universidade candido mendes pÓs-graduaÇÃo … · a terceirização é um processo que...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A TERCEIRIZAÇÃO
AUTOR
ROSANGELA DA SILVA ORIGUELA
ORIENTADOR
PROF. CARLOS AFONSO LEITE LEOCADIO
Rio de Janeiro
2015
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A TERCEIRIZAÇÃO
Monografia apresentada à Universidade Candido Mendes –
AVM Faculdade Integrada, como requisito parcial para a
conclusão do curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em
Direito e Processo do Trabalho.
Por: Rosangela da Silva Origuela
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AGRADECIMENTO
Agradeço aos meus filhos Thayani Origuela
Nogueira e Kairo Origuela Nogueira e ao
meu marido Jair Gomes Nogueira Filho
pelo apoio, carinho e dedicação.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha mãe Cecília da
Silva Origuela, por ter me apoiado em todos
os momentos difíceis da minha vida.
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RESUMO
O tema pesquisado versa sobre a terceirização de serviços. A terceirização é um
processo que gradativamente foi se incorporando ao dia-a-dia das empresas, e
com isto foi se formando uma literatura especializada nesse assunto. É a ação de
uma empresa contratada para realizar a atividade-meio de uma empresa, para que
esta possa se dedicar de forma integral a sua atividade-fim. Estudaremos a
terceirização e os processos que levam uma empresa a terceirizar suas atividades.
Analisaremos o processo de terceirização nas organizações de forma geral,
examinando pontos positivos e negativos. Trataremos sobre a Terceirização, seu
conceito, as vantagens e desvantagens de se terceirizar e se os riscos que as
empresas terão se optarem por esta forma de trabalho mais benéficos.
Verificaremos quando a terceirização é necessária para a organização. A
terceirização no direito do trabalho e a evolução histórica da terceirização no Brasil
e sua natureza jurídica. Analisaremos também a Súmula 331 do TST, definindo
qual a responsabilidade solidária e subsidiária do tomador de serviços e qual o
entendimento majoritário sobre essas definições Estudaremos ainda os limites da
Terceirização segundo ao Supremo Tribunal Federal.
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METODOLOGIA
O presente trabalho apresenta um estudo aqui proposto e terá como base
as pesquisas bibliográficas, através de publicações, como livros e artigos em
jornais, revistas e outros periódicos especializados, além de publicações oficiais de
legislação e da jurisprudência.
Por outro lado, a pesquisa deverá ser empreendida também através do
método dogmático positivista, porque o que se pretende é apenas identificar as
diversas formas que se apresenta o fenômeno-tema na realidade brasileira e o
tratamento conferido a cada uma delas pelo ordenamento jurídico nacional, sob o
ponto de vista específico do direito positivo brasileiro e com fundamento exclusivo
na dogmática desenvolvida pelos estudiosos que se debruçam sobre o tema
anteriormente.
Trata-se, ainda, de uma pesquisa aplicada, porque visou produzir
conhecimento para aplicação prática, mas também qualitativa, porque procurou
entender a realidade a partir da interpretação e qualificação dos fenômenos
estudados: e descritiva, porque visou a obtenção de um resultado puramente
descritivo, sem a pretensão de uma análise crítica do tema.
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SUMÁRIO
CAPÍTULO I 10 DIREITO DO TRABALHO 10 1.1 - CONCEITO 10 1.2 - NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO DO TRABALHO 11 1.3 - RELAÇÕES DE EMPREGO E CONTRATO DE TRABALHO 13 1.4 - NATUREZA JURÍDICA DA RELAÇÃO DE EMPREGO 14 1.5 - NATUREZA JURÍDICA DO CONTRATO DE TRABALHO 16 1.6 - A TERCEIRIZAÇÃO NO BRASIL 17 1.7 - EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA TERCEIRIZAÇÃO 20 CAPÍTULO II 23 A TERCEIRIZAÇÃO DE SEVIÇOS 23 2.1 - CONCEITO 23 2.2 - NATUREZA JURÍDICA DA TERCEIRIZAÇÃO 25 2.3 - VANTAGENS DA TERCEIRIZAÇÃO 26 2.4 - DESVANTAGENS DA TERCEIRIZAÇÃO 30 2.5 - LIMITES DA TERCEIRIZAÇÃO SEGUNDO O STF 33 CAPÍTULO III 38 A TERCEIRIZAÇÃO E O PROCESSO DO TRABALHO 38 3.1 - A TERCEIRIZAÇÃO LÍCITA E ILÍCITA 38 3.2 - O QUE TERCEIRIZAR? 41 3.3 - A SÚMULA 331 DO TST 44 3.4 - A RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO TOMADOR DE SERVIÇOS 45 3.5 - A RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO TOMADOR DE SERVIÇOS 47 3.6 - CUIDADOS NECESSÁRIOS PARA O PROCESSO DE TERCEIRIZAÇÃO 50 CONCLUSÃO 52 BIBLIOGRAFIA 54
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INTRODUÇÃO
O Direito do Trabalho, como ramo jurídico especializado, teve seus
pilares desprotegidos em face do rompimento do modelo de contratação clássico
representado pela bilateralidade entre trabalhador e patrão.
Dessa forma, no mundo globalizado, há uma tendência cada vez mais
crescente de descentralização de atividades por parte das empresas, que buscam
na terceirização de trabalhadores um modelo estratégico de gestão capaz de
proporcionar essencialmente a redução de custos e aumento do lucro.
A presente pesquisa tem como objetivo de apresentar o fenômeno da
terceirização, questionando se este modelo de contratação é apto a ensejar
precarização das condições de trabalho.
Será demonstrada a evolução do direito do trabalho, bem como o da
terceirização em um contexto histórico geral e no contexto brasileiro. Cumpre
analisar o conceito e caracterização da terceirização trabalhista. Denota-se que o
mercado empresarial está cada vez mais competitivo, especialmente, entre as
companhias de maior porte. Desta forma, para atender a toda a sociedade
nacional, as empresas estão investindo na prestação de serviços e circulação de
bens e em novas ideias de produção parta atender suas deficiências.
Todas estas atitudes são provenientes para obtenção de prerrogativas
competitivas perante os clientes e empresas concorrentes, as chamadas
atividades-meio.
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Estas atividades não são foco das empresas, devido ao grande custo
em manter a tecnologia necessária e o quadro profissional para esta área, as
organizações deliberam para outras companhias menores e terceirizadas este tipo
de trabalho, o que está gerando um desenvolvimento grandioso no número de
empresas que prestam serviços terceirizados.
A terceirização nasceu para suprir as necessidades das empresas de
grande porte que possuem o intuito de se dedicarem, apenas, as atividades
principais que proporcionam a toda sociedade, deliberando para outras empresas
menores funções que integram algumas fases do processo produtivo do produto
principal. Logo, a técnica da terceirização envolve a pessoa jurídica do contrato.
Assim, a empresa que contrata define a sua empresa contratada com muito zelo,
para poder entregar as encomendas requeridas em prazo correto, bem como, as
que escolhem de acordo com o que podem oferecer ao contratante, tais como:
tecnologia, qualificação profissional, responsabilidade na entrega dos produtos
pedidos e a flexibilidade na negociação pelos serviços e produtos prestados. Neste
trabalho, verificou-se os aspectos relacionados ao processo de terceirização das
atividades empresariais no direito do trabalho, como uma forma impactante nas
relações do país.
Desta forma, este trabalho traz a definição de terceirização, sua
evolução histórica e tipos, bem como, as vantagens e desvantagens desta
atividade perante o mercado empresarial econômico, fatores restritivos e
cautelosos na sua aplicação.
Sobre a pesquisa realizada, a mesma se utilizou de material
bibliográfico, no intuito de descobrir as principais questões relacionadas ao direito
do trabalhador, no âmbito da empresa terceirizada e de obter os efeitos sócio-
econômicos e jurídicos na utilização da terceirização.
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CAPÍTULO I
DIREITO DO TRABALHO
1.1 – CONCEITO
Segundo Josaphá Francisco dos Santos, (SANTOS,
2002, p.6):
Direito do Trabalho é o conjunto de normas jurídicas destinadas a regular as relações entre empregadores e empregados e, além disso, outros aspectos da vida desses últimos, mas precisamente em função de sua condição de trabalhador.
Na realidade, a sua denominação propicia ideias amplas em relação ao
seu verdadeiro conteúdo, diante da amplitude do significado da palavra trabalho,
no sentido mais restrito. Desta forma, o certo é que o Direito do Trabalho é um
conjunto de normas e princípios sobre a atividade laboral de uma pessoa física.
Analisaremos então este conceito, para verificarmos se esta é a
definição mais correta acerca do Direito do Trabalho.
Entre os doutrinadores, os enunciados não são uniformes, uns são
subjetivistas, teoria subjetiva, alguns são objetivistas, teoria objetiva e outros são
subjetivistas-objetivistas, teoria mista.
Segundo os subjetivistas, o Direito do Trabalho se aplica a todos os
trabalhadores, mas alguns doutrinadores objetivistas acham que nem todos os
trabalhadores são abrangidos pelo Direito do Trabalho e que os beneficiados são
apenas os que são denominados empregados.
Os objetivistas não pensam nas pessoas sobre as quais o Direito do
Trabalho se aplica e sim, na matéria a que se ocupa. Como os subjetivistas aqui
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também os doutrinadores possuem pensamentos divergentes, pois enquanto
acreditam que o Direito do Trabalho disciplina todas as relações de trabalho
outros, acreditam que ele legitima apenas os que são subordinados e não sobre o
trabalho autônomo ou outras atividades prestadas pela pessoa física.
E por último, os doutrinadores que são subjetivistas-objetivistas, que
adotam a teoria mista porque ela considera ambos os aspectos citados acima,
referindo-se o Direito do Trabalho tanto a pessoas como a matéria de direito e,
esta é a teoria utilizada por Josaphá Francisco dos Santos, em sua definição sobre
o Direito do Trabalho.
1.2 – NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO DO TRABALHO
Em relação à natureza jurídica do Direito do Trabalho existem diversas
correntes doutrinárias que procuram estabelecer qual é a sua natureza e cada uma
apresenta argumentos diferentes.
O Direito do Trabalho é um ramo do direito público, uma vez que as
relações jurídicas básicas na sua esfera são entre particulares, mais diretamente
no contrato de trabalho entre dois particulares, a empresa e o trabalhador ou então
nas relações coletivas de trabalho, entre os sindicatos que, apesar de pertencerem
ao direito público no período do corporativismo hoje não pertencem mais.
Essa afirmação é dada pela corrente Publicista, que o considera assim,
pois acredita que possui normas de caráter imperativo e que possui semelhança
com as normas aplicadas aos servidores.
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O Direito do Trabalho é um direito social, porque reúne todas as
normas de proteção ao cidadão economicamente fraco, “hipossuficientes”. Sendo
o direito social um terceiro gênero do direito, nem público, nem privado, seria um
ramo que abrangeria não somente o Direito do Trabalho, mas também o direito de
previdência social, de acidentes de trabalho e de assistência social.
Segundo Antonio Ferreira Cesarino Junior, (CESARINO, 1980, p.48):
Direito social é a ciência dos princípios e leis geralmente imperativas, cujo objetivo imediato é, tendo em vista o bem comum, auxiliar as pessoas físicas, dependentes do produto de seu trabalho para a subsistência própria e de suas famílias, a satisfazerem convenientemente suas necessidades.
Mas essa teoria recebe muita crítica, já que o direito social não poderia
ser atribuído apenas a um dos seus setores, pois todos os ramos do direito
possuem um caráter social, apesar de o Direito do Trabalho dar maior destaque ao
coletivo em favor do individual.
Além destas, existe a corrente que acredita que o direito trabalho seja
um direito misto, pois nele existem tanto normas de direito privado como de direito
público que não possuem uma aplicação direta, ora predomina uma ora predomina
a outra, dependendo do caso concreto.
Mas há uma crítica muito grande em relação a esta corrente, pois se o
Direito do Trabalho fosse um direito misto, híbrido de privado e de público ele
acabaria por negar a sua própria autonomia cientifica e legislativa, pois quebraria a
homogeneidade doutrinária do Direito do Trabalho. Acredita-se que não é pelo fato
de existirem normas tanto do direito público quanto do direito privado que precisa
ser considerado um direito misto.
Essa corrente acredita então que seria um direito unitário, homogêneo,
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coerente, oriundo de ramos do direito público e do direito privado, fazendo uma
fusão entre o público e o privado.
Esta teoria foi criada por Evaristo de Morais Filho. A corrente majoritária
em relação à esse assunto afirma que o Direito do Trabalho é um ramo do direito
privado, devido à origem do contrato de trabalho, pois é derivado do contrato de
locação que advêm do direito civil, por sua vez um ramo do direito privado.
Para os seguidores desta corrente, a interferência do Estado não é
preponderante sob as vontades das partes, já que o contrato de trabalho surge da
vontade de dois particulares que agem por interesses próprios. Analisando,
portanto a natureza jurídica do Direito do Trabalho podemos concluir que o Direito
do Trabalho cuida essencialmente dos empregados, empregadores e sindicatos,
sujeitos que não possuem parcela alguma do poder público e que nos leva a
concluir que o direito é um ramo do direito privado, pois é uma categoria que trata
da relação jurídica entre particulares.
1.3 – RELAÇÕES DE EMPREGO E CONTRATO DE TRABALHO
A relação de emprego é uma das modalidades específicas de relação
de trabalho juridicamente configuradas, tem a particularidade de constitui-se, do
ponto de vista econômico social, na modalidade de prestação de trabalho, desde a
sua instauração no capitalismo.
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1.4 – NATUREZA JURÍDICA DA RELAÇÃO DE EMPREGO
A materialização da relação de emprego se dá por intermédio de um
contrato, escrito ou não, podendo ser stricto ou lato sensu.
O contrato de trabalho strictu sensu (ou contrato de emprego) é o
negócio jurídico através do qual uma pessoa física, que é o empregado, se obriga,
mediante o pagamento de uma contra prestação (salário), a efetuar trabalho não-
eventual em proveito de uma pessoa (física ou jurídica) que é o empregador, a
quem fica juridicamente subordinado. O contrato de trabalho lato sensu é qualquer
acordo entre duas ou mais pessoas que transfere algum direito ou se sujeita a
alguma obrigação de prestação de serviço entre si.
As seguintes teorias são as que buscam explicar a natureza jurídica da
relação de emprego:
Teorias Contratualistas Tradicionais:
a) Teoria do Arrendamento – contrato empregatício entre as espécies de
contratos de locação ou de arrendamento é o contrato que corresponde ao
contrato de locação de serviços, pelo qual uma das partes colocaria seu trabalho à
disposição de outra.
b) Teoria da Compra e Venda – o contrato de trabalho teria natureza de compra e
venda, uma vez que o empregado “venderia” sua força de trabalho ao empregador,
por preço correspondente ao salário.
c) Teoria do Mandato – possui caráter fiduciário entre empregado e empregador
assimilando o contrato empregatício ao contrato de mandato, atuando o
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empregado como um mandatário de seu empregador.
d) Teoria da Sociedade – a relação empregatícia seria similar a um contrato de
sociedade, ainda que sui generis, devido à existência de um suposto interesse
comum em direção à produção.
Teorias Não-contratualistas:
a) Teoria da relação de trabalho – parte do princípio de que a vontade não
cumpre papel significativo e necessário na constituição e desenvolvimento do
vínculo de trabalho subordinado. A prestação material dos serviços e a prática de
atos de emprego no mundo físico e social é que seria a fonte das relações jurídicas
de trabalho. A relação empregatícia seria uma situação jurídica objetiva,
cristalizada entre trabalhador e empregador, para a prestação de serviços
subordinados, independentemente do ato ou causa de sua origem e detonação.
b) Teoria Institucionalista – a relação de emprego configuraria um tipo de
vínculo jurídico em que as idéias de liberdade e vontade não cumpririam papel
relevante, seja em seu surgimento, seja em sua reprodução ao longo do tempo.
Teoria Contratualista Moderna:
A natureza jurídica contratual afirma-se por ser o elemento de vontade
essencial à configuração da relação de emprego. Trata-se de relação contratual
específica, que tem por objeto uma obrigação de fazer prestada continuamente,
onerosamente, de modo subordinado e em caráter de pessoalidade (intuitu
personae). Esta é a teoria mais correta e aceita.
A subordinação jurídica é o elemento característico, por excelência, do
contrato de trabalho strictu sensu.
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Nas palavras de Maurício Godinho Delgado, (DELGADO, 2002, p.307):
A prestação de trabalho por uma pessoa física a outrem
pode concretizar-se segundo fórmulas relativamente diversas entre si. Mesmo no mundo econômico ocidental dos últimos duzentos anos, essa prestação não se circunscreve à exclusiva fórmula da relação empregatícia. Assim, a prestação de trabalho pode emergir como uma obrigação de fazer pessoal, mas sem subordinação (trabalho autônomo em geral); como uma obrigação de fazer sem pessoalidade nem subordinação (também trabalho autônomo); como uma obrigação de fazer pessoal e subordinada, mas episódica e esporádica (trabalho eventual). Em todos esses casos, não se configuram relação de emprego.
1.5 – NATUREZA JURÍDICA DO CONTRATO DE TRABALHO
Sua origem histórica esta condimentada na sociedade romana, que
possuía a atividade produtiva baseada na prestação de serviços, mas naquela
época por intermédio do trabalho escravo. Conforme relata Francisco Ferreira Jorge Neto, (NETO, 2003, p.208):
O contrato de trabalho é originário do Direito
Romano na qual havia três formas básicas de locação: a locatio rei, onde uma das partes se obrigava a conceder o uso e gozo de uma coisa, em troca de certas retribuições (equipara-se ao contrato de locação); a locatio operarum, onde uma das partes se obrigava a executar determinado trabalho, sob determinada remuneração (figura análoga à locação de serviços); e a locatio operaris faciendi, onde uma das partes se obriga a realizar um objetivo, sob certa remuneração (se assemelhando ao contrato de empreitada). O contrato de trabalho tem como fonte remota a locatio operarum, sendo que, com o avanço das relações sociais, houve a necessidade da criação de regras para disciplinar a figura do trabalho subordinado, levando a constituição do Direito do Trabalho.
Apesar de estas modalidades contratuais para a prestação de serviços
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estarem previstas no Direito Romano, as primeiras lições sobre a natureza da
relação jurídica entre empregado e empregador defendiam teorias
anticontratualistas. Jurisprudencialmente a natureza desta relação é contratual,
mas existem algumas teorias contrárias.
Há três teorias que disputam a natureza jurídica do contrato de
trabalho: a contratualista, a anticontratualista, também conhecida como teoria da
relação de emprego e, finalmente, a teoria mista.
No contratualismo, se busca destacar o elemento vontade. A vontade
seria imprescindível para haver o contrato de trabalho. No anticontratualismo, a
vontade do contratado é irrelevante, prescindível. O que importa é a realidade
apresentada.
O Brasil adota a teoria mista que não é defendida por nenhum
doutrinador, mas é a teoria adotada pela CLT, em seu artigo 442. Inclusive
equipara o contrato de trabalho à relação de emprego.
Artigo 442. Contrato individual do trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego.
Ao se referir a “acordo” a CLT adota a linha de pensamento da corrente
contratualista; e, quando admite a expressão “relação de emprego”, adota o
pensamento anticontratualista, por isso é chamada de Teoria Mista.
1.6– A TERCEIRIZAÇÃO NO BRASIL
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De acordo com Maurício Godinho Delgado, (DELGADO, 2002, p.417), a
terceirização assumiu clareza estrutural no país apenas a partir da década de 70.
Segundo o autor, quando a CLT foi elaborada (1940), o fenômeno não tinha a
abrangência assumida nos últimos trinta anos do século XX, nem sequer merecia
atenção especial:
Em fins da década de 1960 e início dos anos 70 é que a ordem jurídica
instituiu referência normativa mais destacada ao fenômeno da Terceirização (ainda
não designado por tal epíteto nessa época, esclareça-se). Mesmo assim tal
referência dizia respeito apenas ao segmento público (melhor definido: segmento
estatal) do mercado de trabalho – administração direta ou indireta da União,
Estados e Municípios.
É o que se passou com o Decreto-Lei nº 200/ 67 (art.10) e Lei nº
5.645/70. O cenário começou a mudar quando o próprio Estado adotou a
terceirização, como parte da descentralização administrativa. A partir do Decreto-
Lei nº 200/67, as tarefas executivas passaram a ser executadas indiretamente, via
contrato de intermediação de mão-de-obra. Diante da necessidade de especificar
quais serviços públicos poderiam ser terceirizados, foi publicada a Lei nº 5.645/70,
que previa que “as atividades relacionadas com transporte, conservação, custódia,
operação de elevadores, limpeza e outras assemelhadas” seriam objeto de
execução mediante contrato, conforme determinado pelo Decreto-Lei nº 200/67.
Em 09 de dezembro de 1985 foi publicada a Súmula 239 do TST que
dispunha” É bancário o empregado de empresa de processamento de dados que
presta serviço a banco integrante do mesmo grupo econômico”. Desta forma,
entende-se como ilícita a contratação como terceiro de empregado de empresa de
processamento de dados que presta serviços a banco integrante do mesmo grupo
econômico, sendo bancário este trabalhador. A súmula foi editada pois era
necessário coibir as fraudes que estavam ocorrendo no setor. Mais adiante foram
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criadas normas específicas de terceirização, como o trabalho temporário (Lei nº
6.019/74), serviços de vigilância bancária (Lei nº 7.102/83), serviços de telefonia
(Lei nº 9.472/97) e nas concessionárias de serviço público, na forma definida na
Lei nº 8.987/95. A Lei nº 8.863/94 ampliou a hipótese de terceirização para toda a
área de vigilância patrimonial, pública ou privada, inclusive para as pessoas físicas.
Assim, na esfera privada, apenas estes dois tipos de terceirização (trabalho
temporário e vigilância patrimonial) eram permitidas pela lei.
Já a Lei nº 8.949/94 introduziu o parágrafo único do art. 442 da CLT,
estimulando as terceirizações por meio de cooperativas, determinando que
“qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe
vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores
de serviços daquela”. Esta autorização abriu margem para a fraude, visto que
haveria intermediação de mão de obra sem o enquadramento da lei do trabalho
temporário.
Assim, a prática extrapolou rapidamente as duas possibilidades
permitidas pela legislação e passou a incorporar diversas atividades econômicas,
independente de autorização legal. Isso fez com que houvesse um aumento
significativo de reclamações trabalhistas envolvendo a matéria, e a jurisprudência
trabalhista, dividida, decidia as controvérsias com multiplicidade de interpretações
jurisdicionais.
Esse contexto de desordem e insegurança jurídica fez com que o
Tribunal Superior do Trabalho editasse a Súmula 256, em 1986, a fim de orientar
as decisões sobre a matéria: “Salvo nos casos de trabalho temporário e de serviço
de vigilância, previsto nas Leis nºs 6.019 e 7.102, é ilegal a contratação de
trabalhadores por empresa interposta, formando-se o vínculo empregatício
diretamente com o tomador de serviços”.
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A antiga Súmula 256 do TST, de 1986 vedava a terceirização e afirmava
o vínculo diretamente como o tomador de serviços. Até 1993, a terceirização só era
permitida nos casos de serviço de vigilância e de asseio e conservação. No rastro
da onda neoliberal dos anos 90, que flexibilizou direitos e precarizou as condições
de trabalho, a Lei de Licitações e Contratações (8.666/93) tornou a administração
pública isenta de qualquer responsabilidade com os calotes praticados pelos
prestadores de serviço. A Súmula 256 do TST foi cancelada e, em seu lugar,
surgiu a Súmula 331, estabelecendo ao menos a responsabilidade subsidiária do
contratante.
1.7– EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA TERCEIRIZAÇÃO
Segundo Maurício Godinho Delgado, (DELGADO, 2002, p.307) a expressão: Terceirização resulta de neologismo oriundo da palavra terceiro, compreendido como intermediário, interveniente.
Não se trata seguramente, de terceiro, no sentido jurídico, como aquele
que é estranho a certa relação jurídica entre duas ou mais partes. O neologismo foi
construído pela área de administração de empresas, fora da cultura do Direito,
visando enfatizar a descentralização empresarial de atividades para outrem, um
terceiro à empresa.
A terceirização teve origem nos Estados Unidos da América após a
Segunda Guerra Mundial, quando as indústrias de armamento passaram a buscar
parceiros externos para aumentar sua capacidade de produção.
Em meados da década de 40, esta técnica foi largamente utilizada pelos
países Europeus que participaram da Segunda Guerra Mundial, para a produção
de armamentos.
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Assim, conforme expõe Adeildo Feliciano do Nascimento Filho,
(NASCIMENTO FILHO, 2001, p.114):
Por estar sobrecarregada e sem condições de atender à demanda, a indústria bélica iniciou o processo de transferência de serviços a terceiros, que seriam contratados para dar suporte ao aumento da produção de uniformes militares, armas leves e pesadas, munição, navios, aviões e tanques de guerra.
Anteriormente à II Guerra Mundial, já existiam atividades prestadas por
terceiros, porem não se enquadram no conceito de Terceirização, visto que
somente a partir da grande guerra é que se percebeu que a Terceirização interferia
na sociedade e na economia, através do Direito Social.
A Revolução Industrial não foi apenas um marco histórico para a sua
época, mas foi muito importante na evolução material e cultural da humanidade,
refletindo, ainda nos dias atuais. Com o surgimento da Revolução Industrial
surgiram as normas trabalhistas e os movimentos sindicais, como resposta a
exploração do ser humano, onde o trabalho passou a ser tratado cientificamente. A
diferença social e a condição especial de pessoa humana não eram consideradas,
tanto que nesta fase da história houve a exploração da mão de obra infantil em
atividades absolutamente perigosas, como, por exemplo, a limpeza de chaminés
das fábricas.
Com os avanços alcançados pelo sistema produtivo do capitalismo
moderno, houve algumas conseqüências desagradáveis à ordem social.
Se analisarmos os ensinamentos de Amauri Mascaro Nascimento, nos
depararemos com a realidade do progresso do maquinismo que acompanhava o
desenvolvimento da concentração onde o emprego da maquina, que era
generalizado, acabou gerando problemas até então desconhecidos, principalmente
22
os riscos de acidentes, a prevenção e a reparação destes acidentes constituíam
parte importante nas regulamentações trabalhistas.
E foi em meio a esta transformação mundial que surgiu a Terceirização,
nascendo a partir do momento em que o desemprego começou a crescer em
diversos países, como uma tentativa de amenizar a crise, possibilitando aos ex-
empregados a prestação de serviços.
Terceirização deriva do latim tertius, que seria o estranho a uma relação
entre duas pessoas.
Terceiro é o intermediário, o interveniente. No caso, a relação entre
duas pessoas poderia ser entendida como a realizada entre o terceirizante e o seu
cliente sendo que o terceirizado ficaria fora dessa relação, daí, portanto, ser
terceiro. A Terceirização, entretanto, não fica restrita a serviços, podendo ser feita
também em relação a bens ou produtos.
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CAPITULO II
A TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS
2.1 – CONCEITO
O estudo da Terceirização, enquanto fenômeno jurídico tem especial
dificuldade por não existir alguma conceituação legal, razão pela qual será
investigada com base numa análise histórica, ontológica e também empírica dos
dados reais e concretos existentes nas relações jurídicas, sociais e econômicas
atinentes ao tema.
A Terceirização não está definida em lei e não possui uma norma
jurídica que a regulamente, até o momento. A palavra “Terceirização” é oriunda da
Ciência da Administração e foi adotada sem ajuste científico pelo Direito. A
expressão deriva da palavra “terceiro”, que para o interesse da Administração
corresponde à delegação de execução de atividades acessórias a terceiros.
Entretanto, sob o prisma jurídico a expressão não é adequada, pois por terceiro
dever-se-ia entender alguém estranho à relação jurídica, o que não se aplica, pois
o “terceiro” que executa as atividades acessórias não é elemento estranho a
relação jurídica. Todavia, dado o largo emprego do vocábulo “Terceirização” no
cotidiano prático é forçoso aceitá-lo e utilizá-lo com as ressalvas necessárias.
Na Terceirização há uma relação jurídica que envolve os interesses de
três partes. A parte que contrata os serviços de uma empresa especializada em
determinado serviço, a chamada de tomadora e a empresa especializada nestes
serviços, a chamada prestadora de serviços e o empregado contratado para
realizar esta atividade.
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Sendo a Terceirização um fenômeno que tem berço na Ciência da
Administração, não se pode abstrair uma definição autentica sem buscá-la na sua
fonte primeira, ou seja, na Administração. Entretanto, interessa primordialmente os
aspectos jurídicos desse fenômeno, por isso a referência às definições atribuídas
pelos juristas são também imprescindíveis para o presente estudo.
Mesmo sem possuir a Terceirização um conceito jurídico, Sergio Pinto
Martins, (MARTINS, 2003, p.19-23) a define desta forma:
Consiste a Terceirização na possibilidade de contratar terceiro para a realização de atividades que não constituem o objeto principal da empresa. Essa contratação pode envolver tanto a produção de bens como serviços, como ocorre na necessidade de contratação de serviços de limpeza, de vigilância ou até de serviços temporários.
Considerando a Terceirização como uma técnica, Carlos Alberto
Ramos Soares de Queiroz, (Queiroz, 1992, p.25) a define:
Uma técnica administrativa que possibilita o estabelecimento de um processo gerenciado de transferência, a terceiros, das atividades acessórias e de apoio ao escopo das empresas que é a sua atividade-fim, permitindo a estas a concentrar-se no seu negócio, ou seja, no objetivo final.
Já Mozart Victor Russomano, (RUSSOMANO,
1997, p.20) alerta para os problemas da Terceirização e a conceitua como sendo : O fornecimento de mão de obra por empresas especializadas, para atendimento de determinados setores da empresa tomadora.
A Terceirização então é uma forma de contratação de uma empresa
para realizar a atividade-meio desta empresa, pois o seu foco maior será a
atividade-fim. É também uma forma de parceira com a empresa que prestará o
serviço, esta parceria se dá, pois o terceiro ajudará a aperfeiçoar aquele serviço
que o terceirizador não tem total conhecimento ou condições de fazer.
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Além disso, esta parceria também irá gerar uma redução de custo, pois
o terceirizador poderá reduzir a quantidade de postos de serviço, economia com a
contratação, treinamento e a manutenção de trabalhadores desnecessários e
também a redução dos encargos sociais e trabalhistas.
Às vezes, para que esta contração ocorra muitos são despedidos, mas a
empresa contratada na maioria das vezes possui o piso salarial inferior ao que o
terceirizador pagaria, podendo até gerar mais emprego do que se o serviço fosse
executado pelo terceirizador.
Ocorre que na realidade esta redução não é tão significativa, pois a
empresa prestadora do serviço também terá custo com esta prestação, mas o seu
preço na maioria das vezes é menor do que se o próprio empregador executasse
este trabalho, além do que, teria que executar uma tarefa a qual na maioria das
vezes não é sua especialidade.
2.2 – NATUREZA JURÍDICA DA TERCEIRIZAÇÃO
Segundo Rubens Ferreira de Castro, (CASTRO, 2000, p.83): A natureza jurídica da Terceirização é contratual, pois se trata de um acordo de vontades celebrado entre duas empresas, tomadora e prestadora de serviços.
Enquadrando-se a Terceirização em uma das espécies do gênero “contratos de
atividade”, aonde uma empresa se compromete a exercer uma atividade em
proveito de outra empresa que a contrata, mediante remuneração. Como exemplo,
temos os contratos de empreitada, de locação de serviços, contrato de trabalho,
entre outros.
26
A contratação através da Terceirização possui semelhança com as
formas contratuais consagradas do Direito Comercial, mas se enquadra mais com
as formas contratuais do Direito Civil, pois estamos falando da relação do
trabalhador e do terceirizado, a qual poderíamos chamar de subcontratação,
locação de serviços ou de empreitada, e, tanto a locação se serviços que, no
Código Civil de 2002 é chamada de prestação de serviços, quanto a empreitada
estão previstas no Código Civil, respectivamente nos artigos 593 a 626.
Apesar de a Terceirização não se confundir com a subcontratação e
com a empreitada em muitas doutrinas, elas são apresentadas de forma
semelhante, pois se utilizam das mesmas formas de contratação, mas com
resultados diferentes.
Já Sergio Pinto Martins, (MARTINS, 2003,p.48), nos diz que:
É difícil dizer qual é a natureza jurídica da Terceirização, pois existem opiniões diversas e que precisam ser analisadas, pois se apresentam vários elementos em relação aos contratos de Terceirização, podendo eles ser distintos: onde há o fornecimento de bens ou serviços: chamado de empreitada, quando o que importa é o resultado; de locação de serviços, em que o que importa é a atividade e não o resultado; de concessão; de consórcio; entre outros. E nesses casos, a natureza jurídica será determinada com base no tipo de contrato utilizado ou da combinação de vários deles.
2.3 – VANTAGENS DA TERCEIRIZAÇÃO
Na visão administrativa, toda organização deseja ter foco no próprio
negócio e melhorar a qualidade do produto/serviço vendido e consequentemente
obter lucro.
Laura de Barros, (BARROS, 2002, p.626-629) relata que:
O processo de terceirização de serviços em muitas atividades tem sido empregado quase exclusivamente com o objetivo de redução de custos, obtida com a utilização na mão de
27
obra com menor grau de qualificação e menor padrão de remuneração e benefício.
De acordo com Carlos Alberto Ramos Soares de Queiroz, (QUEIROZ,
1998, p.14) as conseqüências positivas da terceirização são as seguintes:
a) gera a desburocratização;
b) alivia a estrutura organizacional;
c) proporciona melhor qualidade na prestação de serviços, contribuindo para a
melhoria do produto final;
d) traz mais especialização na prestação de serviços;
e) proporciona mais eficácia empresarial;
f) aumenta a flexibilidade nas empresas;
g) proporciona mais agilidade decisória e administrativa;
h) simplifica a organização;
i) incrementa a produtividade;
j) tem como uma das suas conseqüências a economia de recursos: humanos,
materiais, de instrumental, de equipamentos, econômicos e financeiros.
Pode-se verificar que a terceirização é uma alternativa eficaz para as
empresas empreendedoras melhorarem suas operações, tornando a organização
cada vez mais eficiente nos seus processos e com mais eficácia nos seus
resultados, desta forma ganhando competitividade e otimização econômica,
flexibilizando suas atividades no sentido da agilidade e da satisfação do mercado.
A terceirização serve, nos países e empresas do primeiro mundo como
um instrumento de gestão inovador, capaz de alterar, de forma bastante ampliada,
a performance das organizações, trouxe no seu bojo uma série de mudanças
estruturais, sistêmicas e comportamentais que acabaram refletindo na eficácia
administrativa considerável.
28
A partir disso, pode-se concluir que a terceirização traz diversas
soluções administrativas para as organizações obterem um bom desenvolvimento.
É um conjunto de medidas que influenciam os resultados operacionais,
contribuindo no aumento da produtividade, eficiência e na lucratividade da
empresa.
Lídio Antonio Giosa, (GIOSA, 1993, p.65) ainda destaca alguns itens
que caracteriza as vantagens competitivas advindas da terceirização. São elas:
Desenvolvimento econômico: é a criação de novas empresas, com oferta de
mão-de-obra de diferentes níveis de qualificação, levando ao aumento do nível de
emprego e de receita para o Estado;
Especialização dos serviços: a especialização leva a uma lapidação operacional,
pois as organizações se tornam cada vez mais enquadrada nos critérios internos
das atividades que garantem um aperfeiçoamento na gestão e na obtenção de
lucros;
Competitividade: com o aumento da competitividade há um melhor
aproveitamento dos pontos positivos, e estimulando a concorrência, que irá
diferenciar as empresas pela qualidade;
Busca da qualidade: a qualidade total será a chave de sustentação do prestador
de serviços, sua filosofia de ação, sua meta constante de aprimoramento;
Controles adequados: controles adequados na execução dos serviços, Giosa
(1993) reforça que este item incentiva a valorização de certas operações, e ao
mesmo tempo garantem as conexões naturais na qualidade, reforçando os
parâmetros definidos nos contratos de parceria;
Aprimoramento do sistema de custeio: há necessidade de se ter claro o custo
de cada atividade internamente desenvolvida, desta forma, este dado de custeio
será fundamental para se comparar com o custo dos serviços prestados pelos
terceiros;
Esforço de treinamento e desenvolvimento profissional: podendo constar
como uma cláusula do contrato entre as partes, o maior esforço de treinamento e
desenvolvimento profissional para os empregados das empresas prestadoras de
29
serviço e como um processo de transferência de tecnologia para os funcionários
das empresas contratantes;
Diminuição do desperdício: é ponto constante proporcionado pela terceirização a
otimização de recursos e enfoque para a atividade principal remete a empresa a
busca de maior lucratividade;
Valorização dos talentos humanos: leva um compromisso maior com a
organização para a busca de resultados mais concretos e de metas tangíveis;
Agilidade das decisões: com a revisão estrutural aprimora-se as relações
interdepartamentais, os sistemas de comunicação se aperfeiçoam e os processos
fluem de forma mais adequada;
Menor custo: a contratação de serviços de terceiros levará a empresa obter
vantagens com um menor custo da operação, em relação aos custos praticados
quando os serviços eram internos;
Maior lucratividade e crescimento: o reforço das suas atividades no negócio
principal da empresa, que será estimulada a cumprir a sua missão.
Nestes últimos anos percebe-se claramente no mercado um movimento
e revisão dos processos de terceirização, motivadas pela necessidade de melhoria
dos próprios resultados diante do mercado cada vez mais exigente e competitivo,
ocorrendo também à necessidade das empresas estarem alinhando a sua
estratégia de negócios, assim, permitindo a maximização de resultados. Laura de
Barros, (BARROS,2002).
A partir destes itens é muito importante que a organização ao contratar o
serviço de uma empresa terceira, procure estas características e analise se
existem pessoas competentes para controlar a operação, com boa comunicação e
com intenções de implantar cada vez mais novas melhorias.
Segundo José Alberto Teixeira da Silva, (SILVA, 2006, p.174)
complementa que:
30
Quando determinada empresa decide que algo precisa ser feito em relação as suas atividades de apoio e retaguarda no sentido de reduzir gastos, otimizar tempo de processamento e melhorar a qualidade, obtendo, com isso, maior eficiência e, consequentemente, aumenta a eficácia, ela tem a saída, a terceirização.
A partir de tal conceito pode-se perceber que as organizações têm
como maior objetivo focalizar na qualidade do produto com mais eficiência reduzir
gastos. Fatores como responsabilidade e confiança não podem ser esquecidos,
visto a responsabilidade última da organização para com seus funcionários,
sociedade, fornecedores, clientes e sócios.
A terceirização tem sido a saída para muitas organizações que
pretendem deixar de lado a preocupação com a execução da atividade de apoio
para dedicar seu tempo e esforço nas estratégias de seu negócio principal.
Para completar Laura de Barros, (BARROS, 2002, p.626) conceitua que
para a empresa terceirização pode ser uma vantagem, pois:
[...] mantêm a empresa contratante com foco no próprio negócio – passando as atividades auxiliares a fornecedores, que, exatamente por ter essa atividade como foco principal e razão de existência de suas empresas, podem oferecer alto grau de especialização e investir no desenvolvimento das pessoas e de tecnologia – em muitos casos não tem passado do discurso “politicamente correto”, que envolve termos de “parceria” e “qualidade”.
Assim, pode-se entender que a empresa se concentra no seu foco do
negócio passando as atividades para a empresa terceira, que acaba gerando
parceria e qualidade no serviço prestado.
2.4 – DESVANTAGENS DA TERCEIRIZAÇÃO
31
Ao decidir pela terceirização as empresas também pode se deparar com
algumas desvantagens. Lídio Antonio Giosa, (GIOSA, 1993,p.65) apresenta
alguns fatores restritivos para a implantação da terceirização, tais como:
a) desconhecimento da Alta Administração: reflete-se junto a Alta
Administração e sobre áreas-chave da organização, dificultando a sua
implantação;
b) resistências e conservadorismo: a resistência se sobrepõem ao novo e o
conservadorismo inibe a aplicação de técnicas modernas;
c) dificuldade de se encontrar a parceria ideal: parceiros que possam atender
as condições de qualidade e produtividade exigidas pelas operações;
d) risco de coordenação de custos internos: o risco de coordenar as atividades
de terceiros, com perda de poder de execução e a falta de parâmetros de custos
internos para comparar com os preços das contratadas;
e) custo de demissões: quando for o caso;
f) conflito com os Sindicatos; e
g) desconhecimento da legislação trabalhista.
Estas considerações podem variar para cada empresa, pois deverá
repercutir internamente os graus de dificuldade e de facilitação, para chegar numa
estabilização decisória, com a visão estratégica.
Jerônimo Souto Leiria, (LEIRIA, 1995 ,p.63) destaca alguns itens como
aspecto negativo da terceirização, são eles:
a) aumento do risco a ser administrado;
b) dificuldade no aproveitamento dos empregados já treinados;
c) demissões na fase inicial;
d) mudanças na estrutura do poder;
e) falta de parâmetros de preços nas contratações iniciais;
f) custo de demissões;
32
g) desgaste na relação com sindicatos;
h) má escolha de parceiros;
i) má administração do processo; e
j) aumento da dependência de terceiros.
Deve-se identificar bem a cultura da empresa que irá prestar o serviço e
verificar se é compatível com a da organização que deseja contratar o serviço
terceiro.
Segundo José Alberto Teixeira da Silva, (SILVA, 2006, p.174) comenta que: As empresas que vendem serviços terceirizados sempre recuperam os custos, isto significa que é barato entrar na terceirização, mais é caro mantê-lo, e muitas empresas não tem proposta de valor para vender seus serviços.
Para Carlos Alberto Ramos Soares de Queiroz, (QUEIROZ, 1998, p.36)
existem poucas desvantagens, mas existem alguns problemas que podem-se
enumerar:
Conseguir estabelecer uma perfeita integração sem perder a identidade e a autonomia; as ameaças á preservação da independência; e o eventual choque cultural entre o tomador e o prestador de serviços, os quais nem sempre as mesmas filosofias empresariais e de relações com os seus empregados.
Esta atividade solicitará da empresa prestadora de serviço um grande
cuidado. Na prática, tem sido esquecido principalmente os aspectos que dizem a
respeito à carreira e a vida dos colaboradores/pessoas envolvidas no processo.
Laura de Barros, (BARROS, 2002,p.626-629) acrescenta que:
Ocorre um impacto na empresa, causado por colaboradores descontentes com a empresa em que trabalham ou com o tratamento recebido do contratante ainda que esteja lutando contra as mudanças simplesmente por não ter sido informadas de maneira adequada. A principal queixa que temos identificado dos colaboradores que passam por esse processo diz respeito ao
33
sentimento de perda de status, reforçado pela mudança de comportamento dos antigos colegas de trabalho, que passam a tratá-los como “terceiros”, isto é, pessoas que pertencem a uma categoria supostamente menos valorizada, que perdeu privilégios e direitos.
A partir disso, pode-se concluir que os colaboradores se sentem
desqualificados, por ter perdido o vínculo que lhes proporcionava uma sensação de
pertencimento daquela organização.
2.5 - LIMITES DA TERCEIRIZAÇÃO SEGUNDO O STF
Uma reportagem da Revista Tribuna do Advogado (2014,p. 32 – 33), diz
que está prestes a acontecer no Supremo Tribunal Federal (STF) o debate sobre a
ausência de regulamentação para a terceirização do trabalho no Brasil.
Questões como a definição do que são exatamente as atividades fim e
meio de uma empresa estarão em pauta na corte, que vai julgar o Recurso
Extraordinário com Agravo (ARE) 713211, apresentado pela empresa Celulose
Nipo Brasileira (Cenibra) em maio deste ano, após ser condenada na Justiça do
Trabalho a se abster de contratar terceirização para a extração de madeira,
considerada como atuação principal.
Sem uma lei específica, o mercado de trabalho se disciplina desde 1993
pela Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST), aprova a terceirização
apenas nas chamadas atividades meio, tais como serviços de limpeza, segurança
etc. Segundo o presidente da Comissão da Justiça da OAB/RJ, Marcus Vinícius
Cordeiro, há, de fato, certa dificuldade em se distinguirem as modalidades. “É
bastante controversa a questão, mesmo no âmbito do Judiciário”, afirma ele.
34
Relator no Supremo, o ministro Luiz Fux, em sua manifestação inicial,
observou que “o tema em discussão é matéria de índole constitucional, sob a ótica
da liberdade de contratar”. Para Cordeiro, a questão é ambígua. “Uma das teses é
justamente a de que o impedimento à plena terceirização afronta o artigo 170 da
Constituição Federal, obstando a livre iniciativa. Por outro lado, temos a
valorização da pessoa humana, os direitos dos trabalhadores e outras garantias
inseridas as nos artigos 5º, 7º e 8º da Carta Magna, que devem ser sopesados em
qualquer decisão que venha a ser adotada no caso”, comenta.
Antes de a discussão chegar ao STF, dois projetos de Lei – o PLS
87/2010, do ex-senador e atual deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB/MG), e
o PL 4.330/2004, de autoria do deputado federal Sandro Mabel (PMDB/GO), que
aguarda votação na Câmara – já versavam sobre a ampliação das possibilidades
de terceirização.
Presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do
Trabalho (Anamatra), o juiz Paulo Luiz Schmidt é absolutamente contra o que é
defendido nos textos.” A terceirização das atividades fim é profissionalização e a
proteção aos direitos sociais. Já nas atividades meio deve ser vista com cautela,
assegurando-se ampla proteção ao trabalhador. Afinal, essa é a índole do Estado
constitucional brasileiro, fundado em valores que não podem ser relegados diante
de argumentos como aqueles que pretendem fazer prevalece os pressupostos da
livre iniciativa. Note-se que os projetos em tramitação não são iniciativas dos
trabalhadores, mas dos empresários. Estes, sim, inconformados. No STF, do
mesmo modo”, argumenta.
Igualmente crítico em relação ao tema, o presidente nacional da Central
Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, alerta para a precariedade da
situação dos terceirizados no país. Na opinião dele, o cenário pode piorar caso
este modo de contratação ganhe espaço.” A diferença de contrato, salário,
35
condições de trabalho e benefícios dos terceirizados em relação aos outros
trabalhadores é um abismo. O empresariado brasileiro não quer contratar mão de
obra via terceirização para melhorar a qualidade do serviço prestado. Quer diminuir
o valor que gasta com o trabalhador, reduzir o número de direitos e aumentar o de
horas trabalhadas”. Diz.
Favorável à terceirização, o presidente do Conselho de Emprego e
Relações do Trabalho da Fecomércio-SP, José Pastore, defende uma reforma
trabalhista ampla, que resultem em legislação capaz de assegurar mais liberdade
ao mercado de trabalho.” Uma reforma que promova a capacidade de negociação
de empregados e empregadores e que reduza o número de conflitos entre as
partes. O importante na terceirização não é saber se atividade é meio ou fim. É
garantir que todos os direitos dos trabalhadores sejam respeitados. É isso que tem
de constar da nova lei e da prática negocial. Hoje, a Súmula do TST é impotente
para transformar um trabalho precário em trabalho decente. A nova lei terá de dar
essa força à sociedade em geral e à fiscalização, em particular”. Pondera.
A reforma é necessária, na visão dele, na medida em que a
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) não seria mais capaz de atender á
dinâmica do mercado.
“Na CLT, a lista de regras rígidas e inflexíveis é imensa e não dá para
continuar assim em uma economia marcada pela competição e eficiência.
Apesar de a legislação ter passado por ajustes, o cerne não mudou, ou
seja, a ideia de que todos os trabalhadores são hipossuficientes. É rigidez
excessiva que não cabe no Brasil de hoje”, opina.
36
Os empregos gerados por meio da terceirização também engrossam o
discurso de Pastore e de outros defensores da prática. Observando a situação por
este aspecto, Cordeiro ressalta que se trata de um detalhe importante, mas que é
preciso cuidado. “No Brasil, a geração de empregos, notadamente na última
década, contou com a criação de milhares de empresas prestadoras de serviços.
Ainda que do ponto de vista econômico a terceirização ampla possa ser benéfica,
a preocupação deve ser voltada para o respeito aos direitos dos trabalhadores.
Não pode servir ao aviltamento da mão de obra, à redução de custos às expensas
de salários e direitos”, salienta.
Para Schmidt, no entanto, levando-se em conta o modelo adotado no
país, as conseqüências de ampliar a terceirização não poderiam ser positivas. “A
medida geraria sub-empregos ou, em resumo, degradaria o mercado de trabalho.
A prática que bem conhecemos é a predatória, que fragiliza os direitos sociais e a
própria concorrência, pois o que move esse tipo de contratação é uma razão
exclusivamente econômica, de redução de custos”, afirma.
Perguntado sobre as expectativas em relação ao julgamento no
Supremo, Cordeiro lembra a necessidade de regulamentação para a terceirização.
“O problema acabou sendo levado para que o STF conceda os parâmetros que a
vida não deu. A Súmula 331, já vem cumprindo o seu papel, mormente para
garantir ao trabalhador terceirizado o cumprimento das obrigações inobservadas
pelo empregador. Todavia, como realmente não se tem claros os limites do legal e
do ilegal, a matéria revestiu-se de uma repercussão geral que justifica a
intervenção da corte. É a decisão que advier refletirá, obviamente, nos vários
campos em que se insere o fenômeno, mais fortemente no econômico”, avalia.
Vagner Freitas discorda e considera a discussão no Judiciário um erro.
“A regulamentação da terceirização deveria ser tratada no Parlamento. Isso [o
julgamento no STF] é um exemplo claro da judicialização da política. Deveríamos
37
fazer um debate nacional tripartite, entre empresários, trabalhadores e governo, no
qual se falasse com seriedade sobre o tema. Seria o ideal para avaliarmos o que é
melhor para os trabalhadores e para o Brasil”, acredita o dirigente da CUT.
A matéria ainda não tem previsão de votação no STF. Até o fechamento
desta edição, 121 entidades haviam enviados pedidos de ingresso como amicus
curie na ação.
38
CAPITULO III
A TERCEIRIZAÇÃO E O PROCESSO DO TRABALHO
3.1 - A TERCEIRIZAÇÃO LÍCITA E ILÍCITA
Inicialmente é preciso se dizer que, não existe norma que proíba a
contratação de serviços por terceiros, uma vez que, o próprio art. 170 da
Constituição consagra o princípio da Livre Iniciativa, demonstrando serem lícitos
quaisquer serviços que pode ser verificado também no Código Civil ao se tratar da
locação de serviços (art. 593 a 609) e da empreitada (art. 610 a 626), pois os
prestadores de serviços pagam impostos.
Talvez os processos de Terceirização que se tem atualmente, seja uma
forma de retorno ao sistema de locação de serviços de empreitada a que se referia
o Direito Civil, mas com outro título por causa da grande competitividade.
Os atos jurídicos dividem-se em lícitos e ilícitos afastando-se de início a
ideia de que o ato jurídico não seja ilícito, pois o consideramos como parte da
categoria de atos jurídicos, sem considerar o sentido intrínseco da palavra, pois o
ilícito não pode ser jurídico. Atos jurídicos meramente lícitos são os praticados pelo
homem sem intenção direta de ocasionar efeitos jurídicos.
Segundo Sergio Pinto Martins, (MARTINS, 2003, p.152). Terceirização Lícita é a que observa os preceitos legais relativos aos direitos dos trabalhadores, não pretendendo fraudá-los, distanciando-se da existência da relação de emprego.
A Terceirização ilícita é a que se refere a locação permanente de mão
de obra, que pode dar ensejo a fraudes e a prejuízos aos trabalhadores”.
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A Terceirização é lícita porque toda a espécie de serviço ou trabalho
lícito, material ou imaterial pode ser contratado mediante retribuição.
A Terceirização lícita é feita na atividade-meio e a ilícita e realizada na
atividade-fim.
Para que a Terceirização tenha validade no âmbito empresarial não é
possível que se haja indícios, elementos de uma relação de emprego,
principalmente o elemento subordinação, em relação a empresa tomadora de
serviços.
O tomador de serviços não poderá ser considerado um superior
hierárquico, não podendo haver controle de horário e o trabalho não poderá ser
pessoal, do próprio terceirizado ele terá que ser realizado por outra pessoa e, o
terceirizado deverá ter plena autonomia em relação aos seus empregados.
Na verdade a Terceirização é uma parceria entre empresas, com a
divisão dos serviços e com responsabilidade individual.
A prestadora de serviços terá subordinação jurídica, pois é ela quem
admite, demite, transfere e dá ordens e a tomadora de serviços terá a
subordinação técnica ela quem dirá como deve ser realizado o serviço,
principalmente se este for realizado em suas dependências.
Mas o funcionário que estará realizando a atividade não poderá realizar
uma atividade essencial para aquela empresa, senão poderá ser comprovada a
ilicitude da Terceirização, pois se caracterizará a subordinação e pessoalidade com
o tomador de serviços.
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É necessário inclusive verificar se a empresa prestadora de serviços
possui sede própria, pois se o funcionário trabalhar no mesmo lugar de trabalho,
no mesmo horário diariamente, prestando serviços exclusivos ao tomador de
serviços, não se caracterizará a Terceirização e sim um contrato de trabalho.
Por isso a importância de o funcionário prestar serviços de forma
eventual na empresa tomadora de serviço.
A Terceirização ilícita implica a locação permanente de serviços, o
fornecimento de mão de obra mais barata, com redução de salário e
desvirtuamento da relação de emprego, e também a escolha de parceiros
inadequados, quando inidôneos financeiramente.
Assim, a empresa tomadora de serviços que contratar trabalhadores
terceirizados ilicitamente, será responsabilizada pelos encargos trabalhistas
vinculados ao obreiro contratado, formando-se o vínculo de emprego com esta,
tendo em vista a presença dos cinco elementos fáticos jurídicos que
caracterizaram a relação de emprego, quais sejam, pessoa física, pessoalidade,
subordinação, onerosidade, não eventualidade.
Portanto, qualquer tipo de contratação de obreiro terceirizado que não
estiver em consonância com as hipóteses discriminadas no texto da Súmula 331
do TST, darão ensejo a responsabilização jurídica da tomadora de serviços,
formando o vínculo empregatício do obreiro terceirizado com esta.
Já na Terceirização lícita, a empresa dedica-se a um número menor de
atividades, havendo menor desperdício no processo de produção, deixando de
lado a mão de obra que não é essencial para a sobrevivência da empresa,
41
diminuindo custos, porém sem existir a relação de emprego, já que a subordinação
não se encontra presente.
Conforme mencionado no presente trabalho, as hipóteses legais
autorizadoras em relação a contratação de trabalhadores terceirizados são
excetivas, já que predomina no ramo jus trabalhista, o padrão clássico bilateral de
contratação.
Neste sentido, todo tipo de contratação terceirizada que não esteja em
conformidade com as hipóteses legalmente pré-estabelecidas constitui fraude ao
ordenamento jurídico jus trabalhista.
3.2 - O QUE TERCEIRIZAR?
Segundo alguns autores que já escreveram sobre terceirização
apontaram diversas atividades podem ser terceirizadas ou que são comumente
praticadas, de forma total ou parcial. As predominantes são as apresentadas no
QUADRO 1.
Entretanto, o essencial é identificar se os serviços ou atividades que se
pretende terceirizar não são atividades-fim de empresa ou atividades estratégicas.
Leite, J.C. (LEITE, 1994, p.21-22) menciona que, dentre as principais atividades
que não devem ser terceirizadas, destacam-se:
42
- Desenvolvimento tecnológico e de produtos: embora seja possível terceirizar grandes
parcelas dessa atividade, não convém, até por questões estratégicas, transferir para
terceiros as decisões sobre produtos da organização.
- Desenvolvimento de novos negócios.
- Definição de estratégia de comercialização.
Uma organização de construção civil poderia terceirizar seu restaurante
ou sua segurança patrimonial, no entanto não seria recomendável terceirizar sua
área de engenharia civil. Em outro exemplo uma organização de cosméticos
poderia terceirizar diversas atividades, mas não deveria terceirizar sua área de
produção ou de pesquisa. Por quê? Porque não é recomendável terceirizar o que é
estratégico, apesar de não ser atividade-fim. Eventualmente, nesse sentido,
também não deveria terceirizar sua atividade de logística, por ser estratégica,
apesar de não ser sua atividade-fim.
QUADRO 1
Principais atividades terceirizáveis
Alimentação – preparação e distribuição
Transporte – pessoas e cargas
Segurança / Vigilância
Construção
Montagem
Limpeza
Conservação patrimonial
Manutenção em geral – predial, engenharia, mecânica, máquinas, equipamentos,
hardware, software
Frotas
Serviços administrativos – recepção, digitação, administração de Recursos
Humanos (recrutamento, treinamento, folha de pagamento), contabilidade;
comunicação
Serviços técnicos – trabalhistas, sindicais, arquitetura, engenharia
43
Serviços de comunicação – mensageiros, telefonia
Jurídico – gestão de contenciosos
Propaganda e promoção
Informática
Assistência médica
Logística
Desverticalização: compra de matéria-prima que poderia ser fabricada Em um
hotel, por exemplo, pode-se terceirizar o restaurante, mas não se recomenda.
Como efeito, se a alimentação for precária e de má qualidade, provavelmente o
hóspede ali não mais hospedará.
Ao identificar a atividade que se pretende terceirizar deve-se especificar
qual o serviço e seu grau de correlação com a atividade-fim, se é baixa, média ou
alta. Este aspecto visa validar que a atividade de terceirização não é uma
atividade-fim, nem estratégica para a organização.
Como definição de critérios de decisão do que terceirizar, podemos
seguir algumas orientações de Oliveira, M.A (OLIVEIRA,1994, p.126-127):
- Atividades que sejam de apoio indireto ao negócio central da organização.
- Atividades que produzam evidentes melhorias operacionais, seja em termos de redução de custos envolvidos, seja em termos da eficiência conseguida na execução por terceiros.
- Atividades e serviços que são fornecidos por empresas especializadas no mercado e capazes de oferecer um serviço de alta qualidade.
- Atividades e serviços que não geram grandes obstáculos à decisão de implantá-los – obstáculos de ordem política, trabalhista, legal, técnica e financeira.
De outra forma, posso recomendar que as atividades-meio sejam terceirizadas se seguirem o seguinte padrão:
- Atividades-meio de grande volume e baixa complexidade. Por exemplo: folha de pagamento, restaurante, cobrança, etc.
- Atividades-meio de baixo volume e alta complexidade. Por exemplo: parecer jurídico, agenciamento marítimo etc.
44
3.3 – A Súmula 331 do TST
Contrato de prestação de serviços. Legalidade (nova redação do item IV
e inseridos os itens V e VI à redação)
I – A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o
vínculo diretamente com o tomador de serviços, salvo no caso de trabalho
temporário (Lei n.6.019, de 3-1-1974).
II – A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera
vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou
fundacional (art. 37, II, da CF/1988).
III – Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de
vigilância (Lei n. 7.102, de 20-6-1983) e de conservação de limpeza, bem como a
de serviços especializados, ligado à atividade –meio do tomador, desde que
inexistindo a pessoalidade e a subordinação direta.
IV – O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador,
implica a responsabilidade subsidiária do tomador de serviços quanto àquelas
obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do
título executivo judicial.
A súmula 331 buscou esclarecer o contraponto entre terceirização lícita
e ilícita e dispôs sobre os quatro casos, excepcionais, em que é possível terceirizar
o serviço, quais sejam, o trabalho temporário para atender necessidade transitória
de substituição de pessoal regular e permanente da empresa tomadora ou
45
necessidade resultante de acréscimo extraordinário de serviços dessa empresa, ou
seja, a terceirização na atividade-fim da empresa é ilegal, sendo excepcionalmente
permitida no caso do trabalho temporário; serviços de vigilância; serviços de
conservação e limpeza; e serviços especializados, ligados a atividade-meio do
tomador do serviço.
A empresa que realizar a prestação de serviços especializados, quais
sejam, vigilância, conservação e limpeza e ligados à atividade-meio, deve ser
realmente especializada naquele tipo de serviço e tem que ter capacitação
específica. Isto significa que não pode ser uma simples locação de mão de obra,
ela deve ser especializada.
3.4 – A REPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO TOMADOR DE
SERVIÇOS
Inciso IV da Súmula 331 do TST, o qual fixa a responsabilidade subsidiária do tomador de serviços pelas obrigações trabalhistas que venham a ser inadimplidas pela empresa prestadora de serviços contratada. Aduz que o inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos órgãos da administração direta, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista, desde que hajam participado da relação processual e constem também do título executivo judicial (art. 71 da Lei nº 8.666, de 21.06.1993).
Note-se que o mesmo inciso, em sua parte final, fixa a possibilidade de
responsabilização do ente público que figure como tomador de serviços, de forma
subsidiária, quanto às obrigações trabalhistas decorrentes do contrato de trabalho.
Para tal exige tão somente que tal ente tenha integrado a relação processual, bem
como o título executivo judicial.
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Insta ressaltar que a possibilidade de responsabilização subsidiária
prescinde da ilicitude da terceirização, bastando que haja o inadimplemento das
obrigações por parte do empregador (empresa prestadora de serviços), devendo-
se, é claro, observar-se o pré-requisito de que a empresa tomadora de serviços
tenha participado da relação processual, constando também no título executivo,
conforme bem enfatizou a súmula em tela visando garantir o exercício dos
princípios do contraditório e da ampla defesa por parte desta.
Em outras palavras, a responsabilização subsidiária pelas verbas
trabalhistas não quitadas pela empresa prestadora de serviços ao seu empregado
e cujo labor teve como beneficiário a empresa tomadora de serviços, será atribuído
a esta, ainda que inexistentes a subordinação e a pessoalidade. Deverá,
entretanto, ser limitada ao pagamento de valores referentes ao período em que foi
beneficiada por aquela mão de obra.
TERCEIRIZAÇÃO – RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO TOMADOR DOS
SERVIÇOS –
No âmbito da responsabilidade subsidiária do tomador de serviços, não
basta a regularidade da terceirização, há que se perquirir sobre o cumprimento das
obrigações trabalhistas pela contratada durante a vigência do contrato de trabalho.
O tomador de serviços, ainda que Ente da Administração Pública, é responsável
subsidiário pelos créditos trabalhistas do empregado adquiridos diante do trabalho
que para ele é executado em cumprimento de contrato estabelecido com terceiro,
sendo-lhe atribuída a culpa in eligendo e a culpa in vigilando. Se o real
empregador for inadimplente nas suas obrigações trabalhistas, deve o beneficiário
dos serviços prestados responder subsidiariamente quanto a estas obrigações,
conforme determina o inciso IV, do Enunciado 331, do TST”. (TRT 16ª R. – RO
00184-2008-008-16-00-7 – Rel. Des. Luiz Cosmo da Silva Júnior – DJe 22.09.2009
– p. 9).
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3.5 – A RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO TOMADOR DE
SERVIÇOS
A solidariedade não se presume. Decorre da lei ou da vontade das
partes.
A responsabilidade solidária só poderá ocorrer em se tratando de
empresas do mesmo grupo econômico, ou entre empresa de trabalho temporário e
tomadora de serviços, caso a primeira vá à falência.
No Direito do Trabalho dificilmente a solidariedade decorre de contrato,
pois o tomador de serviços não irá querer responder pela dívida do prestador de
serviços.
Sobre a responsabilidade solidária Caio Mario da Silva Pereira,
(PEREIRA, 1998, p.57) ensina:
Obrigação solidária é de espécie de obrigação múltipla, configurando-se esta pela presença de mais um individuo em um ou em ambos os pólos da relação obrigacional. Ocorre, portanto, quando concorrem vários credores e/ou devedores.
Segundo Rubens Ferreira de Castro, (CASTRO, 2000, p.149): A responsabilidade solidária das obrigações trabalhistas pode decorrer de estipulação entre as partes, como, por exemplo, em acordo ou convenção coletiva de trabalho; ou de própria lei...
Reforçando este conceito Plácido e Silva, (SILVA, 1997,
4v.p.441) conceitua a responsabilidade da seguinte forma: A consolidação em unidade de um vinculo jurídico diante da
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pluralidade de sujeitos ativos ou passivos de uma obrigação, a fim de que somente se possa cumprir por inteiro, ou in solidum.
Na responsabilidade solidária, em se tratando de processo, o
empregado poderá optar se irá ingressar com o processo contra o empregador ou
contra o tomador de serviços.
A responsabilidade solidária fatalmente acarretará o fim de qualquer
contratação de forma terceirizada. Um retrocesso injustificável para as empresas e
para o próprio país.
Sustenta-se que a responsabilidade deve ser solidária, na espécie, pelo
fato de que duas empresas, a tomadora e a prestadora de serviços, se
beneficiaram da mão de obra do trabalhador. O que as faz responsáveis, na
mesma medida, pelas responsabilidades trabalhistas e, conforme a natureza das
normas protetoras do Direito do Trabalho, os riscos que assume a empresa
tomadora ao optar por contratar empresa para a execução de algumas atividades,
ao invés de executá-las.
Vejamos decisões da Turma do TRT da 4ª Região, trazendo algumas
decisões sobre o processo de Terceirização em relação à responsabilidade
solidária:
Acórdão Nº 00989-2008-104-04-00-9 (RO) de Tribunal Regional do
Trabalho - 4ª Região (Porto Alegre), de 02 de Setembro 2009.
EMENTA: RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA.
TERCEIRIZAÇÃO. ATIVIDADES ESSENCIAIS.
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Quando houver contratação de mão de obra para exercer atividades
essenciais à finalidade da tomadora, há fraude à legislação trabalhista, o que
enseja a declaração de responsabilidade solidária da prestadora e da tomadora de
serviços, caso não for postulado o reconhecimento de vínculo com a tomadora.
Inteligência da Súmula 331, I, do TST e do art. 942 do Código Civil. HORAS
EXTRAS. O descumprimento do dever de documentar a jornada de trabalho,
imposto pelo artigo 74, § 2º da CLT, faz presumir verdadeira a jornada anunciada
na inicial, a qual, todavia, deve ser fixada levando em conta eventuais limitações
estabelecidas pela prova oral. (...)
Acórdão Nº 01142-2005-102-04-00-6 (RO) de Tribunal Regional do
Trabalho - 4ª Região (Porto Alegre - RS), de 17 de Junho 2009 - EMENTA:
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. A Terceirização da atividade-fim enseja
reconhecimento de vínculo de emprego direto com o tomador de serviços ou,
conforme pedido, a declaração de responsabilidade solidária quanto aos créditos
decorrentes da relação de emprego. (...)
Ambas as decisões tratam da Terceirização da atividade-fim de uma
empresa, o que já demonstramos não ser legalmente possível, pois cabe a própria
empresa a realização desta atividade uma vez que a Terceirização é a
transferência de atividades acessórias ou de apoio de uma empresa, para que esta
possa concentrar-se em sua atividade-fim.
Essa forma de Terceirização é muito arriscada, pois ela continua sendo
ilegal o que acarreta um custo maior para a empresa que contratou já que alem de
pagar à empresa prestadora pelos serviços prestados, também corre o risco de ter
que se responsabilizar por todas as obrigações trabalhistas.
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3.6 - CUIDADOS NECESSÁRIOS PARA O PROCESSO DE TERCEIRIZAÇÃO
O processo de terceirização dever ser conduzido de forma segura para
que resulte em efetiva melhoria da qualidade e produtividade e, também, sirva para
uma real economia de tributos.
Nesse sentido, a lição de Wilson Alves Polônio, (POLONIO, 2000, p.
108):
Um processo de terceirização deve ser conduzido com segurança, de forma a resultar em melhoria de qualidade e produtividade, conciliando ao mesmo tempo com legítima economia de tributos. Nesse sentido, um contrato de prestação de serviço, que seja firmado com empresa prestadora de serviços, quer com cooperativa de trabalho, deve prever uma relação de parceria, coberta de todos os cuidados com a finalidade de buscar a qualidade e produtividade.
Para Paulo Henrique Teixeira, (TEIXEIRA, 2009, p.143):
Apesar de toda atividade empresarial incluir uma parcela de risco, isso não significa tomar decisões imprudentes, sem base sólida, inclusive, e, principalmente no que diz respeito à contratação de terceiros. Ao optar pela terceirização, a empresa deve identificar todos os riscos, quantificá-los e só então partir para sua administração.
Para Wilson Alves Polônio, (POLONIO, 2000, p.214), os seguintes
aspectos devem nortear a relação contratual de prestação de serviços
terceirizados.
Quanto ao relacionamento com as pessoas contratadas; quanto ao objeto da terceirização; quanto aos aspectos do contrato; quanto à regularidade formal da prestadora de serviços; e, quanto aos aspectos específicos relacionados à terceirização com cooperativa de trabalho.
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Para Lauro Ribeiro Pinto Junior, (PINTO JUNIOR, 2005, p.114), a
realização do processo de terceirização entre as empresas, obriga a adoção de
algumas medidas preventivas. São elas:
-As atividades secundárias e acessórias prestadas para
outras empresas devem ser definidas; -Avaliação de satisfação dos clientes diante dos serviços
prestados, identificando qualidade e eficiência, não deixando de considerar os gastos com relação a produção dos produtos secundários para compor o principal;
-A análise do contrato de prestação de serviços deve ser bem elaborada, para evitar problemas e futuras discussões judiciais, favorecendo o negócio empreendedor. Recomenda-se a feitura de um contrato de curta duração, no início, para a averiguação correta da satisfação do cliente, havendo a possibilidade de rompimento, caso haja descontentamento;
-Capacitação profissional dos empregados, e a manutenção de equipamentos para integrar a padronização e a qualificação dos produtos oferecidos;
-A empresa terceirizada deve oferecer vantagens aos clientes, tais como: experiência no ramo; idoneidade profissional; produtos com qualificação e situação financeira estável;
-Não há exclusividade quando se fala em empresa terceirizada, porém, há que se levar em conta, quando existe apenas um cliente para aquele tipo de atividade, podendo ser caracterizado como vínculo trabalhista e dependente econômico, acarretando discussões frente a Justiça do Trabalho.
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CONCLUSÃO
O presente trabalho trouxe um estudo minucioso da terceirização de
serviços, em diversos ramos do Direito do Trabalho.
A partir da pesquisa realizada sobre o tema citado, foi possível expor
cuidadosamente acerca das vantagens e desvantagens do fenômeno da
terceirização no atual contexto sócio-jurídico brasileiro, levando-se em
consideração, principalmente, o obreiro, parte hipossuficiente da relação
empregatícia.
É notório que, com o desenvolvimento da tecnologia, as empresas
começaram a terceirizar diversas atividades, como meio alternativo estratégico de
gestão.
A descentralização de atividades possibilitaria o aparecimento de
inúmeros benefícios a empresa tomadora de serviços, tais como, otimização de
lucros, redução de custos, aumento da produtividade e agilização da produção,
No entanto, ainda que a contratação de serviços terceirizados possua
suas vantagens no que tange ao ramo da administração de empresas, o mesmo
não ocorre com o ramo do Direito do Trabalho, que vive em extrema tensão com
este instituto.
Na tentativa de minimizar os inúmeros conflitos que envolvem a matéria
em questão, o Tribunal Superior do Trabalhou editou a Súmula 331. Não se pode
olvidar que a referida Súmula tem exercido sua função social na busca de soluções
satisfatórias em prol do obreiro terceirizado
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Apesar da atividade de terceirização estar muito presente na vida diária
das empresas, ela tem se desenvolvido a uma velocidade extraordinariamente e
requer constantes aprimoramentos e estudos, sem as quais estaríamos
predestinado ao descaso e ao fracasso. O dinamismo dessa área requer de seus
profissionais extrema habilidade e criatividade.
Para algumas empresas, erroneamente, mão de obra é sinônimo de
custos, o que quer dizer despesas. A partir desse raciocínio, dá-se a lógica: reduzir
o efetivo e tudo mais que a ele estiver agregado. As empresas foram buscar na
terceirização a saída para os seus problemas econômicos momentâneos e
procuram e selecionam fornecedores sem se preocuparem com a capacidade,
idoneidade, competência, especialização daqueles que estão contratando;
buscando somente o menor preço.
Já se faz entendimento que a terceirização é fator importante, se bem
engajada na escala produtiva. Daí a preocupação que deverá existir por parte do
legislador em encontrar o ponto de equilíbrio entre o trabalho terceirizado e o
trabalho vinculado a relação empregatícia para que e progresso e o sucesso da
terceirização não venha compor fator de enfraquecimento no vínculo empregatício.
Ao final dos estudos, concluímos que a Terceirização contribui muito
para as empresas que desejam dedicar-se de forma mais exclusiva para a
realização de sua atividade-fim e se restar comprovado o respeito ao trabalhador e
aos seus direitos, esta é uma forma de aumentar o número de empregos em nosso
país.
54
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TEIXEIRA, Paulo Henrique: Terceirização com Segurança. Editora Portal
Tributário Ltda. Curitiba:2009, p.143
TRIBUNA DO ADVOGADO – OAB/RJ. Setembro/2014. Reportagem de Amanda
Lopes. (p. 32 e 33).
56
ÍNDICE
RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I 10 DIREITO DO TRABALHO 10 1.1- CONCEITO 10 1.2- NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO DO TRABALHO 11 1.3- RELAÇÕES DE EMPREGO E CONTRATO DE TRABALHO 13 1.4- NATUREZA JURÍDICA DA RELAÇÃO DE EMPREGO 14 1.5- NATUREZA JURÍDICA DO CONTRATO DE TRABALHO 16 1.6- A TERCEIRIZAÇÃO NO BRASIL 17 1.7- EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA TERCEIRIZAÇÃO 20 CAPÍTULO II 23 A TERCEIRIZAÇÃO DE SEVIÇOS 23 2.1 - CONCEITO 23 2.2 - NATUREZA JURÍDICA DA TERCEIRIZAÇÃO 25 2.3 - VANTAGENS DA TERCEIRIZAÇÃO 26 2.4 - DESVANTAGENS DA TERCEIRIZAÇÃO 30 2.5 - LIMITES DA TERCEIRIZAÇÃO SEGUNDO O STF 33 CAPÍTULO III 38 A TERCEIRIZAÇÃO E O PROCESSO DO TRABALHO 38 3.1 - A TERCEIRIZAÇÃO LÍCITA E ILÍCITA 38 3.2 - O QUE TERCEIRIZAR? 41 3.3 - A SÚMULA 331 DO TST 44 3.4 - A RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO TOMADOR DE SERVIÇOS 45 3.5 - A RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO TOMADOR DE SERVIÇOS 47 3.6 - CUIDADOS NECESSÁRIOS PARA O PROCESSO DE TERCEIRIZAÇÃO 50 CONCLUSÃO 52 BIBLIOGRAFIA 54