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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DO JOGO E DA BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Por: Ana Maria Araujo Pereira da Silva Orientador Prof. Mary Sue Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO JOGO E DA BRINCADEIRA NA

EDUCAÇÃO INFANTIL

Por: Ana Maria Araujo Pereira da Silva

Orientador

Prof. Mary Sue

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO JOGO E DA BRINCADEIRA NA

EDUCAÇÃO INFANTIL

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito final para obtenção do grau de Pós-

Graduação “Lato Sensu” em Educação Infantil e

Desenvolvimento.

Por: Ana Maria Araujo Pereira da Silva

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela

força, foi um ano de vitórias! Ao meu

pai e minha mãe pelo carinho e

incentivo. Ao meu bem pela

preocupação quanto aos meus

estudos. Aos meus professores e

amigos de turma pelo crescimento

profissional. À minha companheira de

estudo Carmen e aos amigos que

sempre torceram por mim. Amo todos

vocês!

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a meus pais, razão

da minha vida, do meu querer mais, por

eles e para eles.

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RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo apresentar a importância

do brincar na formação e autonomia da criança. Além de analisar o surgimento

do jogo e da brincadeira na Educação Infantil ele trará conceitos sobre a

importância do brincar seja com outras crianças, pais ou professores além de

diferenciar os vários tipos de brincadeiras desde a mais simples que é o brincar

livre até a mais complexa, o brincar dirigido e com construções de regras.

A brincadeira acompanha ser humano desde seu nascimento, quando

os pais fazem gracinha para seus filhos dentro do berço. Quando entra para

escola na educação infantil junto com outras crianças e com o professor são

estimuladas nas crianças as áreas cognitivas, afetivas e sociais. Daí a

importância que devemos ter com o brincar na Educação Infantil.

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METODOLOGIA

Este trabalho foi fundamentado em pesquisa bibliográfica, utilizando

como eixo de leitura alguns autores e teóricos que já dissertaram sobre o tema,

dentre eles Tizuko Morchida Kishimoto, Diva Maranhão, Janet R. Moyles,

Gisela Wajskop, Ivanise Corrêa Rezende Meyer entre outros, além de artigos

retirados da internet. Ele tem como objetivo mostrar a importância do brincar

na educação infantil de saber como pais e professores podem ajudar nesse

processo de crescimento e aprimoramento das relações sociais, afetivas e

cognitivas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO 1 - História do surgimento do jogo e da brincadeira na escola 10

1.1 – Contribuições dos pensadores para a Educação Infantil 12

CAPÍTULO 2 - A importância do brincar na aprendizagem 18

2.1 – O papel do professor na Educação Infantil 19

2.2 – A visão dos pais em relação ao brincar na Educação Infantil 21

2.3 – O brinquedo como consumo 24

CAPÍTULO 3 – Jogos, brinquedos e brincadeiras 27

3.1 – Jogos de regras 30

3.2 – Brinquedo Educativo 32

3.3 – Brincadeiras Tradicionais 36

3.4 – Brincadeiras de faz-de-conta 39

3.5 – Brincadeiras de construção 40

CONCLUSÃO 47

BIBLIOGRAFIA 49

ÍNDICE 51

FOLHA DE AVALIAÇÃO 52

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INTRODUÇÃO

Este trabalho monográfico tem como objetivo, apresentar a importância

do brincar na formação e autonomia da criança, mas como isso se da? Esse é

um questionamento que será respondido nos capítulos que se seguirão na

composição deste trabalho, pois faz parte da cultura da infância o brincar. O

que a criança precisa é ter oportunidade de se soltar e construir seu mundo

com suas representações, uma vez que quando a criança brinca, ela se solta

criativamente, tudo vira um faz-de-conta.

No primeiro capítulo aparecerá um pouco da história do surgimento do

jogo e da brincadeira na escola, onde segundo Rousseau na Idade Média as

crianças eram vistas como adultos em miniatura, não havendo o espaço da

escola nem da brincadeira infantil, as crianças ficavam com adultos, tinham

pensamentos de adultos e faziam o que os adultos lhe ensinavam e permitiam.

Mostrará que com o passar dos anos surgiram pensadores que muito

contribuíram para que a Educação Infantil fosse se transformando e chegasse

onde está nos dias de hoje.

O segundo capítulo apontará a importância do brincar na

aprendizagem onde segundo Albert Einstein “Brincar é a mais elevada forma

de pesquisa”, de conhecimento de chegarmos ao entendimento do que o

professor quer alcançar no aprendizado da criança, pois ele será sempre o

mediador desse processo de ensino aprendizado e o que os pais pensam em

relação a isso, será só brincadeira, passa tempo ou muito mais? O professor

terá um papel primordial para mostrar esses pais que não acreditam no

brincar, que o brincar possa levar seus filhos a algum lugar, ele deverá para

isso mediar e desafiar esse educando a pensar, a experimentar mostrando

para os pais que com o brincar o educando conquista autonomia, liberdade,

aprende a conviver em sociedade. Isso porque quando a criança brinca, ela se

constrói como ser único e criativo, aprendendo, criando e recriando o mundo a

sua volta. Neste capítulo mostrarei que a brincadeira proporciona o aprender.

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O terceiro capítulo vem concluir este trabalho com exemplos de

diferentes tipos de brincadeiras e jogos propostos na escola de Educação

Infantil mostrando como o professor leva a brincadeira livre e dirigida de forma

a trabalhar o social, o afetivo e o cognitivo da criança para formação da sua

autonomia, do seu crescimento pessoal, pois tanto uma quanto a outra são

importantes no desenvolvimento da criança. Essas relações propiciam para

criança o amadurecimento emocional e ao mesmo tempo constrói a

sociabilidade que precisarão para o presente momento e para o futuro. A

brincadeira livre traz o espaço para criança se mostrar, viver no faz-de-conta,

trazer para fora o que a incomoda, num aprendizado espontâneo, já na

brincadeira dirigida o professor mais uma vez entrará em ação como mediador

na aquisição do conhecimento, no fazer pedagógico, estimulando a

inteligência, fazendo com que a criança solte sua imaginação, desenvolva sua

criatividade, faça o exercício de concentração, de atenção e interação. É

importante perceber também que o contato com diferentes objetos já

produzidos ou mesmo criados por eles estimula a linguagem, a criatividade, a

confiança em saber que ele pode, que ele é capaz.

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CAPÍTULO 1

O surgimento da brincadeira e jogos na Educação

Infantil

O brincar na Educação Infantil vem tendo um enfoque muito

grande neste século, tudo porque com o brincar a criança desenvolve sua

autonomia, criatividade, existe uma apropriação do conhecimento como no diz

Meyer que “Através das interações sociais que estabelece na família, escola e

comunidade há uma apropriação do conhecimento científico elaborado pela

humanidade.” (MEYER, 2008, p. 29).

A brincadeira é primeira linguagem de uma criança. Ela está

associada à infância porque é onde acontece com mais facilidade, com mais

autonomia. A criança brinca desde seus primeiros dias de vida, seja com o

dedo, com a chupeta, uma fralda, o que ela tiver em seu alcance. Com o

passar do tempo essa brincadeira torna-se mais significativa para ela e para os

outros que estão ao seu redor, seja na escola ou no seu cotidiano familiar.

Mas nem sempre foi assim.

Falar da história dos jogos e da brincadeira na educação infantil nos

remete a um passado bem remoto, na idade média, onde as crianças eram

vistas como miniaturas, onde eram deixadas no meio dos adultos sem a

preocupação de que fossem crianças, de que precisavam brincar.

Com o passar do tempo surgiram alguns teóricos que facilitaram a vida

dos professores quanto à introdução dos jogos e brincadeiras na Educação

Infantil para estimular o desenvolvimento da criança.

Mas vamos voltar ao passado e entender a grande contribuição que

esses teóricos nos trouxeram:

Até o século XVII, por exemplo, segundo Áries, apud Soares era

assim:

“A socialização da criança e a transmissão de valores e de

conhecimentos não eram asseguradas pela família, a criança era

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afastada de seus pais e passaria a conviver com adultos, ajudando-

os em suas tarefas. A partir daí, não se distinguia mais desses. Nesse

contato, a criança passava dessa fase direto para a vida adulta.” (

SOARES, 2009)

Entre 1930 e 1970 o brincar não era visto como importante para o

desenvolvimento da criança, uma vez que elas eram vistas como adultos em

miniatura.

Após o século XVII as coisas mudaram. A convivência com adultos que

antes era feita em tarefas cotidianas passou a ser feita na escola.

Já no século XVIII e XIX a Educação Infantil sofreu transformações, ela

adquiriu uma nova identidade graças a pensadores como Rousseau,

Pestalozzi, Decroly, Froebel e Montessori que trouxeram novas bases para a

educação dessas crianças. Piaget e Vygotsky também tiveram grande

importância para essa evolução.

No Brasil não foi diferente, uma vez que acompanhava o mundo. No

início do século XIX surgiram as creches, que eram vistas com o objetivo de

cuidar de crianças pobres. Em 1875 no Rio de Janeiro foi criado o primeiro

jardim de infância destinado a crianças de classe alta.

Em 1998 foi criado o RCNEI (Referencial Curricular Nacional para a

Educação Infantil), um documento para nortear o caminhar do trabalho a ser

realizado com crianças de 0 a 6 anos.

Segundo o RCNEI, “Brincar é uma das atividades fundamentais para o

desenvolvimento da identidade e da autonomia.”, isso porque se pararmos

para pensar é desde cedo que a criança se comunica com outras crianças e

adultos por meio de gestos, atitudes e mais tarde ela representará papéis em

brincadeiras de faz-de-conta, imitando seu dia a dia, aprendendo a criar e

respeitar regras nos jogos para também saber resolver situações no seu

cotidiano.

Sendo assim ainda segundo o RCNEI:

“Brincar é, assim, um espaço no qual pode observar a

coordenação das experiências prévias das crianças e aquilo que os

objetos manipulados sugerem ou provocam no momento presente.”

(REFERENCIAL CURRICULAR, vol. 2, 1998, p.23).

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Nossos pensadores nos deixaram um grande tesouro para que com

suas teorias fizéssemos a prática e fizéssemos com que nosso trabalho dentro

da sala de aula da Educação Infantil fosse para o desenvolvimento pleno das

crianças.

1.1 - Contribuições dos pensadores para a Educação

Infantil

Os Pensadores citados anteriormente foram de grande relevância para

que a Educação Infantil chegasse ao que é hoje, por isso vamos conhecer um

pouco do que cada um trouxe de mais importante para a Educação Infantil.

Jean Jacques Rousseau, Suíço nascido em 1712 nos trouxe dados

muito relevantes para a mudança na Educação Infantil. Ele foi um crítico da

rigidez das instruções na escola, do uso excessivo da memória da criança.

Para ele a criança não era um adulto em miniatura, ela tinha

características próprias. Ela deveria fazer o que era capaz por si própria e não

com ajuda de outros.

Sua contribuição para Educação Infantil é inestimável, propôs a criança

o brinquedo e esportes, deixando que se desenvolvessem como nos mostra

Wajskop:

“... a influência das idéias de Rousseau, na França, permitiu

que se criassem inúmeros brinquedos educativos utilizando princípios

da educação sensorial com vistas a estudar crianças deficientes

mentais e cujos conhecimentos foram, depois, utilizados para o

ensino das crianças normais.” (WAJSKOP, 1995, p.21).

Sendo assim podemos concluir que Rousseau quis nos mostrar a

capacidade que a criança tem, ela tem sua maneira de ver, de pensar e sentir,

cabe aos educadores observar essas crianças em suas brincadeiras e buscar

delas suas capacidades de se desenvolverem e se tornarem autônomos.

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Johann Heinrich Pestalozzi, Suíço nascido em 1746 nos mostrou que

somente a educação poderia mudar a condição de vida do povo.

Seu método pedagógico era baseado nos interesses dos alunos, onde

suas vontades brotavam de dentro para fora, onde a força de vontade

desenvolvia sua maturidade. O professor era o jardineiro que semeava o

caminho para o aluno crescer. Assim ele revolucionou a educação quando

percebeu que a cooperação entre aluno e professor deveria ser recíproca para

o crescimento, o aprendizado de ambos.

Era preciso experimentar para obter respostas reais.

O que fica para os educadores é a que o aluno não é uma tabula rasa

ele tem algo para nos mostrar, basta os educadores deixar que se mostrem

com isso troquem experiências e cresçam juntos.

Friedrich Froebel, Alemão nascido em 1782, foi criador dos jardins de

infância. Fundamentou sua pedagogia e base dos jogos iniciando a Educação

Infantil. Para ele o aluno deveria ser o centro do processo Educacional.

Froebel desenvolveu materiais e jogos que tornou o ensino mais

produtivo, ganhando um aspecto lúdico como nos mostra Kishimoto: “Froebel,

o criador dos jogos de construção, oportunizou a muitos fabricantes a

duplicação de seus tijolinhos para a alegria da criançada que constrói cidades

e bairros e que estimulam a imaginação infantil.” (KISHIMOTO, 1996, p.40)

Segundo site da multirio a pedagogia de Froebel seguia a seguinte linha:

“é um modelo de educação esférica, os alunos aprendem em contato

com o real, com as coisas, com os objetos de aprendizagem. O aluno

é levado a refletir sobre estes objetos, a tomar consciência deles.”

(www.multirio,rj.gov.br).

Para Froebel o ser humano é dinâmico e produtivo e não meramente

receptivo, ele não é uma esponja que absorve o conhecimento, ele busca o

conhecimento através das atividades.

Segundo Maranhão, numa sala de aula de Froebel “a criança deveria

não apenas olhar e escutar, mas agir e produzir.” (MARANHAO, 2007, P.89).

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Ovide Decroly, nascido em 1871 na Bélgica, foi criador dos centros de

interesse, onde o conhecimento se dava a partir do interesse de cada criança

em suas várias faixas etárias. Nele as crianças passavam por três

momentos: o da observação, o da associação e o da expressão como

nos explica a Revista Nova Escola:

“A observação é compreendida como uma atitude constante

no processo educativo. A associação permite que o conhecimento

adquirido pela observação seja entendido em termos de tempo e de

espaço. E a expressão faz com que a criança externe e compartilhe o

que aprendeu.” (Revista Nova Escola – Edição especial 10/2008)

Sendo assim a criança não só tinha para ela o que aprendeu, mas

poderia compartilhar do que ficou com seus colegas de classe.

Sua escola assemelhava-se a uma oficina, um laboratório onde a prática

estava presente, onde as atividades eram realizadas com materiais concretos

e em grupos, não havendo carteiras separadas. Decroly preferia o trabalho

realizado assim em grupos porque para ele, a escola deveria preparar o aluno

para o convívio em sociedade.

Ele acreditava que as crianças deveriam ser educadas em plena

liberdade para desabrochar todas as suas potencialidades.

Maria Montessori, Italiana nascida em 1870, foi uma teórica de grande

relevância na construção dos jogos para a Educação Infantil. Segundo Smith

ela “priorizava as atividades do brincar construtivo, com uso de materiais

especificamente planejados, mas não incentivava o brincar de faz-de-conta ou

jogo simbólico.” (SMITH, 2006, p.28)

Dentre os materiais didáticos criados, produziu quebra-cabeças, letras

em madeira, alfabetos móveis, barras de contagem onde esse material na sala

de aula era de livre escolhia do aluno, onde as professoras não ensinavam

como jogar, ajudavam a criança a aprender, o professor tinha o papel de

observador, catalisador.

Os princípios fundamentais do sistema criado por Maria Montessori são:

a atividade, a individualidade e a liberdade. Esses aspectos enfatizavam os

aspectos biológicos, considerando que a vida é desenvolvimento, e que sua

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função era que a educação favorecesse esse desenvolvimento. Assim, na sala

de aula, a criança era livre para escolher os objetos sujeitos à sua ação, mas

estes já estavam preestabelecidos, como os conjuntos de jogos e outros

materiais que ela desenvolveu.

Jean Piaget, nascido em 1896 na Suíça dedicou-se ao estudo de como

o ser humano constrói o conhecimento. Para ele todo o conhecimento é uma

construção, na interação.

Para ele Segundo site da multirio:

“o conhecimento resultaria de interações que se produzem entre

sujeito e objeto... mas não é apenas uma simples associação entre

objetos, mas assimilação dos objetos aos esquemas do indivíduo... a

partir da assimilação dos objetos, a ação e o pensamento se

acomodam a estes, ajustando-se. Há, portanto, uma adaptação

quando ocorre o equilíbrio entre assimilações e acomodações.”

((www.multirio,rj.gov.br).

Esse trecho remete qualquer professor a sua prática uma vez que ao

ver os alunos brincando o professor pode perceber que nas brincadeiras eles

transformam ferros em aviões, pedaços de madeiras em trenzinhos dentre

tantas outras invenções.

Para Piaget a brincadeira participa do conteúdo da inteligência no

processo assimilativo. Sua teoria não discute a brincadeira em si. Segundo

Kishimoto:

“Piaget adota o uso metafórico vigente da época, da

brincadeira como conduta livre, espontânea, que a criança expressa

por sua vontade e pelo prazer que lhe dá. Para o autor, ao manifestar

a conduta lúdica, a criança demonstra o nível de seus estágios

cognitivos e constrói conhecimentos.” ( KISHIMOTO, 2009, p.32)

Lev Semenovitch Vygostsky, Bielo Russo nascido em 1896 enfatiza que

a construção do conhecimento é dado pela interação entre várias relações. O

sujeito não é só ativo, mas também interativo.

Segundo Maranhão, Vygotstky entende a brincadeira como atividade

social da criança. É por ela que a criança se inicia no mundo adulto antevendo

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papéis e valores futuros, ou seja, nesse brincar com outras crianças e até

mesmo com adultos a criança já vai descobrindo as dificuldades que poderá

ter no futuro podendo até mesmo resolvê-la naquele momento.

O brinquedo, segundo Vygotsky, é o mundo ilusório e imaginário onde

os desejos podem ser realizados. O brinquedo para ele é um estágio entre as

restrições da infância e o pensamento adulto.

Bomtempo nos mostra que para Vygotsky “só brincando que ela vai

começar a perceber o objeto não da maneira como ele é, mas como desejaria

que fosse.” (BOMTEMPO, 2009, p.61), assim ela estará fazendo a

representações de papéis, do mundo que ela vive tendo possibilidade de

levantar hipóteses, resolver problemas, ir cedendo quando preciso for, como

nos mostra Wajskop “ É por essa razão que Vygotsky considera que a

brincadeira cria para as crianças uma "zona de desenvolvimento proximal””.

Sendo assim junto com a orientação de um adulto ou criança ela será capaz

de chegar a zona de desenvolvimento potencial.

Sendo assim a interação tanto com o adulto quanto com outras crianças

é o ponto chave para o desenvolvimento de crianças para Vygotsky

Parando para analisar cada pensador ou teórico citado anteriormente

nos trouxe um pouco do que a escola é hoje, do que foi concretizado através

dos seus estudos e que nos trouxe grandes desenvolvimentos. Rousseau

mostrando que a criança tem capacidade; Pestalozzi que devemos trocar

experiências entre alunos e professores; Froebel que aprendemos com o real,

fazendo, refletindo sempre sobre o que vemos; Decroly nos trouxe a prática,

só fazendo adquirimos conhecimento; Maria Montessori com os jogos, onde o

professor é o mediador; Tanto Piaget quanto Vygotsky defenderam o papel

ativo da criança no processo da construção desse conhecimento.

Sendo assim finalizo este capítulo mostrando a definição que Curtis no

traz sobre o que é o brincar.

“As definições de brincar são muitas e variadas, mas a

maioria inclui a idéia do brincar como experiência prazerosa, que não

tem um produto final e é intrinsecamente motivada.” (CURTIS,

2006,p. 39)

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Sendo assim a brincadeira deveria ser mero prazer de brincar, seja com

jogos, com outras crianças, numa brincadeira de faz-de-conta e não algo

imposto ou determinado a ser feito a pedido de alguém como vermos no

capítulo seguinte.

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CAPÍTULO 2

A importância do brincar na aprendizagem

O brincar na Educação infantil é uma linguagem, onde com ela a criança

faz a releitura da sua vida seja na sua individualidade ou em brincadeiras em

grupo.

O brincar é uma das formas de aprendizagem mais ricas que existem,

isso porque na brincadeira a criança vivencia, constrói, resolve situações de

sua vida cotidiana, tentando compreender e construir a realidade em que vive.

A brincadeira é nata, natural, ninguém coloca dentro da criança, com a

brincadeira a ela desenvolve suas potencialidades, além de se preparar para o

futuro experimentando o mundo a sua volta, os limites impostos pelos colegas,

pela professora, debatendo situações e resolvendo-as.

A palavra brincar tem muitos significados, segundo o dicionário Aurélio,

brincar é: “1. Divertir-se infantilmente. 2. Divertir-se, entreter-se. 3. Dizer ou

fazer algo(a) por brincadeira. 4. Divertir-se participando em folguedos

carnavalescos. 5. Brincar (3) 6. Zombar. 7. Entreter-se, fingindo-se de” .

Nesta monografia o termo brincar faz alusão à brincadeira que segundo

o mesmo dicionário quer dizer “1. Ato ou efeito de brincar. 2. Brinquedo. 3.

Entretenimento, passatempo, divertimento, brinquedo. 4. gracejo, pilhéria.

Mas não é só o brincar por brincar, para passar o tempo. Existe um

brincar com compromisso, o compromisso de aprendizagem, de criação, de

resolução de problemas incutidos na criança.

É importante percebemos essa necessidade da brincadeira na

Educação Infantil, necessidade de descoberta, de crescimento brincando

porque em algumas escolas a necessidade é de que as crianças aprendam a

ler e escrever o mais rápido possível e com isso estão desrespeitando esse

tempo da infância da criança prender brincando.

O brincar não acontece de repente, às vezes como nos mostra o

exemplo de Rosa “ Muitas crianças se envolvem em brincadeiras e, no entanto,

não estão brincando, apenas obedecendo, de forma submissa, às regras de

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um jogo ou às expectativas de alguém.”, e isso cabe o professor observar,

porque o momento da brincadeira livre ou dirida tem que ser prazeroso, para

que a criança ganhe com essa troca, seja com outras crianças ou mesmo com

os adultos.

As brincadeiras facilitam o crescimento corporal, o aumento de força, de

resistência física e de coordenação motora, proporciona a socialização,

contribuem na vida afetiva, encorajam o desenvolvimento intelectual por meio

da atenção e imaginação.

2.1 – O papel do professor na Educação Infantil

Falar do papel do professor é comprometedor, pois muitas vezes por

falta de tempo ou mesmo atenção. O que seria o correto para o

desenvolvimento da criança passa despercebido. Vejamos o que acontece e

as possíveis soluções para esse problema.

Na Educação Infantil existem diferentes tipos de professores no

momento da brincadeira, existem os que preferem ficar observando seus

alunos, outros que os deixam livres, sem fazer intervenções, fazendo “outras

coisas” nesse momento e outros que brincam com alguns se esquecendo dos

outros. Nesse caso é preciso que o professor tenha clareza da importância do

brincar dentro do desenvolvimento da criança, outras vezes o professor se

deixa levar por sua autoridade e acaba criando situações não agradáveis ao

seu aluno quando impõe métodos ou regras nas brincadeiras.

É interessante deixar que as crianças experimentem, pois assim como

nos diz Winnicott o brincar “é uma experiência, e uma experiência sempre

criativa, uma experiência num continuum espaço-tempo, uma forma básica de

viver.”, isso não quer dizer que depois do experimentar o professor não ensine

as regras do jogo, sim deve sim ensinar, pois a regra também fará parte do seu

futuro. Quando o parceiro da brincadeira é o adulto, a criança se sente

prestigiada e ao mesmo tempo desafiada, o adulto por sua vez pode levar a

criança a fazer descobertas e viver novas experiências, despertando a

compreensão e a atenção ela.

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Isso nos mostra que o brincar na Educação Infantil tem muita

importância, pois é o principal meio de aprendizagem.

É preciso que os professores permitam que as crianças brinquem,

criem, experimentem como instrumento de desenvolvimento. Quando o adulto

interage, aqui o professor, é importante observar como a criança está

brincando e respeitar suas iniciativas, preferências e ritmo da brincadeira, mas

como nos mostra Smith não podemos deixá-las brincar sem interferência

porque:

“Apesar da diversão e da aprendizagem que podem ocorrer

pelo brincar livre, certas formas de brincar podem se tornar

repetitivas. Portanto argumenta-se que os educadores têm um papel-

chave a desempenhar: ajudar as crianças a desenvolve o seu brincar.

O adulto pode, por assim dizer, estimular, encorajar ou desafiar a

criança a brincar de formas mais desenvolvidas e maduras.” (SMITH,

2006, p.30)

Brincar não é perda de tempo, nem mesmo preenchimento deste,

principalmente se for feito com outros, pois haverá troca de experiências, de

pontos de vista para amadurecimento dos pensamentos. Quando uma criança

brinca com a outra as duas crescem, desenvolvem-se com mais facilidade

como nos mostra Wajskop que a brincadeira é “o resultado de relações

interindividuais, portanto de cultura. A brincadeira pressupõe uma

aprendizagem social.”

Além desse papel social, o estímulo de fazer a criança brincar é o que

mais convém, uma vez que as brincadeiras mais simples são fontes e

estímulos para o cérebro. E uma vez que são estimuladas de diversas formas

terão depois autonomia para fazer suas escolhas, o que mais lhe interessar

brincar. É responsabilidade do adulto ajudar a criança a ampliar suas

possibilidades de escolha. Aqui nesta monografia me remeto aos professores.

É preciso que os professores conheçam as necessidades do seu aluno

para que as brincadeiras propostas por ele propiciem um ambiente

estimulador. Kishimoto nos mostra que a preocupação da criação desse

ambiente estimulador depende somente do professor uma vez que “ quando

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ela (criança) brinca, não está preocupada com a aquisição de conhecimento ou

desenvolvimento de qualquer habilidade mental ou física”, ela quer

simplesmente brincar, liberar suas energias.

O papel do professor na Educação Infantil é fundamental porque é ele o

mediador no processo de ensino-aprendizagem para o crescimento desse

aluno, não mais o transmissor de conteúdos como há um tempo, tempo esse

não muito distante.

Segundo Griffiths “ o papel do professor é sugerir novas possibilidades,

dar informações, apoiar as idéias da criança e incentivar discussões.”, assim a

criança perceberá que ela pode buscar alternativas para resolver seus

problemas que hoje surgem nas brincadeiras e futuramente servirão de

exemplo para sua vida.

Ao falar da importância da brincadeira na Educação Infantil não

podemos deixar de pensar no principal objeto para que aconteça essa

brincadeira, o brinquedo. O brinquedo tem um papel importante para a criança,

pois ele se torna o parceiro nessa brincadeira do dia a dia. Existem muitas

críticas sobre os brinquedos como veremos mais adiante, mas cabe ao

professor de Educação infantil como nos mostra o RCNEI:

“Organizar situações para que as brincadeiras ocorram de

maneira diversificada para propiciar às crianças a possibilidade de

escolherem os temas, papéis, objetos e companheiros com quem

brincar ou o s jogos de regras e de construção, e assim elaborarem

de forma pessoal e independente suas emoções, sentimentos,

conhecimentos e regras pessoais.” (REFERENCIAL CURRICULAR,

vol.1,1998, p.29).

2.2 – A visão dos pais em relação ao brincar na Educação

Infantil

Muitos pais vêem a Educação Infantil como importante para o

crescimento e desenvolvimento dos seus filhos, outros, porém como passa

tempo, como perda de tempo para criança, mas há um tempo atrás não era

assim nossos avós e bisavós brincavam com nossos pais e ensinavam a eles

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brincadeiras ditas por nós antigas, vindas das culturas de cada lugar, não

deixando essa cultura morrer. Dentre essas brincadeiras encontravam-se

amarelinhas, piões, piques e outras.

Curtis nos mostra que “ no mundo todo, os pai aceitam o fato de que as

crianças brincam, mas poucos realmente acreditam que essa é a maneira pela

qual seus filhos aprendem.” Eles preferem colocar os filhos em diferentes tipos

de atividades como balé, judô, capoeira entre outras atividades a aceitar que o

brincar tem muito mais vantagens quanto ao aprendizado, a construção da

autonomia e mesmo a socialização das crianças.

Brincar é direito de toda criança, mas isso não acontece porque mais

uma vez os pais têm dificuldade de aceitar que com o brincar a criança está

desenvolvendo inúmeras habilidades. Eles vêem o brincar como algo banal,

um tempo para ocupar as crianças enquanto os adultos estão resolvendo

algumas pendências em outro lugar.

É importante salientar que na Educação Infantil o professor deve

assumir a importância do brincar e mostrar aos pais que vêem com receio e

preconceito as escolas que colocam brinquedos nas salas de aula, a

importância desse brinquedo.

Alguns pais desinformados acreditam que é perda de tempo, dinheiro

jogado fora ter seu filho nas salas da Educação Infantil, pois como nos mostra

Meyer eles “mal percebem os avanços da criança e já querem que inicie na

classe de alfabetização (C.A)... pois não entendem o porquê de perder mais

um ano com o jardim...”. Seria interessante por parte da direção e mesmo dos

professores buscar meios de trazer esses pais para dentro da escola e mesmo

da sala de aula para dar demonstrações de que a pré escola é uma

preparação para o que virá futuramente, que é nessa fase escolar que criarão

autonomia, desenvolverão suas habilidades. Não é só parando de brincar,

ocupando uma parte maior do tempo com atividades vista como estudo e não

como brincadeiras que serão preparados para o futuro, isso acarretará num

individualismo, onde a criança não mais se socializará, ficará sentada em sua

mesa adquirindo informações do professor. O brincar é isso socialização, troca

de experiências.

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Não é só na escola que as crianças brincam, cabe aos educadores na

escola e aos pais em casa incentivar a criança a brincar seja direta ou

indiretamente.

Em algumas escolas o tempo da brincadeira é muito pequeno,

insuficientes para suprir as necessidades das crianças e alguns pais ainda

exigem que essa brincadeira não seja livre, seja dirigida, como nos mostra

Betton:

“Já vi muitos pais pedindo brincadeiras dirigidas até nestes

momentos livres, com objetivo de não deixar a criança se machucar

ou brigar. Os pais reclamam e se aborrecem muito com joelhos

ralados, brigas e confusões na escola. Dificilmente encaram com

naturalidade e entendem o quanto esta brincadeira é um aprendizado

muito importante.” (BETTON, www.katiachedid.com.br)

Se os pais não valorizam a brincadeira em casa e na escola com o

tempo as crianças perdem o prazer da brincadeira. Toda criança tem seu ritmo

para brincar, ela precisa apenas de tempo e espaço para desenvolver sua

forma de brincar. É preciso que pais e educadores estejam atentos a esse

tempo, onde o importante é que ela tenha diferentes espaços e oportunidades

de crescimento individual e coletivo seja na escola, em casa ou lugares

públicos.

Em casa é importante que os pais brinquem com seus filhos, pois nessa

hora eles recebem muitos benefícios além da troca de saberes. Brincar com os

filhos é uma oportunidade de aprendizagem, de resgatar brincadeiras antigas,

reforçar laços afetivos entre familiares, de perceber o que a criança sente e

fazer com que as crianças percebam que seus pais se interessam por elas.

Alguns pais sentem-se inibidos ao brincar com seus filhos porque

quando eram crianças não vivenciaram esse tempo para brincadeiras, não

foram ensinados assim. Os pais brincando com seus filhos não se tornam

crianças. As crianças sabem que cada um tem seu lugar, que criança é criança

e adulto é adulto. Elas só querem atenção, querem se sentir importante, até

mesmo porque elas não têm a noção do bem que esses pais fazem para seu

desenvolvimento.

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Os pais deveriam saber que são o primeiro brinquedo do filho quando

fazem expressões faciais ou mesmo algum gesto para seu filho recém-

nascido. Com o tempo esses bebês crescem e vão aprendendo com os pais,

irmãos, familiares a sua volta, coleguinhas na escola e outras pessoas.

Quando brincam os pais estabelecem uma relação de carinho, de troca com

seus filhos.

2.3 – O brinquedo como consumo.

Segundo o dicionário Aurélio a palavra brinquedo significa: “ 1. Objeto

para as crianças brincarem. 2. Jogo de criança; brincadeira.”

Para Kishimoto “o brinquedo supõe uma relação íntima com a criança e

uma indeterminação quanto ao uso, ou seja, ausência e um sistema de regras

que organizam sua utilização”. A criança irá usar sua criatividade para utilizar

esse brinquedo de modo a satisfazê-la.

O brinquedo na Educação Infantil é visto como um meio para que as

crianças brinquem e criem suas brincadeiras. Eles ajudam as crianças com

possibilidades e oportunidades de compreensão do mundo em que vivem,

além de contribuir para o aprendizado da mesma, pois cada um tem um

objetivo diferente e diversas possibilidades de brincar.

Maranhão nos mostra que “através do brinquedo, a criança estabelece

suas relações com a vida real. Ela vai experimentar sensações que já conhece

e vai desenvolvendo regras de comportamento que imagina serem corretas.”

Isso acontece quando ela brinca de ser mãe ou mesmo filha demonstrando

comportamentos que faz em casa e sendo repreendida por seus atos. No

momento ela pode até não assimilar o que está acontecendo, mas futuramente

esse brincar trará grandes modelos para sua vida.

O brinquedo estimula a representação, colocando as crianças nas

reproduções cotidianas de sua vida, trazendo para elas a expressão de

imagens dos objetos reais, cujo quais não poderiam manipular a ampliação da

linguagem dentre tantas outras funções.

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Hoje em dia o comércio oferece uma infinidade de brinquedos para

quem quiser, independe do valor, seja ele caro ou barato, nacional ou

importado. As estratégias que o comércio usa, facilita muito na conquista

desse público com o qual trabalhamos as crianças.

Wajskop nos mostra que a brincadeira deve:

“ ocupar um espaço central na Educação Infantil... o professor

é a figura fundamental para que isso aconteça, criando espaços,

oferecendo-lhes material e partilhando das brincadeiras das crianças.

Agindo desta maneira, ele estará possibilitando às mesmas uma

forma de aceder às culturas e modos de vida adultos, de forma

criativa, social e partilhada. Estará, ainda, transmitindo valores e uma

imagem da cultura como produção e não apenas consumo.

(WAJSKOP, 2009, P.112)

É preciso que professores e pais percebam que o brinquedo é a

essência da infância, onde a criança expressa seu mundo, ele envolve as

crianças afetivamente. A criança então constrói e cria regras de uso e

alternativas para resolver imprevistos ao brincar.

Quanto sua importância cultural Carneiro nos mostra que “ o brinquedo

é um importante objeto cultural produzido pelos adultos para as crianças e que

ganha ou produz significados no processo da brincadeira, pela imagem que a

realidade representa e transmite” isso porque o adulto muitas vezes resgata

um brinquedo antigo ou mesmo uma brincadeira além de proporcionar a

interação entre os familiares.

Pais e educadores devem se conscientizar quanto ao preço e

quantidade de brinquedos, que estes não garantem a diversão. Brinquedos

simples proporcionam momento de muita alegria, aprendizagem e troca de

saberes.

A qualidade do brincar também tem que estar bem resolvida para os

professores, pois do que adianta quantidade de brinquedos em sua sala de

aula, ou no parquinho da escola se não há qualidade? Muitas vezes isso

acontece porque como já foi dito anteriormente as propagandas estão por ai,

estimulando a compra de todo e qualquer tipo de brinquedos.

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Meyer nos pede cuidado com o brinquedo, pois, “existe, na grande

indústria de brinquedos, toda uma dominação cultural, social, étnica que

muitas educadoras ainda não se deram conta e acabam fortalecendo esta

forma de pensar e induzir as crianças ao consumo.” (MEYER, 2008, P.34).

Assim cabe aos professores buscar meios e desmistificar esse problema

do consumo de brinquedo. E aos pais a contribuição de ajudar ao professores

a tornar nossas crianças criativas, fortalecendo sua capacidade de imaginação,

uma idéia seria a construção de mais materiais com sucatas ajudando até na

despoluição do nosso planeta.

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CAPÍTULO 3

Jogos, brinquedos e brincadeiras

Existem muitos significados para palavra jogos. Segundo o dicionário

Aurélio ela quer dizer: “ 1.atividade física ou mental fundada em sistema de

regras que definem a perda ou ganho; 2. passatempo.” As duas definições

deixa bem claro o que ao que o jogo nos remete, uma atividade que

desenvolve o cognitivo, de competição onde podemos perder ou ganhar.

Valle nos dá uma definição de jogo voltado para os objetivos que

queremos alcançar quando diz que:

“O jogo é integrador, ajuda a liberar suas energias, propicia

condições de liberação da fantasia, há sempre um caráter de

novidade, o que é fundamental para despertar o interesse da criança

e, na medida em que joga, ela vai se conhecendo melhor, construindo

interiormente o seu mundo.” (VALLE, 2008, P.97)

O jogo é desafiador, a criança tem que aprender a respeitar as regras,

formular hipóteses e ser também capaz de solucionar situações que aparecem

no decorrer da atividade.

Piaget vê o jogo como essencial na vida de uma criança, no jogo ela se

apropria do que percebe da realidade. Ele classifica esses jogos em três

estruturas: jogo de exercício, jogo simbólico e jogo de regras. Os jogos de

exercício são aqueles em que se trabalha o sensório motor. Os simbólicos são

os jogos em que a criança começa a utilizar a simbologia, vivenciar a

realidade, nas brincadeiras de faz-de-conta. Nos jogos de regras as crianças

aprendem a lidar com delimitações impostas por outras pessoas sejam elas

professores ou amigos.

Recordando o que já foi citado no capítulo anterior, segundo o dicionário

Aurélio o significado da palavra brinquedo é: “1. objeto para as crianças

brincarem. 2. jogo de criança;brincadeira.”

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Atualmente o brinquedo está sendo visto como uma forma de atividade

espontânea, a criança vê o brinquedo pega-o sem intenção de brincar disso ou

daquilo.

Na escola o brinquedo tem caráter de socialização lúdica, onde junto

com o outro as crianças criam ligações afetivas. Eles são a riqueza da

imaginação infantil, uma vez que podem se transformar no que a criança

permitir em sua brincadeira.

Toquinho, em uma letra de música retrata muito bem o sentido simbólico

de um brinquedo.

“Casa de brinquedos”

(Composição: Toquinho – Fernando Faro)

O que é um brinquedo, o que é o brinquedo?

Duas ou três partes de plástico, de lata,

Uma matéria fria, sem alegria, sem história.

Mas não é isso, não é filho?

Porque você lhe dá a vida

Você faz ele voar, viajar,

Vamos filho, sabe que ligar é esse?

É um lugar de sonhos...

(Toquinho 1987, www. letras.terra.com.br/toquinho/1623116/ -)

É isso mesmo o brinquedo é o que leva a criança a imaginar, resolver e

conhecer suas situações do cotidiano.

Para Vigotsky o brinquedo é um mundo ilusório e imaginário onde os

desejos não-realizáveis podem ser realizados. O brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal para as crianças quando esse reproduz o cotidiano

de vida da mesma, como por exemplo, o ferro de passar roupa de madeira de

brinquedo com o ferro de passar da mamãe, a boneca que se torna filha etc.

Brincar com essas “replicas” faz com que a criança sinta-se importante, sinta-

se resolvida por não poder pegar o da mamãe, pois pode machucar.

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A palavra brincadeira segundo o dicionário Aurélio é: “1.divertir-se

infantilmente. 2. divertir-se, entreter-se. 3. Dizer ou fazer algo por brincadeira.”

Para Meyer brincadeira é: “Um espaço de inovação para a criança que

experimenta comportamentos novos para elas, desenvolvendo a sua

criatividade, que é essencial para a descoberta de suas competências”,

quando experimenta a criança desenvolve suas habilidades. Segundo essa

mesma autora ela é essencial porque é “um espaço de socialização, de

domínio da relação com o outro, de apropriação da cultura, de exercício da

decisão e da invenção”, trabalha todos os eixos importantes para o

desenvolvimento da criança, o cognitivo, afetivo e o motor.

Assim temos na brincadeira dois momentos: o brincar livre e o brincar

dirigido. Através dessas brincadeiras segundo Maranhão as crianças

“apreendem e aprendem o mundo que as cerca, incorporando as

competências necessárias para o seu desenvolvimento.”

Na brincadeira livre o aprendizado é espontâneo, a criança tem o

espaço e cria suas próprias brincadeiras sejam ela casinha ou jogos em grupo.

Já a brincadeira dirigida parte do professor quando ele orienta ao aluno qual

atividade será realizada, muitas vezes nesse momento o professor intervém

mostrando regras aos seus alunos impedindo-os da criação e da autonomia.

Meyer nos alerta ao dizer que:

“O papel do ‘jogo ou brincadeira’ educativos é bastante forte,

mas nem tudo é marcado pela função pedagógica. As crianças

precisam de momentos da brincadeira pela brincadeira.” (MEYER,

2008, P.42)

A brincadeira livre, o brincar pelo brincar também traz benefícios às

crianças principalmente o da construção da autonomia, mas mais uma vez

faço aspas ao olhar do professor, não é por ser uma brincadeira livre que

devemos deixar as crianças brincando enquanto arrumamos sala ou fazemos

planejamentos.

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Na teoria de Piaget a brincadeira não recebe conceituação específica.

Ele diz que “quando a criança brinca, ela assimila o mundo à sua maneira, sem

compromisso com a realidade”. Para ele o brincar é característico na faixa

etária de dois a seis anos, onde a idade é fator determinante para a escolha da

atividade lúdica. Smith mostra isso quando nos diz que Piaget separa o brincar

em três fases:

“ O brincar prático, brincar simbólico e jogos com regras. O

brincar prático inclui o brincar sensório-motor e exploratório do jovem

bebê – especialmente dos 6 meses aos 2 anos; o brincar simbólico

abrange o brincar de faz-de-conta, de fantasia e sociodramático da

criança pré-escolar, de cerca dos 2 ou 3 anos até os 6; os jogos com

regras caracterizam as atividades das crianças a partir dos 6 ou 7

anos.” (SMITH, 2006, P. 25/26)

Já Vigotsky vê a brincadeira como atividade social da criança onde ela

constrói sua personalidade e compreende a realidade em que vive. Ele ainda

nos mostra segundo Maranhão que o “ ...brincar nem sempre é algo

prazeroso.”, que “o ato de ganhar ou perder no final, podem ser extremamente

desagradáveis para elas.” Mas se formos analisar o perder ou ganhar, faz

parte do crescimento da criança, pois mostrará para ela que na vida nem

sempre é ganhar, devemos sempre nos reerguer e lutar para obter uma

resposta sempre positiva.

O que podemos observar com essas definições?

Na verdade jogo, brinquedo e brincadeiras estão inseridos diariamente

no cotidiano da criança, seja na escola ou em casa. Todos eles se interligam,

não existe brincadeira sem brinquedo, não existe um jogo que não seja uma

diversão, uma brincadeira.

A seguir veremos os diferentes tipos de jogos, brinquedos e

brincadeiras.

3.1 – Jogos de regras

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Os jogos de regras são aqueles que são criados com objetivo de seguir

ordens. É nas crianças de cinco e seis anos que se manifesta e onde estão

prontas para enfrentar esse desafio.

Piaget ao criar sua teoria separou as etapas do brincar e nos disse que

a partir dos sete anos elas já estão prontas para seguir esses jogos de regras,

entendendo-os com mais facilidade.

O que caracteriza esse jogo é a existência de um conjunto de leis

impostas pelo grupo, devendo ser cumprida ou serão penalizadas.

Piques, futebol, dama, xadrez são alguns exemplos de jogos de regras.

Os piques podem ser: pique alto, pique senta, pique bandeira e dentre

tantos outros. Vamos ver como se brinca?

* Pique alto: onde as crianças deverão manter-se no alto e uma no

baixo. Esta que se encontra na parte baixa deverá tentar pegar uma criança

que se encontra no alto quando esta for trocar de lugar e assim cada um

dependendo da sua atenção será o pegador. A regra é trocar de lugar com a

criança que foi pega.

* Pique senta: as crianças correm pelo pátio onde um pegador deverá

pegar as outras crianças, assim que tocar essa criança deverá sentar. A regra

não pode ser quebrada, assim que for tocada a criança senta. Será o próximo

pegador quem for pego por último ou em primeiro, fica a critério do grupo.

* Pique Bandeira: divididas em times, as crianças têm de atravessar o

território inimigo e pegar a bandeira do adversário sem deixar que a sua seja

roubada. Se um jogador for pego, seus colegas se organizam para resgatá-lo

sem deixar o objetivo principal de lado à bandeira.

* Futebol: regras do futebol são inúmeras. Devemos observar a medida

do campo, a quantidade de jogadores (11), além dos reservas, o tempo, as

faltas, mas tudo pode ser combinado com o aluno.

* Dama: O jogo é feito num tabuleiro entre duas pessoas com duas

peças de cores diferentes, doze pretas e doze brancas. O objetivo é “comer” a

peça do adversário. Ganha quem conseguir todas as peças do outro.

* Xadrez: O jogo de Xadrez é jogado por dois jogadores. Um jogador

joga com as peças brancas o outro com as pretas. Cada um inicialmente tem

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dezesseis peças: Um Rei, uma Dama, duas Torres, dois Bispos e oito Peões.

O posicionamento inicial das peças assim como o formato do tabuleiro é como

o que se mostra na figura seguinte:

As peças na linha de baixo e da esquerda para a direita são: Torre,

Cavalo, Bispo, Dama, Rei, Bispo, Cavalo e Torre. Os jogadores movimentam

alternadamente uma das suas peças, sendo sempre o jogador com as brancas

o primeiro a começar. Um movimento consiste em pegar numa peça e colocá-

la numa nova casa respeitando as regras de movimento. Só o Cavalo é que

pode passar por cima de outras peças. Existe um movimento especial

denominado Roque em que um jogador pode movimentar duas peças

simultaneamente. Um jogador pode Capturar peças do adversário, para fazê-lo

tem de movimentar uma das suas peças para uma casa que contenha uma

peça inimiga, respeitando as regras de movimento. A peça capturada é

retirada do tabuleiro. (A captura não é obrigatória). O jogo termina quando se

atingir o mate ou uma situação de empate. (www.web-

donkey.com/regrasxadrez/ -)

3.2 –Brinquedo Educativo

Segundo Meyer esse tipo de jogos data dos tempos do renascimento.

Ele educa de forma prazerosa.

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O brinquedo educativo tem duas funções: a função lúdica e a função

educativa. A função lúdica quando proporciona diversão e é escolhido

voluntariamente pela criança e a função educativa quando ensina algo a essa

criança expandindo seu conhecimento.

Kishimoto diz que o uso do brinquedo /jogo com função educativa se

dará a partir do momento em que:

“ a criança pré-escolar aprende de modo intuitivo, adquire

noções espontâneas, em processos interativos, envolvendo o ser

humano inteiro com suas cognições, afetividade, corpo e interações

sociais, o brinquedo desempenha um papel de grande relevância para

desenvolve-la.” (KISHIMOTO, 2009, P.36)

Isso porque ela se relacionará com outras crianças, fará representações,

manipulará objetos além das trocas de saberes, fazendo assim a ação afetiva,

cognitiva, física e social.

São exemplos de Brinquedos Educativos:

* quebra-cabeça,

http://www.brproducoes.com.br/blog/categoria.asp?categoria1=internet

* brinquedos de tabuleiro,

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http://blogbrinquedo.com/?p=1186

* brinquedos de encaixe,

http://www.brinqmania.com.br/ecommerce/produtos.asp?produto=337

* móbiles,

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http://www.modecokids.com/index.php/2008/07/27/etsy-favorites-no-17/

* boliche,

http://www.rosita.com.br/produto.asp?IDProduto=153

* carrinhos entre outros.

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http://www.logismarket.ind.br/rod-fiber/carrinhos-especiais/1211488024-1179618355-p.html

3.3 – Brincadeiras Tradicionais

Esse tipo de brincadeira está relacionada com o folclore e incorpora

uma mentalidade popular, expressando-se pela oralidade, ou seja, são as

brincadeiras populares passadas de pais para filhos, por pessoas mais velhas

da família. Os criadores dessas brincadeiras geralmente são anônimos. Essas

brincadeiras têm função de perpetuação cultural, ou seja, ser passada para o

conhecimento de futuras gerações.

Para os professores na sala de aula seria interessante resgatar essas

brincadeiras tradicionais, uma vez que as crianças não conhecem e, portanto

não brincam.

São exemplos de brincadeiras tradicionais:

• Amarelinha, essa brincadeira tem vários nomes, depende do lugar

em que se encontra. Em Minas Gerais é chamada de maré, No Rio

grande do Sul sapata entre tantos outros nomes.

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www.ced.ufsc.br/~zeroseis/Amarelinha.gif

• Pipa, essa brincadeira tem como origem a China, a mais de dois mil

anos atrás, onde teriam ajudado a navegação de barcos e o

transporte de pesados materiais de construção.

http://ceoparacriancas.wordpress.com/2008/02/14/pipa-no-ar/

• Pião - brincadeira de origem arcaica, que era associada com rituais

de adivinhação e interpretação de presságios em certas épocas do

ano.

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http://www.projetoafinidade.com.br/Cultura/Folclore/Folclore.htm

• Brincadeiras de roda - são brincadeiras infantis, onde as crianças

formam uma roda de mãos dadas e cantam melodias folclóricas,

podendo executar ou não coreografias acerca da letra da música.

Dentre essas músicas conhecemos: ciranda cirandinha, atirei o pau

no gato, entre outras.

• Pular carniça – Nesta brincadeira os jogadores se agacham de

quatro e os outros vão pulando sobre esses apoiando as mãos nas

costas.

http://sementinhasparacriancas.blogspot.com/2009/11/brincadeiras-de-crianca.html

• Bolinha de gude – Esse jogo é muito antigo, eles foram conhecidos

pelos gregos e romanos, no Brasil foram trazidos pelos Portugueses.

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http://www.pca.org.br/guia_do_voluntario.php

3.4 – Brincadeiras de faz-de-conta

São conhecidas como brincadeiras simbólicas, onde acontece a

representação de papéis, o uso da imaginação. Com ela surge o aparecimento

e aprimoramento da linguagem em torno dos três anos de idade. Para

Kishimoto o registro do conteúdo imaginário vem de experiências anteriores

seja em casa, escola, com a família, resumindo, no seu círculo de

relacionamento. Ela só precisa de tempo e espaço para construir o real através

desse exercício que a fantasia traz.

Maranhão nos diz que jogo simbólico é “a imitação que dá origem à

imagem mental, através de cenas já interiorizadas”, e que “por intermédio dos

jogos simbólicos, a criança irá adquirir a linguagem convencional.”, ou seja, é

por meio desta brincadeira que a linguagem se estrutura, a criança passa a ter

uma melhor organização do pensamento, ela passa a refazer sua vida, como

por exemplo, quando brinca de casinha, satisfazendo suas vontades,

resolvendo conflitos e necessidades. Isso porque quando ela brinca de faz-de-

conta ela imita, imagina, representa e se comunica.

Mas para que essa brincadeira aconteça é preciso que a criança possa

escolher com quem brincar e com o que, pois aí ela assume o papel que ais

lhe tem significado e onde ela revelará sua real vontade do brincar. Assim ela

estará construindo sua autonomia.

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Winnicott já disse que “toda criança precisa tornar-se capaz de criar o

mundo... caso contrário, o mundo não terá significado.” Entendo esse

pensamento como experimento para criação da vida real, brincando ela vai

adquirindo experiências, resolvendo conflitos que futuramente lhe trarão

benefícios.

Para que essa brincadeira ocorra o brinquedo será o principal objeto de

mediação. Eles trazem a realidade para construção desse mundo imaginário.

Nas escolas as brinquedotecas são espaços destinados para esse fim, é

onde existem vários tipos de brinquedos, de carrinhos a bonecas, ferros de

passar roupa, fogões, panelinhas, fantasias além de tantos outros para que as

crianças escolham com o que querem brincar e que se sintam bem.

http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/gestao/brinquedoteca-espaco-brincar-

428273.shtml

3.5 – Brincadeiras de construção

Esse tipo de brincadeira é considerada de grande importância para

enriquecer e estruturar a criatividade e desenvolver as habilidades da criança.

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Froebel foi o criador dos jogos de construção, ele acreditava que a

construção tornaria as crianças mais criativas. Era uma forma de expressão,

de observação para construção do mundo.

Smith nos mostra que Smilansky modificou o esquema de Piaget

acrescentando uma categoria ao que ele acreditava ser bem, o do brincar

construtivo “em que os objetos são manipulados para construir ou criar alguma

coisa. Muitos professores, na verdade, consideram essas atividades

construtivas como brincar.”, é importante salientar que o construir e o

desconstruir traz para acriança um significado de reconstrução, de

desequilíbrio para reequilibrar sua vida.

Esses jogos de construção são:

* Blocos de madeira

http://blogdebrinquedo.com.br/2009/05/05/blocos-de-madeira-do-imperio-romano/

* Jogos de encaixe,

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http://www.hive.com.br/hivelive/?sessao=noticias&pagina=noticia&cid=116

* Materiais de sucata como garrafa pet, rolos de papel higiênicos, potes

de creme, de xampu etc.

O brincar de sucata é muito importante, pois com ele a criança

desenvolve sua criatividade transformando “lixo” em inúmeros objetos para sua

brincadeira. Curtis nos diz que “o importante não é quantidade de brinquedos e

sim a qualidade dos materiais”, onde o brinquedo de sucata é mais estimulador

que os pré-fabricados, uma vez que depende da construção da criança.

Assim o professor na sala de aula poderá construir diversidades de

brinquedos com sucatas. Vejamos alguns exemplos desses brinquedos e como

confeccioná-los.

* Bilboquê de garrafa pet – Com a garrafa pet de dois litros, vazia e

limpa o professor cortará a parte superior,onde a criança poderá está pintando

ou desenhando com cola colorida ou tinta. Após secagem o professor faz um

furo na tampa da garrafa, põe um barbante e amarra. Esse barbante deverá

passar por dentro da garrafa. Na ponta desse barbante deve estar amarrada

uma bola feita de papel. Está pronto o bilboquê de sucata.

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http://turma3m20.blogspot.com/2009_05_01_archive.html

* Marionetes – Podem ser montadas com:

* Garrafas pet,

http://espacoeducar-liza.blogspot.com/2009_05_15_archive.html

* Caixa de leite,

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http://espacoeducar-liza.blogspot.com/2009_05_15_archive.html

* Rolo de papel higiênico,

http://arte-com-quiane.blogspot.com/2009/11/molde-personagens-de-natal-com-rolo-de.html

* Lata

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http://arte-com-quiane.blogspot.com/2008_09_01_archive.html

* Perna de lata – Com latas de leite a criança pintará ou colocará

imagens, ao final o professor faz furos e coloca barbante para ser o apoio dos

pés.

http://emprofvilmatamega.blogspot.com/2009_07_01_archive.html

* Peteca de jornal – com jornal faz a bola que será o apoio da peteca,

após envolve de novo num jornal, amarra com barbante e pode aproveitar!

http://www.niteroiartes.com.br/exibe_artistas.php?idartista=724&opc=3

* Telefone sem fio com copo descartável ou lata – serão dois copos ou

duas latas, eles poderão ser pintados, depois se faz um furo em cada lado do

copo ou da lata e põe o barbante. Para que brincadeira funcione é preciso que

o barbante esteja esticado.

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http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php?cid=7&letter=T

Existem outros modelos, outros brinquedos e materiais que podem ser

usados para confecção de diversos brinquedos, jogos, bichos de sucata, cabe

a pesquisa do professor e sua imaginação!

Concordo com carneiro nos diz que:

“quando a criança puder brincar em espaços alternativos,

com equipamentos diversificados, jogar com outras crianças de várias

faixas etárias, descobrir o novo, manipular e construir brinquedos,

desafiar seus limites, criar regras, ser intuitiva e espontânea –

transformando-se em bruxa, super homem, Batman, rainha... –

estaremos atingindo o principal objetivo que é o de fazer com que ela

incorpore a sua essência e constitua-se num indivíduo mais plenos e

felizes, aptos a enfrentar os desafios da vida.” (CARNEIRO,

www.meuartigo.brasilescola.com/pedagogia/ludopedagogia.htm).

É importante ter essas questões sobre o brincar bem resolvidas porque

Segundo Rosa “ entre as boas recordações que guardamos da infância estão

as brincadeiras e as historias.” Então pais e professores podemos ser

diferentes, devemos brincar sem ter medo de errar, sem ter medo de fazê-los

mais felizes com a nossa companhia, de serem crianças bem resolvidas com a

construção desses jogos e brincadeiras.

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CONCLUSÃO

Neste trabalho monográfico, vimos que o brincar é indispensável na

vida da criança, que no século passado não acontecia, pois as crianças além

de serem tratadas como mini adultos, não freqüentavam escolas e ficavam no

meio de adultos em seus afazeres domésticos.

Com o passar dos séculos surgiram pensadores que nos trouxeram

muitos modelos de educação, dentre eles os que apoiavam o brincar na sala

de aula. Isso nos fez refletir e perceber que nos dias de hoje o brincar é

fundamental na vida de uma criança e que ele acontece desde os primeiros

meses de sua vida e que os pais são os primeiros brinquedos dessas crianças.

A brincadeira é fonte de estímulo da inteligência, ela proporciona

prazer, seja nos seus jogos, nas brincadeiras em grupos ou individuais. Ela

também desenvolve as áreas cognitivas, afetivas e sociais, desde que seja

possível a criança interagir com outras, para possíveis trocas de experiências,

sejam elas com outras crianças e mesmo com os adultos presentes nessa fase

de sua vida, seus familiares ou professores.

Professores e pais são os principais responsáveis em proporcionar o

brincar seja na escola ou em casa, estimulando a criança para que aconteça a

explosão de interesses do criar.

A brincadeira deve ser respeitada, pois ali a criança está colocando

para nós o seu mundo, como ela vê o mundo que a cerca e esse brincar

muitas vezes traz para a criança a resolução de muitos conflitos.

É preciso observar como as crianças brincam e com o que brincam. Os

brinquedos devem ser adequados para faixa etária da criança, pois podem ser

um excelente recurso de aprendizagem. Pais e professores devem estimular

as crianças a brincarem com brinquedos confeccionados por eles, mostrando-

os a possibilidade da transformação do “lixo” em “luxo”.

Além dos brinquedos é importante estimular os jogos e brincadeiras

livres e dirigidas. Jogos com regras são um ótimo exemplo para que aos

poucos as crianças percebam que futuramente precisarão ter regras também

na sua vida, seja na escola ou fora dela, saber respeitar o espaço do outro.

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O importante é que livre ou dirigido, com regra ou sem regra, devemos

fazer a brincadeira acontecer. Mas não somente o brincar pelo brincar, por

passar o tempo, mas o brincar com a responsabilidade de estar promovendo

para criança momentos de prazer, de desenvolvimento e crescimento.

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BIBLIOGRAFIA

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nacional para a educação infantil v.1. Brasília: MEC/SEF, 1998. 103p.

2 – ___________________. v.2. Brasília: MEC/SEF, 1998. 85p.

3 – CARNEIRO, Robson Aparecido de Oliveira: Ludopedagogia.

www.meuartigo.brasilescola.com/pedagogia/ludopedagogia.htm. Acessado em

08/11/2009.

4 - FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda: Mini dicionário. 4ª ed., Rio de

Janeiro: Nova Fronteira, 2000. 790p.

5– KISHIMOTO, Tizuki Morchida: Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a educação.

12ª ed., São Paulo: Cortez, 2009. 183p.

6 – MARANHÃO, Diva: Ensinar Brincando. 4ª ed., Rio de Janeiro: Wak, 2007.

128p.

7 – MEYER, Ivanise Corrêa Rezende: Brincar & Viver Projetos em Educação

Infantil. 4ª ed., Rio de Janeiro: Wak, 2008. 148p.

8 – MOYLES, Janet R. E Colaboradores: A excelência do brincar. s/ed., Porto

Alegre: Artmed, 2006. 248p.

9 – REVISTA VIVER MENTE E CÉREBRO. COLEÇÃO MEMÓRIA DA

PSICANÁLISE. Winnicott os sentidos da realidade. Rio de Janeiro; Ed.

Especial nº 5. 44p.

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10 - ROSA, Sanny S. da: Brincar, conhecer, ensinar. 4ª ed., São Paulo: Cortez,

Artmed, 2006. 118p.

11 – SOARES, Ângela da Silva: Concepção de infância e Educação infantil.

www.artigonal.com/article.../educação-infantil;-... Acessado em 25/10/2009.

12 – www.katiachedid.com.br/.../62e997728949ec49c217e971e0e41553.pdf

Acessado em 21/01/2010

13 – www.letras.terra.com.br/toquinho/1623116/ Toquinho 1987. Acessado em

27/01/2010

14 – www.multirio.rj.gov.br/cime/propens.html Froebel. Acessado em

04/01/2010

15 - _______________. Piaget. Acessado em 04/01/2010

16 – www.revistaescola.abril.com.br/.../primeiro-tratar-saber-forma-unica-

423099.shtml Edição Especial out.2008/ Decroly. Acessado em

25/10/2009

17 – www.web.aonkey.com.br/regrasxadres/-) Acessado em 27/01/2010

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO 1

História do surgimento do jogo e da brincadeira na escola 10

1.1 – Contribuições dos pensadores para a Educação Infantil 12 CAPÌTULO 2

A importância do brincar na aprendizagem 18

2.1 – O papel do professor na Educação Infantil 19

2.2 – A visão dos pais em relação ao brincar na Educação Infantil 21

2.3 – O brinquedo como consumo 24

CAPÍTULO 3

Jogos, brinquedos e brincadeiras 27

3.1 – Jogos de regras 30

3.2 – Brinquedo Educativo 32

3.3 – Brincadeiras Tradicionais 36

3.4 – Brincadeiras de faz-de-conta 39

3.5 – Brincadeiras de construção 40

CONCLUSÃO 47

BIBLIOGRAFIA 49

ÍNDICE 51

FOLHA DE AVALIAÇÃO 52

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Instituto a vez do Mestre

Título da Monografia: A importância do jogo e da brincadeira na Educação

Infantil

Autor: Ana Maria Araujo Pereira da Silva

Data da entrega: 03 de Fevereiro de 2010

Avaliado por: Conceito: