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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
INDICADORES CHAVE DE DESEMPENHO EM CALL CENTER
Por: Cecília Sousa de Oliveira Santos
Orientador
Prof. Antonio Medina
Niterói
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
INDICADORES CHAVE DE DESEMPENHO EM CALL CENTER
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestão Empresarial.
Por: Cecília Sousa de Oliveira Santos
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AGRADECIMENTOS
Aos meus pais José Carlos e Maria
Elizabeth, meu esposo Renato e meu
filho Natã.
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DEDICATÓRIA
Trabalho dedicado à amiga Danielle
Sampaio, pelo incentivo me apelidando
de “pós-graduada”. Dani, quero te ver
nesse patamar.
RESUMO
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Este trabalho é um estudo para auxiliar gestores que operam em Call
Center na análise de resultados dos principais indicadores, ajudando no
entendimento de como equalizar os dados e através das análises tomar uma
ação de modo a atingir as metas estabelecidas.
É esclarecido no texto o conceito, objetivo e como é feita a extração
dos indicadores. São citados os principais indicadores de Gestão e
Planejamento, entre outros, é dada a fórmula do cálculo dos indicadores
citados, de estratégias para a melhoria do desempenho operacional, além de
experiências pessoais.
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METODOLOGIA
O estudo será feito através de uma pesquisa bibliográfica, recuperando
o conhecimento científico sobre o tema sites da internet e em apostilas de
professores da graduação tecnológica em Gestão de Serviços de Atendimento
ao Cliente (Call Center) da UNESA.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - KPI 09
CAPÍTULO II - PRINCIPAIS INDICADORES DE GESTÃO 20
CAPÍTULO III – PRINCIPAIS INDICADORES DE PLANEJAMENTO 39
CONCLUSÃO 42
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43
ÍNDICE 46
INTRODUÇÃO
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O constante crescimento socioeconômico no país aumenta o consumo
de produtos e serviços. Isso gera a necessidade de atendimento aos clientes
de maneira ágil e imediata. Em muitas empresas o Call Center tornou-se uma
obrigação, e para atender a demanda o número de pessoas empregadas na
área de telemarketing é cada vez maior. Por trás desta indústria existem
teorias que visam à melhoria do desempenho operacional: KPI’s.
KPI’s são como veículos de comunicação, são medidores do nível de
desempenho de uma ação ou de um processo. Os indicadores de
desempenho são fundamentais na identificação das oportunidades de
melhorias e dos pontos fortes, eles retratam a realidade e são utilizados para a
elaboração de estratégias e tomadas de decisões.
José Paixão de Sousa (Professor universitário em Gestão de Negócios
SP) em uma palestra disse a gerentes de uma multinacional:
"Se vocês não possuem indicadores, vocês não
gerenciam; estão apenas engodados na armadilha das
atividades". Fonte:
http://www.gscbrasil.com.br/art_kpi.htm
Para José os KPI’s podem ser criados para qualquer finalidade, desde
que sejam relevantes. Ele ainda afirma que bobagem, é uma empresa que não
possui objetivo algum. É preciso saber qual é o seu propósito, suas metas e
projetos.
A finalidade de saber os principais KPI’s de um Call Center é poder ter
domínio sobre as informações, analisá-las e administrar com boa visibilidade
aquilo que afeta o negócio para uma rápida reação.
CAPÍTULO I
KPI
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“Quem não mede, não gerencia.”
(Vicente Falconi - Especialista em Gestão)
Fonte:
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2010/06/07/internas
_economia,196359/index.shtml
1.1 – Conceito e Importância
Em inglês Key Performance Indicator (KPI) são Indicadores Chave de
Desempenho. Há quem prefira usar os termos “Indicadores e Métricas de
Acompanhamento de Performance” ou “Indicadores Chave de Performance”.
Atrelados à tecnologia da informação, os KPI’s são medidores do nível
de desempenho dos processos. É através desses indicadores que os gestores
envolvem todos os colaboradores com as estratégias e objetivos da empresa,
conscientizando-os da sua visão e missão.
As medidas são unidades padrões quantitativas do desempenho de
uma atividade e KPI’s são medidas quantitativas, por isso devem ser
representados por números (unidade/quantidade), percentual, tempo ou valor
significativo que dimensiona a atividade avaliada para quem irá utilizar. Mas
vale ressaltar que, os KPI’s são uma medida; mas nem toda medida é um KPI,
isso não devemos confundir.
Os Indicadores e os quantificadores seguem os objetivos estratégicos
da organização ou de um setor, apóiam na identificação das causas e efeitos
de uma ação, precisam ser interpretados uniformemente, ser facilmente
aplicados e compreensíveis, ter compatibilidade com o processo de coleta de
dados, ser necessário para a interpretação dos resultados, contribuir para o
processo decisório e ter a definição de sua responsabilidade.
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Para se definir os KPI’s é preciso identificar os processos-chave,
depois assimilar particularmente as atividades que influenciam cada um
desses processos, a fim de verificar qual é a sua contribuição para os objetivos
e estratégias da organização.
O contexto de KPI segue em ciclo contínuo as seguintes etapas:
Mapeamento dos processos → Novas Propostas → Definição de indicadores
→ Validação → Implementação → Feedback.
Para adequar os recursos às necessidades, é preciso conhecer bem o
perfil da empresa, e isso é possível com um histórico gerado através do
acompanhamento constante dos KPI’s.
O histórico é o resultado do passado e da evolução, também se devem
levar em conta, os atuais dados da situação; as metas estabelecidas, que
devem ser desafiadoras, mas atingíveis; a veracidade dos relatórios
apresentados; a medição dos custos alinhados aos KPI’s; a identificação da
performance das áreas que impactam a empresa e das áreas que por ela são
impactadas; identificar o nível de satisfação interna e externa, para ajuste de
melhorias, pois de nada vale o cliente estar satisfeito e os funcionários
descontentes, ou vice-versa.
1.2 – Objetivos
O objetivo dos indicadores são o controle e acompanhamento por meio
de relatórios, dos dados transformados em informações referentes à empresa
ou setor. Com a informação certa, são elaboradas as estratégias de melhorias,
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assim as informações passam a ser o conhecimento. Ex.: Os dados são
coletados e gravados para consulta, quando estes dados são utilizados como
contextos passam a ser informação, as informações avaliadas, desenvolvidas,
desdobradas para o controle dos processos geram o conhecimento.
A finalidade de saber os principais KPI’s de um Call Center é poder ter
domínio sobre as informações, analisá-las e administrar com boa visibilidade
aquilo que afeta o negócio para uma rápida reação. Uma central de
atendimento possui indicadores indispensáveis, porém cada empresa deve
decidir, conforme suas necessidades, quais serão empregados.
Qualquer ação adotada pela empresa influi na Central, por isso os
KPI’s precisam sempre mostrar a real situação, caso sejam mensurados de
maneira incorreta, a credibilidade da empresa e seu desempenho estarão em
risco.
É importante que a área responsável pelos KPI’s esteja alinha a todos
os setores internos da Central, compartilhando os resultados, e assim todos
estarão engajados com a melhoria do desempenho. O analista de indicadores
de Call Center objetiva a otimização de recursos, manutenção da qualidade e
redução de custos.
1.3 – Análise de KPI
Os profissionais responsáveis por acompanhar os indicadores, gerar
relatórios, precisam trabalhar em local adequado, longe de barulhos e sem
interrupções, para que estejam concentrados ao tratarem o grande volume de
dados numéricos, e tenham atenção, raciocínio e capacidade de visão
estratégica. Os resultados obtidos são utilizados por varias áreas da empresa
para diversos fins.
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Cada indicador é destinado a uma área e cada nível hierárquico tem a
sua maneira de mensurar. O gerente analisa os dados macros
estrategicamente focando na melhoria continua; o coordenador/supervisor
controla o operacional analisando os resultados individuais da operação e
tomam ações imediatas para o desenvolvimento; o operador deve receber
feedback e ter acesso ao histórico de resultados para fins de promoções,
campanhas motivacionais, entre outras ações; o monitor deve estar ciente dos
indicadores da central para a identificação de falhas nas ligações; a área de
trafego deve conhecer muito bem os indicadores porque qualquer falha no
dimensionamento causa um impacto muito grande na central; o setor de
treinamentos é fundamental no desenvolvimento dos agentes para melhora de
performance da operação; o Back-office também tem indicadores que podem
causar variações na central, o tratamento das solicitações por exemplo, devem
ser feito no menor período de tempo, porque os clientes retornam para a
central em busca de resposta; TI também deve estar sempre aliada ao Call
Center pois cuida do sistema que presta atendimento; o RH também tem
participação nos resultados dos indicadores, é esse setor que faz a seleção de
pessoal e deve selecionar muito bem os agentes.
Quem faz a análise dos indicadores de Call Center precisa conhecer o
histórico, a situação atual, o volume de chamadas, as metas, as áreas que
recebem impacto dos indicadores, os custos, etc.
1.4 – Extração dos KPI’s
Os dados para análise dos indicadores podem ser extraídos do
Sistema de Atendimento da Empresa, ou por relatórios manuais, que não são
aconselháveis, mas a maioria é extraída do DAC.
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A extração de indicadores tem uma linha DAC – VDN – VETOR –
SKILL.
DAC: Distribuidor Automático de Chamadas é um sistema de telefonia
usado em centrais de atendimento para atender e distribuir as ligações, gerar
relatórios, etc.
VDN: Vector Directory Number é como um ramal vinculado a uma linha
interna, ele mapeia e direciona a chamada a um vetor.
VETOR: é configurado para direcionar as ligações ao Skill, e é onde
são configurados os dados para os procedimentos do DAC como horários,
skill, perfil de clientes para fila de espera, transferências, anúncios...
SKILL: é um perfil de atendimento onde um grupo de agentes é
vinculado através dos logins.
CAPÍTULO 2
PRINCIPAIS INDICADORES DE GESTÃO
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Os indicadores de Gestão são de alçada dos Gerentes,
Coordenadores, Supervisores e Analistas, eles mostram as oportunidades de
melhoria nos processos de gestão.
2.1– Turnover
Este indicador trata a rotatividade pessoal, é quando há saída de
funcionário e a vaga em aberto precisa ser preenchida.
Primeiro é preciso saber a origem do turnover, que pode estar na
própria empresa (identificar as causas dos desligamentos: se há falta
relacionamento com a equipe, insatisfações, etc.) ou no operador que não quer
mais fazer parte do grupo pelos mais variados motivos, como salário, novas
oportunidades, localização...
Conhecendo as causas, a gestão deve controlar os motivos das
dispensas e procurar desenvolver os profissionais, de modo a evitar a
rotatividade pessoal o que influencia outros indicadores e causam impacto no
dimensionamento.
O cálculo do turnover para se obter um resultado em percentual, é
dividir a quantidade de operadores desligados ou promovidos pela quantidade
de operadores no início do mês e multiplicar o resultado por 100.
Se o resultado está baixo, identificam-se funcionários preparados, o
que contribui para a redução de custos, visto que os gastos serão somente
com reciclagem e manutenção. Esse resultado deve ser mantido com a
valorização do operador.
Se o resultado está alto, há muita demissão e contratação, a empresa
pode não estar valorizando os colaboradores. A estratégia é a retenção dos
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operadores, ao invés de demissões, aplicar feedback, treinamentos e
workshops.
2.2– Absenteísmo (ABS)
Este indicador é o controle das ausências por faltas justificadas ou
não. Os resultados variam de acordo com as regras estabelecidas, a falta de
um operador causa impacto maior em centrais de atendimento menores.
O cálculo de ABS para se obter um resultado em percentual, é dividir a
quantidade de ausências pela quantidade de agentes escalados e multiplicar o
resultado por 100.
Este indicador também causa impacto no dimensionamento, por isso a
gestão precisa avaliar o que leva o aumento do absenteísmo, quais são os
turnos mais afetados, e criar ações estratégicas para a sua redução. Ou seja,
identificar o tipo e o motivo das faltas e elaborar tratamento para minimizá-las.
Algumas estratégias podem ajudar: se há operadores faltando por
problema de tendinite, acionar a segurança do trabalho para análise da
postura, fazer treinamentos sobre ergonomia, ginástica laboral; se há
operadores faltando por problema de garganta, podemos fazer análise do ar
condicionado, um plano de conservação vocal distribuindo garrafinhas e
conscientizando sobre o consumo de água; ou se há uma epidemia como
Dengue, Conjuntivite, dar dicas de prevenção.
2.3– Aderência
Ter aderência é quando se faz o que está programado dentro do
horário programado, é quando o operador faz login/logout e tira as pausas nos
horários estabelecidos. Este indicador compara a quantidade de operadores
em atendimento com a quantidade que deveria estar, é o controle da presença
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dos operadores em suas posições de atendimento. O objetivo é identificar
atrasos de chegada, volta das pausas, ausências.
O cálculo é a divisão do tempo real que o agente está disponível para
atendimento pelo tempo total que esteve logado.
Os gestores devem conhecer o resultado individual e por equipe para
elaborar estratégias para que a aderência seja cumprida ao máximo.
2.4– Tempo Médio de Pausas
Essa pausa ocorre quando o atendente pede para o cliente aguardar
enquanto busca uma informação ou realiza algum procedimento.
Existe um recurso no aparelho do operador utilizado para deixar o
cliente em espera: é o hold, que algumas pessoas chamam de “musiquinha”, o
cliente aguarda ouvindo uma musica ou propagandas da empresa, ou o que
tiver sido gravado.
O cliente não deve ficar muito tempo sem que ao menos tenha um
retorno por parte do atendente, ou seja, se a busca por informações for
demorada, o atendente deve voltar a falar com o cliente pedindo que ele
aguarde e informar o motivo da demora. Ninguém gosta de esperar, mas
quando o atendente pede que aguarde mais um momento e se justifica,
minimiza a insatisfação do cliente, demonstrando a ele interesse em resolver a
solicitação.
A gestão deve estipular um tempo para que seja dado o retorno ao
cliente, a cada 30 segundos é um tempo considerável. Um longo tempo em
Hold, indica operadores inexperientes, ou um sistema que não é prático para a
localização das informações, ou com lentidão. Deve-se oferecer treinamento
aos operadores de melhor adaptação aos sistemas e intranet para que se
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tenha habilidade em encontrar as informações. Verificar se o sistema de
informação possui todos os possíveis questionamentos e suas respostas.
É um pouco mais complicado saber esta variável, porque em muitas
vezes os operadores utilizam a tecla mute/mudo ao invés do hold, assim o
cliente também fica em espera. Por isso é preciso monitorar os operadores no
caso de aumento do Tempo Médio de Pausas.
Algumas centrais desativam esta função dos aparelhos usados pelos
agentes, mas considero prejudicial em alguns casos como, por exemplo, o
atendente pode ter necessidade de tossir, espirrar, engasgar-se ao beber
água; conversas paralelas também podem prejudicar o atendimento; até
mesmo quando os gestores precisam passar informações internas aos
agentes, não fica bem que os clientes ouçam.
O melhor é permitir a utilização estritamente quando necessário, e
monitorar para aplicar feedback quando o agente deixar o cliente em pausa
(espera) desnecessariamente. Muitas vezes o agente está com a informação
na tela, mas continua pedindo que o cliente aguarde, enquanto isso conversa
com o colega ao lado ou faz outras coisas (já vi agentes fazendo as unhas)
enquanto o cliente espera. Nessa hora se o gestor estiver monitorando a tela e
a ligação, pode ir até o agente e advertir.
2.5– TMA (Tempo Médio de Atendimento)
É o tempo total, em segundos, que o cliente passa em linha com o
operador. O tempo é contado do início da ligação ao final ou até a
transferência para outro setor. O tempo em que o cliente aguarda pela busca
de informações no mute ou em hold, também é contabilizado, mas o tempo de
espera na URA não conta.
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Em um Call Center temos várias células de atendimento, cada setor
pode ter necessidade de tempos diferentes, uma célula de retenção, por
exemplo, precisa de um tempo maior para convencer o cliente a manter o
produto/serviço, ou seja, variações podem ser justificadas, entretanto deve-se
buscar constantemente a redução do TMA, assim reduzimos os custos.
Atenção: O TMA pode diminuir, mas sem deixar a qualidade cair.
A Gestão tem o papel de: informar aos agentes sobre o TMA para que
o grupo possa se adequar; ter os resultados individuais para aplicação de
feedback; monitorar para identificar o motivo das variações e definir o tempo
de atendimento; criar ações para a redução do indicador como treinamentos
para que os agentes tenham mais agilidade (digitar enquanto fala com o
cliente, encontrar as informações rapidamente); verificar os sistemas, que
quando lentos prejudicam, pois se houver problemas com a tecnologia que
leva a informação ao agente o TMA sofre impactos.
O dimensionamento também está ligado a este indicador, se há fila no
atendimento o TMA aumenta, porque o cliente tem mudanças de
comportamento reclamando da espera.
O cálculo do TMA é a divisão do tempo total das ligações atendidas
pela quantidade de ligações atendidas.
Ratificando: se o resultado do TMA for baixo, podemos adequar a meta
à realidade e monitorar a qualidade do atendimento. Se alto, dependendo do
setor, podemos também adequar a meta à realidade, oferecer treinamentos,
melhoria de sistema e rever scripts e processos, fazer pesquisa de satisfação
com o cliente para validar o atendimento, caso um longo tempo de
atendimento aumenta o índice de satisfação, o custo extra pode se justificar.
2.6– TMO (Tempo Médio de Operação)
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Wrap-up Time é o momento em que o cliente já está ciente das
informações desejadas, mas o operador ainda está registrando algo no
sistema, é o pós-atendimento, que impede a entrada de outra chamada.
O cálculo do TMO é a soma do TMA e o pós-atendimento (Wrap-up
Time) dividido pelo tempo logado de cada atendente.
Algumas centrais de atendimento possuem uma configuração onde
uma ligação entra logo que a anterior termina. Neste caso o TMA e TMO são
iguais, porque não há pós-atendimento. Se a central usa perfil de TMA + pós-
atendimento, para realizar o dimensionamento deverá ser considerado apenas
o TMO.
A gestão deve monitorar o tempo de pós-atendimento para identificar
se a demora por parte do agente é proposital para adiar o próximo
atendimento. Se o Wrap-up for alto, haverá fila de espera e aumento na fila de
abandono, além de insatisfação dos clientes. Quando a central recebe novos
operadores a tendência é termos aumento do indicador, por isso é importante
que eles sejam treinados para registrar os dados durante o atendimento. Um
sistema mais prático também ajuda, podemos apresentar a área de tecnologia,
quais as telas que podem ter preenchimento automático, em que parte do
sistema que há lentidão, para promover ajustes.
2.7– Percentual de Transferência
É a taxa das ligações transferidas do atendente inicial para outro.
Como existem operadores com habilidades diferentes, às vezes há
necessidade de transferência. As transferências devem ocorrer somente para
a solução de problemas, quando o operador inicial não for capacitado para
resolver a solicitação do cliente.
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É possível também na transferência, fazer com que o 2° atendente
receba a tela com os dados, o que economiza tempo e por conseqüência
custo, além de evitar questionamentos sobre a solicitação do cliente. Isso pode
ser visto junto à área de tecnologia.
Operadores com a taxa de transferência alta, não resolvem a
solicitação do cliente e parecem receber um número maior de ligações. Um
percentual de transferência alto aumenta os custos, dependendo da análise
dos relatórios é preciso revisar os fluxos de informações para os agentes.
A gestão pode oferecer treinamentos, pois em muitos casos, os
atendentes são inseguros em responder questões do cliente, também são
validas as campanhas que oferecem reconhecimento a operadores que tem
baixa taxa de transferência, isso irá motivar os demais a diminuir o indicador. O
agente que mais faz transferências deve ser monitorado mais vezes, assim é
possível saber se ele poderia solucionar o problema, ou se realmente
precisava transferir.
Certa vez, presenciei em um Call Center, um agente que era muito
qualificado, mas justamente por ele atender tão bem os clientes, ele acabava
tendo um TMA alto. É possível ter um TMA baixo com qualidade, mas existem
agentes que dão mais atenção aos clientes, procuram ser mais simpáticos e
isso gasta tempo. Então esse agente, recebeu um feedback da coordenação
devido ao TMA. Havia uma prática dos atendentes daquela central de reduzir o
TMA fazendo transferências. A ligação entrava e quando atingido o TMA, o
agente a transferia. Não sei como eles descobriam certos ramais que não
davam em lugar algum, devia ser algum ramal que não estava sendo usado
por nenhuma área, então o cliente transferido ficava no “vácuo”. E este agente,
após receber o feedback, influenciado por outros veteranos, passou a praticar
as transferências indevidas para reduzir o TMA. Passado alguns dias, foi
chamado novamente à coordenação, desta vez para receber parabéns por ter
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reduzido o TMA. Ele voltou para a operação todo bobo, e disseminando esta
forma de reduzir o TMA aos demais.
Veja como a Gestão só se preocupou com um indicador e não atentou
para o número de transferências daquele agente, também não atentou para a
qualidade, porque se fizesse a monitoria saberia que a qualidade também
havia caído, uma vez que o cliente era transferido indevidamente para um
ramal que não resolveria a sua solicitação. Enquanto a gestão se preocupava
com um indicador, dois estavam indo por água a baixo.
Também ocorre de os agentes não resolverem o problema e transferir
para quem também não irá resolver, ou seja, uma transferência para o setor
errado porque o operador não sabia o ramal correto. Por isso devem ser
alinhados com a operação todos os ramais e o que cada setor trata.
Uma forma de evitar as transferências é utilizar um recurso de URA
chamado skill-based routing (rota baseada em habilidade), que tem a função
de direcionar a chamada para os agentes capacitados no atendimento de
determinadas solicitações.
CAPÍTULO 3
PRINCIPAIS INDICADORES DE PLANEJAMENTO
Os indicadores de Planejamento são de responsabilidade dos
Coordenadores de Planejamento e Qualidade, eles mostram a qualidade do
planejamento da operação.
3.1– Nível de Serviço
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O Nível de Serviço é o volume de ligações a serem atendidas em “x”
segundos. Através deste indicador sabemos a situação da Central, como está
o fluxo de atendimento e podemos descobrir problemas. O indicador deve ser
medido em intervalo de tempo, dia, mês e ano. Indicadores como Tempo
Médio de Atendimento, Tempo Médio de Espera, Absenteísmo, entre outros,
influenciam o Nível de Serviço.
É preciso ter prontos relatórios do Nível de Serviço em percentual para
definir uma meta a ser seguida, o número de chamadas que poderão esperar
um tempo pelo atendimento de acordo com o perfil do cliente.
A média usual era de atender 80% das chamadas em até 20
segundos, o decreto de n° 6523/08 de 2008, manda que sejam atendidas
100% das chamadas em até 1 minuto.
Segue uma fórmula e as explicações para o cálculo do Nível de
Serviço, extraída em 26/07/2012 do site
http://www.erlang.com.br/niveldeservico.asp.
“Onde,
NS = Probabilidade do cliente esperar na fila um tempo menor ou igual a t
C(s,a) = Probabilidade de todos os agentes estarem ocupados ou a
probabilidade do cliente ter que esperar na fila
s = Quantidade de agentes
t = Tempo máximo admissível de espera em fila
r = a/s
m = Tempo médio de atendimento
a = Densidade de tráfego. É a relação entre as chamadas que chegam e as
que são atendidas em um determinado intervalo de tempo.”
***
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Quando o Nível de Serviço é alto, devemos considerar o TMA, que
pode estar baixo, e a qualidade aquém do esperado; ou a quantidade de
chamadas está menor; e também é possível rever o dimensionamento devido
ao número de agentes disponíveis, havendo redução no quadro de
funcionários diminuímos o custo, outra saída é aproveitar o tempo de
ociosidade dos agentes para treinamentos, feedback.
Se o indicador está baixo, podemos estar com um grande volume de
chamadas e os operadores sendo sobrecarregados, então o dimensionamento
deve ser revisto (escalas e pausas), ou podem ser o TMA, ABS e Aderência
que estão elevados; também pode ser uma solução a contratação de novos
agentes.
Em todo momento o Nível de Serviço deve ser acompanhado pela
gestão a fim de identificar os que causam impactos e tomar ações de melhoria.
3.2–Volume de Chamadas
Nem toda medida é um KPI (conforme citado no Capítulo 1), o volume
de chamadas, por exemplo, o não é um KPI, é somente uma medida que
usamos para prever a quantidade de chamadas e planejar o dimensionamento.
O Volume de Chamadas é medido pela quantidade de ligações
recebidas pelo Call Center, por isso devemos ter relatórios com o volume de
ligações em intervalos de tempo diferenciados como por hora, dia, semana,
mês.
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Esta medida pode ser dividida em duas, pois nem todas as ligações
são direcionadas ao agente, uma parte delas é abandonada, o cliente desistiu
de esperar pelo atendimento.
Com estes dados podemos mensurar o percentual de abandono
dividindo o volume de chamadas abandonadas pelo volume de chamadas
recebidas. E o percentual de chamadas atendidas é a divisão do volume das
chamadas atendidas pelo volume de chamadas recebidas e multiplicado por
100.
Então para distinguir vamos considerar:
• Volume de chamadas: é o total de ligações recebidas pela
Central.
• Volume de chamadas atendidas: é o total de chamadas que são
direcionadas ao atendimento humano.
• Volume de chamadas abandonadas: é o total de chamadas
feitas para a Central que é desligada antes que um operador
atenda.
Existem vários pontos que devem ser considerados no caso de
aumento do volume das chamadas: promoções, novos produtos ou serviços,
chamadas repetidas. Ou seja, qualquer alteração no volume de chamadas tem
explicação. Esta medida merece acompanhamento constante dos gestores
para que se saiba a razão das variações.
O volume de chamadas atendidas pode indicar problemas, se estiver
baixo, alguns indicadores precisam de revisão. Ex.: se o TMA estiver alto,
teremos fila no atendimento, o que irá fazer com que os clientes desistam de
aguardar para falar com o atendente; a aderência e o ABS também podem
impactar na desistência dos clientes, porque se não tivermos o número de
agentes disponíveis não iremos atender a demanda; o sistema também pode
ser a causa quando lento.
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Esta medida merece acompanhamento constante dos gestores para
que se saiba a razão das variações.
3.3–Tempo Médio de Abandono
Este indicador deve ser analisado em paralelo ao Volume de
Chamadas Abandonadas, ele mostra o tempo médio em que os clientes
interrompem a ligação antes de falar com os agentes, ou seja, quando o cliente
não é prontamente atendido, a chamada entra em uma fila de espera, e muitas
vezes ele decide abandonar a chamada.
O Volume de chamadas recebidas, o TMA e o dimensionamento têm
grande influência no TM Abandono.
É preciso diferenciar o Tempo Médio de Abandono do (Tempo Médio
de Espera). Se o cliente está na fila de espera, aguarda e é atendido, temos o
TME. Se o cliente está na fila de espera, desiste e abandona a chamada,
temos o TM Abandono.
O cálculo do TM Abandono é: Horário de abandono da ligação menos
horário de entrada na fila de espera. Uma outra maneira de calcular o indicador
é dividir o tempo total das ligações abandonadas pelo volume de ligações
abandonadas.
As chamadas abandonadas estão relacionadas com o tempo de
espera, que se estiver baixo, ou seja, se as ligações forem interrompidas em
um curto período de tempo, pode indicar impaciência do cliente que deve ter
como opção os concorrentes, ou o perfil do cliente é para ter um pronto
atendimento.
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Se estiver alto, é preciso rever o dimensionamento, a fila de espera
está grande, já que cliente está esperando muito tempo pelo atendimento. Em
uma central de alto desempenho, é possível gravar o número de telefone do
cliente para que a empresa retorne a ligação causando uma boa impressão.
3.4–TME (Tempo Médio de Espera)
Tempo Médio de Espera é quando o cliente aguarda na fila até falar
com o operador. É medido em segundos a partir do momento em que a
chamada é colocada em fila até o atendimento. Lembrando que (conforme
visto no item 3-1) a Lei manda as chamadas sejam atendidas em até 1 minuto.
Este indicador pode ser o principal responsável pelo aumento de custo
e pela satisfação dos clientes (que contribui para o sucesso da empresa).
Também existem duas formas para calcular o TME: a divisão do tempo
total de espera de todas as ligações pela quantidade total de chamadas que
ficaram em espera; ou horário em que o cliente foi atendido menos o horário
em que ele entrou na fila.
TME baixo e/ou igual à zero é sinal de operadores ociosos, isto
significa altos custos, sendo assim, podemos refazer o dimensionamento
reduzindo o quadro de funcionários; também podem ter no mesmo turno,
operadores novos que não estejam passando todas as informações, ou
fazendo um atendimento incompleto, então se deve atentar para a qualidade;
ou aproveitar alguns operadores para as outras demandas como para o ativo.
TME alto: pode ser preciso aumentar a quantidade de agentes. Os
gestores devem evitar ao máximo retirar operadores de suas PA’s (ex.: para
reuniões, feedback). Ter contingências, operadores que fazem trabalho
diferenciado podem ser treinados e formar equipes para auxiliar nas horas de
maior movimento, mas atenção: operadores temporários sempre têm menos
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experiência, a eles devem ser atribuídas ações mais simples, selecionadas
pela URA. Criar junto à área de RH e afins, campanhas motivacionais, com
bonificação para motivar os agentes a serem ágeis, reduzindo o TMA e a
espera (atentar para a qualidade).
A tecnologia pode oferecer soluções como o uso de uma URA e CTI
para automatização de algumas tarefas, assim a solicitação do cliente é
resolvida sem a necessidade de atendimento humano; Roteamento Inteligente,
que é a seleção na própria URA do perfil do cliente, do tipo de solicitação para
a priorização do atendimento, ex.: cliente abandonou uma ligação e retorna
tem prioridade na fila, cliente VIP é direcionado para agentes experientes.
Seria bastante interessante, criar uma secretária para que o cliente deixe
gravada a sua solicitação, e quando não houver fila retornar a ligação já com a
resposta. No mínimo, deixar o cliente ciente do tempo de espera, ou ainda
melhor, informar os horários que costumam ter redução no volume de
chamadas.
CAPÍTULO 4
OUTROS INDICADORES IMPORTANTES
4.1– Índice da Monitoria de Qualidade
É o resultado do grau de qualidade dos atendimentos. As conversas
são monitoradas por especialistas de qualidade. Este indicador visa à busca da
excelência no atendimento para garantir a satisfação do cliente. Também
desenvolve os operadores à medida que sinaliza os erros e orienta para a
correção. É preciso estabelecer muito bem as regras de monitoria para que
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sejam cumpridas. Os monitores devem usar a mesma ferramenta para que se
tenha uniformidade na avaliação e credibilidade das pontuações aplicadas.
É comum usar um relatório com os elementos que se deseja medir
tendo padrões de respostas estabelecidas pelo Call Center, com uma escala
de 100 pontos. Em média são feitas de quatro a cinco monitorias por mês para
cada operador. Os operadores devem conhecer os métodos de pontuação e as
gravações devem estar disponíveis para que os mesmos possam comparar
seu desempenho com o esperado.
O cálculo para se obter a média é a soma das notas obtidas dividida
pela quantidade de vezes que o agente foi monitorado.
A gestão deve acompanhar o indicador para: buscar equalizar os
resultados de notas aplicadas; desenvolver a capacidade do operador e se
preciso encaminhá-lo a um treinamento voltado para a melhoria da qualidade
no atendimento ao cliente.
4.2– Custo Médio por Chamada
São todos os custos da central num período de tempo dividido pelo
volume de chamadas no mesmo período. Este volume de chamadas inclui as
atendidas pelos agentes e as solucionadas na URA.
Essa é uma medida de acompanhamento contínuo que é obtido
através da área contábil. O valor por cada contado varia de acordo com o ramo
da empresa. É através desta medida que se identificam os pontos que
merecem ajustes.
Quanto mais chamadas forem resolvidas na URA, menor será o custo,
pois a duração das ligações é menor e não temos gasto com recursos
humanos. Quando o número de chamadas estiver menor pode ser feito ajuste
29
nos recursos humanos, como reduzir o número de agentes, enfim, os gestores
devem estar sempre atentos aos custos e criar ações de melhoria.
4.3– Produtividade
É o cálculo que quanto tempo o operador passou em atendimento
durante a sua jornada de trabalho.
A entrada de ligações deve ser distribuída entre os agentes de maneira
uniforme, este indicador deve ser acompanhado para que não ocorra de uns
ficarem ociosos e outros sobrecarregados.
Calculamos a produtividade dividindo o tempo total de conversação
(atendimento) pelo tempo em que o agente esteve logado. Mas atenção, o
tempo de conversação é a soma da duração de todas as chamadas, não
devemos confundir com o TMA. No mercado a Produtividade está em torno de
90%.
Se este indicador estiver alto, os agentes estão sendo produtivos,
e isso gera redução de custo para a empresa, mas temos que atentar para os
problemas que surgem nos operadores: Tendinite, stress, queda na qualidade
vocal, entre outros males. É possível rever o dimensionamento, contratar mais
agentes.
Se o indicador estiver baixo, muitos agentes estão desocupados, pode-
se aproveitar a disponibilidade para fazer reuniões, férias, ou até a redução do
quadro de funcionários. É importante monitorar para saber se a baixa
produtividade tem a ver com o volume de chamadas ou se o operador está
“burlando” o sistema.
Em uma central de atendimento que trabalhei, haviam operadores (a
maioria antiga) que tinham uma forma de “voltar para o final da fila”. Eles
30
programavam pausa e no mesmo segundo ficavam disponíveis. Era assim:
para colocar a pausa pessoal devia-se apertar o botão “pausa” mais o botão
“1” simultaneamente, porém a pausa só era contabilizada no sistema se
passasse de 1 segundo, então eles apertavam em seqüência os botões
“pausa” + ”1” + ”disponível”. Desta forma o agente entrava em pausa e logo
ficava disponível, ele ia pro final da fila, ficava mais tempo sem atender e a
pausa não contava no sistema (eles eram muito ágeis e nomearam isso de
“pó-co-tó” por causa do som produzido ao apertar os três botões
concomitantemente, e por parecer um pulo de cavalo, quando eles “pulavam”
as ligações). Por isso é importante ter um sistema inteligente, no caso nesta
central, no sistema aparecia a lista de agentes disponíveis/logados com uma
cor, digamos verde, e os que estavam em pausa de vermelho. Então ao fazer
essa prática o nome do agente piscava rapidamente em vermelho, e quase ao
mesmo tempo voltava a ficar verde. A supervisão só conseguia identificar esse
tipo de traquinagem se estivesse “de olho” no sistema. Isso fazia com que os
espertinhos atendessem menos que os colegas que não tinham tal prática. Ou
seja, uns ficavam sobrecarregados enquanto outros estavam sempre no final
da fila. Daí a importância de monitorar os sistemas para identificar os “joios no
meio do trigo” e dar-lhes a devida repreensão.
4.4– Pesquisa de Satisfação
Não podemos nos preocupar somente com que acontece dentro da
empresa, também é preciso saber os resultados externos. Como a empresa
está sendo vista pelos clientes? Que imagem está passando? Às vezes os
indicadores podem estar indo bem, mas existem problemas que só quem está
de fora percebe.
A retenção de clientes se dá pela satisfação dos mesmos. Cliente
satisfeito não busca os concorrentes. Uma maneira de medir, este indicador é
nas próprias ligações que eles fazem para a central.
31
Considero a prática de fazer pesquisa ligando para o cliente, pouco
eficaz, além de aumentar os custos, pode ser que o cliente não avalie de
maneira correta um atendimento que teve há um tempo atrás, então o ideal é
que essa avaliação seja feita no próprio atendimento, mas não pelo atendente
e sim por uma gravação, pois o cliente pode não se sentir a vontade em
responder o que pensa para o agente.
É bom que já no início da ligação o cliente seja convidado a participar
da pesquisa de satisfação ao final do atendimento, e que seja informado da
importância da sua participação. As perguntas devem ser sobre o atendente e
sobre o produto/serviço, mas de forma bem clara para que o cliente possa
diferenciá-las.
Se a pesquisa de satisfação com os clientes tiver um bom resultado, a
gestão deve buscar junto a operação manter a qualidade valorizando os
funcionários. Se o resultado for negativo, é preciso implementar treinamentos,
rever processos, monitorar para confirmar a veracidade das respostas.
A satisfação interna também é indispensável. Funcionários
desmotivados podem afundar uma empresa. Portanto a gestão deve aplicar
periodicamente uma pesquisa de clima para medir o grau de satisfação dos
colaboradores, eles são a chave para o bom desempenho da empresa.
32
CAPÍTULO 5
CALL CENTER DE ALTA PERFORMANCE
5.1– Case Divicom
Fonte: http://www.divicom.com.br/wp/index.php/2011/11/case-de-sucesso-
terceirizacao-de-call-center-agendamento-consultas-e-exames-2/
Case de Sucesso – Terceirização de Call Center (Agendamento Consultas e
Exames)
Data de Publicação: 18 de novembro de 2011
Categoria(s): Mercado de Saúde
Central de marcação de consultas e exames possibilita otimização da
receita e fidelização de clientes.
33
Devido a um mercado de saúde cada vez mais competitivo, com a
constante busca pela qualidade nos serviços prestados, redução de custos,
otimização das receitas e adequação a legislação se faz necessário um
investimento constante em tecnologia e pessoal capacitado.
Hospitais, laboratórios, clínicas e operadoras de planos de saúde
precisam oferecer serviços que atendam aos desejos e necessidades dos seus
clientes e, ao mesmo tempo, acompanhar as atualizações nas áreas de apoio
á operação principal.
Com foco nessa necessidade, a Divicom Administradora de Saúde
investiu em pessoal, equipamentos, sistemas e processos para oferecer
serviços de marcação de consultas e exames para empresas de
saúde.”Acreditamos na especialização em saúde como benefício aos nossos
clientes”, afirma Marcelo Saviani, Diretor de Novos Negócios da Divicom.
“Temos a mais avançada plataforma de comunicação unificada da Siemens e
Alcatel, desenvolvemos com a Microsiga um sistema de TI completamente
adaptado para a gestão de negócios ligados a saúde”, comenta. Esse sistema
pode fazer a interface com o banco de dados do cliente ou trabalhar de forma
independente. Também com possibilidade de ultilização do sistema próprio do
cliente.
A tecnologia de ponta aliada ao treinamento da equipe acostumada ao
dia-a-dia dos hospitais e operadoras, permite a Divicom oferecer todo o serviço
de agendamento em tempo real para empresas de qualquer parte do país.
Enquanto isso, o prestador de saúde concentra seus esforços e investimentos
na sua atividade central, garantindo sua competitividade e a satisfação dos
seus clientes, deixando o agendamento para uma empresa especializada em
saúde, com foco no atendimento, rapidez nos processos e retorno imediato.
Vale ressaltar que a Divicom, além da central de marcação de
consultas e exames, oferece diversos serviços de Contact Center como SAC,
34
Pesquisas de Satisfação, Retenção de Clientes, Validação e Liberação de
Procedimentos, Gestão de Agendas, Back Office, dimensionamento dos
médicos de acordo com a disponibilidade de salas e redimensionamento dos
horários dos atendentes de forma a atender a maior demanda de ligações
entre outros.
Case de sucesso de um Grande Hospital Cliente (hospital A)
Abaixo apresentaremos um case que demonstra o resultado
satisfatório da parceria realizada entre a Divicom e o Hospital A. Antes e
depois da terceirização.
Para uma melhor visão das alterações e evoluções apresentadas no
serviço de agendamento no Hospital A, serão apresentadas mudanças
inportantes e significativas.
• Qualificação dos Recursos Humanos
Antes
Profissionais conciliando diversas atividades (atendimento pessoal,
transferência de ligações para outras áreas da empresa, internação,
informações administrativas, reclamações, entre outros), juntamente com o
atendimento telefônico para agendamento, como também, nos aspectos
pertinentes a gestão das agendas (como cancelamentos, confirmações e
manutenção das agendas).
Depois
Atendimento através de profissionais qualificados tecnicamente para o
agendamento de consultas e exames, com treinamentos periódicos sobre a
área de saúde e das particularidades do Hospital A.
35
Após a implantação do atendimento via Call Center, houve redefinição
dos processos administrativos levando a uma queda significativa do número de
reclamações ampliando o canal de comunicação do cliente com o Hospital A.
• Infra-Estrutura
Antes
Recursos tecnológicos não adequados, com destaque para a central de
atendimento.
Móveis fora do padrão indicado pela NR17.
Ausência de recursos de acompanhamento do desempenho da operação em
tempo real, o que impedia a tomada de decisão, como por exemplo, o
dimensionamento da equipe de acordo com os horários de maior fluxo.
Não existencia de um processo de monitoria.
Depois
A Divicom disponibilizou modernas ferramentas que possibilitam monitoração
em tempo real, coleta e análise de dados estatísticos que permitem ações
prévias quanto ao desempenho individual da equipe.
Hoje o Hospital pode contar com todos os recursos de uma central
digital, de voz de IP.
O upgrade de recursos tecnológicos foi um dos benefícios decorrentes
da terceirização. O Hospital A teve uma economia de recursos financeiros e
também em recursos humanos, tendo em vista que a implantação de uma
plataforma de atendimento avançada demandaria ao Hospital investimento em
tecnologia e profissionais especializados.
A Divicom disponibiliza o Serviço da Área de Qualidade e Monitoria á
operação do Hospital A através do acompanhamento das ligações em tempo
real, estabelecendo pontos de melhoria, intervindo durante o atendimento se
36
necessário, o que leva ao desenvolvimento de material de apoio, treinamento e
revisão dos processos, sob a demanda específica de cada grupo ou operador.
Adequação ás regras da NR17.
Resultados/Números
Gestão Hospital A (de Janeiro de 2009 a Agosto de 2009)
Gestão Divicom (a partir de Setembro 2009)
A terceirização melhorou o canal de comunicação entre o paciente e o
Hospital, com significativo aumento da confirmação e realização das consultas
gerando aumento na receita.
***
5.2– Case Novartis
Fonte: http://www.proxis.com.br/cases/call-center-de-luxo-novartis
Call Center de Luxo - Novartis
A história da Proxis mostra como uma pequena empresa pode inverter
a lógica das líderes de seu mercado. Com 150 terminais de atendimento, a
Proxis é bem menor, por exemplo, que a concorrente Contax, que tem um
exército de mais de 20 000 atendentes. A disputa entre as grandes
37
fornecedoras de serviços de call center, como Contax e Atento, baseia-se na
rapidez do atendimento e na escala para redução de custos. Cygler percebeu
que o tratamento massificado não servia para todos os clientes. "Muitos
precisavam de pessoas qualificadas e de atendimento sem pressa", diz.
É o caso da subsidiária brasileira do laboratório suíço Novartis. A
empresa fabrica dois medicamentos de ponta -- o Glivec, para um tipo raro de
leucemia, e o Diovan, contra hipertensão, usado principalmente por idosos.
"São consumidores que requerem atenção dobrada", diz Eliana Severino,
coordenadora desse serviço na Novartis. Como os clientes ligam para tirar
dúvidas complexas -- como efeitos colaterais dos remédios --, é impossível
atendê-los em 3 minutos e meio, a média do setor. "Chegamos a ficar até 30
minutos com um só paciente", diz Eliana.
Até 2005, a Novartis tinha uma central de atendimento própria,
formada por universitários de farmácia, fisioterapia, enfermagem, radiologia e
oncologia. Era preciso ampliar o quadro e reduzir custos com treinamento,
devido à alta rotatividade dessa mão-de-obra, que costuma deixar o emprego
ao se formar. A Novartis encontrou na Proxis uma solução. A empresa
assumiu a operação, ampliando a equipe de oito para 24 atendentes, também
com especialização na área médica. O horário de funcionamento foi estendido
de 8 para 12 horas por dia. A espera diminuiu 19% e o índice de clientes que
desistiam da chamada antes de ser atendidos caiu de 26% para 15%.
Além da Novartis, a Proxis atende empresas como a montadora
Toyota, a fabricante de elevadores Atlas Schindler, a rede de docerias Amor
aos Pedaços e o banco Ficsa. São companhias para as quais Cygler
desenvolve soluções de marketing sob medida, com atendimento
personalizado, serviços de pesquisas de satisfação, programas de
relacionamento, televendas e telecobrança, entre outros. Boa parte desses
serviços também é oferecida por grandes call centers. Normalmente, eles se
interessam por operações bem maiores, de forma a diluir os custos com muitos
38
atendentes. A estratégia da Proxis foi especializar-se em tarefas que requeiram
poucos atendentes.
A fabricante de bicicletas e motos Sundown precisava de algo assim
para ampliar suas vendas online. Os interessados na nova moto da marca, a
Hunter 90, lançada em 2006, encomendavam o modelo pela rede, mas 45%
deles não efetuavam o pagamento. Em maio do ano passado, a Proxis
assumiu o trabalho. A primeira ação foi enviar torpedos para o celular dos
clientes, lembrando-os do pagamento. Com isso, as desistências caíram para
18%. A tecnologia usada pela empresa permitiu obter esse resultado com
apenas um funcionário. Ao oferecer serviços baseados na necessidade de
cada cliente, a Proxis cobra até o dobro em relação ao mercado. Segundo
Cygler, o custo mensal de um atendente num call center costuma ser de no
máximo 4 500 reais. Na Proxis, não sai por menos de 5 000 reais.
Um estudo da consultoria IDC mostra que o mercado brasileiro de call
centers cresce cada vez menos. "Será preciso oferecer mais aos mesmos
clientes", diz o consultor em telecomunicações Virgílio Freire, ex-presidente da
Intelig. É essa a estratégia de Cygler. "Não preciso de muitos clientes", diz.
"Preciso conhecê-los bem para oferecer novos serviços."
A estratégia da Proxis:
Atendimento personalizado A empresa identifica quem precisa de um
atendimento telefônico que não se limite a um roteiro fixo, como o laboratório
Novartis
Funcionários especializados A formação dos atendentes é talhada
para o tipo de trabalho. Atendem a Novartis estudantes de farmácia,
enfermagem e medicina
***
39
5.3– Case Gabryella Call Center
Fonte: http://www.callcenter.inf.br/cases/44225/o-segredo-do-gabryella-call-
center/ler.aspx
O segredo do Gabryella Call Center
Contact center maranhense é eleito o primeiro em vendas no Via Embratel
08/11/2011 09:35
Para garantir qualidade e produtividade, com mais de um milhão de
ligações por mês, nas operações de vendas e de cobrança, o Gabryella Call
Center, sediado em São Luís no Maranhão, utiliza desde sua inauguração em
abril de 2010, a solução Teclan IPack Unified, da catarinense Teclan. Este
suporte tecnológico tem sido uma vantagem para a Central maranhense por
reunir em uma única suíte discador automático, que mantém a produtividade
média de 200 ligações por operador/dia. E também gravador, que além ser
pré-requisito na validação junto aos clientes dos negócios fechados por
telefone, tem garantido treinamentos que levam à melhoria efetiva da
qualidade no atendimento, com uma espécie de benchmark dos agentes e a
possibilidade de personalizar as capacitações. Além da Telefonia IP, que reduz
sensivelmente os custos e da URA - Unidade de Resposta Audível.
Os resultados são animadores. Em pouco mais de um ano de
operação, a centralconquistou o primeiro lugar em vendas da Via Embratel.
Segundo o diretor executivo do Gabryella Call Center, Renato Machado, a alta
performance de chamadas por operador foi determinante para a conquista
desse prêmio, bem como para manter a empresa competitiva. "Minha
40
estimativa é que a discagem preditiva dobre o resultado da operação, se
compararmos a centrais sem este suporte, sendo fundamental para a
competitvidade", avalia. Isso porque nas operações de vendas e de cobrança,
há uma relação direta entre o volume de ligações por operador e a conversão
em vendas ou promessas de pagamento.
Para realizar tantas ligações, outro vetor importante para o contact
center foi a redução de custos. O Teclan IPack Unified conta com a telefonia IP
que permite ao Gabryella operar nacionalmente a custo de ligação local, e
também recursos de roteamento inteligente, que geram chamadas de acordo
com a operadora a que pertence o número a ser discado, barateando ainda
mais.
O Gabryella Call Center tem ido tão bem que já no início de 2012 vai
inaugurar um novo site, também em São Luis, com 535 Posições de
Atendimento e equipado com tecnologia Teclan. Mais que dobrando sua
capacidade, na medida em que seu site atual conta com 340 PAs. Em sua
carteira de clientes figuram empresas de grande porte e de diversas verticais
como a Claro e a Embratel na área de telecomunicações; a Sky, de televisão
fechada e no setor financeiro o Banco Semear.
Indicada por um parceiro, a Teclan foi escolhida após uma
concorrência. Mas depois de um ano de parceria, Machado, afirma que "o
divisor de águas foi o suporte. As tecnologias apresentam funcionalidades
semelhantes. O sucesso de soluções como esta está no suporte, que é
fundamental. O suporte da Teclan é rápido, presente", comenta Machado.
***
41
CONCLUSÃO
Os indicadores estão sempre interligados, um depende de outro, ou de
vários. Não há como gerir sem diretrizes. Os indicadores são “conselheiros”, os
seus resultados é que irão dizer como agir.
Para cada situação há uma estratégia, e os tomadores de decisões
devem estar preparados para tomar ações imediatas, devem conhecer bem a
operação, os resultados individuais e por equipe.
A gestão deve ter habilidade no acompanhamento de todos os
indicadores ao mesmo tempo porque os resultados sejam positivos ou
negativos, altos ou baixos, impactam na central de atendimento.
O sucesso da organização vem de baixo para cima, logo o foco deve
ser a operação. Portanto deve haver uma conscientização de todos os
colaboradores sobre a visão e missão da empresa, aliás, este é um
investimento que deve se feito desde o treinamento inicial.
Todos devem estar cientes dos objetivos e entender cada indicador.
Não se deve simplesmente cobrar de alguém que a meta seja atingida sem
dizer-lhe qual a importância. Os funcionários de uma empresa formam uma
equipe; uma equipe é formada por pessoas com características diferentes que
trabalham pelo mesmo bem comum; o que nos diferencia numa empresa são
os cargos, mas todos trabalhamos pelo mesmo bem comum. Então
concluímos que dependemos uns dos outros. Assim como os KPI’s,
dependemos do resultado dos demais, por isso todos devem estar alinha com
os objetivos da empresa.
42
BIBLIOGRAFIA
Apostilas de professores da graduação tecnológica em Gestão de Serviços de
Atendimento ao Cliente (Call Center) da UNESA. Ano 2009/2010
Pesquisas em 01/07/2012
http://www.gscbrasil.com.br/art_kpi.htm
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2010/06/07/internas
_economia,196359/index.shtml
http://mundocallcenter.blogspot.com.br/2011/09/metricas-ou-indicadores-de-
um-call.html
Pesquisa em 15/07/2012
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/decreto/d6523.htm
Pesquisa em 26/07/2012
http://www.erlang.com.br/niveldeservico.asp.
Cases pesquisados em 29/07/2012
http://www.divicom.com.br/wp/index.php/2011/11/case-de-sucesso-
terceirizacao-de-call-center-agendamento-consultas-e-exames-2/
http://www.proxis.com.br/cases/call-center-de-luxo-novartis
http://www.callcenter.inf.br/cases/44225/o-segredo-do-gabryella-call-
center/ler.aspx
43
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO 1
KPI 09
1.1 – Conceito e Importância 09
1.2 – Objetivos 11
1.3 – Análise de KPI 11
1.4 – Extração dos KPI’s 13
CAPÍTULO 2
PRINCIPAIS INDICADORES DE GESTÃO 14
2.1 – Turnover 14
2.2 – Absenteísmo (ABS) 15
2.3 – Aderência 16
2.4 – Tempo Médio de Pausas 16
2.5 – TMA (Tempo Médio de Atendimento) 18
2.6 – TMO (Tempo Médio de Operação) 19
2.7 – Percentual de Transferência 20
44
CAPÍTULO 3
PRINCIPAIS INDICADORES DE PLANEJAMENTO 22
3.1 – Nível de Serviço 22
3.2 – Volume de Chamadas 24
3.3 – Tempo Médio de Abandono 25
3.4 – TME (Tempo Médio de Espera) 26
CAPÍTULO 4
OUTROS INDICADORES IMPORTANTES 28
4.1 – Índice da Monitoria de Qualidade 28
4.2 – Custo Médio por Chamada 29
4.3 – Produtividade 29
4.4 – Pesquisa de Satisfação 31
CAPÍTULO 5
CALL CENTER DE ALTA PERFORMANCE 33
5.1 – Case Divicom 33
5.2 – Case Novartis 37
5.3 – Case Gabryella Call Center 40
CONCLUSÃO 42
BIBLIOGRAFIA 43
ÍNDICE 44