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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
TREINAMENTO
QUANDO O CONHECIMENTO NÃO É VISTO COMO BENEFÍCIO
Por: Andréia Braga Soares
Orientador
Prof. Vinicius Calegari
Rio de Janeiro
2011
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
TREINAMENTO
QUANDO O CONHECIMENTO NÃO É VISTO COMO BENEFÍCIO
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em gestão de Recursos
Humanos.
Por: Andréia Braga Soares
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AGRADECIMENTOS
Desejo manifestar meus sentimentos
de gratidão a Deus por ter me dado
coragem e fé para enfrentar mais esse
desafio na minha vida.
4
DEDICATÓRIA
O presente trabalho é dedicado a toda
minha família em especial ao meu esposo
e filha, que são a razão de minha vida,
que através do amor, paciência, apoio e
estímulo foi possível obter cada uma das
conquistas profissionais e pessoais na
minha trajetória.
5
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo abordar a visão dos
colaboradores sobre o treinamento na Empresa Tecnitest LTDA. Para isso
buscamos fatos relevantes sobre o histórico do treinamento, seu conceito,
importância dentro da organização e principalmente se o mesmo é visto como
benefício pelos colaboradores.
Foram realizados levantamentos bibliográficos em diversas fontes como
livros, internet e apostilas de apoio.
Através dos resultados obtidos dentro da empresa e da pesquisa sobre
treinamento, podemos afirmar como é relevante o desenvolvimento desse tipo
de ferramenta dentro de uma organização. Os colaboradores devem perceber
que as informações transmitidas durante o treinamento têm valor, não somente
para sua vida profissional, mas também para sua vida pessoal. E as empresas
interessam ter pessoas preparadas para atender suas demandas.
6
METODOLOGIA
A pesquisa se classifica em descritiva por se utilizar de técnicas de
coletas de dados como questionário e seu método aborda um caráter
quantitativo, pois, se apropria da análise estatística dos dados.
A pesquisa foi efetuada tendo como base:
- Levantamentos Bibliográficos: uma das formas mais rápidas e econômicas
de amadurecer ou aprofundar um problema de pesquisa considera o
conhecimento dos trabalhos já feitos por outros. Este levantamento envolveu
procura em livros sobre o assunto, revistas especializadas ou não e
informações publicadas nos jornais, impressos e eletrônicos.
- Coleta de dados: se deu através de um questionário padrão (em anexo). Os
colaboradores foram selecionados pela própria empresa devido à dificuldade
com o tempo dos mesmos.
As informações foram coletadas com perguntas fechadas, do
questionário, e os colaboradores não foram identificados.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A História do processo de treinamento 10
CAPÍTULO II - Treinamento: Conceito e importância 14
2.1 – Conceito 2.2 – Importância do treinamento
CAPÍTULO III – A Empresa em questão 20
3.1 – Contextualização da empresa 3.2 – Análise dos dados
CONCLUSÃO 30
ANEXOS 32
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 34
ÍNDICE 36
8
INTRODUÇÃO
Um dos pontos fundamentais de uma organização é o reconhecimento
da importância do capital humano como meio para atingir seus objetivos.
Esse trabalho objetiva-se estudar o treinamento como benefício de
diferenciação no mercado, pesquisar o histórico do processo de treinamento,
analisá-lo como benefício e compreender a concepção do mesmo para o
colaborador e diante disso esclarecer como o RH pode abordar o treinamento
como objeto de benefício junto aos seus colaboradores? Para que os
colaboradores reconheçam o treinamento como benefício é imprescindível
posicioná-los sobre fatores como valorização do ser humano, desenvolvimento
de capacidades e habilidades e principalmente a importância do fator
intelectual como diferenciador no mercado criando vantagem competitiva não
só para a empresa, mas também para o colaborador. BOOG (1994:11)
disserta sobre o processo de treinamento como “uma das mais poderosas
ferramentas de transformação do mundo organizacional, com o papel de
coordenar e apoiar os processos de mudanças”.
O tema proposto se justifica, pois, todo tipo de treinamento contribui
para transformação dos colaboradores em trabalhadores capazes de
desenvolver novas habilidades e conseqüentemente adquirir novas
responsabilidades.
