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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE QUALIDADE – SUA IMPORTÂNCIA PARA AS ORGANIZAÇÕES Por: Damares da Silva Santos Orientador Prof. Ana Paula Ribeiro Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

QUALIDADE – SUA IMPORTÂNCIA PARA AS ORGANIZAÇÕES

Por: Damares da Silva Santos

Orientador

Prof. Ana Paula Ribeiro

Rio de Janeiro

2010

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

QUALIDADE – SUA IMPORTÂNCIA NAS ORGANIZAÇÕES

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Administração

da Qualidade.

Por: Damares da Silva Santos

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pelo

amor que Ele tem pela minha vida e

por não descuidar um segundo sequer

de mim. Não poderia esquecer do meu

amado esposo que teve paciência e

me ajudou na concretização de mais

um sonho e minha família que me

apoiou em mais uma empreitada. Aos

amigos pelo incentivo e força e por me

animarem nos momentos que pensei

em desistir e aos colegas de turma que

me proporcionaram momentos

inesquecíveis de alegria.

4

DEDICATÓRIA

Dedico esta obra ao meu esposo e

grande amor André. Você me ajudou e

me apoiou nesse percurso e o mais

importante e que confiou em mim, pois

sem essa confiança eu não conseguiria.

5

RESUMO

A qualidade é hoje uma das principais estratégias competitivas nas

diversas empresas e nos diversos setores. A qualidade está ligada à

produtividade, a melhoria de resultados e aumento de lucros, através de

redução de perdas e do desperdício, do envolvimento de todos na empresa e

conseqüente motivação.

Essa pesquisa aborda uma parte da evolução da qualidade e da gestão

da qualidade, mostrando os pilares sobre os quais se assenta a chamada

Gestão da Qualidade Total e como a implementação da qualidade esbarra nas

barreiras de mudança cultural, ou seja, o quanto os aspectos humanos

interferem em uma gestão da qualidade e no alcance dos objetivos.

6

METODOLOGIA

O desenvolvimento dessa pesquisa teve início com a leitura de diversos

artigos que tinham ligação direta e indireta com o tema proposto. A pesquisa

para este trabalho teve como fonte de informações livros especializados na

área de gestão da qualidade e administração, coleta de dados, normas

pesquisa em sites que abordam o tema.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Trabalho em Equipe 13

CAPÍTULO II – Liderança 25

CAPÍTULO III – Qualidade 37

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA 42

ÍNDICE 44

FOLHA DE AVALIAÇÃO 46

8

INTRODUÇÃO

Qualidade é uma palavra que faz parte do dia-a-dia e desempenha um

papel importante em todos os tipos de organizações e em muitos aspectos da

vida das pessoas. Ela tem sido fator fundamental dentro das organizações,

mas qualidade não somente é um produto bem acabado, pois sua função está

além.

Qualidade é definida por Thomaz (2001), como “conjunto de

propriedade de um bem ou serviço que redunde na satisfação das

necessidades dos usuários, com a máxima economia de insumos e energia,

com a máxima proteção à saúde e integridade física dos trabalhadores na linha

de produção, com a máxima preservação da natureza”.

Quando falamos de qualidade envolvemos a organização com um todo.

Para que tenhamos uma empresa de qualidade é necessário observarmos

fatores como planejamento estratégico, trabalho em equipe, liderança,

motivação e frustração. Esses itens nos servirão como termômetro da

qualidade.

Planejar com qualidade tem sido um grande desafio para as

organizações, pois prever mudanças e adequar a empresa a elas requer um

trabalho em conjunto.

Nesse ponto então percebemos que no mundo em que vivemos, onde a

quantidade de informações que recebemos é inversamente proporcional à

nossa capacidade de assimilação, um único profissional não é capaz de ser

bom em tudo.

9

Então nesse aspecto precisamos de um líder de qualidade, que buscará

unir bons profissionais, cada um em sua especialidade, assim visando uma

melhora nos resultados e desempenho. Mas para termos um grupo com o

mesmo foco, será necessário trabalhar a motivação, pois ela trará a qualidade

Um empregado motivado gera qualidade e crescimento, ao contrário de um

funcionário frustrado que trará ausência de qualidade.

A qualidade está além de entregar um produto sem defeito. Está

relacionada na empresa em todos os seus aspectos e em pontos que em

muitos casos não eram vistos como fator de qualidade. A gestão de pessoas e

um dos grandes desafios quando se deseja implementar um Sistema da

Qualidade. Rached Eneida Campos em sua tese de mestrado “A Gestão da

Qualidade e o Processo de Informatização Norteando as Mudanças

Organizacionais para Atingir a Qualidade Total” defende que:

“O esquema de trabalho a ser executado nos diversos

processos da organização deve ser norteado por valores

da Gestão da Qualidade, tais como:

• envolver as pessoas que usam os resultados do

processo na mudança do mesmo, ou seja, os clientes

internos ou externos;

• unir atividades, ao invés de integrar resultados;

• colocar os pontos de decisão onde o trabalho é

realizado;

• reter as informações uma única vez na fonte;

• reconhecer com humildade que a pessoa que mais

sabe sobre um serviço é quem o executa;

• compreender que se há algo errado, a probabilidade

disso se dever a um processo inadequado é muito maior

do que de se dever a pessoas que exercem as funções;

10

• desenvolver indivíduos informados e bem treinados,

buscando maior participação, mais autocontrole e menos

autoritarismo;

• incorporar uma nova forma de liderança baseada na

colaboração e na razão, em lugar da alicerçada na

coerção e no medo;

• conscientizar cada grupo de colaboradores do que é

importante para o êxito.

O objetivo é montar uma estratégia de trabalho que

permita às bases voluntárias de melhoramento da

qualidade se expressarem. Suas sugestões serão

estudadas pelos níveis superiores e pelos demais

processos relacionados e, paulatinamente, serão

implementadas.”

Desde os tempos de Frederick W. Taylor até os dias de hoje, vários modelos

gerenciais foram descritos e utilizados pela maioria das organizações. Cada

novo modelo gerou consideráveis melhorias nas formas de gerenciamento das

organizações. A questão principal que as organizações precisam resolver é

como aliar os modelos gerenciais em uma gestão da qualidade lidando com

pessoas e os aspectos motivacionais e de frustração.

O planejamento estratégico está ligado a uma gestão da qualidade Assim

como os seres humanos as organizações necessitam planejar. É através do

planejamento que determinamos os objetivos e as maneiras que utilizaremos

para atingi-los.

É necessário ter a missão da organização bem definida, ou como chamaria H.

Igor Ansoff1, o “denominador comum” das atividades da organização. Para que

os administradores possam continuar planejando estrategicamente com

1 H. Igort Ansoff, Corporate Strategy (New York: McGraw-Hill, 1965)

11

qualidade é preciso que tenha sido feito um bom trabalho de na definição da

missão, pois se essa etapa não estiver clara, poderá comprometer o restante

do trabalho.

Na norma ABNT, NBR ISO 9001 (Sistemas de Gestão da Qualidade –

Requisitos) diz: “Convém que a adoção de um sistema de gestão da qualidade

seja uma decisão estratégica de uma organização”. Isso nos mostra que o

planejamento estratégico e a gestão qualidade devem estar unidos para o

crescimento de uma empresa.

A organização traça as metas para o crescimento e também a maneira

que irá alcançá-la. Esses planejamentos poderão ser de curto a longo prazo e

é necessário o comprometimento de todo o grupo. A gestão da qualidade vem

contribuir para o alcance dos objetivos da organização. Também ajudará no

funcionamento e alcance das metas, pois a empresa terá o mesmo enfoque.

Por exemplo; uma empresa tem como meta aumentar o mercado de

atuação em 10%, mas para isso terá que diminuir o valor final de seu produto

ou serviço. Como fazer os cortes sem diminuir a qualidade? Seria o caso

avaliar os métodos de produção ou prestação de serviço.

Com essas questões percebemos que o planejamento tem que ser bem

estruturado e estudado, pois quando temos um planejamento de qualidade a

eficácia tem maior enfoque.

O planejamento estratégico possibilita o melhor funcionamento das

organizações, dando uma melhor visão do ambiente administrativo. Como citou

James A. F. Stoner2: “O planejamento estratégico nos ajuda, então a formular

um conceito claro e definido de nossa organização. Isto, por sua vez, permite a

elaboração dos planos e a determinação das atividades que farão com que

nossa organização se aproxime de seus objetivos”.

2 Administração – Fordham University, 2ª edição, pág.72.

12

É importante ressaltar que nem todo planejamento estratégico será

igual, os planos de ação deverão ser pensados para cada tipo de organização.

Num ambiente de qualidade o planejamento tem sido a base para o

crescimento e solução para problemas. Até os anos 80, o planejamento

estratégico de negócios raramente incluía o planejamento da qualidade. Mas

isso veio a mudar por causa da sobrevivência competitiva.

13

CAPÍTULO I

TRABALHO EM EQUIPE

As equipes não nascem maduras e produtivas. De certa forma, talvez

nunca o sejam. Uma equipe que funcione é sempre uma busca, uma

aproximação. O ideal é que a cooperação oriente as ações de seus

integrantes, sendo possível que interpretações divergentes possam conviver e

formular novas idéias e maneiras criativas de atuar.

Desta forma, todas as pessoas precisam ter uma visão ampla do que

estão fazendo, perceber o impacto de sua atuação no todo. O foco de atuação

de cada um se amplia; ao invés de realizar atividades isoladas, passa-se a

valorizar os resultados que a equipe, como conjunto, é capaz de gerar para

fora (o público com que se trabalha, os parceiros, a opinião pública, etc.) e

para cada um dos indivíduos envolvidos.

Neste sentido, cresce a importância de serem definidos objetivos claros

e de pactuar prioridades; cresce, também, a necessidade de planejar

coletivamente o processo necessário a atingir os objetivos, aproveitando os

talentos e experiências existentes no grupo e evitando duplicações. A

contribuição individual e seu impacto no trabalho da equipe são mais

facilmente compreendidos, aumentando a participação e o envolvimento. A

troca de informações entre os membros da equipe precisa ser organizada de

maneira dinâmica, de forma que os canais de comunicação disponíveis

possam ser melhor utilizados. Finalmente, a ênfase passa a ser em resultados

compartilhados, ao invés de um conjunto de resultados individuais.

1.1.Trabalho em Equipe e Desenvolvimento Empresarial

Uma das razões da queda de eficiência e produtividade de uma

empresa está na administração dos conflitos existentes entre os gestores, na

14

definição dos reais objetivos, metas, políticas e estratégias, fundamentais ao

crescimento acelerado de uma corporação.

Mesmo após estas definições, será necessário aparar muitas arestas

entre as divisões da empresa, que devem implementar as diretrizes definidas

pela diretoria.

A diretoria decidiu, as divisões elaboraram os procedimentos, mas a

implementação é lenta, pois mesmo dentro de um departamento surgem

divergências. Então podemos perceber que as dificuldades de trabalho em

equipe existem nos diversos níveis hierárquicos da empresa.

Mas o que é realmente o trabalho em equipe? Todos cumprirem sem

contestar as decisões superiores? Todos terem exatamente a mesma opinião

sobre um determinado assunto?

Se ocorrer de uma das duas respostas às perguntas a cima ser positiva,

alguma coisa está errada com esta equipe. No mínimo o que pode ocorrer é

um grande fracasso na sua implementação ou o projeto já é tão conhecido,

para não dizer de domínio público, que não deve acrescentar nenhuma

vantagem competitiva para empresa.

Portanto, opiniões divergentes e questionamento entre níveis

hierárquicos devem ser absolutamente saudáveis dentro de uma corporação

aberta.

Amizade e relacionamento pessoal também não devem ser confundidos

com trabalhos em equipe e as “happy hours”3 não devem contribuir muito.

Trabalho em equipe consiste na sinergia de duas palavras: sincronismo e

velocidade.

15

Diretores, gerentes ou funcionários são vetores, cada qual com

determinada intensidade e sentido. O produto final de uma empresa ou

departamento é a somatória de todos os seus vetores.

A dificuldade do trabalho em equipe é que a força de cada vetor está

enfraquecida pelo desgaste físico e emocional e o sentido desses vetores não

está convergindo para o mesmo ponto.

Mas como conciliar, tendo em vista as divergências naturais e saudáveis

entre os diversos componentes nos diversos níveis hierárquicos? Com o

desenvolvimento do que chamamos de Consciência Corporativa, que consiste

em promover a união de seus membros num nível transcendental, que está no

nível intelectual, formal ou cultural.

Dentro do trabalho em equipe temos que lidar com motivação e

frustração e esses dois elementos são fundamentais para determinar

crescimento ou diminuição de qualidade. Vamos abordar cada um desses

elementos:

1.2.Motivação

Motivação é uma força, uma energia que nos impulsiona na direção de

alguma coisa. A motivação cobre uma grande variedade de aspectos

comportamentais. A diversidade de interesses percebida dentre os indivíduos,

permite aceitar, de forma razoavelmente clara, que as pessoas não fazem as

mesmas coisas pelas mesmas razões.

Do contrário de que muitos imaginam a motivação é intrínseca, pois está

dentro de nós, nasce em nossas necessidades interiores. Ninguém motiva

ninguém. O desafio cria as condições para que cada um de nós se motive.

3 Definicão do dicionário DICMAXI – Dicionário Multimídia Michaelis: hora de tomar drinques, no final da

16

As teorias sobre a motivação dividem-se em dois grupos. Há um grupo

de teorias que procura explicar como funciona o mecanismo da motivação.

São as chamadas teorias de processo. O segundo grupo procura explicar

quais são os motivos específicos que fazem as pessoas agir. São as

chamadas teorias de conteúdo.

O quadro abaixo apresenta os dois grupos e as teorias de cada um:

1.2.1. Teoria da Expectativa

A teoria da expectativa relaciona desempenho com recompensa. Se

você considera que se passar a noite na frente do computador seu chefe o

elogiará (e é isso que você deseja), então, você vai passar a noite no

computador. Se considerar que o chefe não dará a menor bola, então, você

não fará isso.

Embora haja diversas teorias a respeito do papel das expectativas na

motivação, todos elas retratam a idéia intuitiva de que o esforço depende do

resultado que se deseja alcançar. Em essência, a teoria propõe três pontos:

• O desempenho que se alcança é proporcional ao esforço que se faz.

tarde ou começo da noite, geralmente com preços abaixo da tabela.

17

• O esforço que se faz é proporcional ao valor que se dá à recompensa.

• Se a recompensa for atraente, a motivação para fazer o esforço será

grande.4

Esta teoria pode ser exemplificada pelo estudante que pretende entrar

na universidade ( a recompensa) e para isso precisa passar pelo vestibular ( o

desempenho). Para passar pelo vestibular, é preciso fazer um programa de

estudo intensivo (o esforço). A teoria da expectativa procura explicar a cadeia

de causas e efeitos que vai desde o esforço inicial até a recompensa final.

Figura 1 - Teoria da expectativa

1.2.2. Teoria da Eqüidade

O ponto central da teoria da eqüidade (ou teoria do equilíbrio) é a crença

de que as recompensas devem ser proporcionais ao esforço e iguais para

todos. As pessoas se sentirão mais ou menos motivadas para o trabalho, à

18

medida que percebam, ou não, a presença da justiça, da igualdade nas

relações de trabalho. Favoritismo, por exemplo, seria considerado injusto; logo,

a pessoa que o percebesse se sentiria desmotivada.

Ocorre um muitas empresas que pessoas exercem o mesmo cargo mais

tem salários e benefícios diferentes. Para pessoa que tem sua motivação

baseada na teoria da eqüidade este fato é totalmente desmotivador.

1.2.3. Teoria das Necessidades

Abraham Maslow, na década de 50, desenvolveu a teoria das

necessidades humanas. Para ele, tais necessidades estão organizadas

hierarquicamente e a busca de satisfazê-las é o que nos motiva a tomar

alguma direção.

Quanto mais forte é a necessidade, mais intensa é a motivação. Uma

vez satisfeita a necessidade, extingue-se o motivo que movimenta o

comportamento e a motivação cessa.

Uma primeira hipótese estabelece que as necessidades humanas

dividem-se em dois grandes grupos: as necessidades básicas e as

necessidades adquiridas. Veja a figura abaixo:

4 Esta discussão da teoria da expectativa baseia-se na teoria de VROOM, Victor. Ver, desse autor, Work and motivation. New York: John Wiley, 1964.

19

Figura 2 - Uma hierarquia das necessidades, com dois grupos

Para Maslow, à medida que as necessidades mais baixas da hierarquia

vão sendo satisfeitas, dão lugar dão lugar as mais altas. Em plano superior às

necessidades de sobrevivência, encontram-se as necessidades que as

pessoas adquirem ou desenvolvem por meio de treinamento, experiência, pela

convivência com outras pessoas, pela incorporação dos valores da sociedade

em que vivem, ou por causa da própria personalidade. As necessidades

secundárias também fazem os fatos e objetos do meio ambiente parecer mais

ou menos atraentes. Assim, uma pessoa pode interessar-se por determinada

carreira porque ela corresponde a seus interesses; ou pode desejar certos

bens materiais não pelo seu valor intrínseco, mas porque sua posse é

valorizada pelo meio social.

20

Figura 3 - A hierarquia das necessidades, segundo Maslow

As necessidades irão variar de cultura para cultura e de pessoa para

pessoa. Cada ser humano fará sua hierarquia de necessidades e sua

motivação estará em atender uma a uma.

1.2.4. Teoria dos Dois Fatores

Frederick Herzberg, na década de 60, focalizou a questão da satisfação

para formular sua teoria. Segundo ele, existem dois fatores que explicam o

comportamento das pessoas no trabalho: os higiênicos e os motivacionais.

21

Figura 4 - A teoria de Herzberg divide os fatores em dois grupos: situados no conteúdo e

no contexto do trabalho.

Os fatores motivacionais ou intrínsecos são aqueles relacionados com o

sentimento de auto-realização, conteúdo do trabalho, responsabilidade e

possibilidade de crescimento.

Os fatores higiênicos ou extrínsecos, são aqueles relacionados com as

condições de trabalho, estilo de supervisão do chefe, salário, benefícios,

condições físicas e segurança do trabalho.

Percebemos algo interessante quando comparamos a teoria dos dois

fatores com a teoria das necessidades. Os fatores motivacionais atendem a

necessidades que estão no topo da hierarquia das necessidades. Fatores

higiênicos atendem às necessidades que estão na base da pirâmide.

Conforme mostra a figura 5, a teoria de Herzberg complementa a teoria de

Maslow. Quanto mais se sobe na hierarquia das necessidades, maior é a

importância dos fatores motivacionais. Quando mais se desce na hierarquia de

Maslow, mais importantes se tornam os fatores higiênicos.

22

Figura 5 - Correspondência entre a teoria dos dois fatores e a teoria da hierarquia

das necessidades.

É importante perceber como motivar a organização, buscar meios de

aplicar essas teorias para os empregados, pois quando o funcionário é

motivado a qualidade de serviço cresce e assim a satisfação do cliente

também.

1.3. Frustração

Saul Rosenzwieg5 definiu frustração como: "algo que ocorre sempre que

o organismo encontra um obstáculo, ou uma obstrução, mais ou menos

insuperável, no caminho que conduziria à satisfação de uma necessidade vital

qualquer”. Segundo ele a frustração pode ser entendida segundo dois tipos:

• frustração primária ou privação - tensão e desprazer provocados pela

ausência da situação final necessária ao aquietamento da necessidade ativa.

• frustração secundária - caracterizada pela presença de obstáculos no

caminho que conduz à satisfação de uma necessidade.

5 Autor da Teoria Geral da Frustração, 1934.

23

As necessidades que mais nos interessam são as necessidades de

defesa relacionadas com a proteção do organismo contra a perda, privação ou

conflito das estruturas e funções.

A frustração é um fenômeno originado pela privação, não satisfação ou

conflito envolvendo estados impeditivos ou criadores de obstáculos à

consumação de um impulso ou de uma necessidade.

Provoca freqüentemente choques ou experiências traumáticas

mobilizadoras de defesas e traduzidas em tipos específicos de reações. As

reações são a resposta a uma ameaça que visa à específica necessidade,

assim frustrada, ou à ameaça implícita contra a própria personalidade.

1.3.1. Frustração Profissional

De uma forma geral, nós nos sentimos frustrados no trabalho quando

não conseguimos atender as nossas próprias necessidades e exigências ou

não conquistamos aquilo que estamos buscando.

“Toda pessoa deseja realizar-se profissionalmente, ter seu talento

reconhecido, ser admirada, considerar-se capaz, ter o apoio dos colegas de

escritório e sentir-se segura no emprego”, afirma a consultora Maria Aparecida

Rhein Schirato6. Agora imagine se você estiver no emprego errado, cercado

pelas pessoas erradas e alimentando sonhos impossíveis de ser alcançados.

O resultado disso? Frustração. É claro que há pessoas mais sensíveis a esse

sentimento do que outras. Saber encarar esses problemas de forma madura é

a única maneira de impedir que sua vida vá se transformando numa coisa

amarga a cada dia.

6 Graduada em filosofia pura e mestrado em educação e filosofia da educação.

24

Mas não pense que é fácil, principalmente se levarmos em conta a

competitividade existente hoje no ambiente de trabalho e as exigências cada

vez maiores das empresas em relação ao desempenho do seu pessoal. Não é

de estranhar, portanto, que responsabilizar a empresa ou o chefe direto por

algum tipo de frustração seja a atitude mais comum por parte dos funcionários.

É frustrante para um profissional que esperava assumir um determinado

cargo saberque a oportunidade foi dada a outro. Para esse profissional a

organização não enxergou seu verdadeiro talento.

Mas é necessário que nos façamos as seguintes perguntas: tenho

realmente as competências necessárias para assumir o cargo? Procurei de

alguma forma ampliar meus conhecimentos nos últimos meses? Correspondi

às expectativas da organização? Gerei os resultados que esperavam de mim?

Se após esses questionamentos acharmos que estávamos prontos para o

desafio, então aí, sim, a frustração é justificada. Mas, se a conclusão for a

oposta, então o problema não é da organização e sim nosso.

Trabalhar a frustração nas organizações é importante, pois a frustração tem

sido inimiga da gestão da qualidade. A frustração na empresa é ausência de

qualidade.

25

CAPÍTULO II

LIDERANÇA

O líder é figura importante dentro das organizações. Possuí funções

básicas dentro do grupo, é reconhecido por facilitar a tomada de decisões e

por ajudar na integração da equipe. Muitos imaginam o líder como o

solucionador dos problemas, mas na verdade ele está ali para conduzir a

equipe e assim todos acharem o caminho.

Ralph M. Stogdil7, em seu estudo das teorias e pesquisas de liderança,

mostrou que “existem quase tantas definições diferentes de liderança quanto

pessoas que procuraram definir o conceito”.

Em seu livro James Stoner define liderança administrativa como o

processo de direção e influência das atividades relacionadas com as tarefas de

membros de grupos. Ele também cita três pontos importantes que implicam em

sua definição:

• a liderança tem que envolver outras pessoas – subordinados ou

seguidores. Com sua disposição de aceitar ordens do líder, os membros do

grupo ajudam a definir o status do líder e a possibilitar o processo de liderança.

Sem subordinados, todas as qualidades de liderança de um administrador

seriam irrelevantes;

• liderança envolve uma distribuição desigual de poder entre os líderes e

os membros do grupo. Os líderes têm autoridade para dirigir algumas

atividades dos membros do grupo que, por sua vez, não podem dirigir as

atividades do líder. Não obstante, os membros do grupo afetarão, obviamente,

as atividades do líder de várias maneiras;

7 Ralph M. Stogdill, Handbook of Leadership: A Survey of Theory and Research, 1974, pág.7.

26

além de poderem, legitimamente, dar ordens a seus subordinados ou

seguidores, os líderes também podem exercer influência. Em outras palavras,

os líderes não só podem dizer a seus subordinados o que fazer, como também

podem influenciar como os subordinados executarão suas ordens. Por

exemplo, um administrador pode mandar um subordinado executar uma tarefa,

mas pode ser sua influência sobre o subordinado que determinará se a tarefa

será executada corretamente.

Cláudia Patrícia S. F. Guimarães8 tem uma definição bem clara de

liderança. Para ela a Liderança consiste na capacidade de influenciar as

pessoas em diferentes situações e contextos. Ocorre em grupos de diversos

segmentos, onde o processo de comunicação entre as pessoas funciona como

norte para a consecução dos objetivos almejados.

2.1. Liderando Equipes

Ao liderar uma equipe o líder deve ficar atento aos seguintes pontos:

• saber escolher com quem trabalhar – pessoas com personalidades muito

conflitantes geralmente são fonte constante de atritos;

• é importante que o resultado esperado fique claro para a equipe – o trabalho

com metas e prazos claros tem mais chances de alcançar o objetivo;

• saber motivar sua equipe – é mais do que comprovado que o rendimento

das pessoas aumenta na medida em que recebem reconhecimento pelo

trabalho;

• acreditar no seu tato e jogo de cintura – ninguém melhor do que você para

conhecer e identificar seus melhores funcionários;

8 Cláudia Patrícia Silvério Fragas Guimarães é Consultora Empresarial em Gestão de Pessoas

27

• Seja imparcial nas decisões – consiga separar a admiração pessoal da

capacidade profissional;

Percebemos então que o líder é um dos responsáveis pelo sucesso do

trabalho em equipe. A pessoa que lidera um grupo, ou melhor, uma equipe

precisa ter uma visão consciente do aspecto de seus liderados.

2.2. Traços de Liderança

Se observa que entre os pesquisadores existe uma busca para

identificar as características pessoais dos líderes. Há uma visão de liderança,

de que os líderes já nascem feitos e não aprendem a ser líderes. Essa visão já

não é aceitável para muitos dos pesquisadores e psicólogos.

Muitas vezes achamos que determinadas pessoas têm uma

predisposição para a liderança, pelo fato delas serem naturalmente mais

corajosas, mais dinâmicas, mas decididas e mais desembaraçadas que as

outras pessoas.

Esta visão nos faz pensar em pontos práticos. Se pudéssemos

identificar os traços de liderança, as nações e as organizações passariam a ter

uma seleção mais detalhada de seus líderes. Então só quem possuísse os

traços de liderança já designados, poderia ser político ou administrador.

Pensando assim as organizações funcionariam com mais eficácia.

Na busca dos traços de liderança os pesquisadores então procuraram

comparar os traços dos que se tornavam líderes com os de que não eram

líderes e também procuraram comparar os traços de líderes eficazes com os

de líderes ineficazes.

Todos os estudos constataram que a liderança eficaz dependia não de

um determinado conjunto de traços, mas de até que ponto os traços do líder

28

estavam de acordo com as exigências da situação em que ele estava.

2.3. Pontos Importantes para Ser um Bom Líder

A psicóloga Oleni de Oliveira Lobo9 citou em um de seus artigos 17

pontos importantes que um líder deve seguir para obter sucesso na

organização:

1 - Visão Global: Conhecer a cultura de sua empresa, como ela está

posicionada no mercado e o que fazer para, cada vez mais, tornar-se melhor.

Há interferência de uma ação em todo processo.

2 - Visão sistêmica: Todos os setores da organização são importantes.

Valorizar cada serviço realizado na organização.

3 - Diagnosticar contextos: Saber o que a equipe precisa, até mesmo de

capacitação para o desenvolvimento ou pré-requisitos básicos para exercer

funções.

4 - Planejar: Estabelecer objetivos e ser um gestor para atingir os resultados.

Observar como estes resultados foram atingidos e se existe necessidade de

revê-los. Tem que ser mensurável e específico para que você possa ter um

gabarito dos resultados. Deve ser atingível, assim como sua evolução deve ser

progressiva.

5 - Agente de mudança: O líder deve provocar mudanças e não ser um

reagente a ela. Deve estar atento e propor inovações através de uma leitura de

necessidades (equipe, cliente e mercado). Deve dinamizar-se para que a

organização caminhe para frente e para cima do podium.

9 Oleni de Oliveira Lobo é psicóloga com especialização em Psicodrama Terapêutico, pós-graduada em Gestão da Qualidade, consultora em RH e professora da UNISANTA

29

6 - Prever e não apenas reagir: A liderança deve tomar atitudes preventivas e

estabelecer alternativas.

7 - Não empurrar os problemas com a barriga: Nada se resolve sozinho,

cada vez que o tempo passa o problema cristaliza-se. Por exemplo, ao ver um

profissional de cara feia, de cara amarrada pergunte o que houve.

8 - Busque gestão participativa: Isto gera comprometimento. Neste tipo de

gestão pergunte sempre a forma de ação, para que não joguem sobre você

simplesmente idéias soltas e sem um raciocínio de praticidade.

9 - Não responsabilize sua equipe: O sucesso é da equipe. A falta dele

significa que você não administrou bem sua equipe ou, no mínimo, não tomou

a decisão necessária sobre um comportamento inadequado ou não elogiou

aquele profissional capaz.

10 - Possua estabilidade para se comunicar: Coloque-se no lugar de seu

profissional e do seu diretor também. É seu papel estabelecer esta fusão e

equilíbrio entre estes dois patamares.

11 - Tenha habilidades para correr riscos: Enfrente os desafios. Cada

desafio superado é acompanhado de crescimento e ampliação de seu

repertório de respostas até às soluções de problemas. Você cresce medida em

que se expõe.

12 - Saiba buscar informações: Tudo modifica. Leia, investigue e converse

com outros profissionais de sua área. Amplie sua fonte de informação. É

importante que o líder canalize os tipos de informação e direcione o que vai

fazer com elas para que não fique apenas no grau informativo e passe para o

grau de conhecimento, ou seja, a liderança deve adaptar as informações à sua

realidade e colocá-las em prática. tenha uma boa rede de contatos. Informação

é poder: quanto mais sabe, mais pode conhecer e ser respeitado.

30

13 - Seja eficiente: Ser eficiente é cumprir o dever e a rotina de trabalho.

Verifique se a metodologia é adequada. É acompanhar todo o processo e fazer

com que funcione. Tenha em mente que sua atividade principal é orientar a

forma correta de trabalho.

14 - Seja eficaz: Ser eficiente não basta em seu papel de líder. É fundamental

que a liderança esteja à frente de seu tempo, pois isso enriquecerá as funções.

15 - Desenvolva suas habilidades básicas: É fácil. Faça as seguintes

perguntas: - O que você tem como pontos fortes?

- O que prejudica estes pontos fortes? Não vale responsabilizar os outros.

Pense naquilo que depende de você.

- O que preciso desenvolver?

- O que posso fazer para realizar este desenvolvimento?

- Eu possuo os pré-requisitos básicos para esta função?

Lembre-se que quando temos oportunidades, devemos nos preparar para

sermos compatíveis com tais expectativas. Peça a sua equipe que escreva

quais os pontos você precisa melhorar e filtre aqueles que estão sob o grau

emocional. Isso já é uma boa oportunidade para verificar o tipo de relação

interpessoal que você mantém com sua equipe. Nunca, em tempo algum, vá

unto à pessoa que fez a colocação e se justifique. Veja o que pode fazer para

adequar sua atitude às necessidades da organização, da equipe e às suas

próprias. Deve existir a comunhão deste triângulo: você, organização e sua

equipe e logo, lado a lado, está o mercado.

16 - Ética: Saiba como lidar com os valores humanos. Existe líder que detém a

informação para manipular sua equipe e quando ela percebe isso, inicia-se o

jogo de manipulação entre equipe e liderança. Quem vence? Você já sabe a

resposta. Quantos técnicos ótimos, cuja equipe não os aprovaram, estão em

seus times? É importante utilizar a informação como instrumento de

31

crescimento, desenvolvimento e orientação.

17 - Tenha uma logística: Saiba de onde vem e para onde vai seu trabalho e

a conseqüência de sua boa elaboração.

Após a leitura desses pontos compreendemos melhor que para se ter

uma empresa de qualidade é necessário ter um líder de qualidade. Quando

exercida com excelência, a liderança estimula o comprometimento dos

indivíduos, conduzindo-os a altos desempenhos, o que certamente gera

resultados positivos crescentes para a organização, elevando a qualidade.

2.4. Liderança sem Qualidade

Existem fatores que podem tornar a liderança improdutiva e sem

qualidade. O Consultor Alberto Alvarães 10 ao refletir sobre liderança

desenvolveu uma teoria de competências básicas de um líder.

São sete requisitos básicos para uma eficaz liderança. Um líder que não

consegue desenvolver e aplicar uma competência básica estará cometendo

um erro na liderança, um comportamento mortal que dificultará a liderança

eficaz.

Abaixo relacionamos estes comportamentos mortais, seus sintomas e

efeitos e suas possíveis razões:

1ª Competência Básica: a democratização do conhecimento.

Comportamento típico - O líder detentor do poder da informação.

10 Alberto Alvarães é Consultor Organizacional e Professor Universitário

32

Sintoma - O líder faz de tudo para deter o conhecimento e as

informações da empresa e do mercado. É típico, por exemplo, no líder

que recebe os informativos e não repassa para a equipe ou que faz

assinaturas de revistas para o departamento, mas somente ele as lê.

Normalmente este tipo de líder não apura e não tem capacidade e

competência técnica preocupando-se somente em fazer com que outros

membros não tenham acesso ao conhecimento o que, na sua cabeça,

poria em risco a sua posição.

Efeito - A equipe nota rapidamente este comportamento detentor do

líder o que faz com que ele perca rapidamente a confiança da equipe.

Nos fracassos, a equipe tende a culpar o líder por não fornecer as

informações e conhecimentos importantes e necessários.

Possíveis razões do comportamento - Medo de perder o "poder" e o

"controle" da situação. Medo de ver algum membro de sua equipe com

capacidade e competência maior do que a sua.

2ª Competência Básica: a confiança

Comportamento típico - O líder detentor do poder da decisão.

Sintoma - Todas as decisões têm que partir do líder. Ele precisa estar a

par de todas as informações que saem do setor. Os documentos banais

têm de ter sua assinatura ou visto.

Efeitos - A equipe passa a não decidir e fazer questão de não decidir

nada. Todos os trabalhos são incompletos, pois o líder ainda dará a

opinião final. Então, é inútil concluí-los.

Possíveis razões do comportamento - Insegurança e desprezo pela

capacidade alheia.

33

3ª Competência Básica: a Comunicação

Comportamento típico - O líder introvertido.

Sintoma - O líder não consegue comunicar-se com a equipe. Tem

dificuldades de se expressar e organizar a exposição das idéias. Em

situações de conflito ele tende a se calar e perder o controle da

situação.

Efeitos - A equipe não compreende claramente as idéias e instruções,

provocando deturpações e conflitos nas tarefas do dia-a-dia e entre os

membros. A equipe tende a perder a confiança nas decisões e atitudes

do líder.

Possíveis razões do comportamento - Medo de se expressar em

público. Falta de domínio em conflitos.

4ª Competência Básica: a Utilização de Metodologias

Comportamento típico - O líder confuso.

Sintoma - O líder muda constantemente as decisões e os planos para o

departamento ou para a equipe. O líder não consegue precisar quais as

missões, objetivos e metas do departamento e dos membros da equipe.

Efeitos - A equipe passa a trabalhar em marcha-lenta, pois sabe que

aquele pedido que o líder fez, irá mudar em breve. A equipe não

consegue relacionar os planos, objetivos e projetos do departamento

com o planejamento estratégico e objetivos organizacionais.

34

Possíveis razões do comportamento - Falta de conhecimento da

metodologia de planejamento estratégico e administração de projetos.

Má administração do tempo, pois as prioridades mal definidas fazem

com que ele faça mudanças constantes nos planos.

5ª Competência Básica: o Reconhecimento

Comportamento típico - O líder repartidor de derrotas.

Sintoma- O líder toma as decisões, muitas vezes sozinho, e na hora de

reconhecer o fracasso diz que a decisão foi em equipe. No sucesso ele

diz que a sua idéia foi muito boa. Típico de líderes que, no momento de

decidir com a equipe, utilizam métodos como: - Temos a opção X e a

opção Y. Eu prefiro a X. Alguém tem alguma coisa que desabone a

opção X? No momento de reconhecer a má escolha ele diz que a

decisão foi em equipe já que ninguém falou nada contra a opção X,

mesmo que a equipe tenha recomendado a opção Y. Quer ter sempre o

destaque nas boas idéias e nos grandes projetos.

Efeitos - A equipe passa a não participar de decisões, sabendo que são

voto vencido. As chacotas tendem a crescer em relação a este

comportamento e a liderança cai no ridículo. A equipe passa a ter uma

postura defensiva, preocupando-se não com as decisões, mas em não

absorver culpas.

Possíveis razões do comportamento - Necessidade de auto-

afirmação. Não aceitação da inteligência alheia.

6ª Competência Básica: o trabalho em equipe

Comportamento típico - O líder ladrão de idéias.

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Sintoma - O líder escuta a idéia de um membro da equipe, faz de conta

que não escutou ou a subestima. Depois surge com a sua grande idéia

que nada mais é do que a idéia do outro maquiada. Em estágios mais

graves este tipo de líder é capaz de, na cara-de-pau, escutar a idéia e

lançá-la como sua apenas alguns minutos depois.

Efeitos - A equipe fica tolhida e passa a não desenvolver mais idéias,

prejudicando o seu lado criativo e inovador. Grande desmotivação do

membro da equipe quando ele vê a sua idéia com o nome de outro

autor. Quando isto se torna público e constante, o líder tende a cair no

ridículo perante toda a equipe.

Possíveis razões do comportamento - Falta de criatividade e espírito

inovador. Inveja. Medo de perder o poder das grandes idéias,

consequentemente perdendo o destaque no departamento ou na

empresa.

7ª Competência Básica: o Equilíbrio Emocional

Comportamento típico - O líder apelativo.

Sintoma - É aquele líder que apela para técnicas pouco usuais e pouco

eficazes como mexer com o lado emocional. É do tipo que, quando você

vai reclamar sobre o seu aumento salarial, ele diz que você é um ingrato

e que você não imagina como foi difícil convencer a diretoria a lhe dar o

último aumento. Ou quando ele não concorda com algo que você fez,

ameaça o seu emprego, as vezes com frases sutis como: - O mercado

de trabalho está difícil? Ou ainda, quando você debate empolgado com

ele sobre sua brilhante carreira, ele diz algo como: - Você tem ainda

muito que aprender.

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Efeitos - A equipe tende a não discutir os problemas com o líder, pois

sabe que ele irá utilizar algum artifício emocional para desviar o assunto.

Possíveis razões do comportamento - Dificuldades para argumentar

fatos. Falta de transparência. Medo em falar a verdade.

Abaixo um exemplo muito comum no comportamento de um chefe nas

empresas brasileiras. Trata-se de uma conversa entre esse chefe e seu

superior.

Pergunta o superior: “Olha, aquele projeto que era para ser feito em 40

dias, pode ser feito em 15 dias, porque o cliente precisa desse prazo?” Então o

chefe afirma para o superior: “Deixa comigo! Não tem problema”. O chefe

então reúne seus subordinados. Nessa reunião ele muda o discurso: “O

homem lá em cima quer que o projeto seja feito em 15 dias. A partir de hoje

estão suspensas as saídas antecipadas, e todos vão fazer duas horas extras

nos próximos 15 dias”.

Ele, entretanto, continua a sair no horário normal. A equipe ficará

satisfeita? A equipe irá introduzir qualidade no que faz? Esse chefe é um líder?

Claro que não!

Agora preste atenção no comportamento de um outro chefe, que receba

a mesma indagação sobre a possibilidade de fazer um trabalho em 15 dias,

quando o previsto era de 40 dias. Diz esse outro chefe ao seu superior após

ter escutado a pergunta: “Tudo bem, vou consultar o meu pessoal para ver se

dá! Mais tarde trago essa informação”. Reúne o pessoal e consulta o grupo

sobre o assunto. O grupo pode não ficar satisfeito, pois terá que trabalhar fora

da hora normal. Mas não vai comprometer a qualidade, porque reconhece

liderança em sua chefia.

37

CAPÍTULO III

QUALIDADE

Qualidade é muito mais do que um simples conjunto de técnicas de

gerência e algumas ferramentas estatísticas. Envolve decisões políticas e

estratégicas; requer modelos específicos de administração e formas próprias

de planejamento, incluindo todos os elementos que compõem a organização,

devendo ainda priorizar elementos externos da empresa (realidade do mercado

e o perfil dos consumidores).

A preocupação com a qualidade de bens e serviços não é recente. Os

consumidores sempre tiveram o cuidado de inspecionar os bens e serviços que

recebiam em uma relação de troca. Essa preocupação caracterizou a chamada

era da inspeção, que se voltava para o produto acabado, não produzindo

assim qualidade, apenas encontrando produtos defeituosos na razão direta da

intensidade da inspeção.

A era do controle estatístico surgiu com o aparecimento da produção em

massa, traduzindo-se na introdução de técnicas de amostragem e de outros

procedimentos de base estatística, bem como, em termos organizacionais, no

aparecimento do setor de controle da qualidade. Sistemas da qualidade foram

pensados, esquematizados, melhorados e implantados desde a década de 30

nos Estados Unidos e, um pouco mais tarde (anos 40), no Japão e em vários

outros países do mundo.

A partir da década de 50, surgiu a preocupação com a gestão da

qualidade, que trouxe uma nova filosofia gerencial com base no

desenvolvimento e na aplicação de conceitos, métodos e técnicas adequados

a uma nova realidade. A gestão da qualidade total, como ficou conhecida essa

nova filosofia gerencial, marcou o deslocamento da análise do produto ou

serviço para a concepção de um sistema da qualidade. A qualidade deixou de

38

ser um aspecto do produto e responsabilidade apenas de departamento

específico, e passou a ser um problema da empresa, abrangendo, como tal,

todos os aspectos de sua operação.

A qualidade vem complementar todos os resultados, seu

desenvolvimento total traz benefícios de grande tamanho para as

organizações.

Os clientes exercem pressão constante sobre os produtores no sentido

de que estes lhe propiciem sempre índices crescentes de asseguramento da

qualidade e disponibilidade dos produtos no mercado, ou sobre os prestadores

de serviço, para que esses serviços sejam amplamente confiáveis.

3.1. Controle da Qualidade Total - TQC11

A idéia do TQC tinha como definição de qualidade que o interesse do

cliente era o ponto de partida. O Dr. Feigenbaum12 defendia que “a qualidade

quem estabelece é o cliente e não os engenheiros, nem o pessoal de

marketing, engenharia, fabricação e manutenção do produto ou serviço que

podem satisfazer as expectativas do cliente”.

A qualidade tem que envolver todos os membros da empresa, incluindo

gerentes, supervisores, trabalhadores e seus executivos e envolver também

todos os aspectos de operação da empresa. Deve ser coordenada e orientada

por uma gerência de qualidade. Para os japoneses quando as atividades são

conduzidas desta forma são chamadas de Controle Total da Qualidade ou

Controle Total por Toda a Empresa.

Dentro do TQC, o fator humano desempenha um papel primordial.

Feigenbaum dizia que, no final das contas, todo produto ou serviço, é realizado

11 Em inglês – Total Quality Control. 12 Criador do Controle Total da Qualidade – Armand V. Feigenbaum.

39

por um par de mãos humanas, e que, portanto a obtenção da qualidade

depende da participação e do apoio das pessoas.

Feigenbaum em 1987, no Japão, na Conferência Internacional sobre

Controle da Qualidade, falou em resumo sobre a qualidade total no futuro e

disse: “colocadas dentro de uma perspectiva global, está claro que algumas

empresas mais bem-sucedidas do mundo estão, agora, construindo seu futuro

crescimento em torno de uma poderosa estratégia de negócio, que se ajusta à

demanda crescente do mercado mundial. A estratégia é que para serem

fortemente competitivas, nos mercados internacionais importantes, nos

primeiros anos da década de 90, as empresas devem oferecer produtos,

essencialmente perfeitos, produzidos ao custo mais baixo possível. Elas

sabem que isto implica em processos de trabalho essencialmente perfeitos”.

Feigenbaum acertou em seu discurso, pois essa é a realidade atual. Os

preços devem ser baixos, devido a grande concorrência ocasionada pela

globalização, mas sem perderem a qualidade.

Cabe ressaltar que a meta primeira de um programa da qualidade deve

ser evitar produtos ou serviços de qualidade insatisfatória. Para tal, é

imprescindível que esse controle seja efetuado, passo a passo, durante todo o

processo.

3.1.1. Benefícios do TQC

Um programa de TQC que funcione satisfatoriamente dificilmente

deixará de trazer, para a empresa que o adote, benefícios como melhorias na

qualidade do produto; melhorias na qualidade do projeto, redução de perdas e

custo na operação; Maior satisfação dos empregados em relação ao seu

trabalho e à empresa como um todo; disponibilidade de dados relevantes para

que se possa ser feito o marketing da empresa, entre outros.

40

Por outro lado os benefícios de um TQC bem implantado não são

apenas materiais. A própria organização do controle da qualidade representa

importante canal de comunicação entre todos os membros da empresa, que

afirmados do mesmo espírito da qualidade, passam a ter interesse comum e a

trocar informações sobre seus esforços e sucessos na busca do objetivo

comum. Assim, transformando em canal de comunicação, o TQC acaba

gerando maior integração entre os diversos grupos e efetiva participação de

cada membro da empresa. A busca da qualidade irá gerar a comunicação

entre todos os níveis da organização e a comunicação bem feita irá resultar em

qualidade.

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CONCLUSÃO

O estudo da qualidade evidenciou a sua importância na organização,

não só isso, mas ficou claro que o sucesso de uma empresa está ligado a

qualidade de seus produtos ou serviços.

Em relação aos fatores da qualidade posso dizer que eles são mais dos

que mencionados aqui, certo que os mencionados aqui são os fatores base

para se implementar a qualidade. Se faz necessário pessoas comprometidas

com a causa, pois qualidade vai além de atender uma reclamação do cliente; a

qualidade vem para prevenir que a reclamação do cliente não ocorra.

A qualidade traz mudanças nas organizações. Mudança de hábitos e

atitudes no ambiente organizacional. Pude concluir que essas mudanças

devem ocorrer desde a alta administração até os cargos mais baixos, pois sem

o foco de todos a gestão da qualidade não acontece.

42

BIBLIOGRAFIA

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1990.

CAMPOS, ENEIDA RACHED - A Gestão da Qualidade e o Processo de

Informatização Norteando as Mudanças Organizacionais para Atingir a

Qualidade Total. Tese de Mestrado - IMECC - UNICAMP, Campinas - SP,

1998.

CERQUEIRA NETO, EDGARD PEDREIRA DE. Gestão da qualidade:

princípios e métodos – 2. ed. – São Paulo: Pioneira, 1992.

http://www.rh.com.br/ler.php?cod=3140 – Os sete pecados capitais ou os sete

comportamentos mortais de um líder – Alberto Alvarães.

http://www.rh.com.br/ler.php?cod=3304 - Passos que um bom líder deve saber

– Oleni de Oliveira Lobo.

http://www.rh.com.br/ler.php?cod=3418 – O cérebro do clima organizacional –

Mauro Benucci.

JURAN, JOSEPH M. A qualidade desde o projeto: novos passos para o

planejamento da qualidade em produtos e serviços – 3. ed. – São Paulo:

Pioneira, 1997.

MAXIMIANO, ANTONIO CESAR AMARU. Teoria geral da administração: da

escola científica à competitividade na economia globalizada – 2. ed. – São

Paulo: Atlas, 2000.

43

NBR ISO 9001: Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos. ABNT –

Associação Brasileira de Normas Técnicas – Dez 2008.

PALADINI, EDSON PACHECO. Qualidade total na prática: implantação de

sistemas de qualidade total – 2. ed. – São Paulo: Atlas, 1997.

SASHKIN, MASHALL. Gestão da qualidade total na prática : o que é TQM,

como usá-la e como sustentá-la a longo prazo. – Rio de Janeiro: Campus,

1994.

STONER, JAMES A.F. Administração – 2. ed. – Prentice Hall do Brasil –

Fordham University.

THOMAZ, E. Tecnologia, gerenciamento e qualidade na construção. São

Paulo: PINI, 2001, 449p

44

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

(TRABALHO EM EQUIPE) 13

1.1 – Trabalho em Equipe e Desenvolvimento Empresarial 13

1.2 – Motivação 15

1.2.1 - Teoria da Expectativa 16

1.2.2 - Teoria da Equidade 17

1.2.3 - Teoria das Necessidades 18

1.2.4 - Teoria dos Dois Fatores 20

1.3 – Frustração 22

1.3.1 - Frustração Profissional 23

CAPÍTULO II

(LIDERANÇA) 16

2.1 - Liderando Equipes 17

2.2 - Traços de Liderança 17

2.3 - Pontos Importantes para Ser um Bom Líder 19

2.4 - Liderança sem Qualidade 22

CAPÍTULO III

(QUALIDADE) 37

3.1 - Controle da Qualidade Total - TCQ 38

45

3.1.1 - Benefícios de TCQ 39

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA 42

ÍNDICE 44

46

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Instituto a Vez do Mestre

Título da Monografia: Qualidade – Sua importância nas organizações

Autor: Damares da Silva Santos

Data da entrega: 17/03/2010

Avaliado por: Profª Ana Paula Ribeiro Conceito: