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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA DIREITO ADUANEIRO, SUA AUTONOMIA E RELEVÂNCIA Por: Cleber de Moura Tavares Orientador Prof. Renata Faria Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

DIREITO ADUANEIRO, SUA AUTONOMIA E RELEVÂNCIA

Por: Cleber de Moura Tavares

Orientador

Prof. Renata Faria

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

DIREITO ADUANEIRO, SUA AUTONOMIA E RELEVÂNCIA

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada

como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Direito Aduaneiro.

Por: Cleber de Moura Tavares

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AGRADECIMENTOS

Aos professores e à coordenação pelo sincero interesse

em compartilhar ensinamentos teóricos e a experiência

prática, aos amigos de curso pelas valorosas trocas de

conhecimento e pelos momentos de descontração, aos

colegas de trabalho pelo apoio e incentivo nos momentos

de cansaço estimulando o meu contínuo

desenvolvimento.

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, minhas irmãs, minha linda sobrinha, à

minha Barbara, e pôr fim à minha querida avó, que nos

deixou neste ano, que esteja em paz.

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RESUMO

O objetivo do presente trabalho é apresentar uma síntese do

conceito de Direito Aduaneiro, com seu histórico, fontes e características.

Segue-se, como forma de demonstrar o caráter interdisciplinar da

matéria, uma demonstração de pontos de relação deste com outros ramos,

como constitucional, administrativo e tributário.

Por fim busca-se demonstrar a autonomia deste como um ramo do

Direito e a importância do reconhecimento desta autonomia para um maior

desenvolvimento dos estudos desta ramificação para além dos ultrapassados

entendimentos deste como mero apêndice do Direito Tributário.

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METODOLOGIA

A metodologia aplicada a este trabalho foi a leitura de livros, artigos e

uma condensação dos ensinamentos transmitidos ao longo deste curso de

especialização.

A pesquisa feita em artigos foi uma das grandes referências para o

desenvolvimento deste trabalho.

Foram ainda fundamentais para o enriquecimento dessa composição a

leitura de trabalhos assinados por nomes destacados no Direito Aduaneiro.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - Direito Aduaneiro 11

1.1 - Histórico 11

1.2 - Conceito 13

1.3 - Fontes 16

1.4 - Regimes Aduaneiros 20

1.4.1 - Regime aduaneiro Comum 29

1.4.2 - Regime Aduaneiro Especial 29

CAPÍTULO II - Relação com outros ramos do Direito 29

2.1- Direito Constitucional 29

2.2- Direito Administrativo 30

2.3 - Direito Internacional Público 31

2.4 - Direito Tributário 33

CAPÍTULO III Autonomia do Direito Aduaneiro 35

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40

ÍNDICE 41

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INTRODUÇÃO

O Direito surgiu junto com a civilização, significa dizer que, mesmo

dentro do mais rudimentar grupo social, para que fosse possível a harmonia

dentro das mais variadas aglomerações sociais, havia normas de conduta, com

maior ou menor grau de coercibilidade.

A evolução humana, e por consequência dos tipos de relações dentro

das comunidades e destas com outras fora de seu próprio meio, levou a um

contínuo aumento da complexidade dos temas a serem abraçados pelo Direito.

Ao fazermos uma busca histórica no desenvolvimento da ciência jurídica

observamos momentos distintos, num primeiro momento buscando a

concentração e posteriormente havendo uma ramificação dos diversos saberes

acerca do tema.

O Código de Napoleão é um exemplo de tentativa de concentração dos

inúmeros diplomas legais existentes.

Com o passar do tempo nota-se um caminhar em sentido oposto, com a

chamada ramificação do Direito.

O Direito é uno, isso é fato, mas com a finalidade de dar maior clareza e

torna-lo mais eficiente, comumente o dividimos em ramos, especialidades, por

assim dizer, para viabilizar a compreensão de suas nuances e dar-lhe maior

aplicabilidade prática.

Exemplos não faltam ao longo do desenvolvimento dos estudos de

doutrinadores, acadêmicos e operadores do Direito.

A criação do Direito administrativo, ramificado, dentre outros, em Direito

Financeiro, o qual originou o Direito Tributário.Tais criações possuem por

finalidade facilitar o estudo de temáticas que embora se entrelacem

ocasionalmente, não devem ser confundidas, por apresentarem características

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próprias.

Assim, o que se busca aqui é demonstrar que vivemos em um momento

em que tal seção se faz não apenas oportuna, mas necessária para o

adequado estudo, desenvolvimento e aplicação de um ramo do direito que é

tido como sendo desprovido de autonomia, comumente tomado como um

apêndice do Direito Tributário.

De fato, por entender que tal separação já existe na prática, o que se

busca aqui é levantar pontos que corroborem esta tese e que demonstrem o

quão relevante é esta demonstração da autonomia do Direito Aduaneiro face

aos demais ramos jurídicos.

Em especial no mundo atual, em que o trânsito de pessoas e bens se dá

de maneira a cada dia mais acentuada, onde podemos observar que, o

fechamento de contratos comerciais ocorre, muitas vezes sem que ao menos

as partes envolvidas se conheçam pessoalmente, cada uma delas negociando

a partir de um país distinto, é necessário um aprofundamento no estudo das

regras a serem observadas nesse tipo de relação que foge do padrão por

ocorrer para além das fronteiras de um Estado.

Alguns pontos relevantes do Direito Aduaneiro estão na sua importância

para o desenvolvimento das relações comerciais de um país, controle da

entrada e saída de território nacional de bens e de pessoas, pelas mais

diversas razões: controle arrecadatório, em questões tributárias; controle

sanitário, na entrada de material biológico, só para elencar algumas hipóteses.

Além disso cabe destacar o modo de criação de normas e

regulamentação voltada para este ramo jurídico.

Por sua própria natureza, por se relacionar com as regras de soberania

de mais de um Estado, o Direito Aduaneiro tem normalmente sua fonte

normativa criada por meio de tratados que são posteriormente internalizados.

Significa dizer que, embora muitas vezes tenha particulares como partes

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da relação, estes têm limitações mais rigorosas à chamada autonomia

contratual.

Os particulares devem observar tanto os sistemas dos países onde a

relação contratual vai gerar efeitos jurídicos quanto as normas, acordos,

tratados, assinados pelos mesmos.

A ausência, por exemplo, de um código aduaneiro brasileiro, mostra a

falta de visão de sua importância em nosso país e o quão estamos fora de

sintonia com os demais mercados internacionais.

Gregos, holandeses, americanos, e mesmo nossos vizinhos

argentinos, reconhecem a importância do direito aduaneiro e por esta razão

apresentam um maior grau de desenvolvimento no estudo dessa disciplina.

Em um mundo onde as distâncias ficam menores a cada dia e o

trânsito de pessoas e bens ocorrem de maneira mais cotidiana, esse fenômeno

e suas implicações merecem maior atenção por parte, tanto dos operadores do

Direito quanto daqueles que se encontrem de alguma maneira atrelados a

essa dinâmica, como operadores logísticos, importadores, exportadores. etc.

Pensando assim este trabalho tentara apresentar conceitos basilares

sobre o direito aduaneiro, história, fundamentos, delineando um desenho geral

sobre esta rica disciplina.

.

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CAPÍTULO I

DIREITO ADUANEIRO

1.1 Histórico

O embrião do que hoje temos como comércio exterior é encontrado na

era antiga, quando os povos trocavam entre si meios de subsistência.

Com o passar do tempo está rede se intensificou, tornando-se

extremamente complexa.

Embora de maneira um tanto lenta, o sistema jurídico brasileiro

acompanhou o desenvolvimento dessas relações de comércio, que eram

alcançadas pelo direito.

Marcos referenciais em nosso país são: promulgação do primeiro

regulamento aduaneiro, em 1832, e do regulamento das alfândegas, em 1836.

Em sede constitucional, merece referência a Carta de 1891, que

determinava a competência da União para criação e manutenção das

alfândegas.

Em 1894, foi publicada a Nova Consolidação das Leis das Alfândegas e

mesas de Renda (NCLAMR), que permaneceu vigente até o ano de 1966.

Como não poderia deixar de ser em matéria aduaneira, algumas normas

adotadas em nosso sistema têm origem em regras internacionais.

Podemos citar as Convenções sobre publicidade de leis, decretos e

regulamentos aduaneiros, incorporada pelo Decreto nº 4.808/1924, e sobre a

uniformidade de nomenclatura para classificação de mercadorias, incorporada

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pelo Decreto nº 4.82-A/1924.

No cenário internacional vale ainda destacar relevantes a criação de

algumas organizações, a saber: Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco

Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e a Organização

Internacional do Comércio (OIC), posteriormente substituída pelo Acordo Geral

sobre Tarifas e Comércio (GATT).

Em 1966, entrou em vigor o Decreto-Lei nº 37, instituindo a chamada lei

aduaneira, que veio substituir a Nova Consolidação das Leis das Alfândegas e

Mesas de Renda.

Outras normas relevantes a serem mencionadas são: o Decreto-Lei nº

288/1967, que dispõe sobre a Zona Franca de Manaus; o Decreto-Lei nº

1.455/1976, que trata de bagagem, isenções, entreposto aduaneiro, aplicação

de pena de perdimento e destinação de bens apreendidos pela aduana e o

Decreto-Lei nº 1.578/1977, que dispõe sobre o Imposto de importação.

Também a o texto constitucional de 1988, a “Constituição cidadã”, traz

em seu corpo referência ao regime aduaneiro.

O seu art. 37 diz que compete ao Ministério da Fazenda a fiscalização e

o controle sobre o comércio exterior.

Delimita ainda, no art. 22, VIII, ser de competência exclusiva da União

legislar sobre comércio exterior.

No art.153, I e II, afirma que é de competência exclusiva da União

instituir Imposto de Importação e de exportação.

Capítulo mais recente nessa linha histórica é a promulgação do

regulamento aduaneiro, por meio do Decreto nº 6.759/2009.

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“ Motivação é o empenho de aumentar ou manter tão alto

quanto possível a capacidade de um indivíduo, a fim de

que este possa alcançar excelência na execução das

atividades das quais dependam o sucesso ou o fracasso

da organização a que pertence ” (HECKHAUSEN, 1967,

p.32).

1.2 Conceito

Partindo de uma leitura do art. 237 da Constituição Federal, teríamos

um entendimento primário de que o direito aduaneiro tem como objeto tão

somente o comércio exterior, submisso ao poder regulamentar do Ministro da

Fazenda.

Fica evidente aqui a forte relação com o direito tributário, pois a

importação de bens é fato gerador do imposto de importação, servindo como

base de cálculo para a incidência de outros tributos tais como: PIS/COFINS

importação, imposto sobre produtos industrializados (IPI) e CIDE-importação.

Ao seguirmos adiante nessa análise, no entanto, observamos que não

apenas o comércio de bens com o estrangeiro, mas também o ingresso, ainda

que, sem conotação comercial de mercadorias e pessoas, tem nesse ramo sua

fonte de regulação.

De fato, há mesmo situações tais em que, com fundamento no conceito

de soberania, o Estado afasta a incidência da cobrança de tributos, como nos

casos dos regimes especiais.

Conceituar no direito tem se mostrado historicamente algo complexo e

que numerosas vezes dá margem à discussão sobre a assertividade de tal

formulação.

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O principal enfoque do direito aduaneiro, como já dito, é regular e

disciplinar a relação entre Estado e cidadão, decorrente do tráfego de bens e

pessoas, com ou sem conotação comercial.

Assim, nos valemos da seguinte definição, de Máximo Carvajal

Contreras1, para quem o direito aduaneiro é,

“conjunto de normas jurídicas que regulan, por medio de

un ente administrativo, las actividades o funciones del

estado en relación al comercio exterior de mercancías

que entren o salgan en sus diferentes regímenes al o del

territorio de un país, así como de los medios y tráficos en

que se conduzcan y las personas que intervienen en

cualquier fase de la actividad o que violen las

disposiciones jurídicas.”

Um aspecto a ser realçado neste conceito é o de regulação feito por

meio de um ente administrativo, o controle é feito por meio de um ente estatal

dado o caráter de interesse público envolvido na entrada e saída, seja de

pessoas ou de mercadorias.

Devemos sempre frisar que o interesse público vai muito além da mera

finalidade arrecadatória de tributos.

Pode alcançar diversas outras questões, tais como a remessa indevida

de obras artísticas nacionais para o exterior sem a devida autorização, ou o

ingresso de materiais biológicos que possam pôr em risco a saúde pública.

Vemos aqui que a finalidade atrelada ao direito aduaneiro de regular

essa circulação de entrada e saída do pais passa pela definição de quem

controla esta movimentação, dos canais e também dos meios admitidos para

que esta ocorra, de acordo com as definições de critérios que serão dados

1CONTRERAS, Máximo Carjaval, Derecho Aduanero. México, Porruá, 1993 apud FREITAS, Maxsoel Bastos. O Direito Aduaneiro como ramo autônomo do Direito, disponível em

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pelo Estado no exercício de sua soberania, havendo intervenção e via de regra

sanções atreladas ao descumprimento destas exigências

. Na definição de Osvaldo Agripino de Castro Jr2 temos que o direito

aduaneiro:

[...]Conceituado como o conjunto de normas e princípios

que disciplinam juridicamente a política de intercâmbio

internacional de mercadorias e que constitui um sistema

de controle e limitações com fins públicos, o direito

aduaneiro sofre grande influência do direito administrativo

e do direito internacional público [...] em face da grande

quantidade de ratificados pelo Brasil que se aplicam a

esse segmento, e do direito tributário [...]

Diante do que fora aqui apresentado podemos concluir que os fatores

primordiais para a existência de um direito aduaneiro deverão estar

condicionados, ao menos como regra geral, ao comércio internacional e, em

segundo momento, a relação aduaneira, ligados aos seus princípios e normas

determinados ao intuito de regular e controlar.

Dentro da discussão sobre a autonomia ou não do direito aduaneiro,

para alguns tido como um mero apêndice do direito tributário, é interessante

ver que esta definição apresenta os dois ramos como autônomos,

independentes, ainda que mencionando o direito tributário dentro da definição,

pela natural interseção que rotineiramente há entre eles quando falamos em

práticas do comércio exterior não há que confundi-los posto que tem objetivos

distintos.

<http://br.monografias.com/trabalhos910/o-direito-aduaneiro/o-direito-aduaneiro2.shtml> . Acesso em 15 de outubro de 2015.

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Esta definição é muito feliz ao mencionar a influência do direito

administrativo e do direito internacional público.

De modo geral podemos dizer que o direito administrativo se faz mais

tangível no plano interno e o direito internacional público no plano externo, por

meio dos tratados e convenções internacionais.

1.3 Fontes

O direito aduaneiro apresenta legislação extensa, dentre as fontes

materiais deste ramo podemos destacar:

a) Constituição Federal de 1988;

b) Tratados internacionais assinados pelo Brasil;

c) Código tributário nacional;

d) Decreto-Lei 37/66, que reorganiza os serviços

aduaneiros, e dá outras providências;

e) Lei 3.244/57, que trata de disposições tarifárias;

f) Decreto 6.759/2009, o Regulamento aduaneiro;

g) Decreto-Lei 2.472/88

h) Atos normativos.

2 CASTRO JR., Osvaldo Agripino de. Revista prática jurídica. Ano IV. Nº35 - 2 de fevereiro de 2005. Brasília - DF: Consulex,2005. p.22

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Podemos ainda identificar como fontes materiais a matéria aduaneira

em sentido amplo, conformada pelo comércio internacional, seus

procedimentos e costumes.

Assim como ocorre com outros ramos, as normas que regem a

atividade aduaneira podem ser divididas em materiais, procedimentais e

processuais.

Normas de direito aduaneiro materiais são aquelas que definem o

direito ou dever, em abstrato, do cidadão ou do Estado.

Aquelas que definem o os procedimentos de aplicação do direito

material fazem parte do direito aduaneiro procedimental.

O direito processual aparece nas hipóteses em que exista um litígio de

forma a regrar os procedimentos para dirimi-los.

Tais regras são disciplinadoras da função administrativa em campo

específico, assim são normas espécie do gênero normas de direito

administrativo, segundo ensina Regina Helena Costa:

[...] o direito aduaneiro traduz-se numa especialização do

direito administrativo, sendo sua essência a atividade

administrativa, realizada pelo Estado, consistente na

gestão dos serviços aduaneiros[...]

A Constituição da República federativa do Brasil, promulgada em

1988, não prevê de forma expressa a competência da União para legislar

sobre direito aduaneiro, nem tão pouco trata da existência deste como ramo

específico do direito.

A Constituição, em seu art. 22, VIII, diz apenas que é de competência

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privativa da União legislar sobre comércio exterior.

Há quem defenda, e nos alinhamos a esse pensamento, que está

delimitação engloba a competência para legislar em matéria de direito

aduaneiro.

O instrumento normativo que mais abundantemente trata do direito

aduaneiro material e formal é o Decreto-Lei nº 37/66, condensado e

regulamentado, ao lado de algumas leis específicas, pelo Decreto nº4543/2002

e posteriormente pelo Decreto 6.759/2009.

Apesar de editado no período de ditadura militar e ainda que em forma

contrária a estipulada por nosso atual ordenamento jurídico, o Decreto-Lei

37/66 foi recepcionado pela nossa Constituição e hoje é a base legal que dá

validade ao regulamento aduaneiro.

O regulamento aduaneiro trata da administração das atividades

aduaneiras, e a fiscalização, o controle e a tributação das operações de

comércio exterior.

Aliás, uma leitura do regulamento aduaneiro, decreto nº 6.759 de

2009, nos apresenta uma série de definições relevantes ao estudo e

delimitação do campo de atuação do direito aduaneiro.

Já em seu art. 2º ele diz que, o território aduaneiro compreende todo o

território nacional.

Vale frisar que isso engloba o espaço aéreo e o mar territorial.

A fim de dirimir qualquer dúvida, o art. 3º diz que:

Art. 3o A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se

por todo o território aduaneiro e abrange (Decreto-Lei nº

37, de 18 de novembro de 1966, art. 33, caput)

I - a zona primária, constituída pelas seguintes áreas

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demarcadas pela autoridade aduaneira local:

a) a área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua,

nos portos alfandegados;

b) a área terrestre, nos aeroportos alfandegados; e

c) a área terrestre, que compreende os pontos de

fronteira alfandegados; e

II -a zona secundária, que compreende a parte restante

do território aduaneiro, nela incluídas as águas territoriais

e o espaço aéreo.

§ 1o Para efeito de controle aduaneiro, as zonas de

processamento de exportação, referidas no art. 534,

constituem zona primária (Lei nº 11.508, de 20 de julho de

2007, art. 1º parágrafo único)).

§ 2o Para a demarcação da zona primária, deverá ser

ouvido o órgão ou empresa a que esteja afeta a

administração do local a ser alfandegado.

§ 3o A autoridade aduaneira poderá exigir que a zona

primária, ou parte dela, seja protegida por obstáculos que

impeçam o acesso indiscriminado de veículos, pessoas

ou animais.

§ 4o A autoridade aduaneira poderá estabelecer, em locais e

recintos alfandegados, restrições à entrada de pessoas que

ali não exerçam atividades profissionais, e a veículos não

utilizados em serviço.

§ 5o A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se

ainda às Áreas de Controle Integrado criadas em regiões

limítrofes dos países integrantes do Mercosul com o

Brasil

Significa dizer que a jurisdição, área onde autoridade aduaneira tem o

poder de aplicar o direito se divide em zona primária e zona secundária, onde:

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A zona primária é a área ocupada pelos portos, aeroportos e pontos

de fronteiras alfandegados, é onde ocorre a entrada e saída de mercadorias e

pessoas.

É na zona primária que, em regra, é feito o desembaraço da

mercadoria a ser importada ou exportada.

A zona secundária compreende todo o restante do território nacional,

incluindo-se espaço aéreo e águas territoriais.

Há ainda os portos secos, recintos alfandegados de uso público,

situados em zonas secundárias, nos quais são executadas operações de

movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e

bagagens sob controle aduaneiro.

Funciona como um depósito alfandegado, recebendo carga ainda

consolidada, podendo nacionaliza-la ou servir como entreposto aduaneiro.

Conforme dito antes, em matéria aduaneira, o Decreto-lei nº 37/66, é

o instrumento normativo mais importante. É a lei básica do imposto de

importação e dispõe sobre os regimes especiais, em conjunto com leis

posteriores sobre o assunto, sendo ainda o fundamento de validade do

regulamento aduaneiro.

1.4 Regimes aduaneiros

Em um regime comum de importação e de exportação de mercadorias é

devido o pagamento de tributos.

No entanto, tendo em vista que a dinâmica comercial do comércio

exterior tem algumas peculiaridades, o governo criou mecanismos que

permitem o trânsito de mercadorias do território aduaneiro com suspensão ou

isenção de tributos. Esses mecanismos são os chamados regimes aduaneiros

especiais.

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1.4.1 Regime aduaneiro comum

Como mencionado, no regime comum de importação via de regra

ocorre a cobrança de tributos, tal regra não é absoluta como podemos

observar pelo caráter extrafiscal que se aplica a essas prestações pecuniárias.

Na exportação normalmente não há a cobrança de tributos, é uma

escolha política visando não majorar o custo dessas exportações, facilitando o

comércio exterior, ajudando no saldo da balança comercial.

Há, no entanto, situações específicas que pelas suas peculiaridades

o Estado entende que devem ser agraciadas com um tipo de benefício. Assim,

o governo cria algumas medidas, hipóteses que permitem a entrada e saída de

mercadorias do território aduaneiro, com suspensão ou isenção da cobrança

de tributos. São os regimes especiais ou regimes aduaneiros em áreas

especiais.

1.4.2 - Regimes aduaneiros especiais

Regimes aduaneiros especiais, Conjunto de regras ou procedimentos

previstos em legislações específicas, que visam regular condições especiais

para a operação de importação ou exportação.

Tem como finalidade disciplinar o comércio exterior, imprimindo maior

dinamismo a suas atividades tornando a indústria nacional mais competitiva no

mercado internacional, reduzindo custos logísticos e operacionais das

empresas.

Designam uma espécie de ordenamento legal próprio a determinados

tipos de ingressos ou saídas territoriais. Diversos são os regimes aduaneiros

especiais atualmente em vigor, valendo destacar os seguintes.

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1.4.3 Admissão Temporária

Admissão Temporária é o regime aduaneiro que permite a entrada no

País de certas mercadorias, com uma finalidade e por um período de tempo

determinados, com a suspensão total ou parcial do pagamento de tributos

aduaneiros incidentes na sua importação, com o compromisso de serem

reexportadas.

O beneficiário do regime deve assinar um termo no qual se

responsabiliza pelo pagamento dos tributos em caso de descumprimento do

regime, salvo nos casos excepcionados pela legislação.

Dependendo da finalidade e do valor da mercadoria pode ser

necessária, além da assinatura do termo de garantia, a apresentação de

garantia dos tributos suspensos.

A admissão temporária esta regulamentada na IN SRF nº285/03 e

legislações complementares que tratem de situações específicas, visando

facilitar o ingresso temporário de: bens destinados à realização/participação

em eventos de natureza cultural, artística, científica, comercial e esportiva,

para assistência e salvamento e ainda para acondicionamento e transporte de

outros bens.

1.4.4 Trânsito Aduaneiro

Permite o transporte de mercadoria, sob controle aduaneiro, de um

ponto a outro do território aduaneiro, com suspensão dos tributos. Nessa

hipótese os impostos incidentes sobre a operação serão recolhidos no território

aduaneiro de destino.

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Assim, importadores e exportadores podem deslocar suas mercadorias

para um posto alfandegado mais conveniente para o desembaraço de suas

destas.

A Declaração de Trânsito Aduaneiro (DTA), necessária para a

realização desta operação passou a ser processada mediante a utilização do

Sistema Integrado de Comércio Exterior, módulo trânsito (Siscomex Trânsito),

salvo o de remessas postais internacionais e o de mercadorias destinadas à

exportação ou reexportação, que se regem por normas próprias.

1.4.5 Drawback

O regime aduaneiro especial de drawback foi instituído pelo Decreto

Lei nº 37/66, sendo normatizado pelo regulamento aduaneiro (Decreto nº

6.759/2009) e pela portaria da SECEX nº 23/2011, se caracteriza pela

suspensão ou isenção de tributos incidentes sobre insumos importados para

utilização em produto exportado.

Serve, portanto, como um incentivo às exportações, com o objetivo de

gerar divisas para o país, favorecendo a “balança comercial” ao tornar os

produtos brasileiros mais competitivos.

Existem três modalidades de drawback: isenção, suspensão e

restituição, sendo que esta última atualmente é pouco utilizada, com

prevalência das duas primeiras. Esse regime pode ser concedido, dentre

outros a:

Mercadoria importada para beneficiamento no país e

posterior exportação;

Matéria-prima, produto semielaborado ou acabado,

utilizados na fabricação de mercadoria exportada, ou a

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exportar;

Peça, parte, aparelho, máquina, veículo ou equipamento

exportado ou a exportar;

Mercadoria destinada a embalagem, acondicionamento

ou apresentação de produto exportado ou a exportar,

desde que propicie comprovadamente uma agregação de

valor ao produto final;

Animais destinados ao abate e posterior exportação;

Matéria-prima e outros produtos que, embora não

integrando o produto exportado, sejam utilizados em sua

fabricação em condições que justifiquem a concessão;

Matéria-prima e outros produtos utilizados no cultivo de

produtos agrícolas ou na criação de animais a serem

exportados, definidos pela Câmara de Comércio Exterior.

A ideia é que ao se exportar produtos, estes não tenham tributos

embutidos em seu valor.

1.4.6 Exportação Temporária

É o regime aduaneiro que permite a saída de mercadorias do País, com

suspensão do pagamento do imposto de exportação, condicionada ao seu

retorno em prazo determinado, no mesmo estado em que foram exportadas.

Esse regime está regulamentado Decreto 6.759/09, pela IN SRF

n o 319/03 e legislações complementares, que tratam de situações específicas,

e visa a facilitar a saída temporária bens do país.

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1.4.7 Entreposto Aduaneiro

Entreposto, ordinariamente serve para designar um armazém para

depósitos de mercadorias a serem conferidas ou despachadas ou ainda,

transferidas a outro local pela via do trânsito. No sentido técnico, entreposto é

a base operacional (física) de uso público ou privado de um regime aduaneiro

especial também denominado “Entreposto Aduaneiro”.

Entreposto aduaneiro é o regime aduaneiro especial que permite na

importação e exportação, o depósito de mercadorias, em local determinado,

sob controle fiscal, com suspensão do pagamento de tributos.

O entreposto aduaneiro de exportação, na modalidade comum, permite

o armazenamento de mercadorias em recinto de uso público.

Na espécie extraordinária permite o armazenamento de mercadorias em

recinto de uso privativo, que tenha sido adquirido por empresa comercial

exportadora com a finalidade de exportação, admitindo a imediata fruição dos

incentivos fiscais eventualmente previstos na legislação.

O regime especial de entreposto aduaneiro na importação é o que

permite a armazenagem de mercadoria estrangeira em recinto alfandegado de

uso público, com suspensão tributária e sem cobertura cambial, até que

sobrevenha sua nacionalização ou reexportação.

Esse regime permite ainda a permanência de mercadoria em feira,

congresso, mostra ou evento assemelhado, realizado em recinto de uso

privativo, previamente alfandegado para esse fim. O alfandegamento do

recinto será declarado por período que alcance não mais que os trinta dias

anteriores e os trinta posteriores aos fixados para início e término do evento.

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1.4.8 Entreposto Industrial

O regime do RECOF (Regime Aduaneiro de Entreposto Industrial sob

controle informatizado) é o que permite à empresa importar, com ou sem

cobertura cambial, e com suspensão do pagamento de tributo, mercadorias

que depois de submetidas à operação de industrialização.

Se diferencia do Drawback, regime em que há o benefício tributário para

importação de mercadorias, em quantidade e qualidade equivalente à utilizada

na fabricação de produto a ser exportado, no caso do RECOF, o sistema não

está aliado à necessidade da posterior exportação. Ou seja, no RECOF não se

exige uma inerência entre o produto importado e o exportado, mas tão-

somente que a importação seja realizada para a industrialização, e que a

empresa beneficiária assuma o compromisso de atingir metas de exportação

pré-definidas, prestando-se, portanto, a atender tanto as demandas de

consumo locais quanto às necessidades de facilitar a exportação.

1.4.9 REPETRO

Regime aduaneiro especial de exportação e importação de bens

destinados às atividades de pesquisa e lavra das jazidas de Petróleo e gás

natural, consistindo na combinação de três tratamentos tributários distintos:

Drawback;

Admissão temporária;

Exportação ficta.

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O REPETRO foi criado pelo Decreto nº 3161 de 1999, tendo prazo de

vigência de vinte anos.

É regulamento pelo Decreto nº 6759/90, pela IN RFB nº 1415/13 e pelo

Convênio ICMS nº 130/07.

Umas das premissas para a criação do REPETRO era a de que, a

indústria nacional não era capaz de atender quantitativa e qualitativamente à

integridade da demanda.

1.4.10 Regimes Aduaneiros Aplicados em Áreas Especiais

São criados para atender determinadas situações econômicas

peculiares, de polos regionais e de certos setores ligados ao comércio exterior.

1.4.11 Zona Franca de Manaus

Foi criado com o objetivo específico de incentivar o desenvolvimento

regional de uma área específica do país.

Tem benefícios fiscais na importação e na exportação de insumos e

mercadorias.

A remessa de mercadorias de origem nacional para a Zona Franca

de Manaus será equiparada, para efeitos fiscais, a uma exportação brasileira,

assim, não haverá a cobrança de impostos federais.

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1.4.12 Zona de Processamento de Exportações (ZPE)

São áreas de livre comércio de importação e exportação, destinadas

a instalação de empresas voltadas para a produção de bens a serem

comercializados no exterior, sendo consideradas, para efeito de controle

aduaneiro, como zonas primárias.

Para se instalar nessas ZPE’s, a empresa deve assumir compromisso

de auferir e manter, por ano-calendário, receita bruta decorrente de

exportação.

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CAPÍTULO Il

RELAÇÃO COM OS OUTROS RAMOS DO DIREITO

A divisão do Direito em público e privado não encontra fundamento

científico e mesmo essa delimitação pode ser de difícil verificação no caso

prático em que os diversos ramos do conhecimento jurídico habitualmente se

entrelaçam.

Ainda assim ela é amplamente utilizada, sendo muito útil para fins

didáticos.

A despeito da discussão sobre a autonomia ou não do direito

aduaneiro, não há que se discutir sua classificação como sendo de direito

público.

Qualquer que seja o critério adotado nos leva a esta mesma conclusão.

Senão vejamos: (1) O titular do direito regulado é o Estado, (2) O interesse

protegido é o da coletividade e (3) suas normas são cogentes.

Tal divisão atende a finalidades didáticas posto que os ramos do

Direito se comunicam e se conectam a todo momento, sendo parte do

ordenamento jurídico que é uno.

Assim é também com o direito aduaneiro, que guarda estreita ligação

com outros ramos.

2.1 Direito Constitucional

Com o direito constitucional, tal relação é própria do conceito de

supremacia da Constituição, que é fonte de validade de todas as demais

normas vigentes.

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O texto constitucional em seu art. 237, diz que a fiscalização e o

controle do comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses nacionais,

serão exercidos pelo Ministério da Fazenda e no art. 22, VIII, designa que é

competência privativa da União legislar sobre comércio exterior.

2.2 Direito Administrativo

Com o direito administrativo esta relação se dá por conta das ações

determinadas para atender aos interesses do Estado na circulação bens e

pessoas, definindo autoridades, ferramentas e procedimentos para a prática de

regulação e fiscalização desta atividade administrativa.

O direito aduaneiro é, quanto a certos aspectos de sua atuação, uma

especialização do direito administrativo, sendo inclusive regido por seus

princípios gerais, em especial por:

2.2.1 Princípio da Supremacia do interesse público

No confronto entre o interesse do particular e o interesse público,

prevalecerá o segundo. Não significa esquecimento do interesse do particular,

mas uma prevalência do interesse público, no qual se concentra o interesse

coletivo. Significa dizer que o particular tem liberdade para realizar

negociações de compra e venda. O comércio exterior é lícito desde que não

afronte as regras e limitações estabelecidas pela administração pública.

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2.2.2 Presunção de legitimidade, legalidade e veracidade

Para concretizar o interesse público que norteia a atuação da

administração, suas decisões são dotadas do atributo de presunção de

legalidade e legitimidade, tornando-as presumivelmente verdadeiras quanto

aos fatos e adequadas quanto à legalidade. Tal atributo permite a execução

direta, pela própria Administração, do conteúdo do ato ou decisão

administrativa, mesmo que não conte com a concordância do particular, e

ainda que lhe imponha uma obrigação.

Ao falarmos de autoridade aduaneira este talvez seja um dos

princípios mais problemáticos, com diversas situações em que esta autoridade

extrapola o âmbito de sua atuação. Muitas vezes resta ao particular se socorrer

da tutela jurisdicional pois a grande quantidade de normas relacionadas à

matéria aduaneira, sem a devida sistematização acabam gerando

entendimentos diversos, as vezes dentro de um mesmo órgão fiscalizador,

variando apenas o entendimento dependendo de um ou outro agente

fiscalizador.

2.3 Direito Internacional Público

Em relação ao direito internacional, essa associação se dá pela matéria

objeto do direito aduaneiro. A circulação de bens e pessoas se dá entre

Estados soberanos, que entre si propõem e firmam acordos, tratados e

convenções que viabilizam essa dinâmica, criando regras de padronização de

procedimentos e de exigência como a determinação do critério do que é valor

aduaneiro.

Após a Segunda Guerra Mundial, vários países decidiram regular as

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relações econômicas internacionais, por entenderem que problemas de ordem

econômica influíam seriamente nas relações entre os Estados.

Para regular questões monetárias foram criados o BIRD e o FMI, no

para as questões comerciais se discutiu a criação da OIC- Organização

Internacional do Comércio- que funcionaria como uma agência especializada

das Nações Unidas.

Em 1946, alguns países iniciaram negociações tarifárias, visando

estimular as transações comerciais e combater políticas protecionistas. Dessa

primeira rodada de negociações, surgiram inúmeras concessões.

O conjunto de normas e concessões tarifárias estabelecidos passou a

ser denominado Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio ou Acordo Geral sobre

Aduanas e Comércio (GATT), sendo firmado em 1947.

A ideia era harmonizar a política aduaneira entre os países, para isso

havia a necessidade de um órgão com poder para fiscalizar, julgar e sancionar

países que infringissem as normas convencionadas.

Ponto significativo é a criação de uma definição do que vem a ser valor

aduaneiro.

A valoração aduaneira tem por objetivo a determinação do valor de

certa mercadoria importada, fixando um montante que servirá de base de

cálculo dos eventuais tributos e direitos aduaneiros, segundo certos princípios

e critérios técnicos e legais aprovados e praticados internacionalmente,

visando diminuir a competição desleal entre produtos nacionais e estrangeiros.

A valoração aduaneira é utilizada segundo certos critérios do Acordo de

Valoração Aduaneira da Organização Mundial do Comércio, resultando na

base de cálculo dos tributos aduaneiros. Tal sistema contribui para a regulação

dos mercados, constituindo forma de controle dos preços internacionais,

inibindo práticas de subfaturamento e de superfaturamento de preços nas

operações internacionais.

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Valor aduaneiro pode ser definido como o valor da transação,

isto é, o valor efetivamente pago pela mercadoria estrangeira, acrescido do

custo de transporte, manuseio, descarga, transporte e seguro até o porto de

destino. Esse conceito é estabelecido internacionalmente, com a finalidade de

padronizar a base de cálculo do imposto de importação, criando um maior grau

de previsibilidade, propiciando um ambiente de maior segurança e estímulo ao

fluxo comercial.

2.2 Direito Tributário

Para aqueles que se posicionam contrários a tese de autonomia do

direito aduaneiro, este é tido como um mero campo específico do direito

tributário.

O direito tributário é o ramo do Direito que se ocupa das relações

entre o Fisco e as pessoas sujeitas a imposições tributárias de qualquer

espécie, limitando o poder de tributar e protegendo o cidadão contra os abusos

desse poder.

De fato, é difícil dissociar direito tributário do direito aduaneiro na

rotina da aduana, posto que as obrigações, ações de controle e fiscalização

costumam ocorrer de maneira simultânea e realizadas em grande parte pela

mesma autoridade.

Aquele que importa ou exporta está sujeito a uma série de

obrigações de natureza tributária. Sendo dele exigido ou não o pagamento de

tributos é certo que tem deveres tais como o de declarar os bens com que

esteja transitando ou que deseja sejam encaminhados pelas fronteiras do país.

Ocorre que nem todas as obrigações são de natureza tributária ou

mesmo de interesse desta ramificação jurídica.

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As declarações que a autoridade aduaneira requer do importador

servem para facilitar o controle de arrecadação dos tributos, mas vão muito

além disso. Muitas vezes servem como fontes de informação sobre o

quantitativo de mercadorias de determinada qualidade que ingressam no país

ou são remetidos para o exterior servindo de base para uma série de políticas

públicas.

Podemos imaginar um cenário de desabastecimento global de

determinado insumo, por exemplo o café. Podemos ainda supor que,

obedecendo a lei de mercado de oferta e procura o preço internacional desta

mercadoria vá alcançar altos preços, estimulando a importação em detrimento

das vendas no mercado nacional. O Estado poderia, sobrepondo o interesse

da coletividade, em detrimento do interesse particular do comerciante de café,

determinar que somente determinado percentual do mesmo pode ser

comercializado e remetido para o mercado internacional.

As políticas de controle aduaneiro podem ainda servir como forma de

evitar a entrada de mercadorias que poderiam pôr em risco a saúde ou a

segurança pública, como medicamentos, armamentos e outros cuja admissão

em território nacional deve obediência a critérios específicos, isto claro, na

hipótese de não haver vedação ao seu ingresso.

Não vislumbramos aqui qualquer atuação que diga respeito ou se

valha de relações tributárias para a efetividade do cumprimento deste

comando. Deste modo nos parece evidente que embora se relacione

intimamente com institutos próprios de outros ramos jurídicos, com ele o direito

aduaneiro não se confunde.

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CAPÍTULO IlI

AUTONOMIA DO DIREITO ADUANEIRO

Com base nas características até aqui apresentadas, regulação de

entrada e saída de mercadorias e pessoas, com ou sem finalidade comercial,

exercido por meio de atos da administração pública, determinando as diversas

formas, ordinárias ou especiais, para essa circulação, podendo existir ou não a

incidência de tributos, alguns autores defendem a autonomia do direito

aduaneiro em relação a outros ramos.

Podemos citar Diallo3, que em seu texto, diz:

[...] no direito aduaneiro de que trata o regime

administrativo e do regime tributário do comércio

internacional, além de observar as normas internacionais

das certificações de origem, da classificação, de

mercadorias, da valoração e da cooperação internacional,

especialmente em matéria de convenções tarifárias e de

transportes. Incorpora, portanto, princípios de direito

público, especialmente os que advêm dos ramos

administrativo, tributário, do direito penal e mesmo do

direito comercial, marítimo, aéreo, entre outros. Também

absorve o que provem do direito internacional público, na

forma de tratados e convenções e até mesmo do direito

internacional privado que rege as relações de compra e

venda internacionais entre particulares [...]

3 DIALLO, Alfa Oumar. Tributação do comércio internacional. São Paulo: Método Editora, 2001. p.23. apud SANNI, Cinara. O direito aduaneiro nas relações de comércio internacional e a atuação da autoridade administrativa tributária. Monografia apresentada à UNIVALI, Itajaí: 2006.

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E continua o mesmo autor:

“Não é certo considerar o direito aduaneiro como um

ramo do direito fiscal. É sim ramo independente, que com

aquele não se confunde, pois não lida apenas com o

fenômeno impositivo, mas sobretudo com a complexa e

variada gama de fenômenos que caracterizam o comércio

internacional, tanto do ponto de vista da regulação,

quanto do controle estatal exercido. Claro está que o

aspecto tributário tem notável relevância no direito

aduaneiro, até porque é através da tributação que se

pratica parte essencial da política de comércio

internacional, graças ao viés de extrafiscalidade que

caracteriza os tributos de comércio internacional.

Contudo, não é o único aspecto a ser considerado.”

Ao citar o fenômeno da extrafiscalidade, próprio dos estudos do

direito tributário, Diallo4 acaba por expor mais uma clara diferenciação entre

este ramo e o direito aduaneiro.

Conforme ensinamentos basilares do direito tributário, alguns tributos

têm interesses que fogem do que ordinariamente se espera deles, isto é, a

busca por arrecadação.

Por extrafiscalidade no direito tributário entende-se que, aquele

determinado tributo serve primeiro como forma de intervenção do Estado no

domínio político e econômico, como ferramenta de intervenção a fim de suprir

determinado interesse público, por isso mesmo não se sujeitando a alguns

princípios constitucionais tributários tais como a anterioridade e a noventena.

É certo que há o interesse arrecadatório, mas esse é secundário.

4 Op.cit.p.23.

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Ao falar de comércio exterior, são exemplos os impostos de

importação e de exportação, que para serem diminuídos ou majorados, não

observam tais princípios. Servem, portanto, como instrumento de intervenção.

Ocorre que na seara do direito aduaneiro observamos diversas formas

de intervenção do ente estatal sem qualquer relação com o direito tributário.

Exemplo disso foi a criação de barreiras ao ingresso de calçados fabricados no

exterior, com o intuito de proteger a indústria nacional.

A administração pública pode ainda aumentar ou reduzir as

exigências para a circulação de pessoas e mercadorias, como a autorização

para que cidadãos oriundos dos países do Mercosul possam ingressar em

território nacional sem necessidade de apresentar passaporte. Vemos assim

formas de relativizar o grau de exigência para circulação de pessoas e bens

sem que se valha de instrumentos tributários.

Destaca-se ainda a como característica do direito aduaneiro a

penetração em numerosos outros ramos do direito, como o administrativo,

tributário, comercial, marítimo, aéreo, penal, internacional público e privado,

dentre outros. Mas esse contato, que é próprio da aplicação do Direito, não

pode ser confundido com ausência de autonomia.

Carluci5, em seus fundamentos pontua a autonomia deste direito:

[...] considera-se autônomo certo ramo do direito quando

ele possui objeto próprio, princípios e institutos próprios e

especificidade [...] o objeto próprio do direito aduaneiro é

o complexo de relações jurídicas surgidas na prática do

comércio internacional, quando bens, pessoas e veículos

entram ou saem da jurisdição do território aduaneiro[...]

5 CARLUCI, José Lence. Título. Uma Introdução ao Direito Aduaneiro. Data. 2001, 1997. p. 25.

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Este mesmo autor apresenta o seu rol de princípios específicos deste

ramo os fatos de que as exações aduaneiras devem ser sempre de

competência do poder central e a submissão de todas as mercadorias ao

controle aduaneiro na entrada e saída do país. Além disso, as exações

aduaneiras se encontram entre as exceções ao princípio da anterioridade com

atribuições delegadas ao Poder Executivo.

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CONCLUSÃO

Por tudo que foi exposto ao longo deste trabalho, resta evidente, ao

nosso ver, a relevância do Direito Aduaneiro e sua autonomia frente aos

demais ramos do saber jurídico.

Embora de modo cotidiano estes se entrelacem, isto não desnatura

esta autonomia posto que essa comunicação é tão somente uma característica

do sistema jurídico.

Apesar disso, visualizamos características, princípios e sistemas

próprios que qualificam e corroboram a tese de autonomia desse ramo jurídico.

Se faz premente a necessidade de um olhar atento a isso, com o

escopo de ampliar o estudo acerca de suas singularidades para que possamos

atingir um grau de desenvolvimento e maturidade adequado à realidade atual

em um mundo cada vez mais globalizado, nos alinhando com outros

ordenamentos jurídicos que apresentam maior grau de organização e

sistematização das normas aplicáveis ao Direito Aduaneiro.

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BIBLIOGRAFIA

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CARLUCI, José Lence. Uma introdução ao Direito Aduaneiro. 2.ed. São Paulo: Aduaneiras, 2001.

CASTRO JR., Osvaldo Agripino de. Revista prática jurídica. Ano IV. Nº35 - 2 de fevereiro de 2005. Brasília - DF: Consulex,2005. p.22

FREITAS, Maxsoel Bastos de. O direito aduaneiro. http://www.ebah.com.br/content/ABAAABjSwAA/direito-aduaneiro. Acessado em 03-10-2015.

MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Constitucional. São Paulo, Malheiros, 2005.

OHLOGGE, Leonardo. Direito aduaneiro não é direito tributário. http://www.dulacmuller.com.br/pt-br/artigo/direito-aduaneiro-n-o-direito-tribut-rio. Acessado em 20-08-2015.

ROCHOLL, Nataly Evelin Konno. A história da valoração aduaneira no GATT/OMC. Disponível em http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=5419 . Acessado em 19-09-2015.

ROSA, Marcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo, Saraiva, 2007.

SANNI, Cinara. O direito aduaneiro nas relações de comércio internacional e a atuação da autoridade administrativa tributária. Monografia apresentada à UNIVALI, Itajaí: 2006.

BRASIL: Constituição da República Federativa do Brasil. Serie Legislação Brasileira, Editora Saraiva, 1988.

BRASIL: Decreto nº 6.759 de 5 de Fevereiro de 2009.

BRASIL: Decreto-Lei nº 37 de 18 de Novembro de 1966.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

DIREITO ADUANEIRO 11

1.1 HISTÓRICO 11

1.2 CONCEITO 13

1.3 FONTES 16

1.4 REGIMES ADUANEIROS 20

1.4.1 REGIME ADUANEIRO COMUM 20

1.4.2 REGIME ADUANEIRO ESPECIAL 22

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CAPÍTULO II

RELAÇÃO COM OUTROS RAMOS DO DIREITO 29

2.1 DIREITO CONSTITUCIONAL 29

2.2 DIREITO ADMINISTRATIVO 30

2.3 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 31

2.4 DIREITO TRIBUTÁRIO 33

CAPÍTULO III

3.1 AUTONOMIA DO DIREITO ADUANEIRO 35

3.2 CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 40

ÍNDICE 41