A pesquisa foi construída a partir do desenvolvimento de um Projeto de
treinamento junto à empresa Tecnitest LTDA, onde se percebe que os seus
colaboradores, a maioria trabalhando na área operacional, não reconhecem o
treinamento como benefício, nem como desenvolvimento intelectual e muito
menos como fator de diferenciação no mercado de trabalho. Essa percepção
se deu pelo diálogo com um dos diretores e principalmente pelo não
comparecimento de mais de 60% dos colaboradores em um treinamento
oferecido pela empresa a cima citada.
9
Este trabalho tem como pressupostos teóricos os textos encontrados
em revistas científicas, artigos da web e autores conceituados como Boog,
Chiavenato, Futrell, Carvalho entre outros.
Esta monografia está dividida em três capítulos:
No primeiro enfatizaremos o processo histórico do treinamento, no
segundo capítulo evidenciaremos o conceito e a importância do treinamento e
no terceiro capítulo conceituaremos a empresa estudada e analisaremos os
dados coletados.
Assim esse estudo enriquece e contribui para o entendimento dos
principais fatores do treinamento e suas conseqüências junto aos
colaboradores uma vez que a busca de conhecimentos permite desenvolver as
potencialidades, gera reflexões e também ajuda a compreender o universo das
organizações, evidenciando a importância da área de RH como uma
ferramenta de desenvolvimento de pessoas e valorização do ser humano.
10
CAPÍTULO I
A HISTÓRIA DO PROCESSO DE TREINAMENTO
.
O treinamento é e sempre foi uma importante ferramenta dentro de uma
organização. E isso já era percebido nos primórdios do “sistema de
fábricas”, pois a inabilidade dos trabalhadores para operar e conduzir esse
processo dentro das fábricas tornou-se um grande obstáculo para o início da
industrialização no século XVIII. Segundo BOOG (1994) essa inabilidade
profissional foi reduzida a partir de 1880 quando o crescimento do trabalho
especializado ganhou novos rumos dentro das organizações, com a
sistematização do treinamento. Assim BOGG (1994: 17-18) afirma que:
“A articulação sistemática do treinamento foi
garantia da atualização dos trabalhadores em
suas habilidades, da diminuição de seus erros
e da ampliação de sua capacidade para
realizar outras tarefas, condições necessárias
numa empresa que rapidamente diferenciava
seu perfil ocupacional.” (1994:17-18)
Essa necessidade de formação profissional perpassou os muros das
fábricas e a sociedade também ansiava por novos conhecimentos
profissionais. Surgiram então nesse contexto as chamadas empresas/escolas.
As cidades americanas de Cleveland, Chicago e Cincinatti em 1886, foram
pioneiras ao abrirem escolas particulares de capacitação profissional. O
governo americano por sua vez abriu escolas públicas e em paralelo as
empresas criaram escolas nas próprias fábricas, como foi o caso da empresa
11
Hoe e Company que em 1872 abriu uma turma, em sua própria dependência,
para formação de maquinistas. Citando novamente BOGG (1994):
“Empresa e escola começaram a se integrar no
esforço pela formação profissional,
introduzindo um sistema de cooperação entre a
empresa e a escola para enriquecer o
treinamento dos trabalhadores. Nesse sistema,
o estudante freqüentava a escola por certo
período, trabalhava num período semelhante n
a fábrica, retornava novamente à escola e
concluía sua formação numa última etapa de
estágio na própria fábrica, onde posteriormente
permanecia empregado. Nos anos 20, o
treinamento já era uma instituição tradicional, e
daí evoluiu qualitativamente” (1994:18)
A evolução do treinamento deu-se gradativamente, a partir de 1930
ganhou nova ocupação dentro das empresas, passou a ser visto como
atividade administrativa ao se tornar parte da estratégia empresarial. Tal
visibilidade requeria informações mais científicas sobre habilidade e
aprendizagem profissional.
Nos anos 70, o sucesso dos negócios começaram a depender mais da
aprendizagem e da contínua atualização. Essa situação se deu pelas grandes
transformações que passavam as organizações devido à força da
competitividade e da rápida evolução tecnológica, o que deixava em segundo
plano a autoridade gerencial. Ou seja, a preocupação das organizações estava
em acelerar a capacitação, e não em manter pessoas autoritárias em seus
cargos de comando.
12
Posteriormente, com o rápido crescimento tecnológico, já na década
de 80, verifica-se que as organizações passaram a investir recursos nos
programas de treinamento e na capacitação de todos os níveis hierárquicos,
como tentativa de ampliar sua margem de atuação no mercado competitivo.
ALBURQUERQUE E LEITE (2009:71) afirmam que em ambientes de intensa
pressão competitiva, o sucesso e o crescimento das organizações dependem
da sua capacidade construir novas competências através do incentivo ao
treinamento. Dessa maneira, o desenvolvimento das habilidades pessoais dos
trabalhadores, através do treinamento, torna-se a alavanca para que uma
organização se torne competitiva no mercado.
Atualmente o treinamento é visto como um processo de
desenvolvimento e aprendizagem contínua, tornando-se uma via para que as
organizações alcancem suas metas e objetivos, sem perderem espaço no
mercado competitivo. O treinamento em si é um processo e deve ser
apropriado para criar oportunidade de aprender habilidades para desenvolver,
implementar, mapear processos, solucionar problemas e planejar,
independente da posição hierárquica ocupada dentro da organização.
ALBURQUERQUE E LEITE (2009:74) dissertam sobre o assunto:
“Adotar o treinamento como uma prática
institucionalizada pode conduzir as
organizações ao processo de evolução da
concepção de treinamento para a de
desenvolvimento de pessoas. Essa evolução
envolve o crescimento como pessoa, como
profissional e prepara o indivíduo para
atividades que vão além das que ele poderá
desempenhar.” (2009:74)
13
CAPÍTULO II
TREINAMENTO: CONCEITO E IMPORTÂNCIA
2.1- CONCEITO
Treinar em latim, trahëre, significa trazer, levar a fazer algo. A idéia de
ensinar pessoas a fazerem algo novo existe desde que o mundo é mundo, é
um mecanismo necessário à sobrevivência da espécie humana. Usando
métodos simples ou complexos, é levar alguém a ser capaz de fazer algo que
ele nunca fez antes, e fazê-lo sem qualquer tipo de assistência de quem o
ensinou. No processo de treinamento é preciso saber o que queremos que
alguém aprenda, diagnosticar que alguém precisa aprendê-lo, preparar
situações que possibilitem o aprendizado e verificar os resultados. Chiavenato
(2010: 61) conceitua o treinamento como um meio para desenvolver as
organizações e as competências:
“O treinamento é um processo educacional
através do qual as pessoas prendem
conhecimentos, habilidades e atitudes para o
desempenho de seus cargos e adquirem novas
competências. É um processo educacional e
de curto prazo, porque visa à formação e á
preparação das pessoas. E está voltado
eminentemente para o desempenho do cargo,
seja atual, seja um cargo futuro na empresa,
ou então para a aquisição de competências
desejadas pela organização.” (2010:61)
14
De acordo com BOOG (1994), o treinamento é uma instituição
fundamental na gestão empresarial. Esse papel generalizadamente
reconhecido deve-se a correlação entre competência e otimização de
resultados, o que coloca a competência profissional como elemento-chave na
eficácia empresarial.
Para Kanaane (2001:55), “a gestão do conhecimento é o processo
sistemático de identificação, criação, renovação e aplicação dos
conhecimentos que são estratégicos na vida de uma organização”
De acordo com Futrell (2003) o treinamento é a atividade promovida
pelo empregador para oferecer ao profissional a oportunidade de receber
informações, habilitações, conhecimentos e atitudes relacionadas ao trabalho,
que resultem numa melhora do desempenho no ambiente de trabalho.
O treinamento de um trabalhador se refere às ações específicas que
visam adaptar esses trabalhadores aos requisitos do cargo, ou que levem ao
aperfeiçoamento ou melhoria contínua do desempenho profissional e ao
desempenho e crescimento dentro do seu cargo ou em outros cargos.
Carvalho (2001) destaca que, por ser um processo que visa ajudar o
trabalhador a adquirir eficiência no seu trabalho, processo esse que utiliza
métodos e técnicas apropriados, o treinamento é parte do processo educativo
do indivíduo:
“A ênfase do processo de formação
profissional é transmitir conhecimentos e
habilidades tanto em sala de aula quanto no
ambiente de trabalho. Nesse sentido, o
treinamento é uma função intrínseca do
processo de trabalho e do desenvolvimento da
empresa.” (2001:12)
15
Na visão de Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001), os principais
objetivos do treinamento são:
§ Preparar as pessoas para execução imediata das diversas
tarefas peculiares à organização;
§ Dar oportunidade para o contínuo desenvolvimento pessoal, não
apenas no cargo atualmente ocupado, mas também em outros
que o indivíduo possa vir a exercer;
§ Mudar a atitude das pessoas, a fim de criar entre elas um clima
mais satisfatório, aumentando-lhes a motivação e tornando-as
mais receptivas às técnicas de supervisão e gestão.
Para carvalho (2001), o desenvolvimento contínuo e integral do
indivíduo processa-se através de três fatores:
§ Educação: que é a contínua reconstrução da experiência
pessoal de cada indivíduo por toda a vida;
§ Instrução: que é a formalização do processo educativo em seus
vários graus;
§ Treinamento: cuja finalidade central é proporcionar ao indivíduo
um desempenho adequado ao seu trabalho.
De acordo ainda com Carvalho (2001:12), o treinamento quando
devidamente implantado, proporciona inúmeras vantagens:
16
§ Possibilita o estudo e análise das necessidades de treinamento
de todo a organização, envolvendo a totalidade dos níveis
hierárquicos da empresa;
§ Define prioridades de formação, tendo em vista os objetivos
setoriais da organização;
§ Caracteriza os vários tipos e formas de treinamento a serem
aplicados, considerando sua viabilidade, vantagens, custos e
outros fatores afins;
§ Elabora planos de capacitação profissional a curto, médio e
longos prazos, integrando-os às metas globais da empresa.
O treinamento produz no trabalhador conhecimentos relativamente
permanente, melhorando sua capacidade de desempenhar sua função.
Envolve uma mudança no desempenho de suas habilidades gerando novos
conhecimentos, novas habilidades e novas atitudes, significa mudar aquilo que
os trabalhadores conhecem como eles trabalham como agem diante do seu
trabalho e como se relacionam com os demais colegas e superiores. Marras
(2000:146) disserta sobre o assunto quando afirma que:
“O treinamento produz um estado de mudança
no conjunto de conhecimentos, habilidades ou
atitudes (CHA) de cada trabalhador, uma vez
que implementa ou modifica a bagagem
particular de cada um.” (2000:146)
O treinamento é de muita validade tanto para a empresa como para o
próprio trabalhador. Para empresa, além de otimizar os investimentos, permite
17
a formação de um grupo mais coeso, que desenvolva seu trabalho de acordo
com as orientações recebidas pela administração que a prática tenha
demonstrado eficiente. Para os trabalhadores, o treinamento é importante fator
motivacional, pois, recebendo orientação adequada, conseguem melhores
resultados tanto no desempenho do trabalho, quanto a nível de rendimento.
As empresas estão cada vez mais convencidas que o grande
diferencial são os recursos humanos que compõem seu quadro funcional.
Assim, as empresas investem pesado em desenvolvimento das
pessoas mantendo programas de treinamentos contínuos tanto para os
funcionários mais experientes quanto para novos talentos, sempre tendo como
objetivo o aumento da produtividade da empresa, do funcionário e a
lucratividade.
2.2 – IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO
Atualmente o treinamento vem sendo utilizado pelas empresas com o
objetivo geral de desenvolver pessoas, tanto na aprendizagem de novas
habilidades quanto na ampliação daquelas já existentes, uma vez que as
pressões sócio-culturais, tecnológicas, econômicas e políticas direcionam as
organizações contemporâneas a se adaptarem às exigências que o mercado
impõe, focando mais intensamente no seu capital humano.
Chiavenato (2010:64) afirma que a finalidade do treinamento é
manter as pessoas preparadas para o desempenho de seus cargos atuais e
futuros, transmitindo-lhes informações e conhecimentos, habilidades, atitudes
ou conceitos, desse contexto emerge sua importância:
18
“Sem o treinamento as pessoas estão
despreparadas para a execução de suas
tarefas e perdem eficiência, produtividade e
qualidade naquilo que fazem. O treinamento é
importante para a empresa e para o funcionário
porque proporciona excelência do trabalho,
produtividade, qualidade, presteza, correção,
utilização certa do material e, sobretudo,
gratificação pessoal pelo fato de ser bom
naquilo que faz.” (2010:64)
A valorização do trabalhador foi um grande avanço no que diz respeito
às relações humanas dentro das empresas. Com esse avanço passou-se a
valorizar os Recursos Humanos como forma de aproximação entre trabalhador
e empresa, de forma que todos trabalham com objetivos tanto organizacionais
quanto individuais.
A partir dessa valorização que evidenciamos a importância do setor de
Recursos Humanos dentro de uma empresa, pois ele trabalha com o objetivo
principal de administrar as relações das empresas com as pessoas que nela
trabalham direcionando todos aos objetivos organizacionais. CHIAVENATO
(2010:7) sustenta que este setor é responsável pelo suprimento, pela
manutenção e pelo desenvolvimento de todos os recursos humanos da
empresa, de forma a envolver as atividades de atrair, manter e desenvolver
pessoas, fazendo com que o relacionamento entre empresa e trabalhador seja
excelente.
A área de RH surge nesse contexto como ponto importante no
desenvolvimento das organizações. Eles realizam suas atividades, com a
função de recrutar, estruturar, instruir e qualificar as pessoas. Motivar os
funcionários a alcançar os objetivos organizacionais de um modo eficiente e
eficaz, pois é o órgão que tem as características para efetuar esta motivação
juntos aos colaboradores.
19
Desta forma, o treinamento é uma maneira de agregar valor as
pessoas, à organização e aos clientes. Ele enriquece o patrimônio humano da
empresa e é também responsável pelo capital intelectual das organizações.
20
CAPÍTULO III
A EMPRESA EM QUESTÃO
3.1 – CONTEXTUALIZAÇÃO DA EMPRESA
A TECNITEST é uma empresa do segmento de Ar Condicionado,
Sistema de Refrigeração e Ventilação há 12 anos no mercado, tendo como
atividades principais a Elaboração e Execução de Projetos, Vendas,
Instalações Mecânicas e Energia Elétrica, Instalação, Assistência Técnica,
Manutenção Operacional, Manutenção Preventiva e Implantação de PMOC
(Plano de Manutenção, Operação e Controle de sistema climatizadores),
estando situada a Rua Professora Ester de melo, nº 198 no bairro de Benfica.
Tem por missão prover soluções, transformando o conhecimento em
benefícios, com qualidade, eficiência e disponibilidade, possibilitando assim
maior segurança aos usuários dos sistemas que estão sob sua
responsabilidade. Fortalecendo o compromisso entre os funcionários e a
Empresa e contribuindo para o desenvolvimento do País. Sua missão tem
ainda como meta expressar valores assumidos pela organização que devem
ser aceitos, compreendidos e aplicados na vida profissional de seus
funcionários e na responsabilidade e compromisso que tem com seus clientes.
Como é uma empresa que está em pleno crescimento, arraiga seus
valores na ética e transparência, na responsabilidade com a política social,
econômica, financeira e ambiental, no compromisso com o desenvolvimento do
País, na valorização dos seus colaboradores como ser humano e como maior
fonte de riqueza de uma organização, na excelência e especialização no
relacionamento com o cliente, na gestão participativa, decisão colegiada e
trabalho em equipe, ascensão profissional baseada no mérito possibilitando
21
seus colaboradores a oportunidades de crescimento profissional, intelectual e
financeiro.
Sua visão é ser a primeira empresa do ramo para trabalhar e ser
referência em desempenho, negócios sustentáveis e responsabilidade sócia
ambiental. Buscar ser percebida de forma diferenciada e valorizada por seus
públicos de relacionamento.
A empresa dispõe de um completo Centro de Treinamento como parte
de uma política motivacional voltado para a atualização de seus colaboradores
e também para clientes interessados em desenvolver os conhecimentos de
seus funcionários no segmento de Ar Condicionado. Assim proporciona a
todos os envolvidos palestras técnicas, treinamentos operacionais e técnicos
visando formação e reciclagem, seja na própria empresa ou em locais
apropriados, visando sempre a excelência, com objetivo principal de
aperfeiçoar os funcionários nas suas respectivas áreas de atuação. O
processo de treinamento é executado por uma equipe interna, formando novos
profissionais e aperfeiçoando e preparando cada vez mais os já experientes.
Diversos profissionais são formados anualmente. Equipamentos são utilizados
para simular situações auxiliando o desenvolvimento técnico de cada
participante, propiciando o exercício de suas funções com um padrão de alta
qualidade.
Vislumbrado este fato e com a alta demanda do mercado por
profissionais desse segmento, seus Diretores em consonância com a
globalização acelerada gerando novos negócios e conseqüentemente gerando
concorrência empresarial decidiu agregar valores sólidos e inovadores,
investindo no treinamento de seus funcionários com a finalidade primordial de
conquistar a excelência na prestação de seus serviços. BOGG (1994:191)
afirma que conciliar as necessidades pessoais e as necessidades
organizacionais é o caminho que, cada vez mais, as empresas estão
percorrendo para adquirir excelência:
“Assim o treinamento encoraja os empregados
a inovar, libertando suas capacidades criativas
22
e permitindo a máxima utilização de suas
potencialidades, desenvolvendo confiança,
incentivando-os a trabalhar em equipe e
gerando a ferramenta mais poderosa de todas:
o conhecimento.” (1994:191)
A Tecnitest possui em seu quadro funcional 38 funcionários, dentro os
quais 2 fazem parte do setor administrativo e 36 fazem parte do setor
operacional da empresa.
Nessa pesquisa iremos abordar somente a participação dos
funcionários do setor operacional, visto que, é o setor onde a empresa mais
desenvolve processos de treinamento, pois é o setor que está lidando
diretamente com o cliente. A pesquisa ainda foi feita através de relatos de seu
Diretor e da análise das fichas de comparecimento dos treinamentos
realizados pela empresa, de maneira que a entrevista de cada funcionário do
setor se inviabilizou pelo fato deles estarem alocados fora da empresa, em
seus diversos contratos de manutenção.
3.2 – ANÁLISE DOS DADOS
Este tópico apresenta os dados coletados que se fizeram necessário
para obtenção da conclusão deste trabalho.
O questionário foi aplicado para realização da pesquisa, visando
alcançar os objetivos da mesma no que diz respeito à valorização do
treinamento como benefício pelo colaborador da empresa Tecnitest.
23
Participaram desta pesquisa 10 (dez) colaboradores de um universo de
36 colaboradores da área operacional da empresa, pelo fato desta área ser a
maior contemplada no oferecimento de treinamento. Este número de 10
colaboradores se deu pela dificuldade de acesso a todos, visto que a empresa
tem alguns contratos de manutenção fora do Município e do Estado do Rio de
Janeiro.
A primeira parte do questionário procurou identificar o perfil dos
colaboradores da empresa.
100%
Masculino
Gráfico 1 – Sexo dos colaboradores
Conforme podemos verificar no gráfico 1, 100% dos colaboradores são
do sexo masculino. Esta concentração se explica pela natureza operacional da
função desenvolvida não só pelos colaboradores, todos são Técnicos de
refrigeração, mas devido também ao setor do mercado que a empresa está
estabelecida, manutenção de grandes máquinas de ar condicionado.
24
A idade dos colaboradores é destacada no gráfico 2.
0%40%
20%
40%20 a 25
26 a 30
31 a 40
Mais de 41
Gráfico 2 – Idade dos colaboradores
De acordo com o gráfico 2, 40% dos colaboradores têm mais de 41
anos de idade, 40% têm idade entre 26 e 30 anos, 20% têm idade entre 31 e
41 anos e nenhum deles está na faixa etária de 20 a 25 anos.
O tempo de serviço dos colaboradores é destacado pelo gráfico 3.
40%
30%
30%Até 2 anos
5 a 10 anos
Mais de 10anos
Gráfico 3 – Tempo de Serviço
25
No gráfico 3 percebe-se, que 40% dos colaboradores trabalham na
empresa há até 2 anos. 30% estão na empresa entre 5 a 10 anos e outros
30% estão trabalhando na empresa Tecnitest há mais de 10 anos. Este último
dado nos mostra que esses colaboradores estão na empresa desde sua
fundação.
O gráfico 4 mostra o grau de escolaridade dos colaboradores.
0%
80%
20%0%
Ensino Médio
EnsinoTécnico
EnsinoSuperior
PósGraduação
Gráfico 4 - Grau de Escolaridade
Conforme o gráfico 4, nenhum colaborador possui somente o nível
médio ou é pós graduado, porém 20% possuem ensino superior e a maioria
80% concluiu o ensino técnico, confirmando assim a demanda de mão de obra
técnica nesse segmento do mercado.
O gráfico 5, demonstra a grau de satisfação do colaborador na
execução do seu trabalho.
26
100%
0%
0%
Satisfeito
PoucoSatisfeito
Insatisfeito
Gráfico 5 – Grau de satisfação no trabalho
Em relação ao grau de satisfação do colaborador, 100%, se dizem
satisfeitos na hora da execução do trabalho.
No gráfico 6, são apresentados os dados referentes a dificuldades
encontradas pelo colaborador na execução de suas tarefas.
0%
70%
30% Sim
Não
Ás Vezes
Gráfico 6 – Dificuldade de execução das tarefas
De acordo com o gráfico 6, a maioria dos colaboradores da empresa
Tecnitest não sente dificuldades na hora de executar suas tarefas nas diversas
obras de manutenção existentes, 30% ás vezes sentem algum tipo de
dificuldade, resultante do relacionamento com os clientes e nenhum
colaborador sente dificuldade na realização do seu trabalho.
27
O gráfico 7, relaciona essas dificuldades apresentadas.
0% 10%20%
70%
Falta deTreinamento
O nãocomparecimento aotreinemento
falta de tempopara otreinamento
Nenhumadificuldade
Gráfico 7 – Dificuldades apresentadas
Em relação ao gráfico 7, percebemos que não é falta de realização de
treinamento que dificulta a realização das tarefas dos colaboradores, 70% diz
não ter nenhuma dificuldade que influencie seu trabalho, no entanto, 20%
afirma ser a falta de tempo para realizar o treinamento oferecido uma
dificuldade para executar seu trabalho e 10% concorda que sua falta aos
treinamentos realizados pela empresa dificulta a realização de suas tarefas
cotidianas.
De acordo com o gráfico 8, foi questionado ao colaborador se o
mesmo tomou alguma providencia em relação a essas dificuldades
apresentadas. Os mesmos evidenciam a importância de uma conversa com
seu superior sobre suas dificuldades, já a grande maioria 70% não tomou
nenhuma providência devido não identificar nenhum tipo de dificuldade no seu
trabalho diário.
28
30%
0%70%
Conversa comSuperior
Realização decursos fora daempresa
nenhumaprovidênciatomada
Gráfico 8 – Providência Tomada
Já o gráfico 9, demonstra o que é necessário para a plena execução
das tarefas dos colaboradores.
20%
0%
60%
20%
TreinamentoInterno
treinamentoExterno
Maior nº dereuniõesinternas
Cursos deGraduação ePós graduação
Gráfico 9 – Necessidade de execução da tarefa
No gráfico 9, os colaboradores evidenciaram o que seria necessário
para uma boa execução de suas tarefas diárias, 60% acredita que para uma
29
melhor performance na execução de seu trabalho seria a realização de mais
reuniões internas para discutir os desafios do dia a dia e para colocarem
questões dos clientes mais visíveis para seus superiores, 20% entende que a
realização de cursos superior e de pós graduação contribuiriam para uma
melhor execução de suas tarefas e outros 20% entendem que o treinamento
interno sanaria suas dificuldades para se desenvolverem melhor no dia a dia
do trabalho.
De acordo com a última pergunta do questionário, referente ao
treinamento oferecido pela empresa, a grande maioria colocou o treinamento
como algo positivo e interessante, porém, listaram alguns itens que os fazem
ver essa ferramenta tão importante numa organização, como algo que no
momento, não os beneficia muito. Isso ocorre porque os treinamentos
oferecidos pela empresa Tecnitest, na sua maioria, são realizados em dias de
sábado ou ainda depois do horário de trabalho, o que dificultaria a participação
dos colaboradores por motivos diversos, como cansaço, alguns preferem
passar o final de semana em família ou ainda possuírem alguma outra
atividade laboral no fim de semana.
Termino este tópico com uma pergunta para os colaboradores de
diversas empresas dos mais variados setores: Você realmente quer crescer?
30
CONCLUSÃO
As pessoas dentro das organizações passaram a serem vistas como
algo vital para o sucesso de uma empresa. Para essas organizações terem
sucesso precisam de pessoas ágeis, criativas, dispostas a assumir riscos e
principalmente atenta aos objetivos da empresa como um todo.
São as pessoas que fazem a teoria se tornar efetivamente em prática,
e para atingir esse propósito é preciso tanto à empresa quanto o colaborador
enxergar o treinamento como algo que realmente trará para ambos um
diferencial dentro desse mercado tão competitivo.
No decorrer da pesquisa foi observado principalmente se o
treinamento é visto pelo colaborador como benefício e como conseqüente
objeto de diferenciação no mercado. Entretanto, a mesma apontou a existência
de algumas dificuldades ou problemas que impedem que o colaborador
“enxergue” mais facilmente o treinamento como algo que realmente o beneficia
e que o diferencia no mercado de trabalho. Eles se queixam de ficar por mais
algumas horas na empresa ou por perder um final de semana para o tão
“desagradável” treinamento, já que sua remuneração mensal permanecerá a
mesma e ainda apontou a falta de comunicação entre eles e seus superiores
como algo precário.
O treinamento, nesse caso específico, ainda é um assunto ligado
à questão financeira, o mesmo apresentou-se como algo negativo, pois, nesse
momento esses colaboradores que participaram da pesquisa, priorizam mais
seu tempo em lazer e descanso, e vincularam o treinamento como benefício ao
aumento do seu salário. Infelizmente, muitos ignoram a importância do
aprendizado organizacional em detrimento de valores.
Com base nos resultados da pesquisa, torna-se essencial que a
empresa intensifique ações junto ao seu RH no sentido de explicitar para os
colaboradores o interesse da empresa em fazer com que reconheçam a
verdadeira importância e participem dos treinamentos oferecidos com a
finalidade de desenvolver novas habilidades e competências. Facilitando dessa
31
forma o atingimento dos objetivos propostos não só pela empresa Tecnitest,
mas pelo mercado como um todo: a busca constante pelo conhecimento.
Só através do compromisso dos colaboradores com a empresa e
vice-versa será possível superar todos os desafios, para isso é importante que
os colaboradores despertem para que possam se manter preparados para o
futuro, vencer as dificuldades operacionais e acompanhar o ritmo da
competição.
32
ANEXO
QUESTIONÁRIO SOBRE A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO
Questionário para avaliar a compreensão do colaborador sobre o treinamento na Empresa Tecnitest.
a) Faixa Etária ( ) 20 a 25 anos ( ) 26 a 30 anos ( ) 31 a 40 anos ( ) Mais de 41 anos b) Gênero
( ) Feminino ( ) Masculino
c) Tempo de Empresa ( ) Até 2 anos ( ) 2 a 5 anos ( ) 5 a 10 anos ( ) Mais de 10 anos
d) Grau de Escolaridade ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Técnico ( ) Ensino superior ( ) Pós Graduação (Especialização / Mestrado / MBA)
e) Quanto ao trabalho que executa você se sente: ( ) Satisfeito ( ) Pouco Satisfeito ( ) Insatisfeito
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f) Você sente dificuldades de exercer suas tarefas: ( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes
g) Relacione as dificuldades apresentadas: ( ) Falta de Treinamento ( ) O não comparecimento ao treinamento oferecido ( ) Falta de tempo para o treinamento oferecido ( ) Nenhuma dificuldade h) Quais providências tomadas? ( ) Conversa com Superior ( ) Realização de cursos fora do ambiente da empresa ( ) Nenhuma providência foi tomada i) O que você acredita ser necessário para execução das suas
tarefas? ( ) Treinamento interno ( ) Treinamento externo ( ) Maior número de reuniões internas ( ) Cursos de graduação e pós graduação j) Sobre o treinamento oferecido pela empresa o que você acha?
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ABADD, Gardênia; GAMA, Ana Lidia Gomes; ANDRADE, Jairo Eduardo
Borges. Treinamento: análise do relacionamento da avaliação nos níveis
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Paulo: Makron Books, 1994.
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35
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M. Gestão com Pessoas: uma abordagem aplicada às estrtégias de
negócios. 2.ed. rio de Janeiro: FGV, 2001.
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
A História do processo de treinamento 10
CAPÍTULO II
Conceito 13
Importância do treinamento 18
CONCLUSÃO 30
ANEXOS 32
BIBLIOGRAFIA 34
ÍNDICE 36