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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM PROCESSO DE GESTÃO EMPRESARIAL E A CONTROLADORIA: UMA VISÃO DA GESTÃO E DA NECESSIDADE DE INFORMAÇÃO COM MÍNIMO DE RISCOS NO NEGÓCIO Por: Lamanda Fernandes Andrade Orientador Prof. Ana Claudia Morrissy Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

PROCESSO DE GESTÃO EMPRESARIAL E A CONTROLADORIA:

UMA VISÃO DA GESTÃO E DA NECESSIDADE DE INFORMAÇÃO COM

MÍNIMO DE RISCOS NO NEGÓCIO

Por: Lamanda Fernandes Andrade

Orientador

Prof. Ana Claudia Morrissy

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

PROCESSO DE GESTÃO EMPRESARIAL E A CONTROLADORIA:

UMA VISÃO DA GESTÃO E DA NECESSIDADE DE INFORMAÇÃO COM

MÍNIMO DE RISCOS NO NEGÓCIO

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

Pós-Graduação em Finanças e Gestão

Corporativa.

Por: Lamanda Fernandes Andrade

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AGRADECIMENTOS

A minha família e amigos de trabalho,

aos colegas do curso de Pós-

Graduação “Lato Sensu” em Finanças

e Gestão Corporativa.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus, aos meus

pais Lacyr e Edna Andrade, as minhas

irmãs Claudia, Lavinia, Lanielle, sobrinhos

e ao meu amor Sebbe.

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RESUMO

Este trabalho tem como objetivo principal apresentar uma visão do

processo de gestão empresarial e os conceitos e os enfoques da Controladoria

para auxiliar os administradores na tomada de decisões operacionais,

financeiras e econômicas para planejar o futuro de sua empresa, pois requer

planejamento para todas as suas operações e atividades.

O modelo de gestão, formalizado ou não, decorrente da missão

estabelecida, expõe as diretrizes pelas quais se pretende gerir os negócios da

empresa. A Controladoria assume que o modelo de gestão ideal deve ter um

processo de gestão, compreendendo o planejamento, execução e controle,

que proporcione a devida qualificação às tomadas de decisões e seja

compatível com a cultura, crenças e valores da organização.

O administrador deve saber lidar com os diferentes tipos de

planejamento: o estratégico, o operacional e o controle. Cada um dentro de

sua área de competência e seu espaço de tempo necessário, mas sempre em

prol dos objetivos principais da empresa. O planejamento sozinho não alcança

os objetivos da empresa se não for realizado, acompanhado, controlado e o

mais importante, corrigido de se necessário, de nada adiantará realizar o

planejamento.

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METODOLOGIA

Este trabalho buscará apoio básico em pesquisas na Internet,

artigos e livros na área de Gestão Empresarial e Controladoria. Além disso,

consulta à coleção Gestão Empresarial distribuída aos leitores do Jornal

Gazeta do Povo, pesquisa bibliográfica, recorrendo-se a teses, monografias e

outros.

Quanto aos livros utilizados, como bibliografia básica, podem-se

citar os livros “Controladoria: uma abordagem de gestão econômica GECON”

do autor Armando Catelli e o “Gerenciamento da Informação: um recurso

estratégico no processo de gestão empresarial” da autora Ilse Maria Beuren

que auxiliarão no desenvolvimento e entendimento do assunto.

A consulta à bibliografia sugerida pela professa também será uma

maneira de pesquisar materiais mais atualizados a fim de elaborar a

monografia. Além das fontes de consulta citadas, as anotações em sala de

aula poderão incrementar a monografia com alguma informação adicional.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

GESTÃO EMPRESARIAL 9

CAPÍTULO II

INFLUÊNCIA DA CONTROLADORA NA GESTÃO EMPRESARIAL 24

CONCLUSÃO 40

BIBLIOGRAFIA 41

ÍNDICE 43

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INTRODUÇÃO

O tema desta pesquisa é sobre a Gestão Empresarial e a

Controladoria enquanto área responsável por suprir os administradores com

informações no processo da tomada de decisão. Além disso, são apresentados

o modelo e processo de gestão, planejamento, execução, controle e as

influências da Controladoria na Gestão Empresarial.

A Micro e Pequena Empresa aumentando a eficiência do

empreendedor com toda as informações no processo de decisão se tornarão

futuro para a empresa de grande porte? De que maneira a controladoria atua

para solidificar nesse processo de gestão?

O tema sugerido é importante, pois é necessário entender que as

informações gerenciais e precisas se tornam importantes para suprir os

gestores no processo da tomada de decisão. Desta forma, a controladoria

oferece instrumentos que viabilizam o processo de gestão empresarial

necessário para o segmento de Micro e Pequena Empresa, que auxiliará no

fortalecimento do processo de gestão empresarial, atuando no controle dos

eventos que decorrem das ações dos gestores.

Portanto, o objetivo no estudo é apresentar como a administração

insere a Controladoria, cuja função básica é subsidiar os administradores a

evidenciar a melhor maneira de buscar a eficácia no processo de planejamento

nas micro e pequenas empresas. Um negócio privado, em uma economia

competitiva, é obter o maior lucro possível desde que este não seja

inconsistente com o crescimento de longo prazo da companhia e, atingir seus

objetivos, a buscarem conhecimentos que a administração, contabilidade e

economia sozinhas não disponibilizam.

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CAPÍTULO I

GESTÃO EMPRESARIAL

Existe sempre na empresa um modelo de gestão, embora nem

sempre definido formalmente. Para melhor entendimento do que é esse

modelo de gestão, veremos o dignificado de "Modelo": "é a representação

abstrata e simplificada de objetos, sistemas, processos ou eventos reais".

Pode-se dividir a gestão empresarial em três grandes vertentes:

gestão operacional, gestão financeira e gestão econômica.

1.1. Modelo de Gestão

Entende-se assim, modelo de gestão, como sendo a representação

abstrata, por meio de idéias, valores e crenças, expressas ou não por meio de

normas e regras que orientam o processo administrativo da empresa.

E modelo de gestão envolve os objetivos, os princípios

organizacionais, os princípios de delegação de poder e princípios de avaliação

de desempenho. O modelo de gestão ideal deve ter um processo de gestão

(planejamento, execução e controle) adaptável às mudanças, com estilo

participativo, voltado para a eficácia empresarial.

• Objetivos: São fins que a empresa deseja atingir, ou seja,

eficácia e eficiência, cumprindo a sua missão e garantindo sua

continuidade.

• Princípios Organizacionais: São regras que definem a

estruturação, a divisão de trabalho e as relações de mando e subordinação.

• Princípios de Delegação de Poder: São regras que definem

a atribuição de tarefas de poder para sua execução, bem como a

responsabilidade pelos resultados.

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• Princípios de Avaliação de Desempenho: São regras que

estipulam como devem ser avaliados os desempenhos das áreas.

1.2. Processo de Gestão

O processo de gestão configura-se com base no modelo de gestão

das organizações e, por isso, assume diversas formas na realidade das

empresas. Assim ele recebe a influência da própria filosofia da empresa, o que

significa dizer que ele deve ser compatível com sua cultura interna e dar

suporte ao processo decisório. Para a condução da empresa ao atingimento do

resultado desejado (planejado), o planejamento passa por três etapas como a

própria controladoria. São elas: o planejamento, a execução e o controle.

1.2.1. Planejamento

O planejamento é a tentativa de prever as ocorrências futuras e

estar preparado para agir de forma a evitar surpresas desagradáveis no

funcionamento e na gestão do empreendimento, é a mais básica de todas as

funções gerenciais e a habilidade que esta função está sendo desempenhada

determina o sucesso de todas as operações da empresa.

Ele pode ser definido como o processo de reflexão que precede a

ação e é dirigido para a tomada de decisão agora com vistas no futuro.

Embora qualquer empreendimento ofereça riscos, é possível

prevenir-se contra eles através de algumas ferramentas operacionais que

podem dirimir os riscos e auxiliar o administrador na tomada de decisões.

O Planejamento não está ligado a uma série de regras que devem

ser seguidas para que após alguns dias se obtenha o planejado. Ele deve ser

estruturado com base nas características da empresa que busca em última

instância a excelência empresarial e a otimização do desempenho econômico.

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Nesse aspecto, o processo de planejamento conduz a um conjunto

de metas e planos que são adequados e viáveis dentro de um conjunto de

circunstâncias previstas. Assim, o planejamento deve estar vinculado ao

cenário onde a empresa atuará no futuro.

O planejamento envolve os seguintes passos: projeção de

cenários; definição de objetivos a serem seguidos; avaliação

das ameaças e oportunidades ambientais; detecção dos

pontos fortes e fracos da empresa; formulação e avaliação de

planos alternativos; escolha e implementação do melhor plano

alternativo, segundo Mosimann e Fisch (1999, p. 114).

O planejamento sozinho não alcança os objetivos da empresa. Se o

planejamento realizado não for executado, acompanhado, controlado e o mais

importante, corrigido se necessário, de nada adiantará realizar o planejamento.

Nas empresas de pequeno porte, esta é a etapa do processo de

gestão mais ausente. A maioria dessas empresas, até inconscientemente

praticam as etapas de execução e até de controle de alguns de seus objetivos,

que o empresário acaba definindo erroneamente como uma espécie de

"planejamento", pois, para ele o importante é se a empresa está tendo lucro

hoje.

Essa falta de planejamento é a grande vilã das micro e pequenas

empresas no Brasil. Essas empresas estão presentes num mercado altamente

competitivo, e por isso, a ausência desses passos do planejamento, é de

grande influência na existência dessas empresas.

Nós podemos dividir esse planejamento em duas etapas. A primeira,

em planejamento estratégico, e a segunda, em planejamento operacional.

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1.2.1. 1. Planejamento Estratégico

Planejamento Estratégico é a identificação de fatores competitivos

de mercado e potencial interno, para atingir metas e planos de ação que

resultem em vantagem frente à concorrência, com base na análise sistemática

do ambiente de atuação prevista para um determinado período.

O planejamento auxilia pequenas e médias empresas a obter

sucesso em situações de crescimento ou de reestruturação para superar

crises. Entre outros pontos, ele auxilia as empresas a escolher ou estabelecer

a missão da organização, seu propósito e objetivos e depois determinar

diretrizes, projetos, programas, procedimentos, métodos, sistemas,

orçamentos, padrões e estratégias necessárias para atingi-los. Implica tomar

decisões no presente, entre diferentes alternativas disponíveis e viáveis que

afetarão o resultado de períodos futuros, o que, em última análise, configura-se

no planejamento empresarial, desde que se constitua em um processo

contínuo e integrado, isto é, não seja um ato isolado.

Pode ser definido como um processo gerencial que possibilita ao

empresário estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa, com vistas a obter

um nível de otimização na relação da empresa com seu ambiente. Com isso, é

necessária uma análise do ambiente onde a empresa atua. Isso significa

observar como os concorrentes vêm se comportando, como as políticas do

governo estão influenciando o seu mercado, como os fornecedores se

posicionam quais os novos comportamentos que os clientes tendem a

apresentar, entre outros.

Conceber a estratégia de uma empresa é questionar se a finalidade

da empresa deve continuar sendo a mesma, se o foco nos mercados onde

atua deve ser alterado ou permanecer como está e, principalmente, o que ela

deve fazer hoje para conseguir conquistar o que deseja no futuro.

Com um planejamento bem delineado, as empresas obtêm

ferramentas necessárias para uma melhor gestão dos recursos disponíveis e

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conhecimento mais amplo de seu mercado de atuação. Isso possibilita antever

o comportamento do setor e adequar as ações à sua realidade. Geralmente é

feito pelo empresário auxiliado por um profissional da área.

Desse modo, o planejamento estratégico consiste de um processo

de análise das oportunidades e ameaças (ambiente externo) e dos pontos

fortes e fracos (ambiente interno) da organização, com vistas a definir diretrizes

estratégicas para assegurar o cumprimento da missão da empresa.

Com essas informações, se elabora um plano de ação para atingir

suas metas, seja aumentar o faturamento, lançar ou reformular um produto,

contratar um negócio ou abrir uma nova unidade.

Para fazer um Planejamento Estratégico bem elaborado, a empresa

deve colocar no papel todos os seus números (vendas, margens de lucro,

compras, ativos, passivos etc.), fazer um levantamento minucioso da

concorrência, delimitar os objetivos com relação ao negócio, calcular quanto

será preciso investir para alcançar seus objetivos, fazer um cronograma e

acompanhar se ele está sendo seguido e avaliar o plano mensalmente ou

bimestralmente, ficando a critério, de acordo com a necessidade.

Em síntese, identificar as oportunidades que a empresa pode

explorar e as ameaças ou problemas que poderão colocar em risco o seu

negócio é preciso que o empresário identifique claramente quais os pontos

fortes em que sua empresa apresenta um desempenho melhor que os

concorrentes e identificar também quais são os aspectos em que a empresa

pode ser facilmente superada pelos concorrentes para estabelecer um

importante contraponto.

É necessário que os empresários tenham um cuidado ao implantar o

Planejamento Estratégico, contar com uma consultoria especializada para a

elaboração e implantação do mesmo. Essa última é a fase mais complicada,

pois muitas vezes, exige uma mudança de mentalidade e comportamentos,

que muitas vezes estão ligados à cultura local onde a empresa está situada.

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Um grande problema encontrado na hora de implantá-lo é o puro

desconhecimento que o empresário tem sobre como se deve utilizar um

planejamento estratégico. Grandes partes dos empresários não têm o apuro

técnico e o distanciamento necessário para o desenvolvimento e

implementação prática do Planejamento Estratégico. Nessa hora é que o

Controller pode ser de grande valia, para além de auxiliar a criação e

implantação, interpretar os resultados e transmiti-los aos empresários e

interessados.

1.2.1.1.1. Raciocínio Estratégico

Raciocínio estratégico ou Concepção estratégica é o exercício de

lançar um olhar diferenciado sobre uma situação comum. É tentar enxergar o

que os outros não vêem. E o resultado desta concepção deve ser formalizado

através de um planejamento estratégico.

Nele, mais importante que metas academicamente perfeita é preciso

que estejam ações que efetivamente possam ser realizadas pela empresa.

1.2.1.1.2. Ferramentas Auxiliares ao Planejamento

Estratégico

Durante a elaboração do planejamento estratégico, as informações

administrativas e contábeis da empresa são de suma importância para sua

correta elaboração. As fontes de tais informações são: o Fluxo de Caixa e

o Orçamento.

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1.2.1.1.3. Fluxo de Caixa

A expressão fluxo significa algo que devemos falar quando

evidenciamos o curso de movimentos e não, apenas os totais desse mesmo

movimento. O que se pretende é sempre mostrar como se comportaram as

entradas e as saídas em dinheiro e como se evidencia esse sistema de

liquidez da empresa, comparando meios e necessidades de pagamentos.

Uma coerente conjugação de tempos entre o pagar e o receber é

importante para que se possa aferir a capacidade real de liquidez da empresa.

Nada se deve excluir, todavia, nas demonstrações de fluxos, ou

seja, quer o que se refere ao operacional ou próprio da atividade, quer ao

extra-operacional e eventual. Isto porque o saldo de uma data é uma posição

estática e um fluxo, por essência e natureza é uma evidência dinâmica.

O fluxo de caixa é uma ótima ferramenta para auxiliar o

administrador de determinada empresa nas tomadas de decisões. É através

disso que os custos fixos e variáveis ficam evidentes, permitindo-se desta

forma um controle efetivo sobre determinadas questões empresariais.

Assim, pode-se demonstrar o total recebido de vendas, o montante

pago a fornecedores e etc., relativo a um período. Tal peça, segundo entende,

não representa um fluxo, mas, uma síntese de elementos que estiveram em

fluxos. Para que fosse fluxo, demandaria espelhar um curso e não,

simplesmente, apresentar totais ou uma posição em um determinado dia. Se

apresentarmos o valor total recebido de clientes nós não estamos

apresentando um curso de recebimentos, mas, a soma de cursos de

recebimentos.

Se o fluxo é um curso, não pode ser uma somatória, mas,

obrigatoriamente deve expressar-se pela analise das circulações no tempo.

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1.2.1.1.4. Orçamento

O orçamento é um plano detalhado da aquisição e do uso dos

recursos financeiros ou de outra natureza, durante um período especificado.

Ele representa um plano para o futuro, expresso em termos quantitativos.

O orçamento geral é um resumo dos planos da empresa, e

estabelece metas específicas das atividades de venda, produção, distribuição,

financeira, etc. e, que geralmente, é representado por um orçamento de caixa,

uma demonstração de resultado orçada e um balanço patrimonial orçado.

Entre as muitas vantagens que temos em possuir um orçamento

bem elaborado, podemos citar:

• Fornecer um meio de transmitir os planos da administração

a toda a organização;

• Forçar os administradores a pensar no futuro e planejá-lo;

• Revelar os potenciais gargalos ou problemas que a

empresa pode vir a encontrar antes que eles ocorram;

• Definir metas que servirão de níveis de referência para a

subseqüente avaliação de desempenho.

1.2.1.2. Planejamento Operacional

O planejamento operacional define-se como a materialização prática

para a realização das metas definidas no planejamento estratégico. Neste

momento, estabelecem-se as responsabilidades, recursos humanos,

financeiros e materiais, bem como um cronograma de trabalho. Nele visa-se a

utilização eficiente dos recursos disponíveis para a consecução dos objetivos

previamente estabelecidos.

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Ele pode ser considerado como a formalização, principalmente

através de documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento e

implementação estabelecidas.

O planejamento operacional cria condições para a adequada

realização dos trabalhos diários da empresa e nesta etapa do planejamento

consiste em organizar um esforço sistemático identificando e escolhendo

alternativas operacionais que viabilizem a consecução das diretrizes

estratégicas esboçadas no planejamento estratégico.

O processo de planejamento operacional compreende o

estabelecimento de objetos operacionais, a definição dos

meios e recursos, a identificação das alternativas de ação; a

simulação das alternativas identificadas, a escolha das

alternativas e incorporação ao plano, à estruturação e

quantificação do plano, a aprovação e divulgação do plano.

(CATELLI, PEREIRA E VASCONCELOS, 1999, p. 132 apud

SCHMIDIT, 2003, p. 19).

O processo de planejamento pode ser dividido em várias etapas:

pré-planejamento operacional, planejamento operacional de médio e longo

prazo e planejamento operacional de curto prazo.

1.2.2. Execução

A execução das atividades se reveste de grande importância nas

empresas, pois é nessa fase que ocorrem as mais significativas variações

patrimoniais relacionadas às operações físico-operacionais de uma

organização, que compreende a fase em que os planos são implementados, as

ações se concretizam e as transações ocorrem.

Neste momento, é possível que ajustes ainda sejam requeridos para

uma adequada implementação do planejamento operacional, tais como

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mudanças na programação e a conseqüente necessidade de identificação de

novas alternativas para adequar-se às mudanças procedidas.

A execução é a fase do processo de gestão na quais as coisas

acontecem, as ações emergem. Essas ações devem estar em

consonância com o que anteriormente foi planejando. Dessa

forma, o planejamento antecede as ações de execução. É por

meio das ações (do fazer) que surgem os resultados.

(MOSIMANN E FISCH, 1999, p. 37).

A execução não está restrita somente aos processos manufatureiros

de bens, mas também a produção de serviços, tais como escritórios, hospitais,

escolas, estúdios de criação intelectual, etc. Os serviços auxiliares de

produção de bens e serviços, tais como contabilidade, xerox, vendas, etc., têm

a etapa de execução, pois processam insumos para transformá-los em

serviços.

Cada etapa do planejamento na empresa vai ter a sua fase de

execução. Isso acontece desde quando o planejamento está sendo elaborado

realmente.

Segundo Mosimann e Fisch (1999, p. 37), pode – se afirmar que

existe “o planejamento, a execução e o controle do planejamento; o

planejamento, a execução e o controle da execução; o planejamento, a

execução e o controle do próprio controle”.

A gestão operacional, exposta anteriormente, preocupa-se com a

execução de cada etapa do processo de gestão de cada área da empresa e da

empresa como um todo.

Todas as etapas do processo de gestão são suportadas pelo

sistema de informações, para fins de planejamento e controle. Durante a etapa

de execução, é quando são armazenados os dados referentes ao desempenho

realizado para posterior análise e elaboração dos relatórios para a comparação

com os planos (planejados). Essas análises serão feitas na etapa de controle.

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1.2.3. Controle

O processo de controle é um modelo de gestão voltado à

abordagem sistêmica das organizações e diz respeito às atividades

desenvolvidas pela Controladoria, necessárias à geração de informações para

o processo de tomada de decisões. Tais informações são decorrentes do

monitoramento e controle, prévio ou não, do desempenho dos diversos setores

e sub-sistemas de uma organização.

O objetivo do controle é manter as operações dentro dos padrões

estabelecidos a fim de que os objetivos sejam alcançados com envolvimento

da equipe. Assim, as variações, erros ou desvios devem ser corrigidos para

que as operações sejam normalizadas nas aplicações de ações corretivas que

visa manter o desempenho dentro do nível dos padrões estabelecidos, visando

que tudo seja feito exatamente de acordo com o que se pretendia fazer.

Não faz sentido planejar se o que foi planejado não se constituir em

uma diretriz para a execução, e, da mesma forma, não se deve planejar sem

haver controle dos desvios em relação ao planejamento e as causas desses

desvios e conseqüentemente tomada de ações corretivas. De outro modo, o

controle deve incidir sobre o próprio processo de controle, para detectar se a

forma como se está sendo empregado está sendo eficaz.

Nem sempre a busca da maximização dos resultados de um setor,

tomada de forma isolada, significa que esta área estará contribuindo para a

maximização dos resultados da empresa como um todo. Muitas vezes a

maximização do resultado de um setor, tomada isoladamente, pode reduzir o

resultado de outra, com repercussões negativas no resultado global da

empresa. Para que não haja desintegração dos setores do todo da empresa,

para que não se busque apenas melhoria em setores isolados, faz-se

necessária uma sincronização entre todos os setores da empresa, desde o

setor de vendas até o setor de entregas ou de cobranças.

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É de extrema importância que os gestores das micro e pequenas

empresas possuam uma visão generalista no exercício de suas atividades.

Os conceitos econômicos que norteiam a controladoria devem ser

absorvidos por todos os gestores e empregados no planejamento, na

execução e no controle de sua empresa.

A controladoria deve estar afetas as seguintes funções:

orçamento, custos, contabilidade financeira, lucros cessantes e

política fiscal. As informações necessárias para o desempenho

dessas funções perfazem o sistema de informações

econômico-financeiras da micro ou pequena empresa, que

nesse caso, são seus dados administrativos e contábeis.

(CATELLI appud MOSIMANN E FISCH, 1999, p. 117).

Pode-se dividir a gestão empresarial em três grandes vertentes:

gestão operacional, gestão financeira e gestão econômica.

Nas micro e pequenas empresas, devido ao pequeno porte, ao

número menor de empregados, a maior simplicidade na execução e, ao custo

elevado para essa maior definição e separação de cada vertente,

trabalharemos as três bem interligadas, como um só corpo, mas com suas

subdivisões, visando melhor eficácia e eficiência.

1.2.3.1. Gestão Operacional

A gestão operacional ou especializada está determinada por todas

as áreas de atividade da empresa, que sejam de produção ou de logística, tais

como: recursos humanos, produção, vendas, compras, finanças, manutenção,

etc. A ênfase da gestão operacional volta-se para a execução dos trabalhos,

em busca de uma linha de produto/serviço de cada atividade, da forma mais

eficiente e racional possível.

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1.2.3.2. Gestão Financeira

Para uma empresa sobreviver e manter-se num mercado cada vez

mais competitivo torna-se necessário que o empresário tome suas decisões

apoiadas em informações precisas e atualizadas.

A gestão financeira enfatiza os problemas de caixa e liquidez da

empresa, de forma a permitir a tomada de decisões em termos de

programação financeira. Sua função é a aquisição dos fundos de que a

empresa precisa para operar e a distribuição eficiente desses fundos entre

vários usos.

No momento em que o gestor estiver preocupado com a liquidez da

empresa, se a liquidez é necessária ou não, ou como aplicar da melhor forma

o excedente, ele estará exercendo, além da gestão financeira, a gestão

econômica da área financeira.

Na maioria das micro e pequenas, encontramos uma má

administração dos recursos financeiros. Os empresários ainda não têm uma

mentalidade de planejamento. Isso dificulta muito a sobrevivência da empresa,

pois, estas geralmente não possuem grandes reservas de capital, e ao

encontrar as primeiras pedras no seu caminho, não estão preparadas e

acabam caindo.

Deve-se começar a realizar esse planejamento. Para o início, deve-

se começar a colher dados. Isso pode ser feito através de anotações no dia-a-

dia; o dia da semana que vende mais, qual a época do mês ou do ano em que

se obtêm os melhores resultados, etc. Ou seja, registrar a entrada e a saída de

seus recursos, conhecer melhor a sua empresa e planejar seu fluxo de caixa

conforme suas necessidades.

O fluxo de caixa da empresa pode ser feito e planejado

semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente, desde que o empresário

observe a cada dia se o que foi planejado está acontecendo realmente na

prática.

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1.2.3.3. Gestão Econômica

A gestão econômica é o conjunto de decisões e ações orientado por

resultados, mensurados segundo conceitos econômicos. Na gestão

econômica, procura-se avaliar a forma pela qual a empresa atinge seus

resultados econômicos, e tem como ponto e sustentação o planejamento e o

controle. A gestão econômica consolida as demais, tendo em vista que todas

as atividades em uma empresa devem estar voltadas para o resultado

econômico da mesma.

A gestão econômica preocupa-se com o resultado econômico de

todas as áreas da empresa como um todo, e não de alguns segmentos

isolados, na busca da otimização do resultado global, pois nem sempre a

maximização do resultado das partes contribui para a otimização do resultado

da empresa. Esse equilíbrio é a busca da gestão econômica.

Segundo a gestão econômica, para que se possa conduzir uma

empresa da situação atual para uma situação desejada para no futuro, o

processo de gestão precisa incluir o planejamento das ações futuras, a

implementação dessas ações planejadas e o controle das ações realizadas em

função do plano.

1.2.3.3.1. Principais Ferramentas de Análise

As ferramentas utilizadas pela Controladoria na avaliação do

desempenho empresarial variam de acordo com a necessidade e o porte de

cada empresa, mas guardam sempre uma espinha dorsal que está presente

em qualquer organização, independentemente do tamanho. Podem ser

representada por Demonstrações financeiras periódicas completas e

abrangentes (por exemplo, o balanço anual), relatórios gerenciais de controle

geral, com freqüência mais alta que as demonstrações financeiras (diários,

semanais, quinzenais, mensais, trimestrais), relatórios gerenciais de controle

específico (vendas por região, comissões por vendedor, despesas por centro

de custo), analise de índices de desempenho (liquidez, endividamento,

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alavancagem, retorno sobre o investimento, retorno sobre o patrimônio líquido,

EBITDA etc.).

A Controladoria Financeira se concentra mais nos relatórios

indicativos do desempenho financeiro, enquanto a Controladoria de Negócios

busca, além deste, uma visão sobre o desempenho operacional, incluindo

informações de margens de contribuição por produto, “market share”, valor

adicionado por setor ou empregado, imagem da empresa perante a

comunidade local e a sociedade como um todo, responsabilidade ambiental e

social, “turnover”, satisfação de clientes e fornecedores.

O sistema de informações da empresa terá um papel importante na

definição de controles e tempestividade dos relatórios, além de fornecer a

integração necessária entre todas as fontes de dados, concentrando-os em um

único ponto. Além dessas ferramentas, há ainda o acompanhamento diário das

atividades dos diversos setores da empresa pelo Controller, tais como

produção, vendas, pessoal etc. o que permite a este profissional estar sempre

atualizado.

No contexto das PME, a utilização dos indicadores financeiros ainda

é bastante significativa e, de certa forma, mais importante para os acionistas.

Porém, com a introdução de exigências sociais e ambientais cada vez mais

fortes, demandando das empresas uma maior participação e contribuição para

com a comunidade e a sociedade, Ficam cada vez mais relevantes os

indicadores utilizados pela Controladoria de Negócios.

Desta forma, pode-se dizer que a formatação ideal de Controladoria

dentro das PME inclui uma combinação balanceada de indicadores financeiros

e sociais, que possam permitir as mesmas uma visibilidade maior e um

controle mais eficaz de seu desempenho.

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CAPÍTULO II

INFLUÊNCIA DA CONTROLADORIA NA GESTÃO

EMPRESARIAL

No atual mundo dos negócios, o termo gestão empresarial ganha

cada vez mais destaque dentro das organizações, melhorando o desempenho

e buscando alternativas que indiquem a boa administração e adequação dos

recursos disponíveis.

As organizações têm necessidade de fazer as coisas acontecerem

dentro de uma gestão tão qualitativa quanto quantitativa, no desejo de atingir

seus objetivos, desde a mais simples atividade até a mais complexa e

conquistar a integração da empresa como um todo.

A Controladoria, enquanto área responsável por suprir as

necessidades de informações dos gestores de uma organização, necessita de

uma metodologia de trabalho que lhe permita desenvolver esta atividade da

forma mais dinâmica e econômica possível. A esta metodologia de trabalho é

dado o nome de processo de controle.

O processo de gestão assegura o cumprimento da missão,

conduzindo os gestores no planejamento, desenvolvimento e

acompanhamento da empresa e sua continuidade. A Controladoria fornece as

informações exatas para tomada de decisões, atuando de acordo com o

modelo de gestão é influenciado pela cultura da empresa e as variáveis

ambientes.

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25

2.1. Integração do processo de gestão com os

sistemas de Informação

À medida que uma empresa cresce, suas atividades tornam-se mais

complexas. Para dirigi-la, a cúpula administrativa necessita de informações

para inteirar-se dos acontecimentos importantes nas respectivas áreas de

atuação. É mediante esse fluxo de informações que ela consegue administrar

sua empresa.

A gestão da informação pressupõe o aprimoramento dos sistemas

de informação de suporte à decisão e daqueles voltados ao mercado, aos

negócios e ao suporte operacional. Significa, também, o aperfeiçoamento da

gestão tecnológica, da sua infra-estrutura, dos sistemas de informações

gerenciais e o desenvolvimento de um banco de dados de conhecimento.

A tomada de decisões depende, em grande parte da quantidade e

da qualidade das informações recebidas. A tarefa de coletar dados, selecioná-

los, analisá-los e retratá-los é muito importante para que a empresa alcance

seus objetivos.

Os relatórios visam fornecer à empresa melhores condições para

que possa calcular o lucro e as vantagens obtidas em relação aos planos

estabelecidos, melhor controlar as operações correntes e tomar decisões

necessárias, avaliar o desempenho por área e responsabilidade e fornecer

base para o planejamento futuro.

Portanto, a condição primordial de um bom relatório é a clareza. Um

bom relatório indica claramente a situação passada e a tendência futura do

fenômeno observado. Uma informação clara e objetiva permite a

compreensão, a qual conduz à confiança e ao sucesso. Em um bom relatório

as informações são classificadas em função de usa relevância; as de pouca

importância são relegadas ao final ou eliminadas. Deverá ser evitado um

número exagerado de cifras e tabelas complicadas.

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26

Segundo Fernandes (2007) torna-se relevante na condução dos

negócios das empresas disporem dos mais adequados instrumentos para uma

gestão estratégica eficaz, dentre os quais se destaca a Controladoria.

Indagados sobre as principais atribuições da Controladoria em suas

empresas, Fernandes (2007) constatou, de acordo com as respostas dos

gestores, que a Controladoria pode ser útil em termos de produto, objetivo,

processo, atividades, requisitos e, finalmente instrumentos, porém nenhuma

afirmação descreveu algo que seja estratégico do ponto de vista da vantagem

competitiva.

O autor, ainda por sua vez, questionou aos micro e pequenos

empresários pesquisados sobre as questões comportamentais, estruturais e

contextuais que interferem e dificultam o processo de funcionamento da área

da Controladoria e possibilidade de gerar e interagir com aspectos estratégicos

da organização. As respostas o levaram-no a deduzir que o nível de

participação da Controladoria no processo de gestão estratégica nas empresas

é limitado e demonstra imaturidade, bem como percebeu pouca correlação

entre a teoria e a prática.

Os resultados demonstraram que a Controladoria interfere pouco

nas estratégias das empresas analisadas, necessitando que esta área

desenvolva modelos e ferramentas práticas aplicáveis que estimulem a

compreensão e o seu uso pelos tomadores de decisão. As informações

fornecidas pela Controladoria atendem as necessidades da própria

Controladoria e não aos propósitos da estratégia e da vantagem competitiva.

Evidencia-se, no trabalho de Fernandes (2007), que a Controladoria

pode ser aplicada e implementada em empresas de pequeno porte, porém,

adequando-se às peculiaridades e processos de funcionamento, com o

objetivo de tornar mais fácil a identificação dos preceitos e ferramentas

aplicáveis ao segmento empresarial sob estudo.

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2.2. Planejamento estratégico nas micro e pequenas

empresas

O processo globalizado provoca a necessidade de sobrevivência e

permanência de um modelo de negócio em um ambiente de concorrência,

gerando significativos desafios, obrigando os gestores das empresas a

buscarem alternativas estratégicas, a fim de manter a empresa viva no

mercado, satisfazendo seus clientes e atenta aos fatos da economia.

O contexto empresarial se apresenta problemático para as

empresas de pequeno porte em decorrência de fatores externos e internos,

que independem ou não de procedimentos específicos das organizações.

Dentre esses fatores apresentam-se a legislação, a concorrência, as

exigências por padrões superiores de qualidade dos produtos e serviços e o

atendimento aos clientes. Com o propósito de transpor essas barreiras torna-

se necessário entender os preceitos de Planejamento Estratégico e que

benefícios podem-se auferir a partir de suas aplicações direcionadas ao

contexto das pequenas empresas

Conceitualmente, planejamento trata da capacidade de organizar e

prever as conseqüências de uma série de ocorrências, atuando

preventivamente aos possíveis efeitos indesejáveis resultante dos eventos.

Catelli (2002, p. 59) esclarece que: “A fase de planejamento

estratégico tem como premissa fundamental assegurar o cumprimento da

missão e da continuidade da empresa”.

Contudo, a falta de preparo dos profissionais responsáveis pela

gestão das micro e pequenas empresas não tomam as decisões através de

modelo formal, e sim buscam apoio exclusivamente na experiência e na

observação, baseadas em preocupações de curto prazo dos proprietários,

comprometendo o foco de longo prazo para o empreendimento.

Portanto, os gestores das empresas de pequeno porte devem estar

atentos ao adequado levantamento dos dados importantes que fomentarão as

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ações que se pretende implementar. Assim, informações inadequadas levarão

as conclusões erradas e, consequentemente, gerando prejuízos que excluem

as empresas do mercado.

O Planejamento Estratégico, para gerar eficiência, eficácia e

efetividade, deve modelar-se essencialmente por informações coerentes que

fundamentem a transformação em decisões e transcrevam os resultados

planejados em um plano contendo as decisões e as ações a serem

executadas.

Por sua vez, o Planejamento Estratégico leva em consideração as

percepções organizacionais vinculadas à visão sistêmica da empresa, em que

se priorizam inicialmente as decisões que revelem maior abrangência e

influência nos objetivos e metas organizacionais. Torna-se importante

fundamentar todas as decisões de maneira a abranger desde a estrutura

organizacional da empresa até os processos operacionais e administrativos.

Enaltecendo a importância do planejamento estratégico no

segmento de empresas de pequeno porte tem-se o estudo realizado por

Barbosa e Teixeira (2003), no qual as autoras buscaram identificar a missão e

os objetivos das pequenas e médias empresas – PMEs – industriais

sergipanas, o ambiente empresarial, a influência da conjuntura econômico-

financeira nas PMEs, a colocação das empresas no mercado e as

possibilidades de crescimento.

Verificaram as autoras que poucos gestores a formalizam, e que

52% compartilham deste instrumento das pequenas empresas. Quanto aos

objetivos destacam-se os econômicos, resumidos por crescimento e lucro,

apesar de ter citações dos objetivos não econômicos (sociais), empregos.

Destacando-se a geração de Barbosa e Teixeira (2003) ainda retratam que, na

percepção dos empresários, a inovação tecnológica e a ampliação do mercado

concorrencial se destacam como principais mudanças no ambiente

empresarial.

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Ficou patente às autoras que o gestor da PME é sempre o principal

responsável pelos caminhos estratégicos a seguir, bem assim pela análise das

informações sobre ameaças e oportunidades geradas pelo ambiente.

Portanto, Barbosa e Teixeira (2003) concluíram que o pensamento

estratégico é artesanal, reativo ao ambiente, e a gestão é direcionada para a

resolução de problemas cotidianos, apesar de destacarem que os empresários

estão despertando para a necessidade de formular estratégias empresariais.

Conclui-se que o planejamento estratégico aplicado às empresas de

pequeno porte surte efeitos consideráveis, abrindo a mente dos empresários

às mudanças e a novos conhecimentos. Ampliando sua visão de pensar

predominantemente no curto prazo para o início de uma visão global e de

longo prazo, trazendo para a empresa os benefícios da melhoria das

condições de competitividade e lucratividade.

Lourenço (2006) registra a falta de organização como fator

determinante a não sobrevivência da micro e pequena empresa brasileira,

comenta a forma com que os empresários do segmento de MPE não observam

ou não entendem os fatores que influenciam diretamente os resultados das

empresas, bem como afetam o projeto do empreendimento, sentenciando-o ao

encerramento das suas atividades.

Com a abertura do mercado competitivo por conta da globalização e

o acirramento da concorrência tornou-se aparente a importância da MPE para

o desenvolvimento do país e o fator organização definitiva para a sobrevivência

e continuidade da pequena empresa no mercado, mostrando ao administrador

a importância do conhecimento da real situação atual da empresa para a

tomada de decisões.

Para tanto, Lourenço (2006) apresentou em seu trabalho, a

importância da organização, em seus diversos campos de planejamento,

execução e controle, focando o quanto as estratégia de marketing, financeira e

de recursos humanos dão consistência, através das ferramentas específicas, a

que o modelo organizacional se mostre consolidado.

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Identifica-se, a partir do trabalho, que se torna importante a

aplicação de preceitos formais na administração das MPE, tais como

planejamento e criação de planos de negócios específicos, principalmente

porque o cenário mercadológico brasileiro atual exige maior competitividade e

somente através da utilização de ferramentas negociais as empresas desse

segmento permanecerão no mercado.

Sabe-se que existem inúmeras dificuldades à abertura e

continuidade dos negócios para as micro e pequenas empresas, porém, a

gestão dos empreendimentos com as ferramentas administrativas e conceitos

técnicos seja possível controlar o andamento e resultados das empresas,

evitando-se assim, seu fechamento ou endividamento por falta de

planejamento e controle.

Vale refletir que Planejamento Estratégico não atua no campo da

previsibilidade e sim, caracteriza-se por tentar esclarecer situações no médio e

longo prazo gerando um conjunto de normas de procedimento a serem

seguidos de acordo com as condições e cenários avaliados. Tornando-se uma

ferramenta poderosa para auxiliar os diversos processos decisórios,

necessitando atualização contínua.

2.3. Sistemas de Informações Contábeis

Os sistemas de informações contábeis constituem-se em um

conjunto de elementos em ativa e organizada interação, que visa o objetivo

comum à organização e possuem a função de mensurar, reportar e analisar

informações sobre os eventos econômicos das organizações.

Esses sistemas revelam fluxos e intercâmbio de informações, que são

precedidas do ambiente: são as entradas, que passam por processo de

transformação dentro dos sistemas de informações contábeis, saindo sob a

forma de resultado do processo e deve ser relacionado aos objetivos do

sistema.

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Os controles e avaliações dos sistemas existem com a finalidade de

verificar se as saídas estão alinhadas aos objetivos estabelecidos pelas

organizações. A realimentação é considerada como a reintrodução de uma

saída sob a forma de informação sendo um processo que reage a cada

entrada de informação, a qual afetará seu próximo comportamento.

Dessa forma, o objetivo do controle é reduzir, ao máximo, as

inconsistências dos sistemas de informações contábeis. A realimentação

permite o controle em que as informações realimentadas são resultados das

divergências observadas entre as respostas de um sistema e os parâmetros

estabelecidos pelas empresas no seu planejamento estratégico.

A contabilidade é o grande instrumento que auxilia a

administração a tomar decisões, uma vez que provê o

administrador de relatórios gerenciais. Vale ressaltar

ainda que os dados contábeis consistem em um completo

sistema de geração de informações, pois trabalha

correlatamente com o gerenciamento financeiro e o

gerenciamento de resultados, possibilitando aos seus

usuários a obtenção da evolução patrimonial da empresa

(IUDÍCIBUS, 2009).

Portanto, ao longo dos anos a contabilidade foi se adequando às

mudanças sociais que ocorreram, inclusive com mudança de critérios na

geração de informações, através da contabilidade gerencial, visando suprir os

anseios dos gestores de organizações, buscando suprir os seus modelos

decisórios.

A Contabilidade Gerencial está cada vez mais voltada para a

satisfação do cliente de modo a garantir a manutenção da empresa em um

mercado sempre mais exigente, dinâmico e competitivo, fazendo com que a

organização possa interagir com o ambiente, criando assim um diferencial, que

irá fazer com que a organização supere as suas expectativas. Atualmente tudo

se inicia no mercado e isto já está claramente demonstrado que as empresas

necessitam de partir do mercado para dentro de si próprias.

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Portanto, conclui-se que a abrangência de um sistema de

informações contábeis em uma organização não deve ser limitada ao âmbito

da Contabilidade, mas sim constituir-se em um sistema de informações que

permitam tomadas de decisão seguras sobre a organização e o alcance de

seus objetivos.

Segundo Marion (2003), a contabilidade gerencial coleta dados

econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando e sumarizando em

forma de relatórios ou de comunicados, que contribui sobremaneira para a

tomada de decisões.

Os Sistemas de Informações Contábeis foram criados com o

objetivo de auxiliar as empresas no seu processo de controle patrimonial e de

resultado, fundamentando os administradores a tomarem decisões mais

acertadas, com o objetivo principal de buscar cada vez mais o crescimento e a

prosperidade da organização.

As informações contidas no SIC deverão espelhar a perfeita

realidade do que está ocorrendo com os fatos internos da empresa, tais como

volume de bens e direitos (ATIVOS), bem como a contrapartida das obrigações

(PASSIVO), aliada aos componentes de resultado (RECEITAS e DESPESAS),

caminho da empresa para os re-investimentos dos lucros.

No caso específico das empresas de pequeno porte, nem sempre

as informações disponibilizadas são as mais adequadas para a tomada de

decisão, e isto pode estar relacionado a alguma deficiência ou limitação,

decorrente da falta de obrigatoriedade de compor um Sistema de Informações

Contábeis (SIC).

É preciso então que esses empresários avaliem corretamente os

relatórios apresentados para terem certeza de que as informações contábeis

não os colocariam em condições menos vantajosas perante a concorrência.

Note-se que a omissão de informações vem prejudicar as decisões inerentes a

redução de custos ou adequação do processo produtivo, dessa forma,

podendo até retirar a empresa do mercado.

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No ato de administrar os gestores se amparam nos sistemas de

informações referentes a cada área de gestão. Assim, Padoveze (2004)

esclarece que o sistema de informação contábil passou a ser considerado um

dos principais sistemas de informação gerencial, o qual atuando

conjuntamente com os demais sistemas organizacionais contribui com todas

as etapas do processo decisório e de gestão, tornado-se uma ferramenta

gerencial indispensável.

2.4. Gerenciamento dos Recursos Financeiros nas

micro e pequenas empresas

O planejamento e o controle dos recursos financeiros das empresas

no atual momento econômico tornaram-se uma das maiores preocupações das

empresas, principalmente das micro e pequenas empresas que de acordo com

o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE

(2005), representam em conjunto 99,2% das empresas formais no Brasil.

O sucesso empresarial demanda cada vez mais do uso de práticas

financeiras apropriadas. Dispor de informações precisas e atualizadas é

fundamental para uma empresa sobreviver cada vez mais num mercado

competitivo e estabelecer uma correta tomada de decisões por parte dos

gestores de micro e pequenas empresas

O adequado planejamento é uma das condições preponderantes

para que a gestão das empresas tenha resultados eficientes e eficazes. Assim,

a gestão financeira, por envolver principalmente o objetivo primordial das

organizações – o resultado – deve ser cuidadosamente planejada, executada,

acompanhada e avaliada.

A gestão financeira fundamenta-se em assegurar o objetivo de

liquidez da empresa, identificando o quanto o fluxo de caixa é impactado pelas

decisões das diversas áreas, ou seja, tem como foco a análise e

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acompanhamento da entrada e saída de recursos financeiros da empresa,

avaliando esse volume na área operacional e não operacional.

Contudo, o objetivo da gestão financeira só poderá ser alcançado se

a empresa, efetivamente, utilizar-se das atividades vinculadas à função ou

área financeira, denominada de finanças ou administração financeira.

Consolida-se, então, que a gestão financeira tem como função

essencial a verificação dos fluxos financeiros das empresas e a adequada

correlação das suas origens para fundamentar as decisões de aplicação e

captação dos recursos, a partir do auxílio das informações contábeis, que

medem o impacto financeiro no ativo caixa, a partir das decisões

administrativas tomadas no nível operacional.

Vê-se, portanto, que a rentabilidade satisfatória e a liquidez

adequada são molas mestras para a permanência da empresa no mercado,

mesmo que esse paralelismo financeiro se constitua de efetivo desafio

enfrentado pela área de apoio aos gestores na manutenção dos resultados

empresariais traçados.

O desempenho perfeito da área ou função financeira terá efeitos

favoráveis à obtenção de liquidez adequada com a concomitante geração dos

lucros empresariais, somente se ocorrer um processo de informações

contábeis funcional, a fim de que sejam planejadas ações coerentes e

consistentes que mensurem as receitas, os custos e as despesas.

O processo de gerenciamento e a estrutura organizacional utilizado

nas micro e pequenas empresas deixa o segmento com maior vulnerabilidade

às mudanças do ambiente externo. Com o fim de manterem-se vivas no

mercado de concorrência necessitam de ferramentas gerenciais que venham a

otimizar e dar maior velocidade ao processo decisório.

Apresenta-se, portanto, para as empresas de pequeno porte a

necessidade de que os seus gestores, em tempos competitivos como os

atuais, busquem cada vez mais informações mercadológicas e úteis, a fim de

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gerar efetividade nos propósitos empresariais, para se manterem competitivas

no mercado, condição básica para a sobrevivência da empresa moderna.

Nessa linha de raciocínio, trabalhar as ferramentas financeiras na

gestão das atividades da empresa poderá facilitar as decisões estratégicas,

tais como a seleção de alternativas de investimentos, decisões de

financiamentos de longo prazo, além das operações de curto prazo, como

gestão do caixa e o gerenciamento do risco.

De acordo com o SEBRAE (2007), ficou patente de que as micro e

pequenas empresas não têm garantida a excelência na organização ou até

mesmo que não se estruturam financeiramente de maneira eficaz e adequada

para preservar sua sustentabilidade em tempos de turbulência.

Consequentemente, a gestão dos recursos financeiros, por envolver

dinheiro, não deve ser tratada de forma improvisada, com esse foco, torna-se

obrigatório o conhecimento de algumas ferramentas de controles financeiros

em todos os níveis organizacionais, bem como os processos possíveis de

aplicação buscando o êxito nos negócios.

Constata-se que, apesar da boa administração financeira ser

fundamental para a consecução dos objetivos das micro e pequenas

empresas, necessita-se de aprimorar nos empreendedores outras qualidades,

que, por certo, os direcionarão a permanência no mercado competitivo.

As ferramentas financeiras têm como objetivo avaliar os volumes

financeiros que ingressam na empresa em forma de vendas de produtos e

serviços e são despendidas em prol da produção e vendas em nível

operacional para não gerar nenhuma ruptura na gestão dos recursos totais,

além de evitar decisões equivocadas.

Por conseqüência, o nível operacional gera informações

imprescindíveis e que compartilhada com as informações do nível tático e

estratégico credenciado o administrador a tomar decisões de forma mais

apropriada e de certa maneira com maior teor de criticidade para evitar o erro.

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Serão apresentadas, por nível ascendente, ferramentas pertinentes aos níveis

e direcionadas à boa gestão e formação de critério para decisão.

São atividades de trabalho ou tarefas da organização, onde as

mesmas estão ligadas ao controle operacional da empresa visando alcançar

os padrões de funcionamento pré-estabelecidos. O processo produtivo direto

das empresas gera, através das informações pertinentes, as ferramentas do

nível operacional, ou seja, tudo que possibilita ao gestor a visualização de seu

negócio.

As informações são geradas a partir de metodologias criadas no

âmbito das finanças e contabilidade com o objetivo principal de fornecer

subsídios aos gestores, que fundamentarão suas decisões e promoverão à

gestão financeira o direcionamento para as atividades dos níveis operacionais,

preponderantemente aos resultados empresariais.

Para tanto, apresentam-se alguns dos controles específicos e

operacionais que coordenam o fluxo financeiro das micro e pequenas

empresas, levando-as ao perfeito controle do seu ciclo operacional, evitando a

utilização desorganizada do capital de giro próprio.

O controle do “Contas a Pagar”, que se referem os valores de

obrigações ainda não quitadas, provenientes do uso ou consumo de bens e

serviços originados de terceiros, que compõem, dessa forma, a estrutura de

capitais de curto prazo.

Crédito diz respeito à troca de bens presentes por bens

futuros. De um lado uma empresa que concede crédito, troca

produtos por uma promessa de pagamento futuro. Já uma

empresa que obtém crédito recebe produtos e assume o

compromisso de efetuar o pagamento no futuro. (ASSAF

NETO E SILVA, 2006, p. 97).

Pelo critério da liquidez a melhor modalidade de recebimento das

vendas é à vista. Porém, a concorrência acirrada das empresas regula

condições no tocante a essas vendas e promove, também, o recebimento a

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prazo. Assim, qualquer empresa para gerar receitas ao vender bens e serviços

tem a opção, de acordo com o cliente, de receber o pagamento no ato da

venda ou esperar o prazo negociado para recebimento posterior, concedendo,

dessa maneira, crédito aos clientes.

A venda a prazo pode ser justificada como importante

estratégia de mercado. É bastante comum particularmente no

varejo, o uso da venda a prazo visando proporcionar um

volume médio de vendas superior à venda a vista. Nesta

situação, a empresa pode optar por oferecer crédito como uma

forma de incentivar as vendas por impulso. (ASSAF NETO E

SILVA, 2006, p. 97).

Atualmente, pela própria condição do mercado concorrencial, as

vendas a prazo nas empresas representam um considerável volume de

recursos. Por conseqüência, as empresas devem manter uma determinada

adequação dos recursos que recebem a prazo com os que pagam na mesma

modalidade, visando, financeiramente, administrar a liquidez, calcularem de

forma coerente o risco e adequar a rentabilidade aos níveis dos negócios

realizados.

Outro instrumento de avaliação financeira que pode ser utilizado

pelas micro e pequenas empresas é o fluxo de caixa, que se trata de um

instrumento de análise administrativa, no qual são registradas, em um

determinado período de tempo, as entradas e saídas de recursos das

atividades operacionais da empresa. A partir da confecção do fluxo de caixa, a

empresa tem a possibilidade de antever-se e saber o volume de recursos

necessários para o seu custeio, trabalhando com coerências as duas

vertentes: a escassez dinheiro ou o excedente de caixa.

A partir do fluxo de caixa as empresas identificam os volumes de

entradas e saídas de dinheiro e seus equivalentes. Nessa ótica, o controle do

fluxo de caixa é um grande sistema de informação para o qual convergem os

dados financeiros gerados em diversas áreas da organização.

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Contextos econômicos modernos de concorrência de mercado

exigem das empresas maior eficiência na gestão financeira de

seus recursos, não cabendo indecisões sobre o que fazer com

eles. (ASSAF NETO E SILVA, 2006, p. 35).

A administração do caixa é a função-chave que determina a liquidez,

considerando-se que empresas possuidoras de maior disponibilidade de caixa

terão consequentemente, maiores possibilidades de saldar as contas no curto

prazo.

Nessa mesma visão, observa-se que maiores disponibilidades de

caixa geram volumes mais concentrados em aplicação na empresa, com isso,

maiores serão os lucros, evitando-se a perda de liquidez e abrindo

precedentes, caso sejam necessários, da concessão de descontos sobre

pagamentos à vista dos seus clientes.

O controle do nível de caixa das empresas é uma das tarefas que

mais geram apreensão aos gestores financeiros das empresas, visto que o

nível desejado de caixa deve cumprir dois caminhos: a captação de recursos,

quando este for insuficiente; e aplicação dos excedentes de caixa em outros

itens do ativo da empresa, permitindo um retorno adequado e seguro,

direcionando assim, no momento de amortizar os empréstimos ou resgatar as

aplicações, em atividades realmente produtivas.

Portanto, cabe ressaltar que o objetivo primordial é minimizar o nível

de caixa sem que ao mesmo tempo, o saldo de segurança ponha em risco a

capacidade da empresa em saldar suas obrigações nas datas dos respectivos

vencimentos.

O aumento dos volumes financeiros do caixa advém de atividades

que o gestor pode se utilizar, através de um bom planejamento, dentre alguns

itens destacam-se os seguintes: Investimentos realizados; Empréstimos

bancários; Vendas de itens do ativo; Vendas à vista; Recebimento de

duplicatas a receber. O escalonamento dos vencimentos futuros das dívidas

circulantes das empresas, dentro de uma coerência dos possíveis

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recebimentos no curto prazo torna-se fator imprescindível para a perfeita

administração do fluxo de caixa.

Marques (2008) realizou trabalho com o objetivo de apresentar às

micro e pequenas empresas modelo de planejamento financeiro, que

contempla a análise dos dados contidos na Demonstração dos Resultados do

Exercício – DRE, o Demonstrativo do Fluxo de Caixa – DFC, fundamentado

àqueles gestores a partir dos dados contábeis às decisões e acompanhamento

do desempenho das empresas.

A apresentação de conceitos de planejamento e análise financeira,

bem como técnicas de controle, objetivando a redução das taxas de

mortalidade do segmento de micro e pequenas empresas, bem assim

promover o crescimento e melhoria de desempenho com sustentabilidade.

Marques (2008) ainda faz o uso de conceitos mais avançados, não

utilizados rotineiramente pelas micro e pequenas empresas, tais como:

estrutura de custos, definindo a importância da diluição dos custos fixos, uma

vez que não são influenciados pela produção/venda dos produtos e serviços;

formação de preço, a partir do Mark-up, determinando o preço através da

inclusão dos custos operacionais e dos custos/despesas fixas, que promoverá

uma condição mais realista do resultado da empresa.

No tocante à administração de estoque servem como referência

diversos métodos de controle, enfatizando o sistema ABC como reflexo de

redução de custos no momento em que é administrado com maior relevância o

grupo de itens mais importantes para o processo produtivo.

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CONCLUSÃO

Com a realização desta pesquisa concluímos que a instabilidade

econômica, assim como todos os outros fatores que compõem estes sistemas

não são os principais motivos para o encerramento das empresas.

Realmente estes fatores ocorrem e tem grande peso na

administração das Micro Pequenas Empresas. Mas o principal problema para o

encerramento dessas empresas é a falta de despreparo dos empresários que

administram estas empresas.

Sendo assim, com as constantes mudanças e aumento na

competitividade entre essas empresas é cada vez mais necessário, uma

política especializada de gestão, planejar, executar e controlar o planejamento

é fundamental. O fluxo de informações dentro de uma empresa fica maior e

mais complexo, exigindo cada vez mais um número maior de dados de

informações para auxiliar à tomada de decisões operacionais, financeira e

econômica.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTOS 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

GESTÃO EMPRESARIAL 9

1.1 – Modelo de Gestão 9

1.2 – Processo de Gestão 10

1.2.1 – Planejamento 10

1.2.1.1 – Planejamento Estratégico 12

1.2.1.1.1 – Raciocínio Estratégico 14

1.2.1.1.2 – Ferramentas Auxiliares ao Planejamento Estratégico 14

1.2.1.1.3 – Fluxo de Caixa 15

1.2.1.1.4 – Orçamento 16

1.2.1.2 – Planejamento Operacional 16

1.2.2 – Execução 17

1.2.3 – Controle 19

1.2.3.1 – Gestão Operacional 20

1.2.3.2 – Gestão Financeira 21

1.2.3.3 – Gestão Econômica 22

1.2.3.3.1 – Principais Ferramentas de Análise 22

CAPÍTULO II

INFLUÊNCIA DA CONTROLADORIA NA GESTÃO EMPRESARIAL 24

2.1 – Integração do Processo de Gestão com Sistemas de Informação 25

2.2 – Planejamento Estratégico nas Micro e Pequenas Empresas 27

2.3 – Sistemas de Informação Contábeis 30

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2.4 – Gerenciamento dos Recursos Financeiros nas MPE’s 33

CONCLUSÃO 40

BIBLIOGRAFIA 41