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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
INCLUSÃO SIMBÓLICA:
INCLUSÃO X EXCLUSÃO
Por: Cláudia Freitas Rodrigues
Orientador
Professora Mary Sue
Rio de Janeiro
2004
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
INCLUSÃO SIMBÓLICA:
INCLUSÃO X EXCLUSÃO
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como condição prévia para
a conclusão do Curso de Pós-Graduação
“Lato Sensu” em Educação Inclusiva .
Por:. Cláudia Freitas Rodrigues
3
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela saúde e força dada para enfrentar com
persistência todas as dificuldades encontradas pela vida
tanto pessoal como profissional.
Aos meus “Robertos” (marido e filho), pelo amor, pela
compreensão e incentivo, respeitando os momentos de
ausência.
A minha irmã Rita que foi o meu maior e primeiro
apoio para esta jornada.
A minha mãe Shirley, que sempre dedicou amor ,
respeito e incentivo durante minha caminhada, a meu
pai Riomar que mesmo há tão pouco tempo ausente,
sempre esteve e está torcendo pela minha vitória.
As minhas amigas: Ana Leite, Ana Regina, Geovana,
Márcia e Rosâne que juntas nesta jornada sempre
incentivaram para o início de mais uma caminhada.
A Professora orientadora Mary Sue que nos conduziu
tão bem para a conclusão desta árdua tarefa.
4
DEDICATÓRIA
Aos meus “Robertos” (marido e filho), aos
meus pais Riomar e Shirley, a minha irmã Rita
que de uma certa forma transformaram minha
vida e sempre estiveram presentes em todos os
momentos e que eu tenho muito orgulho de
amá-los.
5
RESUMO
Apesar dos grandes avanços e da atuação de muitos no sentido de promover a
inclusão, ainda estamos longe de chegar efetivamente a uma escola de qualidade para todos.
O processo não é nada fácil, pois trata-se de um, desafio que se renova no dia-a-dia
da sala de aula.
Educar na realidade não pode significar discriminar socialmente, excluir. Por mais
complexo e difícil que possa parecer o trabalho a ser realizado com cada aluno, sempre
haverá um caminho, algo a ser desenvolvido mas, é preciso acreditar nisso.
Incluir é respeitar as diferenças e dificuldades e apoiar capacidades de qualquer
aluno. Faz-se necessário, também, para um aprofundamento dessas práticas para uma maior
eficácia das mesmas, um trabalho de sensibilização do corpo docente, discente e
funcionários da rede de ensino, acrescido de um programa de capacitação e aprimoramento
profissional.
Enfocaremos o alunado da educação especial, a educação inclusiva, as adaptações
curriculares de grande e pequeno porte e a garantia por lei para uma educação de qualidade.
6
METODOLOGIA
Nesta pesquisa é abordado uma questão que consideramos fundamental, a
Inclusão Simbólica, voltada para a questão da verdadeira inclusão ou uma inclusão
exclusiva.
A presente pesquisa foi elaborada através de coletas de dados, utilizando
referências bibliográficas por meio de livros, revistas, jornais, internet e entrevistas com
alguns professores.
Através da utilização de vários livros, foram realizadas leituras, onde pudemos
observar as opiniões de vários autores sobre um mesmo assunto.
Alguns periódicos foram utilizados, onde várias reportagens apresentavam
diferentes abordagens, esclarecendo alguns aspectos que muito contribuíram para esta
obra.
A pesquisa realizada foi de grande importância para podermos perceber como a
inclusão está realmente sendo desenvolvida, onde cada indivíduo tem a chance de ser e
estar presente na escola.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
08
CAPÍTULO I - Alunado da Educação Especial
11
CAPÍTULO II - Inclusão X Exclusão
18
CAPÍTULO III - Adaptações Curriculares
23
CAPÍTULO IV - Incluir é Lei
29
CONCLUSÃO
37
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
59
ANEXOS
38
ÍNDICE
61
FOLHA DE AVALIAÇÃO
63
8
INTRODUÇÃO
A presente monografia objetiva analisar a questão da inclusão dos portadores de
necessidades especiais no espaço escolar, um assunto, que consideramos relevante em
educação.
Existe uma preocupação muito grande com a qualidade da inclusão que está
sendo proporcionada aos nossos alunos. Na realidade o que ocorre atualmente, é apenas
uma inclusão exclusiva, onde os alunos com necessidades educacionais especiais se
encontram em turmas regulares e não são atendidos de acordo com as suas
necessidades.
É consenso entre os diversos teóricos envolvidos no estudo da deficiência, nas
mais diversas perspectivas, que a pessoa portadora de deficiência pode desenvolver o
seu potencial e, todo indivíduo dentro de um processo ensino-aprendizagem, tem a
condição de integrar-se emocionalmente, contribuindo de alguma forma para o meio em
que vive.
É preciso preparar a escola para incluir nela o aluno especial, e não o contrário.
As escolas devem encarar a inclusão dos alunos com necessidades educacionais
especiais como um grande desafio, garantindo a eles o acesso aos conteúdos básicos que
a escolarização deve proporcionar, realizando uma reestruturação de todo seu sistema
educacional. Há a necessidade de se fazer adaptações necessárias, e o correto
treinamento de seus professores e funcionários, a fim de se evitar o risco de uma
discriminação.
Sensibilizando, assim, os indivíduos que se apegam a crenças e
atitudes ultrapassadas.
É somente através do trabalho de pessoas comprometidas que podemos lidar
com o desafio que é a inclusão e, para que também a inclusão não seja excludente, faz-
9se necessário que o aluno ao ser colocado em uma sala de aula regular, tenha antes um
preparo adequado para um bom aproveitamento.
A Educação Especial vem assumindo, a cada ano, uma grande importância no
Sistema Educacional, considerando as crescentes transformações da sociedade para um
processo de renovação em busca da democracia.
Faz-se necessário uma política educacional de qualidade, em que todos os alunos
recebam um atendimento específico, voltado para suas necessidades individuais de
aprendizagem.
Para que a educação seja realizada, devem ser feitas adaptações curriculares
adequadas nos objetivos, nos conteúdos, nas metodologias e nas avaliações. Tais
adequações curriculares envolvem alterações no planejamento, desenvolvimento e
avaliação das atividades de sala de aula.
As propostas pedagógicas para estes alunos devem ser discutidas por todos os
elementos do colégio, devendo caminhar juntos para poder alcançar com sucesso seus
objetivos.
Se cada escola puder realizar estas adaptações, sem dúvida alguma as chances de
se ter uma educação inclusiva de qualidade seria muito maior. Se forem realizadas
adaptações quanto aos conteúdos, os alunos não terão necessidade de aprender o
conteúdo total de todas as disciplinas e sim, uma seleção feita pelo professor, onde
selecionará os conteúdos fundamentais, reduzindo-os se necessário. As adaptações em
relação aos objetivos devem ser definidos, para que os mesmos sejam alcançados e
definidos quais os objetivos mínimos a serem alcançados e quais deverão ser
individualizados, as metodologias também devem sofrer algumas adaptações, o
professor deve ser facilitador da aprendizagem, utilizando materiais e recursos sempre
que necessário, e, finalmente as adaptações em relação às avaliações devem ser
contínuas e permanentes.
10Embora atualmente a inclusão seja muito discutida, seja de preocupação de
todos, a pessoa com necessidades educacionais especiais tem este direito assegurado por
lei.
A legislação brasileira, nas últimas décadas, vem refletindo os avanços
educacionais, a partir da regulamentação da Educação Inclusiva., é atualmente
obrigatório que as escolas públicas abram suas portas para , sem qualquer distinção no
que se refere à raça, religião ou condição física.
11
CAPÍTULO I
ALUNADO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL [...] A alma dos diferentes é feita de luz
além. Sua estrela tem moradas
deslumbrantes que eles guardam para os
poucos capazes de os sentir e entender.
Nessas moradas estão tesouros da ternura
humana. [...]
Artur da Távola
12
ALUNADO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Por muito tempo a “medicalização do fracasso escolar” encaminhou para a
Educação Especial uma população de alunos oriundos do ensino regular, que
apresentava desempenho abaixo do esperado pela escola. Segundo Collares e
Moysés, (1996) a medicalização de uma questão consiste na busca de causas e
soluções médicas, a nível organicista e individual, para problemas de origem
eminentemente social. As autoras comentam que este processo ocorre na educação
quando, frente às altas taxas do fracasso escolar, tenta-se localizá-lo na própria
criança, explicando-o através de doenças, isentando-se de responsabilidades a
Instituição Escolar e o Sistema Social.
Baseando-se na Política de Educação Especial, o alunado da Educação Especial
é definido como:
“Aquele que, por apresentar necessidades próprias e diferentes dos
demais alunos no domínio das aprendizagens curriculares correspondentes
à sua idade, requer recursos pedagógicos e metodologias educacionais
específicas. Genericamente chamados de portadores de necessidades
educacionais especiais, classificam-se em portadores de deficiência (mental,
visual, auditiva, física, múltiplas), portadores de condutas típicas
(problemas de condutas) e portadores de altas habilidades (superdotados).”
(1994, p.13)
1.1.Indivíduos com Deficiência Mental
Define-se Deficiência Mental, pelos principais membros da Associação
Americana de Deficiência Mental (AAMD), segundo Mantoan (1997) é a mais
precisa. Segue a definição da AAMD.
“As crianças com desvios mentais apresentam um funcionamento
intelectual geral significativamente abaixo ou acima da média que coexiste
com falhas no comportamento adaptador e se manifesta durante o período
de desenvolvimento. O desvio acontece devido ao fato de as pessoas não
13satisfazerem padrões de independência e responsabilidade social esperados
pelo grupo etário e cultural.” (Mantoan, 1997, p.34)
Normalmente, afirma-se que a potencialidade cognitiva das crianças
classificadas como deficiente mental é consideravelmente mais lenta, se comparada
ao desempenho de seus companheiros da mesma idade, principalmente ao que se
refere à memória de fixação e evocação, bem como em relação à capacidade de
associar e classificar informações, raciocinar e fazer julgamento adequados.
Geralmente estão associadas limitações em pelo menos dois aspectos do
funcionamento adaptativo: comunicação, cuidados pessoais, competências
domésticas, habilidades sociais, utilização dos recursos comunitários, autonomia,
saúde, aptidões escolares, lazer e trabalho.
A identificação do aluno deficiente mental deve ser feita o mais cedo
possível. Os casos mais severos são detectados mais precocemente, observados pela
própria família. Os casos mais leves são comumente identificados quando a criança é
submetida à aprendizagem da leitura/escrita.
1.2.Indivíduos com Deficiência Visual
A Deficiência Visual é uma deficiência sensorial que se caracteriza pela
incapacidade total ou parcial de se utilizar o sentido da visão nas atividades normais
da vida e pela capacidade de superarem esta deficiência.
Os portadores de deficiência visual são classificados em dois grupos: os cegos
propriamente ditos e os portadores de visão reduzida ou subnormal, no primeiro
caso, o cego, sob o enfoque educacional, necessita do Sistema Braille como meio de
leitura e escrita, além de outros recursos didáticos e equipamentos especiais para a
educação. Os portadores de visão reduzida ou subnormal, do ponto de vista
educacional, possui resíduo visual que permite ao educando ler impressos à tinta,
14desde que empreguem recursos didáticos e equipamentos especiais, com a utilização
de óculos que facilmente corrigem algumas deficiências.
Tanto os alunos cegos como os alunos com visão reduzida podem e devem
estudar em turma regular, fazendo um acompanhamento com professor especializado
em sala de recursos, com atividades complementares, através de recursos instrucionais
das noções apresentadas pelo professor da turma regular.
Nos dias atuais, o Deficiente Visual tem possibilidades ampliadas de acesso à
educação formal e de trabalho, buscando escolha de profissões compatíveis com sua
deficiência. Facilitando assim a inclusão do Deficiente Visual ao mercado de trabalho,
tornando-se um ser produtivo e independente.
1.3.Indivíduos com Deficiência Auditiva
Caracterizam-se os indivíduos com Deficiência Auditiva pela diminuição da
capacidade de percepção normal dos sons, sendo considerado surdo o indivíduo cuja
audição não é funcional na vida comum, e hipoacúsico, aquele cuja audição, ainda que,
é funcional com ou sem o uso de próteses.
Os deficientes auditivos podem se comunicar através da língua de sinais
(LIBRAS) e da oralidade, muitos utilizam uma ou outra forma de comunicação e alguns
utilizam as duas, o que chamamos de comunicação total.
A dificuldade de audição pode ser tão profunda, que alguns deficientes auditivos
não conseguem entender os sons sem a utilização de um aparelho auditivo. Mas, existe
aqueles que a audição deficiente dificulta, porém não impossibilita o entendimento da
fala, com ou sem o uso do aparelho auditivo.
Como qualquer deficiência, quanto mais cedo for detectada melhor, será a
possibilidade educacional deste aluno.
15È freqüente que a professora da turma suspeite a deficiência. As principais
indicações são: excessiva distração, estar sempre “fora do ar”, constantes dores de
ouvido, dificuldade de compreensão, intensidade da voz, entre outras.
1.4.Indivíduos com Deficiência Física
A Deficiência Física é definida, atualmente, como uma desvantagem, resultante
de um comprometimento ou de uma incapacidade, que limita ou impede o desempenho
motor de determinada pessoa. Assim, são considerados portadores de Deficiência Física
os indivíduos que apresentam comprometimento da capacidade motora, nos padrões
considerados normais para a espécie humana. Tipos de Deficiência Física: lesão
cerebral (paralisia cerebral, hemiplegia); lesão medular (tetraplegias, paraplegias);
miopatias (distrofias musculares); patologias degenerativas do sistema nervoso central
(esclerose múltipla, esclerose lateral amiotróficas); lesões nervosas periféricas;
amputações; seqüelas de politraumatismos; malformações congênitas; distúrbios
posturais da coluna; seqüelas de patologias da coluna; distúrbios dolorosos da coluna
vertebral e das articulações dos membros; artropatias; reumatismos inflamatórios da
coluna e das articulações; lesões por esforços repetitivos (L.E.R.); seqüelas de
queimaduras.
1.5.Indivíduos com Múltiplas Deficiências
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, é a associação, no mesmo
indivíduo, de duas ou mais deficiências primárias (mental/visual/auditiva/física),
com comprometimentos que acarretam atrasos no desenvolvimento global e na
capacidade adaptativa. As principais necessidades educativas serão priorizadas e
desenvolvidas através das habilidades básicas, nos aspectos sociais, de auto-ajuda e de
comunicação.
Um dos maiores problemas do indivíduo com múltiplas deficiências é a
comunicação. Por comunicação entende-se todas as formas (gestos, sinais,
vocalizações, palavras, frases articuladas, etc), que levam o sujeito a se fazer
16entender em suas necessidades e desejos, desde os mais básicos até os mais
complexos, e da mesma forma, entender os grupos sociais a qual participa, Vygotsky
(1989).
O atendimento educacional à pessoa com Múltipla Deficiência deve ser
realizado por cuidadoso período que envolverá o diagnóstico e a orientação de uma
equipe multiprofissional.
1.6. Indivíduos com Condutas Típicas
Os Parâmetros Curriculares Nacionais caracterizam Condutas típicas como
“manifestações de comportamento típicas de portadores de síndromes e quadros
psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos que ocasionam atrasos no
desenvolvimento e prejuízos no relacionamento social, em grau que requeira
atendimento educacional especializado.”
De acordo com o Diagnostic and Statistical Manual for Mental Disordes
(DSM – IV, 1994), as condutas típicas referem-se a padrões persistentes e repetitivos
de comportamentos que violam os direitos de outros, atuando por um período de seis
meses, contra as normas apropriadas para a idade ou regras sociais.
As causas das condutas Típicas são variadas e, com freqüência, desconhecidas,
com poucas evidências dos fatos que a determinam.
Atualmente se reconhece que o professor pode dar uma ajuda significativa
para o aluno, uma vez que é com ele que o aluno passa muitas horas do seu dia. Os
tipos mais comuns encontrados nas escolas são: ansioso, imaturo, hiperativo, explosivo,
entre outros.
171.7.Indivíduos com Altas Habilidades
A Política Nacional de Educação especial (1994), conceitua:
“Notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos
seguintes aspectos isolados ou combinados: capacidade intelectual geral;
aptidão acadêmica especifica; pensamento criativo ou produtivo; capacidade
de liderança; talento especial para artes; capacidade psicomotora:”
Deve-se levar em conta que nem todos os alunos com Altas Habilidades
apresentam desempenho superior em todas as disciplinas do currículo que lhes é
oferecido.
Algumas características de alunos com Altas Habilidades:
- demonstra originalidade na expressão oral e escrita;
- dá respostas coerentes e originais;
- apresenta-se mais talento incomum para artes, música, dança, teatro, desenho
e outras expressões artísticas;
- dá soluções originais para os problemas;
- é observador;
- transfere aprendizagem com muita facilidade;
- prefere estar com crianças mais velhas.
18
CAPÍTULO II
INCLUSÃO X EXCLUSÃO Aonde não exista afeto de fato não há
relação humana possível e portanto não
haverá inclusão.
Marina Almeida
19
INCLUSÃO X EXCLUSÃO
A Inclusão, visa a escola e o sistema educacional no qual o aluno com
necessidades educacionais especiais está inserido, levando-se em consideração que não
é o aluno que se molda ou se adapta à escola, mas a escola consciente de sua função,
coloca-se a disposição do aluno.
Para que a inclusão seja feita, não se deve restringir apenas a colocar o aluno
dentro de uma escola regular e deixá-lo sem subsídios, para acompanhar as aulas e
assim, desenvolver o seu raciocínio. Uma inclusão desta forma é apenas uma inclusão
simbólica, ou melhor uma inclusão exclusiva.
O objetivo real da inclusão é garantir o acesso e a participação de todas as
crianças em todas as possibilidades de oportunidades oferecidas pela escola, impedindo
a segregação e o isolamento.
Inclusão e exclusão começam na sala de aula. Não importa o comprometimento
que um governo possa ter com relação à inclusão; são as experiências cotidianas das
crianças nas salas de aula que definem a qualidade de sua participação e a gama total de
experiências de aprendizagem oferecidas em uma escola. São importantes as interações
e as relações sociais que as crianças tem umas com as outras e com os membros da
comunidade escolar.
O processo de exclusão educacional inicia quando as crianças (independente se
portadoras de necessidades educacionais ou não) não entendem o que um professor está
dizendo ou o que se espera que elas façam.
As crianças que se sentem educacionalmente excluídas tem maior probabilidade
de se sentirem socialmente isoladas. Elas podem experimentar ainda não apenas a perda
de confiança em si próprias como estudantes, mas também como indivíduos.
202.1. Inclusão
No Sistema de Inclusão, todas crianças devem estar, necessariamente
matriculadas em escolar regulares que atendam às suas necessidades, a escola deve se
transformar para receber qualquer aluno, independente de suas diferenças.
Incluir é respeitar todas às diferenças e dificuldades e apoiar capacidades de
qualquer aluno. Ela é benéfica para toda a equipe da escola envolvida no processo (
professores, direção, funcionários).
A escola para ser considerada um espaço inclusivo, precisa deixar de ser uma
instituição burocrática, que apenas cumpra as normas estabelecidas por leis. Para tal,
deve transformar-se em um espaço de decisão, ajustando-se ao seu contexto real e
respondendo aos desafios apresentados.
O espaço escolar de hoje deve ser visto como espaço de todos e para todos sem
qualquer tipo de discriminação, esta nova escola implicará em alternativas que garantam
o acesso e a permanência de todas as crianças e adolescentes em seu interior.
É importante que a se abandonem os rótulos, as classificações, procurando levar
em conta as possibilidades e necessidades impostas pelas limitações que a deficiência
lhe traz.
Segundo Mantoan,
“As escolas inclusivas propõem um modo de se construir o sistema
educacional que considera as necessidades de todos os alunos e que é
estruturado em função dessas necessidades. A inclusão causa uma mudança na
perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar somente os alunos
apresentam dificuldades na escola, mas apóia a todos: professores, alunos,
pessoal administrativo, para que obtenham sucesso na corrente educativa
geral.” (Mantoan, 1997, p.121)
212.2. Benefícios da Inclusão
O desenvolvimento da consciência de cidadania não pode restringir-se à questão
de direitos e deveres das pessoas em geral, mas deve abranger as questões referentes aos
grupos excluídos ou rejeitados pela sociedade. A escola, enquanto agente que educa
crianças, jovens, adultos e idosos, precisa oferecer oportunidades para este tipo mais
abrangente de formação de cidadãos. Mais do que isso, a escola precisa oferecer
oportunidades de desenvolvimento de comportamento e atitudes baseados na
diversidade humana e nas diferenças individuais de seus alunos.
Quando os educandos dos mais diferentes estilos estudam juntos, podem se
beneficiar com os estímulos e modelos comportamentais uns com os outros. O ser
humano necessita passar por esse tipo de experiência para se desenvolver integralmente.
A convivência na diversidade humana pode enriquecer nossa existência
desenvolvendo, em variados graus, os diversos tipos de inteligência que cada um de nos
possui. O fato de cada pessoa interagir com tantas outras pessoas, todas diferentes entre
si em termos de atributos pessoais, necessidades, potencialidades, habilidades, é a base
para uma vida mais saudável, rica e feliz.
De uma certa forma, a criança não tem preconceito, para ela não existe diferença
entre a criança com necessidades especiais ou não, ela se adapta a qualquer situação, a
qualquer pessoa. Quanto mais cedo ela tiver contato e puder perceber que a criança com
necessidades especiais também gosta das mesmas coisas que ela, mais cedo haverá a
interação entre elas e, sem dúvida alguma haverá uma amizade e, principalmente um
respeito mútuo.
