidade criativa, a imaginação, o hábito da leitura, e de sentimentos

humanitários.

A literatura infantil desenvolve não só a imaginação das crianças, como

também permite que elas se coloquem como personagens das histórias, das

fábulas e dos contos de fadas, além de facilitar a expressão de idéias. Sendo

assim, o objetivo da literatura infantil é o de formar leitores, pois por uma série

de características e fatores ela desempenha esse papel melhor do que a

literatura adulta, uma vez que é mais convidativa. O que preocupa hoje é

assegurar ao maior número de pessoas possíveis ao direito de ler, pois para o

ser humano é fundamental ler não só jornal, revista, mas principalmente ler um

bom livro. As escolas têm o direito e obrigação de favorecer aos seus alunos

14

no mínimo a leitura e a escrita.

Segundo Zilberman (2003) ”Além disso, enquanto instituições a escola e

a literatura podem provar sua utilidade quando se tornarem o espaço para a

criança refletir sobre sua condição pessoal.” (p. 24).

Nosso país vem sofrendo com a crise na educação e esquecendo que a

população brasileira merece e tem por direito uma educação eficaz, digna e

capaz de educar os seus alunos em escolas capacitadas, com recursos para

formar indivíduos alfabetizados, capazes de exercer seu papel de cidadão.

Segundo Coelho (2000) ”A escola é hoje o espaço privilegiado, em que

deverão ser lançadas as bases para a formação do indivíduo”. (p. 16)

A escola de hoje precisa ser um espaço agradável, seguro, com bons

professores, organizado e com uma boa sala de leitura, ou pelo menos um

espaço confortável.

Segundo Coelho (2000) “Hoje esse espaço deve ser, ao mesmo tempo,

libertário e orientador, para permitir ao ser em formação chegar ao seu

autoconhecimento e a ter acesso ao mundo da cultura que caracteriza a

sociedade a que ele pertence”. (p. 17)

Por isso, a escola deve tomar cuidado na hora de formar o aluno, pois a

escola é a sua segunda casa. E antes de tudo é um lugar para se adquirir

conhecimentos.

É na vida infantil que se inicia o processo em que são lançadas as

bases para que os fenômenos sejam tratados de forma isolada e independente

uns dos outros; a realidade seja vista como algo em estado de repouso e

imobilidade; o desenvolvimento seja considerado como simples progresso de

crescimento no qual o início já estaria engendrado o ponto de chegada e, para

que a realidade seja considerada sem qualquer tipo de contradição uma luta

diária com o conhecimento da literatura infantil no Brasil.

É preciso que haja uma mudança brusca no currículo escolar das

crianças para desenvolver melhor a literatura infantil nas escolas de todo o

Brasil.

É através da leitura, de modo geral, que a criança ou o adulto conhece o

mundo da imaginação, um mundo secreto onde podem acontecer coisas boas

15

ou ruins. E é nesse universo imaginário que nos tornamos pessoas felizes com

capacidade de criação para a vida toda.

Segundo Zilberman (2003) ”A sala de aula tem todas as condições para

se tornar um espaço privilegiado para o desenvolvimento do gosto pela leitura,

assim como um importante setor para o intercâmbio da cultura libertária”. (p.

16)

Por isso devemos nos esforçar para conseguir criar um espaço

agradável e de estímulo à leitura e que as nossas crianças possam se

desenvolver através da mesma, seja em casa com os pais ou na escola,

cercada de recursos e profissionais competentes para ajudá-los nesse

processo.

O mundo em que nós vivemos hoje é muito competitivo e por isso

devemos proporcionar aos nossos alunos um ambiente completo de

informações e fazer da escola um espaço onde a comunidade possa nos

ajudar a formar alunos leitores e escritores.

Nos dias de hoje essa tarefa de formar alunos leitores e escritores é

difícil, pois não depende só da escola, e sim dos alunos. Os de classe mais

baixas, com a falta de oportunidades, acabam abandonando a escola para

trabalhar e ajudar a família.Com o abandono escolar eles acabam mal

sabendo escrever o próprio nome,pois saíram da escola cedo demais.

Esse problema de evasão escolar em grande parte é culpa do governo

que não acolhe as crianças de baixa renda, e sim os exclui.

O que a escola deve fazer para melhorar esse quadro de crianças não

leitoras é o que Lerner (2002) diz:

“É fazer da escola uma comunidade de leitores que recorrem aos textos buscando respostas para os problemas que necessitam resolver, tratando de encontrar informações para compreender melhor algum aspecto do mundo que é objeto de suas preocupações, buscando argumentos para defender uma posição com a qual estão comprometidos, ou para rebater outra que consideram perigosa ou injusta, desejando conhecer outros modos de vida, identificar-se com outros autores e personagens ou se diferenciar deles, viver outras aventuras, inteirar-se de outras histórias, descobrir outras formas de utilizar a linguagem para criar novos sentidos.” (p. 28)

16

Como vimos, as crianças necessitam do nosso empenho enquanto

educador, pois se nos juntarmos enquanto comunidade poderemos exercer um

papel digno perante nossos alunos.

Devemos mostrar para nossas crianças o quanto é importante ler e

escrever, e que sem isso não nos tornaremos adultos completos, e sim

pessoas capazes só de decifrar a escrita ou de oralizar um texto.

Segundo Lerner (2002) "Formar seres humanos críticos, capazes de ler

entrelinhas e de assumir uma posição própria frente à mantida, explícita ou

implicitamente, pelos autores dos textos com os quais interagem, em vez de

persistir em formar indivíduos dependentes da letra ou texto.” (p. 27)

Ou seja, ler é muito importante para todo ser humano, pois sem a leitura

não sabemos o que passa no mundo à nossa volta, não teremos a capacidade

de ler bons livros e nem mesmo um jornal, uma revista ou usar o que no

mundo de hoje é indispensável, a internet.

Segundo Aguiar (2001) “O educador, tem um papel decisivo na abertura

de horizontes de alunos. Partindo do próximo, do conhecido e do concreto, ele

vai, gradativamente, provocando novas leituras e novos modos de ler os

mesmos livros.” (p. 140).

Sem a ajuda do educador o aluno fica sem referência literária, pois a

maioria das crianças não tem esse apoio em casa com os familiares.

Nos dias de hoje o educador passa a ser o ponto de partida da criança

com o livro, abrindo o horizonte entre dois mundos, o real e o imaginário.

Nesse mundo as crianças podem descobrir e viver coisas que jamais viveriam

no mundo real. Eles poderiam criar as suas próprias histórias, sem cobrança

do certo ou errado, com o respaldo do professor. Por isso os educadores

devem estar sempre se aprimorando, pois para formar leitores é preciso ser

leitor.

17

3- A ARTE DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS

3.1 - PASSAPORTE PARA O IMAGINÁRIO

Cantar histórias para crianças ou adultos é maravilhoso, pois apesar do

final ser sempre o mesmo, cada pessoa interpreta de um jeito ou usa seu

imaginário como queira.

Cada pessoa imagina o cenário da história como quiser, escolhe sua

própria música, cor, espaço, tempo, profundidade ou até mesmo as emoções

dos personagens.

No passado, os orientais acreditavam que o conto oral, além de ser

usado como literatura, também servia para: ter boas condutas; resgatar valores

e curar doenças.

Segundo BUSATTO (2003):

“Eles acreditavam no poder curativo do conto, e em muitas situações o remédio indicado era ouvir um conto e meditar sobre ele. Neste caso o conto funcionava como um reestruturador do desequilíbrio emocional que provocou o distúrbio físico. Aqui o conto adquire um caráter terapêutico, encanta curando.” (p.17)

Se pensarmos, bem os orientais até que têm razão, pois os contos

mexem com as nossas emoções e nos fazem rir ou chorar.

Segundo estudiosos o conto oral teria surgido no oriente, talvez por isso

essa proximidade entre emoção e razão, que permeiam a vida dos orientais.

Se pararmos para pensar, muitas histórias criadas ou vividas no

passado surgidas no Oriente até hoje mexem com as nossas emoções e nos

levam a viagens maravilhosas.

Mas ninguém tem certeza de nada, pois cada estudo nos leva em

direções diferentes. O importante é que os contos existem e nos ajudam a

refletir sobre a nossa vida.

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O que sabemos de fato cobre o Oriente é que na Índia surgiram

algumas obras de contos populares, talvez a mais antiga de que se tem

notícia. Como BUSATTO (2003) fala no trecho do seu livro:

“Trata-se de Calila e Dima, livro que reúne fábulas, cujos personagens principais são os animais que denunciavam as injustiças sociais, as desigualdades e os valores pouco dignos cultivados pelo homem, como a inveja, a imprudência e a arrogância. As fábulas contidas neste livro são originárias dos três livros sagrados do hinduísmo: o Mahabarata, Pantschatantra e Vischno Sama” (p. 24).

Muitas outras civilizações também deram origem às obras conhecidas

até hoje como: O asno de ouro, Fábulas de Esopo, Ilíada e Odisséia, Romeu e

Julieta, entre outras.

O que sabemos é que o conto oral surgiu a partir de ensinamentos

religiosos, e Cristo foi um ótimo contador de histórias.

Segundo conta BUSATTO (2003) “Os contadores estavam por toda à

parte, eram simples camponeses, lavadeiras, amas e pescadores” (p. 24).

Sem dúvida os verdadeiros contadores de história eram pessoas

simples, pois eles tinham acesso em diferentes áreas da sociedade da época.

Aqui no Brasil não era diferente de outros lugares do mundo, pois uma

das contadoras de histórias conhecidas aqui é Luiza Freire ou Bibi, ama de

Luis da Câmara Cascudo autor de vários livros conhecidos dos nossos

brasileiros. Ela não sabia ler nem escrever, e nem por isso deixou de contar

suas histórias maravilhosas.

Como BUSATTO (2003) menciona em seu livro: “Câmara Cascudo nos

apresenta contos genuinamente brasileiros, como é o caso do caipora e do

curupira, autênticas criações dos povos indígenas que habitavam estas terras

quando os portugueses chegaram” (p. 27).

Essa diversidade sobre o conto oral, ou como surgiu é muito

interessante, pois diante do mundo todos somos diferentes, mais diante do

conto oral temos um só corpo uma só alma, mas a essência continua a

mesma.

Conforme BUSATTO (2003) descreve em seu livro:

19

“Isto nos leva a crer que o conto de literatura oral é uma das mais genuínas expressões culturais da humanidade, sem que com isso possamos lhe atribuir paternidade. Saber da sua provável origem mostra-se apenas uma curiosidade, porque o conto se molda ao contexto onde ele é narrado e, como um camaleão, vai se adaptando às cores e aos tons de cada povo, de cada contador que o narrou. Cada voz imprimiu a sua sonoridade, cada corpo as suas emoções. Ele mudou de nome e de roupa, mas a sua essência continuou inalterada. O conto de tradição oral é um retrato da magia e do encantamento, uma fantástica criação da mente humana” (p. 28).

