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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA FOLHA DE ROSTO O impacto das inovações tecnológicas na gestão pública brasileira Por: Ricardo Baptista Orientadora Prof.ª Ma. Flávia Martins de Carvalho Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

FOLHA DE ROSTO

O impacto das inovações tecnológicas na gestão

pública brasileira

Por: Ricardo Baptista

Orientadora

Prof.ª Ma. Flávia Martins de Carvalho

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O impacto das inovações tecnológicas na gestão

pública brasileira

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão Pública.

Por: Ricardo Baptista

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3

AGRADECIMENTOS

A meus pais, meu irmão Roberto e sua

família, meus parentes, encarnados e

desencarnados, e, em especial, Carol,

e minha mascote Bel.

Aos amigos da AVM. Em especial, aos

demais componentes do grupo

“excelente”: Leonel, Graça e Úrsula e

minha orientadora Flávia, que existe!

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DEDICATÓRIA

À minha esposa Cleide. Sem ela, novos

rumos e mudanças na minha vida

profissional não teriam acontecido.

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RESUMO

A busca pela inovação é um desafio para todas as empresas. Torna-se

maior ainda para as empresas públicas face ao desgastante processo

burocrático e à dificuldade para obtenção de recursos para investimento em

tecnologia.

Normalmente, as empresas públicas justificam a baixa eficiência com a

escassez de recursos, que impediriam, além de recompensas, a capacitação

funcional.

Um grande estímulo vem sendo dado pelos governos para a

consecução da eficiência desejada, e diversas empresas estatais vêm

mostrando, através de seus resultados, que a criatividade, motor da inovação,

pode ser obtida, ainda que não se consigam todos os pré-requisitos

necessários para a criação de um ambiente inovador.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica. O levantamento de

dados foi executado através de pesquisas em livros, revistas, sites da internet e

artigos referentes ao assunto em estudo. A maioria deles está disponibilizada

em bibliotecas do IBGE, inclusive virtual..

Foram feitos os levantamentos de inovações tecnológicas no serviço

público brasileiro e, mais profundamente, das tecnologias utilizadas nos

CENSOS Demográficos 2000 e 2010. Com os dados observados, buscou-se a

identificação dos impactos produzidos pelo uso da tecnologia em termos de

tempo de coleta, apuração e divulgação dos resultados, avaliando o seu

processo evolutivo e os resultados sob o aspecto de custos, tempo de

execução e qualidade da informação.

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7

SUMÁRIO

FOLHA DE ROSTO ........................................................................................... 1

AGRADECIMENTOS ......................................................................................... 3

DEDICATÓRIA ................................................................................................... 4

RESUMO ........................................................................................................... 5

METODOLOGIA ................................................................................................ 6

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8

CAPÍTULO I - A INOVAÇÃO ............................................................................ 11

CAPÍTULO II - O IBGE E A BUSCA PELA INOVAÇÃO NO SETOR PÚBLICO

BRASILEIRO .................................................................................................... 28

CAPÍTULO III - A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NOS CENSOS

DEMOGRÁFICOS BRASILEIROS ................................................................... 35

CONCLUSÃO .................................................................................................. 54

ANEXO 1- IBGE e as Informações Sociais, Demográficas e Econômicas

Brasileiras ........................................................................................................ 56

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ....................................................................... 60

BIBLIOGRAFIA CITADA .................................................................................. 61

ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES ............................................................................. 66

FOLHA DE AVALIAÇÃO....................................................................................67

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INTRODUÇÃO

No início da década de 1980, o Programa Nacional de

Desburocratização, desenvolvido pelo ministro Hélio Beltrão, colocou em

prática muitas das ideias oriundas da Reforma Administrativa de 1967, cujo

propósito era melhorar a qualidade de atendimento ao público. Além de

sensíveis melhorias obtidas com a simplificação da relação da Administração

Pública com o cidadão, algumas importantes inovações foram conseguidas,

destacando-se o Estatuto da Microempresa e os Juizados de Pequenas

Causas, transformados, posteriormente, em Juizados Especiais. Mesmo com a

perda da força deste programa nos anos 90, a Administração Pública Brasileira

vem buscando, além de melhorar a sua qualidade no atendimento, a eficiência.

Desde que a Constituição Federal, cujo artigo 37, caput, determinou como

princípios básicos a legalidade, a moralidade, a impessoalidade, a publicidade

e a eficiência para a Administração Pública direta e indireta, de qualquer dos

Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a

eficiência passou a ser fundamental em todas as entidades públicas.

Segundo Kildare Gonçalves:

O princípio da eficiência foi introduzido pela Emenda

Constitucional n° 19/98. Relaciona-se com as normas da

boa administração no sentido de que a Administração

Pública, em todos os seus setores, deve concretizar suas

atividades com vistas a extrair o maior número possível de

efeitos positivos ao administrado, sopesando a relação

Custo X Benefício, buscando a excelência de recursos,

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enfim, dotando de maior eficácia possível as ações do

Estado” 1.

Neste ponto, deve ser feita a distinção entre os conceitos de eficiência e

eficácia. Eficiência está diretamente relacionado à execução das atividades de

forma correta. Já a eficácia diz respeito somente a atingir o objetivo,

independente das atividades terem sido executadas de forma correta ou não2.

O avanço tecnológico e a globalização, entre outros vetores do mundo

moderno, levam as empresas, tanto privadas quanto públicas, ao

desenvolvimento de um modelo organizacional e de gestão que busca a

eficiência. A adoção das melhores práticas ou tecnologias de ponta, apesar de

facilitar a obtenção de vantagens competitivas, não garante a liderança de

mercado, e muito menos manutenção de clientes. Isto só pode ser conseguido

através da inovação3.

A inovação é fundamental para o sucesso das estratégias. Analisando-

se isoladamente, a inovação de um produto tende a levar a empresa para

novos mercados enquanto a inovação do processo pode significar o caminho

para a liderança em termos de custos.

1 GONÇALVES, Kildare. Direito Constitucional Didático, p 303

2 Por Bernardo Leite Moura em http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/eficiencia-e-eficacia/361/ 3 Anotações e material didático da Disciplina de INOVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES, ministrada no segundo semestre de 2011 no Programa de Engenharia de Produção da COPPE/UFRJ pelo Prof. Dr. Marcus Vinicius de Araújo Fonseca.

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O trabalho foi composto por três capítulos divididos da seguinte forma. O

capítulo 1 versa sobre a inovação discutindo conceitos e a inovação no setor

público brasileiro. O capítulo 2 faz uma breve apresentação do IBGE e o seu

posicionamento dentro do contexto da inovação. O capítulo 3 apresenta o

estudo do Censo Demográfico brasileiro, suas características técnicas e

operacionais desde 1970 culminando com a inovação trazida pelo Censo

Demográfico de 2010 e suas comparações com o Censo Demográfico de 2000.

Ao final do terceiro capítulo, são apresentadas as conclusões sobre o

estudo realizado.

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CAPÍTULO I - A INOVAÇÃO

I.1 Conceito

A Inovação é considerada, no moderno mundo capitalista, uma questão

de sobrevivência. A empresa, para aumentar e, até mesmo, manter sua fatia de

mercado, precisa inovar. A inovação permite ainda, a possibilidade de alcançar

novos mercados, nichos ainda não descobertos e que sequer existem ainda.

Para que a inovação aconteça é necessário que as pessoas sejam

criativas, principalmente na abordagem dos problemas, tornando-se capazes

de, então, encontrar maneiras novas de fazer as coisas e, principalmente, fazer

coisas novas4.

Mas não é somente “possuir” colaboradores criativos que garante a

manutenção de um processo criativo. Segundo Teresa Amabile, pesquisadora

da Universidade de Harvard, além de pessoas criativas a empresa precisa de

um ambiente que estimule esta criatividade5.

Quando existe a abordagem do tipo de inovação, está se levando em

consideração o uso de modalidades de gestão que contemplam, não apenas o

estudo do que as empresas fazem, mas, também, suas práticas, métodos e

ferramentas. Segundo Fonseca (2002):

4 Anotações e material didático da Disciplina de INOVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES ministrada no segundo semestre de 2011 no Programa de Engenharia de Produção da COPPE/UFRJ pelo Prof. Dr. Marcus Vinicius de Araújo Fonseca. 5 http://pt.scribd.com/doc/13389614/Cap02-A-inovacao-tecnologica-motivacoes-dimensoes-e-conceitos-centrais.

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O enquadramento de uma inovação em um

determinado tipo, pode também contemplar sua

qualificação como de um tipo distinto. Isso se deve ao fato

de, simultaneamente, se poder qualificar uma dada

inovação com base no conhecimento/tecnologia, na sua

forma de utilização pelo mercado ou ainda no âmbito do

ajuste aos processos e valores das próprias empresas

inovadoras.

Segundo Teresa Amabile, as pessoas sabem identificar algo criativo e

novo, entretanto, é para elas difícil exprimir as características do trabalho

criativo.

O componente do ato criativo em que tenho me

concentrado é mais a componente da motivação. Tenho

verificado que as pessoas são mais criativas quando estão

motivadas intrinsecamente. As pessoas serão mais criativas

quando forem motivadas, principalmente, pelo interesse, prazer,

satisfação e desafio do seu próprio trabalho, e não por pressões

externas 6.

Se as pessoas virem as recompensas como confirmação de sua

competência, ajudando-as a um maior envolvimento e empenho, isso apóia a

motivação intrínseca e não os efeitos negativos. Infelizmente, os prêmios,

normalmente, são usados nas organizações de uma forma que condiciona as

pessoas, sem gerarem efeitos sinergéticos.

6 http://pt.scribd.com/doc/495570/Teresa-Amabile-UM-OLHAR-MICROSCOPICO-SOBRE-A-CRIATIVIDADE.

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A pressão do tempo pode ser um empecilho à criatividade. É uma

questão ambígua, pois a ausência de pressões de tempo também pode ser

negativa. Mas a maior parte das organizações tem o problema oposto – as

pessoas literalmente não conseguem ter tempo para explorar novas ideias,

porque estão assoberbadas com o trabalho que é preciso acabar.

Por certo, não se integram as pessoas em projetos apenas com base

nas suas capacidades. É necessário integrá-las também com base no que elas

gostam de fazer, tentando articular estes dois aspectos da melhor forma

possível.

O cenário empresarial atual mostra que a revolução do conhecimento

vivenciada pela sociedade, promoveu sensíveis mudanças econômicas

técnicas e sociais. Agora, essa revolução está forçando as empresas a operar

de novas formas, radicalmente novas e continuamente variadas. O

conhecimento e a imaginação aparecem como os fatores principais de

produção no novo sistema de criação de riqueza

A tecnologia da informação revoluciona desejos, produtos e mercados.

