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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO VEZ DO MESTRE A INFLUÊNCIA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS, DA TRADIÇÃO E DA INOVAÇÃO NO FUTURO DAS EMPRESAS Por: Érika Coutinho da Gama Professora Orientadora: Diva Nereida Marques Machado Maranhão Rio de Janeiro 2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

A INFLUÊNCIA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS, DA

TRADIÇÃO E DA INOVAÇÃO NO FUTURO DAS EMPRESAS

Por:

Érika Coutinho da Gama

Professora Orientadora:

Diva Nereida Marques Machado Maranhão

Rio de Janeiro

2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

A INFLUÊNCIA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS, DA

TRADIÇÃO E DA INOVAÇÃO NO FUTURO DAS EMPRESAS

Objetivo:

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes como

condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”

em Finanças e Gestão Corporativa.

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RESUMO

A Contabilidade de Custos fornece informações

importantes para atingir três objetivos principais, que

são a determinação do lucro, o controle das operações e a

tomada de decisões por parte dos Administradores em

relação ao rumo que a empresa deve tomar.

A Gestão estratégica de custos pode representar um

modo tão diferente de pensamento sobre a contabilidade

gerencial que acabará representado um tipo de mudança de

paradigma.

A maioria das partes da Gestão estratégica de custos

requer uma mudança substancial na forma como pensamos,

sobre o que fazemos e porque fazemos isso.

Estamos passando de um mundo em que a experiência

vale mais que qualquer coisa, para um mundo em que a

imaginação conta ainda mais.

O objetivo foi de apresentar de forma gradual e

objetiva, como a contabilidade de Custos influenciou no

desenvolvimento das empresas. E também, fornecer aos

leitores, uma visão em relação ao comportamento das

empresas no Futuro, mostrando que a Tradição é o seu pior

inimigo e que a Inovação é a saída.

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METODOLOGIA

A metologia empregada neste trabalho, foi a pesquisa

bibliográfica.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 06

CAPÍTULO I - A Influência da Contabilidade de Custos

na Evolução das Empresas 07

CAPÍTULO II - A Influência da Tradição e da Inovação

na Evolução Das Empresas 27

CAPÍTULO III – O Futuro da Fábrica 43

CONCLUSÃO 47

BIBLIOGRAFIA 49

ÍNDICE 50

ANEXOS 52

FOLHA DE AVALIAÇÃO 53

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INTRODUÇÃO

A influência da Contabilidade de Custos é

fundamental, para a determinação do lucro, o controle de

operações e a tomada de decisões por parte dos

Administradores nas empresas.

Ao analisarmos as empresas, no que se refere a

influência da Tradição e da Inovação ao longo do tempo,

sendo elas de grande, médio ou pequeno porte, será

demonstrado através de casos já ocorridos que a Tradição,

vista como hierarquia, é o pior inimigo de uma empresa ao

passo que a Inovação aparece como uma saída para o futuro

das mesmas.

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CAPÍTULO I

A INFLUÊNCIA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS NA

EVOLUÇÃO DAS EMPRESAS

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1 - A INFLUÊNCIA DA CONTABILIDADE DE

CUSTOS NA EVOLUÇÃO DAS EMPRESAS

1.1 - Histórico

A Contabilidade de Custos nasceu com a Revolução

Industrial. Sua função era, então registrar os custos

que capacitavam o Administrador a avaliar os inventários

e, conseqüentemente, a determinar mais corretamente as

rendas e levantar os balanços.

No fim do século passado, vários fatores exigiram

que o contador de custos desse mais um grande passo em

direção a um maior refinamento. Foi bastante difícil a

adoção generalizada da computação de valores estimados no

custo de um produto. Os contadores se restringiam a

contabilizar apenas os custos reais das transações e das

operações somente pelas despesas realmente incorridas.

Com certo relaxamento deste princípio, quando se

considerou que a Contabilidade de custo era voltada para

as atividades internas da organização, foi possível o

emprego de taxas pré-determinadas para a apropriação dos

custos indiretos ao valor dos produtos, dos inventários e

dos serviços.

A partir da Primeira Grande Guerra, face a

intensificação da competição e ainda após a depressão,

verificam-se que as informações de Contabilidade de

Custos adequadamente, poderiam servir como controle dos

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próprios custos e das operações. A contabilidade de

custos ganhou corpo, atingindo sua identidade específica

e começou a ser finalmente considerada como instrumento

da Administração.

Com a Segunda Guerra desenvolveram-se modernas

técnicas de Administração, e novas concepções levaram à

Contabilidade de Custos impulsos novos, aumentando sua

área de influência . As informações de custo passaram a

apoiar a Administração em suas funções de planejamento e

tomada de decisões.

A Contabilidade de Custos cada vez mais passou a

responsabilizar-se pela análise e interpretação das

informações quantitativas a fim de fornecer à

Administração instrumentos significativos e oportunos

para a gerência da organização. O desenvolvimento

paralelo da Pesquisa Operacional e da Computação

Eletrônica veio dar maior vigor à Contabilidade de

Custos.

Atualmente as informações são prestadas mais

rapidamente. Problemas, antes difíceis de serem

solucionados, agora, são solucionados pelo emprego de

técnicas estatísticas e matemáticas mais sofisticadas,

bem como pelo uso crescente do equipamento eletrônico de

processamento de dados.

O desafio do moderno Contador reside exatamente no

ponto de que ele agora dispõe de maiores recursos para

fazer parte do primeiro quadro na hierarquia

Administrativa. Por isso mesmo, a Contabilidade de Custo

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passou a ser encarada como parcela essencial da

Contabilidade Administrativa, Gerencial ou Analítica.

A idéia de custos, atualmente, prevê que eles devem

ser determinados, tendo em vista o uso a que se destinam.

A “diversidade de objetivos da Contabilidade de Custos

torna difícil estabelecer um só tipo de custo da

produção, que se adapte a todas as necessidades. Cada

utilização de custo requer, de fato, diferentes tipos de

custos”. Por isso a contabilidade de custos, quando

acumula os custos e os organiza em informações

relevantes, pretende atingir três objetivos principais: a

determinação do lucro, o controle das operações e a

tomada de decisões.

1.2 - Terminologia de Custos

Quando se fala de custos, é extremamente importante

definir o conjunto de termos usados para uniformizar a

nossa linguagem, pois a contabilidade de Custos tem uma

terminologia própria e nem sempre uniforme, e também

porque existe divergência de terminologia entre

diferentes autores e mesmo dentro das empresas.

Para uniformizar as contas correntes definiremos

alguns termos que serão usados no capitulo em questão.

Inicialmente, será falado sobre gastos,

investimentos, custos, despesas, desembolso e perda:

a) Gastos – Sacrifício que a entidade arca para

obtenção de um bem ou serviço, representado por entrega

ou promessa de entrega de ativos.

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b) Investimentos – São gastos com bem ou serviços

ativado em função de sua vida útil ou de benefícios

atribuíveis a períodos futuros.

c) Custos – Gastos relativos a bens ou serviços

utilizados na produção de outros bens e serviços, são

todos os gastos relativos à atividade de produção.

d) Despesas – Gastos com bens e serviços não utilizados

nas atividades produtivas e consumidos com a finalidade

de obtenção de receitas.

e) Desembolso – Saídas de caixa para atender a

aquisição de um bem ou serviço. Pode ocorrer antes,

durante, ou após a entrada da utilidade comprada,

portanto defasada ou não do gasto. É um gasto não

intencional decorrente de fatores externos ou atividade

produtiva normal da empresa.

f) Perdas – São os gastos ou recursos que não

contribuem para gerar ativos ou receitas.

Todas as empresas, sejam elas industriais,

comerciais ou de serviços, para operar realizam gastos.

Esses gastos precisam ser adequadamente analisados e

separados, porque se não forem corretamente

classificados, toda a informação, seja financeira ou

gerencial, estará distorcida e não poderá ser organizada

para fornecer um relatório claro que permita a tomada de

decisões. Portanto, um gasto é considerado um custo

quando ele transforma um ativo.

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1.3 - Classificação dos Custos

a) Custos Diretos – São aqueles que podem ser

apropriados diretamente aos produtos fabricados, porque

há uma medida objetiva de seu consumo nesta fabricação.

b) Custos Indiretos – São aqueles que dependem de

cálculos, rateios ou estimativas para serem apropriados

em diferentes produtos, portanto, são os custos que só

são apropriados indiretamente aos produtos.

c) Custo Fixo – São aqueles cujos valores são os mesmos

ou qualquer que seja o volume

e produção da empresa.

d) Custo Variável – São aqueles cujos valores se

alteram em função do volume de produção da empresa.

Podemos ainda classificar os custos quanto, a

determinação do lucro, o planejamento e controle das

operações e a tomada de decisão.

1.4 - CUSTO PARA DETERMINAÇÃO DO LUCRO

Uma das funções básicas da Contabilidade de Custos

é fornecer elementos para avaliação dos estoques e

apuração do resultado. Enfatizando os custos para

determinação do lucro podemos dividir os conceitos em

três partes: Gastos Fabris, Gastos Fabris e Não Fabris e

Gastos Não Fabris:

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a) Gastos Fabris – Material Direto (Matéria-Prima),

Mão-de-Obra Direta e Gastos Gerais de Fabricação.

b) Gatos Fabris e Não Fabris – Estes gastos estão

relacionados aos ativos (Ativo Permanente – Imobilizado).

Temos então como exemplo: Depreciação, Amortização e

Exaustão.

c) Gastos Não Fabris – Estes gastos estão relacionados

com as áreas não produtivas, exemplos: Despesas

Administrativas, Despesas Comerciais e Despesas

Financeiras.

1.4.1 - Terminologia

a) Custo Primário – É a soma da matéria prima mais a

mão-de-obra

b) Custo de Transformação – Representa o esforço da

empresa para transformar o material, adquirido do

fornecedor, em produto acabado.

c) Custo de Produção – É o custo que foi produzido no

Período.

d) Custo de Produtos Fabricados – Representa a soma dos

produtos fabricados até o momento do encerramento do

exercício, ou seja, é o custo de produção do período mais

o custo de produção dos períodos anteriores ainda em

estoque.

e) Custo dos Produtos Vendidos – É o custo dos produtos

entregues aos clientes no período, ou seja, o custo dos

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produtos acabados que saíram do depósito. Representa a

parcela de custos confrontada com a Receita visando a

operação de Resultado.

1.4.2 - Esquema Básico da Contabilidade de

Custos para Apuração de Resultado

Custos

Indiretos Diretos

Rateio Produto A

Produto B

Produto C

Estoque

Custo de Produtos Vendidos

Resultado

Receitas de Vendas

Despesas: Administrativas Vendas Financeiras

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1.5 - CUSTO PARA PLANEJAMENTO E CONTROLE

Como resultado do aumento cada vez maior da

concorrência, o administrador necessita, mais e mais,

aperfeiçoar o controle das operações e dos custos de sua

empresa. Para isso, os objetivos são estabelecidos e os

custos são controlados em função deles.

O custeamento pela responsabilidade, acumula os

custos por componente e por natureza de gasto, permitindo

que níveis mais altos de hierarquia administrativa

controlem os custos das operações dos setores que lhes

ficam imediatamente subordinados. Em outras palavras, os

custos são classificados pelos gerentes responsáveis pelo

seu controle e, dentro de cada componente, são

classificados por natureza:

a) Custo-Padrão Ideal – É um custo determinado de forma

cientifica possível pela engenharia de produção da

empresa, dentro de condições idéias de qualidade das

matérias, de eficiência da mão-de-obra, com o mínimo de

desperdício de todos os insumos.

b) Custo-Padrão Estimado – É aquele determinado

simplesmente através de uma projeção, para o futuro, de

uma média dos custos observados no processo, sem qualquer

preocupação de se avaliar se ocorreram influências na

produção.

c) Custo-Padrão Corrente – Situa-se entre o Ideal e o

Estimado. Ao contrário deste último, para fixar o

controle, a empresa deve proceder a estudos para ema

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avaliação da eficiência da produção. Por outro lado, ao

contrário do Ideal, leva em consideração deficiência que

reconhecidamente existem, mas que não podem ser somadas

pela empresa, pelo menos a curto e médio prazo. Ele pode

ser considerado o mais eficiente para fins de controle.

1.6 - Custo para Tomada de Decisões

Muitas vezes, a Administração se vê colocada entre

duas ou mais alternativas e necessita tomar uma decisão

que melhor atenda aos interesses da empresa. Tendo em

vista que o custo é um fator importante na realização dos

objetivos de lucro da empresa, o custo de operações

diárias como no planejamento a curto e a longo prazo.

Entre as principais áreas de decisões temos: Fazer versus

compra? A que preços vender? Qual o valor ideal a ser

gasto em Propaganda de vendas? Vendas diretas ou

através de revendedores? Grandes armazéns centrais versus

pequenos depósitos locais? Entregas diretas ou através

de transportadoras? Um vendedor para produtos diretos

versus vendedores especializados? Renovação do

equipamento?

1.7 - Custeio por Absorção

Significa a apropriação aos produtos elaborados

pela empresa de todos os custos incorridos no processo de

fabricação, quer estejam diretamente vinculados ao

produto, quer se refiram a tarifa de produção em geral e

só possam ser alocados aos bens fabricados indiretamente,

isto é, mediante rateio. Passam a integrar o Valor

Contábil dos produtos feitos, nesse método de custeio,

tanto os custos que são variáveis quanto os fixos. No

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custeio por absorção é como se a empresa estivesse

separada em duas partes: a fábrica e a atividade

comercial, e é como se está última estivesse a adquirir

da fábrica os produtos por ela elaborados por um valor

tal que cobrisse tudo o que a fábrica tenha gastado para

produzi-los. Esses custos todos de fabricação são

atribuídos a todos os produtos e só serão descarregados

para despesas, afetando o resultado do período quando

forem vendidos.

Abaixo, estrutura da Demonstração de Resultado pelo

Sistema de Custeio por Absorção:

Receita Operacional Bruta (produtos,mercadorias e serviços)

(-) Deduções da Receita Bruta

Devoluções

Abatimentos

Impostos Incidentes Sobre Vendas

(=) Receita Operacional Líquida

(-) Custos das Vendas

Custos Totais de Produção

Matéria Prima

Mão-de-Obra Direta

Gastos Gerais de Fabricação

(=) Resultado Operacional Bruto (Lucro ou Prejuízo Operacional Bruto)

(-) Despesas Operacionais

Despesas de Vendas

Despesas Administrativas

Despesas e Receitas Financeiras

Outras Receitas e Despesas Operacionais

(=) Resultado Operacional Líquido

(+/-) Resultado Não Operacional

(=) Resultado do Exercício Antes da Contribuição Social

(-) Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido

(=) Resultado do Exercício Antes do Imposto de Renda

(-) Provisão para IR

(=) Resultado do Exercício Depois do IR

(-) Participações e Contribuições

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(=) Resultado Líquido do Exercício

1.8 - Margem de Contribuição

O conceito de Margem de Contribuição está associado

à identificação do custo imediatamente urgente na

produção de determinado produto. O custo que varia de

acordo com a produção, ou seja, o que surge em função

dela e que chama "variável" vai nos possibilitar o

cálculo do lucro marginal. Fórmula : Margem de

Contribuição (MC) = Preço de Venda (PV) - Custo Variável

(CV). Na verdade este lucro marginal só se converterá em

lucro propriamente dito depois que forem deduzidos os

custos fixos que, dependendo do seu valor, irá determinar

o resultado final.

1.9 - Custeio Direto

É o método de se avaliar os estoques de produtos,

atribuindo-se a eles apenas e tão somente os custos

variáveis de fabricação, sendo os custos fixos

descarregados diretamente como despesas do período.

Abaixo, estrutura da Demonstração de Resultado do

Exercício pelo Sistema de Custeio Direto:

Receita Operacional Bruta (produtos, mercadorias e serviços)

(-) Deduções da Receita Bruta

Devoluções

Abatimentos

Impostos Incidentes Sobre Vendas

(=) Receita Operacional Líquida

(-) Custos e Despesas Variáveis das Vendas

Custos de Produtos Vendidos

Matéria-Prima

Mão-de-Obra Direta

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Custos Indiretos Variáveis

Despesas Variáveis de Vendas

(=) Margem de Contribuição Operacional Líquida

(-/+) Outras Receitas e Despesas

(+) Receitas Financeiras

(-) Despesas Financeiras

(=) Margem de Contribuição Bruta

(+/-) Outros Ganhos ou Perdas Escriturais

(+/-) Resultado de Equivalência Patrimonial

(+) Reavaliação de Reservas

(-) Baixas de Alienações de Bens

(+/-) Outros

(=) Margem de Contribuição Antes do Imposto de Renda

(-) Provisão para Imposto de Renda

(=) Margem de Contribuição após o Imposto de Renda

1.10 - Relação de Custo-Volume-Lucro

Esta análise é um instrumento utilizado para

projetar o lucro que seria obtido a diversos níveis de

produção e vendas, bem como para analisar o impacto sobre

o lucro de modificações no preço de venda, nos custos ou

em ambos. Ela é baseada no custeio Variável e, através

dela, pode-se estabelecer qual a quantidade mínima que a

empresa deverá produzir e vender para que não incorra em

prejuízo. A quantidade mínima que a empresa deve produzir

e vender para que não tenha prejuízo, chama-se Ponto de

Equilíbrio.

1.11 - Análise do Ponto de Equilíbrio

Uma vez separados os custos da empresa em fixos e

variáveis, a Administração está de posse de informações

úteis para a preparação de instrumentos de análise que

além de responderem a muitas perguntas, auxiliarão no

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processo de tomada de decisões, no planejamento e no

controle.

Um desses instrumentos é a Análise do Ponto de

Equilíbrio, que, ultimamente, vem merecendo uma vasta

divulgação nos livros e periódicos.

É uma conseqüência direta do comportamento dos

custos diante do volume de atividade da empresa no qual

não há lucro nem prejuízo, a empresa obterá lucros,

aquém do Ponto de Equilíbrio, a empresa terá prejuízo.

a) Ponto de Equilíbrio Contábil - Significa a

quantidade que equilibra a Receita Total com a soma dos

custos e despesas relativas aos produtos vendidos.

b) Ponto de Equilíbrio Econômico – É a quantidade que

iguala a Receita Total com a soma dos custos e despesas

acrescida de uma remuneração mínima (Custo de

Oportunidade) sobre o Capital Investido pela empresa.

c) Ponto de Equilíbrio Financeiro – É a quantidade que

iguala a receita total com a soma dos custos e despesas

que representa, desembolso financeiro para a empresa.

Neste caso, os encargos da depreciação são excluídos por

não representarem desembolso para a empresa.

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Gráfico Representativo do Ponto de Equilíbrio:

1.12 – Gestão Estratégica de Custos

A análise de Custo é vista como o processo de

avaliação do impacto financeiro das decisões gerenciais

alternativas.

A gestão estratégica de custos é uma análise de

custos sob um contexto mais amplo, em que os elementos

estratégicos tornam-se mais conscientes, explícitos e

formais. Os dados de custos são usados para desenvolver

uma vantagem competitiva.

Sob a visão da Gestão Estratégica de Custos, a

administração de empresas é um processo cíclico contínuo

de:

1) formular estratégicas,

2) comunicar estas estratégicas por toda a organização,

3) desenvolver e por em prática táticas para implementar

estratégias,

R CT CV CF

Quantidade

Valor

PE

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4) desenvolver e implantar controles para monitorar as

etapas da implementação e depois o sucesso no alcance

das metas estratégicas.

No estágio um a informação contábil é à base da

análise financeira, que é um aspecto do processo de

avaliação das alternativas estratégicas.

No estágio dois os relatórios contábeis constituem

uma das formas importantes através dos quais a estratégia

é comunicada por toda a organização.

No estágio três, táticas específicas devem ser

desenvolvidas para apoio da estratégica global e depois

conduzidas ao término. A escolha dos programas táticos é

efetuada principalmente com base na análise contábil.

No quarto estágio, a movimentação do desempenho dos

gerentes ou unidades empresariais geralmente depende em

parte da informação contábil, sendo utilizados os custos-

padrão, orçamento de despesas e planos de lucros anuais,

como base para a avaliação de desempenho.

Em resumo, a gestão estratégica de custos é o uso

gerencial da informação de custos dirigido explicitamente

a um ou mais dos quatro estágios da gestão estratégica.

O surgimento da gestão estratégica de custos resulta

da mistura de três temas subjacentes, que são:

a) Análise da Cadeia de Valor,

b) Análise de Posicionamento Estratégico,

c) Análise de Direcionamento de Custos,

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1.12.1 – Cadeia de Valor

Relaciona-se com o enfoque dos esforços voltados

para a gestão de custos. Gerenciar custos com eficácia

exige um enfoque amplo, externo á empresa.

A Cadeia de Valor (enfoque externo) de qualquer

empresa, de qualquer setor, é o conjunto de atividades

criadoras de valor desde as fontes de matérias-primas

básicas, passando por fornecedores de componentes e até o

produto final entregue nas mãos do consumidor.

A contabilidade gerencial assume uma perspectiva de

valor agregado (enfoque interno), começando com o

pagamento de fornecedores (compras) e passando com os

encargos aos consumidores (vendas). O tema chave é

maximizar a diferença (valor agregado) entre compras e

vendas.

O conceito de valor agregado, numa perspectiva

estratégica, não leva em consideração as ligações com os

fornecedores e consumidores.

1.12.2 – O Conceito de Posicionamento Estratégico

Segundo Poster, uma empresa pode fazer as seguintes

escolhas estratégicas:

a) “Liderança de Custos” - tem custos menores,

b) “Diferenciação do Produto” - oferecendo produtos

superiores.

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O posicionamento estratégico pode influenciar de

modo significativo o papel da análise de custos. Como

exemplo, considere a decisão de investir em custos de

produtos mais cuidadosamente elaborados.

Para uma empresa que adote uma estratégica de

liderança de custos em negócio maduro e vantajoso, os

custos alvo planejados merecerão especial atenção.

Para uma empresa que adote uma estratégica de

diferenciação do produto em um negócio direcionado para o

mercado, de rápido crescimento e com mudanças rápida, os

custos de fabricação serão menos importantes.

Portanto, estratégias diferentes exigem diferentes

perspectivas de custos.

1.12.3 – Direcionamento de Custos

No gerenciamento estratégico de custos sabe-se que o

custo é causado, ou direcionado,

por muitos fatores que se inter-relacionam de formas

complexas.

Compreender o comportamento dos custos significa a

complexa interação do conjunto

de direcionadores de custo em ação em uma determinada

situação.

Na contabilidade gerencial, o custo é uma função,

basicamente, de um único direcionador de custos: volume

de produção, conceito que envolve custos fixos versus

custos variáveis, custos médios versus custos marginais,

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análise de custo-volume-lucro, análise de ponto de

equilíbrio, orçamentos flexíveis e margem de

contribuição.

Um outro direcionador estratégico de custos, a

experiência cumulativa, tem merecido a atenção dos

contadores gerenciais, como um determinante de custos

unitários, como também a curva de aprendizagem, visto

como uma explicação de como a relação entre custo e

volume de produção muda ao longo do tempo enquanto a

produção cumulativa aumenta em um determinado produto ou

processo.

De acordo com Riley, os direcionadores de custos

estão divididos em duas categorias direcionadores de

custos “estruturais” e direcionadores de “execução”.

Os direcionadores de custos “estruturais“ são os

seguintes:

a) Escala - Tamanho do investimento em produção,

pesquisa, desenvolvimento e marketing,

b) Escopo – Grau de integração vertical.,

c) Experiência – Passado da empresa

d) Tecnologia – Tecnologia de Processo usada em cada fase

da cadeia de valor.,

e) Complexidade – Amplitude da linha de produtos ou de

serviços.

Cada direcionador estrutural envolve escolhas

realizadas pela empresa que direcionam

o custo do produto.

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Os direcionadores de execução são aqueles

determinantes da posição de custos de uma empresa, que

dependem de sua capacidade de executar de forma bem

sucedida, estando diretamente relacionados com o

desempenho, uma lista básica de direcionadores de

execução inclui pelo menos o seguinte:

a) Envolvimento de força de trabalho,

b) Gestão da qualidade total,

c) Utilização da capacidade,

d) Eficiência do layout das instalações,

e) Configuração do produto,

f) Exploração de ligações com os fornecedores e/ou

clientes para a cadeia de valor da empresa. Idéias

chave na análise estratégica.

Para cada um dos direcionadores estruturais, mais

nem sempre significa melhor. Em contraposição para cada

um dos direcionadores de execução, mais significa sempre

melhor.

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CAPÍTULO II

A INFLUÊNCIA DA TRADIÇÃO E DA INOVAÇÃO NA

EVOLUÇÃO DAS EMPRESAS

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2 - A INFLUÊNCIA DA TRADIÇÃO E DA INOVAÇÃO NA

EVOLUÇÃO DAS EMPRESAS

2.1 - Histórico

Nos últimos anos as empresas estão trabalhando

arduamente para se tornarem mais eficientes., Programando

reengenharia, cortaram pessoal, integraram processo e

implantaram programas de qualidade. Esse arsenal de

medidas que as empresas vem utilizando para aumentar seu

valor de mercado está chegando ao seu ponto de

estrangulamento, pois não basta mais reduzir custos para

aumentar lucro. A importância vital de se envolver num

processo sistemático de criação, aponta a Tradição como o

principal inimigo das mudanças no mundo dos negócios. Se

quiserem gerar mais riqueza ou mesmo sobreviverem, as

empresas só terão uma saída de promoverem Inovações.

Ao analisar-se o mercado nos anos recentes,

percebe-se que, em quase todos os setores, foram empresas

novas que geraram formas diferentes de ganhar dinheiro.

E elas o fizeram com novos modelos de negócios. É difícil

imaginar qualquer organização tendo um salto nas suas

receitas sem uma estratégica que seja muito diferente dá

de seus concorrentes. O que se encontra em vários

setores é uma tendência de as estratégicas dos lideres de

mercado se tornarem mais parecidas. A única maneira de

conseguir sair dessa situação é a Inovação (estratégias

que são diferentes, atípicas, que quebram as regras do

setor). Verifica-se a necessidade de Inovar, por que,

quando olhamos por aí, as evidências nos levam a crer que

a Tradição, aparece como o maior inimigo das Inovações

dentro de uma empresa, pois, são as regras e convenções

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que herdamos do passado, que depois de um certo tempo

simplesmente continuam existindo sem serem questionadas

ou desafiadas. Quando a maioria das pessoas senta-se

para pensar sobre o futuro da empresa, elas não desafiam

regras. Isso reduz o escopo da inovação.

2.2 - Inovação versus Hierarquia nas Empresas

Atualmente não cabe mais perguntar.”Será que pode?”

Mas sim o questionamento “E porque não?”

A maioria das grandes empresas assume que a

inovação vá começar no departamento de pesquisa e

desenvolvimento ou entre os altos executivos. Muitas

vezes, esse não é o caso. Um dos empecilhos para a

inovação, particularmente em empresas brasileiras, é a

estrutura muito hierarquizada. É necessária a criação de

uma abordagem mais democrática, para estratégia e

inovação. Recentemente uma grande empresa, enviou para os

seus 7.000 (sete mil) funcionários um papel contendo uma

lista de tipos de atitudes que a direção da mesma queria

que eles tivessem., como: paixão pela qualidade,

excelência na execução de tarefas, comunicação aberta,

todos esses comportamentos maravilhosos. Isso estava

escrito numa coluna e ao lado da descrição de cada item

havia uma indicação de que tipos de funcionários deveriam

atendê-los: empregados simples, supervisores, gerentes ou

executivos. Um dos comportamentos desejados era “pensar

estrategicamente“, e ao lado havia a indicação de que

isso se aplica somente para executivos. Isso foi lido

por 7.000 (sete mil) funcionários. De certo modo, a

empresa estava dizendo para 99,9% de seus funcionários

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que eles não tinham responsabilidade em pensar

estrategicamente, em imaginar novas possibilidades.

Estamos passando de um mundo em que a experiência

vale mais que qualquer coisa para um mundo em que a

imaginação conta ainda mais. Nesse sentido, companhias

com hierarquia muito rígida, em que as pessoas no topo

são as principais responsáveis por inventar novas

estratégicas, vão perder muito tempo. O primeiro passo

para uma organização inovar mais é reconhecer que a

inovação pode vir de qualquer pessoa. Uma vez reconhecido

isso, é possível criar grupos de discussão em toda a

empresa de forma a permitir que todos os funcionários

sejam ouvidos.

Infelizmente dentro das Companhias há uma tendência

a não dar o mesmo valor para a criatividade, as pessoas

são criativas, e vemos isso nas ruas, nas músicas, nos

filmes. Na era industrial, as virtudes da empresa eram

escala, reprodução, qualidade, controle, mas se presumia

que as mesmas coisas fossem ser feitas para sempre. A

única coisa que se queria dos funcionários é que fizessem

cada vez melhor o que já faziam. Agora estamos no que

chamamos de era da globalização, em que vemos muito mais

mudanças. Temos que parar de olhar para as pessoas que

trabalham, conosco como alguém que está lá apenas para

nos ajudar a fazer melhor o que já estamos fazendo. Elas

podem nos ajudar a criar coisas novas.

A Inovação pode aparecer de duas formas: uma delas

é a inovação que modifica apenas um componente do seu

negócio ou do seu produto o outro caso é o que modifica

todo o modelo de negócios.

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2.3 - Estudo de Casos

2.3.1 - Caso da GM e da FORD – 1908 à 1930

Voltando ao passado evidencia-se bem o que está

sendo relatado nos parágrafos anteriores, ao analisar a

posição tomada pela GM através de Alred Sloan, dito “O

Pai de Todos“ que inovando naquela época, inventou a

corporação moderna levando a GM a ultrapassar a Ford que

tinha o seu modelo baseado na tradição, tanto em

participação de mercado como em Lucro. Sloan estava

motivado por uma “missão impossível“ – bater a Ford e seu

Modelo T. Para isso, sua empresa a GM tinha de operar

sob um modelo totalmente diferente do usual. Para

implantá-lo, criou uma disciplina – a Administração.

Para a Ford, o consumidor era padronizado, seu foco

era o produto. Sloan partiu das diferenças, no bolso e

na cabeça, entre possíveis consumidores.

O historiado Richard Tdlow diz: “Em 1908 não havia,

em todo o mundo, exemplo de ninguém que tivesse combinado

com sucesso boa qualidade com preço baixo. Quem fez isso

foi Hery Ford. Não foi o mercado que fez, não foi a

opinião pública, não foram os europeus nem os políticos.

Foi Henry Ford”.

No início dos anos 20, fala-se em saturação de

mercado. A maneira de vender carros estava obsoleta.

Faltava Marketing, Propaganda, Técnicas de Venda,

Pesquisa de Mercado… tudo isso começou a aparecer. A

Ford Motor Company (leia-se Henry Ford) era totalmente

contra essa história de fazer marketing. A GM enfrentava

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os mesmos problemas, mas sua vantagem era que Alfred

Sloan tinha consciência deles. A Ford recusava-se até

mesmo a considerar a hipótese de alterar algo em sua, até

então, ultravitoriosa estratégica, pois, Marketing para

Ford era preço, preço, preço – nada mais,

Em 1923 Sloan tornou-se presidente da GM, conhecia

e respeitava Henry Ford, mas inovou. Tinha “uma aguda

percepção de que teria de haver uma estrutura organizada

dentro da empresa, para que ela tivesse sucesso no

mercado lá fora”.

“O compromisso da GM não é com concepção de carro,

é com o lucro”. Assim, enfrentou a nova realidade em

várias frentes. Primeiro, organizou a empresa

internamente, sob seu comando, definiu-se uma moldura de

organização corporativa que perdura até hoje. Henry Ford

odiava essa coisa. Ao tomar conhecimento do que Sloan

planejava, disse: “Não é necessário que qualquer

departamento dentro da Ford saiba o que outro está

fazendo. Aqui não precisa haver organização, tarefas

específicas, linha de sucessão ou autoridade”.

A GM fabricaria 5 (cinco) modelos, cada um para um

segmento específico. A complexidade do negócio passaria a

exigir um nível de organização interna sem precedentes.

Mas Sloan, queria mudar os modelos todo ano. Era

arriscadíssimo. Os custos iriam explodir, seria preciso

criar competências novas, estilo, materiais, cores,

design, moda, enfim. Os vendedores teriam de ser

permanentemente treinados. Num setor em que, até então, a

mesmice do Modelo T da Ford era o padrão único, as

mudanças da GM na época em questão eram radicais, logo

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Sloan estava inovando. Ele, criou o desejo nos

consumidores, de inicialmente possuírem um chevrolet, e à

medida que sua renda venha a elevar-se, em virtude de uma

melhora em sua vida, desejavam adquirir, um Cadillac

(símbolo máximo de status para o americano médio durante

décadas).

2.3.2 - O Caso da Natura

Na década de 80, a Natura cresceu 30 vezes, na

década de 90, mesmo com a abertura, quadruplicou o seu

crescimento.

A agilidade e a flexibilidade na tomada de decisões

ajuda a explicar a velocidade de crescimento da Natura em

comparação ao mercado. Entre 1992 e 1996, as vendas de

cosméticos, graças ao providencial impulso do Plano Real,

cresceram 2,8 vezes no Brasil. Nesse período o volume de

negócios da Natura passou de 170 milhões de dólares para

835 milhões. Quase quintuplicou em quatro anos. Seu

desempenho conseguiu superar o da líder Avon.

A importância do canal de revenda para o futuro de

seus negócios faz a Natura mimar e facilitar de todas as

formas, a vida de suas consultoras. É preciso fazer com

que cada uma delas acorde todos os dias, disposta a

vender os seus produtos e não os da concorrência. Em

1997, o investimento em treinamento e promoções especiais

para a rede de revendedoras consumiu 3l milhões dos 139

milhões de dólares de investimentos programados. Outros

39 milhões foram aplicados no desenvolvimento de novos

produtos, e o restante foi destinado para a criação da

nova fábrica, em Cajamara, nas cercanias de São Paulo.

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A Natura quer integrar um novo tipo de empresa

diferente dos padrões tradicionais. Ela é adepta de um

tipo de capitalismo que faz profissão de fé nas virtudes

da ética nos negócios. "Uma atitude ética é boa para o

longo prazo”, diz Robert Hass presidente da Levi Strauss.

O americano Robert Levering, autor do livro The 100

Best. Companies to Work for in América, visitou a Natura

em 1997 e fez o seguinte depoimento: "Nem mesmo no Vale

do Silício encontrei uma atmosfera de trabalho tão

descontraída". Um dos aspectos que também chamaram sua

atenção foi a prática de reuniões mensais entre grupos de

gerentes e diretores com o dono da empresa. "Nessas

reuniões, não há agenda definida. Qualquer um pode

perguntar o que lhe vem à cabeça", diz Levering. Esse

tipo de reunião permite despertar o interesse e a

criatividade dos funcionários em benefício da empresa.

Há na fábrica da Natura, em Cajamara, município da

Grande São Paulo um modelo de arquitetura que lembra um

Museu de arte moderna. No interior dos prédios, cerca de

3.000 (três mil) pessoas trabalham em sincronia para

colocar diariamente 800.000 (oitocentos mil) itens de

produtos com a marca da empresa.

O “Novo Espaço Natura” - como a fábrica foi

batizada, é uma revolução diante do que, em boa parte do

século 20, foi chamada de linha de produção (teóricos

marxistas chegaram a definir a Ford, em seus primeiros

anos, como um campo de concentração gigantesco, fundada

sobre o medo e a exploração física dos trabalhadores). A

Natura deseja que sua fábrica venha a romper com a idéia

tradicional de fábrica.

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2.3.3 - O Caso do Pão de Açúcar

De acordo com um recente relatório do Banco

Santander, a empresa construída e reconstruída por Abílio

Diniz ocupa hoje a primeira colocação na lista dos

varejistas com maior qualidade de gestão, liquidez e

perspectiva de crescimento em toda a América Latina.

O Cliente chamado pelo nome e a proximidade com o

consumidor são uma das maiores vantagens competitivas da

rede. “Boa tarde, dona Maria houve algum produto que a

Senhora não encontrou na loja?” Primeiro, a funcionária

do caixa chama a Cliente pelo nome, depois, pede que

outro funcionário a leve até a área onde está localizado

o produto não encontrado.

Atitudes como essa fazem com que a rede de

supermercados Pão de Açúcar seja freqüentemente

mencionada como bom exemplo de atendimento e serviços.

Conhecer o consumidor vem se transformando em

obsessão, foi criado o cartão de relacionamento com o

cliente, batizado de “Mais”. Sempre que um cliente passa

pelo caixa, seu nome aparece imediatamente na tela da

máquina e suas informações ficam armazenadas num

histórico de compras.

“O Pão de Açúcar deseja conhecer cada um tão bem a

ponto de conseguir oferecer a loja certa para o Cliente

certo”.

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2.3.4 - O Caso da Fiat

O melhor lugar par se trabalhar., a Fiat brasileira

tornou-se a empresa mais querida pelos funcionários.,

algumas declarações: "A Fiat é uma camisa que depois de

vestida vira pele", "Venho para o trabalho todo o dia

como se fosse o primeiro", Eu era carrancudo, mudei

quando vim para a Fiat já fui até Papai Noel no Natal",

"No comércio de Betim o crachá da Fiat vale mais que

cartão de Crédito".

"No mundo competitivo atual ter uma empresa com

pessoas felizes é um diferencial. Isso significa que

podemos enfrentar qualquer desafio em conjunto e

rapidamente", diz o italiano Gianni Coda, superintendente

da Fiat.

A Fiat tem entre 500 e 1.500 empregados e

faturamento médio de 480 milhões de reais por ano. É uma

empresa que contrata mais do que demite. Os funcionários

da Fiat dizem que seus chefes os mantêm informados sobre

assuntos que afetam seu trabalho. Dizem ainda, que os

chefes deixam claro o que esperam deles. Também se sentem

com liberdade para fazer quaisquer pergunta a um

executivo. E o melhor: têm certeza de que receberão

respostas diretas: "A Fiat tem postura de diálogo e

integração".

A Fiat também conta com outro mecanismo para dar

voz aos funcionários. Dezenas de encontros, batizados de

"Programa Café", acontecem em todas as áreas da empresa a

cada mês .

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"Não há fórmula mágica na maneira como

administramos as pessoas na Fiat, apenas realizamos

esforço para ouvi-las e não poupamos dinheiro para dar

as respostas que elas nos pedem", diz o italiano Sandro

Balzano diretor de RH da montadora.

Onde a Fiat brilha:

a) Os empregados sabem tudo sobre a empresa. Há

encontros mensais com o superintendente, reuniões

diárias antes do expediente e quadros de aviso pela

fábrica.

b) Treinamento é lei, do mais simples ao mais talentoso

executivo, todo mundo vai para a sala de aula.

c) Se a família vai bem o funcionário trabalha bem.

Por, isso, a Fiat tem uma revista mensal só para a

família, clube para festas e esportes, plano de

saúde grátis e incentivo para a educação dos filhos.

d) Sugerir mudanças é bom para o ego e para o bolso.

Quem participa do “Boas Idéias e Soluções”, pode

ganhar relógios, churrasqueiras e ter chance de

mostrar o seu trabalho aos chefões.

e) Funcionários de todos os níveis podem passar

uma temporada na matriz na Itália, ou nas

subsidiárias do grupo. No momento 244 brasileiros

estão lá fora.

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2.3.5 - O Caso da Microsoft

A Microsoft é um modelo de inovação. A escolinha

do Professor Bill Gates - "A Microsoft sempre foi

conhecida pelo espírito de competição voraz do seu

fundador".

Os principais aspectos da cultura coorporativa da

Microsoft, são tópicos sobre estratégica, recursos

humanos e trabalho em equipe:

a) A visão deve ser clara para toda a Organização - "Um

computador em cada mesa, em todos os lares, todos com

programas da Microsoft" - A frase é precisa e deixa

claro para engenheiros de programas, visionários da

tecnologia e todos aqueles que trabalham na

organização o que vem fazer e aonde devem chegar. A

estratégia da empresa, seu objetivo, a preocupação com

o mercado, está tudo lá.

b) Seja sempre o primeiro antes de ser o Melhor - Alguma

vezes, os times da Microsoft são levados a colocar

produtos no mercado em prazos curtíssimos. Nesses

casos, são guiados pela prognatismo e não pela

perfeição. A idéia é que ser o primeiro no mercado é

mais importante do que ser o melhor. Essa pratica já

foi responsável pelo lançamento de programas com

falhas sérias, mas de uma forma geral os consumidores

toleram os problemas. O motivo: a empresa acabou

criando uma excelência em estudar e resolver seus

próprios erros. Agora já consegue antecipá-los.

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c) Permita que os funcionários assimilem a visão do Líder

- A Microsoft já recebeu críticas de que alguns

funcionários são nada mais que clones do chairman Bill

Gates. De fato, muitos deles têm hábitos semelhantes

aos do patrão. Mas não são apenas uma simples cópia,

mais que isso, eles mostram como Bill Gates conseguir

perpetuar tanto uma cultura corporativa quanto sua

própria personalidade. Com isso ele diz ter dado aos

seus empregados a capacidade de questionar qualquer

operação da empresa. De pequenos detalhes a questões

decisivas, como definir o que fazer com a internet.

d) Construa sua companhia com pessoas Únicas - Uma das

preocupações da Microsoft foi alinhar perfeitamente o

recrutamento com a estratégia da empresa. "Há certas

pessoas que você só encontra uma vez na vida", disse

certa vez um dos executivos de Bill Gates. A Microsoft

não esperou encontrar essas pessoas. Em vez disso,

saiu a procurá-las.

e) Se você contratou pessoas excepcionais, confie que

elas serão excepcionais – A gestão da Microsoft inclui

delegar tarefas decisivas.

f) Provoque a discordância - Bill Gates, tem forma de

exigente e provador, com isso, seus funcionários têm

sempre a expectativa de serem desafiados, assim como

esperam ser capazes de desafia-lo.

g) O Fracasso pode ser seu Guia - Algumas pessoas foram

contratadas pela Microsoft por sua experiência em

companhias que fracassaram. "Quando você está

falhando, é forçado a ser criativo, a pensar dia e

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noite. Como a Microsoft pode falhar, precisamos de

gente que já provaram que é possível sair bem essas

situações". Além disso, dar às pessoas a oportunidade

de falhar abre o caminho para que elas assumam riscos

novamente no futuro.

h) Comunicação é Fundamental - O objetivo de Gates é que

não exista mais que seis níveis entre ele e qualquer

pessoa da companhia. Não há gerentes ou diretores que

atrapalham o acesso ao líder.

i) Nunca deixe de olhar para os lados - Muitas práticas

que aparecem na literatura sobre a Microsoft são

seguidas por outras empresas de informática, "temos

que reconquistar a nossa liderança a cada dia".

2.3.6 - O Caso da Enron

Ao promover o casamento de uma modalidade de

negócios quase tão antiga como a própria humanidade com a

Nova Economia, Skilling fez as receitas da Enron subirem

de 40 bilhões em 1999 para 100 bilhões de dólares no ano

passado. O lucro líquido da empresa, que era de 698

milhões de dólares em 1998, aumentou para 1,2 bilhão no

ano passado. Desse total, 80% vieram de transações em

mercados não explorados até três anos atrás.

O que há de especial em Skilling? Como ele se

transformou numa espécie de Midas para a Enron, eleita

pela Revista Fortune, pelo sexto ano consecutivo, como a

empresa mais criativa dos Estados Unidos? “Não há nenhuma

mágica“, diz ele, referindo-se à sua capacidade de tirar

dinheiro de modalidades de negócios pouco convencionais

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ou nunca antes experimentadas. “Estamos apenas tentando

fazer o mercado funcionar”. Dona de uma rede de gasodutos

de 68.000 quilômetros nos Estados Unidos, a Enron deixou,

nos últimos anos, de ser uma empresa essencialmente

focada no ramo de energia para se aventurar na compra e

venda de “produtos” tão inovadores como a capacidade

ociosa em linhas de fibras ópticas, espaço nos

compartimentos de carga de trens e derivativos ligados ao

clima.

Esta última modalidade ilustra bem a maneira

criativa com que a companhia vem tocando seus negócios.

A coisa se passa da seguinte maneira:

A pedido de uma empresa de catálogos de roupas, a

Enron cria um derivativo para proteger o cliente de uma

eventual onda de calor capaz de prejudicar suas vendas no

inverno.

Para neutralizar os riscos, a Enron fecha contrato

com uma indústria de refrigerantes que vai se beneficiar

de uma eventual onda de calor.

Parece maluquice? Imagine, então, ganhar dinheiro

com os momentos de silêncio numa conversa telefônica.

Sabe aquelas frações de segundo entre o “alô” e o “tudo

bem”? Esses fragmentos ociosos de tempo, multiplicados

por milhões de conversas telefônicas podem ser

“capturados” e colocados à venda. Para levar adiante o

negócio, ainda em estágio inicial, a Enron fez um acordo

com a Sun Microsystem. O objetivo é utilizar sua rede de

2.700 (dois mil e setecentos) servidores espalhados pelos

Estados Unidos para penetrar nas empresas com as quais

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tem contrato para gerenciar o tempo ocioso das

telecomunicações. Isso é possível graças a uma rede

própria de 29.000 (vinte e nove mil) quilômetros de

fibras ópticas que interliga as principais cidades

americanas.

Em boa parte das empresas, a necessidade de

transmissão de voz, e-mails de madrugada. “Se uma delas

quiser vender os sinais ociosos para mim, eu repasso-os

instantaneamente para outro cliente”, diz Skilling. “O

que a Enron está fazendo é criar um mercado de telefonia

em tempo real”.

No centro de todas essa transformações estão dois

valores que Skilling considera fundamentais para o

sucesso de qualquer empresa que pretende manter-se uma

curva à frente de seus concorrentes. A ênfase no

pensamento criativo e a capacidade empreendedora de seus

funcionários.

Na hora de gerir a empresa, a pretensão de Skilling

é ter práticas tão inovadoras quantos os produtos que põe

no mercado.

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CAPÍTULO III

O FUTURO DA FÁBRICA

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3 - O FUTURO DA FÁBRICA

Bem-Vindo às Fábricas mais modernas do Brasil.

Flexíveis e Democráticas, elas antecipam a linha de

produção do amanhã. Você está pronto para trabalhar nesse

mundo?

Cinco das mais modernas fábricas do Brasil compõem

um retrato do que será a linha de produção do amanhã:

a) A Busca da Transparência - O prédio que reúne os

escritórios e as linhas de produção da Natura foi

desenhado para refletir as idéias de equilíbrio,

integração e transparência e representar uma ruptura

com o modelo tradicional de fábrica. Um dos aspectos

dessa ruptura é a flexibilidade. Graças a construção

modular, suas linhas podem ter a capacidade duplicada

em dois ou três dias.

b) O Nascimento de uma Comunidade - Nas fábricas do

futuro, os funcionários não serão encarados como meio

de produção, mas com membros de uma comunidade, com

valores, objetivos e rituais em comum. A Natura

transformou sua sede em uma espécie de pequena cidade,

com restaurantes, clube e creche para os filhos dos

funcionários.

c) Um Mundo Sem Fronteiras - Na fábrica da era do

conhecimento os muros que separam pessoas, tarefas e

lugares serão derrubados. Na montadora da Audi /

Volkswagen em São José dos Pinhares, no Paraná, a

linha de produção e os escritórios convergem num

centro de comunicação, uma mistura de área de lazer e

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ambiente de trabalho. A idéia é que a informação flua

livremente e que os homens e mulheres da produção

possam intervir para a melhoria dos processos.

d) Poder No Chão de Fábrica - O novo modelo de produção

coloca em cheque as rígidas estruturas hierárquicas do

passado. Executivos, passam boa parte do tempo nas

linhas de montagem da Audi/Volkswagen e funcionários

da produção, participam do gerenciamento de suas

células de trabalho e desempenham múltiplas tarefas.

e) A Comunicação no Centro - O restaurante suspenso e

envidraçado, comum a todos os 3.000 (três mil)

funcionários da Audi, é uma das artérias do centro de

comunicação da fábrica do Paraná. É também um exemplo

da onipresença da produção e do produto. Enquanto

almoçam, os operadores do chão da fábrica e o pessoal

do escritório acompanham a montagem dos carros.

f) Desenvolvimento Sustentável - Esse será um dos

grandes desafios para as fábricas do século 21. A

esperada escassez de energia e de água e as pressões

dos ativistas verdes forçarão as corporações a buscar

o crescimento apoiado em práticas ambientalmente

corretas. A Springer Corrier de Canoas no Rio Grande

do Sul, se antecipou. Sua fábrica de aparelhos de ar

condicionado usa luz natural. Nos próximos 02 (dois)

anos será alimentada por energia solar. Na Sala de

Guerra, boa parte das estratégias, inclusive as

ambientais, é discutida com os funcionários.

g) Obsessão pela Qualidade - Perfeição nos processos de

produção.

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h) Tecnologia e Informação - Aliadas às pessoas, elas são

os motores das fábricas.

i) A Lógica do Relacionamento - A ligação entre

empresas e sua rede de fornecedores ganha força nas

linhas de produção do chamado Fordismo digital. Em

Gravataí, no Rio Grande do sul, a GM trabalha em

sincronia com seus 17 sistemistas, como se todos

formassem uma só empresa. A logística assume papel

determinante.

j) Foco Total - A GM de Gravatai é um dos melhores

exemplos mundiais de busca do foco por parte do Setor

Industrial. Seu negócio está centrado no

desenvolvimento do produto, no reforço da marca e na

distribuição. Os fornecedores e seus funcionários

estão presentes em todas as fases da produção.

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CONCLUSÃO

A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de

informações e avaliação destinado a prover seus usuários

com demonstrações e análises de natureza econômica,

financeira e de produtividade, com relação à entidade

objeto de contabilização, ou seja, para que os

Administradores possam através dos números apresentados

destinar recursos para o processo evolutivo da empresa.

A Contabilidade de Custos esta voltada para o

cálculo e a interpretação dos custos dos bens fabricados

ou comercializados, ou dos serviços prestados pela

empresa.

A influência da Contabilidade de Custos é

fundamental para determinação do lucro, o controle de

operações e para a tomada de decisões.

A Gestão estratégica de custos é uma análise de

custos sob o contesto mais amplo, em que os elementos

estratégicos tornam-se mais conscientes explícitos e

formais. Os dados de custos são usados para desenvolver

uma vantagem competitiva.

A empresa do futuro seja qual for a sua

especialidade, tamanho e setor, está alicerçada em

combinar tecnologia e talentos, gestão e distribuição do

conhecimento, resposta rápida as demandas de um mercado

de gosto cada vez mais individualizado, flexibilidade,

velocidade e desenvolvimento sustentável. Nela há pouco

espaço para a distinção Taylorista entre quem faz e quem

decide, quem pensa e quem executa. A ênfase está na

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qualidade e na busca permanente da integração com o mundo

externo. Como definiram os americanos Reor Ashkenas, Done

Ulrich, Todd Jick e Stve Kerr, autores do livro "The

Boundryless Organization,” as Organizações bem sucedidas

daqui para frente serão aquelas que conseguirem acabar

com as fronteiras que separam pessoas, tarefas e lugares.

O verdadeiro desafio é fazer com que a inovação

viva dentro de cada pessoa na empresa, as companhias que

aprenderem a fazer isso nos próximos anos vão ser as

companhias realmente vencedoras.

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BIBLIOGRAFIA

Livros:

FRANCO, Hilário. Contabilidade Industrial. São Paulo.

Atlas, 1996. 301p.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo.

Atlas, 1998. 388p.

SHANK, John k.,GOVINDARAJAM,Vijay. A Revolução dos

Custos. Rio de Janeiro. Campus, 1997. 335p.

Revistas:

CAIXETA, Nely, Maluco beleza. Exame, Rio de Janeiro, 18

de Abr, 2001, p 72.

GOMES, Maria Tereza, As melhores empresas para você

trabalhar. Exame, Rio de Janeiro, 23 Ago, 2000, p 184.

NETZ, Clayton, Para onde vai a natura. Exame, Rio de

Janeiro, 10 de Set, 1997, p 116.

NOBREGA, Clemente, O pai de todos. Exame, Rio de

Janeiro, 21 de Fev, 2001, p 92.

ROSENBURG, Cyntia, A empresa de um rosto só. Exame, Rio

de Janeiro, 18 Abr, 2001. P 46.

VASSALLO, Cláudia, O futuro da fábrica. Exame, Rio de

Janeiro, 21 Fev, 2001, p 36.

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ÍNDICE

Introdução 06

Capítulo I 07

A Influência da Contabilidade de Custos

na Evolução das Empresas 07

1.1 – Histórico 08

1.2 - Terminologia de Custos 10

1.3 - Classificação dos Custos 12

1.4 - Custos para Determinação do Lucro 12

1.4.1 – Terminologia 13

1.4.2 - Esquema Básico da Contabilidade de Custos

para Apuração de Resultado 14

1.5 - Custo para Planejamento e Controle 15

1.6 - Custo para Tomada de Decisões 16

1.7 - Custeio por Absorção 16

1.8 - Margem de Contribuição 18

1.9 - Custeio Direto 18

1.10 - Relação de Custo-Volume-Lucro 19

1.11 - Análise do Ponto de Equilíbrio 19

1.12 - Gestão Estratégica de Custos 21

1.12.1 – Cadeia de Valor 23

1.12.2 - O Conceito de Posicionamento Estratégico 23

1.12.3 - Direcionamento de Custos 24

Capítulo II 27

A Influência da Tradição e da Inovação na Evolução

das Empresas 27

2.1 – Histórico 28

2.2 - Inovação versus Hierarquia nas Empresas 29

2.3 - Estudo de Casos 31

2.3.1 - O Caso da GM e da Ford - 1908 A 1930 31

2.3.2 - O Caso da Natura 33

2.3.3 - O Caso do Pão de Açúcar 35

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2.3.4 - O Caso da Fiat 36

2.3.5 - O Caso da Microsoft 38

2.3.6 - O Caso da Enron 40

Capítulo III 43

O Futuro da Fábrica 43

Conclusão 47

Bibliografia 49

Índice 50

Anexos 52

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ANEXOS

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