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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO EDUCACIONAL POR: NILDA BORGES LIMA Orientador Prof. MARCELO SALDANHA Rio de Janeiro 2014 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · AGRADECIMENTOS A Deus pela força e iluminação neste longo percurso que foi minha Pós Graduação. S faça presente hoje e sempre

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO EDUCACIONAL

POR: NILDA BORGES LIMA

Orientador

Prof. MARCELO SALDANHA

Rio de Janeiro

2014

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO EDUCACIONAL

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Administração e Supervisão

Escolar.

Por: Nilda Borges Lima

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AGRADECIMENTOS

A Deus pela força e iluminação neste

longo percurso que foi minha Pós

Graduação. S faça presente hoje e

sempre.

A minha família, minha gratidão, pelo

constante auxílio, palavras de incentivo

que tem permitido o meu

aperfeiçoamento profissional.

O orientador e professor Marcelo

Saldanha, pelo carinho e incentivo na

orientação.

A todo corpo Docente de Professores

da AVM FACULDADE INTEGRADA, que me transmitiu conhecimento,

motivação e amadurecimento ao longo

do curso de Pós Graduação. Aos colegas que compartilharam

comigo o aperfeiçoamento de

conhecimentos, pela união e alegria,

muitas saudades.

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DEDICATÓRIA

Dedico o presente trabalho a minha

família e aos amigos, por todo apoio,

carinho e dedicação, pois sem eles seria

muito difícil a concretização.

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RESUMO

O presente trabalho analisa e problematiza a importância do

planejamento educacional e ressaltam a importância das partes envolvidas

abraçarem com seriedade o planejamento, executando-o efetivamente.

O planejamento consiste em uma importante tarefa de gestão e

administração, que está relacionada com a preparação, organização e

estruturação de um determinado objetivo. É essencial na tomada de decisões e

execução dessas mesmas tarefas, contribuindo positivamente para o

desenvolvimento da ação coletiva.

Os princípios democráticos e de participação dos cidadãos nas

decisões que envolvam suas necessidades são recorrentes e percebidos nas

mais diversas áreas.

No contexto da educação, a gestão escolar se realiza de maneira

democrática, objetivando atender às demandas sociais da comunidade na qual

a escola está inserida, pois o processo educativo se dá ligado diretamente a

esta contextualização social.

Palavras Chaves: Planejamento Educacional, Gestão Participativa,

Gestão Escolar.

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METODOLOGIA

O trabalho terá como metodologia a pesquisa bibliográfica, uma vez que,

outros estudos já foram realizados sobre o tema proposto e desenvolvidos

exclusivamente a partir de fontes já elaboradas como: livros, periódicos, textos

eletrônicos..., além de advir um posicionamento em relação aos autores citados

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................08

CAPÍTULO I - UM PANORAMA DA POLITICA DE EDUCAÇÃO......................09

1.1 – Paradigmas da Política Educacional..............,.........................................10

1.2 A Reforma Educacional a partir Constituição Federal de 1988; LDB

9.394/96.............................................................................................................13

1.3 - O Professor e os aspectos relacionados À prática profissional.................18

CAPÍTULO II – CONTEXTUALIZANDO O PLANEJAMENTO E A GESTÃO

PARTICIPATIVA................................................................................................22

2.1 – Planejamento............................................................................................23

2.2 – Gestão Participativa..................................................................................25

Conclusão..........................................................................................................28

Bibliografia.........................................................................................................29

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INTRODUÇÃO

A pesquisa tem como objetivo geral enfatizar a importância do

planejamento educacional. Os objetivos específicos ressaltam a importância

das partes envolvidas abraçarem com seriedade o planejamento, executando-o

efetivamente.

Segundo Libâneo (2004), o planejamento é uma prática de elaboração

conjunta dos planos e sua discussão pública, é um processo contínuo de

conhecimento e análise da realidade escolar em suas condições concretas, de

busca de alternativas para solução de problemas e de tomada de decisões.

Assim sendo o planejamento consiste em uma importante tarefa de

gestão e administração, que está relacionada com a preparação, organização e

estruturação de um determinado objetivo. É essencial na tomada de decisões e

execução dessas mesmas tarefas, contribuindo positivamente para o

desenvolvimento da ação coletiva.

A delimitação da temática ocorreu como forma de explorar o universo

estudado no curso de Pós Graduação. O planejamento educacional trata-se de

um assunto de grande debate e que merece reflexões e pesquisas que visem

aprofundar seu entendimento e conteúdo, daí sua relevância para estudantes

acadêmicos, bem como para profissionais atuantes neste segmento.

O Tipo de pesquisa segundo as fontes de informação é bibliográfica,

uma vez que, outros estudos já foram realizados sobre o tema proposto e

desenvolvida exclusivamente a partir de fontes já elaboradas como: livros,

periódicos, textos eletrônicos..., além de advir um posicionamento em relação

aos autores citados.

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CAPÍTULO I - UM PANORAMA DA POLITICA DE EDUCAÇÃO

A contemporaneidade é assinalada por densas mudanças em todos os

níveis e contextos: pedagógico, social, cultural, político, econômico, entre

outros, que incidem de forma enfática nas instituições de ensino. Essas

transformações ocorridas no tempo e espaço perpassam no cotidiano da

docência universitária fazendo com que esse setor do sistema de educação

não fique imune à problemáticas e preocupações e desafiam a instituição de

ensino, bem como seus docentes a tomarem decisões quanto à posição a

assumir .

A educação brasileira sempre esteve articulada com os interesses das

classes dominantes, detentoras dos poderes políticos, econômicos e sociais.

Portanto ao se falar em educação, faz-se necessário compreendê-la a partir de

um dado momento histórico, pelas representações simbólicas que dele

emanam, pela organização econômica e pela relação de interferência na

organização da educação.

1.1 - PARADIGMAS DA POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA

A conjuntura das políticas educacionais no Brasil ainda demonstra sua

centralidade na hegemonia das idéias liberais sobre a sociedade.

A intervenção de mecanismos centrais na hegemonia das idéias

liberais ainda ecoa de maneira categórica sobre a educação, temos uma luta

constante pela hegemonia política, logo, a ideologia assume um caráter

afirmativo, no recurso primitivo utilizado para a dominação, conforme

explicitado por Chauí, 1994:

“Um instrumento de dominação de classe e, como tal, sua origem é a

existência da divisão da sociedade em classes contraditórias e em luta”

(pág. 102).

A conjuntura das políticas educacionais no Brasil ainda demonstra sua

centralidade na hegemonia das idéias liberais sobre a sociedade. Em função

desta conjuntura política antagônica, pode-se afirmar que as maiores

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alterações que ultimamente têm sido previstas estão a chegar às escolas e,

muitas vezes, têm sido aceites sem maiores discussões a seu respeito,

impedindo uma efetiva contraposição. 1

O autor ainda aponta os seguintes eixos como conseqüências do

neoliberalismo na educação

1. Menos recursos, por dois motivos principais: a) Diminuição da

arrecadação (através de isenções, incentivos, sonegação...); b) Não aplicação

dos recursos e não cumprimento de leis;

2. Prioridade no Ensino Fundamental, como responsabilidade dos

Estados e Municípios (a Educação Infantil é delegada aos municípios);

3. O rápido e barato é apresentado como critério de eficiência;

4. Formação menos abrangente e mais profissionalizante;

5. A maior marca da subordinação profissionalizante é a reforma do

ensino médio e profissionalizante;

6. Privatização do ensino;

7. Municipalização e “escolarização” do ensino, com o Estado

transferindo para outros a sua responsabilidade (os custos são transferidos aos

municípios e às próprias escolas);

8. Aceleração da aprovação para desocupar vagas, tendo a agravante

da menor qualidade;

9. Aumento de matrículas, como jogo de marketing (são feitas apenas

mais inscrições, pois não há estrutura efetiva para novas vagas);

10. A sociedade civil deve adoptar os “órfãos” do Estado. Se as

pessoas não tiverem acesso à escola a culpa é colocada na sociedade que

“não se organizou”, isentando, assim, o governo de sua responsabilidade com

a educação;

11. O Ensino Médio dividido entre educação regular e

profissionalizante, com a tendência de dar prioridade a este último: “mais ‘mão-

de-obra’ e menos consciência crítica”;

12. A autonomia é apenas administrativa. As avaliações, livros

didácticos, currículos, programas, conteúdos, cursos de formação, critérios de 1 ANDRIOLI. Antonio Inácio. As políticas educacionais no contexto do neoliberalismo. Texto disponível em: http://www.espacoacademico.com.br/013/13andrioli.htm. Acesso em 28/07/2014.

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“controlo” e fiscalização, continuam dirigidos e centralizados. Mas, no que se

refere à parte financeira (como infra-estruturas, alimentação, transporte), passa

a ser descentralizada;

13. Produtividade e eficiência empresarial (máximo resultado com o

menor custo): não interessa o conhecimento crítico;

14. Nova linguagem, com a utilização de termos neoliberais na

educação;

15. Modismo da qualidade total (no estilo das empresas privadas) na

escola pública, a partir de 1980;

16. Os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) são ambíguos

(possuem 2 visões contraditórias), pois se, por um lado, aparece uma

preocupação com as questões sociais, com a presença dos temas transversais

como proposta pedagógica e a participação de intelectuais progressistas, por

outro, há todo um caráter de adequação ao sistema de qualidade total e a

retirada do Estado.

17. Mudança do termo “igualdade social” para “equidade social”, ou

seja, não há mais a preocupação com a igualdade como direito de todos, mas

somente a “amenização” da desigualdade;

18. Privatização das Universidades;

19. Nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional)

determinando as competências da federação, transferindo responsabilidades

aos Estados e Municípios;

20. Parcerias com a sociedade civil (empresas privadas e organizações

sociais).

A compreensão como expressão de interesses das classes

dominantes, permite que o espaço de aprendizado escolar constitua uma ação

de caráter político - pedagógico.

O espaço educacional contribuiu consideravelmente para manter as

idéias determinadas pela classe dominante, construindo assim um indivíduo

alienado e manipulado, isto é, adaptado aos segmentos conservadores da

sociedade brasileira 2, entretanto o ato educativo contribui na acumulação

2 Ver entre outros: FRIGOTTO G. CIAVATTA, M. Educação Básica no Brasil de 1990: subordinação ativa e consentida à lógica do mercado. Educação & Sociedade, Campinas, v. 24, n. 82, abril, 2003.

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subjetiva de forças contrárias à dominação, apesar da exclusão social,

característica do descaso com as políticas públicas na maioria dos governos.

A atual conjuntura política envolvendo a globalização mundial e o

avanço tecnológico impõe mudanças de atitudes e ações, pois, vem inserindo

uma nova proposta de construção do conhecimento e do ser humano, fazendo

com que ocorram mudanças no cenário da política educacional. Conforme

mencionado por Almeida, 2000:

“Essas transformações na esfera da produção e da cultura impõem dois

desafios centrais para a educação, vinculados exatamente às suas funções

econômicas e ideológicas, estratégicas no atual estágio de desenvolvimento

do capitalismo: a garantia de uma formação técnica flexível, adequada às

exigências dos novos padrões de produção e consumo e às variações do

mercado de compra e venda da força de trabalho, assim como a garantia de

uma formação ideologicamente funcional ao paradigma da

empregabilidade” (pág. 153).

A educação pode e deve ser considerado um bem em si, pelas

oportunidades que oferece de enriquecimento cultural. Mas isso, por si só, não

cria as condições para que a universalização do acesso à escola se transforme

em prioridade das políticas governamentais.

Há duas outras razões básicas que incentivam políticas públicas no

sentido de promover a educação em geral e, especialmente, a escolarização

básica. A primeira delas reside na necessidade de preparação para a

cidadania, dando a elas a instrução que lhes permita participar, tanto como

eleitores, quanto como usuários dos serviços oferecidos pela sociedade

moderna à universalização da educação básica, e a segunda a alteração do

processo produtivo associada ao desenvolvimento tecnológico, o qual exige

mão-de-obra cada vez mais qualificada. Um sistema de educação básica que

atenda ao conjunto da população é hoje essencial ao desenvolvimento

econômico.

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1.2 A REFORMA EDUCACIONAL A PARTIR CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE

1988; LDB 9.394/96

O Ministério da Educação, órgão da administração federal direta, tem

como área de competência os seguintes assuntos:

I - política nacional de educação;

II - educação infantil;

III - educação em geral, compreendendo ensino fundamental, ensino

médio, ensino superior, educação de jovens e adultos, educação profissional,

educação especial e educação a distância, exceto ensino militar;

IV - avaliação, informação e pesquisa educacional;

V - pesquisa e extensão universitária;

VI - magistério; e

VII - assistência financeira a famílias carentes para a escolarização de

seus filhos ou dependentes.

O Ministério da Educação foi criado em 1930, logo após a chegada de

Getúlio Vargas ao poder. Com o nome de Ministério da Educação e Saúde

Pública, a instituição desenvolvia atividades pertinentes a vários ministérios,

como saúde, esporte, educação e meio ambiente. Até então, os assuntos

ligados à educação eram tratados pelo Departamento Nacional do Ensino,

ligado ao Ministério da Justiça.

O sistema educacional brasileiro até 1960 era centralizado e o modelo

era seguido por todos os estados e municípios. Com a aprovação da primeira

Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em 1961, os órgãos estaduais e

municipais ganharam mais autonomia, diminuindo a centralização do MEC.

Uma nova reforma na educação brasileira foi implantada em 1996.

Trata-se da mais recente LDB, que trouxe diversas mudanças às leis

anteriores, com a inclusão da educação infantil (creches e pré-escola). A

formação adequada dos profissionais da educação básica também foi

priorizada com um capítulo específico para tratar do assunto.

No que se refere à educação infantil, tivemos - nos textos que se

seguiram ao de relatoria do deputado Jorge Hage - uma crescente

descaracterização da mesma, que deixa de estar incluída no âmbito da

educação regular e sujeita às normas de funcionamento e à supervisão dos

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sistemas de ensino, particularmente, o municipal, além da fragilização da

responsabilidade pública pela oferta e financiamento deste nível de ensino.

Desaparece, na nova LDB, a obrigatoriedade do ensino de Educação

Física, Sociologia, Filosofia, argumentando-se sobre a dificuldade de algumas

localidades terem docentes nestas disciplinas. Com isto, a legislação perde o

caráter normativo e indicativo. Outra conseqüência é que, com a

competitividade que se instala entre as escolas para o recebimento de

recursos, podemos vislumbrar que, mesmo aquelas que hoje tem docentes

nestas disciplinas, podem vir a dispensá-los, desqualificando ainda mais a

educação.

No ensino fundamental, a LDB faculta aos sistemas de ensino o

desdobramento em ciclos. O primeiro, segundo argumentações de Darcy

Ribeiro, seria caracterizado pela unidocência, enquanto o segundo pela

pluridocência. Esta definição pode dar caráter de terminalidade já no primeiro

ciclo, ao invés de garantir tal obrigatoriedade ao final das oito primeiras séries

da Educação Básica.

A LDB nº 9394/96 não prevê, por parte da escola, a eleição dos seus

dirigentes; de outra parte, na educação superior, desaparece a paridade entre

docentes, técnicos-administrativos e alunos na escolha de dirigentes e na

representação em conselhos e comissões(28), ficando os docentes com 70%

do poder e os estudantes e técnicos-administrativos com apenas 30%. Embora

apareçam neste projeto as palavras "gestão democrática", não podemos deixar

de concluir que encontra-se bastante comprometida a perspectiva de gestão

democrática na LDB.

Ainda considerando a educação superior, vale ressaltar que a LDB

praticamente em sua íntegra - descaracteriza este nível de ensino, enquanto

público-estatal, em relação ao PL 1258/88. Vejamos, a partir de alguns pontos,

como isso se dá:

- quanto as finalidades da educação superior, estas aparecem

precarizadas, por exemplo: "incentivar o trabalho de pesquisa" ao invés de

pesquisar; "promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e

técnicos" ao invés de divulgar;

- a avaliação institucional, no PL 1258/88, buscava a análise criteriosa

do funcionamento das instituições de ensino superior, identificando onde estão

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os seus problemas, de quem é a responsabilidade de solução (interna ou

externa à instituição) - que no caso de universidade pública será do Poder

Executivo; definia o prazo e quem participaria da avaliação (comunidade

interna - professores, alunos, funcionários - e, comunidade externa - membros

da Comissão Autônoma da Avaliação e do Poder Executivo), tudo isto com o

caráter de revitalização da instituição avaliada. Na LDB aprovada, por outro

lado, o caráter é punitivo, ou seja, a instituição que não obtiver resultados

satisfatórios pode ter desativados seus cursos e habilitações, bem como sofrer

intervenção, suspensão temporária de prerrogativas da autonomia ou

descredenciamento;

- a autonomia aparece com o caráter de desresponsabilização do

Estado para com a manutenção deste nível de ensino, empurrando-o para a

captação de recursos na iniciativa privada, porém, mantendo o controle dos

resultados através da avaliação.

- o regime jurídico único desaparece e com ele o plano de carreira

único e a isonomia salarial, colocando-se, no seu lugar, o regime jurídico

especial, que "possibilita" a criação diferenciada - nas universidades públicas -

de um quadro de pessoal docente, técnico e administrativo, bem como um

plano próprio de cargos e salários;

- a dedicação exclusiva, que tem como uma das funções garantir a

pesquisa é substituída pelo regime de tempo integral, que pode levar ao

sistema horista de trabalho, ou seja, cada professor ser remunerado pelo

número de horas-aula;

- a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão desaparece

quando são diferentes tipos de ensino superior: universidades, centros de

educação superior, institutos, faculdades e escolas superiores, não definindo

claramente, qual a função de cada um delese favorecendo a formação de

profissionais fora da universidade;

- a universidade se caracteriza, segundo a LDB, dentre outros

aspectos, pela maioria dos docentes com titulação em nível de especialização,

mestrado e doutorado. Com este critério, várias faculdades particulares que,

hoje, funcionam com a maioria dos seus docentes com especialização, se

transformarão em universidades. Além disso, o CRUB - Conselho de Reitores

das Universidades Brasileiras - será composto, em sua maioria, por

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representantes de instituições privadas de ensino superior, que poderão ter

suas posições privilegiadas, quando do voto.

- quando da ocorrência de vagas, segundo o projeto de LDB-DR, serão

abertas matrículas à alunos não regulares, os quais receberão certificados de

conclusão de cursos seqüenciais, conforme os requisitos das instituições de

ensino. O Substitutivo de Darcy Ribeiro não dizia o que esta certificação

possibilitaria como atuação. Esperamos que não seja como docente.

No que se refere à educação especial, a LDB-DR, não contempla o

dever do Estado em garantir a oferta obrigatória e gratuita e, sim somente a

oferta de serviços de educação especial que, tradicionalmente, tem se dado

através de convênios com ONG’s - organizações não-governamentais.

Quanto ao financiamento da educação temos:

a) delimitado, no PL1258/88, que "a educação pública será

financiada...", enquanto que na LDB aparece “... recursos públicos destinados à

educação...". Podemos inferir que esta sutileza demanda cuidados pois,

financiar a educação pública com recursos diversos é diferente de financiar a

educação com recursos públicos. Neste último, pode abrir-se o financiamento

público de instituições não-governamentais;

b) com a redução das fontes de financiamento na LDB-DR,

desaparecem, entre outras, as provenientes de receita de loterias e de

quaisquer concursos de prognósticos, doações e legados;

c) a Lei aprovada retoma do Substitutivo Jorge Hage, a delimitação das

despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino e daquelas que não

farão parte deste financiamento. Esta precisa delimitação, garante que os

gastos não previstos, sejam retirados de outros orçamentos, como por exemplo

da saúde e não da educação.

Em relação à definição da quantidade de recursos para o ensino

fundamental, a LDB determina que os mesmos sejam estabelecidos a partir de

um "custo mínimo por aluno calculado pela União e capaz de assegurar ensino

de qualidade". Já o PL1258/88 estabelece que "deverão ser assegurados

recursos para despesas correntes e de capital, com base num percentual

mínimo a ser estabelecido por lei, sobre o orçamento de cada esfera de

governo".

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No Brasil, vemos o governo brasileiro refém e aliado destas políticas

neoliberais, respondendo com um Estado "enxuto de políticas sociais" e farto

em responder as demandas externas, determinadas pelo Banco Mundial.

Finalizando, retomamos o Planejamento Político-Estratégico do MEC,

no qual ficam explicitadas, em grande parte, as suas intenções para com a

condução da educação brasileira, enquanto respostas ao modelo neoliberal de

educação.

Ficam claras, ainda, o porquê do "não detalhamento" da LDB e a

imensa quantidade de medidas inibidoras da educação pública e facilitadoras

da educação privada. Vejamos, para isto, o referido texto no título "Inovação":

1 - retirar da Constituição dispositivos que engessam a gestão do

sistema educacional - PEC 233A, PEC 370 (grifos e destaques meus);

2 - aprovar uma nova lei de Diretrizes e Bases que possibilite a

diversificação institucional: novos cursos, novos programas, novas

modalidades;

3 - instituir um novo Conselho Nacional de Educação, mais ágil e

menos burocrático - significa, além do que já analisamos neste texto, permitir

mais, com menos critérios (grifos e destaques meus);

4 - modificar regulamentações para garantir maior autonomia à escola

(por exemplo, transferindo recursos diretamente para a escola e dando-lhe

autonomia para classificar os alunos por série);

5 - transferir a ênfase dos controles formais e burocráticos para a

avaliação de resultados" (pág.8).

O que o MEC chama de controles formais e burocráticos,

denominamos diretrizes, as quais são pressupostos básicos em uma lei de

diretrizes e bases da educação; por outro lado a transferência da ênfase para a

avaliação de resultados significa, grosso modo, deslocar a questão educacional

do pólo político-social para o pólo técnico-administrativo, ignorando as

determinações externas à escola e reduzindo tanto a análise quanto as

soluções dos problemas educacionais brasileiros à gestão interna da escola, ou

como diz o mesmo documento "é na escola que estão os problemas e é na

escola que está à solução".

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1.3 - O PROFESSOR E OS ASPECTOS RELACIONADOS À

PRÁTICA PROFISSIONAL

Em vários dicionários da língua portuguesa, o termo professor é

definido como um profissional que professa ou ensina uma ciência, uma arte,

uma técnica, uma disciplina.

O conceito de professor sempre esteve adjunto ao saber. Na

representação social, o bom professor é aquele que domina o conteúdo e o

sabe transmitir, e, ainda, para exercer sua função é necessário que esteja em

sala de aula, entretanto ao pensarmos no professor enquanto profissional da

educação, seu valor tem sido reconhecido pela sociedade do conhecimento.

Essa valoração tem instigado o professor a buscar padrões de

capacitação docente no intuito de aperfeiçoar e valorizar seu potencial e neste

sentido começa a surgir um novo professor.

Até pouco tempo para ser um bom professor bastava ter uma boa

didática e conhecimento da sua matéria, dar a sua aula e pronto. As pessoas

são diferentes; os estilos também o serão.

Há que considerar aqui não só os estilos pessoais dos docentes, mas

também os estilos pessoais dos alunos, pois, estes são, muitas vezes,

determinantes no sucesso educativo, considerando que o ato de aprender se

concentra na própria pessoa, como agente, e a instituição de ensino como

lugar de desenvolvimento permanente. Tal afirmação é reafirmada na

Declaração Mundial sobre Educação Superior no Século XXI: Visão e Ação –

19983, onde menciona que o pessoal de educação superior e estudantes são

agentes principais, conforme:

“Uma política vigorosa de desenvolvimento de pessoal é elemento essencial

para instituições de educação superior. Devem ser estabelecidas políticas

claras relativas a docentes de educação superior, que atualmente devem

estar ocupados sobretudo em ensinar seus estudantes a aprender e a tomar

iniciativas, ao invés de serem unicamente fontes de conhecimento. Devem

ser tomadas providências adequadas para pesquisar, atualizar e melhorar

3 Trata-se da Conferência Mundial sobre Educação Superior - UNESCO, Paris, 9 de outubro de 1998. Conteúdo disponível na Biblioteca Virtual de Direitos Humanos – Universidade de São Paulo-USP. Disponível m:http://www.direitoshumanos.usp.br/, Acesso em 21/09/2010.

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as habilidades pedagógicas, por meio de programas apropriados de

desenvolvimento de pessoal, estimulando a inovação constante dos

currículos e dos métodos de ensino e aprendizagem, que assegurem as

condições profissionais e financeiras apropriadas ao profissional, garantindo

assim a excelência em pesquisa e ensino” ( artigo 10º).

Conquanto existam diversos tipos de professores e diferenciadas

maneiras de ensinar (devido à peculiaridade do ser humano), o melhor

caminho para se obter uma forma efetiva de aprendizado é através de uma boa

didática.

A didática para assumir um papel significativo na formação do aluno

não poderá reduzir-se somente ao ensino de meios e mecanismos pelos quais

desenvolvem o processo de ensino -aprendizagem, deve ser um modo crítico

de desenvolver uma prática educativa, que não será feito tão somente pelo

educador, mas, por ele conjuntamente com o educando, pois o relacionamento

professor/aluno é a peça fundamental no processo educativo. Apesar da

importância da interação entre professores e alunos, a mesma não pode

intervir no cumprimento ético do dever de cada um.

A didática é uma disciplina que estuda o processo de ensino no seu

conjunto, no qual os objetivos, conteúdos, métodos e formas organizativas da

aula se relacionam entre si de modo a criar condições e os modos de garantir

aos alunos uma aprendizagem significativa.

Os objetivos determinam de antemão os resultados esperados do

processo entre o professor e aluno, determinam também a gama de

habilidades e hábitos a serem adquiridos.

Os objetivos são fundamentais para determinação de propósitos

definidos e explícitos quanto às qualidades humanas que precisam ser

adquiridas, pois trata-se do marco inicial no processo pedagógico. Eles

abarcam algumas referências fundamentais para a sua formulação, tais como:

os valores e idéias ditos na legislação educacional, os conteúdos básicos das

ciências, produzidos na história da humanidade, bem como as necessidades e

expectativas da maioria da sociedade.

Já os conteúdos formam a base da instrução. É o conjunto de

conhecimentos, habilidades, hábitos, modos valorativos e atitudes, organizados

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pedagógica e didaticamente, buscando a assimilação ativa e aplicação prática

na vida dos alunos.

Na atual conjuntura educacional/social têm-se conteúdos diferentes

para diversas esferas e classes sociais, neste sentido, os livros didáticos

oferecidos no ensino das disciplinas, além de sistematizar e difundir

conhecimentos serve também para encobrir estas diferenças, ou mesmo,

escamotear fatos da realidade para evitar contradições com sua orientação

sócio-cultural–política.

Com isto, o professor deve sempre analisar os textos e livros que vai

usar com os alunos, no sentido de oferecer um ensino igualitário que possa

olhar criticamente estas máscaras da sociedade. Conhecer o conteúdo da

matéria e ter uma sensibilidade crítica facilita a tarefa por parte do professor.

O método por sua vez é a forma com que estes objetivos e conteúdos

serão ministrados na prática ao aluno, são as formas através das quais os

professores trabalham os diversos conteúdos com a finalidade de atingirem os

objetivos propostos.

Alguns métodos facilitam e devem ser levados em conta: dinâmica de

grupos para sensibilizar os alunos, discussão e construção do saber com maior

participação, elaboração criativa de apresentações sobre determinados

conhecimentos como o uso de recursos materiais e de idéias, recursos

tecnológicos como projeções e aulas expositivas.

A organização pode complementar o arsenal do professor, criando uma

estrutura de apoio além de atender ao funcionamento administrativo das

organizações de ensino. Dessa forma, existe maior estabilidade e segurança,

sem perder de vista a flexibilidade, para não se tornar rígido demais ou

dificultar as mudanças e as novas adaptações evolutivas.

Pretende integração e articulação dos conhecimentos num processo

permanente de interdisciplinaridade e contextualização. Tal afirmação é aludida

na Declaração Mundial sobre Educação Superior no Século XXI, sobre a

competência pedagógica e a docência universitária, onde proclama que a

missão da educação superior é de contribuir para o desenvolvimento

sustentável e o melhoramento da sociedade como um todo, conforme Artigo 1º:

a) educar e formar pessoas altamente qualificadas, cidadãs e cidadãos

responsáveis, capazes de atender às necessidades de todos os aspectos da

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atividade humana, oferecendo-lhes qualificações relevantes, incluindo

capacitações profissionais nas quais sejam combinados conhecimentos

teóricos e práticos de alto nível mediante cursos e programas que se adaptem

constantemente às necessidades presentes e futuras da sociedade;

b) prover um espaço aberto de oportunidades para o ensino superior e

para a aprendizagem permanente, oferecendo uma ampla gama de opções e a

possibilidade de alguns pontos flexíveis de ingresso e conclusão dentro do

sistema, assim como oportunidades de realização individual e mobilidade

social, de modo a educar para a cidadania e a participação plena na sociedade

com abertura para o mundo, visando construir capacidades endógenas e

consolidar os direitos humanos, o desenvolvimento sustentável, a democracia e

a paz em um contexto de justiça;

c) promover, gerar e difundir conhecimentos por meio da pesquisa e,

como parte de sua atividade de extensão à comunidade, oferecer assessorias

relevantes para ajudar as sociedades em seu desenvolvimento cultural, social e

econômico, promovendo e desenvolvendo a pesquisa científica e tecnológica,

assim como os estudos acadêmicos nas ciências sociais e humanas, e a

atividade criativa nas artes;

d) contribuir para a compreensão, interpretação, preservação, reforço,

fomento e difusão das culturas nacionais e regionais, internacionais e

históricas, em um contexto de pluralismo e diversidade cultural;

e) contribuir na proteção e consolidação dos valores da sociedade,

formando a juventude de acordo com os valores nos quais se baseia a

cidadania democrática, e proporcionando perspectivas críticas e independentes

a fim de colaborar no debate sobre as opções estratégicas e no fortalecimento

de perspectivas humanistas;

A fragmentação, à distância entre os conteúdos gera desinteresse por

a aprendizagem não ser significativa, esta ocorre quando há relação entre o

aluno e o que ele está aprendendo, considerando-o como o centro da

aprendizagem, sendo ativo. Atualmente é necessário ir além de uma boa

didática, também é preciso planejar, estudar, compreender como o aluno

aprende vencer o desafio da falta de motivação do aluno, gerenciar conflitos e

ainda voltar aos bancos escolares como aluno.

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CAPÍTULO II – CONTEXTUALIZANDO O PLANEJAMENTO E A

GESTÃO PARTICIPATIVA

Os princípios democráticos e de participação dos cidadãos nas

decisões que envolvam suas necessidades são recorrentes e percebidos nas

mais diversas áreas.

No contexto da educação, a gestão escolar se realiza de maneira

democrática, objetivando atender às demandas sociais da comunidade na qual

a escola está inserida, pois o processo educativo se dá ligado diretamente a

esta contextualização social.

Os novos paradigmas gerenciais requerem funções descentralizadas,

participativas, interdependentes e integradas. O desenvolvimento

organizacional depende da melhoria contínua dos processos de gestão, apoio

e de base. A eficiência dos processos depende dos referenciais e recursos

neles utilizados.

Os recursos humanos são determinantes, pois sua capacitação e

motivação é que tornam possível o aumento da eficiência dos processos. A

vontade e a capacidade dos agentes organizacionais, em última instância,

configuram uma cultura organizacional de desenvolvimento, estagnação ou

regressão.

Assim, é preciso compreender conceitos relacionados ao tema e

conceber a relevância de uma educação de qualidade para o desenvolvimento

social.

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2.1 – PLANEJAMENTO

Segundo o Dicionário Aurélio, planejamento é o ato ou efeito de

planejar (Fazer o plano ou planta de traçar); Trabalho de preparação para

qualquer empreendimento, segundo roteiro e métodos determinados;

Elaboração por etapas, com bases técnicas, de planos e programas com

objetivos definidos.

A função planejamento diz respeito ao processo de se antecipar de

maneira organizada as atividades e ações que serão desenvolvidas em

determinado período. Esse instrumento permite a visão do todo com base na

demanda e realidade sociais a que se direciona o projeto e/ou programa. Pois

segundo Tenório, 2006:

“O tempo gasto no planejamento (...) permite que nos preparemos para

avaliar riscos, aproveitar oportunidades e não desperdiçar recursos” (pág.

27).

“O planejamento deve ser visto como um processo de aprendizagem a

respeito da organização, processo que exige capacidade de fazer

julgamentos por vezes subjetivos” (pág. 51).

O planejamento coliga quais são os objetivos de uma organização,

quais são os meios disponíveis para atingi-los e qual a melhor forma de utilizá-

los, abordando informações detalhadas que ajudará a definir os caminhos a

serem seguidos.

É uma função administrativa que, antecipadamente, determina quais os

objetivos e o que deve ser feito para alcançá-los. Contudo, as instituições

enfrentam dificuldades para implementá-lo; desta forma, para facilitar, usa-se

segregá-lo em planejamento estratégico, tático e operacional, no intuito de

facilitar a sua comunicação dentro dos diversos setores das organizações.

O planejamento estratégico(longo alcance) é aquele que define as

estratégias de longo prazo da empresa. Este planejamento leva em conta todos

os fatores internos e externos a companhia – por exemplo, a situação

econômica global é um fator a ser levado em conta no planejamento

estratégico. Quando elaboramos este planejamento procuramos ter uma visão

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integrada dos processos e da companhia, por que a empresa como um todo

entra nesta etapa.

O planejamento tático (médio) é diferente para cada área da

companhia. A area financeira terá seu próprio planejamento tático financeiro,

assim como a RH, marketing e assim por diante. Esta etapa é mais focada que

o planejamento estratégico, que é desdobrado em diversos planos táticos.

O planejamento operacional (Curto alcance) coloca em prática cada um

dos planos táticos dentro da empresa. Ele é projetado no curto prazo e envolve

cada uma das tarefas e metas da empresa.

Um planejamento operacional deve delinear os prazos, metas e

recursos para a implantação de um projeto ou tarefa dentro da empresa. Por

ser a última etapa de planejamento, o operacional deve ser um plano mais

detalhado que os outros dois, tentando explicar cada tarefa isoladamente.

Uma vez planejadas as metas, outra atitude a ser tomada é o controle

da execução do planejamento. Caso não haja feedback em relação ao que foi

planejado, não há, praticamente, justificativas para a execução do

planejamento. Este controle pode possibilitar à adoção de ações corretivas,

melhorando os processos, fazendo com que ela alcance, mais facilmente, o

que foi planejado.

Segundo Danilo Gandin (2007), o planejamento é um processo vivo e

não se resume ao preenchimento de quadros com planos que, sob o pretexto

de serem flexíveis, nunca são praticados como foram concebidos.

O autor fundamenta a necessidade de planejamento, especialmente no

campo educacional, analisando a relação escola-sociedade. O processo

educativo é um processo de reprodução do conhecimento, cabe às pessoas

envolvidas não viverem essa função sem questioná-la, posicionando-se de

maneira firme, clara e eficaz num trabalho de cunho transformador. E isso

poderá ser feito através de planejamento, no qual o mais importante seja a

tensão, a dialética entre a realidade existente e a realidade desejada.

Planejar é, sempre, buscar a transformação da realidade. É, sempre,

propor ações, atitudes, regras e rotinas que possam levar à satisfação de

necessidades descobertas na realidade (ou na prática) através da avaliação

que é a comparação do que se quer com aquilo que existe.

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2.2 - GESTÃO PARTICIPATIVA

A gestão da educação, quando pensada numa perspectiva

democrática, nos revela a necessidade de pensarmos numa escola que se

caracterize não somente pelo gestor, mas que considere principalmente, a

participação de todos os envolvidos. Neste sentido, é aludido por AZEVEDO,

2006:

“A gestão democrática no sistema educacional público abre possibilidades

para que se construa uma escola pública de qualidade, que atenda aos

interesses da maioria da população brasileira, além de representar uma

possibilidade de vivência e aprendizado da democracia, podendo, portanto,

tomar um sentido diferenciado” (pág. 510).

Como exemplo de gestão, podemos trazer a LDB de 1996, que no

artigo 12, demonstra um olhar bastante minimalista quando descreve as

incumbências das escolas. A elaboração e execução da proposta pedagógica,

bem como a administração de pessoal e de recursos materiais e financeiros

entre outros, evidenciam que a prática da gestão se consolida no espaço

escolar.

A referida Lei dá atenção especial à gestão escolar e democrática

visando um novo olhar no setor educacional, sendo assim, são incumbências

da gestão escolar. Frente a estas questões, este estudo se concretiza a partir

de uma pesquisa bibliográfica, tendo como principal objetivo discutir a função e

o papel do gestor escolar a partir das novas concepções, reafirmadas pelas

políticas públicas, sobre a gestão democrática da educação, que procuram

promover certa flexibilização e descentralização no âmbito escolar, ou seja,

busca incentivar maior participação do coletivo.

Nesta perspectiva democrática, percebe-se a necessidade de existir

integração entre todos os segmentos que compõem a escola, o que caracteriza

uma dinâmica participativa na comunidade escolar. Comunidade escolar aqui

entendida quando há a participação de pais, professores, alunos, funcionários,

direção e administração.

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A gestão participativa se embasa no entendimento de que o alcance

dos objetivos educacionais está em seu sentido amplo no compromisso das

relações interpessoais assumidas por seus membros.

Nesse sentido, a gestão participativa nas escolas excessivamente

burocráticas, está associada a uma ação conjunta dos professores,

conservadoras, autoritárias, centralizadoras. Embora aqui e ali alunos,

funcionários e pais, que interagem, planejam e continuem existindo

profissionais encaminham ações, objetivando atingir resultados com esse perfil,

hoje estão coletivos construídos num clima democrático.

A administração deve estar consciente também, das mudanças que

ocorreram no contexto interno e externo das instituições. O trabalho em equipe

é o ponto chave para qualquer gestão, pois é um recurso indispensável para

gerar resultados positivos e soluções de problemas a nível

individual/grupal/institucional em um processo democrático, participativo, e

transparente.

O simples fato de agrupar recursos técnicos não basta para

desenvolver um bom trabalho administrarivo. Em toda formação profissional

existem princípios fundamentais que devem ser observados e postos em

prática como a eficiência, eficácia e a efetividade.

No que diz respeito à eficiência, a mesma denotaria competência para

se produzir resultados com dispêndio mínimo de recursos e esforços, a eficácia

remete a condições controladas e a resultados desejados de experimentos,

critérios que, deve-se reconhecer não se aplicam automaticamente às

características e realidade dos programas e projetos sociais da atual

conjuntura.

Compreende-se com o mencionado, que a eficiência refere-se aos

meios, está voltada para a melhor maneira pela quais as coisas devem ser

feitas ou executadas (métodos) a fim de que os recursos (pessoas, máquinas,

matérias primas) sejam aplicados da forma mais racional possível.

Em se tratando da eficácia e da efetividade, ambas estão relacionadas

com os resultados, isto é, quando o administrador utiliza de instrumentos

fornecidos por aqueles que executam para avaliar o alcance dos resultados ou

para verificar se estão alcançando os objetivos por meios dos recursos

disponíveis.

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Para uma visualização mais célere e uma compreensão mais ampla

das medidas de eficiência, eficácia e efetividade. Segue aquém um quadro

comparativo em suma:

Com base nas novas exigências que são impostas aos gestores como:

formação continuada, novas capacitações, adaptabilidade ao novo,

criatividade, autonomia, comunicação, iniciativa e cooperação a corrida pela

profissionalização tem sobrecarregado ao gestor de tal maneira numa corrida

sem volta. O resultado é cada vez mais uma sociedade exigente, onde se

tornam ainda gestor dos conflitos alheios e vitimas de seus próprios conflitos.

TRABALHO GERENCIAL

MEDIDAS

CONSIDERAÇÕES

Eficiência

É utilizar produtivamente os recursos, indica a

competência para se produzir resultados com

dispêndio mínimo de recursos e esforços.

Eficácia

É a capacidade de realizar objetivos, remete à

capacidade de alcançar as metas definidas para uma

ação ou experimento.

Efetividade

É realizar a coisa certa para transformar a situação

existente. Diz respeito à capacidade de se promover

resultados pretendidos.

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CONCLUSÃO

As demarcações imposta ao segmento gestor educacional têm

pressionado a categoria a rever seus conceitos, teorias, posturas e próprio

conhecimento adquirido no exercício profissional e isso têm colocado frente às

perspectivas de mudanças, das quais vem ocorrendo no sistema educacional.

O mundo do trabalho exige profissionais que possuem identidades

marcantes e que além da qualificação acadêmica, tenham habilidades em

resolver problemas de maneira eficaz e imediata, capacidade de tomar

decisões, habilidade humanas e saibam conviver em grupo.

O Planejamento é um processo gerencial de grande importância dentro

das instituições de todos os portes e setores. Um bom planejamento impulsiona

na direção correta, auxiliando para que possa antecipar-se às ameaças e fazer

um diagnóstico de oportunidades e melhorias.

Planejar é pensar sobre aquilo que existe, sobre o que se quer

alcançar, com que meios se pretende agir. (OLIVEIRA. 2007. p.21).

Diante desse questionamento é importante considerar que o

planejamento educacional é um instrumento orientador de todo o processo

educativo, pois constitui e determina as grandes necessidades, indica as

prioridades básicas, ordena e determina todos os recursos e meios necessários

para atingir as grandes finalidades da educação.

Realizar planejamento é refletir sobre os desafios da realidade da

escola e da sala de aula, perceber as necessidades, re-significar o trabalho,

buscar formas de enfrentamento e comprometer-se com a transformação da

prática. Se isto vai para um plano escrito depois, é um detalhe!

(VASCONCELLOS, 2000. p. 59).

É fundamental quebrar o paradigma de que o planejamento é um ato

simplesmente técnico. Este não pode ser visto como uma obrigação, algo que

é exigido apenas por burocracia, mas como um eixo norteador na busca da

autonomia, na tomada de decisões, nas resoluções de problemas e nas

escolhas dos caminhos a serem percorridos.

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