Se pararmos para pensar sobre um conto oral, ou até mesmo uma

narrativa oral, iremos ver suas diferentes formas de imagens: imagens verbais,

imagens sonoras e imagens corporais. Cada uma dessas imagens tem seus

significados.

As imagens verbais são imagem ou paisagem que cada narrador cria

para contar suas histórias, a dimensão dos acontecimentos. “Feitiço lançado

pela fada ausente à festa de nascimento da princesa” (BUSSATO, 2003, p.

54).

As imagens sonoras são os sons, músicas ou recursos poéticos usados

em uma narrativa como uma onomatopéia. “[...] e a princesa ouviu uns ploc,

ploc, ploc, nas escadarias de mármore do castelo, e em seguida uma voz que

dizia: Hei, princesa, abra a porta para mim” (BUSATTO, 2003, p. 56).

Já as imagens corporais são essenciais para uma boa contação de

histórias, pois sem os gestos, as danças, as coreografias, os movimentos as

histórias ficam sem vida. Criar formas com movimentos. “O narrador deve ter

conhecimento do seu corpo e da dinâmica corporal. Para isso é importante que

se tenha um conhecimento básico da linguagem do movimento e dos seus

elementos que são o espaço, força, tempo” (BUSATTO, 2003, p. 57).

Essas imagens são muito importantes para uma boa contação de

história, pois não basta apenas saber uma história, mas sim contá-la de forma

certa. Usar esses recursos: verbais, sonoros e corporais. Não se trata de uma

fórmula mágica, e sim de recursos para dar vida a uma narração.

Como BUSATTO (2006) escreveu em seu livro:

“O contador de histórias vê o que cria enquanto constrói, e essa Condição é dada pelo olhar. Ao acompanhar com seus olhos o

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movimento que concebe, ele projeta energia para essas imagens, dá vida para elas, que vão, aos poucos, se corporificando diante do espectador, podendo ou não se tornar significativas e atuantes. Mas para que tudo isso ocorra, o cantador de histórias precisa ter consciência de que ele tem um corpo falante e expressivo, e adequá-lo a esta função, com treino rigoroso, criativo e sensível” (p. 64 e 65).

Além disso, em uma narrativa é fundamental para encantar, dar

sentimento, e aumentar a imaginação da criança, pois ritmo e tempo anda lado

a lado. Como se observa PAZ (1982) “Ritmo e tempo estão dentro de nós; que

ritmo é visão de mundo é o caminho que nos leva ao tempo original e nos

coloca em contato com o mito, que por sua vez, contém um tempo mítico,

arquetípico”.

Em linhas gerais não se pode esquecer de um dos elementos principais

em uma contação de histórias, se trata da intenção. Onde cada história busca

um significado ou onde a história nos quer levar. A intenção em um conto

sugere os caminhos que os personagens irão seguir, ou dar afeto em

determinados momentos da história.

Segundo BUSATTO (2006) descreve:

“A contação de histórias é uma via de mão tripla conduzidas pelas intenções. O que o conto quer dizer; o que o contador quer dizer narrando o conto; o que o ouvinte quer dizer a si mesmo ao ouvir o conto. Narrado, narrador e ouvinte: três momentos de um mesmo jogo de encantamento e prazer. Esse momento único que pode transcender o cotidiano e colocar o ouvinte em contato com a dimensão do sagrado” (p. 76).

Vale lembrar que em um conto encontraremos várias formas de contá-

lo. Para que isso aconteça, temos que unificar esses itens, em função de uma

história bem contada.

Ajuda a pensar, nos dias de hoje, aonde as coisas já vêm prontas, que é

preciso que haja um apoio do educador para fazer as crianças pensarem sobre

a história contada.

A contação de histórias também ajuda a diferenciar: realidade,

imaginação e fantasia, a entender emoções e sentimentos que tem não são

exclusivos dela. A solucionar problemas, e um eficiente método de

21

aprendizagem, tudo que é aprendido através deles é facilmente gravado.

Também “livro de quem não sabe ler”, as histórias promovem a leitura e

a vontade de aprender a ler. E sem dúvida é prazer ler. Quem não gosta de

uma boa história?

O objetivo principal é divulgar a literatura por meio da oralidade. Como

resultado disso, devemos promover a valorização de textos literários, o resgate

da tradição oral da literatura e da cultura brasileira e, principalmente, o acesso

por parte de toda a população, às obras literárias bem como a certa forma de

divulgação das mesmas - a oralidade.

22

4- A INFLUÊNCIA DA LITERATURA INFANTIL NO ESTÍMULO À LEITURA.

Quando se fala em ler e escrever, pensamos logo na escola, pois para

nós é ela que tem a função de nos ensinar a ler e escrever.

Nos dias de hoje não é isso que está acontecendo no âmbito escolar,

nossos alunos vem sofrendo com a falta da descaracterização da leitura. Não

podemos deixar que isso afete nossos alunos, pois ler é uma dádiva e os

educadores tem a função de ensinar de maneira correta e prazerosa.

Para que isso aconteça é preciso que haja uma mudança radical em

relação à leitura. No Brasil ensinar a ler não passa de uma obrigação e

necessidade. Por isso devemos rever esse ensino, para que as nossas

crianças possam mergulhar no mundo da leitura.

De acordo com Lerner (2002):

“Em síntese, uma teoria de aprendizagem que não se ocupa do sentido que a leitura possa ter para as crianças e concebe a aquisição do conhecimento como um processo acumulativo e graduado, um parcelamento do conteúdo em elementos supostamente simples, uma distribuição do tempo escolar que atribui um período determinado à aprendizagem de cada um desses elementos, um controle estrito da aprendizagem de cada parcela e um conjunto de regras que concedem ao professor certos direitos e deveres que somente ele pode exercer- enquanto o aluno exerce outros complementares – são os fatores que se articulam para tornar impossível a leitura na escola”. (p. 78)

Em linhas gerais o que Lerner diz é a pura realidade do nosso país, pois

a leitura não passa de uma vítima como os alunos. Temos apenas que saber

23

ler e não entender.

Essa realidade não nos permite pensar, e nem fazer escolhas por conta

própria.

Para tornar a leitura presente nas escolas segundo Lerner (2002): “é

preciso encontrar outra maneira de administrar o tempo, criar novos modos de

controlar a aprendizagem, transformar a distribuição dos papéis do professor e

do aluno em relação à leitura, é preciso conciliar os objetivos institucionais com

os objetivos pessoais dos alunos”. (p. 79)

Em síntese modificar todo âmbito escolar, desde os professores aos

alunos. Para que isso aconteça será necessário o empenho de todos, pois

mudar requer um grande esforço e uma imensa vontade.

Segundo Lerner (2002):

“Na escola - já dissemos - a leitura é, antes de mais nada, um objeto de ensino. Para que também se transforme num objeto de aprendizagem, é necessário que tenha sentido do ponto de vista do aluno, o que significa- entre outras coisas- que deva cumprir uma função para a realização de um propósito que ele conhece e valoriza. Para que a leitura como objeto de ensino não se afaste demasiado da prática social que se quer comunicar, é imprescindível “representar” - ou “reapresentar” -, na escola, os diversos usos que ela tem na vida social.” (p. 80)

Portanto os educadores têm obrigação de estimular seus alunos para se

desenvolver um gosto pela leitura. Criar situações instigantes em sala de aula,

para dar ânimo e confiança a todas as crianças, desde à Educação Infantil, até

o Ensino Fundamental II.

A leitura servirá para os alunos de forma global. Para reutiliza-la no

futuro ou de forma comunicativa.

Essas duas formas abrirão caminho para ensino de qualidade e preciso

em relação ao que são oferecidos nos dias de hoje.

Conforme Lerner (2002) cita no seu livro:

“Trata-se então de pôr em cena esse tipo particular de situações didáticas que Brousseau (1986) chamou de “a- didática” porque propiciam o encontro dos alunos com um problema que devem resolver por si mesmos, porque funcionam de tal modo que o professor- embora intervenha de diversas maneiras para orientar

24

a aprendizagem- não explicita o que sabe (não torna público o saber que permite resolver o problema) e porque tornam possível criar no aluno um projeto próprio, permitem mobilizar o desejo de aprender de forma independente do desejo do professor. No caso da leitura (e da escrita) os projetos de interpretação – produção organizados para cumprir uma finalidade específica - vinculada em geral à elaboração de um produto tangível -, projetos que são clássicos em didática da língua escrita, parecem cumprir com as condições necessárias para dar sentido à leitura”. (p. 80)

Como se observa esse tipo de aula segundo Brousseau (1986)

transmite uma leitura mais específica, focada na interpretação de um texto. O

que se deve tomar cuidado, é na hora de passar essa informação para não

confundir a cabeça dos alunos.

Esses projetos voltados para a leitura devem ser bem elaborados em

função dos alunos. Pois ler ajuda a resolver problemas práticos; ler para se

informar; ler para escrever; ler para buscar informações específicas.

Portanto, ler, nos ajuda em todas as funções do nosso dia a dia, sem ler

uma pessoa não consegue fazer quase nada no mundo de informações e

tecnologias em que vivemos.

Segundo Lerner (2002), cita no texto:

“Cada um desses propósitos põe em marcha uma modalidade diferente de leitura (Solé, 1993): quando o objetivo é obter informação geral sobre a atualidade nacional, o leitor opera de forma seletiva: lê as manchetes de todas as notícias e a introdução das mais importantes (para ele), mas se detém apenas naquelas que lhe concernem diretamente, ou lhe interessam mais...; quando o objetivo da leitura é resolver um problema prático, o leitor tende a examinar escrupulosamente toda a informação fornecida pelo texto, já que isso é necessário para conseguir ligar o aparelho que quer fazer funcionar, ou para que o objeto que está construindo tenha a forma e as dimensões adequadas... Quando o leitor se entrega à leitura literária, sente-se autorizado- em compensação- a se concentrar na ação e saltar as descrições, a reler várias vezes as frases cuja beleza, ironia ou precisão causam impacto, a se deixar levar pelas imagens ou evocações que a leitura suscita nele...” (p. 80)

Sendo assim nós leitores sabemos em que etapa do nosso dia usar a

leitura da forma que desejamos e em função da necessidade que nos rodeia.

25

Convém ressaltar que antes de tudo é preciso que o professor saiba

avaliar o conteúdo existente no livro, e conduzir a leitura de várias formas:

privilegiar a leitura em voz alta, leitura em grupo e a leitura silenciosa.

Todas essas leituras são importantes para os alunos, pois cada uma

trabalha o entendimento e a compreensão do aluno.

A escola tem o dever de conduzir o aluno para a leitura, pois é na escola

que eles terão acesso a linguagem falada e escrita, onde será necessário

separar a leitura e a função didática da escola.

Conforme Lerner (2002): “Para que a instituição escolar cumpra com

sua missão de comunicar a leitura como prática social, parece imprescindível

uma vez mais atenuar a linha divisória que separa as funções dos participantes

na situação didática”. (p. 95)

O professor precisa proporcionar para seus alunos momentos de leitura,

e que trave com eles uma relação “de leitor para leitor”.

Segundo Lerner (2002) descreve em seu livro:

“Dessa perspectiva, no curso de uma mesma atividade ou em atividades diferentes, a responsabilidade de ler pode recair em alguns casos somente no professor ou somente nos alunos, ou pode ser compartilhada por todos os membros do grupo. O ensino adquire características específicas em cada uma dessas situações”. (p. 95)

Neste contexto o professor tem uma obrigação muito grande com a

prática de leitura em sala de aula, pois é ele que direcionara seus alunos para

uma leitura segura, e com interesses relacionados a cada faixa etária.

De acordo com Lerner (2002):

“Mostrar por que se lê, quais são os textos a que é pertinente recorrer para responder a certa necessidade ou interesse, e quais são mais úteis em relação a outros objetivos, mostrar qual é a modalidade de leitura mais adequada quando se persegue uma finalidade determinada, ou como pode contribuir para a compreensão de um texto o que já se sabe acerca de seu autor ou do tema tratado... Ao ler para crianças, o professor “ensina” com faz para ler”. (p.95)

Com crianças de educação infantil é a professora que conta as histórias,

26

e com isso a criança vai aprendendo a ler. E não tem a preocupação de ler

histórias inadequadas para a idade.

Já no ensino fundamental, o professor deve compartilhar a leitura de um

texto, ou uma notícia no jornal, ou até mesmo um poema com todos os alunos

em sala de aula, pois com essa leitura as crianças compreenderão melhor a

assunto e irão trabalhar a leitura em voz alta.

Como Lerner (2002) comenta:

“A leitura do professor é de particular importância na primeira etapa da escolaridade, quando as crianças ainda não lêem eficazmente por si mesmas. Durante esse período, o professor cria muitas e variadas situações nas quais lê diferentes tipos de texto. Quando se trata de uma história, por exemplo, cria um clima propício para desfrutar dele: propõe as crianças que se sentem a seu redor para que todos possam ver as imagens e o texto se assim o desejarem; lê tentando criar emoção, intriga, suspense ou diversão (conforme o tipo de história escolhida); evita as interrupções que poderiam cortar o fio da história e, portando, não faz perguntas para verificar se as crianças entendem, nem explica palavras supostamente difíceis; incentiva as crianças a seguir o fio do relato (sem se deter no significado particular de certos termos) e a apreciar a beleza daquelas passagens cuja forma foi especialmente cuidada pelo autor. Quando termina a história, em vez de interrogar os alunos para saber o que compreenderam, prefere comentar suas próprias impressões- como faria qualquer leitor- e é a partir de seus comentários que se desencadeia uma animada conversa com as crianças sobre a mensagem que se pode inferir a partir do texto, sobre o que mais impressionou cada um, sobre o que elas teriam feito se houvessem tido que enfrentar uma situação similar ao conflito apresentado na história...” (p. 95 e 96)

Em linhas gerais o professor irá despertar nos alunos a vontade de ler e

proporcionará momento agradáveis e marcantes, pois é através dos livros que

nós viajamos em histórias maravilhosas e usaremos nossa imaginação para

criar os ambientes necessários para a nossa história.

Na escola a criança tem a oportunidade de manusear os livros e até

mesmo escolher algum para levar pra casa.

Segundo Lerner (p. 200):

“Uma vez terminada a leitura, tanto no caso do texto literário como no do informativo, o professor põe o livro que leu nas

27

mãos das crianças para que o folheiem e possam deter-se no que lhes chama a atenção; propõe que levem para casa esse livro e outros que lhes pareçam interessantes... Faz essas propostas porque quer que as crianças descubram o prazer de reler um texto de que gostaram, ou de evocá-lo olhando as imagens, porque considera importante que seus alunos continuem interagindo com os livros e compartilhando-os com outros, porque não considera imprescindível controlar toda a atividade leitora”. (p. 96)

Diz Lerner (2002): “O professor continuará atuando como leitor-embora

certamente não com tanta freqüência como no começo-durante toda a

escolaridade, porque é lendo materiais que ele considera interessantes, belos

ou úteis que poderá comunicar às crianças o valor da leitura”. (p. 96)

Sabemos então que o professor tem a responsabilidade de entreter os

alunos ou mundo da leitura e usar isso em favor deles.

Lerner (2002): “Tanto ao mostrar como se faz para ler quando o

professor se coloca no papel de leitor, como ajudar sugerindo estratégias

eficazes quando a leitura é compartilhada, como ao delegar a leitura- individual

ou coletiva- às crianças, o professor está ensinando a ler”. (p. 97)

Enfim, todas essas formas ensinadas em sala de aula pelo professor

são formas de se ensinar a ler. Por isso que a leitura é importante no

aprendizado da criança, além de ajudar na escrita, leitura e na fala ela leva os

alunos a criarem, se desenvolverem e até mesmo na compreensão das outras

matérias, pois a leitura está ligada a todas as matérias.

Em síntese a leitura serve de ferramenta para o professor trabalhar com

seus alunos em sala de aula diversas formas de atividades, tanto com

português como a matemática, até mesmo a história ou a geografia.

A leitura abrange diversas áreas do conhecimento, por isso ela é muito

importante para o desenvolvimento das crianças.

Os professores podem também trabalhar com projetos, pois envolvem

todos os alunos e sua família. Por ser um trabalho abrangente, em que

engloba várias áreas de conhecimento.

De acordo com Lerner (2002): ”Realmente, os projetos institucionais

permitem instalar na escola - e não só na classe - um “clima leitor” que, em

alguns casos, se estende para os lares, porque vai envolvendo

28

imperceptivelmente não só as crianças como também as famílias”. (p. 98)

O projeto é muito importante para a relação dos alunos de classes

diferentes, pois uns ajudam os outros. Segundo Lerner (2002):

“Um projeto como o jornal escolar pode levar; desde que se criem as condições institucionais adequadas, a um intercâmbio fecundo entre alunos de séries diferentes. Realmente, quando se consegue- apesar dos obstáculos que invariavelmente existe- encontrar um tempo comum para a coordenação entre os docentes e fixar um horário num dia da semana em que todas as séries se dedicam a produzir notícias ou artigos, é possível oferecer aos alunos a oportunidade de se agrupar (pelo menos para produzir alguns textos) em função de seus interesses em certos temas- cinema, esportes, conservação do ambiente, etc.-, independentemente da série que cursem; nesses grupos muito heterogêneos, ocorre com freqüência que alunos de séries superiores, que têm dificuldades para ler e escrever; descubram, ao ajudar os menores, que sabem mais do que pensavam e adquiram, então, uma segurança que os impulsione a progredir;...” (p. 98 e 99)

Portanto, se trabalhar com projetos em escolas passa a ser uma

atividade muito importante para os alunos, pois é através desses projetos que

eles irão trabalhar as disciplinas e também aprenderão a trabalhar em grupo.

Lerner (2002) diz: ”Um dos méritos fundamentais dos projetos

institucionais é o de proporcionar um quadro no qual a leitura ganha sentido

não só para os alunos como também para os professores”. (p. 99)

Por tudo isso que a leitura deve sempre ser trabalhada em sala de aula,

não como uma obrigação mais sim como uma ferramenta importante para o

aprendizado.

29

5- UMA VISÃO PSICOPEDAGÓGICA DA LITERATURA INFANTIL COMO

FATOR DE DESENVOLVIMENTO SÓCIO-AFETIVO DA CRIANÇA

Segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação

Infatil(MEC/SEF,RCNEI), o educador deve estar atento para individualizar as

atividades e a aprendizagem para cada criança. Isso porque, cada indivíduo

tem o seu tempo para aprender e o seu modo de interpretar uma atividade ou

exercício.

Para Silva (1998), o professor deve considerar as potencialidades

afetivas, emocionais, cognitivas, sociais como também os conhecimentos

prévios que as crianças possuem nas diferentes áreas, assuntos e as origens

socioculturais diversas. Assim como o professor, o psicopedagogo deve

considerar as habilidades de cada educando e a realidade sociocultural em

que o aluno está inserido. Porque os fatores socioculturais, emocionais e

outras interferências influenciam no processo de aprendizagem da criança e

pode vir a ser um fracasso escolar ou repetência.

Segundo Bossa (2007), o psicopedagogo lida com o processo de

aprendizagem humana, com os padrões normais e patológicos considerando a

influência do meio(família, escola e sociedade) e no desenvolvimento do

sujeito. Os conhecimentos da psicopedagogia podem contribuir para uma

avaliação mais completa junto aos alunos considerando o meio no qual o

indivíduo está envolvido.

A importância da singularidade e da individualidade no processo do

trabalho do psicopedagogo é estudar cada aluno, cada caso com

metodologias, atividades específicas para cada pessoa, visto que todos nós

temos nossas particularidades, especificidades. Estudando minuciosamente

30

cada problema, o psicopedagogo fará uma intervenção apropriada para

determinada situação, ficando mais próximo do seu foco de estudo ( o ser

humano). A psicopedagogia veio para dar conta de respeitar as diferenças, as

particularidades que cada pessoa possui e que pode levar um grupo a

desenvolver-se, a crescer. Porque as trocas de experiências enriquecem a

todos os envolvidos no processo de ensino/aprendizagem. A relação entre

educando e educador deve ser compreendido como condição primordial para a

produção de conhecimentos e aprendizagens pelas duas partes, os

relacionamentos que permitem diálogo, cooperação, confrontos de idéias

auxiliam no processo de desenvolvimento da aprendizagem do sujeito.

A psicopedagogia é uma área recente que busca alternativaqs para

diminuir o fracasso escolar. É um campo de estudo para pesquisadores

interessados nos processos relacionados à aprendizagem no que se refere à

construção de conhecimento e as dificuldades que envolvem o ato de

aprender. Ela pode estar presentes nos âmbitos escolar, clínico, hospitalar e

empresarial.

Para Bossa (2007), o psicopedagogo ensina como aprender e para

que isso aconteça esse profissional necessita aprender a aprender os

mecanismos pelos quais passamos até construir a aprendizagem.

Até definir o objeto de estudo da psicopedagogia, ela passou por três

etapas. A primeira priorizava a reeducação, o processo de aprendizagem era

pautado nos déficits e o foco do trabalho era vencer essa dificuldade. O alvo

do estudo era o indivíduo que não podia aprender onde se enfatizava a “ falta”

do aprendizado, buscando estabelecer as semelhanças entre os grupos dos

indivíduos no que concerne as características que são esperadas para cada

faixa etária. Afim de minimizar as diferenças para estabelecer a

homogeneidade( BOSSA, 2007).

A segunda fase levou em consideração a não-aprendizagem como

algo que não se opõe ao ato de aprender. Ela era baseada na psicanálise e na

psicologia genética. Esse novo aspecto levava em consideração a

especificidade de cada sujeito ou grupo, buscando o sentido particular de suas

características e suas alterações a partir do contexto sociocultural. O foco era o

sujeito “ aprendente”.

31

A fase atual da psicopedagogia trabalha com uma visão de que o

aspecto biológico com as suas ramificações afetivas e intelectuais interferem

na maneira que o indivíduo se relaciona com o meio no qual está inserido

(BOSSA, 2007).

De acordo com Sampaio (2004), a psicopedagogia tem um caráter

preventivo e terapêutico. Essa área deve identificar, analisar, planejar, intervir

através das etapas de diagnóstico e tratamento. Segundo a ABPp, a

psicopedagogia é um campo de atuação nas áreas da Saúde e da Educação

que trata o processo de aprendizagem humana. “[...] seus padrões normais e

patológicos considerando as influências do meio,família, escola e sociedade no

seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da

psicologia”.(ABPp,2005)

Segundo Bossa (2007) o trabalho psicopedagógico tem duas

vertentes: a preventiva e a clínica. A etapa de prevenção se subdivide em três

níveis. No primeiro o psicopedagogo trabalha para diminuir a freqüência dos

problemas de aprendizagem, destacando as questões didático-metodológicas,

assim como na formação e orientação de educadores, além de aconselhar os

pais. Na segunda etapa o objeto é diminuir os problemas de aprendizagem já

internalizados.

Para isso, é criado um plano de diagnóstico, para avaliar os currículos

com os professores para que os mesmos transtornos não mais ocorram. Já a

terceira fase, tem como função acabar com os transtornos já instalados, em

um procedimento clínico e com todas as implicações necessárias para sanar o

problema.

No trabalho clínico, o psicopedagogo deve admitir a sua própria

subjetividade na relação com o outro,afinal ele é um indivíduo que estuda

outros indivíduos. Essa correlação entre os sujeitos em que um procura

conhecer no outro o motivo que o impede de aprender é complexo. Isso

porque, cabe ao psicopedagogo saber como o sujeito se constrói, como ele se

modifica em várias etapas da vida, quais os mecanismos de conhecimento que

ele dispõe a forma pela qual produz conhecimento e aprende.

Para que esse trabalho ocorra da melhor forma é necessário que o

psicopedagogo se fundamente, recorrendo as teorias que o auxiliam na sua

32

práxis. Porque esse profissional deve conhecer de que modo ocorre a

aprendizagem, assim como as etapas que regem esse processo. As

interferências afetivas e as representações que acompanha essa fase e que

pode compromete-lo ( BOSSA,2007 ).

Para SERRAT (2004), a psicopedagogia é interdisciplinar,

necessitando de esferas do conhecimento como: antropologia, fonoaudiologia,

medicina, psicologia, pedagogia e lingüística.

A psicopedagogia tem origem de outras áreas tais como psicologia,

neurologia, filosofia, sociologia e lingüística sendo que essa última contribui

para compreensão da linguagem como uma das formas que caracterizam o ser

humano como cultural e social. [...] a língua enquanto código disponível a todos

os membros de uma sociedade, e a fala como fenômeno subjetivo, evolutivo e

historiado de acesso à estrutura simbólica ( BOSSA, 2007, p.29).

Para Freud e Piaget citados por Silva (1998), a linguagem é necessária

para a formação do pensamento e é um fator necessário na construção do eu

cognoscente.

A autora Silva (1998) aborda que o objeto da psicopedagogia é o

sujeito cognoscente, quem esta aprendendo e como acontece o aprendizado,

as dificuldades que o indivíduo tem para construir o seu conhecimento. A

psicopedagogia tem sua base teórica na Epistemologia Genética, na

Lingüística, na Psicanálise e na Psicologia Social (ABPp, 2005).

O psicopedagogo não tem a sua profissão reconhecida, por isso a

identidade desse profissional não está clara. Esse profissional deve ter

reconhecimento nas áreas da psicologia, pedagogia, lingüística, Epistemologia

Genética entre outras fontes de conhecimento. O psicopedagogo é um

profissional polivalente, que lê e pesquisa muito sobre a aprendizagem e as

formas para melhorar a qualidade desse conhecimento e a melhoria das

práticas de ensino, pedagógica.

O psicopedagogo auxilia no processo ensino-aprendizagem e a

Literatura Infantil pode ser um facilitador para que o educando aprenda de

forma lúdica.

De acordo com Gouveia (retirado da internet), “ a literatura infantil,

refere-se a duas visões, uma direciona para a visão de infância e as relações

33

dos adultos com a mesma. O outro aspecto aponta para comportamentos

atribuídos á criança, os quais buscam funcionar como mapa que deveria

direcionar a inserção da criança no universo do leitor infantil”.

Devido a esse prisma, os textos buscam incutir normas e

comportamentos socialmente apreendidos e valorizados para o mundo da

criança mesmo que a realidade contextualizada no livro não seja a mesma da

criança.

De acordo com Claudete Maria Schussler de Souza e Lucimar Soranzo

Marquês ( texto da internet, como faço a referência),a psicopedagogia pode

dar um suporte para as crianças internadas no aspecto da Literatura Infantil.

Isso porque, estudo realizado no Hospital Regional de Rio do Sul, fol

comprovado que ouvir histórias infantis desenvolve os aspectos emocionais e

cognitivos, além de ser fonte de prazer.

Para Claudete Maria Schussler de Souza e Lucimar Soranzo Marquês,

a Literatura Infantil é um meio para envolver corpo e mente. A Literatura Infantil

não pode ser vista como passatempo, mas como fonte de aprendizado de

forma lúdica. O momento de contar histórias é de carinho e aconchego de pais

com os filhos, professores.

De acordo com as autoras, a Literatura Infantil pode proporcionar à

crianças hospitalizadas, este momento de descontração, de relaxamento, de

prazer, de aprendizagem e de elevação de sua auto-estima.

Consequentemente a recuperação física pela energia da felicidade e a vontade

de viver.

O ato de ler não significa somente codificar e decodificar as letras, mas

entender o que está sendo lido, compreendendo a linguagem textual a decifrar

um texto escrito, seja qual for sua modalidade. ( Claudete Maria Schussler de

Souza e Lucimar Soranzo Marques).

Segundo Abramovich (1994), o professor deve estabelecer a ligação

afetiva e prazerosa entre a criança e o texto. Estimulando sua imaginação,

criatividade, de espaço, ambiente, cultura, modo de ser e vestir da sociedade

em que vive, propiciando oportunidades para que ela se torne um leitor. O

educador pode e deve utilizar-se de fantoches, teatros e dedoches para

estimular e formar nos seus educando a prática da Literatura Infantil. Com isso,

34

o aluno aumentará o repertório lingüístico oral e seus conhecimentos em

diferentes âmbitos e poderá entender melhor a vida ao seu redor. O

psicopedagogo pode auxiliar nesse processo.

De acordo com Sônia Ferreira Lima Salgado ( site ABPp ) quando nos

referimos a sujeito aprendente, que tem liberdade e autonomia na escrita do

pensamento, não podemos deixar de abordar que esse sujeito parte de uma

linguagem intra-pessoal. Essa autora cita Andrade no que se refere ao ato de

pensar. “O pensamento é entendido como a trans/ação entre o nível

inteligente, que se ocupa do conhecimento, do mundo possível e o nível

inconsciente que busca o saber e o mundo impossível”. ( Andrade, 2002,p.14),

e através das diversas linguagens, entre elas a verba ( oral e escrita) e das

linguagens não verbais como: plástica, icônica, musical, cinematográfica,

gestual, cênica entre outras como sendo meios para sua comunicação inter

pessoal.

De acordo com Cordié (1996), a linguagem tem a função de um

conjunto de sistemas que permite um certo número de expressões e de

comunicações entre os homens. Para Lacan citado por Cordié (1996), a

inteligência depende da maneira que o indivíduo domina a sua língua e

também do acesso que o sujeito tem ao saber da mesma.

Segundo Sônia Ferreira Lima Salgado (ABPp), a lingüística e a

semiologia são ciências que contribuem no processo de comunicação, por

intermédio do estudo das linguagens verbal e não verbal, dos processos dos

signos e símbolos, partir de uma que estabelecem significados e significantes

comuns, para promoverem a comunicação.

35

6-CONCLUSÃO

Após a leitura de alguns livros de autores renomados nas áreas de

Literatura Infantil e Psicopedagogia percebo a importância da literatura infantil

para o âmbito educacional e para vencer as barreiras da dificuldade de

aprendizagem. A literatura infantil é vital não só para o desenvolvimento

cognitivo, sócio/efetivo da criança como também para vencer as defasagens

do aprendizado. Além de auxiliar a criança na internalização de conceitos,

valores e tradições do meio no qual vive, misturando fantasia e realidade de

forma lúdica.

[...] a literatura infantil ocupa um lugar específico no

âmbito do gênero ficção, visto que ela se destina a um

leitor especial, a seres em formação, a seres que

estão passando pelo processo de aprendizagem inicial

da vida. Daí o caráter pedagógico (conscientizador).

[...] e também, ou acima de tudo, a necessidade de

ênfase em seu caráter lúdico... Aquilo que não divertir,

emocionar ou interessar ao pequeno leitor, não poderá

também transmitir-lhe nenhuma experiência duradoura

e fecunda ( COELHO, 2000,p,164).

Os pacientes do psicopedagogo, geralmente, são crianças e adolescentes

com dificuldades de aprendizagem que já foram a outros médicos ou

procuraram alguns tipos de auxílio e não obtiveram êxito. O psicopedagogo vai

procurar meios para facilitar essa aprendizagem. (FERNÀNDEZ, 1991). A

Literatura Infantil é um caminho prazeroso para o ato de aprender.

36

A literatura infantil faz com que a criança se torne autônoma sendo

imprescindível sob vários aspectos biopsicosociais como enfatizado por Coelho

(2000), como o desenvolvimento cognitivo, pois proporciona às crianças meios

que facilitam o processo de ensino/aprendizagem. Essas habilidades podem

ser observadas no aumento do vocabulário, nas referências textuais,

futuramente, na ampliação do repertório lingüístico, na criatividade e

critícidade. A literatura infantil, dessa forma tem como função servir de agente

de formação para um indivíduo reflexivo, cinsciente do papel que exerce na

sociedade.

Para que ela cumpra o seu papel formador e permita a

assimilação de componentes desejáveis, surgem os

primeiros textos destinados às crianças, nos quais

aparece com nitidez a função pedagógico-moralizante.

Assim, ao contrário da literatura, transgressora por sua

própria natureza, ao promover o questionamento e a

reflexão, a literatura infantil surge para reproduzir a

ideologia dominante (SANDRONI,1987,p.167).

Assim a literatura infantil é reflexo dos fatores que acontecem na sociedade

bem cômodos fatores político-econômico da nossa sociedade capitalista

vigente. Que enfatiza o excessivo consumismo, mas infelizmente não de livros

que são essenciais na vida de todo ser humano.

Por fim não se pode esquecer da importância da leitura para o

desenvolvimento do ser humano. A leitura deve ser trabalhada em sala de

aula, pelos professores.

37

7-BIBLIOGRAFIA

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43

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

(TÍTULO) 11

1.1 - A Busca do Saber 12

1.2 – O prazer de pesquisar 15

1.2.1 - Fator psicológico 15

1.2.2 - Estímulo e Resposta 17

CONCLUSÃO 48

ANEXOS 49

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 52

BIBLIOGRAFIA CITADA 54

ÍNDICE 55