Segundo Cláudia Werneck,
“ Partindo da premissa de que quanto mais a criança interage
espontaneamente com situações diferenciadas mais ela adquirirá o genuíno
conhecimento, fica fácil entender por que a segregação não é prejudicial
apenas para um aluno com deficiência. A segregação prejudica a todos, porque
22impede que as crianças das escolas regulares tenham oportunidade de conhecer
a vida humana com todas as suas dimensões – e desafios. Sem bons desafios,
como evoluir?”
Baseando-se em relatório da ONU, todo mundo se beneficia da educação
inclusiva.Veja as vantagens:
⇒ Estudantes com deficiência:
- aprendem a gostar da diversidade;
- adquirem experiência direta com a variedade das capacidades
humanas ;
- demonstram crescente responsabilidade e melhor aprendizagem
através do trabalho em grupo, com outros deficientes ou não;
- ficam melhor preparados para a vida adulta em uma sociedade
diversificada;
- entendem que são diferentes, mas não inferiores.
⇒ Estudantes sem deficiência:
- têm acesso a uma gama bem mais ampla de papéis sociais;
- perdem o medo e o preconceito do que é diferente;
- desenvolvem a cooperação e a tolerância;
- adquirem grande senso de responsabilidade e melhoram o rendimento
escolar;
- são mais bem preparados para a vida adulta porque desde cedo
assimilam que as pessoas, as famílias e os espaços sociais não são
homogêneos e que as diferenças são enriquecedoras para o ser
humano;
(Citado por Ana Jover. Nova Escola pp. 8-17,1999).
23
CAPÍTULO III
ADAPTAÇÕES CURRICULARES Se o professor não é incluído, como pode
ajudar a promover a inclusão?
Pedro Demo
24
ADAPTAÇÕES CURRICULARES
A finalidade da educação é promover de forma intencional os desenvolvimentos
integrais do sujeito, sejam quais forem essas necessidades, ainda que devam relevar as
necessidades educacionais diversas e dar respostas diferenciadas não só aos alunos com
algum tipo de deficiência, mas a todos.
A permanência bem sucedida dos alunos com necessidades educacionais
especiais nas escolas depende de como a escola propicia o acesso de qualquer aluno e
cria estratégias diversificadas que contemplam as suas necessidades e potencialidades.
A adoção de um currículo aberto e propostas curriculares diversificadas
atendendo aos princípios de normalização, integração e individualização favorecem a
inclusão de todos.
“As adaptações curriculares constituem, pois, possibilidades
educacionais de atuar frente às dificuldades de aprendizagem dos alunos.
Pressupõem que se realize a adaptação do currículo regular, quando necessário,
para torná-lo apropriado às peculiaridades dos alunos com necessidades
especiais. Não um novo currículo, mas um currículo dinâmico, alterável, passível
de ampliações, para que atenda realmente a todos os educandos”.(PCN –1999).
Devemos como educadores nos preocupar com o que o nosso aluno deve
aprender, qual seria a melhor forma e momento para aprender, como e quando avaliar o
aluno.
As adaptações curriculares são modificações ou ajustes que realizamos na
programação elaborada para o grupo de alunos, para atender às necessidades
educacionais especiais dos alunos. Essas modificações supõem mudanças em um ou
vários elementos curriculares: objetivos, conteúdos, metodologias, critérios e
procedimentos de avaliação.
25Algumas adaptações curriculares para atender às necessidades especiais de
alguns alunos podem ser poucas e não constituir alterações expressivas na programação
regular, de tal modo que todos os alunos da turma possam delas se beneficiar. Pode-se
também realizar adaptações significativas do currículo regular, pra atender a condições
específicas necessárias, de modo a obter maior participação do aluno nas atividades
curriculares comuns e possibilitar o alcance dos objetivos definidos para cada etapa
educativa.
As adaptações podem ser mais ou menos significativas em função do grau de
ajuste que efetuamos nos elementos acima mencionados.
Realizamos algumas entrevista (anexo 1), com professores de Escola Inclusiva
da Rede Pública, com o objetivo de observar como a Inclusão está sendo realizada. Os
questionamento foram em relação ao seu conhecimento do que era a inclusão, se há no
Colégio o processo de inclusão?, como ele é realizado? E, se são realizadas as
adaptações necessárias?
Constatamos que embora o Colégio esteja realizando o processo de inclusão,
ainda é um processo demorado e desconhecido de muitos. Alguns professores sentem-
se inseguros, mesmo percebendo que é muito importante. Existe também uma
preocupação e uma conscientização dos profissionais de que a inclusão é um processo
necessário.
Observamos também que às adaptações arquitetônicas ainda não foram
realizadas e, as adaptações metodológicas, na medida do possível estão sendo
realizadas. Todos os alunos incluídos são atendidos em sala de recursos para um melhor
acompanhamento pedagógico.
O sistema escolar para ser inclusivo precisa de planejamento e desenvolvimento
do currículo que os conduza aos resultados esperados. Preparar seus profissionais e,
realizar algumas ações pedagógicas também são necessárias. Entre elas estão incluídas
as adaptações curriculares.
263.1. Adaptações curriculares não significativas (Adaptações de
pequeno porte)
De acordo com os PCNs,
“São mudanças que não afetam o currículo prescrito pela
Administração Escolar. Estas adaptações podem ser feitas para qualquer aluno
em um momento determinado de sua escolaridade: conseguir um objetivo em
mais ou menos tempo, introduzir algum conteúdo, ampliar atividades para
aprender determinados conteúdos”.
As adaptações não significativas são modificações realizadas pelo professor com
objetivo de favorecer uma experiência produtiva da escolaridade para todos os seus
alunos. Ao fazer isso, o professor deve estar aberto para a constatação da diversidade
presente em sua sala de aula.
3.2. Adaptações curriculares significativas (Adaptações de
grande porte).
São modificações que chegam ao currículo prescrito pela Administração
Escolar, exemplos:
- adotar métodos e técnicas de ensino-aprendizagem para o aluno, na
operacionalização da alfabetização.
- Eliminar atividades que não beneficiem o aluno ou lhe restrinja uma
participação efetiva e real ou ainda, que esteja impossibilitado de
executar.
- Privilegiar objetivos e conteúdos acessíveis, significativos e básicos
para o aluno.
- Priorizar determinados objetivos, conteúdos e critérios de avaliação.
27Não se trata, portanto, de modificações na metodologia do ensino, na arrumação
da sala de aula, no “clima” escolar, apenas. Trata-se da possibilidade de se modificarem
objetivos, os conteúdos em sua essência e em sua seqüência de apresentação.
Para se modificar o currículo comum, favorecendo a inclusão, é necessário a
construção de um cenário escolar em que atores, motivações e metas estejam voltados à
construção de significados por todo os alunos da escola . As adaptações curriculares
devem ser decorrentes de detalhado processo avaliativo para decidir que modificações e
ajustes são mais convenientes em cada caso.
As adaptações nos elementos curriculares devem estar presentes nos objetivos e
conteúdos, metodologias e avaliações.
Os objetivos, devemos diversificá-los, definindo os objetivos mínimos a serem
alcançados e quais devem ser individualizados. Tais adaptações referem-se a ajustes que
o professor pode fazer nos objetivos de seu plano de ensino de forma a dequá-los às
características e condições dos alunos.
Quanto aos conteúdos devem ser considerados como instrumento para o
desenvolvimento de capacidades. Priorizando conteúdos funcionais que favoreçam a
capacidade dos alunos. Priorizar áreas curriculares ou certos conteúdos dentro da área.
O aluno com necessidades educacionais especiais não vai aprender o conteúdo total de
todas as disciplinas. O professor deverá fazer uma seleção dos conteúdos fundamentais,
reduzindo o conteúdo se necessário.
No que se refere à metodologia, deve-se dar preferência a métodos e atividades
interativas, com estruturas de tipo cooperativo, priorizando a construção de
aprendizagens realmente significativas. O professor deve assumir o papel de facilitador,
não de instrutor. Incluir equipamentos e instrumentos específicos como uso de meios de
comunicação alternativos: língua de sinais, computador, pranchas de comunicação não
verbal, Braille, sorobã, etc.
28E finalmente quanto à avaliação, ela deve atender mais aos processos de
aprendizagem do que aos produtos; deve ser permanente, contínua, de forma que se
verifique e modifique eventualmente os processos analisados, durante o ano letivo e não
apenas ao final dele, para evitar chegar a resultados indesejáveis.
Adaptações curriculares envolvem alterações no planejamento, desenvolvimento
e avaliação das atividades de sala de aula, no ritmo diferenciado das atividades e na
organização física da sala de aula, entre outros.
29
CAPÍTULO III
INCLUIR É LEI A transformação do mundo e da sociedade
começa na hora em que cada pessoa assume,
responsavelmente, seu papel social, para a
construção do bem comum.
A participação e a co-responsabilidade são
forças que unidas, dão resultados
maravilhosos.
30
INCLUIR É LEI
Embora atualmente o termo inclusão esteja sendo muito discutido e mostre
ser de interesse da sociedade, ele já vem sendo uma preocupação de muitos anos atrás
como podemos observar através de algumas leis, a partir da Constituição Federal de
1.988 e, reafirmada por outras.
A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) também assegura a inclusão
de educandos com necessidades especiais na rede pública de ensino, embora ainda não
seja o suficiente, quando a escola não quer aceitar educandos com necessidades
especiais, surgem aí as discriminações, todas as escolas deveriam assumir o
compromisso de receber e valorizar alunos com necessidades especiais.
A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais, em classe
regulares, exige que a escola se organize para oferecer condições de aprendizagem, a
todos os alunos, especialmente a estes.
As leis determinam que sejam matriculados em escolas regulares, junto aos
estudantes reconhecidos como normais, recusar sua matrícula é crime previsto na Lei
Federal nº 7.853/89, em se artigo 8.
A Educação Especial, enquanto modalidade de educação escolar, organiza-se de
modo a cumprir os seguintes dispositivos legais:
1 – Constituição Federal de 1.988.
2 – Lei nº 7.853/89.
3 – Lei nº 8.069/90.
4 – Declaração Mundial de Educação para Todos/1.990.
5 – Declaração de Salamanca/1.994.
6 – Lei nº 9.394/96.
31Tais dispositivos legais possibilitam, em primeiro lugar, entender as diversas
estratégias de fazer educação, baseando-se em políticas educacionais, cuja finalidade
primordial é a formação de cidadão.
4.1. Constituição Federal de 1.988
A Constituição Federal assegura a educação como um direito social, e a
igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola.
No Capítulo III, Seção I. 205º “A educação, direito de todos e dever do Estado e
da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho”. Por si , este artigo já valeria para assegurar os direitos das
pessoas com necessidades especiais
No Artigo 208º O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a
garantia de:
III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
4.2.Lei nº 7.853/89
Esta lei dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiência, sua integração social,
estabelecendo normas que garantem o pleno exercício dos direitos individuais e sociais,
e definindo o preconceito como crime.
Nenhuma escola ou creche pode recusar sem justa causa, o acesso do indivíduo
com necessidades especiais, como podemos observar:
32I – na área da educação:
a) a inclusão, no sistema educacional, da educação especial como modalidade
educativa que abranja a educação precoce, a pré-escolar, as de 1º e 2º Graus, a
supletiva, a habilitação e a reabilitação profissionais, com currículos, etapas e
exigências de diplomação própria;
b) a inserção, no referido sistema educacional, das escolas especiais, privadas e
públicas;
c) a oferta, obrigatória e gratuita, da Educação Especial em estabelecimentos
públicos de ensino;
d) o oferecimento obrigatório de programas de Educação especial a nível pré-
escolar e escolar, em unidades hospitalares e congêneres nas quais estejam
internados, por prazo igual ou superior a 1 (um) ano, educandos portadores de
deficiência;
e) o acesso de alunos portadores de deficiência aos benefícios conferidos aos
demais educandos, inclusive material escolar, merenda escolar e bolsas de estudo;
f) a matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos públicos e
particulares de pessoas portadoras de deficiência capazes de se integrarem no sistema
regular de ensino.
4.3.Lei nº 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente
De acordo com o Estatuto é garantido aos portadores de deficiência um
atendimento especializado na área educacional e, garantido o trabalho protegido.
O Estatuto destaca o “pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o
exercício de cidadania e qualificação para o trabalho”.
Art.53 – A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação
para o trabalho, assegurando-se-lhes:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – direito de ser respeitado por seus educadores;
Art.54 – É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os
33que a ele não tiveram acesso na idade própria;
III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
Art.57 – O Poder Público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas
relativas a calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação, com
vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental
obrigatório.
4.4.Declaração Mundial de Educação para Todos/1990
Foi assumido um compromisso público com o objetivo de atingir a “Educação
para Todos” em Jomtien, na Tailândia, organizado pelo UNICEF, pela UNESCO, pelo
programa de Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas e pelo Banco
Mundialem 1990, onde estava sendo lançadas as sementes da política de educação
inclusiva.
Documento que estabelece a criação de um sistema educacional inclusivo,
garante a democratização da educação, independente das diferenças dos alunos.
4.5.Declaração de Salamanca/1994
A Declaração de Salamanca, foi um marco histórico no percurso pela inclusão,
estabelecendo normas para que governos incluíssem as crianças com dificuldades e co
deficiência em suas metas nacionais, possibilitando assim o acesso de um número maior
de crianças à aprendizagem escolar.
Retrata os princípios, a política e a prática da educação para pessoas com
necessidades especiais e,
recomenda que as escolas se ajustem às necessidades dos alunos, quaisquer que sejam
as suas condições físicas, sociais e lingüísticas, incluindo aquelas que vivem nas ruas,
34as que trabalham, as nômades, as de minorias étnicas, culturais e sociais, além das
que se desenvolvem à margem da sociedade
Este documento serviu para chamar atenção quanto à urgência de ações que
tornassem realidade uma educação capaz de reconhecer as diferenças, promovendo a
aprendizagem e atendendo às necessidades de cada criança.
4.6. Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/96
Através da Vigente Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/96, a Educação
Especial passou a ter um capítulo todo dedicado a ela, o que significa um grande
avanço, possibilitando assim um mundo mais justo e uma crescente vantagem à
legislação anterior.
No artigo 58, não há apenas a identificação do que vem a ser a educação especial
encaminhando o aluno para classes, escolas ou serviços (1º) especializados, somente em
casos como “condições especiais aos educandos” ( 2º). E, estendendo também o
atendimento às crianças da faixa de 0 aos 6 anos ( 3º).
Artigo 58 - Entende-se por educação especial, para efeitos desta Lei, a modalidade
de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
educandos com necessidades especiais.
1º - Haverá, quando necessário, serviço de apoio especializado, na escola
regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.
2º - O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for
possível a sua integração nas escolas comuns de ensino regular.
3º A oferta da educação especial, dever constitucional do estado, tem início
na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.”
35O artigo 59, trata da organização específica da educação especial, considerando
que para o atendimento desses alunos, devem permitir diferenciações nos currículos,
métodos, técnicas e recursos educativos.
Existe também a preocupação com a terminalidade especifica, antecipada, do
ensino fundamental, até a aceleração de estudos nos casos de alunos com altas
habilidades.
Além da preocupação com a formação dos professores, através de cursos de
especialização.
Outro aspecto interessante do artigo é o de assegurar o “acesso igualitário” dos
alunos com necessidades especiais, aos programas de assistência ao educando, que
forem realizados no ensino regular.
Artigo 59 – Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades
especiais:
I. específicos, para atender às suas necessidades;
II. terminalidade específica para aqueles que não puderam atingir o nível exigido
para a conclusão do ensino fundamental, em currículos, métodos, técnicas, recursos
educativos e organização virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em
menor tempo o programa escolar para os superdotados;
III. professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para
atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para
a integração desses educandos nas classes comuns;
IV. educação especial para o trabalho, visando à sua efetiva integração na vida em
sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de
inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins,
bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística,
intelectual ou psicomotora;
V. acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares
disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.
36Finalmente,no artigo 60, há a referência aos órgãos normativos dos sistemas de
ensino (Conselhos de Educação) o estabelecimento de critérios para que instituições
privadas, sem fins lucrativos, possam receber apoio técnico e financeiro pelo Poder
Público.
Artigo 60 – Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de
caracterização das instituições privadas, sem fins lucrativos, especializadas e com
atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo
Poder Público.
37
CONCLUSÃO
Através da presente pesquisa percebemos que a inclusão é algo novo, que suscita
mudanças, e como tudo o que é novo, traz consigo dúvidas e incertezas, e gera
desconforto em muitas pessoas.
Para que se possa aceitar uma mudança, é preciso que, além de compreender o
que é proposto, faça-se um esforço para colocar em prática. Todas as novas propostas
são difíceis de compreender e aceitar de imediato, mas é somente através das
informações, dos estudos e das experiências, que podemos ter certezas.
A questão da inclusão escolar de indivíduos com necessidades especiais vai
muito além do modismo, trata-se de uma necessidade.
Não podemos mais brincar de ensinar, enquanto essas pessoas fingem que
aprendem. Devemos dar um basta nesse tipo de “educação da deficiência” e passar a
uma “educação das potencialidades”. Educação para todos, sem distinção de raça, cor,
religião e capacidade de aprendizagem é o princípio básico da inclusão.
Trabalhar com a diferença, sim, pois ela está aí e não pode ser negada nem
modificada, e por isso mesmo, a valorização e o respeito à individualidade de cad um no
grupo.
Por mais complexo e difícil que possa parecer o trabalho a ser realizado com
cada aluno, sempre haverá um caminho, algo a ser desenvolvido. Mas, é preciso
acreditar nisso.
A pessoa com necessidades educacionais especiais é um ser social e como tal
tem o direito de buscar a sua identidade e não ser marginalizado pela sociedade.
38Para que aja esta aceitação é preciso que profissionais da Educação e os próprios
indivíduos com necessidades especiais através de campanhas de esclarecimentos
mostrem que acima de tudo o deficiente é um indivíduo com necessidades a emoções
como qualquer um e, portanto tenha a oportunidade de exercer a sua cidadania.
Cabe aos educadores refletir e não tirar conclusões precipitadas sobre os alunos
com necessidades educacionais especiais, temos que ver nossos alunos a partir de suas
possibilidades, independente da deficiência que apresente. Temos que acreditar neles e
sermos os principais mediadores, incentivando-os a participarem, de expor suas idéias e
antes de tudo interagir com seus colegas, proporcionando alternativas para que
realmente sua aprendizagem seja concretizada.
Sem dúvida alguma, para se ter uma escola inclusiva, requer o
comprometimento de todos, todos devem caminhar juntos para se obter êxitos.
A família vivência uma expectativa ao esperar o nascimento de um filho, o qual
é depositados sonhos, desejos e esperanças. É muito complicado quando este filho nasce
e não atende estas expectativas.
Diante desta situação, é de suma importância o trabalho de educadores e
profissionais capacitados para atuação nesta área, para um atendimento de qualidade,
ajudando aos responsáveis nesta árdua tarefa. A inclusão não é algo novo, que se deva
concretizar pela emoção, pela preocupação com estes indivíduos, ela é muito mais que
isso, ela é lei, e como tal deve ser levada a sério, com responsabilidade.
A escola depois da família é o primeiro espaço para o processo de socialização
da criança, o apoio, o incentivo e o carinho de todos é de essencial importância para o
seu bom desenvolvimento.
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sendo utilizada para dar continuidade a seqüência da numeração.
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59
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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2000.
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livro 1 – MEC/SEESP – Brasília, 1994.
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com necessidades educacionais especiais. Projeto Escola Viva. Brasília: Ministério da
Educação, Secretaria de Educação Especial, C327 2000.
BRASIL, LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei nº 9394de 20 de
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________ Constituição Federal de 1988.
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60IIPP – Educação Inclusiva: Premissas de uma Escola igualitária e de Qualidade.
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WERNECK, Cláudia. Ninguém mais vai ser bonzinho, na sociedade inclusiva. Rio de
Janeiro: WVA, 1997.
61
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
02
AGRADECIMENTOS
03
DEDICATÓRIA
04
RESUMO
05
METODOLOGIA
06
SUMÁRIO
07
INTRODUÇÃO
08
CAPÍTULO I
ALUNADO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
1.1.Indivíduos com Deficiência Mental
1.2.Indivíduos com Deficiência Visual
1.3.Indivíduos com Deficiência Auditiva
1.4.Indivíduos com Deficiência Física
1.5.Indivíduos com Múltiplas Deficiências
1.6.Indivíduos com Condutas Típicas
1.7.Indivíduos com Altas Habilidades
11
12
13
14
15
15
16
17
CAPÍTULO II
INCLUSÃO X EXCLUSÃO
2.1. Inclusão
2.2. Benefícios da Inclusão
18
20
21
CAPÍTULO III
62 ADAPTAÇÕES CURRICULARES
3.1. Adaptações Curriculares não Significativas
3.2. Adaptações Curriculares Significativas
23
26
26
CAPÍTULO IV
INCLUIR É LEI
4.1. Constituição Federal de 1.988
4.2. Lei nº 7.853/89
4.3. Lei nº 8.069/90
4.4. Declaração Mundial de Educação para Todos/1.990
4.5. Declaração de Salamanca/1.994
4.6. Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.393/96
29
31
31
32
33
33
34
CONCLUSÃO
37
ANEXOS
38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
59
ÍNDICE
61
63
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Universidade Candido Mendes
Título da Monografia: Inclusão Simbólica: Inclusão X Exclusão
Autor: Cláudia Freitas Rodrigues
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Conceito Final: