universidade candido mendes pÓs-graduaÇÃo … · 2012-08-15 · o estado evoluiu da antiguidade...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
DESVIO DE FINALIDADE DA LEI OU DESVIO DE
PODER.
Por: ANTONIO CALOS DE ANDRADE
Orientador
Prof. ANSELMO SOUZA
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
DESVIO DE FINALIDADE DA LEI OU DESVIO DE PODER.
ASPECTOS DA LEI Nº 3953/61.
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Direito Público e Tributário
Por: Antonio Calos de Andrade
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AGRADECIMENTOS
Ao Criador, que sempre permite e acompanha meus passos:
Aos meus familiares, por entenderem minha necessidade de estudar
compreendendo, assim, minha ausência;
Os meus colegas, do curso de Pós-Graduação, que durante todo o período
nos ajudamos e juntos desenvolvemos uma boa amizade, que com certeza
estarão sempre em minha memoria.
Em especial as amigas Delbia e Elisabeth, com quem eu mais participei no
período do curso, somando forças para que este momento fosse alcançado.
A Universidade Candido Mendes- AVM Faculdade Integrada, coordenação e
funcionários;
Aos professores do Curso de Pós-Graduação de Direito Público e Tributário,
que participaram do meu enriquecimento acadêmico.
Sinto-me grato por ter a sorte de conviver com pessoas tão especiais.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pois
sem Ele, nada seria possível e não estaríamos aqui
reunidos, desfrutando, juntos, destes momentos que
nos são tão importantes. Aos meus pais Nivaldo e
Luzia, pelo esforço, dedicação e compreensão, em
todos os momentos desta e de outras caminhadas
na minha vida. Em especial, a minha esposa Mara,
por seu incentivo, confiança e credibilidade em
minha pessoa, durante o meu curso de Pós-
Graduação, e também, aos meus filhos Patrícia e
Anthony. Por fim, a todos aqueles que direta ou
indiretamente colaboraram, de alguma forma para
que este trabalho consiga atingir os objetivos
propostos.
RESUMO
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Este estudo teve por objetivo comprovar o Desvio de finalidade da Lei
ou Desvio de Poder, por parte da Administração Pública Militar, no caso
concreto (Ministério da Aeronáutica). A atividade administrativa submete-se
aos ditames da lei, como decorrência do Estado Democrático de Direito.
Portanto, deve haver a observância da norma legal, que não se refere apenas
ao atendimento de suas formalidades externas, mas também à finalidade
normativa. Mas, ao ocorrer o vício, ou seja, o Desvio de finalidade ou Desvio
de Poder quando da regulamentação por parte do administrador. Casos que
cabe à Administração, por motu próprio, pelo princípio da autotutela, a
revogação dos atos lesivos, o que não ocorrendo, cabe então, ao Poder
Judiciário o controle jurisdicional dos atos administrativos, exigindo dos
agentes públicos a vinculação, em seus atos, dos princípios ensejadores da
Administração Pública. Porém, apesar de todos os controles, já existente, este
trabalho propõe um novo tipo de controle, por parte do Executivo, mas que
seja autônomo e independente da Administração Publica, no caso concreto,
Militar. Proporcionando, assim, um menor custo, para o tesouro em
indenizações judiciais, por conta do Desvio de Finalidade ou Abuso de Poder
da autoridade militar.
Metodologias da Pesquisa
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Este estudo adotou o método monográfico sobre o Desvio de Finalidade
ou Desvio de Poder. Optando pela pesquisa bibliográfica, em abordagem a
partir de fontes constantes em livros, julgados de peças processuais,
doutrinas e legislação publicadas em meios impresso ou eletrônico,
inclusive disponível na internet. Para tanto, a pesquisa segue a direção
estabelecida por Cretella Junior; (2000, p.290).
“desvio de finalidade consiste no afastamento do
espírito da lei, ou seja, para empregar a expressão
utilizada pelos penalistas, aberratio finis legis.
Desvirtuando o fim, desnatura-se o ato eiva-se de vício
irreparável, configura-se o denominado desvio de fim,
desvio de finalidade ou desvio de poder”.
SUMÁRIO
INTRODUÇAO 08
CAPITULO I - Revisão Literária 11
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CAPITULO II - Estudo de Caso 19
CAPITULO III - Reconhecimento do Desvio de Finalidade (motu próprio) 38
CONCLUSÃO 49
BIBLIOGRÁFIA 50
INDICE 52
FOLHA DE AVALIAÇÃO 54
INTRODUÇÃO
A busca por instrumentos que possam impor limite ao exercício do
poder, submetendo-o à vontade popular, não é questão nova e remonta à ideia
de liberdade refletida pelos ideais da Revolução Francesa. Por essa razão,
muitas teorias foram desenvolvidas com a finalidade de condicionar a atuação
8
do poder à exigência da busca do interesse eleito pela sociedade como
dominante (interesse público). Nesse contexto, o princípio da legalidade
nasceu como forma de impor ao agente público sua completa submissão à lei,
esta entendida como um instrumento de concretização dos ideais de justiça
prezados por uma dada sociedade. Como decorrência do princípio da
legalidade e visando impor ao agente público não só a obediência dos
aspectos formais da lei desenvolveu-se, a partir das decisões do Conselho de
Estado Francês, a Teoria do Desvio de Poder ou Desvio de Finalidade.
(NASCIMENTO, 2006).
Embora tenha sido desenvolvida na França, a teoria de desvio de poder
ou desvio de finalidade foi amplamente incorporada na doutrina, na
jurisprudência e no sistema positivo brasileiros, existindo inúmeros julgados
com esse fundamento. Tendo, em vista, que infelizmente a vida administrativa
brasileira é pródiga em casos onde o administrador público, valendo-se de
poderes que lhe foram legalmente conferidos para agir na busca do interesse
público, afasta-se dessa imposição legal e age com vistas a objetivos
particulares ou em desconformidade com a finalidade específica da norma de
competência.
Problematização
No Brasil, mesmo sob da tutela do Estado Democrático de Direito, nos
dia de hoje, ainda existe uma grande dificuldade de controle dos atos
administrativos, de forma efetiva. Tendo, em vista, muitas das vezes o longo
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período, que se leva para a Administração Pública reveja os seus atos, ou ate
mesmo, o Poder Judiciário com seus, e quase intermináveis, recursos leva
para reconhecer o Desvio de Finalidade ou Abuso de Poder do Agente Público,
que no uso de sua atribuição e de sua função, se afasta do fiel cumprimento
da execução da lei. No caso concreto, por tratar-se de militares, há uma maior
dificuldade de comprovação do desvio de finalidade, pois misturam se a
discricionariedade com o autoritarismo, em virtude, do ato discricionário da
autoridade militar muitas das vezes não obedecer à execução da lei, e, sim o
desejo, mesmo adverso, da autoridade militar, dando a esses atos aparência
legal. Porém, tais atos modificam ou vedam direitos de seus administrados
militares. Portanto, por se trata da vida castrense, a qual o militar se sujeita o
sistema de controle dos atos da à Administração Pública (militar),
principalmente, os ato vinculados, caberia um controle autônomo dos Órgãos
Militares para que seu ato não estivesse contaminado pela vontade da
autoridade militar.
Objetivo
Busca-se, a partir da teoria do Desvio de Poder ou Desvio de Finalidade,
impor ao agente público, quando do exercício de suas competências, a
observância da finalidade, dos objetivos preconizados pela lei. Perquire-se o
elemento subjetivo do agente, a fim de determinar se a competência exercida
está em conformidade com a finalidade legal. Portanto, anulando-se o ato
administrativo levado a efeito com vício de intenção, através de um controle
especifico e autônomo para o ato discricionário da autoridade militar.
Tornando, assim, a caminhada na caserna, por seus administrados, plena de
direitos.
Delimitação
O presente estudo visou apresentar através de análise doutrinária,
jurisprudencial e documental, a aplicação da Teoria do Desvio de Finalidade ou
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Desvio de Poder, no caso concreto (Lei nº3953/61), apresentando seu
conceito, seus requisitos, a forma como pode ser identificada e os meios de
prova possíveis.
CAPÍTULO I
REVISÃO LITERARIA
DADOS HISTÓRICOS
11
A história do Direito Administrativo está intimamente associada ao
surgimento e á própria evolução do Estado. Desde que o Estado passou a
existir, palavras como o direito positivo e administração passaram a integrar o
vocabulário universal.
O Estado evoluiu da antiguidade (onde era detectada a presença do
governo único – antiguidade oriental, Império Persa-; o surgimento das
Cidades-Estados - antiguidade clássica, Império Grego-; e o inicio do
desenvolvimento da administração estatal-antiguidade ocidental, Império
Romano), passando pela Idade Média (marcado pelo regime feudal, pelo
surgimento das comunas e cidades, pela concentração de riquezas e pelo
predomínio do direito romano), chegando à Idade Moderna (onde se deu a
evolução do Estado Absolutista- caracterizado pelo poder ilimitado do rei, com
organização das primeiras regras administrativas - para o Estado Liberal-
caracterizado pela sujeição do Estado ao império da lei e criador do Direito
Administrativo-, e para o Estado Intervencionista- onde o desenvolvimento do
Direito Administrativo se acelerou, em face das múltiplas atividades que o
Estado passou a exercer).
O Direito Administrativo, portanto, surgiu quando o Estado passou a
sujeitar-se às próprias leis por ele editadas transformando o poder arbitrário
originais em poder discricionário e vinculado. Com o advento do Estado
Contemporâneo, o binômio poder-dever passou a integrar a própria essência
do Estado, ao lado do cidadão, titular de direito, cabendo exatamente ao
Direito Administrativo a busca do equilíbrio harmônico entre os deveres do
Estado de um lado e os direitos do cidadão, de outro.
1.1 - A atividade administrativa e a submissão à Lei.
A atividade administrativa é subordinada ao regime de direito
administrativo. A decorrência prática é que o estudo do direito administrativo
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abrange não apenas o exercício da função administrativa, mas também das
funções legislativa e jurisdicional. A lei disciplina a atividade administrativa, que
também é controlada pelo judiciário. Não pode a Administração Pública,
através de ato administrativo, conceder direitos ou criar obrigações sem que
haja permissão legal; dependerá sempre da lei, encontrando nela tanto seus
fundamentos quanto seus limites, sendo vedado ao administrador público
decidir fora dos limites por ela traçado, ainda, que se trate de competência
discricionária. Não há espaço para a autonomia da vontade.
Logo, administrar significa atuar em conformidade com os preceitos legais, que
fixam os objetivos a serem perseguidos pelo administrador público, bem como
a forma com que serão buscados. Ainda que se trate de atividade
discricionária, onde a lei concede ao administrador uma margem de escolha,
esta deverá estar em conformidade com a finalidade explícita ou implícita da
lei. Vale dizer, consoante DI PIETRO (2010).
“... esse regramento pode atingir os vários aspectos de uma
atividade determinada; neste caso se diz que o poder da
administração é vinculado, porque a lei não deixou opções; ela
estabelece que, diante de determinados requisitos, a
administração deve agir de tal ou qual forma. Por isso mesmo
se diz que, diante de um poder vinculado, o particular tem um
direito subjetivo de exigir da autoridade a edição de
determinado ato, sob pena de, não o fazendo, sujeitar-se a
correção judicial”.
Portanto, a atuação, da atividade administrativa, conforme os ditames
da lei são previstos em diversos dispositivos da Constituição Federal. Assim,
como o Art. 37, caput, da CF/88, que impõe à Administração Pública em geral
a submissão ao princípio da legalidade e o Art. 5º, II, ao consignar que
"ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de
lei", sendo o artigo o próprio princípio da legalidade, no texto constitucional.
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1.2 – Princípios da administração
O princípio da Administração Publica, são regras que surgem como
parâmetros para a interpretação das demais normas jurídicas. Têm a função
de oferecer coerência e harmonia para o ordenamento jurídico. Quando houver
mais de uma norma, deve-se seguir aquela que mais se compatibiliza com os
princípios elencados na Constituição Federal, ou seja, interpreta-se, sempre,
consoante os ditames da Constituição. Assim elencados no Art.37, caput da
CF/88, princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência. Tendo, em vista, o estudo proposto (Desvio de Finalidade ou
Desvio de Poder) não será aqui abordado, a pesar de suas importâncias
constitucionais, os princípios impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência em função do princípio da finalidade estão contidos no princípio da
legalidade.
1.3 - Princípios da legalidade
Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei. (art.5, II, da CF/88).
O princípio da legalidade representa uma garantia para os
administrados, pois, qualquer ato da administração pública somente terá
validade se respaldado em lei, em sua acepção ampla. Representa um limite
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para a atuação do Estado, visando à proteção do administrado em relação ao
desvio de finalidade ou desvio de poder e, ainda do abuso de pode.
O princípio da legalidade apresenta um perfil diverso no campo do
Direito Público e no campo do Direito Privado. No Direito Privado, tendo, em
vista, seus interesses, as partes poderão fazer tudo o que a lei não proíbe; no
Direito Público, diferentemente, existe uma relação de subordinação perante a
lei, ou seja, só se pode fazer o que a lei expressamente autoriza ou determina.
Assim, nos ensina a celebre lição de Bandeira de Mello (2006).
“... enquanto o princípio da supremacia do interesse público
sobre o interesse privado é da essência de qualquer Estado, de
qualquer sociedade juridicamente organizada com fins políticos,
o da legalidade é específico do Estado de Direito, é justamente
aquele que o qualifica e que lhe dá identidade própria. Por isso
mesmo é o princípio basilar do regime jurídico-administrativo, já
que o Direito Administrativo (pelo menos naquilo que como tal
se concebe) nasce com o Estado: é uma conseqüência dele. É
o fruto da submissão do Estado à lei. É em suma; a
consagração da idéia de a Administração Pública só pode ser
exercida na conformidade da lei e que, de conseguinte, a
atividade administrativa é atividade sublegal, infralegal,
consistentes na expedição de comandos complementares à
lei.”
Dentro destra mesma linha doutrinária (DI PIETRO, 2010), nos ensina que:
“a Administração Pública não pode, por simples ato
administrativo, conceder direitos de qualquer espécie, criar
obrigações ou impor vedações aos administrados; para tanto
depende da lei”
Portanto, sendo, este princípio que rege o regime jurídico- administrativo.
Logo, administrar significa atuar em conformidade com os preceitos legais, que
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fixam os objetivos a serem perseguidos pelo administrador público, bem como
a forma com que serão buscados. Ainda que se trate de atividade
discricionária, onde a lei concede ao administrador uma margem de escolha,
esta deverá estar em conformidade com a finalidade explícita ou implícita da
lei. Nesse sentido, entende Marçal (2009).
“a atividade administrativa é um conjunto de ações dirigidas à
satisfação de necessidades coletivas e à promoção dos direitos
fundamentais que se desenvolve sob a égide da lei”.
1.4- Poder Discricionário
O ato discricionário é aquele que, editado sob a lei que confere ao
administrador liberdade parra agir diante de situações concretas, se utiliza de
um juízo de conveniência e oportunidade. Esse juízo de valores deve ser
exercido dentro dos limites da lei e de forma que melhor atenda ao interesse
público. Por buscar o interesse da coletividade, não se admite ato
administrativo que não persiga o interesse público. A finalidade é elemento
vinculado de todo ato administrativo, seja ele discricionário ou regrado, sendo
nulo o ato administrativo que desvie a sua finalidade. Portanto, os meios
devem justificar o fim, para qual a lei foi editada.
1.5- Poder Vinculado
Tem-se por, poder vinculada a definição, nas regras que pautam a
atuação da Administração Pública, de um único comportamento possível
diante de determinado caso concreto. Com efeito, no ato administrativo
vinculado, o administrador não tem liberdade para decidir quanto à atuação, ou
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mesmo quanto à forma de atuação. A lei previamente estabelece um único
comportamento possível a ser tomado pelo administrador no caso concreto;
não podendo haver juízo de valores. O administrador não poderá analisar a
conveniência e a oportunidade do ato. A lei regulou o ato de tal forma que não
deixou espaço para a discricionariedade. Assim se posiciona a Hely Lopes
Meirelles, (2006).
“nesses atos, a norma legal condiciona sua expedição aos
dados constantes no seu texto”. Daí se dizer que tais atos são
vinculados ou regrados, significando que, na prática, o agente
público fica inteiramente preso ao enunciado da lei, em todas
as suas especificações. Nessa categoria de atos
administrativos a liberdade de ação do administrador é mínima,
pois terá que se ater à enumeração minuciosa do Direito
Positivo para realizá-los eficazmente. Deixando de atender a
qualquer dado expresso na lei, o ato é nulo, por desvinculado
de seu tipo-padrão.
O Princípio da legalidade impõe que o agente público observe,
fielmente, todos os requisitos expressos na lei como da
essência do ato vinculado. “O seu poder administrativo
restringe-se, em tais casos, ao de praticar o ato, mas de
praticá-lo com todas as minúcias especificadas na lei.”
e continua Hely Lopes Meirelles, (2006).
“Omitindo-as ou diversificando-as na sua substância, nos
motivos, na finalidade, no tempo, na forma ou no modo
indicados, o ato é invalido, e assim pode ser reconhecido pela
própria Administração ou pelo Judiciário, se o requerer o
interessado”.
Portanto, no caso de ato vinculado, o administrador fica limitado, ao
regulamentar o dispositivo legal a atender todo o conteúdo da lei, sob pena de
invalidar o seu ato.
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1.6- Poderes de Regulamentar
O poder de regulamentar foi conferido ao Presidente da República, pela
Constituição Federal (Art. 84, IV), mas que só poderá se exercido para dar fiel
cumprimento a lei. Assim, nos ensina a lição de Cretella Junior.
Para (Cretella Junior, 2005).
“O poder regulamentar é o fundamento do regulamento”. É a
faculdade que compete a certas autoridades administrativas de
editar medidas de caráter geral, impessoal, sempre a partir de
uma regra jurídica legislativa preexistente. O abuso do poder
regulamentar é a invasão da competência do Poder Legislativo
por parte da autoridade administrativa que, exorbitando de uma
faculdade limitada que lhe foi conferida, procurar criar,
modificar ou procurar exceções à proibição, ordenar o que a lei
não ordena. “É inconstitucional o regulamento que amplia, cria,
restringe, modifica direitos, deveres, ações ou pretensões”.
Portanto, o regulamento não pode infringir o dispositivo legal, ou seja, o
Poder Normativo não pode ser exercido contra legem. Ficando o ato sujeito ao
controle do legislativo e do judiciário, assim prevê a Constituição Brasileira (CF,
art.49, V).
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CAPÍTULO II
ESTUDO DE CASO
O CASO CONCRETO. LEI 3953/61.
Passo, agora, a análise do caso concreto propriamente dito e tendo
como base todo o exposto sobre a Administração Pública em seu poder
discricionário atribuída ao administrador, pela função pública que o mesmo
exerce.
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O alvo do caso concreto a se analisado, teve o seu início em 1961, com
a edição da lei nº3953 de 1961, que assegura aos taifeiros da Marinha e da
Aeronáutica a promoção até a graduação de Suboficial.
Apesar da lei se referir aos Taifeiros da Marinha e da Aeronáutica, o
presente estudo só analisou e focou a questão do Desvio de Finalidade ou
desvio de Poder no que se refere aos Taifeiros da Aeronáutica, mesmo
porque, a Marinha deu fiel cumprimento ao dispositivo legal. O que fortalece a
análise do referido caso, já que a mesma lei trata de dois quadros de taifeiros
idênticos, porém em duas Forças Armadas distintas, não podendo ser este o
motivo para regulamentar de forma desigual os Militares do Quadro de
Taifeiros da Aeronáutica.
2.1 - Legislação
O PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, no exercício do cargo de PRESIDENTE da REPÚBLICA, Faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Fica assegurado aos taifeiros da Marinha e da Aeronáutica o acesso até a graduação de suboficial, com vencimentos e vantagens relativas à referida graduação.
§ 1º A seleção, habilitação, aperfeiçoamento e acesso, serão fetuados de acordo com a regulamentação existente para os demais quadros, respeitada as condições inerentes à especialidade.
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§ 2º Os atuais taifeiros da Aeronáutica estão isentos do curso de especialização, ficando obrigados, todavia, ao preenchimento dos demais requisitos previstos no parágrafo anterior.
Art. 2º O Poder Executivo, por intermédio dos Ministérios da Marinha e da Aeronáutica, regulamentará, dentro do prazo de 90 (noventa)dias a presente lei.
]Art. 3º Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Brasília, em 2 de setembro de 1961; 140º da Independência e 73º da República.
RANIERI MAZZILLI Sylvio Heck Gabriel Grün Moss
Publicação:
• Coleção de Leis do Brasil - 1961, Página 65 (Publicação)
• Diário Oficial da União - Seção 1 - 06/09/1961, Página 8129 (Publicação)
A lei nº3953/61 trouxe, no seu bojo, a determinação de que deveria ser
regulamentado pelo, então, Ministério da Aeronáutica, no prazo de noventa
(90) dias. A lei tem como finalidade reestruturar o Quadro de Taifeiros da
Aeronáutica (QTA), que pela legislação anterior só tinha a carreira prevista até
a graduação, final, de Taifeiro-Mor (TM), o que equivale, na hierarquia militar, a
graduação de Cabo (CB). Tendo, sua carreira iniciada na graduação de
Taifeiro de 2ªClasse e após um determinado interstício, sendo promovido á
Taifeiro de 1ªClasse, obtendo duas promoções em trinta anos de carreira. Mas,
o Deputado Federal Cesar Prieto, entendendo e em sua justificativa no Projeto
de Lei nº2. 113 de 1960, (convertido na lei 3953/61) que o Art.2º e 3º do
Decreto nº9698, de 02 de Setembro de 1956 (Estatuto dos Militares da época)
deveriam, os Taifeiros, ter no respectivo Quadro, acesso até a graduação
correspondente a Suboficial.
Justificativa, projeto de lei nº2113, de1960:
Tem o presente projeto o escopo de regularizar a situação dos Taifeiros da Marinha de Guerra e da Aeronáutica, em face o Estatuto dos Militares, Poá pelo próprio espírito do Decreto nº 9.698de 2-9-1956, que lhe deu vigência, deveriam os Taifeiros ter, no
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respectivo quadro, acesso até graduação correspondente a suboficial.
O Art.2º do Estatuto estabelece: são militares os brasileiros incorporados nas Forças Armadas; o Art. 3º preceitua: os membros das Forças Armadas não constituem casta social, mas formam uma classe una e individual de servidores da Pátria denominada a classe dos militares: ainda, no Art.6º estatue: a hierarquia nas Forças Armadas é acessível a todos os brasileiros. “Atualmente, os Taifeiros, embora sejam indubitavelmente militares do Corpo do Pessoal Subalterno, só tem acesso até a graduação de taifeiro mor, correspondente a cabo, o que constitui flagrante contradição ao Estatuto”.
Sala das Sessões, em 27 de julho de 1960. - Cesar Prieto.
Portanto, fica explicito que a vontade do Legislador, sem dúvida alguma,
que a finalidade da lei, é reestruturação do Quadro de Taifeiros da
Aeronáutica. Assim, a Administração Pública usando da faculdade de
regulamentar, foram editada os decretos nº363 e 364, ambos, publicados (DO)
em 15/12/61, que dá uma nova redação ao Regulamento do Corpo do Pessoal
Subalterno da Aeronáutica.
2.2 – Da regulamentação
Decreto nº363, de 15 de Dezembro de 1961, modifica o Regulamento
para o Corpo do Pessoal Subalterno da Aeronáutica.
Art. 1º - Parágrafo 3º do Art. 4.
O Regulamento para o Corpo do Pessoal Subalterno da Aeronáutica, aprovado pelo decreto nº 8.401, de 16 de dezembro de 1941, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Parágrafo 3º - são graus de hierarquia militar para o quadro de Taifeiros:”
I - Suboficial - Supervisor de Taifa - SO – STA;
II - Primeiro Sargento - supervisor de Taifa – 1S –STA;
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III - Segundo Sargento - Supervisor da Taifa – 2S– STA;
IV - Terceiro Sargento - supervisor de Taifa – 3S – STA;
V - Taifeiro Mor – TM;
VI - Taifeiro de 1ª Classe - T1 e
VII - Taifeiro de 2ª Classe - T2.
Art. 2º O presente decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Assim, o decreto regulamentou de forma a reestrutura o Quadro, antes
só se tinha no circulo de Taifeiros as graduações de Taifeiros de 2ª classe
(T2), Taifeiros de 1ª classe (T1) e Taifeiros Mor (TM), com decreto nº 363/61,
agruparam-se as graduações de 3º sargento, 2º Sargento, 1º Sargento e a de
Suboficial no Quadro de Taifeiros. Portanto o QTA passa a ter no seu circulo
hierárquico, como inicio de carreira a graduação de Taifeiro de 2ª classe (T2) e
final de carreira a graduação de Suboficial (SO). Percebendo, assim, o decreto
a vontade do legislador, que ao verificar a discriminação e a injustiça sofrida
pelos militares do QTA, que para ascender a maior graduação do circulo
levavam mais de 20 anos, concorrendo a duas promoções, e encerravam a
carreira como Taifeiro-Mor, com 30 anos de efetivo serviço. Enquanto os
militares do Quadro de Suboficial e Sargento tinham cinco promoções e
encerravam a carreira com Suboficial.
2.3 – O desvio no caso concreto
Quanto ao decreto nº 364, nele a Administração Pública já da os indícios
de que trilhará em direção do Desvio de Finalidade. Já no Art. 1º, quando se
refere a Formação dos Terceiro Sargentos Supervisores de Taifa, quando
deveria se referir a Formação do Quadro de Taifeiros , que o decreto nº363
reestruturou de Taifeiro de 2ªclasse a Suboficial. Tendo, como base, o curso
de Formação, após a conclusão, com aproveitamento, dar acesso a primeira
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graduação do circulo militar. No caso do QTA, a graduação de Taifeiro de
2ºclasse (T2), conforme a nova reestruturação dada pelo decreto anterior.
DECRETO Nº 364, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1961.
Regula a formação de Suboficiais e Sargentos
Supervisores de Taifa da Aeronáutica.
O PRESIDENTE DO CONSELHO DE MINISTROS, usando das atribuições que lhe confere o Art. 18, inciso III, do Ato Adicional à Constituição Federal,
DECRETA: Art. 1º A formação dos Terceiros Sargentos Supervisores de Taifa ficará a cargo da Escola de Especialistas de Aeronáutica e far-se-á de acordo com instruções baixadas pelo Ministro da Aeronáutica.
Art. 2º De acordo com parágrafo 2º do Artigo 1º da Lei nº 3.953, de 2 de setembro de 1961, os atuais Taifeiros da Aeronáutica serão dispensados da Instrução Especializada que será ministrada na Escola de Especialistas de Aeronáutica, ficando no entanto, obrigados ao preenchimento dos demais requisitos previstos para a formação do Sargento na Força Aérea Brasileira.
Art. 3º O acesso a Suboficial Supervisor de Taifa será assegurado aos Primeiros Sargentos Supervisores de Taifa possuidores do Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS), também ministrado na Escola de Especialistas de Aeronáutica.
Art. 4º Aos Suboficiais e Sargentos Supervisores de Taifa aplica-se a legislação que rege os demais Suboficiais e Sargentos do Corpo do Pessoal Subalterno da Aeronáutica, respeitadas as condições inerentes à especialidade.
Art. 5º Os casos omissos serão resolvidos pelo Ministro da Aeronáutica.
Art. 6º O presente decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Brasília, em 15 de dezembro de 1961; 140º da Independência e 73º da República.
TANCREDO NEVES
Clóvis M. Travassos
A Constituição da época. Constituição dos Estados Unidos do Brasil-
1946, que vigorou até a promulgação da Constituição de 1967, no Art. 91, II,
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previam o poder discricionário do Ministro de Estado para regulamentar à
execução das leis:
Art. 91- Além das atribuições que a lei fixar, compete aos Ministros de Estado. II - expedir instruções para a boa execução das leis, decretos e regulamentos;
Mas, o Desvio de Finalidade fica caracterizado com a edição da portaria
nº1. 213-GM3, do Ministro da Aeronáutica, que aprovou as instruções para o
funcionamento do Curso de Formação de Sargentos Supervisores de Taifa.
Portaria nº1. 213-GM3:
O Ministro de Estado dos Negócios da Aeronáutica resolve: Tendo em vista a proposta do Estado Maior da Aeronáutica: 1- Aprova as instruções para o funcionamento do curso de formação de Sargento Supervisores de Taifa, que com esta baixa. 2- determinar que a fixação de vagas para o curso de formação de Sargentos Supervisores se Taifa, em 1962, seja feita até 15 de Dezembro de 1961. Major-Brigadeiro-do-Ar, Clóvis Monteiro Travassos, Ministro da Aeronáutica. Instruções para o funcionamento do curso de formação de Sargento Supervisores de Taifa.
I-Generalidades.
1. O curso de formação de Sargento Supervisores
de Taifa do Corpo do Pessoal Subalterno da Aeronáutica funcionara em anexo a Escola de Especialista da Aeronáutica, à qual fica diretamente subordinado.
II - Matricula.
1. Para matricula no curso de formação de
Sargento Supervisores de Taifa, o candidato deverá satisfazer às seguintes condições:
1. Ser Taifeiro-Mor; 2. Requerer matrícula ao Comandante da
Escola Especialista da Aeronáutica dentro do prazo estabelecido;
3. Estar classificado no “Bom comportamento”;
4. Ter conceito favorável do Comandante da Organização a que pertence, quanto
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à eficiência do seu trabalho na subespecialidade;
5. Ter sido considerado apto em inspeção de saúde;
6. Ter sido considerado apto em exame psicotécnico;
7. Ter sido aprovado em exame de suficiência;
8. Estar dentro do numero de vagas fixadas para o curso, obedecida a ordem de classificação intelectual, obtida no exame de suficiência.
2. O exame de suficiência constará de provas escrita de Português, de Matemática e História e de Geografia do Brasil, de nível previsto para a admissão ao 1º ano ginasial.
3. O Ministro da Aeronáutica fixará, até 30 de Setembro do ano anterior ao da matrícula, o numero de vagas para o curso, mediante proposta do Estado Maior da Aeronáutica.
4. A matrícula dos candidatos no curso é feita pelo Comandante da Escolha de Especialista da Aeronáutica.
5. O candidato matriculado que não se apresentar ao curso, por qualquer motivo, na data fixada para o inicio dos trabalhos escolares, terá sua matrícula cancelada, só podendo obter nova matrícula na época própria e após satisfazer a todas condições do item 1deste capitulo.
6. O Ministro da Aeronáutica baixará,
oportunamente, instruções para admissão ao curso mediante proposta da Diretoria de Ensino encaminhada por intermédio do ESTADO Maior da Aeronáutica.
III- Instrução.
1. O currículo do curso será organizado pela Escola de Especialistas da Aeronáutica e aprovado pela Diretoria de Ensino, ouvida a Diretoria de Intendência da Aeronáutica. Constará do mesmo a matéria necessária a habilitar os alunos, após conclusão do Curso, a satisfazer os Padrões de eficiência estabelecidos pelo Estado-Maior da Aeronáutica para Sargento Supervisor de Taifa.
2. O Curso terá a duração correspondente a duas séries letivas da Escola da Aeronáutica.
3. Serão promovidos à graduação de Terceiro – Sargento Supervisor de Taifa, por ato do Comandante da Escola de Especialista da Aeronáutica.
4. IV- Disposições Finais
1. O curso reger-se-á no que for aplicável, pelos dispositivos Regulamentos da Escola de
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Especialista da Aeronáutica, conforme o seguinte:
1. Para efeito do regime escolar, de acordo com o Título III, da Segunda Parte.
2. Quanto aos direitos de aluno, conforme, os Arts. 275e 276;
3. Para efeito de exclusão dos alunos, na forma estabelecida no Art.277:
2. Será classificado na Escola de Especialista da Aeronáutica, até a data de rematrícula, o aluno que for excluído do Curso e tiver direito a gozar uma série letiva de tolerância, desde que a isso se tenha habilitado.
3. O aluno excluído do Curso será mandado apresentar à Diretoria do pessoal da Aeronáutica para efeito de classificação, desde que não esteja habilitado a rematrícula.
4. Durante a realização do curso, o aluno não terá a sua situação militar modificada, permanecendo com a mesma graduação e com a mesma subespecialidade que possuía por ocasião da matrícula.
Diário Oficial de 22 de Dezembro de 1961. A portaria nº 1.213GM3, quando determina no, item II- da matricula, a condição
para matricular no Curso de formação de Sargento de Taifa, ser Taifeiro Mor
simplesmente, a Administração da Aeronáutica, deixou de dar “boa execução a
lei” prevista no dispositivo constitucional. Portanto com uma portaria, desviou a
finalidade da lei, que é a reestruturação do QTA, o que foi prontamente
atendido pelo decreto nº363. Ministério da Aeronáutica edita juntamente com
a portaria nº1. 213/GM3, a portaria nº1. 214/GM3, que regula o numero de
vagas de acordo com a sua necessidade de militares, nas respectivas
especialidades de Taifa.
Portaria nº1. 214/GM3:
1- Fixar, para efeito de promoção, os efetivos de Suboficiais e de Sargentos do Quadro de Taifeiros do Corpo do pessoal Subalterno da Aeronáutica, constante do Quadro abaixo. SO-STA--------------------------------------------3 1S-STA--------------------------------------------6 2S-STA--------------------------------------------12 3S-STA--------------------------------------------24 TOTAL--------------------------------------------45 2- Determinar, de conformidade com o §2º, b do item II, do Art.2º, do regulamento do Corpo do Pessoal Subalterno da Aeronáutica que:
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a) Nas graduações de Terceiro Sargento a Suboficial, o Quadro de Supervisores de Taifa não terá subespecialidades: b) Nas graduações de Taifeiro de 2ªclasse, Taifeiro de 1ªclasse e Taifeiro-Mor, o Quadro de Taifeiro compreenderá as subespecialidade de Arrumador (AR) e de Cozinheiro (CO) ficando em extinção, a partir desta data as subespecialidades de TA- AF, TA-BA e TA-AS. Major-brigadeiro-do-Ar Clovis Monteiro Travassos, Ministro da Aeronáutica.
A portaria, que fixa o numero de vagas para efeito de promoção no QTA,
modifica todos os esforços do legislador, que é a de reestruturação, ou seja,
agrupar todas as graduações em um único circulo hierárquico. Portanto,
dando novo ordenamento ao dispositivo o qual deveria dar fiel execução.
Vejamos a lição de Cretella Junior, relação ao Poder regulamentar:
“Poder regulamentar é a faculdade que tem o
Executivo, para tornar mais inteligível a regra jurídica
legal, de editar outras regras jurídicas que facilitem a
aplicação das leis, fazendo com que sejam fielmente
executadas. É uma faculdade concedida ao Chefe do
Executivo da União, através do expresso texto legal, e
aos Chefes dos Executivos dos vários Estados-
membros, que também podem expedir regulamentos.”
Continua Cretella Junior:
“Poder regulamentar é o fundamento do regulamento. É
a faculdade que compete a certas autoridades
administrativas de editar medidas de caráter geral,
impessoal, sempre a partir de uma regra jurídica
legislativa preexistente. O abuso de poder regulamentar
é a invasão da competência do Poder Legislativo por
parte da autoridade administrativa que, exorbitando de
uma faculdade limitada que lhe foi concedida, procurar
criar, modificar ou procurar exceções à proibição,
ordenar o que a lei não ordena. É inconstitucional o
regulamento que amplia, cria, restringe, modifica
direitos, deveres, ações ou pretensões.”
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A portaria claramente divide no nº2, “a e b”, o Quadro de Taifeiros, em dois: o
primeiro com as graduações superiores de 3º Sargento, 2º Sargento, 1º
Sargento e Suboficiais; no segundo as graduações de Taifeiro de 2ªclasse,
Taifeiro de 1ªclasse e Taifeiro Mor, ou seja, modificando o direito dos
administrados militares e a vontade explicita do Dep. Federal Cesar Pietro que
era ter no respectivo Quadro de Taifeiros as graduações superiores até a de
Suboficiais como deixou, de forma contundente, na justificativa, do então
projeto de Lei. Daí em, diante, a Administração Pública editou vários Decretos,
s titulo de regulamentar, que se sucederá com o mesmo envies de desvio de
finalidade, ate ao ano de 2000.
2.4 – Trinta e nove anos de legislação
Ao longo dos anos, mais precisamente de 1961 a 2000, foram vários
decretos editados pela Administração Pública, que mantiveram a mesma linha
para de alguma forma impedir a finalidade para o qual a lei foi criada, ou seja,
a reestruturação do QTA em um único quadro, com ascensão final de carreira,
pelos Taifeiros, a graduação de Suboficial.
A Administração Pública, depois da lei nº 3953/61 ficou 10(dez) anos
sem se pronunciar a respeito da ascensão dos militares do QTA, as
graduações superiores (3S, 2S, 1S e SO) conforme determinava o dispositivo
legal, configurando, a omissão da administração, como ingrediente a mais em
sua ilegalidade. Em 1969, através do Decreto- Lei nº1.029, foi baixado o
Estatuto dos Militares, que não se fez menção a existência do QTA, no
dispositivo que se refere ao circulo de militares que integram a Força:
29
Art.16- Decreto- Lei nº1. 029,
Art. 16. Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência entre os militares da mesma categoria e têm a finalidade de desenvolver o espírito de camaradagem, em ambiente de estima e confiança, sem prejuízo do respeito mútuo. Os militares das Forças Armadas pertencem aos círculos de: a) oficiais-generais; b) oficiais superiores; c) oficiais intermediários; d) oficiais subalternos, guardas-marinha e aspirantes a oficial; e) aspirantes cadetes e alunos de estabelecimentos de formação de oficiais da ativa e da reserva, de escola preparatória e de colégio naval; f) suboficiais subtenentes e sargentos; g) cabos e demais praça.
Mas, em 1971 foi editado o decreto nº68951/71, modificando o Estatuto dos
Militares e que corrigi, inserindo o QTA no circulo hierárquico dos militares.
Porem, mantendo o Quadro com as mesmas graduações, T2, T1 e TM, sem
ascensão as graduações prevista no decretonº363.
Art. 2º O CPGAER compreende os seguintes ramos e quadros de pessoal combatente e dos serviços: II - SERVIÇOS B) Ramo de Taifa: a) Quadro de Taifeiros (QTA) Da Incorporação Art. 11. É incorporado como Taifeiro de Segunda-Classe o voluntário para servir no Ramo de Taifa, que, além de satisfazer as condições para a incorporação, como voluntário, possua habilitação para o desempenho das funções de uma das especialidades do quadro de Taifeiros.
Este, decreto faz, ainda, no tocante as promoções mais uma menção aos
Sargentos pertencentes a especialidade de Supervisor de Taifa;
Art.22 e §9º,
Art. 22. As vagas abertas de suboficial ou Sargentos serão preenchidas pelos Sargentos de graduação imediatamente inferior, por um dos princípios previstos neste Regulamento independentemente de quadro ou especialidade, respeitada a antigüidade na Turma de Formação.
30
§ 9º Para os Terceiros-Sargentos, a contagem do tempo de graduação terá início na data de promoção por conclusão de curso de formação, da Escola de Especialistas e de Aeronáutica ou de curso de Formação, excetuando-se os das especialidades de Música e de Supervisor de Taifa, cujo início será a partir da promoção por aprovação em concurso.
Ao fazer a leitura do Art.22, e §9º, a impressão que dar é que existe um Quadro, onde abriga as graduações superiores, correspondente QTA, nos moldes do que preconiza as Portarias nº1. 213 e nº1. 214, ambas de 1961. Entretanto, até 1971, ou seja, 10(dez) anos após a Lei, a Administração Pública (Ministério da Aeronáutica) não editou nenhuma instrução para de fato instituir o Curso de Formação, para que os Taifeiros pudessem, então, ascender a tais graduações superiores.
Em 1984, com o decreto nº 89.394 de 21/02, do mesmo ano, o Ministério da Aeronáutica editou novo Regulamento para o Corpo do Pessoal Graduado da Aeronáutica.
RCPGAER- Ingresso nos Quadros e Especialidades
Art. 8º - O ingresso no QSS é feito, por grupamento de quadro, após o término, com aproveitamento, do Curso de Formação de Sargentos ou aprovação em concurso especial estabelecido pelo Ministro da Aeronáutica; no QTA, mediante aprovação em exame de suficiência; no QCB, por promoção, após o Curso de Formação de Cabos (CFC) ou aprovação em exame de suficiência, e no QSD, mediante incorporação para o serviço militar inicial.
Quadro de Suboficiais e Sargentos (QSS)
Art. 17 - O Quadro de Suboficiais e Sargentos é constituído dos seguintes grupamentos:
a) -Básico - (BAS) b) -Música - (MUS) c) -Supervisor de Taifa - (STA) d) –Voluntário Especial - (VTE)
§ 1º - A inclusão no Grupamento Supervisor de Taifa se processa dentre os candidatos recrutados nas graduações de Taifeiro-Mor.
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Quadro de Taifeiros (QTA)
Art. 26 - No QTA, as praças têm a denominação genérica de "Taifeiro" e são classificadas, para fins de habilitação especializada, em níveis de conhecimento profissional com as seguintes correspondências:
Taifeiro-Mor: nível- 3 (três) Taifeiro de 1ª Classe nível- 2 (dois) Taifeiro de 2ª Classe nível- 1 (um)
§ 1º São candidatos militares, para ingresso no QTA, os Cabos e Soldados, independentemente de limite de idade. Art. 97 - Os atuais Sargentos Músicos e Supervisores de Taifa compõem, respectivamente, o Grupamento Música e o Grupamento Supervisor de Taifa do QSS.
Ao longo de trinta (30) anos, além dos já citados, outros, sem relevância,
para o caso, por não conter modificações, foram editados pela Administração
Pública, tais com os Decretos 80.096, de Agosto de 1977, nº 87.791, de
Novembro de 1982, nº 88481, de 04 de Julho de 1983, todos (RECPGAER).
Dentre esses o decreto nº 89.394, de 1984, regulamentador, não trouxe
modificações para o QTA, mas manteve o que já existia, a divisão do QTA em
dois grupos distintos, um fazendo parte do QSS e o outro com as graduações
de T2, T1, e TM. Assim, como os outros, de forma sucessiva, este foi revogado
pelo Decreto nº92. 522, de 24 de Abril de 1986, que no seu Art. 21, §§1º e 2º,
determina como será feita a inclusão no grupamento de Supervisor de Taifa,
que se processa entre candidatos recrutados na graduação de Taifeiro-Mor,
mediante aprovação em concurso.
Art.18:
Quadro de Suboficiais e Sargentos (QSS) Art. 18. O Quadro de Suboficiais e Sargentos é constituído dos seguintes grupamentos: a - Básico - (BAS); b - Música - (MUS); c - Supervisor de Taifa - (STA); d - Voluntário Especial - (VTE).
Art. 21,§§1º e 2º:
Art. 21. As inclusões ou incorporações nos Grupamentos Música, Supervisor de Taifa e Voluntário Especial se efetuam por classificação nos concursos especiais, em função do grau atribuído e como previsto em instruções próprias.
32
§ 1º A inclusão no Grupamento Supervisor de Taifa se processa dentre os candidatos recrutados na graduação de Taifeiro-Mor e que satisfaçam os requisitos previstos na letra "c" do artigo 62 deste Regulamento.
§ 2º As inclusões ou incorporações nos Grupamentos Música e Voluntário Especial são deferidas pelo prazo inicial de 2 (dois) anos às praças e civis em dia com as suas obrigações militares, aprovados em concurso, satisfeitas as demais condições exigidas.
Porém, em seu Art. 34, §§1º e 2º, que fixa as graduações que compõem o
QTA: T2, T1, e TM. Tendo, como candidatos os soldados e civis do Ministério
da Aeronáutica.
Art. 34, §§1º e 2º.
§ 1º Poderão concorrer ao ingresso no QTA os soldados do Ministério da Aeronáutica, dentro de um limite de idade de até 26 (vinte e seis) anos.
§ 2º Podem concorrer os candidatos civis, reservistas de 1a categoria, que não contem mais de 22 (vinte e dois) anos de idade, referidos à data prevista para o ato de inclusão, exceção feita aos servidores civis do Ministério da Aeronáutica, em atividade, cujos limites poderão ser dilatados de um ano para cada ano de efetivo serviço, até o máximo de 7 (sete) anos.
O decreto no Art.18 integra as graduações (3S, 2S, 1S e SO) do
Grupamento Supervisor de Taifa, com especialidade do QSS. Até aqui todas
as legislações, dita regulamentadoras, mantiveram a mesma linha do Desvio
de Finalidade ou Desvio de Poder iniciada pelas Portarias nº1. 213 e 1.214.
No ano de 1988, a véspera da promulgação da nova Constituição do
Brasil e motivados pelos Direitos nela contemplados, principalmente, os
Direitos Individuais, os militares do Quadro de Taifeiros vão ao judiciário, em
busca do reconhecimento dos seus direitos, com base n lei nº 3953/61. Tendo,
sido autuado o Primeiro processo na Justiça Federal do Rio de Janeiro, em 22
33
de Setembro de 1988, (Proc. nº 8800234518-5ºVF) dias depois (05/10/1988)
era promulgada, pela Assembleia Constituinte, a Constituição.
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E
COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça a direito;
A partir da CF/88, boa parte dos Taifeiros (Inativos e militares
estabilizados) acionou na justiça a mesma causa. Assim, aumentando a
demanda de ações contra a União (Ministério da Aeronáutica), o que, na
época, em função do Regime Autoritarista, pelo qual o País passava e por
condicionamento imposto pela hierarquia e disciplina, não os permitia o acesso
a justiça. Nesse mesmo ano, em 23 de Dezembro, o Ministério da Aeronáutica
editou o Aviso 012/GM3, que determina a Diretoria de Pessoal da Aeronáutica
a imediata promoção a 3S STA, de todos os Taifeiros amparados pelo §2º do
Art. 1º, da Lei nº 3953/61, independente de vaga existentes.
Solicitar ao Exmo. Senhor Comandante- Geral do Pessoal as seguintes providências:
1-determinar à DIRAP a promoção imediata a 3S STA de todos os Taifeiros amparados pelo
§ 2o do artigo 1o da Lei nº 3.953/61, independentemente de vagas existentes.
34
Mas, o aviso 012/GM3, não teve eficácia, pois o alto escalão da
administração, militar da Aeronáutica, não seguiu os seus ditames, dando nova
interpretação, quando de sua execução. Porém, foi usado como comprobatório
junto ao judiciário, para contestar prescrição do direito do QTA, em busca do
reconhecimento do acesso até a graduação de Suboficial.
No começo do Ano de 1989, em 29 de Janeiro, foi publicada, no Diário
Oficial da União, a Instrução para o Curso Especial de Seleção a Graduação
de Terceiro Sargento Supervisor de TAIFA, sendo que dois itens dessa
instrução caracteriza o Óbice por parte da administração publica (Ministério da
Aeronáutica) para que os Militares do QTA não alcançassem as Graduações
Superiores as de 3S, 2S, 1S e Suboficial.
Art. 2º Nº 3;
1- Ser Taifeiro- Mor Estabilizado 3- Ter menos de quarenta anos, referidos á data do concurso.
A pesquisa constatou que o Militar do QTA era promovido a Graduação
seguinte, ou seja, de T2 á T1 e T1 à TM, em media, (Anexo), entre 10 a 12
anos na Graduação anterior. Portanto, a instrução impede, de fato, o acesso
as Graduações de 3S, 2S, 1S e SO, nos dois casos, é uma questão,
puramente, matemática, já que o Militar deve ser Taifeiro-Mor estabilizado:
neste caso, como todo o Taifeiros-Mor era estabilizado, já que os candidatos
por previsão do Art. 34 do, §§1º e 2º, têm no mínimo de 22 anos de serviço e a
estabilidade se alcança com dez anos de efetivo serviço. No 2º caso, “ter
menos de 40 anos”. Seria impossível, não ter 40 anos, na graduação de
Taifeiro-Mor. Tendo, em vista, que por previsão legal do Art. 34, parágrafos 1º
e 2º do decreto º 92, 577/86, determinam a idade limite de 26 anos para
soldado e 22 anos para civil para ingressarem no QTA sendo, assim, a
instrução e no mínimo contraditória e ao mesmo tempo impeditiva.
O aviso, no item Nº 4, também determinou que à DIRAP procedesse a
revisão dos processos de transferência para reserva remunerada e reforma
dos taifeiros amparados pela lei Nº 3953/61. O que efetivamente não
aconteceu. A instrução que tem o aparente objetivo de dar acesso ao Taifeiros-
35
Mor, as graduações de 3º Sargento Supervisor de Taifa e revisar a os
processos de reserva, reformados e pensionistas simplesmente, não foi
efetivada, ou melhor, deixou de se dar cumprimento ao aviso ministerial. Vale
apena transcrever a lição de Di Pietro citando Cretella Junior, quando se refere
a dificuldade de comprovação do Desvio de Finalidade ou Desvio de Poder,
expondo os indícios que podem indicar o desvio. (Di Pietro Pag.242/243).
“A grande dificuldade com relação ao desvio de poder é a sua
comprovação, pois o agente não declara a sua verdadeira
intenção; ele procura oculta-la para produzir a enganosa
impressão de que o ato é legal”. Por isso mesmo, o desvio de
poder comprova- se por meio de indícios; são os “sintomas” a
que se refere Cretella Junior (1977: 209-210).
a) A motivação insuficiente,
b) A motivação contraditória,
c) A irracionalidade do procedimento, acompanhada da
edição do ato,
d) A contradição do ato com as resultantes dos atos,
e) A camuflagem dos fatos,
f) A inadequação entre os motivos e os efeitos,
g) excesso de motivação.
Mais uma vez fica caracterizado o Desvio pela Autoridade militar, no
sentido, de forma velada, a não permitir o acesso dos Taifeiros às graduações
superiores tão almejadas no dispositivo legal. Já em 23 de julho de 1993, é
editado novo (RECPGAER) que coloca o QTA, em extinção e reestruturado em
dois grupamentos.
Art. 2°-
Art. 2° O Corpo do Pessoal Graduado da Aeronáutica é integrado pelos seguintes quadros: I - de Suboficiais e Sargentos (QSS); II - de Cabos (QCB); III - de Soldados (QSD).
Art. 39. 0 Quadro de Taifeiros (QTA) é colocado em extinção e reestruturado em dois grupamentos, a saber: I - de Supervisores de Taifa;
36
II - de Taifeiros.
O Decreto de 1993 continua, no seu Art. 40 e 41, fixa quais graduações
que integram cada grupamento.
Art. 40. O Grupamento de Supervisores de Taifa é integrado por Suboficiais (SO), Primeiros-Sargentos (1S), Segundos-Sargentos (2S) e Terceiros-Sargentos (3S).
Art. 41. O Grupamento de Taifeiros é integrado por Taifeiros-Móres (TM), Taifeiros-de-Primeira-Classe (T1) e Taifeiros-de-Segunda-Classe (T2).
É uma constante o sentido adverso dado para regulamentar a lei
3952/61. O decreto determina, ainda, que o acesso ao grupamento de
supervisor de taifa, se daria através de concurso especial, tendo no
grupamento de Taifeiro seus candidatos recrutados. Porém, oferecendo aos
militares do grupamento do QTA, a possibilidade de se candidatar-se as vagas
de subsistência, no grupamento de cabos (QCB), o que no mínimo incoerente,
simplesmente, porque o QCB não tenha direito a estabilidade o QTA, sim. O
QTA tem uma lei que assegura o acesso até a graduação de suboficial,
enquanto o QCB não é militar de carreira.
37
CAPITULO III
RECONHECIMENTO DO DESVIO DE FINALIDADE
DECRETO Nº3690/2000
Depois de trinta e nove anos, é editado decreto Nº 3690, de dezenove
de dezembro de 2000 (RECPGAER), que da ao dispositivo legal uma
regulamentação dentro do que era previsto na lei nº3953/61 e de acordo com a
vontade do legislador, colocando os grupamentos de Supervisores de Taifa e
de Taifeiro em extinção. Portanto, reestruturando e agrupando as graduações
dos grupamentos de Supervisor de Taifa e do Grupamento de Taifeiro em um
único circulo hierárquico.
Art. 10, I, II - Dec.nº3690/2000;
Art. 10. Os Quadros do CPGAER são integrados por praças das seguintes graduações:
I - o QSS por Suboficiais (SO), Primeiros-Sargentos (1S), Segundos-Sargentos (2S) e Terceiros-Sargentos (3S);
II - o QTA por Suboficiais (SO), Primeiros-Sargentos (1S), Segundos-Sargentos (2S), Terceiros-Sargentos (3S), Taifeiros-Mor (TM), Taifeiros-de-Primeira-Classe (T1) e Taifeiros-de-Segunda-Classe (T2);
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Determinando, ainda, no Art. 12, §1º, que o ingresso, ou seja, o
concurso para o QTA se dará na graduação de Taifeiro de 2º classe que é a
graduação inicial para circulo do novo QTA.
Portanto, este decreto regulamenta a forma, pela qual terá os militares e
civis, acesso ao QTA, ou seja, esses candidatos se submeterão ao concurso,
que sendo aprovado dará acesso curso de taifeiros e cursarão na graduação
de taifeiros de 2º classe e ao termino do curso, com aproveitamento, galgarão
todas as promoções que compõem o QTA. Sendo, que para a Promoção a
suboficial é obrigatória, o curso de aperfeiçoamento de sargento (CAS), o que
não se confunde com concurso, tendo, em vista, que o CAS é um curso
oferecido, pelo Comando da Aeronáutica, ao 1º Sargento de acordo com a
Tuma e sua antiguidade na mesma. O decreto 3690/2000, prevê exatamente o
que esta no escopo do decreto nº 363 e 364, de 1961 e que teve, pelas
portarias 1213 e 1214, seu propósito desviado daquele para o qual foi criada, a
fiel execução da Lei nº3953/61. O referido decreto foi mais além, em suas
disposições finais, promovendo de acordo com o Art.44, §§ 1º e 2º, o Taifeiros-
Mor à terceiro sargento (3S), o Taifeiro de 1º classe à Taifeiro-Mor e o Taifeiro
de 2ºClasse à Taifeiro de 1º classe, ou seja, os atuais Taifeiros do ano de
2000, e por analogia, equivale dizer o mesmo que os atuais Taifeiros de
1961, o qual se refere o §2º do Art.1º da 3953/61.
Art. 44, §§ 1º e 2º, Dec.nº3690/2000;
Art. 44. Os atuais Taifeiros-de-Segunda-Classe (T2), Taifeiros-de-Primeira-Classe (T1) e Taifeiros-Mor (TM), de todas as especialidades, serão colocados automaticamente, pela DIRAP, no novo Quadro (QTA), obedecidas as condições estabelecidas neste Regulamento. § 1o Após a transposição para o QTA, os Taifeiros que tenham quatorze anos ou mais de serviço como Taifeiro serão promovidos à graduação de Terceiro-Sargento, obedecidas as condições estabelecidas neste Regulamento e no REPROGAER. § 2o Após a transposição para o QTA, os Taifeiros que tenham, no mínimo, sete e menos de quatorze anos de serviço como Taifeiro serão promovidos à graduação de Taifeiro-Mor, obedecidas as condições estabelecidas neste Regulamento e no REPROGAER.
39
Porém, o decreto, após uma detalhada analise, deixou dois pontos
obscuros: O primeiro que não mencionou sobre a situação dos militares da
reserva remunerada, reformados ou casos de pensionistas de militares do
QTA. O segundo foi que promoveu os taifeiros da ativa, porém, não
determinou quais os interstícios que valeriam para as promoções superiores
que integram o novo QTA, ou seja, as graduações de 2S, 1S, e Suboficial.
O Comando da Aeronáutica, no que diz respeito às promoções dos
militares da ativa, editou a portaria nº586/GC1, de 26 de julho de 2001, fixado
os interstícios para as graduações do QTA.
Port. Nº 586/GC1/2001- Art. 1º:
Art.1º Fixa os interstícios para fins de ingresso em Quadro de Acesso, nas diversas graduações do Quadro de Taifeiros (QTA), conforme se segue: I – Taifeiro-de-Primeira classe (T1) após concluir o CFT; II – Taifeiro-Mor (TM) sete anos como T1; III – Terceiro-Sargento-Taifeiro (3S) quatro anos como TM; IV - Segundo-Sargento-Taifeiro (2S) quatro anos como 3S; V – Primeiro-Sargento-Taifeiro (1S) quatro anos como 2S; e VI – Suboficial-Taifeiro (SO) quatro anos como 1S.
A portaria, além de fixar os interstícios para as graduações superiores do QTA,
também ratificou o que estava previsto no Art.11, §1º, do decreto nº3690/2000.
§ 1o O ingresso no QTA será, quando da matrícula no Curso de Formação de Taifeiros, na graduação de Taifeiro-de-Segunda-Classe.
Art.2º, Port.586/GC1/2001: Art.2º O Curso de Formação de Taifeiro (CFT) é realizado na graduação de Taifeiro-de-Classe (T2).
Assim, é desfeito o desvio provocado pela portaria nº1213, que obrigava o
Taifeiro-Mor submete-se ao concurso para ascender à graduação de Terceiro-
Sargento, o que se caracterizava um óbice à previsão legal. Todas essas
modificações ocorreram na gestão, do então, Comandante da Aeronáutica,
Ten-Brig-do-ar Carlos de Almeida Batista, com a devida publicação, da
Portaria, no D.O.U. Nº 151-E, de 08 de Agosto de 2001.
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Em Janeiro de 2003, muda o Comandante da Aeronáutica, assumindo o
cargo o Tem-Brig-do-Ar Luiz Carlos da Silva Bueno, que em seguida revoga a
Port. Nº586/GC1/2001, através da Portaria Reservada nº 46/GC1, de 10 de
Fevereiro, de 2003, fixando os interstícios para todas as graduações do QTA,
em 7(sete) anos.
Port. R-46/GC1/2003:
Art. 1º Fixa os interstícios, para fins de ingresso em Quadro de Acesso, nas diversas graduações do Quadro de Taifeiros (QTA), conforme se segue: I - Taifeiro-de-primeira classe (T1), após concluir o curso de formação de taifeiro (CFT) II - Taifeiro-Mor (TM); sete anos com T1; III - Terceiro -Sargento (3STF), sete anos como TM; IV - Segundo-Sargento (2S TF), sete anos como 3S TF; V - Primeiro-sargento (1S TF), sete anos como 2S TF; VI - Suboficial Taifeiro (SO TF), sete anos como 1S TF. Art. 5º - Revoga-se a Portaria nº 586/GC1, de 26 de julho de 2001.
O Comandante da Aeronáutica, coma citada portaria, contrariou a Lei
nº3953/61, o Dec. Nº3690/2000, como também, o próprio Estatuto dos
Militares, que prevê no seu Art.59 (Lei nº6880/1980) que o fluxo de carreira do
militar deverá ser regular e equilibrada. Desviando a finalidade para qual o
decreto nº3690/2000, foi criado, ou seja, regulamentar de forma a reestruturar
o Quadro de Taifeiros ate a graduação de Suboficial.
Art. 1º Os incisos VII, do artigo 61, e I, do artigo 98, da Lei nº 6.880, de 9
de dezembro de 1980, passam a vigorar com a seguinte redação:
"Art.61. g) Na Aeronáutica, para as praças. Suboficial, 54 anos; Primeiro-Sargento e Taifeiro-Mor 52 anos; Segundo-Sargento e Taifeiro-de-Primeira-Classe; Terceiro-Sargento, 50 anos e Cabo e Taifeiro-de-Segunda-Classe 48 anos.
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Porém, os militares do QTA ficam por força da portaria impedidos de ascender
até a graduação de Suboficial. Tendo, em vista, o limite de idade para
permanência no serviço ativo (compulsória), prevista na Lei nº7. 503, de 02 de
Julho, de 1986. Dando como exemplo um militar que ingressa com 20(vinte)
anos de idade, no QTA, e ao final do curso é promovido à Taifeiro-de-Primeira-
Classe e após sete anos à Taifeiro-Mor aos 27 anos; sete (7) anos depois, aos
34 anos à Terceiro-Sargento; mais sete (7) aos 41anos à Segundo-Sargento;
mais sete (7) aos 48 anos à Primeiro-Sargento; mais sete (7) aos 55 anos à
Suboficial, promoção esta que não ocorrerá por força da compulsória de
Primeiro-Sargento que ocorre aos 52 anos de idade. Por esse motivo muitos
militares do QTA requereram através de requerimento administrativo a
reconsideração da portaria reservada. Vejamos a competente lição de
Bandeira de Mello:
Princípio da publicidade
“... consagra-se nisto o dever administrativo de manter
plena transparência em seus comportamentos. Não
pode haver em um Estado Democrático de Direito, no
qual o poder reside no povo (art.1º, parágrafo único, da
Constituição), ocultamento aos administrados dos
assuntos que a todos interessam e muito menos em
relação aos sujeitos individualmente afetados pó
alguma medida.”
Em um desses requerimentos, o Exmo. Sr. Diretor do Centro Técnico
Aeroespacial solicitou um parecer à sua Assessoria Jurídica, sobre os efeitos
da Port. R-46/GC1/2003, afim de encaminhá-lo ao Comandante da
Aeronáutica. Tendo, assim, se posicionado, no parecer, o Procurador Federal
José Carlos de Almeida Souza:
Parecer: nº 34/ASJ/03
“... Resta induvidoso, portanto, que a mencionada
regulamentação precisa ser revista, para evitar o
desconforto de a Administração se ver na contingência
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de ter de sustentar o insustentável no judiciário, com os
naturais desgastes e prejuízos decorrentes de
equívocos dessa proporção. Revogação pura e simples
da Portaria R-46/GC1/2003, seria suficiente, ao meu
sentir, para a pronta regularização dessa situação...”.
O Comandante da Aeronáutica manteve pelo poder de suas platinas,
nos ombros, até o final de sua gestão. Enquanto, isso, os militares do QTA
faziam todo tipo de pressão junto aos Dep. Federais e os Senadores para na
tentativa de sensibilizar o Executivo dar uma solução administrativa ao caso.
Mais uma vez, com a mudança de Comandante da Força Aérea.
Assume em Janeiro de 2007, o Ten-Brig-do-Ar. Juniti Saito, que sofrendo com
as pressões da Câmara e o Senado Federal edita a Portaria Nº 513/GC1, de
02 de agosto de 2007.
Portaria Nº 513/GC1:
Art. 1º Fixar, para fins de ingresso em Quadro de Acesso, nas diferentes Graduações do Quadro de Taifeiros da Aeronáutica (QTA) do Corpo do Pessoal Graduado da Aeronáutica os seguintes interstícios: Primeiro - Sargento 7 anos; Segundo - Sargento 7 anos; Terceiro - Sargento 7 anos; Taifeiro - Mor 4 anos e Taifeiro – de - Primeira- Classe 5 anos. Art. 2º O Curso de Formação de Taifeiros (CFT) é realizado na Graduação de Taifeiro – de - Segunda-Classe (T2).
Portaria diminui os interstícios nas graduações de T1 e TM, mas no
computo total baixa de 35 para 30 anos de efetivo serviço para se alcançar a
graduação de Suboficial. Entretanto, a portaria só ameniza, mas não modifica
a continuada a situação do Desvio de Finalidade ou Abuso de Poder por parte
do COMAER.
Dois anos depois, agora também, pressionado pelo Chefe do Executivo
o Comandante da Aeronáutica edita uma nova Portaria a nº 960/GC1, de 05 de
Outubro de 2009, que da a tão esperada, por parte dos QTA, regulamentação
da Lei nº 3953/61.
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Portaria nº 960/GC1
Fixa interstícios para as Graduações do Quadro de Taifeiros da Aeronáutica.
O COMANDANTE DA AERONAUTICA, de acordo com o previsto no Art. 19 da Lei Complementar n 97, de 9 de junho de 1999; o disposto no Art. 56 do Regulamento de Promoções de Graduados da Aeronáutica (REPROGAER), aprovado pelo Decreto n 881, de 23 de julho de 1993, e o que consta do Processo n 67400.006694/2009-01, resolve: Art. 1 Fixar, para fins de ingresso em Quadro de Acesso, nas diversas Graduações do Quadro de Taifeiros da Aeronáutica (QTA) do Corpo do Pessoal Graduado da Aeronáutica, os seguintes interstícios: Primeiro-Sargento, 7 anos; Segundo-Sargento, 7 anos; Terceiro-Sargento, 7 anos; Taifeiro-Mor 1 ano e Taifeiros-de-Primeira-Classe 3 anos.
A portaria fixa os interstícios para o QTA, de forma a permitir a
ascensão às graduações superiores, gradual e equilibrada, assim, como prevê
o Estatuto dos Militares, com também o Art. 10, II do Dec.nº 3690/2000,
reestruturando o Quadro de Taifeiros na forma perseguida pela a Lei nº
3953/61. Contudo, ainda, restou a Administração Pública manifestar- se sobre
os Taifeiros da Inatividade, reformada, pensionista bem como os Taifeiros da
Ativa, pós a referida portaria regulava os interstícios para os novos taifeiros do
QTA. Mas, em 28 de Dezembro de 2009, foi sancionada pelo Presidente da
República a Lei nº 12.158/2009.
3.1- Lei. nº 12.158/2009
Lei nº 12.158/2009:
Art. 1o Aos militares oriundos do Quadro de Taifeiros da Aeronáutica - QTA, na reserva remunerada, reformados ou no serviço ativo, cujo ingresso no referido Quadro se deu até 31 de dezembro de 1992, é assegurado, na inatividade, o acesso às graduações superiores na forma desta Lei.
§ 1o O acesso às graduações superiores àquela em que ocorreu ou venha a ocorrer a inatividade dar-se-á conforme os requisitos constantes desta Lei e respectivo regulamento e será sempre limitado à última graduação do QTA, a de Suboficial.
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§ 2o O acesso às graduações superiores, nos termos desta Lei, adotará critérios tais como a data de praça do militar, a data de promoção à graduação inicial do QTA, a data de inclusão do militar no QTA, a data de ingresso na inatividade e o fato motivador do ingresso na inatividade, conforme paradigmas a serem definidos em regulamento.
Art. 2o A promoção às graduações superiores, limitada à graduação de Suboficial, e aos proventos correspondentes observará pelo menos um dos seguintes requisitos:
I - que a transferência para a reserva remunerada tenha se dado ou venha a se dar a pedido, depois de cumprido tempo mínimo de serviço determinado em legislação específica;
II - que a inatividade tenha sobrevindo ou venha a sobrevir pelo alcance da idade limite para a permanência no serviço ativo;
III - que a inatividade tenha sobrevindo ou venha a sobrevir em face de aplicação da quota compulsória; ou
IV - que a despeito de não cumprir o tempo mínimo de serviço determinado em legislação específica para requerer a transferência para a reserva remunerada, a inatividade tenha sobrevindo em face de incapacidade definitiva para o serviço ativo.
Art. 3o O direito à promoção às graduações superiores previsto nesta Lei não abrange os militares oriundos do QTA que tenham ingressado na inatividade em data anterior à publicação da Lei no 3.953, de 2 de setembro de 1961, ou que tiveram as pensões militares instituídas anteriormente à data de publicação daquela Lei.
Art. 4o Desde que atendam ao art. 1o e a um dos requisitos estabelecidos nos incisos de I a IV do art. 2o e tendo o tempo mínimo de serviço determinado em legislação específica para a transferência para a reserva remunerada, também farão jus ao acesso a graduações superiores, até a graduação de Suboficial:
I - os militares falecidos na inatividade, instituidores de pensão militar e oriundos do QTA; e
II - os militares falecidos quando em atividade, instituidores de pensão militar e oriundos do QTA.
Art. 5o Os militares que atendam a uma das condições estabelecidas nos incisos de I a IV do art. 2o, bem como os beneficiários de pensão militar cujos instituidores preencham as condições dispostas no art. 3o, somente farão jus ao benefício previsto nesta Lei após a assinatura de termo de acordo, que importará:
I - a expressa concordância do militar ou do pensionista com a forma, prazos, montantes e limites de valores definidos nesta Lei;
II - a desistência de processo judicial em curso, em qualquer instância, e sua consequente extinção, assim como de seus eventuais recursos;
III - a renúncia ao direito de pleitear, na via administrativa ou judicial, quaisquer valores ou
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vantagens decorrentes da mesma revisão prevista nesta Lei, salvo em caso de comprovado erro material;
IV - a renúncia aos honorários advocatícios e à restituição de custas.
§ 1o Havendo ação judicial em curso, o advogado do militar ou pensionista deverá manifestar a renúncia ao recebimento de honorários ou, alternativamente, o militar ou pensionista deverá manifestar concordância com o desconto direto nos valores de remuneração ou de proventos de eventuais quantias despendidas pela União.
§ 2o Compete ao interessado requerer ao juiz da causa a desistência da ação, nos termos do inciso V do art. 269 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, e juntar ao termo de acordo a homologação judicial da desistência.
§ 3o Ocorrendo pagamento concomitante ou em duplicidade de valores referentes ao acordo previsto nesta Lei, fica a União autorizada a reaver a respectiva importância administrativamente por meio de desconto direto na remuneração ou nos proventos.
§ 4o Na hipótese de o militar ou beneficiário de pensão ocultar a existência de ação judicial, as restituições de que tratam os §§ 1o e 3o serão realizadas acrescidas de multa de 20% (vinte por cento).
§ 5o A concessão do benefício previsto nesta Lei fica condicionada à aprovação da autorização específica e prévia dotação constantes do Anexo V do Projeto de Lei no 46, de 2009, do Congresso Nacional - Proposta Orçamentária para 2010.
Art. 6o O acesso às graduações superiores, até a graduação de Suboficial, será efetivado, mediante requerimento administrativo do interessado, por ato da autoridade competente do Comando da Aeronáutica, após verificação do atendimento das condições exigidas.
§ 1o Os inativos e pensionistas abrangidos por esta Lei terão o prazo limite de 2 (dois) anos, contado da publicação do seu regulamento, para apresentação dos requerimentos administrativos referidos no caput.
§ 2o Os militares em atividade abrangidos por esta Lei terão o prazo limite de 90 (noventa) dias, contado da publicação do ato de desligamento de serviço ativo, para apresentação dos requerimentos administrativos referidos no caput.
Art. 7o O disposto nesta Lei não implica interrupção, suspensão, renúncia ou reabertura de prazo prescricional.
Parágrafo único. Os arts. 191 e 202 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, não se aplicam à matéria de que trata esta Lei.
Art. 8o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos financeiros a partir de 1o de julho de 2010.
Brasília, 28 de dezembro de 2009; 188o da
Independência e 121o da República.
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LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Nelson Jobim Paulo Bernardo Silva
A referida Lei traz no escopo o acesso até a graduação de Suboficial
para todos os Taifeiros, que não tenha ingressado na inatividade em data
anterior à publicação da Lei no 3.953, de 2 de setembro de 1961,e ingressado
no QTA até 31 de Dezembro de 1992, Porém, para os militares da ativa, se faz
necessário, o ingresso na inatividade, para obter a promoção às graduações
superiores, tudo em conformidade com o decreto regulamenta nº 7.188/2010.
Com a exceção do fato da exigência de ingressar na inatividade para a
obtenção das promoções as graduações superiores, o dispositivo nada mais é
do que a fiel regulamentação da lei nº3953/61.
3.2 - Decreto nº 7.188/2010.
Art. 5o O acesso às graduações superiores, previsto no art. 1o deste Decreto, dar-se-á de acordo com o tempo de permanência do militar como integrante do QTA, obedecendo aos seguintes parâmetros temporais:
I - até três anos como integrante do QTA, o militar terá direito ao acesso à graduação de Taifeiro-Mor (TM);
II - de quatro até oito anos como integrante do QTA, o militar terá direito ao acesso à graduação de Terceiro-Sargento (3S);
III - de nove até treze anos como integrante do QTA, o militar terá direito ao acesso à graduação de Segundo-Sargento (2S);
IV - de quatorze até vinte anos como integrante do QTA, o militar terá direito ao acesso à graduação de Primeiro-Sargento (1S); e
V - com vinte e um anos como integrante do QTA, o militar terá direito ao acesso à graduação de Suboficial (SO).
Com a edição da lei Nº12. 158/2009 e o Dec. Nº7. 188/2010, a
Administração Pública, dar fim, após 49 (quarenta e nove) anos de Desvio de
Finalidade, cometido pela Administração Militar, conforme apurado no estudo,
e aqui demonstrado. Apesar do tardio o reconhecimento do erro cometido.
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Porém, é prerrogativa da Administração a revogação de seus próprios atos.
Assim ensina Cretella Junior, 2001.
“Regra geral, o ato administrativo e o fato administrativo
danoso revertem-se de ilegalidade, ou são eivados de
abuso de poder, cabendo, nesses casos, à
Administração, motu próprio, com base no princípio da
autotutela, ou mediante provocação do interessado, na
via administrativa, até a exaustão, o restabelecimento
do equilíbrio violado. Ou então, a volta ao império. Cabe
ao Poder Judiciário, por meio da provocação do
controle jurisdicional Administração, suscitada pelo
interessado.”
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CONCLUSÃO
A pesar de já existirem instrumentos que impõem limites nos exercícios
da administração pública, os mesmos não demonstram eficácia,
principalmente, no que diz respeito do ato discricionário da autoridade militar,
no que tange a regulamentação de dispositivo de lei onde seu ato discricionário
é vinculado à finalidade para qual a mesma fora criada.
O presente estudo demonstrou a necessidade de se buscar um novo
método de limites, específicos, de controle do poder de regulamentar da
autoridade militar, visando a não permitir o Desvio de Finalidade ou Abuso de
Poder da autoridade militar que provocam danos irreparáveis a seus
administrados (subordinados militares), bem como prejuízo ao erário publico
com indenizações judiciais, advindos de tais atos discricionários, no qual a
autoridade militar impõe, por força da patente ostentada, a sua vontade
subjetiva, ao invés de seguir o objetivo e a finalidade contida na lei.
Portanto, tais limites de controle devem ser feito por um órgão
independente, autônomo, que a pesar de observar as especificidades da vida
militar, as proposta de legislação, oriundas dos Comandos militares deve se
submetida a uma avaliação previa, antes de seguir ao legislativo, para a
verificação, de tais atos, se está alinhado com o texto original da lei e no caso
de decreto do executivo, um órgão correspondente sem influência dos
Comandos Militares, só, então, teria validade. Com isso, evitaria muitos erros e
também prejuízos para ambas as partes e diminuindo, assim, o grande numero
de ações no judiciário por militares motivados por atos discricionário
desvirtuados do Agente Público Militar.
49
BIBLIOGRÁFIA
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 4ª ed.
Rio de Janeiro: Forense, 2009.
CRETELLA JUNIOR, José. Manual de Direito Administrativo. 7º ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2005.
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DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23º ed. São Paulo:
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MARÇAL, Justen Filho. Curso de Direito Administrativo. 4ª ed. Revista
Atualizada, 2009.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 32º ed, São Paulo:
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MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Discricionariedade e Controle
Jurisdicional. 2º ed. São Paulo: Malheiros, 2003.
50
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 21º ed.
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face da teoria do desvio de poder. Jus Navigandi, Teresina, ano 10, n. 1164,
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=8886>. Acesso em: 10 março.
2012, 16h15min:
51
INDICE
FOLHA DE ROSTO
02
AGRADECIMENTO
03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO
05
METODOLOGIA DE PESQUISA 06
SUMÁRIO
07
INTRODUÇAO 08
PROBLEMATIZAÇÃO 09
OBJETIVOS 09
DELIMITAÇÃO 10
CAPITULO I 11
Revisão Literária 11
Dados Históricos 11
1.1 - Atividades Administrativas e Submissão a Lei 12
1.2- Princípios da Administração 13
1.3 - Princípios da Legalidade 14
1.4 - Poder Discricionário 15
1.5 - Poder Vinculado 16
1.6 - Poder Regulamentar 17
CAPITULO II 19
52
ESTUDO DE CASO 19
Caso Concreto, Lei nº3953/61 19
2.1 – Legislação 20
2.2 - Da Regulamentação 22
2.3 - Desvio de Finalidade 23
2.4 - Trinta e Nove Anos De Legislação 29
CAPITULO III 38
Reconhecimento do Desvio de Finalidade (motu próprio) 38
Decreto nº3690/2000 38
3-1 Lei nº12158/2009 44
3-2 Decretonº7188/2010 47
CONCLUSÃO 49
BIBLIOGRÁFIA 50
INDICE 52