universidade candido mendes pÓs-graduaÇÃo … · a suposição aplicada ao problema de pesquisa...

112
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A CONTRIBUIÇÃO DA UNIVERSIDADE CORPORATIVA NO ALCANCE DOS DESAFIOS ESTRATÉGICOS DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL NA VISÃO DOS GESTORES DO MUNICÍPIO DE VILA VELHA Elismar Muller de Freitas Orientadora Profª. Marcella Estevez Vila Velha 2009

Upload: doanthu

Post on 02-Dec-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A CONTRIBUIÇÃO DA UNIVERSIDADE CORPORATIVA NO

ALCANCE DOS DESAFIOS ESTRATÉGICOS DA CAIXA

ECONÔMICA FEDERAL NA VISÃO DOS GESTORES DO

MUNICÍPIO DE VILA VELHA

Elismar Muller de Freitas

Orientadora

Profª. Marcella Estevez

Vila Velha

2009

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A CONTRIBUIÇÃO DA UNIVERSIDADE CORPORATIVA NO

ALCANCE DOS DESAFIOS ESTRATÉGICOS DA CAIXA

ECONÔMICA FEDERAL NA VISÃO DOS GESTORES DO

MUNICÍPIO DE VILA VELHA

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão de

Recursos Humanos.

Por: . Elismar Muller de Freitas

3

AGRADECIMENTOS

A Deus, Senhor e Doador da vida, que a impulsiona e dá a

cada momento um significado especial; aos meus familiares e

amigos pelas palavras de ânimo e motivação; a Profª. Marcella

Estevez pela disponibilidade e atenção que demonstrou na

orientação, sempre respondendo aos questionamentos,

instigando e incentivando a reflexão e o repensar do trabalho.

4

DEDICATÓRIA

A minha esposa Silmara e meus dois filhos Bárbara e Matheus,

que presenciaram todos os momentos, incentivaram e

compartilharam as dificuldades e conquistas.

5

RESUMO

O estudo teve como objetivo verificar qual a contribuição da

Universidade Corporativa para alcance dos objetivos estratégicos da Caixa

Econômica Federal na visão dos gestores do município de Vila Velha. Nesta

pesquisa é apresentada como estudo de caso a empresa Caixa Econômica

Federal e sua Universidade Corporativa onde são abordados seus principais

aspectos e características. O estudo após apresentar uma evolução da

administração até os tempos atuais contextualiza o tema destacando sua

relevância e demonstrando a importância e tendência do mercado na utilização

de universidades corporativas para capacitação dos colaboradores da

instituição, ou seja, a educação e a qualificação da força de trabalho são

essenciais para o desenvolvimento das organizações, devido às novas

tecnologias e mudanças no ambiente trabalhista. As universidades

corporativas, em âmbito mundial e nacional, vêm se multiplicando em número e

suas ações têm despertado a atenção para o fato de que se configuram em um

novo locus de gestão de conhecimento. Os resultados da pesquisa, após

questionário respondido pelos gestores da empresa no município de Vila

Velha/ES, confirmam o alinhamento das ações de aprendizagem desenvolvidas

e planejadas pela Caixa com as teorias, conceitos, princípios e valores

norteadores da gestão do conhecimento por meio de universidade corporativa,

propostos pelos diversos autores.

6

METODOLOGIA

A metodologia utilizou-se de pesquisa explicativa, aplicada, descritiva,

de campo, bibliográfica e estudo de caso. Os dados foram obtidos por meio de

questionário e de forma documental. A amostra foi tratada qualitativamente. O

presente trabalho utiliza questionário de pesquisa semi-estruturado contendo

perguntas fechadas e abertas. Instrumento este direcionado aos empregados

da Caixa Econômica Federal, mais especificamente aos gestores do município

de Vila Velha/ES, na intenção de avaliar o impacto das ações desenvolvidas

pela empresa por meio da sua Universidade Corporativa, para o alcance dos

sete desafios estratégicos definidos pela direção da instituição. Dentre as

limitações para a pesquisa, estão à abrangência e o tamanho da empresa,

impossibilitando uma pesquisa mais profunda. A coleta de dados feita por

questionário aos sujeitos da pesquisa é limitada pela interpretação e

predisposição dos mesmos em responder as perguntas, o que pode ocasionar

desvios ou tendências no resultado da mesma. O problema de pesquisa deste

trabalho é: qual a contribuição da Universidade Corporativa para o alcance dos

desafios estratégicos da Caixa Econômica Federal na visão dos gestores do

município de Vila Velha no estado do Espírito Santo? O presente estudo se

justifica, considerando que a educação corporativa é um novo modelo de

educação que se formata na sociedade atual e que possui um amplo horizonte

de discussão e avaliação quanto a sua plena utilização, tanto pelas empresas

quanto pelos colaboradores internos e parceiros. Esta contribuição dada pela

Universidade Corporativa Caixa de capacitação e melhoria do desenvolvimento

da pessoa e do profissional com informação e conhecimento, facilitando sua

participação e envolvimento , contribuindo para uma sociedade mais justa e

solidária, em muito inspirou e motivou a escolha do assunto dessa pesquisa. O

tema foi escolhido também pelo procedimento definido em norma da empresa,

para os casos de realização de curso de pós-graduação incentivado pela

instituição, de desenvolver um trabalho de conclusão sobre temas

intrinsecamente vinculados aos interesses da Caixa. A empresa não apenas

incentivou financeiramente o curso, mas também cedeu importante material

sobre o tema que em muito enriqueceu a pesquisa.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Da Administração à Gestão Estratégica Moderna 11

CAPÍTULO II - Apresentação da Caixa – Estudo de Caso 50

CAPÍTULO III – Análise e Resultado da Pesquisa 67

CONCLUSÃO 99

BIBLIOGRAFIA 101

ANEXO 1 105

ÍNDICE 110

FOLHA DE AVALIAÇÃO 112

8

INTRODUÇÃO

A Universidade Corporativa Caixa é uma ferramenta utilizada pela Caixa

Econômica Federal (CEF) para capacitar seus funcionários, valorizar o

desenvolvimento contínuo e a profissionalização dos colaboradores internos,

de forma integrada com os objetivos estratégicos da organização.

O tema do trabalho trata da contribuição da Universidade Corporativa

Caixa para alcance dos desafios estratégicos da Empresa. O tema está

limitado em dois aspectos: o geográfico e o do cargo ocupado pelo sujeito da

pesquisa a ser realizada. Assim este trabalho está limitado a verificar a visão

dos gestores da Caixa do município de Vila Velha no estado do Espírito Santo.

A pesquisa, a partir do tema que limita a área de interesse, tem como

objetivo geral verificar qual a contribuição da Universidade Corporativa Caixa

para alcance dos objetivos estratégicos da Caixa Econômica Federal na visão

dos gestores do município de Vila Velha no estado do Espírito Santo. Os

objetivos específicos são: Caracterizar a Caixa Econômica Federal e a sua

Universidade Corporativa, apresentar o modelo de gestão da Caixa, elaborar

um referencial teórico sobre o assunto e realizar uma pesquisa de campo.

Vergara (2003, p.21) define problema como sendo algo ainda sem

solução e para o qual se busca uma resolução possível através de pesquisa.

Já Marconi e Lakatos (1999, p.28) reconhecem que um problema é uma

dificuldade ainda que prática ou teórica, no conhecimento de algo de real valor

e para o qual se deva buscar uma resposta.

“Um problema é uma questão que pergunta como as variáveis estão

relacionadas” (Kerlinger, 1980 apud Köche, 1999, p.107).

“Problema é uma questão que envolve intrinsecamente uma dificuldade

teórica ou prática, para a qual se deve encontrar uma solução” assim descreve

Cervo & Bervian (2002, p. 84).

9

O problema de pesquisa deste trabalho é: Qual a contribuição da

Universidade Corporativa Caixa para o alcance dos Desafios Estratégicos da

Caixa Econômica Federal na visão dos gestores do município de Vila Velha no

estado do Espírito Santo?

“A hipótese é a proposição testável que pode vir a ser a solução do

problema.” Gil (1996, p.35).

[...] rigorosamente, todo procedimento de coleta de dados

depende da formulação prévia de uma hipótese. Ocorre

que muitas pesquisas as hipóteses não são explícitas.

Todavia, nestes casos, é possível determinar as hipóteses

subjacentes, mediante a análise dos instrumentos

adotados para a coleta dos dados. Assim, em algumas

pesquisas as hipóteses são implícitas e em outras são

formalmente expressas. Nesses casos, as hipóteses

envolvem uma única variável e o mais freqüente é indicá-

la no enunciado dos objetivos da pesquisa. Já naquelas

pesquisas que têm como objetivo verificar relações de

associação ou dependência entre variáveis, o enunciado

claro e preciso das hipóteses constitui requisito

fundamental. (GIL, 1996, p.43).

Vergara(2003, p.29) complementa afirmando que “as suposições estão

mais associadas as pesquisas chamadas qualitativas. Não implicam testagem;

apenas, confirmação ou não, via mecanismos não estatísticos”.

No presente estudo optou-se por deixar clara a hipótese aplicada ao

problema de pesquisa e de acordo com o conceito de Vergara acima citado foi

formulada a suposição para responder ao problema de pesquisa apresentado.

10

Conclui-se que hipótese é sinônimo de suposição. Neste sentido,

hipótese é uma afirmação categórica, que tente responder ao problema

levantado no tema escolhido para pesquisa.

O trabalho de pesquisa, então, irá confirmar ou negar a hipótese (ou

suposição) levantada.

A suposição aplicada ao problema de pesquisa é que a contribuição da

Universidade Corporativa Caixa se dá pela formação de profissionais altamente

capacitados e especializados para atuarem no novo cenário, onde a gestão

pública busca a eficiência e o alcance de resultados, possibilitando à Caixa a

ampliar sua participação no mercado de crédito de pessoa física e jurídica,

melhorar a qualidade do atendimento, adequar processos e aumentar a

participação no mercado de captação de recursos.

O trabalho está estruturado em três capítulos que tratam dos assuntos

abaixo especificados. O primeiro capítulo faz parte da revisão literária e

contextualiza o tema abordado, apresentando uma evolução histórica da

administração, gestão de pessoas, treinamento e desenvolvimento e gestão

estratégica de acordo com vários autores.

A empresa com a Universidade Corporativa Caixa é apresentada no

segundo capítulo onde são abordados seus principais aspectos e

características.

No terceiro capítulo é apresentada a pesquisa realizada com suas

interpretações.

Finalmente é apresentado a conclusão, referências e anexo. E, considerando

que esta pesquisa não tem a pretensão de esgotar o assunto, são apontadas

algumas possibilidades de investigação para trabalhos futuros.

11

CAPÍTULO I

DA ADMINISTRAÇÃO À GESTÃO ESTRATÉGICA

MODERNA

A preocupação de ter boa gestão sobre pessoas e processos é tão

antiga quanto à própria civilização. Pode-se constatar que na própria Bíblia

existem citações e relatos da preocupação em se delegar, não centralizar

autoridade bem como ter controle e boa organização ao dirigir uma multidão,

como é o caso de Moisés. Diante de seu povo, realizou um trabalho de

seleção, adestramento e organização do pessoal para o êxodo por meio do

princípio da delegação e do princípio da exceção: ”Eles julgarão toda a questão

de pouca monta, mas toda a questão importante ser-vos-á trazida” (Êxodo

18.22). Escolheu alguns homens e os colocou por chefes de mil, chefes de

cem, chefes de cinqüenta e chefes de dez.

Dos tempos antigos até os atuais muito se falou em administração e

formas de gerir pessoas e processos para alcance de melhores resultados. As

empresas atuais que buscam sobrevivência e perenidade neste mercado tão

globalizado e competitivo implantam estratégias modernas e investem cada vez

mais nas pessoas e no intelectual humano.

Assim discute-se nos próximos relatos a história da administração até as

formas atuais de gestão.

1.1 – Evolução Histórica da Administração

De acordo com a professora doutora Maria Virginia Llatas (acesso em 27

jun. 2009) que descreve sobre os antecedentes históricos da administração, no

Egito antigo, “a construção de Quéops, com mais de 100 mil homens e 2,3

milhões de blocos com peso médio de 2,5 toneladas cada é prova da utilização

dos princípios da administração”.

Sócrates também relata em seus discursos a importância da liderança e

12

da condução das pessoas e coisas públicas.

Llatas também cita que na evolução histórica da administração, duas

instituições se destacaram: a Igreja Católica Romana e as Organizações

Militares.

A Igreja Católica Romana pode ser considerada a organização formal

mais eficiente da civilização ocidental. Através dos séculos vem mostrando e

provando a força de atração de seus objetivos, a eficácia de suas técnicas

organizacionais e administrativas, espalhando-se por todo mundo e exercendo

influência, inclusive sobre os comportamentos das pessoas, seus fiéis.

As Organizações Militares evoluíram das displicentes ordens dos

cavaleiros medievais e dos exércitos mercenários dos séculos XVII e XVIII até

os tempos modernos com uma hierarquia de poder rígida e adoção de

princípios e práticas administrativas comuns a todas as empresas da

atualidade.

O fenômeno que provocou o aparecimento da empresa e da moderna

administração ocorreu no final do século XVIII e se estendeu ao longo do

século XIX, chegando ao limiar do século XX. Esse fenômeno, que trouxe

rápidas e profundas mudanças econômicas, sociais e políticas, chamou-se

Revolução Industrial.

A Revolução Industrial teve início na Inglaterra, com a invenção da

máquina a vapor, por James Watt, em 1776. A aplicação da máquina a vapor

no processo de produção provocou um enorme surto de industrialização, que

se estendeu rapidamente a toda a Europa e Estados Unidos.

De acordo com Lucinda Pimentel Gomes (acesso em 27 de jun. 2009), a

revolução industrial desenvolveu-se em duas fases distintas: a primeira fase de

1780 a 1860. É a revolução do carvão, como principal fonte de energia, e do

ferro como principal matéria-prima. O trabalho do homem e do animal é

substituído pela máquina e as novas oportunidades de emprego provocam

13

migrações para centros urbanos. A segunda fase de 1860 a 1914 é a revolução

da eletricidade e derivados do petróleo, como as novas fontes de energia, e do

aço, como a nova matéria-prima. É a introdução definitiva da máquina

automática e da especialização do trabalhador.

Ao final desse período, o mundo já não era mais o mesmo. E a moderna

administração começa a dar os seus primeiros passos.

De acordo com Lattas (acesso em 27 de jun. 2009) como pioneiros da

administração podemos citar Adam Smith (1723-1790): Divisão do Trabalho e o

controle (A Riqueza das Nações); Robert Owen (1771-1858): problemas

humanos da industrialização (monitor silencioso); Charles Babbage (1792-

1871): “Máquina de diferença”(1822); “motor analítico”(1833); pesquisa

operacional; relação trabalhador x dono da fábrica (participação nos lucros e

programas de melhorias); Daniel McCallum (1815-1878): Administração de

ferrovias (superintendente geral); Henry Poor (1812-1905): sistema (antes de

Taylor), reconhecimento (antes de Mayo), liderança (antes de Argyrys).

Mas a Escola da Administração Científica ganha corpo a partir dos

estudos de Frederick Winslow Taylor, cuja ênfase é na tarefa, que reflete com

riqueza de detalhes técnicos a preocupação do administrador com a mecânica

operacional que embasava o processo produtivo de então. Taylor defendia a

idéia de separação das funções de preparar o trabalho das de executá-lo. Isto

só ocorreu no início do século XX. Para Taylor, já naquela época, a

administração deveria, junto com a organização, receber tratamento científico

(CORADI, 1977).

Em 1929, Henry Fayol, engenheiro e administrador francês, publica um

livro intitulado Administração Geral e Industrial, onde complementa os

conceitos de Taylor aprimorando a ênfase na tarefa através da produção em

série (MOTTA, 2001).

Outro expoente da Administração foi Frank Gilbreth, também seguidor

de Taylor. Sua preocupação era de encontrar, para cada tarefa realizada pelo

14

operário dentro do processo produtivo, uma forma de realizá-la, diminuindo a

quantidade de movimentos e maximizando o nível de capacidade produtiva do

trabalhador.

Segundo Motta (2001) este modelo ligado á teoria mecanicista sobre o

trabalhador sofreram na década de 20 um forte impacto, decorrentes de

conclusões tiradas por uma equipe da Escola de Administração de Harvard, da

qual fazia parte Elton Mayo, psicólogo industrial e cientista social australiano

(1880 – 1949), que formulou uma teoria que ia diretamente contra os

fundamentos da escola clássica, já que esta colocou a tecnologia e o método

de trabalho como as principais preocupações da administração. Esta nova

teoria foi chamada de Teoria das Relações Humanas.

A teoria das relações humanas ou escola das relações humanas, é um

conjunto de teorias administrativas que ganharam força com a Grande

Depressão criada na quebra da bolsa de valores de Nova Iorque em 1929.

Essas teorias criaram novas perspectivas para a administração, visto

que buscavam conhecer as atividades e sentimentos dos trabalhadores e

estudar a formação de grupos. Até então, o trabalhador era tratado pela Teoria

Clássica, e assim: de forma muito mecânica. Com os novos estudos, o foco

mudou e, do homos economicus o trabalhador passou a ser visto como homos

social.

Segundo Motta (2001), Mayo fez testes em linhas de produção, na

busca por variáveis que influenciassem, positiva ou negativamente, na

produção. Realizou estudos sobre a influencia da luminosidade, do trabalho em

grupo, da qualidade do ambiente e descreveu-as afirmando que o cuidado com

os aspectos sociais era favorável aos empresários. No modelo de Mayo,

[...]o homem é entendido como um ser cujo

comportamento não pode ser reduzido a esquemas

mecanicistas, [...]o homem é visto como amplamente

movido por necessidades de segurança, aprovação

15

social, afeto, prestígio e auto realização

(MOTTA,2001,p.9).

Com as conclusões iniciais tomadas a partir da experiência de

Hawthorne, realizada em uma fábrica no bairro que dá nome a pesquisa

(Chicago, EUA), novas variáveis são acrescentadas ao dicionário da

administração:

• a integração social e comportamento social dos empregados;

• as necessidades psicológicas e sociais e a atenção para novas formas

de recompensa e sanções não-materiais;

• o estudo de grupos informais e da chamada organização informal;

• o despertar para as relações humanas dentro das organizações;

• a ênfase nos aspectos emocionais e não-racionais do comportamento

das pessoas;

• a importância do conteúdo dos cargos e tarefas para as pessoas.

A partir de então começa-se a pensar na participação dos funcionários

na tomada de decisões e na disponibilização das informações acerca da

empresa a qual eles trabalhavam.

Em 1943, surge a Teoria da motivação e escalas de necessidades de

Abrham Maslow composta de cinco necessidades fundamentais: fisiológicas,

segurança, amor, estima e auto-realização. É considerado o pai da Psicologia

Transpessoal.

De acordo com a professora Lucinda Pimentel Gomes (acesso em 27 de

jun. 2009), a partir de 1950 foi desenvolvida a Teoria Estruturalista, preocupada

em integrar todas as teorias das diferentes escolas acima enumeradas, que

teve início com a Teoria da Burocracia de Max Weber, que se baseia na

racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos objetivos (fins), para que se

obtenha o máximo de eficiência.

Wagner Herrera (acesso em 27 de jun. 2009) menciona que na década

de 50, Peter Drucker com sua obra “The Pratice of Manegement” inicia uma

16

nova era no pensamento administrativo e gerencial que considera a

administração como disciplina dada sua importância no estudo da organização.

Foi considerado o Pai da Administração Moderna.

De acordo com Murillo Michel (acesso em 27 de jun. 2009), em 1960,

Douglas Macgregor publicou o seu livro “O Lado Humano da Empresa” que

sugere a existência de duas abordagens básicas de gerenciamento. A teoria X

e Y. A teoria “X” assumia os indivíduos como instrumentos de trabalho –

recursos humanos – e a administração como o cumprimento eficiente de

tarefas dentro de um esquema de incentivo ao desempenho. A teoria “Y” adota

a visão de que as pessoas estão sempre em busca de desafios e interesses, e

de que cabe á administração maximizar o comprometimento e liberar suas

idéias e habilidades.

Convém citar ainda, conforme relata a professora Lucinda Pimentel

Gomes, (acesso em 27 de jun. 2009) a teoria de sistemas desenvolvida a partir

de 1970, que passou a abordar a empresa como um sistema aberto em

contínua interação com o meio ambiente que o envolve e a Teoria da

Contingência, desenvolvida no final da década de 1970. Para essa teoria a

empresa e sua administração são variáveis dependentes do que ocorre no

ambiente externo, isto é, a medida que o meio ambiente muda, também

ocorrem mudanças na empresa e na sua administração como conseqüência.

Assim sendo, conclui-se que os princípios fundamentais das Teorias de

Taylor, Fayol, Mayo e Weber foram e serão sempre os pilares da evolução e do

desenvolvimento da ciência da Administração e que têm motivado e

impulsionado os estudos, pesquisas, trabalhos e obras dos seus seguidores

até os nossos dias.

Mesmo assim a administração não muda muito o seu modo de ver os

empregados até o início dos anos 80, quando surge um novo ambiente

empresarial caracterizado por profundas mudanças, pela agilidade das

informações, facilitada pelo desenvolvimento da informática e como forma de

garantir a sobrevivência das organizações. Quanto a este processo, Herrera

17

(acesso em 27 de jun. 2009) relata que as Escolas do Pensamento Estratégico,

já com vinte anos de existência, sugeriram a criação da disciplina de

Administração Estratégica nas grandes universidades americanas, resultado

das demandas do aumento de competitividade por um novo foco na gestão.

Após sucessivos processos de downsizing, reestruturação e

reengenharia que marcaram toda a década de 90, nota-se atualmente que as

pessoas têm trabalhado cada vez mais, e, por extensão, têm tido menos tempo

para si mesmas. Falava-se muito no termo “Workaholic”, ou seja, viciado em

trabalho. A expressão “empregabilidade” era e é muito utilizada em vários

discursos, cobrando ainda mais capacitação das pessoas.

No final da década de 90 inicia-se um movimento global pela busca da

qualidade de vida, pela humanização cada vez maior no ambiente das

organizações, dando uma grande importância as questões relacionadas á

saúde e segurança do trabalho e também questões relacionadas á motivação,

maior participação do trabalhador nos processos de gestão da empresa

(GOMES, 2006).

Dava-se início então a um novo modelo de gestão de pessoas. A função

de RH passa a integrar e compor a agenda estratégica de muitas empresas.

1.2 - Gestão de Pessoas

Gestão de pessoas, de acordo com Fischer e Fleury (acesso em 05 de

jun. 2009), é um conjunto de políticas e práticas definidas de uma organização

para orientar o comportamento humano e as relações interpessoais no

ambiente de trabalho. Para Dutra (2001), a própria gestão de pessoas tem

passado por transformações. Do foco de gestão de pessoas por meio de

controle para o foco por meio do desenvolvimento, tanto para os indivíduos

quanto para a organização. Neste processo as pessoas têm mais participação

no sucesso dos negócios da empresa através de um comportamento motivado

18

e participativo, onde existe a consciência de que os indivíduos são o patrimônio

intelectual da empresa.

Nesta linha várias empresas optaram por trabalhar com Gestão de

Pessoas com base em competências.

Em seu original latino, Competentia significava proporção ou simetria

[Houaiss 2001]. Um indivíduo competente era aquele capaz de avaliar e agir

adequadamente frente a uma determinada situação, tomando providências

proporcionais à gravidade dos fatos ocorridos, ou seja, reagir na mesma

medida (simetria) deles. Ampliando tal conceito, Perrenoud define

Competência:

[...] é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos

cognitivos (saberes, capacidades, informações etc) para

solucionar com pertinência e eficácia uma série de

situações. (PERRENOUD, acessso em 05 jun. 2009).

Para Fleury & Fleury:

[...] o termo pode ser sumarizado como um saber agir

(savoir faire) responsável e reconhecido, que implica

mobilizar, integrar e transferir conhecimentos, recursos e

habilidades para agregar valor econômico à organização

e valor social ao indivíduo. (FLEURY & FLEURY, acesso

em 05 de jun. 2009).

Para Prahalad e Hamel (1990), competência é o conjunto de

conhecimentos, habilidades, tecnologias, sistemas físicos, gerenciais e valores

que geram diferencial competitivo para a organização.

De fato, uma competência de alguém se forja, se refina e se exterioriza

cada vez que esta pessoa tem a chance de agir em resposta a uma situação

do ambiente. Toda vez que é instigado a agir, o indivíduo precisa mobilizar e

aplicar adequadamente seus recursos cognitivos, sendo que a experiência

19

coletada nas ações passadas influencia as decisões futuras. Este processo é

permanente e é a ele que o termo Competência, da forma como é usado neste

texto, se aplica.

De um lado está a organização com um conjunto próprio de

competências e de outro lado estão as pessoas com seu conjunto de

competências que pode ou não estar sendo aproveitado pela empresa.

Organização e pessoas, lado a lado, propiciam um processo contínuo de troca

e experiências. Nessa relação o objetivo é alinhar as competências individuais

às competências corporativas em busca de um desempenho sustentável para a

organização.

O modelo de gestão de pessoas da Caixa consiste na Gestão de

Pessoas por Competências, que tem como foco o desenvolvimento das

pessoas e a viabilização dos resultados organizacionais.

Este modelo busca conferir autonomia aos gestores com a

descentralização das decisões em Gestão de Pessoas. Essas decisões devem

ser pautadas em políticas que enfatizem a importância do relacionamento

humano nos processos de trabalho, do desenvolvimento profissional e das

equipes, da gestão do ambiente interno e da busca por resultados

operacionais, financeiros e sociais.

De acordo com Manual Normativo RH 071 da empresa, o modelo de

gestão de pessoas por competências da Caixa Econômica Federal tem por

objetivos:

• facilitar a implementação das estratégias da Caixa;

• subsidiar o desenvolvimento e encarreiramento do empregado;

• subsidiar o provimento de cargos;

• manter banco de sucessores para os cargos;

• subsidiar a gestão do conhecimento;

• subsidiar as demais ações para a gestão de pessoas;

• contribuir para o alcance da Missão, Visão e Desafios Estratégicos.

20

Considera que o desempenho da organização é tanto melhor quanto

maior a motivação em trabalhar que experimentam seus colaboradores. Essa

motivação decorre do reconhecimento, utilização e realização das capacidades

de cada indivíduo. Desempenho compreendido como a aplicação produtiva

(agregação de valor) de trabalho humano e recursos materiais.

As competências corporativas, ou seja, aquelas relativas á Caixa, que

retrata como a organização é reconhecida no mercado ou necessita ser

reconhecida para concretizar a sua missão, visão e desafios estratégicos, são

extraídas de diagnósticos organizacionais, de documentos estratégicos, de

pesquisa junto a clientela e mercado concorrente, de “benchmarking” junto a

outras entidades, com a participação de empregados da Caixa. São elas:

• gestão dos relacionamentos – capacidade de estabelecer, desenvolver

e manter relacionamentos institucionais com todos os segmentos da

sociedade para gerar oportunidades negociais e resultados

sustentáveis;

• inteligência em negócios complexos - capacidade de atuar em

ambiente de negócios diversificados, disponibilizando soluções para

tratamento de grandes volumes de dados, recursos e sistemas

informacionais;

• desenvolvimento social – capacidade de atuar como agente de

inclusão, transformação e desenvolvimento social, econômico e

ambiental no âmbito local, regional e nacional;

• gestão da marca – capacidade de gerir a marca Caixa de forma a

fortalecer a imagem de credibilidade, segurança e apoio ao

desenvolvimento nacional;

• integração dos negócios – capacidade de integrar os negócios, nas

dimensões estratégicas, executiva e operacional, para prover sinergia e

nas ações organizacionais frente ás demandas da sociedade;

• capacidade de inovar e renovar – capacidade para criar, desenvolver e

otimizar processos, produtos e serviços, com o objetivo de atender as

21

crescentes expectativas e agilizar a entrega de valor ao cliente para

incremento da capacidade competitiva e aumento de resultados;

• mobilização – capacidade de mobilização das pessoas da Caixa para o

alcance de objetivos percebidos como relevantes para cumprimento de

sua missão.

As competências pessoais são aquelas relativas às pessoas, que

agregam valor ao indivíduo e à organização e contribuem para o alcance das

competências corporativas. As competências pessoais devem estar alinhadas

às competências corporativas e são identificadas a partir destas e com a

participação de empregados Caixa. São elas:

• gestão de pessoas (competência gerencial) – capacidade e disposição

para liderar, identificar talentos e contribuir para o desenvolvimento das

pessoas;

• orientação ao cliente (competência básica) – capacidade e disposição

para identificar as necessidades e expectativas dos clientes, fornecendo

soluções adequadas, tempestivas e com qualidade, em uma relação de

respeito e ética;

• orientação a resultados (competência básica) – capacidade e disposição

para alcançar resultados nos prazos requeridos, observando o código de

ética da Caixa, o interesse do cliente e a sustentabilidade sócio-

ambiental e conômico-financeira;

• trabalho em equipe (competência básica) – capacidade e disposição

para atuar de forma ética, colaborativa e em integração com diferentes

áreas e pessoas, respeitando diferenças, compartilhando conhecimentos

e conciliando interesses para a busca de resultados comuns;

• orientação ao interesse público (competência básica) – capacidade e

disposição para atuar com foco na melhoria da qualidade de vida da

sociedade, tendo como pressupostos a ética, o compromisso sócio-

ambiental, o respeito à cidadania e a sustentabilidade da Caixa;

• negociação (competência básica) – capacidade e disposição para

alcançar acordos em condições que representem os melhores

22

resultados para os clientes e para a Caixa, buscando sustentabilidade

nos negócios;

• domínio técnico (competência básica) – capacidade e disposição para

buscar, aplicar e disseminar conhecimentos, utilizando instrumentos e

métodos de trabalho relacionados às suas atribuições;

• visão sistêmica (competência básica) – capacidade e disposição para

perceber e analisar a relação e o impacto de suas ações nos processos,

produtos e serviços da Caixa;

• disposição para mudanças (competência básica) – capacidade e

disposição para propor soluções e adaptar-se a mudanças buscando a

melhoria da gestão, dos processos, produtos ou serviços da Caixa.

Anualmente, através de sistema próprio, é realizado o mapeamento do

desempenho destas competências. Constitui-se em importante etapa do

modelo de gestão de pessoas por competências, pois é o momento formal de

analisar se o empregado apresenta o comportamento requerido, sempre que a

situação o requer.

A análise é feita comparando-se os comportamentos de entrega

descritos na competência com os comportamentos observados no empregado,

nos últimos 365 dias.

Os resultados dos mapeamentos realizados pelos diversos participantes

subsidiam o empregado mapeado e o gestor a refletirem, individualmente e em

conjunto, sobre os reais problemas que envolvem a não apresentação de

comportamentos.

O modelo utiliza algumas formas de mapeamento: auto-mapeamento,

pelo gestor imediato, pela equipe e pelos pares. Após a realização do

mapeamento, o resultado é consolidado em forma de relatório e disponibilizado

aos empregados. Logo após, é realizado a etapa de feedback e PDI – Plano de

Desenvolvimento Individual.

O feedback tem as finalidades a seguir:

23

• troca de observações entre o gestor e o empregado logo após o

conhecimento dos resultados da certificação;

• é a informação direta e clara, que o empregado mapeado obtém, sobre

a eficácia do desempenho da execução das atividades inerentes ao

cargo que ocupa;

• subsidia o gestor e o empregado no estabelecimento das ações de

desenvolvimento, de forma sistemática e estruturada.

No Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) é o momento de se

registrar ações de desenvolvimento que propiciarão o desenvolvimento daquela

competência que apresentou alguma deficiência. Também são registradas para

cada ação as datas de conclusão que podem ser revistas a qualquer momento.

1.3 - Treinamento e Desenvolvimento

As mudanças que ocorreram no último século, tais como a globalização

de mercados, alianças estratégicas, queda de barreiras comerciais, crises

econômicas, fusões e aquisições de empresas e mercados competitivos

fizeram com que as empresas passassem da era industrial para a era do

conhecimento.

Devido a esta imensa competição de mercado, notam-se as mudanças

no meio empresarial, onde as organizações passam a ter necessidades de

agregar diferenciais em seus produtos, processos ou serviços. Para dinamizar

esta ação com eficiência, um dos caminhos é a implantação de programas de

qualificação dos colaboradores e parceiros, como um elemento-chave na

criação de diferencial competitivo.

Para Drucker (2000) a necessidade do conhecimento passou a ser o

recurso primário para os indivíduos e base para a economia como um todo, ao

passo que os tradicionais fatores de produção – terra, trabalho e capital

tornaram-se secundários.

24

As organizações são fundamentalmente constituídas por pessoas, que

contribuem para o seu desempenho e sucesso por meio de suas atuações,

portanto, a formação desses colaboradores favorece a empresa de forma

global.

De acordo com Cleuza Pio (acesso em 10 de jul. 2009), o

desenvolvimento representa um conjunto de atividades que objetiva explorar o

potencial de aprendizagem e a capacidade produtiva das pessoas, visando

mudanças de comportamentos e atitudes bem como a aquisição de novas

habilidades e conhecimentos. Tem como meta maximizar o desempenho

profissional e motivacional do ser humano, melhorando os resultados e

consequentemente gerando um bom clima organizacional.

Desenvolvimento é o processo de longo prazo para

aperfeiçoar as capacidades e motivações dos

empregados a fim de torná-los futuros membros valiosos

da organização. O desenvolvimento inclui não apenas o

treinamento, mas também a carreira e outras

experiências. (MILKOVICH e BOUDREAU, 2000, p. 338).

O treinamento é um dos recursos do desenvolvimento de pessoal. Visa o

aperfeiçoamento de desempenhos, aumento da produtividade e das relações

interpessoais. Para isso, prepara o potencial humano frente às inovações

tecnológicas e as constantes mudanças do mercado de trabalho, sendo o

treinamento indispensável para a busca da qualidade total.

Segundo Boog (2001, p. 78) o treinamento começa como uma resposta

a uma necessidade ou a uma oportunidade em um ambiente organizacional. O

treinamento é apenas um dos componentes do processo de desenvolvimento

que inclui todas as experiências que fortalecem e consolidam as características

dos empregados desejáveis em termos de seus papéis funcionais.

Treinamento é um processo sistemático para promover a

aquisição de habilidades, regas, conceitos ou atitudes

25

que resultem em uma melhoria da adequação entre as

características dos empregados e as exigências dos

papéis funcionais. (MILKOVICH e BOUDREAU, 2000, p.

338).

De acordo com Barreto (acesso em 05 de jun. 2009), “treinamento é a

educação profissional que visa adaptar o homem ao trabalho em determinada

empresa, preparando-o adequadamente para o exercício de um cargo podendo

ser aplicado a todos os níveis ou setores da empresa”.

Segundo Chiavenato (1998), alguns especialistas consideram

treinamento como um meio para desenvolver a força de trabalho dentro dos

cargos ocupados. Outros interpretam de forma genérica chamada

desenvolvimento, dividindo-a em educação e treinamento. Enquanto

treinamento significa o preparo da pessoa para o cargo a educação é o preparo

da pessoa para o ambiente dentro e fora do seu trabalho.

Segundo a professora Isabela Lemos Arteiro (acesso a fadepe.com.br

em 05 jun. 2009), o treinamento está voltado para o condicionamento das

pessoas e para execução de tarefas, enquanto o desenvolvimento é voltado ao

crescimento da pessoa em nível de conhecimento, habilidade e atitude.

Segundo Shinyashiki (1998), O investimento em treinamento visando

desenvolver profissionais especializados e valorizados ainda é a melhor

solução neste processo de transformações.

Para os autores Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001, p. 220-221), o

treinamento tem como objetivo a preparação das pessoas para a execução

imediata das diversas tarefas peculiares a organização; dando oportunidades

para o contínuo desenvolvimento pessoal, não apenas no cargo atualmente

ocupado, mas também em outros que o indivíduo possa vir a exercer; mudança

nas atitudes das pessoas, a fim de criar entre elas um clima mais satisfatório,

aumentando-lhes a motivação e tornando-as mais receptivas às técnicas de

supervisão e gestão.

26

A educação abrange diversas áreas, a saber: social, cultural, política,

moral, profissional etc. O tipo de educação que interessa a esta pesquisa é a

educação profissional.

Para Chiavenato (1998, p 494), educação profissional é a educação

institucionalizada ou não, que visa ao preparo do homem para a vida

profissional, dividindo-se em formação profissional, aperfeiçoamento ou

desenvolvimento e treinamento.

A formação profissional visa preparar e formar o homem para o exercício

de uma profissão em determinado mercado de trabalho, podendo ser

ministrado por escolas ou mesmo empresas.

O aperfeiçoamento ou desenvolvimento profissional é a educação que

aperfeiçoa o homem para uma carreira dentro de uma profissão para que se

torne mais eficiente e produtivo em seu cargo. Prepara o profissional para

ocupar funções mais complexas. È dado nas empresas ou em organizações

especializadas em desenvolvimento pessoal.

Ainda de acordo com Chiavenato, treinamento é a educação profissional

que visa adaptar o homem para determinado cargo. Obedece a um programa

preestabelecido e atende a uma ação sistemática visando a adaptação do

homem ao trabalho. È dado nas empresas ou firmas especializadas em

treinamento. Nas empresas é delegado geralmente ao nível do chefe imediato

da pessoa que está trabalhando.

Segundo Arteiro (acesso em 05 de jun. 2009), citando Carvalho (1995)

são várias as vantagens na aplicação do treinamento e desenvolvimento:

• ganho em competitividade e em qualidade: ao implementar T&D, a

empresa estará mais competitiva e conquistando esta capacidade de

competir, a melhoria da qualidade será uma conseqüência natural dos

esforços empregados;

• identifica os pontos fortes e fracos das pessoas e da organização como

27

um todo: é importante atentar para o fato de que os programas de T&D

consistem em uma verdadeira relação de troca, na qual todos devem

sair ganhando;

• capacita as pessoas da organização: cabe aos executivos maiores

entenderem e darem seqüência a esta nova realidade para o treinando e

para a empresa, entendido por todos envolvidos, caso contrário estará

sendo criado um gap (lacuna);

• aumenta a lucratividade da empresa: ao pensarmos numa organização

altamente competitiva com pessoas adequadas a sua realidade, pontos

fortes e fracos visualizados, o retorno financeiro é uma conseqüência

natural esperada a médio e longo prazo;

• racionaliza procedimentos e desenvolve pessoas: padronização de

tarefas e crescimento das pessoas, devemos visualizar o

estabelecimento de regras, normas e padrões como agente facilitador

para o aperfeiçoamento e facilitação do aperfeiçoamento;

• reduz desperdícios e retrabalho: com a interação pessoa/empresa, a

possibilidade de ganhos qualitativos aumenta, pois haverá redução de

desperdícios e o retrabalho será reduzido à expressão mínima;

• propicia um clima organizacional saudável: as pessoas, por estarem

mais dispostas a aprender e desenvolver, tendem a estreitar os laços

com o intuito de aperfeiçoar as relações entre elas.

Ainda segundo os autores Tachizawa, Ferreira e Fortuna,

[...] a execução de um determinado treinamento deve

levar em consideração os seguintes fatores: adequação

do programa às necessidades da organização; qualidade

do material didático; cooperação do pessoal de chefia;

qualidade e preparo dos instrutores e a qualidade do

pessoal a ser treinado. (TACHIZAWA, FERREIRA e

FORTUNA, 2001, p. 226).

28

A Professora Isabela Lemos Arteiro, cita alguns meios de treinamento e

desenvolvimento mais utilizados em organizações privadas e públicas são:

Workshop, coaching, mentoring, videoconferências, internet/intranet,

universidade corporativa etc.

• Workshop: reunião de pessoas com objetivos semelhantes, troca de

experiências e realidades. Geralmente se concentra em uma atividade

que pode durar o dia todo ou mais dias.

• Coaching – treinador: uma espécie de aconselhamento. Não se trata de

delegar o que se deve fazer, mas de orientar um processo.

• Mentoring – mentor: estabelece uma cumplicidade para o

desenvolvimento, um compromisso com a verdade, potencializando o

humano e o profissional. Ou seja, estabelece uma relação de parceria

para o sucesso, num contexto apoiador e potencializador das

capacidades do outro.

• Videoconferências: muito utilizadas por empresas que estão dispersas

geograficamente. Reduzem o custo de difusão do conhecimento.

Possibilita reuniões virtuais para tomada de decisão.

• Internet/Intranet: tem possibilitado que as informações sejam divulgadas

com mais rapidez e facilidade. É um espaço para a divulgação de

materiais, como textos para que o corpo funcional possa ler, aprender e

internalizar. Permite o acesso a cursos virtuais: cursos de extensão,

técnicos e especialização.

• Universidade Corporativa: pode se dar através de parcerias entre

universidades e empresas visando manter o profissional em contato com

processos educacionais. As disciplinas estão mais ligadas às práticas do

negócio. A visão prática de T&D convencionais cede lugar à ousadia e

quebra de paradigmas.

O foco da Universidade Corporativa será gestão e a mesma

desenvolverá programas dentro de alguns eixos estratégicos de aprendizagem,

procurando principalmente difundir os valores e a cultura da empresa, habilitar

os líderes a desenvolverem competências críticas, funcionar como instrumento

de reciclagem e atualização, fazer permear a educação em todos os níveis,

29

suportar a formação de sucessores da população executiva, possibilitar a

educação e desenvolvimento através da metodologia de estudos de casos,

implementar e reforçar a cultura da qualidade total etc.

Investir no desenvolvimento e treinamento de pessoas significa investir

na qualidade de produtos e serviços que determinada empresa oferece, porém,

esse investimento deve privilegiar todas as pessoas que participam da

organização, pois os resultados decorrem das atividades do coletivo.

1.3.1 - Educação Corporativa

Num mundo cada vez mais globalizado e competitivo, as organizações

estão percebendo cada vez mais que o recurso conhecimento e informação

passaram a ser a chave para estabelecer vantagens competitivas duradouras.

Aliado a isto estão os avanços tecnológicos, levando ao surgimento da Gestão

do Conhecimento.

A Gestão do Conhecimento, em seu sentido mais atual, pode ser

considerada o esforço para melhorar o desempenho humano e organizacional

por meio da facilitação de conexões significativas. E em termos práticos isto

significa:

[...] garantir que todos dentro da organização tenham

acesso ao conhecimento da organização, quando, onde

e na forma que eles necessitam...ajudar a motivar que

detentores de conhecimentos importantes compartilhem

seu conhecimento, tornando mais simples o processo

para esses indivíduos codificarem parte de seu

conhecimento e/ou colaborarem com outros (TERRA e

GORDON, 2002, p.57).

De acordo com Mariana Viktor (2000), neste sentido a educação

corporativa e universidades corporativas, que são temas inseridos na área do

30

conhecimento da educação, surgiram a partir da constatação dos empresários

de que, após os processos de reengenharia, seguida da onda do “downsizing”

e de fortes investimentos em tecnologia, os resultados esperados não foram

alcançados e percebeu-se que faltou a capacitação dos funcionários.

De acordo com a mesma autora,

[...] os resultados não foram suficientes aos desafios da

concorrência global, a habilidade técnica e o

conhecimento individual, mesmo com todos os cursos,

palestras e seminários oferecidos pelas empresas

(VIKTOR, 2000, p 58).

Segundo Hall (2002) o capital humano é a soma do conhecimento de

todos dentro de uma empresa, o que lhe propicia um diferencial de mercado. É

resultado da interação e colaboração entre as pessoas, do compartilhamento e

da aprendizagem contínua em uma organização.

De acordo com o pensamento do autor acima, logo uma empresa que só

investe em máquinas, equipamentos e tecnologias não faz mais a diferença,

pois os equipamentos e tecnologias são bens disponíveis no mercado

enquanto o capital intelectual, ativo intangível, pertence não à empresa, mas a

cada colaborador.

Conclui-se então que em pleno século XXI, a educação e a qualificação

da força de trabalho são essenciais para o desenvolvimento das organizações,

devido às novas tecnologias e mudanças no ambiente trabalhista, sendo que

as informações e treinamentos recebidos tornam-se rapidamente obsoletos.

Faz-se necessário cultivar a capacidade das organizações que

aprendem, porque todas as organizações são aprendizes:

As organizações que aprendem são possíveis não só

porque aprender faz parte da natureza humana, mas

31

também porque adoramos aprender. (SENGE, 2003,

p.38).

Os motivos que estimulam uma empresa a querer aprender esta

diretamente relacionada ao desenvolvimento do capital intelectual, buscando

sustentabilidade organizacional: o que distinguirá fundamentalmente as

organizações que aprendem das organizações controladoras e autoritárias

tradicionais será o domínio de determinadas disciplinas básicas. Por isso as

“disciplinas da organização que aprende” são vitais. (SENGE, 2003, p. 39).

Segundo Meister (1999) a educação corporativa é um investimento na

cultura organizacional e importante para a progressão das empresas e

empregados. Os debates sobre Educação Corporativa tomam cada vez mais

espaço nas organizações, como forma de desenvolver o capital intelectual,

buscando adequar-se aos padrões mundiais de qualidade, formação e

competitividade, para atender a uma somatória de competências exigidas na

qualificação dos colaboradores. Pois, o desenvolvimento de competências e

habilidades pessoais dos colaboradores é o foco da Educação Corporativa, que

procura por meio de treinamentos e projetos de desenvolvimento profissional

continuados, aumentar a capacidade competitiva da empresa, estimulando a

produção de conhecimentos.

Assim, é necessária uma educação continuada para adquirir as técnicas

de aprendizagem para aperfeiçoamento de sistemas e processos, como fator

crucial para alcançar os objetivos estratégicos traçados pelas organizações.

A antiga forma de administração (taylorista/fordista), centralizadora, se

baseava na fragmentação e na padronização de processos, privilegiando um

trabalho alienante e mecânico. Com as freqüentes transformações do mundo

globalizado, as estruturas organizacionais, altamente verticalizadas, foram

cedendo lugar a um modelo de gestão mais fundamentado na flexibilidade,

diversificação e autonomia, pondo fim à rígida divisão que existia entre trabalho

mental e manual.

32

Meister traça um paralelo entre as organizações atualmente e o

panorama empresarial nos anos 50 e 60,

Hierarquia corporativa, antigamente estável e de

movimentos lentos, com os “pensadores” no topo da

pirâmide e os “fazedores” na base, é pouco apropriada

ao novo ambiente competitivo e de movimentos rápidos.

Em lugar dela, as corporações estão optando por uma

organização plana, enxuta e flexível, caracterizada por

um processo decisório descentralizado. [...] A

organização do século XXI valoriza o trabalho em equipe

em detrimento do individualismo, sai a procura de

mercados globais em detrimento dos domésticos e

enfoca a necessidade do cliente em lugar do lucro em

curto prazo. Para ela a principal vantagem competitiva é

o tempo de duração do ciclo e não dos custos.

(MEISTER, 1999, P.2).

Assim, numa mudança de paradigma, exige-se que as pessoas e as

organizações sejam cada vez mais ágeis, flexíveis, e possuam competência

social e criatividade.

Corroborando com o pensamento acima, Eboli (1999, p.7) afirma que a

educação tornou-se uma prioridade na qualificação da força de trabalho, como

uma das principais vantagens competitivas do século XXI.

Segundo Meister (1999), para sobreviver no mercado, as organizações

precisam ajustar seus sistemas e processos internos, que dependem da

capacidade dos funcionários de aprender novos papéis, processos e

habilidades. Portanto a aprendizagem desempenha importante papel na

mudança das organizações.

A mesma autora menciona que é fundamental destacar que as

organizações que implantaram as universidades corporativas, oferecem cursos

33

que não se restringe apenas à seara da administração e gerência; abrange a

área de informática, de engenharia e outras áreas consideradas vitais para o

tipo de negócio da empresa. Algumas universidades corporativas focam a

capacitação de outras competências, tais como o desenvolvimento de

qualidades de liderança e a compreensão dos valores organizacionais. Outras

enfatizam a aprendizagem horizontal, em que, profissionais de marketing

aprendem sobre tecnologia, por exemplo. E outras enfocam a aprendizagem

vertical, promovendo o aprofundamento de conhecimentos e técnicas

específicas. Evidentemente, combinações entre esses tipos são bastante

freqüentes.

Uma série de organizações, principalmente nos Estados Unidos, vem se

beneficiando dos conhecimentos e habilidades que têm ajudado a promover a

partir da criação de departamentos ou instituições voltados especificamente

para a promoção da aprendizagem organizacional. Pode-se citar as empresas

Motorola, Arthur Andersen, Arthur D. Little, Disney, McDonald’s, Nokia, Oracle,

IBM, General Eletric, entre outras, como organizações que criaram centros de

ensino próprios para a condução de atividades voltadas para a aprendizagem,

denominadas universidades corporativas. Só nos EUA, em 1988 já eram 448;

em 1997 foi para 1200 e no ano 2000 ultrapassou dois milhões e não para de

crescer (VIKTOR, 2000).

As universidades oficiais estão submetidas ao controle do poder público.

Por outro lado, no caso das Universidades Corporativas, não há

questionamento quanto ao fato de não estarem sujeitas a credenciamento pelo

Ministério da Educação. Também não seguem o modelo e a estrutura das

universidades convencionais. Logo, os certificados, caso emitidos, não

necessitam de reconhecimento oficial para serem aceitos no mercado

empresarial.

Os conteúdos dos cursos e programas das Universidades Corporativas

podem ser diversificados, formatados conforme os objetivos da empresa e

adequados para público alvo, nível de abrangência, porte e cultura

34

organizacional, etc. A duração dos cursos é, também, bastante diferenciada,

variando de acordo com o aprofundamento e a natureza dos estudos.

As universidades corporativas, em âmbito mundial e nacional, vêm se

multiplicando em número e suas ações têm despertado a atenção para o fato

de que se configuram em um novo locus de gestão de conhecimento.

Uma universidade corporativa pode ser um prédio, uma sala ou sequer

existir fisicamente, resumindo-se à tela do computador do funcionário. “Pelo

conceito de universidade corporativa, o local de aprendizagem é qualquer

lugar”, afirma o diretor da ABRH, Eduardo Najjar (VIKTOR, 2000, P. 60).

Da leitura sobre o tema, fica claro que as chamadas Universidades

Corporativas se propõem a responder a desafios globais, entre os quais a

questão da sobrevivência empresarial em um novo ambiente de negócios, no

qual deter bons conhecimentos e habilidades, bem como atitudes adequadas, é

diferencial competitivo. E são esses desafios que levam os principais

executivos das organizações a vislumbrarem a criação da Universidade

Corporativa como instrumento para viabilizar, de forma moderna, uma solução

para a questão da gestão do conhecimento.

No Brasil, tem se destacado como uma das principais divulgadoras das

Universidades Corporativas a professora Marisa P. Éboli. Segundo ela, o

fenômeno de criação das Universidades Corporativas tem como pano de fundo

a percepção das empresas acerca da necessidade de repensarem seus

centros de T&D para que, efetivamente, agreguem valor e resultados aos

negócios. Em outras palavras, o que fundamenta o fenômeno é a expectativa

de abrir possibilidades de vincular a aprendizagem às estratégias empresariais.

Na prática, para Marisa Éboli, o que se tem observado são parcerias de

cooperação entre as universidades tradicionais e as Universidades

Corporativas, e o estreitamento da relação empresa-escola, sem que nenhuma

se descaracterize:

35

As experiências mais bem-sucedidas nesta área são de

empresas que realizaram profícuas e revitalizadoras

parcerias com algumas universidades ou institutos com

competência para agregar valor a programas

corporativos, principalmente pela expertise em realização

de pesquisas (geração de conhecimento) e pela

educação (assimilação de conhecimento), contribuindo

para que as organizações realizem com mais habilidade

e resultado o processo de divulgação e aplicação dos

conhecimentos considerados críticos para o sucesso do

negócio. Este é o ponto principal da parceria estratégica

entre as universidades tradicionais e as universidades

corporativas: promover a gestão do conhecimento

organizacional com eficácia e sucesso. (ÉBOLI, 1999,

p.60).

Segundo Marisa Éboli, o termo Universidade Corporativa apresenta,

indubitavelmente, forte apelo mercadológico, conforme segue:

Existem muitas experiências de empresas no Brasil que,

embora não tenham o emblema universidade corporativa

(termo cunhado nos Estados Unidos e, indubitavelmente,

de forte apelo mercadológico), apresentam sistemas

educacionais fundamentados nos princípios conceituais

de uma universidade corporativa e pautados por uma

abordagem de gestão de conhecimento e competências.

Alguns exemplos são: Datasul, Embraer, Gessy Lever,

Rhodia, Volkswagen/Audi. (ÉBOLI, 1999, p.58).

Cabe adiantar que, de um modo geral, tem-se adotado o conceito de

Universidade Corporativa proposto pela americana Jeanne Meister (1999,

p.29), considerada guru dessa nova tendência: “Um guarda-chuva estratégico

para desenvolver e educar funcionários, clientes, fornecedores e comunidade,

a fim de cumprir as estratégias empresariais da organização.”

36

Desde essa colocação da autora, nota-se a amplitude, em termos de

público-alvo, contida em seu conceito, o que se reforça, conforme sua

afirmação a seguir, pela difusão virtual que caracteriza a Universidade

Corporativa:

As universidades corporativas existem em diversos

formatos e tamanhos. Algumas, como a Motorola

University, possuem prédios espalhados por todo o

mundo. Outras, como a Dell University, SunU e Verifone

University, não têm nenhum campus. Essas empresas

assumiram um compromisso com o modelo de

universidade virtual como expressão de sua filosofia de

aprendizagem e atenção à aprendizagem contínua.

(MEISTER, 1999, p.29).

Para Meister (1999, p.35), “a metáfora da universidade pode ser

entendida facilmente e até imprime ao treinamento corporativo uma marca

característica e que atrai a atenção dos funcionários”.

Ao abordar a razão de existir da Universidade Corporativa ou o papel ao

qual se propõe, Meister (1999) define-a como um veículo, ou seja, um meio

acessível e econômico de vincular a aprendizagem às metas empresariais.

Assim, segundo a autora, as Universidades Corporativas representam, na

atualidade, algo mais do que uma maneira de reunir o treinamento corporativo.

No 2º Seminário Nacional de Educação Corporativa, ocorrido em 6 e 7 de

outubro de 1999, em São Paulo, Meister denominou esse novo conceito de

gerenciamento de T&D de “universidade-empresa”:

Uma universidade-empresa é uma organização de

ensino estabelecida e dirigida por uma corporação que

atua como o guarda-chuva estratégico que dá conta de

todas as suas necessidades de ensino e treinamento.

Isto inclui não apenas todos os seus empregados como

também toda a cadeia de valores. (MEISTER,1999).

37

Éboli (1999a, p.112), discípula brasileira de Meister, prega que a

Universidade Corporativa:

Deve ser encarada como um estratégico ‘guarda-chuva’

para todo o tipo de educação, para todos os empregados

e também para consumidores, fornecedores e

comunidade. Ela é sobretudo um processo e uma

mentalidade que permeia toda a organização, e não

apenas um local físico de aprendizado. A missão da

Universidade Corporativa consiste em formar e

desenvolver os talentos humanos na gestão dos

negócios, promovendo a gestão do conhecimento

organizacional (geração, assimilação, difusão e

aplicação), por meio de um processo de aprendizagem

ativa e contínua. (ÉBOLI, 1999, p. 112).

No Brasil, a iniciativa pioneira foi a da Escola Amil, do Grupo Amil

(serviços de saúde), criada em 1987. Seguiram-se a da Academia Accor,

lançada em 1992, em Campinas (SP). E em seguida as diversas empresas

como a Algar, Brahma, McDonalds e BankBoston, etc.

De acordo com Martins (2005), a partir do ano 2000, verifica-se com

maior freqüência o surgimento das universidades corporativas no Brasil. Fato

este impulsionado por diversos fatores, dentre eles se destacam: concorrência

mais acirrada das posições de mercado em níveis nacional e internacional;

aumento das demandas por maior escolaridade e competência profissional da

mão-de-obra; estabilidade da moeda que favorece a busca de ganhos de

capital via aplicação de recursos no setor produtivo; percepção da necessidade

de obter ganhos de imagem para a organização, tanto para público externo,

quanto interno à organização e necessidade vital de se desenvolver, além de

difundir e perpetuar conhecimento pertinente à competência essencial da

organização.

38

Assim vem se destacando a quantidade e a qualidade das universidades

corporativas vinculadas ao setor público brasileiro, nas esferas federal,

estadual e municipal. Destacam-se a Petrobrás, Banco do Brasil, Previdência

Social, Caixa Econômica Federal e o BNDES.

1.4 – Gestão Estratégica

Historicamente, a prática da estratégia sempre esteve ligada e

fundamentada em conceitos militares, onde o objetivo principal é vencer o

inimigo. É claro, não antes de avaliar a disposição, os recursos e as forças do

adversário.

Após a segunda guerra, esses conceitos foram incorporados aos

métodos de gestão dentro de empresas para estabelecer estratégias com o

objetivo de vencer batalhas por mercados econômicos. Desde então, até os

dias atuais, autores conceituados no meio acadêmico e empresarial, como

Peter Drucker, Ansoff, Oliveira, Mintzberg, Samuel C. Certo e outros se

dedicaram a estudar e divulgar a importância da gestão estratégica para

organizações que buscam sobrevivência e sustentabilidade num mercado cada

vez mais globalizado e competitivo e, para organizações que buscam

concretizar uma situação futura desejada, levando em conta as oportunidades

do mercado e os próprios recursos.

A gestão estratégica é uma forma eficaz de gerenciamento para

estimular o crescimento e garantir a perenidade da organização em seu

processo de adaptação às transformações no seu ambiente externo e interno.

A gestão estratégica aqui citada tem significado bem mais amplo e

diferente de um processo tradicional de planejamento estratégico. A moderna

gestão estratégica é uma forma de acrescentar novos elementos de reflexão e

ação sistemática e continuada, conduzida pelos administradores de uma

organização, avaliando a situação, elaborando projetos de acordo com as

mudanças de mercado, acompanhar e gerenciar cada passo deste processo.

Planos elaborados por empresas podem nunca se tornar realidades, cair no

39

esquecimento e/ou no descrédito. Não basta apenas fazer um bom plano

estratégico. Por melhor que seja é apenas uma parte do processo de gestão.

O conceito de gestão estratégica é muito mais abrangente. Ele engloba

desde avaliações de diagnósticos até a escolha e fixação de metas e desafios,

atribuições de responsabilidades, acompanhamento das etapas de

implementação, revisão e adequação as realidades externas e internas da

organização, além de torná-lo conhecido por todos os colaboradores da

organização.

Eliezer Arantes da Costa define gestão estratégica assim:

Assim, formalmente, podemos conceituar gestão

estratégica como o processo automático, planejado,

gerenciado, executado e acompanhado sob a liderança

da alta administração da instituição, envolvendo e

comprometendo todos os gerentes e colaboradores da

organização. (COSTA, 2007, pág. 56).

Quanto a sua finalidade, complementa:

[...] visa a assegurar o crescimento, a continuidade e a

sobrevivência da instituição por meio da adaptação

contínua de sua estratégia, de sua capacitação e de sua

estrutura, possibilitando-lhe enfrentar as mudanças

observadas ou previsíveis no seu ambiente externo ou

interno, antecipando-se a elas. (COSTA, 2007, pág. 56).

Já os autores Bruno Henrique Rocha Fernandes e Luiz Hamilton Berton,

definem assim:

A administração estratégica é o processo de planejar,

executar e controlar, conduzindo a organização por meio

de uma estratégia ampla, abrangendo as áreas de

40

marketing, de operações, de pessoal e de finanças.

(FERNANDES e BERTON, 2005, pág. 9).

Para Oliveira (1997) é importante definir não somente estratégia, mas

também administração estratégica. Ele relata que a administração pode ser

caracterizada como uma tecnologia e, como tal, nunca fica parada, estando em

constante evolução. Neste sentido,

Estratégica é a situação em que existe uma identificada,

analisada e efetiva interligação entre os fatores externos

e internos da empresa, visando otimizar o processo de

usufruir as oportunidades ou de evitar as ameaças

ambientais perante os pontos fortes e fracos da empresa.

(OLIVEIRA, 1997, p.28).

e,

Administração estratégica é uma administração do futuro

que, de forma estruturada, sistêmica e intuitiva, consolida

um conjunto de princípios, normas e funções para

alavancar harmoniosamente o processo de planejamento

da situação futura desejada da empresa como um todo e

seu posterior controle perante os fatores ambientais, bem

como a organização e direção dos recursos empresarias

de forma otimizada com a realidade ambiental,com a

maximização das relações interpessoais. (OLIVEIRA,

1997, p.28).

Mintzberg (2001), por motivo de clareza, traz algumas definições

interessantes sobre vários termos. Quanto a estratégia, significa o padrão ou

plano que integra as principais metas, políticas e sequência de ações de uma

organização em um todo coerente.

E conceitua estratégia empresarial assim:

41

[...] é o padrão de decisões em uma empresa que

determina e revela seus objetivos, propósitos ou metas,

produz as principais políticas e planos para obtenção

dessas metas e define a escala de negócios em que a

empresa deve se envolver, o tipo de organização

econômica e humana que pretende ser e a natureza da

contribuição econômica e não-econômica que pretende

proporcionar a seus acionistas, funcionários e

comunidades. (MINTZBERG, 2001, p.58).

Para Mintzberg (2001), metas (ou objetivos) significam quais e quando

os resultados precisam ser alcançados, mas não dizem como devem ser

conseguidos. As metas principais, as que afetam a direção e a viabilidade total

da entidade, são chamadas de metas estratégicas.

Continua, definindo políticas como regras ou diretrizes que expressam

os limites dentro dos quais a ação deve ocorrer. As mais importantes, ou seja,

as que orientam a direção e a postura geral da organização são chamadas de

políticas estratégicas. Programas estabelecem a sequência passo a passo das

ações necessárias para que se atinjam os principais objetivos.

Já as decisões estratégicas,

[...] são aquelas que determinam a direção geral de um

empreendimento e, em última análise, sua viabilidade à

luz do previsível e do imprevisível, assim como as

mudanças desconhecidas que possam ocorrer em seus

ambientes mais importantes. (MINTZBERG, 2001, p.21).

Certo e Peter (2005) relata que as organizações podem obter vários

benefícios com a implementação de uma gestão estratégica. Talvez, a mais

importante delas seja a tendência de maximizar seus lucros e alcançar a

sustentabilidade de longo prazo.

42

Outro grande benefício das organizações que adotam uma gestão

estratégica moderna é o aumento da competitividade no mercado, que

podemos entender como o resultado de uma disputa da instituição em

confronto com seus concorrentes na busca da preferência de seus clientes e

do mercado.

De acordo com os autores acima outros benefícios podem ser

alcançados com a gestão estratégica empresarial, tais como:

• ajuda os administradores a serem mais comprometidos com a

organização;

• chama a atenção da organização para as mudanças permitindo ações

em resposta a elas;

• identifica qualquer necessidade de redefinição na natureza do negócio;

• permite que os administradores tenham uma clara visão do negócio;

• oferece uma visão objetiva dos problemas de administração;

• minimiza os efeitos indesejáveis de condições e mudanças adversas;

• encoraja o pensamento positivo por parte do pessoal;

• ajuda a ordenar ações individuais em uma organização dirigida para o

esforço global.

Ao falarmos de gestão estratégica e, antes mesmo de sua

implementação, devemos lembrar-nos da importância da organização

estabelecer diretrizes ou propósitos, que podem ser definidos como seu

conjunto de elementos básicos que caracterizam aquilo que a organização

gostaria de ser no futuro. É o que sintetiza a sua vontade própria, sua auto-

imagem projetada para o futuro, suas crenças básicas e seus valores.

Importante também que todos os colaboradores da organização a conheçam e

sintam-se partes do processo.

Esse propósito é o impulso e a motivação maior que dá força,

direcionando a organização para os caminhos que ela escolher. Os elementos

que compõe esse propósito ou diretriz organizacional de acordo com Certo e

Peter (2005) são:

43

• Visão : é um conceito operacional muito preciso que procura descrever a

auto-imagem da organização, como ela se vê ou gostaria de se ver no

futuro. Deve ser compartilhada e disseminada pelas pessoas da

organização e ao mesmo tempo clara, simples, ambiciosa e inspiradora.

Deve ter valor inestimável para a organização, unificar as expectativas,

dar um sentido de direção, facilitar a comunicação, ajudar no

envolvimento e comprometimento das pessoas, dar energia às equipes

e balizar as estratégias e demais ações da empresa. As empresas que

apresentam uma visão clara e explícita para o seu futuro têm muito mais

chances de sucesso do que aquelas que os gerentes e colaboradores

não sabem para onde a empresa está se direcionando e que caminho

pretende tomar.

• Missão : é um sentido claro sobre qual a razão da existência da

organização. Enquanto na visão podem perguntar “que projeto é este?”,

na missão podemos perguntar “para que serve este projeto?”. Os

conceitos não se confundem, mas se completam. É muito importante

que seja compartilhada por todos na organização. A linguagem utilizada

deve ser clara, buscar os pontos específicos eu fazem de cada

organização algo único, singular.

• Objetivos : a idéia de objetivos entrou fortemente na área de gestão na

década de 1960, principalmente por influência de Peter Drucker.

Segundo ele a essência da administração deveria ser focada em definir

objetivos e concentrar as energias da organização para alcançá-los. Os

conceitos de objetivos e estratégias se complementam. Os objetivos

mostram aonde se quer chegar, a estratégia, como chegar lá. Objetivos

são os diversos resultados que a organização se propõe a alcançar, com

um prazo definido para que aconteçam, no contexto de seu ambiente,

para cumprir sua missão. São metas para as quais a organização

direciona seus esforços. Para formular bons objetivos os dirigentes

precisam ter em mente algumas características como quantificar e

definir prazos para os objetivos da organização, levando em

consideração os diversos stakeholders, comunicar claramente os

44

objetivos e alinhá-los à missão e aos valores da empresa, detalhá-los

em diversos níveis, sabendo desafiar as pessoas sem desanimá-los e

manter a flexibilidade.

• Princípios : são pontos nos quais a organização não está disposta a

mudar, aconteça o que acontecer. Pode ser apresentado como carta de

princípios ou credo declarando quais são as crenças básicas da

organização. Outras organizações criam um código de ética declarando

aquilo que é considerado aceitável ou não. Eles devem ser respeitados

mesmo que a organização tenha de incorrer em perdas.

• Valores : são características, virtudes, qualidades, da organização que

podem ser objeto de avaliação, como se estivessem em uma escala,

com gradação entre avaliações extremas.

• Todos esses aspectos são importantes para entendermos que a gestão

estratégica é um processo de transformação organizacional voltado para

o futuro, liderado, conduzido e executado pela mais alta administração

da entidade com o envolvimento da gerência, supervisores, funcionários

e demais colaboradores objetivando assegurar seu crescimento,

continuidade e sobrevivência em longo prazo. Características como

gestão, habilidades para interpretação de dados, atenção para

mudanças e visão do todo é que vão fazer a diferença entre uma

empresa de sucesso continuado e sustentado e as demais.

É fato notório que o impacto das mudanças no ambiente de negócios

atinge a todos. A questão hoje é como desenvolver metodologias de inovação

nas empresas que lidem com riscos e oportunidades e indo além, como

interagir com o mercado e transformar problemas e ameaças em

oportunidades, convertendo estas em resultados sustentáveis para a

organização.

As empresas de hoje precisam considerar a importância do ambiente em

que estão inseridas. Um novo ambiente de negócios, com clientes cada vez

45

mais exigentes, onde relacionamentos prevalecem sobre transações pontuais.

Um ambiente onde os clientes esperam por serviços ampliados, equilíbrio justo

entre preço, qualidade e disponibilidade, confiança na marca e inovação para

atender necessidades reais. Todo este cenário exige cada vez mais

investimento e inovação das empresas em educação gerencial para os seus

administradores, planejamento e implementação de estratégias, busca de

parcerias com seus stakeholders, tendo como pano de fundo o meio ambiente

e a responsabilidade social que vem ganhando senso de emergência e

importância nos últimos anos.

Este cenário e contexto amplo em que estão inseridas as empresas

atuais, chamado por Samuel C. Certo e J. P. Peter de "Ambiente da

Organização" em seu livro Administração Estratégica, no capítulo 2, onde relata

sobre "Análise do Ambiente Organizacional" como uma importante etapa do

processo da administração estratégica, é composto por ambiente externo

(ambiente geral e ambiente operacional) e interno, conforme mostra a figura

abaixo:

Figura 1 – Ambiente Organizacional

46

De acordo com os autores acima, ambiente geral é um nível de

ambiente externo à organização, formado por componentes que têm ampla

atuação e sobre o qual a organização não tem nenhum controle. São eles:

• Componente econômico indica como os recursos são distribuídos e

usados no ambiente (PIB, lucros do setor econômico, taxas de inflação,

produtividade, taxas de emprego, taxas de juros, balanço de

pagamentos, tributos etc);

• Componente Social refere-se às características da sociedade (níveis de

educação, costumes, crenças, estilos de vida, idade, distribuição

geográfica etc);

• Componente político compreende os elementos relacionados a decisões

governamentais (tipo de governo, atitude diante de várias indústrias,

progressos na aprovação de leis, plataformas de partidos políticos etc);

• Componente legal consiste na legislação aprovada, ou seja, as regras

ou leis que todos os membros de uma sociedade devem seguir (Lei de

Proteção do consumidor, Lei de Defesa da Concorrência, Lei do Meio

Ambiente etc), e

• Componente Tecnológico inclui novas abordagens para a produção de

mercadorias e serviços, como procedimentos e equipamentos novos

(aquisição de máquinas modernas, uso de robôs para aumentar a

produtividade etc).

De acordo com Certo e Peter (2005), o ambiente operacional é um nível

de ambiente externo à organização composto de setores com implicações mais

específicas e mais imediatas na empresa. Os principais componentes são:

• Componente Cliente reflete as características e o comportamento

daqueles que compram produtos e serviços fornecidos pela

organização;

• Componente concorrência consiste no que a organização tem de

combater para conseguir recursos. Entender os concorrentes é um fator-

chave no desenvolvimento estratégico efetivo;

• Componente mão-de-obra é composto de fatores que influenciam a

disponibilidade de mão-de-obra para realizar as tarefas organizacionais

47

necessárias (nível de conhecimento, treinamento, questões salariais,

idade média dos trabalhadores etc);

• Componente fornecedor inclui todas as variáveis relacionadas aos que

fornecem recursos para a organização (qualidade dos materiais

fornecidos, tipos de vendedores, credibilidade nas entregas, procedência

etc);

• Componente internacional compreende todas as implicações

internacionais das operações organizacionais. Embora nem todas as

organizações lidem com questões internacionais, o número das que o

fazem vem aumentando rapidamente.

Os mesmos autores relatam também sobre o ambiente interno sendo

este o nível de ambiente da organização que está dentro dela e que

normalmente tem implicação imediata e específica em sua administração. São

eles:

• Aspectos organizacionais: rede de comunicação, estrutura da

organização, registro dos sucessos, hierarquia dos objetivos, política,

procedimentos e regras, habilidades da equipe administrativa etc;

• Aspectos de marketing: segmentação de mercado, estratégia do

produto, estratégia de preço, estratégia de promoção, estratégia de

distribuição etc;

• Aspectos financeiros: liquidez, lucratividade, atividades, oportunidade de

investimentos etc;

• Aspectos de pessoal: relações trabalhistas, práticas de recrutamento,

programas de treinamento, sistema de avaliação de desempenho,

sistemas de incentivos, rotatividade e absenteísmo etc;

• Aspectos de produção: layout das instalações, pesquisa e

desenvolvimento, uso da tecnologia, aquisição de matéria-prima,

controle de estoques etc.

A análise deste ambiente por parte dos administradores é muito

importante para a sustentabilidade das empresas, pois assim será possível

determinar os riscos atuais e futuros para a organização, bem como as

oportunidades que poderão surgir para ajudar à realização e cumprimento dos

48

objetivos das empresas. É bom lembrar que esses níveis de ambientes não

afetam necessariamente a organização da mesma forma, ou seja, em

diferentes tipos de organização os níveis ambientais apresentam graus

distintos de relevância. Uma microempresa tem maior impacto pelos níveis

ambientais interno e operacional e menor impacto pelo ambiente geral.

Enquanto uma grande multinacional tem forte impacto tanto pelo ambiente

geral, como operacional e interno.

Realmente as atuais transformações nos ambientes de negócios estão

exigindo cada vez mais das empresas que querem se tornar perenes e

sustentáveis no mercado, um exemplo evidente de mudança de postura e de

atuação pode ser dado pelos grandes bancos que atuam em diversas nações e

que sempre entenderam que a eles não cabia a chamada responsabilidade

sócio-ambiental, uma vez que não eram emissores de poluentes. Entretanto,

em função de uma ambiciosa visão estratégica, atualmente as operações de

crédito da maior parte das organizações bancárias passam por uma análise

que vai além da idoneidade financeira e cadastral, pois foi incorporado um

ingrediente chamado “Responsabilidade Sócio-Ambiental”. Isto significa que as

empresas passaram a fazer planejamento estratégico transcendendo os limites

físicos demarcáveis.

Como vimos, o ambiente externo das organizações caracteriza-se por

constantes mudanças nos campos social, econômico, político e tecnológico. A

sobrevivência das organizações diante de tais mudanças depende cada vez

mais de sua capacidade de obter informações para atuar com eficácia, visando

sempre a sustentabilidade.

Mas com certeza não basta apenas observar as mudanças e impactos

do ambiente externo e interno. É preciso analisá-los para utilização dentro da

gestão estratégica.

Todas as análises de ambiente externo e da organização desembocam

no que a literatura em administração estratégica vem chamando de análise

SWOT – do inglês strengths (forças), weaknesses (fraquezas), opportunities

49

(oportunidades) e threats (ameaças). Esse conceito resume os principais

aspectos do ambiente e as capacitações da empresa que têm maior impacto

para o desenvolvimento da estratégia.

Devemos primeiro listar as forças da organização, depois suas

fraquezas e em seguida analisar o ambiente e enxergar possíveis ameaças e

oportunidades, ou seja, quais os fatores ambientais que afetam o negócio.

Após juntar os elementos da análise do ambiente ao diagnóstico do

negócio teremos elementos mais que suficientes para formular a estratégia da

organização. Afinal olhando para o mercado vemos várias oportunidades e

ameaças ao negócio. Olhando para a organização, enxergamos pontos

positivos e pontos a serem aprimorados.

50

CAPÍTULO II

APRESENTAÇÃO DA CAIXA – ESTUDO DE CASO

Criada em 1861, a Caixa é o principal agente das políticas públicas do

governo federal e, de uma forma ou de outra, está presente na vida de milhões

de brasileiros. Isso porque a CAIXA – uma empresa 100% pública – atende

não só os seus clientes bancários, mas todos os trabalhadores formais do

Brasil, estes por meio do pagamento de FGTS, PIS e seguro-desemprego;

beneficiários de programas sociais e apostadores das Loterias.

Além disso, ao priorizar setores como habitação, saneamento básico,

infra-estrutura e prestação de serviços, a Caixa exerce um papel fundamental

na promoção do desenvolvimento urbano e da justiça social no país,

contribuindo para melhorar a qualidade de vida da população, especialmente a

de baixa renda.

A atuação da Caixa também se estende aos palcos, salas de aula e

pistas de corrida, com o apoio a iniciativas artístico-culturais, educacionais e

desportivas.

A Caixa é o maior banco público da América Latina. Os números

impressionam: a base de clientes foi expandida em 42% nos últimos dois anos

e meio, subindo de 23,1 milhões para 33,6 milhões de pessoas. E mais de 3

milhões de pessoas ingressaram no sistema bancário brasileiro por meio do

programa de conta simplificada, a maior ação de inclusão bancária do país.

A Caixa também se destaca quando o assunto é atendimento. Sua rede,

a maior do País, abrange todos os 5.561 municípios brasileiros, com mais de

17 mil pontos de atendimento entre agências (2237 pontos de venda), lotéricas

(quase 9000 unidades) e correspondentes Caixa Aqui (aproximadamente 6000

correspondentes). E será ainda maior. Em 2003, iniciou-se o projeto de

instalação de 500 novas agências, das quais mais de 150 já estão funcionando.

51

Quase 3,5 mil novos correspondentes Caixa Aqui e lotéricas foram

instalados nos últimos 30 meses. E para quem prefere outros canais de

atendimento, a Caixa também oferece terminais eletrônicos, Banco 24h, CAIXA

Rápido, débito automático, atendimento telefônico e o Internet Banking Caixa.

Até mesmo quem está fora do Brasil pode contar com a Caixa. Desde

2004, os brasileiros emigrados podem utilizar o Caixa Internacional para fazer

remessas de recursos ao país. Firmado em 2005, um convênio com o banco

português BCP garantiu ainda mais facilidade nesse processo.

Para a Caixa, colaborar com o crescimento do país é prioridade. Para

isso, ela desenvolve parcerias com o poder público, especialmente o municipal.

A intenção é proporcionar soluções mais eficientes para a gestão financeira

dos municípios e para a implantação de projetos de infra-estrutura, entre

outras.

Além de disponibilizar recursos, a Caixa auxilia prefeituras e governos

estaduais a projetarem e acompanharem com eficiência obras promotoras de

desenvolvimento urbano. Da mesma forma, estimula o contínuo

aperfeiçoamento da administração pública, conferindo às ações mais bem-

sucedidas o Prêmio Melhores Práticas de Gestão.

A Caixa também é responsável pela coleta e gestão de dados contábeis

e gerenciais de todos os entes da Federação, auxiliando a aplicação da Lei de

Responsabilidade Fiscal no país.

2.1 - Sua História

O dia 12 de janeiro de 1861 marcou o início da história da Caixa e de

seu compromisso com o povo brasileiro. Foi nesse dia que Dom Pedro II

assinou o Decreto n° 2.723, dando origem à Caixa Econômica e Monte de

Socorro. Criada com o propósito de incentivar a poupança e de conceder

empréstimos sob penhor, a instituição veio combater outras que agiam no

52

mercado, mas que não ofereciam garantias sérias aos depositantes ou que

cobravam juros excessivos dos devedores.

A experiência acumulada desde então permitiu que em 1931 a Caixa

inaugurasse operações de empréstimo em consignação para pessoas físicas.

E que, em 1934, por determinação do governo federal, assumisse a

exclusividade dos empréstimos sob penhor, com a conseqüente extinção das

casas de prego operadas por particulares.

Em quase um século e meio de existência, a Caixa presenciou

transformações que marcaram a história do Brasil. Acompanhou mudanças de

regimes políticos e participou ativamente do processo de urbanização e

industrialização do país.

Em 1931, começou a operar a carteira hipotecária para a aquisição de

bens imóveis. Cinqüenta e cinco anos mais tarde, incorporou o Banco Nacional

de Habitação (BNH), assumindo definitivamente a condição de maior agente

nacional de financiamento da casa própria e de importante financiadora do

desenvolvimento urbano, especialmente do saneamento básico.

Também em 1986, a Caixa incorporou o papel de agente operador do

Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), antes gerido pelo BNH. Três

anos depois, passou a centralizar todas as contas recolhedoras do FGTS

existentes na rede bancária e a administrar a arrecadação desse fundo e o

pagamento dos valores aos trabalhadores.

Desde sua criação, a Caixa estabeleceu estreitas relações com a

população, assistindo suas necessidades imediatas por meio de poupança,

empréstimos, FGTS, PIS, seguro-desemprego, crédito educativo,

financiamento habitacional e transferência de benefícios sociais. Também

alimentou sonhos de riqueza e de uma vida melhor com as Loterias Federais,

das quais detém o monopólio desde 1961.

53

Ao longo de sua história, a Caixa cresceu e se desenvolveu,

diversificando sua missão e ampliando sua área de atuação. Hoje, ela atende

correntistas, trabalhadores, beneficiários de programas sociais e apostadores.

Também apóia iniciativas artístico-culturais, educacionais e desportivas em

todo o Brasil.

Como principal agente das políticas públicas do governo federal, a Caixa

infiltra-se pelo país e promove aproximações geográficas e sociais. Já são mais

de 33 milhões de clientes e 23 milhões de cadernetas de poupança, o que

corresponde a 31% de todo o mercado de poupança nacional.

Passados 148 anos, a Caixa consolidou-se como um banco de grande porte,

sólido e moderno, e uma empresa pública que é sinônimo de responsabilidade

social. Mas nunca perdeu seu intuito original: ser uma Caixa para todos os

brasileiros.

2.2 - Inclusão Social

Promover a inclusão social é um dos principais objetivos da Caixa. E

uma das melhores formas de torná-la realidade é o apoio a iniciativas artístico-

culturais, educacionais e desportivas. Como por exemplo:

2.2.1 - Esporte

A Caixa é uma das principais incentivadoras do esporte brasileiro. O

atletismo nacional tem na Caixa a sua patrocinadora oficial. Por intermédio da

Confederação Brasileira de Atletismo, atletas de todo o Brasil podem preparar-

se para competições nacionais e internacionais. Por meio das Loterias, a Caixa

também patrocina o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) e os atletas do

paradesporto – atletismo, natação e judô – que mais se destacaram segundo

critérios técnicos definidos pelo CPB. No ano de 2006 a Caixa iniciou o apoio

inédito à ginástica brasileira, se tornando a "Patrocinadora Oficial da Ginástica

Artística Brasileira". Em maio deste ano, o investimento conferido à

Confederação Brasileira de Ginástica se estendeu às modalidades de Ginástica

54

Rítmica e de Trampolim e, ainda, à criação do Circuito Brasileiro Caixa de

Ginástica. Em 2007, além da continuidade dos patrocínios citados acima, outro

esporte recebe o apoio da Caixa: a Luta Olímpica.

2.2.2 - Cultura

Ao patrocinar eventos e projetos artísticos em todo o país, a Caixa ajuda

a preservar e difundir a cultura nacional. A instituição possui espaços culturais

próprios em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Recife e Salvador. Os

centros mantêm programação contínua nos espaços de galeria, teatro e

museu, além de projetos de inserção social voltados para escolas públicas,

contribuindo assim para facilitar o acesso de todos os segmentos sociais à arte

e à cultura.

2.2.3 - Benefícios

Além dos benefícios assegurados aos trabalhadores, a Caixa opera e

paga os benefícios provenientes do Bolsa Família, programa de transferência

de renda do governo federal. A fim de assegurar uma execução mais eficiente

das políticas sociais, a Caixa desenvolveu o Cadastro Único, ferramenta capaz

de apresentar informações sobre o perfil socioeconômico de aproximadamente

53,5 milhões de pessoas situadas abaixo da linha de pobreza.

E mais de 3 milhões de pessoas ingressaram no sistema bancário

brasileiro por meio do programa de conta simplificada, a maior ação de

inclusão bancária do país. Trata-se da conta Caixa Fácil. Com ela todo

brasileiro pode ser correntista de uma das maiores e mais tradicionais

instituições financeiras do país. Esta modalidade de conta foi criada

especialmente para trabalhadores que tenham movimentação financeira de até

R$ 1.000,00 ao mês. Além de possibilitar o acesso aos serviços bancários

básicos, a Conta Caixa Fácil não cobra tarifas de manutenção, sendo

movimentada através de cartão magnético.

55

2.3 - Parceiros

Atualmente a Caixa possui como parceiros a rede lotérica e os

Correspondentes Bancários.

2.3.1 - Loterias

As Loterias Caixa constituem uma importante fonte de recursos para a

área social, além de proporcionar maior capilaridade a rede, pois são pontos de

arrecadação distribuídos em todo o Brasil, totalizando atualmente quase 9000

unidades lotéricas. O atendimento é rápido e o horário de funcionamento é

mais amplo em relação às agências bancárias. Nas unidades lotéricas podem

ser feitas operações bancárias como pagamentos diversos, recebimento de

INSS, FGTS, PIS, seguro desemprego, benefícios sociais, depósitos e saques,

abertura de contas, consulta de saldo, declaração anual de isento além de

disponibilizar jogos como Sena, Mega-sena, Quina, Dupla-sena, Federal etc.

2.3.2 - Correspondentes Caixa Aqui

Os Correspondentes Caixa Aqui estão espalhados por todo o Brasil e

levam os serviços e produtos da empresa até mesmo aos locais de difícil

acesso, onde não existem agências bancárias. Os pontos de atendimento são

conectados em tempo real com a Caixa.

Nos correspondentes Caixa Aqui podem ser realizadas todas as

operações bancárias realizadas pelas Loterias com excessão dos jogos.

Mercados, mercearias, quitandas e panificadoras são alguns exemplos

de estabelecimentos que podem ser Correspondentes Caixa Aqui, além de

outros pontos comerciais ou entidades sem fins lucrativos, desde que seus

estatutos permitam.

56

Entre as vantagens de ser um estabelecimento credenciado está o

recebimento de tarifa por cada operação transacionada e a oportunidade de

aumentar o faturamento em virtude do acréscimo no fluxo de pessoas

Atualmente o correspondente bancário pode ser transacional, aquele

que possui equipamento autenticador e efetua pagamentos, recebimentos,

saques e depósitos, ou negocial, aquele que negocia e vende produtos para

pessoas físicas e jurídicas como conta corrente, poupança, cheque especial,

cartões de crédito, empréstimos e financiamentos. Amobos são remunerados

pela prestação de serviço.

2.4 – Responsabilidade Social

A Caixa possui diversos produtos e serviços que contribuem para a

melhoria da qualidade de vida da sociedade, reduzindo impactos sobre o meio

ambiente. Ao financiar e repassar recursos para o saneamento ambiental, a

infra-estrutura, a habitação e as ações socioambientais com a comunidade, a

Caixa promove o Desenvolvimento Sustentável e contribui para o alcance das

metas nacionais dos objetivos do milênio.

A Política Ambiental da instituição é parte do grande Projeto Corporativo

de Responsabilidade Social, que busca desenvolver a cultura organizacional de

sustentabilidade e adotar um comportamento proativo junto aos empregados,

clientes, fornecedores e parceiros da Caixa, para consolidar seu

posicionamento de empresa pública socialmente responsável. A busca da

ecoeficiência, a eliminação de desperdícios, eficiência energética, estímulo ao

uso de materiais reciclados, são exemplos de ações que atingem o público

interno e externo.

A Caixa acredita na compatibilidade entre lucratividade e

sustentabilidade ambiental e reforça a importância das instituições financeiras

para apoiar a transição para modos mais sustentáveis de produção, negócios e

serviços. É o comercial dando suporte para o social e ambiental.

57

2.5 - A Missão

Sua missão é “Promover a melhoria contínua da qualidade de vida da

sociedade, intermediando recursos e negócios financeiros de qualquer

natureza, atuando, prioritariamente, no fomento ao desenvolvimento urbano e

nos segmentos de habitação, saneamento e infra-estrutura, e na administração

de fundos, programas e serviços de caráter social”.

2.6 - OS Valores

• Direcionamento de ações para o atendimento das expectativas da

sociedade e dos clientes;

• Busca permanente de excelência na qualidade de serviços;

• Equilíbrio financeiro em tdos os negócios;

• Conduta ética pautada exclusivamente nos valoresda sociedade;

• Respeito e valorização do ser humano.

2.7 - Visão de Futuro

A Caixa tem como visão ser referência mundial como banco público

integrado, rentável, socialmente responsável, eficiente, ágil e com permanente

capacidade de renovação. A Caixa deseja:

• Manter a liderança na implementação de políticas públicas e será

parceira estratégica dos governos estaduais e municipais;

• Consolidar sua posição como o banco da maioria da população

brasileira, com relevante presença no segmento de pessoa jurídica e

excelente relacionamento com seus clientes;

• Ser detentora de alta tecnologia da informação em todos os canais de

atendimento e se destacará na gestão de pessoas, reconhecidas em

seu mérito, capacitadas e com desenvolvido espírito público;

• Manter relacionamentos sólidos, coesos e inovadores com parceiros

competentes e de forte compromisso social.

58

2.8 - O Código de Ética

O Código expressa o sentimento ético dos empregados da Caixa,

externalizado em pesquisa interna realizada, que validou os valores presentes

na empresa. Esses valores que norteiam a atuação da Caixa são: Respeito,

honestidade, compromisso, transparência e responsabilidade.

Revela-se como instrumento de natureza imprescindível para a Caixa, o

seu Código de Ética, por sistematizar os valores éticos que devem nortear a

condução dos negócios, orientar as ações e o relacionamento com os

interlocutores internos e externos.

2.9 – Estrutura Organizacional

A Caixa é uma instituição financeira sob a forma de empresa pública,

criada nos termos do Decreto-Lei nº 759, de 12 de agosto de 1969, vinculada

ao Ministério da Fazenda, com sede e foro na capital da República, prazo de

duração indeterminado e atuação em todo o território nacional, podendo criar e

suprimir sucursais, filiais ou agências, escritórios, dependências e outros

pontos de atendimento nas demais praças do País e no exterior.

Instituição integrante do Sistema Financeiro Nacional e auxiliar da

execução da política de crédito do Governo Federal, a Caixa se sujeita às

decisões e à disciplina normativa do órgão competente e à fiscalização do

Banco Central do Brasil.

São órgãos de Administração da Caixa:

I. O Conselho de Administração;

II. A Diretoria, constituída pela Presidência, Conselho Diretor, Vice-

Presidência responsável pela gestão de ativos de terceiros e Vice-Presidência

responsável pela administração ou operacionalização das loterias federais e

59

dos fundos instituídos pelo Governo Federal, nestes incluído o Fundo de

Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que compartilharão a representação

orgânica e a gestão.

O Conselho de Administração é o órgão de orientação geral dos

negócios da Caixa, responsável pela definição das diretrizes, desafios e

objetivos corporativos e pelo monitoramento e avaliação dos resultados da

Caixa, composto por sete conselheiros, como segue: cinco conselheiros

indicados pelo Ministro de Estado da Fazenda, dentre eles o Presidente do

Conselho; o Presidente da Caixa, que exerce a Vice-Presidência do Conselho;

um conselheiro indicado pelo Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento

e Gestão.

A Presidência é órgão de administração responsável pela gestão e

representação da Caixa, a quem compete, entre outras atribuições, propor ao

Conselho de Administração o modelo de gestão, os desafios e objetivos

corporativos e o plano estratégico da Caixa, além de coordenar e supervisionar

os trabalhos das Vice-Presidências.

Possui atualmente 11 vice-presidências: Vice-Presidência de

Atendimento, Vice-presidência de Ativos de Terceiros, Vice-presidência de

Controle e Risco, Vice-presidência de Finanças, Vice-Presidência de Fundos

de Governo e Loterias, Vice-Presidência de Gestão de Pessoas, Vice-

Presidência de Governo, Vice-Presidência de Logística, Vice-Presidência de

Pessoa Física, Vice-Presidência de Pessoa Jurídica e Vice-Presidência de

Tecnologia da Inforamção.

Em março de 2006, Maria Fernanda Ramos Coelho, funcionária da

Caixa desde 1984, convidada pelo Exmo. Sr. Presidente da República, Luiz

Inácio Lula da Silva, e pelo Ministro de Estado da Fazenda, Guido Mantega,

assumiu a Presidência da Caixa.

A instituição possui hoje, cerca de 80000 empregados sendo que 1908

estão no estado do Espírito Santo e destes 327 são gestores, sendo que 101

60

estão lotados na Superintendência Regional Sul, 143 na Superintendência

Regional Norte e 83 na filial ou área meio.

O município de Vila Velha pertence a Superintendência Regional Sul e

nele estão lotados 32 gestores distribuidos em seis unidades.

2.10 - Planejamento Estratégico

Em 2005, o Conselho Diretor aprovou o Plano Estratégico 2005-2015, onde

foram definidas a visão de futuro 2015, desafios estratégicos e ações para a

consecução de suas metas. Os sete desafios estratégicos da Caixa até 2015

são:

1. Ampliar a participação no mercado de crédito de pessoa física e jurídica;

2. Ser o principal agente das políticas públicas;

3. Consolidar a Caixa como principal banco de relacionamento com a

administração pública;

4. Ser referência na excelência do atendimento;

5. Ser uma das melhores empresas para se trabalhar;

6. Adequar processos e aprimorar soluções integradas de tecnologia da

informação;

7. Liderar o mercado de Captação de Recursos.

2.11 - A Universidade Corporativa Caixa

Na Caixa Econômica Federal, o processo começou em 1996 com o

programa “Crescer com a Caixa” que consistia em plano de desenvolvimento

de pessoas investindo no talento de suas equipes. O objetivo era que as

equipes adquirissem e atualizasse conhecimentos, tornando o empregado um

profissional cada vez mais valorizado.

O programa contou com a utilização da tecnologia digital para facilitar o

processo de aprendizagem como o uso de “cd-room”, em 1996 e em 1997,

61

para a capacitação de empregados em informática (cursos de “Word”, “Excel”

etc.), cursos de “Segurança da Informação” e outros.

Em 1999 foi disponibilizada a “Intranet”, hoje utilizada amplamente, com

o curso “Intranet: um suporte à gestão” que foi a primeiro curso produzido e

disponibilizado pela Caixa, no ambiente de rede intranet.

Em janeiro de 2001, quando a Universidade Caixa foi lançada, contava

com a experiência da tecnologia digital para produzir o campus virtual por meio

de um “site web”, disponibilizando vários cursos “on-line” para os empregados.

Em novembro de 2001, foi lançado na “Internet’ o Portal Universidade

Caixa que disponibilizou as mesmas opções de cursos disponíveis no ambiente

interno da Caixa.

A Universidade Corporativa Caixa foi criada com a missão de fomentar o

aprendizado contínuo e o desenvolvimento das competências das pessoas

para o alcance de resultados sustentáveis para as pessoas, para a Caixa e

para a sociedade. Tem como visão ser reconhecida como um centro de

excelência em soluções de aprendizagem para o desenvolvimento profissional

e social da Caixa e seus parceiros.

A Universidade Corporativa está alicerçada em 15 premissas, conforme

anexo do Modelo Pedagógico da Universidade Corporativa Caixa (Brasília,

2008) que dão forma à atuação da sua Universidade e fundamentam as ações

por ela desenvolvidas, quais sejam:

• A contribuição para o fortalecimento do papel da Caixa como agente

governamental estratégico na implementação das políticas públicas;

• A valorização, o desenvolvimento contínuo e a profissionalização dos

colaboradores internos, de forma integrada com os objetivos

organizacionais;

• A valorização, em todos os níveis da Caixa, da cooperação, da

integração, da transparência nas ações, da atuação em equipe, do

espírito público e da gestão de pessoas;

62

• O reconhecimento e a valorização de cada colaborador interno, inclusive

daquele em vias de aposentar-se, favorecendo a sua qualidade de vida;

• O aproveitamento e o desenvolvimento do saber, dos aspectos culturais

desejáveis e da experiência individual e das equipes da Caixa, no

processo de reconstrução cultural e formação de opinião;

• O reconhecimento de que aprender é um processo contínuo e de que é

na interação entre as pessoas e situações vivenciadas no dia-a-dia que

o aprendizado se consolida;

• O estabelecimento de um sistema de deveres e direitos mútuos -

Empresa e empregado - em relação às ações de desenvolvimento;

• A valorização dos parceiros da Caixa e a participação mais direta na sua

profissionalização;

• A contribuição para o aumento da produtividade e melhoria dos serviços

sociais prestados aos cidadãos;

• A contribuição para a sedimentação da conduta de transparência e do

respeito a todos os agentes envolvidos no âmbito de atuação da

Empresa;

• O favorecimento do equilíbrio econômico-financeiro-social e da

sustentação ao negócio da Empresa;

• A preservação dos valores éticos da sociedade em todos os negócios e

áreas de atuação da Caixa;

• O desenvolvimento de competências individuais e coletivas que

sustentem as competências essenciais da Caixa e garantam resultados

sustentáveis;

• O desenvolvimento de competências e sua efetividade dentro de um

contexto educacional que estimule o espírito crítico, criativo e

empreendedor e respeite a autonomia dos sujeitos;

• A busca da excelência em gestão pública, por meio do desenvolvimento

de lideranças mobilizadoras de pessoas e equipes, para o alcance de

metas organizacionais sustentáveis e para a implantação de soluções

inovadoras.

63

O alinhamento estratégico da Universidade Corporativa Caixa aos

objetivos da Empresa viabiliza-se por meio de quatro políticas:

- Política I: a Caixa reconhece o processo de educação corporativa como

estratégia de crescimento profissional e prioriza o investimento contínuo em

ações de desenvolvimento integradas com os seus objetivos estratégicos;

- Política II: a Caixa estimula o desenvolvimento permanente da sua cadeia de

valor como forma de valorizar a competência e a profissionalização e fortalecer

a responsabilidade social;

- Política III: a Caixa reconhece o exercício da liderança educadora como

prática essencial na gestão de pessoas;

- Política IV: a atividade de instrutoria/tutoria é considerada de alta relevância e

prioridade para o processo de educação corporativa da Caixa.

A concepção de aprendizagem adotada pela Universidade Corporativa

Caixa baseia-se na relevância da ação educativa para a construção de mentes

críticas e capazes de estabelecer paralelos entre o conhecimento e a prática

vigentes na Empresa.

Dessa forma, foi construído o modelo pedagógico, que tem como função

estabelecer as bases para o processo de aprendizagem na Caixa, orientar as

ações idealizadas e desenvolvidas pela Universidade, e definir o modelo de

formação e capacitação técnico-profissional dos empregados, em um processo

coerente com o perfil de profissional exigido pela Organização.

Na Universidade Corporativa Caixa, o Modelo Pedagógico é centrado no

aprendiz, na aprendizagem significativa e no desenvolvimento de

competências. Além disso, é mediado pela ação comunicativa e interativa entre

os indivíduos, entendida como um processo de relações fundamentais para o

aprendizado, apoiadas em uma estrutura tecnológica que possibilita diferentes

níveis de interação: aprendiz x conteúdo; aprendiz x aprendiz; aprendiz x tutor/

64

instrutor estratégico; aprendiz x contexto empresarial; aprendiz x comunidade

virtual.

O Modelo Pedagógico da Universidade Corporativa Caixa explicita sua

concepção de homem e de desenvolvimento humano, a estrutura pedagógica e

curricular, os agentes de aprendizagem envolvidos e a concepção

metodológica das soluções de aprendizagem. Também contempla as diretrizes

para operação do sistema de educação corporativa, em consonância com as

políticas e premissas de educação corporativa na Empresa.

O modelo pedagógico da Universidade Corporativa Caixa é centrado no

aprendiz, na aprendizagem significativa e no desenvolvimento de

competências. A organização dos conteúdos é por cargos, com base na

descrição dos conhecimentos, habilidades, atitudes e comportamentos de

entrega para cada cargo. Dessa forma, a Universidade busca capacitar o

empregado para o cargo que ocupa, preparando-o tanto para obtenção de

resultados sustentáveis para sua Unidade e para a Caixa, quanto para

ascender na carreira que escolher.

O Modelo de Gestão Caixa atual aponta para uma Universidade

Corporativa focada mais intensamente na capacitação profissional e baseado

nas seguintes premissas:

• Necessidade de focar e aprimorar o processo de formação profissional

da empresa;

• Ampliação das oportunidades para o desenvolvimento de pessoas nos

Pontos de Venda;

• Utilização da Certificação de Conhecimentos para a capacitação

profissional;

• Criação e/ou atualização das Trilhas de Desenvolvimento para todos os

cargos, utilizando-as como ferramenta de desenvolvimento e

aprimoramento profissional.

A Universidade Corporativa Caixa adotou a concepção interacionista na

maneira de compreender como e porque o indivíduo se desenvolve e do que

65

precisa para estar no mundo, bem como compreender a realidade que o cerca

e como ela funciona.

A concepção interacionista fundamenta a Teoria Histórico-Cultural de

Desenvolvimento Humano, que tem em Lev Vygotsky (1896-1934) um dos

seus principais teóricos. Essa teoria considera que o indivíduo tem uma

participação ativa na construção do seu desenvolvimento, porque ele vai

formando e transformando o conhecimento de si e do mundo, por meio da

interação com as outras pessoas do seu meio social. Dessa forma, o

desenvolvimento humano se caracteriza pelas dimensões social, cultural e

histórica.

Segundo essa teoria, o desenvolvimento é influenciado pela

aprendizagem que ocorre nas relações que partilhamos, nas experiências que

vivenciamos e no contexto sócio-cultural do qual fazemos parte. Para as

organizações, e para as pessoas que nelas estão inseridas, as experiências

enriquecedoras são aquelas que ocorrem com intencionalidade, ou seja, de

forma consciente.

O desenvolvimento e a aprendizagem não vêm prontos e nem são

adquiridos passivamente pelos sujeitos. O desenvolvimento é um processo

dinâmico de transformação de significados partilhados socialmente, em um

ambiente histórico, onde o sentido das coisas se transforma constantemente.

Nesse processo estão envolvidos o sujeito, o outro e suas representações

transformadoras do mundo.

O eixo pedagógico é a espinha dorsal do processo de educação e o

grande norteador do processo de aprendizagem. Está estreitamente ligado à

identidade e à missão da Universidade Corporativa Caixa e é ele que define os

agentes de aprendizagem, a organização de conteúdo, a estrutura curricular e

a avaliação da ação educacional em seus diferentes níveis.

A configuração do eixo pedagógico da Universidade Corporativa Caixa

busca oferecer, aos aprendizes, oportunidades de desenvolvimento que os

66

preparem para responder desafios, com base no desenvolvimento de

competências, na troca de experiências e na aprendizagem significativa.

As Diretrizes Estratégicas da Caixa (Planejamento Estratégico – PE), o

Planejamento Nacional Participativo – PNP (planejamento de metas e

objetivos), o Plano de Integração de Ação Regional - PIAR (programa de

levantamento de dados que caracteriza uma certa região com objetivo de

estabelecer demandas e potencialidades) e a Gestão de Pessoas por

Competências - GPC fornecem os inputs necessários para as ações da

Universidade Corporativa Caixa e para a construção da trajetória de

desenvolvimento profissional das pessoas, por meio das Trilhas de

Desenvolvimento que pode ser observado na figura que segue.

Figura 2 – Modelo Pedagógico

67

CAPÍTULO III

ANÁLISE E RESULTADOS DA PESQUISA

Com vista a responder o problema de pesquisa será apresentada na

primeira parte deste capítulo a pesquisa de campo dos conteúdos das

capacitações da Universidade Coorporativa, as diversas escolas e suas

especificidades, a operacionalização do acesso, o método avaliativo com as

análises.

Na segunda parte será apresentada a pesquisa de campo realizada com

os gestores da Caixa com as análises.

3.1 – Diagnóstico da Universidade Corporativa Caixa

As dimensões de conteúdo orientam as ações educacionais da

Universidade, e tem a seguinte configuração:

• Conteúdos Fundamentais Caixa – Abrange conteúdos básicos

necessários à atuação do indivíduo em qualquer ambiente, seja na

empresa ou fora dela. Esses conteúdos devem enfatizar temas que

contribuam para o entendimento e fortalecimento da identidade e

imagem institucional da Caixa, junto a sua cadeia de valor, focando o

desenvolvimento da cidadania e de competências que promovam a

integração corporativa, tais como: missão, visão, valores, cultura, ética,

qualidade de vida, controles internos, segurança; relações com o

governo, clientes, fornecedores e concorrentes; aprender a aprender,

trabalho em equipe, comunicação e feedback.

• Conteúdos Fundamentais Cargo – Esta dimensão envolve

conhecimentos comuns ao desempenho no cargo independente da área

de atuação.

• Conteúdos Especializados – Inclui conteúdos específicos e

68

indispensáveis ao desenvolvimento das competências críticas ao

desempenho do cargo com foco na área de atuação.

• Conteúdos Ampliados – Esta dimensão abrange conteúdos especiais

diferenciados para atender desafios específicos e/ou estratégicos da

Empresa. Comumente são conteúdos disponibilizados por profissionais

externos de relevada competência técnica. Pode servir a vários cargos.

Nessa dimensão estão as ações com foco em formação graduada,

cursos seqüenciais equivalentes a nível superior, extensões

universitárias, pós-graduações, eventos externos de oportunidade e

idiomas estrangeiros. Esses conteúdos são ofertados no mercado por

instituições de ensino superior no Brasil e no exterior, e também, por

profissionais externos de relevada competência técnica.

Essa estruturação oferece uma orientação mais adequada ao processo

de desenvolvimento do profissional, facilitando a ampliação do seu perfil de

competências e, em conseqüência, provendo insumos para melhor orientar o

seu encarreiramento e contribuir de forma mais efetiva para os resultados da

Caixa.

Essas várias dimensões de ações educacionais estão organizadas em

Escolas e Programas, aglutinando os recursos para desenvolvimento dos

conhecimentos. Cada Escola tem por objetivo desenvolver ações educacionais

que orientem e contribuam no processo de desenvolvimento, atualização e

aperfeiçoamento de competências relacionadas à dimensão de conteúdo que

abrange, conforme abaixo:

• Escola de Advocacia Caixa – Promove e organiza atividades destinadas

à capacitação e ao aperfeiçoamento dos profissionais da área jurídica,

dissemina conhecimento no âmbito da Caixa visando ao aprimoramento

de sua atuação e estabelece parcerias e relacionamentos institucionais

para desenvolver e compartilhar conhecimentos úteis às instituições e à

sociedade. Um dos cursos oferecidos por esta escola, Gestão de Bens e

Serviços, teve na sua fase de elaboração mais de 250 horas de atuação

69

de instrutores, dezenas de reuniões com conteudistas e gestores das

áreas envolvidas, 215 empregados treinados em 2008 e uma previsão

de capacitar, em 2009, cerca de 800 empregados Caixa;

• Escola de Cidadania e Fundamentos em Gestão: Desenvolve e

implementa ações educacionais com ênfase em conteúdos básicos

essenciais ao desempenho profissional, independentemente do cargo ou

área em que o empregado atue e em conteúdos que oferecem a base

conceitual necessária à atuação em cargos gerenciais. A escola está

organizada em blocos temáticos como: ambientação profissional e

orientação de carreira, atendimento, comunicação, conhecimentos

bancários básicos, responsabilidade social empresarial, saúde e

qualidade de vida e fundamentos em gestão;

• Formação Ampliada – objetiva expandir e diversificar os horizontes de

aprendizagem, desenvolvendo ações corporativas de natureza

continuada ou que busquem ampliar o desenvolvimento de

competências críticas, por meio de oportunidades disponíveis no

mercado. Nessa Escola estão as ações com foco em formação

graduada, cursos seqüenciais equivalentes a nível superior, extensões

universitárias, pós-graduações, idiomas estrangeiros e o programa Livro

Aberto. O incentivo ao curso superior foi criado para estimular a

elevação do nível de escolaridade dos empregados. É direcionado aos

empregados que ainda não possuem curso superior concluído, de forma

a possibilitar aprendizagem contínua e o crescimento profissional, com

vistas à melhoria do desempenho da organização. Consiste no custeio

do valor da mensalidade do curso, limitado a R$ 350,00 por mês, ficando

a cargo do empregado a complementação da mensalidade, se for o

caso. O programa teve início em 2003 oferecendo inicialmente 1300

vagas e atualmente 4100 empregados recebem o incentivo. Oferece

também incentivo a participação em cursos de pós-graduação Lato

Sensu e Stricto Sensu, por meio de orçamento de gestão

descentralizada. São cursos voltados às expectativas e aprimoramento

acadêmico e profissional e com caráter de educação continuada,

70

direcionados para empregados que necessitam de conhecimentos com

alto grau de especialização para o desempenho de suas atividades ou

de desenvolvimento de projetos estratégico. Nos cursos de pós-

graduação em instituições externas a Caixa patrocina até 70 % do custo

e os funcionários participam com o custo restante. Esta escola, em

parceria com a Universidade Corporativa do Banco do Brasil, iniciou em

23 de maio de 2009, o curso MBA Executivo em Gestão e Negócios do

Desenvolvimento Regional Sustentável – DRS. O curso foi elaborado

pelo consórcio de instituições, constituído pela Universidade Federal da

Bahia (UFBA), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT),

Universidade Federal de Lavras (UFLA) e Instituto de Ensino e Pesquisa

em Administração (INEPAD - FEA - USP) e contratado pelo Banco do

Brasil. Tem carga horária de 544 horas e previsão de término para junho

de 2011. O principal objetivo do curso é desenvolver competências

técnico-gerencial e ético-política para a prática de Desenvolvimento

Regional Sustentável, em conformidade com as diretrizes estratégicas

definidas pela Caixa com o propósito de implementar visão articulada e

integradora do tema além de incorporar os princípios de

Desenvolvimento Regional Sustentável na prática administrativa e

negocial. O Programa Livro Aberto é uma ação em prol do livro e da

leitura, com aderência ao Programa Nacional do Livro e da Leitura –

PNLL, e tem como objetivo fomentar a leitura e estimular empregados

na busca de atualização de conhecimentos. Por meio do programa as

unidades da Caixa podem adquirir livros, didáticos ou não, de acordo

com os conhecimentos que precisam ser desenvolvidos para favorecer o

aprendizado coletivo e a discussão de temas de interesse, promovendo

o desenvolvimento da equipe e o aprimoramento de competências;

• Gestão para Apoio ao Negócio e Parceiros: Abrange as ações

educacionais voltadas para o desenvolvimento de conhecimentos que

apóiam a gestão de pessoas, recursos e processos, visando à

realização das operações e negócios da Caixa; Aqui se destaca as

ações de preparação para instrutores operacionais. No dia 29 de maio

de 2009, foram finalizadas cinco turmas de preparação para instrutor

71

operacional – Laboratório de Agências – nas cidades de São Paulo,

Salvador, Goiânia, Belém e Curitiba, totalizando 51 novos instrutores

operacionais nesta temática. Desde janeiro de 2009, foram formados 86

instrutores na temática Gestão de Rentabilidade e Resultados, cuja ação

educacional tem o objetivo de capacitar os gerentes para avaliar de

forma estruturada os resultados econômico-financeiros do seu ponto de

venda ou da sua Superintendência Regional, alinhados com a realização

de negócios rentáveis, sustentáveis e com os desafios estratégicos da

Caixa;

• Gestão para Negócios: Abrange as ações educacionais que visam

disseminar os valores que pautam a atuação da Caixa e são

fundamentos para os colaboradores da empresa. A escola tem a função

de fortalecer a imagem corporativa da Caixa focada na responsabilidade

social e na construção do desenvolvimento associado à valorização do

se humano. Oferece consulta ao banco de habilitados para o cargo em

comissão de Caixa executivo. Oferece também o Guia de Consulta

Rápida, que é um material fornecido aos participantes do Laboratório de

Agências, orientando o acesso e explicando as principais

funcionalidades de diversos sistemas utilizados na rotina diária das

agências e retaguardas de agências;

• Escola de Gestão para Negócios Governo e Habitação: Tem como

objetivo diagnosticar, desenvolver e entregar a Caixa ações

educacionais que desenvolvam competências nas pessoas que apóiem

os negócios com os governos municipais, estaduais e federal,

concessão e manutenção de operações em habitação e crédito

imobiliário, programas sociais fortalecendo o seu papel de banco

público. Lidar com negócios para governo é entender a dinâmica de um

processo negocial que possui peculiaridades estruturadas no

relacionamento com o poder público. A Caixa faz parte dessa dinâmica

como uma empresa essencial para execução das funções

governamentais, tanto no âmbito operacional quanto estratégico. Um

bom exemplo é o Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, que

72

gerou uma série de ações demandadas pelo Governo Federal e a Caixa

muitas vezes aparecia como protagonista na operacionalização desse

programa, como é o caso das obras de infra-estrutura supervisionada

pela Caixa. O PAC, como vários outros programas, fornece uma

demanda para capacitação de empregados da Caixa em temáticas

específicas para que seja realizado um bom e efetivo atendimento ao

cliente com toda a especificidade que esse tipo de relacionamento

requer. Essa escola também oferece curso específico de aprendizagem

do produto Habitação e está divido em nível básico, intermediário e

especializado, possuindo vários módulos para serem realizados;

• Escola de Tecnologia da Informação: É uma escola temática integrante

da Universidade Caixa e, portanto, é co-responsável pelo processo de

educação corporativa na empresa, devendo atuar de modo a promover o

desenvolvimento humano e a capacitação profissional de todos os

empregados, na sua temática, em consonância com as diretrizes

estratégicas da área de gestão de pessoas e da área de tecnologia da

informação.

Os agentes de aprendizagem da Universidade Corporativa Caixa são:

• Aprendiz - é a figura central do processo educacional, sendo que suas

características e estilos de aprendizagem norteiam o desenvolvimento

das ações educacionais oferecidas pela Universidade Corporativa Caixa;

• Gestor - atuando como líder Educador, é o principal agente de

aprendizagem da Universidade Corporativa Caixa, uma vez que é ele o

responsável por garantir a consolidação do processo de aprendizagem

na sua equipe, seja por meio da disseminação de conhecimentos e

estratégias, da realização de ações internas de treinamento e

desenvolvimento, do estímulo ao auto-desenvolvimento e ao

compartilhamento de conhecimentos entre membros da equipe, da

indicação criteriosa de empregados para participação em ações

educacionais, do fornecimento e recebimento de feedback, da

73

orientação de PDI e etc.

• Instrutor / Tutor interno - é o empregado devidamente preparado para

desempenhar o papel de mediador do processo de aprendizagem em

ações educacionais corporativas, estruturadas pela Universidade

Corporativa Caixa.

• Instrutor / Tutor externo - profissional contratado, devidamente

preparado para atuar como facilitador do processo de aprendizagem

dentro das premissas do modelo pedagógico da Universidade

Corporativa Caixa.

• Mentor - é o Instrutor responsável pelo acompanhamento das questões

pedagógicas do módulo de aprendizagem.

• Multiplicador - é o empregado preparado para atuar na disseminação de

conhecimento técnico de sua atividade/área de atuação.

• Orientador - é o empregado, indicado ou voluntário, que acompanha e

orienta o aprendiz em processos de aprendizagem estruturados pela

Universidade Corporativa Caixa, em especial no Módulo Prático dos

Programas de Capacitação Profissional.

• Conteudista - é o especialista do negócio com competência técnica para

definir, orientar e avaliar o conteúdo de ações educacionais.

• Palestrante Caixa - é o empregado pós-graduado, preparado para atuar

na disseminação de conhecimentos, de forma verticalizada, dentro de

uma Área Temática especificada e sobre temas acompanhados pelas

áreas responsáveis pelos respectivos conhecimentos dentro da Caixa e

coerente com o Modelo Pedagógico da Universidade Corporativa Caixa.

• Agente integrador do negócio - é o representante de cada área de

74

negócio da Empresa, responsável por realizar a integração dessas áreas

com a Universidade Corporativa Caixa.

O processo de avaliação das ações educacionais implantadas na

Universidade Caixa adota os seguintes níveis:

• Reação - avaliação no momento da ação com instrumento simples,

conciso e objetivo;

• Aprendizagem - verificar quanto da meta foi alcançada com instrumentos

tipo Fórum ou “Chat”, tarefas orientadas pelos instrutores/tutores,

produções em grupo, participação em exercícios e vivências;

• Impacto de desempenho - nas atividades diárias do funcionário e

abrangem os resultados esperados, os indicadores para mensuração e a

fonte dos indicadores;

• Impacto na organização (equipe, unidade, empresa) - avaliar o impacto

nos indicadores de desempenho organizacionais. Participam da

avaliação os gestores e as equipes;

• Valor final (retorno sobre o investimento e/ou impacto no resultado) -

avaliar os resultados do ponto de vista da relação custo x benefício,

sejam eles de natureza econômico-financeira ou não. O instrumento de

avaliação deve possibilitar o levantamento prévio de dados de forma a

permitir uma análise da relação custo x benefício da ação educacional.

A Caixa mantém, por meio da sua Universidade Corporativa, os

seguintes programas e ações de desenvolvimento, destinada à formação,

atualização e ao aperfeiçoamento contínuo dos empregados:

• Seminários internos destinados à atualização técnica e gerencial;

• Cursos e outras ações de aprendizagem presenciais, a distância, em

serviço, auto-instrucionais;

• Programas focados no desenvolvimento de competências essenciais ao

atendimento ao cliente;

• Programas de desenvolvimento gerencial com foco nas competências

requeridas pela Empresa;

• Programas de incentivo à elevação da escolaridade e ao

75

aperfeiçoamento em nível superior;

• Bolsa de estudos para conclusão de curso de graduação;

• Oferta de cursos seqüenciais de nível superior, a distância;

• Bolsa de pós-graduação lato sensu, em nível de especialização;

• Incentivo à pós-graduação stricto sensu, em nível de mestrado e

doutorado;

• Programas de incentivo ao desenvolvimento em idiomas estrangeiros;

• Programas de MBA e Cursos de Pós-Graduação lato sensu

corporativos.

Além das ações citadas acima, a Universidade Corporativa Caixa

desenvolve também programas e soluções específicos para a capacitação de

adolescentes que participam do programa “Adolescente Aprendiz” da Caixa,

cujo objetivo é oferecer capacitação qualificada e contribuir para a inclusão

desses menores no mercado de trabalho.

Os níveis de avaliação são definidos considerando-se os aspectos de

importância estratégica da ação educacional, do valor do investimento da ação,

da abrangência do público-alvo, dos resultados a serem impactados e do custo

da avaliação.

A participação em ação educacional promovida pela Universidade Caixa

é registrada no Currículo do empregado. E em alguns casos, de acordo com

definição no Plano de Participação, poderá haver emissão de Certificado de

Participação em meio impresso.

No currículo do empregado também haverá registro da participação em

atividades educacionais por iniciativa própria, mediante apresentação de

certificado emitido pela instituição promotora do evento.

O público-alvo da Universidade Caixa é formado pelos chamados

colaboradores da empresa, o que representa um universo de,

76

aproximadamente, 80 mil empregados, além de estagiários, menor aprendiz e

prestadores de serviço.

As inscrições para os cursos à distância, exceto àqueles que têm

público-alvo restrito, estão abertas a todos os empregados por meio da opção

de auto-inscrição. Para os presenciais, os profissionais são indicados pelo

gestor.

O empregado pode escolher o local para a realização dos cursos, que

pode ser seu ambiente de trabalho, em seu domicílio ou em outro ambiente

que permita a conexão à “Internet”. Cada curso oferece material de leitura,

exercícios e provas “online”. A periodicidade de acesso é planejada pelo aluno

contanto que observe o prazo estipulado para a conclusão do curso.

Os cursos de natureza corporativa, de iniciativa da Caixa, exigidos pela

empresa para o exercício das atividades que compõem as atribuições de cada

cargo, devem ser realizados durante a jornada de trabalho, devidamente

registrada no Sistema de Ponto Eletrônico.

O acesso ao portal da Universidade Corporativa Caixa na internet se dá

pelo endereço lógico http://universidade.Caixa.gov.br (figura 3). Possui áreas

de acesso aberta ao público em geral, tanto interno quanto externo. Também

existem áreas de acesso restrito aos empregados, estagiários e adolescentes

aprendizes da Caixa.

77

Figura 3 – Portal da UCC internet

A Universidade Corporativa Caixa está disponível também aos

empregados, estagiários e adolescentes aprendizes, na intranet, no endereço

http://universidade.Caixa – Figura 4.

Figura 4 – Portal da UCC intranet

78

No portal, os participantes têm acesso a minha página, conheça a

universidade, escolas e programas, desenvolvimento orientado, ambiente

colaborativo, notícias, calendário, biblioteca, publicações, informações

gerenciais, prata da Caixa, mochileiro virtual, trilhas de desenvolvimento,

informações sobre a Universidade Corporativa etc.

Na aba “minha página” o participante pode acompanhar os cursos em

que estiver matriculado, rever cursos já realizados e consultar ações

educacionais lançadas no próprio currículo.

Na aba “Conheça a Universidade”, o aprendiz tem conhecimento sobre a

história, missão e visão da universidade. Essa página também descreve as

premissas e políticas da Educação Corporativa Caixa, bem como seu modelo

pedagógico e o Código de Ética da organização.

Em “Escolas e Programas” encontramos diversos cursos divididos por

áreas como: Advocacia Caixa, Cidadania e Fundamentos em gestão,

Formação Ampliada, Gestão para Apoio ao Negócio e Parceiros, Gestão para

Negócios, Gestão para Negócios, Governo e Habitação, Tecnologia da

Informação, Programas e outros.

Na aba “Desenvolvimento Orientado” se tem acesso às trilhas de

desenvolvimento. As Trilhas de Desenvolvimento são um percurso virtual de

cursos específicos para melhor capacitação profissional para um determinado

objetivo. Por exemplo: Trilha Individual, Trilha Fundamental, Trilha para

Gerente de Relacionamento, Trilha para Gerente Geral de agência, Trilha para

Superintendente Regional etc. É como se fosse uma grade curricular que

permite ao aprendiz acompanhar os passos trilhados para um determinado

percurso de aprendizagem. (figura 5). O gestor também tem acesso a

informações importantes como os passos trilhados pelos membros de sua

equipe.

79

Figura 5 – Trilhas de Desenvolvimento

Nesta mesma aba também se encontra o programa “Mochileiro Virtual”

que é uma proposta de construção do conhecimento; a cada dois meses uma

temática nova é abordada por meio de textos em rede, de indicações de leitura

de aprofundamento, de disponibilização de informações de forma colaborativa

e de socialização das impressões pessoais de cada aprendiz.

Na aba “Ambiente Colaborativo” o aprendiz encontra acesso ás

comunidades, salas de conferências virtuais, chats, publicações de textos

sobre temas variados e cursos de visão integrado do cliente pessoa jurídica e

pessoa física. As comunidades de aprendizagem foram criadas para utilização

dos gestores no Programa de Desenvolvimento dos Gestores – PDG.

Lançado no ano de 2006, o PDG visa o desenvolvimento continuado dos

gestores de forma estruturada e com a característica de permitir que o próprio

gestor identifique as suas necessidades de aprendizado e estabeleça o objeto

e o ritmo de estudo, dentre os módulos e cursos disponíveis. O programa se

constitui de três módulos: o núcleo fundamental – para aqueles gestores que

identificarem a necessidade de uma reciclagem. Contempla cursos básicos

com uma abordagem superficial, articula iniciativas que alinham

80

conceitualmente os gestores; o núcleo especializado – para aqueles gestores

que identificarem uma necessidade pontual, consiste de cursos específicos e

com maior grau de aprofundamento do objeto de estudo; e o núcleo aplicativo –

que proporciona o desenvolvimento através de práticas vivenciais, reproduz a

dinâmica da prática de gestão, simulação de situações reais em laboratório,

com turmas fechadas por cargo gerencial. Em outras palavras, o programa se

constitui em uma prateleira de supermercado, onde os produtos são os cursos

disponíveis e o empregado pode escolher aquele produto (curso) que melhor

lhe convier, de acordo com sua necessidade.

Atualmente a Universidade Corporativa Caixa oferece mais de duzentos

cursos ao seu público. Em 2005 foi inaugurado em São Paulo o seu primeiro

Campus físico, que possui 10 salas de aula, um auditório, dois laboratórios

para ações práticas e quatro salas de apoio para instrutores e possui estrutura

para atender 500 pessoas de uma só vez.

A Universidade Caixa, por ser a primeira do tipo no setor estatal que

implementou uma nova concepção de aprimoramento profissional no setor

público e pelo expressivo trabalho realizado nos seus quatro anos de

existência, recebeu, em outubro de 2005, da Organização dos Estados

Americanos (OEA) o Prêmio Interamericano de Responsabilidade Corporativa

nas Américas 2005.

3.2 – Pesquisa com os Gestores

Este capítulo tratará especificamente dos resultados da investigação

sobre a contribuição da Universidade Corporativa Caixa para o alcance dos

objetivos estratégicos da empresa, realizada no período de 15 de julho a 25 de

agosto de 2009, respondendo o problema da pesquisa, o objetivo geral e parte

dos específicos.

O capítulo da apresentação da empresa e da Universidade Corporativa

Caixa e o capítulo do referencial teórico serviram de base para a construção

81

dos itens a serem pesquisados/investigados bem como darão base para

responder ao problema de pesquisa.

Foram distribuídos 33 questionários e participaram da pesquisa 32

gestores que corresponde a 96,9% da amostra.

De acordo com a pesquisa realizada a questão de número 1 a 4 faz

referência ao desafio estratégico número 01: “ampliar a participação no

mercado de crédito de pessoa física e jurídica”.

Concluiu-se, portanto, que 78% dos gestores do município de Vila Velha

consideram que houve participação dos empregados em cursos específicos

para os produtos de crédito de pessoa física, 3% consideram que não houve

participação e 19 % responderam que não pertencem ao segmento de pessoa

física, como pode ser observado no gráfico 1 abaixo.

Questão nº 1: Houve participação dos empregados em cursos específicos para os produtos de crédito PF?

78%

19%3%

SIM NÃO NÃO PERTENÇO A ESTE SEGMENTO

Gráfico 1 – Resultado gráfico da pesquisa - Questão nº 1

Fonte: Questionário

82

Já no que diz respeito à contribuição dos cursos, 90 % dos gestores

consideram que a participação dos empregados nestes cursos oferecidos pela

Universidade Corporativa Caixa contribui para ampliar a participação da

empresa no mercado de crédito de pessoa física, conforme o gráfico 2 que

segue.

Questão nº 2: Considera que a participação dos empregados nos cursos acima contribui ou não para ampliar a participação de sua agência no mercado de

crédito de PF?

90%

3% 7%

SIM NÃO Apena contribui para desenvolvimento profissional

Gráfico 2 – Resultado gráfico da pesquisa - Questão nº 2

Fonte: Questionário

Do mesmo modo, 66% dos gestores do município de Vila Velha

consideram que houve participação dos empregados em cursos específicos

para os produtos de crédito de pessoa jurídica, 6% consideram que não houve

participação e 28% responderam que não pertencem ao segmento de pessoa

jurídica, como pode ser observado no gráfico 3 abaixo.

83

Questão nº 3: Houve participação dos empregados em cursos específicos para os produtos de crédito PJ?

68%3%

29%

SIM NÃO NÃO PERTENÇO A ESTE SEGMENTO

Gráfico 3 – Resultado gráfico da pesquisa - Questão nº 3

Fonte: Questionário

Com relação a contribuição destes cursos, 90% dos gestores

consideram que a participação dos empregados nestes cursos oferecidos pela

Universidade Corporativa Caixa contribui para ampliar a participação da

empresa no mercado de crédito de pessoa jurídica, conforme gráfico 4 abaixo.

Questão nº 4: Considera que a participação dos empregados nos cursos acima contribui ou não para ampliar a participação de sua agência no mercado

de crédito de PJ?

90%

3% 7%

SIM NÃO Apena contribui para desenvolvimento profissional

Gráfico 4 – Resultado gráfico da pesquisa - Questão nº 4

Fonte: Questionário

84

Assim conclui-se que, na visão dos gestores do município de Vila Velha,

os cursos oferecidos pela Universidade Corporativa Caixa são bem utilizados

pelos empregados e esta participação contribui significativamente para ampliar

a participação da empresa no mercado de crédito tanto de pessoa física quanto

de pessoa jurídica.

Ampliar esta participação no mercado de crédito sempre será um

importante objetivo a ser perseguido pela Caixa e por qualquer outra instituição

de crédito, pois trata-se da sobrevivência da empresa. È deste tipo de

operações que o banco ganha seu “spread”, ou seja, a diferença entre o que o

banco teria de custo de oportunidade do dinheiro (o que faria com ele sem

risco) e a taxa cobrada de juros.

A criação de um ambiente que incentive o crescimento e o

desenvolvimento dos empregados dentro da empresa passa pela atuação de

gestores comprometidos com este desafio estratégico da empresa e com a

gestão de pessoas.

As pessoas necessitam de estimulo para continuar trilhando o caminho

do aprendizado continuo. Daí torna-se fundamental a participação dos gestores

para envolver as pessoas, considerando a importância da capacitação e a

contribuição significativa que esta ação tem para que a Caixa amplie sua

participação no mercado de crédito de pessoa física e jurídica.

As perguntas 5 e 6 se referem ao desafio de número 02: “ser o principal

agente das políticas públicas”.

Neste item observa-se que 60% dos gestores (gerentes gerais)

consideram que houve participação da gerência geral nos cursos oferecidos

pela Universidade Corporativa Caixa específicos em políticas públicas

enquanto 40% deles responderam que não houve participação, conforme

mostra o gráfico 5 abaixo.

85

Questão nº 5: Houve participação da gerencia geral nos cursos oferecidos pela UCC específicos em políticas públicas?

60%

40%

SIM NÃO

Gráfico 5 – Resultado gráfico da pesquisa - Questão nº 5

Fonte: Questionário

Esta questão foi direcionada somente aos gerentes gerais e gestores da

superintendência que estão diretamente ligados ao relacionamento com

instituições públicas, como poder judiciário, executivo e legislativo.

84% dos gestores consideram que os cursos oferecidos pela

Universidade Corporativa Caixa, específicos sobre políticas públicas

contribuem para a empresa ser o principal agente de políticas públicas; 3%

consideram que estes cursos não contribuem e 13% consideram que apenas

contribuem para o desenvolvimento profissional não impactando na empresa

atingira categoria de principal agente das políticas públicas, como pode ser

observado no gráfico 6 abaixo.

86

Questão nº 6: Os cursos oferecidos pela UCC contribui ou não para a empresa ser o principal agente de políticas públicas?

84%

3%

13%

SIM NÃO Apena contribui para desenvolvimento profissional

Gráfico 6 – Resultado gráfico da pesquisa - Questão nº 6

Fonte: Questionário

Pode-se concluir que, de acordo com os gestores do município de Vila

Velha, apesar dos cursos contribuírem para que a Caixa seja o principal agente

de políticas públicas, a participação deste público está longe do satisfatório.

Assim esses motivos poderão ser objetos de estudo em próximas pesquisas.

As perguntas 7 e 8 se referem ao desafio de número 03: “consolidar a

Caixa como principal banco de relacionamento com a administração pública”.

De acordo com a pesquisa 80% dos gestores consideram que houve

participação da gerência geral nos cursos oferecidos pela Universidade

Corporativa Caixa específicos para consolidar a empresa como principal banco

de relacionamento com a administração pública, enquanto 20% deles

responderam que não houve participação, conforme gráfico 7 que segue.

87

Questão nº 7: Houve participação da gerencia geral nos cursos oferecidos pela UCC específicos em consolidar a Caixa como principal banco de

relacionamento com a administração pública?

80%

20%

SIM NÃO

Gráfico 7 – Resultado gráfico da pesquisa - Questão nº 7

Fonte: Questionário

94% dos gestores consideram que os cursos oferecidos pela

Universidade Corporativa Caixa, sobre relacionamento com a administração

pública, contribuem para consolidar a empresa como principal banco de

relacionamento com a administração pública; 3% consideram que estes cursos

não contribuem e 3% consideram que apenas contribuem para o

desenvolvimento profissional não impactando para que a Caixa seja o principal

banco de relacionamento com a administração pública, conforme o gráfico 8

abaixo.

Questão nº 8: Os cursos oferecidos pela UCC contribui ou não para consolidar a Caixa como principal banco de relacionamento com a administração pública?

94%

3% 3%

SIM NÃO Apena contribui para desenvolvimento profissional

Gráfico 8 – Resultado gráfico da pesquisa - Questão nº 8

Fonte: Questionário

88

Assim conclui-se que na opinião dos gestores houve boa participação

dos gerentes gerais nos cursos e a capacitação através destes cursos foram

significativas para consolidar a empresa como principal banco de

relacionamento com a administração pública.

As perguntas 9 e 10 se referem ao desafio de número 04: “ser referência

na excelência do atendimento”.

De acordo com a pesquisa, observa-se que 100% dos gestores

consideram que houve participação dos empregados nos cursos específicos

sobre excelência no atendimento, conforme mostra o gráfico 9 que segue.

Conclui-se então que o corpo funcional da empresa no município de Vila

Velha revela uma grande preocupação e comprometimento em melhorar a

qualidade do atendimento nas unidades de negócios.

Questão nº 9: Houve participação dos empregados em cursos específicos oferecidos pela UCC sobre excelência no atendimento?

100%

0%

SIM NÃO

Gráfico 9 – Resultado gráfico da pesquisa - Questão nº 9

Fonte: Questionário

94% dos gestores consideram que os cursos oferecidos pela

Universidade Corporativa Caixa, específicos sobre excelência do atendimento,

89

contribuem para a empresa ser referência na excelência do atendimento;

nenhum gestor considera que estes cursos não contribuem e outros 6%

consideram que apenas contribuem para o desenvolvimento profissional não

impactando para que a Caixa seja referência na excelência do atendimento,

como pode ser observado no gráfico 10 que segue.

Questão nº 10: Os cursos oferecidos pela UCC sobre atendimento contribui ou não para a Caixa ser referência na excelência do atendimento?

94%

0% 6%

SIM NÃO Apena contribui para desenvolvimento profissional

Gráfico 10 – Resultado gráfico da pesquisa - Questão nº 10

Fonte: Questionário

Conclui-se que, na visão dos gestores do município de Vila Velha, existe

uma preocupação da empresa em oferecer um bom atendimento aos seus

clientes e a capacitação e utilização da Universidade Corporativa é

importantíssima para a empresa ser referência na excelência do atendimento.

As perguntas 11 e 12 se referem ao desafio de número 05: “ser uma das

melhores empresas para se trabalhar”.

A pesquisa mostra que 91% dos gestores consideram que houve

participação dos empregados nos cursos específicos para que a Caixa seja

uma das melhores empresas para se trabalhar, enquanto 9% deles consideram

que não houve participação conforme gráfico 11 que segue.

90

Questão nº 11: Houve participação dos empregados em cursos específicos para que a Caixa seja uma das melhores empresas para se trabalhar?

91%

9%

SIM NÃO

Gráfico 11 – Resultado gráfico da pesquisa - Questão nº 11

Fonte: Questionário

59% dos gestores consideram que os cursos oferecidos pela

Universidade Corporativa Caixa, contribuem para transformar a empresa em

uma das melhores empresas para se trabalhar; 10% consideram que estes

cursos não contribuem e outros 31% consideram que apenas contribuem para

o desenvolvimento profissional não impactando para que a Caixa seja uma das

melhores empresas para se trabalhar, conforme se verifica no gráfico 12

abaixo.

Conclui-se, portanto, na visão dos gestores de Vila Velha, que apesar da

grande maioria participar dos cursos específicos para que a Caixa seja uma

das melhores empresas para se trabalhar, os cursos oferecidos atualmente

pela Universidade Corporativa Caixa podem ser revistos e outros lançados com

objetivo de contribuir um pouco mais para que este desafio estratégico seja

alcançado pela empresa.

91

Questão nº 12: Os cursos oferecidos pela UCC contribuem ou não para a Caixa ser uma das melhores empresas para se trabalhar?

59%

10%

31%

SIM NÃO Apena contribui para desenvolvimento profissional

Gráfico 12 – Resultado gráfico da pesquisa - Questão nº 12

Fonte: Questionário

Vale lembrar que o desafio estratégico de se tornar uma das melhores

empresas para se trabalhar leva em consideração várias outras variáveis e

neste sentido recomenda-se um novo estudo ou complementação sobre o

tema, considerando itens importantes como cultura e clima organizacional.

A Caixa se orgulhou por constar na pesquisa anual do Guia Exame –

Você S.A. 2006 como uma das 150 melhores empresas do país que melhor

cultivam a relação com os seus empregados. Na pesquisa observa-se que

73,9% dos empregados aprovam seus líderes; 80,2% dos empregados da

Caixa se identificam com a empresa; 66,10% avaliam que a Caixa investe no

seu desenvolvimento de pessoal; 81% indicariam a empresa a parentes e

amigos; 69,8% se consideram satisfeitos e motivados (CAIXA ECONÔMICA

FEDERAL, 2006a).

As perguntas 13 e 14 se referem ao desafio de número 06: “adequar

processos e aprimorar soluções integradas de tecnologia da informação”.

De acordo com a pesquisa, constatou-se que 59% dos gestores

consideram que houve participação dos empregados em cursos oferecidos

92

pela Universidade Corporativa Caixa, específicos sobre este tema, enquanto

41% deles consideram que não houve participação, conforme gráfico 13 que

segue.

Questão nº 13: Houve participação dos empregados em cursos específicos para que a Caixa adeque seus processos e aprimore soluções integradas de

tecnologia da informação?

59%

41%

SIM NÃO

Gráfico 13 – Resultado gráfico da pesquisa - Questão nº 13

Fonte: Questionário

66% dos gestores consideram que os cursos oferecidos pela

Universidade Corporativa Caixa, específicos para este desafio, contribuem para

que a empresa consiga adequar processos e aprimorar soluções integradas de

tecnologia da informação, 16% consideram que estes cursos não contribuem e

18% deles consideram que apenas contribuem para o desenvolvimento

profissional dos empregados não impactando para que a Caixa consiga

adequar processos e aprimorar soluções integradas de tecnologia da

informação, como pode ser verificado no gráfico 14 abaixo.

93

Questão nº 14: Os cursos oferecidos pela UCC contribuem ou não para que a Caixa adeque seus processos e aprimore soluções integradas de tecnologia

da informação?

66%

16%

18%

SIM NÃO Apena contribui para desenvolvimento profissional

Gráfico 14 – Resultado gráfico da pesquisa - Questão nº 14

Fonte: Questionário

Assim conclui-se que, na visão dos gestores, tanto a participação dos

empregados quanto a qualidade dos cursos oferecidos (ou novos) devem ser

metas a perseguir para melhor desempenho da empresa e possam contribuir

para que a instituição consiga atingir mais este desafio estratégico.

As perguntas 15 e 16 se referem ao desafio de número 07: “liderar o

mercado de captação de recursos”.

84% dos gestores consideram que houve participação dos empregados

em cursos oferecidos pela Universidade Corporativa Caixa sobre captação de

recursos, enquanto 16% deles consideram que não houve participação dos

empregados, como pode ser observado no gráfico 15 abaixo.

94

Questão nº 15: Houve participação dos empregados em cursos específicos para que a Caixa lidere o mercado de captação de recursos?

84%

16%

SIM NÃO

Gráfico 15 – Resultado gráfico da pesquisa - Questão nº 15

Fonte: Questionário

84% dos gestores consideram que os cursos oferecidos pela

Universidade Corporativa Caixa, contribuem para que a empresa consiga

liderar o mercado de captação de recursos; 3% consideram que estes cursos

não contribuem e 13% deles consideram que apenas contribuem para o

desenvolvimento profissional dos empregados não impactando para que a

Caixa consiga liderar o mercado de captação de recursos, conforme gráfico 16

que segue.

Questão nº 16: Os cursos oferecidos pela UCC contribuem ou não para que a Caixa lidere o mercado de captação de recuros?

84%

3%13%

SIM NÃO Apena contribui para desenvolvimento profissional

Gráfico 16 – Resultado gráfico da pesquisa - Questão nº 16 Fonte: Questionário

95

Historicamente a Caixa tem sido líder de mercado em captação

principalmente de poupança. A empresa tem como pontos fortes a sua marca,

tradição, segurança e solidez. Os índices da pesquisa mostram que a

Universidade Corporativa é bastante utilizada e os cursos oferecidos através

desta ferramenta contribui em muito para Caixa permanecer como líder do

mercado de captação de recursos.

A questão de número17 solicita aos gestores que indique os três fatores

que mais se destacam como dificultadores para utilização da Universidade

Corporativa Caixa.

Conforme gráfico 17 abaixo, 97% dos gestores consideraram que a

sobrecarga de trabalho é o fator que mais dificulta o empregado de participar

das capacitações oferecidas pela Universidade Corporativa Caixa durante o

expediente. O segundo fator mais votado, que mais dificulta a participação dos

empregados é a indisponibilidade do empregado fora do expediente de

trabalho, ficando com 66% da preferência. O terceiro fator mais votado foi

indisponibilidade momentânea do sistema com 62% dos votos escolhido entre

os gestores como dificultador para utilização da ferramenta.

Questão nº 17: Assinale os três fatores que mais se destacam como dificultadores para utilização da UCC?

33%

23%7%

21%

8%5% 3%

Sobrecarga de trabalhoIndisponibilidade do empregadoAusência de planejamento do gestorIndisponibilidade momentânea do sistemaFalta de hábito de estudarDesinteresse do empregadoOutros

Gráfico 17 – Resultado gráfico da pesquisa - Questão nº 17 Fonte: Questionário

96

A rotina dentro de um banco que realiza diversos atendimentos de

programas sociais do governo é estressante, pois gera uma demanda

populacional elevada, seguro-desemprego, FGTS, PIS, bolsa família, credito

estudantil e outros. Além disso, os gestores e suas equipes são responsáveis

por vários itens de meta e outros desafios. Tudo isto faz com que o empregado

tenha uma sobrecarga de trabalho significativa.

Por outro lado também é fato que os gestores precisam participar

efetivamente do desenvolvimento profissional de sua equipe. Isto faz com que

as pessoas se sintam valorizadas e mantenham o comprometimento com sua

aprendizagem.

Ao apontar a falta de tempo pela sobrecarga de trabalho, como dificultador

principal o empregado demonstra não estar integrado a política de

desenvolvimento da empresa, afinal a própria Universidade Corporativa Caixa

orienta os aprendizes a negociar com o seu gestor a liberação para a

realização dos cursos pela intranet.

Por uma outra abordagem sugere que a filosofia da empresa para o

desenvolvimento profissional continuo não esta totalmente enraizada em seu

corpo funcional. Afinal é o que Meister (1999) chama de “autogerenciamento da

carreira” que é o compromisso individual pela busca das qualificações, do

conhecimento e das competências requeridas, seja na função atual, seja nos

cargos futuros.

O gestor precisa desenvolver o papel de líder educador focado na busca

do desenvolvimento e atualização dos seus subordinados.

O papel de gerentes e lideres de equipe é justamente permitir, estimular

e reconhecer o envolvimento das pessoas, a utilização de novas técnicas e a

discussão de como fazer diferente e melhor.

97

A melhoria do envolvimento de gestores com o desenvolvimento

profissional é ponto chave para alavancar a utilização máxima da Universidade

Corporativa Caixa. Tanto que a Caixa pos o fator “Pessoas” como um dos itens

no programa que avalia o desempenho de suas unidades de negócio.

De acordo com a questão 18 da pesquisa 94% dos entrevistados

consideram que a Universidade Corporativa Caixa é uma ferramenta que

oferece uma educação contínua, dinâmica e que acompanha as mudanças

impostas pelo ambiente ou mercado em que está inserida, conforme pode ser

verificado no gráfico 18 que segue.

Questão nº 18: Você considera a UCC uma ferramenta que oferece uma educação contínua, dinâmica e que acompanha as mudanças impostas pelo ambiente ou

mercado em que está inserida?

94%

6%

SIM NÃO

Gráfico 18 – Resultado gráfico da pesquisa - Questão nº 18

Fonte: Questionário

A questão envolvendo crescimento profissional e pessoal busca extrair

dos empregados a sua avaliação quanto á utilidade prática da Universidade

Corporativa Caixa e à sua utilidade no planejamento de suas ações de futuro.

Procurou-se abordar aqui o que Meister (1999) indica como a aplicabilidade da

educação nas organizações. O foco deste processo educacional deve estar

nas qualificações, no conhecimento e nas competências de que os

98

profissionais precisam dispor para obter sucesso em um mercado global

altamente competitivo.

A proposta da educação corporativa necessita do envolvimento de

todos, pois é um processo constante e permanente. As pessoas precisam se

sentir a vontade para colocar em pratica o conhecimento que aprenderam.

99

CONCLUSÃO

Após finalizar este estudo, conclui-se que os seus objetivos foram

alcançados. A Universidade Corporativa Caixa mostrou-se uma importante

ferramenta de desenvolvimento do empregado, seja no campo profissional ou

pessoal. Ferramenta esta responsável por estabelecer uma relação direta entre

o conhecimento e as diretrizes estratégicas da Caixa.

Neste contexto, a Universidade Corporativa Caixa cumpre a sua missão

de fomentar o aprendizado contínuo e de desenvolver as competências das

pessoas contribuindo assim para o alcance dos objetivos estratégicos e

resultados sustentáveis. Assim, ela demonstra a importância do conhecimento

para a Caixa, uma vantagem competitiva e duradoura, e utiliza-se dos avanços

da tecnologia da informação para a gestão deste saber adquirido.

No decorrer deste trabalho, verificou-se que são muitos os conceitos e

proposições de diversos autores, que se complementam para a aplicação e o

desenvolvimento da gestão do conhecimento no ambiente corporativo.

Percebe-se que o tema atualmente é bastante discutido e de significativa

relevância, pois a aprendizagem e a educação tornaram-se uma prioridade na

qualificação da força de trabalho, sendo uma das principais vantagens

competitivas do século XXI.

O que é comum nos autores citados é a importância dada à educação, à

formação da cultura do aprendizado, de forma contínua, na qual as pessoas

têm tempo para aprender, sentem-se estimuladas para o trabalho, as falhas e

as lições aprendidas são discutidas abertamente.

O cenário traçado apresenta líderes e gestores que assumem uma

parcela importante na condução e administração do processo Gestão de

Pessoas, seja na interação e compreensão da natureza das pessoas, no

aprendizado, no clima, na satisfação, no comportamento político, no

“feedback”, etc.

100

A suposição aplicada ao problema de pesquisa foi revelada na pesquisa

realizada, confirmando que a contribuição da Universidade Corporativa Caixa

se dá pela formação de profissionais altamente capacitados e especializados

possibilitando a empresa ao alcance dos seus desafios estratégicos.

Por outro lado a pesquisa revela, na visão dos gestores de Vila Velha,

que algumas ações podem ser implantadas pela empresa, considerando

principalmente o baixo índice de utilização da ferramenta com relação ao

desafio estratégico de ser o principal agente de políticas públicas, o desafio

sobre adequar processos e aprimorar soluções integradas de tecnologia da

informação e também o desafio de ser uma das melhores empresas para se

trabalhar. Neste sentido recomenda-se um novo estudo ou complementação

sobre o tema, considerando inclusive outras variáveis como, por exemplo,

cultura e clima organizacional.

As respostas da questão que trata dos dificultadores para utilização da

Universidade Corporativa Caixa sugerem que a rotina imposta aos empregados

lotados nas agências sob gestão dos pesquisados impossibilita a freqüência e

a massificação do uso da universidade virtual como ferramenta para a

aprendizagem organizacional.

Uma abordagem que deve ser levantada é como empregados e gestores

interagem com o processo de educação continuada, a palavra treinamento é

substituída, a palavra-chave agora é desenvolvimento, mas esta idéia não se

encontra completamente enraizada na cultural organizacional, ao verificar que

as pessoas apontam a falta de tempo pela sobrecarga de trabalho como fator

crítico para o acesso a universidade virtual.

Mas é importante lembrar que, de acordo com a pesquisa realizada,

mais de 90% dos entrevistados consideram que a Universidade Corporativa

Caixa é uma ferramenta que oferece uma educação contínua, dinâmica e que

acompanha as mudanças impostas pelo ambiente ou mercado em que está

inserida, o que vem demonstrar a sua importância para o alcance dos desafios

estratégicos da empresa.

101

BIBLIOGRAFIA

ALBRECHT, Karl. Revolução nos serviços: Como as empresas podem revolucionar

a maneira de tratar os seus clientes. 6. ed. São Paulo: Pioneira, 2000.

ARTEIRO, Isabela Lemos. Disponível em <http://www.fadepe.com.br>.

Treinamento e desenvolvimento. Acesso em: 30 jun. 2009.

BARRETO. Disponível em <http://www.fae.edu/publicacoes>. Acesso em: 10 de

jul. 2009.

BOOG, Gustavo G (coord.). Manual de Treinamento e Desenvolvimento: um guia

de operações - manual oficial da ABTD. São Paulo: Makron Books, 2001.

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. Módulo 1: gestão de pessoas por competências.

Oficina de gestão de pessoas: guia do instrutor/ Caixa econômica federal. Brasília:

CAIXA, 2004b.

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. Manual normativo recursos humanos 071:

gestão de pessoas por competências. v. 23. Brasília: CAIXA, 03 abr. 2009.

CERTO, Samuel C. e PETER, J. Paul - Administração Estratégica: Planejamento e

Implantação da Estratégia - 2 ed., São Paulo, Pearson Prentice Hall, 2005.

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 5 ed. São Paulo: Makron

Books, 2002.

CHIAVENATO, Idalberto; Recursos Humanos. Ed. Compacta, 5.ed.. São Paulo:

Atlas, 1998.

CORADI, Carlos Daniel. Teorias da administração de empresas. São Paulo:

Perspectiva, 1977.

COSTA, Eliezer Arantes da - Gestão Estratégica: Da Empresa que temos para a

Empresa que queremos - 2 ed., São Paulo, Saraiva, 2007.

DRUCKER, Peter F. Aprendizado Organizacional: Gestão de pessoas para a

102

inovação contínua. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

DUTRA, Joel Souza (org.). Gestão por competência: um modelo avançado para o

gerenciamento de pessoas. 2. ed. São Paulo: Gente, 2001.

EBOLI, Marisa. Educação corporativa no Brasil: mitos e verdades. São Paulo:

Gente, 2004.

EBOLI, Marisa. Educação para as empresas do século XXI: coletânea de artigos

sobre as universidades corporativas. São Paulo: FIA/FEA-USP, 1999 (Edição

especial).

EBOLI, Marisa. O Desenvolvimento das pessoas e a educação corporativa. In:

FLEURY, Maria Tereza Leme (Coord.). As Pessoas na organização. São Paulo:

Gente, 2002. p.185- 216.

FERNANDES, Bruno Henrique Rocha e BERTON, Luiz Hamilton Administração

Estratégica: Da Competência Empreendedora à Avaliação de Desempenho – São

Paulo, Ed. Saraiva, 2005.

FLEURY, Maria Tereza Leme e FLEURY, Afonso. Disponível em

<http://www.anpad.org.br>. Acesso em: 05 de jun. 2009.

GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1996.

GOMES, Adriana. Como equilibrar vida pessoal e carreira. Vida e Carreira, São

Paulo, set. 2006. Disponível em: <http://www.vidaecarreira.com.br/dicas>. Acesso

em: 06 jul. 2009.

GOMES, Lucinda Pimentel. Disponível em <http://www.cfa.org.br>. Acesso em:

27 de jun. 2009).

HALL, Brandon. Frequent Asked Questions about e-learning. 2002. Disponível em

< www.brandonhall.com/>. Acesso em: 06 de jun.2009.

HERRERA, Wagner. Disponível em

<http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Administração>. Acesso em: 27 de

jun. 2009.

103

KOCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e

prática da pesquisa. Rio de Janeiro: Vozes, 1999.

KOTLER, Philip. Administração de Marketing. A edição do novo milênio. São

Paulo: Prentice Hall, 2000.

LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Marketing de serviços. 3. ed. São Paulo: Atlas,

2002.

LLATAS, Maria Virginia. Disponível em <www.mackenzie.com.br/mvllatas>.

Acesso em: 27 de jun. 2009.

LOVELOCK, Christopher e WRIGHT, Lauren. Serviços Marketing e Gestão. São

Paulo: Saraiva, 2001.

MARCONI, M.A. e LAKATOS, E.M. Técnicas de pesquisa: planejamento e

execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e

interpretação de dados. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1999.

MARTINS, Herbert Gomes. Para onde vai a universidade corporativa? Notas para

uma agenda da educação corporativa brasileira. Rio de Janeiro, 2005.

MEISTER, Jeanne. Educação corporativa: a gestão do capital intelectual através das

universidades corporativas. São Paulo: Makron Books, 1999.

MICHEL, Murillo. Disponível em <http://www.revista.inf.br>. Acesso em: 27 de

jun. 2009.

MILKOVICH, George T. e BOUDREAU, Jonh W. Administração de Recursos

Humanos. São Paulo: Atlas, 2000.

MINTZBERG, Henry e QUINN, James Brian. O processo da estratégia. 3 ed., Porto

Alegre: Bookman, 2001.

MOTTA, Fernando C. Prestes. Teoria das organizações: evolução e crítica. 2. ed.

rev. e ampl. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2001.

104

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Excelência na Administração

Estratégica: a competitividade para administrar o futuro das empresas. 3 ed., São

Paulo: Atlas, 1997.

PERRENOUD, Ph. (2000) Dez Novas Competências para Ensinar, Porto Alegre,

Artmed Editora. Disponível em

<http://www.unige.ch/fapse/SSE/teachers/perrenoud>. Acessado em: 05 jun.2009.

PIO, Cleuza. Disponível em < www.psicologia.com.pt>. Acesso em: 10 de jul.

2009.

PORTER, Michael E. Competição: Estratégias competitivas essenciais. 10 ed., Rio

de Janeiro: Campus, 1999.

PRAHALAD, C. K. e HAMEL, G. A Competência Essencial das Organizações.

Harvad Business Review, 1990.

SENGE, Peter M. A quinta disciplina – teoria e prática da organização que aprende.

São Paulo. Best Seller. 2003.

Site da Caixa www.caixa.gov.br .

TACHIZAWA, Takeshy; FERREIRA, Victor Cláudio Paradela; FORTUNA,

Antônio Alfredo Mello. Gestão com Pessoas: uma abordagem aplicada às

estratégias de negócios. São Paulo: FGV, 2001.

TERRA, José Cláudio Cyrineu; GORDON, Cindy. Portais corporativos. São Paulo:

Negócio, 2002.

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração.

São Paulo: Editora Atlas S. A., 2003.

VIKTOR, Mariana. Escola do futuro. Revista Melhor, São Paulo, n. 161, p. 58 – 62,

out. 2000.

105

ANEXO 1

Questionário

DESAFIO ESTRATÉGICO NÚMERO 01:

Ampliar a participação no mercado de crédito de pessoa física e jurídica.

1 - Houve participação dos empregados em cursos específicos para os

produtos de crédito de pesssoa física?(construcard, cartão de crédito,

conhecendo a GRC, Gestão de crédito, Implementando estratégias,

negociação, Olhe o cliente e realize negócios, visão integrada do cliente PF

etc ) .

SIM ( ) NÃO ( ) NÃO PERTENÇO A ESTE SEGMENTO ( )

2 – Considera que a participação dos empregados nos cursos acima:

( ) Contribui para ampliar a participação da Caixa no mercado de crédito de

pessoa física.

( ) Não contibui para ampliar a participação da Caixa no mercado de crédito

de pessoa física

( ) Apenas contribui para o desenvolvimento profissional não impactando

na ampliação da participação da Caixa no mercado de crédito de pessoa

física.

3 - Houve participação dos empregados em cursos específicos para os

produtos de crédito de pesssoa jurídica? (Análise e qualificação de dados,

cartão de crédito PJ, Avaliação básica e análise de crédito MPE, Visão

integrada do cliente PJ, Cobrança bancaria Caixa, Finanças empresarial,

Negociação etc).

SIM ( ) NÃO ( ) NÃO PERTENÇO A ESTE SEGMENTO ( )

4 – Considera que a participação dos empregados nos cursos acima:

( ) Contribui para ampliar a participação da Caixa no mercado de crédito

de pessoa jurídica.

106

( ) Não contibui para ampliar a participação da Caixa no mercado de crédito

de pessoa jurídica.

( ) Apenas contribui para o desenvolvimento profissional não impactando

na ampliação da participação da Caixa no mercado de crédito de pessoa

jurídica.

DESAFIO ESTRATÉGICO NÚMERO 02:

Ser o principal agente das políticas públicas.

5 - (Esta pergunta deverá ser respondida pelo GG )Houve participação da

gerência geral nos cursos oferecidos pela UCC específicos em políticas

públicas? (Capacitação de gerentes municipais de convênios e contratos,

conhecendo a GRC, Operações de repasse para Governo, Instrumentos

para entender a gestão pública etc).

SIM ( ) NÃO ( )

6 – Os cursos oferecidos pela UCC de políticas públicas:

( ) Contribuem para a empresa ser o o principal agente das políticas

públicas.

( ) Não Contribuem para a empresa ser o o principal agente das políticas

públicas.

( ) Apenas contribuem para o desenvolvimento profissional não impactando

na empresa atingir a categoria de principal agente das políticas públicas.

DESAFIO ESTRATÉGICO NÚMERO 03:

Consolidar a Caixa como principal banco de relacionamento com a

administração pública.

7 - (Esta pergunta deverá ser respondida pelo GG )Houve participação da

gerência geral nos cursos oferecidos pela UCC específicos para consolidar

a Caixa como principal banco de relacionamento com a administração

pública? (Crédito solidário, Fundos de investimento, Habitação social,

portal de compras, relacionamento com setor público e judiciário, etc ).

107

SIM ( ) NÃO ( )

8- Os cursos oferecidos pela UCC sobre administração públicas:

( ) Contribuem para consolidar a Caixa como principal banco de

relacionamento com a administração pública.

( ) Não Contribuem para consolidar a Caixa como principal banco de

relacionamento com a administração pública.

( ) Apenas contribuem para o desenvolvimento profissional não

impactando para que a Caixa seja o principal banco de relacionamento com

a administração pública.

DESAFIO ESTRATÉGICO NÚMERO 04:

Ser referência na excelência do atendimento.

9 - Houve participação dos empregados em cursos específicos de

excelência no atendimento? (atendimento e cidadania, atendimento na

pratica, direitos do consumidor, conhecendo a GRC, negociação, código de

ética, libras, Olhe o cliente e realize negócios etc)

SIM ( ) NÃO ( )

10 - Os cursos oferecidos pela UCC sobre atendimento :

( ) Contribuem para a Caixa ser referência na excelência do atendimento.

( ) Não Contribuem para a Caixa ser referência na excelência do

atendimento.

( ) Apenas contribuem para o desenvolvimento profissional não

impactando para que a Caixa seja referência na excelência do

atendimento.

DESAFIO ESTRATÉGICO NÚMERO 05:

Ser uma das melhores empresas para se trabalhar.

11 - Houve participação dos empregados em cursos específicos para que a

Caixa seja uma das melhores empresas para se trabalhar? ( Cursos de

108

qualidade de vida, dicas para viver melhor, código de ética, gerenciando o

stress no trabalho, gerenciando sua carreira, oficina vida futura, retendo

funcionarios valiosos, estabelecendo metas etc)

SIM ( ) NÃO ( )

12 – Os cursos oferecidos pela UCC :

( ) Contribuem para a Caixa ser uma das melhores empresas para se

trabalhar.

( ) Não Contribuem para a Caixa ser uma das melhores empresas para se

trabalhar.

( ) Apenas contribuem para o desenvolvimento profissional/pessoal não

impactando para que a Caixa seja uma das melhores empresas para se

trabalhar.

DESAFIO ESTRATÉGICO NÚMERO 06:

Adequar processos e aprimorar soluções integradas de tecnologia da

informação.

13 - Houve participação dos empregados em cursos específicos para que a

Caixa adeque seus processos e aprimore soluções integradas de tecnologia

da informação? (Controles internos, gerenciando projetos, visão integrada

do cliente, cursos de qualidade total, cursos de tecnologia da informação

etc)

SIM ( ) NÃO ( )

14 – Os cursos oferecidos pela UCC:

( ) Contribuem para a Caixa adequar seus processos e aprimorar soluções

integradas de tecnologia da informação

( ) Não Contribuem para a Caixa adequar seus processos e aprimorar

soluções integradas de tecnologia da informação.

( ) Apenas contribuem para o desenvolvimento profissional não

impactando para que a Caixa adeque seus processos e aprimore soluções

integradas de tecnologia da informação.

109

DESAFIO ESTRATÉGICO NÚMERO 07:

Liderar o mercado de Captação de Recursos.

15 - Houve participação dos empregados em cursos específicos para que a

Caixa lidere o mercado de captação de recursos ? ( Mercado financeiro,

Fundos de investimentos básico e avançado, gestão da captação, mercado

de ações, poupança, CDB, LH, matemárica financeira, conhecendo a GRC,

negaociação etc)

SIM ( ) NÃO ( )

16 - Os cursos oferecidos sobre captação pela UCC:

( ) Contribuem para a Caixa Liderar o mercado de Captação de Recursos.

( ) Não Contribuem para a Caixa Liderar o mercado de Captação de

Recursos.

( ) Apenas contribuem para o desenvolvimento profissional não

impactando para a Caixa Liderar o mercado de Captação de Recursos.

17 – Assinale os três fatores que mais se destacam como dificultadores

para utilização da Universidade Caixa?

( ) sobrecarga de trabalho impossibilitando o empregado de participar das

capacitações durante o expediente

( ) indisponibilidade do empregado em participar das capacitações fora do

expediente

( ) ausência de planejamento/acompanhamento do gestor da unidade

( ) indisponibilidade momentânea do sistema.

( ) falta de hábito de estudar

( ) desinteresse por parte do empregado

( ) outros: citar

18 - Você considera a Universidade Corporativa Caixa uma ferramenta que

oferece uma educação contínua, dinâmica e que acompanha as mudanças

impostas pelo ambiente ou mercado em que está inserida?

( ) SIM ( ) NÃO

110

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

DA ADMINISTRAÇÃO À GESTÃO ESTRATÉGICAMODERNA 11

1.1 – Evolução Histórica da Administração 11

1.2 – Gestão de Pessoas 17

1.3 – Treinamento e Desenvolvimento 23

1.3.1 – Educação Corporativa 29

1.4 – Gestão Estratégica 38

CAPÍTULO II

APRESENTAÇÃO DA CAIXA – ESTUDO DE CASO 50

2.1 – Sua História 51

2.2 – Inclusão Social 53

2.2.1 – Esporte 53

2.2.2 – Cultura 54

2.2.3 – Benefícios 54

2.3 – Parceiros 55

2.3.1 – Loterias 55

2.3.2 – Correspondentes Caixa Aqui 55

2.4 – Responsabilidade Social 56

2.5 – A Missão 57

2.6 – Os Valores 57

2.7 – Visão de Futuro 57

2.8 – O Código de Ética 58

111

2.9 – Estrutura Organizacional 58

2.10 – Planejamento Estratégico 60

2.11 – A Universidade Corporativa Caixa 60

CAPÍTULO III

ANÁLISE DE RESULTADO DA PESQUISA 67

3.1 – Diagnóstico da Universidade Corporativa Caixa 67

3.2 – Pesquisa com os Gestores 80

CONCLUSÃO 99

BIBLIOGRAFIA 101

ANEXO 1 105

ÍNDICE 110

FOLHA DE AVALIAÇÃO 112

112

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Faculdade Cândido Mendes

Título da Monografia: A contribuição da Universidade Corporativa para

alcance dos objetivos estratégicos da Caixa Econômica Federal na visão

dos gestores do município de Vila Velha no estado do Espírito Santo.

Autor: Elismar Muller de Freitas

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: