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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS- GRADUAÇÃO “LATO-SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE CONFORTO AMBIENTAL EM SALA DE AULA UM FACILITADOR NA APRENDIZAGEM Por: Deonilde Agostinha de Sousa Dantas Orientador Ms. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS- GRADUAÇÃO “LATO-SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

CONFORTO AMBIENTAL EM SALA DE AULA

UM FACILITADOR NA APRENDIZAGEM

Por: Deonilde Agostinha de Sousa Dantas

Orientador

Ms. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

CONFORTO AMBIENTAL EM SALA DE AULA

UM FACILITADOR NA APRENDIZAGEM

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como condição prévia para a conclusão do curso de

Pós-Graduação “Lato Sensu” em Docência do Ensino

Superior.

Por.: Deonilde Agostinha de Sousa Dantas

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AGRADECIMENTOS

Neste instante, muitos nomes emergem em minha mente, pois a cada um deles devo parte deste trabalho. Agradeço, primeiramente a Deus, por me dar a oportunidade de nascer. Á meus pais, por tornarem isso possível, com tanto amor. Á minha família, em especial meu marido e meus filhos, por tornar minha vida feliz. A todos os “tios”, “tias”, professores e mestres que, ao me verem desviando do caminho, me pegaram pela mão e me mostraram o retorno.

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a todos aqueles que, de uma forma ou de outra, lutam pela melhoria da Educação de nossos jovens.

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RESUMO O presente trabalho aborda o conforto ambiental em salas de aula expositivas,

um tema que achamos relevante ser abordado, pois afeta diretamente o desempenho

dos alunos e professores no processo educativo.

Iniciamos demostrando a importância da universidade na sociedade, visto que

é a instituição que mais tem influência na aceleração do desenvolvimento de um país,

devido as suas pesquisas futuristas. Quando tratarmos de projetos de construções

adaptadas ao homem, devemos levar em consideração a parte afetiva do homem, pois

tudo o que ele cria é para o seu bem estar físico e emocional. O conforto ambiental

associado a ergonomia nasceram da preocupação do homem com relação a seu bem

estar e isto está ligado à evolução da humanidade. O conforto ambiental é uma

característica apresentada pela edificação. No caso das salas de aula é muito

importante, pois as edificações escolares devem ser dotadas de condições adequadas,

a nível de instalações e mobiliário, de modo que possam garantir o bem estar do

educando, pois não só os processos pedagógicos interferirão no processo ensino-

aprendizagem. O meio tem fator determinante nesse processo. Portanto, condições

ambientais adequadas em sala de aula (espaço físico, iluminação, temperatura, ruído,

mobiliário, cores) são imprescindíveis para absorção das informações e alta

produtividade. A arquitetura escolar deverá ser vista com muita responsabilidade,

pois os espaços físicos, principalmente das salas de aula, devem atender as condições

ambientais de conforto e bem estar, estimular os sentidos e despertar a criatividade.

Quando trabalhamos com escolas que não oferecem essas condições ideais do

ambiente construído, temos o nível de aprendizado comprometido, além de, muitas

vezes, danos à saúde física e mental. Por fim, mostramos, através de fotos e

comentários, algumas salas consideradas ideais, a nível de conforto ambiental no

Brasil e no mundo.

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METODOLOGIA

A metodologia de trabalho é baseada em pesquisas bibliográficas

fundamentalmente desenvolvida através de material já elaborado. Será fundamentada

em artigos, livros e normas técnicas vigentes.

Neste trabalho procuramos abordar os principais fatores (espaço, iluminação,

temperatura, ruído, mobiliário, cores) que interferem no conforto ambiental em salas

de aula expositivas, por considerarmos que é neste ambiente onde os alunos e

professores passam a maior parte do seu tempo na escola. No entanto, isto não quer

dizer que outros ambientes das unidades escolares devam ser negligenciados, ou até

mesmo esquecidos pelos responsáveis dos projetos, pois todos necessitam ser

confortáveis e adequados ao processo de trabalho.

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

As Universidades 10

CAPÍTULO II

O Homem 13

CAPÍTULO III

Conforto Ambiental e Ergonomia 16

CAPÍTULO IV

Arquitetura Escolar e Salas de Aula 20

CAPÍTULO V

Salas de Aula Ideais 48

CONCLUSÃO 52

BIBLIOGRAFIA 53

ÍNDICE 55

FOLHA DE AVALIAÇÃO 57

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INTRODUÇÃO A escola é um processo de transformação da sociedade, pois fornece ao

indivíduo instrumentos para construir sua própria cidadania, com vistas a promoção

da saúde e qualidade de vida.

As pessoas passam cerca de 20% de suas vidas em salas de aula (países

desenvolvidos), daí a preocupação do conforto ambiental como contribuição para o

processo ensino- aprendizagem, melhorando as condições e organização do trabalho,

pois “...projetos inadequados de salas de aula influem no desempenho e rendimento

de professores e alunos.” (CASAS, 1999, p.15)

O ensino-aprendizagem é um processo gradual que se apóia em conceitos já

aprendidos para construir outros. Isto evidencia que cada indivíduo possui diferentes

formas para desenvolver a aprendizagem, uma vez que as experiências prévias são

diferentes, sendo necessário desenvolver métodos que se adaptem as suas

características.

Essa transmissão de conhecimentos será maior quanto melhor for as

condições do meio, quanto ao espaço físico e as condições ambientais (iluminação,

temperatura, ruído, mobiliário, cores), pois o bem estar eleva a capacidade perceptora

das pessoas, permitindo a elas maior absorção de informações e alta produtividade.

O objetivo desta monografia não é fazer um manual sobre parâmetros e

Normas Técnicas de conforto ambiental, e sim dar uma pequena contribuição teórica

sobre o assunto. É, antes de tudo, uma reflexão, um alerta para a falta de conforto

ambiental em salas de aula, tanto em escolas como principalmente em universidades,

onde, muitas vezes os prédios não foram construídos para esse fim, e o que isso pode

acarretar na saúde e no ensino-aprendizagem de nossos alunos, pois o ambiente

torna-se inadequado a um aprendizado de “excelência”.

Para evoluirmos enquanto grupo, será necessário que a Educação

ocupe cada vez mais espaço na sociedade do futuro.

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“ESTAR A FRENTE

Você já reparou como entre

tantas pessoas que fazem

exatamente a mesma coisa

sempre existem aquelas que

encontram uma maneira

de fazer melhor?

Gente que supera.

Gente que insiste, persiste,

que acredita tanto nas suas

idéias que não descansa

enquanto não consegue

colocá-las em pé.

Esse tipo de gente que você

Reconhece de longe.

Porque está a frente,

servindo de exemplo,

servindo de referência para

todos aqueles que vêm depois.

São pessoas assim que movem o mundo e

Ampliam os horizontes.

São pessoas assim que fazem as coisas

Acontecerem.”

(SERRANO)

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CAPÍTULO I As Universidades

“...estou semeando as sementes da minha mais alta esperança. Não busco discípulos para comunicar-lhes saberes. Os saberes estão soltos por aí, para quem quiser. Busco discípulos para neles plantar minhas esperanças.”

Rubem Alves (1980)

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A importância da Universidade na Sociedade

A evolução tecnológica e as rápidas mudanças que ocorrem em todos os

segmentos, atingem principalmente o ensino, que é a base de todo o conhecimento

evolutivo. E quando se trata de nível superior e pós-graduação, que são os centros

irradiadores do conhecimento, esta mudança é mais evidente ainda.

A universidade, como instituição formadora de geradores de conhecimento,

mantém a determinação de constituir-se como um espaço de independência e

autonomia, propício as investigações, experimentação, criação e inovação nas

diferentes áreas do conhecimento. Um espaço onde o entusiasmo das novas gerações

se mesclam com as experiências acumuladas dos mais vividos para originar novas

formas de saber que contribuirão para expandir as fronteiras do progresso social.

TUBINO (1980) diz que:

“... a Universidade deverá sempre estar voltada para o

futuro, pois ela lança um produto para uma Sociedade que se

transforma a cada momento. Em outras palavras, está

implícita nas funções atuais da Universidade, a necessidade

de uma preparação para as mudanças da Sociedade na qual

está inserida.” ( p.24)

Diante disto, existe a preocupação de acompanhar esta evolução para manter e

buscar cada vez mais a qualidade exigida pelo cliente (aluno), pois a Universidade é

logicamente a instituição que mais tem condições adequadas para atingir os objetivos

dentro da política de desenvolvimento do País. É aí que estão TRAMONTINI E

BRAGA (1988), oitenta por cento da pesquisa nacional passa pela Universidade

brasileira, o que significa que a ciência e a tecnologia estão aí encontrando o seu

“habitat” natural. TUBINO (1980) também é do mesmo parecer ao dizer que as

atividades de pesquisa da Universidade têm uma influência decisiva na aceleração do

desenvolvimento.

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A premissa de que a miséria é também uma decorrência da ignorância,

fortalece mais ainda a tese de que a educação é o principal instrumento para a

correção dos desníveis sociais existentes, tendo, nesse contexto a Universidade como

ponto de apoio decisivo para romper o círculo do subdesenvolvimento.

Porém, para que possamos ter um ensino-aprendizagem de “excelência” torna-

se necessário criar condições ambientais adequadas, pois nada é tão importante ser

incansavelmente discutido quanto o bem-estar do ser humano em seu ambiente de

trabalho, no caso, o de ensino. O espaço físico deve ser encarado como um espaço

onde possa haver qualidade no seu principal produto – O ENSINO – ao seu principal

cliente – O ALUNO.

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CAPÍTULO II

O Homem

“Há os que se queixam do vento, os que esperam que ele mude e os que procuram ajustar as velas”

(William George Ward-Séc. XIX)

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2.1 – O HOMEM COMO UNIDADE DE MEDIDA

“Tudo o que o homem cria é destinado a seu uso pessoal” (NEUFERT,

1976,p.18). As dimensões do que fabricam devem, por isso, estar intimamente

relacionadas com a de seu corpo. Assim, escolheram-se durante muito tempo os

membros do corpo humano para unidade de medida. A adoção do metro acabou com

todas essas unidades e hoje temos que comparar a nova unidade com nosso corpo

para obtermos uma noção viva das dimensões.

Todos os que projetam devem conhecer a razão por que se adotam certas

medidas que parecem escolhidas ao acaso. Devem saber a relação entre os membros

de um homem normal e qual é o espaço que necessita para se deslocar, trabalhar,

estudar, descansar, etc, em várias posições. Devem também conhecer o tamanho dos

objetos e utensílios usados, as dimensões convenientes dos móveis, o espaço

necessário entre os mesmos, a melhor colocação para que não haja desperdício de

espaço e ele possa trabalhar ou estudar com gosto e eficiência ou repouse

convenientemente; deve conhecer, também, os espaços mínimos que o homem pode

utilizar para o desempenho de sua tarefa.

Tudo isso é importantíssimo, pois o homem, segundo NEUFERT:

“... não é apenas um corpo vivo que ocupa e utiliza um

espaço: a parte afetiva não tem menos importância, pois seja

qual for o critério ao dimensionar, pintar, iluminar ou

mobiliar um local, é fundamental considerar a “emoção”

que cria em quem o ocupa.” (1976, p.18)

Partindo das considerações anteriores, verificamos o quanto é importante o

conhecimento dos princípios básicos para o projeto de construções, adaptadas ao

homem.

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2.2 – O HOMEM E A HABITAÇÃO

A habitação abriga o homem dos excessos atmosféricos e proporciona-lhe um

ambiente agradável e, portanto, favorável a sua capacidade de trabalho.

Para isso, são condições fundamentais: atmosfera constantemente renovada,

sem correntes prejudiciais e ricas em oxigênio; temperatura agradável; estado

higrométrico conveniente; iluminação suficiente. Tudo isto depende não só das

condições topográficas do local, mas também da orientação e construção dos

edifícios.

“Processos de construção com boas condições de isolamento

térmico, com suficientes superfícies de iluminação

corretamente localizadas e de acordo com o mobiliário,

ventilação sem correntes e aquecimento eficiente, constituem

as condições fundamentais para o bem estar constante numa

habitação.” (NEUFERT, 1976, p.24)

Tudo isso nos leva a ver o quanto é importante a consideração desses fatores na

hora do projeto e da construção das edificações, e o quanto isso tem influência no

bem estar do ser humano.

O espaço arquitetural é a concretização do espaço existencial, podendo ser

considerado em três níveis: o nível simbólico, funcional e tecnológico. O nível

simbólico é relativo ao universo das percepções, emoções e desejos, sentimentos que

impulsionam o homem a agir e criar locais para suas ações dando significância aos

espaços. A questão envolvida é: “Para que é isto?”. O nível funcional refere-se à

ordenação das coisas no espaço para o desenvolvimento de atividade na vida diária.

Aqui a questão é: “Como fazer isto funcionar?”. Já o nível tecnológico abarca o

conhecimento técnico e o saber fazer, para criar lugares funcionais e significativos. A

indagação que sintetiza este nível é: “Como fazer isto?”. Quando os níveis não estão

adequadamente balanceados, podem surgir conflitos entre os objetos arquiteturais e

seus usuários.

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CAPÍTULO III Conforto Ambiental e Ergonomia

“O bem estar faz bem ao corpo e ao espírito”.

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3.1 – CONCEITOS

a ) Conforto Ambiental

O conceito de Conforto Ambiental em Arquitetura e Urbanismo está ligado a

questão básica de se proporcionar aos assentamentos humanos as condições

necessárias de habitabilidade, utilizando-se racionalmente os recursos disponíveis.

Trata-se de fazer com que o produto arquitetônico corresponda – conceitual e

fisicamente – as necessidades condicionantes do meio ambiente natural, além do

social, cultural e econômico de cada sociedade.

Segundo o Dicionário Aurélio (Séc. XXI), conforto é “bem estar material,

comodidade” e ambiente “o espaço arquitetonicamente organizado e animado, que

constitui um meio físico e, ao mesmo tempo, meio estético, ou psicológico,

especialmente preparado para o exercício de atividades humanas.”

b ) Ergonomia

Palavra de origem grega “ERGO” (que significa trabalho) e “NOMOS” (que

significa regras). Ergonomia é o “estudo entre o homem e o seu trabalho,

equipamentos e meio ambiente.” (SERRANO, p.6)

Ou ainda, segundo outro autor:

“O conjunto dos conhecimentos científicos relativos ao

homem e necessários para a concepção de ferramentas,

máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o

máximo de conforto, segurança e eficácia.”

(WISNER,1987,p.12)

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O objetivo final da Ergonomia é a adaptação do trabalho ao homem,

envolvendo não apenas máquinas e equipamentos, mas também o ambiente físico

como um todo.

Podemos aplicar um estudo ergonômico no lar, no transporte, no lazer,

na escola, ou seja, qualquer lugar. No ambiente de ensino, a ergonomia preocupa-se

em contribuir para o processo ensino-aprendizagem, melhorando as condições e a

organização do trabalho em sala de aula. Neste caso podemos considerar tanto o

aluno como o professor como agentes do trabalho.

Alguns autores definem a Ergonomia como a Ciência do Conforto.

c ) Considerações entre Conforto Ambiental e Ergonomia

A preocupação do homem com relação a seu bem estar e conforto é

diretamente proporcional à evolução da humanidade, ou seja, quanto mais evoluídas

se tornarem as pessoas, mais exigentes ficam com relação ao seu conforto e bem

estar.

Considerando-se que a busca da dimensão humana constitui-se objetivo da

Arquitetura quanto da Ergonomia, recomendamos o incremento do estudo do objeto

arquitetural nas análises ergonômicas, assim como dos elementos de ergonomia na

prática projetual arquitetônica, e achamos que isso deve ser aplicado nos ambientes

de ensino para que possamos ter projetos confortáveis e saudáveis.

3.2 – AMBIENTES DE ENSINO

Quando tratamos da arquitetura, o conforto do espaço onde se convive e todas

as condições térmicas, lumínicas e acústicas causam variações climáticas de diversas

formas, influenciando no bem estar das pessoas, quer estejam elas em ambientes

residenciais, comerciais, escolares ou outros, portanto, o estudo desses fatores, entre

outros, são de suma importância para conseguirmos uma edificação com perfeitas

condições de conforto para os futuros usuários que venham a utilizá-la.

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No Brasil, em geral, constata-se uma carência de preocupação com a

qualidade de conforto ambiental em projetos arquitetônicos, principalmente nos de

baixa renda.

Observando algumas edificações escolares, percebemos a presença de

deficiência nas condições básicas do sistema construtivo e desconforto, onde o

ambiente não atende a requisitos pré-fixados pelas Normas Técnicas vigentes.

O conforto ambiental em salas de aula é imprescindível, já que nelas

passamos grande parte de nossas vidas em salas de aula e o processo da transmissão

de conhecimentos, na maior parte das vezes, continua de forma tradicional-aulas

expositivo-dialogadas, práticas, em grupo. Logo, essa transmissão será maior quanto

melhor for as condições do meio.

“as pessoas, além de saber que sabem e de utilizar seus

conhecimentos para sua inserção no ambiente, também

sabem que esta capacidade de saber depende de sua

integridade biológica, de sua saúde física e mental”.

(SILVA, 1988, p.73)

A escola deve ser dotada de condições adequadas, a nível de instalações e

mobiliário, que possam garantir o bem estar do educando de forma que ele esteja

apto a assimilar e aplicar os conhecimentos e técnicas que lhe são fornecidos.

Observamos, portanto, que não só os recursos pedagógicos determinarão o êxito do

processo educacional, pois os fatores físico-ambientais (espaço, iluminação,

temperatura, ruído, cores) interferirão no processo educativo caso estejam ou não

adequados aos fatores humanos.

“Não existem mensagens sensoriais eficazes sem um

ambiente luminoso e acústico adequado, nem ação sobre os

comandos de máquinas se a temperatura está muito elevada,

nem permanência em um local onde o ar não é respirável”.

(WISNER, 1987, p.86)

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CAPÍTULO IV Arquitetura Escolar e Salas de Aula

“Ensinar é criar as condições para que as pessoas aprendam e o ambiente tem fator determinante nesse processo.”

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4.1 – ARQUITETURA ESCOLAR

A arquitetura escolar, como campo específico de estudo, mereceu destaque

com as transformações ocorridas na pedagogia e nas ciências humanas em geral, e

teve várias experiências concretizadas com o advento da Arquitetura Moderna. Esse

movimento propôs a substituição do formalismo didático por uma escola ativa, onde

o espaço físico é parte integrante do processo pedagógico.

Foi grande o esforço dos projetistas e arquitetos, tanto na Europa do pós-

guerra, quanto nos países em desenvolvimento, para estabelecer uma racionalização

projetiva e construtiva que permitisse realizar as metas das políticas educacionais

suprindo as demandas com qualidade e baixo custo, num curto espaço de tempo.

No Brasil, a partir da década de 30, a coincidência histórica entre o

fortalecimento do Estado e o apogeu da Arquitetura Moderna fez incrementar

sobretudo as realizações governamentais nesse campo; cria-se o Ministério da

Educação e Saúde. Na década de 70 destaca-se o trabalho do Centro Brasileiro de

Construções e Equipamentos Escolares (CEBRACE), depois chamado Centro de

Desenvolvimento e Apoio Técnico à Educação (CEDATE).

Atualmente grandes mudanças vêm ocorrendo no país e no mundo, advindas

sobretudo do estabelecimento de uma nova ordem geopolítica e de grandes

transformações nos meios de comunicação, transmissão de dados e informações.

Nesse contexto a figura tradicional do professor depositário do conhecimento, tendo

os alunos como platéia passiva no ambiente de uma sala de aula convencional

programada para aulas expositivas, está mudando rapidamente. A perspectiva de

atuação do profissional do futuro é a de um indivíduo capaz de interagir com o

grupo, pois o mercado buscará cada vez mais, profissionais capazes de atuar em

equipe e preocupados com a qualidade e a escola desempenhará papel fundamental

na formação deste indivíduo participativo e cooperativo.

Surge uma nova sala de aula. Muda a figura do professor tradicional, aparece

em seu lugar o professor facilitador da busca de informações e ao mesmo tempo

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agente motivador das ações. O aluno deverá encontrar na escola o espaço para

descoberta de si mesmo e do mundo, aprendendo a trabalhar, compartilhar e vencer

desafios.

Assim, torna-se necessário repensar os espaços físicos das escolas em geral,

principalmente das salas de aula.

“A arquitetura da escola deverá permitir flexibilidade para

absorver mudanças físicas e transformações. Espaços

abertos e generosos, que não interponham dificuldades à

organização de grupos de trabalho e permitam a utilização

de equipamentos de áudio, vídeo e computação.”

(Manual IBAM, 1996)

Deve-se, também, estar atentos para que esses espaços atendam as condições

ambientais de conforto e bem estar, através da análise das propriedades de conforto

térmico, acústico, lumínico e ergonômico, pois muitos prédios, principalmente os

adaptados para à função de escolas, não observam estes requisitos e já está mais do

que fundamentado que o conforto ambiental é um valioso aliado no processo ensino-

aprendizagem.

A nossa realidade impede que façamos a modificação da escola no mesmo

ritmo dos acontecimentos, principalmente as da rede pública de ensino. Além disso,

os edifícios tendem a durar mais que os processos que lhe dão origem. Contudo, há

que se assumir uma postura que permita projetar os edifícios escolares para que eles

possam absorver o que está acontecendo e o que está por vir.

4.2 – SALAS DE AULA

A interação direta professor-aluno se dá em sala de aula e é nela que devemos

concentrar a nossa atenção, por ser o espaço onde todo dia o professor tem sua

prática, seleciona conteúdo, passa suas convicções pessoais, transmite e recebe afetos

e valores.

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Embora consideremos que todos os ambientes de uma unidade escolar

necessitem ser confortáveis e adequados ao processo de trabalho, nos ateremos aqui,

as salas de aula expositivas, onde os alunos e professores passam a maior parte do

seu tempo.

A caracterização e o dimensionamento dos ambientes consideram o estudo da

relação entre os usuários, as atividades desenvolvidas, o mobiliário e o equipamento

necessário as diferentes funções do edifício escolar, como também as condições de

conforto que propiciem bem-estar coletivo e que contribuam para o bom desempenho

das funções.

4.2.1 – ESPAÇO FÍSICO

O espaço deve estimular os sentidos e despertar a criatividade. As variadas

funções dos ambientes, devem promover encontros, convivência, recreações ou

permitir a troca de conhecimento e concentração. A flexibilidade de uso dos espaços

deve ser garantida com um bom dimensionamento e condições ambientais que

permitam a mudança do uso com o mínimo de troca de equipamento. Essas

qualidades devem ser evidenciadas na ordenação dos espaços e nortear o projeto.

a ) Parâmetros Espaço Físico

Os parâmetros quanto ao espaço físico das salas de aula, foram baseados no

“MANUAL PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE EDIFÍCIOS

ESCOLARES NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO (1996)”

• Área mínima por usuário 1,30 m2

• Largura mínima 5,00 m

• Comprimento máximo 8,50 m

• Vão-livre portas mínimo 0,90 m (c/visor)

• Pé-direito mínimo 3,00 m

• Ventilação mínima 1/8 da área do piso

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• Iluminação mínima 1/4 da área do piso

• Nível de iluminamento mínimo 300 lux

• Laje ou forro obrigatório

• Ventilação cruzada obrigatória

• Paredes semi-permeáveis e claras

• Piso lavável e anti-derrapante

• Carga incidental prevista 300Kgf/m2

b ) Lay outs

No ambiente onde ocorrerão as aulas expositivas, o arranjo tradicional voltado

para um plano vertical, onde ficam o quadro de giz e a mesa do professor, pode

variar conforme a atividade didática a ser desenvolvida. O dimensionamento, a forma

da sala e o mobiliário corretos podem ampliar as alternativas de uso desse espaço.

Fonte: Manual para Elaboração de Projetos de Edifícios Escolares na Cidade

do Rio de Janeiro (1996)

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O tipo de mobiliário (mesa/cadeira, cadeiras com pranchetas acopladas, mesa do

professor, armários para guarda de material pedagógico) etc, os espaços de acesso e

trabalho necessários, definem o padrão de dimensionamento. Devem também ser

previstos locais para guarda de material pedagógico nas carteiras ou cadeiras.

Fonte: Manual para Elaboração de Projetos de Edifícios Escolares na Cidade

do Rio de Janeiro (1996)

c ) Visibilidade e Acústica

Os parâmetros de visibilidade e acústica também condicionam o tamanho e a

forma da sala.

Por exemplo, para uma turma de 44 alunos, temos:

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Fonte: Manual para Elaboração de Projetos de Edifícios Escolares na Cidade

do Rio de Janeiro (1996)

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d ) Detalhes Ergonômicos

Outros parâmetros que não podem jamais ser negligenciados em um projeto de

salas de aula são os detalhes ergonômicos, pois são eles que nos dão o conforto

necessário a nosso bem estar.

Fonte: Manual para Elaboração de Projetos de Edifícios Escolares na Cidade

do Rio de Janeiro (1996)

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Fonte: Manual para Elaboração de Projetos de Edifícios Escolares na Cidade

do Rio de Janeiro (1996)

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4.2.2 – CONDIÇÕES AMBIENTAIS

a) Ambiente Lumínico

Na sociedade moderna as pessoas passam a maior parte do tempo em

ambientes iluminados parcialmente por aberturas, mas predominantemente

iluminado artificialmente, seja ambientes de trabalho ou não. Garantir a iluminação

adequada dos ambientes é uma das principais responsabilidades dos projetistas, pois

boa iluminação aumenta a produtividade e gera um ambiente mais prazeroso.

Luz ou radiação visível é a energia em forma de ondas eletromagnéticas

capazes de excitar o sistema humano olho-cérebro, produzindo diretamente uma

sensação visual. Nosso sistema não somente percebe a radiação dentro de uma faixa,

mas também é capaz de descriminar diferentes comprimentos de onda para produzir

a sensação da cor.

Segundo LAMBERTS (1997), conforto visual é entendido como a existência

de um conjunto de condições, num determinado ambiente, no qual o ser humano

desenvolve suas tarefas com o máximo de acuidade visual (medida da habilidade do

olho humano em discernir detalhes) e precisão visual.

No início deste século foram recomendadas de modo geral, em salas de aula,

iluminação entre 50 e 100 lux, mas a intensidade de iluminação foi aumentada cada

vez mais, a ponto de estarem hoje comumente entre 500 e 1000 lux. Segundo

GRANDJEAN (1998):

“O olho humano é sensível a uma ampla gama de

intensidadse luminosas, que vão desde alguns lux em uma

sala escura à 100.000 lux ao ar livre, no sol do meio dia. As

intensidades luminosas ao ar livre variam durante o dia de

2.000 à 100.000 lux; à noite são comuns 50 a 500 lux de

iluminação artificial (...) Para desempenhos visuais e para o

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conforto visual, as seguintes condições são de importância

decisiva:

• intensidade de iluminação

• uniformidade local das densidades luminosas

• uniformidade temporal da luz

• arranjo isento de ofuscamento das luminárias

As exigências da fisiologia para estas 4 condições são

válidas tanto para a iluminação artificial quanto para a luz

natural”. (p.217- 223)

Blanchewell (apud Grandjean 1998) desenvolveu testes óticos, que levam em

conta o tipo da iluminação, o tamanho e os contrastes do objeto a ser visto, bem

como a velocidade de percepção. Os resultados viraram a base das normas dos

Estados Unidos da América. Hoje as normas americanas recomendam valores de

intensidade de iluminação bem maiores que as orientações européias

correspondentes. Por exemplo, as normas americanas recomendam para atividades de

contabilidade, trabalho de escritório uma luminosidade de 1600 lux, enquanto que a

Alemanha, para a mesma atividade recomenda 500 lux.

Mas GRANDJEAN (1998) afirma também que a iluminação muito alta é

incoveniente, visto que iluminação de 1000 lux aumenta o risco de reflexos

perturbadores, de sombras pronunciadas ou outros contrastes exagerados, sendo que

em contrapartida a má iluminação causa fadiga e estresse.

O mesmo autor relaciona a palavra fadiga com uma capacidade de produção

diminuída e uma perda de motivação para qualquer atividade física e mental.

Segundo ele, encontramos diversas formas de fadiga, entre elas a fadiga gerada pela

exigência do aparelho visual (fadiga visual), a fadiga do trabalho mental (fadiga

mental) e, por fim, a fadiga gerada pela monotonia do trabalho e meio ambiente.

Também GRANDJEAN (1998) diz que:

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“Estresse é a reação do organismo a uma situação

ameaçadora. Os estressores (ou agentes estressantes) são as

causas externas, enquanto que o estresse é a resposta do

corpo humano aos estressores”. (p.163)

Pelas pesquisas realizadas, o autor conclui que uma das condições estressantes

é o ambiente físico; “ruído, insuficiência de iluminação, clima inadequado ou salas

muito pequenas de trabalho podem ser um fator de estresse” (p.166) e que, em

todas as espécies de trabalho com os olhos, evidentemente pode-se chegar à fadiga

generalizada. É claro que isto leva a prejuízos no aprendizado do estudante, causando

uma excessiva sobrecarga visual, com sintomas relativamente graves quando a

iluminação é insuficiente.

Experiências indicam que existe redução da fadiga visual quando há aumento

de intensidade de iluminação. Uma pesquisa feita por GRANDJEAN (1998) concluiu

que em escritórios de salas amplas e iluminação de 1000 ou mais lux, as queixas

sobre problemas visuais eram mais comuns do que nos escritórios com intensidade

de iluminação entre 250 e 800 lux. Desta pesquisa foi concluído que os melhores

resultados foram obtidos nos escritórios com iluminação entre 400 e 850 lux.

GRANDJEAN (1998) sugere, como recomendação, que a intensidade de

iluminação para ler, escrever, trabalhos de contabilidade, laboratórios de pesquisa,

montagem de aparelhos delicados, seja de 500 a 700 lux. E quando houver

necessidade de iluminação muito alta, recomenda-se luminárias de trabalho

individual que evita reflexos e sombras.

Para a iluminação de salas de aula nos basearemos na NR 17 – Ergonomia (Lei

6.514 de 1997) e na NBR 5413 – Iluminância de Interiores da Associação Brasileira

de Normas Técnicas (ABNT) – 1992.

Conforme determinação da NR 17, nos locais de trabalho onde são executadas

atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, são recomendadas

as seguintes condições de conforto: (NR 17-item 17.5.3)

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“17.5.3 – Em todos os locais de trabalho deve haver

iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou

suplementar, apropriada à natureza da atividade.

17.5.3.1 – A iluminação geral deve ser uniformemente

distribuída e difusa.

17.5.3.2 – A iluminação geral ou suplementar deve ser

projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento,

reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.

17.5.3.3 – Os níveis de iluminamento a serem observados nos

locais de trabalho são os valores de iluminância

estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira registrada no

INMETRO.”

A norma NBR 5413 (1992), no seu subitem 5.3.13 nos dá a iluminância em

lux, por tipo de atividade. No caso de escolas, temos:

“- salas de aula 200 – 300 – 500

- quadros negros 300 – 500 – 750”

O valor mais baixo, das três iluminâncias pode ser usado em atividades onde a

velocidade e/ou precisão não são importante ou a tarefa é executada ocasionalmente.

O valor alto deve ser usado quando o trabalho visual é crítico, alta produtividade são

de grande importância, erros são de difícil correção. O valor médio pode ser utilizado

em todos os casos.

b) Ambiente Térmico

Conforto térmico é, segundo LAMBERTS (1997) um estado de espírito que

reflete a satisfação com o ambiente térmico que envolve a pessoa. Se o balanço de

todas as trocas de calor a que está submetido o corpo humano for nulo e a

temperatura da pele e suor estiverem dentro de certos limites, pode-se dizer que o

homem sente conforto térmico.

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Segundo ITARREGUI (1978), a temperatura, umidade relativa e velocidade

do ar, são três conceitos que estão intimamente ligados entre si e a influência de um

deles sobre o bem estar das pessoas não podem ser considerados sem levar em conta

os outros dois. O mesmo autor ainda diz que no processo de transpiração, a umidade

relativa influi na facilidade ou dificuldade de evaporação do suor, da mesma maneira

que a velocidade do ar próxima ao corpo, permitindo a substituição do ar saturado,

por outro de umidade relativa mais baixa.

Além destas variáveis, a atividade desenvolvida pelo homem e a vestimenta

que ele usa também interagem na sensação de conforto térmico do trabalhador em

seu ambiente de trabalho.

Conforme determinação da NR 17, nos locais de trabalho onde são

executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constante, são

recomendáveis as seguintes condições de conforto: (NR 17, ítem 17.5.2, Lei 6.514 de

1997)

• “Índices de temperatura efetiva entre 20 e 23 ºC

• Velocidade do ar não superior a 0,75 metros por segundo

• Umidade relativa do ar não inferior a 40%”

A temperatura é um fator de significativa importância no ambiente de estudo e

trabalho, pois influenciam o desempenho de atividades intelectuais.

Segundo LAVILLE (1977), durante o trabalho físico no calor constata-se que a

capacidade muscular se reduz, o rendimento decai e a atividade mental se altera,

apresentando perturbações da coordenação sensório-motora.

Nos ambientes de estudo, perturbações no conforto térmico são acompanhadas

de alterações funcionais, que atingem todo o organismo. Quando o aluno, em sala de

aula, estiver sujeito a um calor excessivo, isto leva ao cansaço mais rapidamente,

provocando ainda uma sonolência, que reduz a atenção e consequentemente o

entendimento das explicações dadas pelo professor.Da mesma forma quando muito

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frio, entra em ação uma necessidade de aumento de atividades, que desvia a atenção

e principalmente a concentração para o trabalho intelectual.

“A garantia de um clima confortável no ambiente é um pré-

requisito necessário para a manutenção do bem estar e para

a capacidade de produção total. (...) Para uma pessoa

vestida e em repouso, a temperatura deverá estar entre 20 e

23ºC no inverno na maioria das vezes.(...) A faixa de

temperatura nas quais as pessoas se sentem bem é

individualmente diferente; (...) usa-se cada vez mais avaliar

realmente o que a pessoa sente, isto é, suas sensações

subjetivas, para avaliar o conforto.”

(GRANDJEAN, 1998, p.294-295)

Em sua pesquisa GRANDJEAN (1998) conclui que a temperatura para pessoas

sentadas e trabalho mental no inverno deve ser de 21ºC. No verão as temperaturas

entre 20 e 24ºC são percebidas como agradáveis. A umidade relativa do ar não deve

cair abaixo de 30% no inverno, e no verão deve oscilar entre 40 e 60% o que

normalmente é percebido como agradável e o movimento do ar livre não deveria

ultrapassar a velocidade de 0,2 metros por segundo.

Outro fator a ser examinado, que influencia o conforto térmico e a sensação de

bem estar, é a ventilação dos ambientes onde as pessoas desenvolvem suas atividades

intelectuais. Uma forma de controlar a temperatura é produzir uma ventilação

condizente com a temperatura interna do local de trabalho, planejando as aberturas e

a ventilação artificial. Nos casos em que a temperatura estiver acima dos 29ºC, a

ventilação não produzirá mais efeito refrescante, mas apenas estará movimentando o

ar quente.

MACINTYRE (1990) afirma que a ventilação consegue reduzir as

temperaturas dos locais de trabalho a níveis suportáveis e até mesmo a condições de

relativo conforto ambiental. Numa acepção ampla, ventilar significa deslocar o ar.

Na prática, o deslocamento de ar tem como finalidade a retirada ou o fornecimento

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de ar a um ambiente, ou seja, a renovação do ar do mesmo. Essa renovação tem

como fim primordial a obtenção, no interior de um recinto fechado, de ar com um

grau de pureza e velocidade de escoamento compatíveis com as exigências

fisiológicas para a saúde e o bem estar humano, e uma adequada distribuição do

mesmo local. A renovação, consegue, além disso, controlar, dentro de certos limites,

a temperatura e a umidade ambiente. O mesmo autor diz, ainda, que o movimento do

ar alivia a sensação de calor, e que, em locais onde a temperatura varia de 21 a 24ºC,

um deslocamento de ar com 12 metros por minuto provoca uma sensação refrescante,

confortável, desde que as pessoas estejam realizando atividades fracas.

Para salas de aula, é recomendável uma vazão de ar para ventilação de 50m3

por pessoa por hora, sendo o mínimo de 40 m3 por pessoa por hora e a temperatura

de salas recomendada para trabalho mental sentado é de 21º C.

EFEITOS DOS DESVIOS DE TEMPERATURA AMBIENTAL CONFORTÁVEL

20ºC 1. Temperatura confortável. Capacidade de produção total.

2. Desconforto, irritabilidade

aumentada, falta de concentração,

queda de capacidade para trabalhos

mentais.

Perturbações psíquicas.

3. Aumento das falhas de trabalho,

queda de produção para trabalhos de

destreza, aumento de acidentes.

Perturbações psicológicas e

fisiológicas.

4. Queda de produção para trabalhos

pesados, perturbações do equilíbrio

eletrolítico, fortes perturbações do

coração e circulação, forte fadiga e

ameaça de esgotamento.

Perturbações fisiológicas.

35-40ºC Limite máximo de temperatura suportável.

Fonte: Grandjean (1998)

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c) Ambiente Acústico

Segundo GRANDJEAN(1998), a percepção do som é semelhante a percepção

visual. O órgão do sentido da audição, no ouvido interior, constitui a interface pela

qual as ondas de som são transformadas em sinais adequados de informações em

impulsos nervosos dentro do nervo auditivo. A integração e interpretação destes

impulsos sensoriais dentro do cérebro, no córtex auditivo, é a natureza da efetiva

percepção auditiva. A percepção auditiva varia de indivíduo para indivíduo;

determinados sons para uns é música, para outros é ruído incômodo. Quando em um

espaço de ar a pressão do gás é perturbada por ações mecânicas, ocorrem

rapidamente oscilações de pressão, que se espalham na forma de ondas. O mesmo

autor continua dizendo que “O ruído é um som incômodo.” (p.263). A maioria dos

sons compõe-se de um grande número de ondas sonoras com diversas freqüências.

Se as freqüências altas predominam, percebemos o som como alto, por outro lado, se

tivermos freqüências baixas teremos a percepção em som grave. A medida física para

a pressão sonora é o micro Pascal.

Em uma sala de trabalho, a compreensão da conversa é amplamente

determinada pelo nível de ruído da sala e pela intensidade sonora da voz.

Experiências mostram que a compreensão das conversas acontecem quando a

pressão sonora da voz está 10 dB acima da média de ruído da sala. Quando se trata

de troca de informações de textos não conhecidos profundamente, com palavras

técnicas difíceis, então devem ser alcançados valores mais altos de compreensão de

sílabas. Nestes casos, uma compreensão de sílabas de 80% deve ser almejada, o que

é uma diferença entre pressão sonora da voz e do ruído da sala de cerca de 20 dB.

“Quando se usa a voz em um trabalho profissional,

frequentemente para finalidades de informações ou ditados,

ela não deveria ultrapassar 65 a 70 dB (a 1m de distância).

Para que esta voz seja entendida sem perturbações ou

esforço, o nível de ruído geral não deve ser maior que 55 a

60 dB. Se são feitas grandes exigências à compreensão da

conversa (inúmeras palavras técnicas, palavras

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desconhecidas, etc.) então o nível de ruído geral não deveria

ultrapassar 45 a 50 dB.”

(GRANDJEAN, 1998, p.271)

Conforme determinação da NR 17, nos locais de trabalho onde são

executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constante, são

recomendáveis as seguintes condições de conforto: (NR 17, ítem 17.5.2, Lei 6.514 de

1997) “ - níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR

10152, norma brasileira registrada no INMETRO.”

De acordo com a norma NBR 10152 (Níveis de Ruído para Conforto

Acústico) da Associação Brasileira de Normas técnicas (ABNT), os níveis de ruído

nas salas de aula não devem ultrapassar 50 dB (NPS - nível máximo de pressão

sonora), permanecendo abaixo da voz humana, que é de 60 dB em intensidade normal.

Os índices de poluição sonora aceitáveis são determinados de acordo com a

zona e horário. De acordo com a norma NBR 10.151 (Avaliação do ruído em áreas

habitadas, visando o conforto da comunidade) da Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT), para áreas estritamente residencial ou de hospitais ou de escolas os

índices são de 50 dB para período diurno e de 45 dB para período noturno.

O ruído não tem consequências diretas no trabalho físico, mas experiências

mostram que nos trabalhos que exigem reflexão, os trabalhadores em um ambiente

ruidoso cansam mais do que em um ambiente silencioso.

O ruído pode prejudicar em trabalhos mentais complexos e dificultar o

aprendizado de determinadas capacidades. Altos níveis de ruído, acima de 90 dB,

contínuos ou não, tem mostrado uma diminuição no desempenho mental.

GRANDJEAN (1998), coloca que podem ser complexos os efeitos do ruído em

atividades mentais, que ele define como “Uma atividade mental, no sentido lato, é

essencialmente trabalho mental com maior ou menor exigência da criatividade.”

(p.124).

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Numa pesquisa feita por GRANDJEAN (1998), constatou-se que 35% dos

pesquisados afirmaram que são fortemente perturbados pelo ruído. Os mais afetados

são os que desenvolvem trabalho intelectual, os quais afirmam que perturba a

concentração. Entre os pesquisados 46% afirmam ainda que a fonte de ruído que

mais perturbam são as conversas.

“...as conversas, que representam a principal fonte de ruído,

não pelo seu valor em “decibéis”, mas muito mais pelo

conteúdo de informações, tornam-se uma significativa

perturbação no sentido de dificultar a concentração”.

(p.273)

No ambiente escolar, o ruído não é apenas um incômodo, mas interfere

diretamente no rendimento das atividades de ensino, tanto para alunos como para

professores. Alguns efeitos causados pelo ruído na escola sãoa dificuldade de

compreender a fala, dispersão da atenção dos alunos, irritabilidade e problemas da

voz acarretados pela necessidade de elevar a intensidade da fala. A presença do ruído

na escola contribui ainda para a queda do ensino, uma vez que seus efeitos atingem

diretamente o processo ensino-aprendizagem e podem ocasionar perdas auditivas.

Ruído e Saúde

Os processos de recuperação importantes para a saúde acontecem durante o

sono noturno e também durante o dia, em todos os tipos de pausa e interrupções do

trabalho, bem como durante o tempo livre.

Quando o ruído não só existe no local de trabalho, mas também excede suas

ações sobre o sistema neurovegetativo nas horas livres, à noite e durante o sono,

perturba o equilíbrio entre as exigências e a recuperação. O ruído torna-se, então, um

dos fatores causais do estado crônico de cansaço, com todos os efeitos danosos sobre

o bem estar, a capacidade de produção e a predisposição às doenças.

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Segundo a definição da Organização Mundial de Saúde, saúde é um bem estar

físico e mental. Se tomarmos essa definição como base, então não só os danos da

audição, mas também freqüentes perturbações do sono, impedimentos de

recuperação e os incômodos diários e repetidos dos estímulos inadmissíveis do ruído

podem ser encarados como prejuízos à saúde.

“...os efeitos nocivos de um ruído estão ligados tanto a

duração da exposição quanto a intensidade do ruído. (...) não

é necessário encontrar um nível elevado de ruído no posto de

trabalho para que ele seja perigoso; basta que esse ruído

atrapalhe ou suprima a comunicação acústica.”

(WISNER, 1987, p.89-90)

d ) Mobiliário

O mobiliário será analisado em relação à altura das mesas e cadeiras, tomando-

se como base a altura que traz menos problemas para a grande maioria dos usuários,

de forma que possam utilizar os móveis sem sofrerem danos físicos pela má postura

ao sentar, ou devido à altura das mesas usadas em salas de aula.

O bem estar passa, também, pelos móveis utilizados, como cadeiras, mesas,

prateleiras, bancadas e outros, diretamente usados não só nas salas de aula, mas

também nas bibliotecas, laboratórios, secretarias, etc. Como a grande maioria das

atividades do ser humano precisa destes recursos para desenvolver seu trabalho, deve

haver alguns cuidados indispensáveis para que os usuários possam executar suas

atividades com o menor esforço possível.

A altura das mesas e cadeiras são fundamentais para uma boa e saudável

postura dos usuários, para evitar dores no corpo provocadas pelo esforço

desprendido, causando fadiga a determinadas regiões do corpo. A exemplo da

temperatura e do ruído, móveis bem dimensionados também evitam estresse e fadiga,

dando condições de melhor aprendizado aos usuários.

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“O desajuste do estudante com seu posto de “trabalho”

causa distorção no real desenvolvimento da biomecânica da

coluna vertebral, trazendo distração ao aprendizado e fadiga

na atividade diária.”

Edir Carvalho Tenório (Superintendente do Comitê Brasileiro

do Mobiliário/ABNT)

Uma pesquisa de GRANDJEAN (1998), realizada em locais de estudos e leituras de

várias empresas, trouxe interessantes informações sobre o comportamento das

pessoas ao sentar. Os mais importantes achados foram que:

Essa pesquisa foi realizada com 261 empregados masculinos e 117 empregados

femininos, com auxílio das fotografias de multimomentos, gerando 4.920

observações. Os valores percentuais correspondem à quantidade de tempo em que os

trabalhadores se mantiveram em cada posição, sendo que as posições foram

observadas simultaneamente entre si, por este motivo a soma das cinco posições

ultrapassam 100%. Uma posição ereta do corpo só foi observada em cerca de 50% do

tempo; ao contrário, o tronco atirado para trás sobre o encosto foi observado em

cerca de 40% do tempo, mesmo usando cadeira com encosto inadequado. Na mesma

pesquisa foi feito também um levantamento sobre as dores generalizadas do corpo

das pessoas que trabalham sentadas. Os resultados, nos quais era permitido mais de

uma resposta para cada questão, foram os seguintes:

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Na mesma pesquisa foram levantadas as medidas antropométricas (medidas do

corpo humano e das suas respectivas partes) mais importantes e foi feita uma

comparação entre a altura das mesas e os relatórios de queixas, obtendo-se as

seguintes conclusões:

• altura das mesas de 74 a 78 centímetros são as que melhor se adaptam

individualmente, desde que haja disponibilidade de cadeiras com alturas

graduáveis e apoio para os pés;

• 24% das dores manifestadas na nuca e nas costas e 15% nos braços e mãos

eram especialmente frequentes nos usuários de mesas com alturas maiores de

78 centímetros;

• a maioria das queixas, 29% das pessoas com dores nos joelhos e pés, foram

as de baixa estatura, em relação à média, pois tinham que sentar na ponta da

cadeira, sem apoio para os pés.

A freqüência de queixas de dores nas costas (57%) e a freqüente utilização do

encosto da cadeira (42%) mostram a necessidade de um relaxamento periódico da

musculatura das costas, e pode ser um indício da importância de valorização da

adequada construção de encostos. GRANDJEAN (1998) diz que é importante que

haja espaço suficiente para as pernas, tanto para a frente, como para cima e para os

lados, visto que o usuário sentado busca seu conforto cruzando as pernas uma em

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cima da outra, ou esticando-as para a frente. Para isto , deve-se ter 68 centímetros de

largura, 68 centímetros de altura e 60 centímetros de profundidade na altura dos

joelhos, distância essa entre a borda frontal da mesa e a parede do fundo. Não

importando a altura das pessoas, a grande maioria dos empregados graduou suas

cadeiras para que ficasse um vão livre de 27 a 30 centímetros abaixo da superfície de

trabalho. Essa colocação dos assentos permite uma postura natural do tronco, o que

claramente constitui prioridade máxima. GRANDJEAN (1998) diz o seguinte: “Uma

leve inclinação do tronco para a frente, com os braços apoiados na mesa, é

seguramente uma postura pouco cansativa para ler ou escrever”. (p.51)

O espaço ou distância entre o assento e a mesa é que determina a postura

ideal da pessoa sentada em uma mesa de trabalho. Por isto, em salas de aula, quando

a mesa e a cadeira são separadas, mesmo que a cadeira não seja regulável em sua

altura, o usuário poderá acomodar-se melhor aproximando ou afastando a cadeira da

mesa, de acordo com sua estatura, o que é mais difícil com mobiliário fixo, como por

exemplo cadeiras com pranchetas.

Com relação à postura da nuca e cabeça, para uma visão confortável e sem

esforço, GRANDJEAN (1998) em suas pesquisas conclui que:

“a cabeça e a nuca não podem ficar durante muito tempo

inclinados a mais de 15º para a frente; do contrário, espera-

se que surjam sinais de fadiga. A linha preferencial está

entre 10 e 15º graus abaixo da correspondente linha

horizontal.” (p. 55)

A postura não natural do corpo e condições inadequadas para sentar podem

provocar um desgaste maior dos discos intervertebrais; a mecânica da coluna

vertebral é perturbada, pelo que ocorrem distensões e compressões de tecidos e

nervos, que causam doenças como ciática e lumbago, ou até paralisia das pernas. Na

pessoa sentada a pressão dos discos intervertebrais é maior que quando em pé.

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De maneira geral, os problemas lombares advindos da postura sentada são

justificados pelo fato de a compressão dos discos intervertebrais ser maior na posição

sentada que na posição em pé. A incidência de dores lombares é menor quando a

posição sentada é alternada com a em pé, e menor ainda quando podem movimentar

os demais segmentos corporais como em pequenos deslocamentos.

“As recomendações ortopédicas para uma postura ereta do

tronco quando sentado baseia-se no fato de que uma posição

levemente curvada para a frente exige menos musculatura

das costas e, assim, torna toda a postura mais confortável”

(GRANDJEAN, 1998, p.65)

GRANDJEAN (1998) conclui em suas pesquisas que:

“o recostar-se e apoiar as costas em um encosto provoca a

transferência de uma parte significativa do peso do tronco

sobre o encosto, o que diminui sensivelmente a pressão e o

desgaste dos discos intervertebrais; o aumento do ângulo do

assento para 110 ou 120º, com uma almofada com 5 cm de

espessura na altura da 4ª ou 5ª vértebra lombar representam

as melhores condições para aliviar a pressão dos discos

intervertebrais e o trabalho estático da musculatura das

costas; uma posição com o tronco levemente inclinado para

a frente com os cotovelos apoiados é uma postura de sentar

favorável e que deve ser considerada”.

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MOBILIÁRIO RECOMENDADO PARA UMA PESSOA SENTADA À

MESA DE ESTUDOS

Fonte: Panero e Zelnik (1983)

A norma brasileira NBR 14006 (Móveis Escolares- Assentos e mesas para

instituições educacionais- Classes e dimensões) da Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT), padroniza as classes e as dimensões para assentos e mesas

escolares, que correspondem aos estágios de crescimento do alunado, data

antropométrica, assegurando correta postura ao sentar, proteção à saúde e

estruturação corporal do usuário.

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O mobiliário deve ser modelado para estimular posturas adequadas para todos

os usuários, pois às vezes vemos cadeiras muito bonitas, porém inadequadas

ergonomicamente às finalidades a que se destinam.

Qualquer postura, desde que mantida de maneira prolongada é mal tolerada. A

alternância de posturas deve ser sempre privilegiada, pois permite que os músculos

recebam seus nutrientes e não fiquem fatigados.

e ) Cores

Segundo GRANDJEAN (1998), a cor pode tornar amigável um ambiente de

trabalho, lazer ou estudo, bem como criar uma atmosfera que, no campo subjetivo,

seja eficaz no sentido do conforto e bem estar.

Os efeitos psicológicos das cores compreendem a ilusão dos sentidos e os

efeitos psíquicos que podem emanar das cores.

Os efeitos psíquicos são em parte associações inconscientes com algo já vivido

ou visto, ou podem repousar também sobre características hereditárias. Elas

influenciam a disposição psíquica e assim todo o comportamento da pessoa. Os

efeitos psíquicos das cores são fenômenos experimentados na arte, principalmente na

pintura abstrata.

Algumas cores tem efeito psicológico especial, com intensidades diferentes,

mas quase sempre mais ou menos do mesmo tipo. As mais importantes são as ilusões

de distância, as ilusões de temperatura e os efeitos sobre a disposição psíquica em

geral.

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EFEITOS PSICOLÓGICOS DAS CORES

Cor Efeito de distância Efeito de

temperatura

Disposição psíquica

Azul Distância Frio Tranqüilizante

Verde Distância Frio a neutro Muito

tranqüilizante

Vermelho Próximo Quente Muito irritante e

intranqüilizante

Laranja Muito próximo Muito quente Estimulante

Amarelo Próximo Muito quente Estimulante

Marrom Muito próximo, contenção Neutro Estimulante

Violeta Muito próximo Muito próximo Agressivo,

intranqüilizante,

desestimulante

Fonte: Grandjean (1998)

De maneira muito genérica, podemos dizer que cores escuras são abafantes,

sufocantes e desestimulantes; além disso dificultam a limpeza e absorvem a luz.

Todas as cores claras parecem leves, amistosas e estimulantes; elas difundem mais

luz, clareiam o ambiente e obrigam uma limpeza maior.

Segundo GRANDJEAN (1998), antes de escolhermos a cor de um ambiente,

devemos levar em consideração se o trabalho a ser feito é monótono ou se tem

grandes exigências á concentração. Em trabalhos, o uso de alguns elementos

coloridos estimulantes é recomendado, porém, se o ambiente exige grande

concentração, deve-se fazer a coloração mais discreta, para evitar distrações e cores

intranqüilizantes.

O uso da cor deve ser visto como um aspecto particular no projeto dos edifícios

escolares. Além de poder contribuir para criar um ambiente agradável e estimulante

para o processo pedagógico, a cor pode ser um instrumento eficaz de comunicação

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visual. A natureza da função de um edifício escolar sugere a criação de um ambiente

racional e lúdico, que possa agir positivamente sobre o comportamento e as

atividades psicomotoras dos alunos.

Cada ambiente, setor ou elemento pode da edificação pode exigir um

tratamento diferente. Assim, nas salas de aula devem ser evitadas as chamadas cores

fortes (vermelho e laranja, por exemplo), pois são excitantes e contribuem para

dificultar a concentração. Tons claros de azul, verde, bege ou amarelo são os mais

recomendados, pois em ambientes com cores delicadas e tranqüilizantes cria-se uma

atmosfera agradável e amistosa. Nos espaços de convívio e recreio, pátios e quadras

de esportes, pode-se utilizar cores mais fortes.

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CAPÍTULO V

Salas de Aula Ideais

“A vida do ser humano é um eterno aprender, mas só quem se compromete realmente com a busca do conhecimento é que consegue contribuir e obter este conhecimento”.

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As salas de aula ideais, concebidas a partir de estudos de conforto ambiental e

ergonômicos, oferecem aos alunos maior conforto quanto à disposição do mobiliário,

iluminação, temperatura e acústica melhorando o aproveitamento das atividades de

ensino.

Mostraremos, a título de ilustração, algumas salas da UNICAMP

(Universidade de Campinas) e no mundo, como exemplo do que pode e deve ser

feito, para termos um ensino-aprendizagem de “excelência”.

O chão é plano, mas o tablado e a altura

do quadro negro garantem que a visão do

aluno não seja prejudicada. A iluminação e

a acústica da sala não apresentam problemas

e o conforto térmico é garantido pelos

condicionadores de ar.

(Unicamp)

O projetista preocupou-se com o desnível da

sala. A distância do quadro até a primeira fila

permite que os alunos ali sentados

enxerguem perfeitamente o quadro. A sala

conta com ar condicionado, uma boa

iluminação e acústica.

(Unicamp)

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Existe desnível na sala, a mesma conta com ar

condicionado. A iluminação e a acústica são

ideais.

(Unicamp)

O desnível gradativamente crescente da sala

foi muito bem projetado. A altura do quadro

é excelente tanto para quem está na primeira

fila quanto na última.

(Unicamp)

Fonte: http://www.geocities.com/caslabr/as_salas_na_unicamp.htm

Esta foto mostra um auditório típico de

universidade. As cadeiras ficam sobre degraus

e as fileiras dos cantos esquerdo e direito

ficam em ângulo, para que o aluno possa

enxergar melhor o quadro-negro e para que o

corredor entre as colunas fique livre para

passagem.

(Indiana University)

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A sala ilustra a iluminação natural. O projetista

escolheu janelas adequadas para o local,

contando com a vegetação que impede a

incidência direta dos raios solares. Em locais

onde não há vegetação e se deseja a

iluminação natural, é importante fazer o

projeto de forma que as janelas fiquem na face

sombra, ou se projete um anteparo que permite

a passagem indireta da luz solar.

( University of Toronto)

Este auditório mostra bem o projeto de um

auditório grande, com um bom projeto de

iluminação artificial, ângulo de visão do aluno

e a preocupação com a acústica do ambiente.

As paredes foram projetadas fazendo um

ângulo. O mobiliário está ergonomicamente

correto.

(University of Toronto)

Fonte: http://www.geocities.com/caslabr/as_salas_no_mundo.htm

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CONCLUSÃO Partindo do exposto no trabalho apresentado, podemos concluir que existe uma

interdependência entre o corporal e o intelectual do ser humano, ou seja, quanto mais

saudável estiver um, mais estará o outro, e quanto mais saudável estiverem os dois,

maior será a produção intelectual da pessoa.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, saúde é bem estar físico e mental.

O ensino e a aprendizagem são atividades intelectuais, portanto estão sob a

influência da saúde. Assim, quanto mais um ambiente escolar atender as normas de

conforto ambiental e ergonomia, mais saudáveis serão seus trabalhadores (alunos,

professores, funcionários, etc) e mais otimizado estará o ensino.

Como foi demonstrado, problemas de estresse, fadiga visual, fadiga mental,

perda de motivação, falta de concentração, sonolência, cansaço, dores lombares,

entre outros, podem ser evitados, ou pelo menos amenizados, se tivermos um

ambiente onde os fatores físico-ambientais (espaço físico, iluminação, temperatura,

ruído, mobiliário, cores), entre outros, estejam adequados aos fatores humanos, pois

o meio é um fator determinante no processo ensino-aprendizagem.

Não basta o desenvolvimento tecnológico para a realização de uma edificação

perfeita; é preciso por outro lado considerar os sistemas construtivos, aspectos

físicos, conforto ambiental e a finalidade para a qual a edificação será empregada. O

conforto ambiental é de suma importância para o aproveitamento escolar em todos os

níveis, do pré-escolar até a universidade, e principalmente nesta, que deverá sempre

estar voltada para o futuro, preparada para as mudanças da sociedade na qual está

inserida. Afinal, a escola é um espaço de transformação da sociedade, pois fornece

ao indivíduo instrumentos para construir sua própria cidadania, com vistas a

promoção da saúde e qualidade de vida.

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Portanto, está mais do que fundamentado que o conforto ambiental em sala de

aula é um facilitador na aprendizagem.

BIBLIOGRAFIA ABNT. NBR-17: Ergonomia. Lei 6.514. Rio de Janeiro: 1997.

ABNT. NBR-5413: Iluminância de Interiores. Rio de Janeiro: 1992.

ABNT. NBR-10151: Avaliação do ruído em áreas habitadas visando o conforto da

comunidade. Rio de Janeiro: 2000.

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ABNT. NBR-14006: Móveis escolares-assentos e mesas para instituições

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ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTOS 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

AS UNIVERSIDADES 10

A Importância da Universidade na Sociedade 11

CAPÍTULO II

O HOMEM 13

2.1- O Homem como Unidade de Medida 14

2.2- O Homem e a Habitação 15

CAPÍTULO III

CONFORTO AMBIENTAL E ERGONOMIA 16

3.1- Conceitos 17

a) Conforto Ambiental 17

b) Ergonomia 17

c) Considerações entre Conforto Ambiental e Ergonomia 18

3.2- Ambientes de Ensino 18

CAPÍTULO IV

ARQUITETURA ESCOLAR E SALAS DE AULA 20

4.1- Arquitetura Escolar 21

4.2- Salas de Aula 22

4.2.1- Espaço Físico 23

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a) Parâmetros Espaço Físico 23

b) Lay Outs 24

c) Visibilidade e Acústica 25

d) Detalhes Ergonômicos 27

4.2.2- Condições Ambientais 29

a) Ambiente Lumínico 29

b) Ambiente Térmico 32

c) Ambiente Acústico 36

d) Mobiliário 39

e) Cores 45

CAPÍTULO V

SALAS DE AULA IDEAIS 48

CONCLUSÃO 52

BIBLIOGRAFIA 53

ÍNDICE 55 FOLHA DE AVALIAÇÃO 57

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PROJETO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSU” TÍTULO DA MONOGRAFIA: Conforto Ambiental em Sala de Aula

Um Facilitador na Aprendizagem

AUTOR: Deonilde Agostinha de Sousa Dantas DATA: outubro/2003 AVALIADO POR: ___________________________________________ CONCEITO: _______________________________