Associada a ela, surgem mudanças de cenários e novos modelos de fazer

negócio. A mobilidade, característica fundamental dos sistemas produtivos

atuais, é oriunda da tecnologia de produção, da comunicação e de transportes

ágeis. Ela provoca um enorme impacto nos negócios, tornando essenciais

modos ousados e alternativos de pensar o negócio, tanto no âmbito competitivo

quanto cooperativo.

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A Inteligência Competitiva7 permite que a empresa esteja pronta para as

surpresas e oscilações repentinas do mercado. Para suportá-la, é necessária a

construção do conhecimento, de forma que sejam aproveitadas oportunidades

decorrentes da hipercompetição e sucessivas revoluções tecnológicas, sob

condições altamente imprevisíveis e não-lineares.

Com isso, a inovação nas organizações caracteriza-se como questão

chave para a empresa, exigindo-se a formalização do aprendizado e da criação

de ambientes favoráveis à inovação.

Figura 1- O modelo proposto para o processo da inteligência competitiva que a organização deve gerenciar para obter competitividade empresarial.

Modelo proposto por Marta Lígia Pomim Valentim em “Inteligência Competitiva em Organizações: dado, informação e conhecimento”.

Surge daí o conceito de Comunidades de Prática (CP), que são

caracterizadas pela iniciativa de um grupo para aprender o que acontece

dentro do ambiente corporativo. Através da geração do conhecimento gerado

7 IC ou Inteligência competitiva é um programa sistemático de coleta e análise da informação sobre atividades dos concorrentes e tendências gerais dos negócios, visando atingir as metas da empresa, conforme definição de Larry Kahaner, membro da SCIP – Society of Competitive Intelligence Professionals (www.scip.org).

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pelas CPs, os colaboradores criam relações sociais, compartilham as mesmas

práticas, interesses e objetivos de trabalho.

Existem dois cenários para a inovação. O primeiro corresponde ao

aprofundamento da relação ciência/tecnologia e, o segundo, a capacitação

para hipercompetição do futuro.

A inovação, até chegar ao mercado, passa por 4 fases distintas. A

iniciação corresponde ao momento em que uma invenção torna-se disponível.

Em seguida, surge a necessidade de realizar experimentos, de forma a avaliar

como esta inovação pode atender a uma grande variedade de necessidades. A

terceira fase corresponde à coordenação, quando as aplicações mais

promissoras são aceitas, gradualmente, e são desenvolvidas em colaboração.

A aceitação da inovação e a sua integração às tarefas rotineiras é a última

fase, chamada de integração.

Figura 2 Processo de introdução de uma inovação no mercado8

8 Adaptação do material didático da Disciplina de INOVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES ministrada no segundo semestre de 2011 no Programa de Engenharia de Produção da COPPE/UFRJ pelo Prof. Dr. Marcus Vinicius de Araújo Fonseca.

Iniciação

Contágio

Inte-

gração

Coorde-

nação

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As mudanças profundas e as crescentes pressões para inovações

rápidas e drásticas, motivam a implementação da gestão do conhecimento e da

inovação nas organizações. Aliados a estes fatos, melhorias incrementais não

são mais suficientes. Cresce, assim, o valor da criatividade e da inovação no

mundo dos negócios. A criatividade pode ser entendida como o processo de

geração de idéias. Já a inovação representa o processo de seleção da idéia e

sua tradução em realidade.

I.2 A inovação na Gestão Pública Brasileira

O Programa de Desburocratização, iniciado em 1979, retomou a reforma

da administração pública, desenvolvida dentro de uma perspectiva de

descentralização e com ênfase especial no interesse do cidadão como usuário

dos serviços públicos. Pela primeira vez, o governo federal passou a tratar a

questão da reforma, não mais como uma proposição voluntarista do próprio

Estado, mas como condição essencial do processo de redemocratização9. A

evolução deste programa levou ao Programa Nacional de Gestão Pública e

Desburocratização, a GESPÚBLICA. Até ele, diversas foram as iniciativas do

governo que, visando à gestão pública de excelência, culminaram com a

criação do programa, através do Decreto 5.378, de 23 de fevereiro de 2005.

As principais características do Programa são o foco nos resultados para a

sociedade, ser federativo e, obviamente, ser contemporâneo. O Programa

ganhou tanta importância que o Presidente da República instituiu o ano de

2009 como o ANO NACIONAL DA GESTÃO PÚBLICA.

9 http://np3.brainternp.com.br/upload/ihb/arquivo/bibl_hist_desb.pdf

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Uma das ações estratégicas da GESPÚBLICA é o Prêmio Nacional da

Gestão Pública (PQGF), cuja finalidade é destacar, reconhecer e premiar as

organizações públicas que comprovem alto desempenho institucional com

qualidade em gestão. Criado em 1998, tem por base o Modelo de Excelência

em Gestão Pública, alinhado com o "estado da arte" da gestão contemporânea.

O Prêmio Nacional da Qualidade, fornecido pela Fundação Nacional da

Qualidade, explicita em seus fundamentos de excelência além de Pensamento

Sistêmico, Aprendizado Organizacional, Liderança e Constância de Propósitos,

Orientação por Processos e Informações, Visão de Futuro, Geração de Valor,

Valorização de Pessoas, Conhecimento Sobre o Cliente e o Mercado,

Desenvolvimento de Parcerias, Responsabilidade Social, a Cultura da

Inovação. Desta forma, a Inovação passa a ser parte da agenda, também, das

empresas privadas.

I.2.1 O histórico da inovação no setor público

A Inovação é tratada com certo ceticismo em relação ao serviço público.

É fato que inovação pode ocorrer em qualquer setor da economia, inclusive o

setor público. Entretanto, a ênfase para a importância e análise da inovação é

dedicada às empresas privadas. Dentro do setor público, a adoção de novas

tecnologias vem impulsionando, principalmente, as áreas de saúde e educação

em direção à inovação. Apesar de importante para o setor público, muito pouco

se sabe sobre o processo de inovação em setores não orientados ao mercado.

O aparecimento da Inovação na agenda pública brasileira aconteceu em

1916, com a Academia Brasileira de Ciências, que divulga e fomenta a

produção científica desde 1916. Já em 1948, surgiu a Sociedade Brasileira

para o Progresso da Ciência (SBPC). Seu principal objetivo era unir o

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pensamento científico brasileiro, e sua criação ocorreu junto com a chegada ao

país de grandes cientistas europeus. Estes cientistas foram trazidos para

implementar as universidades brasileiras. A SBPC é uma entidade que reúne

diferentes sociedades científicas brasileiras e tem importante papel na

valorização da ciência e dos cientistas brasileiros, exigindo do governo

brasileiro o investimento na ciência e na cultura nacionais.

A importância política do segmento de ciência e tecnologia, anseio da

comunidade científica e tecnológica nacional, foi expressa quando, através do

Decreto n° 91.146/85, foi criado o Ministério da Ciência e Tecnologia, órgão

central do sistema federal de ciência e tecnologia.

O termo inovação associado à ciência e à tecnologia surgiu na 2ª

Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia. A primeira versão desta

conferência foi realizada em 1985. O seu nome e, consequentemente, o seu

conteúdo se “fechava” aos termos ciência e tecnologia. A 2ª Conferência10,

realizada em 2001, apresentou em seus simpósios11, por exemplo, como temas

relacionados ao avanço do conhecimento, o Simpósio Educação para Ciência,

Tecnologia e Inovação e o Simpósio A Universidade e os Desafios da

Inovação. Já no tema Desafios Institucionais, ocorreram os simpósios Gestão

Estratégica da Ciência, Tecnologia e Inovação e, também, Marcos e

Instrumentos Legais de Apoio à Inovação, por exemplo. Deste então a

inovação tem tido peso significativo no conteúdo da conferência.

Em busca de consolidar a necessidade de inovar, o ano de 2002 foi

denominado o “Ano da Inovação” e teve início um movimento para a criação de

uma lei que estimulasse a inovação. A Lei nº 10.97312, assinada em dezembro

10 http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/18765.html 11 http://www.mct.gov.br/upd_blob/0004/4746.pdf 12 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.973.htm

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de 2004, estabeleceu medidas de incentivo à inovação e à pesquisa científica e

tecnológica no ambiente produtivo, com vistas à capacitação e ao alcance da

autonomia tecnológica e ao desenvolvimento industrial do país, de acordo com

a Constituição. De acordo com o Ministério da Ciência e Tecnologia13, a Lei da

Inovação permitiu, até 2011, o investimento de R$ 2 bilhões em seis anos. A

necessidade de construir indicadores setoriais nacionais e regionais, no caso

da indústria, das atividades de inovação tecnológica das empresas brasileiras,

comparáveis com as informações de outros países levou o IBGE a realizar, a

partir de 2005 e a cada 3 anos, uma pesquisa que busca retratar as Inovações

Tecnológicas na indústria nacional, PINTEC14. Esta pesquisa tem apoio da

Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), do Ministério da Ciência e

Tecnologia, e tem como foco os fatores que influenciam o comportamento

inovador das empresas sobre as estratégias adotadas, os esforços

empreendidos, os incentivos, os obstáculos e os resultados da inovação.

Outras ações no âmbito federal continuam sendo desenvolvidas em

busca do estímulo à inovação. Por exemplo, desde 1996, o Governo Federal,

através da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), realiza um

concurso que premia as melhores iniciativas de inovação na gestão pública15.

O foco no usuário tem sido determinante para a escolha das experiências

vencedoras. Tomando como base o 16º Concurso Inovação na Gestão Pública

Federal, realizado em 2011, ocorreram 111 inscrições válidas oriundas de 19

ministérios e da Presidência da República (PR). Os Ministérios da Saúde, da

Educação, da Cultura e da Fazenda tiveram o maior número de inscrições. O

gráfico a seguir16 apresenta o número de inscrições para cada órgão.

13 http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2011/01/05/lei-da-inovacao-investe-r-2-bi-em-seis-anos 14 http://www.pintec.ibge.gov.br/ 15 http://inovacao.enap.gov.br 16 http://inovacao.enap.gov.br/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1

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Gráfico 1 - Número de inscrições para o 16º Concurso Inovação na Gestão Pública

Federal

Acompanhando a evolução de inscrições, pode ser notado, claramente,

que a inovação vem atingindo significante importância no setor público

brasileiro.

Gráfico 2 - Evolução dos números de inscrições válidas para o Concurso Inovação, ao

longo dos 15 anos.17

17 Fonte: Ações Premiadas no 15º Concurso Inovação na Gestão Pública 2010 – Brasília: ENAP, 2010

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Mas o estímulo à inovação não é restrito ao governo federal. O governo

de Minas Gerais, por exemplo, lançou, em 2007, o 1º Prêmio de Excelência em

Gestão Pública do Estado de Minas Gerais. Os temas modernização

Administrativa e governança Eletrônica foram divididos nas categorias ideias

inovadoras implementáveis e experiências e iniciativas de sucesso.

I.2.2 Casos de sucesso de inovação no Setor Público Brasileiro

Diversas são as iniciativas com inovação tecnológica no Setor Público

Brasileiro. Apresentaremos, a seguir, exemplos de desenvolvimentos inovativos

que melhoraram a qualidade do relacionamento governo X cidadão. Eles

tornaram-se foco da atenção mundial e tornaram o Brasil referência nestas

suas áreas.

I.2.2.1 COMPRASNET

O site COMPRASNET18 é um exemplo de um processo que utiliza

formas inovadoras de relacionamento entre o poder público, fornecedores e

sociedade. O sistema foi desenvolvido pelo SERPRO (Serviço Federal de

Processamento de Dados). Considerado um marco na história das licitações do

Brasil, nele são realizadas todas as contratações eletrônicas do Governo

Federal, com destaque especial para as modalidades de licitação Pregão

Eletrônico e a cotação eletrônica. No final de 2010, mais de 90% das compras

do Governo Federal eram feitas por pregão eletrônico19, o que mostra a

abrangência e a importância do sistema para a administração pública federal.

18 Fonte: https://www.comprasnet.gov.br/ 19 Fonte: https://www.comprasnet.gov.br/.

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O sistema foi criado em 1997 para publicar os avisos e editais de

licitação e os resumos dos contratos assinados pela administração pública

federal. No final do ano 2000, foi criado o pregão eletrônico e, com isso, o site

passou a ser usado para aquisições em tempo real, operando um novo tipo de

licitação. Em outubro de 2001, o Comprasnet sofreu uma nova transformação,

tornando-se um portal de compras.

Segundo Renata Vilhena, Secretária Adjunta de Logística e Tecnologia

da Informação, do Ministério do Planejamento, o Comprasnet é um excelente

canal de negociação do Governo Federal, pois "permite ao Governo conseguir

preços mais justos nas suas compras e promove a participação de um número

maior de fornecedores, uma vez que o processo de cadastramento é mais

simples e barato”, explica ela. Em adição, o cadastro no Portal não exige a

presença física nem o envio prévio de documentação, o que favorece o

aumento da competição, da transparência e da qualidade nos bens e serviços

adquiridos.

Segundo Jorge Ulisses Jacoby Fernandes20, “o governo é o maior

comprador e movimenta o maior volume de recursos individual. A aplicação do

dinheiro arrecadado pela via compulsória dos tributos não mais se pode limitar

pelo singelo princípio da legalidade da despesa. Princípios como a eficiência, a

economicidade, a austeridade e a transparência estão se tornando palavras de

ordem para os gestores públicos, sob intensa pressão de uma sociedade mais

esclarecida”. Desta forma, a tecnologia da informação utilizada de forma

inovadora, vem se tornando verdadeira ferramenta gerencial para o governo

federal.

20 https://www.comprasnet.gov.br/noticias/noticias1.asp?id_noticia=54

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O site disponibiliza, ainda, a legislação pertinente, normas e manuais,

informações e dados gerenciais da área de compras, entre outros.

O COMPRASNET dá mais transparência às contratações públicas, visto

que qualquer cidadão pode acompanhar, no acesso livre do portal, todos os

procedimentos relativos às licitações eletrônicas, lances efetuados e propostas

vencedoras, avisos de licitações, entre outros. Existe, ainda, a possibilidade de

acompanhar os pregões em andamento, agendados e encerrados e fazer

download de editais. As contratações realizadas por modalidades licitatórias

tradicionais como carta-convite, tomada de preços e concorrência também são

registradas pelo Portal.

Com o COMPRASNET, um fornecedor pode se cadastrar em qualquer

parte do País, para licitações em todo Brasil. Quanto maior o número de

fornecedores, maior a competição e, com certeza, mais fácil encontrar a

proposta mais vantajosa. O sistema tornou mais transparente, mais rápido e

menos burocrático o pregão.

Outro ponto importante, do sistema corresponde à obrigação de

retenção de determinadas contribuições, no próprio ato de pagamento. Além de

reduzir as sonegações dos fornecedores do governo, ajudou, também, aos

servidores que são definidos em lei como co-responsáveis pela regularidade da

seguridade social. A verificação das certidões, em tempo real, pela Internet é

fator decisivo para evitar a proliferação de certidões falsas em todo o País.

Ainda segundo Jorge Ulisses Jacoby Fernandes, “as novas normas

dessa tecnologia da informação estão permitindo a comparação de preços das

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24

contratações e baixando os custos da máquina administrativa. Progrediu-se

mais na última década do que em cinquenta anos de história na legislação que

regula a Administração Pública brasileira”.

Entre alguns prêmios do COMPRASNET, destacamos:

2006 – Prêmio Padrão de Qualidade em B2B21

2007 – Quatro Prêmios no 2º Congresso nacional de Pregoeiros22

Diversos Estados e Municípios também adotaram a ferramenta. Em

2006, o governo peruano anunciou a adoção do COMPRASNET23. Em maio de

2011, o Ministério do Planejamento apresentou os avanços obtidos pelo Brasil

nos processos de compras públicas, principalmente os realizados por meios

eletrônicos, para cerca de 30 países. O assunto foi abordado pela Secretaria

de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) durante a segunda reunião da

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para

as Américas, realizada em maio de 2011, em Cuzco, no Peru24.

21 http://www.comprasnet.gov.br/noticias/noticias1.asp?id_noticia=188 - o Prêmio Padrão de Qualidade B2B é uma iniciativa da Padrão Editorial, através da Revista B2B Magazine, com auditoria e consultoria da E-Consulting e apoio da Câmara e.net, cujo objetivo é reconhecer e valorizar as melhores práticas em inovação no processo de negócios e na otimização do uso da tecnologia da informação nas empresas. 22 http://www.comprasnet.gov.br/noticias/noticias1.asp?id_noticia=203

23 http://www.infowester.com/blog/peru-adotara-o-comprasnet-sistema-de-compras-do-governo-brasileiro/ 24 http://www.comprasnet.gov.br/noticias/noticias1.asp?id_noticia=428

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25

I.2.2.2 Voto Eletrônico Brasileiro25

A informatização da Justiça Eleitoral Brasileira foi iniciada em 1986.

Neste ano, foi feito o recadastramento eletrônico de aproximadamente setenta

milhões de eleitores. Em 1994, foi feita, pela primeira vez, a totalização das

eleições gerais pelo computador central, no Tribunal Superior Eleitoral.

Mas foi em 1995, que teve início o processo de informatização do voto.

Uma comissão composta por juristas e técnicos de informática apresentou um

protótipo de urna eletrônica. Foi constituído, então, um grupo de trabalho, que

contou com a colaboração de especialistas em informática, eletrônica e

comunicações da Justiça Eleitoral, das Forças Armadas, do Ministério da

Ciência e Tecnologia e do Ministério das Comunicações. Este grupo ficou

responsável pela elaboração do projeto técnico da urna eletrônica, incluindo o

equipamento e os programas.

O projeto foi concluído durante as eleições municipais de 1996. A urna

eletrônica, criada pelo TSE, foi, então, licitada para fabricação. O objetivo era

adquirir urnas capazes de registrar o voto de um terço do eleitorado, cerca de

cem milhões de pessoas, na época. As urnas adquiridas foram utilizadas em

todo o Estado do Rio de Janeiro, nas demais capitais dos Estados e nos

Municípios com mais de 200 mil eleitores, totalizando 57 cidades no país.

Nas eleições de 1996, foi iniciada a primeira votação eletrônica do Brasil,

com cerca de um terço do eleitorado participando da votação através das urnas

eletrônicas. Esse número subiu para dois terços do eleitorado em 1998 e, no

25 http://tse.jus.br/internet/eleicoes/votoeletronico/informatizacao.htm

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26

ano 2000, o projeto foi implementado em sua totalidade, ocasião em que todo

eleitorado votou por meio eletrônico.

Apesar da resistência de alguns segmentos da população, o voto

eletrônico brasileiro segue como referência e foi adotado em alguns países,

entre eles Argentina e Paraguai. De forma a evoluir para evitar fraudes, já se

encontra em testes um dispositivo que passa a identificar o eleitor através de

características biométricas.

Em março de 2009, o TSE recebeu um prêmio na área de tecnologia,

pela contribuição no desenvolvimento de urnas eletrônicas. A premiação foi

resultado de uma parceria entre a Universidade de São Paulo (USP), a George

Washington University e a Business Software Aliance (BSA). A BSA é uma

entidade que reúne instituições e empresas da área de tecnologia da

informação e promove o evento para destacar ideias que sejam inéditas em

todo o mundo.

I.2.2.3 Censo Demográfico

Outra experiência de sucesso de inovação tecnológica no setor público

brasileiro corresponde ao Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE. Durante o Censo 2010, diversas

tecnologias de ponta foram utilizadas pelo IBGE. Entre elas, destacou-se a

utilização de computadores de mão para a realização das entrevistas. Esta

inovação gerou, entre outras vantagens, a redução de erros na entrada dos

dados durante as entrevistas, redução do tempo de crítica e da divulgação dos

dados.

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27

O processo tecnológico e operacional do Censo 2010 rendeu prêmios e

reconhecimento internacional ao IBGE. Da Unesco e da Netexplorateur26,

ONG francesa pelo desenvolvimento da sociedade digital, o IBGE recebeu o

prêmio “Netexplorateur Palmares 100”. O prêmio foi entregue ao presidente do

Instituto, Eduardo Pereira Nunes, e ao coordenador de Tecnologia do Censo

2010, José Sant’Anna Bevilaqua, em fevereiro de 2011, em Paris. Além de

receber o prêmio, eles apresentaram o caso de sucesso para a plateia, visto

que a operação sem papel também proporcionou benefícios econômicos e

ambientais. Este foi o segundo prêmio recebido pelas inovações tecnológicas

desenvolvidas pelo IBGE. Em dezembro de 2010, o diretor de Informática do

Instituto, Paulo César Moraes Simões, venceu a 11ª edição do Prêmio

Profissional de Tecnologia da Informação 2010, no segmento “Governo”,

promovido pelo site Informática Hoje (http://www.informaticahoje.com.br), em

reconhecimento à liderança que exerceu na área de Informática do Censo

2010.

26 A Netexplorateur (www.netexplorateur.org) é um observatório mundial para divulgação de novos usos da Internet em todo o mundo. A cada ano, relaciona as 100 inovações mais promissoras e premia as 10 mais importantes, no “Netexplorateur Palmares 100”.

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28

CAPÍTULO II - O IBGE E A BUSCA PELA INOVAÇÃO NO

SETOR PÚBLICO BRASILEIRO

II.1 Introdução

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística foi criado há 75 anos. A

Fundação, vinculada ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, é o

principal provedor de dados e informações do Brasil. Seu trabalho atende às

necessidades dos mais diversos segmentos da sociedade civil, órgãos

governamentais federal, estadual e municipal. Através das suas principais

atividades, o IBGE oferece uma visão completa e atual do País.

O IBGE tem como Missão Institucional: "Retratar o Brasil com informações

necessárias ao conhecimento da sua realidade e ao exercício da cidadania."

Suas atividades podem ser resumidas:

• Produção e análise de informações estatísticas

• Coordenação e consolidação das informações estatísticas

• Produção e análise de informações geográficas

• Coordenação e consolidação das informações geográficas

• Estruturação e implantação de um sistema das informações ambientais

• Documentação e disseminação de informações

• Coordenação dos sistemas estatísticos e cartográficos nacionais

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29

Em sua estrutura hierárquica possui quatro diretorias e dois outros órgãos

centrais. Uma rede nacional de pesquisa e disseminação, composta por 27

Unidades Estaduais (26 nas capitais dos Estados e 1 no Distrito Federal), 27

Setores de Documentação e Disseminação de Informações (26 nas capitais e 1

no Distrito Federal) e 539 Agências de Coleta de dados nos principais

municípios, permitem que as atividades possam cobrir todo a território nacional.

Com base na responsabilidade social, o IBGE mantém a Reserva Ecológica

do Roncador, situada a 35 quilômetros ao sul de Brasília.

Historicamente, o IBGE tem como origem a Diretoria Geral de Estatística,

criada em 1871, que era o único órgão com atividades exclusivamente

estatísticas no período imperial.

Já na República, o governo sentiu necessidade de ampliar essas atividades,

principalmente depois da implantação do registro civil de nascimentos,

casamentos e óbitos. Até 1934, o órgão responsável pelas estatísticas no

Brasil mudou de nome e de funções algumas vezes. No mesmo ano, 1934, foi

extinto o Departamento Nacional de Estatística, cujas atribuições passaram aos

ministérios competentes. A carência de um órgão capacitado a articular e

coordenar as pesquisas estatísticas, unificando a ação dos serviços

especializados em funcionamento no País, favoreceu a criação de um novo

órgão. Suas atividades foram iniciadas em 29 de maio de 1936 e, no ano

seguinte, foi instituído o Conselho Brasileiro de Geografia, incorporado ao INE,

que passou a se chamar, então, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

A partir desta data, o IBGE identifica e analisa o território, conta a população,

mostra como a economia evolui através do trabalho e da produção das

pessoas, revelando ainda como elas vivem.

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30

Os institutos de estatísticas oficiais seguem os princípios fundamentais

especificados pela Comissão de Estatística das Nações Unidas, 1994

(http://unstats.un.org/unsd/methods/statorg/default.htm). Tais princípios visam,

entre outras coisas, a permitir a imparcialidade destas instituições, garantindo

dados confiáveis e isentos de pressões do governo.

Ao final de cada ano, o IBGE publica seu calendário de divulgação de

resultados de pesquisas referente ao ano seguinte. A antecipação das datas é

feita para garantir o princípio da imparcialidade.

No anexo 1, são apresentadas as informações disseminadas pelo IBGE

dentro das suas atribuições. Estas informações são divulgadas através de rede

nacional do IBGE em de publicações impressas e eletrônicas. O principal canal

de comunicação com o usuário é a internet, onde os resultados das pesquisas

são disponibilizados em páginas dinâmicas junto com arquivos para download.

É possível conseguir informações que não estejam no site, ou não encontradas

nele, através de e-mail e Call Center.

II.2 Análise do ambiente externo do IBGE sob a ótica da tecnologia

De acordo com o Planejamento Cultural e Alinhamento

Estratégico do IBGE 2010-2020, Vol. 1, publicado em novembro de 2010,

existem diversas sinalizações do impacto das novas tecnologias na

organização. A primeira delas corresponde à previsão de que em 2020 existirá

um ambiente estratégico pelo menos 70% diferente do ambiente encontrado

em 2010.

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31

Outra questão corresponde ao fortalecimento da “Era do Conhecimento”

e o consequente desenvolvimento da “inteligência corporativa”. Neste caso, a

velocidade de mudança exigirá um forte aumento da demanda por informações

estatísticas e geocientíficas em tempo real, de forma prática e com mobilidade

de acesso.

A revolução tecnológica terá grande impacto sobre o IBGE:

convergência digital, modelos computacionais formados por centros de dados,

gerenciamento centralizado, cloud computing27, integração das funcionalidades

das aplicações, uso de estereoscopias28, radar e incorporação consistente de

mobilidade.

Outra importante questão diz respeito ao quadro de “concorrência” do

IBGE, visto que as áreas temáticas do escopo de atuação do Instituto sofrerão

sérias mudanças com a integração e a transversalidade do conhecimento,

causando uma forte tendência da evolução da informação para o conceito de

“serviços de conhecimento”.

II.3 Programa de Melhoria da Qualidade da Gestão Institucional

Os desafios do ambiente externo, unidos ao cenário do ambiente interno

da instituição, levaram a Diretoria Executiva do IBGE a desenvolver para o

quadriênio 2008-2011 um programa que visa induzir um processo de mudança

e modernização administrativa para a melhoria do desempenho e cumprimento

da missão institucional.

27 Cloud Computing corresponde ao conceito de computação em nuvem. Refere-se à utilização da memória e das capacidades de armazenamento e cálculo de computadores e servidores compartilhados e interligados por meio da Internet. 28 Engloba todas as técnicas que utilizam o mecanismo visual binocular do ser humano, para criarem uma sensação de profundidade em duas ou mais imagens bidimensionais do mesmo objeto representado através de diferentes perspectivas

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32

O modelo de Excelência de Gestão Pública é apresentado na figura a

seguir.

Figura 3: Modelo de Excelência de Gestão Pública29

A concepção deste modelo, baseado no ciclo do PDCA, teve a premissa

de que é preciso ser excelente sem deixar de ser público.

O Bloco de Planejamento enfatiza que os produtos e processos devem

ser planejados para melhor atender as necessidades do cidadão em função

dos recursos disponíveis, por meio de liderança forte da alta administração.

Já o Bloco de Execução representa processos e pessoas, indicando que

pessoas capacitadas e motivadas que operam os processos permitem a

29 Fonte: Documento de Referência do PQSP

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33

produção de melhores resultados. Nele são concretizados objetivos e metas

em resultados

O Bloco Resultado representa o controle que permite o

acompanhamento do alcance das metas estabelecidas. O bloco Informação e

Conhecimento permite que a instituição tenha capacidade de agir

corretivamente ou de melhorar as suas práticas de gestão e,

consequentemente, o seu desempenho, a partir da avaliação e processamento

dos dados e fatos internos e externos à organização.

Desta forma, os projetos estratégicos propostos para desenvolvimento e

execução no período 2008-2011 foram identificados como aqueles que mais

devem influir no processo de melhoria da gestão institucional, no médio prazo,

embora existam outros em desenvolvimento ou a serem executados que são

de extrema relevância para a instituição. Foi escolhido um único projeto

estratégico para cada um dos sete critérios de excelência em gestão pública,

visando concentrar esforços na viabilidade dos projetos, com garantia de

recursos organizacionais e o efetivo controle e monitoramento de sua

execução. São eles:

• Desenvolvimento de Lideranças (Critério LIDERANÇAS)

• Planejamento Estratégico (ESTRATÉGIAS e PLANOS)

• Qualidade no Atendimento (CIDADÃOS e SOCIEDADE)

• Gestão de Pessoas por Competências (PESSOAS)

• Gestão por Processos (PROCESSOS)

• Indicadores de Desempenho da Gestão (RESULTADOS)

• Sistema de Informações Administrativas – SIA

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34

Todos os projetos acima, principalmente Qualidade no Atendimento,

Gestão por Processos e Sistema de Informações Administrativas, trazem com

eles diversos desafios que implicarão, com certeza, no desenvolvimento de

Inovações. Tomando como exemplo o Projeto Gestão por Processos, o IBGE

vem fazendo o mapeamento de todos os processos de trabalho. A ferramenta

utilizada é a ARIS-Toolset. O resultado do mapeamento, além de gerar

melhorias através do aprimoramento dos processos, está permitindo a

automação dos mesmos, através da utilização da ferramenta ULTIMUS. Até o

final de 2011, foram mapeados cerca de 150 processos correspondendo a 63%

dos processos administrativos. Destes, em torno de 25 foram automatizados e

geraram grande economia no tempo e recursos para suas execuções,

reduzindo de forma drástica a burocracia interna do IBGE.

Dentro do Projeto de Qualidade no Atendimento, o Censo Demográfico

2010 é uma referência extremamente positiva na área de inovação tecnológica

e será tratado de forma especial neste trabalho.

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35

CAPÍTULO III - A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NOS

CENSOS DEMOGRÁFICOS BRASILEIROS

III.1 Introdução

O Censo serve para que haja um conhecimento melhor do País, dos

Estados e dos Municípios. As informações oriundas do Censo permitem a

identificação pontual de necessidades de investimento em saúde, educação,

habitação, transportes etc. Suas informações permitem, ainda, a descoberta de

lugares que necessitam de programas de incentivo ao crescimento econômico.

Além disso, o Censo é utilizado no Brasil para definir o valor de repasse do

dinheiro público aos Estados e Municípios. Os percentuais dos Fundos de

Participação dos Estados e dos Municípios relativos a cada Estado e Município

são definidos através do número de moradores contados pelo Censo.

Não é só o governo que utiliza as informações do Censo. A sociedade,

em geral, usa as informações do Censo para escolher onde instalar fábricas,

supermercados, shopping centers, escolas, cinemas etc. e para pedir a

atenção dos governos para problemas específicos, como a expansão da rede

de água e esgoto, a instalação de postos de saúde e assim por diante.

III.2 A História dos Censos no Brasil30

No Brasil, até 1872 os dados sobre a população eram obtidos de forma

indireta. As fontes de dados eram relatórios preparados com outras finalidades,

30 http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/censo2k/

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36

como os relatórios de autoridades eclesiásticas, sobre os fiéis que

frequentavam a igreja, e os relatórios de funcionários da Colônia, enviados

para as autoridades da Metrópole. Usava-se, também, como fonte de

informação, as estimativas da população fornecidas pelos Ouvidores, ou outras

autoridades, à Intendência Geral da Polícia.

A partir de 1750, com objetivos militares, a Coroa Portuguesa decidiu

realizar levantamentos, de forma direta, da população livre e adulta apta a ser

convocada para a defesa do território. O primeiro regulamento censitário no

Brasil data de 1846. Tal regulamento definiu o caráter periódico do censo

demográfico, fixando um intervalo de 8 anos. Em 1850, o governo foi

autorizado a despender os recursos necessários para a realização de uma

operação do porte de um censo demográfico. O primeiro Censo, então, foi

programado para 1852, mas a operação não foi realizada porque a população

se revoltou e impediu o levantamento que já estava em pleno início de

execução. O motivo da revolta foi o Decreto nº 797/junho de 1851, então

conhecido como a "lei do cativeiro". Acreditava-se que o decreto era uma

medida governamental visando à escravização dos homens de cor. Este

episódio foi suficiente para adiar por 20 anos a realização do primeiro censo,

que ocorreu em 1872 e ganhou o nome de Recenseamento da População do

Império do Brasil.

Um novo regulamento censitário foi feito em 1870. Ele determinava que

os censos cobririam todo o território nacional e que ocorreriam a cada 10 anos.

Novas operações censitárias ocorreram em 1890, 1900 e 1920. Em 1910 e em

1930, não foram realizados os recenseamentos.

A criação do IBGE, em 1938, inaugurou a moderna fase censitária

brasileira. Nessa nova fase, foi ampliada a abrangência temática do

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37

questionário com introdução de quesitos de interesse econômico e social, tais

como os de mão-de-obra, emprego, desemprego, rendimento, fecundidade,

migrações internas, dentre outros temas.

O período logo após o censo de 1991 esteve fortemente marcado pela

integração com a sociedade. O IBGE incentivou essa integração: estimulando a

discussão para reformular alguns itens já constantes do questionário e para

incorporar novos ao Censo 2000. A participação cada vez maior e a

importantíssima contribuição dos governos municipais e estaduais no preparo

dos mapas que apoiam os trabalhos do Censo são um reflexo dessa tendência.

Outras ações publicitárias ganham apoio e popularizam o Censo. Entre

essas campanhas existe um destaque especial ao PROJETO VOU TE

CONTAR que divulga todas as informações que permeiam a operação

censitária aos estudantes de escolas públicas e privadas. Como todas as

informações do Censo são importantes para o futuro do Brasil, todas as

pessoas são obrigadas a responder ao recenseamento. A inovação tecnológica

ocorrida nos Censos Populacionais tem sua principal referência na forma de

entrada dos dados no sistema computacional de apuração dos mesmos. É

notado que, a cada período de Censo, existe uma grande inovação causada,

principalmente, pelos avanços tecnológicos surgidos.

O uso de computadores para processamento de dados censitários no

Brasil data de 1960. A instalação de um computador UNIVAC série 1105

permitiu que o registro das informações levantadas fosse feito em arquivos

permanentes de consulta. A partir do Censo de 1970 a introdução de

computadores IBM de grande porte, mais potentes em relação tanto à

velocidade de processamento quanto à capacidade de armazenamento,

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38

permitiu a intensificação da exploração dos dados contidos nos arquivos

censitários.

Assim, no Censo de 1980, ocorreu o processo de digitação centralizada.

Toda a digitação era feita nas dependências do IBGE que ficava no Bairro da

Mangueira no Rio de Janeiro. Também em 1980, com o conceito de Bancos de

Dados, houve a evolução para um acervo de acesso rápido, não só para a

produção de tabulações especiais, mas para o fornecimento de arquivos

magnéticos bem documentados que podiam ser adquiridos para uso nas

próprias dependências dos clientes, ou utilizados pelo IBGE no planejamento

de suas pesquisas. Os terminais remotos utilizados para a consulta e

apuração do Censo correspondem à nova etapa evolutiva de tecnologia.

Já em 1991, o processo de digitação passou a ser descentralizado

utilizando equipamentos da COBRA e a submissão dos Jobs em um

equipamento IBM. Já na contagem de população de 1996, antecipando a

tecnologia que seria adotada no Censo 2000, houve a utilização de scanners

com programas com tecnologias OCR31 e ICR32. O IBGE, antes de adotar

qualquer inovação, efetua testes com a sua utilização em pesquisas de menor

dimensão. Isto garante que a utilização no Censo Demográfico seja um

sucesso, pois permite acertos e ajustes antes do maior desafio. Após o Censo,

normalmente a inovação é estendida a outras pesquisas.

31 OCR é um acrônimo para o inglês Optical Character Recognition, uma tecnologia para reconhecer

caracteres a partir de um arquivo de imagem, ou mapa de bits. Através do OCR é possível digitalizar uma

folha de texto impresso e obter um arquivo de texto editável.

32 ICR é um acrônimo para o inglês intelligent character recognition. Pode ser considerado

um avanço da tecnologia OCR. Além do reconhecimento de caracteres impressos, existente na

tecnologia OCR, a tecnologia ICR permite o reconhecimento de manuscritos, códigos de barra

e marcações.

Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … fileexecução e qualidade da informação. 7 SUMÁRIO FOLHA DE ROSTO ..... 1 AGRADECIMENTOS

39

Para atingir a maior inovação tecnológica e pioneira no mundo nas

operações de Censo, em 2007 na Contagem de População, os Palm Tops33

foram utilizados com muito sucesso. Estes equipamentos já haviam sido

utilizados no Censo Demográfico do ano 2000, restritos à captura de

informações gerenciais. Com esta inovação, o IBGE tornou-se o primeiro

instituto de pesquisa mundial a tornar eletrônicos seus questionários do Censo.

Além dos Palm Tops, houve ainda a disponibilização dos formulários através

da Internet, cuja opção para utilização ainda foi bastante reduzida apesar do

grande uso da internet no Brasil.

A seguir, serão apresentadas informações mais detalhadas sobre o

processo operacional utilizado nos Censos desde 1970.

III.3 Censo Demográfico 197034

O processo tecnológico utilizado no CENSO 1970 era baseado na

digitação centralizada, utilizando-se cartões perfurados, conforme mostra a

figura 4.

33 Personal digital assistants (PDAs ou handhelds), assistente pessoal digital ou palmtop,

é um cinoutador de dimensões reduzidas dotado de grande capacidade computacional,

cumprindo as funções de agenda e sistema informático de escritório elementar, com

possibilidade de interconexão com um computador pessoal e uma rede informática sem fios

para acesso internet e e-mail. Os PDAs de hoje possuem grande quantidade de memória e

diversos softwares para várias áreas de interesse. Os PDAs guardam das agendas

eletrônicas somente as dimensões, pois sua utilidade e aplicabilidade estão se aproximando

cada vez mais rapidamente dos computadores de mesa.

34 Fonte: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-

%20RJ/CD1970/CD_1970_BR.pdf

Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … fileexecução e qualidade da informação. 7 SUMÁRIO FOLHA DE ROSTO ..... 1 AGRADECIMENTOS

Figura

Todo o levantam

No total, foram coletad

foram examinadas, co

perfazendo o total de 40

Os dados dos c

dados sofreram exame

forma que fossem ver

correspondentes às info

Na sequência,

processamentos, para q

O CENSO de 19

do Censo Demográfico.

ura 4: Processo Tecnológico usado no Censo 1970

antamento de informações foi feito através d

oletados 19.742.615 questionários no Brasil.

s, codificadas e transpostas para cartões

l de 40.855.088 unidades de cartões.

dos cartões foram transcritos para fitas ma

exame minucioso através de programas de

m verificadas a compatibilidade e a validad

às informações.

, após as correções necessárias, foram

para que os resultados pudessem ser divulgad

de 1970 foi o pioneiro no processamento inte

ráfico.

40

1970

vés de questionários.

rasil. As informações

rtões de perfuração,

s magnéticas. Estes

as desenvolvidos de

alidade dos códigos

foram efetuados os

vulgados.

to integral da amostra

Page 41: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … fileexecução e qualidade da informação. 7 SUMÁRIO FOLHA DE ROSTO ..... 1 AGRADECIMENTOS

III.3 Censo Demográfic

Em 1975, o IBGE

de dados via cartão pe

Para o Censo 1980, for

alugados 57 perfurado

com enorme evolução

capacidade de proces

também melhoraram a

Durante a maio

eletrônicos de processa

execução desta etapa,

crítica e correção.

Para evitar a oc

dividido em 5 fases. Es

eficiência, como é most

Fig

Os objetivos de cada fa

35Fonte:http://biblioteca.ibge%20RJ/relatoriosmetodolog%20Metodologia%20do%20

gráfico 198035

IBGE havia iniciado a transição entre o proce

ão perfurado e a entrada de dados via termin

80, foram utilizados 420 terminais contratados

furadoras/conferidores. Além de uma rede d

ução comparada ao Censo de 1970, computa

processamento e armazenamento, disponív

am a performance do Censo de 1980 em relaç

maior parte da apuração, foram emprega

cessamento de dados gerando uma diminuiç

etapa, minimizando erros e facilitando os pro

a ocorrência de possíveis erros, o sistema

es. Estas fases eram integradas de modo a a

mostrado na figura a seguir.

Figura 5: Fases da apuração do Censo 1980

ada fase são descritos na tabela a seguir.

a.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-dologicos/v04%20-o%20censo%20demografico%20de%201980.pdf

41

processo de entrada

terminais inteligentes.

tados ao SERPRO e

ede de comunicação

mputadores de maior

sponíveis na época,

relação ao anterior.

pregados processos

inuição no tempo de

os procedimentos de

tema de apuração foi

do a atingir rapidez e

Page 42: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … fileexecução e qualidade da informação. 7 SUMÁRIO FOLHA DE ROSTO ..... 1 AGRADECIMENTOS

42

Fases Objetivo

Recepção e empastamento Verificar extravios e perdas do

material recebido pelo centro de

recepção, situado no Rio de Janeiro, e

acondicionar material recebido.

Codificação Examinar as declarações contidas nos

questionários e aplicar código aos

quesitos em aberto e aos quesitos

pré-codificados que informantes ou

recenseadores pudessem ter deixado

sem resposta, e para os quesitos não

preenchidos em determinadas

situações.

Transcrição Transferir os dados contidos nos

formulários para meio magnético (fita

ou disco) para processamento

Crítica Criticar os dados, permitindo a

correção das eventuais

inconsistências encontradas de forma

automática e simultânea.

Tabulação/Edição Facilitar o processo de divulgação dos

resultados

O Censo de 1980 teve a seguinte sequência temporal do início das suas

etapas:

- Coleta: Set/1980 até Jan/81

- Recepção, codificação, Digitação e Crítica - 1/79 a 12/82

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43

- Resultados preliminares – Dezembro/80

- Sinopse preliminar – Maio/81

- Resultados avançados – Agosto/81

- Resultados definitivos – Maio/83

III.4 Censo Demográfico 199136

O processo tecnológico utilizado no CENSO 1991 teve como principal

destaque o início da descentralização da informática. Com isso, equipamentos

e pessoal que estavam localizados no parque do IBGE situado no Bairro da

Mangueira, no Rio de Janeiro, vinham sendo transferidos, gradativamente,

desde 1984 para as delegacias regionais. Com isso surgiram os Centros de

Captação de Dados, inicialmente nos Estados do Espírito Santo, Rio Grande

do Norte e Santa Catarina. Devido à necessidade de substituição de

equipamentos que atenderiam a 10 Departamentos Regionais e 25 escritórios

estaduais, a Lei 8.148/91 regulamentou 1º de Setembro de 1991 como data de

referência para o X Censo Demográfico Brasileiro, que deveria ter sido

realizado no ano anterior.

O Censo Demográfico de 1991 também marcou a utilização, em grande

escala, de microcomputadores.

III.5 Censo Demográfico 2000

36Fonte:http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-%20RJ/ColecaoMemoriaInstitucional/03-Pro-Censo.pdf

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44

O Censo Demográfico 2000 revelou as características da população na

entrada do novo século. Em relação aos censos anteriores, a data de

referência passou a ser 1º de agosto, no lugar de 1º de setembro.

Como teste final dos métodos, procedimentos, equipamentos e materiais

para o Censo 2000, o IBGE realizou o Censo Experimental em 1999, nas

cidades de Marília (SP) e Bonito (PA), para estabelecer o plano definitivo da

pesquisa.

O Censo 2000 foi marcado pela inovação tecnológica em diversas de

suas fases. Na fase de coleta, um site na Internet permitiu o acompanhamento

da evolução dos trabalhos de entrevistas. Mas foi na captura de dados que

ocorreu a maior inovação, através da digitalização dos questionários e do

reconhecimento ótico de caracteres. Como consequência, houve os processos

de codificação, crítica e tabulação dos dados.

III.6 Censo Demográfico 2010

O projeto inovador do Censo Demográfico 2010 levou o IBGE a uma

posição de destaque no cenário internacional. O IBGE tornou-se o primeiro

órgão de estatística oficial do mundo a executar todo o processo de

recenseado informatizado.

Entretanto, o uso do PDA não serviu somente para agilizar o Censo.

Através do GPS37 inserido nestes equipamentos, outro importante projeto do

37 sistema de posicionamento global (acrónimo do original inglês Global Positioning System-GPS) corresponde a um sistema de navegação que, se utilizando de satélites, fornece a um aparelho receptor móvel a posição do mesmo, assim como informação horária, sob todas

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45

IBGE foi acelerado: a construção de uma base territorial digital, integrando

mapas urbanos e rurais entre si, e o Cadastro Nacional de Endereços para Fins

Estatísticos (CNEFE), que abrange todos os municípios brasileiros. O CNEFE

trará mais segurança à coleta de dados, além de permitir diversas outras

aplicações em outros projetos, como, por exemplo, na seleção de amostras e

na utilização do correio ou da Internet para responder a determinadas

pesquisas.

A utilização dos PDAs trouxe, entre outros ganhos de qualidade, a

redução de erros na realização das entrevistas, pré-crítica automática e

transmissão aos computadores locais.

Outro avanço em inovação tecnológica do Censo 2011 corresponde à

possibilidade do preenchimento de questionários pela Internet. O cidadão que

optou por este tipo de resposta recebeu um envelope contendo e-tickets

(códigos de acesso alfanuméricos) para acesso ao questionário em um site da

instituição, com segurança atestada por autoridade certificadora, garantindo a

criptografia e o sigilo das informações prestadas.

A redução de erros na entrada de dados foi possível com a crítica

automática durante a realização da entrevista. Além disso, houve a

possibilidade de saltos para as perguntas cujas respostas eram condicionadas

às respostas de itens anteriores.

quaisquer condições atmosféricas, a qualquer momento e em qualquer lugar na Terra, desde que o receptor se encontre no campo de visão de quatro satélites GPS.

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46

III.7 Comparativos entre os Censos Demográficos realizados em 2000 e

2010

A primeira comparação que deve ser feita corresponde ao aspecto de

custos. Na tabela a seguir, apresentamos os percentuais relativos às rubricas

Pessoal, Custeio e Investimento.

Tipo de Gasto 2000 2010 Pessoal 78% 67% Custeio 13% 19%

Investimento 9% 14% Tabela 1- Orçamentos dos Censos Demográficos 2000 e 201038

Pela tabela 1, nota-se que houve uma redução de 11% nos gastos com

pessoal. Mais importante do que esse resultado é o indicador do aumento em

cerca de 5% em investimentos, que corresponde, entre outros itens, a compras

de equipamentos.

Uma justificativa para a redução do percentual de gastos com Pessoal

pode ser vista através dos gráficos apresentados a seguir. O Gráfico 3,

38 Fonte: IBGE – Coordenação Operacional do Censo - Censo 2000 e Censo 2010

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47

apresenta a relação entre a quantidade de população e o número de

recenseadores.

Gráfico 3 - Relação entre o Total de População e o Número de Recenseadores39

A variação entre a relação encontrada pela divisão do número de

domicílios recenseados e a quantidade de recenseadores foi retratada no

gráfico 4.

39 Fonte: IBGE – Coordenação Operacional do Censo - Censo 2000 e Censo 2010

840860880900920940960980

10001020

2000 2010

Relação entre oTotal População/Quantidade Recenseadores

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48

Gráfico 4 - Relação entre o Total de Domicílios Recenseados e o Número de

Recenseadores40

A análise dos gráficos 3 e 4 leva à conclusão que as novas tecnologias

levaram, por sua vez, a um aumento significativo da produtividade dos

recenseadores.

Além da produtividade, outros dois fatores a serem considerados com a

implantação da inovação correspondem à qualidade e à confiabilidade do

resultado. Analisando estes dois aspectos, qualidade e confiabilidade, das

informações, o gráfico 5, apresentado a seguir, mostra a precisão obtida com a

utilização dos PDAs no Censo 2010. Este fato é de extrema relevância, já que

os resultados preliminares, divulgados em seguida ao término do Censo,

servem para, entre outras coisas, definir os valores que Estados e Municípios

receberão da União através do Fundo de Participação dos Municípios, FPM,

evitando, assim, perdas de receita dos Municípios e dos Estados.

40 Fonte: IBGE – Coordenação Operacional do Censo - Censo 2000 e Censo 2010

0

50

100

150

200

250

300

350

400

2000 2010

Relação entre oTotal de Domicílios/Quantidade Recenseadores

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49

Gráfico 5 - Diferença entre os resultados preliminares e definitivos entre os Censos 2000

e 2010

Outro indicador importante refere-se ao tempo. Como esperado, em

qualquer inovação tecnológica, a redução dos tempos de realização do Censo

2010 foi significativa em relação ao Censo 2000. O primeiro indicador

corresponde ao tempo de resposta médio dos questionários. No Censo 2000,

este tempo foi de 11 minutos no questionário básico e 32 minutos no

questionário de amostra. Já o censo de 2010, apesar do resultado médio não

ter sido oficialmente divulgado, apresentou os valores de 10 minutos para o

questionário básico e 29 minutos para a amostra, Estes valores foram

apresentados na tabela 2. Levando-se em consideração que o número de

perguntas é diferente em ambos os anos, pode ser obtida a tabela a seguir,

com o relacionamento entre tempo médio de resposta, em segundos, para

cada um dos questionários.

Questionário Básico Questionário de Amostra

Perguntas Tempo T/P Perguntas Tempo T/P

0,00%

0,02%

0,04%

0,06%

0,08%

0,10%

0,12%

0,14%

0,16%

2000 2010

Diferença Percentual entre o resultado preliminar e o definitivo

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Médio (s) Médio (s)

2000 25 660 26,4 90 1920 21,3 2010 37 600 16,2 108 1740 16,1

Tabela 2- Tabela com o tempo de resposta por pergunta

A tabela 2 é ilustrada em formato de gráfico apresentado a seguir.

Através do gráfico 6 pode ser visto, de forma bastante clara, o ganho obtido

com a utilização dos PDA’s.

Gráfico 6- Relação entre o Tempo de Resposta/Pergunta nos questionários Básicos e de

Amostras nos Censos 2000 e 2010

As possibilidades de evitar “não respostas” e efetuar críticas, ainda na

entrada dos dados, durante a entrevista, correspondem a outro ganho

significativo de tempo, que pode ser visto no tempo necessário para a

divulgação de resultados. Quando a análise se refere à comparação entre os

tempos de divulgação entre os Censos de 2000 e 2010 pode ser notada a

redução em pelo menos um mês em 2010. A tabela 3, apresentada a seguir,

relaciona alguns exemplos temporais de informações divulgadas.

0

5

10

15

20

25

30

2000 2010

Q.Básico

Q.Amostra

Relação entre oTempo de Resposta/Pergunta

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Calendário de Divulgação 200041 201042 Redução em Meses

Resultados Preliminares dez/00 nov/10 1 Sinopse Preliminar mai/11 abr/11 1 Resultados do Universo jan/02 nov/11 2 Primeiros Resultados da Amostra dez/02 nov/11 1

Tabela 3 - Comparação entre as datas de divulgação do Censo 2000 e 2010

A redução de tempo, apesar de não parecer significativa, é

extremamente relevante. Deve ser levado em consideração que o cronograma

de divulgação é desenvolvido com grande antecedência e, além disso, no

desenvolvimento do cronograma 2010, o prazo foi extremamente conservador,

de forma a garantir que imprevistos na tecnologia pudessem comprometer a

publicação dos resultados. A informação com o tempo consumido em cada

etapa do censo 2010 será divulgada no documento que contém a metodologia

do mesmo, quando os ganhos em micro atividades poderão ser aferidos.

Outro indicador de avanço com o uso da tecnologia corresponde ao

aumento do número de frações amostrais no Censo 2010, que passou de 2

para 5, em relação ao censo 2000. As perguntas contidas nos questionários de

amostra não são respondidas por todos os entrevistados, face o alto custo,

tempo de processamento etc. O Censo é uma pesquisa domiciliar e inclui todos

os domicílios do País onde o morador responde ao recenseador prestando as

informações sobre todos os que residem no domicílio. A seleção dos domicílios

para a amostra43 foi feita, automaticamente, no computador de mão. Os

domicílios cadastrados no PDA faziam parte de uma lista dos domicílios que

poderiam ou não ser sorteados. A seleção foi aleatória, independente em cada

41 Fonte: ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2000/Anexos/CD_1/. Arquivo Anexo_PC_2_5_Cronograma_Geral_Resumido.xls dentro da pasta Planejamento.zip. 42 Fonte: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/calendario.shtm

43 Definição de qual tipo de questionário será aplicado em um determinado domicílio

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setor censitário, de acordo com a fração amostral definida para o município, e

de forma que seja espalhada geograficamente por toda a extensão do setor

censitário44. Aproximadamente 11% dos domicílios responderam ao

questionário da amostra. As cinco frações amostrais diferentes, de acordo com

o tamanho do município em termos de população estimada para 2009, foram

criadas para poder fornecer informação com maior precisão para os municípios

de menor porte. A fração amostral em municípios pequenos tem de ser maior

para que a amostra tenha um tamanho adequado a fim de garantir a qualidade

das estimativas do Censo. A tabela a seguir apresenta as frações amostrais do

censo 2010.

Habitantes no Município Domicílios Questionário Amostra

Nº de Municípios

Até 2.500 50% 260 Mais de 2.500 até 8.000 33% 1.912 Mais de 8.000 até 20.000 20% 1.749 Mais de 20.000 até 500.000 10% 1.604 Mais de 500.000 5% 40

Total 11% 5.565 Tabela 4 - Faixas de frações amostrais no censo 2010

Os resultados obtidos na amostra representam as características do

conjunto total da população e dos domicílios. Por isso, a importância do

aumento das frações amostras visto que os totais municipais são estimados

atribuindo pesos aos domicílios e pessoas investigados na amostra. Chega-se,

44 Os setores censitários são demarcados pelo IBGE, obedecendo a critérios de operacionalização da coleta de dados, de tal maneira que abranjam uma área que possa ser percorrida por um único recenseador em um mês e que possua em torno de 250 a 350 domicílios (em áreas urbanas).

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assim, a estimativas para o total da população e dos domicílios45. O aumento

de frações aumenta a qualidade dessas estimativas, de tal forma que os totais

municipais divulgados para as variáveis investigadas somente na amostra

tenham precisão aceitável46.

Este processo de amostragem foi bastante facilitado, visto que,

diferentemente dos anos anteriores, o PDA permitiu o sorteio automático dos

domicílios amostrados, enquanto, nos censos anteriores, era necessário que o

recenseador estivesse atento para identificar os domicílios amostrados.

45 Por exemplo, de forma bem simplificada, nos municípios entre 20.000 até 500.000 habitantes, onde é usada a fração amostral de 10%, cada domicílio investigado vale por 10, ou seja, vale por ele mesmo e por mais outros nove que ele representa. 46 Para transparência dos resultados, o nível de precisão de cada variável é também divulgado pelo IBGE.

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54

CONCLUSÃO

Construir uma Administração Pública com contornos modernos e

repensar o próprio serviço público é atitude que vem se constituindo em desafio

permanente para os dirigentes brasileiros. Não é de hoje que a sociedade

cobra do Estado uma precisa definição da atividade administrativa, compatível

com os postulados definidos na Constituição Federal e que consiga alavancar o

desenvolvimento do País. A inovação é o passo para a obtenção dos

resultados almejados. O setor público pode inovar tanto ou mais do que o setor

privado e, da mesma forma, desenvolver no setor público um ambiente voltado

à inovação é uma tarefa complexa que requer um difícil processo de mudança.

Analisando o modelo de administração pública atual podem ser

identificadas algumas barreiras para a criação de um ambiente inovativo. Entre

elas, destacamos a estrutura organizacional, rígida, burocrática e autoritária,

centralizada e com alto grau de formalidade, e a cultura organizacional, que

rejeita ideias novas, resiste a mudanças e não valoriza a criatividade e a

inovação.

O grande desafio da empresa pública corresponde à identificação das

práticas que a levam a desestimular a criatividade e ao desbloqueio das

barreiras institucionais impeditivas das ideias criativas e inovadoras. Além

disso, modificar a cultura organizacional enraizada com a essência burocrática,

refratária a mudanças e a novas ideias.

No lado dos recursos humanos, é preciso estimular o servidor a inovar.

Ajudá-lo através de capacitação para uma mudança no seu comportamento. O

servidor deve estar consciente de sua capacidade pessoal de criação e de

quanto esta capacidade é importante para a empresa.

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A modernização da Administração Pública passa pela modificação do

pensamento administrativo. O gestor público deve estar preparado e

qualificado para estimular o surgimento de novas ideias. Novas formas eficazes

de atuação, preceito constitucional, devem ser encontradas através da geração

e disseminação de conhecimento, internamente, com o desenvolvimento de

canais de comunicação eficientes, desenvolvimento de tarefas desafiantes ao

potencial criador dos servidores, descentralização do poder e redução de

normas, valorização da iniciativa e da participação na tomada de decisão,

respeito às opiniões divergentes e capacitação dos agentes públicos para o

desenvolvimento de seu potencial criador.

Em relação às empresas privadas, a maior dificuldade das empresas

públicas corresponde ao desenvolvimento de uma política de benefícios e

sistema de recompensa voltada às ideias inovadoras. Os prêmios oferecidos

pelo governo federal e por alguns Estados e Municípios, embora de forma

acanhada, vêm sendo encarados com estímulo dentro da administração

pública. Em adição, a falta de verbas para investimentos justifica a ineficiência,

apesar de, muitas vezes, o desempenho poder ser melhorado através da

reorganização da empresa sem, necessariamente, o aumento dos gastos de

dinheiro.

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ANEXO 1- IBGE e as Informações Sociais,

Demográficas e Econômicas Brasileiras47

Estatísticas de âmbito Social e Demográfico

Podem ser destacados alguns levantamentos que têm como base a coleta de

informações junto aos domicílios, entre as fontes de dados sobre esta área.

Realizado decenalmente, o Censo Demográfico se constitui como núcleo das

estatísticas sociodemográficas. No meio de cada década, intervalo entre dois

Censos, é realizada a Contagem de População, operação censitária

fundamental para aprimorar as estimativas anuais de população. De caráter

amostral, destaca-se a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD),

que levanta anualmente informações sobre a habitação, rendimento e mão-de-

obra, associadas a algumas características demográficas e de educação.

Como mais uma fonte de informações sobre o mercado de trabalho, destaca-se

a Pesquisa de Economia Informal Urbana, de periodicidade quinquenal, e, para

acompanhamento conjuntural, cabe mencionar a Pesquisa Mensal de Emprego

(PME). A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), de periodicidade

quinquenal, permite conhecer a estrutura de rendimentos e da despesa das

famílias. Ainda como fontes de informações sociodemográficas encontram-se

as pesquisas fundamentadas em registros administrativos, como o Registro

Civil, a Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária e a Pesquisa Nacional de

Saneamento Básico.

Estatísticas da Agropecuária

Têm como núcleo o Censo Agropecuário, que investiga, a partir dos

estabelecimentos agropecuários, a organização fundiária (propriedade e

47 http://www.ibge.gov.br/home/disseminacao/eventos/missao/informacoessociais.shtm

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utilização das terras), o perfil de ocupação da mão-de-obra e o nível

tecnológico incorporado ao processo produtivo, entre outros temas estruturais

de relevância. Para o acompanhamento anual do setor, destacam-se a

Pesquisa Agrícola Municipal e a Pesquisa da Pecuária Municipal, entre outras.

Estatísticas Econômicas

Trazem informações sobre os principais setores da economia: comércio,

indústria, construção civil e serviços, a partir do levantamento, por amostra, em

estabelecimentos de cada setor. A Pesquisa Anual do Comércio, a Pesquisa

Industrial Anual, a Pesquisa Anual da Indústria da Construção e a Pesquisa

Anual de Serviços são exemplos dos trabalhos mais relevantes nessa área.

Cabe mencionar que o acompanhamento conjuntural da economia é possível

através do conjunto de pesquisas mensais do comércio, da indústria e da

agricultura.

Índices de Preços

Produzidos contínua e sistematicamente, os índices de preços ao consumidor

permitem acompanhar, mensalmente, o comportamento dos preços dos

principais produtos e serviços consumidos pela população. Esta área engloba o

Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o Índice Nacional de

Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), baseado em cesta de consumo de

famílias de renda mais alta. Além deste, através do Sistema Nacional de

Custos e Índices da Construção Civil pode-se acompanhar a evolução de

preços, a mão-de-obra e dos materiais empregados no setor.

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58

Sistema de Contas Nacionais

Oferece uma visão de conjunto da economia e descreve os fenômenos

essenciais que constituem a vida econômica: produção, consumo, acumulação

e riqueza, fornecendo ainda uma representação compreensível e simplificada,

porém completa deste conjunto de fenômenos e das suas inter-relações. O

Sistema de Contas Nacionais do IBGE segue as mais recentes recomendações

das Nações Unidas expressas no Manual de Contas Nacionais - System of

National Accounts 1993 (SNA), incluindo o cálculo do Produto Interno Bruto

(PIB) e a Matriz de Insumo-Produto.

Informações Geográficas48

Sistema Geodésico Brasileiro

Constitui-se de um conjunto de estações (marcos) materializadas no terreno,

implantadas e mantidas pelo IBGE, cuja posição serve como referência precisa

a diversos projetos de engenharia – construção de estradas, pontes, barragens

etc. – mapeamento, geofísica, pesquisas científicas, dentre outros.

Mapeamento Geográfico, Topográfico e Municipal

Abrange as cartas topográficas e mapas delas derivados – Brasil, regionais,

estaduais e municipais – que constituem as bases sobre as quais se

operacionalizam os levantamentos e são representados seus resultados, em

uma abordagem homogênea e articulada do território nacional. O IBGE vem

produzindo o mapeamento topográfico do Brasil de forma sistemática, em

48 http://www.ibge.gov.br/home/disseminacao/eventos/missao/informacoesgeograficas.shtm

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escalas padronizadas (menores que 1:25.000), de acordo com o grau de

desenvolvimento instalado ou projetado no território.

Estruturas Territoriais

Acompanha a evolução da divisão político-administrativa e das divisões

regionais e setoriais do território, delimitando e representando áreas legais e

bases operacionais para pesquisas estatísticas e geográficas.

Recursos Naturais e Meio Ambiente

Realiza mapeamentos, estudos e pesquisas de temas relativos ao meio físico

(relevo, solo, clima, geologia) e ao meio biótico (fauna e flora) e promove a

caracterização e avaliação das condições ambientais e dos impactos, gerados

pela ação do homem, que comprometem o equilíbrio ambiental e a qualidade

de vida da população.

Informações Geográficas

São elaboradas, a partir de análises espaciais, as regionalizações do território

que, ao produzir recortes territoriais em diferentes escalas, a exemplo das

microrregiões geográficas, subsidiam o levantamento e a disseminação de

estatísticas e a formulação e monitoramento de políticas públicas. A partir de

sínteses temáticas são produzidas visões regionais e nacionais, a exemplo do

Atlas Nacional do Brasil.

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60

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

Instituto Hélio Beltrão. Disponível em: http://www.desburocratizar.org.br/.

Acesso em 21.nov.2011, às 14h

Gespública. Disponível em: http://www.gespublica.gov.br/folder_rngp. Acesso

em 21.nov.2011, às 14h15

Prêmio Nacional da Gestão Pública. Disponível em:

http://www.gespublica.gov.br/projetos-acoes/pasta.2010-04-26.8934490474 em

21/11/2011. Acesso em 21.nov.2011, às 14h15

DataGramaZero - Revista de Ciência da Informação - v.3 n.4

ago/02 ARTIGO 02 - Inteligência Competitiva em Organizações: dado,

informação e conhecimento – Marta Lígia Pomim Valentim

http://www.dgz.org.br/ago02/Art_02.htm. . Acesso em 24.nov.2011, às 17h10.

Page 61: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … fileexecução e qualidade da informação. 7 SUMÁRIO FOLHA DE ROSTO ..... 1 AGRADECIMENTOS

61

BIBLIOGRAFIA CITADA

Portal IBGE Memória Institucional dos Censos. Disponível em

http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-

%20RJ/ColecaoMemoriaInstitucional/03-Pro-Censo.pdf. Acesso em

02.jan.2012, às 10h30

Portal IBGE Cronograma Geral Censo 2000. Disponível em:

ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2000/Anexos/CD_1/. Arquivo

Anexo_PC_2_5_Cronograma_Geral_Resumido.xls dentro da pasta

Planejamento.zip. Acesso em 02.jan.2012, às 13h30

Portal IBGE em Calendário de Divulgação do Censo 2010. Disponível em:

http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/calendario.shtm.

Acesso em 02.jan.2012, às 13h35

Portal IBGE Informações Sociais. Disponível em:

http://www.ibge.gov.br/home/disseminacao/eventos/missao/informacoessociais.

shtm. Acesso em 28.nov.2011, às 17h

Portal IBGE em: Informações Geográficas. Disponível em:

http://www.ibge.gov.br/home/disseminacao/eventos/missao/informacoesgeograf

info.shtm. Acesso em 28.nov.2011, às 17h

GONÇALVES, Kildare. Direito Constitucional Didático, p 303

Moreira, Bernardo Leite, Eficiência e eficácia. Disponível em:

http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/eficiencia-e-eficacia/361/.

Acesso em 02.dez.2011, às 15h

Anotações e material didático da Disciplina de INOVAÇÃO NAS

ORGANIZAÇÕES ministrada no segundo semestre de 2011 no Programa de

Engenharia de Produção da COPPE/UFRJ pelo Prof. Dr. Marcus Vinicius de

Araújo Fonseca

Mariano, Sandra R.H. e Mayer, Verônica Feder, A inovação tecnológica:

motivações, dimensões e conceitos centrais. Disponível em

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62

http://pt.scribd.com/doc/13389614/Cap02-A-inovacao-tecnologica-motivacoes-

dimensoes-e-conceitos-centrais. Acesso em 29.nov.2011, às 13h30

Amabile, Teresa, Um olhar microscópio sobre a criatividade. Disponível em:

http://pt.scribd.com/doc/495570/Teresa-Amabile-UM-OLHAR-

MICROSCOPICO-SOBRE-A-CRIATIVIDADE Acesso em 29.nov.2011, às

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Carneiro, João Geraldo Piquet, Histórico da desburocratização. Disponível em:

http://np3.brainternp.com.br/upload/ihb/arquivo/bibl_hist_desb.pdf. Acesso em

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Memória Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Disponível

em: http://www.mct.gov.br/upd_blob/0004/4746.pdf. Acesso em 29.nov.2011,

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Lei Nº 10.973. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-

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Portal Brasil. Disponível em:

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Ações Premiadas no 15º Concurso Inovação na Gestão Pública 2010 –

Brasília: ENAP, 2010

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Portal de Compras do Governo Federal. Disponível em:

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Portal de Compras do Governo Federal. Disponível em:

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em 30.nov.2011, às 15h00

Portal de Compras do Governo Federal. Disponível em:

http://www.comprasnet.gov.br/noticias/noticias1.asp?id_noticia=203. Acesso

em 30.nov.2011, às 15

Blog Infowester. Disponível em: http://www.infowester.com/blog/peru-adotara-o-

comprasnet-sistema-de-compras-do-governo-brasileiro/. Acesso em

30.nov.2011, às 17h00

Portal de Compras do Governo Federal. Disponível

em:http://www.comprasnet.gov.br/noticias/noticias1.asp?id_noticia=428.

Acesso em 30.nov.2011, às 15h40

Portal Tribunal Superior Eleitoral Voto Eletrônio. Disponível em:

http://tse.jus.br/internet/eleicoes/votoeletronico/informatizacao.htm. Acesso em

30.nov.2011, às 10h00

Portal IBGE Censo 2000. Disponível em:

http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/censo2k/. Acesso em 28.nov.2011, às 14h

Portal IBGE Biblioteca. Disponível em::

http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-

%20RJ/CD1970/CD_1970_BR.pdf. Acesso em 28.nov.2011, às 18h

Portal IBGE Biblioteca. Disponível em:

http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-

%20RJ/relatoriosmetodologicos/v04%20-

%20Metodologia%20do%20censo%20demografico%20de%201980.pdf.

Acesso em 28.nov.2011, às 14h

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO ........................................................................................... 1

AGRADECIMENTOS ......................................................................................... 3

DEDICATÓRIA ................................................................................................... 4

RESUMO ........................................................................................................... 5

METODOLOGIA ................................................................................................ 6

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8

CAPÍTULO I - A INOVAÇÃO ............................................................................ 11

I.1 Conceito .................................................................................................. 11

I.2 A inovação na Gestão Pública Brasileira ................................................. 16

I.2.1 O histórico da inovação no setor público .......................................... 17

I.2.2 Casos de sucesso de inovação no Setor Público Brasileiro ............. 21

I.2.2.1 COMPRASNET ................................................................................. 21

I.2.2.2 Voto Eletrônico Brasileiro .................................................................. 25

I.2.2.3 Censo Demográfico ........................................................................... 26

CAPÍTULO II - O IBGE E A BUSCA PELA INOVAÇÃO NO SETOR PÚBLICO

BRASILEIRO .................................................................................................... 28

II.1 Introdução ............................................................................................... 28

II.2 Análise do ambiente externo do IBGE sob a ótica da tecnologia ........... 30

II.3 Programa de Melhoria da Qualidade da Gestão Institucional ................. 31

CAPÍTULO III - A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NOS CENSOS

DEMOGRÁFICOS BRASILEIROS ................................................................... 35

III.1 Introdução .............................................................................................. 35

III.2 A História dos Censos no Brasil ............................................................ 35

III.3 Censo Demográfico 1970 ...................................................................... 39

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III.3 Censo Demográfico 1980 ...................................................................... 41

III.4 Censo Demográfico 1991 ...................................................................... 43

III.5 Censo Demográfico 2000 ...................................................................... 43

III.6 Censo Demográfico 2010 ...................................................................... 44

III.7 Comparativos entre os Censos Demográficos realizados em 2000 e

2010 ............................................................................................................. 46

CONCLUSÃO .................................................................................................. 54

ANEXO 1- IBGE e as Informações Sociais, Demográficas e Econômicas

Brasileiras ........................................................................................................ 56

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ....................................................................... 60

BIBLIOGRAFIA CITADA .................................................................................. 61

ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES ............................................................................. 66

Figuras.......................................................................................................... 66

Gráficos ........................................................................................................ 66

Tabelas ......................................................................................................... 66

FOLHA DE AVALIAÇÃO .................................................................................. 67

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ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

Figuras

Figura 1: O modelo proposto para o processo da inteligência competitiva que a

organização deve gerenciar para obter competitividade empresaria. .............. 14

Figura 2: Processo de introdução de uma inovação no mercado .................... 15

Figura 3: Modelo de Excelência de Gestão Pública ......................................... 32

Figura 4: Processo Tecnológico usado no Censo 1970 ................................... 40

Figura 5: Fases da apuração do Censo 1980 .................................................. 41

Gráficos

Gráfico 1 - Número de inscrições para o 16º Concurso Inovação na Gestão

Pública Federal ................................................................................................ 20

Gráfico 2 - Evolução dos números de inscrições válidas para o Concurso

Inovação ao longo dos 15 anos. ...................................................................... 20

Gráfico 3 - Relação entre o Total de População e o Número de Recenseadores

......................................................................................................................... 47

Gráfico 4 - Relação entre o Total de Domicílios Recenseados e o Número de

Recenseadores ................................................................................................ 48

Gráfico 5 - Diferença entre os resultados preliminares e definitivos entre os

Censos 2000 e 2010 ........................................................................................ 49

Gráfico 6- Relação entre o Tempo de Resposta/Pergunta nos questionários

Básicos e de Amostras nos Censos 2000 e 2010 ............................................ 50

Tabelas

Tabela 1- Orçamentos dos Censos Demográficos 2000 e 2010 ...................... 46

Tabela 2- Tabela com o tempo de resposta por pergunta ............................... 50

Tabela 3 - Comparação entre as datas de divulgação do Censo 2000 e 2010 51

Tabela 4 - Faixas de frações amostrais no censo 2010 ................................... 52

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Instituto A Vez do Mestre

Título da Monografia: O impacto das inovações tecnológicas na gestão pública

brasileira

Autor: Ricardo Baptista

Data da Entrega: 25/04/2012

Avaliado por: Prof.ª Ma. Flávia Martins de Carvalho

Conceito: